Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Deve-se fazer o ajuste de Xs para anular a parte imaginária e de N1/N2 para igua-
lar a parte real a Zo.
Tocos (stubs)
Capítulo 8
São trechos de linhas de transmissão terminadas em curto-circuito ou em circui-
to aberto com impedâncias de entrada puramente reativas que são inseridos em
determinados pontos da linha (figura 7.8).
Figura 7.8
representação dos tocos d
na linha de transmissão.
Zo
Zo
Os tocos podem ser calculados com o auxílio da carta de Smith (figura 7.9).
Redes telefônicas
Figura 7.9
carta de smith para cálculo
de reflexão de sinais.
wiKimediA.orG
132
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
As figuras 8.1 e 8.2 mostram a curva de resposta para a orelha humana utilizada
para definir o canal telefônico.
N
Figura 8.1
Curva de resposta da
o estudo das telecomunicações, um fenômeno bastante observado dB (Atenuação) orelha humana + telefone.
é a transformação das ondas acústicas (sonoras) em sinais elétricos
por meio de equipamentos transceptores.
-0
O som é uma sensação causada no sistema nervoso pela vibração de membranas -10
presentes na orelha, resultado de uma energia transmitida pela vibração de um
-20
corpo (diapasão, alto-falante etc.). O som não se propaga no vácuo, requerendo
um meio material para se propagar. -30
-40
As ondas sonoras possuem os seguintes parâmetros, que definem suas caracte- -50
rísticas: -60
1k
f (Hz)
• Frequência. 200 300 500 800 3k 4k
• Amplitude.
• Timbre.
Fora de faixa
A amplitude determina a intensidade do som, de acordo com a potência produ- Faixa de voz
zida pela fonte sonora. 300 - 3400 Faixa de inteligibilidade
O timbre é a característica que distingue os sons de mesma frequência emitidos Energia da voz
por diferentes fontes sonoras. Por exemplo, a mesma nota musical tocada por um
violão tem timbre diferente da emitida por uma flauta. Outro exemplo é a voz
masculina, em geral mais grave do que a feminina.
0.3 1 2 2.5 3 4 5 6 Frequência
(KILOHERTZ)
A voz é uma combinação de sons elementares, os fonemas, representados grafi-
camente por um ou vários símbolos (letras). Quando falamos, os fonemas são
formados no aparelho vocal, por meio da passagem do fluxo de ar proveniente
dos pulmões. Ao passar pelas cordas vocais, o ar provoca vibrações em uma
frequência característica de cada indivíduo, pois depende da tensão nas cordas Com base nesses estudos, foi definida a largura de faixa do canal telefônico em
vocais. A faixa de frequências da voz humana varia de 20 Hz a 10 kHz. 4 kHz (figura 8.3).
134 135
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
8.2.1 Transdutores
O aparelho telefônico tem dois transdutores: o transmissor ou microfone e a
cápsula receptora. A voz emitida por uma pessoa incide sobre o microfone (cáp-
sula transmissora) do telefone A, transformando as ondas sonoras em sinais elé- A B
tricos. Os sinais elétricos percorrem um par de fios e chegam à cápsula receptora (Ass. Chamador) (Ass. Chamado)
Figura 8.4
do telefone B, onde são convertidos em ondas sonoras. A figura 8.4 mostra como
Ligação telefônica
se processa a ligação telefônica entre pontos.
entre pontos.
136 137
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
a) Decádico – Pode ser a disco (telefones antigos) ou de teclas. No decádico a Figura 8.7
disco, o aparelho envia os dígitos para a central na forma de pulsos, obedecendo Ligação direta hipotética
à velocidade do disco (10 pulsos por segundo), com espaço interdigital de apro- entre assinantes.
ximadamente 100 ms. No modelo de teclas, existem pelo menos 12 teclas: dez
numeradas de 0 a 9 e duas auxiliares (# e *). Em sua constituição são alocadas
memórias e um dispositivo sequencial a fim de enviar os dígitos para a central
na ordem teclada pelo usuário. A B
F B
Figura 8.6
Representação da
combinação de frequências
para cada dígito. E C
1 2 3 697 Hz
D
4 5 6 770 Hz
Linha
Para realizar as conexões apresentadas, seriam necessárias 15 ligações dois a dois.
7 8 9 852 Hz
Dessa maneira, podemos notar que, conforme aumenta o número de assinantes,
o sistema fica mais complexo, tornando inviável a interligação direta de todos
os assinantes.
* 0 # 941 Hz
A relação do número de pares pode ser determinada por:
• N é o número de pares;
• n, o número de assinantes.
138 139
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
Assim, se, em um sistema com 1 000 assinantes, desejássemos interligá-los dire- • Recepção de dígitos – Recepção do número do assinante chamado.
tamente, precisaríamos de 499 500 pares. A solução encontrada foi centralizar os • Interpretação – Análise do número recebido para determinar providências
pares de assinantes e desenvolver um sistema capaz de realizar a comutação entre a tomar.
todos, ou seja, controlar e prover a interligação dos aparelhos telefônicos, dois a • Seleção de caminhos internos – Seleção de um canal ou time slot (link) ou
dois. Esse sistema é chamado de central telefônica (figura 8.9). um conjunto de canais ou time slots na matriz de comutação.
• Estabelecimento de caminho – Controle dos elementos da matriz de
Figura 8.9 comutação para estabelecer um canal físico para determinada chamada
Assinantes ligados a uma telefônica.
central de comutação. • Alerta – Sinais de campainha aos usuários: chamado e chamador.
• Supervisão – Monitoração do chamador e do chamado para, logo após o
1 término da ligação, desconectar e liberar o canal.
• Transmissão da informação – Caso o telefone chamado esteja em outra
central, são transmitidas informações de término da ligação para essa.
4 Figura 8.10
Sistemas de comutação
e controle de uma
central telefônica.
Sistema de
Computação Outras
Até o início da década de 1920, a comutação entre as chamadas telefônicas era Assinantes centrais
realizada pela telefonista, que utilizava cordões em uma mesa operadora para fa-
zer a conexão entre os assinantes. Portanto, naquela época, a central era formada
por dois elementos básicos:
Sistema de I/O
• Mesa: comutação física dos assinantes. Controle
• Telefonista: funções de controle da chamada (inteligência).
As funções gerais de uma central telefônica são: • Central local – Interliga assinantes de determinada área geográfica.
• Central trânsito – Divide-se em:
• Atendimento – Recepção do pedido de serviço de um aparelho telefônico – Central trânsito internacional – Realiza o encaminhamento de chama-
ou de uma central (origem de uma chamada telefônica). das internacionais.
140 141
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
– Central trânsito classe I – Central trânsito interurbana que se interliga Figura 8.12
com, pelo menos, uma central de trânsito internacional por meio de rota Ramais Ligação do PABX com
final. a rede pública.
– Central trânsito classe II – Central trânsito interurbana que se interliga
com uma central trânsito classe I por meio de rota final.
– Central trânsito classe III. REDE
– Central trânsito classe IV. PABX PÚBLICA
• Central Tandem – Faz a interligação entre centrais locais dentro de deter-
minada região.
Figura 8.11
Hierarquia de centrais As centrais digitais controlam as chamadas telefônicas e os serviços utilizados
telefônicas. pelos assinantes por meio de sistemas computacionais com controle por progra-
Trânsito Internacional ma armazenado (CPA), responsáveis pela gerência de todas as tarefas exercidas
pela central. Esse recurso possibilitou a implantação de novos serviços aos as-
sinantes de telefonia, como chamada em espera, despertador, caixa postal etc.
Entre as funções de controle CPA destacam-se:
Trânsito Classe I
• Gerenciamento de todo o procedimento de chamada.
• Gerenciamento de tráfego telefônico.
• Tarifação.
Trânsito Classe II
• Gerenciamento de falhas.
• Testes no sistema.
Trânsito Classe III A central CPA realiza a comutação dos assinantes de forma digital. Para tanto,
informações de chamadas telefônicas originadas de vários terminais precisam
ser tratadas, ou seja, digitalizadas. Tais informações devem ser multiplexadas
no tempo, antes de entrarem na rede de comutação. Dessa maneira, são obtidos
Trânsito Classe VI conjuntos de vias padronizadas, provenientes das multiplexações dos vários ca-
nais de comunicação.
142 143
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
• 8.5 Tarifação
É o processo de cobrança dos assinantes pelos serviços prestados por uma
concessionária. Alguns fatores, chamados dados de tarifação, são levados em
Entroncamento consideração para realizar a tarifação em uma conexão telefônica:
Terminal IU
• Duração da chamada.
Entroncamento IU • Distância entre os assinantes.
• Tipo de assinante.
• Classe de originação – Indica que o assinante deve ser tarifado pela chama-
da. Normalmente, a chamada é cobrada do assinante chamador. Entretanto,
em alguns casos, é cobrada do assinante chamado.
Central Tandem • Índice de bilhetagem da mensagem – Atribuído para cada destino de chamada.
• Data e hora – O valor da tarifa varia sazonalmente com o horário e o dia.
Central de Trânsito IU • Número de serviços especiais – Chamada para serviços disponíveis ao as-
sinante, como auxílio à lista tefefônica.
Central Local
Figura 8.15
Representação do pulso KP.
Central
Armário (ponte de controle)
Caixa Terminal
Rede Alimentadora Rede de Distribuição
ou Primária ou Secundária Assinante
Atendimento
144 145
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
• Karlson acrescido (KA) – No instante do atendimento, é enviado um pul- 8.6 Plano de numeração
so aleatório ao assinante. O próximo pulso da sequência é enviado normal-
mente ao contador do assinante (figura 8.16). Criado para identificação e acesso de um assinante na rede de telefonia pública
por meio de um código numérico único, é classificado em plano de numeração
Figura 8.16 nacional e plano de numeração internacional.
Representação do pulso KA.
O plano de numeração nacional divide nosso país em nove regiões, de 1 a 9, Figura 8.18
cada uma delas composta por um ou mais estados, abrangendo diferentes áreas Regiões e áreas
numéricas (figura 8.18). numéricas em telefonia.
Atendimento
62 36
Atualmente, é aplicada a técnica KA. 33
67 34
8.5.2 Tarifação por bilhetagem automática 17 35 31
27
18 16 32
14 24
Nesse método, o sistema de comutação coleta informações detalhadas por cha- 19 21
45 15 11 12
mada no formato de bilhete AMA (automatic message account). O bilhete AMA 46 13
44
possui as seguintes informações: 43
42 41
47
49
• Número do assinante de origem. 48
• Número do assinante de destino. 54
55
• Duração da conversação (horas, minutos e segundos). 51
• Data (dia, mês e hora). 53
• Essas informações são interpretadas com base no código nacional dos assi-
nantes e prefixo das centrais, possibilitando estimar a distância por meio do
degrau tarifário e efetuar o cálculo da tarifação.
146 147
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
Figura 8.19 Os assinantes de uma central local são identificados por números, que podem
Região numérica 1 e Região Numérica possuir sete ou oito dígitos, com a seguinte formação:
respectivas áreas numéricas.
18 1 • Numeração com sete dígitos: ABC-MCDU.
16 • Numeração com oito dígitos: ABCD-MCDU.
Suécia 46
884
Brasil 55
577
TS
Holanda 31
575
Japão 81
TS
Fonte:www.teleco.com.br
574 Por exemplo, um assinante localizado em Belo Horizonte (Minas Gerais) será
identificado no plano internacional como:
55 31 4640-3320
288 55 indica o código do país (Brasil); 31, o código de área (região numérica 3,
289 área numérica 1); 4640-3320, o número do assinante (prefixo da central 4640,
assinante 3320).
148 149
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
para fora da área numérica (tráfego nacional e internacional) e o 1, os códigos 8.7 Sinalização telefônica
especiais, que, segundo o CCITT (Comitê Consultivo de Telefonia e Telegrafia
Internacional), devem ser compostos por três dígitos (1XY). O objetivo da sinalização é fornecer às centrais envolvidas em uma chamada as
informações necessárias para estabelecer a conexão, podendo ser:
O objetivo dos códigos especiais é proporcionar o acesso aos serviços e às infor-
mações de utilidade pública, designados por números curtos e de fácil memori- • entre terminais e central: aparelhos telefônicos públicos ou privados, equipa-
zação. Alguns serviços são gratuitos e outros tarifados. Exemplos no Brasil: mentos CPCT ou PABX;
• entre centrais.
a) Serviços especiais da operadora:
Há dois tipos de sinalização entre assinantes e centrais:
• 102: informações.
• 103: reclamações. • Sinalização de assinante: discagem decádica, discagem multifrequencial.
• 104: solicitação de serviços. • Sinalização acústica: tons diversos, campainhas.
b) Serviços de utilidade pública tarifados: Também há dois tipos de sinalização entre centrais – por exemplo, para chama-
das interurbanas:
• 130: hora certa.
• 134: despertador. • Associada a canal: sinalização de linha e de registro.
• 136: farmácias de plantão. • Sinalização por canal comum SS#7.
0 indica o prefixo nacional; XX, o código de acesso da operadora da região; 81, 250 ms
250 ms
250 ms
250 ms
125 ms
125 ms
125 ms
125 ms
o código de área (região numérica 8, área numérica 1); 295-3425, o número do 250 ms 250 ms
Tom de Ocupado
Tom de Ocupado
125 ms 125 ms
Tom de Aviso de Programação
Tom de Aviso de Programação
assinante (prefixo da central 295, assinante 3425). Tom de Ocupado Tom de Aviso de Programação
150 151
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
É utilizada entre juntores interligados a dois fios para conexão entre centrais a
curta distância. Os diversos sinais são representados por presença de corrente
Sinal para Frente
elétrica com intensidade e sentido que variam de acordo com o tipo de sinal ou
ainda pela completa ausência de sinais.
A B
Figura 8.23
A figura 8.23 apresenta a sinalização de linha por corrente contínua entre duas
Juntor de Juntor de Sinalização de linha por
centrais eletromecânicas (XB).
Saída Entrada corrente contínua.
Originador Chamado
Conexão
Sinais para frente são aqueles em que a sinalização ocorre no sentido do assi-
nante chamador (A) para o chamado (B). Nessa situação, ocorrem os seguintes
sinais de linha: R = Variável de acordo ( + - )= Variável de acordo
com o sinal com o sinal
• Ocupação.
• Confirmação de ocupação.
• Rechamada.
• Desligar para frente ou desconexão.
Sinalização E&M pulsada
Sinais para trás ocorrem no sentido oposto:
É utilizada entre centrais interligadas a longa distância por sistema de mul
• Atendimento. tiplexação e transmissão, devido à inviabilidade econômica da interligação a
• Confirmação de desconexão. dois fios.
• Desconexão forçada.
• Desligar para trás. Nos sistemas analógicos (figura 8.24), empregam-se juntores a seis ou sete
• Bloqueio. fios, quatro deles para conversação – dois para Tx e dois para Rx – e dois para
• Tarifação. sinalização de linha – um transmite os sinais de linha (fio M) e o outro os
• Falha. recebe (fio E).
152 153
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
Atendimento
E M Sinal de atendimento ← 0 0 0 1
de chamada
Conversação 0 0 0 1
Pulso de
(150+30) MS em
Tarifação Sinal de tarifação ← 0 0 1 1
ab, que passa de
0 para 1
A tabela 8.2 apresenta a codificação de linha nessa sinalização.
Sinal de desligar
Tabela 8.2 para trás
← 0 0 1 1
2: Codificação E&M pulsada.
Sinal Duração dos pulsos Sentido
154 155
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
• Identificação do assinante chamado. Os caminhos usados pela sinalização e pelo tráfego de voz e dados são separados, Figura 8.26
• Estado operacional do assinante chamado. resultando no desmembramento da rede telefônica em duas: rede de sinalização Sinalização separada
• Categoria do assinante chamador. e rede de conexão de circuitos (figura 8.26). do canal de voz.
• Identificação do assinante chamador.
• Estado operacional dos órgãos envolvidos na chamada.
Rec/Env Rec/Env
Juntor Voz | Registro | Linha Juntor
analógico analógico
O canal de sinalização separada do canal de voz apresenta as seguintes caracte-
rísticas:
156 157
eletrônica 5 CAPÍTULO 8
• Service control point (SCP) – Corresponde aos bancos de dados que po- Figura 8.28
dem ser acessados pelos demais pontos da rede para obter informações ne- Modos de operação da
cessárias para disponibilizar serviços mais elaborados. rede de sinalização SS#7.
Central 1 Central 2
Cada ponto da rede de sinalização possui um endereço chamado point code. É o
point code que permite que um ponto da rede acesse outro ponto. Para isso, o
Modo Associado
Figura 8.27
Arquitetura da rede
sistema insere em cada mensagem enviada o endereço correspondente ao ponto
de sinalização SS#7.
de destino que se deseja acessar (figura 8.27). Enlace de Sinalização
Enlace de Voz
SCP
STP
SSP SSP
STP STP
SSP SSP
Central 1 Central 2
Modo Não associado
SSP SSP
STP STP
SSP SSP
SCP
158 159