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ELETRôNICA 5

Deve-se fazer o ajuste de Xs para anular a parte imaginária e de N1/N2 para igua-
lar a parte real a Zo.

Tocos (stubs)
Capítulo 8
São trechos de linhas de transmissão terminadas em curto-circuito ou em circui-
to aberto com impedâncias de entrada puramente reativas que são inseridos em
determinados pontos da linha (figura 7.8).

Figura 7.8
representação dos tocos d
na linha de transmissão.

Zo

Zo

Os tocos podem ser calculados com o auxílio da carta de Smith (figura 7.9).
Redes telefônicas
Figura 7.9
carta de smith para cálculo
de reflexão de sinais.

wiKimediA.orG

132
eletrônica 5 CAPÍTULO 8

8.1  Sinal de voz em telefonia


Apesar de a voz humana estar compreendida entre 20 Hz e 10 kHz, os sistemas
de telefonia limitam a faixa de frequência a 3,4 kHz, na qual a perda de qualida-
de é tolerável. Nessa faixa está concentrada a maior energia da voz, com índice
de inteligibilidade de aproximadamente 80% das palavras.

As figuras 8.1 e 8.2 mostram a curva de resposta para a orelha humana utilizada
para definir o canal telefônico.

N
Figura 8.1
Curva de resposta da
o estudo das telecomunicações, um fenômeno bastante observado dB (Atenuação) orelha humana + telefone.
é a transformação das ondas acústicas (sonoras) em sinais elétricos
por meio de equipamentos transceptores.
-0
O som é uma sensação causada no sistema nervoso pela vibração de membranas -10
presentes na orelha, resultado de uma energia transmitida pela vibração de um
-20
corpo (diapasão, alto-falante etc.). O som não se propaga no vácuo, requerendo
um meio material para se propagar. -30
-40
As ondas sonoras possuem os seguintes parâmetros, que definem suas caracte- -50
rísticas: -60
1k
f (Hz)
• Frequência. 200 300 500 800 3k 4k
• Amplitude.
• Timbre.

A faixa de frequências audível para a orelha humana é compreendida entre


20 Hz e 20 kHz; o limite superior, onde estão os sons agudos, varia de pessoa Figura 8.2
para pessoa e decresce com o avanço da idade. Em telefonia, utiliza-se a faixa V
Distribuição típica da
de 300 a 3 400 Hz, na qual a reprodução da voz é satisfatória, com cerca de ou energia energia do sinal da voz.
80% de inteligibilidade (percentual de compreensão de palavras em uma con-
versação) da informação. Canal de voz

Fora de faixa
A amplitude determina a intensidade do som, de acordo com a potência produ- Faixa de voz
zida pela fonte sonora. 300 - 3400 Faixa de inteligibilidade

O timbre é a característica que distingue os sons de mesma frequência emitidos Energia da voz
por diferentes fontes sonoras. Por exemplo, a mesma nota musical tocada por um
violão tem timbre diferente da emitida por uma flauta. Outro exemplo é a voz
masculina, em geral mais grave do que a feminina.
0.3 1 2 2.5 3 4 5 6 Frequência
(KILOHERTZ)
A voz é uma combinação de sons elementares, os fonemas, representados grafi-
camente por um ou vários símbolos (letras). Quando falamos, os fonemas são
formados no aparelho vocal, por meio da passagem do fluxo de ar proveniente
dos pulmões. Ao passar pelas cordas vocais, o ar provoca vibrações em uma
frequência característica de cada indivíduo, pois depende da tensão nas cordas Com base nesses estudos, foi definida a largura de faixa do canal telefônico em
vocais. A faixa de frequências da voz humana varia de 20 Hz a 10 kHz. 4 kHz (figura 8.3).

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eletrônica 5 CAPÍTULO 8

Figura 8.3 8.2.2  Campainha


Canal telefônico.
Tem a finalidade de alertar o assinante B de que seu aparelho está sendo cha-
mado. Seu acionamento é feito por corrente alternada (corrente de chamada), de
baixa frequência (25 Hz), produzida pelas centrais telefônicas.
F
15 300 Hz 3,4 Khz 20 Khz 8.2.3  Híbrida
Tanto o microfone como a cápsula receptora são interligados ao restante do cir-
Voz Humana
cuito por um par de fios cada um. Entretanto, na transmissão do sinal telefôni-
co, é utilizado apenas um par. Para realizar a interface entre os quatro fios dos
Detalhe do Canal de Voz transdutores com os dois fios do circuito telefônico, usa-se uma bobina de indu-
ção, ou híbrida, que direciona os sinais emitidos pelo microfone do assinante A
4,0 Khz
3,4 Khz
para o par de fios ligado ao telefone B. O mesmo procedimento é feito no senti-
do contrário. Na prática, o microfone e o alto-falante mantêm um fio em co-
Bg - Banda de guarda mum, e cada um deles liga-se ao restante do circuito por outro fio, possibilitando
as ligações telefônicas a dois fios (figura 8.5).
300 Hz
1 Hz
F Figura 8.5
Bg Bg Ligação telefônica
a dois fios.

8.2  Aparelho telefônico


Para que seja transmitida a longas distâncias, a voz tem de ser convertida em sinais
elétricos, que percorrem a linha de transmissão até chegar ao destino, onde são Híbrida Híbrida
convertidos novamente em sinais sonoros, permitindo a troca de informações en-
tre as pessoas que estão se comunicando. Para isso, utiliza-se o aparelho telefônico.

8.2.1  Transdutores
O aparelho telefônico tem dois transdutores: o transmissor ou microfone e a
cápsula receptora. A voz emitida por uma pessoa incide sobre o microfone (cáp-
sula transmissora) do telefone A, transformando as ondas sonoras em sinais elé- A B
tricos. Os sinais elétricos percorrem um par de fios e chegam à cápsula receptora (Ass. Chamador) (Ass. Chamado)
Figura 8.4
do telefone B, onde são convertidos em ondas sonoras. A figura 8.4 mostra como
Ligação telefônica
se processa a ligação telefônica entre pontos.
entre pontos.

Onda Sonora Sinal Elétrico Onda Sonora

T R As outras funções da híbrida são:

• Acoplar a linha com o aparelho telefônico de modo a garantir boa qualidade


Meio de de transmissão.
Transmissão • Isolar a cápsula receptora da componente contínua referente à alimentação
CC da linha.
A B • Possibilitar a indução do sinal de voz no secundário, onde se encontra ligada
a cápsula receptora.

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eletrônica 5 CAPÍTULO 8

8.2.4  Teclado 8.3  Central e rede telefônicas


Para realizarmos uma chamada, precisamos informar ao sistema telefônico o Quando imaginamos uma ligação telefônica, a primeira ideia que temos é que
número do assinante com quem desejamos falar. Para isso, usamos o teclado os assinantes estão conectados diretamente entre si por um par de fios, conforme
numérico ou alfanumérico, que pode ser de dois tipos: ilustra a figura 8.7.

a) Decádico – Pode ser a disco (telefones antigos) ou de teclas. No decádico a Figura 8.7
disco, o aparelho envia os dígitos para a central na forma de pulsos, obedecendo Ligação direta hipotética
à velocidade do disco (10 pulsos por segundo), com espaço interdigital de apro- entre assinantes.
ximadamente 100 ms. No modelo de teclas, existem pelo menos 12 teclas: dez
numeradas de 0 a 9 e duas auxiliares (# e *). Em sua constituição são alocadas
memórias e um dispositivo sequencial a fim de enviar os dígitos para a central
na ordem teclada pelo usuário. A B

b) DTMF (dual tone multi-frequency) ou multifrequencial – Cada número


é enviado à central telefônica por meio da combinação de duas frequências den-
tro da banda de voz, denominadas frequência alta e frequência baixa, dispostas Vamos imaginar a situação da figura 8.8, em que seis assinantes estão ligados
em uma matriz (figura 8.6). Cada frequência baixa forma uma linha da matriz, diretamente.
e cada frequência alta, uma coluna. Pela combinação de uma frequência de in-
formações, é possível utilizar até 12 tipos diferentes de informações (dígitos 0 a Figura 8.8
9 e símbolos * e #) com apenas sete tons de frequências (quatro frequências bai- A Ligação direta hipotética
xas e três altas). entre seis assinantes.

F B
Figura 8.6
Representação da
combinação de frequências
para cada dígito. E C

1 2 3 697 Hz

D
4 5 6 770 Hz

Linha
Para realizar as conexões apresentadas, seriam necessárias 15 ligações dois a dois.
7 8 9 852 Hz
Dessa maneira, podemos notar que, conforme aumenta o número de assinantes,
o sistema fica mais complexo, tornando inviável a interligação direta de todos
os assinantes.
* 0 # 941 Hz
A relação do número de pares pode ser determinada por:

1209 Hz 1336 Hz 1477 Hz n ⋅ (n − 1)


N=  (8.1)
2
Coluna em que:

• N é o número de pares;
• n, o número de assinantes.

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eletrônica 5 CAPÍTULO 8

Assim, se, em um sistema com 1 000 assinantes, desejássemos interligá-los dire- • Recepção de dígitos – Recepção do número do assinante chamado.
tamente, precisaríamos de 499 500 pares. A solução encontrada foi centralizar os • Interpretação – Análise do número recebido para determinar providências
pares de assinantes e desenvolver um sistema capaz de realizar a comutação entre a tomar.
todos, ou seja, controlar e prover a interligação dos aparelhos telefônicos, dois a • Seleção de caminhos internos – Seleção de um canal ou time slot (link) ou
dois. Esse sistema é chamado de central telefônica (figura 8.9). um conjunto de canais ou time slots na matriz de comutação.
• Estabelecimento de caminho – Controle dos elementos da matriz de
Figura 8.9 comutação para estabelecer um canal físico para determinada chamada
Assinantes ligados a uma telefônica.
central de comutação. • Alerta – Sinais de campainha aos usuários: chamado e chamador.
• Supervisão – Monitoração do chamador e do chamado para, logo após o
1 término da ligação, desconectar e liberar o canal.
• Transmissão da informação – Caso o telefone chamado esteja em outra
central, são transmitidas informações de término da ligação para essa.

6 2 Uma central é composta basicamente por dois sistemas (figura 8.10):

• Sistema de comutação – Realiza as conexões entre assinantes e/ou centrais,


por meio de relés ou circuitos de comutação digital, e a sinalização entre
assinantes e central e entre centrais.
• Sistema de controle – É a parte inteligente da comutação. Controla o siste-
5 3 ma de comutação para que realize as conexões e envie as sinalizações corre-
tamente.

4 Figura 8.10
Sistemas de comutação
e controle de uma
central telefônica.
Sistema de
Computação Outras
Até o início da década de 1920, a comutação entre as chamadas telefônicas era Assinantes centrais
realizada pela telefonista, que utilizava cordões em uma mesa operadora para fa-
zer a conexão entre os assinantes. Portanto, naquela época, a central era formada
por dois elementos básicos:
Sistema de I/O
• Mesa: comutação física dos assinantes. Controle
• Telefonista: funções de controle da chamada (inteligência).

Com a automatização, o cargo de telefonista foi eliminado e surgiram as cen-


trais automáticas analógicas, capazes de interpretar os algarismos enviados pelo
decádico e estabelecer a ligação entre os assinantes da rede. Dois exemplos são as
centrais passo a passo e a crossbar.
As centrais telefônicas são classificadas de acordo com sua função na rede telefô-
Atualmente a comutação é feita por centrais digitais com controle por programa nica, interligando assinantes ou centrais para provimento de chamadas interur-
armazenado (CPA), de forma temporal ou espacial. banas ou internacionais:

As funções gerais de uma central telefônica são: • Central local – Interliga assinantes de determinada área geográfica.
• Central trânsito – Divide-se em:
• Atendimento – Recepção do pedido de serviço de um aparelho telefônico – Central trânsito internacional – Realiza o encaminhamento de chama-
ou de uma central (origem de uma chamada telefônica). das internacionais.

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– Central trânsito classe I – Central trânsito interurbana que se interliga Figura 8.12
com, pelo menos, uma central de trânsito internacional por meio de rota Ramais Ligação do PABX com
final. a rede pública.
– Central trânsito classe II – Central trânsito interurbana que se interliga
com uma central trânsito classe I por meio de rota final.
– Central trânsito classe III. REDE
– Central trânsito classe IV. PABX PÚBLICA
• Central Tandem – Faz a interligação entre centrais locais dentro de deter-
minada região.

Essa classificação respeita uma hierarquia, conforme mostra a figura 8.11.

Figura 8.11
Hierarquia de centrais As centrais digitais controlam as chamadas telefônicas e os serviços utilizados
telefônicas. pelos assinantes por meio de sistemas computacionais com controle por progra-
Trânsito Internacional ma armazenado (CPA), responsáveis pela gerência de todas as tarefas exercidas
pela central. Esse recurso possibilitou a implantação de novos serviços aos as-
sinantes de telefonia, como chamada em espera, despertador, caixa postal etc.
Entre as funções de controle CPA destacam-se:
Trânsito Classe I
• Gerenciamento de todo o procedimento de chamada.
• Gerenciamento de tráfego telefônico.
• Tarifação.
Trânsito Classe II
• Gerenciamento de falhas.
• Testes no sistema.

Trânsito Classe III A central CPA realiza a comutação dos assinantes de forma digital. Para tanto,
informações de chamadas telefônicas originadas de vários terminais precisam
ser tratadas, ou seja, digitalizadas. Tais informações devem ser multiplexadas
no tempo, antes de entrarem na rede de comutação. Dessa maneira, são obtidos
Trânsito Classe VI conjuntos de vias padronizadas, provenientes das multiplexações dos vários ca-
nais de comunicação.

Central local 8.4  Estrutura da rede telefônica


Os terminais dos assinantes são interligados a uma central telefônica por uma
grande rede de fios e cabos, composta por:

• Rede de longa distância – Centrais interurbanas e internacionais e respec-


tivos entroncamentos.
Essas centrais são denominadas centrais públicas de comutação. Existem tam- • Rede local – Centrais e entroncamentos em área urbana e enlace (rede) de
bém as centrais privadas, destinadas a empresas que necessitam de ramais telefô- assinantes (constituído pelos terminais e linhas de assinantes).
nicos. Entre as centrais privadas destaca-se o PABX (private automatic branch • Rede de assinante – Redes de alimentação (primária) e de distribuição (se-
exchange), que concentra ramais com recursos de controle (busca automática, cundária).
tarifação etc.) e pode fornecer até 25 000 portas, configuráveis para ramais, tron- • Com estrutura complexa e de grande capilaridade, a rede telefônica evoluiu
cos, tarifador de chamadas etc. (figura 8.12). do serviço telefônico básico para um sistema capaz de fornecer serviços de
transmissão de dados, telefonia, telex, comunicação móvel, acesso à internet
Outro tipo de centrais privadas são as KS, centrais de pequeno porte que con- e transmissão de vídeo. A figura 8.13 mostra a estrutura topológica da rede
centram até 24 ramais com baixa capacidade de controle. telefônica, com os diferentes tipos de centrais telefônicas.

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• 8.5  Tarifação
É o processo de cobrança dos assinantes pelos serviços prestados por uma
concessionária. Alguns fatores, chamados dados de tarifação, são levados em
Entroncamento consideração para realizar a tarifação em uma conexão telefônica:
Terminal IU
• Duração da chamada.
Entroncamento IU • Distância entre os assinantes.
• Tipo de assinante.

No processo de tarifação, o sistema de comutação cria um registro de dados de


Terminal de
Assinante tarifação para cada chamada. Esses dados são armazenados e, quando atingem
certo nível ou determinado período, transferidos para um centro de tarifação,
que calcula a conta dos assinantes. Além do número do destino e da duração,
Linha de
Assinante
outras condições influenciam a tarifação da chamada:

• Classe de originação – Indica que o assinante deve ser tarifado pela chama-
da. Normalmente, a chamada é cobrada do assinante chamador. Entretanto,
em alguns casos, é cobrada do assinante chamado.
Central Tandem • Índice de bilhetagem da mensagem – Atribuído para cada destino de chamada.
• Data e hora – O valor da tarifa varia sazonalmente com o horário e o dia.
Central de Trânsito IU • Número de serviços especiais – Chamada para serviços disponíveis ao as-
sinante, como auxílio à lista tefefônica.
Central Local

Os métodos de tarifação determinam como o sistema de comutação registra


os dados de tarifação e podem ser: tarifação por multimedição e tarifação por
Figura 8.13 bilhetagem automática.
Arquitetura da rede A rede local, responsável por conectar os assinantes de uma região à central tele-
de telefonia. fônica, é formada pelas redes primária e secundária (figura 8.14). 8.5.1  Tarifação por multimedição
Figura 8.14
Arquitetura da rede local. Cada assinante conectado a uma central possui um “contador” associado, que
é incrementado toda vez que se estabelece uma chamada. A incrementação do
contador ocorre com a geração de pulsos de tarifação, cujo período varia de acor-
do com o tempo de ligação, a distância entre os assinantes chamado e chamador
Rede Dupla Estrela
e a hora da chamada. Essa variação tem o nome de degrau tarifário. Existem três
tipos de pulsos por multimedição:

• Karlson puro (KP) – A partir do atendimento, em certo instante aleatório


t < T, é enviado o primeiro pulso ao assinante e progressivamente é enviado
mais um pulso a cada intervalo de tempo T (figura 8.15).

Figura 8.15
Representação do pulso KP.
Central
Armário (ponte de controle)
Caixa Terminal
Rede Alimentadora Rede de Distribuição
ou Primária ou Secundária Assinante
Atendimento

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• Karlson acrescido (KA) – No instante do atendimento, é enviado um pul- 8.6  Plano de numeração
so aleatório ao assinante. O próximo pulso da sequência é enviado normal-
mente ao contador do assinante (figura 8.16). Criado para identificação e acesso de um assinante na rede de telefonia pública
por meio de um código numérico único, é classificado em plano de numeração
Figura 8.16 nacional e plano de numeração internacional.
Representação do pulso KA.
O plano de numeração nacional divide nosso país em nove regiões, de 1 a 9, Figura 8.18
cada uma delas composta por um ou mais estados, abrangendo diferentes áreas Regiões e áreas
numéricas (figura 8.18). numéricas em telefonia.

Atendimento

• Karlson modificado (KM) – No instante do atendimento, é enviado um 95


96
pulso ao contador do assinante. O próximo pulso da sequência é anulado e
somente a partir do segundo pulso há incrementação do contador do assi-
nante (figura 8.17).
92
91 85
Figura 8.17 98
Representação 84
do pulso KM.
86 83
68 81
62
75 82
69 79
71
Atendimento
73
65
61

62 36
Atualmente, é aplicada a técnica KA. 33

67 34
8.5.2  Tarifação por bilhetagem automática 17 35 31
27
18 16 32
14 24
Nesse método, o sistema de comutação coleta informações detalhadas por cha- 19 21
45 15 11 12
mada no formato de bilhete AMA (automatic message account). O bilhete AMA 46 13
44
possui as seguintes informações: 43
42 41
47
49
• Número do assinante de origem. 48
• Número do assinante de destino. 54
55
• Duração da conversação (horas, minutos e segundos). 51
• Data (dia, mês e hora). 53
• Essas informações são interpretadas com base no código nacional dos assi-
nantes e prefixo das centrais, possibilitando estimar a distância por meio do
degrau tarifário e efetuar o cálculo da tarifação.

Em sistema de comutação, o responsável pela elaboração do bilhete AMA é o


bilhetador automático, cuja principal função é gerenciar os dados detalhados Cada área numérica é identificada por um dígito, não repetitivo, dentro de uma
de tarifação, bem como indicar os dispositivos de gravação ou a codificação região numérica. A figura 8.19 apresenta a região numérica 1, constituída pelo
adequada. Estado de São Paulo, com as respectivas áreas numéricas.

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eletrônica 5 CAPÍTULO 8

Figura 8.19 Os assinantes de uma central local são identificados por números, que podem
Região numérica 1 e Região Numérica possuir sete ou oito dígitos, com a seguinte formação:
respectivas áreas numéricas.
18 1 • Numeração com sete dígitos: ABC-MCDU.
16 • Numeração com oito dígitos: ABCD-MCDU.

ABC e ABCD representam o prefixo da central; MCDU, milhar, centena, de-


17 1
zena e unidade.
14 19
12 Por exemplo, um assinante localizado na cidade de Santos (São Paulo) será assim
identificado no plano nacional:
11
15
13 232-9214
13
Área Numérica
13 indica o código de área (região numérica 1, área numérica 3); 232-9214, o
número do assinante (prefixo da central 232, assinante 9214).

No plano de numeração internacional, cada país integrado à rede mundial


tem um código internacional próprio, formado por um, dois ou três dígitos.
As áreas numéricas são formadas por centrais telefônicas, que fazem parte da A numeração internacional é dividida em regiões de numerações correspon-
rede de telefonia pública nacional. Elas também recebem uma identificação nu- dentes aos continentes. A tabela 8.1 apresenta alguns exemplos de códigos
mérica, de três ou quatro dígitos, denominada prefixo da central. O primeiro internacionais.
algarismo do prefixo (o mais significativo) deve ser diferente de 0 e 1, pois estes
Tabela 8.1
são utilizados para outras finalidades. O prefixo não se repete dentro de uma País Código Exemplos de códigos
área numérica. A figura 8.20 ilustra as centrais dentro da área numérica 12.
internacionais.
Estados Unidos 1
Figura 8.20
Centrais localizadas na Alemanha 49
área numérica 12.
889
México 52

Suécia 46
884
Brasil 55
577
TS
Holanda 31
575
Japão 81
TS
Fonte:www.teleco.com.br

574 Por exemplo, um assinante localizado em Belo Horizonte (Minas Gerais) será
identificado no plano internacional como:
55 31 4640-3320

288 55 indica o código do país (Brasil); 31, o código de área (região numérica 3,
289 área numérica 1); 4640-3320, o número do assinante (prefixo da central 4640,
assinante 3320).

Os códigos de serviços especiais são números iniciados por 0 e 1 não atribu-


ídos aos assinantes. O algarismo 0 discrimina o fluxo de tráfego que se destina

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eletrônica 5 CAPÍTULO 8

para fora da área numérica (tráfego nacional e internacional) e o 1, os códigos 8.7  Sinalização telefônica
especiais, que, segundo o CCITT (Comitê Consultivo de Telefonia e Telegrafia
Internacional), devem ser compostos por três dígitos (1XY). O objetivo da sinalização é fornecer às centrais envolvidas em uma chamada as
informações necessárias para estabelecer a conexão, podendo ser:
O objetivo dos códigos especiais é proporcionar o acesso aos serviços e às infor-
mações de utilidade pública, designados por números curtos e de fácil memori- • entre terminais e central: aparelhos telefônicos públicos ou privados, equipa-
zação. Alguns serviços são gratuitos e outros tarifados. Exemplos no Brasil: mentos CPCT ou PABX;
• entre centrais.
a) Serviços especiais da operadora:
Há dois tipos de sinalização entre assinantes e centrais:
• 102: informações.
• 103: reclamações. • Sinalização de assinante: discagem decádica, discagem multifrequencial.
• 104: solicitação de serviços. • Sinalização acústica: tons diversos, campainhas.

b) Serviços de utilidade pública tarifados: Também há dois tipos de sinalização entre centrais – por exemplo, para chama-
das interurbanas:
• 130: hora certa.
• 134: despertador. • Associada a canal: sinalização de linha e de registro.
• 136: farmácias de plantão. • Sinalização por canal comum SS#7.

c) Serviços de emergência gratuitos: 8.7.1  Sinalização acústica


• 190: polícia. Tem a finalidade de emitir indicações aos assinantes sobre a conexão efetuada ou
• 192: atendimento móvel de urgência. a ser efetuada (figura 8.21). Exemplos:
• 193: bombeiros.
• 199: defesa civil. • Tom de discar – Sinal contínuo para avisar ao assinante que ele pode iniciar
a discagem do número.
As chamadas são classificadas em: • Corrente de toque – Sinal emitido para avisar ao assinante, pelo aciona-
mento da campainha, que há uma chamada para ele.
• Chamada local – Ocorre dentro de uma área numérica. • Tom de controle de chamada – Indica que a conexão foi completada e que
• Chamada de longa distância (DDD) – Ocorre entre áreas numéricas, den- o assinante B está sendo chamado. Figura 8.21
tro do mesmo país. O assinante chamador deve discar o prefixo nacional 0 • Tom de ocupado – Indica assinante ocupado, congestionamento, defeito ou Características dos tons
antes da identificação de destino, indicando à central que a chamada é para acesso negado. de sinalização acústica.
fora da sua área.
• Chamada internacional (DDI) – Ocorre entre países. O assinante chama- 25 Hz
25 Hz
25 Hz
dor deve discar o prefixo internacional 00 antes da identificação de destino,
indicando à central que a chamada é para fora do país. 1s 4s 250 ms 250 ms 750 ms 250 ms
1s 4s 250 ms 250 ms 750 ms 250 ms
1s 4s 250 ms 250 ms 750 ms 250 ms
Corrente de Toque Tom de Número Inacessível
Corrente de Toque Tom de Número Inacessível
Para possibilitar a escolha da operadora de serviço de telefonia, a Agência Na- Corrente de Toque Tom de Número Inacessível
cional de Telecomunicações (Anatel) designou um código de acesso para cada
operadora. Utilizado em chamadas de longa distância e internacionais, o código
de acesso deve ser discado depois do prefixo nacional 0 (DDD) ou internacional 1s 4s 50 ms 1000 ms
1s 4s 50 ms 1000 ms
00 (DDI). Exemplo de chamada DDD: 1s 4s
Tom de Controle de Chamada
50 ms 1000 ms
Tom de Aviso de Chamada em Espera
Tom de Controle de Chamada Tom de Aviso de Chamada em Espera
Tom de Controle de Chamada Tom de Aviso de Chamada em Espera
0XX81 295-3425

0 indica o prefixo nacional; XX, o código de acesso da operadora da região; 81, 250 ms
250 ms
250 ms
250 ms
125 ms
125 ms
125 ms
125 ms
o código de área (região numérica 8, área numérica 1); 295-3425, o número do 250 ms 250 ms
Tom de Ocupado
Tom de Ocupado
125 ms 125 ms
Tom de Aviso de Programação
Tom de Aviso de Programação
assinante (prefixo da central 295, assinante 3425). Tom de Ocupado Tom de Aviso de Programação

150 151
eletrônica 5 CAPÍTULO 8

8.7.2  Sinalização de linha 8.7.4  Protocolos de sinalização de linha


É a que estabelece a comunicação entre centrais nas linhas de junções (juntores), Há quatro tipos de protocolo:
agindo durante toda a conexão (figura 8.22). Envolve trocas de informações
relacionadas com os estágios da conexão e supervisão da linha de junção: • Corrente contínua.
• E&M pulsada.
• Inicia os procedimentos de ocupação e liberação de juntor. • E + M contínua.
• Informa a colocação e a retirada de fone no gancho do assinante (chamado • R2 digital.
Figura 8.22
para fins de tarifação).
Ligação de centrais
• Ocorre em todas as fases da chamada. Sinalização de linha por corrente contínua ou loop
com juntores.

É utilizada entre juntores interligados a dois fios para conexão entre centrais a
curta distância. Os diversos sinais são representados por presença de corrente
Sinal para Frente
elétrica com intensidade e sentido que variam de acordo com o tipo de sinal ou
ainda pela completa ausência de sinais.
A B
Figura 8.23
A figura 8.23 apresenta a sinalização de linha por corrente contínua entre duas
Juntor de Juntor de Sinalização de linha por
centrais eletromecânicas (XB).
Saída Entrada corrente contínua.

Originador Chamado

Sinal para Trás


Central A Central B

Conexão

8.7.3  Tipos de sinais de linha + -


R
OGT - +
Diferentes tipos de sinais de linha são trocados entre os juntores; cada sinal tem
um significado e aplicação. Sinais

Sinais para frente são aqueles em que a sinalização ocorre no sentido do assi-
nante chamador (A) para o chamado (B). Nessa situação, ocorrem os seguintes
sinais de linha: R = Variável de acordo ( + - )= Variável de acordo
com o sinal com o sinal

• Ocupação.
• Confirmação de ocupação.
• Rechamada.
• Desligar para frente ou desconexão.
Sinalização E&M pulsada
Sinais para trás ocorrem no sentido oposto:
É utilizada entre centrais interligadas a longa distância por sistema de mul­
• Atendimento. tiplexação e transmissão, devido à inviabilidade econômica da interligação a
• Confirmação de desconexão. dois fios.
• Desconexão forçada.
• Desligar para trás. Nos sistemas analógicos (figura 8.24), empregam-se juntores a seis ou sete
• Bloqueio. fios, quatro deles para conversação – dois para Tx e dois para Rx – e dois para
• Tarifação. sinalização de linha – um transmite os sinais de linha (fio M) e o outro os
• Falha. recebe (fio E).

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eletrônica 5 CAPÍTULO 8

Em centrais CPA, os circuitos que atendem a esse tipo de sinalização utilizam


FASE DA CHAMADA
dois canais para conversação – um para Tx e um para Rx – e um para sinalização
de linha, que envia e recebe a sinalização de até 30 canais de voz. OBSERVAÇÃO
DESIGNAÇÃO SENTIDO BITS DE
DO SINAL DO SINAL SINALIZAÇÃO
Figura 8.24 af bf ab bb
Juntores em sistemas
analógicos. Tronco livro 1 0 1 0
Juntor de Saída Juntor de Entrada
Ocupação → 0 0 1 0
TX RX Ocupação
de tronco Confirmação
← 0 0 1 1
de ocupação
RX TX
Chamada em
0 0 1 1
M E progresso

Atendimento
E M Sinal de atendimento ← 0 0 0 1
de chamada

Conversação 0 0 0 1

Pulso de
(150+30) MS em
Tarifação Sinal de tarifação ← 0 0 1 1
ab, que passa de
0 para 1
A tabela 8.2 apresenta a codificação de linha nessa sinalização.
Sinal de desligar
Tabela 8.2 para trás
← 0 0 1 1
2: Codificação E&M pulsada.
Sinal Duração dos pulsos Sentido

Ocupação Curta Para frente X = 0: A desliga


Atendimento Curta Para trás Sinal de desligar primeiro
→ 1 0 X 1
para frente X = 1: B desliga
Desligamento primeiro
Desligar para trás Longa Para trás de chamada
Desligar para frente Longa Para frente
Sinal de confirmação
← 1 0 1 1
Confirmação de de desconexão
Longa Para trás
desconexão
Sinal de desconexão
← 0 0 0 0
Desconexão forçada Longa Para trás forçada

Bloqueio Permanente Para trás Confirmação de


Situações → 1 0 1 1
desconexão forçada
Tarifação Curta Para trás
Rechamada Curta Para frente Sinal de bloqueio ← 1 0 1 1
Especiais
Curta duração: 150 ms ± 30 ms; longa duração: 600 ms ± 120 ms.
Sinal de falha → 1 1 1 0
Sinalização R2 digital Fonte: www.teleco.com.br
Tabela 8.3
Consiste na utilização de dois bits de sinalização para frente (af e bf) e dois bits Sinalização R2 digital.
de sinalização para trás (ab e bb). Esses bits são usados na troca de informações 8.7.5  Sinalização de registro
entre os juntores com enlace PCM e transmitidos por um intervalo, chamado
intervalo de sinalização (IT 16). É responsável pela troca de informações sobre os assinantes entre órgãos de con-
trole das centrais, por exemplo: número, tipo, condições etc. As informações
A tabela 8.3 apresenta a sinalização R2 digital. trocadas pela sinalização de registro são:

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eletrônica 5 CAPÍTULO 8

• Identificação do assinante chamado. Os caminhos usados pela sinalização e pelo tráfego de voz e dados são separados, Figura 8.26
• Estado operacional do assinante chamado. resultando no desmembramento da rede telefônica em duas: rede de sinalização Sinalização separada
• Categoria do assinante chamador. e rede de conexão de circuitos (figura 8.26). do canal de voz.
• Identificação do assinante chamador.
• Estado operacional dos órgãos envolvidos na chamada.

8.7.6  Sinalização associada a canal JS JE


Canal de Voz
As sinalizações de linha e de registro descritas anteriormente fazem parte da si- JE JS
nalização associada a canal (figura 8.25), uma vez que as informações de sina-
Figura 8.25 lização concorrem com o sinal de voz no mesmo espaço físico, ou seja, a sinali- Canal de Sinalização
zação utiliza os mesmos circuitos que posteriormente transportarão a voz. Controle Interface Interface Controle
Sinalização associada a canal. de Sinal de Sinal

Rec/Env Rec/Env
Juntor Voz | Registro | Linha Juntor
analógico analógico
O canal de sinalização separada do canal de voz apresenta as seguintes caracte-
rísticas:

Central A Central B • É um canal de dados entre as centrais.


• Emprega protocolo de comunicação digital, baseado no modelo OSI (open
Rec/Env Rec/Env system interconnection).
31 30 17 16 15 2 1 0
Juntor Juntor • Não precisa utilizar o mesmo caminho dos canais de áudio.
digital digital
• Pode ocupar qualquer um dos canais do tronco digital, exceto o zero, que
transporta informação de sincronismo.
Central A Central B • Normalmente é usado o canal 16 de um dos troncos de 2 Mbps para trans-
portar informações de sinalização.
Sinal de Linha • O ITU-T padronizou um sistema de sinalização por canal comum denomi-
Sinal de Registro + Voz
nado sistema no 7 (SS#7), que é o sistema adotado no Brasil.

A rede de sinalização por canal comum é independente da rede de telefonia, e os


A sinalização associada a canal apresenta as seguintes desvantagens: sinais são transferidos utilizando comutação de pacotes (64 kbps). Cada compo-
nente da rede de sinalização SS#7 é chamado de ponto de sinalização, com três
• Cada enlace transporta a sinalização referente a seu(s) próprio(s) circuito(s). funções básicas:
Não é possível o envio de códigos por um enlace relacionado a canais de voz
de outro enlace. • Enviar e receber as informações (corresponde às centrais de comutação te-
• Os códigos formados por pares de frequências formam um quadro limitado lefônica).
de significados, todos eles telefônicos. Isso impossibilita o envio de informa- • Rotear ou transferir as informações.
ção não relativa ao tratamento de chamada (dados). • Permitir o acesso a banco de dados centralizados.
• Tratamento sequencial: completar uma chamada requer numerosas trocas.
• Sinalização dentro da banda de voz, impossibilitando sinalizar em con- Essas funções definem os tipos de pontos de sinalização:
versação.
• Service switching point (SSP) ou ponto de serviço (PS) – Corresponde
8.7.7  Sinalização por canal comum às centrais de comutação. Essas centrais geram as mensagens de sinalização
telefônica que devem ser transmitidas de um SSP para outro.
Os sistemas que utilizam esse tipo de sinalização contêm um canal de comu- • Signal transfer point (STP) ou ponto de transferência de sinalização
nicação dedicado à sinalização, interligando os sistemas de processamento das (PTS) – Responsável pelo roteamento das mensagens de sinalização entre os
centrais envolvidas na conexão, independentemente dos outros canais existentes SSPs. Não tem função de comutação de áudio, embora muitos equipamen-
para o transporte de voz e dados comutados. tos possam executar tanto a função de STP como de SSP.

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eletrônica 5 CAPÍTULO 8

• Service control point (SCP) – Corresponde aos bancos de dados que po- Figura 8.28
dem ser acessados pelos demais pontos da rede para obter informações ne- Modos de operação da
cessárias para disponibilizar serviços mais elaborados. rede de sinalização SS#7.
Central 1 Central 2
Cada ponto da rede de sinalização possui um endereço chamado point code. É o
point code que permite que um ponto da rede acesse outro ponto. Para isso, o
Modo Associado
Figura 8.27
Arquitetura da rede
sistema insere em cada mensagem enviada o endereço correspondente ao ponto
de sinalização SS#7.
de destino que se deseja acessar (figura 8.27). Enlace de Sinalização
Enlace de Voz

SCP

STP
SSP SSP

STP STP

SSP SSP
Central 1 Central 2
Modo Não associado

SSP SSP

STP STP
SSP SSP

SCP

A rede SS#7 possui três modos de operação (figura 8.28):

• Modo associado – As mensagens de sinalização entre duas centrais são


transportadas em uma rota que consiste de um enlace direto entre as duas
centrais.
• Modo não associado – A rota de sinalização entre duas centrais é composta
por mais de um enlace de sinalização. Um ou mais STPs são usados para
transferência do tráfego de sinalização. Além disso, o caminho percorrido
pela mensagem não é único, ou seja, existem várias alternativas para a sina-
lização (o caminho não é predeterminado).
• Modo quase associado – Modo particular do não associado.

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