Você está na página 1de 292

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Tecnologia e Ciências


Programa de Pós-Graduação em Gestão e Regulação
de Recursos Hídricos (PROF-ÁGUA)

Vera Lúcia Teixeira

Análise da integração dos principais atores nos processos de decisão da bacia do rio
Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015

Rio de Janeiro
2018
Vera Lucia Teixeira

Análise da integração dos principais atores nos processos de decisão da bacia do rio
Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015

Dissertação apresentada, como requisito parcial para


obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-
Graduação em Mestrado Profissional em Rede
Nacional em Gestão e Regulação de Recursos
Hídricos, da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Área de concentração: Governança e
Regulação de Recursos Hídricos.

Orientadora: Profª Drª. Fátima Kzam Damaceno de Lacerda


Coorientadora:Profª Drª Fátima Teresa Braga Branquinho

Rio de Janeiro
2018
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/C

T266 Teixeira, Vera Lucia.


Análise da integração dos principais atores nos processos de
decisão da bacia do rio Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-
2015 / Vera Lucia Teixeira. – 2018.
92 f.: il.

Orientador: Fátima Kzam Damaceno de Lacerda.


Coorientadora: Fátima Teresa Braga Branquinho.
Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Centro de Tecnologia e Ciências.

1. Recursos hídricos – Administração – Brasil, Sudeste – Teses.


2. Abastecimento de água – Legislação – Brasil, Sudeste – Teses. 3.
Bacias hidrográficas – Administração – Brasil, Sudeste – Teses. 4.
Paraíba do Sul, Rio, Bacia – Teses. I. Lacerda, Fátima Kzam
Damaceno de. II. Branquinho, Fátima Teresa Braga. III.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Centro de Tecnologia e
Ciências. IVI. Título.

CDU 556.18(815)
Bibliotecária responsável: Taciane Ferreira da Silva / CRB-7: 6337

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
dissertação, desde que citada a fonte.

______________________________________ ______________________
Assinatura Data
Vera Lucia Teixeira

Análise da integração dos principais atores nos processos de decisão da bacia do rio
Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015

Dissertaçãoapresentada, como requisito parcial para


a obtenção do título de mestre, ao Programa de Pós-
Graduação em Mestrado Profissional em Rede
Nacional em Gestão e Regulação de Recursos
Hídricos, da Universidade Estadual do Rio de
Janeiro. Área de concentração: Regulação e
Governança de Recursos Hídricos.

Aprovada em 16 de agosto de 2018


Banca Examinadora:
_________________________________________________________
Prof.a Dra. Fátima Kzam Damaceno de Lacerda (Orientadora)
Instituto de Química da UERJ

________________________________________________________
Prof.a Dra. Fátima Teresa Braga Branquinho
Departamentode Ciências Sociais e Educação da UERJ

________________________________________________________
Prof.Dr Andre Luis de Paula Marques
UNESP- Universidade Estadual Paulista – Campus Guaratingueta

________________________________________________________
Prof.a Drª . Claudia Hamacher
Departamento de Oceanografia da UERJ

Rio de Janeiro
2018
AGRADECIMENTOS

À meus pais Joaquim Mauricio Teixeira e Laudelina Vaz Teixeira e ao professor e


amigo Sr. Elio Gouveia “in memoriam”, por ter me incentivado a perseguir meus sonhos.
E aos meus familiares e amigos, pelo apoio em todos os momentos, em especial, à
minha irmã Vilma Maria Maurício e as minhas sobrinhas, por preparar minhas refeições e
pela paciência em cuidar de mim e das minhas coisas enquanto eu escrevia e ao meu irmão
Vanderlei Mauricio Teixeira, que mesmo no leito me incentiva a continuar a escrever.
À direção do CEIVAP nos dois últimos biênios, em especial, à Maria Aparecida
Vargas e Eduardo Schlaepfer Ribeiro Dantas, por terem intercedido para que eu recebesse o
auxílio financeiro que tornou possível fazer o mestrado na UERJ.
Ao pessoal do Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação
Hidráulica do Comitê de Integração da Bacia do Rio Paraíba do Sul por me permitir escrever
suas ações e atitudes no enfrentamento da escassez hídrica de 2014 e 2015, na bacia do Rio
Paraíba do Sul.
Ao Programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação dos
Recursos Hídricos – ProfÁgua, projeto CAPES/ANA AUXPE nº 2717/2015, pelo apoio téc-
nico científico aportado até o momento.
Aos meus amigos e colaboradores da Unidade Descentralizada – UD1, Paulo Eugenio
Barros, pela presteza em me atender e corrigir meus textos; ao Leonardo Guedes Barbosa, por
me auxiliar na elaboração das tabelas e gráficos; à Roberta Coelho Machado de Abreu, por
cuidar da minha agenda.
Aos meus colaboradores da AGEVAP, em especial, André Luís de Paula Marques, por
me ajudar a vencer mais uma etapa da minha vida, e ao pessoal do SIGA-CEIVAP, em
especial, Ronald Souza Miranda Oliveira Costa, por me ajudar na coleta dos dados.
Às minhas amigas: Flavia Cristina Cordovil de Almeida Pires, Maria Consolação
Magalhães e Nilza Macaio, por ler e reler todas as minhas versões e sugerir mudanças, e à
Maria do Carmo Silva e Raquel Brazilina de Almeida, por me incentivar nesta caminhada.
E meu amigo João Gomes, presidente do Comitê Baixo Paraiba do Sul e Itabapoana,
por me atualizar com informações sobre a região foz do Paraíba.
À minha orientadora, Fátima Kzam Damaceno de Lacerda, à coorientadora, Fátima
Teresa Braga Branquinho, e ao Coordenador do Curso ProfÁgua/UERJ, Friedwich Wilhelm
Hermes e à professora Claudia Hamacher, pela sabedoria em lidar com minhas limitações e
incentivar o meu crescimento.
Nós somos água; e talvez a gente esteja perdendo tanto da nossa integridade como humanos,
da nossa memória ancestral, a ponto de não mais nos reconhecermos como água, olhando para
ela como uma coisa fora de nós.
Ailton Krenak, líder indígena e artista visual
RESUMO

TEIXEIRA, Vera Lúcia. Análise da integração dos principais atores nos processos de
decisão da bacia do rio Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015. 2018. 92 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos
Hídricos) - Centro de Tecnologia e Ciências, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2018.

Este trabalho possui como objetivos descrever e avaliar a integração dos principais
atores participantes dos processos de decisão da bacia do rio Paraíba do Sul no período de
escassez hídrica de 2014-2015. Para tal, foram realizadas pesquisa bibliográfica da legislação
preexistente e análise documental das reuniões do Grupo de Trabalho Permanente de
Acompanhamento da Operação Hidráulica (GTAOH) do Comitê de Integração da Bacia do
rio Paraíba do Sul (CEIVAP) e as resoluções e documentos gerados neste período pela
Agência Nacional de Água (ANA) e demais atores envolvidos no processo. Os dados
empíricos foram interpretados sob a ótica da Teoria Ator-Rede, proposta por Bruno Latour, na
qual atores humanos não humanos estão envolvidos na produção dos fatos através de uma
rede sociotécnica. Este estudo se faz necessário devido à reduzida contribuição da gestão
participativa e a ausência de relatos sobre as decisões tomadas pelos atores da bacia do rio
Paraíba do Sul, a fim de garantir os diversos usos dos recursos hídricos no período de
escassez hídrica. Pretende-se, portanto, contribuir para a gestão participativa dos Recursos
Hídricos e suas políticas públicas, especialmente em períodos de escassez hídrica.

Palavras-chave: Governança de recursos hídricos. Gestão participativa. CEIVAP. Falta de


água. Rede sociotécnica.
ABSTRACT

TEIXEIRA, Vera Lúcia. Análise da integração dos principais atores nos processos de
decisão da bacia do rio Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015. 2018. 92 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos
Hídricos) - Centro de Tecnologia e Ciências, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2018.

This paper aims to describe and evaluate the integration of the main actors involved in
the decision processes of the Paraíba do Sul River Basin in the 2014-2015’s period of water
scarcity. For such purpose, bibliographical research was be carried out on pre-existing legisla-
tion and documentary analys of the meetings of the Permanent Working Group on Hydraulic
Operation Monitoring (GTAOH, acronym in Portuguese) of the Integration Committee of the
Paraíba do Sul River Basin (CEIVAP) and there resolutions and documents generated in this
period by the National Water Agency (ANA) and other actors involved in the process, and the
empirical data will be interpreted from the view point of the Actor-Network Theory, proposed
by Bruno Latour, which human and not human actors are involved in the production of the
facts through a socio technical network. This study is necessary due to the reduced contribu-
tion participatory management and the lack of reports on the decisions taken by the actors of
the Paraíba do Sul River Basin, in order to guarantee the diverse uses of water resources in a
period water scarcity. It is intended, therefore, to contribute to the participatory management
of Water Resources and its public policies, especially in a period of water scarcity.

Keywords: Water Resources Governance. Participatory Management. CEIVAP. Lack of wa-


ter. Sociotechnical Network.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Bacias hidrográficas brasileiras...................................................................... 19


Figura 2 – Regiões hidrográficas do Rio de Janeiro........................................................ 22
Figura 3 – Localização da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul................................ 33
Figura 4 – Municípios integrantes da região hidrográfica do Médio Paraíba do Sul....... 35
Quadro 1 - Aplicação de recursos na região do Médio Paraíba do Sul – 2008-2017....... 36
Figura 5 - Área de atuação do Comitê Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana.................... 38
Figura 6 - Região hidrográfica II: bacia hidrográfica dos rios Guandu, da Guarda e
Guandu Mirim............................................................................................... 40
Figura 7 - Localização dos reservatórios na Bacia do rio Paraíba do Sul....................... 41
Figura 8 - Diagrama esquemático do Sistema Hidráulico do rio Paraíba do Sul............ 42
Figura 9 - Rio Paraíba do Sul e a transposição para o rio Guandu ................................ 43
Figura 10 - Mapa da transposição .................................................................................... 44
Quadro 2 - Características dos reservatórios da Bacia do rio Paraíba do Sul.................. 45
Figura 11 - Foto do Reservatório Funil ........................................................................... 45
Figura 12 - Foto do Reservatório Funil ........................................................................... 46
Gráfico 1 – Registro do armazenamento equivalente do rio Paraíba do Sul de 1993 a
2017............................................................................................................... 47
Quadro 3 - Registro mínimo do Reservatório Equivalente 2013 a 2017.......................... 48

Quadro 4 - Resoluções da ANA período de 2003 a 2014................................................. 61

Quadro 5 Resoluções da ANA período de 2015............................................................. 63

Gráfico 2 – Vazões defluência em Santa Ceciclia em 2014 ............................................. 64


Gráfico 3 – Vazões dos reservatórios em 2014................................................................ 65
Gráfico 4 – Vazões defluência em Santa Ceciclia em 2015 ............................................ 65
Gráfico 5 – Vazões dos reservatórios em 2015 ................................................................ 66
Gráfico 6 – Porcentagem utilizada do Volume Útil do Reservatório Equivalente ao
longo dos meses nos anos de 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017....................... 67
Gráfico 7 – Porcentagem utilizada do volume útil do Reservatório Equivalente no ano
de 2013........................................................................................................... 68
Gráfico 8 – Porcentagem utilizada do volume útil do Reservatório Equivalente no ano
de 2014 .......................................................................................................... 68
Gráfico 9 Porcentagem utilizada do Volume Útil do Reservatório Equivalente no ano
de2015.......................................................................................................... 69
Gráfico 10 Porcentagem utilizada do Volume Útil do Reservatório Equivalente no ano
de2016 ......................................................................................................... 69
Gráfico 11 Porcentagem utilizada do Volume Útil do Reservatório Equivalente no ano
de2016 ......................................................................................................... 70
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGEVAP Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul
ANA Agência Nacional de Águas
CBHs Comitês de Bacias Hidrográficas
CBH-BPSI Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana
CBH-PS Comitê da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul
CBH-R2R Comitê da Bacia Hidrográfica Rio Dois Rios
CEIVAP Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
CERH-RJ Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Rio de Janeiro
CFURH Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos para geração de
Energia
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos
COMPÉ Comitê da Bacia Hidrográfica dos dois afluentes mineiros dos rios Pomba e Mu
riaé
COPPE Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia
DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica
DIGAT Diretoria de Gestão das Águas e Território do Instituto Nacional do Ambiente
FUNDRHI Fundo de Recursos Hídricos
GTAOH Grupo de Trabalho de Acompanhamento das Operações Hidráulicas
IGAM Instituto Mineiro de Gestão das Águas
INEA Instituto Estadual do Ambiente
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico
PERHI-RJ Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro
PSA Pagamento por Serviços Ambientais
SEGRHI Sistema Estadual de Gerenciamento e Recursos Hídricos
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
MMA Ministério do Meio Ambiente
UENF Universidade Estadual Norte Fluminense
UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................... 15
1.1 Os caminhos da gestão de recursos hídricos no Brasil..................................... 15
1.2 Os caminhos da gestão de recursos hídricos no estado do Rio de Janeiro...... 18
1.3 O conceito de comando e controle no âmbito da gestão de recursos hídricos
no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro............................................................. 21
1.4 A Teoria Ator-Rede e sua contribuição para a interpretação do problema... 25
2 O CONTEXTO DO ESTUDO: A BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL....... 29
2.1 O Comitê de Integração da Bacia do rio Paraíba do Sul 1996-2017............... 29
2.2 O Comitê do Médio Paraíba do Sul (2008-2017)............................................... 31
2.3 O Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana
(2009-2017)............................................................................................................ 33
2.4 O Comitê de Bacia Hidrográfica dos rios Guandu, da Guarda e Guandu
Mirim..................................................................................................................... 35
2.5 O Sistema do rio Paraíba do Sul e a importância da operacionalização e da
regulamentação dos reservatórios...................................................................... 37
2.6 Capacidade dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul......................... 40
2.7 A importância da geração de energia para a gestão de recursos hídricos...... 44
3 METODOLOGIA............................................................................................... 47
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 50
4.1 Relatos sobre a escassez hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul – (período
2003-2014-2015), o papel do CEIVAP e a criação do GTAOH........................ 50
4.2 Legislação gerada pela ANA para bacia do Rio Paraíba do Sul – 2014-
2017........................................................................................................................ 56
4.2.1 Resoluções da ANA sobre a redução da vazão mínima afluente à barragem de
Santa Cecília -2014 e as defluências dos reservatórios Paraibuna, Santa Branca,
Jaguari, Funil no período de 2003 - 2014 -2015.................................................... 57
4.2.2 Representações gráficas das resoluções geradas em 2014-2015pela ANA, com
análise do GTAOH/CEIVAP................................................................................. 60
4.3 A escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul - Período 2013-2017......... 62
4.4 Atuação dos diversos atores no GTAOH/CEIVAP na crise hídrica 2014-
2015, sob a ótica da Teoria Ator-Rede de Bruno Latour (1994)...................... 66
4.5 A Gestão do CEIVAP e outros na escassez hídrica de 2014-2015................... 72
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 73
REFERÊNCIAS................................................................................................... 75
APÊNDICE A - Relato da análise das Atas no período de 2014-2015............... 90
APÊNDICE B - Roteiro para filmagem............................................................... 91
ANEXO A - Plano de Ações Complementares para a Gestão da Crise Hídrica
na Bacia do rio Paraíba do Sul............................................................................... 92
12

INTRODUÇÃO

O Brasil é um país considerado rico em quantidade de água. Há 20 anos possui uma lei
Federal conhecida como a lei das águas, a 9433/97, mas, apesar do grande avanço, existem
ainda alguns desafios a serem enfrentados, uma vez que a distribuição hídrica no território
nacional é desigual: “Em termos globais o Brasil possui grande oferta de água. Esse recurso
natural, entretanto, encontra-se distribuído de forma heterogênea no território nacional [...]
205.000 m3/s estão localizados na bacia do rio Amazonas, [...] restando para o restante 55.000
m3/s[...]” (BRASIL, 2016, p.23).
A bacia do rio do Paraíba do Sul sofreu sérios problemas de escassez hídrica no perí-
odo de 2014-2015, o que afetou a sua qualidade da água. O CEIVAP é um Comitê Federal,
composto por 184 municípios, divididos em três estados da Federação: São Paulo (SP), Minas
Gerais (MG) e Rio de Janeiro (RJ), com o objetivo de fazer a gestão dos recursos hídricos e a
implementação dos instrumentos da forma que preconiza a lei das águas, a 9433/97. A maio-
ria dos municípios não possui tratamento de esgoto. O Estado do Rio de Janeiro instituiu a
gestão de Recursos Hídricos através das Leis Estaduais 3239/99 e da 4247/08, possui nove
Comitês Estaduais, sendo que quatro destes estão na bacia do rio Paraíba do Sul.
As informações externadas nesse texto trazem bastante da minha vida, pois nasci às
margens do rio Paraíba do Sul e até hoje vivo próximo de suas margens. O rio sempre me
encantou. Venho de movimentos sociais na década de setenta e na década de oitenta comecei
a participar de movimentos ambientais e, em todos os grupos que participei, desenvolvíamos
ações para recuperação do rio Paraíba do Sul. Com a constituição de 1988, que amplia os mo-
vimentos sociais e ambientais, a criação do CEIVAP, em 1996, que começa a trabalhar a inte-
gração dos rios estaduais com o rio federal, e com a criação da Lei 9433/97, que descentraliza
a gestão das águas e esta passa a ter valor econômico, começo a participar do CEIVAP e vejo
uma oportunidade de lutar pela recuperação do rio Paraíba do Sul de forma mais efetiva. E, ao
longo desses anos, tivemos muitos avanços e ainda temos muitos desafios a enfrentar, como
descrevo nos primeiros capítulos. O mestrado do ProfÁgua me abriu uma oportunidade de
descrever esta vivência; sobre a forma como os comitês de bacia hidrográfica funcionam, e
de que maneira conseguiram superar uma crise hídrica.
Estas informações serão delimitadas sobre a ótica da Teoria Ator-Rede, proposta pelo
sociólogo Bruno Latour em quatro de suas obras: Jamais fomos modernos (1994), A vida de
13

laboratório(1997), Reagregando o social (2012) e Cogitamus (2016), buscando uma análise


da integração dos principais atores nos processos de decisão na escassez hídrica da Bacia do
rio Paraíba do Sul, 2014-2015. Assim, a dissertação buscará descrever de que forma os órgãos
responsáveis pela gestão das águas da bacia do rio Paraíba do Sul conduziram a crise hídrica
no período de 2014-2015.
O CEIVAP criou o Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação
Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba - GTAOH, com objetivo de discutir a operação hidráulica
da bacia, formado por diferentes atores da bacia do rio Paraíba do Sul. Este grupo foi criado
na sua primeira escassez hídrica, em 2003, na qual a vazão do volume médio do rio Paraíba
do Sul chegou a ser idêntica à vazão registrada pelo ONS no ano de 1955, e esta crise foi su-
perada no próprio ano, tendo riquíssima contribuição do GTAOH, que, de forma participativa,
com os órgãos gestores dos três estados que compõem a bacia do rio Paraíba do Sul, realizou
a gestão dos reservatórios e diminuiu a vazão transposta para o rio Guandu.
Nesse período, a ANA, com as contribuições do GTAOH, elaborou a Resolução 211,
que controlou as vazões defluentes dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul e a trans-
posição da água em Santa Cecília, para abastecer a região metropolitana do Rio de Janeiro e a
vazão defluente de Pereira Passos, que garante os diversos usos até a foz. A crise hídrica vi-
vida em 2003 acabou não sendo escrita, as situações vivenciadas só estão registradas nas atas
das reuniõesdo GTAOH/CEIVAP e na memória de quem participou. Na escassez de 2014-
2015, no ano de 2014, eu ocupava a vice-presidência do CEIVAP, onde participei ativamente
de todas as reuniões do GTAOH no enfretamento da crise hídrica.
Em 2016, a ANA lançou o mestrado profissional em rede nacional em Gestão e Regu-
lação de Recursos Hídricos, o ProfÁgua, buscando o empoderamento dos partícipes dos Co-
mitês de Bacia e o registro de experiências exitosas. Atualmente, a experiência do GTAOH
tem sido copiada por outras regiões do país, que vêm sofrendo com a escassez hídrica. Desta
forma, na busca de registrar tal experiência, minha proposta para o mestrado foi escrever so-
bre ela, para que a experiência não se perca ao longo dos tempos.
Esta dissertação tem por objetivo geral analisar a gestão de recursos hídricos da Bacia
do rio Paraíba do Sul no período de escassez hídrica 2014-2015 e como objetivos específicos:
levantar dados de disponibilidade hídrica para os diversos usos na bacia hidrográfica do rio
Paraíba do Sul, entre o Reservatório do Funil e a Foz, no período de escassez hídrica 2014 e
2015; relatar o processo de gestão ocorrido neste período, as ações realizadas e as propostas
14

para superar as dificuldades da crise hídrica; interpretar os dados empíricos sob a ótica da
Teoria Ator-Rede proposta por Bruno Latour (1994, 1997, 2012, 2016).
Para melhor compreensão do problema, o texto será desenvolvido da forma descrita a
seguir. No Capítulo 1, será apresentada uma revisão da literatura sobre a gestão de recursos
hídricos no Brasil e no Rio de Janeiro, bem como sobre as contribuições que a Teoria Ator-
Rede pode trazer para o presente estudo. O Capítulo 2 situará o leitor no contexto do estudo: a
bacia do rio Paraíba do Sul. Os caminhos metodológicos serão apresentados no Capítulo 3.
No Capítulo 4 serão apresentados os resultados e as discussões. Esta dissertação conta ainda
com dois apêndices: o primeiro expõe a transcrição das atas do GTAOH analisadas, com des-
taque para os registros sobre a escassez hídrica no período 2014-2015, e o segundo o roteiro
da filmagem do documentário que será realizado sobre esse tema.
15

1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 Os caminhos da gestão de recursos hídricos no Brasil

A água, apesar de ser um recurso abundante no Brasil, não se encontra distribuída de


forma homogênea. Segundo o informe 2016 da conjuntura de recursos hídricos (BRASIL,
2016, p. 23): “Passam pelo território brasileiro, em média, cerca 260.000 m3/s de água, dos
quais 205.000 m3/s estão localizados na bacia do rio Amazonas, restando para o restante do
território 55.000 m3/s de vazão média.”
Na busca de implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos e estabelecer uma
base organizacional por bacias hidrográficas como unidade de gerenciamento, o Conselho
Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), através da Resolução 32, de 15 de outubro de 2003,
estabeleceu a divisão hidrográfica conforme mostra a Figura 1:

Figura 1 - Bacias hidrográficas brasileiras

Fonte: CERQUEIRA e FRANCISCO, [ s.d]. Bacias hidrográficas do Brasil.


16

No entanto, a Gestão das Águas no Brasil, buscando a preservação, proteção e o seu


devido uso, já acontece há algum tempo. Podemos perceber isso pela evolução dos decretos e
leis que foram editados no país, como o código das águas, Decreto 24.643 de 10 de julho de
1934, no livro II, Aproveitamento das Águas, Título I, Águas comuns de todos, Capítulo Úni-
co, no artigo 34, que registra: “É assegurado o uso gratuito de qualquer corrente ou nascente
de águas, para as primeiras necessidades da vida, se houver caminho público que a torne aces-
sível”. E, no artigo 35: “Se não houver este caminho, os proprietários marginais não podem
impedir que os seus vizinhos se aproveitem das mesmas para aquele fim, contanto que sejam
indenizados dos prejuízos que sofrerem com o trânsito pelos seus prédios” (BRASIL, 1934).
NaConstituição Federal, promulgada em 1988,em seu Capítulo II, intitulado “Da Uni-
ão”, artigo 21, inciso XIX, a preocupação com a gestão das águas se faz presente:“Instituir
sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direi-
to de uso” (BRASIL, 1988, p. 20). E, em seu Capítulo VI, "Do meio ambiente", artigo 225,
ressalta-se o parágrafo que afirma que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem pelo uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para aspresentes e futu-
ras gerações” (BRASIL, 1988, p. 99-100).
Podemos perceber, então, que a Constituição Federal começa a desenhar a Gestão de
Recursos Hídricos no Brasil. Quase dez anos depois, em janeiro de 1997, com a publicação da
Lei 9433, acontece a regulamentação da Política Nacional de Recursos Hídricos, com várias
inovações, tendo alguns princípios fundamentais básicos, destacados em seu artigo primeiro,
como:
I- a água é um bem de domínio público; II- a água é um recursonatural limitado; do-
tado de valor econômico; III- em situação de escassez, o uso prioritário dos recursos
hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV- a gestão dos recur-
sos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplos das águas; V- a bacia hidro-
gráfica e a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e a atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI- a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participa-
ção do poder público, dos usuários e das comunidades (BRASIL, 2001, p. 11).

O artigo quinto apresenta alguns instrumentos para implementação da lei, como: “I- o
plano de Recursos Hídricos; II- o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os
usos preponderantes da água; III- a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; IV- a
cobrança pelos recursos hídricos e VI- o sistema de informações sobre recursos hídricos”
(BRASIL, 2001, p. 12).
17

Em 1998, acontece a regulamentação do CNRH, através do decreto 2612, de 3 de ju-


nho de 1998, um órgão consultivo e deliberativo. Dentre suas atribuições, descritas no artigo
primeiro e seus incisos, destacamos:
I – promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamen-
tos nacional, regionais, estaduais de Recursos Hídricos; II – arbitrar, em última ins-
tância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos
Hídricos; III – deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos,
cujas repercussões extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados; IV –
deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos Es-
taduais de Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia hidrográfica; V – analisar
propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e a Política Na-
cional de Recursos Hídricos; VI – estabelecer diretrizes complementares para im-
plementação da Política Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VII – a-
provar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer cri-
térios gerais para a elaboração de seus regimentos; VIII – deliberar sobre os recursos
administrativos que lhe forem interpostos; IX – aprovar o Plano Nacional de Recur-
sos Hídricos; X – acompanhar a execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos e
determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas metas; XI – estabe-
lecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a
cobrança por seu uso; XII – aprovar o enquadramento dos corpos de água em clas-
ses, em consonância com as diretrizes do Conselho Nacional do Meio Ambiente –
CONAMA e de acordo com a classificação estabelecida na legislação ambiental
(BRASIL, 2001, p. 29-30).

Em 17 de julho de 2000 é criada a ANA, pela lei 9984, com a responsabilidade de fa-
zer a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos. O artigo terceiro define sua
autonomia e vinculação com Ministério de Meio Ambiente (MMA).
Fica criada a Agência Nacional de Águas - ANA, autarquia sob regime especial,
com autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambi-
ente, com a finalidade de implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Na-
cional de Recursos Hídricos, integrando o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (BRASIL, 2001, p.36).

A ANA possui diversas atribuições, como outorgar, fiscalizar os usos dos recursos hídri-
cos, elaborar estudos técnicos para subsidiar a definição, pelo CNRH, dos valores a serem
cobrados pelo uso da água bruta para fins econômicos nas bacias hidrográficas, estimular e
apoiar as iniciativas voltadas para a criação de comitês de bacia hidrográfica e várias outras.
Consideramos que a gestão de recursos hídricos, no contexto brasileiro, foi bem dese-
nhada, mas apresenta-se um pouco lenta sua efetivação, se levarmos em consideração que a
lei 9433/97 está fazendo 20 anos e ainda não foi plenamente instalada em todo território brasi-
leiro. A cobrança pelo uso dos recursos hídricos, por exemplo, não é praticada em todo terri-
tório e tampouco o enquadramento dos corpos de água em classes tem sido praticado, nas
áreas onde já existe a cobrança.
18

1.2 Os caminhos da gestão de recursos hídricos no estado do Rio de Janeiro

O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro (PERHI-RJ) foi


elaborado pelo laboratório de hidrologia da COPPE-UFRJ, com apoio da Fundação Coppetec,
com recursos do Fundo de Recursos Hídricos (FUNDRHI), sob a supervisão da Diretoria de
Gestão das Águas e Território do Instituto Nacional do Ambiente (DIGAT/INEA) e aprovado
pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Rio de Janeiro (CERH/RJ), pela Resolução
107/2003: “As Regiões Hidrográficas – RHs são unidades territoriais de gestão dos recursos
hídricos e de gestão ambiental em geral. Em cada RH, o INEA1 tem uma Superintendência
Regional” (ROMANO et al., 2014, p. 11).
O Estado foi dividido em nove regiões hidrográficas, conforme apresentado na Figura
2, abaixo:

Figura 2 - Regiões hidrográficas do Rio de Janeiro

Fonte: INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE, 2014.

No Estado do Rio de Janeiro, a Política Estadual de Recursos Hídricos foi instituída


pela Lei 3239, em 02 de agosto de 1999. Conforme é definido em seu caput, a referida lei

1
O INEA foi instalado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 12 de Janeiro de 2009, através do Decreto
nº 41.628, a partir da fusão de três órgãos: Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (FEEMA),
Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) e Instituto Estadual de Florestas (IEF). Essa entidade
desempenha a função de executar as políticas estaduais do meio ambiente, de recursos hídricos e de recursos
florestais adotadas pelos Poderes Executivo e Legislativo do Estado (INEA, s/d).
19

“Institui a Política Estadual de Recursos Hídricos; cria o Sistema Estadual de Gerenciamento


de Recursos Hídricos; regulamenta a Constituição Estadual, em seu artigo 261, parágrafo 1 o,
inciso VIII; e dá outras providências” (ROMANO et al., 2014, p. 47).
A Política Estadual não difere da Política Nacional que possui como princípio em seu
artigo primeiro: “A água é um recurso essencial à vida, de disponibilidade limitada, dotada de
valores econômico, social e ecológico, que, como bem de domínio público, terá sua gestão
definida através da Política Estadual de Recursos Hídricos” (ROMANO et al., 2014, p. 47). O
fundamento enfatiza a descentralização das decisões com a participação dos três setores (pú-
blico, usuários e sociedade civil) e o acesso à água como um direito de todos e, em situação
de escassez, prioriza o uso para consumo humano e a dessedentação de animais. Além disso,
possui como instrumentos: o Plano Estadual de Recursos Hídricos, o Programa de Conserva-
ção e Revitalização; o Plano de Bacia Hidrográfica, o enquadramento dos corpos de água, a
outorga, a cobrança e o Sistema Estadual de Informação. Esta lei cria o Fundo Estadual de
Recursos Hídricos (FUNDRHI), no qual os recursos arrecadados com a cobrança serão apli-
cados na região ou na bacia hidrográfica em que foram gerados.
Na Seção III, no artigo 52, éregistrada adefinição dos Comitês de Bacia Hidrográfica
(CBHs): “[...] são entidades colegiadas com atribuições normativa,deliberativa e
consultiva, reconhecidas e qualificadas por ato do poder executivo, mediante pro-
posta do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI)” (ROMANO et al.,
2014, p. 65).

A Secção IV, artigo 56, define o papel das Agências de Água: “[...] são entidades exe-
cutivas, com personalidade jurídica própria, autonomia financeira e administrativa, instituídas
e controladas por um ou mais Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs)” (ROMANO et al.,
2014, p. 67). É importante enfatizar que, apesar da lei definir as Agências de Água, com todas
estas funções, instituídas e controladas pelos comitês, isso de fato ainda não acontece dessa
forma. O contrato é celebrado pelo INEA, com anuência dos comitês. Atualmente, na Bacia
do rio Paraíba do Sul, por exemplo, tem-se um único contrato assinado para os quatro comitês
da Bacia. Nesse contrato, se define algumas atividades de secretaria executiva, com unidades
descentralizadas, por região hidrográfica. Como na bacia do rioParaíba do Sul, no Estado do
Rio de Janeiro, temos quatro comitês atuantes ─ Piabanha, Dois Rios, Médio Paraíba do Sul e
o Baixo Paraíba e esses têm localizações diferenciadas, com problemas diversos, mas estão
todos posicionados na Bacia do rio Paraíba do Sul, na busca de otimizar receita e desenvolver
ações conjuntas, este contrato foi assinado pelos quatro comitês.
O último contrato aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado
do Rio de Janeiro (CERHI/RJ) também seguiu esta lógica, com único diferencial: o comitê
20

com maior arrecadação assumiu 75% do valor do contrato e o comitê com a menor arrecada-
ção assumiu os outros 25%. Tratam-se dos comitês da Baía da Ilha Grande e da Baía de Gua-
nabara, o referido contrato foi assinado pelo INEA com anuência dos dois comitês. Outra lei
importante para Gestão de Recursos Hídricos, no Estado do Rio de Janeiro, é a Lei 4247, de
dezembro de 2003, que institui a cobrança pela utilização dos recursos hídricos. Serão cobra-
dos todos os usos sujeitos às outorgas, com algumas condições para ser aplicada. No seu arti-
go 8o, incisoI – nas derivações, captações e extrações de água e nos aproveitamentos hidrelé-
tricos, serão consideradas: “a) a natureza do corpo d’água (superficial e subterrânea)... c) a
disponibilidade hídrica local...” (ROMANO et al., 2014, p. 75). Essa lei nos traz algumas ino-
vações importantes para a utilização dos recursos hídricos, pois serão considerados descontos
no caso de realização de benfeitorias para a melhora na captação, reutilização dos recursos
hídricos e a utilização de água de chuva, como podemos verificar na Seção III , artigo 9o :
Poderá ser aceito como pagamento, ou parte do pagamento, da outorga de uso dos
recursos hídricos o custo das benfeitorias e equipamentos bem como de sua conser-
vação, efetivamente destinados à captação, armazenamento e uso das águas das chu-
vas, bem como do reaproveitamento das águas servidas (ROMANO et al., 2014, p.
76).

O aceite de pagamento por meio de construção de benfeitorias e aquisição de melho-


res equipamentos estimula a diminuição de perdas de água no sistema. Já o armazenamento da
água de chuva, o reaproveitamento de águas servidas e o reuso da água levam, automatica-
mente, à diminuição do consumo. Com isso, o sistema ganha, ambientalmente, em qualidade
e quantidade.
Outro artigo importante dessa lei é o que trata do FUNDRHI, como esse é gerido e
quais são suas fontes de captação e despesas. O artigo 10, parágrafo único, diz que:
A receita, produto da cobrança, objeto desta Lei, será vinculada ao Fundo Estadual
de Recursos Hídricos – FUNDRHI, para onde será destinada, visando o financia-
mento da implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos de domí-
nio do Estado do Rio de Janeiro, desenvolvimento das ações, programas e projetos
decorrentes dos Planos de Bacia Hidrográfica e dos programas governamentais de
recursos hídricos (ROMANO et al., 2014, p. 76).

E nos incisos II, III, IV, do artigo 11, registram-se como serão as aplicações do mon-
tante arrecadado pela cobrança, bem como deve ser realizada a divisão para os comitês de
bacias, agência de água e o órgão gestor.
II- do montante arrecadado pela cobrança sobre o uso dos recursos hídricos de do-
mínio estadual, serão aplicados 90% (noventa por cento) na bacia hidrográfica arre-
cadadora, bem como os outros 10% (dez por cento) no órgão gestor de recursos hí-
dricos do Estado do Rio de Janeiro. III- dos valores arrecadados com as demais re-
ceitas do Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FUNDRHI, serão aplicados no mí-
nimo 50% nos contratos de gestão das entidades delegatárias de comitês de bacia
com baixa arrecadação pela cobrança sobre o uso dos recursos hídricos, sendo o res-
21

tante aplicado no órgão gestor de recursos hídricos e ações e investimentos em qual-


quer região hidrográfica, mediante proposta enviada pelo órgão gestor e aprovação
pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERHI. IV- em virtude da transpo-
sição das águas do rio Paraíba do Sul para a bacia do rio Guandu, serão aplicados,
obrigatoriamente, na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, 15% (quinze por cen-
to) dos recursos oriundos da cobrança pelo uso da água bruta na bacia hidrográfica
do rio Guandu, até que novos valores sejam aprovados pelo comitê para integração
da Bacia do Rio Paraíba do Sul – CEIVAP e comitê Guandu, e referendado pelo
CERHI (ROMANO et al., 2014, p. 77).

Infelizmente, os incisos I e V foram revogados pelo artigo 4o da lei 5234, em 5 de


maio de 2008. Foi uma perda de recursos para o sistema, pois o inciso I referia-se às multas e
o inciso V tratava do incentivo ao estudo e à pesquisa dos recursos hídricos: “I- As multas
arrecadadas decorrentes de ações sobre uso dos recursos hídricos, bem como do seu entorno,
serão aplicadas no FUNDRHI. V- do montante arrecadado, 5% (cinco por cento) destinar-se-
ão a pesquisas e estudos dos recursos hídricos” (RIO DE JANEIRO, 2003).
Apesar da retirada do incentivo à pesquisa com os recursos do FUNDRHI, os comitês
estaduais vêm investindo nesta ação. O Comitê Guandu2 e o Comitê do Médio Paraíba do Sul
abrem editais para pesquisa todo ano. O CEIVAP incentiva os estudos e a participação dos
seus membros, principalmente a sociedade civil, em congressos, seminários, encontros nacio-
nais e regionais, com despesas de alimentação, hospedagem e transportes pagos, buscando,
assim, a maior capacitação e interação dos seus membros na gestão de recursos hídricos.

1.3 O conceito de comando e controle no âmbito da gestão de recursos hídricos no Brasil


e no Estado do Rio de Janeiro

O comando e controle ou “social accountability” é uma forma de a sociedade, através


de seus representantes, exercer controle sobre a gestão de recursos hídricos ou sobre a água
conforme descreve Machado (2004), referente a Lei 9433 de 08 de janeiro de 1997:
A lei 9433/97, mais conhecida como a lei das águas, determina, portanto, que sua
gestão deve contemplar seu uso múltiplo, não favorecendo determinada atividade ou
determinado grupo social, devendo, por isso, ser integrada, descentralizada e contar
com ampla participação social, de forma a incorporar representantes do poder publi-
co, dos usuários (aqueles que fazem uso econômico da água) e das diversas comuni-
dades, por intermédio de um colegiado, o comitê de Bacia Hidrográfica, cujo objeti-
vo seria garantir a pluralidade de interesses na definição final do destino a ser dado
aos recursos hídricos no âmbito de cada bacia hidrográfica, possibilitar a mais ampla
fiscalização das ações desde sua definição, a elaboração de projetos e o controle da
eficácia e da destinação dos recursos, assim como universalização das informações
existentes e produzidas sobre recursos hídricos [...].(MACHADO, 2004, v. I, p. 23).

2
O tema “Pesquisas” é abordado na Revista Guandu Conhecimento, ano V, n. 6, janeiro 2017 (COMITÊ
GUANDU, 2017).
22

A lei define, portanto, a criação de um colegiado, o Comitê de Bacia, que garantiria a


participação descentralizada, integrada e com ampla participação social, integrando os três
setores – poder público, usuários e comunidades – em prol da melhoria de uma determinada
bacia hidrográfica. A lei 9433/97 inova ao delegar o comando da gestão à sociedade para arbi-
trar os conflitos, planejar, regular e controlar, bem como preservar e recuperar os recursos
hídricos, além de realizar a cobrança destes recursos que é considerado, então, um bem finito
com valor econômico, conforme aponta Machado (2002):
Segundo a Lei 9433/97, em seu Art. 32, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos, com objetivos bem claros: I – coordenar a gestão Integrada
das águas; II – arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recur-
sos hídricos; III – implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos; IV – pla-
nejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;
V – promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos (MACHADO, 2002, p. 169).

A implementação da lei 9433/97 nos comitês de bacias hidrográficas, tanto no nível


federal quanto no estadual começa a ser vivenciada, e os três setores que compõem os comitês
tentam se articular, apesar de possuírem diferentes papeis. O Poder público, como órgão regu-
lador de interesse político, representado pelos entes da federação (União, Estado e Municí-
pio), possui os dois papeis no processo e estão sempre no comando, ao criar os comitês por
decreto, seja federal, seja estadual, e no controle, ao elaborar as leis e diretrizes para o uso
dos recursos hídricos de determinada bacia.
Segundo Kelman (2009, p. 5):
[...] tipicamente, se não houver regulação no uso dos rios e aquíferos, certamente
vão ocorrer os efeitos da “tragédia do uso dos bens comuns” na ausência de regras, a
soma dos interesses individuais resulta em colapso coletivo. Essa tragédia pode ser
evitada pela intervenção do Estado para impedir, por exemplo, que uma cidade lance
esgoto não tratado em rio, poluindo o manancial das cidades vizinhas...

Os usuários – aqueles que fazem uso econômico das águas – captam e lançam nos
corpos hídricos, sendo conhecidos como poluidores pagadores. Estes assumem o papel de
controle das ações do poder público e da sociedade civil inseridos no comitê na bacia que
possa interferir em suas próprias ações de captação ou lançamento.
Em seu trabalho, Serrichoet al. (2005) caracterizam a participação dos usuários nos
Comitês de Bacia da seguinte forma:
São os agentes privados usuários das águas - em particular os usuários industriais e
as empresas do setor elétrico - que demonstraram ter maior capacidade organizativa
imediata para a questão, inclusive para a defesa dos seus interesses no processo de
negociação. As empresas de água e saneamento básico constituem outro setor usuá-
rio bem organizado da bacia, mas participaram menos intensamente no processo de
discussão/negociação[...] (SERRICHO et al., 2005, p.48).
23

Já as comunidades, designadas aqui como “sociedade civil” são representadas pelas


associações, organizações não governamentais (ONGs) e outros organismos de interesse difu-
so da bacia hidrográfica, por não possuírem interesse explícito, político ou econômico, sobre
os recursos hídricos, assumem o papel de controle das ações do poder público o e dos usuá-
rios na bacia. Para Serricho et al. (2005, p. 49), “as organizações civis de interesse difuso
constituem atualmente um segmento cada vez mais organizado e atuante no processo decisó-
rio da gestão da bacia e nas atividades do comitê e de suas câmaras técnicas.”
Uma vez definido o papel de cada setor, esperaríamos que as ações de comando e
controle estivessem se realizando de forma participativa, integrada e descentralizada, confor-
me preconiza a lei, mas, infelizmente, a representatividade nem sempre é paritária, existe um
jogo de poder e de interesses que, necessariamente, não passa pelos objetivos da lei de manu-
tenção de uma água de melhor qualidade e em maior quantidade para toda a sociedade da ba-
cia hidrográfica em questão (entenda sociedade como população, usuários e governo que se
beneficiam destes recursos).
A Lei organiza a gestão dos recursos hídricos de formadescentralizada e participativa,
fazendo uma ordenação por território. Esta preconiza a descentralização das ações e, com is-
so, pretende diminuir a concentração de poder. A bacia hidrográfica passa a ser uma unidade
de planejamento, a água passa a ter valor econômico, e ser um bem finito com usos múltiplos.
Os comitês de bacias são formados para realizar a gestão e esta deve ser pactuada entre os três
setores da sociedade, com comprovada atuação na bacia. Estes comitês, ou “parlamento das
águas”, são fóruns de decisões, podendo ser classificados como federais ou estaduais, de a-
cordo com as características da bacia hidrográfica. Quando esta passa por dois ou mais esta-
dos da federação, é constituído um comitê federal cuja gestão é realizada pelo CNRH, e quan-
do está dentro de um único estado, teremos um comitê estadual, cuja gestão é realizada pelo
CERHI, conforme descreve Machado (2002):
[...] O Conselho Nacional de Recursos Hídricos deverá intervir nos Comitês de Ba-
cia hidrográfica em rios de domínio da união quando houver manifesta transgres-
sãodas normas contidas na Lei 9433/97 e na Resolução do CNRH 05/2000 (art. 40 da
referida resolução). O fato de o Conselho ter-se dado esse poder de intervenção não
acarreta a perda de autonomia dos Comitêsde Bacia Hidrográfica.[...] Encontramos
na Lei 9433/97 o Comitê de Bacia Hidrográfica em rios da União e o Comitê de Ba-
cia Hidrográfica em rios de domínio estadual. As expressões“ Comitê Federal de
Bacia” e “ Comitê Estadual de Bacia”, que empregamos na questão formulada, em-
bora expressem a realidade do domínio das Águas... [...] (MACHADO, 2002, p. 99-
105).

A Lei Estadual 3239/99 é uma cópia da Lei Federal 9433/97 e possui todos os Instru-
mentos de Comando e Controle, em conformidade com essa. No seu Capítulo IV – Dos Ins-
24

trumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos, no art. 5o, segundo Romano et al. (2014,
p. 50), apresenta os seguintes incisos:
Inciso I – o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERHI); II – oPrograma Estadual
de Conservação e Revitalização de Recursos Hídricos (PROHIDRO); III – os Planos
de Bacia Hidrográfica (PBHs); IV – o enquadramento dos corpos de água em clas-
ses, segundo os usos preponderantes dos mesmos; V – a outorga do direito de uso
dos recursos hídricos; VI – a cobrança aos usuários, pelo uso dos recursos hídricos;
e VII – o Sistema Estadual de Informação sobre Recursos Hídricos (SEIRH). (RO-
MANO et al., 2014, p. 50).

Podemos verificar os conceitos de Comando e Controle e seus instrumentos inseridos


nos incisos acima citados. Os instrumentos do I a III são de diagnóstico e planejamento. O
plano estadual sendo elaborado por bacia hidrográfica também é uma forma do estado manter
o controle ao definir o uso da bacia. O IV instrumento é o enquadramento, que define em qual
classe o corpo hídrico está classificado e é uma outra forma de controlar o uso. O V instru-
mento éa outorga, que é o direito do uso e, com isso, exerce o Comando e o do Controle ao
disciplinar o uso em quantidade e qualidade. O VI instrumento de Comando e Controle é a
cobrança, pois a cobrança busca disciplinar o uso em quantidade e qualidade: quanto mais se
polui, mais se paga. E o VII instrumento refere-se à Informação: podemos Controlar e Co-
mandar o uso dos nossos finitos recursos hídricos em toda região estadual através do SEIRH.
O Sistema de informação é um instrumento de controle dos órgãos envolvidos na
gestão, pois só podemos avaliar um processo se houver transparência nas informações. Sendo
assim, o Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos é responsável por coletar,
organizar, criticar e difundir a base de dados relativos aos recursos hídricos, proporcionando a
todos os gestores, dados para uma melhor tomada de decisão.
Além dos instrumentos, a lei traz alguns arranjos, como a criação das agências de ba-
cias, que são os braços executivos dos comitês de bacia hidrográfica. As Agências de Água
exercerão, portanto, a função de secretaria executiva dos respectivos Comitês de Bacia Hidro-
gráfica (BRASIL, 2001). Mas, este arranjos ainda não foram, de fato, implementados, as atu-
ais delegatárias com função de agências não efetuam cobrança, essa é feita pelo agente outor-
gante.
Sobre esta questão nos esclarece Machado (2004):
As Agências ainda não foram criadas, pois exigem regulamentação da lei federal,
assim como requerem que os comitês estejam estruturados. E estes, por sua vez, para
que funcionem precisam de recursos provenientes das agências. Cria-se, portanto,
um impasse que, na prática, limita a atuação dos comitês por um lado e, por outro,
leva a que se desenvolvam estratégias de captação de recursos não previstas na legis-
lação atual (MACHADO, 2004, v. II, p. 292).
25

Os comitês são órgãos deliberativos, sejam esses federais ou estaduais, que se mani-
festam por deliberação ou resolução. São esses que definem o valor a ser cobrado e, através
do seu plano, fazem um diagnóstico do “rio que se tem” e do “rio que se quer” e, com isso,
definem a classe que desejam trabalhar. Quem executa o que os comitês decidem são as dele-
gatárias, que desempenham a função de agências de bacia. O Estado ou a União realiza a ou-
torga e emite o boleto de cobrança. Os recursos advindos destas cobranças são repassados às
delegatárias para que estas possam realizar as demandas dos comitês. Isto ocorre, no caso dos
rios federais, com repasse integral, com uma restrição de gastar 7,5% da arrecadação em cus-
teio. No caso dos rios estaduais, esses recursos são colocados em um fundo próprio, para de-
pois ser repassados às delegatárias com a função de agência.

1.4 A Teoria Ator-Rede e sua contribuição para a interpretação do problema

Pretendemos interpretar os dados empíricos sob a ótica da Teoria Ator-Rede, proposta


por Bruno Latour (1994), na qual a produção dos fatos acontece por uma rede sociotécnica.
Nessa rede, atores humanos e não humanos estão envolvidos, entrelaçados, ambos são respon-
sáveis pelas ações. Latour (1994), em seu livro Jamais fomos modernos, afirma que tudo está
interligado e os fatos não têm sentido se não oferecermos, para a sua compreensão, uma bela
rede sociotécnica.
Nossa vida intelectual é decididamente mal construída. A epistemologia, as ciências
sociais, as ciências do texto, todas têm uma reputação contanto que permaneçam dis-
tintas. Caso os seres que você esteja seguindo atravessem as três, ninguém mais
compreende o que você diz. Ofereça as disciplinas estabelecidas uma bela rede so-
ciotécnica, algumas belas traduções, e as primeiras extrairão os conceitos, arrancan-
do deles todas as raízes que poderiam ligá-los ao social ou a retórica; as segundas i-
rão amputar a dimensão social e política, purificando-a de qualquer objeto; as tercei-
ras, enfim, conservarão o discurso, mas irão purgá-lo de qualquer aderênciaindevida
à realidade... – e aos jogos de poder (LATOUR, 1994, p. 11).

Após um mergulho nas obras deLatour ─Jamais fomos modernos (1994), A vida de
laboratório (1997), Reagregando o social (2012) e Cogitamus (2016), obras estas que tratam
da ANT- Actor Network Theory ou Teoria Ator-Rede – TAR, foi possível perceber que, nas
reuniões do GTAOH/CEIVAP, eram todos observadores do rio, da régua, da água, da chuva,
da quantidade de água para gerar energia, do volume útil, do volume morto, para o abasteci-
mento humano, da água para produção das fábricas. Portanto, todos eram atores; o trabalho
era feito na desordem, pois não tínhamos certeza de nada, só sabíamos que precisaríamos en-
contrar um caminho.
26

Conforme o autor reafirma no texto abaixo, transcrito de seu livro A vida de laborató-
rio, no capítulo 6, intitulado “A ordem criada a partir da Desordem”:
[...] Pouco a pouco, o observador adquiriu confiança em seu trabalho. Aumentando a
pilha de informações sobre sua mesa, começou a dar-se conta de que a diferença en-
tre sua atividade e a dos seus interlocutores não tinha nada de especialou misterioso.
A semelhança essencial entre elas era que estavam engajados no mesmo oficio. As
diferenças podiam ser explicadas em termos de recursose de investimentos, sem que
fosse preciso apelar para quaisquer qualidades exógenas à natureza da atividade[...]
(LATOUR e WOOLGAR, 1997, p. 296).

Sim, atores humanos e não humanos estão envolvidos na produção dos fatos através de
uma rede sociotécnica. Não podemos separá-los, conforme Latour (1994) reafirma no texto
abaixo, mostrando como os objetos são híbridos:

Podemos conservar as duas primeiras garantias da antiga Constituição, ao sem man-


ter a duplicidade, hoje visível, de sua terceira garantia. A transcendência da nature-
za, sua objetividade, ou a imanência da sociedade, sua subjetividade, provem ambas
do trabalho de mediação sem contudo uma separação entre elas, como faz .crer a
Constituição dos modernos. 0 trabalho de colocação em natureza ou de colocação
em sociedade vêm da conclusão durável e irreversível do trabalho comum de dele-
gação e de tradução. No fim das contas, há de fato uma natureza que não criamos, e
uma sociedade que podemos mudar, em fatos científicos indiscutíveis e sujeitos de
direito, mas estes tornam-se conseqüência de uma prática continuamente visível, ao
invés de serem, como para os modernos,as causas longínquas e opostas de uma prá-
tica invisível que os contradiz. Nossa segunda garantia permite, portanto, a recupe-
ração das duas primeiras garantias da Constituição moderna, mas sem separá-las.
Todos os conceitos, todas as instituições, todas as práticas que vierem a atrapalhar a
objetivação progressiva da natureza – a colocação em caixa-preta – e simultanea-
mente a subjetivação· da sociedade – a liberdade de manobra – serão vistas como
nefastas, perigosas e, resumindo, imorais. Sem esta segunda garantia, as redes liber-
tadas pela primeira manteriam seu caráter selvagem e clandestino. Os modernos não
estavam enganados ao quererem não – humanos objetivos e sociedades livres. Ape-
nas estava errada, sua certeza de que esta produção exigia a distinção absoluta dos
dois termos e a repressão continua do trabalho de mediação (LATOUR, 1994, p.
138).

Como Latour (2012) nos fala, as associações são feitas não só de vínculos sociais,mas
também do social com a natureza, e isto nem sempre está visível.
Supuseram que o social é constituído essencialmente de vínculos sociais - e, na ver-
dade, as associações são feitas de vínculos não sociais por natureza. Imaginaram a
sociologia limitada a um domínio especifico, ao passo que os sociólogos devem ira-
trás de quaisquer novas associações heterogêneas. Para eles o social está sempre a
sua disposição, mas o socialnão é nunca uma coisa visível ou postulável. Só se dei-
xa entrever pelos traços que vaidisseminando (experimentalmente) quando uma no-
va associação se constitui com elementos de modo algum “sociais” por natureza[...]
(LATOUR, 2012, p.27).

Em sua obra Reagregando o social, ele nos fala que o ator é aquilo que nos leva a agir:
é um conjunto, o ator não representa sozinho. Afinal,
[...] o "ator", na expressão hifenizada "ator-rede", não é a fonte de um ato e sim o al-
vo móvel de um amplo conjunto de entidades que enxameiam em sua direção. Para
apreender sua multiplicidade, a soluçãomais simples é reativar as metáforas implíci-
27

tas no vocábulo ator, que tenho usado como substituto par mera conveniência.[...]
Empregar a palavra "ator" significa que jamais fica claro quem ou o quê está atu-
ando quando as pessoas atuam, pois o ator, no palco, nunca está sozinho ao atuar.
Interpretar coloca-nos imediatamente num tremendo imbroglio, onde o problema de
quem está desempenhando a ação é insolúvel[...] (LATOUR, 2012, p.75).

Em um outro trecho desta mesma obra o autor nos fala “como mapear controvérsias
sobre a ação”:
Uma ação invisível, que não faça diferença, não gere transformação, não deixe tra-
ços e não entre num relatonão e uma ação. Ponto final. Ou faz alguma coisa ou não
faz nada. Se você mencionar uma ação, terá de apresentar um relato sobre ela e, para
tanto, precisará tornar mais ou menos explícito quais provas deixaram tais e tais tra-
ços observáveis. Isso não significa, é claro, que deveráfalar a seu respeito, pois a fala
é só mais um dos muitos comportamentos capazes de engendrar um relato[...] (LA-
TOUR, 2012, p. 84-85).

A Teoria Ator-Rede nos fala sobre dar vida aos objetos, ou seja, tirá-los da prisão das
coisas é transformá-los em atores de fato:
A ANT está interessada não apenas em libertar os atores humanos da prisão do soci-
al, mas também em oferecer aos objetos naturais uma ocasião para escaparem da ce-
la estreita dada às questões de fato pelo primeiro empirismo. Eispor que sempre a-
chei tão revigorantes as estudos de ciência: até o seudesenvolvimento, a conversão
entre filósofos , sociólogos e cientistas políticos sobre o correto divisor de águas en-
tre "Natureza" e "Sociedade" sempre fora ilustrada por questões de fato enfadonhas,
rotineiras, milenares, como pedras, tapetes, canecas e martelos que eram basicamen-
te coisas que os neanderthalianos podiam já ter usado[...] (LATOUR, 2012, p. 167-
168).

Os atores do GTAOH, já haviam passado por uma escassez hídrica, em 2003, quando
o grupo foi criado, mas não por tanto tempo, como estava se apresentando em 2014-2015, na
bacia do rio Paraíba do Sul. E o grupo, a princípio, discutia, mas não sabia o que fazer. Con-
forme Latour (2016) nos aponta, as coisas estão tão associadas em uma rede sociotécnica que
só podemos perceber como esta rede é formada quando se apresenta um problema. O autor
exemplifica com um simples problema no computador, no qual: “Vê-se rodeado de um grupo
técnicos (cada um deles com uma opinião diferente, fazendo sair dele dispositivos e progra-
mas de cuja existência eu não suspeitava... nem eles, ao menos a princípio...) [...] (LATOUR,
2016, p.45).
Nesta busca de descrever a escassez hídrica de 2014-2015 através de relatos de seus
atores no grupo do GTAOH/CEIVAP, nos vimos num labirinto, a procura do fio de Ariadne,
tal qual nos conta Latour (2016):
Acho muito interessante que o mito fundador das técnicas seja justamente o de um
labirinto – desvio após desvio, dobra após dobra, complicação após complicação,
implicação após implicação - , em que se corre o risco de se perder diante de cada
curva, a não ser que se conte com um fio. Ariadne ajudou Teseu como eu quero aju-
dar meus alunos a não se perderem neste labirinto que abro diante de seus pés ao
chamar a atenção deles para as técnicas, cada vez mais agitadas, envolventes e reple-
tas de desvios (LATOUR, 2016, p.48).
28

Naquela ocasião, os reservatórios, já estavam usando volume morto e o reservatório


equivalente estava próximo de zero. As reuniões eram feitas semanalmente, e cada reunião
gerava uma resolução para tentar chegar a um volume ideal, no qual todos teriam acesso à
água. Como porta voz desta história de humanos e não humanos, como disse Latour (2016):
Proponho aos meus alunos que empreguem a noção bem cômoda de porta-voz e que
considerem que nas questões de cosmopolitica se encontram os que falam em nome
dos humanos – grosso modo, os políticos – e os que falam em nome dos não huma-
nos – digamos, os cientistas, que, de acordo com aprendemos, sabem fazer as coisas
falarem por meio de seus laboratórios -, mas também numerosos atores, ativistas,
praticantes, consumidores, amadores esclarecidos, especialistas de todo tipo, cujas
competências imprevistas tem direito ao assunto. Toda a questão cosmopolítica se
transforma então na de encontrar o meio de construir os recintos em que esses porta-
vozes possam se reunir e compartilhar suas incertezas sobre a qualidade de suas re-
presentações (LATOUR, 2016, p. 164).

Ao refletir sobre o que foi por mim vivenciado, como participante de todo os proces-
sos, podemos verificar o quanto Latour (1994) tem razão: precisávamos ouvir “as coisas”,
pois estas nos davam respostas, pistas para tomarmos decisões. Afinal, “é necessário tornar a
encontrar todos os caminhos de transformação que permitem ter acesso ao distante...” (LA-
TOUR, 2016, p.203).
Dessa forma, a Teoria Ator-Rede será utilizada como referencial teórico-metodológico
do estudo que aqui se apresenta.
29

2 O CONTEXTO DO ESTUDO: A BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL

2.1 O Comitê de Integração da Bacia do rio Paraíba do Sul 1996-2017

A Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul abrange 184 municípios dos estados do
Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, conforme apresentado na Figura 3:

Figura 3 - Localização da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul.

Fonte: BOLETIM CEIVAP/AGEVAP, 2018.

Para Vitor Coelho (2012), o Paraíba do Sul é um rio estratégico. Em sua obra, o autor
conta-nos, um pouco, a história do CEIVAP:
Criado pelo Decreto Federal no 1.842, de 22 de marco de 1996, o CEIVAP é o par-
lamento onde ocorrem os debates e decisões descentralizadas sobre as questões rela-
cionadas aos usos múltiplos das águas da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul,
inclusive a decisão pela cobrança pelo uso da água na bacia. O CEIVAP teve sua á-
rea de abrangência e nomenclatura alteradas pelo Decreto Federal n o 6.591, de 1o de
outubro de 2008. A partir de então, ele passou a ser denominado Comitê de Integra-
ção da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, tendo quatro municípios adicio-
nais incluídos na bacia, somando assim, 184 cidades nos estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro e São Paulo [...] O comitê é constituído por representantes dos pode-
res públicos, dos usuários e de organizações sociais com importante atuação para a
conservação, preservação e recuperação da qualidade das águas da Bacia. É formado
por sessenta membros, sendo três da União e dezenove de cada estado (SP, RJ e
MG) integrante da bacia do Paraíba do Sul (COELHO, 2012, p. 246).

O CEIVAP foi, portanto, instituído antes da lei 9433/97, conhecida como a lei das á-
guas, e, com isso, passa a ser pioneiro em várias ações, ou seja, acaba impulsionando os ou-
tros Estados da bacia do rio Paraíba do Sul a criar suas próprias leis. O CEIVAP foi instalado
em 18 de dezembro 1997, com grandes problemas a enfrentar, pois a bacia do rio Paraíba do
30

Sul já vinha sofrendo forte degradação ao longo do tempo, e pode ser evidenciado nas pala-
vras de Serricchio e colaboradores (2005):

Os diagnósticos já realizados evidenciam problemas críticos nos mais diversos as-


pectos ambientais, da escassez de florestas (reduzida 11% de sua cobertura original)
à poluição das águas, passando pelo esgotamento da capacidade produtiva dos solos,
degradados pela erosão generalizada na bacia. O crescimento urbano desordenado
com ocupação irregular de encostas e margens de rios tem criado situações de risco
de deslizamentos de terra e inundação. O potencial de água da bacia foi prioritaria-
mente utilizado para a geração de energia elétrica, abastecimento público, uso indus-
trial e irrigação. Outros usos, tais como pesca, turismo e lazer, têm pouca expressão,
embora exista grande potencial para o seu desenvolvimento, ao contrário da navega-
ção, que nunca foi importante nem encontra condições favoráveis na bacia. O maior
usuário de águas da bacia é a transposição que retira dois terços da vazão regulariza-
da do rio Paraíba do Sul, no seu trecho médio, mais quase a totalidade da vazão de
um afluente, o rio Piraí, para a geração de energia elétrica no Complexo Hidrelétrico
de Lajes, na vertente atlântica da serra do mar (Sistema Light-Guandu). Esta trans-
posição, implantada a partir de 1952, criou uma oferta hídrica relevante na bacia re-
ceptora do rio Guandu, que se tornou o principal manancial de abastecimento de á-
gua da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e de várias indústrias, termelétricas e
outras atividades ali situadas (SERRICCHIO et al., 2005, p. 17).

A bacia do rio Paraíba do Sul é totalmente regularizada (possui quatro barragens, para
geração de energia), seu potencial era a geração de energia, mas hoje, pelo crescimento popu-
lacional e industrial no seu entorno, isso vem mudando. Mas vale ressaltar que, com a presen-
ça das barragens, o rio perdeu suas condições naturais.
O CEIVAP disponibilizou, para todos os municípios que fazem parte de sua bacia, o
plano de saneamento. Foram 184 planos que se encontram em diferentes fases de implanta-
ção. Outros projetos que estão em andamentose referem aos Pagamentos por Serviços Ambi-
entais, são os chamados Projetos de PSA Hídrico. Um deles é o PSA, com foco na Conserva-
ção e Restauração da Micro-Bacia do Rio Bananal no município de Barra Mansa (RJ), que
tem como meta a restauração florestal de 30 ha e a conservação florestal de 30 ha em sete
propriedades rurais inseridas na micro-bacia do rio Bananal. O outro PSA- Hídrico é o Projeto
Rio Sesmarias, no município de Resende (RJ). É um projeto de conservação e restauração
florestal que tem como meta restaurar 20 ha e conservar 40 ha com espécies nativas da Bacia
Hidrográfica do rio Paraíba do Sul em cinco propriedades rurais, em torno das nascentes, cor-
pos hídricos na bacia do rio Sesmaria. Este projeto já se encontra em fase de finalização, fo-
ram concluídos 83,06% do quantitativo de áreas previstas para plantio.
31

2.2 O Comitê do Médio Paraíba do Sul - 2008-2017

A Região Hidrográfica (RH) do Médio Paraíba do Sul é uma região bastante industria-
lizada, com alto índice populacional, 1.019.562 habitantes, sendo 967.913 habitantes inseridos
em área urbana e 51.649 habitantes em área rural, de acordo com o IBGE. Com ocupação
urbana desordenada. As cidades foram construídas, em sua maioria, às margens dos rios, ge-
rando, consequentemente, uma alta carga de esgoto in natura sendo despejada, todos os dias,
nos leitos dos rios afluentes e no próprio rio Paraíba do Sul. Antes da criação do comitê, a
gestão era realizada pela Associação dos Usuários do Médio Paraíba do Sul (AMPAS).
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul (CBH-MPS) foi instituído
pelo Decreto nº 41.475, de 11 de setembro de 2008 e, em 25 de novembro de 2015, esse tive-
ram uma nova redação através do Decreto nº 45.4663. A Resolução nº 107 do Conselho Esta-
dual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro4 (CERHI-RJ), de 22 de maio de 2013,
alterou sua área de abrangência, conforme apresentado na Figura 4:

Figura 4 - Municípios integrantes da região hidrográfica do Médio Para-


íba do Sul – RH-MPS

Fonte: ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HI-


DROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2016.

O CBH-MPS encontra-se na sua quinta gestão, sendo que quatro delas tiveram, em sua
presidência, representantes da sociedade civil. Esse possui atribuições consultivas e delibera-

3
COMITÊ DE BACIAS MÉDIO PARAÍBA DO SUL (s/d).
4
CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS – CERHI (2013).
32

tivas em nível regional. É composto por uma assembleia paritária, com dez representantes de
cada setor, sendodez representantes do setor público (com representação federal, estadual e
municipal), dez usuários (na maioria empresas de saneamento municipais e as indústrias lo-
cais) e dez representantes da sociedade civil. Tem uma câmara técnica com três representantes
de cada setor e uma diretoria com dois representantes de cada setor.
Podemos verificar na Tabela 1 que a maior parte dos recursos aplicados na bacia pelo
CBH-MPS, por meio da Agênciadelegatária (AGEVAP), ou pelo INEA, órgão da Secretaria
Estadual do Ambiente (SEA), são destinados ao saneamento básico:

Quadro 1 -Aplicação de recursos na região do Médio Paraíba do Sul – 2008-2017(continua)

Municípios A-
Projeto Responsável Deliberado Status
brangidos

Obra de construção de ETE e Concluído


rede coletora de esgoto – Vassouras INEA 1.467.867,88
Barra do Piraí
Obras de rede coletora, eleva-
tórias e ETE na localidade de Barra do Piraí INEA 104.500,00 Concluído
Massambará – Vassouras

Projeto Básico de redes sepa-


radoras, coletores tronco,
estações elevatórias e ETE Barra do Piraí AGEVAP 1.617.756,44 Concluído
estação de tratamento de
esgoto de Ipiabas
Projetos de Engenharia de
Coleta e Tratamento de Eflu- a definir AGEVAP 1.021.565,90 **Cancelado
entes

Coleta e Tratamento de Esgo- AGEVAP 489.771,49 **Cancelado


a definir
tos Domésticos

Projeto Executivo e Obras de


Saneamento do Alto do Rio Resende INEA 600.000,00 Concluído
Preto – Resende

Elaboração de Projeto Básico Paraíba do Sul INEA 51.180,30 Não iniciado


de Sistema de Esgotamento
Sanitário – Paraíba do Sul

Contenção de cheias – Barra


Mansa
Barra Mansa INEA Concluído
300.000,00
33

Quadro 1 - Aplicação de recursos na região do Médio Paraíba do Sul – 2008-2017 (conclusão)

Municípios A-
Projeto Responsável Deliberado Status
brangidos

Projeto Rio Bananal (Estudos


e projetos para controle de
Barra Mansa INEA 250.000,00 Concluído
enchentes) – Barra Manas

Recuperação da Barragem Não iniciado


Lago dos Palmares – Paty do Paty do Alferes INEA 60.000,00
Alferes
ETE estação de tratamento de 10.000.000,00 Concluída
Volta Redonda AGEVAP/INEA
esgoto de Volta Redonda
Fonte:A autora, 2017.

No entanto, ainda estamos longe de atingir os 80% determinado pela lei 5234/2008 em
seu Art. 6º:
No mínimo, 70% (setenta por cento) dos recursos arrecadados pela cobrança pelo
uso da água incidente sobre o setor de saneamento serão obrigatoriamente aplicados
em coleta e tratamento de efluentes urbanos [...] até que se atinja o percentual de
80% (oitenta por cento) do esgoto coletado e tratado na respectiva região hidrográfi-
ca (ROMANO et al., 2014, p. 97).

Cabe ressaltar que, devido à crise financeira que sofre o estado do Rio de Janeiro, os
recursos do FUNDRHI foram totalmente arrestados. E alguns investimentos já previstos no
Plano de Aplicação do Médio(PAP), para a região III, foram cancelados, para que o sistema
não entrasse em colapso, e a AGEVAP pudesse continuar suas atividades, os investimentos
não iniciados foram cancelados e transferidos para AGEVAP, para manter o custeio da mes-
ma.

2.3 O Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana- 2009-2017

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana (CBH-BPSI)


foi criado por Decreto Estadual 41.720, em 03 de março de 2009, alterado pelo Decreto Esta-
dual 45.584, de 25 de fevereiro de 2016, que modificou sua área de atuação, incorporando a
área de Itabapuana (Figura 5). O CBH-BPSI está localizado na região hidrográfica IX, com
uma população, segundo o IBGE (2010), de 957.991 habitantes, sendo que 84% encontram-se
34

em área urbana e 16% na área rural. Hoje a região sofre com a elevação da salinidade dos
solos devido a redução de vazão e, consequentemente, redução do nível do rio Paraíba Sul, o
que afeta sobremaneira a região estuarina pela redução do espelho d’água das lagoas, que são
os grandes reservatórios de água da região norte do estado do Rio de Janeiro. Há falta de co-
bertura vegetal na parte noroeste do comitê, o que compromete a recomposição das nascentes
e subsequente recomposição dos corpos hídricos. Tem um baixo índice pluviométrico, com
isto compromete os reservatórios (lagoas) e os corpos hídricos.

Figura 5 - Área de atuação do Comitê Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana

Fonte:SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E GEOAMBIENTAIS DA BACIA


HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2018.

O atual presidente do CBH-BPSI, Dr. João Gomes, professor da Universidade Estadu-


al Norte Fluminense (UENF), relata alguns conflitos pelo uso da água na região de São João
da Barra – SJB, Campos e Quissamã:
Existe um grave conflito pelo uso da água na RH lX devido a disputa pelo uso da
água na Baixada campista entre pescadores e produtores rurais e entre as prefeituras
locais (SJB, Campos e Quissamã). Isso foi muito bem administrado pelo comitê de
bacias através de sua Câmara Técnica de Recursos Hídricos e Estruturas Hidráulicas
que administra as manobras e manutenção dos canais de Campos que são de enorme
complexidade. O certo é que, com o abandono pelo DNOS desse legado, o INEA se
mostra incapaz, devido o enorme aporte de recursos que isso demanda, de fazer tan-
to a manutenção devida como de realizar as manobras requeridas, que por vezes é
diuturna, para atender a grande demanda, tanto em períodos de seca quanto nos de
cheia. ... Após a instalação definitiva do comitê criou-se em 2009 a Câmara Técnica
de Recursos Hídricos e Estruturas Hidráulicas (CTRHEH) que teve uma associação
35

de produtores rurais, a APROMEPS, na sua coordenação e que, por sua vez, criou
um Grupo de Trabalho de Manejo de Comportas (GTMC) que vem desde então fa-
zendo um magnífico trabalho de conscientização dos envolvidos e manutenção das
estruturas existentes,com apoio do INEA que tem a sua coordenação, o que permite
o controle da circulação da águas pelos canais e lagoas. Todos os segmentos que
compõem o GTMC e que são impactados por esse sistema participam e respeitam as
decisões tomadas nas plenárias. As decisões são tomadas por email, que funciona 24
horas por dia, e quando não há consenso, por reuniões bem tensas, mas que no fim
se decide no voto e todos os requerentes das ações respeitam as decisões tomadas
nesse âmbito. Essa ação adormeceu um conflito secular que havia no manejo dessas
comportas entre as prefeituras de Quissamã, de Campos e entre os produtores rurais,
usineiros e pescadores. É a ação de maior êxito no comitê até então. Aliado aos pro-
blemas descritos acima, a região sofre como todos as outras da Bacia do Paraíba
com a disposição de esgoto “in natura” nos corpos hídricos que dão acesso as lagoas
favorecendo a proliferação de gigogas e isso compromete todas as estruturas de ma-
nobras e é um problema recorrente. Existe também uma grande demanda da agricul-
tura na região Noroeste, a exemplo de Friburgo, para produção de alimentos e os
seus corpos hídricos estão quase todos comprometidos devido a pequena pluviosida-
de local (Relato feito pelo presidente CBH-BPSI-2017).

2.4 Comitê de Bacia Hidrográfica dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim

O Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim


(Comitê Guandu-RJ) foi criado pelo Decreto Estadual n° 31.178, em 3 de Abril de 2002. Em
25 de novembro de 2015, foi dada nova redação pelo Decreto nº 45.463. Está sediado em Se-
ropédica (RJ), na Baixada Fluminense, e é um órgão colegiado vinculado ao Conselho Esta-
dual de Recursos Hídricos (CERHI), com atribuições consultivas, normativas e deliberativas,
de nível regional, integrante do Sistema Estadual de Gerenciamento e Recursos Hídricos
(SEGRHI), nos termos da Lei Estadual n° 3.239/99. O Comitê visa a promover a gestão des-
centralizada e participativa dos Recursos Hídricos na bacia hidrográfica.
A área de atuação do Comitê engloba as bacias dos rios Guandu (1.385 km²), da Guar-
da (346 km²) e Guandu Mirim (190 km²), totalizando uma área de drenagem de 1.921 km². A
área representa cerca de 70% da área total da bacia hidrográfica contribuinte à Baia de Sepeti-
ba. Essa região hidrográfica engloba o território de 15 municípios fluminenses: Itaguaí, Sero-
pédica, Queimados, Japeri, Paracambi, Engenheiro Paulo de Frontin (totalmente abrangidos),
além de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Miguel Pereira, Vassouras, Piraí, Rio Claro, Mangarati-
ba, Mendes e Barra do Piraí parcialmente abrangidos(GUANDU,2007, p. 45-46). Dentre as
ações desenvolvidas no Comitê, estão: estudos, programas de educação ambiental, de mobili-
zação social, projetos e obras que visam a melhoria da quantidade e qualidade das águas, que
abastecem cerca de 9 milhões de habitantes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (R-
36

MRJ) e municípios citados anteriormente, possuindo, assim, uma posição vital num dos maio-
res sistemas de captação, tratamento e distribuição de água do mundo.
As Bacias dos rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim compõem a Região Hidro-
gráfica II (Figura 6), contribuinte à Baía de Sepetiba, situada a oeste da bacia da Ba-
ía de Guanabara no Estado do Rio de Janeiro. A Região abrange 15 cidades, sendo
algumas de forma parcial - onde vivem aproximadamente 7,8 milhões de habitantes
─ Itaguaí, Seropédica, Queimados, Japeri, Paracambi, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro,
Engenheiro Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Vassouras, Piraí, Rio Claro, Mendes,
Mangaratiba e Barra do Piraí (GUANDU, 2007, p. 45-46).

Figura 6 - Região hidrográfica II: bacia hidrográfica dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim

Fonte: Slide Diagnóstico PERH Guandu (2017).


37

2.5 O Sistema do rio Paraíba do Sul e a importância da operacionalização e daregulari-


zação dos reservatórios

Destacam-se como integrantes do Sistema Hidráulico do rio Paraíba do Sul importan-


tes reservatórios de usinas hidrelétricas, como Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil. A
soma do volume desses quatro reservatórios forma o reservatório equivalente do rio Paraíba
do Sul. Na Figura 7 pode ser vista a localização dos reservatórios ao longo da bacia hidrográ-
fica.

Figura 7 - Localização dos reservatórios na Bacia do rio Paraíba do Sul

Fonte: SIGA CEIVAP (s/d).

A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul está localizada entre os maiores polos in-
dustriais e populacionais do país e apresenta enorme relevância em âmbito nacional em fun-
ção dos múltiplos usos da água na região e pelo processo e entidades envolvidas na sua gestão
hídrica. Os principais usos da água na bacia são: abastecimento, diluição de esgotos, irrigação
e geração de energia hidrelétrica.
38

A Figura 8 apresenta o Diagrama Esquemático do sistema hidráulico do rio Paraíba do


Sul:
Figura 8 - Diagrama esquemático do Sistema Hidráulico do rio Paraíba do Sul

Fonte: BRASIL, 2016, p. 49.

O Sistema Hidráulico do rio Paraíba do Sul caracteriza-se como um complexo conjun-


to de estruturas hidráulicas como Usinas Hidrelétricas, Reservatórios, Unidades Elevatórias,
Usinas de Bombeamentos, dentre outras. Acentuados conflitos em função dos múltiplos usos,
são frequentes. Mais recentemente, destaca-se a transposição do rio Paraíba do Sul para o
reservatório de Atibainha, componente do Sistema Cantareira, com o objetivo de minimizar
os efeitos da escassez hídrica em São Paulo. O rio Paraíba do Sul é o principal manancial de
abastecimento do estado do Rio de Janeiro, cerca de nove milhões de pessoas na Região Me-
tropolitana do Rio de Janeiro dependem deste manancial. As obras de transposição para São
Paulo geram um impacto enorme nesse abastecimento, tanto em quantidade como em quali-
dade da água, tornando a gestão hídrica na bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul ainda
mais desafiadora.

Na Estação Elevatória Santa Cecília, no município de Barra do Piraí (RJ), por meio de
um desvio das águas para a bacia hidrográfica do rio Guandu, o abastecimento da região me-
tropolitana é garantido, formando um intrincado conjunto de estruturas hidráulicas nas bacias
hidrográficas dos rios Paraíba do Sul e Guandu que interliga as duas bacias, conforme apre-
senta a Figura 9:
39

Figura 9 - Rio Paraíba do Sul e a transposição para o rio Guandu

Fonte: Google Earth. Acesso em: 20 dez. 2017.

A transposição rio Paraíba do Sul para o Guandu foi realizada, na época, para aumen-
tar a geração de energia no estado da Guanabara , conforme podemos verificar no relato do
Plano Guandu (2007):
[...] A partir de 1952, a configuração hidrográfica e hidrológica da bacia do rio
Guandu se alterou radicalmente com a conclusão da usina elevatória de Santa Ce-
cília, no município de Barra do Piraí (RJ), com capacidade para desviar até 160
m3/s do rio Paraíba do Sul, consolidando uma das etapas da transposição hídrica
desta bacia para a do Guandu, visando à geração de energia elétrica.A transposi-
ção de águas da bacia do rio Paraíba do Sul foi, na verdade, iniciada no início do-
séculoXX com a construção em 1905 da barragem e o reservatório de Lajes, no ri-
beirão dasLajes, bem como da Usina Hidrelétrica de Fontes. Posteriormente, em
1913, a bacia passou a receberas águas do rio Piraí, por meio da barragem de To-
cos e de um túnel que desembocava no reservatório de Lajes. Entre os anos de
1940 e 1958, a Barragem de Lajes foi alteada em quatro etapas. Dentre as obras e
intervenções públicas de porte que beneficiaram de forma marcante a regiãodesta-
cam-se: A construção da calha da CEDAE e das adutoras de Lajes na década de
1940,desde da UHE deFontes até a cidade do Rio de Janeiro;– A construção do
Sistema de Abastecimento de Água do Guandu, inicialmente para produzir etratar
uma vazão de 13,8 m3/s, sendo mais tarde (1961-1964) ampliado para 24
m3/s,juntamente com a construção do túnel adutor Guandu-Engenho Novo e da
elevatória doLameirão;– No período de 1978-1982, a Estação de Tratamento do
Guandu (ETA Guandu) foi novamente ampliada para 40 m³/s, em conseqüência da
ampliação de atendimento após a fusão dos Estadosda Guanabara e do Rio de Ja-
neiro. Posteriormente, o sistema sofreu nova ampliação para umacapacidade de
adução de cerca de 47 m3/s e tratamento de aproximadamente 42 m3/s;– As uni-
dades de conservação criadas pelo Poder Público, dentre as quais destacam-se a
ReservaBiológica do Tinguá e o Parque Estadual da Pedra Branca ... Atualmente,
os principais vetores de ocupação da região são caracterizados pelo avanço da á-
reaurbana e a implantação de empreendimentos industriais atraídos pela constru-
40

ção do Porto de Sepetiba em face da disponibilidade hídrica do rio Guandu


(GUANDU, 2007, p. 13).

O mapa original da transposição pode ser observado na Figura 10.

Figura 10 - Mapa da transposição

Fonte: Plano Guandu, 2007, p. 13.

2.6 Capacidade dos reservatórios da bacia do Rio Paraíba do Sul

O Estado do Rio de Janeiro possui um dos menores reservatórios da Bacia do rio Para-
íba do Sul, Funil, com volume máximo 888,3 hm³, localizado na divisa de São Paulo com Rio
de Janeiro, no município de Resende, com a função de regularização da vazão. Na Tabela 2
são apresentados os volumes máximo, mínimo e útil dos reservatórios: Paraibuna, Santa
Branca, Jaguari e Funil. Nas Figuras 11 e 12 são apresentadas imagens do Reservatório Funil.
41

Quadro 2 - Características dos reservatórios da Bacia do rio Paraíba do Sul

RESERVATÓRIOS VOLUME VOLUME VOLUME Ú-


3 3 3
MAXIMO ((hm ) MÍNIMO (hm ) TIL (hm )

PARAIBUNA- SP 4731.7 2096.0 2636.0

SANTA BRANCA- SP 439.0 131.0 308.0

JAGUARI- SP 1235.6 443.0 792.0


FUNIL– RJ 888.3 282.0 605.0
RESERVATÓRIO E- 7294.6 2952.0 4341.0
QUIVALENTE
LAJES 445.35 445.34
Fonte: SIGA CEIVAP (s/d).

Figura 11- Foto do Reservatório Funil

Fonte: GTAOH, 2014.


42

Figura 12 - Foto do Reservatório Funil

Fonte: GTAOH, 2014.

Também podemos verificar, na Tabela 2, os três reservatórios situados no estado de


São Paulo. O Paraibuna é um dos maiores reservatórios; o segundo maior é o Jaguari , sendo
que, para São Paulo, é considerado um reservatório estratégico. O Reservatório de Santa
Branca é um pouco menor. O conjunto de reservatórios, chamado de reservatório equivalente,
é usado para aproveitamento hidrelétrico, seguindo as normas de regularização da ANA, com
a articulação da ONS, conforme descreve a Lei 9984, de 17 de julho 2000, de criação da A-
NA.
[...] Cabe à ANA definir e fiscalizar as condições de operação de reservatórios, por
agentes públicos e privados, visando a garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos,
conforme estabelecido nos planos de recursos hídricos das respectivas bacias hidro-
gráficas, e que no caso de reservatórios de aproveitamentos hidrelétricos a definição
será efetuada em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
(ANA, 2015).
.
A barragem de Santa Cecília, em Barra do Piraí,recebe vazões afluentes dos reserva-
tórios de Funil, Jaguari, Santa Branca e Paraibuna, mais a vazão natural (chuvas), a partir de
Funil. Em condições hidrológicas de escassez, a vazão mínima em Santa Cecília é 190 m³/s,
sendo 71m³/s para atender aos usos a jusante à barragem, e 119 m³/s para o bombeamento, ou
seja, para a transposição para o rio Guandu, conforme estabelece a Resolução ANA 211, de
26 de maio de 2003, que dispõe sobre as regras a serem adotadas para a operação do sistema
hidráulico do rio Paraíba do Sul (ANA, 2003).
Hoje,o rio Paraíba do Sul está sendo regularizado pela resolução 1382 de dezembro
2015. Essa resolução garante água para os diferentes usos na bacia, inclusive para a região
metropolitana do Rio de Janeiro, com valores de 190 m³/s, sendo 71m³/s para atender aos usos
43

a jusante à barragem e 119 m³/s para o bombeamento, ou seja, para a transposição para o rio
Guandu. A vazão, que era mínima segundo a resolução 211, passou ser a normal, podendo
esta, por controle de cheia, ser alterada em 5% para jusante e 2% para a bacia do rio Guandu.
Passou-se a trabalhar com o mínimo de 110 m³/s, sendo 75 para transposição e 35 m³/s para
jusante (ANA, 2015).
Podemos ver no Gráfico1 os dados de armazenamento do reservatório equivalente, e-
laborado pelo NOS no período de janeiro de 1993 a dezembro de 2017:

Gráfico 1 - Registro do armazenamento equivalente do rio Paraíba do Sul (1993/2017)

Fonte: Reunião do GTAOH em 16.09.2017.

Como podemos verificarno Gráfico1, a baixa do reservatório equivalente tem ocorri-


do,aproximadamente,de dez em dez anos. Tivemos estes registros no ano 2003 e 2004
e,também, menos grave, nos anos de 1994-1995. Podemos verificar estas ocorrências, de no-
vo, nos anos de 2014 e 2015, demonstrado na Tabela 3:
44

Quadro 3 - Registro mínimo do Reservatório Equivalente 2013 a 2017


2013 2014 2015 2016 2017
Data Volume útil Data Volume Data Volume Data Volume Data Volume
mínimo (%) útil útil útil útil
mínimo mínimo mínimo mínimo
(%) (%) (%) (%)
18.01.13 36,0 17.01.14 71,1 18.01.15 0,33 01.01.16 8,4 19.01.17 54.24

Fonte: A autora, 2018.

2.7 A importância da geração de energia para a gestão de recursos hídricos

A Constituição Federalde 1988, define que é assegurada aos Estados, ao Distrito Fede-
ral e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no
resultado da exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de ou-
tros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona
econômica exclusiva, ou a compensação financeira por essa exploração.

§ 1o É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração
de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira
por essa exploração (BRASIL, 1988, p. 26).

A Lei 7990 de dezembro de 1989, institui, para os Estados, Distrito Federal e Municí-
pios a compensação financeira pelo resultado:

Art. 1º O aproveitamento de recursos hídricos, para fins de geração de energia elétri-


ca e dos recursos minerais, por quaisquer dos regimes previstos em lei, ensejará
compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, a ser calculada,
distribuída e aplicada na forma estabelecida nesta Lei.[...] Art. 3º O valor da com-
pensação financeira corresponderá a um fator percentual do valor da energia cons-
tante da fatura, excluídos os tributos e empréstimos compulsórios. § 1º A energia de
hidrelétrica, de uso privativo de produtor, quando aproveitada para uso externo de
serviço público, também será gravada com a aplicação de um fator de 6% (seis por
cento) do valor da energia elétrica correspondente ao faturamento calculado nas
mesmas condições e preços do concessionário do serviço público local. § 2º Compe-
te ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, fixar, mensal-
mente, com base nas tarifas de suprimento vigentes, uma tarifa atualizada de refe-
rência, para efeito de aplicação das compensações financeiras, de maneira uniforme
e equalizada, sobre toda a hidreletricidade produzida no País (BRASIL, 1989).
45

Com a publicação da Lei nº 9984 de 17 de julho de 2000, em seu artigo 28, al-
tera o artigo 17 da Lei 9648 de 27 de maio de 1998:

Art. 28. O art. 17 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, passa a vigorar com a se-
guinte redação: "Art. 17. A compensação financeira pela utilização de recursos hí-
dricos de que trata a Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989, será de seis inteiros e
setenta e cinco centésimos por cento sobre o valor da energia elétrica produzida, a
ser paga por titular de concessão ou autorização para exploração de potencial hidráu-
lico aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios em cujos territórios se locali-
zarem instalações destinadas à produção de energia elétrica, ou que tenham áreas in-
vadidas por águas dos respectivos reservatórios, e a órgãos da administração direta
da União." (NR); "§ 1oDa compensação financeira de que trata o caput:" (AC)* "I –
seis por cento do valor da energia produzida serão distribuídos entre os Estados,
Municípios e órgãos da administração direta da União, nos termos do art. 1 o da Lei
no 8.001, de 13 de março de 1990, com a redação dada por esta Lei;" (AC); "II – se-
tenta e cinco centésimos por cento do valor da energia produzida serão destinados ao
Ministério do Meio Ambiente, para aplicação na implementação da Política Nacio-
nal de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hí-
dricos, nos termos do art. 22 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do disposto
nesta Lei." (AC); "§ 2o A parcela a que se refere o inciso II do § 1 o constitui paga-
mento pelo uso de recursos hídricos e será aplicada nos termos do art. 22 da Lei n o
9.433, de 1997" (BRASIL, 2000).

Em seu artigo 29, a Lei 9984, de 17 de julho de de 2000, altera o artigo 10 da Lei n
8.001, de 13 de março de 1990, com a redação da lei 9433 de janeiro de 1997, conforme po-
demos ver abaixo:

Art. 29. O art. 1o da Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, com a redação dada pela
Lei no 9.433, de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 1o A distribui-
ção mensal da compensação financeira de que trata o inciso I do § 1 o do art. 17 da
Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, com a redação alterada por esta Lei, será feita
da seguinte forma:" (NR); "I – quarenta e cinco por cento aos Estados;"; "II - qua-
renta e cinco por cento aos Municípios;"; "III – quatro inteiros e quatro décimos por
cento ao Ministério do Meio Ambiente;" (NR); "IV – três inteiros e seis décimos por
cento ao Ministério de Minas e Energia;" (NR); "V – dois por cento ao Ministério da
Ciência e Tecnologia."; "§ 1o Na distribuição da compensação financeira, o Distrito
Federal receberá o montante correspondente às parcelas de Estado e de Município.";
"§ 2o Nas usinas hidrelétricas beneficiadas por reservatórios de montante, o acrésci-
mo de energia por eles propiciado será considerado como geração associada a estes
reservatórios regularizadores, competindo à ANEEL efetuar a avaliação correspon-
dente para determinar a proporção da compensação financeira devida aos Estados,
Distrito Federal e Municípios afetados por esses reservatórios" (BRASIL, 2000).

Esta lei 7990 28 de dezembro de 1989, sofre alteração pela lei 13360 de 2016, onde
aumenta o valor da energia produzida, que passa de 6.75% para 7% e a compensação dos
municípios e estados é mudada
Art. 17. A compensação financeira pela utilização de recursos hídricos de que trata a
Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989, será de 7% (sete por cento) sobre o valor
da energia elétrica produzida, a ser paga por titular de concessão ou autorização pa-
ra exploração de potencial hidráulico aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios em cujos territórios se localizarem instalações destinadas à produção de energia
elétrica, ou que tenham áreas invadidas por águas dos respectivos reservatórios, e a
órgãos da administração direta da União [...] I - 6,25% (seis inteiros e vinte e cinco
46

centésimos por cento) do valor da energia produzida serão distribuídos entre os E s-


tados, Municípios e órgãos da administração direta da União, nos termos do art.1º
da Lei no8.001, de 13 de março de 1990, com a redação dada por esta Lei (BRASIL,
2016).

Em 2018,através da Lei Federal 13661, de 8 de maio de 2018, há uma nova alteração


da lei de compensação financeira, que define novos percentuais para o setor elétrico nos mu-
nicípio e estados.

Art. 10 – A distribuição mensal da compensação financeira de que trata o inciso I e II


do § 1o do art. 17 da Lei 9648 de 27 de maio de 1998, com a redação alterada por es-
ta Lei 9984 de 2000, com uma nova Redação dada pela 13.661 de maio de 2018. I –
25% (vinte e cinco por cento) aos Estados; II – 65% (sessenta e cinco por cento) aos
Municípios (BRASIL, 2018).

Com esta alteração,os estadospassam a arrecadar 25% dos recursos e os municípios


que possuem geração de energia, passam a arrecadar 65%. A maioria dos estados que rece-
bem Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos para geração de Energia
(CFURH) aplicam estes recursos na gestão de recursos hídricos. Outro fator que afeta a arre-
cadação é a escassez hídrica, pois é quando há uma diminuição nos reservatórios e estes co-
meçam operar em volume morto, sem produzir energia. Nessa situação, as termoelétricas são
acionadas e o valor da compensação financeira recebido pelos estados do setor elétrico dimi-
nui.
A compensação financeira do setor elétrico na bacia do Rio Paraíbado Sul vem sendo
usada ao longo dos tempos na gestão de recursos hídricos. São Paulo usa o total do valor para
a sustentabilidade do sistema, enquanto o Rio de Janeiro e Minas Gerais usam 50% na gestão
dos recursos hídricos. Dessa forma, a escassez hídrica envolve todos os atores em controvér-
sias complexas, de difícil conclusão: social, natural, financeiro, legal, todos misturados, co-
nectados em rede.
47

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada envolveu coleta e análise documental dos diplomas legais


relativos à gestão dos recursos hídricos na bacia do rio Paraíba do Sul. Para tanto, foi realiza-
da uma busca no site da Agência Nacional de Água. Com isto, elaborou-se uma análise destas
legislações, dos avanços nestes últimos anos e dos desafios que deverão ser enfrentados.
Primeiramente foram organizadas, como referencial teórico, temas que compuseram
os Capítulos 1 e 2: sobre a Gestão do recursos hídricos no Brasil e no estado do Rio de Janei-
ro, com um detalhamento maior no estado do Rio de Janeiro e o quanto de comando e contro-
le está implícito na legislação brasileirae na do estado do Rio de Janeiro. Foram consultadas
quatro obras de Bruno Latour para delimitar as informações sobre a ótica da Teoria Ator-
Rede, buscando uma análise da integração dos principais atores nos processos de decisão na
escassez hídrica da Bacia do Paraíba do Sul, 2014-2015: Jamais fomos modernos (1994), A
vida de laboratório (1997), Reagregando o social (2012) e Cogitamus (2016).
A pesquisa bibliográficafoi realizada por meio de consultas nos websites e material
impresso sobre: a bacia do rio Paraíba do Sul e sua importância para as metrópoles de São
Paulo e Rio de Janeiro, a criação do CEIVAP como comitê de integração eos comitês estadu-
ais - Médio Paraíba do Sul, Baixo Paraíba do Sul e Guandu, por terem estes enfrentado os
impactos causados pela escassez hídrica de 2014-2015. Baseado nas leituras realizadas, foram
elaboradas análises sobre a regularização do rio Paraíba do Sul e a importância da operaciona-
lização e regulamentação dos reservatórios e a capacidade dos reservatórios da Bacia do rio
Paraíba do Sul, bem como sobre a importância da geração de energia para a gestão de recur-
sos hídricos .
Para a elaboração das análises e discussões dos resultados foram feitas busca das atas
de reuniões que ocorreram em 2014-2015 nos sites das instituições dos três estados da federa-
ção que compõem a bacia do rio Paraíba do Sul: São Paulo/ SP, Rio de Janeiro/ RJ e Minas
Gerais/ MG. Na esfera federal, há o CNRH. Na esfera estadual foram consultados os sites dos
conselhos estaduais derecursos hídricos dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Ja-
neiro. Foi consultado também os sites do CEIVAPe dos comitês que o compõem, incluindo o
comitê Guandu e as atas do GTAOH do CEIVAP; sendo organizadas nesta ordem: CNRH,
CERH dos estados de São Paulo (SP), Minas Gerais (MG) e Rio de Janeiro (RJ), Comitês de
Integração da Bacia do rio Paraíba do Sul – o CEIVAP e o GTAOH .
48

Após a coleta, foi realizada a leitura meticulosa de todo o material e a análise, separa-
das por comitês nas suas devidas regiões. Na região de São Paulo (SP), o Comitê da Bacia
Hidrográfica do Paraíba do Sul (CBH-PS); na região do Rio de Janeiro(RJ), o CBH-MPS, o
Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Piabanha e das sub-bacias hidrográficas dos rios Paque-
quer e Preto (Piabanha), o Comitê da Bacia Hidrográfica Rio Dois Rios (CBH-R2R), Comitê
da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana (CBH-BPSI) e o comitê estadual
do Guandu - Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios do Guandu, da Guarda e Guarda Mi-
rim; e, na região de Minas Gerais (MG), o Comitê da Bacia hidrográfica dos Afluentes Minei-
ros dos rios Preto e Paraibuna e o Comitê da Bacia Hidrográfica dos dois afluentes mineiros
dos rios Pomba e Muriaé (COMPÉ), por ser os comitês da bacia do rio Paraíba do Sul, com
excessão do comitê Guandu, que foi impactado por ter dois terços das suas águas vindo do rio
Paraíba do Sul.
Para identificar os documentos de interesse, foi feita uma consulta diretamente nas
páginas da internet dos respectivos comitês e instituições. Após a leitura dos documentos,
procedeu-se a marcação das falas sobre o tema escassez hídrica do rio Paraíba do Sul e cata-
logadas por instituição. A análise dos documentos foi realizada por período cronológico: a
análise dos relatos das atas e de todo processo na tomada de decisões, neste período, bem co-
mo as ações que foram realizadas e as propostas para superar as dificuldades da crise hídrica.
Por se tratar de uma transcrição de atas, estes relatos encontram-se no Apêndice 1. Na reali-
dade, esse é o nosso “diário de bordo”, o material bruto de nossa pesquisa, que ficará à dispo-
sição do leitor para consultas e possíveis novos desdobramentos.
No capítulo de resultados e discussões, foi elaborado, também, um relato histórico da
criação do CEIVAP e da escassez hídrica de 2003 e no período de2014 e 2015, com tabelas e
gráficos gerados pela ANA, a partir das reuniões destes atores no GTAOH do CEIVAP. Além
disso, foram utilizados os dados dosite do SIGA CEIVAP e do ONS no período 2014-2015,
com a interpretação dos dados empíricos sob a ótica da Teoria Ator-Rede, proposta por Bruno
Latour (1994).
Cabe ressaltar que, por ocasião da disciplina obrigatória Seminário II, ocorrida em
Brasília, em agosto de 2017, houve a proposta de produzir um documentário com os atores
sociais envolvidos na gestão da crise hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul, no período de
2014-2015. Embora tenhamos verificado que não seria possível realizar a filmagem a tempo
de que esta se constituísse em mais um “produto” da defesa do mestrado, decidimos realizar
esse projeto, como um desdobramento da pesquisa aqui apresentada. Para tanto, foi elaborado
49

um roteiro “Atuação dos diversos atores do GTAOH/CEIVAP no enfrentamento da escassez


hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul – período 2014 – 2015”.
Nossa proposta é entrevistar aproximadamente vinte atores sociais que participaram da
“seca de 2003”, quando foi criado o GTAOH, no âmbito do CEIVAP, e os que participaram
da “seca de 2014-2015” e realizar filmagens nos quatro reservatórios (Paraibuna, Jaguari,
Santa Branca e Funil), além do complexo de transposição no Rio de Janeiro (Santa Cecília) e
Guandu, abordando também a trasposição em São Paulo (Atibainha-Jaguari). Buscaremos
nestas imagens valorar o rio e a água, que apesar de ser usada pelo homem em todas as suas
atividades, não parece ser enxergadacomo um ser visível, como um ator. Para nós, como su-
gere Bruno Latour (1994), a água“é o nosso fio de Ariadne”.
O roteiro encontra-se descrito no Apêndice 2. Este foi elaborado, com o auxilio da e-
quipe de comunicação da AGEVAP e está sendo financiado com recursos do setor de comu-
nicação do CEIVAP, pois o mesmo pretende fazer um trabalho de divulgação de suas ações,
realizando um mini documentário de todos os seus grupos de trabalhos e instâncias de decis-
sões. No caso do GTAOH, por ser tratar de um produto deste mestrado, serão seguidas as
normas da ABNT, para a edição do documentário.
Um importante material de consulta foi “O Plano de Ações Complementares para a
Gestão da Crise Hídrica na Bacia do Rio Paraíba do Sul”, elaborado em janeiro de 2015 e
disponível no site da AGEVAP, que contém o registro das intervenções nas captações ocorri-
das nos municípios em prol da superação da crise hídrica de 2014 e 2015, no Anexo 1.
50

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Relatos sobre a escassez hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul – período 2003, 2014
e 2015, o papel do CEIVAP e a criação do GTAOH

Falar da escassez hídrica na Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul no período de


2003, 2014 e 2015 é contar a históriado CEIVAP, pois foi este comitê que enfrentou estas
crises. O CEIVAP é conhecido pelo seu pioneirismo. A gestão de recursos hídricos implanta-
da no Brasil, a partir de 1997, seguiu o modelo francês. Ao mesmo tempo em que alguns ato-
res sociais formaram um grupo para discutir a proposta dos vetos da Lei 9433/97, que estava
para ser aprovada a qualquer instante, paralelamente também discutiam a formação de um
Comitê Federal para Integração dos três estados (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro).
O CEIVAP nasce, então, praticamente junto com a Lei 9.433, em janeiro de 1997.

O grupo intitulado CEEIVAP- Comite Executivo de Estudos Integrados da Bacia Hi-


drográfica do Rio Paraíba do Sul, com sede no município de Resende, em uma sala empresta-
da do Serviço Nacional da Indústria (SENAI), com técnicos contratados pela Companhia de
Pesquisa de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (CPRM) e pela prefeitura de Resende, tinha
como primeiro trabalho ajudar na construção do Comitê de Bacia do rio Paraíba do Sul. Nes-
se período, a União, através do Programa Brasil/França, havia contratado um serviço à Uni-
versidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UFRJ/COPPE, para que a mesma fizesse
uma análise da quantidade e qualidade da água da bacia do rio Paraíba do Sul.

Esse documento fazia um diagnóstico da bacia e quais intervenções seriam necessárias


para solucionar todos os problemas diagnosticados com um recorte por estado. Este Programa
de Qualidade da Água do rio Paraíba do Sul, conhecido como PQA da bacia do rio Paraíba do
Sul, acabou se tornando o primeiro plano do Comitê. Um comitê que nasce com alguns con-
flitos: ajustar políticas de três estados tão diferentes - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janei-
ro-, com a política nacional de Recursos Hídricos. Sendo que, o Estado de São Paulo já fazia a
gestão de recursos hídricos, desde 1991, com legislação estadual referente a este tema bem
avançada em comparação ao Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mas o desafio estava posto, terí-
amos que integrar a política de 183 municípios destes diferentes estados em uma política
compartilhada para melhorar a quantidade e qualidade das águas da Bacia do rio Paraíba do
Sul.
51

Os Comitês de Bacia foram instituídos pela Lei n0 9.433 de 08/01/1997, que criou o
Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, que é integrado pelos CBHs, que
são entidades colegiadas compostas por representantes do poder público, dos usuários de água
e da sociedade civil. Dentre as principais atribuições dos CBHs, pode-se citar a elaboração,
aprovação e o acompanhamento da execução do Plano de Bacia; o estabelecimento dos valo-
res e mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e a aplicação dos recursos oriun-
dos da cobrança nas respectivas regiões hidrográficas. A existência dos CBHs possibilita que
a gestão dos recursos hídricos seja conduzida de modo participativo, promovendo o debate
das questões relacionadas a estes recursos, a articulação das entidades intervenientes, e ainda
arbitragem de conflitos relacionados aos diversos usos dos recursos hídricos em primeira ins-
tância. Em segunda instância temos o CNRH e a ANA.
Mas, voltando ao CEIVAP e à escassez hídrica ano de 2003, aconteceu um
comportamento atípico na estação chuvosa, a das cheias, que ocorrem entre outubro e março:
ocorreram chuvas ao longo da bacia, mas com pouquíssimas chuvas nas cabeceiras da bacia
do rio Paraíba do Sul, onde se encontram os grandes reservatórios. Nesse período, o CEIVAP
estava discutindo um dos instrumentos de gestão que era a cobrança pelo uso da água e a cria-
ção de uma agência para gerir os fundos arrecadados com a mesma. O CEIVAP percebeu que
precisaria criar um grupo de trabalho para discutir a operação hidráulica da Bacia do rio Para-
íba do Sul e foi criado assim o GTAOH. Este grupo seria composto por representantes do se-
tor elétrico (ONS, FURNAS, LIGHT, ENERGISA), pelos órgãos gestores (ANA, INEA, I-
GAM, DAEE, SABESP), representantes de federação e associações de usuários da bacia do
rio Paraíba do Sul e do rio Guandu situados no canal São Francisco, empresas de saneamento
com captação na calha do Rio Paraíba do Sul e os representantes dos comitês estaduais do Rio
de Janeiro situados na bacia do Rio Paraiba do Sul e do Rio Guandu e representantes da dire-
toria do CEIVAP.
Tal estiagem ocorreu em um período curto, mas foi muito intensa. Foi uma ocasião em
que os doutores e a comunidade se juntaram em busca de soluções, neste período todos eram
iguais, pois o grau de incerteza era tamanho que ninguém sabia o que poderia acontecer no dia
seguinte. Uma coisa era certa: os reservatórios estavam abaixando assustadoramentee as pre-
visões de chuvas eram mínimas. O que fazer para abastecer as pessoas, os animais, as plantas,
as indústrias? Vivíamosno início do século XXI, onde a sociedade de consumo ditava as re-
gras do mercado econômico. E a economia dos dois estados mais ricos e populosos do país,
São Paulo e Rio de Janeiro, estava fragilizada, por um ente que nenhum acadêmico levou em
conta em seu planejamento: a água.
52

Foi um período difícil, onde todos tinham que se desarmar e se desfazer dos conceitos
que acreditavam e defendiam como o certo, para uma construção coletiva onde ninguém deti-
nha bases teóricas consistentes. Um desafio e tanto! Os dados construídos com as mais altas
tecnologias, mostravam a fragilidade do sistema de gestão de recursos hídricos. Em 26 de
maio de 2003, a ANA, através da Resolução no 211/2003, estabeleceu a regra operativa para o
sistema hidráulico do rio Paraíba do Sul - Santa Cecília, que, em condições normais, tem va-
zão mínima de 190 m³/s, sendo 71 m³/s para atender aos usos a jusante à barragem e 119 m³/s
para o bombeamento, ou seja, para a transposição para a bacia hidrográfica do rio Guandu.
Antes desta resolução trabalhava-se com um total de 250 m³/ssendo 160 m³/s para transposi-
ção e 90 m³/s para atender aos usos jusante.

Como já foi dito, em 2003, a escassez hídrica aconteceu por um curto período compa-
rado com a vivida no período de 2014 e 2015, mas, em contrapartida, foi muito inten-
sa.Segundo dados do ONS, a vazão do rio Paraíba do Sul, em 2003, chegou ser a mesma de
1955. Se pensarmos no crescimento industrial e populacional que ocorreu neste período, en-
tre 1955 e 2003, dá para calcular o poder de depuração deste rio que triplicou sua carga de
esgoto in natura. O GTAOH passou a se reunir e verificar quais as ações seriam necessárias
para minimizar os problemas da estiagem que se prolongava.

O rio Paraíba do Sul é um rio totalmente regularizado, por quatro reservatórios para
geração de energia (Paraibuna, Jaguari, Santa Branca e Funil). No município de Barra do Pira-
í, no estado do Rio de Janeiro, temos um reservatório de passagem, o de Santa Cecília,operada
pela empresa Light,onde ocorre a transposição da água da bacia do rio Paraíba do Sul para a
bacia do Guandu. O rio Paraíba do Sul tem 2/3 de suas águas transpostas, esta transposição
foi autorizada para a geração de energia elétrica para a cidade do Rio de Janeiro. O Rio de
Janeiro sofria na década de 1940 com abastecimento de água e energia elétrica, existe uma
marchinha popular (música de carnaval, 1954, Vagalume, de Vitor Simon e Fernando Mar-
tins) que retrata isto "De dia me falta água, de noite me falta luz”.

Santa Cecília recebe vazões afluentes do reservatório de Funil, que está situado no
município de Resende no estado do Rio de Janeiro que é operado por Furnas, recebe ainda
contribuições de três outros reservatórios que estão situado a montante, no estado de São Pau-
lo; Paraibuna e Jaguari (operado pela Companhia Energética de São Paulo) e Santa Branca
(operado pela Light) e as vazões de chuvas das incrementais próxima ao reservatório. Pode-
mos verificar que a Bacia do rio Paraíba do Sul é uma bacia desnaturalizada pela presença de
quatro grandes reservatórios que foram construídos para geração de energia e controle de
53

cheias em seu percurso e uma transposição de 2/3 de suas águas para abastecer a metrópole do
Rio de Janeiro.

Em condições hidrológicas normais, a vazão mínima em Santa Cecília seria de 250


m³/s, sendo 160 m³/s para transpor e 90 m³/s para atender o uso ajusante, em condições adver-
sas diminuiríamos a quantidade de água transposta e a água a jusante de Santa Cecília com
esta proposta economizaríamos 60 m³/s, passou então para 190 m³/s, sendo 71m³/s para a-
tender aos usos a jusante à barragem e 119 m³/s para o bombeamento, ou seja, para a transpo-
sição para o rio Guandu, conforme estabelece a Resolução ANA 211, de 26 de maio de 2003,
que dispõe sobre as regras a serem adotadas para a operação do sistema hidráulico do rio Pa-
raíba do Sul. No entanto, neste ano de 2003, chegamos a operar em Santa Cecília com 165
m³/s, sendo110 m³/s para transpor para região metropolitana e 55 m³/s para atender o uso a
jusante da barragem.

De 2003 a 2014, houve um hiato, as chuvas voltaram e o CEIVAP começou a traba-


lhar a cobrança pelo uso da água juntamente com a ANA. Vários seminários foram realizados
por toda a bacia para demonstrar a importância da cobrança para recuperação da bacia do rio
Paraíba do Sul. O GTAOH, neste período, fez um levantamento da faixa marginal no muni-
cípio de Barra Mansa, pontuando quais as ações deveriam ser realizadas, para evitar cheias
com aumento da defluência do Funil no período de chuvas.

Os reservatórios equivalentes entram, em 2014, com volume acima de 50 %, mas che-


gam ao final do ano próximo de zero. O GTAOH se reuniu por dezenove vezes em seis me-
ses: a primeira reunião ocorreu em 04 de junho de 2014 e a última em 30 de dezembro de
2014. Nas primeiras reuniões as discussões foram para diminuição da defluência de Santa
Cecília, de 190 m3/s para 173 m3/s, pela resolução 700, de junho de 2014. Mas, pelos impac-
tos que poderia causar, esta redução foi realizada de forma lenta, a meta só foi atingida no
final de julho.

Mas os problemas se agravavam. Era preciso diminuir mais e, pela resolução 1072, de
agosto de 2014, traçaram nova meta de diminuir de 173 m3/s para 169 m3/s, e esta diminuição
também foi realizada de forma lenta. Era preciso fazer novas reduções, pois os reservatórios
estavam muito baixos e, após longas discussões, solicitaram diminuir temporariamente mais 4
m3/s, de 169 m3/s para 165 m3/s, até o final do mês de agosto. No começo de setembro, mais
precisamente, em 08.09.2014, fizeram nova redução, passando de 165 m3/s para 160 m3/s,
através da resolução 1309.
54

Ao longo do ano fizeram mais quatro resoluções referendando os 160 m3/s em Santa
Cecília. As discussões sobre a situação crítica da bacia continuaram. Os reservatórios equiva-
lentes estavam com 13%, era preciso diminuir a defluência em Santa Cecília. Mas quais im-
pactos teria na qualidade da água? Os usuários, tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro,
principalmente as empresas do canal de São Francisco, já estavam com problemas na capta-
ção, devido à má qualidade da água, e isto estava impactando a produção. Teriam que fazer
uma nova redução, tanto em Santa Cecília quanto nos reservatório de São Paulo, pois era pre-
ciso armazenar água. E, através da resolução 2051, de dezembro de 2014, alterou-se de 160
m3/s para 140 m3/s .

O ano de 2015 começou tenso, o volume dos reservatórios equivalentes chegou pró-
ximo de zero, fechou o anode 2014 na faixa de 20 %. Para superar a escassez hídrica no ano
de 2015, o GTAOH se reuniu vinte e nove vezes, a primeira reunião ocorreu no dia 12 de ja-
neiro de 2015 e a última em 14 de dezembro de 2015.
Na primeira reunião, a Operadora Nacional do Sistema Elétrico fez uma apresentação
sobre a situação do armazenamento no reservatório equivalente da bacia do rio Paraiba do
Sul, e as perspectivas futuras, mostrando que o mês de janeiro foi o pior do histórico já regis-
trado. Na segunda reunião, a Agência Nacional de Água fez um alerta: usar o volume morto é
entrar no cheque especial! Assim, a partir deste alerta, as resoluções, além de continuar com a
diminuição da defluência em Santa Cecília, começaram a diminuir a defluências dos reserva-
torios de cabeceira. A resolução 86, de janeiro de 2015, diminuiu a defluência de Santa Bran-
ca, de 40 m3/s para 34 m3/s, e de Jaguari, de 10 m3/s para 7 m3/s, e Santa Cecília continuou
com 140 m3/s.
A situação se agravou, os problemas de qualidade começaram a aparecer, e surgiu ou-
tro problema: como garantir o abastecimento da cidade do Rio de Janeiro, uma vez que as
olimpíadas estavam chegando? Em fevereiro, apesar de chuva nas cabeceiras, esta ainda era
pouca e não estava havendo ocorrência de chuvas nas incrementais, o que aumentou a neces-
sidade de se utilizar o volume morto. Houve uma apresentação da AGEVAP sobre as inter-
venções que seriam necessárias para resolver os problemas das captações dos municípios,
tanto no estado de São Paulo quanto no estado do Rio de Janeiro (Anexo1). No final de feve-
reiro, após amplas discussões sobre o volume doreservatório equivalente, chegaram a conclu-
são que haveria necessidade de diminuir um pouco mais a defluência de Santa Cecília, de 140
m³/s para 110m3/s, e através da resolução 145, de fevereiro de 2015, além da defluência de
Santa Cecília, foi reduzida um pouco mais a defluência de Jaguari, de 7 m³/s para 4 m³/s. Em
55

março a situação continuava se agravando, era preciso diminuir mais as defluências dos reser-
vatórios de cabeceira, o que foi feito através da resolução 205, de março de 2015. Então, os
reservatorios passaram a ter a seguinte vazão: Paraibuna, de 30 m³/s para 25 m³/s; Santa
Branca, de 34 m³/s para 30 m³/s; Jaguari, de 10 m³/s para 4 m³/s e Funil, de 80 m³/s para 70
m³/s. Os problemas continuaram sendo agravados, as discussões giraram em torno da quanti-
dade e qualidade da água e discutiu-se também sobre as intervenções que estavam sendo fei-
tas na captação das empresas de abastecimento público. Reafirmou-se a necessidade de uma
nova redução da defluência em Santa Cecília e, caso houvesse algum problema, poderiam
acessar o protocolo de emergência . O protocolo de emergência foi criado para dar segurança
a todos os usuários da bacia rio Paraíba do Sul com os telefones dos responsáveis pela opera-
ção hidráulica dos reservatórios da bacia do Paraíba do Sul e dos órgãos gestores. Após a de-
cisão de abaixar os volumes da defluência dos reservatórios, se algum usuário tivesse proble-
ma em suas captações, deveriam ligar para o protocolo de emergência a fim de que voltasse a
vazão anterior.
Nos meses que se seguiram a situação continuou se agravando. Houve uma apresenta-
ção sobre o monitoramento da qualidade de água no estado do Rio de Janeiro, um relato sobre
os problemas ocorridos nas captações para abastecimento público na calha do rio Paraíba do
Sul e o andamento das obras para resolvê-los. Além das intervenções nas captações dos usuá-
rios no Canal de São Francisco que aguardavam por uma autorização da Marinha para a colo-
cação de begs no canal, que proporcionariam a diminuição dos impactos da entrada da cunha
salina. Neste período, os usuários estavam parando a produção, de 16 à 32 hs, por causa da
entrada da cunha salina. O grupo definiu que até a colocação dos begs, nos dias de maré alta,
aumentaría-se a vazão dos reservatórios, trabalhando numa média suficiente para evitar a en-
trada de cunha salina e a parada das indústrias no canal de São Francisco.
Discutiu-se, também, sobre qual a capacidade de se usar o volume morto dos reserva-
tórios e sobre qual a capacidade dos reservatórios de usar este volume. A ANA falou sobre as
vistorias que fez, juntamente com os estados, nas captações de abastecimento público. Os
membros presentes solicitaram à ANA e à ONS um posicionamento, uma vez que situação
agravava-se a cada dia. As discussões eram muitas, a mortandade de peixes na represa de To-
kos por falta de vazão ecológica. O rio Piraí teria ficado seco por falta de vazão ecológica.
Outra questão discutida foi a do aumento de macrófitas e seu impacto na qualidade da água .
Em outubro de 2015, pela resolução 1204, na busca de minimizar todos os problemas
citados, houve a diminuição da defluência dos reservatório de cabeceira: Paraibuna, de 25
56

m³/s para 7 m³/s; Santa Branca, de 30 m³/s para 10 m³/s; Jaguari, de 10 m³/s para 4 m³/s e Fu-
nil, de 80 m³/s para 60 m³/s.
Em dezembro de 2015 foi feita a resolução conjunta 1382, que se encontra em vigor
atualmente. Esta resolução, em seu artigo 5 o, instituiu o Grupo de Assessoramento a Opera-
ção Sistema Hidráulico Paraíba do Sul, composto por representantes da ANA, dos órgãos ges-
tores (IGAM, DAAE, INEA), um representante do CEIVAP e um representante da ONS .
Esta resolução é inovadora, pois quebra um paradigma, já que os nossos rios sempre
foram usados para produção de energia. Com esta resolução, o setor de energia, que se sempre
comandou todo o processo, desde do código das águas de 1934, nesta resolução perde o co-
mando: os rios são, em primeiro lugar, para abastecimento humano, como preconiza a lei
9433/97. A resolução 211, de 2003, foi feita pelo órgão regularizador Agência Nacional de
Água. Em 2015, a referida resolução discute com todos os envolvidos no processo: a ANA,
ONS, órgãos gestores e os comitês de bacia hidrográfica. Não mais a produção de energia é
que determina o fluxo da bacia do Paraíba do Sul. O uso prioritário da água é para sobrevi-
vência de todo ecossistema, podendo os valores deplecionar de 5% a 2%, ficando assim de-
terminado: em Santa Cecília, 190 m³/s, sendo 119 m³/s para transposição e 71 m³/s para ma-
nutenção do rio Paraíba em direção à foz em São João da Barra; o reservatório de Paraibuna,
de 7 m³/s para 10 m³/s; Santa Branca, de 10 m³/s para 30 m³/s; Jaguari permanece com a de-
fluência de 4 m³/s, e Funil, por ser um reservatório de controle de cheia, passa 60 m³/s para 70
m³/s.

4.2 Legislação gerada pela ANA para bacia do Rio Paraíba do Sul – 2014-2017

A operação dos reservatórios dorio Paraíba do Sul é discutida periodicamente no âm-


bito do GTAOH do CEIVAP, que conta, entre outros, coma participação de representantes
dos órgãos gestores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O GTAOH foi
criado na escassez hídrica de 2003, ano em que os níveis da bacia do Rio Paraíba do Sul che-
gou a ter a vazão idêntica a 1955. A seca da Bacia do Rio Paraíba do Sul em 2014-2015, tor-
nou-se um modelo a ser seguido. A forma de tomada de decisões em um alto grau de incerte-
za, pelos diferentes atores, exigia muita confiança dos mesmos, entre eles, e com todos os
objetos envolvidos, como a régua que media a vazão diária do rio nos diferentes municípios
da bacia, dos usuários que tinham que parar sua produção para armazenar água e diminuir a
captação para que todos pudessem ter acesso à água. O papel da ANA, ao emitir resoluções
57

para regularização do uso, conforme as decisões tomadas no Comitê de Integração da Bacia


do rio Paraíbado Sul pelo GTAOH, foi fundamental.

Os resultados, foram compilados, apresentados e analisadas as legislação geradas pela


ANA, CNRH, CERHI/RJ, CEIVAP e comitês Estaduais do Rio de Janeiro, (CBH-MPS, C-
BH-BPSI e Comitê Guandu) dos impactados pela estiagem de 2014 e 2015. Esses levanta-
mentos foram realizados por meio de pesquisa nas websites dessas instituições. Foi realizada
uma discussão dessas resoluções, sobre a forma como foram geradas e sobre o papel do
GTAOH na sua construção. As Tabelas 6 e 7 ilustram as resoluções da ANA.
Cabe ressaltar que parte desses resultados serão apresentados, na forma de pôster,no
III Simpósio de Recursos Hídricos do rio Paraíba do Sul, que acontecerá de 27 a 29 de agosto
de 2018, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no trabalho intitulado “Avaliação e
análise dos dados sobre a escassez hídrica no rio Paraíba do Sul no período de 2014-2015”
(TEIXEIRA, BRANQUINHO e LACERDA, 2018).

4.2.1 Resoluções da ANA sobre a redução da vazão mínima afluente à barragem de Santa
Cecília -2014 e as defluências dos reservatórios: Paraibuna, Santa Branca, Jaguari, Funil
no período de 2003- 2014 -2015

Quadro4 - Resoluções da ANA período de 2003 a 2014 (continua)

RESOLU- VAZÕES VI- VAZÕES VI- VAZÕES VI- PA- SAN- JA- FU-
ÇÕES GENTES EM GENTES EM GENTES EM RAI- TA GUARI NIL
SANTA CECI- SANTA CECI- PEREIRA BU- BRAN
PERIODO
LIA LIAP/ O GUAN- PASSOS NA CA
DE VI-
DU
GÊNGIAS PARA A FOZ

211 CHEIA ESCAS- CHEIA ESCAS CHEI ESCAS m3/s m3/s m3/s m3/s
SEZ m3/s SEZ A SEZ
26.05.2003 m3/s
m3/s m3/s m3/s m3/s
à
26.05.2014
250 190 160 119 90 71 30 40 10 80

700 180 114 66 30 40 10 80


27.05.14 à
30.06.14 114
173 59

898 30 40 10 80
25.06.2014 173 1 5
à 14 9
31.07.2014
58

Quadro 4 - Resoluções da ANA período de 2003 a 2014 (conclusão)

RESOLU- VAZÕES VI- VAZÕES VI- VAZÕES VI- PA- SAN- JA- FU-
ÇÕES GENTES EM GENTES EM GENTES EM RAI- TA GUARI NIL
SANTA CECI- SANTA CECI- PEREIRA BU- BRAN
PERIODO
LIA LIA P/ O PASSOS NA CA
DE VIG
GUANDU
ÊNGIAS PARA A FOZ

1038 169 110 59 30 40 10 80


16.07.2014
à 165 110 55
15.08.2014

1072 165 110 55 30 40 10 80


11.08.2014
à 30.09.14

1309 160 109 51 30 40 10 80


29.08.14 à
30.09.2014

1516 160 109 51 30 40 10 80


29.09.2014
à
31.10.2014

1603 160 109 51 30 40 10 80


29.10.14 à
30.11.2014

1779 160 109 51 30 40 10 80


27.11.2014
à
31.12.2014

2048 160 109 51 30 40 10 80


19.12.2014
à
31.01.2015
145 103
2051 42 30 40 10 80
23.12.14 à 140 100 40
31.01.2015

Fonte: A autora, 2018.


59

Quadro 5 - Resoluções da ANA em 2015


RESOLU- VAZÕES VAZÕES VIGEN- VAZÕES PARAI- SAN- JA- FUNIL
ÇÕES VIGENTES TES EM SANTA VIGENTES BUNA TA GUARI
m3/s
EM SAN- CECILIA EM PE- BRAN
PERIODO m3/s m3/s
TA CECI- REIRA CA
DE VI- PARA O GUANDU
LIA PASSOS
GENGIAS m3/s
PARA A
FOZ

86 140 100 40 30 40 10 80
para34 para7
30.01.15 à
28.02.15

145 110 75 35 30 40 10 80
para34 para4 para70
27.02.15 à
23.03.2015

205 110 75 35 30 para25 34 10 80


para30 para4 para70
23.03.15 à
30.06.15

714 110 75 35 30 para25 34 10 80


para30 para4 para70
29.06.15 à
27.10.15

1204 110 75 35 25 para 7 30 para 10 80 para


10 para4 60
26.10.15 à
31.01.16

1382 119 71 48 7 para10 10 4 60


para30 para70
07.12.15 em
vigor 120 71 49

Notas: Resolução 1382 de 07 de dezembro 2015 revoga a resolução 211 de 26 de maio 2003. Estes valores pode-
rão variar de 5% a 2% , os reservatórios terão três estágios de deplecionamento.
Esta resolução em seu artigo 5 o institui o Grupo de Assessoramento a Operação Sistema Hidráulico Paraíba do
Sul, este grupo será composto por representante da ANA, dos órgãos gestores (IGAM, DAAE, INEA) e um
representante do CEIVAP e um representante da O N S.
Fonte: A autora, 2018.
60

4.2.2 Representações gráficas das resoluções geradas em 2014-2015 pela ANA, com análise
do GTAOH/CEIVAP

No Gráfico 2, que apresenta as resoluções da ANA sobre a redução da vazão mínima


afluente na barragemdo Funil, Santa Cecília e Foz, em 2014, percebe-se a emissão de apro-
ximadamente dez resoluções em seis meses de reunião do GTAOH.

Gráfico 2-Vazões e resoluções geradas pela Agência Nacional de Água- bacia do Paraíba do Sul-
2014.

Fonte: A autora, 2018.

No Gráfico 3, são apresentadas as defluências dos reservatórios Paraibuna, Santa


Branca, Jaguarie Funil no ano de 2014. Nota-se que os reservatórios mantiveram suas vazões
de defluências no ano de 2014.
61

Gráfico 3 -Vazões dos reservatórios em 2014

Fonte: A autora, 2018.

Já no ano de 2015, criou-se a metade de resoluções, em comparação com 2014,


como podemos observar no Gráfico 4:

Gráfico 4 – Vazões e resoluções geradas pela Agência Nacional de Água- bacia do Paraíba do
Sul - 2015.

Fonte: A autora, 2018.


62

No ano de 2015, podemos perceber que os reservatórios Paraibuna, Santa Branca e


Jaguari alteraram suas vazões de defluência. Apenas o Funil, por ser um reservatório pe-
queno e de contenção de cheias, manteve seu volume, conforme retrata o Gráfico 5:

Gráfico 5 -Vazão dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul 2014 -2015.

Fonte: A autora, 2018.

4.3 A escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul - período 2013-2017

Neste item, será relatado o período de escassez hídrica com base no levantamento de
séries históricas: ONS, ANA, GTAOH/CEIVAP. Serão apresentados seis gráficos. O Gráfico
6, com a porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equivalente ao longo dos meses
nos anos de 2013 a 2017, demonstra que houve períodos de muita chuva e quanto este volume
caiu ao longo dos anos.
O Gráfico 7 apresenta a porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equiva-
lente em 2013. Percebe-se, pelos gráficos, que 2013, foi um bom ano de chuvas, o reservató-
rio equivalente encerrou o ano na faixa de 50%. O Gráfico 8 trata da porcentagem utilizada do
volume útil do reservatório equivalente, em 2014. Esse gráfico demonstra que o volume nos
primeiros meses eram altos e foi caindo ao longo do tempo, fechando o ano próximo de zero.
O Gráfico 9 trata da porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equivalente,
em 2015. Nos primeiros meses este volume foi baixo e aumentou ao longo do tempo, mesmo
assim fechou o ano com um volume ainda muito baixo na faixa de 20%. O Gráfico 10 trata da
porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equivalente em 2016. Neste gráfico tem-
63

se, nos primeiros meses do ano, um volume na faixa de 20% e de 50% ao final. O Gráfico 11
trata da porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equivalente, em 2017. Pode-se
verificar que começa o ano com um volume de 50% e fecha o ano em 30%.

Gráfico 6 - Porcentagem utilizada do Volume Útil do Reservatório Equivalente ao longo dos meses nos
anos de 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017

Fonte: SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E GEOAMBIENTAIS DA BACIA HI-


DROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2018.
64

Gráfico 7 - Porcentagem utilizada do volume útil do Reservatório Equivalente no ano de 2013

Fonte: SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E GEOAMBIENTAIS DA BACIA HI-


DROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2018.

Gráfico 8 - Porcentagem utilizada do volume útil do Reservatório Equivalente no anode 2014

Fonte: SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E GEOAMBIENTAIS DA BACIA HI-


DROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2018.
65

Gráfico 9 - Porcentagem utilizada do Volume Útil do Reservatório Equivalente no ano


de 2015

Fonte: SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E GEOAMBIENTAIS DA BACIA


HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2018.

Gráfico 10 - Porcentagem utilizada do volume útil do Reservatório Equivalente no ano


de2016

Fonte: SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E GEOAMBIENTAIS DA BACIA


HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2018.
66

Gráfico 11 - Porcentagem utilizada do volume útil do Reservatório Equivalente no ano de 2017

.
Fonte: SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E GEOAMBIENTAIS DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2018.

4.4 Atuação dos diversos atores no GTAOH/CEIVAP na crise hídrica 2014-2015, sob a
ótica da Teoria Ator-Rede de Bruno Latour (1994)

No período pesquisado, o Grupo de Acompanhamento da Operação Hidráulica do


CEIVAP, Comitê de Integração da Bacia do rio Paraíba Sul, realizou dezenove reuniões em
2014 e trinta reuniões em 2015, todas elas muito tensas, pela não ocorrência de chuvas na
bacia do rio Paraíba do Sul. Neste período a situação da escassez hídrica da bacia do rio Para-
íba do Sul, foi muito crítica, equiparada com os registros do ONS de 1955, 1968 e 2003, sen-
do mais severaem 2014, pelo consumo excessivo de alguns setores, que contaram com as
chuvas que não vieram.
Conforme discutido no Capítulo 1, as associações não são feitas não só de vínculos
sociais, mas do social com a natureza: o GTAOH se reunia e discutia as ações que deveriam
ser tomadas,com a colaboração dos objetos que davam a medição diária, com os atores ao
longo da bacia, que através de seus relatos mostravam os impactos em suas captações, com os
órgãos gestores que analisavam a qualidade e a quantidade da água e relatavam os problemas
que estavam vivendo em seusestados e os representantes municipais e da sociedade civil que
relatavam as condições das captações de abastecimentos públicos em suas regiões hidrográfi-
cas, com o ONS, que além de relatar os fenômenos hidrológicos da bacia, faziam previsões
através dos seus registros históricos de ocorrência já vividos no passado e com a Agência Na-
67

cional de Água, que após ampla discussão do grupo emitia as resoluções com tempo determi-
nado.
Dessa forma, de acordo com Latour (1994), verificamos que tudo está intrinsecamente
interligado, e que os fatos não têm sentido se não oferecermos, para a sua compreensão, uma
rede sociotécnica. A rede sociotécnica da escassez hídrica no rio Paraíba do Sul, no período
de 2014-2015, compreendeu não só os humanos (órgãos gestores das bacias hidrográficas, as
equipes que operavam os sistemas hidráulicos, os técnicos da ANA, os representantes dos
usuários do canal de São Francisco do sistema Guandu, os membros dos comitês federal e
estadual da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, pela proximidade nos sistemas de capta-
ções municipais), mas também os não humanos (as réguas de medida, a vazão do rio, o clima,
as águas da chuva, os reservatórios, os gráficos e as resoluções geradas na incerteza da capa-
cidade dos sistemas absorver).
Como descreve muito bem Bruno Latour (2016), em sua obra “Reagregando o Social
uma introdução à teoria do Ator-Rede”, os porta vozes são muitos, especialistas e não espe-
cialistas, todos exigindo seu direito à fala, para compartilhar suas incertezas: os municípios
sofriam com as dificuldades de captar água com o baixo volume. Os reservatórios sofriam
com a utilização total de seu volume útil, e não se tinha informação como seria trabalhar com
o seu volume morto. As chuvas insistiam em não ocorrer. Os tomadores de decisão precisa-
ram trabalhar com um cenário de incertezas para conduzir o processo de decisões. Esta con-
juntura, se interpretada pela perspectiva proposta por Latour (2012), pode subsidiar a leitura e
demarcação de uma rede sociotécnica articulada pelas exigências que as circunstâncias impu-
nham.
Após um mergulho nas leituras de Latour (2012), pode-se perceber que nas reuniões
do GTAOH/CEIVAP, todos os presentes eram observadores do rio, da régua, da água, da
chuva, da quantidade de água para gerar energia elétrica, do volume útil, do volume morto,
enfim de todos os aspectos tangíveis e intangíveis que se inseriam no contexto da escassez
hídrica em curso. Portanto todos eram atores, todos faziam-fazer algo, ou seja, todos desem-
penhavam uma ação, nenhum atuava sozinho ou apresentava uma posição hierárquica privile-
giada.

O grupo, formado por representantes de instituições, face as dificuldades do cenário


posto pela crise hídrica, trabalhou alheio aos princípios hierárquicos e tecnicistas comuns no
cotidiano de trabalho. Neste caso, muito em função do desconhecimento acerca da situação
68

enfrentada: o trabalho transcorreu de forma participativa, no qual se vivenciou uma constru-


ção coletiva materializada passo a passo ou, melhor dizendo, reunião a reunião.

Da primeira à última reunião analisada, pelas falas dos atores do GTAOH, pode-se ob-
servar o quanto eles trabalharam com incertezas e que foi por meio das discussões do grupo
que as decisões foram tomadas. Na primeira reunião, ocorrida em junho de 2014, o ONS soli-
cita a diminuição da defluência de Santa Cecília de 190 m3/s para 173 m3/s, na segunda discu-
tiu-se os impactos que poderiam acontecer tendo como base o histórico do ano de 2003 e dos
municípios que foram impactados.
Na terceira reunião, a ANA informa que as resoluções são autorizativas e não determi-
nativas e que a defluência praticada, de 180 m3/s, deveria ter mais uma redução de 7 m3/s. Na
quarta reunião discutiu-se o aumento da defluência do reservatório de Paraibuna, sobre o qual
os representantes de São Paulo foram contra e os do Rio de Janeiro favoráveis. A proposta da
ANA foi usar parte do volume morto do Paraibuna. Na quinta reunião, ocorrida em julho, a
CESP se pronuncia e diz não conhecer a estrutura do reservatório e a reação desta com a reti-
rada de volume morto, pois os subsídios existentes restringiam-se aos dadosde projeto.

[...] A CESP disse que não é capaz de precisar o volume de água que possui no vo-
lume morto e nem a quantidade que se consegue extrair, haja visto que o reserva-
tório é antigo e irregular. Os dados disponíveis são apenas dados de projeto. A re-
ferida Companhia destacou, ainda, que não possui amparo legal e regulatório para
operar o reservatório abaixo do volume útil nem violar restrições [...] (GTAOH,
2014).

Como Latour (2012) nos fala, a Teoria Ator-Rede dá vida aos objetos os tira da prisão
das coisas, transformando-os em atores de fato.O ONS informa que situação está crítica e o
volume do reservatório equivalente da bacia do rio Paraíba do Sul, nos primeiros dias de julho
de 2014, está com 26,5%, com isto os usuários discutem quais seriam os possíveis impactos:
[...] (ONS) disse que há possibilidade de chegar a um colapso hidráulico, caso o ní-
vel do reservatório chegue a zero e se tenha que conviver com a vazão natural do rio
que está em torno de 90m³/s. Relatou a importância de reduzir mais 5 m³/s para di-
minuir o risco. O Sr. Edson Falcão (INEA) disse que seria possível reduzir de 169
m³/s para 165m³/s e avaliar os impactos dessa redução. [...] TKCSA) concordou e re-
latou que se houver uma redução maior que 4 m³/s poderá haver problemas na cap-
tação.[...] INEA está acompanhando diariamente e verificando os riscos para que se-
jam feitas intervenções com o menor impacto possível. Citou que as reduções de va-
zão estão servindo para minimizar o esvaziamento dos reservatórios. [...]INEA está
acompanhando diariamente e verificando os riscos para que sejam feitas interven-
ções com o menor impacto possível. Citou que as reduções de vazão estão servindo
para minimizar o esvaziamento dos reservatórios (GTAOH, 2014).
69

Em seu livro Jamais fomos modernos, Bruno Latour (1994) descreve o envolvimento
do coletivo e dos objetos nos processos detomadas de decisão. A sétima reunião ocorrida no
começo de agosto (2014), o ONS alerta para a criticidade da bacia do rio Paraíba do Sul que
se compara ao período de 1955. Segundo a perspectiva proposta por Latour (1994, p. 10),
“Tanto à esquerda quanto à direita, as finas redes traçadas pela pequena mão de Ariadne con-
tinuam a ser mais invisíveis do que aquelas tecidas pelas aranhas.” A experiência nos fornece
uma bela rede sociotécnica. E os registros das vazões de 2003 que nos leva a vazões idênticas
as de 1955, comparando-as com as atuais e com a falta de chuva na bacia do rio Paraíba do
Sul:

[...]Na apresentação consta que os meses de julho e agosto fecharam um pouco aci-
ma da curva de 1955. Ocorreram chuvas ao final do mês de julho o que fez com que
ficasse com o valor de 8% acima da curva de 1955 e 12 % no mês de agosto, o que
não são valores significativos, pois estão falando de vazões da ordem de 80 a 75
m³/s.A perspectiva ao longo dos próximos dias é de ausência de chuva até o dia 25
de agosto. Em 14/08 o armazenamento equivalente encontrava-se abaixo do verifi-
cado no mesmo período de 2003[...] (GTAOH, 2014).

A oitava reunião ocorreu nos últimos dias de agosto de 2014, a representante do INEA
relata uma reunião ocorrida na ANA, onde afirmaram que as decisões seriam tomadas após
discussões do GTAOH e a reafirmaram a importância do coletivo nas tomadas de decisões.
[...] (INEA) informou que após reunião entre ANA e Secretários dos Estados de RJ,
MG e SP ficou definido que haveria aumento dos esforços para nova redução da de-
fluência em Santa Cecília para160 m³/s. A representante do INEA disse ainda que
decisões que dizem respeito à novas reduções deverão e serão discutidas nesse cole-
giado.[...] . O representante da CEDAE alertou que até a situação atual os problemas
já são conhecidos, porém nova redução trará impactos desconhecidos [...] (GTAOH,
2014).

Os atores do GTAOH resolveram tentar mais uma vez uma nova redução, como pode
ser observado no texto abaixo,mediante tentativa e erro, este coletivo tomou decisões.
[...] Apresentação ONS Paulo Diniz (ONS) informou que a vazão de Santa Cecília
entre julho e agosto está um pouco acima do ano de 1955 e que não há previsão de
chuva até 03/09 no rio Paraíba do Sul. Nova redução: 160m³/s (em 10/09/2014).
Marcelo Carvalho (FURNAS) sugeriu que decisão da proporcionalidade deverá ser
definida na próxima reunião baseada em estudos/testes. Edson Falcão (INEA): CE-
DAE/Guandu disse que conforme situações já vividas na semana passada, no Paraí-
ba do Sul são algo mais simples de se estimar e sugeriu como proposta testar 5m³/s
no Guandu O grupo decidiu propor uma resolução imediata para diminuição de
2m³/s no Guandu em 01/09/14. O grupo definiu que o teste no Guandu será em duas
fases: 1ª) -3m³/s a partir de domingo; 2ª) -5m³/s a partir de quarta-feira (GTAOH,
2014).

Pode-se observar,como escrito no texto acima, a presença da imprevisibilidade dos fa-


tos, como as coisas na desordem dialogam com o social, com os objetos, e com o coletivo,
atravessando a fronteira entre eles, como Latour nos fala abaixo:
70

A natureza dos fatos seria totalmente estabelecida, as estratégias de previsíveis, mas


apenas não se trataria de efeitos de sentido projetando a pobre ilusão de uma nature-
za e de um locutor? Uma tal colcha de retalho seria grotesca. Nossa vida intelectual
continua reconhecível contanto que os epistemólogos, os sociólogos e os desconstru-
tivistas sejam mantidos a uma distância conveniente, alimentando suas críticas com
fraquezas das outras duas abordagens. Vocês podem ampliar as ciências, desdobrar
os jogos de poder, ridicularizara crença em uma realidade, mas não misturem esses
três ácidos cáusticos. Ora, de duas coisas uma: ou as redes que desdobramos real-
mente não existem, e os críticos fazem bem em marginalizar os estudos sobre as ci-
ências ou separá-los em três conjuntos distintos – fatos, poder, discurso -, ou então
as redes são tal como descrevemos, e atravessam a fronteira entre os grandes feudos
da crítica – não são nem objetivas, nem sociais, nem efeitos de discurso, sendo ao
mesmo tempo reais , e coletivas, e discursivas. Ou nos devemo sdesaparecer, porta-
dores de más noticias que somos, ou então a própria critica deve entrar em crise por
causa destas redes contra as quais ela se debate. Os fatos científicos são construídos,
mas não podem ser reduzidos ao social, porque ele esta povoado por objetos mobili-
zados para construí-lo (LATOUR, 1994, p. 11-12).

O ano de 2014 fecha de forma muito crítica, os reservatórios começam a perder seu
volume útil, começando a usar o volume morto.
[...] ONS apresentou a situação dos reservatórios e as perspectivas de armazenamen-
to diante de previsões de poucas chuvas para os próximos dias. O reservatório de
Santa Branca está operando a fio d'água desde 21/12, o de Paraibuna irá parar de ge-
rar energia e operará a fio d'água a partir de 22/12, o de Jaguari atingirá 0% em torno
do dia 04/01/2015 e o de Funil deverá chegar em 0% em torno de 10/01/2015. Foi
enfatizada a necessidade de reduzir a vazão objetivo em Santa Cecília para evitar
que os volumes mortos sejam utilizados no período "chuvoso" e não haja mais vo-
lumes disponíveis no período de estiagem, ocorrendo o colapso hidráulico justamen-
te quando as vazões naturais estiverem muito baixas [...] (GTAOH, 2014).

E o ano de 2015 as tentativas, os acertos e erros continuaram. As discussões sobre


todos os atores envolvidos, a quantidade de água, a falta de chuva , a capacidade dos reser-
vatório fornecer água em qualidade em seu volume “morto”, volume este considerado a-
baixo do volume útil que já tinha sido todo utilizado. Todos os envolvidos passam a convi-
ver com estes fatos/discursos/poder no seu dia a dia: seca, volume útil, volume morto, es-
cassez hídrica. Como Latour (1994, p. 13) aponta: “A formulação do dilema encontra-se
agora modificada: ou é impossível fazer uma antropologia do mundo moderno e é correto
ignorar aqueles que pretendem oferecer uma pátria às redes sociotécnicas”.

Vera Lucia Teixeira (CEIVAP) perguntou sobre qual período, levando em conta a
crise de 2003 que os reservatórios conseguiram se recuperar. Joaquim Gondim (A-
NA) informou que na última crise, os reservatórios demoraram cerca de 3 anos para
voltarem aos níveis adequados. Paulo Diniz (ONS) citou que é importante ressaltar
que os reservatórios não foram projetados para operar abaixo do zero do volume útil,
ou seja, não tem como saber a atuação máxima de um reservatório no volume morto,
por isso existe a possibilidade de se encontrarem problemas estruturais. Outra ques-
tão muito importante é: segurança de barragem. Nos reservatórios de Paraibuna e
Funil existem diques que foram construídos e planejados para ficarem submersos,
quando não se tem água, não se sabe até quanto ele poderá suportar, e um dique com
problema de infiltração irá precisar de meses de alternado com 114m³/s, a proposta
seria operar 90 m³/s alternando com 110m³/s (GTAOH, 2015).
71

É a natureza dominando o social, as incertezas referentes ao tempo que os reservató-


rios levariam para restabelecer sua vazão natural e quanto tempo as suas estruturas iriam su-
portar, pois eles foram projetados para funcionar cheios e estavam ficando mais vazios a cada
dia que passava.

As multidões que deveriam ser salvas da morte caem aos milhões na miséria; as
naturezas que deveriam ser dominadas de forma absoluta nos dominam de forma
igualmente global, ameaçando a todos. Estranha dialética esta que faz do escravo
dominado o mestre e dono do homem, e que subitamentenos informa que inven-
tamos os ecocídios e ao mesmo tempo as fomes em larga escala[...] acredita ser o
único a conhecer o truque que permite ganhar sempre, justamente quando talvez
tenha perdido tudo[...] (LATOUR, 1994, p. 14).

As falas abaixo mostram a criticidade dos reservatórios e as condições de escassez


que se encontrava a Bacia do rio Paraíba do Sul e, apesar das incertezas, as indicações dos
híbridos os levam a tomar decisões:

De acordo com o Sr. Luiz Roberto Barretti, do CBH-PS, atualmente o volume dos
reservatórios é 35% abaixo dos volumes do ano passado. É preciso tomar decisões
com firmeza, porque se for mantida a situação atual, pode não haver volumes nos re-
servatórios no futuro para administrar. Vera Lúcia Teixeira, do CEIVAP, ressalta
que é momento para prudência pois a situação é crítica e ainda não passou o período
de estiagem, e que é preciso poupar água agora para o período com pouca chuva. O
Sr. Julio Antunes, da CEDAE, continua com o pedido de não seja efetuada redução
da vazão, devido aos fatos já relatados anteriormente, mas acredita que a ETA
GUANDU poderá suportar a redução de 2 m³/s. Ressaltou ainda que, fique bem cla-
ro, não será possível apresentar uma resposta tão rápida para análise da qualidade da
água como é para quantidade (GTAOH, 2015).

E, para finalizar, “estaremos aderindo sinceramente ao projeto da purificação críti-


ca, ainda que este se desenvolva somente através da proliferação dos híbridos” (LATOUR,
1994, p. 16). Conforme pondera Latour (1994, p. 17), precisamos desmitificar os monstros
e construir uma nova hipótese com a democracia das coisas: “A hipótese, também por de-
masiado enorme, é de que será preciso reduzir a marcha, curvas e regular a proliferação
dos monstros através da representação oficial de sua existência. Seria necessária uma outra
democracia? Uma democracia estendido as coisas?”.

O Grupo de Acompanhamento da Operação Hidráulica, mesmo sem saber , traba-


lhou na linha de Latour, pois sempre ouviu e tentou incluir todos os atores, pois só toma-
vam as decisões após ouvir o relato de cada ator na reunião e estes sempre traziam o volu-
me de seus reservatórios, a capacidade deles trabalharem com um rio tão baixo, os opera-
dores dos sistemas nos traziam a medida da vazão diária e, através deles, a fala de cada um
72

e de cada objeto envolvido: a água, o rio, o volume, o reservatório, as bombas, os usuários,


os reguladores do sistema (ONS e ANA), os órgão gestores e os representantes dos comitês
estaduais e federal. Todos eram atores, porta-vozes e, com as informações, construíam
uma colcha de retalhos, uma rede, para tomar as decisões.

4.5 A gestão do CEIVAP e outros na escassez hídrica de 2014-2015

A escassez hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul, a pior em 84 anos de registro do-
ONS começou acentuar-se em agosto de 2014 e a Agência Nacional de Água definiu que o
fórum de discussões deveria ser o GTAOH do CEIVAP, como pode ser verificado no recorte
da ata, abaixo reproduzida:

[...] A vazão de Santa Cecília deveria ter 190m³/s, mas tem 165m³/s, com previsão de
queda para 160m³/s em setembro, e deveria ser, segundo o ONS, de 144m³/s. Se isso
fosse realizado, iria causar sérios problemas na bacia do Guandu e em todas as cap-
tações de água nos CBHs MPSul e BPSul. Estão lutando para continuar com 165m³/s.
Essa proposta poderia ser vetada pela ANA, mas esta escolheu que o fórum adequado
para tomar esta decisão é Grupo Técnico de Operação Hidráulica do Ceivap (CER
HI-RJ, 2014).

Em função dessa crise, o CERHI-RJ, preocupado com o estresse hídrico e a criticidade


das captações ao longo da calha do rio Paraíba do Sul, tomou uma decisão:

[...] Em 8 de novembro de 2014, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado


do Rio de Janeiro decidiu recomendar, à ANA, a adoção de ações preventivas adicio-
nais para enfrentar o eventual agravamento do estresse hídrico atual na bacia do rio
Paraíba do Sul. Assim, a ANA, que já vem acompanhando a situação de criticidade
das captações para abastecimento público ao longo da calha do rio Paraíba do Sul,
propôs a execução de uma campanha de vistorias às captações identificadas como, no
mínimo, de médio risco [...] (ANA, 2015).

Por decisão do GTAOH foram realizadas vistorias com técnicos da ANA, DAEE, I-
NEA e AGEVAP, no período de 17 a 21 de novembro de 2014, acompanhados por represen-
tantes do Ministério da Integração e dos operadores de saneamento (Sabesp, Cedae, Saaetri,
Saae Jacareí e P.M.Santa Branca): “[...] Nestas vistorias, os técnicos levantaram as caracterís-
ticas principais das captações ao longo do rio Paraíba do Sul e identificaram alternativas de
adequações necessárias no caso de agravamento da situação atual [...]”. Este estudo encontra-
se no Anexo I desta dissertação (ANA, 2015).
73

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho começou com a proposta de escrever um livro. Durante a disciplina Se-
minário II, realizada em Brasília, surgiu a ideia de fazer um filme, pois este levaria o conhe-
cimento dessas histórias para um maior número de pessoas. E pretendemos fazer um docu-
mentário, não conseguiremos fazê-lo até a defesa desta dissertação, mas tudo está sendo en-
caminhado para que o documentário aconteça. Já conseguimos entrevistar alguns atores que
estiveram à frente deste processo de negociação no GTAOH, para que a escassez hídrica so-
frida na bacia do rio Paraíba do Sul, em 2014-2015, fosse superada com o menor grau de im-
pacto para a sociedade. Mas, para dirimir o custo das entrevistas, estas estão sendo feitas em
reuniões do CEIVAP ao longo do ano de 2018.
Ao longo da pesquisa, conseguimos perceber que houve muitas falhas, que, na espe-
rança de que as chuvas acontecessem, o setor elétrico produziu muita energia, consumiram
mais do que poderiam e as chuvas, que deveriam vir, não vieram. A ANA, ao longo desta
crise, teve que rever seu papel e, como uma agência reguladora do sistema, seguindo o que
preconiza a lei 9433/97 em seus objetivos, no artigo segundo, inciso III, assegurou “A pre-
venção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou do uso inadequa-
do dos recursos”[...] (BRASIL, 2001, p. 12). Com isto, o setor elétrico, que sempre teve do-
mínio no uso água, teve que seguir tal lei, que tem dois incisos importantes nos seus funda-
mentos: no artigo primeiro, incisos III e IV, respectivamente, “em situação de escassez, o uso
prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; a gestão
dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas”[...] (BRASIL,
2001, p.11).
Ao concluir esta dissertação não poderia deixar de agradecer as pessoas que me ajuda-
ram a caminhar e superar os obstáculos encontrados. As minhas orientadoras Fátima Kzam e
Fátima Branquinho, que nenhuma palavra conseguiria expressar a minha gratidão, pela paci-
ência e carinho ao trabalhar minhas dificuldades. Ao coordenador do curso, Fredwich Her-
mes, por, entre uma conversa e outra, sempre me dar um toque: “[...] acho que você deveria
descrever um pouco disso ou daquilo”. Ao André Luis de Paula Marques, por comprar as mi-
nhas ideias e colocar o pessoal do SIGA CEIVAP à minha disposição na disponibilização dos
dados para elaboração dos gráficos e tabelas.
Ao longo desta pesquisa, vejo o quanto cresci como profissional e como conselheira
nos espaços em que participo. Ao ler cada ata e reviver os momentos de insegurança, onde as
decisões deveriam ser lentas, pois, apesar da bacia do rio Paraíba do Sul ser totalmente regula-
74

rizada, ter resposta instantânea dos volumes dos reservatórios, isto não nos ajudava muito,
pois a crise hídrica era uma fato novo e a bacia os volumes registrados em 2014 e 2015 supe-
ram os registros históricos anteriores.
Ao longo da pesquisa tive oportunidade de conhecer a Teoria Ator-Rede, proposta por
Bruno Latour (1994), na qual a produção dos fatos acontece por uma rede sociotécnica, na
qual os atores humanos e não humanos estão envolvidos, entrelaçados, sendo, portanto, res-
ponsáveis pelas ações. Latour (1994), em seu livro Jamais fomos modernos, afirma que tudo
está interligado, e os fatos não têm sentido se não oferecemos para a sua compreensão, uma
bela rede sociotécnica. E, com a escassez hídrica, que se alongou por dois anos, as resoluções
eram feitas semanalmente, pelo grau de incerteza que eram tomadas as decisões. Pudemos
perceber que nas reuniões do GTAOH/CEIVAP eram todos observadores do rio, da régua, da
água da chuva, da quantidade de água para gerar energia, do volume morto. Portanto, todos
eram atores, o trabalho era feito na “desordem”, pois não havias certeza de nada, só sabíamos
que precisaríamos encontrar um caminho.
Para entender como aconteceu a interação destes diversos atores ao longo do caminho,
buscou-se uma análise detalhada da integração dos principais atores nos processos de decisão
e todos os documentos que foram gerados nesta crise na bacia do rio Paraíba do Sul de 2014-
2015. A Teoria Ator-Rede mostrou-se uma ferramenta prática que, conforme descrita primo-
rosamente por Branquinho e Lacerda (2017, p. 51), “[...] indica que é preciso ser experimental
e buscar perceber que a realidade estudada vai emergindo por meio das mediações e processos
identificados ao seguir os atores do cotidiano nas ações que praticam, naquilo que ‘fazem fa-
zer’”. E esse caminho foi sendo construído no parlamento das coisas, com a participação de
atores humanos e não humanos, sendo a água o fio condutor dessa rede sociotécnica.
75

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro. Ata da 2ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de
Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia
16 de junho de 2014. Disponível em <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/2-
registro-16.6.14.pdf>. Acesso em: 1 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de acompanhamento da opera-
ção hidráulica na bacia do rio Paraíba do Sul, realizada no dia 24 de junho de 2014. Disponí-
vel em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/3-registro-24.6.14.pdf>. Acesso em:
1 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília/São José dos Campos. 4ª Reunião do Grupo de Tra-
balho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do
Sul, realizada no dia 3 de julho de 2014. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-
de-reuniao/4-registro-3.7.14.pdf>. Acesso em: 1 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília/São José dos Campos. 5ª Reunião do Grupo de Tra-
balho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do
Sul, realizada no dia 11 julho de 2014. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-
de-reuniao/5-registro-11.7.14.pdf>. Acesso em: 1 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro. Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acompa-
nhamento da operação hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 22 de julho
de 2014. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/6-registro-
22.7.14.pdf>. Acesso em 1 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília. Ata da 7ª Reunião do Grupo de Trabalho Perma-
nente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada
no dia 1 agosto de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/7-registro-1.8.14.pdf>. Acesso em: 1 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília. 8ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de
Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, para atuação con-
junta com o Comitê da Bacia do Rio Guandu, realizada no dia 15 de agosto de 2014. Disponí-
vel em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/8-registro-15.8.14.pdf>. Acesso em 1 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília/Resende. Ata da 9ª Reunião do Grupo de Trabalho
76

Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul,


realizada no dia 25 agosto de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/9-registro-25.8.14.pdf>. Acesso em 1 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília. Ata da 10ª Reunião do Grupo de Trabalho Perma-
nente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, para atu-
ação conjunta com o Comitê da Bacia do Rio Guandu, realizada em 8 de setembro de 2014.
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/10-registro-8.9.14.pdf>. Acesso em: 2 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília/Campos dos Goytacazes. Ata da 11ª Reunião do
Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio
Paraíba do Sul, para atuação conjunta com o Comitê da Bacia do Rio Guandu, realizada no
dia 30 de setembro de 2014. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-
reuniao/11-registro-30.9.14.pdf>. Acesso em: 2 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília/Campo dos Goytacazes/Resende/Taubaté. Ata da
12ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica
na Bacia do Rio Paraíba do Sul, para atuação conjunta com o Comitê da Bacia do Rio Guan-
du, realizada no dia 21 de outubro de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/12-registro-21.10.14.pdf>. Acesso em: 2
maio 2018

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília/Resende/Campos/Taubaté. Ata da 13ª Reunião do
Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio
Paraíba do Sul, realizada no dia 30 de outubro de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/13-registro-30.10.14.pdf>. Acesso em: 2
maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Resende/Campos/Taubaté/Brasília. Ata da 14ª Reunião do
Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio
Paraíba do Sul, realizada em 10 de novembro de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/14-registro-10.11.14.pdf>. Acesso em: 2
maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília/Resende/Campos/Taubaté. Ata da 15ª Reunião do
Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio
Paraíba do Sul, realizada no dia 17 de novembro de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/15-registro-17.11.14.pdf>. Acesso em: 2
maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Resende/Campos/Taubaté/Brasília. Ata da 16ª Reunião do
77

Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio


Paraíba do Sul, realizada no dia 28 de novembro de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/16-registro-28.11.14.pdf>. Acesso em: 2
maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro. Ata da 17ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de
Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 9
de dezembro de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/17-registro-9.12.14.pdf>. Acesso em: 2 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília/Resende/Campos/Taubaté. Ata da 18ª Reunião do
Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio
Paraíba do Sul, realizada no dia 22 de dezembro de 2014. Disponível
em:<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/18-registro-22.12.14.pdf>. Acesso em: 2
maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília/Resende/Campos/Taubaté. 19ª Reunião de vídeo
conferência do Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica
na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 30 de dezembro de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/19-registro-30.12.14.pdf>. Acesso em: 5 ago.
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. 1ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento das Ope-
rações Hidráulicas, realizada no dia 12 de janeiro de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/1-registro-12.1.15.pdf>. Acesso em: 5 ago.
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. 2ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento das Ope-
rações Hidráulicas, realizada no dia 27 de janeiro de 2015. Disponível
em:<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/2-registro-27.1.15.pdf>. Acesso em: 03
maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 3ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento
das Operações Hidráulicas, realizada no dia 5 de fevereiro de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/3-registro-5.2.15.pdf>. Acesso em: 3 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 2ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento
das Operações Hidráulicas, realizada no dia 12 de fevereiro de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/4-registro-12.2.15.pdf>. Acesso em: 4 maio
2018.
78

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 5ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento
das Operações Hidráulicas, realizada no dia 26 de fevereiro de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/5-registro-26.2.15.pdf>. Acesso em: 4 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 6ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento
das Operações Hidráulicas, realizada no dia 4 de março de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/6-registro-4.3.15.pdf>. Acesso em: 4 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 7ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento
das Operações Hidráulicas, realizada no dia 12 de março de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/7-registro-12.3.15.pdf>. Acesso em: 5 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 8ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento
das Operações Hidráulicas, realizada no dia 20 de março de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/8-registro-20.3.15.pdf>. Acesso em: 05 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 9ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento
das Operações Hidráulicas, realizada no dia 27 de março de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/9-registro-27.3.15.pdf>.
Acesso em: 5 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 10ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento
das Operações Hidráulicas, realizada no dia 6 de abril de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/10-registro-6.4.15.pdf>. Acesso em: 05 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 11ª Reunião do Grupo de Trabalho de Acompanhamento
das Operações Hidráulicas, realizada no dia 16 de abril de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/11-registro-16.4.15.pdf> . Acesso em: 6
maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 12ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 28 de
abril de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/12-registro-
28.4.15.pdf>. Acesso em: 6 maio de 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 13ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
79

panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 14 de


maio de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/13-registro-14.5.15.pdf>. Acesso em: 5 ago.
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 14ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 26 de
maio de 2015. Disponível em :<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/14-reuniao-
26.5.15.pdf>. Acesso em: 07 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 15ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 8 de
junho de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/15-registro-
8.6.15.pdf>. Acesso em: 07 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 16ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 1 de
julho de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/16-registro-
1.7.15.pdf>. Acesso em: 07 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 17ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 7 de
julho de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/17-registro-
7.7.15.pdf>. Acesso em: 07 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 18ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 21 de
julho de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/18-registro-
21.7.15.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 19ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 5 agos-
to de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/19-registro-
5.8.15.pdf,>. Acesso em: 7 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 19ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 5 agos-
to de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/19-registro-
5.8.15.pdf,>. Acesso em: 9 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 20ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 17 a-
80

gosto de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/20-registro-


17.8.15.pdf>. Acesso em: 9 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 22ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 2 de
setembro de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/22-
registro-2.9.15.pdf>. Acesso em: 9 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 23ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 9 de
setembro de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/23-
registro-9.9.15.pdf>. Acesso em: 10 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 25ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 6 de
outubro de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/25-registro-
6.10.15.pdf>. Acesso em: 10 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 27ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 3 de
novembro de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registro-27-GTAOH.pdf>.
Acesso em: 10 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 28ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 16 de
novembro de 2015. Disponível em: <http://ceivap.org.br/conteudo/registro-28-reuniao-
GTAOH-16-11-2015.pdf>. Acesso em: 10 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 29ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 30 de
novembro de 2015. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/registro-29-2015.pdf>. Acesso em: 14 maio
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Resende. Ata da 29ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acom-
panhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 14 de
dezembro de 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/registro-
30-2015.pdf>. Acesso em: 14 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Relatório de Situação: Região hidrográfica do Médio Paraíba. Resende:
Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, 2016. Dispo-
81

nível em: http://cbhmedioparaiba.org.br/downloads/relatorio-de-situacao-2016.pdf>. Acesso


em: 6 ago. 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro. 2ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acompa-
nhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul – GTAOH do CEIVAP do
ano de 2014, realizada no dia 16 de junho de 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/2-registro-16.6.14.pdf>. Acesso em: 6 ago.
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro. Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da
Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, para atuação conjunta com o Comitê da
Bacia do Ri Guandu (GTAOH), realizado no dia 4 de junho 2014. Disponível em:
<http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/3-registro-24.6.14.pdf>. Acesso em: 6 ago.
2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro. 4ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acompa-
nhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 3 de julho
de 2014. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/4-registro-
3.7.14.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro/Brasília. 5ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de
Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia
11 de julho de 2014. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/5-
registro-11.7.14.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PA-


RAÍBA DO SUL. Rio de Janeiro. 6ª Reunião do Grupo de Trabalho Permanente de Acompa-
nhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, realizada no dia 22 de ju-
lho de 2014. Disponível em: http://agevap.org.br/gtaoh/registros-de-reuniao/6-registro-
22.7.14.pdf. Acesso em: 6 ago. 2018.

ANA. Legislação básica: Agência Nacional de Águas. Brasília: ANA, 2001. 104 p.

ANA.Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil: regiões hidrográficas brasileiras. Brasília:


Agência Nacional de Águas, 2015.163 p. Disponível em:
<http://www.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de-conteudos/conjuntura-dos-recursos-
hidricos/regioeshidrograficas2014.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

ANA. Plano de ações complementares para a gestão da crise hídrica na bacia do rio Paraíba
do Sul. Brasília: ANA, jan. 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/pac-ana-
jan15.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

ANA. Plano de ações complementares para a gestão da crise hídrica na bacia do rio Paraíba
do Sul. Brasília: ANA, jan. 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/pac-ana-
jun15.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.
82

ANA. Resolução Conjunta ANA/DAEE/IGAM/INEA no 1382, de 07 de dezembro de


2015.Dispõe sobre ascondições de operação a serem observadas para o Sistema Hidráulico
Paraíba do Sul, que compreende tanto os reservatórios localizados na bacia quanto as estrutu-
ras de transposição das águas do rio Paraíba do Sul para o Sistema Guandu. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 15 dez. 2017. Disponível
em: <http://agevap.org.br/gtaoh/resolucao-ana-1382-2015.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

BRANQUINHO,F.T.B; LACERDA, F.K.D. A contribuição da teoria ator-rede para as pes-


quisas em educação.Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 25, n.3,2017, p. 49-67.
Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/view/9739>. Acesso em:
6 ago. 2018.

BRASIL.Constituição da República Federativa do Brasil. 1a ed.São Paulo: Saraiva, 1988.


168p.

BRASIL.Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934.Decreta o Código de Águas. Diário Ofi-


cial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 20 jul. 1934. Seção
1, p. 14738. Disponívelem: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d24643.htm>. A-
cesso em: 5 ago. 2018.

BRASIL.Decreto nº 7.402, de 22 de dezembro de 2010.Dispõe sobre a parcela referida no


inciso II do § 1o do art. 17 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, paga por titular de conces-
são ou autorização para exploração de potencial hidráulico. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 dez. 2010.Seção 1, p. 9.Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7402.htm>. Aces-
so em: 5 ago. 2018.

BRASIL.Lei Federal nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.Institui, para os Estados, Distrito


Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou
gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos minerais
em seus respectivos territórios, plataformas continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, e dá outras providências (Art. 21, XIX da CF). Diário Oficial [da] República Fe-
derativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 29 dez. 1989. p. 24782. Disponível em
:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7990.htm>. Acesso em: 5 ago. 2018.

BRASIL.Lei Federal nº 9.648, de 27 de maio de 1998.Altera dispositivos das Leis no 3.890-A,


de 25 de abril de 1961, no 8.666, de 21 de junho de 1993, no 8.987, de 13 de fevereiro de
1995, no 9.074, de 7 de julho de 1995, no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, e autoriza o Po-
der Executivo a promover a reestruturação da Centrais Elétricas Brasileiras - ELETROBRÁS
e de suas subsidiárias e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 28 mai. 1998. Seção 1, p. 1. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9648cons.htm>. Acesso em: 5 ago. 2018.

BRASIL.Lei Federal no 9.984, de 17 de julho de 2000.Dispõe sobre a criação da Agência Na-


cional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos, de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e res-
ponsável pela instituição de normas de referência nacionais para a regulação da prestação dos
serviços públicos de saneamento básico. (Redação dada pela Medida Provisória nº 844, de
2018). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 18
83

jul. 2000. Seção 1, p. 1. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9984.htm>. Acesso em: 5 ago. 2018.

BRASIL.Lei Federalnº 13360, de 17 de novembro 2016. Altera a Lei nº 5.655, de 20 de maio


de 1971, a Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, a Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, a Lei
nº 12.111, de 9 de dezembro de 2009, a Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013, a Lei nº
9.074, de 7 de julho de 1995, a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.491, de 9
de setembro de 1997, a Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, a Lei nº 10.848, de 15 de
março de 2004, a Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, a Lei nº 12.767, de 27 de dezembro
de 2012, a Lei nº 13.334, de 13 de setembro de 2016, a Lei nº 13.169, de 6 de outubro de
2015, a Lei nº 11.909, de 4 de março de 2009, e a Lei nº 13.203, de 8 de dezembro de 2015; e
dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo,
Brasília, DF, 18 nov. 2016. Seção 1, p. 1. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13360.htm>. Acesso em: 5
ago. 2018.

BRASIL.Lei Federal nº 13661, de 08 de maio 2018. Altera a Lei nº 8.001, de 13 de março de


1990, para definir as parcelas pertencentes aos Estados e aos Municípios do produto da Com-
pensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH). Diário Oficial [da] Re-
pública Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 9 mai. 2018. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/Lei/L13661.htm>. Acesso em: 5
ago. 2018.

CERQUEIRA, W. E FRANCISCO. Bacias hidrográficas do Brasil. In: Geografia física do


Brasil. Mundo Educação Uol. Disponível
em:<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/bacias-hidrograficas-brasil.htm>. Aces-
so em: 9 set. 2017.

COELHO, V. M. B. Paraíba do Sul: um rio estratégico. 1 ed. Rio de Janeiro: Casa da palavra,
2012. 336 p.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO PARAÍBA DO SUL. Volta Redonda.


Ata da 13ª reunião ordinária do Comitê Hidrográfico do Médio Paraíba do Sul, realizada no
dia 20 de março de 2014. Disponível em:
<http://cbhmedioparaiba.org.br/reunioes/2014/13-reuniao-ordinaria-cbh-mps-ata-20-03-
2014.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO PARAÍBA DO SUL. Pinheiral. Ata da


14ª reunião ordinária do Comitê Hidrográfico do Médio Paraíba do Sul, realizada no dia 3 de
junho de 2014. Disponível em:
<http://cbhmedioparaiba.org.br/conteudo/ata-14-reuniao-ordinaria-plenaria-cbh-mps-3-6-
14.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO PARAÍBA DO SUL. Itatiaia. Ata da


16ª reunião ordinária do Comitê Hidrográfico do Médio Paraíba do Sul, realizada no dia 13
nov. 2014. Disponível em:
<http://cbhmedioparaiba.org.br/reunioes/2014/ata-16-reuniao-ordinaria-plenaria.pdf>.Acesso
em: 22 abr. 2018.
84

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO PARAÍBA DO SUL. Barra Mansa.


Ata da 17ª reunião ordinária do Comitê Hidrográfico do Médio Paraíba do Sul, realizada no
dia 29jan. 2015. Disponível em:
<http://cbhmedioparaiba.org.br/reunioes/2015/plenaria/ordinaria/ata-17.pdf>. Acesso em: 22
abr. 2018.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO PARAÍBA DO SUL. Piraí. Ata da 19ª


reunião ordinária do Comitê Hidrográfico do Médio Paraíba do Sul, realizada no dia 13 ago.
2015. Disponível em:
<http://cbhmedioparaiba.org.br/reunioes/2015/plenaria/ordinaria/19-ata-13.8.15.pdf>. Acesso
em: 22 abr. 2018.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO PARAÍBA DO SUL. Piraí. Ata da 20ª


reunião ordinária do Comitê Hidrográfico do Médio Paraíba do Sul, realizada no dia 12nov.
2015. Disponível em:
<http://cbhmedioparaiba.org.br/reunioes/2015/plenaria/ordinaria/ata-20.pdf>. Acesso em: 22
abr. 2018.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS AFLUENTES MINEIROS DOS RIOS


POMBA E MURIAÉ. Ata da 1ª reunião extraordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica dos 2
afluentes mineiros dos rios Pomba e Muriaé, realizada no dia 20 de fevereiro de 2014. Dispo-
nível em:
<http://www.compe.org.br/arquivos/atas/2014/Ata1Ext2014.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2018.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS AFLUENTES MINEIROS DOS RIOS


POMBA E MURIAÉ. Cataguases. Ata da 2ª reunião extraordinária do Comitê da Bacia Hi-
drográfica dos 2 afluentes mineiros dos rios Pomba e Muriaé, realizada no dia 15 de abril de
2014. Disponível em:<http://www.compe.org.br/arquivos/atas/2014/Ata2Ord2014.pdf>. A-
cesso em: 5 ago. 2018.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS AFLUENTES MINEIROS DOS RIOS


POMBA E MURIAÉ. Muriaé. Ata da 1ª reunião ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica
dos 2 afluentes mineiros dos rios Pomba e Muriaé, realizada no dia 8 de abril de 2015. Dispo-
nível em:
<http://www.compe.org.br/arquivos/atas/2015/Ata1Ord2015.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2018.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS AFLUENTES MINEIROS DOS RIOS


POMBA E MURIAÉ. Cataguases. Ata da 2ª reunião ordinária do Comitê da Bacia Hidrográ-
fica dos 2 afluentes mineiros dos rios Pomba e Muriaé, realizada no dia 29 de outubro de
2015. Disponível em:
<http://www.compe.org.br/arquivos/atas/2015/Ata2Ord2015.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2018.

COMITÊ DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO PARAÍBA DO SUL. Atas. Disponível em:


<http://www.sigrh.sp.gov.br/cbhps/atas>. Acesso em: 05 ago. 2018.

COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO BAIXO PARAÍBA DO SUL E ITABAPOA-


NA. Boletim das Águas da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana: Nota
Técnica CBH BPSI: Decisão do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana acerca da redu-
ção de vazões de chegada na transposição de Santa Cecília/ Comitê de Bacia Hidrográfica do
85

Baixo Paraíba de Sul e Itabapoana, Câmara Técnica de Recursos Hídricos e Estruturas Hi-
dráulicas. Campos dos Goytacazes: CBH BPSI, 2014. Disponível
em:<http://www.cbhbaixoparaiba.org.br/conteudo/boletim-tecnico-cbh-bpsi-vol.1-no.1-jun-
2014.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO BAIXO PARAÍBA DO SUL E ITABAPOA-


NA. Nota Técnica CBH BPSI 01/2016: Proposições do comitê de bacia hidrográfica do Baixo
Paraíba do Sul e Itabapoana para o enfrentamento dos efeitos da seca histórica na região hi-
drográfica IX e garantia da segurança hídrica/Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba
de Sul e Itabapoana. Campos dos Goytacazes: CBH BPSI, AGEVAP UD, 2014. Disponível
em: <http://cbhbaixoparaiba.org.br/conteudo/Bol_Tecnico_CBH-BPSI_v2-n1-abr2016.pdf>.
Acesso em: 6 ago. 2018.

COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO BAIXO PARAÍBA DO SUL E ITABAPOA-


NA. Atas do Plenário. Disponível em :<http://www.cbhbaixoparaiba.org.br/reuniao-
plenario.php>. Acesso em: 6 ago. 2018.

COMITÊ DE BACIAS MÉDIO PARAÍBA DO SUL. O Comitê. Disponível em:


<http://www.cbhmedioparaiba.org.br/ocomite.php>. Acesso em: 6 ago. 2018.

COMITÊ DE INTEGRAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL.


Resende. Ata da 1ª reunião ordinária do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do rio
Paraíba do Sul, realizada no dia 24 de março de 2015. Disponível em:
<http://www.ceivap.org.br/reunioes/2015/ata-1RO-15.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.

COMITÊ DE INTEGRAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL.


Resende. Ata da 2ª reunião ordinária do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do rio
Paraíba do Sul, realizada no dia 25 de março de 2015. Disponível em:
<http://www.ceivap.org.br/reunioes/2015/ata-2RO-15.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2018.

COMITÊ DE INTEGRAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL.


Reuniões plenárias. Disponível em: <http://www.ceivap.org.br/reunioes-plenarias.php>. A-
cesso em: 5 ago. 2018.

COMITÊ DE INTEGRAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL.


Acompanhamento da Operação Hidráulica (GTAOH). Disponível em
:<http://www.ceivap.org.br/ophidraulica.php>. Acesso em: 5 ago.2018.

COMITÊ DE INTEGRAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL.


Sistema de Informações Geográficas e Geoambientaisda Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba
do Sul: Sala de situação. Resende: SIGA CEIVAP, 2018. Disponível
em:<http://54.94.199.16:8080/siga-ceivap/salaDeSituacao>. Acesso em: 6 ago.2018.

COMITÊ DE INTEGRAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL.


Resoluções Ana. Disponívelem: <http://www.ceivap.org.br/resolucoes-ana.php>. Acesso em:
5 ago. 2018.

COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Campos dos Goytacazes. Ata da 1ª reunião ordi-
nária do Comitê do Baixo Paraíba do Sul, realizada no dia 20 de março de 2014. Disponível
em:
86

<http://cbhbaixoparaiba.org.br/reunioes/plenaria/2014/ordinaria/ata-1.pdf>. Acesso em: 22


abr. 2018.

COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Miracema. Ata da 2ª reunião ordinária do Comitê


do Baixo Paraíba do Sul, realizada no dia 10 de junho de 2014. Disponível em:
<http://cbhbaixoparaiba.org.br/reunioes/plenaria/2014/ordinaria/ata-2.pdf>. Acesso em: 22
abr. 2018.

COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Miracema. Ata da 4ª reunião ordinária do Comitê


do Baixo Paraíba do Sul, realizada no dia 25 de novembro de 2014. Disponível em:
<http://cbhbaixoparaiba.org.br/reunioes/2014/reunioes-ordinarias/4-ata-25.11.14.pdf>. Aces-
so em: 22 abr. 2018.

COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Santo Antônio de Pádua. Ata da 1ª reunião ordi-
nária do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, realizada no dia 12 de março de 2015.
Disponível em:
<http://cbhbaixoparaiba.org.br/reunioes/2015/1-ata-ro-12.3.15.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.

COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Campo dos Goytacazes. Ata da 2ª reunião ordi-
nária do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, realizada no dia 18 de junho de 2015.
Disponível em:
<http://cbhbaixoparaiba.org.br/reunioes/2015/2-ata-ro-18.6.15.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.

COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Campo dos Goytacazes. Ata da 3ª reunião ordi-
nária do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, realizada no dia 14 de setembro de
2015. Disponível em:
<http://cbhbaixoparaiba.org.br/reunioes/2015/3-ata-ro-14.9.15.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.

COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Seropédica. Ata da 3ª reunião ordinária do Plená-


rio do Comitê Guandu, realizada no dia 23 de julho de 2015.Disponível
em:<http://www.comiteguandu.org.br/reunioes/ata-03-ro-plenaria-2015.pdf>. Acesso em: 5
ago. 2018.

COMITÊ GUANDU. Seropédica. Ata da 4ª reunião ordinária do Plenário do Comitê Guandu,


realizada no dia 10 dedezembro de 2015. Disponível em:
<http://www.comiteguandu.org.br/reunioes/ata-4-reuniao-ordinaria-10-12-15.pdf>. Acesso
em: 5 ago. 2018.

COMITÊ GUANDU. Plano estratégico de recursos hídricos das bacias hidrográficas dos
rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim: relatório gerencial./ Agência Nacional de Águas,
Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos; elaboração, Sondotécnica Enge-
nharia de Solos S. A. Brasil: ANA/SPR, 2007. v. 1, 290 p. Disponível em:
<http://www.comiteguandu.org.br/plano-de-bacia.php>. Acesso em: 30 nov. 2017.

COMITÊ GUANDU. Guandu Pesquisas. Revista Guandu Conhecimento, ano v, n. 6, jan.


2017.

COMITÊ GUANDU. Reuniões plenárias. Disponível em:


<http://www.comiteguandu.org.br/reunioes-plenarias.php>. Acesso em: 5 ago. 2018.
87

COMITÊ PIABANHA.Atas do plenário. Disponível em:


<http://www.comitepiabanha.org.br/reuniao-plenario.php>. Acesso em: 6 ago. 2018.

COMITÊ PRETO PARAIBUNA. Reuniões plenárias. Disponível


em:<http://www.pretoparaibuna.org.br/reuniao-plenaria.php>. Acesso em: 6 ago. 2018.

COMITÊ RIO DOIS RIOS.Atas do Plenário. Disponível em:


<http://www.cbhriodoisrios.org.br/reuniao-plenario.php>. Acesso em: 5 ago. 2018.

CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS – CERHI (RJ). Ata da 58ª Reunião


Ordinária do CERHI-RJ. Disponível em:
<http://www.inea.rj.gov.br/cs/groups/public/documents/document/zwew/mdcx/~edisp/inea00
71531.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS – CERHI (RJ). Resolução CERHI-


RJ nº 107, de 22 de maio de 2013. Aprova nova definição das regiões hidrográficas do Estado
do Rio de Janeiro e revoga a resolução CERHI n° 18, de 08 de novembro de 2006. Diário
Oficial [do] Estado do Rio de Janeiro, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 12 jun. 2013.
Disponível em:
<http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/cerhi/ResCERHI_107_RHs_Apro
vCERHI_Aprov12jun13.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2017.

CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS.Reuniões CNRH. Disponível em:


<http://www.cnrh.gov.br/index.php >. Acesso em: 5 ago. 2018.

KELMAN, J. Desafios do regulador. Rio de Janeiro: Synergia, 2009. 291p.

LATOUR, B. Jamais fomos modernos. 3. ed.São Paulo: Editora 34, 1994. 150p.

LATOUR, B. Reagregando o social: uma introdução à teoria do ator-rede. 1. ed. Bauru, SP:
EDUSC/Salvador, BA: EDUFBA, 2012. 400p.

LATOUR, B. Cogitamus:seis cartas sobre as humanidades científicas. São Paulo: Editora 34,
2016. 216 p.

LATOUR, B; WOOLGAR, S. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. Rio de


Janeiro, Relume Dumará, 1997. 298 p.

MACHADO, C.J.S.Meandros do meio ambiente: Os recursos hídricos no direito, na política,


nos centros urbanos e na agricultura. Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda., 2004. v 1,
124 p.

MACHADO, C.J.S. Meandros do meio ambiente: Os recursos hídricos no direito, na política,


nos centros urbanos e na agricultura. Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda., 2004. v. 2,
128 p.

MACHADO, P.A.L. Recursos hídricos, direito brasileiro e internacional. São Paulo: Malhei-
ros Editores, 2002. 216 p.

MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais. Reuniões CE-
RH. Disponível em:
88

<http://www.reunioes.semad.mg.gov.br/reunioes_cerh.asp?x_camara=CERH>. Acesso em:


5 ago. 2018.

ONS (Brasil). Análise hidrológica e hidráulica da bacia do rio Paraíba do Sul: Apresentação
para o GTAOH, 16 nov. 2017. Disponível em : <http://agevap.org.br/gtaoh/apresentacao-ons-
04-17.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

RIO DE JANEIRO. Agência de Bacia. Elaboração do plano estadual de recursos hídricos do


estado do Rio de Janeiro: R7 – Relatório Diagnóstico. Rio de Janeiro: Instituto Estadual do
Ambiente, 2014. Disponível em: <http://www.agevap.org.br/downloads/Relatorio-
Diagnostico-texto.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

RIO DE JANEIRO. Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro.


Resolução nº 107 de 22 de maio de 2013. Aprova nova definição das regiões hidrográficas do
Estado do Rio de Janeiro e revoga a resolução CERHI n° 18, de 08 de novembro de 2006.
Disponível em: <http://www.comiteguandu.org.br/legislacoes/ResolucoesCERHI/Resolucao-
CERHI-107.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2018.

RIO DE JANEIRO. Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro.


Reuniões extraordinárias. Disponível em:
<http://www.inea.rj.gov.br/Portal/Agendas/GESTAODEAGUAS/RECURSOSHIDRICOS/Co
nselhoestadual/Atas1/ReuniesExtraordinrias/index.htm&lang=>. Acesso em: 6 ago. 2018.

RIO DE JANEIRO. Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro.


Reuniões ordinárias. Disponível em:
<http://www.inea.rj.gov.br/Portal/Agendas/GESTAODEAGUAS/RECURSOSHIDRICOS/Co
nselhoestadual/Atas1/ReuniesOrdinrias/index.htm&lang=>. Acesso em: 5 ago. 2018.

RIO DE JANEIRO. Decreto no 41.475, de 11 de setembro de 2008. Institui o Comitê de Bacia


da Região Hidrográfica Médio Paraíba do Sul, no âmbito do Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Diário Oficial [do] Estado do Rio de Janeiro,Poder
Executivo, Rio de Janeiro, 12 set. 2008. Disponível em:
<http://www.cbhmedioparaiba.org.br/decreto-criacao.php>. Acesso em: 08 set. 2017.

RIO DE JANEIRO. Instituto Estadual do Ambiente. O que é o Inea. Disponível em:


<http://200.20.53.3:8081/Portal/MegaDropDown/Institucional/O_que_e_o_Inea/index.htm&l
ang=>. Acesso em: 6 nov. 2017.

RIO DE JANEIRO. Instituto Estadual do Ambiente. Plano estadual de recursos hídricos do


estado do Rio de Janeiro: Relatório Síntese maio 2014.Rio de Janeiro: Instituto Estadual do
Ambiente, 2014. 125 p. Disponível em:
<http://www.inea.rj.gov.br/cs/groups/public/documents/document/zwew/mdcx/~edisp/inea00
71539.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2018.

RIO DE JANEIRO. Instituto Estadual do Ambiente. VI Termo Aditivo ao contrato de gestão


INEA no 01/2010, assinado em 05 de julho de 2010, entre o Instituto Estadual do Ambiente -
INEA e a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul -
AGEVAP, com a interveniência dos Comitês das Bacias do Médio Paraíba do Sul, do rio Dois
Rios, do rio Piabanha e das sub-bacias hidrográficas dos rios Paquequer e Preto e do Baixo
Paraíba do Sul e Itabapoana, Comitê da Bacia Hidrográfica dos rios Guandu, da Guarda e
Guandu Mirim, do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul para o
89

exercício de funções de competência da Agência de Água nesta bacia. Disponível em:


<http://www.inea.rj.gov.br/cs/groups/public/@inter_digat_geagua/documents/document/zwe
w/mtq4/~edisp/inea0148773.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2018.

RIO DE JANEIRO. Leinº 4247, de 16 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a cobrança pela
utilização dos recursos hídricos de domínio do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providên-
cias. Diário Oficial do Estado [do] Rio de Janeiro, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 17 dez.
2003. Disponível em:
<http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/e9589b9aabd9cac8032564fe0065abb4/6716fa3
6f132abd183256dff006c88f4?OpenDocument>. Acesso em: 6 ago. 2018.

ROMANO, L.S.; FORMIGA-JOHNSSON, R.M.; SAMPAIO, G.F.; ACSELRAD, M.V.;


PAVÃO, W.S.Base legal para a gestão das águas do Estado do Rio de Janeiro (1997-2013).
2a ed. rev e amp. Rio de Janeiro: Instituto Estadual do Ambiente, 2014. 500p. Disponível em:
<http://www.inea.rj.gov.br/cs/groups/public/documents/document/zwew/mdiw/~edisp/inea00
20734.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2018.

SÃO PAULO. Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado


de São Paulo. Atas. Disponível em: <http://www.sigrh.sp.gov.br/cbhps/atas>. Acesso
em: 04 jun. 2018.

SERRICCHIO, C.; CALAES, V.; FORMIGA-JOHNSSON, R.M., LIMA, A.J.R.; ANDRA-


DE, E.P.Prêmio CAIXA melhores práticas em gestão local 2003-2004: O CEIVAP e a gestão
integrada dos recursos hídricos da bacia do rio Paraíba do Sul. Um relato da prática. Rio de
Janeiro: GESTEC/CAIXA, 2005. 127 p. Disponível em:
<http://www.ceivap.org.br/downloads/Caso_CEIVAP_finalissimo_20ago2005.pdf>. Acesso
em: 5 ago. 2018.

SIMON, V.; MARTINS, F. Vagalume. Disponível em:


<https://www.recantodasletras.com.br/letras/1947757>. Acesso em: 5 ago. 2018.

SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E GEO AMBIENTAIS DA BACIA HI-


DROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL. Siga web. Disponível em:
<http://sigaceivap.org.br/siga-ceivap/map>. Acesso em: 5 ago. 2018.

TEIXEIRA, V.L.; BRANQUINHO, F.T.B.; LACERDA,F.K.D. Gestão de recursos hídricos


no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro: avanços e desafios. In: MORATO, J.R.; PERALTA,
C.E.; CARLI, A.A (orgs.). Água y Saneamiento Básico em El Siglo XXI Brasil y Costa Rica.
Obra Coletiva. San José, C.R.: Universidad de Costa Rica, Vicerrectoría de Acción Social,
Facultad de Derecho, 2018. p. 419-438.

TEIXEIRA, V.L.; BRANQUINHO, F.T.B.; LACERDA, F.K.D. Avaliação e análise dos da-
dos sobre a escassez hídrica no rio Paraíba do Sul no período de 2014-2015. In: Simpósio de
Recursos Hídricos do rio Paraíba do Sul, 3., 2018, Juiz de Fora. p. 1-10. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/srhps/files/2018/09/Anais-III-SRHPS.pdf>.
90

APÊNDICE A- Relato da análise das Atas no período de 2014-2015

O Apêndice A contém o relato da análise das atas do Comitê de Integração da Bacia


Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – CEIVAP, e dos Comitês que o compõem, do Grupo
Permanente de Acompanhamento de Operação Hidráulica. E, ainda, do comitê Guandu, por ser
composto por dois terços das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Além disso,
somam-se as atas dasinstituições que discutiram a Escassez Hídrica em 2014-2015, na bacia do
Rio Paraíba do Sul: Conselho Federal de Recursos Hídricos (CNRH) e Conselhos Estaduais de
Recursos Hídricos dos três estados que compõem a bacia do Rio Paraíba do Sul (CERH-RJ,
CERH-SP, CERH-MG) .
Os Apêndices estão disponíveis em:
https://drive.google.com/file/d/1hsZU_ZJVEXKSJtSuScniEuOKZColF_TS/view?usp=sharing
91

APÊNDICE B - Roteiro para filmagem

Tema do filme/documentário: Atuação dos diversos atores do GTAOH no enfrenta-


mento da Escassez Hídrica da Bacia do Rio Paraíba do Sul – período 2014 – 2015
Proposta: Realizar filmagem em períodos de cheia (atualmente) e conseguir imagens
com as TVs locais sobre a escassez hídrica no período de 2014 e 2015. Locais que deverão ser
filmados os reservatórios equivalentes (Paraibuna, Jaguari, Santa Branca, Funil), demonstran-
do-os cheios e/ou secos. Realizar entrevistas com 18 participantes do GTAOH.

Os Apêndices estão disponíveis em:

https://drive.google.com/file/d/1hsZU_ZJVEXKSJtSuScniEuOKZColF_TS/view?usp=sharing
92

ANEXO - Plano de Ações Complementares para a Gestão da Crise Hídrica na Bacia do rio
Paraíba do Sul. Versão 2.0 Junho de 2015.

Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/pac-ana-jun15.pdf>


16

APÊNDICE 1- Relato da análise das Atas no período de 2014-2015

1.1 Discussões Geradas no CNRH para a Bacia do rio Paraíba do Sul –– período 2014-
2015

O CNRH, em 2014, realizou três reuniões uma no dia 09 e 10 de Junho e outra no dia
23 e 24 de Setembro, nas quais não foi abordado nenhum tema relacionado à escassez hídrica
da região sudeste. Na terceira reunião, ocorrida nos dias 15 e 16 de Dezembro, houve um se-
minário com o tema “O comportamento hidrológico e a oferta de água em 2014”, nestas reu-
niões discutiu-se as lições aprendidas e fizeram encaminhamentos para o ano seguinte.
No seminário, houve apresentação dos órgãos gestores dos três estados (SP, MG, RJ) ,
da AGEVAP, ONS, ANA, sobre a escassez hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul. Em todas
as apresentações, foram verificados o quanto o sistema hidroelétrico da bacia do rio Paraíba
do Sul , não estavam preparados para a diminuição do volume dos reservatórios equivalente

Os reservatórios equivalentes, registrou em dezembro de 2014 o volume de 2,4%. O


então Secretário de Recursos Hídricos, Ney Maranhão, encerrou a reunião frisando a impor-
tância de realizar um planejamento, no próximo plano nacional, que iria passar pela segunda
revisão. E, que este deveria levar em conta os eventos hidrológicos de 2013 e 2014, conforme
podemos verificar em parte na transcrita abaixo:

O Sr. Ney Maranhão encerrou os trabalhos da 32ª Reunião Ordinária do CNRH, res-
saltando o importante papel do CNRH ao exercer suas funções deliberativas. Infor-
mou que a partir do próximo ano o Plano Nacional de Recursos Hídricos passará por
sua segunda revisão, que levará em conta os eventos hidrológicos de 2013 e 2014.
Por fim, o Secretário Executivo do CNRH agradeceu a presença de todos e declarou
encerrada a reunião (CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS, s/d).

No ano de 2015, houve três outras reuniões do CNRH: a primeira ocorrida no dia 29
de Junho, não tratou de nenhum assunto referente á escassez hídrica de 2014; a segunda reu-
nião ocorreu no dia 23 de setembro, na qual houve uma apresentação do superintendente de
Operações e Eventos Críticos da ANA, o Sr. Joaquim Gondim, sobre “A Crise Hídrica no
Brasil”, e em sua apresentação ele citou o caso da bacia do rio Paraíba do Sul. A terceira reu-
nião ocorreu no dia 09 de dezembro, não houve nenhum assunto sobre a bacia do rio Paraíba
do Sul.
17

1.2 Discussões Geradas no CERH do Estado Rio de Janeiro para Bacia do Rio Paraíba
do Sul –– período 2014-2015
1.2.1. Reuniões Ordinárias em 2014

No ano de 2014, houve cinco reuniões ordinárias:


19.02.2014 - A discussão girou mais sobre a transposição de São Paulo.
30.04.2014 - Houve um comentário em assuntos gerais do Presidente do Baixo Para-
íba sobre a situação da foz do Paraíba.
01.07.2014 – Houve uma apresentação sobre o estresse hídrico no rio Paraíba do Sul, a
Sra. Moema Versiani fez uma introdução sobre a bacia, em seguida, o Sr. Edson Falcão des-
creveu todo o processo que estava ocorrendo, e afirmou, em sua apresentação, que uma das
causas do stress hídrico na bacia do rio Paraíba do Sul foi o setor elétrico, que foi informado
pela ANA, em fevereiro, sobre o possível estresse que a bacia do rio Paraíba do Sul poderia
sofrer, e mesmo assim continuou produzindo energia, sem se preocupar em fazer uma reserva:
[...] Apresentação Inea sobre o estresse hídrico no rio Paraíba do Sul. A Sra.
Moema Versiani informou que a bacia do rio Paraíba do Sul é o grande ma-
nancial do estado do Rio de Janeiro, e espera que isso se mantenha. O sistema
de gestão das águas tem que ter uma atuação protagonista, tanto para enfren-
tar conflitos, quanto na condução de ações e indicadores. Passou a palavra
para o Sr. Edson Falcão, que explicou que a porção da bacia inserida no Rio
de Janeiro corresponde a quase 2/3 do território do estado, e mostrou um
mapa com os 4 principais reservatórios do Paraíba do Sul, que são: Paraibu-
na, Jaguari, Santa Branca e Funil. Falou que há alguns anos, o rio era uma
importante fonte de geração de energia para o país, mas hoje corresponde a
apenas 1,8% da energia gerada pelo sistema nacional. Apresentou as regras
operacionais dos reservatórios, e falou que o balanço hídrico feito para a ba-
cia do rio Guandu demonstra que o futuro é preocupante. Identificaram que,
em 2030, o comprometimento da bacia no cenário tendencial seria de 94,7%,
considerando a reserva hídrica para complementação do sistema da Cedae, o
comprometimento pode chegar a 99,6%. Informou que a Res. ANA nº 700,
de 27/05/2014, definiu que a vazão do rio Paraíba do Sul, em Santa Cecília,
poderia ser reduzida de 190 m³/s para até 160 m³/s. Isso foi motivado pela
ONS que, através de um estudo, verificou que o reservatório entraria em co-
lapso se continuasse a vazão de 190 m³/s. Foi pactuado que a redução seria
feita de forma escalonada. Apresentou também o mapa do reservatório equi-
valente, e ressaltou que para no dia 30/11/14 o reservatório equivalente esti-
vesse em 10%, precisaria estar a 45,8% dia 01/06/14, porém, nesta data, o
reservatório equivalente era 33%. Em 2003, ano com maior crise, o reserva-
tório equivalente era de 36% dia 01/06. Logo se pode observar que a situa-
ção é preocupante e, por isso, mais reduções estão sendo feitas. Falou que se
no final de 2014 e início de 2015 não houver chuva suficiente, o sistema fica-
rá 76 sem água no final de 2015, e que é preciso aperfeiçoar as regras atuais
de operação do sistema. A Sra. Isaura Frega comunicou que na última sema-
na de maio houve uma reunião com a ANA e foi redigido um ofício ao Dire-
tor Presidente, Dr. Vicente Abreu, relatando que o estresse hídrico foi causa-
do por uma apuração do reservatório demasiadamente orientada para a gera-
ção de energia, tema que sempre gerou discussão no sentido de retomar esta
18

orientação com vistas à priorização do abastecimento humano. Isso mostra


claramente que foi um problema de gestão. O Sr. Edson Falcão comentou
que, em relação ao setor elétrico, é importante dizer que a ANA percebeu es-
sa situação e em fevereiro oficializou ao ONS, mas este continuou gerando
energia [...].

Após amplas discussões pelos conselheiros, foi aprovada a ementa de uma moção a ser
encaminhada à Agencia Nacional de Água e ao Governo do Estado.
Reconhecer a gravidade do estresse hídrico na bacia do rio Paraíba do Sul e reco-
mendar a adoção de ações preventivas para minimização dos efeitos da redução de
vazões nas condições excepcionais de armazenamento dos reservatórios de regula-
rização da bacia.

Na reunião do 27 de agosto , após longas discussões sobre a transposição de São Pau-


lo, do reservatório do Jaguari para o reservatório Atibainha, para abastecer o sistema Canta-
reira. A discussão seguinte foi sobre a estiagem severa do rio Paraíba do Sul, que teria sido a
mais severa em 84 anos:
[...] Outro problema é a estiagem severa que estamos passando, que é a pior em 84
anos de registro histórico. Todas as bacias do rio Paraíba do Sul estão recessivas, ou
seja, a afluência natural de águas é muito menor que a média histórica. Estão progres-
sivamente diminuindo a quantidade de água utilizada pelo estado do Rio de Janeiro
para conseguirem chegar, em novembro, com o mínimo de segurança. Segundo a
ANA, o ideal é que, no final de novembro, o estado estivesse com o reservatório em
torno de 10%. Isso não será possível, pois o estado argumenta que precisa-se flexibi-
lizar, também, o nível de segurança. A vazão de Santa Cecília deveria ter 190m³/s,
mas tem 165m³/s, com previsão de queda para 160m³/s em setembro, e deveria ser,
segundo o ONS, de 144m³/s. Se isso fosse realizado, iria causar sérios problemas na
bacia do Guandu e em todas as captações de água nos CBHs MPSul e BPSul. Estão
lutando para continuar com 165m³/s. Essa proposta poderia ser vetada pela ANA, mas
esta escolheu que o fórum adequado para tomar esta decisão é Grupo Técnico de Ope-
ração Hidráulica do Ceivap. O Sr. João Gomes falou que o estado de Minas Gerais se
posiciona contra o estado do Rio de Janeiro, pois acreditam que este desperdiça água.
O Sr. Zacarias Albuquerque informou que o Ministério Público de Campos dos
Goytacazes propôs ajuizamento de uma ação, esta foi tramitada na 2ª vara federal e
houve uma decisão no sentido de impedir o estado de São Paulo de tomar qualquer
iniciativa para a contratação de obra para a transposição. A última noticia que é a de-
cisão foi deslocada para o STF, de forma que o Inea e o CERHI-RJ podem fazer um
acompanhamento judicial do andamento desta ação [...] (CERHI-RJ, 2014).

29.10.2014 – Houve discussões sobre a transposição de São Paulo. Divulgação e im-


plementação de ações relacionadas à “Estiagem da Bacia do rio Paraíba do Sul”, apesar de
constar na pauta, pelo adiantado da hora, este ponto de pauta ficou a ser discutido na próxima
reunião.
10.12.2014 – Nesta reunião a transposição de São Paulo foi amplamente discutida,
com várias falas importante sobre como estava acontecendo os acordos entre os três estados,
sem a participação dos comitês estaduais ou com propostas que ao longo dos anos não iriam
melhorar a qualidade do rio Paraíba do Sul, como podemos observar nas falas abaixo:
[...] A Sra. Vera Lúcia protestou pelo fato de terem marcado a audiência para o acordo
da transposição em um dia que os CBHs não puderam participar por estarem em as-
19

sembleia, e informou que o Ceivap não foi convidado. Completou falando que não
poderiam decidir sem consultar os CBHs. Outra questão citada pela Sra. Vera, foi re-
ferente à forma de assinar um acordo que, segundo ela, deveria ter algumas condições
escritas, para só depois São Paulo fazer licitação. Continuou falando que primeiro de-
veriam resolver problemas como reflorestamento e saneamento, e que está sendo dis-
cutindo com a ANA o porquê de diminuir em 20% as outorgas, pois ganharia reserva-
tório. Finalizou comentando que ao invés disso, pretendem utilizar o volume morto do
Paraibuna, sabendo da seriedade desse ato, pois os técnicos não sabem como o reser-
vatório vai responder a essa diminuição de pressão. Disse, também, que o pacto não
cita esses itens. O Sr. Carlos Portinho explicou que o Ceivap não foi convidado, pois
todos foram “atropelados” por uma irresponsabilidade do Ministério Público Federal
que deu início à judicialização desse problema, enquanto “nós” discutíamos, inclusive
com o Ceivap, em um fórum técnico da ANA. Quando houve a primeira redução de
vazão em Santa Cecília, o Ministério Público Federal de Campos entrou com uma
ação dizendo que não poderiam reduzir nada, ou seja, chegaria em outubro sem água.
Se não fosse essa gestão, e que o Ceivap participou, chegariam já nas reservas técni-
cas, segundo as projeções, no final de outubro. Explicou que o MPF não entendeu essa
gestão que estava sendo feita e o que o ministro Luiz Fux chamou as partes do proces-
so, pois, por questões jurídicas, ele deve se limitar às partes. Assim, o MPF não consi-
derou a legitimidade do Ceivap. Comentou que no acordo em Brasília, o Ceivap não
foi convidado, pois não era parte no processo. Esse acordo, nada mais é do que uma
promessa de acordo [...] (CERHI-RJ, 2014).

E escassez hídrica teve um ponto de pauta especifico com o tema: “Divulga-


ção/implementação de ações relacionadas ao tema “Estiagem da Bacia do rio Paraíba do Sul”,
onde podemos observar, pela fala do apresentador o Sr. Edson Falcão, que as grandes indús-
trias localizadas no canal de São Francisco, já estava tendo impactados e a própria CEDAE
deverá realizar investimentos em alguns municípios para que estes tenham condições de man-
ter o abastecimento público.
[...]O Sr. Edson Falcão fez uma apresentação sobre a estiagem na Bacia do rio Paraíba
do Sul. Informou que os reservatórios Santa Branca, Funil, Jaguari e Paraibuna foram
criados com o objetivo de regularizar a água para garantir a vazão. Mostrou o volume
equivalente dos reservatórios, que é a média do volume dos 4 reservatórios. Em janei-
ro estava em torno de 50%, mas começou a cair e, atualmente, está 4% abaixo do pior
da história. O GTOH é o fórum que está se reunindo para resolver estas situações. Foi
feita uma simulação, e com uma chuva média, em 01/11/2015, o reservatório estaria a
95%, aproximadamente. Em um cenário mais pessimista, com uma chuva razoável, o
reservatório estaria a 17%. O que está ocorrendo é que as chuvas não estão vindo co-
mo o esperado, o que irá demandar ações além das habituais, como campanhas para
uso razoável da água. Foi informado que a ANA apresentou dia 09/12/2014 um plano
de contingência do Paraíba do Sul, e a vazão consumida para todos os usuários do Pa-
raíba do Sul até Santa Cecília foi 12m³/s. Com uma redução de 20%, ficaria 2,5m³/s.
O desgaste que existe para ser implementado é pouco produtivo no momento que há
uma alternativa, que seria reduzir de 10 a 15m³/s, a jusante de Santa Cecília, só fazen-
do algumas adaptações nas captações. A Cedae levou um orçamento de R$
5.200.000,00 (cinco milhões e duzentos mil reais), que seriam para adaptações de 4
captações ao longo do Paraíba do Sul e para fazer alguns posto em São João da Barra.
No Guandu, poderia reduzir 5m³/s, só quem irá ter problemas é CSA. A solução seria
fazer uma tubulação custando por volta de R$ 10.000.000,00. Atualmente, a CSA,
Gerdau e Furnas estão em processo de renovação de outorgas, então estes terão um
prazo para que apresentem o novo local para a captação. Foi enviado um ofício para
estas empresas informando que a partir de janeiro à possibilidade concreta de nova
redução (CERHI-RJ, 2014).
20

Em 2014 , houve quatro reuniões extraordinárias, mas a maioria das discussões gira-
ram em torno da transposição para São Paulo.
26.03.2014 – Não houve discussão especificas sobre a crise hídrica. Discutiu-se muito
sobre a transposição para São Paulo.
03.04.2014 – Nesta reunião extraordinária houve dois pontos de pauta: Um sobre a
fragilidade e dependência do Rio de Janeiro das águas do rio Paraíba do Sul, com o “Posicio-
namento do INEA quanto à proposta paulista de transposição frente à segurança hídrica do
Estado do Rio de Janeiro; informes e discussões sobre os movimentos de mobilização sobre
a questão”; o segundo ponto de pauta foi uma palestra sobre o plano de bacia do CEIVAP. A
Palestra sobre o Plano de Recursos Hídricos do rio Paraíba do Sul foi ministrada pelo o Sr.
Wellington Lou, representante da empresa que estava realizando o plano.
08.05.2014 – Realizou-se a apresentação do Plano Estadual de Recursos hídricos, e em
assuntos gerais, vários conselheiros mostraram preocupações quanto a transposição para São
Paulo.
22.12.2014 – Apesar de constar em pauta uma apresentação – “Avanços e desafios da
gestão das águas no estado do Rio de Janeiro” –, o assunto não foi discutido, discutiu-se mo-
ções a serem enviadas ao Supremo Tribunal Federal , para o Ministro Fux e ao Governador do
Estado do Rio de Janeiro o Sr. Pezão sobre a transposição de São Paulo.
Em 2015, a situação se agrava , crise hídrica causa vários impactos em toda a bacia do
rio Paraíba do Sul, com isto ocorre várias discussões no conselho sobre a escassez hídrica:
25. 02.15 – Essa reunião teve como ponto de pauta “crise hídrica – atualizações”,
apresentada pelo Sr. Edson Falcão, conforme a ata abaixo reproduzida:
[...] O Sr. Edson Falcão iniciou comentando que é a primeira apresentação onde há
uma melhora efetiva da estiagem. Fez uma apresentação com as informações das va-
zões em relação a pior situação da história. Informou que houve uma melhora, mas
ainda devem ficar atentos. Mostrou o volume equivalente de cada reservatório, mos-
trando que em fevereiro chegaram à reserva de 0,4%, porém, atualmente a reserva está
em 7%. Explicou que, atualmente, estão operando a uma vazão média de 140m³/s, e
estão fazendo esse esforço como prevenção à estiagem. Eventualmente, caso necessi-
tem de uma nova redução, estão atuando nas adaptações das captações, onde já há
projetos que o CEIVAP está custeando. Ao usuário do CBH Guandu, existe também
outra solução, onde os quatro principais usuários que ficam próximos da foz estão se
adaptando à estiagem. Foi criado um gabinete de segurança hídrica com esses quatro
usuários, com reuniões semanais, para discutirem essas reduções. Apresentou em se-
guida duas simulações: 1) Na pessimista, repetiu o que aconteceu em 2014, onde pa-
rou de chover de fevereiro a novembro. Se isso se concretizasse, a situação do reser-
vatório estaria em -7,8% em novembro, mas isso ainda estaria dentro do volume da
reserva estratégica disponibilizada pela ANA, que é de 13,1%; 2) Na simulação base-
ada no volume atual, choveria 20% a mais que em 2014, e assim estariam mais sus-
tentáveis, onde não precisariam acessar esse volume estratégico (CERHI-RJ, 2014).
21

E, ao final da reunião, o presidente do Conselho, Sr. Décio Tubbs, propôs a realização


de um semanário intitulado “Caminho para Segurança Hídrica do estado do Rio de Janeiro”,
que deveria ocorrer no mês de Abril e disse que aguardaria contribuições de todos até o mês
de março.
29.04.2015 – Não houve discussões sobre a escassez hídrica 2014-2015.
24.06.2015 – Nesta reunião não houve um ponto especifico, mas, em assuntos gerais,
tanto o Representante do comitê do Baixo Paraíba do Sul, Sr. João Gomes, e a representante
do Comitê do Médio Paraíba do Sul, Sra. Vera Lucia Teixeira, se manifestaram quanto a Es-
cassez hídrica de 2014 e 2015. Ressaltaram que alguns rios estão morrendo em função da
transposição para o rio Guandu para garantir o abastecimento da região metropolitana:
[...] e informou que está começando um novo período de seca no Baixo Paraíba do
Sul com vazão mínima. Falou que já foi realizado um estudo pela COHIDRO e pediu
que o CERHI-RJ ficasse atendo porque São Fidelis, Campos e São João da Barra terão
problemas de captação de água. Serão construídos 02 (dois) postos artesianos em São
Fidelis de forma emergencial, mas esta não é uma solução esperada para o rio Paraíba
do Sul. A solução seria uma revitalização de evasão no nível do Paraíba para que pos-
sa ter em São João da Barra uma vazão mínima que suporte as condições híbridas do
rio. Caso seja necessário, está à disposição para atualização das informações, pois
acha que a crise hídrica será pior do que em 2014. A Sra. Rachel Prado reafirmou a
questão do tema do saneamento rural, pois a Embrapa se envolve em pesquisas no
meio rural, em especial com a qualidade da água, e em grande parte é pelos nutrientes
providos dos núcleos urbanos no meio rural. Considera importante que esta questão
seja revista com atenção, juntamente com as fontes pontuais e difusas de perda de so-
los no meio rural, inclusive o PSA tem contribuído bastante. Comentou que a Embra-
pa tem tecnologia de tratamento de esgoto de baixo custo que podem mitigar estas
questões, e que o rio Rural já está utilizando. O Sr. Affonso Albuquerque informou
que o CERHI-RJ aprovou uma resolução que dava uma abertura para utilizar 5% dos
70% na área rural e isso possibilitou o projeto do Banco Mundial e Rural no Noroes-
te; 4) A Sra. Vera Lúcia Teixeira informou que foi chamada no Ministério Público
Federal para discutir a questão de Tocos, juntamente com o ANA, Light, INEA (não
compareceu), Prefeitura de Rio Claro e Comitê, e um dos grandes impactos na região
do rio Piraí é o esgotamento rural. Comunicou que um dos itens que será cobrado do
INEA será a realização de estudo técnica referente ao trecho do rio Piraí e as necessi-
dades de estipular uma vazão ecológica. Falou, ainda, que já foi solicitado a ANA, e o
André Marques (AGEVAP) se comprometeu a ajudar esta Agência. Quanto a Light
será o Ministério Publico Federal que cobrará a adoção de medidas que garantam uma
vazão mínima no trecho do rio Piraí, se for necessário. Já com relação à Prefeitura, o
Ministério Público cobrará que este garanta o abastecimento das comunidades em
água e qualidade. Explicou que isto foi uma denúncia feita e que, por solicitação do
Procurador, participou de uma visita técnica e a situação do referido rio é chocante,
que, segundo ela, o rio secou/morreu e agora é puro esgoto. Explicou que a ANA já
fez uma nota técnica sobre isso, o CEIVAP elaborou uma proposta de Resolução e o
CBH Guandu enviou a resposta solicitada. A Sra. Vera Lúcia Teixeira gostaria de ter
uma reunião com o Secretário do Ambiente, André Correa, para debater essas ques-
tões junto com a CT-IL e CT-IG, pois entende que o CERHI-RJ tem que interferir
nesta zona de conforto do CBH Guandu porque está desconfortável para os CBHs
BPSI e MPS[...](CERHI-RJ, 2014).

19.08.2015 – Nesta reunião não houve discussão sobre a escassez hídrica, devido a
pauta ter sido muito extensa.
22

05.11.2015 - Não houve discussão sobre a escassez hídrica do rio Paraíba do Sul.
09.12.2015 - Não houve discussão sobre a escassez hídrica do rio Paraíba do Sul.
Nas reuniões extraordinárias em 2015, a crise hídrica e a qualidade da água, consta-
ram na pauta:
03.02.2015 – Constou em pauta o tema da Crise Hídrica, que foi apresentado pela
Sra. Moema Versiane.
[...] O ano de 2014 foi um ano que a vazão em Santa Cecília foi bem abaixo do pior
histórico. As condições meteorológicas não estão ajudando. Nunca passaram por
essa situação de armazenamento tão baixo. No dia 1/12/14, estavam com o reserva-
tório equivalente a 3,73% e foi decaindo, ficando no dia 01/02/15 em 0,33%. Mos-
trou a evolução dos reservatórios, no qual Santa Branca e Paraibuna esgotaram dia
24/01/15. Fez um resumo do que vem ocorrendo nas reuniões do GT Operação Hi-
dráulica/CEIVAP, que acompanha de perto e toma as decisões das novas reduções,
sempre com a participação e escutando os usuários. Dia 22/12/14 realizaram uma
reunião, onde estavam praticando uma vazão de 161 m³/s, passando para 114 m³/s,
para poder atender os usuários do canal de São Francisco. A situação foi piorando e
precisaram reduzir mais. Dia 30/12/14 passaram por uma vazão objetiva de
149m³/s, reduzindo 10m³/s pra jusante, e no Guandu foram reduzindo gradativa-
mente. No 12/01/15 fizeram nova redução para a transposição, e depois uma nova
redução, que é a que estão praticando atualmente, que está entre 114 e 92 m³/s e a
vazão objetiva é de 145 m³/s. A próxima reunião será dia 05/02/15, onde irão estudar
a situação dos usuários. Para fazerem novas reduções, precisarão de novas adapta-
ções. Para o trecho do Médio Paraíba e do Baixo Paraíba, a CEDAE tem um projeto
para 5 municípios. O total estimado para essas obras é de R$ 9.000.000,00. Outras
adaptações necessárias são com os usuários do canal de São Francisco, que são as
indústrias. A SEA e o INEA têm tido reuniões frequentes com os representantes da
região desde 11/2014, e já notificaram que fariam novas reduções [...] (CERHI-RJ,
2015).

Sobre a qualidade dos rios:

[...] O objetivo foi observar as mudanças na qualidade nos rios Paraíba do Sul e
Guandu, e também avaliação da intrusão salina no canal de São Francisco e na foz
do Paraíba do Sul. Intensificaram a frequência do monitoramento, desde 07/2014.
As únicas empresas que tiveram problemas na captação foram a CSA e FCC, e na
foz do Paraíba do Sul estão tendo problemas na captação da CEDAE. A preocupa-
ção atual começou em dezembro, na entrada do verão, pois o monitoramento no fu-
nil revelou a proliferação de cianobactérias. Imediatamente começaram um monito-
ramento especial semanal. Todos os níveis de qualidade de água ainda são satisfató-
rios [...] (CERHI-RJ, 2015).

30.03.2015 – Não houve discussão. A pauta desta reunião foi sobre o relatório do pró
gestão.
09.06.2015 – Não houve discussão. A pauta desta reunião versou sobre aprovação do
Cadastro Ambiental Rural – CAR.
16.09.2015 – Não houve discussão. A pauta desta reunião foi sobre o fundo de recur-
sos hídricos.
23

1.3. Discussões Geradas no Conselho Estadual de Recursos Hídrico de São Paulo – CRH

O Conselho do Estado de São Paulo se reuniu quatro vezes no ano de 2014: no dia 03
de fevereiro, em reunião ordinária; dia 15 de abril, em reunião ordinária; e dia 09 de dezem-
bro, com duas reuniões, uma ordinária e outra extraordinária. Em nenhuma delas citaram a
bacia do rio Paraíba do Sul , discutiram a crise hídrica, mas em outras bacias de abastecimen-
to de São Paulo.
Em 2015, o Conselho do Estado de São Paulo, se reuniu três vezes: duas reuniões ex-
traordinárias no dia 22 de abril e outra no dia 18 de agosto. Em nenhuma delas a crise hídrica
ou a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul foi citada. Na reunião ordinária que ocor-
reu no dia 14 de dezembro, na abertura da reunião, o presidente, Sr. Benedito Braga, Secretá-
rio de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, fez alguns relatos sobre a
bacia do rio Paraíba do sul: “[...] Informou ainda que foi assinado um acordo histórico em
Brasília, promovido pelo Supremo Tribunal Federal, entre os estados de SP-RJ.MG para ope-
ração do sistema hidráulica do Rio Paraíba do Sul e que garante maior segurança hídrica das
Bacias PCJ e da RMSP[...]” (CRH, 2017).

1.4 Discussões Geradas no Conselho Estadual de Recursos Hídrico de Minas Gerais –


CERH

Na primeira reunião extraordinária do Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Mi-


nas Gerais, ocorrida no dia 24.02.2014, o presidente, manifestou preocupação em relação a
estiagem que estava ocorrendo no Brasil, principalmente no estado de Minas de Gerais.
[...] O presidente Adriano Magalhães Chaves declarou aberta a 86ª reunião do Plená-
rio do Conselho Estadual de Recursos Hídricos manifestando sua preocupação com o
tema água e conclamando os conselheiros a considerar como a pauta principal do
CERH a partir de agora, devido às dificuldades atuais e às perspectivas futuras. “Tal-
vez dentro da gestão ambiental no Estado de Minas Gerais e do Brasil como um todo
a pauta de água já deveria ser sempre prioridade. E, de agora para frente, não tenho
dúvida de que tem que ser a nossa pauta prioritária de discussão. Basta olharmos o
Sul de Minas. É possível imaginar que, num período de chuva, os nossos cursos d'á-
gua têm menos água do que nos meses de julho e agosto, período seco. Na área de in-
cêndios florestal, em alguns locais, estamos tendo, em setembro, linha de fogo que só
acontece em agosto. Se continuarmos nesse cenário, tudo indica que vamos ter, em
alguns setores, um ano dificílimo para o Estado de Minas Gerais. No setor elétrico, só
não estamos num nível de racionamento pior do que em 2001 porque de lá para cá ti-
vemos a implantação das térmicas. Diz-se que a situação de segurança seria uma fol-
24

ga em torno de 5%, e hoje podemos dizer que estamos com uma folga menor do que
1%. Operar o sistema elétrico nesse cenário é a mesma coisa que dizer o seguinte: bas-
ta perder uma máquina de Itaipu ou uma máquina de outra grande usina para termos
uma crise no setor elétrico. Isso mostra que a pauta de água é prioritária e tem que pu-
xar as nossas discussões e decisões [...] (CERH, 2014).

No decorrer da reunião, outros conselheiros discutiram a questão da seca no estado de


Minas, mas não especificaram na bacia rio Paraíba do Sul.
A segunda reunião ocorreu no dia 27.05.2014, na qual discorreram sobre a responsabi-
lidade de dar parecer sobre as outorgas e sobre qual é o efetivo papel do comitê e do conselho
Estadual: “,[...]este Conselho, como conselho maior condutor e responsável pela Política de
Recursos Hídricos do Estado, é um conselho político e pauta pelos princípios que estão na
lei: descentralização, reconhecimento do aspecto democrático da gestão de recursos hídricos
[...]” (CERH, 2014).
Na reunião ordinária do dia 12.06.14 e 16.09.14, o tema da escassez hídrica da bacia
do rio Paraíba do Sul, não foi discutido.
Na reunião ordinária do dia 29.10.14, houve várias falas sobre a escassez hídrica, no
Brasil, na região de Minas Gerais e, principalmente, da região sudeste, na região da bacia do
rio Paraíba do Sul, como podemos ver abaixo:
O presidente Danilo Vieira Júnior , [...]Esta reunião do Conselho Estadual de Re-
cursos Hídricos acontece em um momento muito oportuno, em que a pauta de re-
cursos hídricos encontra-se em evidência em todo o Brasil. Vivemos momentos di-
fíceis, de escassez, em que grande parte das cidades de Minas encontra-se com pro-
blemas de abastecimento. Temos grandes discussões, ao nível de Brasil, de projetos
de transposição, tanto no Paraíba do Sul quanto no São Francisco, que encontram
dificuldades na disponibilidade hídrica. Isso nos faz refletir aonde queremos chegar
com a nossa política de gestão de recursos hídricos.[...] [...] “Estamos vivendo uma
crise hídrica na região Sudeste que nos sinaliza que precisamos nos mexer, fazer al-
go, porque a produção de alimentos cada vez exige mais água, as cidades crescem e
exigem mais água para abastecimento público e o bem fica cada vez mais escasso.
E nós ainda utilizando água para diluir esgoto, tendo perdas nos sistemas de abaste-
cimento público da ordem de mais de 30%. O que nos deixa, de fato, preocupados e
certos de que precisamos, sim, investir de forma pesada na causa, parar de trabalhar
com o efeito e começarmos a trabalhar investimentos em sistemas de abastecimento
público, trabalhar no saneamento, na recuperação de áreas degradadas, na proteção
de mananciais e de nascentes. Se continuarmos nesse ritmo, o nosso futuro será ár-
duo para todos. Sabemos que a água é um bem essencial, sem ela não conseguire-
mos sobreviver. Antes que isso aconteça, ela vai faltar para as atividades econômi-
cas. Com isso, o reflexo na economia, na vida das pessoas, na geração de empregos
será desastroso. Precisamos chegar às melhores propostas e práticas de gestão para
administrar esse grande problema que estamos enfrentando”[...] (CERH, 29 out.
2014).

Um representante do Comitê Paracatu, falou do trabalho que o comitê vem desenvol-


vendo para salvar o Paracatu.
O movimento ambientalista e grande parte da sociedade reclamam, e o próprio poder
público, os municípios, que têm uma responsabilidade muito grande, mas não fazem.
Eu quero ver é colocar a mão na massa e implementar ações que resolvam o proble-
25

ma. Construções na beira do rio, pesca predatória, restos de captação jogados na calha
do rio: o Estado tem que tomar providências. A comunidade está disposta. Só estou
dizendo isso aqui para mostrar que tem saída e que a sociedade como um todo tem
que assumir isso. O Comitê do Paracatu está elaborando uma carta compromisso en-
tre o Estado, a sociedade, o Comitê e as prefeituras, traçando um pacto pelas águas na
bacia. Eu acho que, com cada um assumindo a sua parte, nós vamos ter o rio vivo e
não vamos passar por esse problema, pois sabemos que, de agora para frente, será uma
constante nos nossos dias. [...]É compreensão de um real planejamento por bacia, na
perspectiva de um território que será sempre um conjunto de pequenas bacias, mas na
perspectiva de pertencimento daquela comunidade que vive ali. Eu acho que esta crise
atual chama atenção para os órgãos de gestão se aqueles agentes políticos, sociais e
econômicos, simultaneamente, não estiverem atuando como protagonistas. É efetiva-
mente dizer que, se quer conservar água, tem que ser com quem está atuando no terri-
tório [...] (CERH, 29 out. 2014).

A conselheira Maria Aparecida Vargas, em seguida fez uma explanação geral, sobre a
escassez hídrica da bacia rio Paraíba do sul e a importância dos rios de Minas Gerais para o
abastecimento da região fluminense. Em seguida, falou um pouco de suas preocupações em
relação à transposição para São Paulo.
[...] citou a crise que estamos vivendo hoje não só em São Paulo, mas no país, e hoje
Rio e São Paulo estão com a proposta de retirada de água da bacia do Paraíba do Sul,
para abastecer a região metropolitana de São Paulo. Eu já venho, há um bom tempo,
alertando que vai chegar uma hora em que vão acordar que grande parte da água que
abastece o noroeste fluminense não é a água da transposição que vai para o Guandu e,
sim, a água dos nossos rios de Minas. Tem a sua foz a jusante dessa transposição. O
que os rios Pomba, Muriaé, Preto e Paraibuna contribuem para esse abastecimento das
cidades fluminenses nessa região é muito maior. É um assunto muito sério, estamos
discutindo no Plano de Bacia do Paraíba do Sul e nos planos mineiros, e venho colo-
cando essa preocupação há um bom tempo. Um momento de crise e escassez hídrica
é a hora em que todo mundo enxerga. Nós em Minas temos que decidir como vamos
propor essa entrega e não esperar que o plano de bacia aponte qual é a vazão desses
pontos de entrega em Minas. Eu acho que é uma discussão que tem que passar por
nós em Minas primeiro. Em função dessa discussão, eu quero dizer que, no dia 26 de
novembro, nós vamos realizar um seminário na bacia do Pomba e Muriaé, em Cata-
guases. Sabemos que a escassez no Muriaé está muito mais séria, mas a vazão do
Pomba é muito maior. Podemos até usar esse argumento. Eu acho que precisamos sair
dessa reunião com uma carta do Comitê da Bacia e nos posicionarmos perante o Cei-
vap antes que esses pontos sejam definidos. Quem está vendo o Muriaé e o Pomba
como estão hoje. Trabalhamos na bacia reservatórios para contenção de cheia. Esta-
mos avançando no Ceivap, e esses reservatórios vão passar para ser reservação de
água também, até para beneficiar a própria população do Rio de Janeiro. Essa é uma
crise, mas a tendência é cada vez mais ficar com falta de água, e temos que nos debru-
çar sobre isso [...] (CERH, 29 out. 2014).

Na última reunião as discussões giraram em torno da crise hídrica, vários outros con-
selheiros se posicionaram, em relação à crise no estado de Minas Gerais.
No ano de 2015 , o conselho se reuniu seis vezes, houve discussões sobre a escassez
hídrica, mas as falas dos conselheiros não foram direcionadas para a bacia do rio Paraíba do
Sul, discutiram mais as ações para o enfrentamento da crise de Minas Gerais.
26

1.5 Discussões geradas no CEIVAP - Comitê Integração da Bacia do rio Paraíba do Sul
– período 2014-2015

Na reunião ordinária do dia 20.05.2014, na abertura, o presidente, Sr. Danilo Vieira Jú-
nior (SEMAD/MG), falou da escassez hídrica:
[...]destacando que o atual momento vivenciado na Bacia do Paraíba do Sul é de aler-
ta, visto que estudos divulgados apontam para um estresse hídrico na Bacia. Ressal-
tou que a situação é preocupante, porém, oportuna para a criação de uma agenda posi-
tiva, no intuito de traçar diretrizes e fazer um planejamento estratégico em prol da
preservação da Bacia [...] (CEIVAP, 20 maio 2014).

Na reunião Extraordinária do dia 25.09.2014, na abertura, o presidente citou novamen-


te a escassez hídrica:
[...]Informou que o Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Opera-
ção Hidráulica na bacia do rio Paraíba do Sul, para atuação conjunta com o Comitê
da bacia do rio Guandu (GTAOH) do CEIVAP tem se reunido frequentemente para
discussões acerca da situação dos reservatórios da Bacia do Paraíba do Sul. Falou so-
bre o projeto de transposição de São Paulo, onde avalia que cabe ao Comitê buscar,
sugerir e apontar os melhores caminhos. Relatou que em reunião na sede da Agência
Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF), com representantes do Ministério do
Meio Ambiente e dos três Estados inseridos na Bacia, ressaltou a importância do
Comitê se colocar como fórum para essa discussão, com intuito de buscar os cami-
nhos adequados para a gestão dos recursos hídricos. (CEIVAP, 25 SET. 2014).

Na reunião ordinária do dia 11.12.2014, houve uma apresentação do presidente da


Agencia Nacional de Água, Sr. Vicente Andreu, sobre a transposição de São Paulo e a escas-
sez hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul foi mencionada:
Falou sobre os interesses de uma utilização social da água, em relação a crise hídri-
ca, que nunca aconteceu com tanta intensidade nas bacias.Falou também sobre a cul-
tura dos comitês de bacia, que representam experiências ainda não concluídas, onde
o próprio comitê ainda tem questões importantes a resolver. Ressaltou que não há
como pensar no sistema sem fortalecer só os órgãos gestores ou só os comitês de
bacia. Disse que deve ser pensada a relevância que os órgãos competentes consegui-
rão dar para o tema água no cenário político. Comentou que a agenda da água foi ir-
relevante apesar da crise, não foi relevante em nenhum lugar do Brasil, o que faz
com que o problema não seja reconhecido. É importante encontra uma maneira de
fortalecer a agenda política quanto aos problemas da crise hídrica. O Sr. Vicente
Andreu falou sobre a relação entre a transposição e a seca, que os problemas acabam
se relacionando pelo momento, quando a atual resolução do problema da transposi-
ção pode impactar no atual problema que enfrentado, que é a seca. As ações para
solução da seca foram operações de prateleiras, com base em uma crise que já acon-
teceu anteriormente. Com uma nova forma de operar o sistema de reservatórios pôde
ser identificado o aumento da garantia hídrica no presente momento, apesar de todos
os reservatórios estarem depressionados. Disse que a AGEVAP teve um papel im-
portantíssimo do ponto de vista técnico, e a diretoria do CEIVAP acompanhou isso
minuciosamente. As soluções pontuais não vão dar conta de resolver todos os pro-
blemas de todas as regiões, quando o país enfrenta um momento especial, onde vá-
rios problemas se interligam, e os órgãos competentes tem que ter sabedoria para
27

encontrar uma solução que fortaleça o sistema de recursos hídricos no Brasil (CEI-
VAP, 11 dez. 2014).

No mesmo dia houve uma reunião Extraordinária, mas o tema era especifico sobre co-
brança. Não houve nenhum comentário sobre a escassez hídrica.
No ano de 2015, o CEIVAP se reuniu-se apenas duas vezes, onde realizou reuniões
ordinárias e extraordinárias. Na sua primeira reunião ordinária do ano, no dia 24.03.2015,
deu-se a posse dos novos membros e da nova diretoria, houve uma apresentação por um re-
presentante da ANA e várias falas dos conselheiros sobre a escassez hídrica.
[...] O Sr. Patrick Thomas (ANA) 30 pontuou que esteve presente na última reunião
plenária do CEIVAP, e que na ocasião o momento estava mais crítico. Sobre a crise
hídrica atual, mencionou que o ano de 2014 foi atípico em termos climatológicos,
exemplificando com o fato de ter acontecido maior cheia do rio Madeira e pior seca
no Paraíba do Sul em 84 anos. Citou que desde março a Agência Nacional de Águas
vem discutindo junto ao Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da
Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, para atuação conjunta com o
Comitê da Bacia do Rio Guandu (GTAOH) do CEIVAP as revisões de vazão, medi-
das e impactos diante da crise. Falou que está sendo avaliado o que precisa ser feito
para adaptar os usurários. Informou que se as chuvas continuarem a bacia terá uma re-
cuperação maior. O principal conflito é sobre guardar no reservatório e soltar para
atender os usuários. Comentou que às vezes não é A falta d’água o 3 problema, e sim
a estrutura. Disse ainda que na gestão dessa crise, o CEIVAP é pioneiro, e tem tido
uma grande participação na gestão da mesma. Falou sobre o envolvimento e articula-
ção do Comitê, que esse é o diferencial do CEIVAP. Finalizou dizendo que com as
novas regras operativas propostas eles estão gerenciando a crise e trabalhando para
evitar uma nova crise[...] (CEIVAP, 24 mar. 2015).

As falas são um pouco antagônicas uma representante acha que o CEIVAP, deveria ter
aproveitado mais da crise para mostrar seu trabalho e a outra representante afirma que o CEI-
VAP foi protagonista:
[...] Sra. Vera Lúcia Teixeira (O Nosso Vale! A Nossa Vida) Falou também sobre a
crise hídrica e como a área de comunicação não se aproveitou do momento para dar
visibilidade à instituição. Falou a respeito do gargalo em relação à questão de esgota-
mento sanitário na Bacia[...]. [...] A Sra. Moema Versiani (INEA) parabenizar a dire-
toria do CEIVAP pela gestão no biênio 2013/2015, e destacou dois aspectos: A crise
hídrica, onde pode-se observar que o CEIVAP está na mídia e com papel de protago-
nista [...] (CEIVAP, 24 mar. 2015).

No mesmo dia houve uma reunião Extraordinária para aprovação de várias resolu-
ções, uma delas específica sobre a escassez da bacia do rio Paraíba do Sul: “nº 225/2015 e
dispõe complementarmente sobre a criação do Subcomponente: Ações Emergenciais – Es-
tresse Hídrico da Bacia do rio Paraíba do Sul (CEIVAP, 24 mar. 2015).
No dia 25.08.2015, ocorreram as duas reuniões: a primeira extraordinária, onde a dis-
cussões foram sobre o valor pago pela transposição de dois terços da água do rio Paraíba do
Sul para o rio Guandu para abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro; a se-
28

gunda reunião foi a ordinária, com um ponto de pauta específico sobre a escassez hídrica,
apresentada pelo Sr. Paulo Diniz, representante do ONS:
– O Sr. Paulo Diniz (ONS) deu início a sua apresentação parabenizando o GTAOH
pela atuação em meio a crise hídrica. Relatou que, como técnico do ONS, opera crises
no país inteiro, e não há nenhum grupo como o que gerencia a crise na bacia do rio
Paraíba do Sul. Ressaltou que se não fosse a atuação desse grupo, não haveria as de-
cisões tomadas diante da crise. Disse que o Sr. André Marques (AGEVAP) foi uma
pessoa muito importante nesse Grupo. O Sr. Paulo Diniz (ONS) explicou que em
momento de crise, o fundamental é ter informações corretas; sempre que for ecoar
uma informação, deve-se confirmar essa informação. Mostrou a última apresentação
feita no âmbito do GTAOH com os números e a missão até chegar o final do período
seco. Sobre a previsão meteorológica, destacou que dificilmente ocorrerá um evento
metereológico que cause efeito significativo. Apresentou a situação hidrológica de
2015 comparada ao do ano passado e comentou que não há umidade suficiente para
água migrar para calha do rio. Mostrou o histórico de armazenamento e disse que no
momento estão registrando 7,8%. Mencionou que se tiver 100% das vazões verifica-
das terminaria em 4%, 90% termina em 2,3% e 80% termina em 0,9%. Destacou que
o GTAOH realiza reuniões semanais a fim de gerenciar a crise e tentar passar por es-
se período, e desde o ano passado nenhum usuário ficou sem recursos hídricos na ba-
cia do rio Paraíba e na bacia do rio Guandu. O Sr. João Gomes (UENF) fez um agra-
decimento ao GTAOH, pela atuação acerca da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do
Sul, agradeceu também ao Sr. André Marques (AGEVAP), ressaltando a implantação
do SIGA-CEIVAP que dá acesso a informações que estavam dispersas. Deu início a
sua apresentação dizendo que 2015 será um grande laboratório para quem participa do
sistema de gestão de recursos hídricos. Falou sobre a captação por poços na região hi-
drográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana e disse que viveram 9 meses de défi-
cit hídrico, e se não tivera vazão do rio conservada em níveis satisfatórios, irão entrar
em colapso hídrico. Citou que, felizmente, dentro das ações emergenciais do CEI-
VAP, a região hidrográfica do Baixo Paraíba foi contemplada com a construção de
dois poços artesianos, que ainda não saíram do papel, por conta de problemas políti-
cos. Concluiu dizendo que o CBH Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana já manifestou
em plenária que é contra o atraso dessas obras (CEIVAP, 25 ago. 2015).

Em seguida, abriu-se a discussões sobre a apresentação, e o Sr. Edson Falcão fez al-
guns relatos de impactos causados pela Escassez Hídrica, tanto da região do Baixo Paraíba
Sul, quanto da região do Guandu no canal do São Francisco, onde as indústrias sediadas neste
local também tiveram problemas em função a escassez hídrica:

O Sr. Edson Falcão (INEA) relatou que a situação do Baixo Paraíba é a situação mais
sensível porque ali não tem nenhum reservatório que consiga regularizar a vazão, e o
nível do Paraíba do sul está muito baixo, e é muito preocupante. Citou que isso é algo
que está sendo pensando, no CEIVAP existe um projeto de barramento que está sen-
do adaptado para a finalidade de fazer armazenamento de água. Comentou que o
GTAOH, proporciona a oportunidade de nivelar e alinhar informações relevantes para
tomadas de decisão. As discussões no âmbito Grupo fomentam as decisões quanto as
alterações de vazão. De 190 m³/s está passando para 110m³/s, é algo que não é sim-
ples de se fazer, e houve um esforço muito grande dos atores para que isso fosse reali-
zado. Disse ainda que as ações que estão sendo feitas são ações baseadas em estudos.
Explicou que o problema das captações não é quantidade de água, um dos problemas
é em relação a qualidade da água, porque como a lâmina da água está diminuindo
bastante, a captação estava captando vento, em São João da Barra, por exemplo. Na
região do Guandu, tem usuários que tem impacto maior em relação a captação no rio,
como CSA, FCC e Gerdau. Citou que a ETA Guandu que está conseguindo suportar
essas reduções até então realizadas. Em tempo, disse que estão sendo feitas adapta-
ções a curto e médio prazo. Concluiu dizendo que a ideia é que se consiga recuperar
29

os reservatórios o mais rápido possível.[...] O Sr. Edson Falcão (INEA) citou que os
reservatórios que existem na bacia do Paraíba do sul têm capacidade para atender as
demandas atuais e nos horizonte até 2040. Comentou que foi criado um grupo na
ANA, onde os estados fizeram os ajustes das novas regras operacionais dos reservató-
rios, compatíveis até o horizonte de 2040 (CEIVAP, 25 ago. 2015).

A Sra. Maria Aparecida Vargas (Energisa Soluções S.A.) e a a Sra. Zeila Piotto (CI-
ESP Taubaté), também elogiaram o trabalho do Grupo de Acompanhamento Operação Hi-
dráulico do CEIVAP, destacando a interlocução deste com a ANA nas tomadas de decisões:
A Sra. Maria Aparecida Vargas (Energisa Soluções SA) citou que quem define as re-
gras de operação dos reservatórios é a ANA, e atualmente a ANA não está emitindo
resolução sem antes consultar o CEIVAP. A Sra. Zeila Piotto (CIESP Taubaté) elogi-
ou a atuação do GTAOH, destacando o importante papel que o grupo vem exercendo.
Ressaltou que o Comitê tem que melhorar as informações no âmbito dos usuários da
bacia, uma vez que esse mecanismo não está adequado, inclusive no trecho de São
Paulo. Salientou que não existe fórmula pronta, mas é importante melhorar essa inter-
nalização. Comentou que o PCJ contratou um estudo que fez uma avaliação climato-
lógica englobando vários aspectos relevantes, e que a sugestão é que o CEIVAP
aprove a realização desse estudo para a bacia do rio Paraíba do Sul. Falou que os gru-
pos de trabalho do Comitê e Órgãos Gestores poderiam elaborar o Termo de Referên-
cia em parceria (CEIVAP, 25 ago. 2015).

O Sr. Eduardo Araújo (IGAM) e o o Sr. Marcelo Carvalho (Eletrobrás Furnas), tam-
bém elogiaram a importância do GTAOH, e informaram que a reunião ocorre de forma pre-
sencial ou por vídeo conferência e que todos podem participar. Destacaram que o mesmo trata
de situações do dia-a-dia, de curto prazo, e que as ações a longo prazo deverão ser pensadas
fora do GTAOH.
O Sr. Eduardo Araújo (IGAM) parabenizou o GTAOH pela atuação. Comentou que a
terra está seca, a água cai e não consegue gerar umidade para ser canalizada, a bacia
tem uma rocha impenetrável e a água fica acumulada no solo, sendo necessária prote-
ção para que essa água não se perca. Destacou que no CEIVAP existe um trabalho, as
coisas estão acontecendo e é importante que existam ações nesse sentido. A sugestão é
aumentar a capacidade de infiltração e permanência de água, aproveitar melhor o po-
tencial hídrico da bacia. O Sr. Marcelo Carvalho (Eletrobrás Furnas) ressaltou que
GTAOH é aberto para as pessoas participarem, seja presencialmente ou por video-
conferência. Informou que todos os documentos estudos e apresentações geradas no
âmbito do grupo estão disponibilizados em uma área do site da AGEVAP. Disse ain-
da que GTAOH trata de situações do dia-a-dia, trabalhando em curto prazo. Mencio-
nou que as ações de longo prazo podem ser pensadas fora do GTAOH (CEIVAP, 25
ago. 2015).

Em seguida, passaram para apresentação sobre as obras emergenciais de readequação


das captações para abastecimento público, na Bacia do rio Paraíba Sul, custeadas com recur-
sos do CEIVAP.
30

1.5.1 Discussões Geradas no Grupo de Acompanhamento de Operação Hidráulica –


GTAOH/CEIVAP

Na primeira reunião, ocorrida em 04.06.2014, na sede da AGEVAP, o ONS, fez uma


apresentação sobre as condições hidrológica da bacia do rio Paraíba do Sul no período de
2013-2014. A ANA informou que enviaria um oficio em abril ao ONS solicitando o cumpri-
mento da Resolução nº 211 de 26 de maio de 2003. Nesta reunião iniciou-se a discussão acer-
ca da diminuição da defluência em Santa Cecília de 190 m3/s para 173 m3/s.
A segunda reunião, ocorrida no dia 16.06.14, por videoconferência, a discussão foi so-
bre a crise hídrica na bacia do rio Paraíba e os impactos que poderiam ocorrer tendo como
histórico a seca de 2003 e os municípios que foram impactados. Houve a criação de um grupo
para vistoriar as captações dos municpios impactados em 2003. As discussões, no primeiro
instante, giraram em torno da falta de dados no site da empresa Light, sobre a vazão de deflu-
encia em Santa Cecília, esta justificou um problema no site, mas já estava resolvendo.
Em seguida passaram os resultados das vistorias realizadas nos municípios impactados
em 2003. Conforme texto descrito abaixo.
[...] Porto Real (2 captações): ambas são flutuantes e não apresentam riscos de desa-
bastecimento com a redução atual e nem com futuras reduções. - Quatis (1 captação):
é operada com flutuante e não apresenta riscos de desabastecimento com as reduções
de vazões. - Barra Mansa (2 captações): Na ETA Nova foi observado na 2ª feira uma
redução de nível em torno de 20 cm e caso o nível reduza mais 20 cm não será possí-
vel captar. A ETA possui um flutuante, que está em manutenção, com bombas que
atendem 40% da captação total da ETA. O INEA propôs como solução: adquirir ou
alugar uma bomba adicional visando complementar a vazão total da ETA. Na ETA
Floriano, a captação é flutuante e não terá problemas com as reduções. - Barra do Piraí
(7 captações): A principal captação do município é a de Carola que capta 100 L/s, e
apresenta situação crítica devido ao assoreamento existente a montante da captação.
As ações propostas pelo INEA para este local foram a dragagem e o enrocamento. O
INEA fará o desassoreamento, e já mobilizou os equipamentos. A captação de Santa
Cecília, localizada a jusante da barragem de Santa Cecília é flutuante e não terá pro-
blemas com as reduções. A captação da ETA Nelson Carneiro que fica na saída das
bombas da transposição para o Guandu, já não tem condições operacionais de capta-
ção devido à redução do nível d’água. A captação de Vila Helena (28 L/s) é flutuante
e não tem problemas com relação a redução do nível d’água porém é a mais crítica do
ponto de vista da qualidade da água. Para este local, a proposição do INEA é a realo-
cação do ponto de captação, ou para montante da ilha ou para o outro braço da ilha. A
captação de Matadouro é flutuante e não apresenta risco com a redução. A captação de
Coimbra é fixa, e já apresenta uma redução da sua capacidade de captação e está ope-
rando com uma bomba improvisada de 8L/s para auxiliar a captação. A proposição de
solução do INEA é implantar uma captação flutuante, utilizando flutuantes que estão
parados na captação Vila Helena, mas que necessitam de reforma. O representante da
CEDAE, Humberto, se disponibilizou para vistoriar em conjunto com a Prefeitura to-
das as captações de Barra do Piraí. - Vassouras (1 captação): a captação não apresen-
tou problemas até o momento com a redução. As vistorias em alguns municípios do
Baixo Paraíba foram realizadas pela Fernanda Spitz (INEA), Paula Pinha (ANA), e
representantes do CBH Baixo Paraíba do Sul,. As vistorias foram realizadas nos se-
31

guintes municípios: - São João da Barra (1 captação): tem capacidade de 80 a 90 l/s e


abastece cerca de 20 mil habitantes. Foi identificado que o maior problema está rela-
cionado com o local da captação que se situa no braço direito de uma ilha, próxima a
foz do rio Paraíba do Sul. Existe um assoreamento no local que agrava o problema da
intrusão salina. O INEA propôs como solução imediata a alteração do local de capta-
ção para o braço esquerdo da foz, onde parece ter uma menor incidência da intrusão
salina e como solução futura a realocação do ponto de captação para 4 km a montante.
- Campos (1 captação): Não apresentou problemas com a atual redução. - São Fidélis
(2 captações): As captações das ETA São Fidélis e ETA Pureza, não apresentam ris-
cos de interrupção por nível, pois ainda possuem uma folga razoável (cerca de 40 cm).
- Cambuci (1 captação): durante a vistoria não apresentou problemas quanto ao nível e
a qualidade da água. - Itaocara (2 captações ): As captações de Portela e Batatal, não
apresentam riscos com a redução de nível e possuem folga para reduções. - Sapucaia
(1 captação): Capta de 23 a 25 l/s e tem situação preocupante, pois está captando na
cota limite e qualquer redução de nível resultará em dificuldades para a captação. O
problema da captação de Sapucaia está relacionado com a operação do reservatório de
Simplício. O representante de Furnas disse que desde 2012, a PCH Anta libera
113m³/s no trecho de vazão reduzida a jusante. O representante da CEDAE informou
que existe um TAC com o Ministério Público assinado por Furnas no qual a redução
da vazão atual no trecho de vazão reduzida estaria condicionada com a realocação do
ponto de captação da ETA para montante da barragem, garantindo as condições ope-
racionais de captação. O representante da CEDAE se comprometeu a preparar um ofí-
cio da CEDAE para a ANA informando a cota mínima para esta captação. O represen-
tante do ONS informou que não há nenhum impedimento em reduzir ou ampliar as
vazões para atender a gestão hídrica da bacia em detrimento da geração de energia,
pois o sistema elétrico é interligado e a eventual redução de geração de energia na ba-
cia pode ser compensada [...] (AGEVAP, 16 jun. 2014).

Discutiu –se a redução de 5 m3/s na transposição para o rio Guandu. As empresas pre-
sentes relataram seus problemas:
[...]Avaliação dos efeitos da redução de 5m³/s na transposição para o rio Guandu. O
representante do INEA informou que a CSA (usuário com a captação mais próxima da
foz) relatou já ter havido anteriormente problemas de alta salinidade. Tiveram que in-
terromper a captação em alguns momentos devido a maré alta de sizígia. Como eles
possuem um reservatório com uma capacidade de armazenamento para 18 horas, eles
contornaram o problema da alta salinidade, acrescentando bombas adicionais para
captar uma vazão maior no período de salinidade mais baixa. Porém não sabe infor-
mar se consegue operar desta forma considerando novas reduções de vazão. O André,
representante do INEA coordenou uma campanha de monitoramento da intrusão de
salina no Canal de São Francisco e rio Guandu. O Edes, representante da CEDAE, re-
latou que na estiagem de 2003, a CEDAE teve que instalar pranchões na barragem da
ETA Guandu e elevar a crista do vertedouro em 60 cm para manter o nível da capta-
ção e compensar a redução de 10m³/s no rio Guandu. Este seria o nível máximo que as
estruturas atuais estão preparadas para alcançar. O Briard, representante da CEDAE,
reforçou o informado anteriormente e alertou que hoje com uma redução de apenas
5m³/s, já foi necessário elevar 48cm, de onde concluiu que as condições da bacia atual
estão diferentes das observadas em 2003. Tal constatação indica que a elevação de 60
cm pode não ser mais suficiente para neutralizar a redução de 10 m³/s. Informaram
ainda que em 2003, as chuvas intensas de curta duração na região da bacia dos rios
Poços, Queimados e Ipiranga, somadas à redução de vazão no rio Guandu contribuí-
ram para a piora da qualidade da água imediatamente a montante da tomada d’água da
ETA Guandu, com um aumento da alcalinidade de 7 para 26. Isso ocorreu devido a
uma maior contribuição das águas do Lago do Guandu. Após as chuvas, as concentra-
ções voltaram aos padrões normais observados no manancial [...](AGEVAP, 16 jun.
2014).
32

Na terceira reunião, ocorrida no Instituto Estadual do Ambiente – INEA, no dia


24.06.18, aconteceu discussões sobre a redução temporária, da vazão mínima afluente a bar-
ragem de Santa Cecília no rio Paraíba do Sul, de 190 m³/s para 173 m³/s., as informações, na
época, era que a defluência praticada era de 180 m³/s , e precisava diminuir mais 7 m³/s. O
representante da CEDAE e o representante de Furnas, discutiram sobre a à captação de Sapu-
caia/RJ , os representantes de Furnas , descreveu as alternativas.
[...] A CEDAE verificou problemas na cidade de Sapucaia/RJ, conforme já apresenta-
do em reunião anterior. O Sr. Marcelo Carvalho (Furnas) informou que já possuem
uma solução alternativa que em poucas horas pode ser colocada em prática, quando
necessário. Falou que, após a última videoconferência do GTAOH, entrou em contato
com o setor responsável pela construção na Usina do Simplício e o mesmo informou
que está tudo adequado para quando for feita a redução dos 110 m³/s para os 90 m³/s,
e para fazer as adaptações que forem necessárias na captação da CEDAE. O ideal é
avisar com 4 horas de antecedência. Destacou que essa redução em Sapucaia/RJ é
completamente independente da redução a vir ser praticada no momento, porque é um
desvio para um trecho de vazão reduzida. Disse que caso não funcione voltará para o
110 m³/s, e se funcionar será mantido o 90 m³/s que estão sendo autorizado. Qualquer
redução que seja praticada em santa Cecília vai ser penalizada a parte de geração da
usina de Simplício não a parte do trecho de atendimento a vazão reduzida. Essa redu-
ção tratada em reunião, a principio não atinge Sapucaia. A geração tem que ser aten-
dida em função do abastecimento de água, uso múltiplo não pode sair prejudicado.
Furnas e CEDAE irão se entender, e não haverá problema na captação da CEDAE [...]
(AGEVAP, 24 jun. 2014).

A discussões seguinte foram relativo a curva chave , para medir a vazão em Santa Ce-
cília. E de uma nova redução em Santa Cecília com mais 2 m³/s , passando a redução para 7
m³/s, pois na última reunião a redução foi de 5 m³/s . O INEA colocou a importância de se
ter transparência no processo.
[...]O Sr. Eduardo Dantas (CEDAE) questionou se o referencial é o Posto de Barra do
Piraí/RJ ou a jusante de Santa Cecília, visto que isso gera uma diferença de 5 m³/s.
houve uma redução efetiva de 5 m³/s, para a jusante houve uma redução de 5 m³/s.
Ressaltou que para discutir novas reduções esse cenário tem que ser levado em conta.
O Sr. Marcelo Carvalho (Furnas) questionou o fato de se for adotado a redução de
mais 7 m³/s como será tratada essa questão na ANA, se vai ser adotada em relação a
Barra do Piraí ou Santa Cecília. Sugeriu fechar a questão provisoriamente enquanto a
ANA avalia a curva chave. O Sr. Patrick Thomas (ANA) comentou que hoje o que es-
tá em vigor é a determinação de cumprir uma cota em Santa Cecília jusante de
351,51m, que equivale a vazão medida de 69 e 67m³/s. Hipótese de redução de mais 7
m³/s a jusante de Santa Cecília, equivaleria a redução de 5cm, para a cota 351,46m.
Essa cota de 351,46m é a cota próxima a que foi praticada pela Light no primeiro dia
de redução. Do ponto de vista de cota e vazão real, essa redução adicional de 7 m³/s na
leitura da régua levaria a uma cota que foi praticada durante uma semana, cujos im-
pactos foram absolvidos pelos usuários. Uma hipótese é aplicar essa redução adicional
de 7 m³/s em termos de cota na régua da estação de Santa Cecília jusante. A sugestão
é encaminhar um ofício da ANA autorizando a cota 351,46m, com isso ganha os 7
m³/s adicionais, sem ter impactos, sem alterar a vazão do Guandu, como já praticado
hoje. O Sr. Marcelo Carvalho (Furnas) destacou que a operação de Furnas é condici-
onada a operação da Light, e não vê problema em reduzir mais 7 m³/s. A Sra. Rosa
Formiga (INEA) comentou que é necessário dar transparência ao processo para que
um leigo seja capaz de enxergar o nível de referência [...](AGEVAP, 24 jun. 2014).
33

As discussões giraram em torno das intervenções a ser realizadas nos municípios para
diminuir os impactos na captação de abastecimento público.

[...] O Sr. Edson (INEA) relatou sobre o desassoreamento que o INEA está realizando
na captação de Carola em Barra do Piraí. A Madalena (Secretária de Meio Ambiente
de Barra do Piraí) acompanhou o trabalho e neste momento apenas o desassoreamento
é suficiente não havendo necessidade de realizar também o enrocamento, já que com a
construção da ETA Mãe, Carola deixará de operar nos próximos anos. [...] A Vera
apresentou o orçamento do SAEE de Barra Mansa para a troca do flutuante e bombas.
O André (AGEVAP) irá vistoriar e acompanhar as soluções para o município de Barra
Mansa [...](AGEVAP, 24 jun. 2014).

Na quarta reunião, ocorrida em 03.07.14, a discussões foram sobre a necessidade de


redução da vazão objetiva de Santa Cecília e discutiu-se também sobre a qualidade da água do
rio Paraíba do Sul. A proposta de redução em Santa Cecília para 173 m³/s . O ONS, apresen-
tou sobre as condições hidrológicas de armazenamento da Bacia do rio Paraíba do Sul e o
Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro fez uma apresentação sobre a qualidade.
A ANA falou da nova resolução a de numero 898, emitida no dia 25.06.2014, prorro-
gando a vazão objetiva de Santa Cecília de 173 m³/s até 31.07.14. Após as apresentações,
houve uma longa discussões sobre os problemas decorrentes destas vazões e as ações a serem
tomadas.
[...] O representante de Furnas, Marcelo Carvalho, questionou se haveria a possibili-
dade da Light liberar uma vazão adicional nos dias de maré alta já que os representan-
tes do Complexo Industrial de Santa Cruz mostraram a preocupação com a entrada da
intrusão salina na produção industrial. A Light informou que em 2003 foi realizada es-
ta operação e que não teria problemas em executá-la novamente. O representante do
INEA, Leonardo Daemon fez uma apresentação sobre a qualidade da água e ratificou
o que vem sendo observado pelos os usuários do canal de São Francisco, que a única
captação hoje que está sofrendo impacto é a da CSA. Até o presente momento só fo-
ram percebidos problemas associados à intrusão salina, diferentes dos problemas as-
sociados à cianobactérias (problema apresentado em 2003), normalmente mais tardios,
que necessitam de certo tempo para manifestação. O Sr. Joaquim Gondim da ANA
sugeriu que o INEA fizesse o monitoramento a jusante da ETA Guandu para verifica-
ção da vazão neste local. O INEA solicitou a doação destas estações a ANA e infor-
mou que tem condições de operar a estação. O Comitê Guandu ficou de verificar se
pode assumir a manutenção da estação e a realização de medições de vazão. O Sr. Ju-
lio Cesar Antunes propôs uma reunião entre representantes do Guandu, do INEA e da
ANA para definirem os pontos de medição do Guandu.[...] Proposta de nova redução
da vazão objetivo de Santa Cecília O ONS sugeriu uma nova redução da vazão e os
representantes da SABESP e do CBH-SP apoiaram, no entanto o INEA se posicionou
contrário a esta redução já que ainda não foi possível estabelecer todas as adaptações
necessárias para evitar problemas nas captações ao longo do rio Paraíba do Sul e
Guandu. O INEA propôs a mudança do Volume Equivalente (VE) objetivo para o fi-
nal de novembro de 2014 de 10% para algo em torno de 5%. O ONS externou preocu-
pação em operar os reservatórios com valores inferiores a 10% alegando não saber se
os reservatórios estão assoreados ao ponto de prejudicar a utilização de todo volume
útil. Foi solicitado pelo INEA a realização de batimetrias nos reservatórios para que
seja verificada as condições atuais dos reservatórios. A ANA levantou a possibilidade
de ter um incremento no volume útil do reservatório de Paraibuna, na hipótese de uti-
lização de um percentual do volume considerado hoje como morto. O setor elétrico fa-
rá uma apresentação sobre essa possibilidade na próxima reunião. Foi informado pela
34

representante da AGEVAP, Aline Alvarenga que o Diretor Executivo e o Diretor de


Recursos Hídricos foram ao município de Barra Mansa e fizeram o levantamento ne-
cessário para a adaptação da captação. Informou ainda os valores que deveriam ser in-
vestidos, tanto para uma solução definitiva (R$ 700 mil), quanto para uma solução pa-
leativa (R$ 380 mil). O Sr. Edson Falcão do INEA questionou o Sr. Joaquim Gondim
da ANA, sobre a possibilidade do Ministério da Integração financiar a ação [...]
(AGEVAP, 3 jul. 2014).

As discussões seguintes foram sobre as condições da qualidade da água dos reservató-


rios, e solicitaram que na próxima reunião as concessionárias façam apresentações sobre a
qualidade dos reservatórios. Na quinta reunião, ocorrida em 11.07.14, as discussões giraram
em torno da região do norte fluminense, que apresentava níveis muito baixos de vazão no rio ,
interferindo na captação para abastecimento público. Houve apresentações da CESP sobre o
reservatório de Paraibuna; o ONS, falou das condições hidrológicas e do armazenamento da
bacia do rio Paraíba do Sul.
A Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (CEDAE), falou da visita
técnica realizadas nas captações no norte fluminense.
[...] A CESP apresentou características do reservatório e da barragem da usina de
Paraibuna e informou que as mesmas estão disponíveis em seu site. A empresa in-
formou que segue as restrições da Resolução ANA nº 211/2013, descritas no Inven-
tário das Restrições Operativas Hidráulicas dos Aproveitamentos Hidrelétricos, que
aponta o Nível Mínimo Operativo de 697,15m (10% VU), descarga mínima de
30m³/s, e nível mínimo operacional de 694,60m. Ressaltou também que o menor ní-
vel observado no histórico foi de 13% em 2003. A CESP disse que não é capaz de
precisar o volume de água que possui no volume morto e nem a quantidade que se
consegue extrair, haja visto que o reservatório é antigo e irregular. Os dados dispo-
níveis são apenas dados de projeto. A referida Companhia destacou, ainda, que não
possui amparo legal e regulatório para operar o reservatório abaixo do volume útil
nem violar restrições. Em complementação, a CESP entregou a carta
DC/GG/11/2014 ao GTAOH reforçando a preocupação quanto a operação do volu-
me morto sem autorização e se coloca à inteira disposição dos organismos setoriais,
agências reguladoras e do Poder Concedente. O ONS informou que a situação de
armazenamento no reservatório equivalente da bacia do Paraíba do Sul é de 26,5%
em 10/07/14. A Cedae relatou as condições de algumas captações e apresentou pro-
postas para adaptação à redução de nível do rio Paraíba do Sul de algumas captações
a partir de vistoria realizada junto com o INEA: - em Barra Mansa há a possibilidade
de aumentar a área de captação do crivo atual; - na captação de Nelson Carneiro em
Barra do Piraí, será necessário o reposicionamento do local da bomba; - na captação
de Carola em Barra do Piraí a proposta seria a colocação de uma flutuante do outro
lado da ilha; - na captação de Coimbra em Barra do Piraí a proposta seria a coloca-
ção de uma bomba submersa mais afastada da margem; - em Sapucaia foi mostrada
fotos de como está a captação atual; - em São Fidelis foi mostrado através de fotos
que do dia 11/06/14 ao dia 07/07/14 ocorreu uma redução no nível da captação de
52 para 25cm e a proposta é de deslocar em 3m o local da captação atual. O repre-
sentante do CBH Baixo Paraíba fez relatos sobre as condições de São João da Bar-
ra, Campos, Sapucaia, Cambuci e São Fidelis, confirmando as condições informadas
pela CEDAE [...] (AGEVAP, 11 jul. 2014).

Houve algumas discussões sobre a necessidade de se reduzir as vazões em Santa Cecí-


lia, a CEDAE ficou de apoiar o município de Barra Mansa para melhorar a captação de abas-
tecimento público.
35

Na sexta reunião, ocorrida em 22.07.14, as discussões giraram acerca da redução da


vazão objetiva em Santa Cecília para 169 m³/s e quais seriam o principais impactos nos mu-
nicípios com a captação para abastecimento público e diferentes usuários na bacia do rio Para-
íba do Sul e do Guandu.
[...]O Sr. Paulo Diniz (ONS) informou que à meia-noite do dia 17/07 foi feita a redu-
ção de 4m³/s em Funil. Ao meio dia do dia 18/07/14 já estava efetiva a redução em
Pereira Passos. Humberto Duarte Light Energia Eduardo Dantas A Sra. Vera Lúcia
Teixeira(CEIVAP/CBH MPS) relatou a necessidade de refazer a placa do captador e
aumentar a perfuração em Barra Mansa. O valor do investimento será de R$ 38.000,00
através de recursos do FUNDRHI e será acompanhado pelo SAAE de Barra Mansa
juntamente com o CBH Médio Paraíba do Sul. A Sra. Rosa Formiga (INEA) relatou
que por se tratar de uma obra emergencial não poderia aguardar que o recurso venha
do FUNDRHI e do INEA, pois seria um processo demorado. A Sra. Maria Aparecida
Vargas (Energisa/COMPÉ) sugeriu que fosse feito com recurso do CEIVAP através
de uma deliberação “Ad Referendum” . A Sra. Aline Alvarenga(AGEVAP) lembrou
que não há previsão de ações emergenciais no PAP do CEIVAP o que faz com que
não haja possibilidade de retirada de recursos não prevista no mesmo, mas que a
AGEVAP está empenhada em resolver o problema. O Sr. Marcelo Carvalho (FUR-
NAS) solicitou que as providências sejam tomadas de forma rápida para a solução do
problema, afirmando inclusive que pode ser uma recomendação do GTOH ao CEI-
VAP a revisão do PAP para inclusão de um item que trate de ações emergenciais para
mitigação de impactos decorrente de reduções de vazões. O Sr. Humberto Dias fez um
relato da situação do município de Barra do Piraí. O mesmo informou que situação do
município é a mesma verificada antes da redução, já que na prática este era o valor
praticado a jusante de Santa Cecília. Citou que poderá ter problemas se houver conti-
nuidade na redução das vazões, porém a CEDAE está auxiliando o município no mo-
nitoramento da situação. O Sr. Paulo Diniz(ONS) disse que há possibilidade de chegar
a um colapso hidráulico, caso o nível do reservatório chegue a zero e se tenha que
conviver com a vazão natural do rio que está em torno de 90m³/s. Relatou a importân-
cia de reduzir mais 5 m³/s para diminuir o risco. O Sr. Edson Falcão (INEA) disse que
seria possível reduzir de 169 m³/s para 165m³/s e avaliar os impactos dessa redução
[...] (AGEVAP, 22 jul. 2014).

A CEDAE, INEA e LIGHT, posicionou-se em relação a nova redução, deveria


ter um planejamento das captações, a representante do INEA falou dos impactos dos
usuários do canal de São Francisco, abastecidos pelo rio Guandu.
[...] A Sra. Rosa Formiga (INEA) relatou o compromisso do INEA em se reunir com
os usuários do Guandu (FCC, Cosigua, Furnas) para discutir alternativas de captação
definitivas juntamente com o Comitê Guandu. O Sr. José Luiz Governo (TKCSA)
concordou e relatou que se houver uma redução maior que 4 m³/s poderá haver pro-
blemas na captação. A CEDAE relatou o problema existente em São Fidelis e a Sra.
Rosa Formiga (INEA) propôs que a mesma inicie a adaptação antes da redução. O Sr.
Humberto (CEDAE) mostrou a necessidade de ter em mãos informação de quanto
mais iria reduzir até novembro para que ele planejasse uma adaptação de acordo com
as reduções que poderão vir. Informou que a adaptação seria feita em um dia. O Sr.
Julio C. Antunes(CEDAE) questionou sobre a falta de informação sobre o monitora-
mento da qualidade das águas dos reservatórios. O Sr. Marcelo Carvalho (FURNAS)
informou que pautará para a próxima reunião a apresentação de programas de monito-
ramento da qualidade da água nos reservatórios. O Sr. Edson Falcão (INEA) informou
que o INEA está acompanhando diariamente e verificando os riscos para que sejam
feitas intervenções com o menor impacto possível. Citou que as reduções de vazão es-
tão servindo para minimizar o esvaziamento dos reservatórios. O Sr. Edson Falcão
(INEA) sugeriu operar Pereira Passos com 111m³/s, e nos dias de maré alta voltar a
praticar os 115m³/s. Será estabelecido um protocolo de comunicação entre os usuários,
36

INEA, LIGHT e FURNAS, onde os usuários teriam a segurança de comunicar eventu-


ais problemas nesta operação [...] (AGEVAP, 22 jul. 2014).

A sétima reunião ocorreu 01.08.14, por vídeo conferencia , CESP, LIGHT e FUR-
NAS, fizeram apresentação sobre a qualidade dos reservatórios, demonstraram que apesar da
baixa vazão dos reservatórios, nenhum até o presente momento, não apresentou problema de
qualidade. Houve uma avaliação sobre a redução da vazão para 169 m³/s em Santa Cecília,
nesta reunião não houve relato dos usuários de São Paulo. Os usuários do Rio de janeiro fize-
ram seus relatos:
[...] Os usuários do Guandu relataram os problemas encontrados durante a prática da
vazão de 111 m³/s (aumento da intrusão salina e cota muito baixa do Canal do São
Francisco no momento de maré baixa). Por tudo, ficou decidido que haverá o aumento
da vazão em Pereira Passos de 111m³/s para 115m³/s no momento de ocorrência de
marés alta. O Inea encaminhará os períodos onde serão necessárias estas alterações; O
representante da prefeitura de Barra Mansa informou que os serviços de adequação da
captação de Barra Mansa ainda não foram executados, porém está em processo licita-
tório. Esta demora se deu devido a opção de realizar o procedimento licitatório con-
vencional e não emergencial; Ficou decidido que haverá uma nova redução de 4m³/s
na vazão objetivo em Santa Cecília, praticando então a vazão de 165m³/s. A redução
em Funil será executada a partir de 0h do dia 04/08/14 e em Santa Cecília a partir de
20h do mesmo dia, quando teremos uma vazão transposta de 110m³/s e a jusante a
Santa Cecília igual a 55m³/s. A cota de controle no posto V-1-094 passará a ser
351,43m. Foi pactuado que na ocorrência de problemas que inviabilizem as captações
provocadas pela redução da vazão nos Usuários de Abastecimento do Médio e Baixo
Paraíba, os mesmos relatarão ao Inea que por sua vez providenciará o retorno da va-
zão de 169m³/s em parceria com Furnas e NOS [...] (AGEVAP, 1 ago. 2014).

Em seguida discutiram sobre a curva chave que Light estava usando, a ANA se com-
prometeu em emitir um oficio prorrogando a resolução ate 30.09.18.
A oitava reunião ocorreu 15.08.14, por vídeo conferencia na sede do ONS e a discus-
sões girou na diminuição da vazão objetiva de Santa Cecília para 165 m3/s. O ONS falou das
condições hidrológicas e do armazenamento da Bacia do rio Paraíba do Sul.
[...]Na apresentação consta que os meses de julho e agosto fecharam um pouco aci-
ma da curva de 1955. Ocorreram chuvas ao final do mês de julho o que fez com que
ficasse com o valor de 8% acima da curva de 1955 e 12 % no mês de agosto, o que
não são valores significativos, pois estão falando de vazões da ordem de 80 a 75
m³/s. A perspectiva ao longo dos próximos dias é de ausência de chuva até o dia 25
de agosto. Em 14/08 o armazenamento equivalente encontrava-se. abaixo do verifi-
cado no mesmo período de 2003[...] (AGEVAP, 15 ago. 2014).

O coordenador, solicitou que todos fizessem um breve relato, da diminuição da vazão


[...]Humberto Mello (CEDAE) informou os valores praticados após a redução esta-
belecidos na Resolução ANA 1072/14, conforme segue: Barra do Piraí : redução na
captação para 5 cm, porém após uma obra que está sendo executada irão para 12 cm.
Situação controlada. Vassouras: de 40m³/s para 32m³/s – Situação: controlada Paraí-
ba do Sul 36 m³/s para 31 m³/s – Situação: controlada Sapucaia – Não houve redu-
ção São João da Barra – no dias 7 e 14/08 houve parada em torno de quatro horas,
normal da maré cheia. O sistema opera com 80 litros e houve o acréscimo de 20 li-
tros para compensar 4 horas em que ocorreu a parada. Houve falta d água somente
aos moradores que não possuíam reserva [...] (AGEVAP, 15 ago. 2014).
37

Em assuntos gerais, os membros do GTAOH, mostraram preocupação quanto a situa-


ção dos reservatórios.
[...]Vera Lúcia Teixeira (CEIVAP) solicitou que houvesse um relato sobre a situação
dos reservatórios. Paulo Diniz (ONS) disse que houve aumento da defluência de Ja-
guari para reequilibrar os demais reservatórios uma vez o Jaguari estava mais elevado
e o Paraibuna estava mais baixo. O representante do ONS informou que a CESP fez
uma solicitação de redução, mas que de forma unilateral, antes de receberem a respos-
ta, a referida Companhia reduziu a vazão para 10 m³/s. O ONS informou à ANEEL e à
ANA sendo que a CESP deverá enviar documentação com justificativa para a redução
imposta. Edson Falcão (INEA) solicitou ao ONS e ANA que encaminhassem ao grupo
as correspondências mencionadas na reunião. Paulo Diniz (ONS) disse que consultará
o jurídico do referido Operador, mas acredita que não será possível por conta de serem
documentos para ajustamento dentro do setor elétrico. O representante do INEA ques-
tionou ao ONS quanto ao o prazo máximo de normalização da operação no Jaguari pa-
ra que o sistema não entre em colapso. Rosa formiga (INEA) informou o posiciona-
mento do estado do RJ. A representante do INEA disse que o referido Instituto enviou
ofício à ANA onde expressa a perplexidade com que receberam a noticia sobre a re-
dução da vazão no Jaguari. O referido ofício sugere que a ANA altere as regras opera-
cionais da Resolução 211, aumentando a vazão mínima de Jaguari para 50 m³/s. A re-
presentante do INEA lembrou que existe uma negociação entre governo federal e os
três estados para que haja uma solução e que não é factível que essa situação se perdu-
re [...] (AGEVAP, 15 ago. 2014).

No dia 25.08.14 quando ocorreu a nona reunião a situação estava mais crítica e
as discussões foram acerca da quantidade e qualidade da água. Houve uma apresenta-
ção do ONS sobre a situação hidrológica e o INEA fez uma apresentação sobre o mo-
nitoramento da qualidade das águas.
[...] Edson Falcão (INEA) informou que não houve agravamento nas condições atuais
verificadas. João Gomes (CBH-BPSI) disse que São João da Barra apresentou agra-
vamento. O representante do CBH BPSI solicitou alterações em Simplício durante a
maré alta. Marcelo (FURNAS) esclareceu que pela distância entre Simplício e São Jo-
ão Barra não seria possível gerar uma onda com uma magnitude apropriada para refle-
tir no referido município, dada as dissipações e que seria inviável fazer algo semelhan-
te ao que está sendo feito no Guandu. Funil: geração com defluência média diária de
143/144 m³/s. CSA: Primeira a sentir problemas de salinidade nas captações em Santa
Cruz. Os momentos de paradas estão tendo impactos minimizados por conta dos perí-
odos de maré de quadratura - novas reduções devem ser respaldadas por estudos. Rosa
Formiga (INEA) informou que após reunião entre ANA e Secretários dos Estados de
RJ, MG e SP ficou definido que haveria aumento dos esforços para nova redução da
defluência em Santa Cecília para160 m³/s. A representante do INEA disse ainda que
decisões que dizem respeito à novas reduções deverão e serão discutidas nesse colegi-
ado. O representante da CEDAE alertou que até a situação atual os problemas já são
conhecidos, porém nova redução trará impactos desconhecidos. O representante da
CEDAE alertou que até a situação atual os problemas já são conhecidos, porém nova
redução trará impactos desconhecidos [...] (AGEVAP, 25 ago. 2014).

Na apresentação sobre a qualidade, pode se verificar que tanto o canal de são Francis-
co, estava tendo problemas quanto na região da foz do Paraíba em São João da Barra.
[...] Houve aumento da intrusão salina no canal do São Francisco de aproximadamente
4 Km na superfície. A extensão da cunha salina verificada na última campanha, no ca-
nal do São Francisco, foi de aproximadamente 4 km na superfície e de 5,5 km no fun-
do. O representante da CEDAE alertou que até a situação atual os problemas já são
conhecidos, porém nova redução trará impactos desconhecidos. Quanto ao índice de
38

qualidade da água não há indícios de impactos devido às variações de níveis decorren-


tes da redução de vazão em Santa Cecília, [...]o representante do Baixo Paraíba do Sul
disse que: as avaliações deveriam ser feitas em marés altas. Edson Falcão (INEA) es-
clareceu que em relação à salinidade das medições, estão sendo feitas na maré alta.
[...] INEA confirmou que novas quedas de nível podem impactar em Vassouras. Ed-
son Falcão (INEA) informou que conseguiria segurar nova redução de 5m³/s. Barra do
Piraí: Carola/Coímbra terão problemas em caso de novas reduções sendo que Carola
está com lâminas d´água de 5cm e 3 bombas, mas só uma em condições de rebaixa-
mento. A solução seria instalação de uma balsa flutuante [...] (AGEVAP, 25 ago.
2014).

Apesar de estar todos apreensivos, com a proposta de nova redução, mas pela
apresentação do ONS era preciso fazer alguma coisa.
[...]Apresentação ONS Paulo Diniz (ONS) informou que a vazão de Santa Cecília
entre julho e agosto está um pouco acima do ano de 1955 e que não há previsão de
chuva até 03/09 no rio Paraíba do Sul. Nova redução: 160m³/s (em 10/09/2014).
Marcelo Carvalho (FURNAS) sugeriu que decisão da proporcionalidade deverá ser
definida na próxima reunião baseada em estudos/testes. Edson Falcão (INEA): CE-
DAE/Guandu disse que conforme situações já vividas na semana passada, no Paraí-
ba do Sul é algo mais simples de se estimar e sugeriu como proposta testar 5m³/s no
Guandu O grupo decidiu propor uma resolução imediata para diminuição de 2m³/s
no Guandu em 01/09/14. O grupo definiu que o teste no Guandu será em duas fases:
1ª) -3m³/s a partir de domingo; 2ª) -5m³/s a partir de quarta-feira [...](AGEVAP, 25
ago. 2014).

A décima reunião ocorreu em 08.09.14; a discussão continuou sobre os impactos, com


a nova redução, o INEA fez uma apresentação sobre o monitoramento no canal de São Fran-
cisco e na foz do Paraíba.
[...] O Sr. Leonardo Daemon (INEA) apresentou o monitoramento da cunha salina
realizado no dia 26/08/2014 no Canal de São Francisco, relatando que ultrapassou o
ponto de captação da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), porém não atingiu
a captação da FCCSA (Fábrica Carioca de Catalisadores). Sobre o monitoramento
da qualidade da água na foz do rio Paraíba do Sul, relatou que, até a referida data, o
monitoramento da cunha salina não havia sido possível, porém uma equipe seria en-
viada no dia 09/09/2014 para realizar tal monitoramento [...] (AGEVAP, 8 set.
2014).

A preocupação dos usuários do canal de São Francisco, era visível, como podemos ver
por suas falas.
[...] O Sr. José Luiz Governo (TKCSA) relatou que o teste com vazão de 109 m³/s
iniciou-se no dia 01/09/2014 e propôs que se mantivesse tal vazão, não sendo feitas
novas reduções a partir daquele momento, pois o período de observação de apenas
08 (oito) dias havia sido curto para que se tomasse conhecimento das consequências
[...] (AGEVAP, 8 set. 2014).

A discussões continuaram, os presentes relataram os problemas nas captações e de


que forma estavam minimizando o problema.

[...] O Sr. Humberto (CEDAE) relatou que a captação em Portela, no município de


Itaocara, esteve fora de operação por 7h no domingo, dia 07/09/2014. O Sr. André
Marques (AGEVAP) relatou que a captação de Barra Mansa será adaptada até o dia
10/09/2014, e que a captação em Barra do Piraí e Carola apresentou excesso de se-
39

dimentos. O Sr. Adalberto (Secretaria de Água e Esgoto) concordou, afirmando que


Carola estava captando no limite, com excesso de sedimentos. O Sr. Humberto de
Mello (CEDAE) argumentou alegando que a captação em Barra do Piraí, Carola e
Nelson Carneiro permanecia normal. E afirmou que a redução de 3 m³/s na vazão
não causaria problemas a captação de Carola. O Sr. João Gomes (CBH BPSI) rela-
tou que, em reunião com o superintendente da CEDAE, foi visto que a captação era
interrompida duas vezes ao dia. O Sr. Carlos Resende (UENF) afirmou que a vazão
do rio Paraíba do Sul, no trecho de Campos, havia atingido 4,7 m³/s. O Sr. Edson
Falcão relatou que foi informado ao INEA que haviam problemas na captação de
Três Rios. Mas, em vistoria ao local, foi possível observar que apesar de realmente
ter havido redução no nível da captação, este fato não implicou redução no volume
de água tratada para abastecimento da população. E entende que não haverá proble-
mas devidos a futuras reduções de vazões [...] (AGEVAP, 8 set. 2014).

Após ampla discussões resolveram diminuir mais um pouco, tanto para o Guandu
quanto para o baixo Paraíba do Sul.
[...] Foi proposta e aprovada redução de 2 m³/s na vazão defluente para o Guandu e
de 3 m³/s na vazão defluente para o Baixo Paraíba, entrando em vigor a partir das 0h
do dia 10/09/2014. O bombeamento passará a ser de 108 m³/s e a defluência de San-
ta Cecília passará a ser de 52 m³/s (AGEVAP, 8 set. 2014).

A Décima primeira reunião ocorrida 30.09.14, as discussões foram quase as mesma, e


todos pedindo a manutenção do 160m3/s, apesar dos reservatórios equivalentes esta apresen-
tando 13%, conforme podemos ver pela apresentação do ONS, que falou das condições hidro-
lógicas da bacia do rio Paraíba do Sul e o INEA falou da qualidade.
[...] O Sr. Paulo Diniz (ONS) apresentou a situação do reservatório equivalente até o
dia 29/09/2014, o qual apresenta um volume de 13%. Informou que o reservatório
de Funil não pode operar abaixo de 10% do seu volume útil devido a vibrações e
possíveis danos às máquinas, além do comprometimento da qualidade da água. O Sr.
Marcelo Carvalho (FURNAS) explicou que são necessárias no mínimo 2 máquinas
operando para manter a segurança elétrica do sistema e como a usina tem baixa que-
da, um volume pequeno no reservatório implica em muita vibração nas máquinas. O
Sr. Patrick Thomas (ANA) informou que a ANA publicou a resolução nº1516 na
presente data, prorrogando até 31/10/2014 o prazo de validade da autorização da
prática da vazão de 160m³/s em Santa Cecília [...] (AGEVAP, 30 set. 2014).

Em seguida, o INEA fez a apresentação sobre a qualidade, mostrando o quanto a sali-


nidade estava impactando tanto o canal de São Francisco quanto a foz do Paraíba.
[...] O Sr. Maurício Soares (INEA) fez uma apresentação sobre as últimas campa-
nhas realizadas para o monitoramento da qualidade da água. No dia 23/09 foi reali-
zada uma campanha no canal de São Francisco cuja salinidade foi verificada até o
ponto a jusante da CSN, não atingindo, portanto, a captação da FCC (Fábrica Cario-
ca de Catalisadores). Na foz do rio Paraíba do Sul, a campanha realizada no dia
09/09/14 mostrou salinidade acima de 0,5 no ponto 7, localizado próximo a captação
de São João da Barra. Já a campanha do dia 25/09/14, não apresentou valores acima
de 0,5 de salinidade neste ponto, com a cunha salina atingindo sendo verificada até o
ponto 5. Em 30/09/14, foi realizado em parceria com a equipe de Furnas, o monito-
ramento do reservatório de Funil e nos braços de montante e de jusante do reservató-
rio. O IQA calculado com os resultados encontrados a montante e a jusante do re-
servatório foi classificado na faixa de médio a bom. Já o resultado do IQA no canal
de São Francisco, na campanha do dia 17/09/14, foi classificado como ruim no pon-
to SF080, em virtude do aumento dos coliformes termotolerantes e sólidos dissolvi-
dos totais.[...] (AGEVAP, 30 set. 2014).
40

Por último, os membros fizeram uma avaliação após a redução da vazão em Santa Ce-
cília:
[...] Avaliação da situação das captações após a redução da vazão objetiva em Santa
Cecília para 160m³/s; O Sr. José Luiz Governo (TKCSA) relatou que foram necessá-
rias paradas na captação nos dias 16/09, 17/09, 18/09, 27/09 e 28/09 respectivamen-
te de 5h32min, 8hs, 17hs, 8hs e 5h25min. Relatou que acionou o protocolo de co-
municação estabelecido para emergências informando o ocorrido, e devido ao au-
mento da vazão defluente em Santa Cecília não foi necessário parar a operação da
usina. Acrescentou que durante esse período a FCCSA se encontrava em parada
preventiva e por isso não estava coletando os dados de salinidade em sua captação.
O Sr. Edson Falcão (INEA), fez uma apresentação complementando o informado
pelo Sr. José Luiz Governo, relatando o problema ocorrido com a CSA e as provi-
dências tomadas em função do mesmo. Explicou que no dia 18/09/2014 a CSA en-
trou em contato com o INEA, e às 20h do mesmo dia este último solicitou o aumen-
to da vazão em Pereira Passos para 115 m³/s. No dia 19/09/2014 a captação foi nor-
malizada. Acrescentou, ainda, que foram realizadas teleconferências com represen-
tantes do INEA, ANA, ONS, LIGHT, FURNAS, CSA e CEDAE nos dias 19/09,
22/09 e 26/09/2014. Na primeira, foi decidido manter a vazão de 115 m³/s em PP; na
segunda, a decisão foi de mantê-la até 26/09 devido aos eventos da maré alta; e na
última foi decidido reduzi-la para 111 m³/s até o dia 30/09/2014 [...] (AGEVAP, 30
set. 2014).

Em seguida foi discutido qual a vazão seria mantida, e definiram que trabalhariam
com duas vazões uma em maré alta e outra em maré baixa.
[...] Ficou decidido que a partir do dia 01/01/2014 à meia noite, a vazão de Pereira
Passos passa para 110m³/s. Nos períodos de maré de sizigia a vazão seria elevada
para 114m³/s. O INEA irá enviar a programação dos dias em que ocorrerá o aumento
da vazão defluente em Pereira Passos devido a ocorrência de marés altas para o mês
de outubro (AGEVAP, 30 set. 2014).

A décima segunda reunião 21.10.14, quando se discutiu, a redução da vazão em Santa


Cecília. E quanto isto esta impactando na qualidade da água e na produção dos usuários no
canal de São Francisco.
[...]O INEA apresentou a situação do monitoramento de qualidade da água. No re
servatório de Funil, devido ao aumento da incidência de radiação solar e a redução
do nível d’água do reservatório foi verificado o aumento da concentração de cia-
nobactérias. Na amostragem realizada próxima a barragem do reservatório de Santa
Cecília não foi verificada a presença de cianobactérias. Já na ETA Guandu, a densi-
dade de cianobactérias encontrada está dentro dos padrões estabelecidos na legisla-
ção ambiental atual. Com relação a cunha salina, no Canal de São Francisco não
atingiu a captação da FCC. Já na foz do Paraíba do Sul foram observados níveis de
salinidade até o ponto de captação da CEDAE. . Segundo o histórico apresentado,
com exceção do reservatório de Funil que teve uma piora na qualidade da água, nos
demais pontos a situação é considerada estável [...] (AGEVAP, 21 out. 2014).

Em seguida as instituições do estado do Rio de Janeiro, falaram dos impactos em rela-


ção a redução em Santa Cecília.
[...] A CSA apresentou um gráfico apresentando o histórico de interrupções da cap-
tação. Nos últimos 30 dias parou em torno de 180 horas, com uma média de 5 horas
por dia, sendo a maior parada de 9 horas. Constatou que com a vazão praticada de
110m³/s é possível manter uma situação estável. O representante do INEA/RJ lem-
41

brou que em pouco tempo a CEDAE irá captar mais 12 m³/s e que as indústrias tem
que se mobilizar para criar uma solução mais a montante para suas captações.[...] O
ONS apresentou a situação atual do reservatório equivalente. Ressaltou que as con-
dições de umidade e temperatura estão atípicas e que pode estar provocando níveis
mais elevados de evapotranspiração. Furnas analisou as condições do reservatório de
Funil e constatou que até o volume útil de 7% é possível turbinar sem problemas
muito sérios de vibração da máquinas. Abaixo desse nível será necessário usar a
válvula difusora porém como foi projetada para ser utilizada em um curto período de
tempo será necessário uma equipe em campo para acompanhamento da operação e
condições de erosão da bacia [...] (AGEVAP, 21 out. 2014).

Após as apresentações das instituições do Rio de Janeiro, os representantes de


São Paulo, também expuseram seus problemas.
[...] Os desligamentos das turbinas de Paraibuna gera um impacto elétrico do litoral
norte de São Paulo. O ONS está estudando os possíveis impactos elétricos devido o
possível desligamento das turbinas de algumas dessas usinas. Alertou também que
na 2ª quinzena do mês de novembro/1955 ocorreram 2 eventos chuvosos. Desta
forma usará o pior novembro do histórico nas simulações ocorrido no ano de 1968,
já que as previsões meteorológicas não indicam a ocorrência de chuvas. A simulação
diária do reservatório equivalente considerando o ano de 1955 prevê um volume mí-
nimo de 4,94%, volume esse nunca praticado anteriormente. Segundo informações
da LIGHT em Santa Branca a princípio não tem problema de turbinas até o zero e
pode usar a válvula dispersora [...] (AGEVAP, 21 out. 2014).

A décima terceira reunião no dia 30.10.14, foi feita uma avaliação dos impactos pela
redução em Santa Cecília , e dos impactos nos reservatórios de São Paulo.
[...] Avaliação da redução da vazão de Santa Cecília para 160m³/s - Resolução ANA
nº 1603 prorrogou a redução do limite mínimo da vazão para até dia 30/11/2014 Re-
presentante da CEDAE disse que atualmente o único problema de captação encon-
trado é na foz do rio Paraíba do Sul em São João da Barra. Representante do Comitê
Guandu registrou preocupação em relação a qualidade de água em Furnas. Apresen-
tação ONS - Condições hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio Paraíba
do Sul - O mês de novembro de 1955 passou a não ser uma referência para ser ado-
tada com critérios de segurança, então a simulação utilizada atualmente é a de no-
vembro de 1968. O valor conservador em relação ao histórico é o mês de novembro
de 1968 com 113m³/s de vazão média [...] (AGEVAP, 30 out. 2014).

O Estado de São Paulo, fizeram suas considerações sobre as condições do reservató-


rios, e o limite do estoque útil.
[...] Apresentação CESP (UHE Paraibuna - Bacia Paraíba do Sul) - Constatou-se que
em 28/10/2014 o reservatório operava na cota 696,03 m (5,5 %), ou seja, 18m abai-
xo do nível máximo útil. O representante da CESP disse que a referida Companhia
sugere que haja a utilização de todos os aproveitamentos do Paraíba do Sul. Como
alternativa pode-se explorar os volumes úteis remanescentes dos reservatórios da
cascata, avaliar estoques de todos os reservatórios, antes de utilizar apenas o volume
morto do reservatório da UHE Paraibuna. Lembrou, ainda que a CESP não está pre-
parada nem autorizada a operar a UHE Paraibuna abaixo do Volume Útil Mínimo
Normal. [...] Será elaborada uma solicitação à Agência Nacional de Águas – ANA
para que a mesma encaminhe Ofício à Companhia Energética de São Paulo – CESP
solicitando as seguintes ações em caráter de urgência: - Determinação da elevação
do nível do reservatório de Paraibuna abaixo da qual ocorre a separação entre este e
o reservatório de Paraitinga; - Apresentação na próxima reunião do GTAOH, em
10/11/2014, das condições operativas do reservatório de Jaguari considerando o es-
gotamento do volume útil; - Determinação das parcelas dos volumes mortos dos re-
42

servatórios de Paraibuna e Jaguari que poderão ser disponibilizadas para atender as


necessidades da bacia a jusante [...](AGEVAP, 30 out. 2014).

A décima quarta10.11.14, a discussões giraram em torno da diminuição da vazão ob-


jetiva em Santa Cecília e qual a capacidade dos reservatórios de continuar operando com tão
baixa vazão.
[...] O representante do ONS explicou que as vazões aumentam ao decorrer do mês,
comparando as vazões a jusante e montante, e destacou que não há chuva prevista
para os próximos dias, 14 a 20/11, o que não é comum a novembro. Disse, ainda,
que não há condições favoráveis se a ausência de chuva permanecer. Falou que ain-
da está sendo necessário utilizar os reservatórios para chegar na vazão objetivo de
160m³/s pois a vazão natural ainda é menor (AGEVAP, 10 nov. 2014).

Os representantes dos reservatórios de São Paulo e Rio de Janeiro fizeram seus relatos:

[...]Apresentação da Companhia Energética de São Paulo – CESP sobre o Reserva-


tório de Jaguari - A CESP falou que a vazão mínima de 10m³/s é estabelecida pela
ANA. Informou que o volume útil zero se dá na cota 603,20 m. Explicou, ainda, que
é possível operar até a cota 595,90 m, que é a cota de projeto das turbinas para se
manter a queda mínima de 38m. Provavelmente abaixo dessa cota teria que desligar
a usina em função do projeto. Jaguari mantém o mesmo carimbo que Paraibuna so-
bre o contrato de concessão vigente que permite o funcionamento apenas do zero até
100% do volume útil.[...] Há empecilhos regulatórios e ambientais para a atuação da
CESP em relação ao Jaguari e Paraibuna, e é necessário equacionar pra que haja
amparo legal se for necessário operar abaixo do zero do volume útil. Informou que
para qualquer alteração dos parâmetros da usina será necessário um novo estudo
técnico. O representante da CESP lembrou que não está definido se Jaguari opera
abaixo 0% e nem resolvido o que fazer quando se chegar ao 0%. Sugere explorar os
dois outros reservatórios ao usar o volume morto de Jaguari. A CESP mantém a su-
gestão de pauta sobre o reservatório de Funil. Marcelo Carvalho informou que Fur-
nas está programando um teste na válvula dispersora em uso contínuo para garantia
de defluência da UHE Funil, diante da possibilidade da usina vir a ter que parar de
operar as unidades geradoras, devido ao baixo armazenamento do seu reservatório.
Informou que as unidades geradoras tem que parar de gerar com 7%. Apresentação
Light referente ao reservatório de Santa Branca - Informou que o zero do volume
útil corresponde a cota 605m. Qualquer operação abaixo desta cota a necessidade de
paralisação das máquinas e utilização as válvulas dispersoras. Sem geração é possí-
vel operar o reservatório até a cota 595m, desde que respeitada a taxa máxima de
deplecionamento de 10 cm/dia, para não ter problemas quanto à estabilidade da bar-
ragem. O representante da Light informou que pode existir riscos adicionais e refor-
çou que existem problemas regulatórios e ambientais para esta operação [...] (AGE-
VAP, 10 nov. 2014).

Os conselheiros questionaram a Agencia Nacional de Água, como as empresas deve-


riam operar , com as vazões atuais.
[...]Foi levantada a questão sobre a própria vazão mínima não atender as condições
naturais, caso chegue a 0%, o fato de entrar no volume morto irá violar a vazão mí-
nima. O grupo questionou sobre se é mais severo violar 0% ou a vazão mínima. Em
resposta, a ANA esclareceu que enviou uma correspondência ao ONS para saber
quais decisões devem ser tomadas. A ANA informou, ainda, que o ofício enviado
esta na página principal do site da ANA.[...] Foi questionado à ANA se é possível
fazer contato com as diretorias das empresas, sobre a necessidade próxima de operar
os reservatórios abaixo do volume morto, e sobre violação da resolução 211/2003 da
ANA, para a justificativa desse tipo de violação, e que as empresas justifiquem os
gastos e incluindo as ações que não estavam previstas no inicio do ano pelo orça-
mento. O Sr. Joaquim Gondim (ANA) informou sobre como deve-se operar com as
vazões mínimas [...] (AGEVAP, 10 nov. 2014).
43

Outro problema detectado na bacia do rio Paraíba do Sul, foi em relação a qualidade,
com o calor do mês de novembro.
[...]Apresentação do INEA sobre Monitoramento da Qualidade da Água - Foi obser-
vado ao longo dos meses o aumento das cianobactérias no rio Paraíba do Sul, e por
isso, será realizada uma coleta para verificar essa quantidade no reservatório do Fu-
nil ressaltando que normalmente a densidade de cianobactérias aumenta no verão
[...] (AGEVAP, 10 nov. 2014).

Décima quinta, ocorreu no dia 17.11.14, as discussões começaram em relação a qua-


lidade, pelo alto índice de cianobactérias no reservatório no funil.
[...]Apresentação INEA (Monitoramento da qualidade das águas): foram apresenta-
dos os resultados do monitoramente da qualidade das águas no rio Paraíba do Sul,
rio Guandu e Canal de São Francisco. Em função dos resultados referentes à densi-
dade de cianobactérias no reservatório de Funil desencadeou-se o plano de contin-
gência com o aumento da frequência de monitoramento de mensal para semanal.
Aparecida Vargas (COMPÉ) enviou uma apresentação sobre a qualidade da água no
rio Pomba onde foi identificada uma grande quantidade de cianobactérias no rio
Pomba em função de um afluente, o rio Novo [...] (AGEVAP, 17 nov. 2014).

Em seguida foram apresentadas, as condições hidrológicas e de armazenamento da


Bacia do rio Paraíba do Sul.
[...]Apresentação ONS (Condições hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio
Paraíba do Sul) - Constatou-se que mesmo parando de chover nos próximos dias, ha-
verá um aumento de vazão em Santa Cecília decorrente de chuva no trecho incremen-
tal dos reservatórios que logo se transformará em vazão afluente e consequentemente
estabilizará o nível dos reservatórios, sendo que, para que isso se reflita na vazão natu-
ral haverá um tempo de translado da água [...] (AGEVAP, 17 nov. 2014).

Décima sexta 28.11.14, as discussões continuaram a cerca da capacidade dos reserva-


tórios operarem com tão pouco volume.
[...]Apresentação de FURNAS dos Resultados do Teste da Válvula Dispersora da
Usina de Funil: foram realizados testes para possibilidade do uso da válvula contí-
nua caso a usina tenha que operar com o volume mínimo. Objetivo é verificar se ha-
veria problemas no funcionamento da usina diante da possibilidade da usina vir a ter
que parar de operar as unidades geradoras. O teste foi de 100m³/s na liberação da
válvula. Antes do período do fechamento da válvula às 13h50min houve um aumen-
to na defluência para sua máxima abertura ( vazão de 180m³/s) operada por 5 minu-
tos. A válvula funcionou aproximadamente 3 horas ininterruptas, sem apresentar
problemas. O teste ocorreu sem maiores problemas do ponto de vista geotécnico. Os
taludes laterais permaneceram íntegros, não tendo sido afetados pelo fluxo d´água, o
qual foi direcionado para o centro do canal [...] (AGEVAP, 28 nov. 2014).

O representante do o INEA, fez uma apresentação em relação à qualidade da água,


mostrando a situação crítica do Reservatório do Funil.
[...]Apresentação do INEA: conclui-se que o Reservatório do Funil encontra-se em
cenário crítico de floração de microalgas (cianobactérias). - O ponto de monitora-
mento a jusante ao Reservatório de Funil, apresenta melhores condições de qualida-
de de água do que a entrada do reservatório. Há indicação de aumento da densidade
de cianobactérias, mas ainda dentro de padrões aceitáveis. - Sobre a região do Médio
Paraíba do Sul há alteração nos padrões de qualidade no ponto a jusante de Volta
Redonda, configurando uma mudança na categoria do IQA, de médio para ruim. - A
44

região do Baixo Paraíba do Sul apresentou um aumento da densidade de cianobacté-


rias no ponto a jusante do deságue do rio Pomba – PS436 (possível influência da hi-
droelétrica Barra do Braúna). - Houve aumento da densidade de cianobactérias ainda
influenciado pelas condições de montante após o deságue do rio Pomba, porém, os
valores estão dentro dos padrões aceitáveis. Avanço da cunha salina (paradas espo-
rádicas da ETA CEDAE em São João da Barra). - Na região do Guandu, há flutua-
ção dos resultados de cianobactérias, mas dentro dos padrões aceitáveis. No Canal
de São Francisco houve sinalização de leve piora para os resultados dos principais
parâmetros de qualidade de água. Além disso, houve avanço da cunha salina na ca-
lha do canal prejudicando a captação da TKCSA [...] (AGEVAP, 28 nov. 2014).

Em seguida, o ONS fez a apresentação de costume, sobre a situação hidrológica da ba-


cia do rio Paraíba do Sul.
[...]Apresentação do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS sobre as condi-
ções hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio Paraíba do Sul - O represen-
tante do ONS iniciou sua apresentação lembrando o grupo que a crise hidrológica
atual está sendo comparada as vazões de 1968 e que atualmente está abaixo da pior
situação hidrológica, em torno de 101m³/s em Santa Cecília. A Light informou que
está monitorando a defluência de Santa Cecília e Pereira Passos. Quanto à previsão
meteorológica o grupo foi informado que há formação das ZCAS (Zona de Conver-
gência do Atlântico Sul) e por isso há a probabilidade de chuvas [...] (AGEVAP, 28
nov. 2014).

Na décima sétima reunião, ocorreu no dia 09.12.14, houve duas apresentações sobre o
Plano de contingência da ANA sobre a bacia do rio Paraíba do Sul e do INEA sobre a bacia
rio guandu. E fizeram uma avaliação sobre a vazão objetiva de Santa Cecília.
[...]A apresentação da Agência Nacional de Águas (ANA) foi sobre o Plano de
Ações Complementares para a Gestão da Crise Hídrica na Bacia do Rio Paraíba do
Sul. Foi citado o Ofício SEA/SE nº 457/2014 para ANA (05/11/14), considerando
essencial a elaboração de um Plano de Contingência para segurança hídrica do RJ; o
- Ofício ANA nº 275/2014 (07/11/14) solicitando a SEA/RJ a elaboração do Plano
de Contingência da bacia do rio Guandu; e a Carta Aberta nº 02/2014 do CERHI-RJ
(08/11/14), recomendando a elaboração de um plano de contingência de segurança
hídrica das bacias do rio Paraíba do Sul e Guandu. Foram expostas as ações com-
plementares quanto à restrição de uso, e foi indicado que, no momento, regras de
restrição para os usuários localizados nesta bacia ainda não é necessária. Contudo,
essa alternativa não deve ser descartada no futuro, caso haja agravamento da situa-
ção. As intervenções necessárias são devidos aos níveis e interferências deste tipo
são de responsabilidade dos usuários outorgados. Quanto às captações para abaste-
cimento público, foi apresentado um mapa, com os municípios que captam direto no
rio Paraíba do Sul, mensurando a classificação dos riscos em suas captações. Apre-
sentaram também os resultados das vistorias nas referidas captações. As conclusões
e encaminhamentos foram que não se recomenda, no momento, a adoção de restri-
ção de usos no rio Paraíba do Sul e sim recomenda-se que sejam identificados os
responsáveis e implementadas as ações de adaptação das captações para abasteci-
mento público no rio Paraíba do Sul e rio Guandu. Identifica-se também como alter-
nativa a utilização de volumes localizados abaixo dos níveis mínimos operacionais
dos reservatórios da bacia, de forma concomitante às adequações das captações que
dependem destes reservatórios [...] (AGEVAP, 9 dez. 2014).

Em seguida o ONS fez uma apresentação sobre a situação hidrológica da bacia do rio
Paraíba do Sul.
[...] A apresentação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) foi sobre as
Condições hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio Paraíba do Sul até
45

08/12/2014. Mostrou um gráfico comparativo da situação hidrológica referente à va-


zão natural em Santa Cecília em 1955 e 2014. Falou que ocorreu um aumento do
vertimento em Santa Cecília devido a chuva incremental no trecho entre Funil e SCI
e em Pereira Passos devido o aumento da geração da UHE PPS devido a chuva in-
cremental. Informou a previsão meteorológica para a bacia do rio Paraíba do Sul, o
armazenamento equivalente e individualizado dos reservatórios e a simulação no-
vembro-dezembro. A atual diretriz operativa das defluências dos reservatórios da
bacia do rio Paraíba do Sul indica a prática das vazões mínimas em Paraibuna, Santa
Branca e Jaguari. Valores recentemente praticados: Paraibuna: 35 m³/s, Santa Bran-
ca: 41m³/s, Jaguari: 11 m³/s. O objetivo dessa minimização das defluências é evi-
tar/minimizar possíveis vertimentos em Funil no final de dezembro/14 e ao longo de
janeiro/15 devido à necessidade de volume de espera para controle de cheias neste
reservatório [...] (AGEVAP, 9 dez. 2014).

Para finalizar o INEA, fez um relato do monitoramento na bacia do rio Paraíba do Sul
e canal de São Francisco, e os dados continuam alterados.
Na décima oitava, ocorrida em 22.12.14, discussão foi sobre avaliação do sistema hi-
drológico pela O N S, segundo ele o sistema estava entrando em colapso era preciso diminuir
a vazão em santa Cecília e o INEA fez um relato sobre o monitoramento da qualidade de
água.
[...] ONS apresentou a situação dos reservatórios e as perspectivas de armazenamen-
to diante de previsões de poucas chuvas para os próximos dias. O reservatório de
Santa Branca está operando a fio d'água desde 21/12, o de Paraibuna irá parar de ge-
rar energia e operará a fio d'água a partir de 22/12, o de Jaguari atingirá 0% em torno
do dia 04/01/2015 e o de Funil deverá chegar em 0% em torno de 10/01/2015. Foi
enfatizada a necessidade de reduzir a vazão objetivo em Santa Cecília para evitar
que os volumes mortos sejam utilizados no período "chuvoso" e não haja mais vo-
lumes disponíveis no período de estiagem, ocorrendo o colapso hidráulico justamen-
te quando as vazões naturais estiverem muito baixas.[...] O representante do ONS
sugeriu que a CSA faça uma relação para que definam quanto poderiam reduzir para
que seja feita a racionalização do consumo humano e pediu para que a CSA levan-
tasse quais alternativas teriam para compensar a perda no sistema de refrigeração. O
representante do ONS disse, ainda, que atualmente não descarta a possibilidade de
diminuir a vazão do Guandu e continuar com a CSA operando e complementou di-
zendo que poderiam levantar os pontos de gargalo e as soluções podem estar dentro
da própria empresa. José Luiz Governo (TKCSA) disse que os usuários necessitam
de orientação dos órgãos gestores, pois as ações devem ser planejadas e as alterações
devem ser avisadas com antecedência para que saibam como proceder diante dos
acontecimentos. [...] Os reservatórios de Paraibuna e Santa Branca irão defluir as su-
as vazões mínimas (30 m³/s e 40m³/s, respectivamente) e devido as baixas afluên-
cias, irão utilizar os seus volumes mortos A partir das zero horas do dia 26/12/2014,
a vazão a jusante de Santa Cecília será reduzida de 52m³/s para 47m³/s e a vazão a
jusante de Pereira Passos ficará alternando a cada 24 horas entre 105 e 114m³/s [...]
(AGEVAP, 22 dez. 2014).

Em seguida o INEA fez um relato: “O INEA apresentou o gráfico da densidade de ci-


anobactérias e destacou que o monitoramento feito no reservatório de Funil, ao lado da barra-
gem, manteve as mesmas características das últimas amostragens e que ainda estão acima do
padrão especificado pela Conama [...]."
A ultima reunião do ano a décima nona reunião , ocorreu no dia 30.12.14, foi uma
reunião muito tensa, pois o ONS solicitou a redução da vazão de Santa Cecília para 140 m³/s
46

e a redução das defluências dos reservatórios de Paraibuna, Santa Branca e Jaguari e o repre-
sentante de Furnas, coordenador do GTAOH, informou que a ANA já autorizou.
[...] O representante do ONS comentou que um obstáculo que vem sido alertado é a
dificuldade de controle da vazão incremental a jusante de Funil, pois fazer o controle
dessa incremental é algo muito complexo e o que pode ser buscado a partir de agora,
com chuvas mais fortes, é reduzir o volume do complexo Ribeirão das Lajes para
segurar a incremental não prevista. Outra prática que tem que ser feita com maior
constância, é a minimização das defluências de Funil (em alguns momentos de
80m³/s). A expectativa é de terminar o mês de janeiro com 1,2% do reservatório
equivalente. O último período chuvoso terminou com 45,2%, houve uma leve estabi-
lização no mês de dezembro. Marcelo Carvalho (Furnas) informou que a resolução
da ANA do dia 23/12 autoriza reduzir Santa Cecília para até 140m³/s caso seja ne-
cessário. Para ter de parâmetro geral, Jaguari está praticando, por enquanto, desde o
dia de hoje a vazão defluente mínima de 10 m³/s. Santa Branca também está prati-
cando defluência mínima de 40m³/s e Paraibuna 40m³/s. O Coordenador do GTAOH
disse que na semana passada foi planejado fazer uma redução inicial de 5m³/s a ju-
sante de Santa Cecília e também negociar como vai ser a modulação que foi pratica-
da em Pereira Passos para garantir uma melhora na captação de água. Patrick Tho-
mas (ANA) solicitou ao ONS que nas próximas reuniões, nas simulações apresen-
tassem ao grupo uma avaliação de vazão que poderia ser eventualmente defluida do
reservatório de Ribeirão das Lajes, considerando o volume armazenado anteriormen-
te e a possibilidade de usar o momento de vazão defluente para compensar a redução
da vazão transposta do rio Paraíba do Sul com o rio Guandu. O coordenador do
GTAOH sugeriu buscar operar Funil com o mínimo, para guardar água nos reserva-
tórios, no próximo período de chuva. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse ainda que
a partir da próxima semana poderá ser implementada uma redução a partir de 2ª feira
de mais de 5m³/s de modo que a vazão a jusante de Santa Cecília passe para 42 m³/s
[...] (AGEVAP, 30 dez. 2014).

Em seguida os outros membros do GTAOH, deram suas opiniões sobre a nova redu-
ção.
[...] Patrick Thomas (ANA) avaliou a possibilidade da redução das vazões mínimas
defluentes e disse que seria uma possibilidade, tanto que já foi implementado em
2003, e que no momento ainda não é necessário, pois esses volumes estão sendo
acumulados no rio e ainda tem uma folga no reservatório de Jaguari para redução de
defluência, então deve-se observar a evolução do armazenamento até a próxima reu-
nião para ser discutido. O coordenador do GTAOH citou que estão reduzindo a va-
zão de Jaguari às 0h de hoje pois Funil atingiu 13% e com esse valor em Funil asso-
ciado a mais 5 dias sem chuva afundaria o reservatório de forma razoável. O tempo
de viagem da água da cabeceira até Funil obriga-nos a fazer essa programação de
operação a montante. Lembrou que a resolução nº 098/2004 permite reduzir Santa
Branca de 40 m³/s para 34 m³/s e Jaguari de 10 m³/s para 7 m³/s. A partir das 0h do
dia 05/01/2015 Pereira Passos operará com 100 m³/s e no dia 06/01/2015 às 0h com
114 m³/s e assim sucessivamente. José Luiz Governo (TKCSA) disse que mantendo
os números atuais ou reduzindo mais nos próximos 90 dias já é possível trabalhar de
uma outra forma. Próxima reunião do grupo será realizada no dia 12/01/2015, às 14
horas, através de videoconferência [...] (AGEVAP, 30 dez. 2014).

No ano de 2014, foram dezenove reuniões tensas, em seis meses, pois a primeira reu-
nião ocorreu no dia 04.06.2018 e a ultima no dia 30.12.14.
O ano de 2015 começa tenso; o volume dos reservatórios equivalentes chega próximo
de zero e apesar de aumentar um pouco de volume ao longo do ano, fecha o ano na faixa de
47

20 %. Para superar a escassez hídrica no ano de 2015 o GTAOH se reuniu trinta vezes, a pri-
meira reunião ocorreu no dia 12 de janeiro de 2015 e a última em 14 de dezembro de 2015.
A primeira se deu com o ONS fazendo uma apresentação sobre a situação do armaze-
namento do reservatório equivalente da bacia do rio Paraíba do Sul e as perspectivas futuras.
A proposta era reduzir mais, pois não havia perspectiva de chuvas.
[...] sobre as condições hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio Paraíba do
Sul - Na apresentação consta que se não ocorrerem chuvas em janeiro, a média será a
menor da história. A pior média era janeiro de 1953 e a média de hoje já encontra-se
5% abaixo daquela média. A previsão de chuva é só a partir de 21/01/15. Informa
também que as simulações indicam que o reservatório no final de janeiro/2015 será de
1,8% considerando a vazão objetivo de 149m³/s Caso as vazões afluentes sejam simi-
lares às ocorridas em 2014, antes da 2ª quinzena de agosto se esgotará volume morto
do armazenamento equivalente. Com as mesmas vazões afluentes e com uma vazão
objetivo de 140 m³/s, o volume morto se esgotará no final de setembro e com uma va-
zão objetivo de 130 m³/s não ocorre o esgotamento do volume morto até o início do
próximo período úmido [...] (AGEVAP, 12 jan. 2015).

Em seguida os grupo discutiu o armazenamento dos reservatórios e os usuários do ca-


nal de São Francisco no rio de Janeiro, solicitou que se fizessem as próximas reduções traba-
lhando com máxima e mínima,pois trabalhando na media eles teriam como manter a produ-
ção. [...] “O representante da CSA relatou que hoje está sendo praticado dias com 100 e outros
com 114m³/s, e que o caminho para novas reduções seria manter a máxima e reduzir mais a
mínima, para ser possível que as empresas do canal de São Francisco operem sem a paralisa-
ção de suas atividades" (AGEVAP, 12 jan. 2015).
Finalizando a reunião o representante da ANA disse que todos precisam ter consciên-
cia em trabalhar com o volume morto. E os demais membros ficaram de verificar a capacida-
de de cada reservatório operar.
[...]O representante da ANA, informou que é importante que todos tenham consciên-
cia de que trabalhar com volume morto é uma operação especial. Sugeriu também que
a carta que solicitará a prorrogação da Resolução 2051/14 seja enviada diretamente
pela Diretoria do CEIVAP. O representante da CESP ficou de verificar a possibilidade
de Santa Branca operar com 30 e Jaguari com 7m³/s. O grupo definiu as seguintes al-
terações em Pereira Passos: 00:00 horas do dia 13/01/15 irá passar a operar com 96
m³/s, alternando para 114 m³/s à 0 Hora do dia 14/01/2015 e assim sucessivamente até
o dia 20/01/15. 00:00 horas do dia 21/01/15 irá passar a operar com 92 m³/s, alternan-
do para 114 m³/s em períodos diários até data a ser definida. O representante da CESP
ficou de verificar a possibilidade de Santa Branca operar com 30 e Jaguari com 7 [...]
(AGEVAP, 12 jan. 2015).

A segunda reunião ocorreu em 27.01.2015, quando continuou-se a discutir sobre a ne-


cessidade de diminuir mais a vazão objetiva em Santa Cecília, pois os reservatórios apresen-
tavam níveis hídricos muito baixos e na última reunião o representante da ANA, alertou sobre
o perigo de se usar o volume morto. Entrar no volume morto é entrar no volume especial.
48

[...]Avaliação da redução da vazão objetivo em Santa Cecília para 140 m³/s; Apre-
sentação do INEA referente à qualidade das águas: foram mostrados resultados rela-
cionados à qualidade e no geral a avaliação de densidade de cianobactérias apresen-
tou um valor abaixo dos valores de dezembro que podem estar demonstrando uma
tendência ou uma oscilação. Julio Cesar Antunes (CEDAE) disse que a principio
houve um aumento de consumo de produtos químicos em relação a dosagem, porém
a qualidade de água de entrada de saída esta dentro da normalidade. José Luiz Go-
verno (TKCSA) informou que foi criado um grupo técnico na AEDIN com os repre-
sentantes das usinas que captam no Canal de São Francisco para acompanhamento
da situação de crise e elaboração de soluções para contorna-las. O representante da
TKCSA informou que por parte da CSA houve um trabalho interno que fez com que
houvesse uma redução no consumo de água, foi elevada a capacidade de reserva-
mento interna que de 16 passou para 24 horas. A CSA estabeleceu um prazo de até
31/03/15 para trabalharem junto na captação da FCCSA, o ponto crítico é a instala-
ção das bombas. O custo foi de 6 milhões de dólares. No dia 18, quando estavam
com a vazão de 114 m³/s , começaram a ter problemas inesperados e acionaram o
protocolo de emergência após 14 horas de parada. Conseguiram o equilíbrio e estão
parando em media 8 horas por dia porém não sabe se a redução irá afetar os demais
usuários que captam mais a montante. O represente da TKCSA sugeriu que se tenha
como uma solução definitiva a construção de uma barragem no canal de São Fran-
cisco para que se possa definir o que é água salgada e o que não é água salgada. João
Gomes (CBH BPSI) concordou sobre a ideia de construção de uma barragem do ca-
nal de São Francisco e afirmou que para que isso aconteça deve ser feito um docu-
mento conjunto, onde poderia ser utilizado recursos do FUNDRHI, para que todos
possam ser favorecidos com uma maior vazão. Edson Falcão (INEA) sugeriu que a
CSA proponha ao Comitê Guandu um estudo especifico para o curso hídrico do ca-
nal do São Francisco para verificar se existe a possibilidade de construção de barra-
gem, qual seria o tipo de barragem e características necessárias para o barramento da
intrusão salina. O representante do INEA disse que as obras na barragem não fariam
diferença para a região do Baixo Paraíba do Sul e São João da Barra precisa de in-
tervenção mais definitiva que será feita nos próximos dias. Abílio Souza (FCCSA)
informou que desde o dia 18/01 estão observando o aumento da salinidade em dias
intercalados, tiveram paradas de 8 a 12 horas, porém há eles possuem um tempo de
estocagem de água bruta. Alexandre Soares (GERDAU) disse que estão captando
em regime especial e no ponto da FCC tiveram um total de 40 horas de parada entre
os dias 21 e 24/01. Com relação à parada de produção, não houve nenhuma e com
relação à armazenagem estão com a capacidade de 3 dias [...] (AGEVAP, 27 jan.
2015).

Em seguida o representante da CEDAE, relatou como estava suas captações , em Bar-


ra do Pirai , (município onde ocorre a transposição de dois terço da água para abastecer a re-
gião metropolitana do Rio de Janeiro) e da região da foz no município de São João da Barra.
E o SAAE-BM , disse que Barra Mansa por chuvas ocorridas na região esta dentro da norma-
lidade.
[...]Gabriela Bragança (CEDAE) informou que em Carola estão com 2 cm acima do
nível do crivo e em Coimbra tiveram que colocar a segunda bomba para continuida-
de da captação. A representante da CEDAE disse que estão no limite e como as in-
tervenções necessárias ainda deverão ser licitadas não acha viável a redução. Quanto
a São João da Barra o maior problema é a salinidade e o fato de não estarem conse-
guindo desassorear o canal. Jardel Azevedo (SAAE BM) comentou que em Barra
Mansa a captação está dentro da normalidade por conta das chuvas diárias. Sugeriu
que poderá haver redução com acompanhamento e acionamento do protocolo, caso
necessário [...] (AGEVAP, 27 jan. 2015).
49

O representante do ONS fez apresentação sobre a situação hidrológica de armazena-


mento dos reservatórios:
[...]Paulo Diniz (ONS) fez a apresentação sobre as condições hidrológicas de arma-
zenamento dos reservatórios e informou que dois reservatórios, Paraibuna e Santa
Branca, atualmente estão com a geração zerada e com o volume abaixo do volume
útil. As afluências estão 25% abaixo do pior janeiro do histórico que foi em 1953. O
reservatório equivalente contando o uso de parte do volume morto dos reservatórios
de Paraibuna e Santa Branca fechou em 0,6%. Começaram desde sexta-feira a soltar
mais água dos reservatórios de cabeceira dos quais estão usando volume morto para
amenizar o esvaziamento de Funil. Há um “gargalo”, que é o tempo de 5 dias de vi-
agem, entre a cabeceira e o reservatório de Funil e por isso aumentaram Paraibuna
de 30m³/s para 50m³/s e Santa Branca para 70m³/s. Temos no total do somatório dos
volumes mortos 306,23 hm³ sendo: Paraibuna - 162 hm³ Santa Branca - 84,13 hm³
Funil - 60,1 hm³ Edson Falcão (INEA) solicitou que fosse formalizado o total de vo-
lume morto que seria disponibilizado para utilização nos quatros reservatórios. Pau-
lo Diniz (ONS) disse que de acordo com a solicitação da ANA, o ONS oficializou
Furnas, Cesp e Light solicitando a informação do volume morto disponível para uti-
lização. Os agentes informaram os valores citados anteriormente. A CESP informou
que dada as condições do reservatório de Jaguari não seriam disponibilizadas as in-
formações de volume morto. Paulo Diniz (ONS) apresentou uma avaliação de Cená-
rios para vazão limite em Santa Cecília com a utilização dos volumes mortos dos re-
servatórios da bacia do Rio Paraíba do Sul . Dentro das propostas foram traçados
três cenários utilizando: as vazões de 2014, 80% da vazões de 2014 e 60% das va-
zões de 2014. O representante do ONS disse que até o momento as vazões verifica-
das estão mais aderentes ao terceiro cenário. Após simulações chegou-se a seguinte
conclusão caso aconteça umas das situações abaixo: Curva de 2014 – nesse cenário
haverá o esgotamento até em agosto e a única alternativa que não levaria o esgota-
mento seria a redução da vazão objetivo em torno de 120 m³/s ; 80% da curva de
2014 - nesse cenário somente a vazão de 100m³/s seria suficiente pra não esgotar o
volume morto ao longo do próximo período seco ; 60% da curva de 2014– - nesse
cenário somente a vazão de 80m³/s seria suficiente pra não esgotar o volume morto
ao longo do próximo período seco. Paulo Diniz(ONS) disse que esse seria o momen-
to de redução enquanto ainda se pode constar com alguma complementação dos re-
servatórios, e devem ter o entendimento sobre o uso da água dos volumes mortos,
pois em pouco tempo poderão ter o esgotamento de Jaguari e deverão começar a
pensar em utilizar o volume morto de Funil. O ONS está encaminhando proposta à
ANA em relação a sequência do uso do volume morto dos reservatórios. A política
de priorização, caso necessário, é esvaziar o volume morto de montante para jusante,
ou seja , de Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e por último utilizando o volume morto
de Funil [...] (AGEVAP, 27 jan. 2015).

Após apresentação da ONS, os representantes do órgão gestor do Rio de Janeiro, de-


monstraram grande preocupação como manter vazão em Santa Cecília e garantir o abasteci-
mento humano na cidade Rio de Janeiro:

[...] Edson Falcão (INEA) questionou se Furnas está gerando energia e disse que a
partir do momento que não conseguirem gerar energia que comecem a usar a des-
carga de fundo, pois a qualidade da água é melhor e pediu, ainda, para confirmar a
capacidade de defluência de Funil. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que a usina
está sendo muito monitorada, pois há vibração das máquinas quando operada nessa
faixa e a usina tem que ficar com duas máquinas mesmo que não gerem energia. Ca-
so cheguem a 0% deixarão as máquinas rodando “em vazio” para estabilidade elétri-
ca e a vazão será liberada pela válvula. Funil nunca operou com esse volume e utili-
zará a válvula assim que necessário. Edson Falcão (INEA) lembrou que a CESP já
assinou sobre a possibilidade do volume de Paraibuna chegar até 425hm³ e solicitou
que a ANA verificasse se esse volume poderia entrar nos cálculos do ONS caso seja
50

necessário. Disse que a CESP em reuniões anteriores havia informado que o volume
morto de Jaguari seria algo em torno de 170 hm³ e que seria importante verificar a
possibilidade de utilizar uma parcela desse volume morto para garantir a vazão mí-
nima de Funil e para manter a vazão objetivo em Santa Cecília. Antonio da Ho-
ra(SEA) disse que ouviu vários segmentos, inclusive as indústrias, assim como sobre
a proposta de uma barragem submersa para barrar a cunha salina, que é complexa e
não irá economizar água. A SEA está estudando outras alternativas junto à CEDAE
e irão dar retorno às partes interessadas. O representante da SEA comentou que o se-
tor elétrico tem muitas preocupações referentes à operações com volume baixo e que
essa deve ser uma preocupação também de todos os setores envolvidos lembrando
que o foco prioritário é o abastecimento humano [...] (AGEVAP, 27 jan. 2015).

As discussões foram sobre a vulnerabilidade do estado do Rio de Janeiro sofrer um de-


sabastecimento. O representante da ANA, respondeu as perguntas dos presentes , os questio-
namentos foram sobre a incerteza de chuvas nos dias seguintes.
[...] Aparecida Vargas (COMPÉ/Energisa) lembrou que houve uma negociação com
todos os grandes usuários, Comitê, ONS, Órgãos Gestores e ANA e nessa reunião
ficou acertada uma redução na captação de todos os usuários de diversos segmentos.
O Coordenador do GTAOH pediu uma posição à ANA sobre a possibilidade de en-
trarem no volume morto e se depararem em alguma situação não prevista que invia-
bilize a utilização do reservatório de Funil. Joaquim Gondim (ANA) disse que a
primeira fonte de discussão é que na calha principal do rio Paraíba do Sul as vazões
atendem os usuários no quesito de quantidade e que os usuários estão sendo prejudi-
cados por questão do nível. Assim, perguntou aos usuários da calha principal do rio
Paraíba do Sul, para os usuários na calha do rio Guandu e para os responsáveis pelo
abastecimento na calha do rio Guandu se estão sendo prejudicados no sentido de
quantidade. Os usuários na calha do rio Guandu disseram que por estarem situados
próximos a foz do canal de São Francisco que em função da hora do dia e da maré
existe problemas por conta da salinidade. Os outros representantes questionados dis-
seram que não têm problema quanto à quantidade. Quanto ao volume morto, Joa-
quim Gondim (ANA) disse que temos que buscar o conhecimento efetivo da dispo-
nibilidade de reservas que podem ser acessadas. No primeiro momento estamos tra-
balhando com os órgãos concessionários e estudando até onde levar o volume morto
e até onde levar o limite da zona que não provoque o desabastecimento da popula-
ção. Jerson Kelman (SABESP) parabenizou a ANA pelo fato de darem prioridade ao
abastecimento humano e pela precaução sobre a utilização do volume morto. Disse,
ainda, que o problema da intrusão salina do Guandu é de simples solução, sendo que
um dos usuários já obtiveram a solução e sequer foi necessário interromper as ativi-
dades. Joaquim Gondim (ANA) propôs que a partir dos elementos entregues hoje,
com as formulações do ONS, poderá haver uma discussão sobre a liberação de vo-
lume morto por etapas, pois não podem chegar no final do período seco na expecta-
tiva de um período chuvoso, então a posição da ANA é que haja uma discussão na
próxima reunião para definição de uma alternativa concreta de como enfrentar a si-
tuação a partir de fevereiro, com estudos e troca de informações. Paulo Diniz (ONS)
sugeriu que todos os participantes do Grupo levem esses estudos e discussões aos
tomadores de decisão de sua instituição, para que os mesmos tomem conhecimento
da situação atual. Jerson Kelman (SABESP) disse que já estão fazendo algumas
obras de adequação necessárias, com destaque para a de Taubaté/SP, e que a SA-
BESP se coloca a disposição das municipalidades atendidas pela mesma, para apoio
técnico necessário, com a finalidade de evitar que as restrições de nível não se trans-
formem em restrição de vazão. Edson Falcão(INEA) informou que já identificaram
os principais usuários vulneráveis, ao longo do Paraíba do Sul e que o investimento
para adequação é algo em torno de R$ 8 milhões, com o prazo de 3 meses para se-
rem executadas as obras. Em relação ao Guandu , na próxima quinta-feira haverá
uma reunião com os quatro principais usuários e a CEDAE, para obtenção de infor-
mações junto aos usuários sobre medidas e prazos necessários para que se adaptem a
uma redução de até 90 m³/s, vazão que acredita ser o limite físico da CEDAE [...]
(AGEVAP, 27 jan. 2015).
51

Na terceira reunião, ocorrida no dia 05.02.18, a situação encontrava-se mais crítica e


sem perspectiva de chuvas. Começaram a agravar os problemas relativos a qualidade da água
em alguns trechos. Na apresentação do ONS este relatou que o mês de janeiro foi o pior regis-
tro da série histórica. A preocupação neste período era como garantir o abastecimento da ci-
dade do Rio de Janeiro, pois as olimpíadas estavam se aproximando. Neste cenário se o vo-
lume morto fosse atingido a questão era: quem assume o custo da energia elétrica? Outra
grande preocupação era em relação às estruturas dos reservatórios: qual capacidade estas es-
truturas teriam em se manter sem água? Os municípios estavam com dificuldades em relação
as suas captações hídricas em função do volume baixo do rio Paraíba do Sul.
[...] foi constatado o avanço da cunha salina ao ponto próximo à captação da CE-
DAE em São João da Barra. Com relação a densidade de cianobactérias, foi verifi-
cado na campanha de avaliação feita pelo Instituto um leve aumento dentro da Bar-
ragem de Funil, que ultrapassa o disposto na Resolução CONAMA. À jusante do
Funil, no primeiro ponto do rio Paraíba do Sul, teve uma leve queda. O Reservatório
de Santa Cecília não apresentou resultados críticos e a ETA Guandu apresentou-se
com uma tendência de queda. Foi feita também uma análise do trecho entre Funil e a
foz em Campos, comparando as últimas duas medições de dezembro de 2014 e ja-
neiro de 2015, mas os resultados ainda não haviam ficado prontos na ocasião da
reunião. A conclusão da apresentação aponta que a qualidade da água ainda apresen-
ta um nível satisfatório e que as maiores preocupações são relacionadas ao avanço
da cunha da salina e à floração de cianobactérias [...] (AGEVAP, 5 fev. 2015).

Na apresentação, o ONS relatou que o mês de janeiro foi pior registro da série históri-
ca:
[...] informou que o mês de janeiro de 2015 foi o pior janeiro da série histórica, fe-
chando com 26% a menos que janeiro de 1953, considerado anteriormente o pior ja-
neiro. Com relação à operacionalização das reduções acertadas nas reuniões, o re-
presentante do ONS informou que em Santa Cecília e Pereira Passos os valores de
desvios foram pouco significativos, com exceção do que foi verificado em 04/02/15,
quando ocorreu uma chuva na bacia incremental entre Funil e Santa Cecília maior
do que previsto e o Complexo de Ribeirão das Lajes ficou cheio e foi necessário
uma defluência de Pereira Passos um pouco maior. No contexto geral os valores es-
tão sendo praticados dentro do modo programado. Com relação a previsão das con-
dições de chuva, o representante do ONS informou que do dia 05 para 06/02 ocorre-
riam algumas chuvas e nos dias seguintes uma circulação de umidade, mas o cená-
rio a partir do dia 12/02 não é nada significativo e que os núcleos de concentração de
umidade nos dias de chuva são a jusante de Funil. Sobre o acompanhamento referen-
te às vazões naturais, informou que ocorreu um aumento no reservatório equivalente
de 1%, apesar de Paraibuna e Santa Branca ainda estarem operando em volume mor-
to. O representante do Operador fez uma apresentação sobre o conteúdo da Nota
Técnica elaborada pelo ONS que será disponibilizada para o GTAOH. A Nota Téc-
nica faz referência com a prospecção de período seco em 2015 uma comparação
com o período úmido e seco de 2014, onde apresenta três cenários: Cenário 1 –
100% da vazão verificada ano passado; Cenário 2 – 80% da vazão verificada ano
passado e Cenário 3 – 60 % da vazão verificada ano passado. Atualmente estamos
trabalhando no terceiro cenário. Foi publicada Resolução ANA nº 86, de janeiro de
2015 que permite reduzir a vazão mínima de Santa Branca de 40 para 34m³/s e Ja-
guari de 10 para 7m³/s. Dadas as chuvas na incremental a montante de Funil foi pra-
ticada a redução de Jaguari de 10 para 7m³/s , atentando para as condicionantes esta-
belecidas na resolução 86. O retorno da CESP é que a atividade foi executada e está
sendo monitorada, então retornando a recessão das vazões irão avaliar o aumento de
52

defluência de Jaguari. Edson Falcão (INEA) questionou o fato do mês de dezembro


e janeiro de 2014 serem utilizados nas simulações e perguntou ao ONS qual a pro-
babilidade de ocorrer em 2015, o que ocorreu em 2014. Paulo Diniz (ONS) disse
que a bacia hidrográfica tem uma memória e que terá reflexos do período seco, e que
a utilização do mês de dezembro é um padrão adotado pelo ONS inclusive em outras
bacias. Dentro do planejamento energético há uma sequência de anos muito ruins
entre 1951 e 1954, então a probabilidade de ter uma sequência de anos ruins não é
baixa e o ONS tem que apresentar resultados com um critério de segurança [...]
(AGEVAP, 5 fev. 2015).

As discussões seguintes, sobre a capacidade dos reservatórios equivalentes usar o vo-


lume morto. E as discussões giraram entorno das bombas que teriam que colocadas nos reser-
vatórios, de quem se responsabilizariam pela energia. E no ano 2015 haveria Olimpíadas.
Como garantir o abastecimento na cidade do Rio de Janeiro durante as Olimpíadas?
[...]A ideia é que seja possível fazer novas reduções e que se consiga passar esse pe-
ríodo sem utilizar o volume morto. Os usuários fluminenses têm que fazer seu dever
de casa pra se adaptarem a nova realidade. Joaquim Gondim (ANA) citou que na
discussão da minuta de nova resolução entre os estados e comitê, a proposta era uti-
lizar 423 hm³ do volume morto do Paraibuna e em sequência dado a gravidade da
crise foi incorporada os volumes de mais dois reservatórios que não estavam na re-
solução - Funil e Santa Branca – e disse que não estão discutindo Lajes e Jaguari,
porém poderão reincorporar todos os reservatórios e refazer o planejamento global.
Joaquim Gondim(ANA) comentou que na apresentação referente ao Cantareira fo-
ram colocadas bombas para operarem abaixo do volume morto. O representante da
ANA questionou o fato de que havendo a necessidade de operar o volume morto dos
reservatórios quem ficaria responsável pela colocação das bombas, quem faria os
projetos, quem construiria e quem operaria as infraestruturas, pois há a necessidade
de fazerem essa verificação no sentido fazer um planejamento futuro. Marcelo Car-
valho (FURNAS) disse que estão surgindo novas possibilidades e novos estudos nas
reuniões e como coordenador do grupo questiona o que será feito, se esperariam
uma semana e fariam novos estudos, se esperariam chover ou fariam alguma redu-
ção hoje. O Coordenador do GTAOH disse que acreditava que iriam pensar em algo
em torno de 110 m³/s, pois foi o valor informado para a adaptação dos usuários. Per-
guntou no caso de haver redução quanto seria dividido entre jusante de Santa Cecília
e usuários do Guandu, pois observou uma tendência entre os usuários do Guandu pa-
ra se adaptarem às mudanças e por isso acredita que estarão retrocedendo, caso não
houver a redução. [...]Quanto às reduções citou que acredita que devem fazer novas
reduções e que devem ser de no mínimo para 130 m³/s no horizonte de curtíssimo
prazo. Edes Fernandes (CEDAE) comentou que é importante que todos conheçam os
números e reduções que sejam factíveis e as possibilidades para o futuro, pois têm
compromissos importantes, inclusive os Jogos Olímpicos, e há uma preocupação
muito grande quanto a isso. Informou que há uma reunião agendada para terça-feira
entre o governador e os secretários de meio ambiente, para discutição de novas re-
duções chegando ao valor de 110m³/s [...](AGEVAP, 5 fev. 2015).

A grande preocupação era com a capacidade dos reservatórios, quanto tempo eles le-
variam para voltar o normal e qual seria o comportamento de suas estruturas para manter tanto
tempo sem água.
[...]Vera Lucia Teixeira (CEIVAP) perguntou sobre qual período, levando em conta
a crise de 2003 que os reservatórios conseguiram se recuperar. Joaquim Gondim
(ANA) informou que na última crise, os reservatórios demoraram cerca de 3 anos
para voltarem aos níveis adequados. Paulo Diniz (ONS) citou que é importante res-
saltar que os reservatórios não foram projetados para operar abaixo do zero do vo-
lume útil, ou seja, não tem como saber a atuação máxima de um reservatório no vo-
53

lume morto, por isso existe a possibilidade de se encontrarem problemas estruturais.


Outra questão muito importante é: segurança de barragem. Nos reservatórios de Pa-
raibuna e Funil existem diques que foram construídos e planejados para ficarem
submersos, quando não se tem água, não se sabe até quanto ele poderá suportar, e
um dique com problema de infiltração irá precisar de meses de alternado com
114m³/s, a proposta seria operar 90 m³/s alternando com 110m³/s [...](AGEVAP, 5
fev. 2015).

Outro problema enfrentado eram as captações de abastecimentos públicos em


vários municípios da bacia do rio Paraíba do Sul.
[...] Barra do Piraí está aguardando a adequação das captações desde agosto, e com a
vazão defluente de 40 m³/s em Santa Cecília estão no limite. Dever-se-ia ter uma
atenção especial a adequação das duas captações: Carola e Coimbra. André Marques
(AGEVAP) informou que é muito importante agora chegar numa solução ou prazo
para saber quando serão feitas as adaptações das captações.[...] André Marques
(AGEVAP) propôs uma reunião dia 12/02/2015 para fechar definitivamente esse as-
sunto, pois a ideia é que o CEIVAP possa ajudar os municípios do Estados de SP, RJ
e MG. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse para tentarem acertar a redução que esta-
va sendo debatida, para implementar de imediato (a partir de 0h de amanhã) a vazão
de 90m³/s alternado com 110 m³/s, e 40 m³/s a jusante de Santa Cecília, caso ocorra
algum problema o protocolo poderá ser acionado e avaliado, se houver necessidade
voltam os valores que estavam sendo praticados anteriormente. Disse, ainda, que
com o passar do tempo esse número de redução atual fica desatualizado, então gos-
taria de marcar uma reunião para semana que vem para estudar um novo valor de re-
dução para ser implementado de forma rápida, talvez para o final de março. José Lu-
iz Governo(TKCSA) disse que dificilmente semana que vem irão conseguir reduzir
mais do que o valor atual. Joaquim Gondim (ANA) comentou que devem partir para
um detalhamento sobre o que precisa ser feito, na próxima reunião as pessoas e ins-
tituições coloquem o porquê não pode ser praticado os 110 m³/s que foi sugerido, ou
em que prazo pode ser implementado o valor sugerido [...] (AGEVAP, 5 fev. 2015).

Encerrando a reunião o representante do ONS, falou das vazões incrementais que es-
tavam muito abaixo e consequentemente os reservatórios equivalentes estavam usando mais
água do seu volume morto para compensar.
[...]Paulo Diniz(ONS) citou que como as vazões incrementais vão naturalmente re-
duzindo, terão que compensar essa redução para atender a vazão objetiva soltando
mais água dos volumes mortos dos reservatórios, ou seja, nesse momento, dado a
chuva na incremental estamos conseguindo, por exemplo, que Jaguari tenha uma va-
zão mínima menor que 10 m³/s. No período seco, mesmo que a vazão objetiva seja
reduzida para 110 m³/s, vamos ter uma vazão natural possivelmente em torno de 80
m³/s, e assim será preciso utilizar mais água dos reservatórios para atender a vazão
objetivo. Se for minimizar as defluências dos reservatórios de cabeceira esse seria o
momento, pois as incrementais ainda estão altas [...] (AGEVAP, 5 fev. 2015).

Na quarta reunião, ocorrida no dia 12.02.15, a situação continuava crítica, apesar das
chuvas ocorridas na cabeceira do rio, estava chovendo pouco nas incrementais da bacia do rio
Paraíba do Sul, que aumentava a necessidade de se utilizar o volume morto. Houve uma apre-
sentação da AGEVAP sobre as intervenções que seriam necessárias para resolver os proble-
mas das captações dos municípios tanto no estado de São Paulo quanto no estado do Rio de
Janeiro para uma redução de 140 m³/s para 110 m³/s.
54

[...] Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou à CEDAE sobre a vazão que foi redu-
zida a 140 m³/s, se caberia mais alguma redução. Rogério Santos (CEDAE) disse
que em alguns casos terão que ser feitas ações emergenciais. O Coordenador do
GTAOH informou que em Funil não houve nenhuma mudança significativa nesse
período. José Luiz Governo (TKCSA) falou que nos últimos trinta dias houve uma
convocação do Secretário Estadual de Meio Ambiente, para discutir sobre a serieda-
de da situação e da necessidade de utilização de água de reuso. Paulo Diniz (ONS)
fez apresentação das condições hidrológicas e de Armazenamento da Bacia do Rio
Paraíba do Sul e informou que a vazão verificada em Santa Cecília, em torno de 140
m³/s, por enquanto, ainda continua sendo um valor significativamente abaixo da mé-
dia. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que Funil já está numa situação que não é
possível fazer 80 m³/s. Estão operando com 88 m³/s por causa da limitação da má-
quina. O problema é que operar com menos de 80 m³/s em Funil ( necessário no fu-
turo) vai depender de modificações na Resolução nº 211da ANA. Paulo Diniz
(ONS) disse que o destaque principal da operação, por conta da chuva, foi o reen-
chimento da parcela de volume morto de Paraibuna, que voltou a operar na faixa do
volume útil. Jaguari está praticando o valor de vazão mínima especial autorizado pe-
la resolução ANA nº86/2015 que é de 7 m³/s. Informou que até o momento já cho-
veu 60% da chuva esperada para o mês de fevereiro. Humberto Duarte (Light) in-
formou que a partir de hoje está saindo uma publicação nos jornais informando so-
bre a redução que será feita a partir de amanhã na defluência de Santa Branca. A
GERDAU realizou uma apresentação e informou que o ideal seria fazer uma barra-
gem para represar a água do Guandu e a Gerdau continuar captando a água sem a in-
terferência da captação da cunha salina no Canal de São Francisco [...] (AGEVAP,
12 fev. 2015).

Em seguida os representantes da CEDAE , apresentou uma proposta para as captação


de abastecimento publico nos municípios do Rio de Janeiro, com suas captações na calha do
Rio Paraíba do Sul. E a AGEVAP, descreveu quais as interferências que terão que ser reali-
zada nas captações municipais tanto no estado de São Paulo quanto no Estado do Rio de Ja-
neiro, para redução de 140 m³/s para 110 m³/s.
[...] Edes Frenandes (CEDAE): apresentação - Desde junho foi feita uma elevação
na crista das comportas das duas barragens (auxiliar e principal) que tem sido sufici-
ente para manter o nível operacional. Informou que estão preparados para fazer mais
uma elevação se for necessário e acreditam que não teremos problemas em relação a
qualidade de água. José Carlos (CEDAE): Apresentação - Será preciso construir
uma rede em Sapucaia para interligar a ETA. Em São João da Barra está previsto a
construção de um poço de 250m de profundidade. André Marques (AGEVAP) in-
formou, em breve relato, que de acordo com a última reunião realizada pelo comitê
Médio Paraíba do Sul, foi acordado que dependendo de até onde for reduzir a vazão,
haverá problemas em Barra Mansa e Volta Redonda. O ideal seria colocar um flutu-
ador em Barra Mansa, e para isso será feito uma obra de aproximadamente 1 milhão
de reais, com um prazo de 90 dias. Volta Redonda também precisará de um barra-
mento e o valor da obra está estimado em torno de 1 milhão de reais. No município
de Jacareí se acontecer de reduzir o nível para menos de 34m³/s será necessário um
flutuante, valor da obra: 600 mil reais, prazo: 60 dias. Foram visitados pela ANA,
DAEE, Ministério de Integração e AGEVAP outros municípios e identificou a ne-
cessidade de mais obras, a previsão é que será gasto em torno de 2 milhões de reais.
Obras com valores e prazo de entrega nos municípios: Guararema: 10 mil reais; São
José dos Campos: 490 mil reais, prazo: 30 dias; Natividade: 1 milhão de reais, pra-
zo: 120 dias; Redenção da Serra: 282 mil reais, prazo: 60 dias Tremembé: 1,145 mi-
lhão de reais, prazo: 90 dias; Pindamonhangaba obra de desassoreamento: 6 mil re-
ais; Aparecida: 600 mil reais, prazo: 60 dias. Total de aproximadamante: 5,5 mi-
lhões de reais. Valor total de obras necessárias no estado do Rio de Janeiro: 9,5 mi-
lhões e estado de São Paulo: 5,5 milhões [...] (AGEVAP, 12 fev. 2015).
55

Para finalizar a reunião, as discussões giraram em torno da qualidade de água e da no-


va resolução, que a ANA estava escrevendo , que define a vazão de defluência dos reservató-
rios e os valores propostos para a transposição em Santa Cecília.
[...] Joaquim Gondim (ANA) disse que se for reduzida a vazão para 110 m³/s tam-
bém será necessário alterar a vazão mínima de Funil para 80 m³/s, então terá que ser
discutido um número para a resolução, a ANA providenciará uma resolução que dá a
liberdade de operar, depois terá que ser feito o cronograma da implementação. Vera
Lúcia Teixeira (CEIVAP lembrou que pode haver interferência no uso da água em
relação a qualidade para consumo humano. Joaquim Gondim (ANA) citou que de-
vem continuar com as campanhas feitas pelo INEA de monitoramento de qualidade
de água para ser detectado anteriormente qualquer problema que possa existir. Disse
, ainda que esperava que fechassem a vazão objetiva de 110 m³/s como meta para re-
solução. A resolução a partir de 1º de março autoriza a redução da vazão e terá um
prazo maior de 120 dias para um reavaliação posterior. Assuntos Gerais – Humberto
Duarte (Light) fez apresentação sobre a nova proposta de resolução. Informou que
foi feito uma análise da última minuta e que é interessante ressaltar alguns pontos
em relação a algumas dificuldades da implantação da resolução, que se permanecer
dessa forma poderá ser violada. Joaquim Gondim (ANA) disse que é importante ser
feito uma proposta de redação, com as necessidades para a resolução não ser viola-
da, que também assegure a manutenção dos reservatórios de montante nas condições
mínimas operacionais para preservar os reservatórios de cabeceira. Humberto Duarte
(Light) citou que a resolução tem seus ponto positivos, mas alguns pontos precisam
ser estudados para não ser desrespeitada em algumas épocas do ano, como é o caso
do rio Piraí, pois quando acontecer uma situação de cheia será violada a vazão ou a
jusante de Santa Cecília ou a jusante de Pereira Passos (120m³/s), pois não é possí-
vel atender simultaneamente todos os itens do art. I. Mencionou também outras situ-
ações em que também não é possível atender a todas as determinações da resolução.
Joaquim Gondim (ANA) lembrou que toda alteração para esclarecer o texto da reso-
lução é válida, mas para mudá-la é importante que os especialistas com experiência
na operação do sistema alterem sua redação para otimizá-la, e que não começassem
uma do zero. Marcelo Carvalho(FURNAS) informou que o Grupo preparará um tex-
to para poder abranger todas as situações, para que a resolução não tenha problemas
de interpretação, que possa ser operacional e indiscutível [...](AGEVAP, 12 fev.
2015).

A quinta reunião ocorreu em 26.02.15, foi uma reunião muito tensa, pois alguns usuá-
rios apresentavam problemas com suas captações, e solicitaram que aumentassem a defluên-
cias nos reservatórios de São Paulo.
[...]O coordenador do GTAOH, Sr. Marcelo Carvalho solicitou um relato dos pre-
sentes sobre problemas que possam ter acontecido nas captações de água com a re-
dução da vazão objetivo em Santa Cecília para 140 m³/s. As empresas do Canal de
São Francisco relataram que, nos dias 21 e 22, tiveram problemas de abastecimento
por causa da diminuição de vazão e que depois foi solucionado, mas não sabem di-
zer o motivo do problema. O representante da CSA relatou que no dia 15/02 a CSA
teve problemas de abastecimento devido a intrusão salina, sendo acionado o proto-
colo de comunicação de emergência para elevação da geração da UHE Pereira Pas-
sos, onde foi solucionado o problema. Os representantes das indústrias do Canal de
São Francisco relataram também que estavam hoje, na sede do INEA, em reunião
com o Grupo da Crise Hídrica do Governo do Estado do Rio de Janeiro, discutindo
sobre as alternativas emergenciais e definitivas em relação ao abastecimento de água
das mesmas. O Comitê CEIVAP e o Comitê GUANDU estão aportando recursos fi-
nanceiros para que sejam feitas obras emergenciais nas captações de água para abas-
tecimento público nos municípios que captam água do rio Paraíba do Sul. Estas cap-
tações estão sendo adaptadas para captarem água mesmo com a redução da vazão de
140 m³/s para 110 m³/s, esta ação conta com o apoio dos Comitês afluentes do rio
56

Paraíba do Sul. Estas obras emergenciais foram elencadas através de visita local dos
representantes da ANA, DAAE, SABESP, Ministério da Integração e AGEVAP, no
estado de São Paulo e, ANA, INEA, CEDAE, Ministério da Integração e AGEVAP,
no estado de Rio de Janeiro [...] (AGEVAP, 26 fev. 2015).

Em seguida as discussões giraram em torno da qualidade da água. A ANA solicitou


que São Paulo fizessem uma apresentação na próxima reunião e houve também pedido para
aumentarem a defluência dos reservatórios em São Paulo:
[...] A CEDAE relatou que está enfrentando problemas de qualidade da água na Es-
tação de Tratamento – ETA GUANDU, principalmente em relação à condutividade
e alcalinidade, problema este que não estava acontecendo até esta semana. O Sr.
Paulo Diniz, do ONS, fez uma apresentação sobre a situação do volume dos reserva-
tórios da bacia, sendo que, com um volume equivalente de 7,6% do dia 25/02/2015,
semanais da vazão objetivo em Santa Cecília o mais rápido possível, inicialmente de
5 m³/s, para atravessarmos o período de estiagem sem problemas. O Sr. Luiz Rober-
to Barreti do CBH-PS afirmou também a importância da redução de vazão e conse-
quente armazenamento nos reservatórios para uso no período de estiagem. O Sr.
André Marques da AGEVAP solicitou à ANA a possibilidade de se rebaixar a vazão
em Santa Branca de 34 m³/s para 30 m³/s, já reduzida de 40 m³/s para 34 m³/s, e as-
sim armazenar água nos reservatórios para o período de estiagem. A Sra. Zeila Piot-
to, da FIESP, relatou que seria importante, caso fosse feita uma redução em Santa
Branca, que tivesse um olhar sobre todas as captações das indústrias, que captam di-
retamente no Rio Paraíba, tanto em relação à quantidade como em qualidade. O Sr.
Joaquim Gondim da ANA solicitou que o Sr. Hiroaki Makibara do DAEE solicitasse
à CETESB que, como o INEA, fizesse o monitoramento da qualidade da água e o
DAEE da quantidade da água, no trecho paulista da bacia [...] (AGEVAP, 26 fev.
2015).

E, para finalizar, houve a questionamento sobre o plano de contingência da ANA, se


este estudou a questão da qualidade verso quantidade e solicitaram manter a redução atuais,
pois todos estavam com problemas.
[...] A Sra. Vera Lúcia Teixeira, Vice-Presidente do CEIVAP, perguntou ao Sr. Joa-
quim Gondim da ANA sobre o plano de contingência da bacia e se este tinha infor-
mações sobre quantidade e qualidade, este informou que o Plano de Ações Com-
plementares para a gestão da crise hídrica da bacia do Rio Paraíba do Sul está no site
na ANA e será atualizado com o levantamento de novas informações feitas pela
AGEVAP. Informou ainda que o plano abrange principalmente quantidade de água,
mas que solicitará a sua equipe a inclusão no plano, dos valores de qualidade levan-
tados pelo INEA no estado do Rio de Janeiro e pela CETESB no estado de São Pau-
lo; O Sr. Marcelo Carvalho, coordenador do GTAOH, perguntou novamente a todos
os participantes sobre a possibilidade de alguma redução da vazão objetivo em Santa
Cecília. O representante da CEDAE solicitou que não fosse reduzido a vazão objeti-
vo em Santa Cecília durante uma semana para que se pudesse fazer uma melhor ava-
liação dos problemas de qualidade que se apresentaram na ETA GUANDU, esta so-
licitação foi apoiada pelo representante do INEA. O representante da Light sugeriu,
face à solicitação da CEDAE de que não fosse reduzida a vazão para o rio Guandu,
que fosse avaliada uma redução de 5 m³/s na vazão defluente em Santa Cecília, uma
vez que o representante da Prefeitura de Barra do Piraí informou que a captação da
Carola estava com uma lâmina d’água de 10cm. Desta forma não houve nenhuma
redução na vazão objetivo de Santa Cecília [...] (AGEVAP, 26 fev. 2015).

Na sexta reunião, ocorrida em 04.03.15, a ANA falou sobre uma nova resolução que
reduziria a vazão de Santa Cecília para 110 m³/s e a defluência de todos reservatórios, estabe-
57

lecendo uma redução para o reservatório de Funil de 80 m³/s para 70 m³/s; para o reservató-
rio de Jaguari de 10 m³/s para 4 m³/s e para o reservatório Santa Branca de 40 m³/s para 34
m³/s. Nesta reunião discutiu-se muito sobre a qualidade da água que como a diminuição da
quantidade estava impactando a qualidade. Outra discussão desta reunião foi a capacidade do
rio Paraíba do Sul, absorver uma nova redução tanto a foz quanto a região do guandu. Após
ampla discussões decidiu-se por uma redução de 2 m³/s para a transposição e 3 m³/s para a
calha do rio Paraíba do Sul. Foi anunciado que os usuários poderiam acionar o protocolo de
energia e com isto a vazão retornaria a anterior.
[...]O representante da CSA informou, novamente, que de sábado para domingo
houve problemas de diminuição de vazão no canal de São Francisco igual ao que ti-
nha acontecido nos dias 14/02 e 15/02, 21/02 e 22/02 e 28/02 e 01/03 e com isto
houve uma interrupção de mais de 10 horas na captação de água da empresa. Esse
fato foi confirmado pelos outros representantes das empresas do canal de São Fran-
cisco. O Sr. Júlio César Antunes, da CEDAE, informou que após o sábado de carna-
val houve uma variação da alcalinidade e da condutividade, mas a ETA Guandu
conseguiu manter a tratabilidade. O Sr. Rogério, da CEDAE, informou que a capta-
ção de Carola em Barra do Piraí está no limite, mas talvez possa ainda suportar uma
pequena redução de vazão. A Sra. Vera Lúcia Teixeira, do CEIVAP, informou que
Barra Mansa teve problemas de captação, mas já está com uma balsa captando água
e mantendo a população abastecida. Relatou ainda que está preocupada com os tri-
butários do rio Paraíba do Sul, um exemplo é o rio Bananal, que está sofrendo com a
sua baixa vazão e consequente queda na qualidade da água, o que causa cheiro muito
forte de esgoto nas suas imediações. Relatou ainda que está preocupada com a redu-
ção de vazão do reservatório de Funil, de 80 m³/s para 70 m³/s. O Sr. Paulo Diniz, do
ONS, informou que os rios tributários não sofrem com a redução de vazão do rio Pa-
raíba do Sul, mas principalmente devido a falta de chuvas em suas cabeceiras. Rela-
tou ainda que a redução de vazão no reservatório do Funil para 70 m³/s ocorrerá so-
mente quando tivermos vazões incrementais que não comprometam as captações de
água dos usuários. O Sr. Nazareno Mostarda do DAAE sugeriu que o Grupo GTA-
OH solicite à CETESB que participe das reuniões, pois existem várias situações so-
bre qualidade da água no trecho paulista da bacia. A Sra. Zeila Piotto, FIESP, pediu
para ver quem é o representante da CETESB no Comitê para tentar uma articulação
e a participação destes na reunião do GTAOH [...] (AGEVAP, 4 mar. 2015).

A seguir as discussões giraram em torno da qualidade e quantidade que estava piorado.


O representante do ONS falou da situação hidrológica da bacia rio Paraíba do Sul.
[...] O Sr. Leonardo Daemon do INEA, fez uma apresentação sobre a qualidade da
água em diversos trechos do rio Paraíba do Sul e no rio Guandu. O INEA continua
com monitoramento intensivo em alguns pontos de coletas semanais e em outros de
coletas mensais. O IQA indica uma piora neste mês de fevereiro, em comparação
com os outros meses. Em relação a cianobactérias, os níveis apresentados ainda se
encontram dentro dos padrões estabelecidos nas resoluções CONAMA, exceto no
reservatório do Funil. O Sr. Paulo Diniz, do ONS, fez uma apresentação sobre as va-
zões e as condições meteorológicas na bacia. Em relação a vazão, comparando os
anos de 2014 e 2015 existe uma diferença de 81%. Sobre a situação de volume dos
reservatórios da bacia informou que o volume equivalente era de 7,8% no dia
03/03/2015, este valor representa uma situação extremamente crítica, se comparada
com o mesmo dia no ano anterior, 03/03/2014, no qual o nível do volume equivalen-
te era de 41,9%. Paulo informou poder fazer uma simulação dos níveis dos reserva-
tórios de acordo com a redução da vazão objetiva em Santa Cecília, mas o apelo é
que se faça com dados solicitados pelo GTOAH, de acordo com um cronograma de
redução de 140 m³/s para 110 m³/s a ser elaborado pelo grupo. O Sr. Edson Falcão,
58

do INEA, não acha coerente considerar o mês de dezembro de 2014, que foi muito
chuvoso, para extrair a média. Seu pedido ao ONS é que se mude a premissa. Consi-
derando janeiro/fevereiro de 2014 e janeiro/fevereiro de 2015. O Sr. Paulo Diniz, da
ONS, falou que esta metodologia é a utilizada pelo ONS em todas as bacias do Bra-
sil, ou seja, usando o mês de dezembro do ano anterior.. O representante da empresa
CSA relatou que as obras em andamento para permitir a redução de vazão deverão
ser finalizadas até o final de abril. Tiveram uma reunião na COPPE, com o Sr. Ros-
man, que está elaborando o projeto do barramento. O prazo para o término do proje-
to é a 1ª quinzena de março. A obra deve ser iniciada em abril e concluída até o final
de maio. Prazo de projeto e obra: 90 dias. Hoje a tarde terá uma reunião do Gabinete
de Emergência, no qual as empresas do canal de São Francisco vão apresentar os ce-
nários das possíveis soluções para que não aconteça o desabastecimento de água
mesmo com as reduções de vazões previstas, a ideia é que seja batido o martelo na
solução. Os estudos foram feitos considerando como cenário a vazão de 20 m³/s no
canal de São Francisco, com a hipótese que se tenha uma vazão de 30 m³/s para o
Baixo Paraíba e 60m³/s para a ETA Guandu. A CSA irá levar seu ponto de captação
atual para o local de captação da FCC. O Sr. João Gomes, do CBH BPSI, relatou
que está preocupado com o mês de março devido as marés altas e aos baixos índices
de chuvas na nossa região, da baixa contribuição do rio Muriaé e constante preocu-
pação com a intrusão salina. Existe uma corrente para construção de um barramento
no baixo Paraíba do Sul para evitar a intrusão salina. Solicitou ainda, se for possível,
para que alguns técnicos do Comitê possam acompanhar o projeto de barramento do
Canal de São Francisco que as empresas estão trabalhando. O Sr. Edson Falcão, do
INEA, falou que é preciso entender melhor a demanda do Sr. João Gomes, do Comi-
tê do Baixo do Paraíba, e que o comitê com ajuda do INEA poderia ajudar nos estu-
dos. O representante do CBH BPSI pediu para que o INEA verifique a situação do
bioma da região devido ao baixo nível e vazão do rio Paraíba do Sul. O Sr. Julio An-
tunes, da CEDAE, fez uma apresentação das condições de operação da captação da
ETA Guandu, mostrou a variação da alcalinidade e condutividade em relação a vari-
ação da vazão em Pereira Passos. Devido a esta variação, solicitou que seja aguarda-
da mais uma semana para qualquer diminuição de vazão. A tratabilidade está garan-
tida com o aumento de coagulantes. Estão aguardando outras análises que estão sen-
do feitas por um laboratório credenciado para ver o motivo desta variação. A banda
da alcalinidade mudou de 15 - 20 mg/l para 20 - 25 mg/l. O objetivo é ter uma expli-
cação do que gerou esta mudança de banda da alcalinidade. O Sr. Paulo Diniz, da
ONS, relatou que houve um aumento considerável de chuvas a jusante da ETA
Guandu que podem ter interferido na qualidade. A Sra. Vera Lúcia Teixeira, do
CEIVAP, informou que a cor e a turbidez aumentou muito na região de Barra Man-
sa. O Sr. Joaquim Gondim, da ANA, solicitou que a CEDAE apresente informações
mais detalhadas sobre a origem do problema de qualidade da água, de forma que se-
ja possível identificar o afluente que está contribuindo para o aumento desse pro-
blema. Além disso, ressaltou a necessidade de que haja monitoramento da qualidade
da água em pontos a montante da captação da ETA GUANDU. A Sra. Zeila Piotto,
representante da FIESP, solicitou para o que o Sr. Julio Antunes, CEDAE, fizesse
um estudo para relacionar os valores de qualidade da ETA Guandu com os eventos
de chuva [...] (AGEVAP, 4 mar. 2015).

E informaram que qualquer problema , os usuários poderiam acionar o protocolo de


emergência, pois a proposta é reduzir 2 m³/s para a transposição e 3 m³/s para a calha do rio
Paraíba do Sul.
[...] A Sra. Vera Lúcia Teixeira, do CEIVAP informou que convidará os municípios
de Volta Redonda e Três Rios para participarem da próxima reunião do GTAOH,
pois poderão ter problemas, segundo os relatos técnicos, nas captações de água com
o rebaixamento de vazão. O Sr. Waldemiro Andrade, da Prefeitura de Barra do Pirai,
informou que a captação de Carola ainda suporta a redução de vazão 5 m³/s pois está
com uma lâmina de água de 10cm. O Sr. Nazareno Mostarda, do DAAE, pediu um
esforço de todos para a redução de vazão de forma que seja possível armazenar água
nos reservatórios para o período de estiagem. De acordo com o Sr. Luiz Roberto
59

Barretti, do CBH-PS, atualmente o volume dos reservatórios é 35% abaixo dos vo-
lumes do ano passado. É preciso tomar decisões com firmeza, porque se for mantida
a situação atual, pode não haver volumes nos reservatórios no futuro para adminis-
trar. Vera Lúcia Teixeira, do CEIVAP, ressalta que é momento para prudência pois a
situação é crítica e ainda não passou o período de estiagem, e que é preciso poupar
água agora para o período com pouca chuva. O Sr. Julio Antunes, da CEDAE, con-
tinua com o pedido de não seja efetuada redução da vazão, devido aos fatos já rela-
tados anteriormente, mas acredita que a ETA GUANDU poderá suportar a redução
de 2 m³/s. Ressaltou ainda que, fique bem claro, não será possível apresentar uma
resposta tão rápida para análise da qualidade da água como é para quantidade. In-
formou ainda que se for necessário será acionado o protocolo de emergência. Na
próxima reunião solicitou a apresentação do real volume morto nos reservatórios do
rio Paraíba do Sul. O Sr. Marcelo Carvalho, coordenador do grupo, afirmou que já
foi relatado oficialmente o volume morto dos reservatórios e poderá ser visto no link
das reuniões no site da AGEVAP [...] (AGEVAP, 4 mar. 2015).

Discutiram também sobre as intervenções que estavam sendo realizadas nas captações
das empresas de abastecimento públicos.
[...] O Sr. André Marques, da AGEVAP, relatou o andamento das obras emergenci-
ais para solucionar o problema das captações de água para abastecimento humano. A
ANA, Ministério da Integração, DAAE, SABESP, INEA, CEDAE e AGEVAP visi-
taram as captações dos municípios da bacia do rio Paraíba do Sul que captam dire-
tamente na calha principal do rio que terão problemas nas suas captações com a re-
dução de vazão no rio e elencaram em conjunto possíveis soluções para os proble-
mas. A SABESP, CEDAE e os SAAEs municipais apresentaram orçamento para a
implantação das obras emergenciais. O destaque principal é que os Comitês de Ba-
cia Hidrográfica CEIVAP e GUANDU vão financiar estas obras emergenciais com
os valores de R$ 8.500.000,00 (oito milhões e quinhentos mil reais) e R$
6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) nos municípios do estado do Rio
de Janeiro: Barra do Piraí, Vassouras, Sapucaia, São Fidelis, São João da Barra, Vol-
ta Redonda, Barra Mansa, Três Rios e nos municípios do estado de São Paulo: Gua-
rarema, São José dos Campos, Tremembé, Pindamonhangaba, Redenção da Serra,
Aparecida, Natividade e Jacareí. Os projetos das obras emergenciais nos municípios
operados pela SABESP, SAAE de Jacareí, CEDAE, SAAE de Barra Mansa já foram
entregues na AGEVAP. A SABESP e o SAAE de Jacareí já iniciaram os processos
licitatórios. A AGEVAP já teve uma conversa prévia com os órgãos de auditoria do
Estado de Rio e da ANA para discussão dos trâmites processuais devido a urgência
das ações. A ANA está dando apoio técnico e administrativo para a operacionaliza-
ção das obras e assim possibilitar a redução de vazão objetivo em Santa Cecília até
110 m³/s. O Sr. Marcelo Carvalho, coordenador do grupo, solicitou que a AGEVAP
e as empresas do canal de São Francisco atualizassem o GTAOH sobre a situação
das obras emergências nas captações nas próximas reuniões [...](AGEVAP, 4 mar.
2015).

E para finalizar os presentes colocaram suas preocupações e fizeram algumas pergun-


tas ao representante da ANA:
[...]Sr. Edson Falcão, do INEA, perguntou ao Sr. Joaquim Gondim, da ANA, se é
possível pactuar premissas, como por exemplo atingimento de 0% do Volume útil
no dia 31/10/2015, e com isto o órgão poderia fazer simulações da vazão objetivo
em Santa Cecília. Ressaltou que o INEA não é contra a redução de vazão desde que
não inviabilize as captações dos usuários fluminenses. O Sr. Joaquim Gondim, da
ANA, respondeu que não se deve trabalhar com a premissa de que em 31/10/2015 os
reservatórios do Sistema Hidráulico do Paraíba do Sul estejam operando em seus vo-
lumes mortos. Deve-se ficar claro que a operação de reservatórios abaixo de seus
volumes mínimos operacionais não é uma condição normal de operação. É uma
condição de excepcionalidade. O ideal é não entrar no volume morto, entretanto, em
situações excepcionais, objetivando garantir o abastecimento à população, a ANA
60

não é contra a utilização do volume morto. É importante que todos tenham consci-
ência de que o volume morto é a última reserva disponível de água para enfrentar-
mos o período de escassez [...] (AGEVAP, 4 mar. 2015).

Na sétima reunião, ocorrida em 12.03.15, as discussões giraram em torno da quantida-


de e qualidade da água discutiu-se também sobre as intervenções que estavam sendo feitas na
captação das empresas de abastecimento público. Reafirmou-se a necessidade de uma nova
redução em Santa Cecília. E, caso houvesse algum problema, poderiam acessar o protocolo de
emergência.
[...]O representante da CEDAE informou que não conseguiram avaliar, e ressaltou a
variação mostrada na semana anterior. O representante do INEA fez uma apresenta-
ção sobre a qualidade de água do Paraíba e do Guandu, concluindo que os níveis se
encontram com índices satisfatórios. Os índices de cianobactérias ainda não ultra-
passaram os limites máximos determinados. A Sra. Vera Lúcia Teixeira (CEIVAP)
relatou que no município de Barra Mansa tem chovido bastante. O Sr. Marcelo Car-
valho (FURNAS) disse que em Funil foi possível praticar 80 m³/s por dias seguidos.
O Sr. José Luiz Governo fez um relato sobre a situação das obras que estão sendo
feitas pelas empresas do Canal de São Francisco. Hoje terá uma reunião com os di-
retores das empresas e Furnas para estruturar as etapas das obras. A ideia é dar en-
trada no pedido de licença no INEA na próxima semana com a entrega do memorial
descritivo. Esperam que em maio a obra esteja concluída. Essa licença sairia em
nome da Associação das Indústrias. O Sr. Paulo Diniz (ONS) conduziu a apresenta-
ção da ONS sobre as condições hidrológicas na Bacia do rio Paraíba do Sul. Ocorre-
ram alguns vertimentos em Pereira Passos por conta das incrementais. Disse que em
Funil há possibilidade de reduzir um pouco mais. Sobre a previsão meteorológica
para os próximos 10 dias, está prevista chuva na cabeceira por 2 dias, e até 18/03,
mais chuva a jusante de Funil. Em 10/03, o armazenamento do reservatório equiva-
lente era de 10%, sendo que em março de 2014 estava com 42,1% [...] (AGEVAP,
12 mar. 2015).

O representante da AGEVAP falou de um boletim informativo que estava sendo ela-


borado com a ANA, ao qual todos teriam acesso. Houve discussões sobre aproveitar as chu-
vas nas incrementais e diminuir a defluência de Funil.
[...]O Sr. André Marques (AGEVAP) informou que a AGEVAP e a ANA irão emitir
um boletim semanal referente ao andamento das obras emergenciais em cada muni-
cípio contemplado. Será disponibilizado no link do GTAOH no site da AGEVAP. O
modelo do boletim já foi gerado e em breve estará disponível para acesso. Quanto ao
andamento das intervenções estão realizando os últimos ajustes para dar andamento
ao processo licitatório. O representante de Volta Redonda expôs que a captação no
município está com um limite de 10 cm e está gerando muitos vórtices e que apesar
da chuva, a situação não melhora significativamente. A Sra. Vera Lúcia Teixeira
(CEIVAP) expressou sua opinião falando que deveriam aproveitar que está choven-
do para tentar reduzir a vazão até os 110 m³/s, no entanto acha que a qualidade da
água será um fator limitante. O Sr. Edson Falcão (INEA) falou que diante da possi-
bilidade de chuva nos próximos dias, a proposta de redução de vazão poderia ser le-
vada em consideração, pois se chover na incremental da bacia do Guandu eles con-
seguem garantir um pouco mais de água. O Sr. Joaquim Gondim (ANA) acredita
que a melhor forma é o Funil operar com 70m³/s, para garantir o mínimo tanto para
a jusante tanto para o Guandu. O Sr. Paulo Diniz (ONS) falou sobre a possibilidade
de reduzir a vazão em Pereira Passos, que ainda não foi feita, e se for o caso, nesse
período de chuva seria ideal. O Sr. Paulo Diniz (ONS) destacou a importância de ga-
rantir um nível mínimo para geração de energia elétrica e garantir o abastecimento
de água para o Estado do Rio de Janeiro [...] (AGEVAP, 12 mar. 2015).
61

Reafirmaram a necessidade de nova da redução e disseram que, se houvesse algum


problema, poderiam acessar o protocolo de emergência.
[...] Foi definido no âmbito do GTAOH que haverá redução a jusante de Pereira Pas-
sos, alternando em 105 m³/s e 85m³/s, e Santa Cecília para 35 m³/s, para ser pratica-
do a partir de 00hs do dia 13/03/15. O Sr. Edson Falcão (INEA) mencionou que caso
haja algum problema, o protocolo de comunicação poderá ser acionado. O Sr. Joa-
quim Gondim (ANA) informou que acha válida a redução desde que tenha o proto-
colo para ser acionado. Comentou ainda, que havendo proposta para reduzir as va-
zões mínimas em Jaguari e Santa Branca, esta poderá ser apreciada pela ANA, desde
que os valores sejam consolidados no âmbito do GTAOH. O Sr. Paulo Diniz (ONS)
ressaltou a importância de obter uma autorização da Sabesp para reduzir Santa
Branca, e que essa redução precisaria de uma acompanhamento por parte da Sabesp.
O Sr. Joaquim Gondim (ANA) informou que vai alterar o boletim diário dos reser-
vatórios da Bacia do Paraíba do Sul, para que ele fique mais completo, com mais in-
formações. O Sr. Joaquim Gondim (ANA) disse que chegando o ofício na ANA, so-
licitando a redução da vazão mínima, na semana seguinte conseguem publicar a re-
solução autorizativa, e a prática ficaria dependendo do teste. A AGEVAP providen-
ciará o envio da Carta à ANA [...] (AGEVAP, 12 mar. 2015).

Para finalizar o representante da ANA , falou do grupo técnico da ANA com os órgãos
gestores:
[...] O Sr. Patrick Thomas (ANA) relatou que a ANA criou um grupo técnico forma-
do por representantes dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais,
ANA e CEIVAP, e este Grupo vinha estudando a viabilidade hidrológica do projeto
de interligação e aumento da segurança hídrica da Bacia do Paraíba do Sul. O relató-
rio foi concluído em janeiro e na reunião do dia 10/03/15 houve a consolidação do
Relatório formalizada através de uma ata. Todos os documentos serão encaminhados
ao CEIVAP, e a expectativa é que o Comitê faça uma análise e encaminhe para
ANA as propostas de alterações se por ventura existirem. A ANA receberá as pro-
postas e avaliará em conjunto com o grupo técnico. A Resolução será publicada após
a situação de crise, conjuntamente com os órgãos gestores dos 3 estados. A sugestão
é que o referido assunto seja pautado na próxima reunião do GTAOH, para discus-
são da minuta dessa Resolução. AGEVAP deverá encaminhar os documentos rece-
bidos pela ANA para análise dos membros do GTAOH, para possibilitar a discussão
do assunto na próxima reunião. O Sr. Nazareno Mostarda pediu que o material fosse
encaminhado ao CBH-PS [...] (AGEVAP, 12 mar. 2015).

Na oitava reunião, ocorrida no dia 20.03.15, a discussão continuou em relação a nova


redução e os impactos desta na quantidade e na qualidade da água:
[...]José Luiz Governo (TKCSA) disse que na última sexta-feira, durante a tarde,
houve interrupção da captação. Diante disso foi acionado o protocolo de comunica-
ção por e-mail e a Light reagiu prontamente fazendo com que a vazão retornasse a
110 m³/s. Edson Falcão(INEA) comentou que acha importante verificar a possibili-
dade de instalar uma estação fluviométrica próxima à CSA para entenderem melhor
o que está ocorrendo naquela região. Perguntou à ANA se haveria teria algum tipo
de equipamento que a agência pudesse ceder para a montagem da estação. Joaquim
Gondim(ANA) informou que a ANA possui o programa nacional de qualidade de
água que juntamente com os Estados fornecem equipamento para montar esse tipo
de estação. Edson Falcão(INEA) pediu apoio para pagar instalação do equipamento
e verificar se esse recurso poderá sair de algum comitê. Júlio César Antu-
nes(CEDAE) disse que a solicitação só precisa ser formalizada para que tenham uma
justificativa para utilização de recurso. Apresentação do Instituto Estadual do Ambi-
ente sobre as últimas atualizações da qualidade da água – Na apresentação, o INEA
informa que com relação a densidade de cianobactérias, foi verificado somente na
Barragem de Funil a ultrapassagem dos valores disposto na Resolução CONAMA.
62

Joaquim Gondim (ANA) perguntou sobre a questão das captações aos usuários do
Canal São Francisco. O Alexandre Soares (Gerdau) informou que irão dar entrada
no processo de licenciamento no dia 1º de abril para o início das obras no canal de
São Francisco. Edson Falcão(INEA) disse que as obras para alteração do local da
captação da CSA será iniciada nos próximos dias [...] (AGEVAP, 20 mar. 2015).

Na sequência foi apresentado pela ONS, a avaliação hidrológica e a operação hidráu-


lica dos reservatórios:
[...] houve aumento na geração de energia em Pereira Passos devido a uma chuva in-
cremental, além disso, conseguiram reservar mais água em Funil devido à chuva. O
armazenamento equivalente atual é de 11,9% e em 19/03/2014 o armazenamento era
de 41,6%. O coordenador do GTAOH informou que conseguiram operacionalizar a
redução de Funil para 70 m³/s e para que isso ocorresse tiveram que deixar as má-
quinas gerando em vazio. A vazão praticada no dia 17/03 até a manhã do dia 18/03
era de 70 m³/s para 85 m³/s e depois foi alterada para 110 m³/s. FURNAS recebeu
uma mensagem que a captação do município de Barra Mansa teve que parar. Na
manhã de 19/03 as funções foram restabelecidas e conseguiram praticar 100 m³/s de
defluência e com isso a situação foi normalizada em Barra Mansa. Marcelo Carvalho
(FURNAS) disse, ainda, que sua preocupação em praticar os 110 m³/s é que não seja
possível por conta de Barra Mansa e por isso deverão ser feitas adequações em sua
captação para que ocorra a redução. Vera Lúcia Teixeira (CEIVAP) afirmou que se
houvesse a redução em Funil, Barra Mansa não conseguiria captar. Disse que o pro-
cesso de licitação das obras em Barra Mansa será iniciado na próxima semana e que
antes disso não pode haver redução, pois se a empresa Bom Gosto estivesse funcio-
nando a crise seria pior. Edson Falcão (INEA) disse que a solução para as 3 capta-
ções em Barra Mansa é conjunta já que captam no mesmo ponto. Vera Lúcia Teixei-
ra (CEIVAP) confirmou que iria marcar uma reunião entre o SAAE de Barra Mansa
e a Bom Gosto para tentarem chegar em um acordo. Edson Falcão(INEA) sugeriu
que Funil operasse com 70m³/s enquanto a incremental ia sendo monitorada. Joa-
quim Gondim (ANA) disse que a ANA entende que deve haver uma redução. Vera
Lúcia Teixeira (CEIVAP) comentou que sua preocupação é com o Baixo Paraíba do
Sul e acredita que não há tempo hábil para resolver os problemas de captação e fazer
a redução na próxima semana. Joaquim Gondim (ANA) disse que não há como re-
solver todos os problemas. A recomendação da ANA é que haja a redução da vazão
para poderem atingir a meta dos 110m³/s. Essa recomendação foi feita pelos órgãos
gestores dos governos e ANA, pois se não for atingida a meta de redução, conforme
estudos do ONS poderá haver problemas de escassez até o fim o ano e para que no
futuro não precisem ser feitas reduções não programadas, mais duras e mais difíceis
de serem executadas [...] (AGEVAP, 20 mar. 2015).

Para finalizar a reunião, houve várias discussões sobre uma nova resolução que os téc-
nicos da ANA e os órgãos gestores estão elaborando para substituir a resolução 211, que
aguardava as contribuições de todos.
Na nona reunião, ocorrida em 27.03.15, a discussão foi sobre os impactos na qualida-
de e quantidade de água para os usuários de abastecimento público e indústria na bacia do rio
Paraíba do Sul, discutiu-se também a questão de qualidade das águas nos estados do Rio de
Janeiro e São Paulo.
[...]Avaliação da situação das captações desde a última reunião; A CEDAE relatou
não ter tido problemas nem nas captações dos municípios nem na ETA Guandu nes-
ta última semana. O INEA não tem novos dados de monitoramento de qualidade das
águas para apresentar nesta reunião, pois as análises das coletas estão sendo feitas e
serão apresentadas na próxima reunião. Os usuários do Canal de São Francisco rela-
63

taram os maiores tempos de parada ocorridos nesta última semana: FCC (10 horas
no dia 20/03 e 17 horas no dia 21/03), Gerdau (11 horas no dia 20/03 e 16 horas no
dia 21/03). A CSA continuou operando sem maiores problemas de paralisação.
Houve chuva incremental nestes dias que diminuíram os efeitos da redução. O Sr.
André Marques (AGEVAP) relatou um problema de macrófitas que está ocorrendo
na cabeceira, em Pindamonhagaba, e em Guaratinguetá, onde uma ponte foi interdi-
tada. Situação do Reservatório Equivalente; O Sr. Paulo Diniz (ONS) fez a apresen-
tação sobre a situação do reservatório equivalente que no dia 26/03/15 estava em
14,6%. E nesta mesma data do ano passado era de 41,3%. Informou que nesta última
semana ocorreram chuvas incrementais na bacia do rio Guandu e que a previsão de
chuvas para os próximos dias é mais na região litorânea. Informou também que a
média histórica de precipitação em março é de 198mm e em abril é de 78mm. Até o
dia de hoje, o mês de março registrou 194mm de precipitação. O Sr. Marcelo Carva-
lho (Furnas) expôs a dificuldade de monitorar as chuvas a jusante de Funil e praticar
a vazão mínima em Funil. Assim que é observado que um evento de chuva está pas-
sando é necessário elevar a vazão de Funil para não ter problemas nas captações lo-
go a jusante. O tempo de viagem entre Funil e Barra Mansa é de 12 horas e no even-
to passado o tempo de resposta foi de 16 horas [...] (AGEVAP, 27 mar. 2015).

O coordenador do GTAOH, falou da nova resolução publicada pela ANA no dia


24/03.
[...] autorizando novas reduções de vazões mínimas praticadas nos reservatórios: de
30m³/s para 25m³/s em Paraibuna, de 34m³/s para 30m³/s em Santa Branca. Sendo
assim seria necessário programar a operacionalização destas vazões junto ao DAEE
e CETESB. A Sra. Vera Lúcia Teixeira (CBH-MPS) relatou que teve uma reunião
com a fábrica Bom Gosto que capta no mesmo local que a captação em Barra Man-
sa. A fábrica não tem reservatório e só consegue se manter por 1 hora. Como fica no
mesmo local da captação de Barra Mansa, assim que a adaptação for concluída eles
não terão mais problemas. Barra Mansa está operando com a balsa, e apesar da di-
minuição da cota do rio Paraíba do Sul e após algumas manobras não houve inter-
rupção no abastecimento. O Sr. Jardel Azevedo (SAEE Barra Mansa) relatou que es-
tá operando normal. Ontem o nível da régua estava em 1,54m e já chegou em um
mínimo de 1,33m. A Sra. Zeila Piotto (FIESP) comentou sobre as reduções das va-
zões mínimas em Paraibuna e Santa Branca. Relatou que as empresas White Martins
e CEBRACE não conseguem captar com 30m³/s. O Sr. Patrick Thomas (ANA) disse
que a outorga da ANA garante quantidade de água para os usuários, no entanto é
obrigado que os usuários se adaptem quanto ao nível. A representante da FIESP in-
formou que não se sente confortável em jusante de Santa Cecília. O Sr. Joaquim
Gondim (ANA) solicitou a manifestação dos envolvidos sobre a proposta, e tanto os
usuários do Canal de São Francisco como a CEDAE se declararam de acordo. Ficou
decidido que haverá a redução da vazão objetivo de Santa Cecília de 130m³/s atual-
mente praticado para 127,5m³/s a partir de 29/03/15, sendo mantido 35m³/s para ju-
sante de Santa Cecília e reduzido para 92,5 m³/s a média do rio Guandu: alternando
diariamente entre 100 e 85 m³/s [...] (AGEVAP, 27 mar. 2015).

A seguir as discussões giraram nas contribuições da resolução conjunta ANA e os ór-


gãos gestores:
Minuta de Resolução Conjunta ANA, DAEE, IGAM e INEA sobre o Sistema Hi-
dráulico do Rio Paraíba do Sul; A Sra. Vera Lúcia Teixeira (CBH-MPS) comentou
que enviou ao CEIVAP ontem suas observações sobre a minuta da resolução. O
ONS está elaborando juntamente com os agentes do setor elétrico propostas de alte-
ração da nova resolução e adiantou que estão fazendo simulações para identificar
como deve ser feita a maximização do armazenamento dos reservatórios sem preju-
dicar o controle de cheias. O ONS vai encaminhar para a ANA estas propostas. O
Sr. Edson Falcão (INEA) questionou ao Joaquim Gondim(ANA) sobre o andamento
do Plano Nacional de Segurança Hídrica e que o mesmo poderia contemplar
ações/intervenções para diminuir a necessidade dos reservatórios do Paraíba do Sul
64

servirem como amortecimento de cheias. Joaquim Gondim (ANA) explicou que nos
planos de bacia não se tem o detalhamento aprofundado dos eventos extremos e no
plano de segurança hídrica, a ANA irá consultar os Estados. Solicitou que o André
(Agevap) coordenasse uma reunião entre os organizadores desse plano da ANA e os
Estados. Foi solicitado ao Patrick Thomas (ANA) que o prazo da entrega das contri-
buições para a resolução fosse adiado para 06/04/15, logo após a próxima reunião do
grupo. O Patrick ficou de acordo com o solicitado. Joaquim Gondim (ANA) apre-
sentou fotos das macrófitas existente na ponte de Guaratingueta e solicitou que os
representantes de São Paulo dessem um apoio para o tratamento desta questão para
não ter o comprometimento da ligação. Edson Falcão (INEA) solicitou que fosse
pautada para as próximas reuniões a aprovação da ata da reunião anterior. Assim se-
ria dada transparência de todas as ações que estão sendo tomadas. Sendo acordo que
as próximas reuniões o primeiro ponto de pauta será sempre a aprovação da ata da
reunião anterior. O Sr. Édes Fernandes (CEDAE) solicitou que fosse apresentada
novas simulações do reservatório equivalente para o ano de 2015. O Joaquim Gon-
dim (ANA) vai propor cenários para o ONS elaborar novas simulações a serem
apresentadas na próxima reunião [...] (AGEVAP, 27 mar. 2015).

Na décima reunião, ocorrida em 06.04.15, discutiu-se a questão da quantidade e qua-


lidade de água nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo e das intervenções que estavam
sendo realizadas pelas empresas de saneamentos público dos municípios e das empresas no
canal de São Francisco.
[...] O representante da Light informou que houve aumento da incremental no trecho
entre Funil e Santa Cecília e que foi preciso aumentar a geração em Pereira Passos
em alguns dias. No dia 29/03 o protocolo foi acionado pelo INEA solicitando a ele-
vação da geração em Pereira Passos, por solicitação da TKCSA. 5 - Julio Cesar An-
tunes(CEDAE) relatou que não houveram alterações significativas. Jorge Neves
(SAAE BM ) disse que a situação no município de Barra Mansa está dentro da nor-
malidade. Marcelo Nunes(FCC) comentou que no dia 03/04 houve uma parada de 3
horas, já no dia 04/03 houve uma parada de 9 horas , sendo que estão parados desde
o dia 05/04 totalizando 30 horas de paralisação. Marcos Vinicius Gimenez (TKCSA)
informou que houve uma grande interrupção no dia 28/03, no dia 29/03 acionaram o
protocolo via INEA e no dia 30/03 a situação foi normalizada. Nos dias seguintes
ocorreram interrupções de 8 a 10 horas. O total de horas paradas foi de 30 horas.
Alexandre Soares(Gerdau) relatou que desde o dia 05/04 a partir de 10 horas ficaram
19 horas paradas. Quanto à reservação, o representante da Gerdau informou que es-
tão no limite e por isso podem acionar o protocolo a qualquer momento. Paulo Diniz
(ONS) lembrou que atualmente estão sob influência da maré sizígia e a lua cheia es-
tá terminando hoje, por isso a tendência é que as condições melhorem nos próximos
dias [...] (AGEVAP, 6 abr. 2015).

A seguir discutiram sobre o a questão de qualidade das águas no estado do Rio de Ja-
neiro, e no estado de São Paulo.
Apresentação sobre Monitoramento da Qualidade das Águas – INEA Monitoramen-
to especial da cunha salina no Canal São Francisco - O representante do INEA rela-
tou que no dia 23/03 foi o período da superlua e houve um temporal no Rio de Janei-
ro o que pode ter mascarado o resultado. A salinidade não chegou a atingir a capta-
ção da CSA sendo que no dia 03 de março houve a maior intrusão, de 8 km, com a
vazão de defluência em Pereira Passos de 100 m³/s e no dia 23/03 houve a menor in-
trusão que foi a 4 km, com a vazão de 166 m³/s. Quanto à qualidade da água todos
os resultados de cianobactérias, exceto os do reservatório de Funil (ponto FN150),
indicam que ainda não foram ultrapassados os limites máximos determinados na re-
solução CONAMA .No que diz respeito ao perfil do IQA a qualidade das águas do
Rio Paraíba do Sul e Rio Guandu ainda se apresenta em níveis satisfatórios para fins
de abastecimento, com indicação de piora no trecho de Volta Redonda, e em parte
65

de Três Rios na medição registrada em março de 2015. O Coordenador do GTAOH


pediu que os representantes do Estado de São Paulo se manifestassem sobre os im-
pactos na qualidade de água, ou nas captações do trecho paulista, com as reduções
que foram aplicadas em Paraibuna e Santa Branca. Renato Rossetti (CETESB) in-
formou que não tiveram alteração na qualidade da água tanto na saída de Santa
Branca quanto a jusante em Queluz , na entrada de Funil, e os IQAs estão dentro da
normalidade [...] (AGEVAP, 6 abr. 2015).

A seguir as discussões foram sobre a quantidade, os membros do GTAOH fizeram


seus relatos.
[...] André Marques (AGEVAP) relatou que fez uma visita à captação nas empresas
White Martins e Cebrace localizadas no município de Jacareí. As duas empresas têm
captação em conjunto e já tiveram problemas em suas captações anteriormente e por
isso instalaram um sistema com captação flutuante e três bombas submersas. - Em
visita à captação de Paraibuna, que fica no município de Paraibuna, foi constatado
que existe um barramento que garante o abastecimento da mesma. Após a visita nas
duas empresas foi concluído que não foram apresentados problemas na captação e
por isso foi dado sinal verde ao Paulo Diniz(ONS) para implementar as reduções ne-
cessárias, fato que também foi informado ao Patrick Thomas (ANA). Quanto à cap-
tação de Jacareí, André Marques (AGEVAP) disse que entrou em contato com o
SAAE Jacareí que informou que não tiveram problemas no dia da redução [...]
(AGEVAP, 6 abr. 2015).

O ONS fez uma apresentação sobre as condições hidrológicas e do armazenamento


nos reservatório equivalente na bacia do rio Paraíba do Sul.
[...] (ONS) relatou que houve aumento de vertimentos em Santa Cecília no dia 31/03
por conta de chuva na incremental não controlada, mesmo com a redução na de-
fluência de Funil. Quanto à previsão meteorológica, a partir do dia 15/04 há previsão
de frente fria, mas nada significativo, pois o mês de abril é um mês de precipitações
baixas, com condições de chuva mais baixas, dado a proximidade do período seco. -
As vazões naturais observadas em Santa Cecília continuam superiores aos 127,5
m³/s acertados e por isso se está conseguindo armazenar água no reservatório equi-
valente. Em 05/04/15 o reservatório equivalente estava com 16,7% de armazena-
mento e na mesma data do ano anterior estava em 40,7%. Na avaliação da condição
hidrológica atual em comparação ao ano de 2014, menor média do histórico para es-
te período, a média observada de dezembro/14 a março/15 corresponde a mesma do
ano anterior, ou seja, de 100%. Simulação sobre a perspectiva de armazenamento
equivalente até novembro de 2015 considerando os seguintes cenários: Mantido
80% da vazão de 2014 para o ano de 2015 – apresentaria 3% do reservatório equiva-
lente em novembro de 2015; Mantido 90% da vazão de 2014 para o ano de 2015 –
apresentaria 8% do reservatório equivalente em novembro de 2015; Mantido 100%
da vazão de 2014 para o ano de 2015 – apresentaria 13% do reservatório equivalente
A simulação considerou como premissa a adoção de 127,5m³/s como vazão objetivo
em Santa Cecília até o fim de maio e a partir de 01/06 uma redução para 110m³/s
[...] (AGEVAP, 6 abr. 2015).

Depois falaram das intervenções que estavam sendo realizados nas empresas de sane-
amentos municipais e dos usuários no canal de São Francisco.
[...]Andamento das obras nas captações O representante da TKCSA relatou que o
andamento das obras depende de licença que será obtida junto ao INEA. Informou
que entregaram documentação ao INEA e terão uma reunião com o gabinete de se-
gurança hídrica para apresentação de projetos e condicionantes O INEA garantiu que
o licenciamento não seria um empecilho para o início das obras, com previsão de
execução de 60 dias. A solução técnica mais viável para fazer a obra dentro do prazo
é a estaca prancha, pois será a solução mais rápida na execução e barrará a cunha sa-
66

lina. Lívia Soalheiro (INEA) informou o processo de licença será pautado na reunião
gabinete de segurança hídrica. André Marques (AGEVAP) relatou sobre o andamen-
to das obras ao longo do rio Paraíba do Sul e disse que sua preocupação maior é o
prazo de entrega das bombas, pois as obras estão encaminhadas, e já foi conversado
com a CEDAE e a SABESP sobre um Plano B para que numa emergência as com-
panhias de saneamento ajudem os municípios que não estão inseridos em sua área de
atuação. Informou que estão trabalhando em cima das metas para a redução que será
realizada em junho. O Coordenador do GTAOH perguntou à ANA se haverá pro-
posta de alguma redução ou se permanecerão com o valor atualmente praticado para
que tenham conhecimento das incrementais. Joaquim Gondim (ANA) disse que a
função da ANA não é causar desabastecimento e sim poupar águas nos reservatórios
pensando nesse ano e no ano que vem. A Agência concorda em esperar essa semana
para que tentem entender melhor os acontecimentos. A ANA concordou que essa é
uma semana de avaliação e que gostariam de deixar registrado para que os órgãos
envolvidos façam sua parte em obter as informações necessárias para estudarem o
assunto. - Julio Cesar Antunes (CEDAE) sugeriu que fosse avaliada uma proposta
para a operação do rio Guandu, que atualmente varia diariamente entre 85m³/s e 100
m³/s, de modo que se tenha valores intermediários de vazões tanto na subida quanto
na descida mantendo a média de 92,5m³/s em 2 dias. Marcelo Carvalho(FURNAS)
disse que a operação de alternar 24 horas é para que haja um tempo para empurrar a
cunha salina no Canal de São Francisco e assim alternar os dias de captação e não
captação pelos usuários da foz. Alexandre Soares(Gerdau) disse que não sabe se
conseguem captar em quantidade suficiente com média mais baixa pra encher o re-
servatório e que irá verificar essa possibilidade. Paulo Diniz(ONS) disse que se o es-
calonamento for feito durante um dia não terá efeito na captação. Joaquim Gondim
(ANA) perguntou qual seria o valor mínimo praticado em Lajes, que hoje é de
10m³/s, tendo em vista que Lajes é um reservatório estratégico e que devem pensar
em deixá-lo o mais cheio possível. Humberto Duarte(Light) respondeu que o míni-
mo de 10m³/s é praticado em função da limitação das máquinas de Fontes. Eduardo
Dantas (CEDAE) disse que verificou que a defluência de Santa Branca não conse-
guiu atingir os 30m³/s almejados com a redução e gostaria de saber qual é o motivo e
se há alguma limitação. Diogo Azevedo (Light) informou que qualquer alteração da
potência da unidade geradora está variando a vazão defluente do gerador. Consegui-
ram colocar 31m³/s de defluência, sendo o valor mais próximo e qualquer variação
de megawatt pode descer a vazão e ficar abaixo dos 30m³/s. Paulo Diniz(ONS)
complementou dizendo que a ideia é manter uma folga para não errar para baixo a
defluência e haver algum problema por conta de um valor inferior aos 30 m³/s [...]
(AGEVAP, 6 abr. 2015).

Para finalizar foram discutidas as contribuições para a minuta da resolução conjunta


ANA e órgãos gestores sobre a regularização da bacia do rio Paraíba do Sul.
[...]Discussão da Minuta de Resolução Conjunta ANA, DAEE, IGAM e INEA sobre
o Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul; Vera Lucia Teixeira (CBH-MPS) in-
formou que solicitou a inclusão do CEIVAP no Grupo de Assessoramento à Opera-
ção do Sistema Hidráulico do rio Paraíba do Sul – GAOPS , no art. 3º e questionou o
fato de que o CEIVAP deveria assinar a Resolução juntamente com os órgãos gesto-
res. Patrick Thomas(ANA) informou que a pedido do ONS e do CEIVAP, a propos-
ta inicial de Resolução foi alterada e os mesmos foram incluídos no grupo que sub-
sidiará os dirigentes dos quatro órgãos gestores na aprovação da resolução . Por ser
uma resolução regulatória deve ser assinada pelos órgãos gestores que têm poder re-
gulatório e tendo em vista que cada ente tem sua competência, não será possível que
o CEIVAP e o ONS assinem a resolução. Paulo Diniz(ONS) fez um breve relato re-
ferente ao diagnóstico feito pelo setor elétrico através de simulações concretas sobre
o impacto da minuta de Resolução Conjunta. A ideia dessa proposta é o foco na re-
servação de água e manutenção dos reservatórios em níveis elevados de armazena-
mento. Foram fechadas sugestões de aprimoramento da minuta a partir de resultado
de simulação utilizando a séria histórica. O documento está sendo finalizado para ser
encaminhado à ANA até o fim de semana e posteriormente será feita uma apresenta-
67

ção ao GTAOH. O Grupo discutiu sobre o prazo para entregar a Resolução Conjunta
ao Supremo Tribunal Federal. Patrick Thomas(ANA) solicitou que o ONS encami-
nhe a proposta o mais cedo que conseguirem, tendo em vista o curto prazo para en-
trega. Marcelo Carvalho(FURNAS) informou que as propostas já recebidas serão
enviadas à ANA até o final do dia. A proposta do CBH-PS será enviada no dia se-
guinte, tendo em vista feriado no município de Taubaté/SP [...] (AGEVAP, 6 abr.
2015).

Na décima primeira reunião, ocorrida em 16.04.15, a discussão abordou a falta de


chuvas nas incrementais da bacia do rio Paraíba do Sul e, com isso, uma possível nova redu-
ção na vazão objetiva de Santa Cecília. Mas, após amplo debate, chegaram a conclusão de não
realizar a redução, pois havia muitos acionamentos ao protocolo de emergência:
[...] O representante da Light informou que na parte da manhã do dia 14/04 houve
acionamento do protocolo de emergência pelo INEA devido a problemas de capta-
ção na CSA . A defluência de Pereira Passos ficou em 115m³/s até às 0h00 do dia
14/04 sendo que a partir do dia 15/04 foi para 110m³/s e após as 18 horas do mesmo
dia, a defluência foi normalizada para a meta que era de 85m³/s . O representante da
TKCSA disse que no dia do acionamento do protocolo de emergência a TKCSA fi-
cou no total um período de 24 horas sem captar e tiveram que parar doze caldeiras
de recuperação que geram vapor em alta pressão e em função da parada dessas cal-
deiras tiveram que parar a turbina a vapor. Com o ocorrido, passaram a operar uma
turbina a gás com gás natural (ao invés de gás de alto forno), provocando uma redu-
ção total da geração de cerca de 305 MW havendo também a interrupção na produ-
ção de aços especiais, redução do estoque de água desmineralizada para produção de
vapor e em determinado momento corte da água potável no site. Como no período
em que houve captação não foi possível captar com condutividade abaixo de 300 µS,
houve nova parada na captação quando a condutividade atingiu 1000µS, valores não
apropriados à produção de água desmineralizada com esse valor de condutividade. O
protocolo de emergência foi acionado no dia 14/04, conforme informado pela
LIGHT, a captação foi normalizada no dia 15/04 e os estoques foram sendo restabe-
lecidos na sequência. O representante da Gerdau relatou que estão em situação simi-
lar às outras empresas e que no mês de abril já ficaram 87 horas paradas, sendo que
no dia 14/04 ficaram parados 19 horas, com normalização após o acionado o proto-
colo. O representante da FCC comentou que estão com uma média de 9 horas para-
das e como estão com utilizando duas bombas estão conseguindo manter a operação
dentro da normalidade. 8 - O representante da CEDAE informou que não tiveram
nenhuma situação para destacar em relação à captação da ETA Guandu. Em relação
à operação de diminuir o degrau nãohouve nenhuma mudança. O representante da
CEDAE Interior relatou que no dia 09/04 foram colocados equipamentos em Carola,
Barra do Piraí/RJ, e com isso estão com o sistema normal. O representante do SAEE
Barra Mansa disse que a captação em Barra Mansa também está dentro da normali-
dade [...] (AGEVAP, 16 abr. 2015).

A discussão seguinte foi a falta de chuvas nas incrementais e uma possível nova redu-
ção:
[...] O Coordenador do GTAOH informou que haverá redução no nível por conta da
queda na incremental e assim perguntou ao representante do SAAE BM qual seria a
menor leitura de régua que poderiam captar. Jardel Azevedo(SAAE BM) disse que
buscaria as informações para comunicar o Grupo. Vera Lucia Teixeira (CBH MPS)
relatou que recebeu a informação de que estão conseguindo manter a captação, pois
quando a vazão é reduzida estão entrando com flutuante na margem, mas solicitou
que devem verificar a vazão em Funil com a redução das incrementais. - Zeila Piotto
(CBH-PS) comentou que não houve relato dos usuários até o momento. Os represen-
tantes do DAEE, CESP e SRRH também informaram que nesse período esteve tudo
dentro da normalidade. João Gomes(CBH BPSI) relatou que São João da Barra en-
68

frenta problemas com a intrusão salina e que solicitou ao André Marques(AGEVAP)


que faça um relato oficial para colher as informações sobre o que está ocorrendo na
região. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que não estão dizendo que a situação de
São João da Barra está dentro da normalidade e que estão reunidos justamente para
ouvir os relatos. O representante de FURNAS comentou, ainda, que questionam so-
mente o fato de que o impacto das reduções de vazão na região do BPSI é menos
significativo, pois a região possui uma bacia contribuinte, mas que apesar de tudo
sabe que o momento é de crise. João Gomes(CBH BPSI) informou que a CEDAE de
São João da Barra está com problemas na captação e que segundo o supervisor as
bombas estão ocorrendo paradas duas vezes ao dia por conta da salinidade. Apresen-
tação sobre Monitoramento da Qualidade das Águas - INEA O representante do
INEA relatou que na medição da cunha salina em 06/04 , em função da chuva, a
medição foi interrompida no ponto 9 e que estava com 10, 35% de salinidade . Com
a interrupção no dia 06/04 houve um decaimento que chegou à linha do limite da
área 12, após a FCC, com o equivalente a 8 km da intrusão da cunha salina. Quanto
à qualidade da água, no resultado da avaliação das cianobactérias houve uma queda
significativa ficando abaixo do padrão da CONAMA. No que diz respeito ao IQA,
em abril houve uma melhora em todo o trecho de Funil até a foz do Canal de São
Francisco sendo que estão dentro de uma faixa de qualidade boa, inclusive no Guan-
du. No trecho até Campos dos Goytacazes houve melhora, além de Volta Redonda,
sendo único ponto preocupante é o de Três Rios [...] (AGEVAP, 16 abr. 2015).

O representante do ONS falou das condições hidrológicas e de armazenamento da ba-


cia do rio Paraíba do Sul:
[...] informou sobre operacionalização das vazões acertadas, tento em vista que tanto
em Santa Cecília quanto em Pereira Passos, pelo fato de não ter ocorrido chuvas na
bacia, a operacionalização da vazão foi facilitada. Em Santa Cecília e Pereira Passos
não houveram desvios significativos, com exceção ao acionamento do protocolo
ocorrido em 14/04. Quanto à previsão meteorológica, não há previsão de ocorrência
de precipitações significativas. Com a proximidade do período seco, as frentes frias
passam de forma muito rápida pela Região Sudeste do Brasil. Sobre as condições
hidrológicas e de armazenamento, em função da ausência de chuvas significativas,
houve o início de um quadro recessivo nas vazões naturais, estando as mesmas com
valores em torno de 120m³/s nos últimos dias. A continuidade deste quadro recessi-
vo, com a ocorrência de vazões médias inferiores às que estão sendo praticadas co-
mo vazão objetivo em Santa Cecília, ou seja, 127,5m³/s, haverá a necessidade de se
iniciar o desestoque da água armazenada nos reservatórios a montante. Em 15/04/15
o reservatório equivalente estava com 16,8% de armazenamento e na mesma data do
ano anterior estava em 40%. Na avaliação da condição hidrológica atual em compa-
ração ao ano de 2014, a média observada de dezembro/14 a abril/15 corresponde a
100% [...] (AGEVAP, 16 abr. 2015).

Para finalizar, o coordenador solicitou que não houvessem nenhuma redução, pois
houve muito acionamento do protocolo de emergência.
[...] O Coordenador do GTOAH propôs não haver nenhuma redução no momento,
observando as condições ao longo da semana que vem, pois ocorreram muitos acio-
namentos ao protocolo de emergência e não identificaram nenhuma folga que pu-
desse explorar. Patrick Thomas (ANA) concordou em aguardar uma próxima reuni-
ão para discutirem a possibilidade de uma redução. Andamento das obras Os repre-
sentantes da FCCSA e TKCSA informaram que na semana anterior houve evolução
na contratação das obras, já foram entregues as condicionantes e que a liberação da
licença está prevista para hoje (16/04). Os representantes da TKCSA e GERDAU in-
formaram que as quatro empresas (Gerdau / TKCSA / FCCSA / Furnas) já iniciaram
os trabalhos que podem ser adiantados sem o impacto para licença. Edson Fal-
cão(INEA) comunicou que a intervenção foi aprovada e que somente a documenta-
ção da licença ainda não foi enviada, e que não há nenhuma objeção por parte do
INEA. O representante da CEDAE relatou que elaboraram dez projetos que já estão
69

fechados e atualmente estão aguardando a assinatura do convênio com a AGEVAP


para iniciarem as obras. Ressaltou que a única preocupação é com a obra de São Jo-
ão da Barra, porém acredita que cumprirão os prazos. Julio Cesar Antunes(CEDAE)
disse que em relação ao Guandu, estão desenvolvendo internamente alternativas para
mudança na qualidade de água e em relação a intervenção hidráulica, os obras já fo-
ram feitas [...](AGEVAP, 16 abr. 2015).

Na décima segunda reunião, ocorrida em 28.04.15, discutiu-se sobre os impactos que a


escassez hídrica estava causado como o aumento de macrofitas em várias partes da bacia do
rio Paraíba do Sul e a mortandade de peixes na represa de Tokos por falta de vazão ecológica.
[...] O representante da Light informou que em alguns dias tiveram que aumentar ge-
ração e hoje (28/04) a pedido da TKCSA foi acionado o protocolo de emergência
onde foi elevada a vazão para 115m³/s em Pereira Passos. O representante do SAEE
de Barra Mansa relatou que está tudo dentro da normalidade na captação do municí-
pio. O Coordenador do GTAOH comentou que a vazão de Funil foi elevada, pois a
estação de Barra Mansa apresentou níveis muito baixos e essa medida foi tomada
para evitar problemas no município. O representantes da CEDAE Interior e da CE-
DAE Guandu informaram que não houveram alterações significativas. O represen-
tante da Gerdau disse que houve a necessidade do acionamento de protocolo e no dia
20/04 a situação foi normalizada. O representante da TKCSA relatou que nos dias
13 e 14/04 ocorreu uma parada grande. A situação foi normalizada e entre os dias
24, 25 e 26/04 e nessas datas não houve praticamente nenhuma parada. A partir de
27/04 tiveram uma parada maior e o protocolo teve que ser acionado. O representan-
te da FCC informou que assim como na Gerdau e na TKCSA foram feitos ajustes in-
ternos para se adequar a situação, de 27/04 para 28/04 tiveram uma parada na capta-
ção de 4 horas. O INEA informou que não fariam a apresentação referente ao moni-
toramento da qualidade das águas, tendo em vista que os dados ainda não tinham si-
do finalizados devidos aos feriados que dificultaram a logística dos andamentos da
análise e que a apresentação será feita na próxima reunião. O Coordenador do
GTAOH disse que, como o protocolo de emergência foi acionado diversas vezes,
não enxerga como fazer uma nova redução de vazão [...] (AGEVAP, 28 abr. 2015).

A seguir houve discussão sobre o andamento das intervenções que estavam sendo rea-
lizadas no canal de São Francisco.
[...] Andamento das obras: José Governo (TKCSA) disse que a obra do aumento da
capacidade de estocagem está seguindo o cronograma e deve terminar em maio. Ou-
tro ponto é a interligação das captações, o projeto inicial não foi aceito pelo órgão
ambiental e estão tendo problemas fundiários, estão fazendo os esforços necessários,
porém dependem de fatores externos. O representante da Gerdau disse que já tem a
licença, já contrataram a obra, estão preparando o canteiro, seguem com o tratamen-
to das condicionantes e trarão uma apresentação para a próxima reunião, lembrando
que estão trabalhando para cumprir o prazo. Patrick Thomas (ANA) perguntou sobre
situação da unificação das captações e com relação ao problema fundiário qual seria
a previsão para concluir a obra. - O representante da TKCSA informou que a obra
civil não há problema maior e que mesmo com os problemas enfrentados a previsão
máxima de término é até o mês de julho. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se
CEDAE está fazendo alguma adequação para redução. Julio Cesar Antu-
nes(CEDAE) disse que em termos hidráulicos não há mais nada a ser feito e somen-
te estão analisando a variação em relação à tecnologia disponível de tratamento e de-
senvolvendo testes. O representante da CEDAE Interior informou que os documen-
tos necessários já foram preparados e após assinatura dos convênios, que já estão na
AGEVAP, as obras terão andamento. O representante do DAEE informou que há
um trecho com índices de alcalinidade em Jacareí. Apresentação sobre as condições
hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio Paraíba do Sul – ONS Paulo Di-
niz (ONS) relatou que em relação à Santa Cecília houve condição de atendimento
acertada e em relação a Pereira Passos houve o acionamento do protocolo duas vezes
70

e por isso houve necessidade de elevação na vazão. Previsão Meteorológica: Com a


passagem das frentes frias de forma mais lenta na região Sul, a medida que se apro-
ximam do Sudeste, elas giram em direção ao Oceano Atlântico o que gera uma chu-
va constante com intensidade muito pequena. Há probabilidade de ocorrência de
chuva na baixada fluminense no trecho do Guandu . Em relação ao armazenamento
houve um pequeno aumento, chegando agora no valor de 18% porém pode ser que
entrem num quadro recessivo quanto às vazões naturais de Santa Cecília e de início
do uso do armazenamento dos reservatórios a montante. No dia 27/04/2014, a vazão
era de 39,6% [...] (AGEVAP, 28 abr. 2015).

A discussão a seguir girou em torno do cumprimento da regularização da ANA no re-


servatório Paraibuna e o aumento das macrofitas na região de São Paulo.
[...] A vazão mínima flexibilizada na resolução da ANA em Paraibuna não está sen-
do praticada para que se consiga elevar um pouco o volume de Santa Branca. O Co-
ordenador do GTAOH disse mais uma vez que não haveria redução e perguntou ao
Patrick Thomas(ANA) se a ANA concorda com esse posicionamento. Patrick Tho-
mas (ANA) informou que está de acordo com a proposta, pois houve problema na
foz do Guandu e não há folga para implementar a redução. O representante da ANA
lembrou que, no início de maio, o INEA, iria apresentar propostas para os testes de
implementação dos 110 m³/s a partir de 1 de junho e solicitou seja apresentado na
próxima reunião, assim como será a repartição de vazões do baixo Paraíba do sul e
do Guandu e como será a operação diária no rio Guandu. Edson Falcão (INEA) su-
geriu que em função de reunião do gabinete de segurança hídrica com os usuários do
canal de São Francisco, que a próxima reunião do GTAOH fosse no dia 14/05, já
com os resultados da reunião. Fabrício Gomes(DAEE) relatou que os alguns muni-
cípios do trecho paulista estão sofrendo com a proliferação de macrófitas e que en-
caminharam um ofício à ANA para relatar o ocorrido. Patrick Thomas(ANA) suge-
riu que o André Marques (AGEVAP) fizesse uma apresentação detalhada sobre da
situação do problema das macrófitas, na próxima reunião do GTAOH e assim discu-
tir dentro do grupo quais encaminhamentos poderiam ser tomados para resolver o
problema. Edson Falcão(INEA) propôs que, caso haja a necessidade, o grupo de es-
tudos sobre Macrófitas do CEIVAP seja reativado. Maria Aparecida Vargas (CEI-
VAP/Energisa) pediu que avaliem a situação primeiro e que depois verifiquem a ne-
cessidade de reativação do grupo [...](AGEVAP, 28 abr. 2015).

Os participantes discutiram em seguida a alteração da resolução conjunta ANA e os


órgãos gestores:
[...] Apresentação da Proposta de Alteração da Minuta de Resolução Conjunta
ANA, DAEE, IGAM e INEA sobre o Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul,
elaborada pelo ONS, CESP, LIGHT e FURNAS. Paulo Diniz(ONS) informou que o
ONS emitiu uma carta à ANA relatando o resultado preliminar e que a proposta de
minuta da nova resolução têm a tendência de manter o armazenamento médio de re-
servatório em níveis mais elevados e isso poderia gerar um conflito no controle de
cheias. O representante do ONS informou que tiveram dificuldades para fazer uma
simulação a nível diário, e assim solicitaram o prazo de até a metade da primeira
quinzena de maio para entrega de Nota Técnica explicitando os possíveis impactos
da minuta de resolução. O representante do ONS disse, ainda, que após testes o ONS
conseguiu convergir numa simulação ideal e que estão elaborando a estatística do
resultado e o objetivo é cumprir até o fim de maio o diagnóstico e a proposição de
alterações na minuta sob a ótica de diminuição desses dois conflitos. O Coordenador
do Grupo comentou sobre o trabalho que está sendo feito pelo ONS, Furnas, Light e
CESP e que a dificuldade encontrada na proposta de resolução é o fato de deixar os
reservatórios muito cheios e que em situações de cheia poderá ocorrer problemas.
Estão em busca de uma flexibilização da regra proposta. 31 - Julio César Antunes
(CEDAE/Comitê Guandu) questionou se na simulação estão considerando tanto a si-
tuação de escassez de água como os casos de excesso de água dentro da própria ba-
cia. Maria Aparecida Vargas (CEIVAP/Energisa) informou que houve um estudo da
71

ANA sobre cheias nos rios Pomba e Muriaé e que a tendência é que a partir desses
estudos os reservatórios desses rios se tornem reservatórios de regularização. Patrick
Thomas(ANA) relatou que as propostas de alteração na minuta enviadas pelo CEI-
VAP, foram encaminhadas para avaliação dos órgãos estaduais, tendo em vista que a
resolução é conjunta, e assim que a ANA tiver alguma resposta, disponibilizarão a
versão nova da proposta de resolução. Sobre a carta enviada pelo ONS,o problema é
o prazo que a ANA tem com o STF, e que o prazo de 30/04/15 está sendo renegoci-
ado pelo Diretor Presidente da ANA, porém ainda não tem respostas. O Coordena-
dor do GTAOH lembrou que nos estudos feitos foi verificado que para manter o
grau de segurança atual serão verificados volumes de espera maiores e por isso estão
fazendo proposição para alterações nas regras para chegar num ponto de equilíbrio
onde se tenha um armazenamento máximo que garanta a regularização e que dê o
mesmo grau de segurança que tinham com o controle de cheias. Paulo Diniz(ONS)
lembrou que há claramente uma divisão da estratégia de divisão de controle de chei-
as: o que é feito pelo setor elétrico e o que é feito no controle de cheias nos rios
Pomba e Muriaé, pois neles não há reservatórios de regulação de porte e por isso é
necessário o controle. Nos possíveis novos reservatórios, que não serão operados pe-
lo setor elétrico e que não serão atingidos pela minuta e há a necessidade de avaliar
os riscos de inundação nas cidades onde é feito o controle de cheias. Edson Fal-
cão(INEA) citou que como existe grande vulnerabilidade nos municípios de Barra
Mansa e Volta Redonda, há uma maior frequência de inundações, e como esses mu-
nicípios possuem rios de grande porte poderiam ser estudadas possibilidades de bar-
ramentos para controle de inundação e questionou se existe a possibilidade de utili-
zação de recursos no CEIVAP para viabilização do projeto. O INEA, por exemplo,
está desenvolvendo um projeto de regularização fundiária ao longo do rio Paraíba do
sul para propor ações para diminuir a exposição da população à inundações. Maria
Aparecida Vargas (CEIVAP/Energisa) comentou que devem ter a visão de que ou-
tras situações podem facilitar as regras operativas, ou seja, devem lembrar que os re-
servatórios em Minas Gerais estão garantindo água para o norte fluminense e por is-
so devem ter o olhar para os facilitadores que irão surgir. O Coordenador do GTA-
OH disse que os agentes de operação tem a visão de curto e médio prazo e que ações
estruturantes são de responsabilidade de outros órgãos. Paulo Diniz(ONS) relatou
que: um dos itens da minuta de resolução já permite a existência de um volume re-
gularizado passível de ser usado em período de seca de mais de 400 hm³ para situa-
ção de escassez e por isso devem tomar cuidado com a redundância no caso de utili-
zação de reservatórios em volumes mais elevados [...] (AGEVAP, 28 abr. 2015).

Finalizando a reunião, a discussão foi sobre a mortandade peixes em Tokos por falta
de uma vazão mínima:
[...] Assuntos Gerais - Vera Lucia Teixeira(CBH MPS) fez algumas considerações
sobre o reservatório de Tocos, pois recebeu um cd com fotos e por isso manifestou
preocupação sobre o esgoto lançado no local e com a redução do volume da vazão
natural. Humberto Duarte(Light) informou que a Light recebeu a informação sobre a
mortandade de peixes no leito do rio Piraí a jusante de Tocos, mas sem maiores de-
talhes que permitissem uma análise do fato. A Light teve uma reunião com Secreta-
ria de Meio Ambiente de Piraí para buscar maiores informações. Pela informação da
Vera sobre lançamento de esgoto no local, acredita que o problema pode ter sido
ocasionado pelo lançamento de esgoto e não pela operação do reservatório, uma vez
que o reservatório opera da mesma forma há mais de 100 anos, sem causar proble-
mas. O representante da Light disse, ainda, que não há documentos que indiquem a
definição de uma vazão mínima e que não é correto aumentar a vazão para diluir o
esgoto e sim o tratar do esgoto. Destacou também que a maior afluência ao reserva-
tório de Lajes é proveniente do túnel de Tocos e que a manutenção de uma vazão a
jusante de Tocos reduziria o armazenamento de Lajes podendo comprometer a re-
serva estratégica para o atendimento ao Rio de Janeiro. Paulo Diniz(ONS) disse que
as preocupações levadas à reunião deveriam sempre vir de um órgão oficial. Maria
Aparecida Vargas(CEIVAP/Energisa) solicitou que as informações sejam enviadas
ao Coordenador do GTAOH antes de serem apresentadas nas reuniões do GTAOH. -
72

Patrick Thomas(ANA) informou que, em função de uma pedido do grupo, haverá


um capítulo no plano de contingência referente à qualidade de águas. Foi encami-
nhado aos órgãos responsáveis pelo monitoramento de água dos três estados para
avaliação da proposta e consolidarão para disponibilizar no site da ANA (AGEVAP,
28 abr. 2015).

Na décima terceira reunião14.05.15, os membros presentes fizeram um relato da qua-


lidade e dos impactos da quantidade e discutiram as previsões meteorológicas para os dias
seguintes e a possibilidade de não intervir na redução dos índices de vazão em função dos
numerosos casos de acesso ao protocolo de emergência. Discutiu-se também acerca das in-
tervenções nas captações públicas que estavam em curso e sobre os usuários do Canal de São
Francisco que aguardavam por uma liberação da Marinha para a colocação de begs no canal.
A discussão finalizou com a abordagem da questão das marcrófitas e o impacto que estas
exercem sobre as estruturas das pontes.
[...]Ágata Weinberg(INEA) fez as considerações referentes às atualizações da última
reunião relacionada ao monitoramento da qualidade das águas. A representante do
INEA informou que em Santa Cecília todos os resultados desde 2014 foram abaixo
do padrão do Conama e em três casos a densidade de cianobactérias encontradas foi
0 (zero). Com exceção do reservatório do Funil, que traz um pouco mais de preocu-
pação, os outros pontos monitorados estão dentro do padrão do Conama, porém de-
vem ter monitoramento constante. Relato dos usuários: O representante da CEDAE
Interior relatou que os níveis continuam baixos e que Coimbra tem o nível mais bai-
xo com 5 cm e em São João da Barra houve uma parada por conta da cunha salina
por duas horas no dia 01/05, 8 horas no dia 05/05 e 7 horas no dia 7/05. Julio Cesar
Antunes(CEDAE/Comitê Guandu) disse que não houve alterações. Jardel Azevedo
(SAAE Barra Mansa) informou que o nível está normal e estão captando com a bal-
sa durante 14 horas por dia. Há uma folga de 20 cm por conta das chuvas. José Go-
verno (CSA) relatou que no dia 27/04 houve uma emergência e a CSA ficou por
mais de 48 horas com suprimento de água interrompido, prejudicando por conse-
quência as atividades da empresa. O protocolo de emergência foi acionado, porém
sua reação não ocorreu como esperado. Neste dia houve uma liberação de 120 m³/s e
12 horas antes a Light já tinha confirmado esse valor para a vazão, mas ao longo do
dia tiveram que fazer uma solicitação extra uma vez que a condutividade no canal de
São Francisco ainda não havia enquadrado, que foi a liberação de 140 m³/s num pe-
ríodo de 12 horas. Como consequência, a partir do dia 28/04 o processo industrial do
complexo siderúrgico da CSA foi sendo paulatinamente afetado, sendo que o pro-
cesso industrial restou totalmente paralisado e a usina ficou sem água, inclusive para
consumo humano, sendo necessária a contratação de vários caminhões pipas para
abastecer o sistema interno de água potável. No dia 06/05, em nova parada de capta-
ção, a CSA acionou o protocolo de forma normal, em relação às paradas médias nes-
se período que são de 12 horas por dia. Para a CSA a parada de seu processo produ-
tivo integrado ocorrida entre os dias 28/04 e 30/04, por conta da baixa vazão no Ca-
nal de São Francisco, foi muito grave e o custo ultrapassou 1 milhão de dólares.
Marcus Gimenez (CSA) reforçou que houve parada em todas as linhas de processo
da cadeia de produção de placas de aço, além de duas turbinas de geração de energia
da UTE do Atlântico, comprometendo a geração de energia em 390 MWh (mega-
watts hora) e exigindo a importação de energia do SIN. Além disso, houve a neces-
sidade de contratação caminhões pipas para abastecimento do sistema de produção
de água desmineralizada e disponibilização de galões de água potável por todo o
complexo siderúrgico, pois não havia água no site, inclusive para consumo humano,
no dia 29/04, até a retomada da captação. José Governo (CSA) relatou que essas pa-
radas sem causas especificadas estão acontecendo duas vezes por mês, quase estabe-
lecendo um ciclo. Acredita que se deva descobrir o que acontece, para não sejam
prejudicados no futuro e que devem ter um protocolo de acionamento mais rigoroso
73

caso não seja detectado o problema técnico que está ocorrendo. Edson Fal-
cão(INEA) citou que nos dias anteriores as empresas tinham acionado o INEA e por
contar atualmente com monitoramento da condutividade na captação da CSA, foi
possível avaliar melhor a situação e não houve necessidade de acionar o protocolo
de emergência, já que foi possível verificar que a situação iria melhorar logo em se-
guida. Abílio Faia (FCCSA) disse que no mês de maio a FCCSA ficou com 30h de
parada, entretanto com a operação da bomba extra não teve problemas com a falta
d’água. Alexandre Soares(Gerdau) informou que entre os dias 01/05 a 12/05 totali-
zaram 72 horas de paralisação da captação. E a Gerdau possui uma reserva e não te-
ve problemas. Apresentação sobre as condições hidrológicas e de armazenamento da
Bacia do Rio Paraíba do Sul – ONS 13 - Paulo Diniz (ONS) relatou que quanto à
operacionalização da vazão acertada vertida em Santa Cecília e defluente em Pereira
Passos, como a variável chuva e aumento da incremental a jusante vem diminuindo,
estão conseguindo operacionalizar de forma mais tranquila a vazão vertida e prati-
camente não houve desvio significativo desde o dia 27/04. Em Pereira Passos a vari-
ável de maior destaque foi o acionamento ao protocolo de emergência, entre os dias
28/04 a 30/04 com a solicitação de aumento da vazão e no dia 06/05 houve um teste
de maquina na unidade geradora 2, além do acionamento ao protocolo de emergên-
cia, no dia 07/05 por parte da TKCSA. Uma das variáveis que estão enfrentando é a
diminuição da chuva principalmente na Baixada Fluminense. Após passarem as
frentes frias na região litorânea e a incidência do vento sul, poderão trazer uma ma-
ré meteorológica e o ONS trará mais informações na próxima reunião [...] (AGE-
VAP, 14 maio 2015).

Em seguida discutiram as previsões meteorológicas para os dias seguintes e a possibi-


lidade de não reduzir devido ao grande acesso ao protocolo de emergência.
[...] ausência total de chuva pela previsão do ETA, com possibilidade somente entre
os dias 16/05 e 17/05, lembrando que há uma atipicidade neste período sem previsão
de chuvas em nenhum lugar do Brasil que provavelmente trará estiagem forte para
os próximos 10 dias. A vazão objetivo em Santa Cecília está sendo da ordem de
127,5 m³/s e a vazão natural em torno de 135m³/s e em função disso o valor do re-
servatório equivalente em maio está praticamente constante e o valor de verificado
no dia 13/05/2015 foi de 18%. A tendência para os próximos dez dias é um período
de recessão e por isso pode ser necessário utilizar a água armazenada nos reservató-
rios de cabeceira. A vazão mínima flexibilizada de Paraibuna continua não sendo
aplicada, tendo em vista a necessidade de se afastarem armazenamento mínimo útil
em Santa Branca que tem um volume útil muito pequeno. Há um gargalo hidráulico
em Paraibuna e Jaguari e se houver alguma necessidade de aumentar as vazões à
montante é interessante terem os níveis dos reservatórios de Santa Branca e Funil
em condições razoáveis. O reservatório de Funil é o que está mais cheio comparado
aos demais em função das chuvas ocorridas nos últimos meses na bacia incremental
entre os reservatórios de Santa Branca e Funil. No mesmo período do ano passado o
reservatório equivalente estava com 37,1%, porém as se tinha outras condições de
uso da água. Em relação à média de dezembro de 2013 a maio de 2014, estão sendo
verificadas 102% das vazões para esse período. O Coordenador do GTAOH citou
que tendo em vista que o protocolo tem sido acionado com frequência no Canal de
São Francisco, não há margem pra fazer redução adicional [...] (AGEVAP, 14 maio
2015).

A AGEVAP relatou o andamento das intervenções nos sistemas de captação munici-


pais. E os usuários do canal de São Francisco do processo de licenciamento para colocação
dos begs e que estavam aguardando a liberação da Marinha.
[...] obras das cidades do Estado de São Paulo já começaram. Quanto à Aparecida,
Volta Redonda, Barra Mansa e Três Rios que são SAAEs a AGEVAP fez a compra
dos equipamentos necessários e está aguardando a chegada dos mesmos. Em relação
as obras da CEDAE, estão fazendo paliativos, mas também já estão iniciando as
74

compras do equipamentos. A cidade com maior problema, porém que não afeta o
andamento das atividades é Natividade da Serra onde terão que fazer um trabalho di-
ferente, pois não possui companhia de abastecimento e sim um departamento e por
isso não tem conhecimento da crise. A AGEVAP está esperando a chegada dos
equipamentos que são produzidos sob encomenda e tem um prazo de entrega entre
30 a 45 dias. Após o envio dos equipamentos a instalação é rápida, no entanto deve-
rá avançar alguns dias de junho. Apresentação da AEDIN sobre as obras no Canal
de São Francisco: Joaquim Lopes (Gerdau/AEDIN) relatou que pretendem instalar
uma soleira entre a CSA e a Gerdau. A solução que identificaram como melhor al-
ternativa é instalação de uma soleira por estacas-prancha e proteção de gabiões com
a intenção de proteger o leito do rio em função do aumento da velocidade pela res-
trição de seção para conseguir a diferença de pressão de um lado do rio para o outro
lado para compensar a entrada da cunha salina. Na seção do canal serão instalados
estacamentos que não restringirão a navegabilidade. Todo o material já está no gal-
pão, foi feita a supressão vegetal e estão preparando o canteiro para receber a solei-
ra. Quanto à licença da Marinha, que é a autorização que falta para que as obras se
iniciem, foi dada entrada no dia 30/04, após recebimento da licença do INEA no dia
29/04. No dia 04/05 a Marinha já estava fazendo inspeção para andamento do pro-
cesso. Já estão pronto para começar as obras há mais de uma semana, no entanto
sem ter o aval da Marinha não podem fazer nada e isso gerará atrasos para a conclu-
são. Após o recebimento da licença o prazo de execução é de 6 semanas para cravar
as estacas e ter a soleira funcionando. O Coordenador do GTAOH disse que havia a
programação para fazer a redução no dia 01/junho, porém pelo o que estão relatan-
do, caso haja demora na autorização da Marinha, o risco de atraso fica evidente. Jo-
aquim Lopes (Gerdau/AEDIN) informou que o prazo normal da Marinha é de 30 a
60 dias e que tem uma hierarquia a ser seguida na Marinha, porém a AEDIN está se
esforçando para antecipar este prazo. Se já tivessem começado as obras, entre 10 e
15 de junho já teriam concluído, mas precisam da autorização da Marinha. O Coor-
denador do GTAOH falou que deve haver uma programação para o possível atraso,
e por isso solicitou ao ONS uma simulação para avaliação dos impactos nos níveis
de armazenamento ao final do período de estiagem para um possível atraso na redu-
ção, prevendo que os 110m³/s comece a ser praticado em 1/julho. Patrick Tho-
mas(ANA) perguntou ao Joaquim qual é o prazo mínimo para instalação das estacas,
pois a Marinha teria que autorizar hoje a instalação das estacas para esse prazo ser
cumprido. Joaquim Lopes (Gerdau/AEDIN) disse que o prazo das obras são as 6
semanas e a partir do momento que começarem a instalar soleira já haverá uma me-
lhora em relação à captação, mesmo antes da obra de ser finalizada, mas ainda não
há como medir precisamente essa melhora. A questão mais crítica é a autorização da
Marinha para liberação da obra. - O Coordenador do GTAOH citou que em função
dos comentários da ANA pediu que o ONS considerasse em sua simulação também
a redução em 1º de agosto. Perguntou à Ana se teriam condições de intervir junto à
Marinha para acelerar o processo. Patrick Thomas(ANA) disse que a ANA possui
pouca capacidade de influenciar as Forças Armadas, tendo em vista os procedimen-
tos, condutas e prazos internos próprios. José Governo (CSA) relatou que tiveram
uma reunião do Gabinete de Segurança Hídrica e que essa questão foi discutida com
o Subsecretário de Estado, Antônio da Hora. O governo do Rio de Janeiro está sen-
sibilizado e há uma possibilidade do Governador entrar em contato com a Marinha,
mas seria necessária a ajuda de todos nesse processo. Patrick Thomas(ANA) comen-
tou que a obra deve começar somente após as autorizações e que levará a questão
para à Diretoria da ANA para avaliarem o que é possível fazer para apoiá-los, mas
disse não quer criar expectativas, pois a capacidade de influência com as Forças
Armadas é muito pequena. Perguntou aos participantes do Estado do Rio de Janeiro
se foi enviado algum ofício do Governo do Estado para a Marinha e se houver que
encaminhem à ANA para conhecimento. 31 - Edson Falcão(INEA) disse que já
houve contato informal, e não por ofício, do Secretário de Estado com a Marinha. A
Marinha se prontificou em atuar com agilidade, porém sua tramitação interna deverá
ser superior aos 20 dias inicialmente estimados pela AEDIN. Depois da reunião de
ontem o Subsecretário do Estado disse que iria encaminhar a apresentação da AE-
DIN para que o Governador do Estado do Rio de Janeiro entre em contato com a
Marinha. O Coordenador do GTAOH informou que como os relatos indicam uma
75

possibilidade de atraso na obras, não irão fazer a redução adicional e enfatizou que o
protocolo de emergência continua valendo. Patrick Thomas(ANA) está de acordo
com essa posição e pede que as simulações sejam feita somente no horizonte de ju-
lho e na próxima reunião avaliem se haverá necessidade de fazerem com outros ce-
nários. Lembrou que o INEA ficou de apresentar as propostas dos testes para im-
plementação da redução de vazão para 110m³/s, de como será a repartição e opera-
ção dessa vazão com o cronograma de testes. Edson Falcão(INEA) relatou que já se
realizou uma avaliação da repartição e proposta de testes, porém devido ao atraso
que ocorreu no início das obras não seria apropriado detalhar o assunto nessa ocasi-
ão. Disse que a ideia é que ocorra uma redução imediata, tão logo se conclua as
obras, de 100m³/s para 85m³/s no Guandu e que fosse diminuindo a cada 5 m³/s até
chegar aos 75m³/s no Guandu. O prazo para diminuir os 5 m³/s abaixo dos 85 m³/s
ainda não foi determinado, e depende de avaliação da CEDAE por conta da qualida-
de das águas. Acha que é mais aconselhável que o início dos testes ocorram apenas
quando as obras forem iniciadas, após a verificação da melhoria nos índices de con-
dutividade nos locais de captação. Patrick Thomas(ANA) perguntou sobre os avan-
ços da obra na unificação das captações, e sobre nova data prevista de conclusão que
seria 31/07 se a mesma será mantida. José Governo (CSA) disse que o problema
ainda é o licenciamento e que o processo está no setor de hidrologia do INEA, que
ainda não foi aprovado e esperam resolver a questão. O tempo máximo de é 90 dias
após a concessão da licença e acredita que seja liberada logo. Edson Falcão(INEA)
disse que tão logo a soleira esteja pronta e com o aumento na capacidade de armaze-
namento as condições da CSA serão mais favoráveis. Em relação ao licenciamento
do INEA, tiveram reunião com a CSA tendo em vista necessidade de alteração no
projeto e hoje ele verificará quando a documentação chegou ao INEA e o que preci-
sa ser feito para emissão da licença [...] (AGEVAP, 14 maio 2015).

Para finalizar a reunião as discussões giraram em torno das macrófitas e os impactos


delas nas estruturas das pontes.
[...] Apresentação da AGEVAP sobre os problemas decorrentes da proliferação de
macrófitas no Alto Paraíba do Sul André Marques (AGEVAP) relatou que a equipe
da AGEVAP fez visitas aos municípios mais afetados com a proliferação de macró-
fitas. Os municípios estão retirando as macrófitas e deixando às margens ou soltando
ao longo do rio fazendo com que as macrófitas parem no próximo município ou na
próxima ponte. Nos municípios de Taubaté e Pindamonhangaba, uma ponte foi in-
terditada com o auxílio do Exército. A primeira visita foi feita até Queluz e a próxi-
ma irão para o estado do Rio de Janeiro a partir de Resende. O Coordenador do
GTAOH disse que no passado o assunto já foi abordado no grupo e só foi resolvido
com remoção mecânica. Do ponto de vista hidráulico, não possuem medidas que
consigam fazer uma remoção eficiente das macrófitas, pelo contrário, caso soltem
uma grande quantidade de água para tentar remover as macrófitas podem sofrer com
as erosões, além de gastar água. Andréa Pimenta (ANA) lembrou que numa ação da
ANA para remoção de macrófitas, abriram um pouco o reservatório, mesmo assim
foi necessário fazer o descolamento das macrófitas. Atualmente a situação é outra,
mas a ANA não tem atribuição nem equipamentos para implementar essa situação e
por isso na época fizeram articulação entre os órgãos gestores locais. O Coordenador
do GTAOH disse que terão que fazer a articulação entre os comitês e fazer a remo-
ção com máquinas ou no caso poderiam também propor a reativação do Grupo de
Macrófitas do CEIVAP. Paulo Diniz (ONS) citou que o momento atual é o momento
adequado para que tomem uma providência, pois estão no período seco. Com as in-
crementais a possibilidade de danos estruturais nessas pontes também aumenta. An-
dré Marques (AGEVAP) pediu apoio a ANA para juntar os três órgãos gestores para
que pensem numa solução, pois os municípios não terão capacidade de resolver fa-
cilmente o problema. Patrick Thomas (ANA) comentou que a solução já é conhecida
e o que falta é ver quem vai pagar os custos, pois precisam avaliar o que cada órgão
tem disponibilidade de ceder para apoio. Perguntou à AGEVAP se não era possível
incluir dentro da ação emergencial um recurso para custear a ação de remoção das
macrófitas, tendo em vista que a AGEVAP tem agilidade maior de fazer contrata-
ções. André Marques (AGEVAP) disse que poderia fazer uma ata de preços de vá-
76

rios serviços que precisarão ser feitos , mas precisaria ter uma reunião em conjunto
para ver o que cada um pode disponibilizar, para que somem forças. Pede que o ór-
gão articulador seja a ANA para fortalecer o diálogo e assim tentar junto ao comitê
conseguir soluções e acredita que existe possibilidade de ser feito através das ações
emergenciais. Patrick Thomas(ANA) informou que a ANA irá entrar em contato
com a AGEVAP para articular a mobilização [...] (AGEVAP, 14 maio 2015).

Na décima quarta reunião, ocorrida 26.05.15, discutiu-se sobre a qualidade e quanti-


dade de água e sobre as obras no Canal de são Francisco que proporcionariam a diminuição
dos impactos da entrada da cunha salina. Após amplo debate ficou decidido a não redução na
vazão objetiva de Santa Cecília.
[...] Diogo Azevedo (Light) informou que a operação está dentro da normalidade
com exceção do dia 16/05 quando por volta das 17 horas foi acionado o protocolo de
emergência elevando a defluência em Pereira Passos para 110 m³/s até meia-noite do
mesmo dia. A partir deste horário até as 12 horas do dia 17/05 a defluência passou
para 100 m³/s . No dia 26/05 às 8 horas o protocolo de emergência foi novamente
acionado a pedido da CSA para elevação da defluência de Pereira Passos para 120
m³/s. Assim, ficou acordado que seria definido na reunião do GTAOH até qual horá-
rio seria mantida essa defluência. José Governo (CSA) relatou que a CSA concluiu a
modificação que fariam nos reservatórios internos e estão observando a possibilida-
de de pequenos vazamentos. Além disso, estão com o volume de reserva elevado,
porém esta tendo problemas com a interrupção prolongada da captação desde ontem
(25/05). Marcus Gimenez (CSA) informou que tiveram dois intervalos com paradas
de 7 da manhã até 12 horas do dia 25/05 e 13h46min à 16h55min do mesmo dia.
Após a parada conseguiram retomar a captação por pouco tempo e ficaram parados
de 17h30min em diante. Se somarem todos os intervalos totalizará um período de
quase 25 horas sem captar o que vem ocasionando riscos de problemas graves. José
Governo (CSA) disse que, apesar de estarem contando a reserva adicional, aciona-
ram o protocolo no dia 25/05 para que uma vazão maior fosse liberada Acionaram o
INEA que analisou o pedido e às 8 horas da manhã de hoje (26/05) foi liberada uma
vazão de 120 m³/s , porém não sabem exatamente o tempo de dispersão dessa água
(tempo de chegada até a CSA). O representante da CSA disse que houve uma reuni-
ão no Comitê Guandu e atualmente estão solicitando uma reunião com os principais
usuários, pois existem dois consumidores, usinas da Petrobrás, que não forneceram
informações sobre a quantidade de água utilizada na refrigeração e essas informa-
ções serão importantes para obterem dados com maior precisão. Abílio Faia
(FCCSA) lembrou que no dia 16/05 ficaram 22 horas sem captar e em média estão
mantendo em torno de 30 horas sem captação. O representante da FCCSA disse que
estão conseguindo operar por conta da reservação e de puxarem água das bombas no
período em que há água doce. Humberto Duarte (Light) solicitou que, com relação
ao acionamento do protocolo, o mesmo seja feito por telefone, para que quem o aci-
one tenha a certeza de que a pessoa recebeu a informação e para que não ocorram
atrasos. O representante da CEDAE Interior informou que os níveis se mantêm
constantes e a única observação a ser feita é quanto ao nível mínimo 5 cm acima do
crivo em Carola. Júlio César Antunes (CEDAE/ Comitê Guandu) relatou que a situ-
ação permanece a mesmo e informou que o Comitê Guandu convidará todos os usu-
ários da foz para uma reunião para discutirem se há algum fator que possa estar in-
terferindo no funcionamento de alguma captação. Jardel Azevedo (SAAE Barra
Mansa) disse que na ultima reunião foi relatado que tinham uma folga e atualmente
essa folga já não existe. Informou que estão captando com 1,40 e a balsa agora está
sendo utilizada por 22 horas, em função disso a captação está começando a ter difi-
culdade devido a entrada de ar nas bombas, caso diminua mais, o município de Bar-
ra Mansa pode comprometer o seu abastecimento de água. O Coordenador do
GTAOH informou que Furnas está monitorando o município de Barra Mansa com a
estação telemétrica e disse que qualquer problema, o município deve acionar o pro-
tocolo de emergência, e assim aumentarão a defluência em Funil, lembrando há um
77

período entre 12 e 14 horas para a elevação na defluência repercutir em Barra Mansa


[...] (AGEVAP, 26 maio 2015).

A seguir fizeram apresentação sobre o monitoramento da qualidade da água e sobre a


situação hidrológica da bacia do rio Paraíba do Sul.
[...]Maurício Soares (INEA) informou que na medição realizada no dia 18/05, a cu-
nha salina chegou até o ponto 12 no Canal de São Francisco e a intrusão salina foi a
maior que tiveram em suas campanhas chegando a 8 km e levando em consideração
que a velocidade estava baixa e a maré era de 1,8. Quanto ao perfil de densidade de
cianobactérias, os últimos resultados de cianobactérias indicam que não foram ultra-
passados os limites máximos determinados na resolução CONAMA 357/2005, em
todos os pontos monitorados. Quanto à medição do IQA, a qualidade das águas dos
rios Paraíba do Sul e Rio Guandu ainda se apresentam em níveis satisfatórios para
fins de abastecimento, exceto em trechos de Resende e Volta Redonda, na medição
registrada em maio de 2015. Apresentação do Operador Nacional do Sistema Elétri-
co - ONS sobre a avaliação hidrológica e a operação hidráulica Luiz Guilherme Gui-
lhon (ONS) relatou que em Santa Cecília estão conseguindo praticar o vertimento
objetivo de 35m³/s com pequenos desvios dentro da normalidade. Quanto à usina de
Pereira Passos foram praticados valores alternados entre 100m³/s e 85m³/s com ex-
ceção do dia 16/05 quando o protocolo foi acionado pela CSA e dos dia 06 e 07/05
quando houve teste na Unidade Geradora 2, os demais dias seguiram dentro do esta-
belecido. Quanto à previsão meteorológica realizada no dia da reunião, há previsão
de chuva para o trecho de cabeceira no dia 29/05 e depois no dia 03/06 haverá outro
episodio de precipitação, sendo que os dados podem ser alterados a partir de previ-
sões posteriores. No que diz respeito ao armazenamento do sistema equivalente as
vazões naturais vem caindo e o armazenamento equivalente fechou em 17,7% no dia
25/05/15, o que já demonstra um início de queda. Lembrando que no dia 25/05/14 o
armazenamento equivalente era de 34,8%. O representante do ONS enfatizou que a
série atual não está muito longe do ano passado e os dados de afluências naturais já
estão se aproximando aos de 2014, o que é preocupante. Apresentação da simulação
hidrológica levando em consideração três cenários: O primeiro cenário considerou a
vazão objetivo de 127 m³/s até 31/05/15 e de 110 m³/s a partir de 01/06/15. Neste
cenário se a série de vazões for 100% a de 2014 o armazenamento equivalente será
de 12% até o fim de outubro. Se a série de vazões for 90% a de 2014 o armazena-
mento equivalente será de 9% até o início de dezembro; O segundo cenário conside-
rou a vazão objetivo de 127 m³/s até 30/06/15 e de 110 m³/s a partir de 01/07/15.
Neste cenário se a série de vazões for 100% a de 2014 o armazenamento equivalente
será de 11% até o fim de outubro. Se a série de vazões for 90% a de 2014 o armaze-
namento equivalente será de 8% até o início de dezembro; O terceiro cenário consi-
derou a vazão objetivo de 127 m³/s até 31/07/15 e de 110 m³/s a partir de 01/08/15.
Neste cenário se a série de vazões for 100% a de 2014 o armazenamento equivalente
será de 10% até o fim de outubro. Se a série de vazões for 90% a de 2014 o armaze-
namento equivalente será de 7% até o início de dezembro. Edson Falcão(INEA) so-
licitou ao ONS para que os dados fossem verificados novamente pois as datas onde
os valores mínimos ocorrem deveriam ser coincidentes. Luiz Guilherme Guilhon
(ONS) complementou dizendo que não precisaria se usar o volume morto em ne-
nhuma das alternativas, porém, o quadro não está favorável. Essas informações são
da situação atual e caso haja alterações terão que fazer novos estudos. Edson Fal-
cão(INEA) disse que é importante agir de forma preventiva , pois mesmo com a si-
tuação a desfavorável se conseguirem chegar aos 110 m³/s conseguirão recuperar o
reservatório. Joaquim Gondim (ANA) citou que duas coisas são importantes no pri-
meiro momento: a ANA tem feito em paralelo simulações com o reservatório de Pa-
raibuna e constatou que soltando as vazões atuais de 36m³/s ele tende a zerar. E é
onde pode ocorrer uma dificuldade maior no sentido de obedecer as vazões mínimas
que tem que se liberadas de Paraibuna para Santa Branca para não esvaziar. A se-
gunda é com relação ao acompanhamento da vazão natural em Funil que fica acu-
mulando no sistema e que é um importante ponto de controle. Sugeriu acrescentar
Funil como ponto de controle nos gráficos apresentados pelo ONS. O Coordenador
78

do GTAOH pediu para ONS incluir Funil nas apresentações, para verificarem o que
acontece na vazão natural entre Funil e Santa Cecília, pois há dificuldade principal-
mente pelo tempo de viagem, para ver se conseguem aproveitar de forma eficiente.
Edson Falcão (INEA) disse que vem acompanhando o volume estocado pelos reser-
vatórios e esta vendo um desbalanceamento no sentido de que atualmente há mais
água em Jaguari do que em Paraibuna e caso ocorra numa eventualidade no tempo
da estiagem poderá haver problemas. Sugeriu que o ONS pense em uma nova mu-
dança na operação para começar a utilizar a água de Jaguari ou Funil e tentar segurar
em Paraibuna. Joaquim Gondim (ANA) informou que a vazão mínima de Paraibuna
é alta e que a operação de Jaguari com vazão defluente mínima está correta e que o
acompanhamento deveria também se dar com Funil deplecionando e Paraibuna sol-
tando a vazão mínima. Luiz Guilherme Guilhon (ONS) lembrou que soltaram um
pouco mais de 30 m³/s em Paraibuna para reencher Santa Branca para fazer o equilí-
brio. Quando conseguirem reduzir em Paraibuna irá aumentar em Jaguari. O Coor-
denador do GTAOH relatou que Funil está com 67% , mas é um reservatório com
volume pequeno em relação aos outros e que tem flexibilidade em termos de variar
defluência. Nos próximos meses deverão começar a deplecionar Funil e pedir essa
água para montante para complementá-la. Os reservatórios de Jaguari e Paraibuna
têm limitação para liberar vazões, então poderão estar com volume elevado, com in-
crementais baixas e não conseguirão soltar água para o reservatório de Funil que não
pode chegar no mínimo. Deve haver uma reserva técnica para complementar colo-
cando Paraibuna e Jaguari no máximo para garantir a vazão objetivo. Com a redução
da vazão para 110m³/s haverá melhora da situação, mas devem tomar cuidado nessa
operação para que não haja colapso ou violação de restrição. Edson Falcão(INEA)
informou que se preocupa com a demora em começar liberar Jaguari que está com o
armazenamento um pouco elevado em relação aos demais [...] (AGEVAP, 26 maio
2015).

Em seguida discutiram a obras no canal de São Francisco e como os usuários estavam


resolvendo o problema:
[..]José Governo (CSA) relatou que para melhorar as condições na captação estão
tomando as seguintes providências: primeiro o aumento da capacidade de reservação
da CSA que foi concluída e aumentou o volume de estocagem para 35.000 m³ (sem
considerar a reserva mínima) . Segunda providência, unificação da captação de todos
os consumidores da foz o Guandu na atual captação da FCC. O processo continua
esperando aprovação o INEA e uma das exigência é a autorização da passagem da
tubulação na ponte sobre Canal de São Francisco. Além disso, há a questão fundiária
que precisa autorização de todos os proprietários por onde a adutora irá passar e que
tem que ser resolvida com rapidez e para isso pedirá o auxilio do INEA. Terceiro
ponto é a questão da soleira submersa: a obra está mobilizada, já possui uma balsa
flutuante e a parte da cortina de estaca prancha na margem já foi cravada. A prote-
ção do talude na margem esquerda foi feita e o canteiro está muito bem instalado. Já
na margem direita, que fica ao lado da Cosigua, do Grupo Gerdau, farão montagem
dos gabiões, que terão um revestimento maior por orientação do projetista. Então o
que está pendente é somente a autorização da Marinha, onde a ANA tentou reco-
mendar uma aceleração de processo. Abilio Faia (FCCSA) informou que na última
terça-feira entregaram o estudo de assoreamento e outras documentações e no dia
25/05 foram na Marinha e assim houve validação de toda documentação sem ne-
nhuma exigência e no mesmo a documentação seria enviada para a parte de hidro-
grafia da Marinha para prosseguimento. A Marinha informou que não pode dar uma
data exata, porém estão tentando acelerar o processo. Edson Falcão (INEA) disse
que em relação ao processo da CSA que está no INEA, se as pendências forem so-
mente as já listadas pela CSA, não haverá empecilhos em agilizar o processo durante
a semana. O único problema seria se houvesse alguma pendência além das já conhe-
cidas.[...] José Governo (CSA) lembrou que o prazo é de 6 semanas para aguardar a
autorização da Marinha, mas como a obra já está mobilizada, caso recebam a autori-
zação da Marinha de forma rápida o prazo de 1º de julho é algo que possa ser viável
[...] (AGEVAP, 26 maio 2015).
79

E para finalizar o coordenador falou que pelos problemas relatados não será possível
reduzir a vazão objetiva em Santa Cecília e solicitou os presentes que relatassem as principais
ocorrências.
[...] José Governo (CSA) informou que estão com o protocolo acionada desde as 8
horas de hoje(26/05) a descarga atual é de 120 m³/s e estão preocupados pois não
sabem o que está havendo fora da CSA. O representante da CSA disse que tem re-
ceio, pois pode ser um daqueles eventos em que a salinidade permanece alta sem ter
explicação razoável e por isso pediu para verificar se poderiam dar um acréscimo
aos 120m³/s que já estão liberados. Como o prazo é de 10 horas para que a água
chegue e tendo em vista que estão parados por 25 horas, talvez se liberassem por um
período uma vazão maior do que 120m³/s essa onda poderia ajudar a diminuir o
tempo de deslocamento. Edson Falcão (INEA) disse que acha que aumentar a vazão
não diminuição do tempo deslocamento e que estava tentando entender o que acon-
tece. O representante do INEA disse que há a possibilidade de algum usuário depois
da CEDAE estar captando em maior quantidade, pois o nível que sai da CEDAE é
constante. Sugeriu que a CSA passe todas as informações em tempo real ao INEA
para que consigam analisar a situação de forma mais ágil. José Governo (CSA) disse
que não está acontecendo nada de anormal na CSA e por isso solicita o apoio do
grupo para aumento da vazão. O Coordenador do GTAOH citou que, como a CSA
solicitou aumentar temporariamente por até 12 horas a vazão defluente de Pereira
Passos para 140m³/s sugeriu fazer o aumento por conta de estarem com a captação
de água do canal de São Francisco parada por mais de 25 horas. Após a meia-noite a
vazão defluente de Pereira Passos voltaria ao normalmente praticado. Edson Falcão
(INEA) comentou que pode fazer o que a CSA achar mais conveniente, pois se a
usina parar o dano ambiental será grande. Pediu para que estabelecessem um prazo
de troca de informações de forma ágil. José Governo (CSA) disse que a partir da se-
gunda quinzena do mês de julho espera que com a soleira implantada a situação me-
lhore. Edson Falcão (INEA) comentou que segundo o INEA não existe possibilidade
legal de licença ambiental antes da anuência da autorização dos proprietários e, in-
dependente de concederem a licença, a obra está condicionada a essa anuência de 60
dias, mas o INEA fará tudo para agilizar a parte que cabe ao órgão. 45 - José Gover-
no (CSA) informou que existe uma faixa do terreno que pertence à CSN para que ela
passe uma futura adutora, onde a linha seria passado ao lado. Porém existem deze-
nas de invasões ao longo da faixa de proteção. Tentaram autorização para fazer a
obra por dentro d’água, porém não foi aprovada por obstáculos à navegação que po-
deriam ocorrer e por isso terão que rediscutir o contrato pra voltar um traçado pela
terra. O Coordenador do GTAOH concluiu que,em função do acionamento do pro-
tocolo de emergência, a vazão será elevada em Pereira a partir das 12 horas para
140m³/s permanecendo até a meia-noite do mesmo dia com o monitoramento do
INEA e da Light [...] (AGEVAP, 26 maio 2015).

Na décima quinta reunião ocorrida em 08.06.15, os usuários fizeram relato sobre as ul-
timas ocorrências em suas captações.
[...] O representante da CEDAE Interior disse que não tem nada a informar. 4 - O
representante da CEDAE Guandu informou que está tudo dentro da normalidade.
Vera Lúcia Teixeira (CBH-MPS) comentou que na região do Médio Paraíba do Sul
que está tudo da mesma forma e não houve nenhuma ocorrência pontual. Jardel
Azevedo (SAAE Barra Mansa) informou que não há nada a relatar. José Governo
(CSA) comentou que tiveram uma série de problemas o que acabou determinando a
parada da usina por duas vezes seguidas. Marcus Gimenez (CSA) relatou que entre
os dias 25 e 26/05 houve 38 horas de interrupção da captação de água e por isso re-
forçaram o acionamento do protocolo de emergência, onde foi solicitado o aumento
da vazão de Pereira Passos para 140 m³/s e por conta da alteração de vazão não hou-
ve interferência no processo. Na mesma semana nos dias 28,29 e 30/05 a CSA ficou
cerca de 63 horas sem captar e assim houve parada total na parte de geração de
energia e produção de aço. Quando voltaram a operar, o estoque de água desminera-
80

lizada era de 20% o que é muito crítico, pois a usina não opera sem produção de va-
por. Hoje (08/06) e ontem (07/06) a CSA teve 14 horas de interrupção e chegou bem
próximo de acionar o protocolo de emergência. Então, diante dos eventos ocorridos
nos dias 28, 29 e 30/05 ficou acertado uma vazão alternada de 114 m³/s e 85m³/s em
Pereira Passos. José Governo (CSA) disse que no dia seguinte ao da solicitação da
elevação da vazão para 140m³/s houve uma melhora na operação e por isso acredita-
ram que a usina conseguiria retornar a operar normalmente. Mas logo em seguida
houve uma parada, pois não conseguiram recuperar o estoque das lagoas e de todo o
conjunto de águas. Nos dias 28 e 29/05 zeraram a capacidade e nos outros dias fica-
ram com no máximo 20% da capacidade, o que gerou uma onda de discussões e
reuniões. Na manhã de sexta-feira (05/06) houve uma reunião de diretoria onde foi
colocado o que havia de novo na atual crise e foram apontadas como possíveis cau-
sas a usina a fio d’água de Paracambi. Porém, todos os estudos feitos não contem-
plavam a usina de Paracambi e por isso não tinham como avaliar o tempo de forma
efetiva e assim tiveram uma reunião com o INEA para analisar o que estava aconte-
cendo de anormal na captação. Além disso, o presidente da CSA foi conversar com
o Governador do Estado do Rio de Janeiro sobre o caminho que a situação estava
tomando e ficou acordado por parte da CSA um sobrevoo na bacia para identificar
os pontos de consumo e alguma anormalidade. Fizeram uma reunião no Comitê
Guandu com a maioria dos usuários, inclusive com a presença da Eletrobolt, que
também informou não possuir nenhuma anomalia. Estão trabalhando em conjunto
para descobrir a causa dos acontecimentos. Após conversa com o INEA foi acordada
a vazão alternada de 114m³/s e 85m³/s em Pereira Passos. Ressaltou que não estão
funcionando com nenhum problema com 114m³/s , assim como não havia nenhum
problema no funcionamento com 110m³/s, pois é algo que acontece e que descom-
põe todo o sistema que vinham traçando sem que tenha alguma causa identificada.
Joaquim Lopes (Gerdau/AEDIN) relatou sobre o histórico de paradas ao longo dos
meses de 2015: janeiro totalizou 71 horas de bombas paradas, fevereiro totalizou
110 horas e março totalizou 101 horas. Após essas ocorrências a Gerdau entrou no
regime de paralisação de dias pares/ ímpares e abril totalizou 195 horas paradas o
que fez com que aumentassem o limite de tolerância em relação a condutividade que
era de 180 µS e passou para 300 µS. A partir desse momento tiveram uma redução
de horas de bombas paradas de 13% e foram para 170 horas de bombas paradas em
maio. A projeção que está se configurando ao longo do mês de junho é que fiquem
entre 170 e 180 horas paradas, tendo em vista que até agora já tiveram 46 horas de
bombas paradas no mês de junho e estão na expectativa de repetir o que foi pratica-
do no mês de maio. Diogo Azevedo (Light) disse que fora os acionamentos ao pro-
tocolo de emergência não há nada a ser informado pela Light. Edson Falcão(INEA)
lembrou que em um mês a CSA parou três vezes e antes a expectativa do tempo de
percurso da água em relação a Pereira Passos era de 15 horas, fato que não está
acontecendo. O INEA obteve essa informação após acesso aos dados de condutivi-
dade da CSA que está com maior monitoramento, pois agora está sendo feito a cada
5 minutos e assim conseguiram determinar o tempo de percurso entre Pereira Passos
à planta da CSA que em média é de 20 a 24 horas e por isso fazia com que o proto-
colo após ser ativado não tivesse tanta efetividade. Como houve acionamento fre-
quente ao protocolo de emergência, o INEA conversou com a CSA e chegaram a um
acordo de manter a vazão alternada entre 114 m³/s e 85 m³/s para evitar o aciona-
mento ao protocolo de emergência. Atualmente estão fazendo os testes na CEDAE
para verificar se não terão problemas. Como já começaram as obras, então é possível
que haja uma melhora no tempo de parada da CSA e assim poderão diminuir as va-
zões. Outra coisa preocupante é o tempo de resposta da CSA O representante do
INEA está preocupado com a situação da CSA, tendo em vista que vários fatores
poderiam estar agravando o tempo de resposta como maré desfavorável e flutuação
da vazão a montante a CEDAE. Com as informações que cedidas pela Light, o
INEA pôde verificar uma variação muito grande em Paracambi e essa flutuação po-
de ter potencializado os problemas e por isso solicitou que a Ana entrasse em conta-
to com a Light para verificar o que poderia ser feito para que a captação em Para-
cambi fosse feita a fio d’água. O Coordenador do GTAOH comentou que desde o
evento relativo ao acionamento do protocolo de emergência estão operando com
134, 5m³/s em Santa Cecília fazendo a média de 114m³/s com 85m³/s e mais os
81

35m³/s a jusante de Santa Cecília. Humberto Duarte (Light) relatou sobre o ocorrido
com a vazão em Paracambi. Destacou que, o que aconteceu na madrugada de
00h45min até as 6 horas do dia 31/05 foi que a vazão ficou ligeiramente abaixo do
praticado e coincidentemente perderam a comunicação com a usina e por isso houve
uma demora para fazer o ajuste. Disse que o que aconteceu no dia 31/05 não teve re-
lação com o que aconteceu na CSA nos dias 28, 29 e 30/05, pois se houvesse algum
problema, isso só se refletiria no dia 01/06. A Light está verificando como fazer o
melhor ajuste, porém operar a fio d’água com gerador é praticamente impossível,
pois não há ajuste milimétrico nos reguladores e para uma determinada vazão é ne-
cessário que se faça um ajuste próximo e depois verifique qual foi o valor ocorrido e
esses ajustes são feitos diariamente. E um destaque é que no instante que se altera a
vazão em Pereira Passos há a alteração em Paracambi para que o tempo de viagem
não aumente. Edson Falcão(INEA) disse que com as informações que a Light pas-
sou o INEA conseguiu ver a flutuação da vazão. Disse ainda, que não tem certeza,
porém deduz que a flutuação possa vir da PCH Paracambi. Não está dizendo que a
flutuação seja expressiva, mas que existe a flutuação e a amplitude é expressiva e
por isso deve ser verificado. Humberto Duarte (Light) falou que ,observando o his-
tórico, não há nenhum outro evento similar ao longo do mês de maio. Somente pe-
quenas variações de amplitudes que são inerentes à operação da usina, sendo que o
evento de domingo foi mais significativo e a Light já tomou as providências para
que não aconteça novamente [...] (AGEVAP, 8 jun. 2015).

Em seguida a discussão se voltou para a questão da qualidade na bacia rio Paraíba do


Sul e o modo de fazer monitoramento nos diversos pontos.
[...]Questionou o INEA sobre a previsão de melhorias no monitoramento para ter
mais exatidão nas informações, pois irão operar numa situação crítica e a com a va-
zão reduzida, após as obras nas soleiras. Perguntou se o INEA irá implantar postos e
colocar outros pontos de medição de condutividade. Edson Falcão (INEA) disse que
, em relação à condutividade, o INEA quer instalar algumas estações, porém não
dispõe de recursos financeiros e nem de pessoal para operar as estações e por isso te-
riam que fazer um aditivo em um contrato que já existe. Conversou com o Comitê
Guandu para ver se o Comitê assumiria a operação e em paralelo estão conversando
com a CSA, porém no caso da CSA há uma burocracia para esse tipo de processo.
Está verificando se existe a possibilidade da CSA a ceder às estações que a Compa-
nhia possui e também solicitou à ANA o envio de mais uma estação, o Comitê
Guandu poderia pagar a instalação e assim conseguiriam informações com maior
exatidão. O Coordenador do GTAOH perguntou se o INEA tem previsão de instala-
ção de algum equipamento para fazer a medição da maré. Edson Falcão (INEA) dis-
se que a CSA está instalando uma estação na captação da usina e o INEA irá obter
maiores informações com a CSA. Ressaltou que se já estivesse funcionando teriam
mais informações para tomares decisões mais adequadas. José Governo (CSA) disse
que concorda com o representante do INEA e relatou que, por conta da grande mo-
vimentação de recursos de uma usina como a CSA há a necessidade de terem uma
rotina bem estabelecida. Lembrou que a questão da medição dos níveis é prioritária
para a CSA e já tiveram uma experiência com a instalação de um sistema que não
obteve os resultados esperados e por isso há um cuidado por parte da CSA, mas a
equipe está trabalhando para tentar resolver esse impasse. O representante da CSA
observou que as empresas da foz têm muita informação que deveriam ser consolida-
das, porém não há uma pessoa para controlar essas informações. Sugeriu juntar os
dados, através da AEDIN, que vem funcionado de forma satisfatória, para consegui-
rem consolidar as informações. Edson Falcão(INEA) perguntou para o Julio Cesar
Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) se é possível obter apoio do Comitê Guandu pa-
ra a instalação das estações. Julio Cesar Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) lembrou
que foi sinalizado o apoio pelo Comitê Guandu e é necessário que também haja uma
atitude das outras empresas e órgãos envolvidos. Disse que é importante que não
disponibilizem simplesmente a informação, mas sim disponibilizem informação cor-
reta e por isso devem ter a certeza da indicação dos pontos e parâmetros utilizados.
Pediu para que o INEA formalize o pedido ao Comitê. Edson Falcão (INEA) disse
que fará a formalização da solicitação ao Comitê Guandu sobre a possibilidade de
82

operação das estações, mas para isso precisa dos equipamentos. Chegou a conversar
na ANA, a Agência informou que, assim que chegassem os equipamentos, iriam ve-
rificar a possibilidade de cessão dos mesmos. Caso consigam os equipamentos, duas
estações seriam instaladas de forma provisória: uma ficaria a montante à Dutra e ou-
tra na captação das empresas da foz do Canal de São Francisco. Joaquim Gondim
(ANA) pediu para que o INEA formalize o pedido à ANA e assim o representante
da ANA irá cuidar pessoalmente do assunto para que haja rapidez no processo [...]
(AGEVAP, 8 jun. 2015).

A seguir falaram sobre a situação hidrológica na bacia rio Paraíba do sul e quais seri-
am as principais decisões.
[...] Paulo Diniz (ONS) disse que quanto à operacionalização da vazão de Santa Ce-
cília não houve desvios significativos. Em relação a Pereira Passos devido ao histó-
rico de acionamento ao protocolo de emergência culminaram na alteração da vazão
em diversos dias. Quanto à previsão meteorológica para os próximos dias não há
previsão de chuvas significativas até o dia 18/06/15. Sobre a situação hidrológica da
vazão natural em santa Cecília, começaram a utilizar a água armazenada nos reser-
vatórios desde o dia 15/05 para atendimento da vazão objetivo e por conta da previ-
são dada, com ausência de chuva nos próximos 10 dias, é provável que entrem em
período de recessão. Em relação à MLT, a vazão natural em Santa Cecília está com a
média de 62%%, mas esse resultado deve ser reduzido em função da ausência de
precipitação ao longo dos próximos 10 dias. Na avaliação da condição hidrológica
atual em comparação ao ano de 2014, a média observada de dezembro/14 a junho/15
corresponde a 103% e por isso acredita que utilizar as mesmas vazões de 2013/2014
seja algo coerente. Atualmente o reservatório equivalente encontra-se com 16,7% do
armazenamento. Neste momento estamos praticamente dentro do período seco e a
simulação utilizada foi a individualizada por aproveitamento. A simulação foi feita
contabilizando o atual cenário que é de 134,5 m³/s até 31/07 e a partir do dia 01/08
com 110m³/s, considerando um cenário mais conservador. Dentro desse cenário sai-
riam dos atuais 16,7% de armazenamento equivalente e até o final de outubro termi-
nariam com 7% do armazenamento. Na simulação individualizada por reservatório
deve ser levado em consideração que o porte de armazenamento é totalmente distin-
to entre os reservatórios. Caso haja situação similar ou pior do que a de 2014, utili-
zarão a mesma política de operação que foi utilizada no final do período seco do ano
passado. Serão utilizados os volumes dos reservatórios chegando aos volumes mor-
tos de montante para jusante e por isso é importante não esvaziar totalmente Funil,
para manter a segurança hidráulica. Dentro desse cenário, ao final do período seco
Funil e Jaguari teriam algo em torno de 15%, Paraibuna com 3,18% e Santa Branca
com 2,32%. Andamento das obras 33 - Joaquim Lopes (Gerdau/AEDIN) lembrou
que houve uma apresentação da AEDIN sobre a construção da soleira submersa na
ultima reunião e , quanto ao andamento das obras, fizeram reunião na Capitania dos
Portos, o processo foi agilizado e a documentação já foi entregue com a autorização
do Capitão para começarem as obras. Já possuem 15 estacas cravadas e continuam
no ritmo de manter o prazo de até 15 de julho para conclusão das obras, caso não
ocorram chuvas. José Governo (CSA) disse que concluíram o aumento da capacida-
de interna e o único problema é autorização da passagem da tubulação na ponte so-
bre Canal de São Francisco, por uma questão fundiária, pois a faixa do terreno é da
CSN, porém já estão conversando para tentarem resolver a situação. Joaquim Lopes
(Gerdau/AEDIN) informou que receberam a visita do Secretário de Ambiente do Es-
tado do Rio de Janeiro, André Corrêa, na quarta-feira tanto o lado da captação da
Gerdau quanto no da CSA para ver o andamento das obras. O representante da Ger-
dau/AEDIN, disse, ainda, que irá levar uma apresentação na próxima reunião para
mostrar o andamento das obras. Edson Falcão (INEA) relatou que sobre a licença do
INEA, o principal empecilho é a autorização para passar a tubulação nos terrenos
onde estão propondo e por isso solicitaram que a licença saísse com essa condicio-
nante. Uma das possibilidades era que se passasse em cima do dique por ser mais
simples, pois seria necessário somente pedir autorização para a prefeitura. Pediu à
CSA que caso a conversa com a CSN não esteja dando resultados que os informem
para que possam acionar a SEA para verificar outras alternativas para solução do
83

problema. José Governo (CSA) disse que houve reunião de diretoria na CSA, porém
não tiveram nenhum sucesso, tendo em vista a preocupação pela falta de água. Na
próxima semana irão conversar novamente para ver se terão mais sucesso [...]
(AGEVAP, 8 jun. 2015).

Finalizando, as discussões sobre a redução da vazão objetiva de Santa Cecília e a nota


técnica do ONS sobre a situação vigente na época.
[...]O Coordenador do GTAOH lembrou que estão praticando 134,5m³/s e não há
possibilidade de redução na vazão em Santa Cecília, devido ao problema que ocor-
reu na CSA e por isso deverão manter essa vazão até as obras darem resultado e
através do monitoramento que farão. Em termos de operação hidráulica irão manter
o que está sendo feito. [...]ONS e os agentes do setor elétrico elaboraram Nota Téc-
nica sobre avaliação da minuta de resolução sobre as novas regras de operação do
Paraíba do Sul e a mesma foi enviada à ANA, então perguntou se a ANA poderia
disponibilizar no site da AGEVAP ou por e-mail, aos participantes do Grupo, a refe-
rida Nota Técnica. Joaquim Gondim (ANA) informou que a ANA está analisando a
Nota Técnica pois identificaram que a mesma não contempla os usos consultivos e
por isso é importante saber que algum ajuste será feito por conta disso, pois há uma
diferença de concepção . Disse, ainda, que a Nota Técnica pode ser disponibilizada
no site da AGEVAP, pois o documento é publico. O Coordenador do GTAOH per-
guntou à ANA se nas simulações que foram realizadas pelos órgãos gestores e ANA
e que deram origem ao relatório foram considerados os usos consultivos e também e
a vazão de 5,13 m³/s da transposição para o sistema de São Paulo. Joaquim Gondim
(ANA) respondeu ao questionamento afirmando tudo foi considerado, pois caso fi-
zessem a simulação de Jaguari, por exemplo, e não considerassem os 5,13m³/s have-
ria uma diferença. O Coordenador do GTAOH perguntou, ainda, se quando a ANA
fez os estudos foi considerada a possibilidade dos reservatórios de Paraibuna e Ja-
guari operarem acima de 100% na época de controle de cheia, pois essa é a grande
diferença trabalhar com dados diários ou com controle de cheias. - Joaquim Gondim
(ANA) disse que a ANA está fazendo o controle de cheias, pois os dois reservatórios
não possuem comportas e trabalham com tulipas, por isso o controle de cheias dos
mesmos é diferenciado. Disse, ainda, que estão avaliando a Nota Técnica, pois os
números da ANA são diferentes dos apresentados pelo ONS. O Coordenador do
GTAOH falou que a Nota Técnica do ONS poderá ser apresentada ao Grupo, pois
mesmo que haja revisão é importante que façam uma análise prévia. O protocolo de
emergência continua valendo ressaltando que estão praticando uma vazão maior pa-
ra que os problemas com a CSA não se repitam. As obras estão em andamento com
estimativa de 6 semanas para o término. Antonio Lima (ANA) perguntou a ANA irá
receber uma Nota Técnica referente à avaliação feita sobre os reservatórios elabora-
da pelo ONS. 47 - Luiz Guilherme Guilhon (ONS) disse que o que foi combinado é
seria apresentado uma discretização por reservatórios, o que foi feito na última reu-
nião, porém caso haja necessidade poderão encaminhar um relatório sobre o estudo
[...] (AGEVAP, 8 jun. 2015).

A décima sexta reunião, ocorrida em 01.07.15, houve a comunicação de vários infor-


mes. O primeiro foi sobre a procissão fluvial em Aparecida do Norte/SP para qual procedi-
mentos deveriam ser adotados de forma a proporcionar um aumento da vazão temporária. O
segundo informe foi sobre o Plano de Ações Complementares para a Gestão da Crise Hídrica
na Bacia do rio Paraíba do Sul que ANA disponibilizou aos membros do GTAOH, para co-
nhecimento e analise. O terceiro informe foi sobre a CPI da Crise Hídrica instalada na As-
sembleia Legislativa do Rio de Janeiro. E para finalizar discutiu-se a soleira no Canal de São
Francisco.
84

[...]O Coordenador do GTAOH fez três informes, conforme seguem abaixo: Informe
1 – Procissão fluvial em Aparecida/SP entre os dias 03 a 05/07 – foi solicitado que
seja feito o aumento da vazão do rio Paraíba do Sul para viabilizar a procissão a par-
tir do dia 03/07/15. O Coordenador do GTAOH pediu que a ANA fizesse a solicita-
ção ao ONS e à Light . Para realização do evento haverá a necessidade de aumentar
a vazão defluente de Santa Branca para 120 m³/s por um dia e meio. A vazão au-
mentada será reservada no reservatório de Funil. Antonio Lima (ANA) disse que é
preciso que haja uma solicitação direcionada à ANA para que eles possam tomar as
providências necessárias. Paulo Diniz (ONS) disse que quando isso ocorre, o proce-
dimento feito é a formalização através do preenchimento do FSAR-H. Como a alte-
ração será temporária e a princípio não trará impactos, o ONS acatará e fará a opera-
cionalização caso o Grupo esteja de acordo. André Marques (AGEVAP) disse que a
AGEVAP auxiliará o CEIVAP no envio de carta à ANA informando sobre a ocor-
rência da Romaria Fluvial. Paulo Diniz(ONS) disse que em princípio não há pro-
blemas para o ONS em fazer esse atendimento, porém precisam da manifestação da
ANA. Roberto Morais (ANA) lembrou que como estão com o problema ocasionado
pela proliferação de macrófitas no local, seria interessante que o comitê paulista fi-
zesse uma avaliação para verificar se não haverá impactos na estruturas das pontes
antes de tomarem a decisão. O Coordenador do GTAOH solicitou que o comitê pau-
lista fizesse a avaliação em tempo de fazer a programação no ONS até quinta-feira
(02/07), por isso pediu celeridade para tomarem todos os procedimentos [...] (AGE-
VAP, 1 jul. 2015).

O informe 2 foi sobre o plano de ações complementares que ANA disponibilizou aos
membros do GTAOH, e que os mesmo deveriam analisar. O informe 3 foi sobre a CPI da
crise hídrica instalada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro:
[...] foram solicitadas informações sobre a atuação do GTAOH e como estão conse-
guindo minimizar os impactos da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul com
soluções de consenso. Disse que foi solicitado pela CPI que seja encaminhado a si-
mulação do impacto da transposição de 5m³/s que está sendo planejada pelo Estado
de São Paulo no reservatório de Jaguari. O Coordenador do Grupo explicou que
quem é responsável por esse tipo de simulação é o ONS em conjunto com a ANA e
aproveitou a reunião para cientificar a participação do grupo e sobre a demanda soli-
citada. Paulo Diniz (ONS) disse que o ONS também recebeu um ofício e como res-
posta informou que estava fazendo em articulação com a ANA a avaliação solicitada
e por isso enviaria a informação à ANA e em cópia colocará o Deputado Presidente
da CPI. Antonio Lima (ANA) informou que foi publicada a Resolução ANA nº
714/2015 mantendo as mesmas condicionantes da Resolução ANA nº 205/2015 com
a prorrogação da redução do limite mínimo em Santa Cecília até 31/10/2015 [...]
(AGEVAP, 1 jul. 2015).

Em seguida a discussão foi sobre o monitoramento da qualidade da água e os impactos


com a redução em Santa Cecília.
[...]Maurício Soares (INEA) relatou que a apresentação está voltada para o Índice de
Qualidade das Águas – IQA. No perfil do IQA dos dois últimos meses a configura-
ção permaneceu praticamente a mesma com leve melhoria de qualidade no geral,
mesmo com a redução da vazão. Após análise da tendência referente aos dados de
IQA no Rio Paraíba do Sul e Guandu foram verificados que houve melhora nos pon-
tos de Itatiaia, Sapucaia, Itaocara, Sapucaia e Anta. Houve piora nos pontos de Volta
Redonda, São Fidélis e Três Rios e nas demais localidades o IQA ficou inalterado.
Relato dos usuários: 4 - Humberto Duarte (Light) informou que não tiveram grandes
problemas, com exceção do acionamento do protocolo de emergência e que atual-
mente estão praticando 120 m³/s por dificuldades de captação na CSA sendo que o
restante foi seguido com a programação normal. Júlio César Antunes (CEDAE
Guandu) disse que está tudo sob controle, com exceção as variações de vazão e que
por esse motivo estão triplicando o monitoramento. José Carlos Fioravante (CEDAE
85

Interior) relatou que durante o período não houve alterações. André Marques
(AGEVAP) disse que as bombas já foram adquiridas e na segunda-feira (30/06) foi
entregue a bomba de Três Rios. Hoje (01/07) irá chegar a bomba de Barra Mansa e
durante a semana irão chegar as bombas de Volta Redonda e Aparecida. Por ser
pouca coisa a ser feita em termos de estrutura, a meta é que do dia 1º até o dia 20 de
julho todas as bombas estejam instaladas. Maria Aparecida Vargas (CEI-
VAP/Energisa) perguntou à CEDAE sobre os prazos das bombas que ficou sob res-
ponsabilidade dos mesmos. José Carlos Fioravante (CEDAE Interior) informou que
o prazo para entrega das obras será de 45 a 60 dias a partir da data de hoje (01/07).
Edson Falcão (INEA) lembrou que a vazão que está sendo praticada atualmente nos
locais de captação da CEDAE é uma vazão superior a que será praticada daqui a um
ou dois meses, então é importante acelerar o processo da adaptação das captações. O
representante do INEA disse caso seja necessário, o INEA e a AGEVAP oferecerão
ajuda para que agilizem as obras. Maria Aparecida Vargas (CEIVAP/Energisa) aler-
tou a CEDAE Interior sobre o problema de captação em São Fidélis. Edson Falcão
(INEA) comentou sobre o relato de São Fidélis no CERHI. O que ocorreu foi um
problema elétrico numa bomba que foi resolvido na manhã do dia seguinte pela
CEDAE. José Carlos Fioravante (CEDAE Interior) disse que esteve com o Secretá-
rio de Meio de São Fidélis e que o mesmo questionou o nível da captação, mas que o
nível está normal e o problema foi um disjuntor de uma bomba de tratamento de
água. Na última semana realizou uma visita em todas as captações da CEDAE obje-
to das obras e todas estavam dentro da normalidade. André Marques (AGEVAP)
disse que entrou em contato com a CEDAE e como a AGEVAP já fez o processo li-
citatório das bombas poderia aditar o contrato para adquirir mais uma bomba para
São Fidelis. A CEDAE analisará o caso de São Fidélis para dar uma resposta à
AGEVAP. Renato Rossetti (CETESB) informou que o rio Paraíba do Sul está dentro
da normalidade no seu trecho desde Santa Branca até Queluz. Não houve alteração
no IQA e a qualidade da água é boa. A CETESB respondeu a um ofício da ANA so-
licitando aumento da frequência do monitoramento dos parâmetros do IQA nas duas
pontas (Santa Branca e Queluz) e nas captações de Tremembé, São José dos Campos
e Aparecida. Será feito o monitoramento mensal através de boletins que serão enca-
minhados à ANA [...] (AGEVAP, 1 jul. 2015).

As discussões a seguir foram sobre as macrófitas e sobre a soleira no canal de São


Francisco:
[...] O Coordenador do GTAOH perguntou à CETESB sobre a situação das macrófi-
tas no trecho paulista. Renato Rossetti (CETESB) disse que o DAEE deve ser con-
sultado para verificarem qual ação deve ser tomada. André Marques (AGEVAP)
disse que haverá uma reunião no dia 08/07 com DAEE, ANA, PCHs, AGEVAP e
algumas prefeituras da região em Taubaté/SP. Para tratar desse assunto já foi feito o
primeiro estudo de custo para verificar em quanto ficaria a retirada de macrófitas em
todo o rio Paraíba do Sul e isso será discutido na referida reunião. Renato Rossetti
(CETESB) disse que os representantes das Usinas de Queluz e Lavrinhas deveriam
participar da reunião, pois por conta das duas barragens das usinas houve acúmulo
de macrófitas, de maneira rápida, ao redor das mesmas. Thiago Antonino (PCH
Queluz) disse que estarão presentes na reunião para discussão do assunto. Apresen-
tação da AEDIN sobre o andamento das obras da soleira no canal de São Francisco
Joaquim Costa (Gerdau/AEDIN) disse que quanto ao status das obras no Canal de
São Francisco, a soleira tem as barreiras montadas com os boxes de estaca-prancha e
no meio há uma abertura de 9,80m. Houve uma reunião da AEDIN com os pescado-
res para mostrar o que aconteceria no rio após a obra. A conclusão está prevista para
o mês de julho e só está faltando a proteção para os leitos, que nas margens está sen-
do feita com gabiões. A cota da soleira é de 1,60m e qualquer maré acima disso pas-
sará pela soleira. Edson Falcão(INEA) perguntou se alguém da CSA tem informação
se a água está passando sobre a soleira. José Governo (CSA) disse que em cima da
cortina de estacas há a presença de vegetação aquática, causada pela água que pas-
sou acima da soleira. Joaquim Costa(Gerdau/AEDIN) informou que o topo da solei-
ra está com 1,60 m, então qualquer maré acima de 1,60 m passará por cima da solei-
86

ra. No evento do fim de semana, a Light abriu as comportas em cerca de uma hora, a
cota da soleira foi ultrapassada em direção ao mar e a água passou por cima e por es-
se motivo foi feita uma abertura no centro para escoar a água e evitar inundações.
Edson Falcão (INEA) questionou se a maré abaixo de 1,60 m não passará por cima
da soleira e se a premissa adotada está atendendo ao que foi acordado. Joaquim Cos-
ta (Gerdau/AEDIN) disse que a soleira está fixa e tem 1,60 m e ela foi projetada não
só pela cunha salina, mas ela tem essa altura para prever qualquer tipo de inundação
que possa ocorrer a montante da soleira. Em relação ao resultado e as premissas ado-
tadas para fazer o projeto: a premissa adotada foi ter uma vazão de 30 m³/s. Até o
dia 20/06 tinham o total 87 horas paradas na captação na FCC e do dia 20/06 ao dia
30, mais 21 horas paradas, numa média de 12h10min por dia. A projeção para junho
era de 124 horas paradas e como conseguiram antecipar a obra, terminaram a soleira
antes e conseguiram fechar o mês com 108 horas paradas. Acreditam que devem ter
60 horas paradas no mês de julho. Então para a Gerdau soleira está funcionando e
para a CSA irá funcionar a partir de quando conseguirem chegar com a adutora na
FCC. Edson Falcão (INEA) lembrou que hoje o gargalo não é a captação da FCC,
Gerdau e CSA e a preocupação dele é que a soleira seria uma solução que atenderia
a todos e que atenderia provisoriamente a CSA, até que a mesma conseguisse con-
cluir a, o que não ocorre hoje. Se todas as premissas foram atendidas quer entender
se a maré está não passará em cima da soleira. Joaquim Costa (Gerdau/AEDIN)
afirmou que não poderia colocar uma soleira de 1,80 m, pois a maré tem que ser ex-
pulsa que e se elevarem a cota da soleira e evitarem que a cunha entre, haverá um
problema de inundação a montante da soleira. Edson Falcão (INEA) falou que quer
entender a causa da intensificação da maré, se ocorre por conta de picos muito altos
de maré ou se a mesma está passando por cima da soleira. José Governo (CSA) disse
que as empresas entenderam que todo o problema poderia ser resolvido com três
providências: o primeiro ponto seria que as empresas aumentassem sua captação in-
terna, o que foi feito e hoje a capacidade de reservação da CSA é de 32.000 m³. 30 -
O segundo ponto seria a unificação das captações, e quanto a isso existem alguns
problemas, pois estão esbarrando em questões de licenciamento e problemas fundiá-
rios. terceiro ponto seria a construção de uma soleira submersa e essa obra foi bem e
rapidamente feita. Então a CSA precisa de um tempo para saber como as coisas irão
funcionar. Marcus Gimenez (CSA) relatou que tiveram uma interrupção acentuada,
conversaram bastante com o INEA e elevaram a vazão após o acionamento ao pro-
tocolo de emergência. Então, no dia 12/06 foi acordada a vazão de 114m³/s por 24
horas alternando com a vazão de 85 m³/s por 12 horas. O último acionamento ao
protocolo foi no dia 15/06 sendo que na mesma semana houve uma preocupação por
conta da maré alta. Após conversa com o INEA definiram manter durante os dias 21
a 25/06, 120 m³/s por 24horas, alternando com a vazão de 85 m³/s por 12 horas e as-
sim operaram relativamente bem mesmo com as marés altas. A partir das 5h00 dia
25/06 ficaram sem interrupção até no dia 28/06 onde foi determinada a redução da
vazão para 85 m³/s. No dia 29/06 houve a primeira interrupção de 6 horas na capta-
ção e os dias seguintes tiveram grandes paradas: dia 30/06 de 00h15min às 9h35mim
e de 12h10min até as 9h50min de hoje (01/07) totalizando 31 horas de parada com
uma vazão de 85 m³/s por 24 horas e 114 m³/s durante 12 horas. Abílio Faia (FCC)
disse que a FCC está acompanhando a porcentagem de tempo de não captação. An-
tes da finalização da soleira, estavam com 30% do tempo sem captar e depois com o
aumento do volume da vazão esse número caiu para 25% do tempo até o dia 22/06.
Não ocorreram problemas entre os dias 23 e 30/06, quando houve um evento de du-
as horas em função da redução da vazão, onde se concluiu que a soleira efetivamente
está funcionando. Luiz Sérgio Lima (CEMADEN) perguntou quem será responsável
pela manutenção da soleira, se existe risco de assoreamento e quem será responsável
por efetivamente cuidar e limpar caso existam macrófitas. Além disso, perguntou no
caso da água passar por cima da soleira se existe sinalização para as embarcações.
Edson Falcão (INEA) lembrou que a soleira é fruto do licenciamento ambiental e
dentro do licenciamento ambiental existem as condicionantes e delas é a existência
de manutenção. A responsabilidade é da AEDIN e o INEA, como gestor ambiental,
é responsável pela fiscalização e o que tiver de ser adequado referente às condicio-
nantes será feito junto à AEDIN. Joaquim Costa (Gerdau/AEDIN) relatou que a so-
leira foi licenciada pela Marinha e a mesma exigiu uma sinalização durante a obra a
87

após a finalização. A sinalização durante a obra é feita por dois barqueiros, um a


montante e outro a jusante, que auxiliam os barcos na travessia. Além disso, existem
duas balizas e oito bóias de sinalização. Após a finalização da obra será instalada
uma sinalização definitiva e contra erosão estão fazendo a proteção das margens do
canal com gabiões [...] (AGEVAP, 1 jul. 2015).

Em seguida, houve uma apresentação do ONS sobre a avaliação hidrológica e a opera-


ção hidráulica:
[...] Paulo Diniz (ONS) informou que a operacionalização da vazão objetivo foi feita
de forma tranquila e a vazão defluente em Santa Cecília não teve desvios significati-
vos. Na operação realizada em Pereira Passos os principais desvios foram por acio-
namento do protocolo de emergência com destaque para o ultimo aumento de 85 pa-
ra 114 m³/s sendo que atualmente está sendo praticado 120 m³/s. Quanto à previsão
meteorológica segue o padrão dessa época do ano que é de tempo seco e não há pre-
visão de chuva até 10/07. A partir dessa data existe possibilidade de avanço de uma
frente fria, mas não dá pra afirmar que a mesma chegará à bacia do rio Paraíba do
Sul. O reservatório equivalente em Santa Cecília está com 15,32% de armazenamen-
to e a recessão é dada pela ausência de chuva. No que se refere à MLT (Média de
Longo Termo), desde fevereiro de 2015, os valores verificados corresponde à meta-
de desta média. Em relação à comparação entre os períodos hidrológicos de
2013/2014 e de 2014/2015, a média entre os meses de dezembro e junho estão prati-
camente coincidentes. Climaticamente, não há nada que indique que haverá uma tra-
jetória diferente e provavelmente serão observadas vazões próximas às do passado
ao longo deste período seco. Neste contexto, continua sendo uma premissa pertinen-
te usar 100% da média das vazões de 2014 nas simulações para o período seco de
2015. A preocupação em relação às captações principalmente a jusante de Santa Ce-
cília é que a tendência para as vazões ao longo dos meses de julho, agosto e setem-
bro é de recessão dada a diminuição das incrementais. Então é importante que as
adaptações necessárias nas captações ocorram com certa velocidade pela tendência
de recessão. O Coordenador do GTAOH questionou se o ONS tem previsão para
começar a pedir ir água Jaguari e Paraibuna, tendo em vista que a vazão de Funil es-
tá em torno de 40% e está caindo acentuadamente. Paulo Diniz (ONS) disse que o
ONS está programando para o fim de semana essa compensação para buscar a dimi-
nuição da taxa de esvaziamento de Funil e reequilibrar os armazenamentos. Entre-
tanto, para a situação de necessidade de se utilizar novamente a água dos volumes
mortos dos reservatórios, é mais seguro hidraulicamente iniciar o uso destes volu-
mes de montante para jusante. José Carlos Fioravante (CEDAE) sugeriu que o ONS
acrescente nas apresentações colocar as defluências das barragens de Anta e Ilha dos
Pombos [...] (AGEVAP, 1 jul. 2015).

E para finalizar as discussões foram sobre a necessidade de nova redução e de que


forma fariam, pois a CSA estava tendo problema na captação.
[...] O Coordenador do GTAOH perguntou como será a programação nos próximos
dias em função das alterações feitas pelo acionamento do protocolo de emergência
para tentar acordar uma operação para que consigam alguma diminuição de vazão
sem implicar em paradas de operação da CSA. Edson Falcão (INEA) pediu que na
próxima reunião, a CSA informe a data de início da obra de mudança de captação do
ponto atual até a Gerdau e os motivos pelos quais a soleira não está funcionando da
forma esperada e quais são as alternativas para que esse problema seja corrigido.
Além disso, propôs fazer uma redução de forma gradual com testes. A proposta seria
alterar a vazão para 85m³/s alternando com a vazão de 105 m³/s, verificando o com-
portamento e caso seja necessário seja feito o acionamento ao protocolo. Julio César
Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) disse que é preciso que seja feito um planeja-
mento e formalização dos pedidos com o envio de e-mail e posteriormente com a
confirmação por ligação telefônica. O Coordenador do GTAOH sugeriu que avalias-
sem a possibilidade de tentar fazer uma programação planejada antecipadamente até
para 12 ou 13 horas da tarde. Humberto Duarte (Light) comentou que a operaciona-
88

lização da mudança as 00 hora ou 20 horas não é problema para a Light e que é me-
lhor fazer essa variação em um horário que seja melhor para os usuários. Edson Fal-
cão (INEA) disse que essa proposta pode não dar certo, pois a CSA está com a visão
de segurança da empresa para que achem um meio termo que não prejudique a cap-
tação da empresa e não gaste muita água. Com isso sugeriu que a CSA apresente in-
formações sobre sua operação e as variáveis para acionamento do protocolo de
emergência. José Governo (CSA) disse que os usuários e o Comitê do Guandu estão
tentando contratar um estudo na COPPE que demonstre os tempos de percurso da
água entre Pereira Passos, CEDAE (ETA/Guandu) e a Foz do Canal de São Francis-
co Paulo Diniz (ONS) fez uma proposta que voltem a debruçar-se sobre uma solu-
ção que já existe e que para tornar-se viável pode ser que necessite de algumas pou-
cas adaptações, como por exemplo, estreitar o vão vertente. Joaquim Costa (Ger-
dau/AEDIN) comentou que para a premissa que foi considerada no projeto, a soleira
atende de forma satisfatória e que não irá resolver mexer na soleira, até pelo fato do
efeito colateral que pode causar. A solução definitiva é a CSA chegar com a adutora.
Edson Falcão (INEA) lembrou que a proposição de mudar o ponto de captação foi
pactuada no início do ano e desde a primeira reunião eles disseram que não poderia
passar debaixo d’água. O representante do INEA disse, ainda, que poderiam até pac-
tuar dentro do INEA uma solução provisória, mas juntamente com uma definitiva,
com prazos definidos e multas na restrição da licença se não seguirem o cronograma
em paralelo. O Coordenador do GTAOH disse que a soleira foi feita de acordo com
o projeto e está tendo o resultado esperado, e solicitou que quem fez a modelagem
do projeto poderia também fazer uma proposta emergencial para a próxima reunião
com solução de regra de operação associada a medições que atendam o problema da
CSA. José Governo (CSA) solicitou que mantenham por mais quinze dias a mesma
vazão para que na próxima semana tenham uma solução mais definitiva. Acredita
que a vazão de 114m³/s com alternância para 85 m³/s seria um numero ideal para o
período. André Marques (AGEVAP) expressou sua preocupação, pois irão entrar
num período muito crítico, o nível do reservatório está baixando muito rápido e não
há previsão de chuva. Queria saber como está o processo de desapropriação, o que
está pendente e se terá solução que seja definitiva para que baixem as vazões. José
Governo (CSA) disse que para esse problema existem três possíveis soluções: na
primeira alternativa seria um traçado passando por dentro da AEDIN no Canal de
São Francisco, onde há uma vala coletora junto ao canal, só que se encontra dentro
do terreno da CSN, numa faixa doada pela prefeitura. A segunda alternativa seria en-
tre a margem direita o Canal de São Francisco e o inicio do dique que tem 100 me-
tros, porém nessa área existe uma série de invasões. E também poderiam construir
em cima do dique e para isso verificariam se deveria ser definido pelo INEA ou teri-
am que conseguir uma licença pra prefeitura para construir uma adutora. Paulo Diniz
(ONS) disse que enquanto não tenha solução definitiva já existe um canal da FCC
até a Gerdau. O representante do ONS perguntou se seria viável a CSA dividir a
água com a Gerdau com o gerenciamento do uso do Canal. Joaquim Costa (Ger-
dau/AEDIN) lembrou que a CSA capta 2000 m³/h, a Gerdau capta 500m³/h e a ca-
pacidade é de 600 m³/h o que não seria suficiente. José Governo (CSA) disse que a
melhor solução seria passar pelo dique e a engenharia da CSA tem trabalhado nisso
com muita seriedade 58 - O Coordenador do GTAOH perguntou aos representantes
da ANA se poderiam sugerir ou definir uma alternativa, tendo em vista que estão di-
ante de um impasse para definir qual será a operação, pois a CSA está fazendo uma
sugestão de patamares mais elevados e o INEA de patamares mais reduzidos para
que sejam feitos os testes. Edson Falcão (INEA) lembrou que o tempo de percurso
de Paracambi até a CSA está entre 17 e 19 horas então como estão propondo 24 ho-
ras à CSA haverá tempo para verificar se estão conseguindo captar com 105 m³/s e
avisar caso ocorra algum problema. Joaquim Gondim (ANA) disse a Agência tende
a acompanhar o INEA que é o órgão gestor estadual e que tem feito o acompanha-
mento com maior detalhamento e lembrou que houve um compromisso no sentido
de tentar reduzir a vazão. O Coordenador do GTAOH disse que em função do posi-
cionamento da ANA, o Grupo teria autonomia para decidir junto ao INEA com a
proposta de alternar entre 85m³/s e 105m³/s lembrando que o protocolo de emergên-
cia poderá ser acionado a qualquer momento. Julio César Antunes (CEDAE/ Comitê
Guandu) acredita que devem fazer a proposta de alteração concomitante com a tabua
89

de maré. E a proposta tem que ser balizada com a tábua de maré futura. O Coorde-
nador do GTAOH disse que precisam de uma regra e sugeriu que utilizem o estudo
do Rosman, que tem mostrado um bom comportamento. Pediu que próxima reunião
a AEDIN apresentasse uma solução baseada na modelagem que foi utilizada na so-
leira. José Governo (CSA) lembrou que o combinado seria fazer uma redução grada-
tiva. Sabe que terão que chegar a uma vazão de 85 ou 75m³/s, mas quando passam
de uma vazão de 114m³/s para 105m³/s significa uma diferença muito grande e por
isso precisam melhorar o tempo de acionamento. Sugeriu que fizessem 105m³/s por
85 m³/s com protocolo de 120 m³/s acionado com 50% de reserva. Edson Falcão
(INEA) disse que, em relação ao questionamento do Sr. Júlio César Antunes após o
acionamento ao protocolo de emergência feito pela CSA foi realizado todas as corre-
lações necessárias para a alteração da vazão.[...] O Coordenador do GTAOH disse
que inicialmente fariam 105 m³/s e 85 m³/s de forma alternada sendo que atualmente
estão praticando 120 m³/s e a proposta da CSA é de 114 m³/s. Edson Falcão (INEA)
propôs 12 horas com 105 m³/s e 12 horas com 85 m³/s alternadamente e caso não ha-
ja necessidade a CSA acionará o protocolo. Lembrou que a vazão de 120 m³/s ainda
está chegando e terão 19 horas com 120 m³/s assim irão encher o reservatório José
Governo (CSA) disse que não tem condições de aceitar a proposta, mas terão que
acatá-la. Marcus Gimenez (CSA) sugeriu que numa situação de maré adversa, o pro-
tocolo será de 120 m³/s com 50% de reservação. Edson Falcão (INEA) não concor-
dou com a sugestão. Paulo Diniz (ONS) perguntou se a CSA consegue reencher o
reservatório. Marcus .O Coordenador do GTAOH confirmou com o grupo a defini-
ção da operação com 12 horas com 105 m³/s e 12 horas com 85 m³/s em Pereira Pas-
sos com a possibilidade de acionamento ao protocolo de emergência, caso haja ne-
cessidade (AGEVAP, 1 jul. 2015).

Na décima sétima reunião, ocorrida 07.07.15, houve uma apresentação sobre as obras
no Canal de São Francisco que só finalizariam em cinco semanas e que, portanto, manter-se-
ia a vazão objetiva de Santa Cecília. Voltou-se a falar do rio Piraí, que teria ficado seco por
falta de vazão ecológica. Outra questão discutida foi a do aumento de macrófitas e seu respec-
tivo impacto na qualidade da água considerada a redução da vazão objetiva em de Santa Cecí-
lia.
[...] Humberto Duarte (Light) disse que ao longo da semana não houve nenhuma
ocorrência significativa sendo que tiveram que operar com a defluência constante de
105m³/s a pedido do INEA por conta de dificuldades na captação da CSA. José Car-
los Fioravante (CEDAE Interior) informou que não houve relato de alterações. Júlio
César Antunes (CEDAE Guandu) relatou que não houve alteração e não houve ne-
nhum problema e quanto à vazão constante adotada. Marcus Gimenez (CSA) disse
que desde o dia 01/07 houve uma queda na reservação e as lagoas chegaram a seu
menor nível com 29%. A partir dia 02/07 começaram a recuperar o nível com 50% e
conseguiram atingir 100%, no dia 05/07. Nos dias seguintes houve uma nova queda
e tiveram em média de 13 a 14 horas de parada entre os dias 2/7 a 5/07. No dia
07/07 tiveram uma nova parada de 20 horas e o nível chegou a nível de 40%. José
Governo (CSA) informou que nesse intervalo estavam trabalhando com a vazão de
105m³/s e que irá entrar em contato com a FCC para verificar se a vazão adotada
trouxe alguma interferência para a soleira. Abílio Souza (FCC) relatou que a FCC
teve uma parada no dia 04/07 de 6 horas chegando ao nível de condutividade de
quase 4000 μS. Pamela dos Reis (Gerdau) comentou que na Gerdau não houve ne-
nhuma parada e o sistema funcionou normalmente Edson Falcão (INEA) perguntou
se o modelo adotado no projeto da CSA será com flutuante, como é o da Gerdau ou
será como o da FCC. Marcus Gimenez (CSA) disse que acredita que será flutuante,
mas confirmará com a engenharia da CSA. José Governo (CSA) disse que foi rece-
bida uma nota técnica de reavaliação da inclusão salina no canal de São Francisco
com uma soleira construída, essa nota foi emitida pela Coppetec com a participação
do professor Rosman, havia uma preocupação de que a soleira colocada acelerasse o
90

processo de assoreamento da captação da térmica. Nos estudos feitos pelo prof.


Rosman aponta-se uma diferença na cota de coroamento da barragem, talvez ela es-
teja aproximadamente 30 cm abaixo do que deveria ser. Esses resultados indicam
que para uma situação futura de restrição hídrica com vazões a montante próximas a
30m³/s poderá inviabilizar a atual captação de água da CSA. Foi combinado na últi-
ma reunião de fazer um comentário sobre a unificação das captações. Na parte de
lançamento da tubulação na margem esquerda do canal e a ponte do Canal de São
Francisco está em andamento, foi definido que será instalada a tubulação da margem
direita do terreno da AEDIN ao longo do dique,. O prazo previsto para unificar as
captações seria de cinco semanas. O ponto crítico da unificação das captações é a
alimentação elétrica das bombas. e a vazão continua de 105m³/s. O ponto crítico é a
alimentação elétrica da bomba. Apresentação sobre Medição da Cunha Salina -
INEA Maurício Soares (INEA) relatou que os dados do monitoramento realizados
entre 13/07 a 14/07 a salinidade chegou até o ponto 7 e não chegou à soleira do Ca-
nal de São Francisco. De acordo com os dados de setembro/2014 sem a barragem
com a mesma maré a intrusão foi menor do que com a barragem. Edson Falcão
(INEA) disse que existem dois aspectos que podem interferir na cunha salina: um é a
vazão que estava sendo processada em 23/09 e outro é o fato deque depois da soleira
implantada terá que ser verificado qual é o deslocamento médio que está ocorrendo
entre o pico da soleira (115m³/s e 105m³/s). Atualmente, depois da soleira implanta-
da, o pico da maré chega 30 minutos depois. Maurício Soares (INEA) informou que
o INEA faz medições desde junho de 2014 sempre em maré sizígia [...] (AGEVAP,
7 jul. 2015).

Houve apresentação do ONS sobre a avaliação hidrológica e a operação hidráulica e


sobre as obras no canal de São Francisco:
[...]A previsão meteorológica não tem nada significativo para os próximos dias na
bacia. Em 10 dias o armazenamento equivalente reduziu 0,8% e as vazões naturais
até o ponto de Santa Cecília estão oscilando em torno de 120 m³/s e 110 m³/s, em
função disso a água armazenada no reservatório equivalente continua sendo gasta. A
média do período de dezembro a julho é de 103% do mesmo valor do período pas-
sado, valor razoável para o período. Andamento das obras Edson Falcão (INEA) in-
formou que após a implantação da soleira começou a fazer o monitoramento pela
Gerdau e pela CSA na ponte ferroviária a 500m da captação atual da CSA. Na últi-
ma semana foi combinado que fosse implementada a vazão de 114m³/s durante 24h
e 85m³/s durante 12h, que da uma vazão média de quase 105 m³/s então poderia ser
implantado esse valor para testar o limite da soleira. O que foi relatado pela Gerdau
é que mesmo na maré muito alta a vazão não passou em cima da soleira e em mo-
mentos que eles não conseguiram captar água mesmo com a vazão de 105 m³/s. É
importante que a CSA verifique a forma de captação, pois o ideal é que seja flutuan-
te. Julio Cesar Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) disse que foi combinado que em
02 de julho haveria uma redução parcial do Sistema Guandu, isso representaria uma
variação de vazão de captação de 10m³/s a 15m³/s , mas após análise do gráfico do
dia 02/07 verificou que a mesma está constante. Edson Falcão (INEA) lembrou que
o limite máximo que a CSA estipulou para começar a captação a montante é de cin-
co semanas (aproximadamente metade de agosto) e a mesma já fez a aquisição das
tubulações e será necessário comprar mais 300m de tubo. A CSA está buscando a
autorização da prefeitura, e se necessário, buscará autorização da ANA. Edson Fal-
cão (INEA) comentou que deve haver autorização para a passagem das tubulações
nos terrenos [...] (AGEVAP, 7 jul. 2015).

Diante das discussões o coordenador solicitou aos membros posições quanto às sema-
nas seguintes, já que a obra no canal de São Francisco só estaria finalizada cinco semanas
depois:
[...] O problema de desaparecimento de água que sempre acontece na sexta ou sába-
do deve ser investigado ou feito um planejamento para evitá-lo.. Outro problema
91

identificado é qual é a cota verdadeira da soleira, deve ser feito um trabalho de nive-
lamento para ser apontado um referencial. José Governo (CSA) relatou que toda
aquela região inicialmente foi nivelada e referida ao zero do DNOS que é o zero hi-
drográfico da baia de Sepetiba. Ao longo do tempo foi estabelecido pelo IBGE o RN
nacional onde a cota zero equivale à maré média de Imbituba/SC. Então foi obser-
vado que esse nível médio está em torno de 90 cm, acima do zero hidrográfico. Ed-
son Falcão (INEA) sugeriu que a soleira seja testada. Lembrou que semana passada
foi feito um teste de 105 m³/s para verificar o limite da soleira e sugeriu, ainda, que
haja o aumento da vazão ara 114 m³/s e em seguida volte ao 85 m³/s. Será conversa-
do com a CSA para verificar se a alteração pode ser feita de 12 em 12 horas e poste-
riormente deve-se aumentar ou reduzir para 100 m³/s por alguns dias para que veri-
fiquem o comportamento da soleira com esse valor. Paulo Diniz (ONS) disse que o
ideal é que a decisão dos valores a serem implementados chegue até as 12:00hs para
que possa ser considerado no âmbito da Programação da Operação e não em Tempo
Real. Marcelo Carvalho (FURNAS) informou que nos próximos dias serão feitos
testes e ajustes, sempre com o objetivo de praticar vazões menores sem prejudicar a
captação das indústrias. Julio César (CEDAE/Comitê Guandu) comentou que o sis-
tema Guandu não avisa quando vai parar. Houve uma visita da CSA para mostrar o
sistema e estão tentando tornar mais complexo e não há muito que discutir. Isso po-
de ser involuntário e o gerenciamento é dinâmico, não está nas mãos da CEDAE. O
ideal é que seja acertado o modo operante para que não aconteçam imprevistos.
Marcelo Carvalho (FURNAS) sugeriu que as empresas acertem com a CEDAE um
sistema de informações por telefone para que seja comunicado caso ocorra algum
incidente. Julio Cesar (CEDAE/Comitê Guandu) lembrou que é necessário que haja
formalização [...] (AGEVAP, 7 jul. 2015).

Para finalizar, a discussão girou em relação à represa de Tokos. Pois o rio Piraí tem fi-
cado seco por falta de uma vazão ecológica:
[...] Joaquim Gondim (ANA) relatou que uma pessoa apresentou um documento ci-
tando um decreto que informa que deveria existir a vazão defluente de 3 m³/s No re-
servatório de Tocos. Humberto Duarte (Light) explicou que a vazão defluente de
3m³/s no reservatório de Tocos fazia parte de um Contrato assinado em 1907 e que
um Decreto de 1940 desobrigou a Light de manter esta vazão. Vera Lúcia Teixeira
(CBH-MPS) lembrou que o decreto citado é o nº 5.750 de 3 julho de 1940 e nele há
um artigo que desobriga manter a vazão de 3m³/s. Joaquim Gondim (ANA) disse
que essa demanda será encaminhada ao comitê para que tome conhecimento e se
manifestar sobre o assunto. Após discussão, ficou definido que o Sr. Edson Falcão
do INEA será o representante substituto na ausência do Coordenador do GTAOH,
Marcelo Carvalho. Edson Falcão (INEA) informou que hoje (07/07) será passado
para Light uma proposta de vazão de 114m³/s e 85m³/s para não prejudicar a capta-
ção da CSA e das indústrias, em seguida alternadamente irá para 100m³/s possivel-
mente na próxima sexta–feira. Assuntos Gerais Vera Lúcia Teixeira (CBH MPS)
disse que em algum instante deverá ser discutido a vazão no sistema do Paraíba do
sul e esse é um assunto que deve ser levado ao GTAOH. Edson Falcão (INEA) lem-
brou que tudo o que for encaminhado para discussão e que precise de uma conversa
detalhada deve chegar ao grupo com elementos concretos. Maria Aparecida Var-
gas(CEIVAP/Energisa) disse que os assuntos devem ser encaminhados formalmente
ao comitê e a Diretoria do mesmo irá definir a demanda. Julio César (CE-
DAE/Comitê Guandu) ratificou em nome do Comitê Guandu que a área de Ribeirão
das Lajes pertence ao Comitê Guandu. Disse, ainda que deve haver uma discussão
técnica entre os comitês e se for o caso seja levado ao GTAOH [...] (AGEVAP, 7
jul. 2015).

Na décima oitava reunião 21.07.15, as discussões foram em torno das obras no Canal
de São Francisco, das intervenções nas captações municipais do o monitoramento da qualida-
92

de da água, da defluência dos reservatórios equivalentes (Paraibuna, Jaguari, Santa Branca e


Funil) e a necessidade de nova redução e a capacidade do sistema aguentar mais uma redução.

[...] Edson Falcão (INEA) relatou que nesse período a vazão foi operada entre 140 e
145 m³/s e houve o acionamento do protocolo de emergência. Quanto aos relatos de
São Paulo, Hioraki Maribara disse que não tinha informações detalhadas sobre os
dados da CETESB. Edson Falcão(INEA) comentou que não houve variação expres-
siva nas vazões alteradas na última reunião e por isso acredita que não tenha havido
alteração em termos de quantidade. Julio César Antunes (CEDAE/Comitê Guandu)
informou que no dia 22/07 haverá reunião para tratar do fornecimento dos equipa-
mentos para as obras nas captações. Em São João da Barra o prefeito está impedindo
de iniciarem as obras e não quer ceder o terreno para perfuração de dois poços. A
CEDAE está tentando um diálogo com os vereadores da referida prefeitura, para ex-
plicar a importância da obra para o abastecimento da cidade. Quanto aos outros pon-
tos, o processo está em andamento. Em relação à ETA Guandu a operação está den-
tro da normalidade e o prazo das obras está variando entre 30 e 60 dias. Edson Fal-
cão (INEA) perguntou sobre o andamento das intervenções no site e solicitou que
haja atualização no site da AGEVAP e que a CEDAE passe as atualizações do an-
damento das intervenções à AGEVAP. Em relação a São João da Barra, a CEDAE
pediu para dar entrada para documentação de outorga, mas falta a anuência da pre-
feitura que não está querendo liberar a autorização e por isso estão tentando resolver
o problema através de auxílio do Estado, CEDAE e do CBH Baixo Paraíba do Sul e
Itabapoana. Vera Lúcia Teixeira (CBH Médio Paraíba do Sul) disse que as bombas
já foram entregues aos municípios e estão aguardando o processo de instalação das
mesmas. A AGEVAP está finalizando o Termo de Referência para contratação de
empresa que fará a instalação. Edson Falcão (INEA) perguntou para a AGEVAP so-
bre o prazo para instalações e sobre a atualização do andamento das obras emergen-
ciais no site do CEIVAP Daiane dos Santos (AGEVAP) disse que a atualização será
feita, conforme solicitado e informou também sobre o mapeamento das áreas que es-
tá sendo realizado pelo SIGA CEIVAP. Posteriormente foi verificado que, conforme
informações do Diretor-Presidente da AGEVAP, André Marques, as instalações es-
tão previstas para terminar em meados de agosto. Marcus Gimenez (CSA) relatou
que desde o dia 7/07 atingiram o nível de 47% nas lagoas e a partir desta data houve
flutuação entre o nível de 50% e o volume máximo. No dia 19/07 atingiram 36% das
lagoas e com isso a CSA fez uma previsão junto ao INEA onde houve o reinício da
captação por volta das 22 horas. Após o ocorrido, voltaram a captar e flutuaram en-
tre 40 e 60 % e ontem (20/07) tiveram uma interrupção de 20 horas quando atingi-
ram o nível de 14% e por isso foi necessário o acionamento ao protocolo de emer-
gência. Nos outros dias não foi necessário o acionamento com a vazão de 100 m³/s
do dia 9/07 ao dia 14/07 e de 105m³/s no restante dos dias [...] (AGEVAP, 21 jul.
2015).

Em seguida as discussões foram em torno das obras no canal de São Francisco e as in-
tervenções nas captações municipais e o monitoramento da qualidade da água.
[...] José Governo (CSA) informou que, com relação às obras, na última semana re-
ceberam a visita do Presidente da ANA e da Secretaria Estadual de Recursos Hídri-
cos e o prazo para finalização das obras foi confirmado. A instalação será concluída
entre 10 e 15 de agosto e a CSA está trabalhando com essa previsão. Quanto às eta-
pas da obra, a ligação da captação atual da CSA está concluída, a tubulação na mar-
gem esquerda do Canal de São Francisco está lançada e está sendo soldada. Na tra-
vessia do Canal de são Francisco foram feitos novos suportes na ponte para segurar
a tubulação. Na margem direita, que é o trecho entre a ponte e a captação, o traçado
já está pronto e também já foi feita a tubulação que está sendo soldada e que espe-
ram terminar ainda nessa semana. As bombas já estão junto à captação final, porém
ainda esbarraram no problema de ligação elétrica. Marcus Gimenez (CSA) disse que
a CSA conversou com a Light e como acreditavam que não iriam conseguir terminar
no prazo, a Companhia está lançando um cabo de 1600 V para uma subestação abai-
93

xadora próxima e está alimentando apenas com a carga da CSA. Disse, ainda, que a
CSA está fazendo todos os esforços para antecipar o prazo para dia 10/08. José Go-
verno (CSA) lembrou que existem momentos em que a condutividade está alta na
captação conjunta e sua preocupação é que ainda estão trabalhando com uma vazão
que deve ser reduzida. Edson Falcão (INEA) disse que em relação à captação, existe
diferença na forma de captação e por isso a FCC pode ficar mais horas paradas. Es-
tão deduzindo que operando com a vazão de 85m³/s, a diferença seja de algo em tor-
no de 20m³/s. Com isso o nível muda e assim calculam a curva chave que está sendo
estabelecida de forma comportada e por isso não estão conseguindo entender os mo-
tivos da variação. Lembrou que a ideia do INEA é que consigam aumentar o moni-
toramento com a instalação de duas estações da ANA para que possam entender es-
sas alterações. Irão instalar uma a montante do lago da CEDAE e outra a jusante da
estação Guandu/Dutra. O representante do INEA disse, ainda, que acredita que essas
variações ocorram pela junção de vários acontecimentos. Julio César Antunes (CE-
DAE/Comitê Guandu) lembrou que é proibida a exploração de areia no leito do rio
Guandu desde 1995. Para isso foi realizado um estudo, que já está publicado, tendo
em vista que nos dias úteis a qualidade da água piorava pela exploração de areia. Jo-
aquim Costa (Gerdau) relatou que considerando que há 720 horas no mês, a média
da captação foi de 130 µS de condutividade e que ocorreram três picos nesse perío-
do, um no dia 4/07 e dois no dia 16/07, mesmo assim não pararam de captar e no to-
tal foram 492 horas de captação sem interrupção, ou seja, não tiveram paradas desde
que a soleira foi implementada. A tolerância de salinidade da Gerdau é de 300 µS. O
representante da Gerdau falou, ainda, que o projeto foi feito para 85m³/s e para esse
valor de vazão a soleira funciona. Apresentação sobre Medição da Cunha Salina -
INEA Ágatha Weinberg(INEA) apresentou a medição de cunha salina realizada no
canal de São Francisco nos 14 pontos monitorados informando que houve um avan-
ço maior da cunha nas camadas mais profundas. Na comparação das medições entre
13/07, 03/06 e 23/09/14, houve uma pequena elevação na salinidade no ponto a ju-
sante da soleira e após a soleira nos valores de superfície. Quanto ao monitoramento
de fundo houve a salinidade até o ponto 12, um dos valores mais altos desde o início
do monitoramento. Em relação às cianobactérias, todos os pontos monitorados estão
abaixo do limite preconizado pela CONAMA. Quanto ao perfil do IQA encontra-se
com resultados semelhantes que demonstram a estabilidade dos resultados com índi-
ces satisfatórios para abastecimento. Paulo Diniz (ONS) perguntou se já havia moni-
toramento antes das obras e sobre a condutividade nos pontos a montante. Ágatha
Weinberg(INEA) informou que os pontos 13 e 14, que mais são a montante, nunca
atingiram valores expressivos e condutividade. Edson Falcão (INEA) disse que in-
cluirão no site do INEA tanto o nível quanto a vazão quando tiverem uma curva
chave mais robusta [...] (AGEVAP, 21 jul. 2015).

A seguir houve apresentação do ONS sobre a avaliação hidrológica e a operação hi-


dráulica:
[...] Paulo Diniz (ONS) relatou que a operacionalização da vazão objetivo se mante-
ve sem alterações significativas. Em relação à Pereira Passos houve alterações de-
mandadas pelo INEA por acionamento ao protocolo de emergência. Quanto a previ-
são meteorológica, não há nada significativo para os próximos dias na bacia sendo
que até o dia 06/08 não há previsões de chuva. O armazenamento equivalente está
em 13,2% e as vazões naturais até o ponto de Santa Cecília estão em torno de 140
m³/s, em função disso a água armazenada no reservatório equivalente continua sendo
gasta. A média do período de dezembro a julho é de 102% o que indica que devem
ser mantidos os mesmos valores do ano passado. Edson Falcão (INEA) perguntou os
motivos de não haver intensificação de liberação de água em Jaguari para que haja
equilíbrio nos reservatórios. Paulo Diniz (ONS) disse que o ONS está trabalhando
com um valor percentual mínimo de armazenamento de Funil e se houver necessi-
dade entrar em volume morto utilizarão de montante para jusante. Estão programan-
do um aumento de vazão em Santa Branca para 38m³/s e até o final da semana au-
mentarão a vazão de Paraibuna e Jaguari com a intenção de chegar até o fim do mês
de setembro com equalização no armazenamento dos reservatórios, mantendo Funil
94

do valor de 10% por conta de um eventual gargalo a montante. Em relação às de-


fluências totais há uma menor preocupação, pois Santa Branca consegue ter controle
de vertimento e Jaguari consegue fazer os 45m³/s para atender uma vazão de
110m³/s sem contar com nenhum gargalo. Edson Falcão (INEA) sugeriu não defluir
em Jaguari, pois caso haja uma emergência e precisem de água no referido reserva-
tório não conseguiriam ter mais do que 45m³/s. Acredita que se demorarem demais
para fazerem as alterações poderá haver algum problema. Paulo Diniz (ONS) infor-
mou que o ONS está atento à situação e estão fazendo uma avaliação até o fim do
período seco com plano de uso dos reservatórios com as respectivas defluências para
que não tenham nenhum percalço até o final desse período. Estão atentos a reequili-
brar o armazenamento dos reservatórios sob a ótica de não ter nenhum problema
com gargalo hidráulico. O documento será entregue à ANA nessa semana [...]
(AGEVAP, 21 jul. 2015).

A discussão seguinte foi sobre a defluência dos reservatórios equivalentes (Paraibuna,


Jaguari e Santa Branca e Funil).
[...] João Tadao (CESP) disse que como estão trabalhando para chegaram à vazão de
110m³/s, há uma capacidade de defluência de Jaguari em torno de 60 e também há a
capacidade de Santa Branca acrescida à incremental, este atendimento ficou muito
facilitado, pois praticamente não existe gargalo. Pensando nesse sentido seria estra-
tégico manter o armazenamento em Jaguari do que manter em Paraibuna ou santa
branca, pois é mais importante. Paulo Diniz (ONS) relatou que houve uma articula-
ção entre ONS e ANA no sentido de um entendimento em relação a forma de utili-
zação do armazenamento dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do sul através da
Resolução ANA nº 211/2013 e seguintes e um dos itens da referida resolução men-
ciona que deve haver uma equalização do armazenamento dos reservatórios de mon-
tante para jusante . Houve uma troca de correspondências entre ONS e ANA con-
firmando esse entendimento e em função disso, o ONS está elaborando uma avalia-
ção para mostrar as condições de defluências a ser mantida nos principais reservató-
rios da bacia do rio Paraíba do sul para buscar uma equalização de armazenamento
desses reservatórios. João Tadao (CESP) disse que pensa da mesma forma, porém
no que diz respeito à equalização deveriam usar outros aproveitamentos e em termos
de armazenamento há muito mais volume a ser utilizado em Paraibuna do que em
Santa Branca e Jaguari. Temos em torno de 5% que equivale a 120hm³, além dos
425hm³ que já estão acertados e que somados resultam em um valor superior à capa-
cidade de Jaguari. E todos sabem que é possível usar os 425hm³ e que deve ser utili-
zado no cálculo para equalização dos volumes. Edson Falcão (INEA) lembrou que a
vazão que está em operação hoje é de 140m³/s e estão se adequando para os 110m³/s
e a preocupação do Estado do Rio de Janeiro é que se tenha o equilíbrio dos reserva-
tórios, que não precisa ser percentual, para que se houver alguma eventualidade e
não conseguirem diminuir para os 110m³/s ou caso tenham que aumentar dos os
110m³/s para 130 ou os 140m³/s, que o ONS tenha capacidade para operar o reserva-
tório e que não falte água em Santa Cecília e para os usuários da região fluminense.
Lembrou que a utilização do volume morto de Paraibuna deve ser feita somente em
regime de exceção e que deve haver economia de água para que evitem que isso
ocorra. João Tadao (CESP) comentou que o volume morto não deve ser discutido,
pois já foi definido entre os três estados, mas a CESP permanece com a ideia que es-
trategicamente é melhor manterem um volume maior em Jaguari para qualquer con-
tingência em Santa Branca ou em outros reservatórios e assim favorecer o atendi-
mento da vazão objetiva. Edson Falcão (INEA) disse que pode ser que estrategica-
mente melhor para São Paulo deixar água em Jaguari, mas para o Rio de Janeiro a
melhor opção é que haja equalização dos reservatórios. João Tadao (CESP) lembrou
que dessa forma existe a possibilidade de não haver água Jaguari e Paraibuna, pois
para equalizar será necessário deixar Jaguari com 10%, Paraibuna não irá recuperar
e Santa Branca ficará oscilando em 10%. Paulo Diniz (ONS) disse que acredita que
essa seja uma discussão sem fim e a expertise sobre a forma de operar os reservató-
rios é do ONS em articulação com a ANA, que é quem define as condições de ope-
ração dos reservatórios, lembrando que o ONS não vai tomar nenhuma atitude de
95

operação que não tenha o resguardo legal dado pela ANA e não deixará ocorrer ne-
nhum gargalo hidráulico que comprometa o atendimento de qualquer uma das va-
zões mínimas ou da vazão objetivo em Santa Cecília. Joaquim Gondim (ANA) men-
cionou que a ANA tem uma preocupação para que o sistema seja operado correta-
mente, de forma transparente e com harmonia entre os entes e em função disso a
Agência pediu ao ONS que fizesse um planejamento sobre a operação futura do sis-
tema para que possam discutir com todos os interessados [...] (AGEVAP, 21 jul.
2015).

Para finalizar, houve uma discussão sobre as novas reduções e a capacidade do sistema
conseguirem fazer captação:
[...] Lembrou que o ONS tinha uma projeção para fazer a redução para 110m³/s em
1º de agosto e essa data foi alterada para o dia 10 de agosto, segundo dados da reu-
nião. Vera Lúcia Teixeira (CBH MPS) relatou que de acordo com informações do
Sr. André Marques (AGEVAP) a previsão para instalação das bombas será em mea-
dos de agosto. Edson Falcão (INEA) disse que a data que está prevista para finaliza-
ção das obras é dia 10/08, mas acreditam que será finalizada no dia 15/07, por conta
de alguns problemas ocorridos. Em relação à operação das bombas de Barra Mansa,
disse, ainda, que devem lembrar que atualmente existe uma contribuição dos afluen-
tes, o que poderia ajudar o município de Barra Mansa sem que haja prejuízo para o
mesmo. Lembrando que redução será feita de forma gradativa a cada 5m³/s depen-
dendo do comportamento das reduções. A proposta que o INEA tem é que hoje a
partir das 17 horas que comecem uma operação por 12 horas de 80m³/s, seguido de
uma operação com 114m³/s durante algumas horas e com posterior diminuição para
105m³/s. Serão realizados testes na CEDAE e na soleira. Julio César Antunes (CE-
DAE/CBH Guandu) falou que a CEDAE se preocupa com a ampliação da máxima e
da mínima, mas considerando que devem que assumir os riscos e estão solicitando
que a onda chegue à estação na parte diurna e que irão mobilizar a equipe em maior
número para monitorar essas alterações. Estão utilizando novas tecnologias e já es-
tão propondo internamente testes na planta para que preparem para uma situação de
piora na qualidade de água. Caso seja necessário irão acionar o protocolo de emer-
gência. Vera Lúcia Teixeira (CBH MPS) questionou sobre o fato de trabalharem
com a vazão de 135m³/s em Santa Cecília que é a mesma vazão do ano passado. Ed-
son Falcão (INEA) informou que a vazão de 127,5m³/s foi aplicada no período de
chuva, com a contribuição do rio Guandu e por isso conseguiam reduzir a vazão que
vinha de Funil. Essa contribuição não existe mais e a vazão real foi aplicada, quando
ocorreram problemas e por isso tiveram que aumentar na transposição. Joaquim
Gondim (ANA) disse que comparando ao ano de 2014 estão abaixo e comprando a
julho aos meses anteriores estão um pouco acima da média. Edson Falcão (INEA)
relatou que a vazão que estava passando no Guandu era de 115 m³/s por conta dos
contribuintes que hoje são pouco expressivos. Essa vazão de 105 m³/s é uma vazão
menor do que a vazão praticada em abril e a ideia é que consigam diminuir para105
m³/s e posteriormente para 85 m³/s e assim chegariam a 120 m³/s em Santa Cecília.
Ao longo do mês de agosto fariam novas reduções até chegarem aos 75 m³/s fazendo
com que cheguem à vazão de 110 m³/s que é o almejado desde o ano passado. O re-
presentante do INEA disse que gostaria de saber sobre a proposta de operação teste
da CSA Marcus Gimenez (CSA) disse que como às 19 horas do dia 22/07 a maré se-
rá de 1.3, que é uma maré onde a CSA não capta, poderiam reduzir a vazão hoje
(21/07), assim essa alteração chegaria à CSA entre 13 e 16 horas do dia 22/07. A
proposta seria fazer a redução às 17 horas para 105 m³/s colocando a redução para
um horário em que a CSA não faça captação ou reduzir à meia-noite do dia 22/07
para 80m³/s por 12 horas. Edson Falcão (INEA) lembrou que se fizerem nesse horá-
rio, perderiam uma parcela da captação. O que poderia se feito é manter 114m³/s por
algumas horas para que recuperem mais rápido e não tenham risco e depois reduziri-
am pra 100 ou 105m³/s e a ideia que fosse implementado para amanhã com a dispo-
nibilização de uma equipe para fazer a medição da curva chave. Paulo Diniz (ONS)
sugeriu que a CSA e INEA acertassem os detalhes e lembrou da importância de ela-
borarem uma programação [...] (AGEVAP, 21 jul. 2015).
96

Na décima nona reunião, ocorrida em 05.08.15, as discutiu-se sobre as obras no Canal


de São Francisco, sobre e as intervenções nos sistemas de captação e sobre a qualidade de
água. A situação era preocupante, os reservatórios equivalentes estavam muito baixos.
[...] Medição da Cunha Salina – 03/08/2015 feita pela Ágatha Weinberg (INEA) Foi
apresentado a atualização referente aos últimos dias com os resultados da medição
da cunha salina do dia 03/08.. Os resultados não variaram quando comparados com
o da medição anterior. A cunha salina da superfície foi até o ponto 10, que é a jusan-
te da FCC. O gráfico compara os resultados da medição do dia 03/07 com os do dia
03/08/15. O perfil da Variação da Densidade de Cianobactérias – Trecho Funil /
Guandu, ainda está distante do padrão CONAMA em todos os pontos monitorados.
De acordo com a apresentação de Ágatha Weinberg (INEA), as conclusões são basi-
camente as mesmas da reunião anterior: - A despeito da implantação da soleira, no
trecho final do canal de São Francisco, os resultados da medição de salinidade em
03/08/2015 ainda permanecem críticos, apresentando valores expressivos do avanço
da cunha salina ao longo do referido canal; - Os últimos resultados de densidade de
cianobactérias indicam que não foram ultrapassados os limites máximos determina-
dos na Resolução CONAMA 357/2005, para todos os pontos monitorados; - A qua-
lidade das águas do rio Paraíba do Sul e rio Guandu se apresenta em níveis satisfató-
rios para fins de abastecimento com tratamento convencional, com indicativo de es-
tabilidade dos resultados dos IQAs de junho e julho. Relato dos usuários: Captações
da CEDAE no rio Paraíba do Sul a jusante de Santa Cecília: A CEDAE não tem na-
da acrescentar, continua captando normalmente. Captação na ETA Guandu: Júlio
César Antunes (CEDAE) comentou que o processo está normal, não teve nenhuma
alteração desde a última reunião. A chuva deu uma mascarada na simulação. Au-
mentou o controle que está sendo feito a cada meia hora, mas ainda assim não foi
observada nenhuma alteração. Captações no Canal de São Francisco: Marcus Viní-
cius Gimenez (CSA) relatou que após o teste de 80 m³/s houve uma interrupção total
de 33h contínuas, depois mais 7 horas, totalizando 40 horas de parada. Conseguiram
captar 3 horas seguidas, com uma condutividade acima de 300 µS, chegando a cap-
tar com uma condutividade média de 430 µS, pois os níveis das lagoas chegaram a
zero e foi necessário entrar no consumo do tanque de água industrial, que é a ultima
reserva antes de fazer a parada da usina. Foi necessário desligar 4 caldeiras de alta
pressão, e conseguimos acionar o protocolo de emergência através do INEA, no iní-
cio da manhã do dia 23/07. Chegaram até o fim da quinta-feira com valores muito
críticos e 10 horas de autonomia de água industrial. Tivemos que fazer várias inter-
venções operacionais. Após o acionamento do protocolo, e a prática da vazão de
105m³/s, os níveis foram restabelecidos ao longo do dia seguinte. O tempo médio de
interrupções ficou entre 8 e 10 horas, e foram aumentando ao longo da semana em
virtude de marés com uma amplitude maior [...] (AGEVAP, 5 ago. 2015).

A seguir as discussões foram sobre as obras no canal de São Francisco e as interven-


ções nos sistemas de captação e sobre a qualidade de água.

[...]José Luiz Governo de Souza (CSA) relatou que as obras para a interligação da
captação da CSA junto às captações das demais empresas estão caminhando forte-
mente, e já foram feitos os lançamentos de toda a tubulação. Utilizaram tubulação de
aço no trecho de travessia da ponte sob o canal de São Francisco para evitar danos
posteriores. Foi necessário adaptar um suporte, no entanto a colocação das tubula-
ções já está quase concluída e estão construindo agora uma chaminé de equilíbrio. A
balsa com a bomba já está sendo posicionada e deve estar concluída no próximo fi-
nal de semana. A data de conclusão se mantém em 15/08/15. Foi relatado pela FCC,
que ao longo do mês de julho não tiveram nenhuma hora de parada na captação e ao
todo foram 3 horas de salinidade alta em sua captação, que não passaram de 330 µS:
330 µS (no dia 04/07/15) , 316 µS e 308 µS ( no dia 16/07/15). Informou que o valor
de 330 µS é o valor meta de captação [...] (AGEVAP, 5 ago. 2015).
97

Em seguida houve uma apresentação sobre as condições hidrológicas e de armazena-


mento da bacia do Rio Paraíba do Sul:
[...]sem nenhum registro significativo. Operacionalização de Pereira Passos – o pro-
tocolo de emergência foi acionado: • 20/07- Aumento da Defluência da UHE PPS
para 114m³/s a partir de 17h, por solicitação do INEA para atender a CSA; • 21/07-
Redução da Defluência da UHE PPS para 80m³/s a partir de 17h, por solicitação do
INEA; • 22/07- Aumento da Defluência da UHE PPS para 114m³/s a partir de 05h e
redução para 100m³/s a partir das 17h, por solicitação do INEA; • 23/07- Aumento
da Defluência da UHE PPS para 120m³/s a partir de 07h40min, por solicitação do
INEA para atender a CSA; • 24/07- Redução da Defluência da UHE PPS para
114m³/s a partir de 00h e para 105m³/s a partir de 20h28min, por solicitação do
INEA. Desde o dia 25/07 vem se conseguindo praticar em média 105 m³/s e soma-
dos aos 35m³/s, vem cumprindo a vazão objetivo de 140 m³/s em Santa Cecília.
Condição meteorológica: É comum ocorrer esses períodos de “verão” durante o in-
verno na região sudeste, só que o deste ano está bem forte, inclusive com temperatu-
ras bastante elevadas. Lembrando que temperatura elevada aumenta um pouco o
efeito de evaporação nos reservatórios, mas como estes não estão cheios, não é tão
significativo. Na bacia do Paraíba do Sul tem-se a probabilidade de aumento da
umidade, principalmente na região litorânea, mas sem nenhuma chuva significativa
até o dia 15/08. Então até metade de agosto está prevista ausência de chuvas e con-
sequentemente nenhum aumento significativo nas vazões. Condição hidrológica na
bacia: As vazões naturais em Santa Cecília estão em torno de 80m³/s, teve um pe-
queno aumento em função da última frente fria que entrou aumentou a umidade.
Sendo assim vem sendo observadas vazões em Santa Cecília menores que a vazão
objetivo e estão sendo utilizados os volumes dos reservatórios. Nesse contexto, o re-
servatório equivalente terminou no dia 04/08 com 10,87%. As vazões naturais em
Santa Cecília vinham coincidindo com a série do ano passado, em julho do ano pas-
sado observou-se 57% da média, acabou no vermelho, e em 2015 estamos com 54%
da média, ou seja, se ano passado havia sido o pior do histórico, nesse ano estamos
vivenciando o pior julho do histórico da bacia do Paraíba do Sul. Estamos com
101% da média, para o período de dezembro a julho, comparando 2013/2014 com
2014/2015. Corroborando que usar a série de 2015 nesse período seco é bastante ra-
zoável, e ficará próxima do que provavelmente iremos encontrar nos próximos me-
ses. Em função do deplecionamento em Funil, a ANA solicitou ao ONS as simula-
ções da evolução dos reservatórios com a meta de não ter Funil com menos de 10%
até o final de outubro. O ONS encaminhou ontem, e seria interessante que todos ti-
vessem conhecimento dos resultados dessas simulações. Marcelo Carvalho (Furnas)
falou que a vazão objetivo média praticada em Santa Cecília está em torno de 142
m³/s e que estão esperando o dia 15/08 para conseguir passar para 110m³/s. O pro-
blema vem sendo equacionado e a discussão da redução será feita no âmbito do
Grupo. A distribuição do armazenamento ao longo dos reservatórios da bacia está
muito desequilibrada e a própria resolução 211/2003 diz que tem que haver um equi-
líbrio em torno dos armazenamentos dos reservatórios. O ONS, por solicitação da
ANA, está elaborando um estudo relativo à isso, para fazer prospecções para saber o
que fazer principalmente em relação a defluência de Jaguari (AGEVAP, 5 ago.
2015).

A seguir, o ONS fez uma simulação do período seco na bacia do rio Paraíba do Sul,
com objetivo de mostrar o reservatório equivalente:
[...]O objetivo é mostrar a simulação do armazenamento equivalente dada a expecta-
tiva que ao longo do mês de agosto se atinja a redução da vazão objetivo de 140m³/s
para o 110m³/s através da seguinte programação: até o dia 15/08 continuaria se pra-
ticando os 140 m³/s, na semana seguinte haveria uma redução para 120m³/s, na se-
mana posterior uma redução para 115m³/s, culminando ao final do mês de agosto pa-
ra início de setembro a redução para os 110 m³/s. Foi adotada essa redução gradativa
pois o ONS considera significativa a redução de 30 m³/s. Nas simulações foi consi-
derada a mesma série diária do ano passado. O resultado demonstrou um armazena-
98

mento equivalente de 5,5% no final de outubro. Não foi simulado nenhum horizonte
posterior ao final de outubro porque é cedo para avaliar qualquer prospecção de no-
vembro de 2015 em diante. Há ainda toda uma avaliação meteorológica e climática
para ser considerada até depois de outubro, então é cedo para avaliar. Se não houver
a redução, o cenário é diferente, o armazenamento será bem mais baixo. Os cenários
seguintes apresentam a redistribuição do armazenamento equivalente pelos reserva-
tórios da bacia do rio Paraíba do Sul. Foi considerado em prol da segurança um ar-
mazenamento mínimo em Funil de 10% até o fim do período seco. Caso haja neces-
sidade de utilizar o volume morto dos reservatórios, de acordo com o declarado ano
passado, é importante que isso seja feito de montante a jusante. O último volume
morto que seria utilizado seria o do reservatório de Funil. Para todos os cenários
mostrados a premissa é que o volume armazenado em outubro de 2015 seja de 5,5%.
Cenário (1) - continue sendo praticado em Jaguari uma defluência de 10m³/s até o
final de outubro. Resultado: No final de outubro Jaguari estaria com volume acima
de 25%. Funil ia gradativamente esvaziando até 10%. Paraibuna estaria abaixo do
0% no final de setembro. Santa Branca teria que esgotar seu volume na primeira
quinzena de outubro. Ou seja, seria necessária a utilização do volume morto de Pa-
raibuna e Santa Branca. Cenário (2) – aumento da defluência em Jaguari para 20m³/s
e redução em Paraibuna para uma defluência média de 35m³/s a partir de 07/08/15.
Resultado: No final de outubro se aumentasse Jaguari para 20 m³/s, o reservatório
terminaria acima de 15%, conseguiria manter Funil em torno de 10%, e terminaria
Paraibuna e Santa Branca com armazenamento em torno de 4%. Cenário (3) – au-
mento da defluência em Jaguari para 30m³/s e redução em Paraibuna para uma de-
fluência média de 25m³/s a partir de 07/08/15. Resultado: Terminaria Jaguari com
um armazenamento com algo em torno de 7,5%, Funil ficaria em torno de 10%, Pa-
raibuna em torno de 4,5% e Santa Branca com um volume em torno dos 7%. Con-
clusões: A princípio, não seria viável manter uma defluência constante de 10 m³/s de
Jaguari ao longo desse período seco, uma vez que isso zeraria o reservatório de Pa-
raibuna no início de outubro, zeraria Santa Branca em meados de outubro e para
manter algo em torno de 10% em Funil, teria que usar o volume morto desses dois
reservatórios, com Jaguari com uma condição de armazenamento superior a 25%.
Essas simulações foram disponibilizadas para a ANA e seria importante debater so-
bre o assunto no GTAOH e até em outros fóruns, envolvendo diretamente os gover-
nos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro [...] (AGEVAP, 5 ago. 2015).

Após a apresentação houve um grande debate, pois a situação realmente era preocu-
pante:
[...] Marcelo Carvalho (Furnas) considera que o segundo cenário já resolveria, não
diminui tanto Jaguari, chega-se ao final de outubro com 5,5% de uma forma mais
equilibrada, sem ter que entrar no volume morto de Paraibuna. Em sua opinião, essa
solução seria a mais indicada. Humberto Andrade (Light) comentou que a configu-
ração de Jaguari com 20 m³/s evita que Santa Branca entre no volume morto, esse
valor pode ser adotado, e caso seja, será preciso ficar atento com o pior histórico, se
a gente tiver agosto e setembro também piores que 2014, podemos ter uma configu-
ração um pouco pior, considerando o que já foi simulado. Larissa Ferreira (INEA)
informou que o INEA também fez as simulações, com as vazões um pouco mais
elevadas, e chegou-se a resultados semelhantes com Paraibuna entrando no volume
morto, se Jaguari mantivesse os 10 m³/s. A posição do INEA é que se aumente o
quanto antes a vazão defluente de Jaguari. Podemos começar com 20 m³/s e depois
ir reavaliando. CESP se pronunciou dizendo que a questão do aumento já está sendo
discutida em nível de secretaria, estamos aguardando uma decisão superior para que
seja tomada uma decisão definitiva. Antônio Augusto (ANA) disse que a ANA está
preocupada com o rápido deplecionamento que está acontecendo no nível dos reser-
vatórios, então entende que a proposta de aumento da defluência de Jaguari até 20
m³/s dá um certo conforto e melhora um pouco o desequilíbrio observado. Marcelo
Carvalho mencionou que o posicionamento do grupo é que os 20 m³/s seja pratica-
do, se possível, imediatamente. A simulação considerou as alterações das vazões de-
fluentes a partir de 07/08, então a sugestão é que seja aplicada a partir do dia 07/08.
99

Está tendo uma reunião em Brasília, entre ANA e órgãos gestores, que está debaten-
do esse assunto. Antônio Augusto (ANA) informou que pela manhã estarão reunidos
os técnicos dos órgãos gestores e na parte da tarde se reunirão os secretários de Es-
tado. Joaquim Gondim (ANA) disse que o que está sendo discutido em Brasília são
as mudanças nas regras de operação definitiva, que irá substituir a Resolução
211/2003 futuramente. Há uma correlação com o que está sendo discutido no GTA-
OH, mas são discussões diferentes. A posição da ANA é que a vazão defluente em
Jaguari passe de 10 m³/s para 20 m³/s, nesse primeiro momento, como foi recomen-
dado. A fim de reforçar essa posição, a sugestão é que a AGEVAP encaminhe a cor-
respondência com o resultado da presente reunião, considerando as proposições fei-
tas. Edson Falcão (INEA) se posicionou falando que considerando as premissas de:
uma vazão de 140 m³/s (atual em operação), diminuição dessa vazão para 120 m³/s a
partir de 16/08 (que é o provável que ocorra), e de se ter 10% em Funil, como de-
monstrado pelo ONS, as simulações indicam que mantendo a vazão defluente em
Jaguari igual a 10 m³/s, estaríamos entrando no volume morto até o final de agosto.
Aumentar a defluência de 10 m³/s para 15 m³/s também não resolveria o problema,
pois entraria no volume no começo de setembro. A proposição do INEA é que se fa-
ça um planejamento para que vazão aumente o mais rápido possível, de forma gra-
dual, para 20 m³/s, para que até setembro consiga-se implantar uma vazão defluente
em Jaguari de 45m³/s. Essa é a defluência mínima que deve ser feita para que tenha
um reequilíbrio entre os reservatórios. A preocupação é que se diminua muito o vo-
lume útil dos reservatórios de uma forma que todos fiquem vazios e apenas Jaguari
cheio [...] (AGEVAP, 5 ago. 2015).

O Coordenador do GTAOH disse entender que todos estão apreensivos e com muita
incerteza, mas acredita que possamos tomar algumas decisões traçando um bom planejamen-
to:
[...] Solicita que seja traçado um planejamento para que seja implementada, a partir
de 1º setembro uma vazão defluente em Jaguari em torno de 42 a 45 m³/s. Se ao lon-
go de setembro for identificado que houve uma melhora no comportamento dos de-
mais reservatórios poderá ser reduzida a vazão defluente em Jaguari. Hoje está sen-
do observado um deplecionamento de quase 20 m³/s em Paraibuna e praticamente
nenhum em Jaguari. Marcelo Carvalho (Furnas) disse que o que está sendo discutido
hoje é o aumento da vazão em Jaguari para 20 m³/s possivelmente até o dia 07/08,
que seria a necessidade imediata indicada pelos estudos. As outras sugestões dadas
pelo INEA poderão ser discutidas posteriormente pelo GTAOH. No dia 15/08, com
o término da previsão das obras nas captações do canal de São Francisco terão que
ser feitas outras reuniões. Como coordenador do Grupo, Marcelo Carvalho sugeriu
mandar uma correspondência via CEIVAP para ANA, colocando o posicionamento
do Grupo para o aumento da vazão a jusante de Jaguari para 20 m³/s até 07/08, que é
o resultado imediato da presente reunião. Nas reuniões seguintes poderia se fazer a
reavaliação da vazão mínima em Jaguari e também outros fatores que precisariam
ser implementados. Edson Falcão (INEA) citou que 20 m³/s não é o suficiente para
não entrar no volume morto. Paulo Diniz (ONS) disse que foi feita uma apresenta-
ção formal pelo ONS que mostrou que para o cenário com 20 m³/s não há possibili-
dade de se entrar no volume morto. Explicou novamente as premissas apresentadas
anteriormente. Edson Falcão (INEA) falou que não é prudente considerar que vai
conseguir diminuir para 110 m³/s no final de agosto e isso vai resolver o problema.
A sugestão é que deplecione mais Jaguari e se for o caso depois diminui a vazão de-
fluente novamente. Esse é o posicionamento do INEA, mas o ONS tem a autonomia
para operar. Declarou que a preocupação do INEA é que caso a tendência da estia-
gem se mantenha, e considerando as últimas afluências, a tendência é entrar no vo-
lume morto dos reservatórios. Paulo Diniz (ONS) falou que mantidas as premissas
da redução da vazão objetiva ao longo do mês de agosto, a curva de evolução do ar-
mazenamento equivalente não vai ser alterada. A questão da discussão é a redistri-
buição dos armazenamentos dos reservatórios Em um primeiro momento ficaria
acertado o aumento da vazão para 20 m³/s e mais próximo do final do mês de agos-
to, tendo a real situação da possibilidade de redução dos 140 m³/s para 120, 115,
100

110, poderá ser reavaliado e repactuado dentro do grupo outro aumento em Jaguari.
Edson Falcão (INEA) comentou que existe a premissa de equilíbrio entre os reserva-
tórios e o problema maior é que isso não está sendo observado. Poderia resolver o
problema de outra forma, mas ONS tem autonomia para fazer o que julgar necessá-
rio. Frisou a possibilidade eminente de entrar em volume morto, e que isso não po-
deria ocorrer. Disse que não está conseguindo entender porque não está aumentando
a defluência em Jaguari, como feito em todos os anos. Se identificar um comporta-
mento razoável, diminui depois em Jaguari. Questionou o fato do porque manter Ja-
guari com um volume alto em relação aos demais. Marcelo Carvalho declarou que a
proposta de aumentar de 10 m³/s para 20 m³/s já visa estabelecer o equilíbrio. Não se
pode reestabelecer o equilíbrio de uma hora para outra. A proposta é aumentar para
20 m³/s e ir reavaliando isso para frente. Ninguém está sendo irresponsável de pos-
tergar um reequilíbrio dos reservatórios a ponto de chegar a uma situação que você
precise reequilibrar e não consiga, ressaltou que isso não vai acontecer. Edson Fal-
cão (INEA) mencionou que independente do posicionamento do Grupo, a proposta
do INEA é que se aumente de forma imediata até o dia 07/08 para 20 m³/s e que se
programe um aumento gradativo, para que até 01/09 esteja defluindo algo em torno
de 42 m³/s em Jaguari, visando o equilíbrio dos reservatórios [...] (AGEVAP, 5 ago.
2015).

Para finalizar, as discussões giraram sobre a capacidade de cada reservatório e a atual


situação da bacia do rio Paraíba do Sul.
[...] Não quer dizer que terá que ser acatada a proposta, uma vez que o ONS tem to-
tal autonomia; mas o grupo pode se posicionar de alguma forma. Marcelo Carvalho
(Furnas) solicitou o posicionamento da ANA, e em tempo sugeriu ao INEA que tra-
ga também as suas simulações para apresentar nas próximas reuniões do grupo, a
fim de enriquecer as discussões. Paulo Diniz (ONS) ressaltou, com base em sua
apresentação, que terminar com Paraibuna em torno de 4,5 a 5% é muito mais água
do que Jaguari com 7,5%, considerando que Paraibuna é muito maior que Jaguari. O
cenário de Jaguari com 30 m³/s em relação aos efetivos volumes disponíveis nos re-
servatórios, esquecendo o percentual do volume útil, também não representam equi-
líbrio. 7,5% em Jaguari é uma coisa e 5% em Paraibuna é outra. A premissa não é
em relação ao percentual do volume útil, é em relação a água efetivamente armaze-
nada. Julio Cesar Antunes (CEDAE) disse que pela fala do ONS e pela fala do
INEA, observa-se que há um consenso para que passe a vazão em Jaguari para 20
m³/s. Tem uma previsão de entrega da captação da CSA a partir do dia 10/08, a pro-
posta é conciliar a certeza e o teste da possibilidade com a outra colocação do Edson
Falcão, para que até setembro pudéssemos simular um aumento em Jaguari. Já existe
o consenso para fazer alteração para 20 m³/s até o dia 07/08. A CESP declarou que a
decisão de defluir não depende mais da CESP, está sob a decisão do governo do Es-
tado de São Paulo, por isso a CESP não tem nada a declarar a respeito , Joaquim
Gondim (ANA) disse que a ANA apoia a posição da CEDAE no diz respeito a fazer
o aumento gradativo, avaliando as consequências, acompanhando o grupo [...]
(AGEVAP, 5 ago. 2015).

Na vigésima reunião, ocorrida no dia 17.08.15, houve uma apresentação sobre o moni-
toramento da qualidade da água. Os presentes se posicionaram sobre o aumento da defluência
do reservatório de Jaguari, questionando a ANA sobre essa possibilidade.
[...] Maurício Soares (INEA) apresentou os resultados da campanha de qualidade da
água. Com relação à densidade de cianobactérias foram apresentados os resultados
em Funil, Santa Cecília, Reservatório de Santana e Cedae. Esses resultados indicam
que não foram ultrapassados os limites máximos determinados na RESOLUÇÃO
CONAMA 357/2005, para todos os pontos monitorados. No reservatório de Funil,
porém, observou-se elevação significativa da densidade de cianobactérias em rela-
ção à medição anterior. Com relação a salinidade no Rio Paraíba do Sul, não foi ob-
servado em 31/07/2015, valores expressivos no avanço da cunha salina, que não al-
101

cançaram a tomada d’água da ETA de São João da Barra [...] (AGEVAP, 17 ago.
2015).

A seguir passou ao relato dos usuários sobre as obras nas captações e sobre os últimos
impactos devido a escassez hídrica.
[...] José Carlos Fioravante (CEDAE) disse que a CEDAE do interior não teve pro-
blemas de captação e informou que as obras nas captações já estão em andamento, e
que a previsão de conclusão é de 60 a 70 dias. Julio Cesar (CEDAE/Comitê Guan-
du) relatou que a captação está normal, aumentou só o controle da estação, mas não
tem nada fora da curva. Jardel (SAAE-BM) informou que o município de Barra
Mansa está conseguindo operar com a bomba. Disse que na semana passada houve a
licitação na AGEVAP, mas ainda não se interou do assunto a respeito de como será
a instalação. Concluiu dizendo que por enquanto estão conseguindo captar o dia in-
teiro. José Luiz (CSA) disse que terminaram, conforme o previsto, a interligação en-
tre as captações na sexta-feira, dia 14/08 às 20h. A CSA realizou em uma primeira
etapa, o aumento dos seus reservatórios, em segunda etapa a construção da soleira e
em terceira etapa a interligação da sua captação até o ponto de captação das demais
empresas. As 00h do dia 15/08, a vazão em Pereira Passos passou para 85 m³/s. Pâ-
mela Reis (Gerdau) relatou que tiveram um total de 20 horas parados após a redução
(de 15/08 até as 11h do dia 17/08). No dia 15/08 pararam 4 horas, no dia 16/08 fo-
ram 11 horas parados e no dia 17/08 foram 5 horas. Tiveram picos de 1200 µS de
condutividade e ficaram operando com o reservatório interno. Com essa redução
sentiram um maior impacto. Marcos Vinicius (CSA) disse que tiveram interrupção
por condutividade alta por 11 horas, as lagoas chegaram a 65% de reservação, e no
dia 17/08 tiveram 3 horas e meia de parada. Marcelo Nunes (FCC) informou que
desde o dia da redução, teriam tido um total de 24 horas de interrupção se estives-
sem captando. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se há registros ou vazões
inesperadas [...] (AGEVAP, 17 ago. 2015).

A seguir foi apresentação sobre as condições hidrológicas e de armazenamento da ba-


cia do rio Paraíba do Sul.
[...] Paulo Diniz (ONS) apresentou inicialmente a operacionalização dos dois pontos
de vazão objetivo: em Santa Cecília e Pereira Passos. Informou que em Santa Cecí-
lia não teve nenhum desvio significativo. Para Pereira Passos também, o único apon-
tamento foi a redução a partir da 0h do dia 15/08 de 105 m³/s para 85m³/s, conforme
atendimento do INEA–RJ. A previsão é de chuva dia 22/08 na região litorânea, mas
essa chuva não será suficiente para transpor a barreira da Bacia, portanto não dá para
contar com essa previsão. Sobre o acompanhamento da vazão natural em Santa Ce-
cília, entraram em situação de recessão muito forte, há mais de 21 dias de ausência
total de chuva. O armazenamento equivalente fechou às 0h do dia 16/08 com 8,8%.
Observa-se o reflexo dessa ausência de chuva nas vazões dos meses de julho e agos-
to. Em julho, fechamos com 52% da média de longo termo, abaixo da registrada em
julho de 2014, e no mês de agosto estamos com 46% da média de longo termo. Co-
mo reflexo do mês de julho, temos encontrado vazões menores e o mês de agosto es-
tá severamente inferior. Diante deste cenário, seria interessante pensar em uma atua-
lização da simulação até o final do período seco com a utilização de algo inferior a
100% das vazões de 2014. Considerou que é muito razoável fazer uma avaliação
com cenário de 80% e 90%, lembrando que a curva já considera as premissas de re-
dução de 140 m³/s para 120m³/s no dia 15/08, de 120m³/s para 115m³/s na próxima
semana e em 1º de setembro de 115 m³/s para 110m³/s [...] (AGEVAP, 17 ago.
2015).

Após a apresentação do ONS, os presentes se posicionaram sobre o aumento da de-


fluência do reservatório de Jaguari.
102

[...] André Correa (SEA) agradeceu todo o esforço em prol do gerenciamento da cri-
se, e na oportunidade relatou que a posição oficial do governo do Estado do Rio de
Janeiro, posição já acordada com a CEDAE, é que se reduza a vazão em 5 m³/s na
próxima quinta-feira (20/08), indo assim para 80 m³/s, e na outra quinta- feira
(27/08) reduza novamente mais 5m³/s, finalizando então com 75 m³/s. A ideia é que
haja um debate sobre o planejamento dos níveis dos reservatórios para evitar que os
mesmos utilizem o volume morto. É preciso que o debate aconteça, e que aumente a
defluência de Jaguari. A sugestão é encaminhar a proposta de redução para a próxi-
ma quinta-feira e esperar para ver o comportamento das captações. Marcelo Carva-
lho (FURNAS) perguntou aos presentes se havia alguma objeção de programar a re-
dução na quinta-feira, lembrando que o protocolo de emergência poderá ser aciona-
do a qualquer momento. Joaquim Gondim (ANA) mencionou que a ANA sempre
têm se colocado favorável a essas medidas no âmbito do grupo. José Luiz (CSA)
disse que não existe diferença significativa de sábado para quinta-feira. A proposta é
fazer uma reunião daqui a 7 dias para avaliar a situação. Aparecida (CEI-
VAP/ENERGISA) ressaltou que existe um protocolo para ser cumprido, uma carta
tem que ser elaborada e enviada para a ANA. André Correa (SEA) disse que a posi-
ção do Rio de Janeiro é priorizar o abastecimento urbano. Marcelo Carvalho (FUR-
NAS) falou que quanto ao aumento de Jaguari, eles farão um estudo durante essa
semana. Paulo Diniz (ONS) mencionou que estão com uma defluência maior em
Santa Branca, estão gradativamente diminuindo Santa Branca, e que Funil teve uma
redução. Em função das afluências estarem menores, certamente terá que se reavali-
ar as condições de defluência. Completou dizendo que deverá acontecer um debate
em relação ao aumento de defluência. Edson Falcão (INEA) disse que mesmo man-
tendo a vazão defluente de 20 m³/s em Jaguari, o deplecionamento em Paraibuna e
Santa Branca será maior. É essencial pensar em 30 m³/s agora, porém 30 m³/s ainda
não é o suficiente para equalizar o volume no reservatório, o ideal seria 40 m³/s.
Paulo Diniz (ONS) informou que a premissa de 110 m³/s para agosto ainda não está
válida. A proposta é elaborar cenários para que novas simulações sejam apresenta-
das na próxima reunião: considerando 100% das vazões de 2014, considerando 90%
da vazão de 2014 e considerando 80% da vazão de 2014, que é o mais realista, tendo
em vista a vazão natural observada até então em agosto/2015. Trazer novamente as
simulações de defluências dos reservatórios para observar o equilíbrio entre eles. A
premissa é manter Funil com 10% e reavaliar o aumento da defluência de Jaguari.
André Corrêa (SEA) destacou que estão formalmente solicitando o aumento de de-
fluência em Jaguari imediatamente. Sugeriu marcar uma reunião para a próxima se-
mana, uma vez que a defluência do Jaguari tem que aumentar e o governo do Estado
do Rio de Janeiro estão manifestando a sua ansiedade por essa redução [...] (AGE-
VAP, 17 ago. 2015).

Para finalizar, o representante da ANA foi questionado sobre a possibilidade do au-


mento da defluência de Jaguari.
[...]Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou ao Joaquim Gondim se já poderiam
providenciar o envio da carta para ANA solicitando o aumento de Jaguari para 30
m³/s. Joaquim Gondim (ANA) respondeu que devido à existência de outros atores é
necessária ouvir à posição deles. Hiroaki Makibara (SSRH) disse que não tem auto-
nomia para falar sobre isso. Apontou também uma dúvida que se com o aumento de
Jaguari diminuiria o Paraibuna. Paulo Diniz (ONS) disse que neste momento está
recolocando Funil em torno de 10%. Há uma chance grande de continuar a recessão
das vazões naturais. Assim que o Funil recuperar, vai ser equalizadas as defluências
dos outros reservatórios, porém não podemos afirmar que a redução será direta e na
mesma proporção. Hiroaki Makibara (SSRH) contestou que como a defluência está
se mostrando tão crítica, se não seria a hora de se pensar na redução de Santa Cecí-
lia. André Correa (SEA) ressaltou que o governo do Rio de Janeiro não tem nenhu-
ma objeção quanto a discutir uma redução em Santa Cecília, visto que o momento é
de esforço coletivo para equilíbrio dos reservatórios. Hiroaki Makibara (SSRH) re-
tomou dizendo que no momento não tem autonomia para decidir. A Cesp se posici-
onou dizendo que sempre aguarda o documento solicitando o aumento da vazão de-
103

fluente, para ser avaliada a possibilidade, e uma vez recebida a autorização, colocam
na programação. Em termos de máquinas, não há problema algum na implementa-
ção do aumento da defluência. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se há neces-
sidade do aumento da defluência em Jaguari ser colocado em votação. Não havendo
nenhuma manifestação, o aumento da defluência em Jaguari foi aprovado para
30m³/s. Marcelo Carvalho (FURNAS) agradeceu o posicionamento de todos, disse
que carta para ANA será encaminhada ainda hoje, e em tempo, propôs que as simu-
lações sejam realizadas até dezembro de 2015. Para a próxima reunião seria apresen-
tada uma simulação até dezembro para verificar se 110 m³/s serão suficientes ou
precisará diminuir mais que isso. Vera Lúcia (CBH-MPS) perguntou a Marcelo Car-
valho (FURNAS) se Funil terá suas vazões defluentes reduzidas. Marcelo Carvalho
(FURNAS) respondeu que a partir do momento que a vazão objetivo de Santa Cecí-
lia for reduzida, a vazão defluente em Funil também será reduzida [...] (AGEVAP,
17 ago. 2015).

Na vigésima primeira reunião, ocorrida em 24.08.15, houve um relato dos usuários so-
bre a dificuldade de captação seguido da apresentação Condições Hidrológicas e de Armaze-
namento da Bacia do rio Paraíba do Sul, após a apresentação houve um debate quando foi
proposto o aumento da defluência de Jaguari. Os representantes de São Paulo, rejeitaram a
proposta e discutiram com os representantes da ANA. Por fim ficou decidido que Jaguari pas-
saria a defluir 40m³/s e que haveria uma a redução 75 m³/s em Pereira Passos.

[...] José Carlos (CEDAE /Interior) disse que continuam captando água normalmen-
te. Julio César Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) relatou com relação a ETA
Guandu, não houve problemas em sua operação no entanto, a captação está sendo
tomada de vegetação flutuante. Informou que já iniciaram a mobilização de equipa-
mentos para ajudar na limpeza da entrada da captação. Marcelo de Jesus (FCCSA)
disse que na quinta-feira houve redução para 80 m³/s e ficaram parados durante 25
horas. No primeiro dia a condutividade chegou a 2200µS, sendo que o limite para a
captação é de 400 µS. Informou que a FCCSA está com a planta parada para manu-
tenção interna, e não estão consumindo água, apenas medindo. O tempo máximo de
parada foi de 9h e 40 min registrado no dia 20/08. José Luiz Governo (CSA) relatou
que após a redução tiveram problemas que não esperavam. Tentaram começar um
novo processo, colocando uma nova bomba para aumentar a captação e tiveram que
mexer na chaminé de equilíbrio. Comentou que no passado, quando diminuíam, não
trabalhavam como uma vazão flat, variavam e usavam a força da gravidade. Com a
vazão de 80 m³/s não sabe se irão conseguir operar. Concluiu dizendo que o proble-
ma ainda não foi resolvido. Marcus Vinicius (CSA) mencionou que com relação ao
tempo de parada desde domingo (16/08) tivemos 12h, na segunda 11h e assim foi
caindo gradativamente. Com a redução para 80 m³/s, ainda no dia 21/08, nós capta-
mos bem tanto que recuperamos nossos níveis de 50% até 74%, tivemos operação
contínua de mais de 23h. No sábado, já sentindo o efeito da redução da vazão, para-
mos por 12h, no domingo 11h e 40 min e nesta segunda (24/08) até o presente mo-
mento estamos com 5h parados. Com um total de 64h e 30 min em 9 dias nós não
esperávamos, o valor é muito alto. Agora com as lagoas em 29% de nível, isso dá
uma autonomia de 8h no máximo para iniciar os processos de parada da planta. Fi-
nalizou concordando com o José Luiz Governo, a versão flat de vazão não atende,
temos que descobrir uma forma inteligente para que consigamos operar e ressaltou
dizendo que conseguiram reduzir o tempo de parada porque aumentaram o limite de
condutividade. Joaquim Costa (Gerdau) disse que tiveram um final de semana difí-
cil, desde o dia 22/08 às 10h até às 9h da presente data ficaram sem captar. Hoje
captaram de 9hs até 12hs. Ressaltou que possuem uma bomba que capta 700m³/h,
mas será instalada uma de 1300 m³/h. Disse que necessitam de 600 m³/h, então com
a bomba de 1300 m³/h em funcionamento a cada hora, será garantida duas horas de
operação. Edson Falcão (INEA) observou que a redução ocorrida nas cotas da esta-
104

ção Guandu Seropédica, quando se diminuiu da vazão de 85 m³/s para 80 m³/s foi
superior a 5 m³/s. Isso pode ter ocorrido pela necessidade de um melhor ajuste da
curva-chave para esta faixa de vazões ou uma prática de vazões superiores a 80m³/s.
Humberto Duarte (LIGHT ENERGIA) disse que quanto a vazão de Pereira Passos,
antes estavam conseguindo praticar muito próximo de 85 m³/s, hoje com a média de
80 m³/s tem sido muito difícil de operacionalizar. Em Paracambi é preciso fazer um
ajuste na parte baixa da curva-chave. Irão realizar uma nova medição com 80 m³/s
para encontrar mais pontos para melhorar a curva chave nesta faixa de vazões, já que
a parte baixa da curva-chave não está bem ajustada [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

A seguir houve uma apresentação das condições hidrológicas e de armazenamento da


bacia do rio Paraíba do Sul:
[...] iniciou relatando que a parte defluente vertida de Santa Cecília não apresentou
nenhum desvio. Em relação a Pereira Passos, as duas implementações recentes, a re-
dução para 85m³/s e posteriormente para 80m³/s, como o Sr. Humberto Duarte
(LIGHT) comentou, ocorreram pequenos desvios positivos, uma vez que se busca a
não ocorrência de desvios negativos. Informou que com a passagem de uma frente
fria pelo litoral da Região Sudeste, haverá a possibilidade de ocorrência de chuva
fraca em alguns trechos da bacia do rio Paraíba do Sul. Entretanto, a partir do dia
28/08, haverá um cenário de 5 a 6 dias de praticamente ausência total de chuvas. Fa-
lou que o cenário atual indica a continuidade do período seco, ou seja, ausência de
chuva significativa. O armazenamento verificado às 24:00hs do dia anterior regis-
trou 7,8% do reservatório equivalente. As vazões verificadas no mês de agosto de
2015 estão 25% inferiores ao verificado em agosto de 2014 . Apresentou cenários
com as simulações de 100%, 90% e 80% da série de vazões verificadas em 2014,
considerando o de 80% o mais conservador .Com o cenário de 100% teriam, ao final
de novembro, 4% de armazenamento equivalente, com o de 90% teriam 2,3%, já o
de 80%, ao final do período teriam em torno de 0,9%. Mencionou que irão analisar
todas as possíveis defluências, inclusive a solicitada na reunião passada. O represen-
tante do ONS enfatizou que se forem mantidas as vazões médias de 30m³/s em Ja-
guari, 25 m³/s em Paraibuna e 30m³/s em Santa Branca, teriam a evolução de arma-
zenamento, mas não poderiam aumentar a de Jaguari e diminuir Paraibuna e Santa
Branca, uma vez que estes dois últimos já estariam praticando as suas vazões míni-
mas. No cenário de 100% da série de 2014, se aumentar a vazão de Jaguari a única
consequência seria aumentar o armazenamento de Funil, que nessa simulação, sem
aumentar Jaguari, já apresenta armazenamento ligeiramente acima de 10 %. Na evo-
lução do armazenamento observando o cenário de 90%, nota-se que quase não há di-
ferença. A única diferença quanto às defluências em relação ao cenário de 100% é
que se reduziria em meados de novembro a vazão de Jaguari para algo próximo de
15 m³/s. Na evolução com o cenário de 80%, manteria Jaguari com 30m³/s, Paraibu-
na com 25 m³/s e Santa Branca com 30m³/s, porém a partir de outubro teria que rea-
valiar as defluências de Jaguari para buscar um reequilíbrio de Funil. Se for tomada
a decisão de aumentar Jaguari agora, estaríamos jogando mais água para Funil, o
que refletiria daqui a 5 dias, e poderia acarretar um aumento no desequilíbrio com os
reservatórios de cabeceira. Um dado importante: se mantiver o cenário de 80% da
série de 2014 com o esvaziamento de Santa Branca e Paraibuna próximo a 0%, não
conseguiríamos em alguns momentos atender as vazões mínimas atuais de 25 e 30.
Se quisermos melhorar o reenchimento nessa situação hidrológica, deveríamos redu-
zir um pouco mais as vazões mínimas de Santa Branca e Paraibuna [...] (AGEVAP,
2 set. 2015).

Após a apresentação do ONS, os representantes do Rio de Janeiro fizeram um longo


debate sobre atual situação e propuseram aumento da defluência de Jaguari.
[...] Edson Falcão (INEA) disse que suas simulações de outubro deram valores dife-
rentes e por isso o INEA fará uma conferência. Concluiu perguntando ao ONS que
na atual situação se aumentar Jaguari não vai adiantar. André Corrêa (SEA) agrade-
ceu a oportunidade de estar ali debatendo com o Grupo. Parabenizou o esforço e a
105

pró-atividade de todas as empresas do canal de São Francisco. Disse que é uma situ-
ação que ninguém gostaria de estar, e a partir disso temos que começar a fazer op-
ções. O representante da SEA falou, ainda, que não pretendem recuar nos valores de
vazões médias e que entende e compreende as dificuldades, mas um dos princípios é
não recuar e que estão preparados para quinta-feira que vem cumprirem o crono-
grama estabelecido. Em nome do governo do Rio de Janeiro, fez um apelo para que
não se mude o cronograma estabelecido de redução na quinta – feira para 75 m³/s
em Santa Cecília. A partir dessa redução estão abertos para discutir alternativas de
vazão mas recuar da média de 80 m³/s nós não vamos recuar. Informou que já deixa-
ram claro a posição da SEA, a posição do Governo, e só estão dispostos a discutir al-
ternância de vazão após chegarem a 75 m³/s. Disse, ainda, que foi para fazer um ape-
lo para subir a vazão de Jaguari para 40 m³/s, pois chegaram no limite. Sinalizou du-
as questões, a primeira a continuação do cronograma de redução e a segunda que é o
apelo para o aumento em Jaguari para 40 m³/s. José Luiz Governo (CSA) relatou ser
testemunha do esforço do Estado, em nenhum momento se sentiram desapoiados.
Não devem diminuir o progresso, mas avaliar se a CEDAE consegue operar com
uma vazão de 70 m³/s. André Corrêa (SEA) disse que a CEDAE vem cumprindo de
forma gradativa a redução, a Companhia vai pela primeira vez operar com 75 m³/s e
está disposto a discutir novas reduções caso a CEDAE suporte. Lembrou que quan-
do foi colocado para diminuir a vazão de Jaguari eles foram solidários e agora é
tempo de buscarem o equilíbrio [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

Os representantes de São Paulo não concordaram com a proposta, então a discutiram e


solicitaram à ANA um posicionamento.
[...] Hiroaki Makibara (SSRH) disse que São Paulo não concorda por enquanto em
aumentar a vazão de Jaguari. Considera que ficar discutindo equilíbrio nos reserva-
tórios é um desvio de foco e o que é prioridade hoje é discutir a situação da manu-
tenção de 110 m³/s em Santa Cecília. Edson Falcão (INEA) questionou ao Hiroaki
Makibara (SSRH), sobre o motivo da preocupação do armazenamento em Jaguari, já
que a premissa sempre foi o equilíbrio dos reservatórios e que só daqui a um ano e
meio é que as obras da interligação estarão prontas. Além disso, Jaguari consegue se
recuperar mais rápido que Paraibuna. Hiroaki Makibara (SSRH) respondeu dizendo
que Jaguari é um reservatório menor e muito sensível, a área de drenagem é de
1200km², já Paraibuna é um reservatório que tem muito mais capacidade de suportar
um período de estiagem, por isso não querem mexer com Jaguari. Joaquim Gondim
(ANA) disse que vai acompanhar a posição do secretário do Rio de Janeiro, mas so-
licitou ao ONS que mostre o que vai acontecer com Jaguari nos próximos dias. Pau-
lo Diniz (ONS) disse que chegaram a fazer um cenário com 40m³/s, e a partir de
amanhã se chegaria no final de outubro com Jaguari com 0%. De qualquer maneira
se aumentarem Jaguari para 40m³/s, em algum momento terão que reduzir. Edson
Falcão (INEA) sugeriu que poderiam aumentar para 40 m³/s e a cada 15 dias fariam
novas simulações, ajustando quando for necessário, para que se mantenha o equilí-
brio. Joaquim Gondim (ANA) propôs aumentar para 40 m³/s e na próxima reunião
reavaliar o cenário. João Tadao (Cesp) disse que essa discussão do desequilíbrio é ir-
relevante, que se deveria pensar no volume equivalente, e em uma nova forma de
atuação. Marcelo Carvalho (FURNAS) afirmou a questão da operacionalização de
redução para 75 m³/s na quinta- feira às 0h e propôs o aumento de Jaguari para 40
m³/s a ser realizado às 0h de quarta - feira. João Tadao(CESP) perguntou a Marcelo
Carvalho (FURNAS) os motivos para estarem reduzindo a vazão de Pereira Passos e
aumentando a defluência em Jaguari. Acredita que devem dar um tempo de 6 a 7 di-
as para a água chegar. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que com a nova elevação
em Jaguari, não terão problema com o Funil, pois a água será acumulada neste re-
servatório. Paraibuna e Santa Branca passarão a defluir a vazão mínima e assim ir
em busca do equilíbrio dos volumes armazenados nos reservatórios. Na semana se-
guinte farão uma avaliação. Enfatizou que o foi planejado está sendo seguido. Luis
Guilhom (ONS) mencionou que foi usado um simulador que já simula a “cascata”,
onde esse aumento já foi considerado, tudo isso já está contemplado na simulação.
Marcelo Carvalho (FURNAS) reafirmou que esse aumento será reavaliado. André
106

Corrêa (SEA) disse que estão dispostos a apoiar. Mencionou que o que querem é
acelerar o equilíbrio nos reservatórios . Joaquim Gondim (ANA) citou que isso será
incorporado na próxima resolução. Se o volume morto do Paraibuna está disponível
isso altera os valores. João Tadao (CESP) ressaltou que foi um acerto dos 3 estados
MG, SP e RJ. Não foi a CESP que disse, foi um acordo entre os estados Marcelo
Carvalho (FURNAS) sugeriu fazer as implementações combinadas na reunião, pos-
teriormente marcar uma reunião de avaliação, e se for possível SP, RJ e ONS envi-
am propostas de critérios nessa questão do equilíbrio nos reservatórios para serem
debatidas e futuramente serem incorporadas em resolução para operação do sistema
[...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

A seguir fizeram apresentação da qualidade no estado do Rio de Janeiro.


[...] Ágatha Weinberg (INEA) trouxe o resultado da qualidade das águas. Na última
avaliação da cunha salina na foz do Rio Paraíba do Sul, que foi realizada no dia
14/08, pôde-se perceber que a cunha salina avançou até 1,7km que não é um resulta-
do acima mas está na média. Pode-se observar que a cunha salina do dia 14/08 avan-
çou um pouco mais devido a diversos fatores entre eles vento e vazão mas ainda está
dentro da médias deste biênio. Os resultados do IQA de agosto ainda estão sendo
analisados, trouxeram uma comparação do IQA de julho e agosto, no trecho entre
Funil e Campos e constata-se que os dois IQAs se aproximam muito, mostrando es-
tabilidade da qualidade da água nos dois últimos meses. Na cunha salina no dia
14/08 houve uma penetração expressiva, mas ainda na média, que alcançou a toma-
da da água da ETA de São João da Barra. A qualidade das águas do Rio Paraíba do
Sul e Guandu apresenta níveis satisfatórios para fins de abastecimento com trata-
mento convencional [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

A seguir o coordenador Marcelo Carvalho, de Furnas, falou da operacionalização do


Jaguari que passara para 40m³/s a partir de 0h de quarta feira e a redução para 75 m³/s em
Pereira Passos a ser realizada às 0h de quinta. E em assuntos gerais falou da represa de Sim-
plício, que por falta de água não esta gerando energia:
[...] Furnas opera a usina de Simplício no Rio Paraíba do Sul que fica a jusante de
Três Rios. Nessa usina a água é desviado para um conjunto de reservatórios interli-
gados e esse desvio cria um trecho de vazão reduzida no rio Paraíba do Sul. Nesse
trecho, no passado, foi estabelecido que a vazão desse trecho seria a mesma obser-
vada a jusante de Santa Cecília. O licenciamento ambiental estabeleceu que a vazão
seria de 90m³/s, que é o valor de Santa Cecília em condições normais e 71m³/s, em
condições adversas. No entanto, desde março vêm –se operando Santa Cecília com
35m³/s, e esse valor não foi aplicado em Anta. Devido as baixas vazões do Rio Para-
íba do Sul e a contribuição baixíssima, está difícil conseguir essa vazão, com isso a
vazão mínima não está sendo cumprida e a usina está sem gerar energia desde o dia
04/08 devido a falta de água [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

Na vigésima segunda reunião, ocorrida em 02.09.2015, houve uma apresentação sobre


o monitoramento da qualidade de água no estado do Rio de Janeiro, um relato sobre os pro-
blemas ocorridos nas captações e o andamentos das obras para resolvê-los. Discutiu-se qual a
capacidade de uso do volume morto dos reservatórios. Na vigésima terceira reunião, que ocor-
reu também em 02.09.2015, houve uma apresentação sobre o monitoramento da qualidade de
água no estado do Rio de Janeiro:
[...]Maurício Soares (INEA) disse que o foco da apresentação é o rio Guandu. Sobre
o estado da cunha salina, foi realizada análise no dia 31/08, e foi encontrada pene-
tração até o ponto 11, na superfície chega até o ponto 10, e no fundo chega até o
107

ponto 11. Há três perfis da cunha salina (de 23/08, 03/08 e 31/08), percebe-se a ex-
pansão da cunha salina apresentando valores expressivos de penetração e alcançando
uma distância de 8 km em relação à foz. Com o resultado do IQA até dia 26/08, po-
de-se verificar que quanto mais desce a vazão, a qualidade se mantém na média, não
alterando. Com relação as cianobactérias, não foram observadas grandes alterações
na densidade. Relato dos Usuários: Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/CEDAE)
relatou que não houve nenhuma variação significativa, nenhuma alteração que fosse
considerada fora do normal, apesar do parâmetro de alcalinidade ter sofrido pequena
variação. Destacou o aumento do controle no monitoramento operacional. José Luiz
Governo (CSA) disse que desde o dia 30/08 passaram a trabalhar com a vazão média
de 75 m³/s. Conversaram com o INEA e foi liberada uma vazão em turno de 18h
com 85m³/s e 36h com 70m³/s, o que está dando uma média de 75 m³/s. Falou que a
soleira não está agindo como previsto, e estão trabalhando com uma condutividade
muito mais alta. Marcus Vinícius Gimenez (CSA) complementou dizendo que até
dia 23/08 haviam elevado o limite de condutividade na captação para 400 S/cm², até
o dia 25/08 aumentaram para 800, e após dia 25/08 viram que não tinham mais con-
dição de operar nesse limite, e se não elevassem o valor de condutividade, a planta
pararia, o que é ruim para o ponto de vista operacional, porque apresenta efeitos para
os equipamentos e processos que ainda não podem ser mensurados, uma vez que es-
tão operando acima dos limites definidos em projeto. Marcelo de Jesus (FCC) rela-
tou que quando estavam com 85 m³/s, estavam 50% do tempo captando, e com a re-
dução para 75 m³/s, estão conseguindo em média 1 hora de captação. No momento
atual estão com uma programação de manutenção preventiva de 1 mês, e só voltarão
a operar normalmente a partir do dia 20/09, então com essa captação estão conse-
guindo conduzir a fábrica nesse período de baixíssimo consumo. O representante da
GERDAU disse que chegaram no limite, com 30 cm de reservação, onde o aceitável
seria 2 metros. A questão não é só a soleira, é também a maré, e além disso comen-
tou que tiveram outros problemas com a salinidade [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

Após a apresentação da qualidade, os presentes fizeram um relato dos problemas ocor-


ridos em sua captação.
[...] André Corrêa (SEA) agradeceu a oportunidade de estar presente na reunião e sa-
lientou que o atual momento vivido na bacia é de aprendizado. Reconheceu a pró-
atividade das empresas, e disse que as medidas tomadas são prioridade do governo,
não irão recuar da média de 75 m³/s. Ressaltou o fato de que a CEDAE operou com
70 m³/s pela primeira vez, e o objetivo é encontrar soluções de maneira harmônica.
Disse que seu apelo central, dentro do princípio do equilíbrio dos reservatórios, é pa-
ra que se diminua a vazão defluente de Paraibuna para 20 m³/s para que o reservató-
rio não entre em volume morto. O governo do Estado do Rio de Janeiro concorda
com a proposta do ONS, de reduzir a vazão de Jaguari para 35 m³/s, e também está
disposto a discutir alternativas, e que não se recue da média de 75 m³/s no mês de se-
tembro para o Guandu. José Carlos Fioravante (CEDAE Interior) disse que dentro
do quadro de redução de vazão, a montante de Santa Cecília houve uma redução no
nível de captação, mas eles estavam preparados para captar normalmente e nas de-
mais captações também. Jardel Souza (SAAE-BM) relatou que Barra Mansa baixou,
no dia 1º/09, de tal forma que não foi possível captar, e isso permaneceu até às 17
horas. Disse que ligou para o Coordenador do GTAOH, para o André Marques
(AGEVAP), e para o Edson Falcão (INEA). Na presente data, às 05h:20min, a régua
estava dando 1,44 m. Informou que estão funcionando da seguinte forma: geralmen-
te param de bombear durante um tempo para aumentar o volume no poço e depois
retornam com a bomba. Marcelo Carvalho (FURNAS) mencionou que não houve
nenhuma redução na vazão defluente na usina de Funil que justificasse a redução re-
pentina em Barra Mansa [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

A seguir a discussões a seguir foram sobre o andamento das obras nas captações e re-
lato dos presentes sobre os problemas ocorridos nas últimas semanas.
108

[...]Edson Falcão (INEA) perguntou a AGEVAP como está a situação das bombas
que foram entregues. Aline Alvarenga (AGEVAP) respondeu que estão no prazo das
empresas entrarem com recurso contra o resultado da licitação e que o próximo pas-
so é a AGEVAP abrir um prazo para complementação de documentos. A previsão é
que a instalação termine até final de setembro. Edson Falcão (INEA) perguntou a
Marcelo Carvalho (FURNAS) se ele conseguiu verificar se foi realmente em Barra
Mansa que ocorreu o desvio. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que olhou os da-
dos de Funil e não encontrou nada que justificasse. Disse também que vai dar mais
uma verificada, mas em tempo, declarou que houve realmente uma falha real, tanto
que deu problema no município de Barra Mansa. Luís Siqueira ( Vereador de São
João da Barra) apresentou uma relação de horas paradas da captação da CEDAE no
município de São João da Barra. Falou que em função da maré alta, no mês de agos-
to chegou em 213 horas de parada, e que a população vem sofrendo a duas semanas
pela falta de água. Segundo informações da CEDAE, no mês de agosto foram 9 dias
sem fornecer água para a população. André Correa (SEA) disse que a CEDAE está
preparada para realizar as obras necessárias no local, mas a prefeitura de São João da
Barra, de certa forma, não concorda com as intervenções [...] (AGEVAP, 2 set.
2015).

A seguir, o ONS fez uma apresentação sobre a situação hidrológica da bacia do Rio
Paraíba do Sul.
[...] Paulo Diniz (ONS) iniciou sua fala apresentando os dados verificados até às 0h
do dia 01/09/15. A vazão vertida de Santa Cecília em função da ausência de chuva,
eles estão conseguindo operacionalizar bem. Falou sobre a redução que aconteceu
no dia 26/08/15 em relação ao bombeamento de Santa Cecília e a defluência de Pe-
reira Passos. No dia 27/08/15, a defluência continuou em 75 m³/s, no dia 30/08 ocor-
reu o acerto de 1/3 do tempo com 85 m³/s e 2/3 do tempo com 70 m³/s, que na média
estaria sendo feito com 75 m³/s. Informou que no dia 31/08/15, entre 1h e 13h, a
Light relatou que houve uma indisponibilidade no equipamento de telemetria, e um
consequente comprometimento na medição. Em relação a previsão meteorológica,
disse que não há sinais ainda de transição entre o período hidrológico seco para o
úmido. Esta época do ano é caracterizada pela passagem de frentes frias pela região
litorânea com a posterior ocorrência de áreas de instabilidade, porém, essas forma-
ções meteorológicas não tem força para ultrapassar a barreira orográfica e ocasionar
chuva significativa na bacia do rio Paraíba do Sul. Disse ainda que a partir do dia
09/09/15, há possibilidade de precipitação devido a passagem de uma nova frente
fria. Comentou que seria interessante se a precipitação acontecesse na montante do
Funil, entretanto, na co-ocorrência de chuvas intensas a jusante de Funil, mesmo
com a minimização das defluências deste reservatório em alguns casos não será pos-
sível armazenar a água excedente. Disse que com a implementação da bomba em
Barra Mansa, poderia ser avaliada a possibilidade de reduzir a vazão mínima do Fu-
nil. Mencionou que enquanto Santa Cecília não estiver com a sua vazão natural aci-
ma dos 110 m³/s, continuaríamos gastando a água armazenada nos reservatórios de
montante. Percebe-se que já houve uma diminuição na derivada de uso do reservató-
rio equivalente como consequência da redução para 110 m³/s. A média de longo
termo em agosto fechou com 45%, e em setembro com um único dia com 44%. Pon-
tuou que a nova simulação solicitada pela ANA as premissas consideradas foram de
100% e 80%, a outra premissa é uma manutenção de Funil próximo de 10% e a ou-
tra premissa é a redução da vazão objetivo de 110 m³/s em Santa Cecília. Marcelo
Carvalho (FURNAS) apontou uma dúvida a respeito das simulações, onde não ob-
servou o volume morto de Jaguari. Paulo Diniz (ONS) disse que o ONS trabalhou
com outras premissas, as declarações mandadas no ano de 2014 pelos agentes pro-
prietários dos seguintes aproveitamentos hidrelétricos: FURNAS, Light e CESP.
FURNAS informou o volume morto fisicamente possível em Funil, a Light passou
a mesma informação relativa à Santa Branca e a CESP informou em relação a Parai-
buna, somente. A CESP, na época, não disponibilizou a informação de volume mor-
to em Jaguari, por esse motivo não consta a informação sobre o uso do volume mor-
to em Jaguari [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).
109

Após a apresentação do ONS, os membros do GTAOH fizeram um grande debate so-


bre as decisões que deveriam tomar:
[...] André Corrêa (SEA) fez um apelo para que na próxima simulação coloquem as
informações sobre o volume morto de Jaguari, para que se tenha uma noção nas con-
tas. Paulo Diniz (ONS) retomou a apresentação dizendo que se houver uma reversão
no quadro hidrológico da bacia com vazões próximas a 100% da média de 2014, teria
um cenário bem mais confortável do que teria com 80%. Se defluísse 30 m³/s de Ja-
guari, teria Jaguari inferior a 10%, Funil próximo de 10% e tangenciaria Paraibuna
próximo a 0% sem necessidade de volume morto. Se utilizasse Jaguari com 35 m³/s,
esgotaria o volume útil de Jaguari em torno do dia 19/11/15, e manteria Paraibuna e
Santa Branca um pouco mais cheio e conseguiria manter Funil acima de 10%. Se au-
mentasse Jaguari para 40m³/s esgotaria Jaguari um pouco mais cedo por volta do dia
05/11/15, terminaria Paraibuna e Santa Branca com percentuais próximos e Funil fica-
ria um pouco mais cheio. Salientou que nesses casos de Jaguari com 35 m³/s e 40
m³/s, zeraria e começaria a trabalhar a fio d'água. Com o cenário de 80% observa-se a
necessidade de uso de volume morto. Em uma defluência de Jaguari com 30 m³/s, en-
traria no volume morto de Santa Branca e Paraibuna no final do mês de setembro e
terminaria Jaguari com 4%, que não é um cenário confortável. No cenário com 35
m³/s, zeraria Jaguari no dia 11/11/2015 e Santa Branca ficaria próximo de 0% e entra-
ria no volume morto de Paraibuna desde antes do final de setembro. O cenário de 40
m³/s é similar ao de 35 m³/s, com a diferença de que o esgotamento em Jaguari se da-
ria em outubro e a utilização do volume morto de Paraibuna no final de setembro. Ed-
son Falcão (INEA) questionou se a premissa continua sendo de se operar os reservató-
rios para que nenhum entre no seu volume morto. Paulo Diniz (ONS) respondeu que
se acontecer 100% da série de 2014, a príncípio não se entraria em volume morto. Ed-
son Falcão (INEA) comentou que, de acordo com as discussões no âmbito do GTA-
OH, o objetivo seria desde o início manter o equilíbrio nos reservatórios, questão mui-
to frisada nos debates. Disse que as simulações trazidas não correspondem com a rea-
lidade do fato, e que mesmo se aumentassem as vazões defluentes, com o cenário atu-
al, algum reservatório entraria em seu volume morto. Questionou o fato de arriscar en-
trar no volume morto em algum reservatório, tendo bastante água disponível em outro.
Em relação a Funil, questionou se o valor acima de 10% está atrelado a limitação dos
70 m³/s ou atrelado a limitação atual de Barra Mansa. Paulo Diniz(ONS) respondeu
que em alguns dias da simulação está limitado a defluência mínima de 70 m³/s em Fu-
nil. Destacou que a necessidade do uso do volume morto de alguns reservatórios de
montante, indicado em alguns cenário, se deve pela premissa de buscar manter Funil
com 10% de seu armazenamento e que considera essa premissa como importante para
a segurança do abastecimento do Rio de Janeiro. Disse que outro fator complexo no
processo de tomada de decisão é o tempo de viagem de 5 dias entre os reservatórios de
cabeceira e Funil. Um exemplo disso é o reflexo ainda não observado em Funil da re-
cente redução feita nos reservatórios de cabeceira. Falou que em relação a defluência
de Jaguari, o objetivo é mostrar as possibilidades para o Grupo debater e chegar a um
denominador comum. Edson Falcão (INEA) perguntou, considerando o caso de ter
água nos outros reservatórios, se o ONS vai garantir que não será necessário utilizar o
volume morto dos reservatórios de Paraibuna e Santa Branca. Paulo Diniz (ONS) res-
saltou que já foi feita a redução das defluência em Paraibuna e Santa Branca, e são
mais quatro dias, no máximo, de superávit de vazões em Funil, Paraibuna para 35 m³/s
e Santa Branca para 40 m³/s com viés para avaliar nova redução posterior. Declarou
que o ONS não garante nada, apenas apresenta os cenários e as possibilidades, uma
vez que não cabe a instituição o poder de decisão sobre a operação hidráulica na bacia
do rio Paraíba do Sul, somente o controle hidráulico [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

Houve ainda outra grande discussão sobre a capacidade dos reservatórios de usar o vo-
lume morto.
[...] Em relação ao volume morto, destacou um parágrafo no oficio 301/2015 da
ANA que solicita: “caso o ONS avalie, dentro dos cenários, o uso do volume morto;
que aponte e quantifique esse uso”. De acordo com o ofício, a ANA até sinaliza o
110

uso do volume morto, não é uma premissa do ONS. Edson Falcão (INEA) falou que
não cabe ao INEA nem ao grupo propor operação, mas as decisões são feitas a partir
de simulações apresentadas, que geralmente são realizadas pelo ONS. No entanto as
simulações não estão avaliando todos os pontos, e em sua opinião, entrando em vo-
lume morto sem necessidade. Sugeriu a proposição de outras soluções, para não en-
trar no volume morto de Paraibuna. André Corrêa (SEA) citou que é fundamental
que se faça uma simulação incluindo o volume morto de Jaguari, para auxiliar na
tomada de decisão. Sugeriu que seja apresentado um estudo com a premissa básica
do equilíbrio para que o volume morto seja evitado. Agradeceu ao ONS todo o es-
forço e a pró-atividade. Sugeriu a implementação de uma vazão defluente em Jagua-
ri igual a 35 m³/s às 0h da dia de hoje. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se a
CESP tem como fornecer o valor de volume morto factível em Jaguari e a respectiva
cota volume para essa faixa. Edson José Rezende (CESP) respondeu que eles não
possuem essa informação, irão passar a solicitação aos superiores. Joaquim Gondim
(ANA) disse que tem uma premissa que a ANA não abre mão, dadas as inseguran-
ças que podem ocorrer no que tange a operação do sistema, que é manter Funil com
o mínimo 10%. Isso daria segurança ao Rio de Janeiro, uma vez que o reservatório
que garante a segurança do Rio é o de Funil. André Corrêa (SEA) concordou com o
Joaquim Gondim (ANA), e citou que seu pedido é no sentido de se ter mais infor-
mações para a tomada de decisão. O governo do Rio de Janeiro entende que é ex-
tremamente importante Funil ficar com 10%. Joaquim Gondim (ANA) ressaltou que
a ANA entende que Funil é o reservatório estratégico e ele deve ser mantido com
volume acima de 10%. Com 35 m³/s ele sobe de nível com relação aos 10% e com
40 m³/s ele não sobe todo porque começa a surgir o efeito no Jaguari. Citou que a
operação de montante é importante mas não ganha água, o principal é manter Funil
em equilíbrio com 10%. A posição da ANA é no sentido de não deixar Funil baixar
de 10% e fazer os estudos necessários se for preciso utilizar as reservas técnicas de
todos os reservatórios, visto que não tem como não pensar nesta hipótese. Comentou
sobre o ofício encaminhado ao ONS, que não foi especificado que só seriam utiliza-
dos o volume morte de Paraibuna e Santa Branca, e sim deveriam considerar todos
os volumes disponíveis. Edson Falcão (INEA) disse que pelo seu entendimento hou-
ve a adaptação da premissa de manutenção de Funil em 10% e que foram excluídas a
que se evitaria ao máximo a utilização do volume morto e que seria buscado o equi-
líbrio dos reservatórios. Joaquim Gondim (ANA) explicou que o equilíbrio se dá da
seguinte maneira: Se reduz as defluências dos reservatórios e permanece constante
em um reservatório, o sistema tende a entrar em equilíbrio. Informou que uma dis-
cussão que será aberta e que a ANA vai apoiar, diante da atual crise, é a hipótese da
utilização do volume morto de todos os reservatórios, os reservatórios funcionarem a
fio d´água, na visão da Agência é um estado crítico. Mencionou que hoje, na visão
do ONS, o Operador Nacional do Sistema estaria bloqueado na utilização de volume
morto de Jaguari. A pergunta que virá do governo de São Paulo é sobre a questão do
volume morto de Jaguari de ficar em fio d'água e a possibilidade de entrar no volu-
me morto. Falou que a posição da Agência é da manutenção dos 30 m³/s em Jaguari
para manter um equilíbrio, a ANA não aceita a proposta do ONS, e neste momento
de aumentar a vazão além de 30 m³/s, concordando com a posição da ANA. Colabo-
rar com a segurança hídrica do Rio de Janeiro é colaborar com a concordância da
manutenção de 10% em Funil. E o governo de São Paulo não vê, no momento, razão
para o volume morto de Jaguari entrar no estudo. André Corrêa (SEA) agradeceu a
intervenção de Mônica Porto (SSRH), falando que o princípio maior é que todos são
brasileiros e todos precisam de água para seus usos. Sobre os estudos em relação ao
volume morto em Jaguari, citou que considera importante ter esses números para o
conjunto da bacia, essas informações irão fortalecer o princípio de segurança hídrica
e irão subsidiar as decisões. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou a ANA se eles
possuem o valor do volume morto em Jaguari para passar a informação ao ONS. Jo-
aquim Gondim (ANA) disse que o reservatório de Jaguari não é outorgado pela
ANA, mas eles entrarão em contato com o ONS para alinhamento da informação.
Paulo Diniz (ONS) disse que obtiveram a resposta de FURNAS, da Light e da
CESP, quando solicitaram as informações sobre o volume morto, só que na ocasião
a CESP mencionou a não disponibilidade de volume morto em Jaguari. Edson Fal-
cão (INEA) resgatou os debates da reunião realizada no dia 10/11/2014, onde houve
111

uma apresentação da CESP, que mostrou uma cota área volume do volume útil, que
inclusive extrapolou a cota área volume do volume morto, baseando na lâmina d'á-
gua que eles informaram, que somando dava um volume equivalente a 169 hm3.
Disse que esse valor foi encontrado pelo INEA, mas é fundamental que tenham
acesso a informação completa. Monica Porto (SSRH) pontuou que não é questão de
fornecer ou não informações, é que as simulações não demonstram a necessidade do
uso o volume morto de Jaguari. Patrick Thomas (ANA) comentou que uma coisa é
cota volume do reservatório outra coisa é avaliar a possibilidade de usar essa reserva
técnica. Quando você depleciona o reservatório você pode ter outros impactos. Fa-
lou que será necessário que o Operador se manifeste quanto a possibilidade de usar o
volume [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

Outra discussão foi sobre as vistorias que ANA, juntamente com os estados, fez nas
captações. E os membros presente solicitaram a ANA e ao ONS uma posição, já que a situa-
ção se agravava a cada dia.
[...] Edson Falcão (INEA) mencionou que a ANA juntamente com os estados fez
uma campanha de vistorias nas captações que existem ao longo do rio Paraíba do
Sul, e que foi consolidada pela ANA em 2014. Paulo Diniz (ONS) esclareceu que o
ONS dispõe de todas as informações técnicas necessárias para operar todo e qual-
quer aproveitamento hidrelétrico do Sistema Interligado Nacional de 0 até 100 % do
seu volume útil, qualquer outra informação diferente desse intervalo operativo sai
das nossas atribuições legais. Neste contexto, não possui qualquer informação técni-
ca para operar acima de 100% e abaixo de 0%. Inclusive, por Procedimento de Rede,
não teria como cobrar de um agente proprietário de aproveitamento hidroelétrico
uma informação técnica fora desse intervalo operativo. Eu sugiro que a demanda ve-
nha do CEIVAP. André Corrêa (SEA) solicitou ao ONS uma simulação e pediu que
fosse feita sem nenhuma burocracia. Mencionou que acompanhou o sucesso do li-
cenciamento da transposição do Jaguari e disse que a base de sustentação da CE-
TESB para dar esse apoio, foi o acordo assinado. Julio Cesar (Comitê Guandu/ CE-
DAE) disse que queria reforçar uma situação, eu digo com bastante tranquilidade
que qualquer número nesse processo ele vai ajudar a fortalecer um planejamento um
pouco mais amplo. Para o GTAOH é muito importante ter esse valor. Marcelo Car-
valho (FURNAS) disse que já encaminhou o pedido do Grupo para que o CEIVAP
formalize junto à ANA, CESP a solicitação desses dados. Joaquim Gondim (ANA)
indagou a participação da ANA na formalização. Lembrou que a ANA não licenciou
nem outorgou o reservatório. Marcelo Carvalho (FURNAS ) lembrou que a ANA
tem a atribuição de fiscalizar os reservatórios. André Corrêa (SEA) ressaltou que
queria reafirmar seu pedido e disse, ainda, que não quer dar à ANA responsabilidade
e sim precisava obter mais informações. Solicitou ao ONS que traga na próxima
reunião uma apresentação de cenários [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).

E para finalizar houve uma apresentação de Furnas sobre Simplício.


Na vigésima quarta reunião, ocorrida em 09.09.15, os presentes fizeram um relato da
atual situação.
[...] José Carlos Fioravante (CEDAE/interior) disse que em relação ao contexto da
redução a montante de Santa Cecília não houve alterações, a jusante também não so-
freram nenhuma alteração, porém segue com problemas em São João da Barra. Jar-
del Souza (SAAE-BM) relatou que Barra Mansa está dentro da normalidade, devido
às chuvas dos últimos dias e por isso está tudo controlado. Marcelo Carvalho
(FURNAS) informou que em FURNAS neste momento estão praticando a vazão
mínima de 70 m³/s em virtude da chuva do dia anterior. A incremental entre Funil e
Barra Mansa subiu significativamente, reduziram Funil ao mínimo e irão monitorar
Barra Mansa. O objetivo dessa redução em Funil foi de armazenar mais água no re-
servatório e possivelmente a LIGHT vai ter um aumento da geração em Pereira Pas-
sos, assim o Coordenador do GTAOH aproveitou para consultar a LIGHT a respeito
112

da programação que será realizada. Diogo Azevedo (LIGHT) mencionou que os ní-
veis dos reservatórios de Santana, Vigário e Pereira Passos estão bem altos, devido
ao aumento da vazão incremental no trecho entre Funil e Santa Cecília, com previ-
são de bombeamento com quatro bombas, sendo que provavelmente a noite será ne-
cessário aumentar para 120m³/s a vazão de Pereira Passos para controlar o equilíbrio
dos reservatórios. Fabricio Gomes (DAEE) disse que não houve nenhum relato. O
representante da CETESB mencionou que com relação à qualidade de água está tudo
dentro da normalidade. Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/ CEDAE) relatou que
está tudo normal e não há nenhum fator para destacarem. José Luiz Governo (CSA)
relatou que mantendo a operação intercalada entre as vazões de 85m³/s e 70m³/s,
mantendo a média de 75 m³/s não tiveram nenhuma piora, pelo contrário, nos últi-
mos dias conseguiram operacionalizar bem e por isso a CSA solicitou que se mante-
nha essa vazão para que possam estudar mais. Abilio Souza (FCCSA) disse que com
essa melhora a FCC recuperou os seus reservatórios Alexandre Soares (GERDAU)
disse que reservatórios estão cheios e também estão captando na mesma condição.
Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou à CSA o que está sendo pensando quanto à
intervenção na soleira. José Luiz Governo (CSA) disse que o caso da soleira é um
caso físico, foi construído com um orifício central e transversal ao canal São Fran-
cisco para uma vazão esperada de 30 m³/s, de forma que a energia de escoamento
compensasse a força da maré, e na prática isso não deu certo. O vão atual é de 60
metros e uma das coisas que estão estudando é a redução desse vão. Marcelo Carva-
lho (FURNAS) perguntou se em relação à unificação das captações a CSA já con-
cluiu a parte que faltava. Marcus Gimenez (CSA) disse que está tudo concluído na
nova captação da CSA e a única coisa que está sendo prevista adicionalmente é a co-
locação de uma 3ª bomba. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se nessa capta-
ção unificada as três empresas já estão captando no mesmo nível, se já está tudo de-
finitivo ou se ainda terá alterações. Foi informado que existiam diferentes níveis de
assoreamento no canal, e que dentro do canal a profundidade era 2 vezes maior e as-
sim demorava um tempo maior para a circulação da água. Fizeram então uma draga-
gem para equalizar os níveis no canal. Edson Falcão(INEA) disse que o INEA até o
momento não tem nenhum relato a fazer [...] (AGEVAP, 9 set. 2015).

A seguir houve apresentação do ONS sobre a avaliação hidrológica e a operação hi-


dráulica:
[...] Paulo Diniz (ONS) expôs os resultados obtidos até às 24h do dia 08/09. Na ope-
racionalização da vazão em Santa Cecília e em Pereira Passos e até o dia 08/09 ainda
não haviam verificado reflexo das chuvas ocorridas na bacia. Por enquanto não há
nenhuma dificuldade de operacionalização. Quanto à alternância de vazões em Pe-
reira Passos não identificamos nenhum desvio significativo. A Previsão Meteoroló-
gica indica que a partir do dia 11/09 haverá chuva no trecho a jusante de Funil e no
dia 16/09 há uma previsão de chuva mais intensa, entretanto, há divergências nos
modelos meteorológicos quanto ao local de ocorrência dessa chuva. Ainda é cedo fa-
lar que é um período de transição, mas é um evento meteorológico que não é comum
nesta época do ano. Em função da chuva que já ocorreu no trecho incremental a Fu-
nil, já programaram a redução para amanhã (08/09) em Paraibuna de 35 para 25 m³/s
e <<>Santa Branca de 40 para 35 m³/s. Sendo assim, querem avaliar se há necessi-
dade de divulgação desta redução para as cidades imediatamente a jusante de Parai-
buna e Santa Branca, dado que estamos em período de chuva nestes trechos da ba-
cia. Caso o Grupo não tenha objeção, programariam a redução em Santa Branca de
35 para 30 m³/s para 11/09. O armazenamento equivalente fechou em 6,6% e houve
um aumento na vazão natural de Santa Cecília para quase 100 m³/s. Provavelmente
entrarão na estagnação do uso do reservatório equivalente mas a média de setembro
continua com valores baixos. Na semana passada estavam com 75 % da média de
vazões verificadas em 2014 e agora está com 82%. O ONS trouxe ao Grupo uma
avaliação preliminar do que seria o uso do reservatório de Jaguari abaixo de 0%,
mesmo sem ter o valor dos polinômios cota x área x volume, fizeram uma avaliação
qualiquantitativa. Com a manutenção dos 30m³/s, em princípio não entrariam no vo-
lume morto de Jaguari. Na avaliação com 35 m³/s, Jaguari zeraria e entraria numa
113

operação a fio d’água. Entretanto, contando com a possibilidade de utilização de Ja-


guari abaixo de 0%, quantificamos a quantidade de volume necessário para Jaguari
continuar defluindo 35 m³/s. Em dezembro em algum momento as vazões irão au-
mentar e assim entrariam num processo de recuperação dos reservatórios, nessa ja-
nela usariam os 36 hm³ de Jaguari. E esse valor a mais seria distribuído pelos outros
reservatórios. Marcelo Carvalho (FURNAS) fez um questionamento se há necessi-
dade de fazer essa ampla divulgação ou se podem praticar esses valores de vazão de
Paraibuna e Santa Branca a partir das 0h de amanhã [...] (AGEVAP, 9 set. 2015).

As discussões seguintes foram sobre a redução da vazão em Santa Cecília e aumento


da defluência dos reservatórios Paraibuna e Jaguari:
[...] Joaquim Gondim(ANA) disse que no entender da ANA havendo um consenso é
o momento de reduzir em função da chuva. Hiroaki Makibara (SSRH) disse que
tendo em vista que a vazão já foi praticada no passado não vê a necessidade de ter
essa comunicação ampla. Paulo Diniz (ONS) ressaltou que havendo alguma altera-
ção haverá o acionamento ao protocolo de emergência. Então será programada a re-
dução de Paraibuna para 25 m³/s e Santa Branca para 30m³/s. Paraibuna às 0h e em
Santa Branca a partir das 9h. Apresentação sobre Monitoramento da Qualidade das
Águas - INEA O resultado das campanhas realizadas na última medição em 11/08
indicaram que não foram ultrapassados os limites de cianobactérias estabelecido pe-
la CONAMA. Funil veio apresentando um aumento constante a partir de maio. Os
resultados do IQA em 2015, indicam que no trecho de Resende e Volta Redonda é o
ponto intermediário. A qualidade das águas do Rio Paraíba do Sul e do Rio Guandu
ainda apresenta níveis satisfatórios para fins de abastecimento com tratamento con-
vencional. Há indicativo, porém, de queda dos resultados dos IQAs do rio Paraíba
do Sul em 2015 quando se comparam às médias dos anos anteriores (2013 e 2014).
Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou para o representante de Barra Mansa a si-
tuação das instalações das bombas e se conseguem até final de setembro estar ope-
rando com a vazão reduzida em Funil. Jardel Azevedo (SAAE Barra Mansa) disse
que falou com o Sr. Horácio (SAAE Barra Mansa) e até sexta- feira próxima (11/09)
a situação estará regularizada e na próxima semana a AGEVAP fará a licitação, mais
informações só com a AGEVAP. Paulo Diniz (ONS) comentou que solicitará uma
avaliação dos impactos na segurança elétrica com a redução da vazão defluente de
Funil considerando os próximos meses. Roberto Morais(ANA) disse que os opera-
dores poderiam avisar o setor de abastecimento público sobre as reduções. A CESP
entraria em contato com Paraibuna e a LIGHT entraria em contato com a Sabesp, de
São José dos Campos e Guararema, com o SAAE de Jacareí e a Prefeitura de Santa
Branca para mantê-los informados e avisá-los da possibilidade de acionar o protoco-
lo. O representante da CESP disse que pelo histórico não veem necessidade de avi-
sar,mas que a CESP pode fazer o contato. Edson Falcão (INEA) perguntou como es-
tá o andamento da abertura dos poços de São João da Barra. Vera Lúcia (CBH-
MPS) informou que de acordo com a Aline Alvarenga (AGEVAP) os termos de re-
ferência estão sendo elaborados. Edson Falcão (INEA) disse que verificará se a CE-
DAE está autorizada para passar os termos de referência para a AGEVAP
[...](AGEVAP, 9 set. 2015).

Vigésima quinta reunião ocorrida no dia 23.09.2015, houve um relato dos presentes
sobre os problemas de captação com a redução da vazão objetiva em Santa Cecília para 110
m³/s:
[...] José Carlos Fioravante (CEDAE interior) relatou que nesse quadro de escassez
hídrica, tiveram algumas dificuldades, mas conseguiram captar. Marcelo Carvalho
(FURNAS) perguntou se o Sr. José Carlos tem algum relato a fazer a respeito do
problema em Sapucaia que foi debatido na reunião anterior. José Carlos Fioravante
(CEDAE Interior) disse que ontem (22/09) tiveram uma reunião com FURNAS, on-
de foram apresentadas as questões do termo de ajuste de conduta e o que está previs-
to de ações para FURNAS no Rio Paraíba do Sul. Lembrou que não falaram sobre
114

redução de vazão. Julio César Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) relatou que está
tudo dentro da normalidade e que não tiveram alteração. Quando houve o aumento
da vazão aconteceu um desprendimento da vegetação mas a situação está sendo
controlada pela CEDAE. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se a LIGHT tem
algum relato sobre a proposta de fazer campanha de medição em Pereira Passos e
Paracambi. Humberto Duarte (LIGHT) disse que pretende fazer mais medições a ju-
sante de Paracambi. No ponto onde foi possível realizar a última medição será reali-
zada nova medição com 70 m³/s, porém estão buscando o apoio da Polícia Militar
por ser uma área perigosa e isso será feito em breve. No que se refere a operação, a
Light não teve dificuldades. Nesse período houve maior geração em Pereira Passos
devido ao aumento da incremental entre Santa Cecília e Funil. Julio César (Comitê
Guandu/CEDAE) questionou se poderiam fazer um escalonamento nas vazões e so-
licitou que a Light verifique essa possibilidade. Humberto Duarte (LIGHT) disse
que é possível fazer um escalonamento com intervalo de tempo de 1h. Então num
próximo evento que haja necessidade de elevação da geração devido ao aumento da
contribuição, esta elevação será feita de forma gradativa. José Luiz Governo (CSA)
relatou que nos últimos 30 dias não fizeram nenhuma modificação no projeto da so-
leira e na interligação das captações. A partir do dia 08/09 houve uma chuva mais
intensa na região e os problemas terminaram. Disse, ainda, que, sabem que com a
volta da estiagem terão outros problemas. A CSA tem modificações estudadas e
previstas que ainda não foram licenciadas. Marcus Vinicius (CSA) disse que até o
dia 16/09 estavam com uma situação razoavelmente boa, mas a partir do dia 17 e
18/09 tiveram grandes interrupções. No dia 17/09 a parada foi em torno de quase 16
horas e, no dia 18/09 cerca de 15 horas. Assim, tiveram que aumentar o limite de
condutividade para não parar e estão operando fora dos limites previstos em projeto.
Joaquim Costa (GERDAU) relatou que tiveram desde 01/09 até hoje (23/09) um to-
tal de 539 horas, desse total conseguiram captar 303 horas (56% do tempo),o resto
do tempo a captação ficou parada. Não pararam a usina em nenhum momento, pois a
chuva ajudou, mas precisam fazer um ajuste para que possam dar continuidade na
captação. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou qual a perspectiva das marés pa-
ra os próximos dias. A partir de sábado já começam a ter maré de 1,5m e esse valor
vai aumentar. Dia 27/09 terão pico de 1,6m, 28/09 pico de 1,7m, 29/09 de 1,8m e
30/09 de 1,8m. A mínima é abaixo de 0. Ágatha Weinberg (INEA) justificou que
não trouxeram nenhuma apresentação porque estão esperando um acúmulo maior de
resultados para então trazer uma apresentação mais completa [...] (AGEVAP, 23 set.
2015).

Em seguida, o ONS fez apresentação o resultado da operação hidráulica e dos aprovei-


tamentos hidroelétricos da bacia do rio Paraíba do Sul.
[...] Na operacionalização da vazão objetivo em Santa Cecília, em virtude da chuva
no trecho de incremental não controlada, houve alguns pequenos desvios na vazão
defluente de Pereira Passos. Entretanto, na vazão vertida em Santa Cecília, não hou-
ve desvio significativo. Há convergência nos modelos de previsão meteorológicos os
quais indicam a chegada de uma frente fria no dia 27/09. Caso essa previsão ocorra,
haverá alguma chuva na cabeceira no dia 27/09 até o dia 30/09 em função da ocor-
rência de áreas de estabilidade, porem não há como afirmar a localização de sua
ocorrência com precisão. Destacou que o armazenamento equivalente subiu de algo
próximo de 6% e chegou a valores próximos de 8%. Entretanto, em função da reces-
são das vazões observadas nos últimos dias na bacia, o armazenamento voltou a di-
minuir. No mês de setembro observou-se até o momento 92% da média de longo
termo para as vazões naturais em Santa Cecília. Em comparação com a série de va-
zões observada em 2014 para o mês de setembro, há um descolamento de 57% supe-
rior para este mês de setembro de 2015. No período de maio a setembro de 2015,
observa-se 110% do valor observado para este mesmo período de 2014. Apresentou-
se uma nova simulação até o final de dezembro de 2015. Considerou-se o último va-
lor verificado de 7,7% de armazenamento, a manutenção dos 110m³/s de vazão obje-
tivo em Santa Cecília, e os valores de 100% e 80% da série de 2014. As simulações
com 100% da série 2014, se chegaria a um valor mínimo em torno de 4,5% do re-
115

servatório equivalente. Com 80% da série de 2014, se chegaria a um armazenamento


mínimo por volta de 2,2% [...] (AGEVAP, 23 set. 2015).

Após apresentação ele levantou algumas preocupações que todos deveriam avaliar.
[...] Em relação à redução da vazão defluente de Santa Branca para seu valor mínimo
permitido através da resolução vigente da ANA, ou seja, 30 m³/s, tem se observado
valores levemente superiores a este. Em princípio, mecanicamente seria viável ope-
rar os 30 m³/s. Entretanto, a operação em tempo real demonstra um certo receio de
mirar nos 30 m³/s e fazer uma vazão um pouco menor. Para conseguir precisam ter
uma flexibilidade de 28 a 32 m³/s. Estão nesse momento com Paraibuna minimizado
em 25 m³/s e a vazão mínima autorizada em Santa Branca é 30 m³/s sendo que esses
5m³/s de incremental no atual estado de escassez não existe. Com isso Santa Branca
como está com 4 % do volume útil, irão esvaziar Santa Branca. A intenção era não
ter a necessidade ao longo desse período seco de aumentar Paraibuna para aliviar o
esvaziamento de Santa Branca, e para isso há algumas alternativas e uma delas é es-
sa de flexibilidade, mas teriam que verificar a possibilidade com a ANA de avaliar
uma flexibilidade de variação para a vazão defluente de Santa Cecília. Dependendo
do efeito da próxima chuva, haveria a necessidade de se avaliar as defluência dos
aproveitamentos de cabeceira. Todos os reservatórios já estão em suas defluências
mínimas com exceção de Jaguari. Como foi observado nessa chuva, Funil é um re-
servatório que possui uma bacia de drenagem em sua incremental muito grande, en-
tão Funil sobe muito rapidamente o seu armazenamento. Neste contexto, é importan-
te evitar que Funil termine o período seco com armazenamento muito superior a
10%. Caso contrário, com a ocorrência de afluências dentro da média histórica no
início do próximo período úmido, Funil subiria muito rápido e teria que verter para
manter o volume de espera para controle de cheias a jusante, mesmo com a ocorrên-
cia de pouca água nos reservatórios de cabeceira. O representante do ONS pediu que
esperem a próxima chuva e uma sinalização que estão trazendo é a necessidade de
diminuir a defluência de todos aproveitamentos da montante. Como Paraibuna e
Santa Branca estão minimizadas estamos sinalizando avaliar a redução da defluência
de Jaguari [...] (AGEVAP, 23 set. 2015).

Após a apresentação do ONS, os presentes fizeram um longo debate sobre a redução em Santa
Cecília e as novas defluências do reservatório.
[...] Patrick Thomas (ANA) disse que gostaria de saber da LIGHT e da CESP sobre
a vazão mínima possível de ser praticada a jusante de Santa Branca e Paraibuna.
Humberto Duarte (LIGHT) disse que, quanto a Santa Branca, a vazão mínima ope-
racional definida pelo fabricante na turbina é 30 m³/s e em relação a jusante não teria
como informar em função das captações existentes. Patrick Thomas (ANA) pergun-
tou, ainda, se a vazão de 30 m³/s seria a vazão mínima para manter a geração de
energia elétrica ou seria possível defluir uma vazão menor com a interrupção de
energia. Humberto Duarte (LIGHT) informou que essa é a vazão mínima da unidade
geradora. Através de válvula dispersora poderia ser algo menor mas isso vai depen-
der da cota do reservatório, ou seja, quanto menor o nível menor a vazão que vai
passar na válvula. Patrick Thomas (ANA) questionou se seria possível solicitar a
LIGHT para a próxima reunião o valor dessa vazão mínima defluente pela válvula
de Santa Branca. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que já foi solicitado. Edson
Rezende (CESP) relatou que, em Paraibuna, aparentemente pode-se chegar até 7
m³/s por máquina com geração, mas isso precisaria ser avaliado com calma para ver
se há alguma limitação. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que em relação ao ques-
tionamento de conseguir fazer o mínimo em Santa Branca, há possibilidade da ANA
via alteração de resolução, conceder permissão para estabelecer que 30m³/s seja a
vazão média. Patrick Thomas (ANA) informou que a ANA fará uma avaliação e
responderá posteriormente. Luiz Mário Concebida (FIRJAN/BPS) disse que tiveram
o incremento do nível rio em 20%, não houve mais variações positivas a partir daí e
isso não teve nenhum significado especial na foz, que continua com as mesmas in-
terrupções em São João da Barra [...] (AGEVAP, 23 set. 2015).
116

A seguir o coordenador do GTAOH, questionou sobre o andamento das obras nos


sistemas de captação.
[...]Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se houve algum progresso em relação a
obra do poço de captação. Luiz Mário Concebida (FIRJAN/BPS) relatou que isso
está sendo discutido ainda, pois houve um problema entre São João da Barra e a
CEDAE, mas a AGEVAP está administrando para tentar solucionar o problema.
Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou ao Sr. Jardel Azevedo a respeito da situa-
ção de Barra Mansa e para quando está previsto a operacionalização das bombas co-
locadas. Jardel Azevedo(SAAE- BM) relatou que no momento está tudo dentro da
normalidade. E solicitou a ajuda da Sra. Larissa (INEA) na solicitação de anuência,
pois há cinco dias o INEA marcou visita mas pôde comparecer. Larissa Ferreira
(INEA) disse que vai levar a informação para o INEA e verificar como poderão aju-
dá-lo. Rosa Formiga (SEA) sugeriu que quando houver algum pedido encaminhado
ao INEA relativo a crise hídrica que os informem também para ganharem agilidade e
facilidade para chegarem a uma solução. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou
ao Sr. Jardel se já conseguiram contratar empresa para realizar o serviço. Jardel
(SAAE-BM) disse a empresa começou os trabalhos dia 11/09, o serviço está bastan-
te adiantado. Paulo Diniz (ONS) disse que seria interessante ter uma flexibilidade
para reduzir a defluência de Funil em função de uma incremental a jusante mais ele-
vada e que seria importante pensar em ter isso permitido na resolução. Patrick Tho-
mas (ANA) lembrou que como já tem sido feito, é importante que as cidades a ju-
sante do aproveitamento se manifestem a respeito da possibilidade de redução da
vazão abaixo de 70m³/s. Jardel Azevedo (SAAE – BM) mencionou que como Barra
Mansa está instalando as bombas, poderão reduzir. Como o protocolo existe estão
dispostos a colaborar. Paulo Diniz (ONS) mencionou que dependendo da configura-
ção da chuva, para que essa otimização hidráulica se dê, no acerto do ONS com os
agentes em Tempo Real, é necessário que haja uma maior agilidade, neste caso com
a necessidade de diminuição de Jaguari com intuito de guardar água nas cabeceiras e
evitar o aumento de Funil muito acima de 10%. Neste contexto, não haveria como
esperar a próxima reunião para se tomar a decisão ótima. Patrick Thomas (ANA)
disse que entende que é possível e acredita que o melhor seria fazer essa alteração de
uma vez para todos os reservatórios. Propôs esperar a avaliação da LIGHT em rela-
ção a Santa Branca. Assim, já ficam autorizados os valores limites menores de vazão
defluente e sua prática fica condicionada a não ter impacto sobre as captações locali-
zadas nas jusantes e isso poderia ser avaliado na próxima reunião [...](AGEVAP, 23
set. 2015).

Para finalizar, os presentes discutiram se haveria necessidade de defluir mais o Jagua-


ri, já que na região do Funil estavam ocorrendo chuvas.
[...] Mônica Porto (SSRH) manifestou preocupação em relação a Jaguari que não es-
tá defluindo a vazão mínima, solicitou que antes da próxima reunião avalie a propos-
ta de diminuição em Jaguari de modo a não encher demais Funil. Isso pode ser feito
através de um ajuste da CESP com o ONS. Paulo Diniz (ONS) mencionou que de-
pendendo da configuração da chuva para que essa otimização hidráulica se dê no
acerto do ONS com os agentes e que se necessário haja a diminuição de Jaguari com
intuito de guardar água nas cabeceiras e segurar Funil. E não há como esperar a pró-
xima reunião para tomar essa decisão. Julio Cesar (Comitê Guandu) afirmou que
gostaria que uma vez acertado entre os agentes que seja avisado como foi e quando
foi. Cada um tem sua função no projeto e por isso é preciso ser comunicado quando
houver alteração. Edson Rezende (CESP) disse que em relação aos 7 m³/s ainda tem
que analisar com a engenharia da CESP e precisam avaliar com o DAEE a possibili-
dade de fazer a redução sem interferências a jusante. Marcelo Carvalho (FURNAS)
mencionou que se for praticar a redução de vazão mínima vai seguir aquele processo
de consulta aos órgãos gestores. A própria AGEVAP fez uma vistoria em diversos
pontos a jusante. Larissa Ferreira (INEA) disse que se houver essa necessidade ope-
racional de diminuir poderiam fazer uma reunião específica para isso ou reduzir o
tempo dessa reunião. Informou, ainda, que não tem autonomia para aceitar essa re-
117

dução da vazão. Marcelo Carvalho (FURNAS) apontou a possibilidade de uma au-


dioconferência com os integrantes do grupo. Rosa Formiga (SEA) disse que é im-
portante nesse cenário de diminuir a defluência de Jaguari, verificar quais seriam os
impactos nos volumes úteis de Paraibuna e Santa Branca. Não faz sentido um reser-
vatório do sistema entrar em volume morto e os outros não. Reforçou que é impor-
tante que as decisões aconteçam no ambiente do GTAOH, com todos os envolvidos.
Paulo Diniz (ONS) disse que o que estão comentando é que a previsibilidade de
chuva no Paraíba do Sul é baixa e como existe os cinco dias de viagem não há uma
inércia. Completou dizendo que o que estão falando é sobre a otimização. Não há
receio de entrar em volume morto, e o equilíbrio dos reservatórios é totalmente per-
tinente numa situação de período seco, agora num momento de transição para o pe-
ríodo úmido ou dentro do mesmo, não se tem como afirmar onde essa chuva irá
acontecer. Sugeriu que se tiver que alterar faria uma audioconferência. Marcelo Car-
valho (FURNAS) disse que não estão mudando a regra operativa e sim a forma de
operar. Rosa Formiga (SEA) ressaltou que quando se referiu ao equilíbrio, quis dizer
não entrar no volume morto. Julio Cesar (Comitê Guandu/ CEDAE) propôs que caso
seja possível, para as próximas reuniões sejam feitas também simulações em relação
ao comportamento de cada reservatório individualmente. Marcelo Carvalho (FUR-
NAS) disse que a preocupação é não desperdiçar a água em Funil. Patrick Thomas
(ANA) mencionou que nas últimas vezes que foi discutido uma mudança de vazão
defluente em Jaguari foram feitas avaliações pelo ONS e depois analisada pelo gru-
po e acha importante manter esse rito. Essa reunião não precisa ser dia 20/10 e a
ANA tem disponibilidade para semana que vem. Paulo Diniz (ONS) disse que de
acordo com a meteorologia há uma previsão de chuva dia 27/09. A questão é saber o
local e a intensidade. A solução que o representante do ONS pensou foi a da audio-
conferência pois acredita ser a solução mais ágil. Marcelo Carvalho (FURNAS) res-
saltou que o que estão propondo é uma maneira mais ágil de solucionar. Patrick
(ANA) lembrou que a ANA é somente convidada e está ponderando somente para
que seja seguido o mesmo rito. Rosa Formiga (SEA) disse que assim como Julio Ce-
sar (Comitê Guandu) gostaria de um detalhamento dos reservatórios para ficar mais
fácil uma decisão conjunta. Paulo Diniz (ONS) disse que o receio é que percam uma
janela na tomada de decisão, pois não tem como precisar o local e onde irá acontecer
as chuvas e dependendo do lugar a política de operação muda totalmente. Larissa
Ferreira (INEA) manifestou interesse para uma reunião mais próxima. Monica Porto
(SSRH) disse que estão dispostos para participarem da reunião a qualquer momento,
mas acha importante diferenciar operação de seca e operação de cheia. Na operação
de seca eles tem tempo e na de cheia não há esse tempo. A representante da SSRH
mencionou que não vê outra possibilidade a não ser a do ONS que sugeriu de reali-
zar uma audioconferência. E assim farão uma reunião dia 06/10 só para fazer uma
avaliação do que foi feito. Outro ponto ressaltado é com relação as vazões mínimas
em Santa Branca, pois não têm curva chave para vazões tão baixas e vai ser muito
difícil em curto espaço de tempo. Essa não vai ser uma simples decisão do DAEE e
por isso precisam de mais tempo. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que a audio-
conferência pode ficar com número grande de participantes e não ter a agilidade que
precisa ter. Humberto Duarte (LIGHT) disse que quando ocorrem mudanças rápidas
e significativas na condição da bacia, o ONS convoca teleconferência com os agen-
tes, às vezes com apenas uma hora de antecedência, para que as decisões sejam to-
madas de forma ágil, otimizando a operação. A necessidade de decidir uma redução
de vazão apenas na reunião que ocorrerá no dia 06/10/2015 pode impedir a otimiza-
ção no armazenamento global, já que, dependendo da intensidade das chuvas com
início previsto para 27/09/2015, o reservatório de Funil pode atingir armazenamento
elevado, com o risco de ter que praticar uma descarga superior a necessária para ma-
nutenção de seu Volume de Espera. Patrick Thomas disse que o ONS a rigor tem au-
tonomia para despachar a operação desde que cumpra a resolução da ANA com as
condições de operação, no entanto em função da crise ele tem passado por uma ava-
liação [...] (AGEVAP, 23 set. 2015).

Na vigésima sexta reunião, ocorrida em 06.10.2015, houve como de costume um rela-


to dos representantes do Rio de Janeiro sobre atual situação:
118

[...] Julio César Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) disse que o problema de São Jo-
ão da Barra é a cunha salina na captação de água, e em relação ao andamento das
obras estão concluindo a parte civil e iniciando a entrega de equipamentos. Em rela-
ção ao Guandu, está tudo normal, não tendo nada a comentar. José Luiz Governo(
CSA ) informou que sexta-feira passada (02/10) às 15h45min a Marinha concedeu a
autorização para novas adaptações na soleira. Em relação à captação de água da
CSA entre os dias 18/09 e 5/10 até às 23hs, a condutividade da água na captação fi-
cou acima de 300 µS. Hoje (06/10) voltaram a captar com menos de 300 µS. A ex-
pectativa é que todo abastecimento interno seja normalizado. A captação foi para
280 µS e dentro da usina tinha 320 µS. Começaram a normalizar a situação somente
ontem (05/10). Joaquim Costa (Gerdau) informou que a situação na Gerdau foi bem
parecida com a da CSA, com captação em torno de 10 e 11 horas por dia, às vezes
um pouco mais. A média da salinidade da água ficou em 309µS, com pico de
390µS. Por problemas no equipamento houve análise no final de semana, porém
com um programa conseguiram fazer a medição. No dia 01/10 o volume de consu-
mo interno de água aumentou, mas o canal da empresa está cheio com 2,40m de
água, o que daria 6 ou 7 dias de reservação. Edson Falcão (INEA) perguntou sobre a
situação das obras de adaptação na soleira. Joaquim Costa (Gerdau) disse que a
adaptação da soleira foi feita com autorização do INEA e da Marinha.. Com a auto-
rização concedida, a CSA ficou responsável pelo trabalho, colocando a primeira pla-
ca com 90 cm. Não obtiveram um bom resultado e por isso substituíram a placa para
uma de 180cm e com isso vem sentindo melhora. Essas alterações não estão atrapa-
lhando os pescadores, que podem passar a qualquer hora, não dependendo do horá-
rio da maré. Como a maré subiu muito no último final de semana, o sal ficou repre-
sado e por isso estão aguardando a situação normalizar. O representante da Gerdau
imagina que os resultados irão aparecer daqui para frente. José Luiz Governo (CSA)
informou que houve diminuição do tamanho do orifício na soleira, que está 1,80m
menor na altura e com isso a velocidade aumentou. Pediram um guindaste para ter
um equipamento de apoio para transportar os barcos dos pescadores. A CSA irá ob-
servar com o tempo se será necessário diminuir mais o vão. Edson Falcão (INEA)
questionou sobre o aumento da altura também da parte lateral e relatou que tem re-
ceio que eles esperem iniciar o problema para fazerem o que precisa ser feito. José
Luiz Governo (CSA) disse que será feito e lembrou que autorização chegou somente
na sexta-feira (02/10) [...] (AGEVAP, 6 out. 2015).

Em seguida os representantes de São Paulo também fizeram seus relatos, seguidos de


uma argumentação dos representantes do Rio de Janeiro:
[...] Edson Rezende (Cesp) iniciou relatando que haverá manutenção de uma máqui-
na em Paraibuna, e que ficará impossível praticar vazões turbinadas na faixa de 21 a
35m³/s. somente poderá ser turbinada vazões de 0 a 20m³/s ou acima de 35m³/s. Fi-
nalizou dizendo que será necessário repensar a operação de Paraibuna e lembrou que
não tem autorização para operar abaixo de 20m³/s. Marcelo Carvalho (Furnas) disse
que uma das alternativas seria mudar a resolução da ANA para permitir a operação
abaixo de 20 m³/s, que seria o valor que daria pra fazer com uma máquina. Edson
Rezende (Cesp) mencionou que seria exatamente esse o caminho. Paulo Diniz(ONS)
relatou que quanto à questão energética não há nenhum problema significativo em
relação à geração de Paraibuna. O destaque é que começa no final de novembro e
início de dezembro, com o início do período quente, uma ocupação muito grande no
litoral norte de São Paulo. Neste contexto, a questão da geração em Paraibuna passa
a ter uma significância na estabilidade elétrica da área do litoral norte de São Paulo.
Antes deste período, não haveria problema em abrir mão da geração de Paraibuna e
defluir a vazão através do circuito hidráulico deste reservatório. Entretanto, a partir
do início de novembro pode ser que faça falta na estabilidade elétrica daquela região
de São Paulo a não geração em Paraibuna. Por isso seria interessante ter a possibili-
dade de defluência menor em Paraibuna, dentro da faixa operativa da máquina, pos-
sibilitando uma geração mínima que agregasse uma melhor estabilidade elétrica. Ed-
son Falcão (INEA) questionou o Sr .Edson Rezende quanto ao entendimento das
restrições da faixa de operação. Edson Rezende (Cesp) disse que a faixa proibida re-
119

presenta entre 21m³/s à 35m³/s. O mínimo que podem operar pela resolução é
30m³/s. Atualmente a Resolução 714/2015 autoriza a redução até 25 m³/s Edson Fal-
cão (INEA) disse que não vê problema algum em permitir a operação do mínimo de
20 m³/s para que o ONS tenha liberdade de praticar esse valor caso necessário. O
Coordenador do GTAOH disse que se reduzir para 20m³/s em Paraibuna, deverão
adequar também a vazão em Santa Branca para que não corram o risco de secar o re-
servatório. Humberto Duarte (Light) lembrou que há a possibilidade de haver for-
mação de lagos e por isso essa alteração deve ser avaliada com cuidado. Edson Fal-
cão (INEA) sugeriu praticar Paraibuna variando as vazões entre 35m³/s e 20 m³/s,
por exemplo. Paulo Diniz (ONS) relatou que para chegarem a 20m²/s em Paraibuna
sem problemas, seria bom que acordassem a alteração em tempo chuvoso Marcelo
Carvalho (FURNAS) questionou a ANA sobre a possibilidade de reduzir a vazão
mínima de Paraibuna na resolução que vence em 31/10 e relatou que a operacionali-
zação dessa vazão seria autorizada mediante testes. Edson Falcão (INEA) propôs
que com intuito de armazenar água nos reservatórios de cabeceira, a resolução per-
mita uma vazão mínima de 7 m³/s em Paraibuna para que sejam realizados testes.
Marcelo Carvalho (Furnas) disse que poderiam testar 7 m³/s em Paraibuna e 10 m³/s
em Santa Branca. Joaquim Gondim (ANA) relatou que não teria problema algum al-
terar a resolução, e solicitou ao grupo que avaliassem se essa alteração precisaria ser
feita imediatamente ou poderia esperar o vencimento da outra resolução. Marcelo
Carvalho (Furnas) disse que seria oportuno solicitar a alteração da resolução pois es-
tão no começo do mês e assim teriam tempo para passar pela aprovação da Diretoria
da ANA. Edson Falcão (INEA) fez uma observação sobre o fato que estão no final
do período de estiagem e se deixarem para depois não conseguirão sentir o real im-
pacto da redução da vazão em Santa Branca, pois as chuvas iriam mascarar os im-
pactos desta implementação. Marcelo Carvalho (Furnas) propôs a realização da pró-
xima reunião no dia 20/10 para decidirem tudo o que entraria na resolução e no dia
21/10 o CEIVAP já encaminharia a correspondência e a ANA teria 10 dias para emi-
tir a nova resolução. Edson Falcão (INEA) questionou se teriam alguma coisa a mais
para mudar na resolução, e que perderiam a oportunidade de fazer o teste já no mês
de outubro. Joaquim Gondim (ANA) disse que seria necessário o intervalo de duas
semanas para o processo correr sem que fosse realizado por “ad referendum”, tendo
em vista o desgaste e a complexidade da justificativa que deve ser dada. Marcelo
Carvalho (Furnas) lembrou que além do pedido de reduzir as vazões mínimas para
7m³/s em Paraibuna e 10m³/s em Santa Branca, solicitarão também a autorização de
redução para 60m³/s em Funil para realizarem testes. Complementou que esses valo-
res estão baseados em experiências dos agentes de geração com suas unidades gera-
doras e todas as usinas têm recursos de operar com a válvula em extrema necessida-
de. Edson Falcão (INEA) questionou o Sr. Joaquim Gondim, por demanda do Secre-
tário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Sr. André Côrrea, o fato de
que no final do mês de setembro a média implementada em Pereira Passos foi supe-
rior a 75m³/s, resultando o valor de 78 m³/s, por conta das chuvas. Como não podem
operar abaixo de 75m³/s e a margem de erro é sempre para cima, perguntou se existi-
ria a possibilidade de nesse período transitório deixarem uma tolerância em Pereira
Passos para que a Light sempre tente atingir a média de 75m³/s. Joaquim Gondim
(ANA) disse que a resolução limita a vazão objetivo em 110m³/s, e não faz a divisão
entre o valor que vai para a transposição e a que segue a jusante. Paulo Diniz (ONS)
sugeriu que, para buscar os valores para a resolução, fossem aceitos os valores mé-
dios ao longo de alguns dias de medição [...] (AGEVAP, 6 out. 2015).

A seguir houve apresentação sobre o monitoramento no estado do Rio de Janeiro:

[...] iniciou a apresentação relatando sobre o avanço da cunha salina do Canal de


São Francisco no dia 30/09, destacando que a cunha salina avançou até o ponto 12,
que está a 8km da Foz e a 3km acima da soleira. Em São João da Barra a intrusão foi
recorrente, chegando na captação para abastecimento público em cerca de 70% das
medições, e mostrada mais uma vez na medição do dia 28/09. Com relação à densi-
dade de cianobactérias, o trecho de Funil - Guandu e o trecho Funil - Campos apre-
senta situação confortável nas medições de agosto e setembro, sendo a única exce-
ção o reservatório de Funil. Quanto à qualidade de água, a média do IQA de 2015
120

está pior que o de 2014, mas em termos de qualidade ambiental está numa faixa
aceitável [...] (AGEVAP, 6 out. 2015).

Após a apresentação do monitoramento, o ONS fez uma avaliação hidrológica e a ope-


ração hidráulica:
[...] inicialmente a operacionalização dos dois pontos de vazão objetivo, em Santa
Cecília e Pereira Passos, informando que não houve nenhum desvio significativo.
Sobre a previsão meteorológica, resgatou que na reunião passada apresentou dados
de um cenário chuvoso, 3 a 4 dias de chuva e mais uma entrada de frente fria no ho-
rizonte, porém a previsão não se concretizou. O cenário até o dia 16/10 não é um ce-
nário muito bom, há previsão de chuva para os dias 11 e 12 de outubro, entretanto os
montantes de chuva não são significativos podendo ser que nem essas chuvas acon-
teçam. Porém, existe a possibilidade de erro nos modelos meteorológicos, para mais
ou menos chuva, por estar em um período de transição. A princípio, os próximos 10
dias são sem expectativa de chuva significativa. Informou que o armazenamento
equivalente foi fechado no dia 05/10 com 7,45%, oscilando próximo de 8% nos úl-
timos 10 dias, sendo esta variação reflexa também da oscilação da vazão natural ob-
servados nos últimos dias. Paulo Diniz (ONS) deu andamento a apresentação falan-
do que em relação à média de longo termo o mês de setembro deste ano fechou com
84% contra 58% do ano passado. O mês de outubro, verificado nos primeiros dias,
está acima do ano passado, sendo observado neste ano até o momento 73% contra
44% do ano passado. Considerando a média composta entre maio e outubro de 2015,
observa-se 116% do valor observado em 2014. Esse aumento se deve a ascensão ob-
servada no mês de setembro de 2015, que terminou em 144% acima do ano passado.
Em função disso, foi feito uma atualização da simulação apresentada na reunião pas-
sada, considerando o valor de 100% da série de 2014, coerente com o observado até
o momento e sob uma ótica conservadora. Lembrou que foi vivenciado um período
de seca muito grande, e por menos chuvas que aconteça sempre acontecerá o escoa-
mento de base, sendo assim, dificilmente aconteceria algo muito abaixo do que foi
vivenciado em 2014. Como ocorreu chuva nos meses de setembro e outubro houve
uma leve recuperação do armazenamento do lençol freático. Neste contexto, a volta
para um cenário de 80% das vazões de 2014 poderia ocorrer, entretanto, com uma
inércia maior. Paulo Diniz (ONS) explicou que, de acordo com a simulação apresen-
tada na reunião passada, o reservatório equivalente poderia chegar em um armaze-
namento mínimo de 4,5% em novembro. Durante os 15 dias até a presente reunião, a
vazão média observada na bacia continuou acima das vazões de 2014. Neste contex-
to, a simulação do armazenamento mínimo a ser atingido em novembro aumentou
de 4,5% para 4,7%, considerando a manutenção de 110m³/s como vazão objetiva de
Santa Cecília. Paulo Diniz (ONS) apresentou também o diagnóstico de Paraibuna,
atualmente com a vazão mínima permitida de 25m³/s, Santa Branca com 30m³/s, e
Jaguari, que é o único que não está fazendo a vazão mínima da resolução temporá-
ria, está com 30m³/s, e Funil tem como defluência o valor necessário para chegar a
110m³/s em Santa Cecília. Considerando os resultados das simulações, Funil teria
gradativamente um esvaziamento, mesmo assim continuaria acima de 15%, subindo
significativamente a partir do final de novembro caso voltar a ocorrer chuvas signi-
ficativas na incremental a Funil. Neste contexto, não seria interessante terminar com
o Funil no final do período seco com valores muito acima de 10%, pois o volume de
espera a partir do dia 1º de janeiro em Funil é algo em torno de 45%, ou seja, o ar-
mazenamento de Funil poderia chegar no máximo a 55%, sendo as vazões que exce-
dessem esse volume vertidas neste reservatório. Por esse motivo, não seria interes-
sante terminar com o Funil com valores muito elevados ao final do período seco des-
te ano, uma vez que esta água poderia estar armazenada em outros reservatórios a
montante. Se houvesse a possibilidade de se diminuir as vazões mínimas defluentes
de Paraibuna e Santa Branca, conseguiria armazenar mais água neste reservatórios.
Outro possível reservatório que seria passível de reduzir seria Jaguari. Paulo Diniz
(ONS) informou que a partir da previsão com chuva entre o trecho de Funil e Santa
Cecília, seria interessante avaliar a redução da vazão defluente do reservatório de
Jaguari, uma vez que este é o único que não está praticando a vazão mínima possível
121

na resolução temporária da ANA. Comentou que não seria razoável terminar com o
Funil muito cheio, em virtude da possibilidade de vertimento neste reservatório para
preservar os volumes de espera para controle de cheias no trecho entre Funil e Santa
Cecília. Também destacou que é um momento oportuno para debater a forma que irá
operar quando tiver uma vazão incremental não controlada entre Funil e Santa Cecí-
lia. Durante o período chuvoso, é comum a ocorrência de incrementais de 400m³/s
chegando de forma não controlada em Santa Cecília. Mencionou que uma das alter-
nativas seria aumentar de 35 m³/s para 71m³/s o vertimentos em Santa Cecília, de-
pois se aumentaria a defluência de Pereira Passos de 75m³/s para 120m³/s, e depois
se aumentaria o vertimentos de 75 m³/s para 90m³/s, chegando a bombear ao máxi-
mo [...] (AGEVAP, 6 out. 2015).

Para finalizar, os presentes fizeram um debate sobre as defluências dos reservatórios,


já que estavam com previsão de chuvas entre Funil e Santa Cecília.
[...] Humberto Duarte de Andrade (LIGHT ENERGIA) informou que de modo geral
a vazão sai de 100m³/s para 400m³/s e vai subindo gradativamente. A regra citada
pela ONS pode ser adotada agora nesses tempos entre uma variação e outra. Disse
que com o tempo de uma ou duas horas já tem necessidade de abrir para o Guandu, e
não ter uma variação muito abrupta da defluência de Pereira Passos para evitar qual-
quer problema que a CEDAE. Humberto Duarte de Andrade (LIGHT ENERGIA)
reforçou que as chuvas que aconteceram no início do mês de Setembro não foram as
mais intensas, mas teve uma pequena elevação da defluência em Santa Cecília, e o
que foi praticado foi a elevação da transposição mantendo a vazão de 35m³/s a ju-
sante de Santa Cecília, e isso ajudou a captação dos usuários do canal de São Fran-
cisco. Joaquim Gondim (ANA) falou que não se opõe a esse tipo de divisão, e se for
o entendimento de todos, poderá ser considerado. Devem apenas estabelecer um
modo operante pois na resolução não consta isso. Disse que a atual resolução não
prevê esse tipo de procedimento, devendo ser decidido no âmbito do Estado do Rio
de Janeiro. Paulo Diniz (ONS) concluiu sua apresentação com o resultado do último
slide da simulação, onde mostra que em algum momento ao longo do mês de no-
vembro, considerando os eventos de chuva futuros, que é seria importante, como
uma forma de otimização da água guardada nos reservatórios, que se busque chegar
com o reservatório de Funil com valores próximos de 10%, sendo que para isso de-
verão reduzir as defluências da cabeceira seja através de uma nova resolução, guar-
dando essa água em uma vazão menor em Paraibuna, Santa Branca ou Jaguari. Des-
tacou que é importante voltar a discutir esse assunto, dada a previsão de chuva até a
próxima reunião do Grupo. Assuntos Gerais Marcelo Carvalho (FURNAS) falou so-
bre a elaboração dos registros, e a dificuldade que a AGEVAP tem encontrado para
redigi-los, considerando as vozes nas gravações e a complexidade dos assuntos dis-
cutidos. Para tanto, solicitou o apoio do grupo no sentido de revisar os registros e
contribuir com modificações no texto. Renato Pizzi Rossetti (CETESB) mencionou
que na reunião anterior, a Sra. Mônica Porto (SSRH) questionou a possibilidade de
se fazer a simulação da redução da vazão de Jaguari de 30m³/s para 20m³/s, e em
tempo, falou que gostaria de acertar a questão na presente reunião. Disse que com a
simulação do ONS, entende-se que a partir de dezembro é possível reduzir, e que a
autorização para essa redução já deveria estar sendo acordada pelo GT, para que o
operador do sistema faça as reduções de acordo com as chuvas para não encher o re-
servatório de Funil. Deveria haver a preocupação em guardar água para o próximo
ano, reduzindo ao mínimo o uso dos reservatórios. Paulo Diniz (ONS) mencionou
que possuem 10 dias até a próxima reunião sem chuva significativa e mesmo com a
repetição do cenário de 2014, Funil não baixaria de 15%. Destacou que a próxima
reunião será chave para avaliar uma redução das vazões dos reservatórios de mon-
tante para terminar com Funil tangenciando os 10%. A previsão meteorológica para
mais 10 dias a frente, pode trazer cenários de redução não só de Jaguari mas também
de Paraibuna e Santa Branca. Renato Pizzi Rossetti (CETESB) citou que são duas
operações na bacia, uma em questão de restrição hídrica e outra em regime de cheia,
que o Grupo deve atentar para reservação de água. Edson Falcão (INEA) mencionou
que o ONS tem autonomia para operacionalizar qualquer vazão, independente das
122

discussões no âmbito do GTAOH, considerando que o objetivo geral é armazenar


água na cabeceira. Paulo Diniz (ONS) disse que para operar tem todo um procedi-
mento a ser feito, inclusive em um momento de transição. As decisões do Grupo fo-
ram acerca do aumento em Jaguari, já a redução depende da ocorrência de chuva.
Disse ainda, que de acordo com a reunião passada, como forma de democratizar, a
sugestão é fazer a reunião audioconferência para nivelar os principais participantes
do processo de decisão. Edson Falcão (INEA) solicitou ao ONS verificar qual o re-
servatório que possui capacidade maior de recuperar sua vazão e volume em período
chuvoso e período de estiagem. Joaquim Gondim (ANA) falou sobre a resolução em
vigor, onde só existe um mecanismo para reduzir vazão de montante. Como os re-
servatórios de Santa Branca e Paraibuna já estão na redução mínima, até o final de
outubro, que é a data que vence essa resolução, só terá um mecanismo de redução,
que é em Jaguari. O único mecanismo vigente a ser feito em outubro, para armaze-
nar água, é baixar em Jaguari. Joaquim Gondim (ANA) propôs deixar Funil com vo-
lume entre 10 e 20% com vistas de aumentar a segurança hídrica para o atendimento
do Rio de Janeiro. Esse seria o limite adequado nesse momento de crise por conta de
qualquer necessidade que possa vir [...](AGEVAP, 6 out. 2015).

Na vigésima sétima reunião ocorrida em 21/10/2015, discutiram-se diversos assuntos,


começando pelo monitoramento.
[...] iniciou a apresentação mostrando a variação de cianobactérias de setembro e ou-
tubro no trecho entre o Funil e Guandu e relatou não apresentar problemas. Em rela-
ção à variação da densidade dos reservatórios de Santana, Lajes e Vigário, os anos
de 2014 e 2015 apresentaram uma situação melhor que o ano de 2013. No Trecho do
perfil de Funil a Campos, quanto ao aspecto de cianobactérias não houve problemas
nos resultados de Setembro e Outubro/2015. O resultado de setembro e outubro no
trecho de Funil a Campos indicou uma qualidade média. Quanto a comparação com
2014, os índices de 2015 são inferiores ao de 2014, mas em termos de qualidade
ambiental permanece na faixa da média. Concluiu a apresentação relatando que em
termos de cianobactérias não houve violação no padrão e em relação ao IQA o ano
de 2015 apresentou uma piora comparada ao ano de 2014 [...] (AGEVAP, 21 out.
2015).

A seguir os representantes do estado Rio de Janeiro fizeram relato dos problemas


ocorridos nos últimos dias e, pelos relatos, os maiores problemas ocorreram no canal de São
Francisco:
[...] Eduardo Dantas (CEDAE) relatou que São João da Barra está intermitente em re-
lação à salinidade. Marcelo Carvalho (Furnas) questionou se na ETA Guandu estava
tudo de acordo. Estando de acordo prosseguiu com os relatos. José Luiz de Souza
(CSA) informou que a partir do dia 12/10 às 1h40min houve um pico de salinidade no
ponto de captação chegando a 1536µS, a maré prevista era de 1,70m e tiveram um pi-
co de condutividade de 1850µS. No dia 13/10, a primeira maré foi às 12h39min com
1,80m de altura e um pico de 2540 µS. No dia 14/10 às 01h11min a maré era de
1,80m e baixaram para 3000µS de condutividade. Edson Falcão (INEA) questionou se
os picos da maré coincidiram com os picos de condutividade. José Luiz Governo
(CSA) relatou que houve o maior volume no horário previsto da maré. Relatou que no
dia 17/10 às 5h00, tinha uma maré prevista de 1,5m com pico de condutividade de
6000µS considerado muito alto. No dia 19/10 ás 7 horas a maré alcançou 1,30m com
2509µS de pico de condutividade. Lembrou que o limite de condutividade dentro da
usina atual é de 400µS, sendo que a maioria dos equipamentos possuem o limite de
300µS. Lembrou que estão trabalhando com esforço e com ajuda de carro pipa para
manter a térmica em operação. Mesmo em momentos difíceis a usina não parou de
operar estando no limite de utilização de água. Paulo Diniz (ONS) questionou se após
a redução para 75m³/s houve alguma piora. José Luiz Governo (CSA) informou que
não houve piora recentemente, pois ainda existe um fenômeno que faz com que não
possuam domínio completo da operação com a soleira. No primeiro momento era en-
123

tendido que a velocidade do orifício da soleira era pequeno e com isso impedia a saída
da água salgada. Colocaram um primeiro obstáculo neste orifício da soleira recente-
mente, e isso aumentou a velocidade, porém em compensação represou mais o fundo.
Colocaram também uma comporta e aumentaram a altura da soleira com uma pla-
ca.[...] Resumindo, tiveram 75% de período sem captar e 25% captando, possuem um
canal de reservação interna para balancear, e além disso, possuem bombas reversas,
porém só conseguiram a licença para funcionamento no dia 20/10. Possuem um con-
sumo de 400 m³/h.[...] . Jardel Azevedo (SAAE-BM) relatou que as bombas ainda não
foram instaladas, falta a instalação de uma peça, e assim que estiver pronta já começa-
rá a instalação das bombas. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se há previsão de
quando as bombas definitivas serão instaladas. Jardel Azevedo (SAAE-BM) disse que
ainda não sabe informar o prazo, que tratará esse assunto com o André Marques da
AGEVAP. Vera Lúcia Teixeira (CHB-MPS) perguntou se houve algum aumento da
vazão do Funil nos últimos dias, pois estavam em uma situação confortável. Marcelo
Carvalho (Furnas) relatou que o motivo da situação confortável é o aumento da in-
cremental, e pelo aumento da chuva localizada [...] (AGEVAP, 21 out. 2015).

A seguir, houve uma apresentação do ONS sobre a avaliação hidrológica e a operação


hidráulica:
[...] iniciou a apresentação relatando as verificações das vazões praticadas até o dia
20 de outubro. A consolidação da vazão objetiva e o vertimento de Santa Cecília e
Pereira Passos não teve desvio significativo, com exceção de chuvas ocorridas em
10/10 que aumentou o vertimento em Santa Cecília. Em relação à previsão meteoro-
lógica continuam dentro da perspectiva de cenário de transição e climatologicamente
ainda não podem afirmar que estão no inicio do período de transição. Não conse-
guem ter nenhuma entrada significativa fora da barreira do gráfico da Serra do Mar.
Perspectiva de entrada de umidade no dia 23/10, segundo o modelo ETA, e outros
modelos também confirmam a possibilidade da entrada de umidade no interior, pe-
gando parte da Bacia do Rio Grande. Informou que continuam com a incerteza da
quantidade de chuva. Os reservatórios de cabeceira estão com as vazões defluentes
minimizadas, e Jaguari continua com 30m³/s. Paulo Diniz (ONS) continuou o relato
indicando que até dia 31/10 não apresentou nada significativo, nenhuma previsão
meteorológica e nenhum indicativo climatológico de mudança de cenário e mudança
para chuva no Rio Paraíba do Sul. Em função da recessão observam que nos últimos
10 dias vem acontecendo vazões abaixo de 110m³/s em Santa Cecília, reflexo disso é
a continuidade do uso da água armazenada nos reservatórios. Na última reunião o
RE estava em 7,5% e ontem estava em 5,9%. No período de setembro houve em tor-
no de 3 a 4 dias de chuvas significativas, chegando à média em 74% da média de
longo termo, porém até o dia 20/10 foi verificado com 59% da média. Comparando
o ano de 2015 com o de 2014 na média de Maio à Outubro continuam acima da mé-
dia do ano passado. No mês de Outubro estão 34% acima de Outubro do ano passa-
do. Para realizar uma análise prospectiva hidráulica, o cenário de 100% do ano pas-
sado é parâmetro razoável para realizar comparação. Em evolução de armazenamen-
to, observaram uma descida e subida no armazenamento. É comum nessa época de
transição entre Outubro e Novembro, gastar o reservatório e depois voltar a recupe-
rar. Relatou que precisam avaliar meteorologicamente e climatologicamente o início
de uma transição. Não houve necessidade de fazer outra simulação, pois o volume
de partida seria praticamente o mesmo. Teriam como armazenamento mínimo equi-
valente ao Rio Paraíba do Sul ao final de novembro 4,7% e 4,5%, se manter as pre-
missas de 110m³/s e a vazão afluente semelhante a 100% de 2014, assim não entra-
riam no volume morto de nenhum reservatório dentro da bacia do Rio Paraíba do
sul. Nas avaliações, Funil foi verificado com volume acima do simulado e nos últi-
mos dias abaixo. Em Jaguari foi verificado volumes abaixo do simulado e nos últi-
mos dias acima. Em Santa Branca levemente abaixo e Paraibuna da mesma forma.
Nesse contexto as únicas preocupações seriam Santa Branca, pois se não tiver uma
flexibilização da vazão mínima ou se não houver ocorrência de chuva principalmen-
te na incremental entre Paraibuna e Santa Branca, pode ser que terão que aumentar a
124

defluência de Paraibuna para não entrar no volume morto de Santa Branca ou se ti-
ver uma flexibilização das vazões e puder reduzir mais Santa Branca do que Parai-
buna conseguiriam evitar que Santa Branca entrasse em volume morto, isso em um
cenário sem ocorrência de chuva [...] (AGEVAP, 21 out. 2015).

A seguir os presentes fizeram debateram a proposta apresentada pela ANA e pela ONS
sobre a diminuição da defluência dos reservatórios de cabeceira em aproveitamento as chuvas
incrementais.
[...] A resolução vai valer até 31 de Janeiro de 2016. Marcelo Carvalho (Furnas)
disse que irão continuar operando com a resolução atual, sem nenhuma modificação
durante esse tempo para aguardar a nova resolução. Sugeriu marcar a próxima reuni-
ão para o dia 03/11(terça-feira). Nessa data a nova resolução já estaria vigente e po-
deriam decidir alguma mudança de operação que já utilizassem essas novas restri-
ções caso haja necessidade. Joaquim Gondim (ANA) concordou com Marcelo Car-
valho e acrescentou que foram alteradas somente as vazões mínimas na resolução.
Zeila Piotto (CIESP) questionou sobre a vazão mínima que ficou acordada na nova
resolução, e se houve alguma alteração em Santa Branca. Joaquim Gondim (ANA)
listou as alterações: as vazões mínimas passariam a ser 7m³/s em Paraibuna, 10 m³/s
em Santa Branca, 60 m³/s em Funil e 4 m³/s em Jaguari. Paulo Diniz (ONS) lembrou
que chegaram nesses valores de defluências mínimas de acordo com as condições
hidráulicas físicas desses aproveitamentos hidrelétricos. E que esse será o valor
permitido pela ANA, e não significa que irão usar esses valores. Marcelo Carvalho
(Furnas) disse que é o limite operativo das usinas e não uma limitação da calha dos
rios a jusantes às hidrelétricas. Zeila Piotto (CIESP) questionou sobre como será o
processo, pois possuem grandes captações em Jacareí que dependem da vazão libe-
rada em Santa Branca. Paulo Diniz (ONS) relatou que na última reunião para não fi-
carem discutindo pequenas reduções mínimas, houve uma discussão técnica entre
Light e CESP sobre os valores mínimo físico hidráulico de Paraibuna e Santa Bran-
ca. [...] Zeila Piotto (CIESP) disse que continua com a preocupação como irá sinali-
zar as empresas e como as empresas vão fazer essa simulação. Edson Falcão (INEA)
perguntou se o problema das empresas de Jacareí era nível ou qualidade de água.
Zeila Piotto (CIESP) respondeu dizendo que para a operação abaixo de 30m³/s em
Santa Branca pode ser os dois. [...] Hiroaki Makibara (SSRH) disse que se preocupa
com a redução de vazão de Paraibuna por causa da captação da cidade de Paraibuna.
Abaixo de 30m³/s é uma redução de vazão que nunca foi praticada em Paraibuna. A
mesma coisa se pode dizer em Santa Branca e na cidade de Jacareí, e se for realmen-
te praticada essas vazões pode ocorrer problemas nessas captações. Essas vazões
mínimas dessa nova resolução serão praticadas quando houver chuvas intermediá-
rias. Sobre a vazão mínima dessa nova resolução, antes de praticá-las, serão realiza-
dos testes gradativamente, e não antevê preocupação, pois, constatado algum pro-
blema no teste, retoma-se imediatamente a situação antecedente. [...] Joaquim Gon-
dim (ANA) mencionou que o protocolo que existe no Guandu também está disponí-
vel para o Rio Paraíba do Sul: qualquer usuário que identificar o problema, o siste-
ma voltaria a condição anterior, até um diagnostico. Com isso a autorização que a
ANA faz não dispensa outras licenças. Relatou que as vazões mínimas servem para
serem implementadas em um período de abundância de chuva, onde as incrementais
permitam a prática dessas vazões sem que os usuários sejam afetados, por isso a
ANA concordou com a resolução. Disse que precisa ficar acertado com as empresas
quando será praticada a vazão da Resolução e que é necessário um ponto focal ser
acionado por quem se sentir prejudicado, para que as vazões voltem ao modo anteri-
or [...] (AGEVAP, 21 out. 2015).

A seguir falaram das vistorias que AGEVAP-ANA e os órgãos gestores fizeram ao


longo do Paraíba para verificar as captações nas calhas.
[...] Edson Falcão (INEA) relatou que ao final do ano passado os órgãos gestores
junto com os comitês de bacia foram a campo para avaliar as condições de captação
125

de sistema de abastecimento público dos municípios que captavam água ao longo do


Rio Paraíba do Sul e do Rio Jaguari. Essa vistoria foi uma das partes que compõe o
plano elaborado pela ANA, que identificou a necessidade de algumas intervenções
de adaptação de captação dos municípios. O CEIVAP financiou todas as interven-
ções necessárias identificadas na época. Complementou informando que depois de
quase um ano da vistoria, estão nessa situação de verificação de falta de água no
fornecimento público. Já a questão relacionada ao problema levantado pela Zeila Pi-
otto (CIESP) é diferente, pois se trata do licenciamento ambiental das empresas e
pelo seu entendimento não existe nada que restrinja a diminuição de lançamento pa-
drão de defluência com a vazão menor. A possibilidade de passar uma quantidade de
água menor do que a atual é baixa, pois essa operação será realizada em um curto
período com o objetivo de armazenar mais água.[...] Zeila Piotto (CIESP) questio-
nou se caberia uma nova verificação para uma situação mais crítica e de que forma
será realizada a operação do sistema para manter essa redução de vazão. Em função
da qualidade de captação das empresas, foram feitas alterações no cenário de 30m³/s
e não com cenários mais baixos, relatou que cabe uma avaliação mais rigorosa na
forma de operar para evitar problemas. Zeila Piotto (CIESP) questionou quais crité-
rios serão utilizados para a realização de testes pra garantir os pontos de vazão mí-
nima. Joaquim Gondim (ANA) relatou que os usuários precisam participar efetiva-
mente dos testes de redução de vazão. Os mesmos já estão sendo realizados no
Guandu, em um trecho do Rio Paraíba do Sul no Funil, foi feito no Jaguari quando
abaixou de 10m³/s para 4m³/s. Os testes de redução de vazão não são novos na bacia
do Rio Paraíba do Sul. Zeila Piotto (CIESP) disse que a questão de baixar de 30m³/s
para 7m³/s é uma diferença grande em Santa Branca. Questionou se irão controlar
essa vazão ao longo do trecho a jusante. Joaquim Gondim (ANA) relatou que o ONS
é responsável em fazer os testes e fazer, caso necessário, com que às vazões voltem
aos patamares antes praticados para que os usuários não sejam afetados, sendo o
ONS o agente responsável pela operação hidráulica do Rio Paraíba do Sul e que tra-
balha junto com os agentes envolvidos. Disse que é importante ter contato com os
operadores das usinas, pois são repassadas as informações das vazões e as empresas
devem saber para quem pedir e como pedir, para que não tenham problema. [...]Vera
Lucia Teixeira (CHB-MPS) concordou que o Estado do Rio de Janeiro identificou
os gargalos, e que o estado de São Paulo tem pouca apresentação com relação a isso.
Sugeriu que São Paulo identifique e apresente os impactos com as reduções na pró-
xima reunião. Edson Falcão (INEA) disse que o ONS precisa ter condições para
operar com vazões previstas na resolução, caso necessário, e que foram realizadas
vistorias ao longo do Paraíba do Sul no ano passado.[...] Paulo Diniz (ONS) pontuou
que seria interessante o Estado de São Paulo trazer na próxima reunião os possíveis
pontos de gargalo de problemas a jusante de Paraibuna e Santa Branca, para fazer
uma correlação do ponto com algum posto com medição de vazão próximo. Ressal-
tou que é importante verificar a defluência da usina com um posto telemétrico ime-
diatamente a jusante.[...] Vera Lucia Teixeira (CHB-MPS) relatou que o plano de
ação da ANA foi feito com base em uma vazão, e com a mudança de vazão desse re-
servatório deve ter outros impactos. Comentou que seria interessante o estado de
São Paulo fazer simulações [...] (AGEVAP, 21 out. 2015).

A vigésima oitava, ocorrida em 03/11/2015, começou com os relatos dos presentes so-
bre os problemas ocorridos nos últimos dias.
[...] Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/CEDAE) disse que está esperando conta-
to, mas a princípio não tem nenhuma novidade sobre a CEDAE Interior. A respeito
do Guandu está tudo normal, o único relato é que dia 29/10 o sistema parou, porém
voltou a operar no mesmo dia. Joaquim Costa (GERDAU) relatou que em relação à
última reunião não houve nenhuma alteração. Em função da parada do Guandu,
houve benefício na captação nesse final de semana o que resultou em uma melhora
na média mensal. Marcelo Nunes (FCCSA) mencionou que esse mês de outubro foi
o pior mês do ano, pois tiveram 13 dias de parada na captação. José Luiz Governo
(CSA) disse que no dia 21/10 ocorreu uma lua crescente e uma maré de 1m chegan-
do a uma condutividade máxima de 445µS. Logo em seguida, veio a influência da
126

lua cheia, uma maré de 1,6 depois 1,7 e 1,8m e chegaram a mais de 1000µS de con-
dutividade, e consequentemente tiveram dificuldades para captar. No dia 29/10 foi o
dia da parada da CEDAE, tinham uma maré muito alta de 1,8m e mesmo assim fica-
ram com 400µS de condutividade máxima, cujo valor foi se mantendo. No dia 2/11
tiveram um acidente no cabo de alimentação elétrica e um gerador foi colocado, e a
situação está normalizada. Quanto às modificações na soleira, as mesmas estão sen-
do discutidas. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou em relação ao comporta-
mento da soleira, se está sendo feita alguma modificação. José Luiz Governo (CSA)
disse que o coroamento está sendo elevado para evitar a entrada das marés mais al-
tas. Pro lado da margem esquerda do canal do São Francisco a adaptação já está
concluída e a previsão do término é de 15/11. Informou que os técnicos responsáveis
vem estudando as soluções visto que o resultado das adaptações não é conhecido.
Edson Falcão (INEA) informou que recebeu um estudo das empresas do Canal de
São Francisco propondo uma nova regra de operação, no entanto, o secretário André
Corrêa pediu para não dar prosseguimento à análise da proposta e manter a média
dos 75m³/s. Disse que podem marcar uma reunião para tratar dentre outros assuntos,
a possibilidade de fazer uma flutuação da operação. Joaquim Costa (GERDAU) rela-
tou que na elaboração do projeto da soleira foi considerada uma vazão no rio maior
que atual, e que engenharia é uma ciência exata. E complementou que ajustes vem
sendo feitos. Diogo Azevedo (LIGHT) disse que no dia 27/10 teve uma solicitação
do INEA de uma programação especial em Pereira Passos. Atualmente a incremen-
tal entre o trecho de Santa Cecília e Funil está mais elevada e estão vertendo um
pouco mais em Santa Cecília, chegando a um pico de 160 m³/s. Pode ser que ainda
hoje elevem um pouco a geração em Pereira Passos. Julio Cesar Antunes (Comitê
Guandu/CEDAE) comentou que gostaria que fosse mantido o combinado na reunião
anterior: que os aumentos das vazões fossem realizados de forma escalonada dentro
do possível [...] (AGEVAP, 3 nov. 2015).

O representante de Furnas, disse que monitorado a incremental, e que esta tem caído
rapidamente e a preocupação é com a captação de Barra Mansa.

[...] Marcelo Carvalho (FURNAS) relatou que Funil está defluindo 80 m³/s e a Light
pediu para reduzir esse valor ainda mais. No entanto, Furnas está monitorando a in-
cremental entre Funil e Barra Mansa e a incremental está caindo rapidamente e se fi-
zerem uma redução tem perigo de Barra Mansa ficar com pouca água. Perguntou ao
Jardel Azevedo sobre a situação da implantação das bombas em Barra Mansa. Jardel
Azevedo (SAAE- BM) disse que acreditam que até sexta-feira (06/11) irão concluir
a obra e a partir segunda-feira (09/11) estará tudo finalizado. Marcelo Carvalho
(FURNAS) pediu para avisar quando a obra estiver concluída e os testes forem fei-
tos para que possam fazer reduções bem maiores [...] (AGEVAP, 3 nov. 2015).

Em seguida São Paulo fez o relato dos problemas ocorridos:


[...]Edson Rezende (CESP) relatou novamente sobre o problema excessivo de vibra-
ção em Paraibuna. No caso foram duas ocorrências, nas quais a máquina deixou de
gerar sendo isso um problema grave, pois força a máquina e possivelmente pode
causar danos. Mencionou que como estão com uma variação muito grande de potên-
cia, em função do problema hidráulico do circuito, isso está causando muita vibra-
ção e trepidação. Disse, ainda, que está ficando insustentável trabalhar com a má-
quina nessa situação. Joaquim Gondim (ANA) perguntou se não poderiam praticar
um dia com uma vazão maior e outro com uma vazão menor a fim de sacrificar me-
nos as máquinas e tentar permanecer dentro de uma faixa operativa melhor [...]
(AGEVAP, 3 nov. 2015).

Apresentação do ONS sobre a avaliação hidrológica e a operação hidráulica.


[...] Paulo Diniz (ONS) relatou que como não tiveram nenhuma incremental signifi-
cativa houve facilidade em controlar a operacionalização em Santa Cecília. Em rela-
127

ção a Pereira Passos, houve desvios entre os dias 27 e 30/10 em função da manuten-
ção preventiva da ETA Guandu. A respeito da previsão meteorológica já há um in-
dício de transição. Tiveram picos nas vazões que chegaram a 190 m³/s, e em função
disso houve uma estagnação no uso da água armazenada nos reservatórios e o reser-
vatório equivalente está em 5,8%. Apesar desse início de sinalização do período de
transição, ainda continuam com vazões abaixo da média, porém melhor do que ano
passado. Em relação às médias do ano passado, fecharam outubro com 42% acima e
na média maio/outubro estão com 112%. Provavelmente não terão mais referência
para utilizar as médias de 2014. Disse que irão avaliar o mês de dezembro para pre-
ver um cenário e fazer uma avaliação prospectiva para o período chuvoso. Estão os-
cilando dentro da perspectiva que tinham lançado na reunião do dia 06/10 e continu-
am dentro desse cenário. Em princípio, não haverá necessidade de utilizar volume
morto. Em relação aos aproveitamentos de forma individualizada, continuam em um
momento que não é preciso pensar em mudança da forma de operação. Há uma re-
cuperação de Funil e voltaram a ter um esvaziamento um pouco mais intenso em Ja-
guari, nesse momento devem esperar a chuva acontecer para reavaliar a condição de
operação e a minimização das vazões defluentes dos reservatórios de cabeceira.
Lembrou que agora tem uma nova resolução da ANA que permite reduzir as vazões
defluentes em Santa Branca e Paraibuna. Não se tem perspectiva de entrar no volu-
me morto de Paraibuna, entretanto Santa Branca está com volume muito próximo de
zero. Dentro desse cenário informou que receberam duas demandas de operação es-
pecífica em Santa Branca: uma é da prefeitura de Santa Branca e a outra da Paróquia
Nossa Senhora das Escadas e São Benedito, na cidade de Guararema. Ressaltou que
a preocupação é operacionalizar um aumento da vazão de Paraibuna, para que Santa
Branca não solte mais água do que está chegando e entre no volume morto [...]
(AGEVAP, 3 nov. 2015).

Em seguida houve um debate caloroso entre Rio de janeiro e São Paulo, sobre os im-
pactos que nova redução traria, e a falta de uma modelagem que desse uma segurança aos
usuários da bacia.
[...] E a resolução nº 1204/2015 da ANA incorporou a redução dos limites das va-
zões defluentes permitidas: Funil de 70 para 60 m³/s, Santa Branca de 25 para 10
m³/s e Paraibuna de 20 para 7 m³/s. A ANA informou que trata-se de uma autoriza-
ção e como foi colocado na reunião só poderão ser utilizado esses valores quando
houver chuva nas incrementais. Isso foi amplamente debatido e apresentou uma cer-
ta controvérsia com o estado de São Paulo. Posteriormente foi sugerido que os re-
presentantes do referido Estado elaborassem uma lista de contatos semelhante a feita
pelo Rio de Janeiro utilizando o mesmo modelo de Protocolo de Emergência. Men-
cionou que a ANA autorizou a prática dessas reduções, no entanto sua operacionali-
zação está aberta ao debate. Edson Falcão (INEA) fez uma observação sobre a ope-
ração que o Marcelo Carvalho comentou, lembrando que a mesma aconteceria no
momento de chuva, quando as incrementais são expressivas, e os impactos seriam
pouco expressivos. O objetivo é recuperar os volumes dos reservatórios de cabecei-
ra. Marcelo Carvalho (FURNAS) lembrou que a redução em Funil não ocasionou
problemas com os usuários com exceção de um evento de 6h em Barra Mansa, onde
o Protocolo foi acionado e tudo foi resolvido. Disse que não quer fazer uma altera-
ção permanente que prejudique os usuários. Perguntou para os participantes presen-
tes de São Paulo, quais são os usuários que existem entre Paraibuna e Santa Branca
que poderiam ser afetados por uma redução de Paraibuna. Hiroaki Makibara (SSRH)
disse que com relação a esse assunto, houve uma reunião na semana passada com o
DAEE e a CETESB e no dia seguinte o DAEE se reuniu com a FIESP. Solicitou que
o DAEE fizesse esse relato. Wanderley Soares (DAEE) disse que houve uma discus-
são na ultima quarta- feira para a elaboração de um protocolo e sobre o envio desse
material hoje (03/11). Como sugestão feita na reunião, para as captações outorgadas
a nível federal seria feito o acionamento da ANA, as do Jaguari e afluentes o proto-
colo seria via DAEE, quanto à qualidade seria CETESB e posteriormente acionaria
o ONS e a CESP a LIGHT para abrir ou fechar. Zeila Piotto (FIESP) relatou que es-
128

tiveram presentes na reunião realizada no DAEE de Taubaté trinta participantes, al-


guns da sociedade civil, mas a maioria usuários. Citou que o cadastro da ANA indi-
ca que nesse trecho há 94 cadastrados sendo 30 deles indústrias e a preocupação do
grupo foi a ausência de modelagem no controle das incrementais e como seria esse
processo e que gostaria de confirmar sobre a modelagem que a professora Mônica
Porto teria solicitado na reunião passada [...] (AGEVAP, 3 nov. 2015).

Os usuários de São Paulo se colocaram contrario a diminuição das defluência dos re-
servatórios de cabeceira pelo impacto que isto causaria aos usuários, e mesmo acionando o
protocolo de emergência isto demoraria uma doze horas para restabelecimento das vazões
anteriores.
[...] Edson Falcão (INEA) perguntou qual o tipo de captação dos usuários de São
Paulo, pois dependendo de qual for, eles não irão sentir diferença, mas é importante
que isso seja analisado. O objetivo é armazenar o mais rápido possível em Paraibu-
na, já que o mesmo detém 60 % do volume total. Zeila Piotto (FIESP) relatou que
como a reunião foi dia 29/10, ainda não tiveram tempo de fazer um levantamento de
captações. Na reunião do DAEE, citaram como exemplo o Jaguari, que quando foi
feita a redução também foi realizada uma pesquisa de campo pelo DAEE de todos os
usuários do trecho antes de autorizar a redução. Destacou que acreditam que deveria
ser feito algo semelhante e por isso solicitam uma reunião presencial. Benedito Feli-
pe Costa (SABESP) relatou que não são contra as regras que foram colocadas, po-
rém quanto à questão sobre o monitoramento há uma preocupação sobre a forma que
isso será comunicado. Quanto à questão de tipo de captação, a SABESP já esta se
preparando para isso. (SAAE) disse que são contra a redução, porém acredita que te-
rão problemas em Jacareí se for feita à redução. Mencionou que sua preocupação é
que abastecem 96% da população e mesmo acionando o protocolo demoraria umas
12h até voltar ao nível necessário. Precisam de uma avaliação mais detalhada para
saber o momento e como isso irá se realizar.[...] O Coordenador do Grupo comple-
mentou dizendo que estão pedindo somente para que os usuários de São Paulo fa-
çam esses estudos para benefício próprio. Edson Falcão (INEA) mencionou que a
primeira redução que ocorreu foi em junho de 2014 e ocorreu de forma empírica. O
Grupo fazia as reduções e verificava e assim chegaram ao número que têm hoje.
Perguntou para Zeila Piotto se esses 94 usuários mencionados são outorgados pela
ANA ou são cadastrados. Zeila Piotto (FIESP) respondeu que são outorgados pela
ANA. Disse que estão dispostos a fazer as avaliações e aguardam essa definição de
como será esse processo em relação ao órgão gestor de São Paulo e a ANA. Menci-
onou ainda que existem trechos em que as incrementais serão pequenas, nas quais
existem grandes usuários que podem ser afetados, por isso estão solicitando um
tempo que não será longo para realizar uma avaliação e discussão. E, sobre o proto-
colo de comunicação, mencionou que sabe sobre o bom funcionamento do mesmo
no Rio de Janeiro e têm certeza que funcionará muito bem em São Paulo, porém
existem algumas condições precedentes para implementar o protocolo, que estão ge-
rando preocupação. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou a Zeila Piotto se para a
próxima reunião do grupo eles já estariam com esse Protocolo bem definido. Menci-
onou que gostaria de ver se o grupo já definisse hoje uma operação. Comentou, tam-
bém, o relato do Edson Rezende que indicava um problema na máquina de Paraibu-
na e que o próprio Joaquim Gondim sugeriu operar um período com a vazão maior e
outro com a vazão menor e que agora existe uma resolução que permite fazer isso. O
coordenador do grupo perguntou para Edson Rezende se já teriam uma modulação
dessa proposta para verificar se já poderiam implementar um modelo de teste. Disse,
ainda, que acredita que hoje já poderiam pensar numa operação. Finalizou pergun-
tando ao Edson Rezende, se ele já teria uma proposta baseada na faixa de operação
da máquina de modulação de funcionamento. Edson Rezende (CESP) respondeu di-
zendo que a CESP não tem uma proposta, porém já tem definidas as faixas que de-
vem ser evitadas de operar, que seria de 10 a 20m³/s. O representante da CESP fez
uma conta seguindo a sugestão que o Joaquim Gondim apresentou, e se operarem
um dia com 35m³/s e dois dias com 20m³/s, na média continuam com 25m³/s, sendo
129

que esse tipo de modulação não traria problema algum. Joaquim Gondim (ANA)
disse que o que poderia ser praticado nos próximos dias é verificar qual a menor va-
zão no trecho de Paraibuna e Santa Branca, tendo em vista que é um trecho pequeno,
bem conhecido por todos e com pouca vazão incremental. Lembrou que precisam
definir o que fazer para resolver o problema da operação de Paraibuna para que não
prejudique o sistema de geração e posteriormente analisar a possibilidade de apro-
veitamento das incrementais [...] (AGEVAP, 3 nov. 2015).

Para finalizar a reunião, foi discutido quais seriam os valores de defluência iriam ser
adotados e de que forma fariam e discutiram também uma solicitação de aumento de defluên-
cia para atividades esportivas no rio Paraíba do Sul.
[...] O representante da ANA acredita que o foco deve ser no trecho mais crítico da
bacia que vai até São de José dos Campos. Apresentou a proposta completa que se-
ria estudar a questão das máquinas de Paraibuna e fazer a redução gradual estabele-
cendo um nível adequado sem contar com incremental e depois concentrar no moni-
toramento, principalmente no trecho até São José dos Campos. Marcelo Carvalho
(FURNAS) sugeriu operar 8h com 35 m³/s e 16h com 20 m³/s, ou seja, dentro das
24h fariam essa modulação de modo que os efeitos a jusante serão menos sentidos, e
depois repetiriam o ciclo para ver se daria algum problema e se ocasionalmente hou-
ver alguma complicação deveriam informar à CESP. Joaquim Gondim (ANA) rela-
tou que a ANA sempre foi favorável a esse entendimento. A proposta 1 seria moni-
torar e ver se não haverá nenhum impacto a montante de Santa Branca, checar quais
são os usuários desse trecho para marcar a data para fazer o teste. A proposta 2, se
passar dessa fase, seria para o trecho até São José dos Campos para ver pontos pos-
síveis de monitoramento. Zeila Piotto (FIESP) disse que é necessário discutir a ope-
racionalização da avaliação da prática dessas vazões nesse trecho entre Paraibuna e
Santa Branca, pois acredita ser importante que o órgão gestor, no caso o DAEE, faça
essa interlocução no estado. Hiroaki Makibara (SSRH) mencionou que entende a
preocupação da ANA, mas por outro lado o DAEE não lida com o Rio Paraíba do
Sul, pois a ANA é a responsável. Caso não possa ser a ANA, questionou se AGE-
VAP poderia fazer esse monitoramento, por ser a mais indicada. Edson Falcão
(INEA) comentou que acredita que o DAEE como órgão gestor tem como papel e
atribuição realizar esse monitoramento. Caso o DAEE não faça, existe o protocolo.
Zeila Piotto (FIESP) disse que não sabe se a AGEVAP tem disponibilidade de pes-
soas para realizar esse trabalho e solicitou uma cópia do Protocolo de Comunicação
e também que todos os usuários sejam avisados dos testes. Marcelo Carvalho
(FURNAS) disse que encaminharam o protocolo de comunicação e propôs como
sugestão principal que a calha ficaria a cargo da ANA ou a quem a Agência delegas-
se e o Jaguari a cargo do DAEE.[...] Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que de
qualquer formar irão implementar de imediato essa proposta de operar 8h com
35m³/s e 16h com 20m³/s, se houver algum problema deverão acionar a CESP. A
proposta sugerida é de nessa semana programar um teste na 5ª e na 6ª feira e no final
de semana realizar uma avaliação, se não houver problemas já implementar na pró-
xima semana.[...] relatou que foi encaminhado ao ONS dois pedidos de aumento de
defluência de Santa Branca devido a eventos na região. Um deles é dia 15 de no-
vembro uma procissão pluvial e outro dia 29 de novembro é uma procissão de des-
cida do rio de boia. Paulo Diniz (ONS) disse que em princípio a demanda básica é o
aumento da vazão em Santa Branca de 30 para 100 m³/s no total de 12 horas, que
corresponde a 1% do reservatório. Nesse momento de esvaziamento, as datas dos
eventos seriam no período onde acreditam que Santa Branca estaria bem próximo de
0%. Encaminharam para ANA essas duas demandas e a Agência irá encaminhar pa-
ra debate. Joaquim Gondim (ANA) disse que a Agência não concorda, pois irá coin-
cidir numa época crítica, a princípio não fariam a alteração, a menos que o comitê
solicite [...] (AGEVAP, 3 nov. 2015).
130

A vigésima oitava reunião ocorrida em 16.11.2015, começou os relatos dos usuários


do estado do Rio de Janeiro.
[...] Relatos dos usuários: José Carlos Fioravante (CEDAE interior) disse que São
João da Barra ainda continua com problemas na captação. Relatou que houve uma
amenizada com as chuvas e os demais locais estão conseguindo captar normalmente,
com nenhum efeito grave nesse período. Julio César (CEDAE/ Comitê Guandu) re-
latou que tudo está normal e não tem nada a pontuar. Joaquim Costa (GERDAU)
disse que começaram a ter um pouco de problema no ultimo final de semana (sábado
e domingo), mas até sexta-feira estavam captando normalmente. Disse, ainda, que
estão com reservatório cheio em função de estar descendo mais água que o previsto.
José Luiz Governo (CSA) mencionou que a partir do dia 13/11 quando a descarga
do canal de São Francisco deixou de ter influência das chuvas locais, e voltou a va-
zão de 71m³/s, a condutividade subiu para 576µS e posteriormente desceu para
467µS. Hoje pela madrugada houve um pico de 930µS e pela manhã estava com
662µS. Agora estão com 65% da capacidade de reservação. Finalizou dizendo que
se tiver um novo período com a vazão de 71m³/s, irão continuar com problemas mas,
por enquanto, ainda não pararam. Luiz Rios (LIGHT) perguntou sobre a situação do
problema de contaminação de água no reservatório da GERDAU com a chuva. Joa-
quim Costa (GERDAU) disse que eles têm um canal interno para reservação da
água. A Gerdau pega a água com salinidade mais baixa, pois não pararam de captar
em nenhum momento e misturam as duas internamente. Aproveitaram esse período
de chuva para usar bastante essa água e manter a salinidade mais baixa. Mesmo que
a salinidade suba agora, eles conseguem manter a operação. Por enquanto estão con-
seguindo captar sem problemas, dadas as devidas proporções, uma hora conseguem
captar e outra não e estão conseguindo captar com a compensação do canal interno.
José Luiz Governo (CSA) relatou que nesse mês de novembro conseguiram traba-
lhar no mínimo com 65% de reservação. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou
como está o funcionamento da soleira e se foi feita alguma obra. Joaquim Costa
(Gerdau) mencionou que o coroamento que estava previsto foi terminado, faltando
algumas soldas, mas o principal já foi feito. Agora, terão que verificar como será o
comportamento da soleira com a diminuição da vazão. Diogo Azevedo (LIGHT)
disse que o único relato a fazer foi sobre as chuvas entre Funil e Santa Cecília que
tiveram de aumentar um pouco o bombeamento, os reservatórios ficaram bem chei-
os, atingiram o limite em alguns dias. Precisaram aumentar a geração em Pereira
Passos e também o vertimento em Santa Cecília [...] (AGEVAP, 16 nov. 2015).

Em seguida, os representantes de São Paulo fizeram seus relatos dos problemas que
ocorreram nas ultimas semanas.
[...] Julio Ferreira (CESP) relatou que tiveram o desligamento automático da máqui-
na no dia 9 e no dia 11/11 em Paraibuna, devido ao aumento da vibração. Entretanto,
isso não comprometeu o acerto de vazão defluente. [...]Marcelo Carvalho (FUR-
NAS) continuou solicitando a apresentação da proposta de Protocolo de Emergência
feita pelo DAEE. Apresentação da proposta de Protocolo de Emergência feita por
(DAEE) Wanderley Soares (DAEE) apresentou uma 1ª lista com alguns nomes para
complementar o fluxograma. A proposta do DAEE consiste em direcionar à ANA,
os acionamentos dos usuários do rio federal, ao DAEE os dos rios estaduais e a CE-
TESB os de qualidade de água. O representante do DAEE complementou dizendo
que o DAEE seria um braço da ANA no Vale do Paraíba para conferir as reduções
em campo. Antonio Augusto Lima (ANA) disse que devem acertar como será feito,
se o protocolo vai acertar os níveis mínimos de captação ou não. Marcelo Carvalho
(FURNAS) lembrou que a ANA faz outorga por vazão e não por nível. Mencionou
que não faria sentido a ANA fazer a fiscalização nas captações se não estiver cap-
tando acima da outorga. Zeila Piotto (FIESP) disse que a questão é o problema dos
usuários. Os usuários definiram suas captações, eles fizeram com base nos dados
históricos de vazão que não são os que estão sendo praticados agora. Não entendo o
porquê do Protocolo. Antonio Augusto Lima (ANA) disse a Zeila Piotto que a ANA
não vai atuar dessa forma direta. No Rio de Janeiro não foi reduzido de forma ime-
131

diata, deram tempo para que os usuários fizessem adaptações para captação em ní-
veis menores. Antonio Augusto Lima (ANA) complementou dizendo que como es-
tão enfrentando uma situação mais crítica fora do histórico, o captador também tem
que pensar que agora ele não pode ter o mesmo conforto, sendo que a bacia está pas-
sando por uma situação hidrológica desfavorável. Zeila Piotto (FIESP) disse que não
se trata de não querer contribuir [...](AGEVAP, 16 nov. 2015).

Após os relatos dos usuários do Rio de Janeiro e de São Paulo, o INEA apresentou o
monitoramento da qualidade das águas no estado do Rio de Janeiro:
[...] Mauricio Soares (INEA) apresentou os resultados do dia 04/11 com relação à
densidade de cianobactérias. Em Funil houve um crescimento significativo, aproxi-
mando-se do limite e com a tendência de ultrapassar. No Guandu a situação é mais
confortável em torno de 100 cel/ml, assim como nos reservatórios Santana, Lajes e
Vigário que estão também em situação tranquila. Em Santana houve praticamente 0
de presença de cianobactérias. Com relação ao IQA, os resultados de outubro, mos-
traram uma situação bem controlada, tendo flutuação entre o médio e o bom. Vera
Lúcia Teixeira (CBH – MPS) relatou a situação de Resende em relação a coloração
da água estar verde. Complementou perguntando sobre a situação no Funil. Mauri-
cio Soares (INEA) disse que com relação as cianobactérias dentro do reservatório, os
valores tem tendência ao incremento, o último valor que foi dia 4/11 está quase se
aproximando do valor CONAMA, e que não há problemas em Resende. Marcelo
Carvalho (FURNAS) pediu para Vera Lúcia Teixeira providenciar fotos para que o
grupo avalie junto ao INEA [...] (AGEVAP, 16 nov. 2015).

O ONS fez uma apresentação sobre avaliação hidrológica e da operação hidráulica:


[...]apresentou as condições hidrológicas de armazenamento com resultados obtidos
até dia 15/11 e disse que felizmente estão no auge do período de transição e observa-
se uma frequência maior das entradas de frente fria. Em função disso, observou-se
no dia 03/11 um vertimento além do esperado em Santa Cecília, e também nos dias
8 e 9/11. Em Pereira Passos, conforme combinado, seria elevada a vazão turbinada e
o excedente seria vertido em Santa Cecília. Na previsão meteorológica há uma ten-
dência de entrada de frentes frias, com previsão de chuvas nos dias 17 e 18/11. O
volume do reservatório equivalente se mostrou ascendente em função da última
chuva verificada, e está em 7%. A vazão média verificada em novembro está com
84% da média histórica e 73% acima do valor observado em novembro de 2014. A
partir do mês de dezembro não terão mais correlação com o período seco. Não há
perspectiva de entrar em volume morto no reservatório equivalente da bacia do Rio
Paraíba do Sul e a preocupação agora é otimizar o reenchimento dos reservatórios e
um acerto operativo a respeito o Funil, que está com um superávit. O representante
do ONS relatou ser o período adequado para reduzir as vazões defluentes de todos
os aproveitamentos de cabeceira e em relação a Santa Branca o mesmo apresentou
uma preocupação de nos próximos 5 dias reduzir a vazão defluente de Santa Branca
para que não entre em volume morto. Em relação a Jaguari a sugestão seria também
de reduzir a vazão de 30 m³/s para 20 m³/s [...] (AGEVAP, 16 nov. 2015).

Em seguida os presentes discutiram a apresentação feita pelo ONS e os relatos dos es-
tados (SP, RJ):
[...]Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que em relação à diminuição da vazão de
Jaguari não há nenhum impedimento e terminou dizendo que isso já poderia ser im-
plementado imediatamente. Zeila Piotto (FIESP) comentou que a questão é a redu-
ção de todas ao mesmo tempo e disse que é esse cenário que será preciso avaliar.
Paulo Diniz (ONS) lembrou que eles entrarão em um estágio onde as vazões incre-
mentais a Funil serão significativamente maiores do que as vazões mínimas necessá-
rias nesse trecho. Zeila Piotto (FIESP) perguntou qual o trecho que o Sr. Paulo Diniz
está se referindo. Paulo Diniz (ONS) disse que é o trecho a jusante de Santa Branca
e Jaguari e não aos trechos imediatamente à jusante. Luiz Roberto Barretti
132

(ABES/SP) relembrou que a jusante de Jaguari há uma contribuição expressiva e


que no rio Paraíba do Sul, a jusante do rio Jaguari desemboca o rio Buquira com va-
zões bastante significativas. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que a redução que o
ONS está propondo é de diminuir o Jaguari para 20 m³/s e que este valor está acima
da restrição histórica que é de 10m³/s. Não haveria problema algum. Edson Falcão
(INEA) mencionou que tecnicamente pode não ter problema, mas pediu que a deci-
são só fosse tomada após a manifestação do Secretário de Meio Ambiente do Rio de
Janeiro. Paulo Diniz (ONS) disse que os valores das reduções já foram feitas. Podem
esperar Funil bater o volume de espera, mas serão coniventes ao desperdício de água
em Funil, pois se tiver um período chuvoso dentro da normalidade vai ser jogado
água fora em Funil, essa decisão já era para ter sido tomada a mais tempo. Funil
abaixo de 15% as máquinas vibram. Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/CEDAE)
disse que teoricamente os dois reservatórios estão mais próximos do volume morto.
Perguntou se fizerem o mesmo exercício que foi feito no período seco de reduzir
5m³/s em cada reservatório, se o impacto em relação ao Rio seria significativo para
se preocupar com as captações que ficam logo a seguir dos reservatórios. Finalizou
apresentando mais uma dúvida de porque não pensar em um valor de redução teste
para um exercício [...] (AGEVAP, 16 nov. 2015).

As discussões entre Rio de Janeiro e São Paulo continuaram acerca de qual defluência
iriam adotar nos reservatórios de cabeceira, tendo em vista que a situação continuava crítica:
[...] Paulo Diniz (ONS) disse que em relação à Santa Branca há um adicional de pre-
ocupação pois existe uma janela de no máximo cinco dias. Se no máximo cinco dias
não acontecer uma chuva significativa na incremental entre Paraibuna e Santa Bran-
ca, haverá a necessidade de irem à contramão de tudo, aumentando em Paraibuna
para não deixar Santa Branca entrar em volume morto. Em relação à questão de Ja-
guari, acha que é muito menos saudável manter 30m³/s e haver uma pancada para
10m³/s concomitante com uma redução a montante, sendo que o ideal seria uma di-
minuição gradativa. Nesse momento a questão de otimização hidráulica é muito su-
perior a qualquer outra questão. De acordo com Paulo Diniz, agora é momento da
redução acontecer. Edson Falcão (INEA) disse que a questão é que se diminuir 10
m³/s de Jaguari por 15 dias, isso significa 2,4% do volume de Funil, e que esse valor
não é expressivo. O ONS tem autonomia para fazer o que julgar mais adequado. So-
licitou que como representante do INEA que essa decisão não fosse tomada enquan-
to o secretário do Rio de Janeiro seja consultado. Marcelo Carvalho (FURNAS)
propôs a aprovação da redução para 20m³/s em Jaguari e o Edson Falcão consultaria
o Secretário de Estado de Meio Ambiente do Rio de Janeiro e posteriormente infor-
maria a resposta até o final da semana a respeito da posição tomada. Complementou
informando que não é necessário postergar essa decisão até a próxima reunião do
grupo. Edson Falcão (INEA) disse que o posicionamento dele é que o grupo não
aprove antes da conversa com o secretário. Marcelo Carvalho (FURNAS) solicitou a
opinião da ANA. Antonio Augusto (ANA) lembrou que de acordo com a opinião do
Sr. Joaquim Gondim, se o grupo não chegar a uma decisão hoje (16/11) haverá a ne-
cessidade do grupo marcar uma reunião ainda na mesma semana para definir a deci-
são a ser tomada. Marcelo Carvalho (FURNAS) questionou a falta de tempo dele e
de outros integrantes do grupo para marcar a reunião na mesma semana. Humberto
Duarte (LIGHT) relatou que a defluência de Jaguari, até 10 m³/s era o mínimo pró-
ximos dias seja marcado uma reunião para tomada de decisão. Zeila Piotto (FIESP)
disse que poderiam a partir de 0h dessa sexta-feira (20/11) implementar a redução
para 25m³/s em Santa Branca como teste, desde que o protocolo de comunicação se-
ja feito e que os usuários sejam comunicados da existência desse protocolo. Apare-
cida Vargas (CEIVAP/ENERGISA) solicitou à ANA o repasse da lista de usuários
(email e endereço) para AGEVAP até amanhã (17/11) para que a comunicação do
protocolo seja feito. Paulo Diniz (ONS) apresentou uma proposta em relação à Ja-
guari. Dado o âmbito técnico, a proposta seria o ONS programar a redução de 30 pa-
ra 20m³/s e o governo do Estado do Rio de Janeiro caso identifique que não é ade-
quado que justifique tecnicamente. Edson Falcão (INEA) disse que ao adiar a redu-
ção da vazão de 10m³/s em Jaguari por 15 dias implicaria no aumento de 2% do vo-
lume útil de Funil e que esse aumento não causaria risco de vertimento em Funil e
133

que gostaria deste prazo para ter tempo hábil de consultar secretário sobre o assunto.
Paulo relatou que das outras vezes que uma instituição precisou consultar os superi-
ores era porque poderia afetar o uso múltiplo. E que descorda afirmar que 2 % do re-
servatório de Funil é pouca coisa. Edson Falcão (INEA) destacou que não está jo-
gando água fora, está guardando em Funil. Se precisar verter não será por causa des-
ses 2%. Só está solicitando que aguarde a posição do secretário por se tratar de Ja-
guari. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que está com um impasse. O Inea não es-
tá querendo aceitar uma operação dentro do limite operativo já aprovado. Perguntou
se tem autonomia para operar sem consultar o grupo. Antonio Lima (ANA) concor-
da em parte com o que foi dito, disse que desde o início o grupo está tendo uma de-
cisão em consenso. Uma vez não obtida este consenso, a orientação é que se marque
uma nova reunião com todos os participantes para tratar desse assunto. Marcelo
Carvalho (FURNAS) perguntou se poderiam marcar uma próxima reunião daqui a
15 dias, desde que registrado que caso houvesse desperdício de água seria justifica-
do que não foi porque não houve consenso. O coordenador do grupo finalizou per-
guntando se alguém teria alguma restrição. Julio Cesar Antunes (Comitê Guan-
du/CEDAE) disse que como não é uma situação de extrema urgência, como a redu-
ção da vazão defluente de Santa Branca, o posicionamento do grupo pode ser adiado
para que posteriormente seja dado uma posição mais concreta. Marcelo Carvalho
(FURNAS) propôs que a decisão a respeito de Jaguari fosse postergada para a pró-
xima reunião daqui a 15 dias e pediu que a opinião do estado do Rio de Janeiro já
estivesse definida até a próxima reunião. Antonio Augusto (ANA) reiterou o pedido
de uma próxima reunião ainda na mesma semana. Paulo Diniz (ONS) sugeriu que o
INEA traga para a próxima reunião três avaliações técnicas de redução de Jaguari:
de 30 m³/s para 20 m³/s, de 30 m³/s para 10 m³/s e de 30 m³/s para 4 m³/s [...]
(AGEVAP, 16 nov. 2015).

Para finalizar, discutiram os impactos que esta redução traria, inclusive para as empre-
sas de energia.
[...]Edson (INEA) justificou que o impacto da redução imediata ou daqui a 15 dias
seria pouco expressivo. Aparecida Vargas (CEIVAP/ ENERGISA) lembrou que o
grupo não pode se esquecer que além das indústrias existem ainda os usuários de ge-
ração de energia, que tem interesse como os outros usuários. Humberto Duarte
(LIGHT) disse que essa redução proposta em Santa Branca de 30 m³/s para 25 m³/s
significa parar a usina,ou seja, deixar de gerar energia porque o mínimo para o fun-
cionamento das máquinas é de 30 m³/s.A partir disso vão começar a verter em Santa
Branca, uma vez que tecnicamente não é viável operar o gerador com menos de 30
m³/s. O representante da Light finalizou dizendo que o setor elétrico precisa ser lem-
brado e que não são contra reduzir para preservar armazenamento, mas isso não po-
de ser esquecido. Antonio Augusto Lima (ANA) disse que passou para o Sr. Joa-
quim Gondim (ANA) o impasse do Grupo. Se não chegarem a uma decisão no tem-
po expedito o GTAOH não terá participação na decisão, que será decidida entre os
órgãos gestores. Hiroaki Makibara (SSRH) disse que há algumas semanas atrás os
reservatórios de Funil e Jaguari estavam desequilibrados e esse foi o argumento que
o Sr Edson Falcão (INEA) utilizou insistentemente para que aumentasse a descarga
em Jaguari. Hoje, estão presenciando Jaguari cada vez mais diminuindo seu volume
de armazenamento e Funil aumentando seu volume e estão desequilibrados. Finali-
zou questionando o Sr. Edson Falcão a respeito se esta tese permanecer válida ou
não. Edson Falcão (INEA) disse que o argumento ainda é válido e que se o objetivo
é armazenar mais água nas cabeceiras por não reduzir a vazão em Paraibuna. Desta-
cou que se a decisão de aumentar Jaguari não tivesse tanto tempo postergada não es-
tariam nessa situação hoje. Não está contra a redução em Jaguari, só está pedindo
que a decisão do grupo seja postergada para a próxima reunião, após consulta ao se-
cretário, que solicitou que qualquer decisão a respeito de Jaguari fosse tomada com
seu conhecimento. Marcelo Carvalho (FURNAS) sugeriu levar esse assunto para a
próxima reunião assim como o estabelecimento do protocolo. Comentou ao Sr. Ed-
son Falcão (INEA) que nas próximas reuniões o INEA não pode vir para reunião
sempre dependendo da opinião do Secretário, que não está presente, pois isso faz
134

com que o Grupo perca agilidade. Edson Falcão (INEA) considerou injusto esse po-
sicionamento, tendo em vista que foi a primeira vez, em 1 ano e meio de reuniões,
que o INEA apresentou esse impasse e ressaltou que essa é uma pratica rotineira dos
representantes do Governo de São Paulo. Roberto Machado (ANA) disse que man-
tém o posicionamento da ANA que caso o grupo mantenha o consenso de uma pró-
xima reunião daqui a 15 dias, a ANA tentará agendar uma reunião de urgência para
que essa decisão seja tomada o mais rápido possível. Aparecida Vargas (CEI-
VAP/ENERGISA) disse que considera de extrema importância que o GTAOH não
perca o poder que o grupo conquistou e prefere que o grupo se esforce para realizar
uma próxima reunião o mais rápido possível. Vera Lúcia Teixeira (CBH-MPS) con-
cordou com a Sra. Maria Aparecida Vargas (CEIVAP/ENERGISA) que houve uma
conquista e não podem abrir mão. Sugeriu uma reunião na segunda- feira (23/11) [...
(AGEVAP, 16 nov. 2015).

A vigésima nona reunião, ocorrida em 30/11/2015, começou com os relatos dos mem-
bros do Estado do Rio de Janeiro, seguido da apresentação do ONS:
[...] Diogo Azevedo (LIGHT) disse que devido à chuva entre o trecho Funil e Santa
Cecília ocorreu um aumento de geração em alguns dias, sem mais problemas de ope-
racionalização. José Carlos Fioravante (CEDAE Interior) relatou que não encontra-
ram problemas, excetuando São João da Barra que no mês de outubro teve um tem-
po de parada de 50% devido a intrusão da cunha salina. Finalizou justificando a au-
sência do Sr. Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/CEDAE) e relatou que em rela-
ção ao Guandu não houve problemas. Joaquim Costa (GERDAU) disse que nos da-
dos do dia 17/11 até o dia de hoje (30/11) não obtiveram condutividade alta, o má-
ximo foi um pico de 380µS em alguns dias sendo que estão captando normalmente.
José Luiz Governo (CSA) mencionou que no período de novembro, mais especifi-
camente dia 18/11, tiveram um ponto apenas de condutividade alta e que desde esse
dia não tiveram nada a relatar. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou a respeito
da situação da FCC devido à ausência de um membro representante. Joaquim Costa
(GERDAU) disse que não tem informações, mas como a captação da FCC é colada
na deles provavelmente eles devem ter conseguido captar normalmente. Joaquim
Gondim (ANA) perguntou a respeito da situação da obra da soleira submersa. Joa-
quim Costa (GERDAU) disse que está quase concluída só falta colocar a sinalização
marítima como estava anteriormente, mas a questão estrutural já foi concluída [...]
(AGEVAP, 30 nov. 2015).

Em seguida houve apresentação do ONS sobre a avaliação hidrológica e a operação


hidráulica:
[...] A vazão vertida não apresentou um desvio significativo, já em Pereira Passos
em função das incrementais volumosas não controladas nos dias 21 e 22/11 e 24 a
26/11 foram observados alguns desvios. De acordo com a previsão meteorológica
estão com uma entrada de frente fria dentro de uma certa normalidade, se configu-
rando o período chuvoso. Disse também que estão dentro da normalidade e continu-
ando nessa perspectiva provavelmente haverá formação de uma zona de convergên-
cia do Atlântico Sul. A respeito do reflexo da chuva, têm-se vazões acima de 110
m³/s em Santa Cecília. Estão com 8,9% do reservatório equivalente e quase o dobro
de vazões do ano passado chegando a 82% da média. Em função do El Niño não há
como prever cenários para a bacia do Rio Paraíba do Sul. Em relação à quantidade
nos reservatórios, Funil aumentou seu volume em 2%, Jaguari continua diminuindo,
Santa Branca apresentou um alívio e Paraibuna está com uma tendência ao aumento.
Dentro das operações hidráulicas dos reservatórios, o representante do ONS apre-
sentou uma informação importante, de que na sexta-feira (27/11) eles receberam um
contato em tempo real da LIGHT, tendo em vista que foi identificado a jusante de
Santa Branca com a prática da vazão de 25 m³/s, que o curso do rio tinha se desco-
nectado da lagoa. A lagoa contava com a presença de peixes e para não ocorrer a
mortandade dos mesmos, a LIGHT solicitou que a defluência em Santa Branca fosse
135

aumentada para 60m³/s durante uma hora. Dentro dessa situação, o representante do
ONS apresentou algumas soluções, a primeira seria a LIGHT praticar diariamente a
vazão pulso de 60m³/s ou uma outra prática que não traria nenhum dano que consis-
tiria em, no horário útil (8h30min às 20h30min), praticar uma máquina com vazão
de 30m³/s e o restante do dia mudaria a vazão para 20 m³/s. A expectativa que se
têm nos trechos onde começam as captações a jusante de Santa Branca, que essa va-
riação praticamente não exista [...] (AGEVAP, 30 nov. 2015).

Em seguida os presentes debateram em cima dos relatos e da apresentação do


ONS.
[...] Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que acredita que amanhã (01/12) já possa ser
implementada essa mudança com a LIGHT fazendo o monitoramento, caso seja veri-
ficado algum problema voltarão à vazão anterior. Daiane (SAAE – JACAREÍ) relatou
que foi observado que com a vazão de 25m³/s houve uma redução no nível que esti-
mam que 23m³/s é a vazão mínima que deve ser operada para não haver ao abasteci-
mento público em Jacareí. O Coordenador do GTAOH perguntou ao SAAE se há uma
programação para captação de água. Daiane (SAAE – JACAREÍ) disse que existem
balsas flutuantes e que no caso de emergência elas seriam usadas. Joaquim Gondim
(ANA) propôs operar uma parte do tempo com 30 m³/s e a outra parte ao invés de 20
operacionalizar com 25 m³/s, já que o limite do SAAE – Jacareí é de 23 m³/s. Zeila
Piotto (FIESP) disse que dependendo da redução em Santa Branca pode afetar Jaguari
e sugeriu que eles trabalhassem em uma linha que refinasse os pontos que podem
apresentar problemas para que posteriormente fizessem uma avaliação mais detalhada.
Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que não entendeu como uma redução em Santa
Branca pode afetar Jaguari. Zeila Piotto (FIESP) disse que a captação da Petrobrás que
fica à jusante de Jaguari pode ter problemas, com Santa Branca em 25m³/s e com a
possibilidade de redução em Jaguari, se a vazão na calha (soma das vazões de Santa
Branca a Jaguari) for menor do que 35 m³/s. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que a
operação que estão propondo é justamente pensando nas incrementais entre os apro-
veitamentos de Santa Branca e Jaguari e a Petrobrás. Finalizou dizendo que acredita
que a proposta feita pela ANA possa ser implementada imediatamente e a partir disso
eles irão avaliando. Ele só pede aos usuários de jusante que observem o impacto cau-
sado pela redução para poder tentar extrapolar isso para reduções maiores, lembrando
que são reduções provisórias [...] (AGEVAP, 30 nov. 2015).

Em seguida houve uma apresentação do INEA com simulações de diferentes


defluências dos reservatórios de cabeceira.
[...] Edson Falcão (INEA) iniciou a apresentação mostrando que o objetivo da mes-
ma é apoiar o grupo nos processos de decisão. A ideia foi simular o comportamento
do armazenamento dos reservatórios do Sistema Hidráulico do Paraíba do Sul con-
siderando o volume de espera para o controle de cheias em Funil e estimar a relação
entre vazão do Paraíba do Sul, em Santa Branca, e o nível do rio. Utilizou os volu-
mes armazenados nos reservatórios do dia 26/11/15, a vazão fixa em Jaguari de
20m³/s e o volume de espera em Funil baseado no estudo do ONS. A simulação foi
realizada em 3 cenários diferentes, o primeiro levou em conta as vazões entre no-
vembro e abril/2016 iguais as de 2014 e 2015, no caso a vazão defluente de Santa
Branca seria de 26m³/s e a mínima defluente em Funil seria de 80m³/s, no cenário 2
foi colocado 20% maior do que as vazões de 2014 e 2015 e o terceiro cenário foi
considerada uma vazão 20% maior que ano passado e foi diminuído a defluência de
Santa Branca para 20m³/s a partir de dezembro de 2015 [...] (AGEVAP, 30 nov.
2015).

A seguir os presentes fizeram uma discussão sobre as apresentações e os impactos:


[...] No primeiro cenário não se André Marques (AGEVAP) pediu apoio da LIGHT
em Barra Mansa, tendo em vista um aumento da carga que precisa ser feito na cabi-
ne primária de Barra Mansa. Diogo Azevedo (LIGHT) disse que vai levar esse as-
136

sunto à área interna da LIGHT e irão procurar resolvê-lo. Daiane (SAAE JACAREÍ)
relatou que com a vazão em Santa Branca de 30m³/s a régua marcava 40 cm já com
a redução para 20m³/s a régua passou a marcar 15 cm, ou seja, uma diferença de 25
cm. Camila Silva (Fibria) disse que com a redução de 5m³/s baixou em torno de 15
cm, e como estão a montante da captação do SAAE Jacareí tiveram uma redução
menor, porém acredita ser uma condição critica. Marcelo Carvalho (FURNAS) per-
guntou quanto de redução de variação que a Petrobrás ainda aguenta. Daiane (SAAE
JACAREÍ) disse que eles têm um sistema de balsa flutuante e a suportação dela está
esticada no limite, quanto às reduções adicionais eles podem suportar um pouco,
mas seria interessante se não fizessem mudanças tão significativas para irem avali-
ando. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou a respeito de modificações a serem
realizadas na balsa para solução do problema. Daiane (SAAE JACAREÍ) disse que
não tem como modificá-la, pois parte de suportação dela fica em uma curva externa.
Benedito Felipe Costa (SABESP) relatou que a preocupação da SABESP é maior
em Guararema, pois com a queda de 8 cm aproximadamente estão no limite, mas es-
tão se preparando para uma situação emergencial de até mesmo implantar uma cap-
tação flutuante, sendo que em qualquer anomalia farão contato. Quanto a São José
dos Campos eles estão em uma condição tranquila, sem nenhum problema aparente
e a jusante de Jaguari ocorre da mesma forma e hoje a situação é de acompanhamen-
to. Zeila Piotto (FIESP) propôs que a partir de segunda-feira (7/12) seja realizado
um teste com 23 m³/s, que é o limite operacional em Jacareí. Marcelo Carvalho
(FURNAS) disse a Zeila Piotto que a realização da proposta de intercalar as vazões
de 30 e 20m³/s, causará modificações mínimas e se houver impacto aciona-se o pro-
tocolo. Edson Falcão (INEA) disse que baseado na fala do Paulo Diniz pode ser co-
locado 6 horas operando com a vazão de 30m³/s, sendo que esse período será avalia-
do pela LIGHT e havendo necessidade a mesma tem autonomia para aumentar em
até 12 horas, e a outra vazão mínima teria que ser pactuada ou em 25 ou 23m³/s. Di-
ogo Azevedo (LIGHT) disse que se for acordado essas 6 horas, o ideal pra a LIGHT
que essas seis horas fosse dentro do horário comercial para ter pessoas operando. Se
praticarem 8 horas com 30m³/s e 16 horas com 23m³/s também dará a média utiliza-
da atualmente. Edson Falcão (INEA) falou que quanto mais economizarem melhor e
perguntou a Zeila Piotto se algo em torno de 5 cm causaria muito impacto para as
indústrias, visto que eles queriam implementar uma redução bem maior. Zeila Piotto
(FIESP) disse que como já foi dito pelo SAAE JACAREÍ, o mínimo operante é em
torno de 23m³/s, e portanto seria interessante que implementassem 23m³/s. Edson
Falcão (INEA) disse que pode ficar a princípio 23m³/s por 12 horas e 30m³/s durante
6 horas e a Srª Zeila Piotto poderia ao longo desse período junto ao setor industrial
levantar qual seria a folga de lâmina d’água existente em cada empresa, tirando fotos
e até elaborando, se possível, uma apresentação para a próxima reunião. Zeila Piotto
(FIESP) concordou com Sr Edson Falcão (INEA) e disse que fará o possível para
cumprir a pauta proposta. Marcelo Carvalho (FURNAS) confirmou que a partir das
8h30min de amanhã (01/12) começa a ser feito o aumento da vazão em Santa Bran-
ca para 30m³/s, a partir das 14h30min farão a diminuição para 23m³/s e depois será
repetido o ciclo sendo 6 horas com 30m³/s e 18 horas com 23m³/s [...] (AGEVAP,
30 nov. 2015).

Para finalizar, a discussão foi sobre o protocolo de emergência de São Paulo:


[...] Marcelo Carvalho (FURNAS) destacou que o protocolo encaminhado para os
usuários foi o seguinte: captações outorgadas pela ANA, captações outorgadas pelo
DAEE, problemas de qualidade de água todos esses seriam encaminhados para o
DAEE que entraria em contato com a CESP e a LIGHT e as mesmas interagiriam
com o ONS. Wanderley Soares (DAEE) disse que o que está no protocolo não foi
combinado. O fluxograma enviado pelo DAEE foi colocando a calha principal a
ANA e os afluentes seriam o DAEE. Finalizou dizendo que o protocolo foi alterado
e reenviado. Marcelo Carvalho (FURNAS) relatou que o que foi acordado na reuni-
ão foi que o DAEE seria o órgão centralizador e a AGEVAP auxiliaria na divulga-
ção. Zeila Piotto (FIESP) disse que o entendimento que ela obteve foi o mesmo que
o do Sr Marcelo Carvalho (FURNAS). Wanderley Soares (DAEE) disse que o
DAEE está ali somente para ser um braço da ANA e do CEIVAP na questão territo-
rial, ajudando a conferir algum tipo de captação, verificação de nível, mas como um
137

apoio e não como responsável. Maria Aparecida Vargas (CEIVAP/ENERGISA) dis-


se que a proposta não é de apoiar a ANA mas sim as indústrias do Estado de São
Paulo, assim eles ganhariam mais agilidade. Hiroaki Makibara (SSRH) disse que a
orientação que eles tiveram foi que o DAEE cuida dos usuários que têm outorga
com o DAEE e que o DAEE não pode substituir a ANA nas questões de outorga e
dos usuários em rios de domínio federal. Marcelo Carvalho (FURNAS) relatou que
uma pessoa que está trabalhando em uma operação de emergência ser tratada sim-
plesmente alguém que passe recados seja uma forma exagerada de qualificar. Hiroa-
ki Makibara (SSRH) esclareceu a posição do DAEE: no caso do usuário ligar e o
DAEE não saber quem é, o que capta, onde capta, não tem como checar isso pois o
DAEE não detém essas informações. Se tiver que fazer isso, o DAEE vai somente
pegar recados e repassar. Edson Falcão (INEA) disse que o CEIVAP mandou o ofí-
cio para todos os usuários, nesse ofício contém as informações básicas de todos os
usuários inclusive a localização, então o DAEE pode receber esse ofício, o que o
DAEE vai fazer é somente centralizar a informação. Hiroaki Makibara (SSRH) disse
que acha que quem tem que fazer essa função é a AGEVAP, já que ela tem contrato
de gestão com a ANA, tem o contato dos usuários, e faz a cobrança, e está mais pró-
ximo do usuário. Maria Aparecida Vargas (CEIVAP/ENERGISA) disse que achou
estranho o estado de São Paulo querer se isentar e que se o problema for esse é só
passar direto para a CESP. Hiroaki Makibara (SSRH) mencionou que diferentemen-
te do Rio de Janeiro, em que o INEA cuida da quantidade e da qualidade, no Estado
de São Paulo quem cuida da qualidade de água é a CETESB e a entidade precisa ser
respeitada, o nome dela precisa ser colocado no fluxograma. Marcelo Carvalho
(FURNAS) disse que essa é uma questão que precisa ser resolvida internamente e o
governo do Estado de São Paulo teria que se articular com a ANA, e depois de deci-
dido o Protocolo ser divulgado. Paulo Diniz (ONS) disse que é interessante dentro
da circunstância de avaliação de redução que o órgão responsável tenha alguma ca-
pacidade de fiscalização e a AGEVAP não tem condição para isso. Ele finalizou di-
zendo que acredita que alguma entidade do estado de São Paulo deveria assumir es-
se papel. Hiroaki Makibara (SSRH) relatou que o que foi mencionado pelo DAEE,
na reunião passada, foi que ele estava disposto a colaborar com a eventual inspeção
de campo, mas em relação a qualidade das águas o DAEE não pode atender, e preci-
sa da participação da CETESB. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse ao Sr Hiroaki
Makibara que o mesmo deve conversar com a CETESB, por uma questão de defini-
ção de protocolo e envio dos contatos e de como será o fluxo. A respeito do proble-
ma de fronteiras com a ANA tem que ser articulado com a ANA. Hiroaki Makibara
(SSRH) disse que o que consta no protocolo não foi aquilo acordado em reunião, por
isso quando chegou o protocolo o Wanderley Soares imediatamente enviou a versão
corrigida, segundo o nosso entendimento, à AGEVAP. Marcelo Carvalho (FUR-
NAS) pediu que a articulação de São Paulo fosse feita o mais rápido possível para
não ficarem com um protocolo que não foi bem definido. O Coordenador do GTA-
OH solicitou que os participantes de São Paulo se articulem com a ANA e definam
um protocolo, em termo de fluxo e contatos e encaminhe para a AGEVAP para que
seja divulgado posteriormente. Zeila Piotto (FIESP) perguntou o que será acertado
com a redução para 23m³/s se algum usuário tiver algum problema. Marcelo Carva-
lho (FURNAS) disse que o protocolo enviado pela AGEVAP, através da Carta SEC-
CEIVAP nº 049/2015 é o protocolo válido atualmente até que não seja definido o
novo protocolo. Paulo Diniz (ONS) lembrou que brevemente em função das incre-
mentais em Funil será realizada um nova redução em Jaguari [...] (AGEVAP, 30
nov. 2015).

A trigésima reunião, ocorrida em 14.12.2015, começou com os relatos dos presentes:


[...] Zeila Piotto (FIESP) perguntou qual vazão está sendo feita em Santa Branca.
Marcelo Carvalho (FURNAS) respondeu que está sendo operado 3h com 40 m³/s e
21h com 23 m³/s resultando em uma média de 25 m³/s. Apresentação do SAAE de
Barra Mansa feita por Jardel Souza: Jardel Souza (SAAE – BM) apresentou fotos da
colocação das bombas da AGEVAP e reclamou sobre o problema de macrófitas que
assola o município Barra Mansa. Apresentação do ONS feita por Paulo Diniz: Paulo
Diniz (ONS) apresentou os dados observados da operação realizada até o dia 13/12
138

com a ocorrência de desvios devidos a chuvas incrementais não controladas nos tre-
chos. Funil está operando com uma defluência mínima de 80 m³/s, para não se ter
problemas na captação de Barra Mansa. A respeito da previsão de chuva, relatou que
continua dentro de uma certa normalidade, destacando um fenômeno meteorológico
chamado Zona de Convergência do Atlântico Sul que pode ocorrer em dezembro,
com a presença de bastante chuva. Explicou que a configuração que compara a va-
zão de Santa Cecília de 2015 com 2014 já obteve um deslocamento de 111%, e o
armazenamento equivalente fechou ontem com 14,8%.Terminou mostrando o nível
de ascensão de Funil e a curva programada que estão seguindo ao longo dos dias,
destacando que neste momento eles têm a classificação normal de controle de chei-
as, e em função disso estão programando a defluência de Funil para 200 m³/s poden-
do aumentar. Marcelo Carvalho (FURNAS) acrescentou dizendo que desde sexta–
feira tem sido praticado 200 m³/s de vazão em Funil, e isso em Barra Mansa já vem
apresentando valores significativos chegando até 400 m³/s nas incrementais. Disse
que o controle de cheias já é uma realidade e nos próximos dias eles vão manter o
53% do volume útil. O representante da CSA perguntou se a vazão de 200m³/s em
Funil pode perdurar nos próximos 30 dias, visto que com essa vazão a CSA conse-
gue captar água de qualidade boa na porta da captação deles. Edson Falcão (INEA)
disse que é possível que isso aconteça mas é preciso se pensar como vai ser feita a
distribuição. Paulo Diniz (ONS) ressaltou que se em algum momento tiverem que
fazer o controle de cheia, significa que vão estar controlando uma cheia com 800
m³/s em Barra Mansa, tendo toda uma incremental até Santa Cecília. Para não agra-
var a situação de Barra Mansa eles vão recolher Funil o máximo que puderem [...]
(AGEVAP, 14 dez. 2015).

As discussões seguiram girando em torno das defluências dos reservatórios de cabe-


ceira:
[...] Disse que, em sua opinião, seria errôneo ter um cenário de período chuvoso com
vazões reduzidas a 110 m³/s em Santa Cecília. Julio Cesar Antunes (Comitê Guan-
du/CEIVAP) questionou os possíveis mecanismos para armazenar água a montante.
Paulo Diniz (ONS) mencionou que a orientação do ONS é para que se busque uma
redução de defluência em Jaguari, o mais rápido possível, com o menor valor sob a
ótica de encher o sistema equivalente. Edson Falcão (INEA) disse que devem buscar
a diminuição de Jaguari para o mínimo possível e sugeriu que em Santa Branca e
Paraibuna mantenham a vazão fixa, constante, para ir testando a redução aos poucos
para que se consiga armazenar água nas cabeceiras. Joaquim Gondim (ANA) desta-
cou a importância de voltarem a reduzir e sugeriu sair de 45 m³/s para 34 m³/s de
forma gradual, baseada em parâmetros anteriormente testados e conhecidos. O re-
presentante do SAAE PETROBRAS disse que com a vazão de 35 m³/s tiveram pro-
blemas em uma balsa e sugeriu não reduzirem tão drasticamente mas reduzirem de
45 m³/s para 40 m³/s em Jaguari. Joaquim Gondim (ANA) disse que para quem está
a jusante tanto faz a redução ser em Santa Branca ou Jaguari, mas entende que a
proposta é realizar uma redução menor. Explicou que falou em 34 m³/s pois já é um
número conhecido e testado. Considerou também ser importante deixar Jaguari na
condição de mínimo e reduzir somente em um reservatório essa condição. Acrescen-
tou dizendo que a discussão de nível tem que se basear em um mínimo já conhecido.
Concluiu dizendo ser importante fazer a soma dos dois reservatórios, sendo que a
mesma tem que ficar reduzida. Edson Falcão (INEA) perguntou se a captação da Pe-
trobras é flutuante. O representante da PETROBRAS disse que é flutuante porém
ancorada junto a margem, então é preciso que uma obra seja feita. Edson Falcão
(INEA) disse que baseado na linha que o Sr Joaquim Gondim elaborou, no período
de estiagem, somando os reservatórios de Santa Branca e Funil daria uma vazão de
34 m³/s. Propôs que se mantenha uma vazão de 23 m³/s em Santa Branca e deixaria
liberado em Jaguari para reduzir dos 11 as 4 m³/s, fazendo uma avaliação de redução
139

progressiva. Maria Aparecida Vargas (CEIVAP/ENERGISA) disse que o setor elé-


trico deve ser visto como qualquer outro usuário. Joaquim Gondim (ANA) disse que
o importante é a soma dos dois reservatórios, que equilibra o sistema a jusante. A
soma dos dois pode ser obtida de diversas maneiras, porém, a mais simples e que ga-
rante maior benefício é deixando Jaguari gerando com 4 m³/s e Santa Branca com 30
m³/s, sendo os dois com geração em condições normais [...] (AGEVAP, 14 dez.
2015).

Foram apresentadas algumas propostas de redução em Santa Branca e Ja-


guari:
[...] Foi apresentada a proposta de redução de 38 m³/s, sendo Santa Branca com 30
m³/s e Jaguari com 8 m³/s. Paulo Diniz (ONS) disse que o ONS concorda com a
proposta feita por Joaquim Gondim (ANA), que seria a redução para 30 m³/s em
Santa Branca e 4m³/s em Jaguari ao longo desses próximos 4 dias. Marcelo Carvalho
(FURNAS) lembrou que a nova resolução da ANA estabelece vazão mínima de 4
m³/s para Jaguari e 30 m³/s para Santa Branca. Expôs que a Petrobras já tem que se
preparar para se adaptar a uma realidade que é inexorável. Destacou que a mudança
será feita com o protocolo de emergência podendo ser acionado. O representante da
Petrobras concordou com a redução, mas sugeriu que seja feita de forma gradativa,
primeiro reduzindo para 38 e posteriormente para 34 m³/s para que se tenha tempo
de analisar algumas medidas. Joaquim Gondim (ANA) disse que estão discutindo
uma meta, mas a redução será de forma gradativa. Paulo Diniz (ONS) falou que vai
verificar com a LIGHT e a CESP a disponibilidade de programar a redução para o
próximo dia às 8h para 38 m³/s, sendo 30 m³/s em Santa Branca e 8 m³/s em Jaguari.
A Petrobrás teria até sexta-feira (18) às 12h para avaliar, se concordarem a partir
disso programa a redução para 34 m³/s na segunda- feira às 8h. Edson Falcão
(INEA) propôs a redução em Paraibuna para conseguirem armazenar água lá. Disse
que armazenar em Paraibuna ou em Santa Branca é indiferente. Joaquim Gondim
(ANA) disse que a proposta é não deixar Santa Branca baixar, e é preciso ver a va-
zão que equilibra. Paulo Diniz (ONS) disse que a bacia de drenagem entre Paraibuna
e Santa Branca é muito pequena. A ordem de grandeza da incremental ao longo do
mês de dezembro e janeiro varia em torno de 5 a 10 m³/s, então, se reduzirem Parai-
buna terão que reduzir novamente Santa Branca. Humberto Duarte (LIGHT) menci-
onou que a proposta do Sr Joaquim Gondim atende os 34 provisoriamente. Disse
que a indicação de nível existe, só não tem a indicação de vazão devido ao enroca-
mento na curva chave. Hiroaki Makibara (SSRH) mencionou que dentro de alguns
dias eles disponibilizarão um link que traz uma tabela de níveis horários de três pos-
tos fluviométricos. Luiz Rios (LIGHT) disse que LIGHT disponibiliza esses dados
de todas as estações de hora em hora para a ANA, caso houver algum problema, en-
trar em contato com a LIGHT para ver o que está acontecendo [...] (AGEVAP, 14
dez. 2015).

Para finalizar a reunião, as discussões giram em torno de aumento de vazão em fun-


ção da alta das incrementais entre Funil e Santa Cecília:
[...] Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/ CEDAE) disse que nessa última semana
em função da operação de 110 m³/s em Santa Cecília, foi necessário aumentar a va-
zão de 85 para 154 m³/s devido a incremental. Seguindo esse raciocínio, questionou
o que pode ser planejado, já que a previsão é ter grande precipitação nesse intervalo.
Edson Falcão (INEA) citou que isso é uma questão de estabelecer diretrizes de ope-
ração. Marcelo Carvalho (FURNAS) mencionou que com chuva a operação é bas-
140

tante dinâmica e evita-se manobras bruscas. Julio Cesar Antunes (Comitê Guan-
du/CEDAE) disse que a ideia é tentar mecanismos. Joaquim Gondim (ANA) sugeriu
ao ONS passar o planejamento semanal. Paulo Diniz (ONS) disse que no caso do
Paraíba do Sul, dado a volatilidade e oscilação das vazões, o melhor produto seria a
programação diária, que tem uma janela móvel de dois dias a frente. Ele mencionou
que no caso, o ONS disponibilizaria para a AGEVAP e a AGEVAP disponibilizaria
o comunicado para o GTAOH. Relatou também que algo em torno do início de mar-
ço de 2016, na proximidade do final do período chuvoso, acredita ser uma época
oportuna para começar a pensar em outro gargalo que restringe o enchimento dos re-
servatórios, que é a locação dos volumes de espera para controle de cheia, onde uma
das variáveis é a vazão máxima. Considera que poderiam planejar uma janela meteo-
rológica de alguns dias de ausência de precipitação, com isso reencheriam Funil um
pouco acima do volume de espera para ao longo de uns 5 dias em campo testar as
vazões máximas, principalmente em Barra Mansa. Edson Falcão (INEA) achou a
ideia ótima e pediu para providenciarem, se possível, para a próxima reunião mos-
trar quanto esse impacto traz na necessidade de criar um volume de armazenamento.
Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que pode pautar para uma futura reunião uma
apresentação do ONS com um estudo de sensibilidade das vazões de restrição em
Barra Mansa sobre os volumes de espera locados em Funil. Outro ponto seria a ideia
do Paulo Diniz de ir a campo verificar os impactos das cheias. Relatou que quando
houve rompimento de restrição eles foram a campo para resolver, e seria interessante
que a ANA, com o apoio do INEA, fizesse a inspeção. Joaquim Gondim (ANA) dis-
se que para tratar desse assunto seria ideal marcarem uma reunião presencial, especí-
fica, com a presença de técnicos especializados [...] (AGEVAP, 14 dez. 2015).

1.6 Discussões Geradas nos Comitês Estaduais para Bacia do Rio Paraíba do Sul – perí-
odo 2014-2015 – CBH- PS (SP) , CBH-MPS, CBH-BPSI, PIABANHA, Rio Dois Rios e
Guandu (RJ) , Preto Paraibuna e Pomba Muriae (MG)
1.6.1 Comitê da Bacia Hidrográfica Paraíba do Sul – CBH - PS
1.6.1.1. Reuniões ordinárias

Em 2014 o CBH PS se reuniu cinco vezes , sendo tres reuniões ordinárias e


duas extraordinariamente. Mas so falaram sobre a transposição do Atibainha, pouco se
falou sobre a escassez hídrica da bacia do Rio Paraíba do Sul. A primeira reunião
ordinária de 2014 ocorreu no dia 23.03.14. Nesta houve alguns comentários sobre a
transposição do Atibainha, não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica da
bacia do rio Paraíba do Sul. A segunda reunião ordinária de 2014, ocorreu no dia
28.05.14; não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica da bacia do rio
Paraíba do Sul. Já a terceira reunião ordinária de 2014 ocorreu no dia 18.09.14. Nesta
houve alguns comentários sobre a transposição do Atibainha, não houve nenhuma
discussão sobre a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul (SÃO PAULO, s/d).
141

1.6.1.2. Reuniões Extraordinárias

Primeira reunião extraordinária de 2014, ocorreu no dia 28.05.14, não houve nenhuma discus-
são sobre a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul. Na segunda reunião extraordinária, ocor-
rida em 10.12.14, houve um comentário sobre a escassez hídrica:
[...] “Eng° Nazareno Mostarda Neto, que agradeceu a presença de todos e
salientou a importância deste comitê nas discussões que hoje envolvem o rio
Paraíba do Sul, em virtude da crise hídrica que o estado de São Paulo está
vivendo.”
[...] outra discussão foi aprovação da deliberação que autorga o direito a
transposição do CBH-PS ° 1 5/ 20 1 4 de 1 0. 01. 14 “ c om a s
c on di ci ona nt e s à e m i s s ã o de o ut or ga de i m pl a nt a ç ã o de
e m pr e e ndi m e nt o pa r a transposição de parte das águas da represa do
Jaguarí na bacia do rio Paraíba do Sul, para a represa do Atibainha, do
Sistema Cantareira e dá outras providencias” (SÃO PAULO, s/d).

2015

Primeira reunião ordinária de 2015, ocorreu no dia 25.03.15, não houve


nenhuma discussão sobre a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul. A
segunda reunião ordinária de 2015, ocorreu no dia 14.06.15, não houve nenhuma
discussão sobre a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul (SÃO PAULO,
s/d).

Extraordinária
No dia 08.09.15, ocorreu a primeira reunião extraordinária tendo como pauta
princiapal a segunda transposição na bacia do Rio Paraíba do Sul. A Sra Monica Porto
fez uma palestra para os membros do comitê sobre a Interligação entre as represas
Jaguari (Bacia do Rio Paraíba do Sul) e Atibainha (Bacia do Piracicaba), e a
importancia desta interligação para suprir as necessidades do Sistema Cantareira e para
macrometropole paulista. Foi uma reunião bastante tomultuada pois várias pessoas em
suas perguntas demonstraram muita preocupação em relação desperdicio de água e aos
impactos da obra para bacia do Rio Paraíba do Sul (SÃO PAULO, s/d).
142

A segunda reunião Extraordinária do Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio


Paraíba do SuI-CBH-PS, ocorreu no dia 10.12.15. Nesta reunião não houve nenhuma
discussão sobre a escassez hidrica da bacia do rio Paraíba do sul, as discussões
giraram em torno de recursos do Fundo Estadual de Recursos Hidricos do Estado de
São Paulo - FEHIDRO (SÃO PAULO, s/d).

1.6.2 Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul – CBH-MPS

A primeira reunião ordinária, ocorrida em 20.03.14, não houve nenhuma discussão so-
bre a escassez hídrica (CBH-MPS, 20 mar. 2014). Na segunda reunião ordinária, ocorrida em
03.06.14, houve assinatura de plano de saneamento para os municípios e apresentação do ba-
lanço hídrico pela empresa que estava fazendo o plano para o CEIVAP (CBH-MPS, 3 jun.
2014). Na terceira reunião ordinária, ocorrida em 09.09.14, não houve nenhuma discussão
sobre a escassez hídrica (CBH-MPS, 9 set. 2014). Na quarta reunião ordinária, ocorrida no dia
13.11.14, houve uma manifestação da presidente sobre a escassez hídrica: “[...] comunicou
sobre a reunião realiza com os prefeitos no dia 12 de novembro que discutiu sobre a escassez
hídrica e os impactos da possível transposição (CBH-MPS, 13 nov. 2014).
Na primeira reunião ordinária de 2015, ocorrida 29.01.2015, o tema escassez hídrica,
foi destacado pela presidente [...] “falou sobre a escassez hídrica e apresentou um cenário
alarmante sobre os reservatórios da bacia, alegando que a tendência é a crise piorar. Ela incen-
tivou a economia de água e a infusão dessa ideia onde for possível [...]”. Outros representan-
tes também se posicionaram sobre a crise hídrica, lembrando da crise vivida na região em
2003 (CBH-MPS, 29 jan. 2015).
Na segunda reunião ordinária, ocorrida no dia 10.06.2015, a escassez hídrica foi um
item de pauta e a Diretoria, falou da situação dos níveis dos reservatórios e a dos níveis muito
baixo do rio Paraíba do Sul (CBH-MPS, 10 jun. 2015). Na terceira reunião ordinária, ocorri-
da no dia 13.08.2015, a escassez hídrica foi citada e anunciou-se que haveria algumas entre-
vistas na TV Rio Sul e que o Comitê Médio Paraíba do Sul iria participar (CBH-MPS, 13 ago.
2015).
A quarta reunião ordinária, ocorrida no dia 12.11.15, ocorreu junto com o II fórum do
rio Preto, a crise hídrica foi citada por vários dos presentes, mas na bacia rio Preto um grande
afluente do rio Paraíba do Sul (CBH-MPS, 12 nov. 2015).
143

1.6.3 Comitê da Bacia hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana – CBH-BPSI

A primeira reunião ordinária, ocorrida no dia 20.03.14, discutiram muito sobre a


transposição para São Paulo (CBH-BPSI, 20 mar. 2014). Na segunda reunião ordinária, ocor-
rida no dia 10.06.14, houve discussão sobre a crise hídrica, foi citada por vários diretores
(CBH-BPSI, 10 jun. 2014). Na terceira reunião ordinária, ocorrida no dia 16.09.14, as discus-
sões giraram em torno da transposição para São Paulo (CBH-BPSI, 16 set. 2014). Na quarta
reunião ordinária, ocorrida no dia 25.11.14, discutiram-se os pontos de monitoramento que o
CEIVAP estava planejando em seu plano e que a região deveria ter um próximo à lagoa Feia,
a crise hídrica foi tratada de forma superficial, e o fato da transposição para São Paulo mas
uma vez foi discutida como algo já certo (CBH-BPSI, 25 nov. 2014).
No ano de 2015, o Comitê só discutiu a crise hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul, na
primeira reunião. Durante o ano eles realizaram quatro reuniões ordinárias. A primeira reuni-
ão ocorrida em 12.03.2015 discutiu a importância da região como uma área de grande exten-
são agropecuária e que a região é de grande importância para o abastecimento do Rio de Ja-
neiro. O representante da FIESP disse [...] “ O INEA precisa ser alertado para questão de ex-
trema importância que é a segurança alimentar”. [...] O representante da UENF reafirmou a
fala do representante da Firjan . [...] “ que o INEA como “dono” dos rios estaduais tem o de-
ver de apresentar soluções.”[...] O presidente do comitê falou[...] “que não precisa ficar discu-
tindo vazão, disse que é preciso ser observada a estruturação do ambiente para que sejam cri-
adas condições para o desenvolvimento dos diversas culturas existentes e a garantia do pró-
prio abastecimento humano.”[...] Fecharam a reunião sugerindo aos secretários do Ambiente
da região noroeste que tentassem articular uma reunião com o vice governador (CBH-BPSI,
12 mar. 2015).
Na segunda reunião ocorrida em 18.06.15, não discutiram sobre a escassez hídrica só
apresentaram o SIGA CEIVAP e como acessá-lo (CBH-BPSI, 18 jun. 2015). Na terceira reu-
nião, ocorrida em 14.09.15, não se discutiu nada sobre a escassez hídrica; foi uma reunião
eleição dos novos membros para o biênio 2015-2017 (CBH-BPSI, 14 set. 2015). Na quarta
reunião, ocorrida em 10.11.15, não houve nenhuma discussão sobre escassez hídrica (CBH-
BPSI, 10 nov. 2015).
144

1.6.4 Comitê da Bacia hidrográfica Rio Dois Rios – CBH-R2R

Na primeira reunião de 2014, ocorrida no dia 13.03.2014, discutiram assuntos locais,


não houve nenhuma fala sobre a crise hídrica (CBH-R2R, 13 mar. 2014). Na segunda reunião
de 2014, ocorrida no dia 15.05.2014, não houve nenhuma discussão sobre a crise hídrica
(CBH-R2R, 15 maio. 2014). Na terceira reunião de 2014, , ocorrida 18.09.14, houve uma
apresentação sobre a cobrança pela transposição para o rio Guandu, e que o valores precisam
ser revistos, mas sobre a crise hídrica nada foi falado (CBH-R2R, 18 set. 2014). Na quarta
reunião de 2014, ocorrida no dia 14.12.2014, não houve nenhuma discussão relevante e nada
se falou sobre a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul (CBH-R2R, 14 dez. 2014).
No ano de 2015 CBH-R2R, realizou quatro reuniões ordinárias, a primeira foi no dia
26.02.15, foi dada a posse aos novos membros , não houve nenhuma discussão sobre a escas-
sez hídrica (CBH-R2R, 26 fev. 2015). A segunda reunião ordinária de 2015 ocorreu no dia
18.06.15, não houve nenhuma discussão sobre escassez hídrica (CBH-R2R, 18 jun. 2015). A
terceira reunião ordinária de 2015 ocorreu no dia 17.09.15; não houve nenhuma discussão
sobre a crise hídrica (CBH-R2R, 17 set. 2015). Na quarta reunião ordinária, ocorrida em
03.12.15, não houve discussão sobre a crise hídrica (CBH-R2R, 3 dez. 2015).

1.6.5. Comitê da Bacia hidrográfica do rio Piabanha e das sub-bacias hidrográficas dos
rios Paquequer e Preto

Na primeira reunião ordinária, ocorrida no dia 18.02.14, discutiram assuntos locais,


não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 18 fev.
2014). Na segunda reunião ordinária, ocorrida no dia 15.04.14, discutiu-se bastante sobre a
transposição para São Paulo; não houve discussão sobre escassez hídrica (COMITÊ PIABA-
NHA, 15 abr. 2014). Na terceira reunião ordinária, ocorrida no dia 10.06.14, houve discus-
sões sobre assuntos locais; não houve nenhuma discussão sobre seca do rio Paraíba do Sul
(COMITÊ PIABANHA, 10 jun. 2014). Na quarta reunião ordinária, ocorrida no dia 19.08.14,
os assuntos tratados foram mais de ordem local, não houve nenhuma menção à escassez hídri-
ca (COMITÊ PIABANHA, 19 ago. 2014). Na quinta reunião ordinária, ocorrida no dia
145

21.10.14, não houve discussão sobre a escassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 21 out.
2014).
Na sexta reunião ordinária, ocorrida no dia 09.12.14, houve várias discussões locais,
mas um ponto de pauta foi a transposição para São Paulo.
[...] O Sr. Paulo Leite falou que a transposição afeta indiretamente o Comitê Piaba-
nha, pois existe o receio de que a redução de água no Rio Paraíba do Sul restrinja o
uso de água dentro da região hidrográfica do comitê Piabanha. Apresentou a nota
técnica da Agencia Nacional de Água sobre o tema da transposição do Rio Paraíba
do Sul. Falou sobre o acordo entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro, mediado pelo Ministro do STF, Luiz Fux, que permitiu a transposição do
Rio Paraíba do Sul, para abastecer a região metropolitana de São Paulo. Falou tam-
bém que o acordo dispõe que quando a necessidade de água for do Rio Paraíba do
Sul a transposição poderá ser feita do Sistema Cantareira, ou seja, de forma contrária
[...] (COMITÊ PIABANHA, 9 dez. 2014).

Na primeira reunião de 2015, ocorrida em 24.02.15, não houve nenhuma discussão so-
bre a escassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 24 fev. 2015). Na segunda reunião, ocorrida
no dia 28.04.15, eles discutiram o recursos para o PSA hídrico do CEIVAP, e um dos conse-
lheiros falou da importância deste projeto para enfrentamento da crise hídrica [...] “O Sr. José
Carlos Porto, falou que se o pensamento for isolado e cada um só se preocupar com a sua re-
gião hidrográfica a crise hídrica só se agravara [...]" (COMITÊ PIABANHA, 28 abr. 2015).
Na terceira reunião, ocorrida no dia 16.06.15, nesta reunião a discussões giram em
torno de assuntos locais, não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (COMITÊ
PIABANHA, 16 jun. 2015). Na quarta reunião, ocorrida no dia 18.08.15, não houve nenhuma
discussão sobre a escassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 18 ago. 2015).
Na quinta reunião, ocorrida no dia 20.10.15, não houve nenhuma discussão sobre a es-
cassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 20 out. 2015). Na quinta reunião, ocorrida no dia
15.12.15, não houve discussão sobre escassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 15 dez. 2015).

1.6.6. Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios do Guandu, da Guarda e Guarda Mi-
rim

Em 2014, houve nove reuniões sendo quatro ordinárias e cinco extraordinárias. A pri-
meira ordinária ocorreu no dia 27.02.2014 e não houve nenhuma discussão sobre escassez
hídrica (COMITÊ GUANDU, 27 fev. 2014). Segunda reunião ordinária ocorreu no 29.05.14,
no vigésimo nono dia do mês de maio de 2014. Os usuários do canal de São Francisco expu-
146

seram o levantamento histórico que levantaram da região e por iniciativa do representante do


Guandu encaminhariam a ANA (COMITÊ GUANDU, 29 maio 2014).
[...]José Luis Governo (Thyssenkrupp-CSA) para expor a situação da disponibilida-
de hídrica. José Governo realizou um levantamento histórico dos problemas sobre a
água disponível. O mesmo informou que houve, por iniciativa de Decio Tubbs, uma
reunião na Associação das Empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz e Adjacên-
cias (AEDIN) com os usuários. Deste encontro foi originada uma carta a qual foi as-
sinada por Abílio Faia (FCCSA) que é Diretor de Sustentabilidade da AEDIN. O ob-
jetivo da carta é solicitar um estudo para verificar a disponibilidade, os problemas
das chuvas e das marés, uma informação mais concreta do que acontece realmente.
Decio Tubbs informou que ainda não foi uma reunião oficial, mas que deve ser
agendada uma reunião técnica para a próxima semana, em Resende, juntamente com
a Agência Nacional de Águas (ANA) para discussão deste assunto preocupante. Ju-
lio Cesar Antunes informou que sugeriu ao coordenador da CTEP incluir o assunto
da disponibilidade hídrica na próxima reunião. Os documentos da ONS apresentados
na SERPASUL serão disponibilizados aos membros e solicitou que José Governo
envie alguns documentos para auxiliar na discussão. O objetivo é que a câmara téc-
nica amadureça o assunto para se ter o conhecimento, o embasamento, um nivela-
mento das informações. Glaucia Sampaio informou que a reunião foi agendada para
04 de junho para apresentação em cima de uma última versão da nota técnica da
ONS [...] (COMITÊ GUANDU, 29 maio 2014).

Em seguida os membros do Comitê Guandu, discutiram a falta de dados do estado do


Rio de Janeiro para uma discussão com o estado de São Paulo. Houve sugestão que o Comitê
Guandu fizessem uma apresentação com os dados históricos levantados pelas indústrias:
[...] Nelson Reis, solicitou formalmente, à CEDAE e à LIGHT que estudem os reais
números, pois, o Estado do Rio de Janeiro não possui dados suficientes para discutir
com São Paulo. Julio Cesar informou que existem números históricos desde 1931,
feitos para geração de energia e controle de cheias. O mesmo ressaltou que existem
muitos materiais porém, que precisam ser entendidos. Glaucia Sampaio falou a res-
peito do discurso de José Governo, ressaltando que é preciso ter o conhecimento pa-
ra que não se julgue ou se fale sem o conhecimento efetivo. A mesma sugeriu que se
faça um resumo com as informações para que os membros tenham conhecimento.
Sugeriu também que o Comitê promova um evento sobre o uso consciente da água e
não somente um concurso. Julio Cesar ressaltou que existem dados antigos, históri-
cos e que o setor elétrico realizou um estudo onde o resultado foi que 4% da produ-
ção de energia era consumido em chuveiro elétrico. O mesmo sugeriu que este as-
sunto seja pauta do CERHI-RJ. Decio Tubbs disse que como presidente do CERHI-
RJ informa que já está com um grande volume de trabalho, mas que é muito impor-
tante tratar do assunto. Glaucia Sampaio disse que o hoje não tem resposta e o hoje
já não tem mais água. Por isso acha fundamental uma mobilização dos usuários. Ju-
lio Cesar ressaltou que pequenas medidas estruturantes fazem efeito. E que é neces-
sário o meio acadêmico se posicionar no meio político [...] (COMITÊ GUANDU, 29
maio 2014).

A terceira reunião ordinária ocorreu no dia 28.08.14, não houve nenhuma discussão
sobre escassez hídrica (COMITÊ GUANDU, 28 ago. 2014). A quarta reunião ordinária ocor-
reu no dia 11.12.14, não houve nenhuma discussão sobre escassez hídrica (COMITÊ GUAN-
DU, 11 dez. 2014).
Na primeira reunião extraordinária, ocorrida no dia 27.03.14, as discussões giraram
sobre o regimento interno não houve nenhuma discussão sobre escassez hídrica (COMITÊ
147

GUANDU, 27 mar. 2014). Na segunda reunião extraordinária ocorrida no dia 24.04.14, as


discussões giraram sobre o regimento interno não houve nenhuma discussão sobre escassez
hídrica (COMITÊ GUANDU, 24 abr. 2014). Na terceira reunião extraordinária, ocorrida no
dia 29.04.14, as discussões giraram sobre o regimento interno não houve nenhuma discussão
sobre escassez hídrica (COMITÊ GUANDU, 29 abr. 2014).
Na quarta reunião extraordinária, ocorrida no dia 29.05.14, as discussões giraram so-
bre o regimento interno não houve nenhuma discussão sobre escassez hídrica (COMITÊ
GUANDU, 29 abr. 2014). Na quinta reunião extraordinária, ocorrida no dia 28.08.14, as dis-
cussões foram sobre a aprovação do regimento interno não houve nenhuma discussão sobre
escassez hídrica (COMITÊ GUANDU, 28 ago. 2014).
Em 2015 não houve reunião extraordinária apenas quatro ordinárias. A primeira reuni-
ão ordinária ocorreu no dia 05.02.15; foram discutidas a transposição para São Paulo e a es-
cassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul.
[...]José Gomes (Light Energia) afirmou que neste biênio continuará aberto para as
discussões sobre as transposições do Rio Paraíba do Sul e a crise hídrica que aconte-
ce no Estado do Rio de Janeiro. Julio Cesar Oliveira Antunes (ABES), comentou al-
gumas das decisões tomadas na reunião, do dia 5 de fevereiro, do Grupo de Trabalho
Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba
do Sul (GTAOH). Foi falado que a partir da 0h de 6 de fevereiro seria reduzido de
42m³/s para 40m³/s a vazão para a jusante de Santa Cecília. Além disso, Julio co-
mentou a possibilidade de testes para se verificar como o Rio Guandu se comporta
com a redução para 110m³/s a vazão transposta do Rio Paraíba do Sul. Também foi
informado que devido às chuvas que caíram nos rios que abastecem o Paraíba do Sul
fizeram com que o nível dos reservatórios passasse de 0,33% para 1%, sendo que
Santa Branca passou para 0%. Por fim, Julio Cesar afirmou que, caso a perspectiva
de chuva na região se confirme, pode-se pensar em racionamento da água [...] (CO-
MITÊ GUANDU, 5 fev. 2015).

A segunda reunião ordinária ocorreu no dia 21.05.15; as discussões sobre a crise hídri-
ca da bacia do rio Paraíba do sul continuaram, havia uma grande preocupação das indústrias
em não conseguir armazenar água, para o período de maré alta em função da cunha salina.
[...]José Governo (TKCSA) fez um histórico sobre a crise hídrica que chegou a co-
nhecimento geral em 2014. Falou sobre a formação do GTAOH, que tem dois repre-
sentantes do Comitê Guandu: TKCSA e CEDAE. Prosseguiu falando sobre as auto-
rizações de redução de vazão e a relação disso com o problema da cunha salina.
Houve reuniões no Distrito Industrial de Santa Cruz, com a participação do Comitê e
das indústrias da foz. O mesmo falou sobre a ideia de reunir as captações e levar pa-
ra a estação da CEDAE. E da medida que armazena mais 15.000 m³ de água para
manter a operação das empresas. Falou sobre a ideia de implantar a soleira, e como
isso seria feito e as alterações de vazão decorrentes da obra. Governo (TKCSA) ex-
plicou que o protocolo junto ao INEA ajuda a alterar a vazão para combater a condu-
tividade. Preocupou-se com o desconhecimento de alguns dados de captação, polu-
entes e outros. Decio Tubbs (UFRRJ) afirmou que também já sugeriu o cadastro e as
informações de quanto os usuários estão captando. Maurício Ruiz (ITPA) pediu a
José Governo que dê uma perspectiva sobre as próximas operações hidráulicas e os
níveis dos reservatórios. Governo (TKCSA) informou que estão com 17% de capa-
cidade. Mario Amaro (P.M. Piraí) ressaltou que deve ser feita uma avaliação dessa
148

redução dos níveis. Foi feita avaliação em Barra do Piraí, e é necessária adequação
das captações. Abílio Faia (FCC) falou que a solução provisória da soleira vai durar
apenas dois anos, até que a adutora seja construída. E informou sobre a criação do
canal de comunicação com as comunidades de pescadores locais. José Luiz Governo
(TKCSA) destacou a importância da gestão de crise para combater os impactos da
escassez hídrica. Abílio Faia (FCC) também avaliou positivamente as reuniões entre
as empresas da região do Canal de São Francisco. Nelson Reis (OMA-Brasil) falou
sobre a importância da divulgação de informações e da discussão da Resolução nº11.
Decio Tubbs (UFRRJ) explicou que a Resolução será dividida em duas para atender
os âmbitos estadual e municipal. E falou também do Grupo de Trabalho formado pa-
ra trabalhar esta demanda [...] (COMITÊ GUANDU, 21 maio 2015).

A terceira reunião ocorreu no dia 23 de julho de 2015 as discussões sobre a crise hídri-
ca continuaram, os representantes dos usuários falaram da necessidade das empresas aumenta-
rem sua capacidade de armazenamento e a falta de informações em trabalharem com o volu-
me tão baixo.
[...]José Luiz Governo (TKCSA) atualizou informações a respeito da crise hídrica,
que começou a assolar a região no fim de 2013. Explicou a redução de vazão e a en-
trada da água salgada por conta das variações de maré. Alertou para as reduções de
vazão, que vão autorizar uma redução para 75m³/s. Relatou a necessidade das em-
presas de aumentarem sua capacidade interna. E mais tarde seria estudada uma adu-
tora de catorze quilômetros para chegar até a CEDAE. José Governo relembrou a
construção da soleira, que foi concluída e retardou a cunha salina. Porém, a captação
da TKCSA foi movimentada, e acabou sofrendo com a água salgada. Todas as obras
são muito grandes e precisam estar concluídas agora, por conta dos baixos volumes
dos reservatórios. Julho é o mês mais seco da série histórica, ou seja, desde que co-
meçou a prática de medir os níveis de chuva. Não há informações seguras a respeito
dos efeitos de trabalhar com uma vazão reduzida a esse ponto. A construção da adu-
tora resolve esses problemas de captação e reuso na região, mas isso ainda leva tem-
po [...] (COMITÊ GUANDU, 23 jul. 2015).

Em seguida falaram da importância das informações e que estas estão disponíveis nos
sites do Comitê Guandu e da AGEVAP.
[...]Julio Cesar Antunes (ABES) destacou o acesso às informações sobre a operação
hidráulica nos sites do Comitê Guandu e AGEVAP. Falou que a filosofia discutida
dentro do GTAOH é evitar a perda de qualidade e quantidade de água até que che-
gue o período chuvoso. O mesmo relatou houve um teste com a vazão por 12 horas
em 80 m³/s. Julio afirmou que tudo está sendo gerido para que não seja necessário
utilizar o volume morto até chegar em novembro. O rodízio para o uso de água entre
os setores de agricultura, energia e abastecimento já é realidade no PCJ. Julio Cesar
(ABES) informou que isso requer um nível de maturidade técnica muito grande.
Mauricio de Oliveira (SIMA) relacionou a crise hídrica à geração de energia elétrica
em capacidade máxima. Julio Cesar (ABES) fez um histórico da época anterior à
criação da ANA, onde não havia a noção do uso de reservatórios para os usos múlti-
plos. A geração de energia consumiu o volume dos reservatórios. Isso está provado.
O setor hidrelétrico ainda tem muita força. O Diretor Geral avaliou que, para mudar
a visão, é necessário mudar a operação da geração de energia. Será necessário res-
tringir. Não fosse a situação da crise, essa cultura não seria modificada. Infelizmen-
te, a política é baseada nisso. Julio encerrou dizendo que ainda segue o sistema de
alerta, destacou o quesito científico. O cenário político também prejudica a gestão de
água. Voltou a falar da apropriação do conhecimento sobre a questão de escassez hí-
drica. [...] (COMITÊ GUANDU, 23 jul. 2015).
149

Na quarta reunião ordinária, ocorrida em 10.12.2015, não houve nenhuma discussão


sobre escassez hídrica (COMITÊ GUANDU, 10 dez. 2015).

1.6.7 Comitê da Bacia Hidrográfica dos dois afluentes mineiros dos rios Pomba e Muriaé
– COMPÉ

O COMPÉ se reuniu quatro vezes no ano de 2014, com duas reuniões extraordinárias
e duas ordinárias. A primeira e a segunda reunião extraordinária ocorreram no dia 20.02.2014;
a primeira extraordinária discussão foi sobre contratação de uma delegatária e a segunda foi
sobre aprovação cobrança na região do COMPÉ , não houve discussão sobre a escassez hí-
drica da bacia do rio Paraíba do Sul (COMPÉ, 20 fev. 2014).
A primeira reunião ordinária ocorreu no dia 20.02.2014 e nesta reunião discutiram al-
gumas outorgas da região, não falaram nada sobre a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba
do Sul (COMPÉ, 20 fev. 2014). A segunda reunião ordinária ocorreu no dia 15.04.2014 e
nesta reunião, discutiram sobre o plano de bacia do CEIVAP, não discutiram nada sobre a
escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul (COMPÉ, 15 abr. 2014)
2015 - 1ª reunião ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica dos 2 afluentes mineiros
dos rios Pomba e Muriaé – COMPÉ., ocorrida no dia 08.04.2015. Um dos pontos de pauta foi
à discussão das ações emergenciais, frente à crise hídrica:
[...] os recursos da cobrança oriundos do exercício do último trimestre de 2014 e
também do exercício de 2015 não sejam destinados ao Plano de Aplicação Plurianu-
al – PAP, mas que sejam investidos em ações emergenciais na bacia, considerando
o estresse hídrico pelo período de estiagem. Explicou que essas ações, serão defini-
das mediante critérios da Câmara Técnica de acordo com relatório emitido pelos ór-
gãos gestores, após visita de vistoria nos municípios impactados [...] (COMPÉ, 8
abr. 2015).

Em assuntos gerais, tanto o representante da COPASA como representantes das prefei-


turas locais manifestaram preocupação quanto ao atraso do plano de saneamento e a seria
estiagem que os municípios estão sofrendo.
[...] O Sr. João Batista Pinto (COPASA) mencionou a situação dos municípios que
decretaram situação de emergência devido à seca vigente, sendo cinco decretos
ocorridos na Bacia do Rio Paraíba do Sul, incluindo os municípios de Dona Euzé-
bia, Visconde do Rio Branco, Recreio, Ubá e Rodeiro, todos inseridos na bacia
abrangida pelo COMPÉ, e solicitou antecipadamente atenção para esses municípios.
O Sr. Marcelo Lima (Prefeitura de Faria Lemos), questionou enquanto Diretor de
Meio Ambiente de Faria Lemos quanto ao atraso na entrega do Plano de Saneamen-
to de seu município, que está sendo elaborado pela empresa DRZ Geotecnologia e
Consultoria e solicitou apoio do Comitê para agilizar junto à Empresa e à AGEVAP
150

a finalização e entrega do Plano. Foi solicitado pelo Sr. André Marques (AGEVAP),
que seja encaminhado ofício do município à AGEVAP solicitando providências no
sentido de fornecer informações sobre o andamento do processo de elaboração e so-
bre a entrega do Plano. O Sr. Carlos Eduardo Mendes (Prefeitura de Astolfo Dutra),
reforçou a colocação do Sr. Marcelo Lima quanto ao cumprimento dos prazos para
entrega dos Planos de Saneamento pelas empresas contratadas. O Diretor de Meio
Ambiente, Sr. Luiz Fernando Lavorato (Prefeitura Astolfo Dutra), lembrou da co-
brança por parte do Ministério Público quanto à conclusão dos planos de saneamen-
to em cumprimento à legislação [...] (COMPÉ, 8 abr. 2015).

Ata da 2ª reunião ordinária do COMPÉ , ocorrida no dia 29.10.15. Nesta reunião hou-
veram várias falas dos conselheiros , sobre a escassez hídrica e a necessidade de repensar os
usos, conforme podemos verificar abaixo:
[...] Ainda em relação às demandas das visitas técnicas que foram realizadas desta-
cou a preocupação com a baixa no volume de recurso hídrico a cada ano e comen-
tou também sobre as possíveis consequências das ações emergenciais que vem
acontecendo por particulares, como o caso dos poços semiartesianos que estão sen-
do feitos em diversas cidades de Minas Gerais. Oportunamente a Sra. Maria Apare-
cida Vargas (Energisa S. A.) mencionou que é necessário pensar em reservação de
água como uma alternativa viável diante da situação de escassez hídrica que se
apresenta em diversas regiões [...]O Sr. Renato Gomes (Prefeitura de Tocantins),
comentou sobre a escassez de água destacando que não existe produtor de água, o
que se pode fazer é aumentar a oferta de água e colocou que considera a necessida-
de de trabalhar as áreas de recarga como uma ação emergencial, e a Sra. Maria Apa-
recida Vargas (Energisa S.A.), considerou que a curto prazo é emergencial não dei-
xar faltar água aos domicílios, mas que a médio e longo prazos as áreas de recarga
podem ser consideradas como ação emergencial. O Sr. Aldeir Ferraz (Prefeitura de
Ubá), comentou sobre a situação crítica em Ubá pela escassez de água, e sobre a
importância do desenvolvimento dos municípios, destacando todavia que nos dias
atuais é necessário o planejamento urbano já prevê a reservação de água de forma a
permitir um racionamento futuro, desta forma é preciso cobrar garantias dos empre-
endedores desde o momento dos loteamentos, no sentido de assumir a responsabili-
dade em garantir reservatórios de água tratada que possa ser utilizada de forma ra-
cionada nos períodos de estiagem. Colocou ainda a inexistência de um plano de
contingência que dê resposta as dificuldades que vem surgindo pelo período de esti-
agem e comentou a situação dos mananciais, a situação dos produtores rurais que
dependem diretamente da água em suas atividades, considerando a necessidade de
investimento em técnicas que economizem a água, como a implantação de sistemas
de gotejamento, barraginhas e outros que beneficiem as áreas de recarga. A Sra. Ma-
ria Aparecida Vargas (Energisa S.A.), comentou que é necessário cobrar que na libe-
ração das outorgas seja informado os métodos de utilização dos recursos hídricos,
de forma a exigir adoção de métodos mais econômicos. Oportunamente informou
que em relação aos dois projetos aprovados pelo CEIVAP para Controle de Cheias
na bacia, ambos já estão sendo adequados para barramento para controle de cheias e
de reservação para o período de estiagem [...] (COMPÉ, 29 out. 2015).

1.6.8. Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Preto e Paraibuna

Realizaram-se seis reuniões ordinárias, mas em nenhuma delas foi discutida a escassez
hídrica do Rio Paraíba do Sul. Na primeira reunião ordinária, ocorrida em 20.02.14, não hou-
151

ve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 20 fev. 2014). Na
segunda reunião ordinária, ocorrida em 24.04.14, não houve nenhuma discussão sobre a es-
cassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 24 abr. 2014).
Durante a terceira reunião ordinária, ocorrida em 26.06.14, não houve nenhuma dis-
cussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 26 jun. 2014). Na quarta reunião
ordinária, ocorrida em 21.08.14, não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (CBH
Preto e Paraibuna, 21 ago. 2014). Na quinta reunião ordinária, ocorrida em 23.10.14, tampou-
co houve discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 23 out. 2014). Na sexta
e última reunião ordinária do ano, ocorrida em 27.11.14, não houve nenhuma discussão sobre
a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 27 nov. 2014).
Realizaram-se duas reuniões extraordinárias em 2014.
Na primeira reunião extraordinária, ocorrida em 10.04.14, não houve nenhuma discus-
são sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 10 abr. 2014). Durante a segunda reuni-
ão extraordinária, ocorrida em 10.04.14, também não houve nenhuma discussão sobre a es-
cassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 10 abr. 2014).
Em 2015 o comitê realizou seis reuniões ordinárias, na primeira reunião ordinária,
ocorrida em 26.02.2015, não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e
Paraibuna, 26 fev. 2015). Segunda reunião ordinária do ocorrida em 23.04.2015, houve uma
discussão sobre a escassez hídrica. Nessa reunião abordaram uma carta, a de número 09/2015,
que o comitê enviou à AGEVAP e ANA solicitando vistoria em dois municípios frente à crise
hídrica que estes estavam passando, sendo eles: Simão Pereira e Olaria (CBH Preto e Parai-
buna, 23 abr. 2015). Terceira reunião ordinária do ocorrida em 26.06.2015, houve fala do Pre-
feito de Belmiro Braga Sr. Sergio Candido Bomfart que expressou preocupação em relação a
escassez hídrica que a região vinha enfrentando (CBH Preto e Paraibuna, 26 jun. 2015).
Quarta reunião ordinária ocorrida em 20.08.2015, não houve nenhuma discussão sobre
a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 20 ago. 2015). Quinta reunião ordinária ocorrida
em 22.10.2015, não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Parai-
buna, 22 out. 2015). Sexta reunião ordinária ocorrida em 26.11.2015, não houve nenhuma
discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 26 nov. 2015). Houve somente
uma reunião extraordinária, e esta ocorreu no dia 06.11.2015; não houve nenhuma discussão
sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 6 nov. 2015).
152

APÊNDICE II
ROTEIRO PARA FILMAGEM

TEMA: Atuação dos diversos atores do GTAOH no enfrentamento da Escassez Hídri-


ca da Bacia do Rio Paraíba do Sul – período 2014 – 2015
Proposta: Realizar filmagem em períodos de cheias (atualmente) e conseguir ima-
gens com as TVs locais sobre a escassez hídrica no período de 2014 e 2015. Locais que deve-
rão ser filmados os reservatórios equivalentes (Paraibuna, Jaguari, Santa Branca, Funil), de-
monstrando-os cheios e/ou secos.
Entrevistas com 18 atores do GTAOH – conforme a lista abaixo
Grupo 1 - Representando o período de criação do GTAOH – ano 2003 (Usuá-
rio,Poder Publico,Soc. Civil)
01 - Marcelo (usuário representando o setor elétrico- FURNAS)- coordenador do
GTAOH desde 2003;
02 - Edilson de Paula (representando o Poder Publico - DAAE) – membro do GTA-
OH no período de criação 2003;
03 – Fredwich (representando a Sociedade Civil – UERJ/RJ) - membro do GTAOH
no período de criação 2003;
Grupo 2 - Representando os órgãos Gestores ( Federal, São Paulo, Minas Gerais
e Rio de Janeiro
04 – Vicente Andreu – ANA
05 – Joaquim Goldim – ANA
06 – Eduardo – IGAM/MG
07 - Marília - IGAM/MG
08 – Monica Porto – SRH/SP
09 – Rui Brasil – SRH/SP
10 – Edson Falcão – INEA/RJ
Grupo 3 - Representando a Sociedade Civil e Usuário dos diferentes comitês do
GTAOH
11 - Barreti – representante da região do alto Paraíba – CBH P S
12 - Vera l. Teixeira – representante do Médio Paraíba – CBH MPS
13 - João Gomes - representante do Baixo Paraíba – CBH BPSI
14 – Julio Antunes - representando área de transposição – Comitê Guandu – CEDAE
153

15 – Governo – representando os usuários do canal de São Francisco – Comitê Guan-


du
Grupo 4 - Representando Municípios Beneficiados
16 – Raquel Brazilina de Almeida ( filmar o flutuante)
17 – Barra do Pirai (filmar entroncamento)
Grupo 5 - Representante da AGEVAP – como órgão executor das interferências
18 – André Marques – Diretor Executivo da AGEVAP e representante do CEI-
VAP/GTAOH com os órgãos gestores no GAOPS
Programação das Entrevistas: Julho à Dezembro na sede da AGEVAP, nas reuni-
ões do GTAOH e do CEIVAP , algumas ser for necessário poderão ocorrer em locais pré
determinado fora da sede da AGEVAP
Tempo para cada entrevistado :
2 minutos para cada entrevistado = 36 minutos
9 minutos de filmagem em período de escassez 2014-2015 = 09 minutos
5 minutos de filmagem em período atual = 05 minutos
10 minutos Área de transposição(SP, RJ)
Total: 60 minutos, com a filmagem da abertura e fechamento do objetivo do filme,
acredito que o documentário fique em uma hora.
NOTA: Após as entrevistas e imagens dos reservatórios atuais e com imagens da épo-
ca será contratado uma empresa para fazer a edição do documentário.
Plano de Ações Complementares para a Gestão da Crise Hídrica na
Bacia do Rio Paraíba do Sul

Versão 2.0

Junho de 2015

Sumário

I. Introdução

II. Aspectos Legais e Institucionais

III. O Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul

IV. Política de Operação do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul

V. Ações Realizadas

VI. Situação atual do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul

VII. Ações Complementares

VII.i Proposta de utilização dos reservatórios de Paraibuna, Funil e Santa Branca,


abaixo dos seus níveis mínimos operacionais para geração hidrelétrica

VII.ii Ações complementares e recomendações para o monitoramento de qualidade


das águas na bacia visando acompanhar os efeitos da utilização dos reservatórios abaixo
dos níveis mínimos

VII.iii Estabelecimento de regras e condições de restrição de uso para captações de


água na bacia do rio Paraíba do Sul

VII.iv Ações complementares nas captações para abastecimento público na calha do


rio Paraíba do Sul

VIII. Conclusões e Encaminhamentos

1
I. Introdução

1. A bacia do rio Paraíba do Sul passa por uma das piores secas dos últimos 84 anos
do histórico de dados. Como medida preventiva para o enfrentamento dessa crise de escassez
hídrica, a ANA vem emitindo resoluções que buscam preservar os estoques disponíveis de água
no reservatório equivalente desta bacia, composto pelos barramentos de Paraibuna, Santa
Branca, Jaguari e Funil. Este plano de ações complementares descreve medidas adicionais para
minimizar os efeitos deste período hidrológico crítico sob os diversos usos da água na bacia do
rio Paraíba do Sul. A primeira versão deste plano foi elaborada data de janeiro de 2015. Esta
segunda versão, de abril de 2015, inclui ações referentes ao monitoramento da qualidade da
água. Informes sobre o andamento das ações serão divulgados periodicamente.
2. A redução da vazão objetivo mínima em Santa Cecília tem sido objeto de
resoluções pela ANA desde maio de 2014, quando a vazão mínima afluente em Santa Cecília
passou de 190 m³/s para 173 m³/s. Desde então, novas reduções foram autorizadas: em agosto de
2014, a Resolução ANA nº 1.309 autorizou a flexibilização da vazão mínima afluente à
barragem de Santa Cecília para 160 m³/s, e em dezembro de 2014 a Resolução ANA nº 2.051,
autorizou a redução da vazão objetivo mínima à barragem de Santa Cecília de 190 m³/s para 140
m³/s, até 31 de janeiro de 2015. A Resolução nº 86, de 30 de janeiro de 2015, manteve essa
redução até 28 de fevereiro de 2015, e a Resolução nº 145, de 27 de fevereiro de 2015, reduziu o
limite mínimo de vazão afluente à barragem de Santa Cecília de 190 m³/s para 110 m³/s.
Ressalta-se que as resoluções foram elaboradas levando em conta os encaminhamentos das
reuniões do Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na
Bacia do Rio Guandu (GTAOH) do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba
do Sul (CEIVAP), que conta, entre outros, com a participação de representantes dos órgãos
gestores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
3. A redução de vazão é acompanhada de avaliações periódicas dos impactos da
medida sobre os diversos usos da água na bacia do Paraíba do Sul, que observam a partição da
diminuição de vazão que fluirá a jusante da barragem de Santa Cecília e da vazão de
bombeamento que alcança o rio Guandu, a jusante da Usina de Pereira Passos. Essas análises são
feitas pela ANA, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e pelo Governo do Estado
do Rio de Janeiro, com o apoio do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba
do Sul (CEIVAP) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu. Essas medidas também
levam em conta a importância da bacia do rio Paraíba do Sul para o abastecimento de várias
cidades, entre elas, as que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e a necessidade
das regras de operação dos reservatórios preservarem os usos múltiplos da água.
4. Tendo em vista a possibilidade do prosseguimento da atual situação de escassez
de água pela qual passa a bacia, é necessário que seja elaborado um Plano de Ações
Complementares para a gestão da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul.
5. Ressalta-se que as medidas propostas neste Plano deverão ser implementadas de
modo a priorizar o uso da água para abastecimento humano, conforme preconizado em
legislação pertinente, caso a atual situação de estiagem se estenda nos próximos meses.
6. Este documento apresenta uma proposta de Ações Complementares para a gestão
da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul.

II. Aspectos Legais e Institucionais


7. A Política Nacional de Recursos Hídricos, conforme preconiza a Lei nº
9.433/1997, é baseada nos seguintes fundamentos: a água é um bem de domínio público; a água
é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; a gestão dos recursos hídricos deve
sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; em situações de escassez, o uso prioritário dos
recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; a bacia hidrográfica é a
unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; e a gestão dos recursos hídricos deve
ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das
comunidades.

8. A ANA, órgão integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos


Hídricos, foi criada pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, como entidade federal de
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos. De acordo com essa lei, cabe à ANA
“definir e fiscalizar as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e privados,
visando a garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos, conforme estabelecido nos planos de
recursos hídricos das respectivas bacias hidrográficas”. A Lei ainda dispõe que “a definição das
condições de operação de reservatórios de aproveitamentos hidrelétricos será efetuada em
articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS”.

9. A mesma lei atribui à ANA a responsabilidade de “planejar e promover ações


destinadas a prevenir e minimizar os efeitos de secas e inundações, no âmbito do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, em articulação com o órgão central do
Sistema Nacional de Defesa Civil, em apoio aos Estados e Municípios”.

10. Dessa forma, objetivando o atendimento dessas atribuições legais e institucionais,


vem sendo realizado pela Agência o acompanhamento diário das condições de operação dos
reservatórios e a verificação quanto à observância das restrições de operação de aproveitamentos
hidrelétricos do Sistema Interligado Nacional - SIN, de forma que não sejam comprometidos os
diversos usos abrangidos quando da instalação de um reservatório.

III. O Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul

11. A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul tem destacada importância no cenário
nacional por estar localizada entre os maiores polos industriais e populacionais do país e pelo
processo que envolve o gerenciamento de seus recursos hídricos. Caracteriza-se pelos
acentuados conflitos de usos múltiplos e pelo peculiar desvio das águas para a bacia hidrográfica
do rio Guandu com a finalidade de geração de energia e abastecimento de cerca de 9 milhões de
pessoas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro - RMRJ, formando o que foi chamado de
Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul.
12. O termo “Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul” foi escolhido para descrever
o intrincado e complexo conjunto de estruturas hidráulicas existentes nas bacias hidrográficas
dos rios Paraíba do Sul e Guandu, que interliga hidraulicamente as duas bacias.
13. O início das intervenções nesse Sistema data dos primeiros anos do século XX,
quando foi concluído o reservatório de Lajes, no Ribeirão das Lajes, em 1908, um dos
formadores do rio Guandu. Em 1913, ocorreu a primeira transposição das águas da bacia do
Paraíba do Sul para a vertente Atlântica por meio do reservatório de Tocos, no rio Piraí, que
deriva vazões para o reservatório de Lajes através de um túnel por gravidade.
14. Na década de 1930, foi implantada uma adutora de 72 km, derivando as águas do
Ribeirão das Lajes até o Derby Club, atual Estádio do Maracanã, para abastecimento do então
Distrito Federal, alcançando uma vazão superior a 5 m³/s, em 1949.
15. As principais barragens da bacia foram construídas entre as décadas de 50 e 70,
com as funções principais de geração hidrelétrica e regularização de vazões. Em 1952, a Estação
Elevatória de Santa Cecília – EE Santa Cecilia entrou em operação, com capacidade de desviar
até 160 m3/s do rio Paraíba do Sul, o que equivale a aproximadamente 54% da vazão natural
média deste rio no local, que corresponde a 296 m³/s (de 1931 a 2013). Entretanto, como a
barragem de Santa Cecília praticamente não possui capacidade de acumulação, ela não é capaz
de regularizar vazões, dependendo, assim, da regularização realizada pelos reservatórios
localizados a montante.
16. As águas recalcadas em Santa Cecília vencem um desnível de 15 m até o
reservatório de Santana, no rio Piraí, afluente do Paraíba do Sul, e, desse reservatório, são
recalcadas uma segunda vez em mais 35 m para o reservatório de Vigário. No Ribeirão Vigário,
as águas são finalmente desviadas, por gravidade, para a vertente Atlântica da Serra do Mar,
onde há o potencial energético de um desnível de aproximadamente 300 m, aproveitado,
atualmente, pelas usinas hidrelétricas em cascata de Nilo Peçanha, Fontes Nova, Pereira Passos e
a PCH Paracambi, justificando o esforço de transposição até a bacia do rio Guandu.
17. O rio Guandu, que em condições naturais teria uma vazão média de cerca de 25
m /s, recebe uma contribuição média de 146 m3/s do desvio Paraíba do Sul - Piraí e de 10 m3/s
3

do desvio Tocos-Lajes conforme informações do Plano Estratégico de Recursos Hídricos das


Bacias Hidrográficas dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim.
18. Pela proximidade com a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, as vazões altas e
regularizadas logo permitiram aumentar a sua exploração para o abastecimento de água daquela
Região. A Estação de Tratamento de Águas - ETA Guandu entrou em operação em 1955 e hoje
trata cerca de 43 m3/s de água para, aproximadamente, 9 milhões de pessoas na RMRJ, sendo
uma das maiores estações de tratamento de água do mundo. Esse uso passou a dar uma nova
dimensão à transposição do rio Paraíba do Sul no contexto de gestão dos recursos hídricos.
19. Com a finalidade de regularizar as afluências à EE Santa Cecília, que até então
não tinham qualquer controle, em 1959, entrou em operação o reservatório de Santa Branca, no
trecho paulista do rio Paraíba do Sul. Esse reservatório, no entanto, só chegou a ser motorizado
em 1998. Em 1962, foi concluído o último de uma série de aproveitamentos hidrelétricos no
complexo de Lajes, a UHE Pereira Passos.
20. A partir daí, começaram os maiores investimentos em reservatórios de
regularização do trecho de montante da EE Santa Cecília. Entraram em operação Funil (1969),
no rio Paraíba do Sul, próximo à divisa entre Rio de Janeiro e São Paulo, Jaguari (1972) no rio
de mesmo nome, afluente do rio Paraíba do Sul no trecho paulista, e Paraibuna/Paraitinga
(1978), reservatório localizado nos formadores do rio Paraíba do Sul.
21. Essa é a configuração atual dos principais aproveitamentos que determinam a
operação do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul. Em resumo, pode-se dizer que os quatro
reservatórios de regularização a montante, Paraibuna/Paraitinga, Santa Branca, Jaguari e Funil,
trabalham de forma a garantir a afluência adequada para a operação de Santa Cecília, onde é feita
a divisão entre a vazão transposta para a bacia do rio Guandu e a vazão que segue para jusante no
rio Paraíba do Sul. A Figura 1 apresenta esse sistema através de diagrama esquemático. A Tabela
1 apresenta as principais características desses aproveitamentos.
Figura 1. Diagrama esquemático do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul

Tabela 1. Principais características dos aproveitamentos do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba


do Sul
Volume Volume Vol. Mínimo / Distribuição Área da Bacia
Volume
RESERVATÓRIOS Mínimo Útil Vol. Máximo do Volume Incremental
Máximo (hm³)
(hm³) (hm³) (%) Útil (%) (km²)
Paraibuna 4.731,7 2.095,6 2.636,1 44,29 61% 4.150
Santa Branca 439,0 131,0 308,0 29,84 7% 768
Jaguari 1.235,6 443,1 792,5 35,86 18% 1.300
Funil 888,3 283,0 605,3 31,86 14% 7.192
Reservatório Equivalente 7.294,7 2.952,8 4.341,9 40,48 100% 13.410
Sta Cecília 5,6 3,4 2,2 60,97 - 3.284

22. A interligação das bacias dos rios Paraíba do Sul e Guandu une as bacias de forma
praticamente irreversível, e, por isso, não se recomenda a análise de seus recursos hídricos de
forma isolada. Como mencionado, o sistema se localiza numa das áreas de maior concentração
populacional e industrial do país, o que, numa bacia com disponibilidade hídrica limitada pela
sua pequena área de drenagem, gera problemas de conflito de uso de recursos hídricos.
23. O ponto mais crítico, em termos de escassez e de conflitos pelo uso dos recursos
hídricos, do sistema é justamente na EE Santa Cecília, onde é feita a divisão entre as águas que
serão bombeadas e as que seguirão para jusante da bacia. Por um lado, está o abastecimento de
cerca de 9 milhões de pessoas da RMRJ, além de indústrias e outros usuários. Por outro, estão
cidades e usuários que se ressentem de serem significativamente privados do uso dos recursos
hídricos da sua própria bacia, com destaque para o trecho imediatamente a jusante de Santa
Cecília, sujeito, em situações de afluências críticas, a vazões baixas e consequente deterioração
da qualidade da água. Adicionalmente, a operação de todos os reservatórios de montante da
bacia fica condicionada ao atendimento da vazão afluente a Santa Cecília.
24. Devido a sua complexidade, a sua importância e a diferentes configurações
institucionais e legais, desde 1970, a operação do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul tem
sido alvo de diversas regulamentações. O Decreto nº 68.324/1971, que aprovou o plano de
regularização do rio Paraíba do Sul, condicionou a operação dos reservatórios à manutenção de
descarga mínima para jusante de Santa Cecília de 90 m3/s e de bombeamento máximo de 160
m3/s. A Portaria DNAEE nº 22/1977 estipulou uma série de regras para o sistema, enquanto o
Decreto nº 81.436/1978 permitiu que, durante a ocorrência de situações hidrológicas críticas, a
vazão mínima a jusante de Santa Cecília fosse de 71 m3/s.
25. Com a criação da ANA, a definição das condições de operação de reservatórios
passou a ser uma atribuição dessa Agência que, para reservatórios do setor elétrico, é realizada
em articulação com o ONS. Nesse caso específico, a definição das condições de operação tem
sido efetuada envolvendo também os Comitês de Bacia, usuários de recursos hídricos, o poder
público em todas as suas esferas e os órgãos da sociedade civil, em sintonia com os fundamentos
de gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos.
26. Em 26 de maio de 2003, a ANA emitiu a Resolução nº 211, que dispôs sobre as
regras a serem adotadas para a operação do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul, que
compreende, além dos reservatórios localizados na bacia, também as estruturas de transposição
das águas desse rio para o Sistema Guandu. Foram estabelecidas as seguintes regras de operação:

 descarga mínima a jusante dos aproveitamentos: 30 m³/s em Paraibuna; 40 m³/s em


Santa Branca; 10 m³/s em Jaguari; 80 m³/s em Funil; 71 m³/s em Santa Cecília; e
120 m³/s em Pereira Passos;

 quando a vazão incremental entre Funil e Santa Cecília for maior que 110 m³/s, a
vazão emergencial de 71 m³/s a jusante de Santa Cecília deverá ser gradativamente
aumentada, até atingir o limite da vazão mínima normal de 90 m³/s;

 o limite mínimo para a vazão média de bombeamento em Santa Cecília é de 119


m³/s;

 o deplecionamento dos reservatórios para atender o limite mínimo de 190 m³/s de


afluência em Santa Cecília deve observar a seguinte ordem de prioridade,
procurando manter o limite de 10% do volume útil dos mesmos: 1º Funil, 2º Santa
Branca, 3º Paraibuna e 4º Jaguari.
27. Posteriormente, face à escassez hídrica por que passou e pela qual passa
atualmente a bacia do rio Paraíba do Sul, diversas resoluções têm sido editadas sobre o tema,
reduzindo temporariamente a vazão mínima afluente em Santa Cecília, como forma de diminuir
a vazão liberada pelos reservatórios da bacia e preservar seus estoques, aumentando, assim, a
garantia do atendimento aos usos múltiplos na bacia, especialmente, o abastecimento humano.

IV. Política de Operação do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul

28. O Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul é operado de forma centralizada pelo
ONS. Segundo esse Operador, a Política de Operação desse Sistema, tem como objetivo atender,
prioritariamente, aos requisitos de uso múltiplo da água. De acordo ainda com o ONS, a geração
de energia elétrica é consequência dos requisitos hidráulicos da Bacia, ditadas pelas restrições de
uso múltiplo conforme Resolução ANA nº 211/2003, que substituiu a Portaria DNAEE nº
022/1977.
29. Desse modo, a estratégia de operação para atender a vazão mínima afluente em
Santa Cecília, é feita por meio de um balanço hídrico que define a vazão defluente da UHE Funil
e, por consequência, as vazões defluentes das usinas de Paraibuna e Jaguari, situadas a montante
de Funil.
30. No período chuvoso, de novembro a abril, a geração é normalmente minimizada
nas usinas de cabeceira, Jaguari e Paraibuna, com geração dimensionada apenas para atender às
defluências mínimas, 10 m3/s e 30 m3/s, respectivamente.
31. No período seco, de maio a outubro, a geração das usinas de cabeceira é utilizada
para complementar os requisitos de afluência, para atender a vazão mínima afluente em Santa
Cecília. Segundo o ONS, o armazenamento da UHE Funil é conduzido a seu armazenamento
mínimo previsto, 10% do volume útil, para posteriormente serem utilizados os recursos dos
reservatórios de cabeceira.

V. Ações realizadas

32. Em razão das afluências médias observadas na bacia do rio Paraíba do Sul estarem
se configurando como as menores do histórico, a ANA, em 10 de fevereiro de 2014, enviou ao
ONS o Ofício nº 26/2014/AA-ANA, no qual solicitava atenção especial quanto à operação dos
reservatórios do SIN localizados na bacia do rio Paraíba do Sul, visando a preservar a segurança
hidráulico-hidrológica dos reservatórios do referido Sistema, de forma que não fossem afetados
os usos múltiplos, sobretudo o abastecimento das cidades.

33. Em resposta ao Ofício, o ONS, em 17 de março de 2014, enviou à ANA a Carta


ONS 0355/100/2014, manifestando inteira concordância com as preocupações expressas pela
Agência em relação à preservação da segurança hidráulico-hidrológica no sistema de
reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul. Anexa à Carta ONS 0355/100/2014, foi
encaminhada a Nota Técnica nº 0043/2014 “Avaliação das Condições Hidrológicas e de
Armazenamento da Bacia do Rio Paraíba do Sul”, propondo, entre outras coisas, a adoção de um
instrumento regulatório que tinha como referência a Curva de Segurança de Armazenamento
para o sistema de reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul.

34. Em 24 de março de 2014, o ONS remeteu à ANA a Carta ONS 0390/100/2014,


contendo a Revisão 1 da Nota Técnica 0043/2014, uma vez que o ONS havia implementado
algumas modificações no sentido de aperfeiçoá-la como instrumento para tomadas de decisão
relativas às vazões a serem praticadas no sistema de reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul.

35. Por meio da Carta ONS 0470/100/2014, de 1º de abril de 2014, o ONS encaminhou
à ANA a Revisão 2 da Nota Técnica 0043/2014, que continha a inclusão de uma simulação para
uma vazão mínima afluente em Santa Cecília de 173 m³/s que, de acordo com o ONS, era a
vazão necessária para o atingimento do armazenamento equivalente mínimo de 10% ao final do
mês de novembro de 2014. Em resposta (Ofício nº 76/2014/AA-ANA, de 8 de abril de 2014, a
ANA recomendou, como primeira medida, que o Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul
passasse a operar na vazão mínima afluente de 190 m³/s, em Santa Cecília, conforme
estabelecido pela Resolução ANA nº 211/2003.

36. Em 28 de abril de 2014, o CEIVAP endereçou à ANA a Carta nº 021/2014/PRES-


CEIVAP, em que relatou que, em 24 de abril de 2014, o Grupo de Trabalho Permanente de
Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul para atuação conjunta
com o Comitê da Bacia do Guandu – GTAOH reuniu-se para discutir acerca da situação dos
reservatórios do rio Paraíba do Sul, tendo por base a Nota Técnica ONS 0043/2014. Após análise
do GTAOH, o CEIVAP deliberou favoravelmente à solicitação da redução temporária da vazão
mínima objetivo solicitada pelo ONS.

37. Assim, tendo em vista a necessidade de preservar o estoque disponível de água no


reservatório equivalente da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, face à desfavorável situação
hidrometeorológica em que se encontra a bacia, à importância da bacia para o abastecimento de
várias cidades, inclusive para a Região Metropolitana do Município do Rio de Janeiro, bem
como os termos da Nota Técnica ONS 0043/2014 – Revisão 2 e da Carta Nº 021/2014/PRES-
CEIVAP, a ANA emitiu, em 27 de maio de 2014, a Resolução nº 700 autorizando, até 30 de
junho de 2014, a redução do limite mínimo de vazão afluente à barragem de Santa Cecília, no rio
Paraíba do Sul, de 190 m³/s para 173 m³/s.

38. Em 2 de junho de 2014, a ANA, por meio do Ofício nº 121/2014/AA-ANA,


recomendou ao ONS que a operação para redução de vazão à Santa Cecília fosse implementada
de forma gradual, iniciando-se com uma vazão afluente de 180 m³/s, composta por 114 m³/s
bombeados para o Sistema Guandu e 66 m³/s defluídos para o rio Paraíba do Sul.

39. Por intermédio da Carta ONS 0882/100/2014, de 20 de junho de 2014, o ONS


encaminhou nova avaliação das condições hidrológicas e de armazenamento da bacia do rio
Paraíba do Sul, solicitando avaliação por parte da ANA quanto à implantação de uma nova etapa
de redução da vazão mínima objetivo em Santa Cecília para 149 m³/s, a partir de julho de 2014.
Como se mantiveram as condições hidrológicas desfavoráveis e a Resolução ANA nº 700/2014
teria seu prazo de validade vencido em 30 de junho de 2014, a ANA emitiu nova resolução
prorrogando até 31 de julho de 2014 a redução do limite de vazão afluente à barragem de Santa
Cecília para 173 m³/s (Resolução ANA nº 898).

40. Em 11 de julho de 2014, ocorreu a 5ª Reunião do GTAOH do CEIVAP, por


videoconferência, que contou com a participação de representantes da ANA, CEIVAP, ONS,
CESP, Furnas, Light, INEA e outros usuários da água da bacia. Foi consenso entre os
participantes da reunião que, face às condições hidrometeorológicas e de armazenamento do
reservatório equivalente da bacia do rio Paraíba do Sul, era necessário reduzir a vazão mínima
afluente em Santa Cecília. Por conseguinte, foi emitida a Resolução ANA nº 1038, de 16 de
julho de 2014, autorizando, até 15 de agosto de 2014, a redução do limite de vazão afluente à
barragem de Santa Cecília para 165 m³/s.

41. Na 7ª Reunião do GTAOH, ocorrida em 1º de agosto de 2014, novamente por


videoconferência, o grupo manifestou, por meio da Carta nº 021/2014/GTAOH-CEIVAP, sobre
a necessidade de se manter a redução da vazão mínima afluente à barragem de Santa Cecília em
165 m³/s. Concordando com a solicitação feita, a ANA editou a Resolução nº 1072, de 11 de
agosto de 2014, que autorizou a redução, até 30 de setembro de 2014, do limite mínimo de vazão
afluente à Santa Cecília para 165 m³/s.

42. Ocorre que, entre a 7ª Reunião do GTAOH e a publicação da Resolução ANA nº


1072/2014, a Companhia Energética de São Paulo – CESP, em desacordo com orientações dadas
pelo ONS, reduziu, a partir da 0h de 6 de agosto, a defluência da UHE Jaguari, no rio Jaguari,
para 10 m³/s. Tendo em vista a efetivação dessa medida pela CESP, a ANA remeteu o Ofício nº
169/2014/AA-ANA ao ONS, no qual solicitou que fossem adotadas as providências necessárias
na operação dos reservatórios de Paraibuna, Santa Branca e Funil, de forma a compensar a
redução das defluências do reservatório de Jaguari com vistas a garantir o atendimento aos usos
múltiplos localizados na calha do rio Paraíba do Sul a jusante da sua confluência com o rio
Jaguari até a barragem de Santa Cecília, bem como o cumprimento da Resolução ANA nº 1.038,
de 16 de julho de 2014, que define em 165 m³/s a vazão mínima afluente à barragem de Santa
Cecília.
43. Em 18 de agosto de 2014, ocorreu reunião em Brasília entre representantes do
Governo Federal e dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com o objetivo de
discutir a operação do sistema hidráulico do rio Paraíba do Sul. Na ocasião, as seguintes decisões
foram tomadas por consenso:

 redução da vazão afluente à Santa Cecília de 165 m³/s para 160 m³/s, após
implementação das medidas necessárias de adaptação das captações das cidades, por
parte dos Governos de São Paulo e Rio de Janeiro, com apoio da ANA;

 edição, pela ANA, de resolução autorizando a redução da vazão afluente à Santa Cecília
de 165 m³/s para 160 m³/s, com ajuste das defluências dos reservatórios de Jaguari e
Paraibuna;

 as vazões defluentes dos reservatórios de Jaguari e Paraibuna serão divididas em parcelas


proporcionais aos volumes úteis armazenados em cada reservatório;

 aumento, a partir de 0h00 de 20 de agosto de 2014, da vazão defluente do reservatório de


Jaguari de 10 m³/s para 43 m³/s e redução da vazão defluente do reservatório de
Paraibuna de 80 m³/s para 47 m³/s;

 apresentação, pelo ONS, de simulações das condições hidrológicas e de armazenamento


da bacia considerando as vazões definidas na reunião. As simulações serão
acompanhadas pela ANA, pelos Estados e pelo CEIVAP, para a efetivação dos ajustes
necessários.

44. Em 25 de agosto de 2014, ocorreu a 9ª Reunião do GTAOH, por


videoconferência, que contou com a participação de representantes da ANA, CEIVAP, ONS,
CESP, Furnas, Light, INEA, CEDAE e outros usuários da água da bacia. Conforme acordado na
reunião, foi encaminhada à ANA, em 26 de agosto, a Carta nº 026/2014/GTAOH-CEIVAP,
solicitando a elaboração de resolução autorizando a redução da vazão mínima afluente à
barragem de Santa Cecília para 160 m³/s, até 31 de outubro de 2014.

45. Em vista disso, foi emitida a Resolução ANA nº 1.309, de 29 de agosto de 2014,
autorizando a flexibilização da vazão mínima afluente à barragem de Santa Cecília para 160 m³/s
até 30 de setembro de 2014. Apesar da correspondência do CEIVAP ter solicitado autorização da
redução da vazão objetivo até o dia 31 de outubro de 2014, a autorização da ANA foi dada até o
dia 30 de setembro de 2014, mantendo-se a mesma sistemática utilizada em Resoluções
anteriores.

46. Em 8 de setembro de 2014, ocorreu a 10ª Reunião do GTAOH, por


videoconferência, que contou com a participação de representantes da ANA, CEIVAP, ONS,
CESP, Furnas, Light, INEA, CEDAE e outros usuários da água da bacia. Conforme acordado na
reunião, foi encaminhada à ANA, em 19 de setembro, a Carta nº 031/2014/GTAOH-CEIVAP,
solicitando a elaboração de resolução autorizando a redução da vazão mínima afluente à
barragem de Santa Cecília para 160 m³/s, até 31 de outubro de 2014. Em vista disso, foi emitida
a Resolução ANA nº 1.516, de 29 de setembro de 2014, autorizando a flexibilização da vazão
objetivo mínima à barragem de Santa Cecília para 160 m³/s até 31 de outubro de 2014.

47. Como resultado da 12ª Reunião do GTAOH, ocorrida por videoconferência em 21


de outubro de 2014, foi encaminhada à ANA a Carta nº 041/2014/GTAOH-CEIVAP solicitando
a prorrogação da autorização de redução da vazão mínima afluente à barragem de Santa Cecília
para 160 m³/s, até 30 de novembro de 2014. Em vista disso, foi emitida a Resolução ANA nº
1.603, de 29 de outubro de 2014, autorizando a flexibilização da vazão objetivo mínima à
barragem de Santa Cecília para 160 m³/s até 30 de novembro de 2014.

48. Em 5 de novembro de 2014, a Secretaria do Ambiente do Estado do Rio de


Janeiro – SEA enviou à ANA o Ofício SEA/SE n° 457/2014 ressaltando “a necessidade de
iniciar medidas preventivas adicionais visando à segurança hídrica da bacia hidrográfica e do
Estado do Rio de Janeiro”. Nesse ofício, a SEA reconheceu os esforços realizados até o
momento para a economia de água na bacia, mas considera que novas medidas podem ser
necessárias para evitar o desabastecimento das populações, caso a estiagem se estenda. Desse
modo, a SEA sugeriu que seja elaborado um plano que contemple questões de quantidade e
qualidade da água para o atendimento da demanda, especialmente o abastecimento humano.

49. Em 7 de novembro de 2014, a ANA solicitou ao ONS (Ofício nº274/2014/AA-


ANA) informações sobre as providências que estão sendo adotadas no sentir de manter a
operação dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul com suas vazões defluentes mínimas,
conforme a Resolução ANA nº 211/2003 e o Contrato de Concessão n° 3/2004, caso seus níveis
alcancem valores abaixo das cotas mínimas normais.

50. No mesmo dia, por meio do Ofício nº 275/2014/AA-ANA, a ANA solicitou à


SEA que seja elaborado o Plano de Contingência da bacia do rio Guandu, bacia de domínio
estadual, contendo as medidas a serem adotadas para a adequação da demanda à oferta de água,
caso a situação de escassez se estenda ao longo do tempo. Nesse ofício, a ANA ressaltou a
necessidade de que esse plano priorize o uso da água para abastecimento humano e solicitou que
seja informado o valor da vazão mínima necessária para o atendimento dos usos prioritários da
bacia. Além disso, a ANA informou sobre o Ofício nº274/2014/AA-ANA, enviado ao ONS. Até
o momento o estado do Rio de Janeiro não encaminhou o plano de contingência da bacia do rio
Guandu.

51. O Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro, na Carta


Aberta nº 2/2014, de 8 de novembro de 2014, recomendou à ANA e ao Governo do Estado do
Rio de Janeiro que seja elaborado um plano visando à segurança hídrica das bacias do rio
Paraíba do Sul e Guandu e solicitou que o Governo do Estado inicie campanhas de uso racional
da água junto à população e aos usuários de água.

52. Em 17 de novembro de 2014, por videoconferência, foi realizada a 15ª Reunião do


GTAOH do CEIVAP de 2014, que contou com a participação de representantes da ANA,
CEIVAP, ONS, Furnas, CESP, Light, INEA, CEDAE e outros usuários de água da bacia. Como
resultado dos encaminhamentos da reunião, em 19 de outubro de 2014, o CEIVAP encaminhou à
ANA a Carta nº 048/2014/GTAOH-CEIVAP em que solicita à Agência a prorrogação da
autorização de flexibilização do limite mínimo à barragem de Santa Cecília para 160 m³/s até 31
de dezembro de 2014. A Carta solicita, porém, que o controle do limite mínimo à Santa Cecília
seja efetuado por meio da soma da vazão defluente da barragem de Santa Cecília com a vazão
defluente do aproveitamento de Pereira Passos. Em vista disso, foi emitida a Resolução ANA nº
1.779, de 27 de novembro de 2014, autorizando a flexibilização da vazão objetivo mínima à
barragem de Santa Cecília para 160 m³/s até 31 de dezembro de 2014 Em dezembro de 2014 a
Resolução ANA nº 2.051, autorizou a redução da vazão objetivo mínima à barragem de Santa
Cecília de 190 m³/s para 140 m³/s, até 31 de janeiro de 2015. A Resolução nº 86, de 30 de
janeiro de 2015, manteve essa redução até 28 de fevereiro de 2015, e a Resolução nº 145, de 27
de fevereiro de 2015, reduziu o limite mínimo de vazão afluente à barragem de Santa Cecília de
190 m³/s para 110 m³/s, até 30 de junho de 2015.

53. Considerando as medidas tomadas até o momento, refletidas nas resoluções


editadas pela ANA, e a possibilidade de que a situação de escassez hídrica possa se agravar, a
ANA elaborou este Plano de Ações Complementares para a gestão da crise hídrica na bacia do
rio Paraíba do Sul, contendo medidas a serem implantadas com vistas a priorizar o uso da água
para abastecimento humano, caso a atual situação de estiagem se estenda pelos próximos meses.

VI. Situação do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul

54. A situação dos reservatórios da bacia é divulgada pela ANA por meio de boletim
diário disponibilizado na página eletrônica da Sala de Situação da Agência no endereço:
http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/saladesituacao/default.aspx

VII. Ações Complementares

55. A seguir, são apresentadas as medidas iniciais propostas por parte da ANA para a
gestão da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul.

VII.i. Proposta de utilização dos reservatórios de Paraibuna, Funil e Santa Branca, abaixo
dos seus níveis mínimos operacionais para geração hidrelétrica

56. A ANA entende que parte do volume armazenado disponível nos reservatórios de
Paraibuna, Santa Branca e Funil abaixo do nível mínimo normal para geração de energia elétrica
pode ser utilizado de forma emergencial para evitar a descontinuidade no atendimento aos usos
múltiplos da bacia.
57. Nesse sentido, a ANA consultou o ONS, em 7 de novembro de 2014, por meio do
Ofício n° 274/2014/AA-ANA, a respeito das providências que que estavam sendo adotadas no
sentido de manter a operação dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul com suas vazões
defluentes mínimas, conforme a Resolução ANA n° 211/2003 e o Contrato de Concessão
n°3/2004, caso seus níveis alcancem valores abaixo das cotas mínimas operacionais. Por sua vez.
o ONS, por meio da Carta ONS 1751/100/2014, encaminhou a consulta aos concessionários
instalados na bacia.
58. Em 19 de dezembro de 2014, o ONS enviou à ANA a Carta ONS 2031/100/2014
contendo as respostas obtidas a partir da consulta realizada junto aos agentes responsáveis pela
operação dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional – SIN localizados na bacia do rio
Paraíba do Sul. Na Carta CT/P/3002/2014, a CESP propõe a utilização do volume do
reservatório de Paraibuna até a cota 692,90 m, o que corresponde a 1,7m abaixo da cota mínima
operacional e à possibilidade de serem utilizados 162 hm³ adicionais. A CESP informa que essa
operação exigirá monitoramento contínuo para avaliar impactos eventualmente não conhecidos
ou considerados.
59. A CESP não recomenda a redução da cota mínima operacional do reservatório de
Jaguari, por “tratar-se de reservatório com características hídricas frágeis com volume
significativamente inferior ao de Paraibuna, com sérias interferências impactantes ao
abastecimento público, como a captação para o município de Santa Isabel”.
60. A Light informou, por meio da Carta P-019/14, de 19 de dezembro de 2014, que a
operação do reservatório de Santa Branca poderá ser realizada até a cota 595,0 m o que
corresponde a uma redução de 10 m no nível mínimo operacional desse reservatório.
61. No documento DO.E.073.2014, de 18 de dezembro de 2014, Furnas informa sobre
a possibilidade utilização de 60,1 hm³ adicionais por meio da redução do nível até a cota 440,0 m
do reservatório de Funil e recomenda que a utilização do volume morto não exceda 10 cm/dia,
para evitar problemas geotécnicos no maciço da barragem auxiliar de Nhangapi.
62. Nos três casos a operação se dará sem a geração de energia elétrica devido à
impossibilidade de as unidades geradoras operarem fora da faixa de queda para a qual foram
projetadas. Ademais, as concessionárias alertam sobre a possibilidade de surgirem impactos
adicionais sob o ponto de vista ambiental e de outros usos da água.
63. Adicionalmente, informa-se que o DAEE realizou consulta à CESP, por meio do
ofício DAEE-SUP-2035-2014, relacionada à minuta de resolução conjunta ANA, DAEE, IGAM,
INEA, elaborada pelo Grupo Técnico que avalia o projeto de interligação entre os reservatórios
Jaguari, na bacia do rio Paraíba do Sul, e Atibainha, na bacia do rio Piracicaba, especialmente
quanto à possibilidade de utilização de um volume adicional de até 425 hm3, abaixo do nível
mínimo operacional do reservatório de Paraibuna.
64. A CESP respondeu, por meio do ofício OF-P-3182-2014, com cópia para o ONS,
que “enquanto concessionária de geração de energia elétrica, não tem experiência em operar
reservatório em cotas inferiores às definidas nos projetos originais”, mas concluiu que “Portanto,
concordamos com a operação abaixo do nível operacional normal, ressalvando que esta operação
exigirá laudos técnicos específicos e monitoramentos contínuos relacionados ao
dimensionamento de projeto e às condições de segurança do aproveitamento, além das
necessárias autorizações desse DAEE, do ONS e dos órgãos reguladores atinentes à matéria”.

VII.ii. Ações complementares e recomendações para o monitoramento de qualidade


das águas na bacia visando acompanhar os efeitos da utilização dos reservatórios
abaixo dos níveis mínimos

65. Com a redução de vazões dos rios e defluências e armazenamento dos


reservatórios, é esperado que ocorra aumento da concentração de poluentes, uma vez que as
principais cargas de poluição (resultantes do lançamento de esgotos domésticos) serão as
mesmas. Portanto, é importante intensificar o monitoramento da qualidade da água nos rios e
reservatórios da bacia do Paraíba do Sul visando (i) subsidiar as decisões sobre operação do
sistema hidráulico da bacia, e (ii) alertar os usuários de água sobre potenciais problemas de
qualidade da água, decorrentes da prática de vazões muito baixas.
66. Os dados de qualidade de água disponíveis na bacia do Paraíba do Sul são
procedentes basicamente de três fontes, a saber: órgãos gestores de recursos hídricos e/ou meio
ambiente, operadores do sistema elétrico que devem realizar monitoramento nos
aproveitamentos com área inundada superior a 3 Km2 conforme Resolução ANA/ANEEL
nº003/2010 e os responsáveis pela operação de sistemas de abastecimento de água que
monitoram a qualidade da água bruta no ponto de captação, conforme Resolução do Ministério
da Saúde nº2914/2011. Atualmente a ANA recebe anualmente os dados dos monitoramentos
realizados pelos órgãos gestores estaduais para o Relatório de Conjuntura de Recursos Hídricos.
Os demais dados ainda não estão disponíveis na Agência.
67. Sendo assim, como primeiro passo para melhor caracterização da situação de
estiagem e o acompanhamento dos efeitos das vazões reduzidas e do uso dos reservatórios
abaixo dos volumes mínimos, é importante que os dados provenientes desses monitoramentos
sejam enviados à ANA com maior frequência, visando também subsidiar eventuais decisões a
serem tomadas.
68. Atualmente, o monitoramento sistemático de qualidade das águas é realizado
pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), o Instituto Estadual do Ambiente do RJ
(INEA) e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (CETESB). A
CETESB opera 17 estações de qualidade da água na porção paulista da bacia monitorando
diversos parâmetros em frequência bimestral. O INEA possui 24 estações de monitoramento de
qualidade da água e, desde janeiro de 2014, intensificou o monitoramento para frequência
mensal em parte dos pontos com os parâmetros básicos que compões o Índice de Qualidade das
Águas (IQA) e tem realizado monitoramento semanal de cianobactérias em algumas localidades.
O IGAM monitora 44 pontos na porção mineira da bacia, com frequência trimestral, sendo 6 na
calha principal do rio Paraíba do Sul. A Figura 3 apresenta os pontos de monitoramento de
qualidade de água na bacia.

Figura 3: Pontos de monitoramento de qualidade de água.

69. Como medida emergencial de acompanhamento, é importante a intensificação


desse monitoramento, principalmente na calha do rio Paraíba do Sul. Recomenda-se, portanto,
que as estações listadas na Tabela 3 operem com frequência mensal. Os parâmetros a serem
analisados dependem da capacidade operacional de cada órgão que realiza o monitoramento, no
entanto como recomendação geral sugere-se a análise, quando possível, dos seguintes
parâmetros: Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Coliformes
termotolerantes ou Escherichia coli, Turbidez, Fósforo Total, Nitrogênio Total, pH, Sólidos
Totais, Clorofila a (em reservatórios), Cianobactérias (em reservatórios e a jusante das
represas). Sugere-se que os dados resultantes de todos os parâmetros analisados sejam enviados
para a ANA em planilha Excel mensalmente.
Tabela 3: Pontos com intensificação do monitoramento qualitativo.
Pontos de Monitoramento Coletas em 2013 Responsável
00RJ02PS0410 13 INEA
00RJ02PS0413 13 INEA
00RJ02PS0415 13 INEA
00RJ02PS0418 13 INEA
00RJ02PS0419 13 INEA
00RJ02PS0421 13 INEA
00RJ02PS0423 13 INEA
00RJ02PS0425 13 INEA
00RJ02PS0430 12 INEA
00RJ02PS0431 12 INEA
00RJ02PS0432 12 INEA
00RJ02PS0434 12 INEA
00RJ02PS0436 12 INEA
00RJ02PS0439 12 INEA
00RJ02PS0441 12 INEA
01RJ02FN0130 13 INEA
01RJ02SC0200 13 INEA
BS062 4 IGAM
BS052 4 IGAM
BS060 4 IGAM
BS070 4 IGAM
BS075 4 IGAM
BS079 4 IGAM
PARB02050 6 CETESB
PARB02300 6 CETESB
PARB02490 6 CETESB
PARB02600 6 CETESB
PARB02900 6 CETESB

70. Ressalta-se que a ANA, no âmbito do Programa Nacional de Avaliação de


Qualidade das Águas (PNQA), já repassou para os órgãos responsáveis pelo monitoramento de
qualidade das águas diversos equipamentos para a realização de campanhas (como veículos,
barcos, sondas, etc).
71. A CETESB opera atualmente na bacia uma estação de monitoramento contínuo a
jusante do reservatório de Santa Branca com medição de Turbidez, Temperatura, Oxigênio
Dissolvido, Condutividade e pH. O monitoramento contínuo é uma importante ferramenta para
detecção de alterações na qualidade da água de forma expedita e identificação de despejos
clandestinos. Sendo assim, recomenda-se a instalação de uma estação de monitoramento
contínuo a jusante do Reservatório de Funil, ponto que tem apresentado, segundo o INEA,
aumento nas concentrações de cianobactérias e já vem sendo monitorado semanalmente por esse
Instituto. A ANA poderá fornecer os equipamentos para instalação, caso o INEA se comprometa
com a operação e manutenção da estação automática.
72. Além disso, recomenda-se, para fins de interesse público, a elaboração pelos
órgãos estaduais responsáveis pelo monitoramento de boletins periódicos com as informações de
acompanhamento da qualidade das águas na bacia.
73. A ANA poderá solicitar a todos os responsáveis pela operação de sistemas de
abastecimento de água com captações localizadas nos reservatórios ou na calha principal do Rio
os dados de monitoramento de água bruta das captações. Para isso é importante que sejam
identificados interlocutores para casos de identificação de degradação da qualidade de água que
demandem alguma ação mais imediata. Poderá também ser estabelecido com os prestadores um
mecanismo de repasse dos dados de monitoramento das captações e a forma de contato diante de
eventuais problemas detectados.
74. De forma análoga, a ANA poderá solicitar aos operadores de hidrelétricas
existentes na bacia o envio dos dados de monitoramento de qualidade das águas nos
reservatórios.

VII.iii. Estabelecimento de regras e condições de restrição de uso para captações de


água na bacia do rio Paraíba do Sul.

75. Faz-se referência à avaliação do atendimento às demandas hídricas na bacia


hidrográfica do rio Paraíba do Sul, consolidada pelos órgãos gestores no documento “Dados de
Referência Acerca do Atendimento aos Usos Múltiplos pelo Sistema Hidráulico da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul”, de 11 de julho de 2014.

76. As demandas atuais foram consolidadas a partir dos seguintes dados: (i) usos
outorgados e em processo de regularização, localizados nos corpos hídricos de domínio da
União, constantes do banco de dados da ANA; (ii) usos outorgados e em processo de
regularização, localizados em corpos hídricos de domínio dos estados, encaminhados pelos
órgãos gestores estaduais; e (iii) estimativa dos usos existentes e não outorgados, encaminhada
pelos estados (Figura 3).
Figura 3: Consumos atuais nos trechos da bacia do rio Paraíba do Sul. (Fonte: DBR)

77. Observa-se que, atualmente, o consumo acumulado até o reservatório de Santa


Cecília, no rio Paraíba do Sul, foi estimado em 12,05 m³/s (sendo 2,21 m³/s no abastecimento
público, 4,05 m³/s no uso industrial, 5,05 m³/s na irrigação e 0,74 m³/s nos outros usos), ou seja,
caso se estabeleçam regras severas de restrição que conduzam a uma redução de 20% do
consumo, teríamos por resultado um acréscimo na disponibilidade na ordem de 2,4 m³/s.

78. O consumo acumulado no trecho compreendido entre o reservatório de Santa


Cecília e a foz do rio Paraíba do Sul, estimado em 150,82 m³/s (sendo 119 m³/s na transposição,
2,34 m³/s no abastecimento público, 3,47 m³/s na indústria, 25,33 m³/s na irrigação e 0,68 m³/s
nos outros usos), está diretamente relacionado à vazão transposta, em Santa Cecília, para o
reservatório de Santana (rio Piraí), sendo que eventuais medidas que permitam sua redução
poderão trazer impactos positivos na manutenção dos usos prioritários no Trecho 12 (vide Figura
3), entre a elevatória de Santa Cecília e a foz do rio Paraíba do Sul.

79. Cabe frisar que eventuais adaptações relacionadas às flutuações de nível e


características locais do corpo hídrico no local da interferência são de responsabilidade dos
usuários outorgados, incluindo tanques-rede, pontos de captação de água e de lançamento de
efluentes, uma vez que, nas análises realizadas pela ANA, as respectivas coordenadas
geográficas servem de referência para a realização do balanço qualiquantitativo dos usos de
recursos hídricos.

80. Conclui-se, portanto, que a aplicação de regras de restrição, no momento, para os


usuários localizados na bacia de contribuição do reservatório de Santa Cecília, considerados os
impactos regulatórios decorrentes, não traria benefícios significativos para mitigar os efeitos da
crise hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul. Contudo, essa alternativa não deve ser descartada no
futuro, caso haja agravamento da situação.

VII.iv. Ações complementares nas captações para abastecimento público na calha do


rio Paraíba do Sul.

81. Dos 52 municípios banhados pelo rio Paraíba do Sul, ou seus reservatórios
formadores (Paraibuna e Paraitinga), 28 captam água do rio Paraíba do Sul para abastecimento
público e estão apresentados no Quadro 1.

Quadro 1. Municípios que captam no rio Paraíba do Sul para abastecimento público (Fonte:
Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, 2010)
População abastecida pelo rio Demanda média no rio
Município
Paraíba do Sul (hab.) Paraíba do Sul (L/s)
Aparecida/SP 34.498 92
Caçapava/SP 7.251 4
Guararema/SP 22.240 75
Jacareí/SP 170.803 517
Natividade da Serra/SP 2.788 9
Paraibuna/SP 5.131 12
Pindamonhangaba/SP 141.708 192
Redenção da Serra/SP 1.881 3
Santa Branca/SP 12.140 31
São José dos Campos/SP 469.000 1.578
Taubaté/SP 174.510 521
Tremembé/SP 16.251 32
Barra do Piraí/RJ 85.818 254
Barra Mansa/RJ 162.748 472
Cambuci/RJ 6.433 29
Campos dos Goytacazes/RJ 350.769 1.110
Itaocara/RJ 11.463 42
Paraíba do Sul/RJ 34.305 91
Pinheiral/RJ 18.948 53
Porto Real/RJ 13.655 42
Quatis/RJ 9.501 27
Resende/RJ 93.671 304
São Fidélis/RJ 24.590 79
São João da Barra/RJ 10.215 36
Sapucaia/RJ 4.659 33
Três Rios/RJ 68.158 206
Vassouras/RJ 19.154 58
Volta Redonda/RJ 255.584 737
82. Em 8 de novembro de 2014, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado
do Rio de Janeiro decidiu recomendar, à ANA, a adoção de ações preventivas adicionais para
enfrentar o eventual agravamento do estresse hídrico atual na bacia do rio Paraíba do Sul.

83. Assim, a ANA, que já vem acompanhando a situação de criticidade das captações
para abastecimento público ao longo da calha do rio Paraíba do Sul, propôs a execução de uma
campanha de vistorias às captações identificadas como, no mínimo, de médio risco no mapa
constante da Figura 4, de forma a identificar as medidas necessárias para adequação a atual
situação de escassez.

Figura 4: Avaliação do risco de problemas de abastecimento dos municípios da calha do rio


Paraíba do Sul. (Fonte: ANA/SPR)

84. Estas vistorias foram realizadas por técnicos da ANA, DAEE, INEA e AGEVAP,
no período de 17 a 21 de novembro de 2014, acompanhados por representantes do Ministério da
Integração e dos operadores de saneamento (Sabesp, Cedae, Saaetri, Saae Jacareí e P.M.Santa
Branca). A coordenação do Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação
Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul do CEIVAP (GTAOH) disponibilizou uma vaga para
participação aos membros do grupo, contudo não houve inscrições.

85. Nestas vistorias, os técnicos levantaram as características principais das captações


ao longo do rio Paraíba do Sul e identificaram alternativas de adequações necessárias no caso de
agravamento da situação atual, detalhadas no Anexo 1. Os resultados estão apresentados nos
Quadros 2 e 3, incluindo ações já identificadas em vistorias anteriores.
Quadro 2. Ações complementares identificadas nos municípios a montante de Santa Cecília.
Município Alternativas Observações
Necessária batimetria do fundo
do reservatório e avaliação da
Extensão da tubulação de
Natividade da Serra/SP redução da vazão captada em
recalque
face do aumento da altura
manométrica
Necessária batimetria do fundo
do reservatório e avaliação da
Extensão da tubulação de
Redenção da Serra/SP redução da vazão captada em
recalque
face do aumento da altura
manométrica
Necessária vistoria na captação
e soleira de nível para
levantamento de alternativas –
Paraibuna/SP
redução do nível do rio traz
impacto direto na vazão
bombeada
Alternativa 1: extensão da
tubulação da sucção
Necessário o levantamento da
Santa Branca/SP
seção do rio
Alternativa 2: enrocamento
parcial da margem oposta
Enrocamento parcial da Necessário o levantamento da
Guararema/SP
margem oposta seção do rio
Alternativa 1: instalação de
conjunto moto-bomba em
flutuante Alternativa 1: instalação de
Jacareí/SP
stop-logs
Alternativa 2: manutenção da
soleira de nível
Alternativa 1:
impermeabilização da soleira
de nível
Necessário o levantamento da
São José dos Campos/SP
seção do rio
Alternativa 2: dragagem do
canal de derivação e do leito do
rio
Alternativa 1: dragagem do
canal de derivação e do leito do
rio.
Necessário o levantamento da
Taubaté/Tremembé/Caçapava/SP
seção do rio
Alternativa 2: instalação de
conjunto moto-bomba em
flutuante
Alternativa 1: dragagem do
canal de derivação e do leito do
rio
Necessário o levantamento da
Pindamonhangaba/SP
Alternativa 2: instalação de seção do rio
conjunto moto-bomba em
flutuante (recalque direto ao
desarenador)
Alternativa 1: dragagem do
leito do rio
Necessária vistoria na captação
Aparecida/SP Alternativa 2: instalação de para diagnóstico da situação e
conjunto moto-bomba em confirmação das alternativas
flutuante (recalque direto à
ETA)
O SAAE de Cruzeiro está
Nova captação no rio Paraíba
Cruzeiro/SP licitando a elaboração do
do Sul e nova ETA
projeto da alternativa
Instalação de conjunto moto-
Projeto desenvolvido pela
Barra Mansa/RJ bomba em flutuante (recalque
AGEVAP
direto ao poço de sucção)
Barra do Piraí/RJ - Pinheral - -
Instalação de conjunto moto-
Barra do Piraí/RJ - Vargem Alegre bomba em flutuante (recalque -
direto ao poço de sucção)
Reativação da captação na
entrada do túnel da
Barra do Piraí/RJ - Nelson Carneiro -
transposição na elevatória
Santa Cecília

Quadro 3. Ações complementares identificadas nos municípios a jusante de Santa Cecília.


Município Alternativas Observações
Barra do Piraí/RJ - Santa Cecília - -
Alternativamente pode ser
construída barragem de nível
Instalação de conjunto moto-
na entrada do canal de
Barra do Piraí/RJ - Carola bomba em flutuante (recalque
aproximação e a captação
direto ao poço de sucção)
flutuante servirá para transpor
a água para o canal
Alternativa 1: dragagem do
Alternativa 1: Pode ser
braço de rio
necessária escavação em rocha
na região da “entrada” do braço
Barra do Piraí/RJ - Vila Helena Alternativa 2: instalação de de rio
conjunto moto-bomba em
flutuante e linha de recalque
Necessário o levantamento da
(recalque direto ao poço de
seção do rio
sucção)
Barra do Piraí/RJ - Matadouro - -
Instalação de conjunto moto-
Barra do Piraí/RJ - Coimbra bomba em flutuante (recalque -
direto ao poço de sucção)
Alternativa 1: construção de
barragem de nível a jusante do
ponto de captação
Vassouras/RJ
Alternativa 2: Instalação de
conjunto moto-bomba em
flutuante (recalque à caixa de
areia)
Alternativa 1: escavação (em
rocha) para aprofundar o canal
de aproximação
Paraíba do Sul/RJ -
Alternativa 2: Relocar o ponto
de captação diretamente para o
curso do rio (conjunto(s)
elevatório(s) sobre flutuante)
Alternativa 1: construir
barragens de nível a jusante do
ponto de captação e da
confluência de dois braços do
rio
Alternativa 2: É preciso avaliar
Três Rios/RJ a melhor localização para o
Alternativa 2: relocação do ponto de captação
ponto de captação para outro
braço do rio (conjuntos
elevatórios sobre flutuante e
construção de linha de
recalque)
Escavar (em rocha) canal para Serviço previsto na resolução
interligação do curso principal de outorga do AHE Simplício –
Sapucaia/RJ
do rio Paraíba do Sul ao braço Resolução ANA nº 713/2013,
onde está localizada a captação Art. 1º, § 2º, inciso II
As linhas de sucção podem ser Avaliar a redução da vazão
Itaocara/RJ estendidas em 3 ou 5 m em captada em face do aumento da
direção ao eixo do leito do rio altura manométrica
As linhas de sucção podem ser Avaliar a redução da vazão
Itaocara/RJ – Portela estendidas em 3 ou 5 m em captada em face do aumento da
direção ao eixo do leito do rio altura manométrica
A tubulação de sucção ainda
Itaocara/RJ - Batatal -
pode ser rebaixada
As linhas de sucção podem ser Avaliar a redução da vazão
Cambuci/RJ estendidas em 3 ou 5 m em captada em face do aumento da
direção ao eixo do leito do rio altura manométrica
Manutenção das condições de
São Fidélis/RJ - Pureza - fluxo da água por meio de
Limpeza (dragagem/escavação)
Alternativa 1: dragagem do
braço do e extensão das linhas Talvez seja necessário instalar
de sucção novas bombas sobre flutuantes

Alternativa 2: (caso a É preciso avaliar melhor a


alternativa 1 não se mostre profundidade do braço de rio
São Fidélis/RJ viável) relocação do ponto de
captação para o braço
É preciso avaliar o melhor
principal, por meio da
ponto no braço principal
instalação de conjunto
elevatório sobre flutuante e
construção de linha de recalque
(operação em série)
Transferência da captação de
água para abastecimento da
Aumento da vazão captada
São João da Barra/RJ região para algo em torno de
para 400 L/s
16 km a montante, na região de
Barcelos

86. Resultado desse levantamento, as Diretorias do CEIVAP e do CBH-Guandu


autorizaram o financiamento, pela AGEVAP, com recursos da Cobrança, de ações em captações
de água para abastecimento público de municípios fluminenses e paulistas, conforme Quadro 4.

Quadro 4. Ações complementares a serem financiadas pelo CEIVAP e CBH-GUANDU (Fonte:


AGEVAP).
VALOR
ITEM MACROAÇÕES GESTOR MUNICÍPIO ESTADO
R$

Instalação de bomba autoescorvante com maior


1 AGEVAP Barra do Piraí RJ 225.000,00
altura de sucção no Sistema ETA Nelson Carneiro

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


2 na calha do rio no Sistema ETA Morro Paraiso - AGEVAP Barra do Piraí RJ 840.000,00
Captação ETA Carola

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


3 na calha do rio no Sistema ETA Arthur Cataldi AGEVAP Barra do Piraí RJ 610.000,00
Coimbra

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


4 AGEVAP Vassouras RJ 640.000,00
na calha do rio no Sistema ETA Itakamosi

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


5 AGEVAP Vassouras RJ 805.000,00
na calha do rio no Sistema ETA Barão de Vassouras

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


6 AGEVAP Vassouras RJ 530.000,00
na calha do rio no Sistema ETA Andrade Pinto

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


7 AGEVAP Sapucaia RJ 955.000,00
na calha do rio no Sistema ETA Sapucaia

8 Prolongamento da tubulação existente AGEVAP São Fidelis RJ 65.000,00

9 Construção de poço artesiano AGEVAP São João da Barra RJ 1.100.000,00

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


10 AGEVAP Volta Redonda RJ 1.000.000,00
na calha do rio no Sistema ETA Belmonte

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


11 AGEVAP Barra Mansa RJ 1.000.000,00
na calha do rio no Sistema ETA Barra Mansa

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


12 AGEVAP Três Rios RJ 800.000,00
na calha do rio no Sistema ETA

13 Adequação de crivo e tubulações de captação SABESP Guararema SP 10.000,00

São José dos


14 Dessassoreamento do rio SABESP SP 490.000,00
Campos

Construção de muro de contenção e substituição de


15 SABESP Tremenbé SP 1.150.000,00
bomba e nova entrada de energia

16 Dessassoreamento do rio SABESP Pindamonhangaba SP 10.000,00

17 Dessassoreamento do rio SABESP Redenção da Serra SP 290.000,00

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


18 na calha do rio no Sistema ETA - projeto a ser AGEVAP Aparecida SP 600.000,00
elaborado pela SABESP

Construção de sistema de barramento - projeto a


19 AGEVAP Natividade SP 1.500.000,00
ser elaborado pelo DAAE

Instalação de conjunto flutuante com motobomba


20 MUNICÍPIO Jacarei SP 800.000,00
na calha do rio no Sistema ETA Central

Total/estado Rio de Janeiro 8.570.000,00


Total/estado São Paulo 4.850.000,00
Total geral 13.420.000,00
VIII. Conclusões e Encaminhamentos

87. Tendo em vista que a bacia do rio Paraíba do Sul passa por uma das piores secas
dos últimos 84 anos do histórico de dados e que o período chuvoso 2014-2015 se iniciou com as
piores vazões afluentes do histórico, a ANA, em articulação com os órgãos gestores de SP, MG e
RJ, o ONS e o CEIVAP, continuará buscando preservar os estoques disponíveis de água no
reservatório equivalente desta bacia, com possibilidade de emissão de novas resoluções que
reduzam ainda mais as vazões afluentes a Santa Cecília, bem como as vazões defluentes mínimas
dos reservatórios de Santa Branca e Jaguari.
88. Além disso, diante da possibilidade concreta de agravamento da crise hídrica,
recomenda-se aos responsáveis pela prestação dos serviços de abastecimento de água a
implementação de ações de adaptação das captações para abastecimento público no rio Paraíba
do Sul descritas neste documento.
89. Também, recomenda-se intensificar o monitoramento da qualidade da água em
pontos específicos da bacia, por meio da atuação dos órgãos estaduais responsáveis e apoio da
ANA, visando alertar os usuários quando da ocorrência de degradação da qualidade da água e
dar suporte às decisões quanto à operação dos reservatórios.
90. Identifica-se também a alternativa de utilização de volumes localizados abaixo
dos níveis mínimos operacionais dos reservatórios da bacia, de forma concomitante às
adequações das captações que dependem destes reservatórios.
91. Por fim, não se recomenda, no momento, a adoção de restrição de usos no rio
Paraíba do Sul. Contudo, esta alternativa não deve ser descartada no futuro, caso seja necessário
em função do agravamento da situação.
ANEXO 1
(Fichas Técnicas)
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Santa Branca/SP

Caracterização
da captação
existente

Tubulação de sucção Elevatória

A captação atende uma população de aproximadamente 18.000 hab.


Verificou-se que atualmente a vazão captada no rio é superior a
demandada pelo município, devido a utilização de conjunto moto-bomba
de potência superior a necessária e, desta forma, a estação de
bombeamento retorna ao rio parte da vazão captada.
O crivo da tubulação de sucção está relativamente raso, mas atende a
vazão bombeada na ordem de 0,05 m³/s.

Alternativas de
adequações
necessárias

Alternativa 1: extensão da tubulação da sucção para um ponto do rio com


maior profundidade.

Alternativa 2: enrocamento parcial da margem oposta para


direcionamento do fluxo do rio em condições de vazões mínimas. Será
necessário o levantamento da seção do rio para orientar os trabalhos.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Guararema/SP

Caracterização
da captação
existente

Tubulação de sucção Elevatória

A captação atende uma população de aproximadamente 22.000 hab.

Segundo relatos dos funcionários da Estação de bombeamento, o nível do


rio encontra-se mais baixo do que o habitual. Porém a tomada d’água
ainda não encontra-se em situação crítica. O crivo da tubulação de sucção
está em uma profundidade de 1,5m, distante 1,5m do fundo do rio, e
atende a vazão bombeada na ordem de 0,07 m³/s.

Alternativas de
adequações
necessárias

Alternativa 1: enrocamento parcial da margem oposta para


direcionamento do fluxo do rio em condições de vazões mínimas. Será
necessário o levantamento da seção do rio para orientar os trabalhos.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Jacareí/SP

Caracterização
da captação
existente

Soleira de Nível Entrada do canal de derivação

Grades Poço de sucção

Macrófitas Elevatória

A captação atende uma população de aproximadamente 190.000 hab.


Verificou-se que a captação é realizada através de uma pequena
derivação no rio. Fora executada, em momento passado, enrocamento
sob a ponte a jusante da captação com o objetivo de se manter um nível
adequado para a tomada d’água.
Pelo observado tem-se que a situação da tomada d’água está próxima ao
limite, ou seja, se o nível do rio descer mais um pouco, isso certamente
afetará a captação.
O canal de derivação encontra-se assoreado, sendo mantida uma
profundidade mínima que permite a passagem da vazão bombeada na
ordem de 0,65 m³/s.
Alternativas de
adequações
necessárias

Alternativa 1: instalação de conjunto moto-bomba em flutuante no ponto


mais favorável do rio para recalque direto ao poço de sucção, com
instalação de stop-logs novos no lugar das grades.

Alternativa 2: manutenção da soleira de nível para condições de vazões


mínimas.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito São José dos Campos/SP

Caracterização
da captação
existente

Soleira de Nível Entrada do canal de derivação

Canal de derivação Comportas do poço de sucção

Limpeza de macrófitas Elevatória

A captação atende uma população de aproximadamente 600.000 hab.

O canal de derivação encontra-se assoreado, com uma profundidade


mínima que permite a passagem da vazão bombeada na ordem de 2 m³/s.
Verificou-se a necessidade de retirada de macrófitas que se formam em
abundância na superfície do rio. A situação da tomada d’água não é
crítica.
Alternativas de
adequações
necessárias

Alternativa 1: impermeabilização da soleira de nível de forma a evitar o


rebaixamento do nível do canal de derivação ocasionado por fugas de
água na base da soleira, em condições de vazões mínimas.

Alternativa 2: dragagem do canal de derivação e do leito do rio. Será


necessário o levantamento da seção do rio para orientar os trabalhos.
Existe a possibilidade de voltar o assoreamento rapidamente,
considerando as condições de transporte de sedimentos no trecho do rio.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Taubaté, Tremembé e Caçapava/SP

Caracterização
da captação
existente

Canal de derivação Limpeza do canal de derivação

Tomada d’água Guias do stop-log

Grade Stop-log

Poço de Sucção Elevatória


A captação atende uma população de aproximadamente 350.000 hab.
Segundo relatos dos funcionários da Estação de Bombeamento de Água, o
rio apresenta na entrada do canal cerca de 30cm de lâmina d’água e na
região da captação cerca de 70cm de lâmina d’água. Pode-se verificar a
presença de bancos de areia. A situação da tomada d’água é crítica.
Está sendo mantida uma profundidade mínima que permite a passagem
da vazão bombeada (observar atividade de limpeza de macrófitas) na
ordem de 1,2 m³/s.
Alternativas de
adequações
necessárias

Alternativa 1: dragagem do canal de derivação e do leito do rio. Será


necessário o levantamento da seção do rio para orientar os trabalhos.
Existe a possibilidade de voltar o assoreamento rapidamente,
considerando as condições de transporte de sedimentos no trecho do rio.

Alternativa 2: instalação de conjunto moto-bomba em flutuante no ponto


mais favorável do rio para recalque direto ao poço de sucção, com
vedação por meio dos stop-logs.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Pindamonhangaba/SP

Caracterização
da captação
existente

Canal de derivação Tomada d’água

Grade Guia do stop-log

Poço de sucção Elevatória do desarenador

Entrada Desarenador Elevatória final


A captação atende uma população de aproximadamente 140.000 hab.
Foi possível verificar a presença de banco de areia junto a derivação do rio
e segundo relatos dos funcionários da Estação de bombeamento, o canal
encontra-se muito assoreado, contendo apenas uma lâmina d’água de
cerca de 20cm e abaixo desta há cerca de 100cm de areia até o fundo do
canal, o que permite a passagem da vazão bombeada (observar
velocidade acima do normal na grade) na ordem de 0,5 m³/s.
Alternativas de
adequações
necessárias

Alternativa 1: dragagem do canal de derivação e do leito do rio. Será


necessário o levantamento da seção do rio para orientar os trabalhos.
Existe a possibilidade de voltar o assoreamento rapidamente,
considerando as condições de transporte de sedimentos no trecho do rio.

Alternativa 2: instalação de conjunto moto-bomba em flutuante no ponto


mais favorável do rio para recalque direto à entrada do desarenador em
substituição à elevatória existente.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito São Fidelis/RJ – Sede
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul
existente e (num braço do rio), na área urbana da cidade.
observações de • Captação fixa composta por uma estação elevatória de água bruta,
campo com dois conjuntos elevatórios que operam em paralelo (sem conjunto
reserva), localizada na margem do rio, e por quatro linhas de sucção
fixas (apenas duas estão em operação) em aço carbono de 250 mm.
• Vazão captada: 120 L/s, 24 h/dia (atende 35.000 pessoas
satisfatoriamente).
• Com nível de água baixo como os verificados em outubro desse ano
(leitura na régua da estação São Fidelis – 58880001 – igual a 15 cm) o
fluxo de água no braço onde ocorre a captação é prejudicado devido a
formação de um banco de areia na região da bifurcação do rio.
• As tubulações de sucção foram estendidas (verticalmente) em 35 cm
para permitir a operação em outubro desse ano. Não é possível baixar
mais a extremidade das tubulações.

Inoperante em operação

Vista do ponto de captação – Tomada d’água – tubulações de


tomada d’água sucção (fixas)

Rio Paraíba do Sul (braço) a Rio Paraíba do Sul (braço) a


montante do ponto de captação jusante do ponto de captação
Alternativas ou Alternativa 1: dragagem do braço do rio onde está localizada a captação
adequações (400 m x 100 m) e extensão das linhas de sucção em direção ao eixo do
necessárias: braço de rio (30 m). Talvez seja necessário instalar novas bombas na
extremidade das linhas de sucção estendidas, sobre flutuantes, para
garantir a vazão demandada, em face da maior altura manométrica. É
preciso avaliar melhor a profundidade do braço de rio e a viabilidade
dessa alternativa.
Alternativa 2: (caso a alternativa 1 não se mostre viável) relocação do
ponto de captação para o braço principal, por meio da instalação de
conjunto elevatório sobre flutuante e construção de linha de recalque
para interliga-la à estação elevatória existente (operação em série). É
preciso avaliar o melhor ponto de captação: no braço principal, do lado
oposto da ilhota existente ( 300 m); a montante da bifurcação do rio (
500 m); a jusante da bifurcação ( 500 m); ou ainda outro. Talvez possa
ser uma instalação temporária, para operar apenas quando o nível do rio
está muito baixo.

Ilustração de uma alternativa de relocação do ponto de captação para o


braço principal do rio (conjunto elevatório flutuante e linha de recalque
com cerca de 300 m de extensão).
Também, indicação da região a ser dragada para melhorar as condições
de fluxo no braço onde está localizada a captação atualmente.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito São Fidelis/RJ – Pureza
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem esquerda do rio Paraíba do
existente e Sul, no distrito de Pureza.
observações de • Captação fixa composta por uma estação elevatória de água bruta
campo localizada em um terreno na margem do rio, com apenas um conjunto
elevatório (sem conjunto reserva), e por uma linha de sucção fixa de
100 mm.
• Vazão captada: 12 L/s, 24 h/dia (atende 3.500 pessoas
satisfatoriamente).
• Foi realizada uma dragagem/escavação na região da captação e a
tubulação de sucção foi estendida (verticalmente) em 35 cm. Com
essas ações a unidade opera normalmente e ainda é possível, se
necessário, rebaixar ainda mais a extremidade da tubulação de sucção.

Ponto de captação do distrito Ponto de captação do distrito


Pureza no Rio Paraíba do Sul (vista Pureza no Rio Paraíba do Sul
jusante-montante) (vista montante- jusante)

Localização do ponto de captação do distrito


Pureza
Alternativas ou Apenas a manutenção das condições de fluxo da água por meio de
adequações limpeza, dragagem/escavação na região próxima à tomada d’água deve
necessárias: ser suficiente para manter a operação regular da unidade.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Cambuci/RJ
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem esquerda do rio Paraíba do
existente e Sul, na área urbana da cidade.
observações de • Captação fixa composta por uma estação elevatória de água bruta,
campo com dois conjuntos elevatórios (um deles reserva), localizada em um
terreno na margem do rio, e por duas linhas de sucção fixas de aço
carbono de 200 mm.
• Vazão captada: 30 L/s, 24 h/dia (atende 9.000 pessoas
satisfatoriamente, embora haja uma limitação de capacidade na ETA).
• A unidade opera normalmente e no momento da vistoria havia uma
folga de 1,6 m acima da extremidade das linhas de sucção (crivos). Se
necessário, as linhas de sucção podem ser estendidas, projetadas mais
para o eixo do leito do rio, onde a profundidade alcança mais de 2 m
logo adiante.

Ponto de captação de Cambuci no rio Paraíba do Sul

Localização do ponto de captação de Cambuci

Alternativas ou Se necessário, as linhas de sucção podem ser estendidas em 3 ou 5 m em


adequações direção ao eixo do leito do rio, de modo a permitir a continuidade da
necessárias: operação em caso de redução acentuada do nível de água. (Obviamente,
se houver essa necessidade, será preciso avaliar a redução da vazão
captada em face do aumento da altura manométrica.)
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Itaocara/RJ – Sistema Integrado Itaocara-Aperibé-Cambuci
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul,
existente e na área urbana da cidade.
observações de • Captação fixa composta por uma estação elevatória de água bruta,
campo com dois conjuntos elevatórios (um deles reserva), localizada em um
terreno na margem do rio, e por duas linhas de sucção fixas de aço
carbono de 250 mm.
• Vazão captada: 80 L/s, 24 h/dia (atende satisfatoriamente a sede
municipal de Itaocara, os distritos Flexeiras e Funil, de Cambuci, e
cerca de 25% da demanda da sede de Aperibé).
• A unidade opera normalmente e no momento da vistoria havia uma
folga de nível da água de 1 m acima da extremidade das linhas de
sucção (crivos). As tubulações de sucção foram estendidas
(verticalmente) em 40 cm para permitir a operação no período crítico
recente. Se necessário, as linhas de sucção podem ser estendidas,
projetadas mais para o eixo do leito do rio.

Ponto de captação do Sistema Integrado Itaocara-Aperibé-Cambuci:


Tubulações de sucção à esquerda e localização da captação à direita.

Rio Paraíba do Sul a montante do Rio Paraíba do Sul a jusante do


ponto de captação do Sistema ponto de captação do Sistema
Integrado Itaocara-Aperibé- Integrado Itaocara-Aperibé-
Cambuci Cambuci
Alternativas ou Se necessário, as linhas de sucção podem ser estendidas em 3 ou 5 m em
adequações direção ao eixo do leito do rio, de modo a permitir a continuidade da
necessárias: operação em caso de redução acentuada do nível de água. (Obviamente,
se houver essa necessidade, será preciso avaliar a redução da vazão
captada em face do aumento da altura manométrica.)
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Itaocara/RJ – Portela
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul,
existente e na área urbana do distrito.
observações de • Captação fixa composta por uma estação elevatória de água bruta,
campo com dois conjuntos elevatórios (um deles reserva), localizada em um
terreno na margem do rio, e por duas linhas de sucção fixas de aço
carbono de 200 mm.
• Vazão captada: 12 L/s, 24 h/dia (atende satisfatoriamente uma
população de 3.500 habitantes no distrito de Portela, em Itaocara, e no
distrito de Três Irmãos, em Cambuci).
• A unidade opera normalmente. As tubulações de sucção foram
estendidas (verticalmente) em 40 cm para permitir a operação no
período crítico recente. Se necessário, as linhas de sucção podem ser
estendidas, projetadas mais para o eixo do leito do rio.

Ponto de captação do distrito


Portela: Tomada de água à
esquerda e localização da
captação abaixo.

Alternativas ou Se necessário, as linhas de sucção podem ser estendidas em 3 ou 5 m em


adequações direção ao eixo do leito do rio, de modo a permitir a continuidade da
necessárias: operação em caso de redução acentuada do nível de água. (Obviamente,
se houver essa necessidade, será preciso avaliar a redução da vazão
captada em face do aumento da altura manométrica.)
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Itaocara/RJ – Batatal
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul
existente e (num braço do rio), na área urbana do distrito.
observações de • Captação fixa composta por uma pequena estação elevatória de água
campo bruta, com um único conjunto moto-bomba montado sobre o próprio
poço de sucção, localizada em um terreno na margem do rio (terreno
privado que não pertence à CEDAE).
• Vazão captada: 3 L/s, 24 h/dia (atende satisfatoriamente uma
população de 800 habitantes).
• A unidade opera normalmente e na ocasião da vistoria havia uma
folga de nível de água de cerca de 1 m acima da tubulação de entrada
do poço de sucção. Recentemente a tubulação de sucção foi
rebaixada em 40 cm para adequar-se ao nível d’água do rio e ainda
pode ser rebaixada mais.
• Há uma perspectiva de abastecer o distrito a partir do Sistema
Integrado de Itaocara, por meio de uma adutora.

Ponto de captação do distrito


Batatal: Estação elevatória à
esquerda e localização da captação
abaixo.

Alternativas ou Não foi apontada dificuldade operacional decorrente do nível de água do


adequações rio e, por conseguinte, nenhuma medida de contingência foi levantada.
necessárias: Em todo caso, se necessário, a tubulação de sucção ainda pode ser
rebaixada para adequar-se ao nível de água no rio.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Sapucaia/RJ
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul
existente e (num braço do rio), na extremidade leste da área urbana da cidade,
observações de numa seção do Trecho de Vazão Reduzida-TVR do AHE Simplício.
campo • Captação fixa composta por uma estação elevatória de água bruta
(projetada sobre o braço de rio), com dois conjuntos elevatórios (um
deles reserva). Atualmente, em razão do nível d’água no ponto de
captação, a unidade opera com três conjuntos elevatórios de menor
porte, instalados sobre flutuantes, ao lado da captação fixa.
• Vazão captada: 23 L/s, 24 h/dia (atende cerca de 12.000 pessoas
satisfatoriamente).
• Como a captação está localizada no TVR do AHE Simplício, num braço
do rio onde o fluxo da água é bastante restrito quando a vazão
defluente da PCH Anta está reduzida, há dificuldade para manter um
nível mínimo para operação dos conjuntos elevatórios. Além disso,
essa restrição de fluxo (que chega a estagnação nos períodos mais
críticos) prejudica bastante a qualidade da água, favorecendo a
deposição de detritos e vegetação no entorno da captação.
• A captação por meio da instalação fixa não é possível com o atual
nível de água. Foi construído um pequeno barramento, com sacos de
areia, para aumentar o nível da água no ponto de captação e permitir
a operação dos três conjuntos moto-bomba sobre flutuantes.
Também foi instalada uma captação flutuante no curso principal do
rio, por meio da qual é possível aduzir água para o braço onde está
localizada a captação fixa, quando o nível de água está muito baixo e
fluxo pelo braço cessa. Essa instalação “emergencial” foi implantada e
é mantida pela concessionária FURNAS (responsável pelo AHE
Simplício), que somente a aciona quando o nível de água no braço de
rio atinge níveis que não permitem a operação dos conjuntos
elevatórios da CEDAE.

Estação Elevatória
de Água Bruta

Sucção fixa
(inoperante)

Rio Paraíba do Sul (braço) a Rio Paraíba do Sul (braço) a


montante do ponto de captação jusante do ponto de captação
Captação
flutuante
Baramento de nível emergencial
emergencial (sacos de areia) (FURNAS)
Captação Sapucaia num braço do rio Paraíba do Sul – Estação
elevatória fixa, barramento de nível e captação flutuante emergenciais.
Conjuntos
elevatórios
sobre
flutantes À esquerda, conjuntos elevatórios
instalados sobre flutuantes, ao lado
da estação elevatória de água
bruta, e respectivas tubulações de
recalque (lançando diretamente no
canal desarenador da estação
elevatória).

Abaixo, localização da captação de


Sapucaia num braço do rio Paraíba
do Sul, no TVR do AHE Simplício.
Tubulações
de recalque

Alternativas ou Alternativa 1: escavar (em rocha) canal para interligação do curso


adequações principal do rio Paraíba do Sul ao braço onde está localizada a captação
necessárias: de Sapucaia, conforme previsto na resolução de outorga do AHE
Simplício – Resolução ANA nº 713/2013, Art. 1º, § 2º, inciso II.

Canal (is) a escavar

Ilustração da alternativa de escavação de canal (ou canais) para


interligação do curso principal ao braço de rio onde está localizada a
captação de Sapucaia.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Três Rios/RJ
Caracterização • Operador: SAAETRI
da captação • Ponto de captação localizado na margem esquerda do rio Paraíba do
existente e Sul (num braço do rio), a montante da área urbana da sede municipal.
observações de • Captação fixa composta por uma tomada d’água direta na margem do
campo braço de rio e de uma estação elevatória de água bruta com três
conjuntos elevatórios (operam em conjunto conforme demanda e
nível do reservatório geral).
• Vazão captada: em média 260 L/s, 24 h/dia (atende satisfatoriamente
97% da demanda do município, além do distrito Barão de Angra, no
município de Paraíba do Sul, – aproximadamente 75.000 pessoas).
• O nível do braço de rio na tomada d’água está baixo, na altura da
comporta inferior, mas até o momento não houve paralisação da
unidade.

Ponto de captação de Três Rios Ponto de captação de Três Rios


num braço do rio Paraíba do Sul – num braço do rio Paraíba do Sul –
vista de jusante vista de montante

Localização do ponto de captação de Três Rios em um braço do


rio Paraíba do Sul
Alternativas ou Alternativa 1: construir barragens de nível a jusante do ponto de
adequações captação e da confluência de dois braços do rio.
necessárias:
Alternativa 2: relocação do ponto de captação para outro braço do rio
onde o fluxo e o nível de água são mais favoráveis, por meio da
instalação de conjuntos elevatórios sobre flutuante e construção de linha
de recalque para interligá-los ao poço de sucção da estação elevatória
existente ( 100 m). É preciso avaliar a melhor localização para o ponto
de captação.

Barragens
de nível

Ilustração das alternativas levantadas: construção de barragens de nível


a jusante da captação existente e relocação do ponto de captação para
outro braço de rio mais favorável.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Paraíba do Sul/RJ
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul,
existente e na região central da área urbana da sede municipal.
observações de • Captação fixa composta por tomada d’água através de um pequeno
campo canal de aproximação, dois canais desarenadores e estação elevatória
de água bruta com dois conjuntos elevatórios.
• Vazão captada: 160 L/s, 24 h/dia (atende aproximadamente 32.000
pessoas satisfatoriamente).
• A unidade opera normalmente, apesar do reduzido nível da água no
canal de aproximação. Recentemente foi realizada uma
limpeza/escavação no canal para melhorar o acesso da água.

Ponto de captação de Paraíba do Sul:


tomada de água à esquerda e canal
de aproximação à direita.

Localização do ponto de captação de Paraíba do Sul no próprio rio


Paraíba do Sul
Alternativas ou Alternativa 1: escavação (em rocha) para aprofundar o canal de
adequações aproximação.
necessárias:
Alternativa 2: se o nível de água for reduzido a ponto de dificultar o
acesso à tomada de água (estima-se que isso possa ocorrer com lâminas
d´água inferiores a 10 cm acima da soleira da comporta), será necessário
relocar o ponto de captação diretamente para o curso do rio, por meio
da instalação de conjunto(os) elevatório(s) sobre flutuante, de modo a
permitir a transposição de água para os canais desarenadores da estação
elevatória existente.

Região do canal de
aproximação a ser
escavada

Ilustração das alternativas: aprofundamento do canal de aproximação


e captação flutuante diretamente no curso do rio Paraíba do Sul
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Vassouras/RJ – Barão de Vassouras
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul,
existente e no distrito Barão de Vassouras, distante aproximadamente 4 km da
observações de sede municipal.
campo • Captação fixa, com tomada de água por gravidade (por meio de duas
tubulações submersas), dois canais desarenadores e uma estação
elevatória de água bruta com dois conjuntos elevatórios (um deles
reserva), localizada na margem do rio.
• Vazão captada: 95 L/s, 24 h/dia (atende cerca de 25.000 pessoas na
sede urbana e no distrito de Barão de Vassouras satisfatoriamente).
• A unidade opera normalmente, apesar do reduzido nível da água no
ponto de captação. No na ocasião da vistoria, havia uma folga de nível
de cerca de 50 cm acima da extremidade das tubulações de tomada
de água.

Ponto de captação de
Vassouras, no distrito Barão
de Vassouras (localização e
vista do rio no ponto de
captação)

Alternativas ou Alternativa 1: construção de barragem de nível no rio Paraíba do Sul,


adequações imediatamente a jusante do ponto de captação, com cerca de 50 m de
necessárias: extensão.

Alternativa 2: se o nível de água for reduzido abaixo da geratriz superior


das tubulações de tomada de água, será necessário relocar o ponto de
captação mais para o eixo do curso do rio, por meio da instalação de
conjunto(os) elevatório(s) sobre flutuante, de modo a permitir a
transposição de água para os canais desarenadores da estação elevatória
existente.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Barra do Piraí/RJ – Carola
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul
existente e (num braço de rio que foi transformado em canal de aproximação), na
observações de zona urbana da sede municipal.
campo • Captação fixa composta por tomada d’água através de canal de
aproximação e estação elevatória de água bruta com três conjuntos
elevatórios, dois de 125 cv e um de 75 cv.
• Vazão captada: 76 L/s, 24 h/dia (atende cerca de 75% da demanda do
município).
• Na ocasião da vistoria a unidade operava normalmente e havia uma
lâmina de água de cerca de 1 m no canal de aproximação. No entanto,
quando o nível da água no rio está baixo, menor que 50 cm, o acesso
da água ao poço de sucção da elevatória é comprometido.

Tomada d’água da captação Canal de aproximação da


Carola – Barra do Piraí captação Carola – Barra do Piraí

Localização da captação Carola – Barra do Piraí

Alternativas ou Relocação da tomada de água para o curso d’água principal, na região da


adequações “entrada” do canal de aproximação, por meio da instalação de conjuntos
necessárias: elevatórios sobre flutuante e construção de linha de recalque para
interligá-los ao poço de sucção da estação elevatória existente ( 100 m).
Alternativamente, pode ser construída uma pequena barragem de nível
próxima à entrada do canal de aproximação, de modo a reduzir a
extensão da linha de recalque da captação flutuante.
É preciso avaliar a melhor localização para o ponto de captação.

Barragem de nível
na entrada do canal
de aproximação

Ilustração da alternativa de relocação da captação por meio de


nova tomada de água flutuante. Acima com linha recalque da
tomada de água até o poço de sucção da elevatória existente e
abaixo com uma barragem de nível para reduzir a extensão da linha
de recalque.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Barra do Piraí/RJ – Santa Cecília
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul,
existente e imediatamente a jusante da estação elevatória Santa Cecília.
observações de • Captação com tomada de água flutuante e estação elevatória de água
campo bruta localizada na margem do rio.
• Vazão captada: 34 L/s, 24 h/dia (atende cerca de 25% da demanda do
município).
• A unidade opera normalmente e mesmo no período crítico mais
recente não houve dificuldade operacional em virtude da flexibilidade
para ajustá-la ao nível da água (flutuante).

Captação Santa Cecília, em


Barra do Piraí: tomada de
água flutuante à esquerda e
localização do ponto de
captação abaixo.

Alternativas ou Não foi apontada dificuldade operacional decorrente do nível de água do


adequações rio e, por conseguinte, nenhuma medida de contingência foi levantada.
necessárias: Em todo caso, se necessário, a tomada d’água pode ser relocada mais
para o eixo do rio, ainda que, dependendo do deslocamento, seja
necessário instalar um conjunto elevatório na extremidade (bomba
submersa, por exemplo).
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Barra do Piraí/RJ – Matadouro
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem esquerda do rio Paraíba do
existente e Sul, na região central da área urbana da sede municipal.
observações de • Captação com tomada de água flutuante e estação elevatória de água
campo bruta localizada na margem do rio.
• Vazão captada: 36 L/s, 24 h/dia (atende satisfatoriamente 18% da
demanda da sede municipal).
• A unidade opera normalmente e mesmo no período crítico mais
recente não houve dificuldade operacional em virtude da flexibilidade
para ajustá-la ao nível da água (flutuante).

Captação Matadouro, em
Barra do Piraí: tomada de
água flutuante à esquerda e
localização do ponto de
captação abaixo.

Alternativas ou Não foi apontada dificuldade operacional decorrente do nível de água do


adequações rio e, por conseguinte, nenhuma medida de contingência foi levantada.
necessárias: Em todo caso, se necessário, a tomada d’água pode ser relocada mais
para o eixo do rio, ainda que, dependendo do deslocamento, seja
necessário instalar um conjunto elevatório na extremidade (bomba
submersa, por exemplo).
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Barra do Piraí/RJ – Vila Helena
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul
existente e (num braço de rio), na região central da zona urbana da sede
observações de municipal.
campo • Captação flutuante (conjunto elevatório de 15 cv instalado sobre
flutuante).
• Vazão captada: 17 L/s, 24 h/dia (podendo chegar, sazonalmente, a 30
L/s).
• A situação da captação é bastante desconfortável, particularmente
quando o nível de água no rio está baixo e consequentemente o fluxo
no braço é restrito. O braço de rio está assoreado e há grande
quantidade de vegetação desenvolvida, o quê, juntamente com o
lançamento de esgoto que se verifica na área, torna ainda mais
precária a situação da captação.

Captação
flutuante

Captação Vila Helena, em Barra do


Piraí: captação flutuante à esquerda
e vista do braço de rio onde está
localizada a captação à direita.

Localização da captação Vila Helena – Barra do Piraí


Alternativas ou Alternativa 1: dragagem do braço do rio onde está localizada a captação
adequações (250 m x 20 m). Talvez seja necessária escavação em rocha na região da
necessárias: “entrada” do braço de rio para facilitar o fluxo de água. É preciso avaliar
melhor a profundidade do braço de rio e a viabilidade dessa alternativa.
Escavação em rocha Dragagem/limpeza

Ilustração da alternativa de limpeza e dragagem do braço de rio onde


está localizada a captação Vila Helena, em Barra do Piraí.

Alternativa 2: (caso a alternativa 1 não se mostre viável) relocação do


ponto de captação para o braço principal, por meio da instalação de
conjunto elevatório sobre flutuante e construção de linha de recalque (
200 m). É preciso avaliar o melhor ponto de captação no braço principal.

Ilustração da alternativa de relocação da captação flutuante para o


curso d’água principal.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Barra do Piraí/RJ – Coimbra
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem esquerda do rio Paraíba do
existente e Sul, no distrito Coimbra.
observações de • Captação fixa com tomada de água por gravidade (por meio de
campo tubulação submersa) e estação elevatória de água bruta com dois
conjuntos elevatórios (um deles reserva), localizada em um terreno
na margem do rio.
• Vazão captada: 13 L/s, 24 h/dia (atende satisfatoriamente os distritos
de Coimbra e Arthur Catalddi).
• A unidade opera normalmente, apesar do reduzido nível da água no
ponto de captação. Na ocasião da vistoria, havia uma folga de nível de
cerca de 50 cm acima da extremidade da tubulação de tomada de
água. No período crítico mais recente foi instalada uma bomba
submersa auxiliar junto à tomada de água por gravidade.

Ponto de captação Coimbra, em Barra do Piraí (à esquerda, tomada de


água por gravidade – tubulação submersa; à direita, bomba submersa
auxiliar)

Localização da captação Coimbra – Barra do Piraí

Alternativas ou Relocação do ponto de captação em direção ao eixo do curso rio, por


adequações meio da instalação de conjunto elevatório sobre flutuante e construção
necessárias: de linha de recalque ( 50 m) para interligá-lo à estação elevatória
existente.
Ilustração da alternativa de relocação do ponto de captação por meio
de flutuante.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Barra do Piraí/RJ – Vargem Alegre
Caracterização • Operador: CEDAE
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul,
existente e no distrito Vargem Alegre.
observações de • Captação fixa com tomada de água por gravidade (por meio de
campo tubulação submersa) e estação elevatória de água bruta, com dois
conjuntos elevatórios, localizada em um terreno na margem do rio.
• Vazão captada: 15 L/s, 24 h/dia (atende satisfatoriamente o distrito
Vargem Alegre).
• A unidade opera normalmente, apesar do reduzido nível da água no
ponto de captação. Na ocasião da vistoria, havia uma folga de nível de
aproximadamente 40 cm acima da extremidade da tubulação de
tomada de água.

Ponto de captação Vargem Alegre, Tubulação de tomada de água


em Barra do Piraí (por gravidade) da captação de
Vargem Alegre

Localização do ponto de captação Vargem Alegre, em Barra


do Piraí

Alternativas ou Extensão da tubulação de tomada de água em direção ao eixo do rio (5 a


adequações 10 m) para adequá-la às flutuações do nível de água. Possivelmente será
necessárias: necessário instalar um conjunto elevatório na extremidade da tubulação
estendida (seja fixado diretamente na tubulação, seja montando sobre
um flutuante).
Ilustração da alternativa de extensão da tubulação de tomada de água
da captação de Vargem Alegre.
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Barra Mansa/RJ
Caracterização • Operador: SAAE Barra Mansa
da captação • Ponto de captação localizado na margem direita do rio Paraíba do Sul,
existente e na região central da zona urbana da sede municipal.
observações de • Captação fixa composta por uma torre de tomada de água,
campo tubulações de adução por gravidade e uma estação elevatória de
água bruta (com 12 conjuntos elevatórios), localizada em um terreno
na margem do rio.
• Vazão captada: 380 L/s, 24 h/dia (atende satisfatoriamente a
demanda do município, mas já há necessidade de ampliação).
• Na ocasião da vistoria a unidade operava normalmente. No entanto,
no período crítico recente houve necessidade de fazer novas
aberturas na torre de tomada de água para permitir o acesso da água
e de instalar uma captação flutuante provisória (inoperante na
ocasião da vistoria).

Ponto de captação de Barra Captação flutuante provisória


Mansa no rio Paraíba do Sul (torre
de tomada de água)

Localização do ponto de captação de Barra Mansa

Alternativas ou Alternativa 1: (Projeto contratado pela AGEVAP) Implantação de nova


adequações estrutura de captação flutuante e novas linhas de recalque, inclusive
necessárias: com maior capacidade.

Alternativa 2: Instalação de conjuntos elevatórios sobre flutuantes para


transposição da água para o interior da torre de tomada existente
(possivelmente será necessário alguma adequação da torre de tomada
de água, como, por exemplo, obturação de aberturas feitas
recentemente). Nesta alternativa a instalação flutuante somente seria
operada quando o nível de água no rio Paraíba do Sul o exigisse; ao
contrário da alternativa projetada, que operará continuamente com
duas instalações de recalque em série (a nova flutuante e a elevatória
fixa existente). Além do menor custo operacional esta alternativa
provavelmente teria um menor custo de implantação, uma vez que
dispensaria a construção das novas linhas de recalque.

Ilustração da alternativa de implantação de nova estrutura de


captação flutuante e novas linhas de recalque, conforme projeto
contratado pela AGEVAP.

Ilustração da alternativa de instalação de conjuntos elevatórios sobre


flutuante para transposição da água para a torre de tomada existente
(aproveitamento das linhas de recalque existentes).

Você também pode gostar