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Análise da integração dos principais atores nos processos de decisão da bacia do rio
Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015
Rio de Janeiro
2018
Vera Lucia Teixeira
Análise da integração dos principais atores nos processos de decisão da bacia do rio
Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015
Rio de Janeiro
2018
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/C
CDU 556.18(815)
Bibliotecária responsável: Taciane Ferreira da Silva / CRB-7: 6337
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
dissertação, desde que citada a fonte.
______________________________________ ______________________
Assinatura Data
Vera Lucia Teixeira
Análise da integração dos principais atores nos processos de decisão da bacia do rio
Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015
________________________________________________________
Prof.a Dra. Fátima Teresa Braga Branquinho
Departamentode Ciências Sociais e Educação da UERJ
________________________________________________________
Prof.Dr Andre Luis de Paula Marques
UNESP- Universidade Estadual Paulista – Campus Guaratingueta
________________________________________________________
Prof.a Drª . Claudia Hamacher
Departamento de Oceanografia da UERJ
Rio de Janeiro
2018
AGRADECIMENTOS
TEIXEIRA, Vera Lúcia. Análise da integração dos principais atores nos processos de
decisão da bacia do rio Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015. 2018. 92 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos
Hídricos) - Centro de Tecnologia e Ciências, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2018.
Este trabalho possui como objetivos descrever e avaliar a integração dos principais
atores participantes dos processos de decisão da bacia do rio Paraíba do Sul no período de
escassez hídrica de 2014-2015. Para tal, foram realizadas pesquisa bibliográfica da legislação
preexistente e análise documental das reuniões do Grupo de Trabalho Permanente de
Acompanhamento da Operação Hidráulica (GTAOH) do Comitê de Integração da Bacia do
rio Paraíba do Sul (CEIVAP) e as resoluções e documentos gerados neste período pela
Agência Nacional de Água (ANA) e demais atores envolvidos no processo. Os dados
empíricos foram interpretados sob a ótica da Teoria Ator-Rede, proposta por Bruno Latour, na
qual atores humanos não humanos estão envolvidos na produção dos fatos através de uma
rede sociotécnica. Este estudo se faz necessário devido à reduzida contribuição da gestão
participativa e a ausência de relatos sobre as decisões tomadas pelos atores da bacia do rio
Paraíba do Sul, a fim de garantir os diversos usos dos recursos hídricos no período de
escassez hídrica. Pretende-se, portanto, contribuir para a gestão participativa dos Recursos
Hídricos e suas políticas públicas, especialmente em períodos de escassez hídrica.
TEIXEIRA, Vera Lúcia. Análise da integração dos principais atores nos processos de
decisão da bacia do rio Paraíba do Sul na escassez hídrica de 2014-2015. 2018. 92 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos
Hídricos) - Centro de Tecnologia e Ciências, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2018.
This paper aims to describe and evaluate the integration of the main actors involved in
the decision processes of the Paraíba do Sul River Basin in the 2014-2015’s period of water
scarcity. For such purpose, bibliographical research was be carried out on pre-existing legisla-
tion and documentary analys of the meetings of the Permanent Working Group on Hydraulic
Operation Monitoring (GTAOH, acronym in Portuguese) of the Integration Committee of the
Paraíba do Sul River Basin (CEIVAP) and there resolutions and documents generated in this
period by the National Water Agency (ANA) and other actors involved in the process, and the
empirical data will be interpreted from the view point of the Actor-Network Theory, proposed
by Bruno Latour, which human and not human actors are involved in the production of the
facts through a socio technical network. This study is necessary due to the reduced contribu-
tion participatory management and the lack of reports on the decisions taken by the actors of
the Paraíba do Sul River Basin, in order to guarantee the diverse uses of water resources in a
period water scarcity. It is intended, therefore, to contribute to the participatory management
of Water Resources and its public policies, especially in a period of water scarcity.
AGEVAP Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul
ANA Agência Nacional de Águas
CBHs Comitês de Bacias Hidrográficas
CBH-BPSI Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana
CBH-PS Comitê da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul
CBH-R2R Comitê da Bacia Hidrográfica Rio Dois Rios
CEIVAP Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
CERH-RJ Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Rio de Janeiro
CFURH Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos para geração de
Energia
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos
COMPÉ Comitê da Bacia Hidrográfica dos dois afluentes mineiros dos rios Pomba e Mu
riaé
COPPE Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia
DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica
DIGAT Diretoria de Gestão das Águas e Território do Instituto Nacional do Ambiente
FUNDRHI Fundo de Recursos Hídricos
GTAOH Grupo de Trabalho de Acompanhamento das Operações Hidráulicas
IGAM Instituto Mineiro de Gestão das Águas
INEA Instituto Estadual do Ambiente
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico
PERHI-RJ Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro
PSA Pagamento por Serviços Ambientais
SEGRHI Sistema Estadual de Gerenciamento e Recursos Hídricos
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
MMA Ministério do Meio Ambiente
UENF Universidade Estadual Norte Fluminense
UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................... 15
1.1 Os caminhos da gestão de recursos hídricos no Brasil..................................... 15
1.2 Os caminhos da gestão de recursos hídricos no estado do Rio de Janeiro...... 18
1.3 O conceito de comando e controle no âmbito da gestão de recursos hídricos
no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro............................................................. 21
1.4 A Teoria Ator-Rede e sua contribuição para a interpretação do problema... 25
2 O CONTEXTO DO ESTUDO: A BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL....... 29
2.1 O Comitê de Integração da Bacia do rio Paraíba do Sul 1996-2017............... 29
2.2 O Comitê do Médio Paraíba do Sul (2008-2017)............................................... 31
2.3 O Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana
(2009-2017)............................................................................................................ 33
2.4 O Comitê de Bacia Hidrográfica dos rios Guandu, da Guarda e Guandu
Mirim..................................................................................................................... 35
2.5 O Sistema do rio Paraíba do Sul e a importância da operacionalização e da
regulamentação dos reservatórios...................................................................... 37
2.6 Capacidade dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul......................... 40
2.7 A importância da geração de energia para a gestão de recursos hídricos...... 44
3 METODOLOGIA............................................................................................... 47
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 50
4.1 Relatos sobre a escassez hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul – (período
2003-2014-2015), o papel do CEIVAP e a criação do GTAOH........................ 50
4.2 Legislação gerada pela ANA para bacia do Rio Paraíba do Sul – 2014-
2017........................................................................................................................ 56
4.2.1 Resoluções da ANA sobre a redução da vazão mínima afluente à barragem de
Santa Cecília -2014 e as defluências dos reservatórios Paraibuna, Santa Branca,
Jaguari, Funil no período de 2003 - 2014 -2015.................................................... 57
4.2.2 Representações gráficas das resoluções geradas em 2014-2015pela ANA, com
análise do GTAOH/CEIVAP................................................................................. 60
4.3 A escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul - Período 2013-2017......... 62
4.4 Atuação dos diversos atores no GTAOH/CEIVAP na crise hídrica 2014-
2015, sob a ótica da Teoria Ator-Rede de Bruno Latour (1994)...................... 66
4.5 A Gestão do CEIVAP e outros na escassez hídrica de 2014-2015................... 72
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 73
REFERÊNCIAS................................................................................................... 75
APÊNDICE A - Relato da análise das Atas no período de 2014-2015............... 90
APÊNDICE B - Roteiro para filmagem............................................................... 91
ANEXO A - Plano de Ações Complementares para a Gestão da Crise Hídrica
na Bacia do rio Paraíba do Sul............................................................................... 92
12
INTRODUÇÃO
O Brasil é um país considerado rico em quantidade de água. Há 20 anos possui uma lei
Federal conhecida como a lei das águas, a 9433/97, mas, apesar do grande avanço, existem
ainda alguns desafios a serem enfrentados, uma vez que a distribuição hídrica no território
nacional é desigual: “Em termos globais o Brasil possui grande oferta de água. Esse recurso
natural, entretanto, encontra-se distribuído de forma heterogênea no território nacional [...]
205.000 m3/s estão localizados na bacia do rio Amazonas, [...] restando para o restante 55.000
m3/s[...]” (BRASIL, 2016, p.23).
A bacia do rio do Paraíba do Sul sofreu sérios problemas de escassez hídrica no perí-
odo de 2014-2015, o que afetou a sua qualidade da água. O CEIVAP é um Comitê Federal,
composto por 184 municípios, divididos em três estados da Federação: São Paulo (SP), Minas
Gerais (MG) e Rio de Janeiro (RJ), com o objetivo de fazer a gestão dos recursos hídricos e a
implementação dos instrumentos da forma que preconiza a lei das águas, a 9433/97. A maio-
ria dos municípios não possui tratamento de esgoto. O Estado do Rio de Janeiro instituiu a
gestão de Recursos Hídricos através das Leis Estaduais 3239/99 e da 4247/08, possui nove
Comitês Estaduais, sendo que quatro destes estão na bacia do rio Paraíba do Sul.
As informações externadas nesse texto trazem bastante da minha vida, pois nasci às
margens do rio Paraíba do Sul e até hoje vivo próximo de suas margens. O rio sempre me
encantou. Venho de movimentos sociais na década de setenta e na década de oitenta comecei
a participar de movimentos ambientais e, em todos os grupos que participei, desenvolvíamos
ações para recuperação do rio Paraíba do Sul. Com a constituição de 1988, que amplia os mo-
vimentos sociais e ambientais, a criação do CEIVAP, em 1996, que começa a trabalhar a inte-
gração dos rios estaduais com o rio federal, e com a criação da Lei 9433/97, que descentraliza
a gestão das águas e esta passa a ter valor econômico, começo a participar do CEIVAP e vejo
uma oportunidade de lutar pela recuperação do rio Paraíba do Sul de forma mais efetiva. E, ao
longo desses anos, tivemos muitos avanços e ainda temos muitos desafios a enfrentar, como
descrevo nos primeiros capítulos. O mestrado do ProfÁgua me abriu uma oportunidade de
descrever esta vivência; sobre a forma como os comitês de bacia hidrográfica funcionam, e
de que maneira conseguiram superar uma crise hídrica.
Estas informações serão delimitadas sobre a ótica da Teoria Ator-Rede, proposta pelo
sociólogo Bruno Latour em quatro de suas obras: Jamais fomos modernos (1994), A vida de
13
para superar as dificuldades da crise hídrica; interpretar os dados empíricos sob a ótica da
Teoria Ator-Rede proposta por Bruno Latour (1994, 1997, 2012, 2016).
Para melhor compreensão do problema, o texto será desenvolvido da forma descrita a
seguir. No Capítulo 1, será apresentada uma revisão da literatura sobre a gestão de recursos
hídricos no Brasil e no Rio de Janeiro, bem como sobre as contribuições que a Teoria Ator-
Rede pode trazer para o presente estudo. O Capítulo 2 situará o leitor no contexto do estudo: a
bacia do rio Paraíba do Sul. Os caminhos metodológicos serão apresentados no Capítulo 3.
No Capítulo 4 serão apresentados os resultados e as discussões. Esta dissertação conta ainda
com dois apêndices: o primeiro expõe a transcrição das atas do GTAOH analisadas, com des-
taque para os registros sobre a escassez hídrica no período 2014-2015, e o segundo o roteiro
da filmagem do documentário que será realizado sobre esse tema.
15
1 REVISÃO DA LITERATURA
O artigo quinto apresenta alguns instrumentos para implementação da lei, como: “I- o
plano de Recursos Hídricos; II- o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os
usos preponderantes da água; III- a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; IV- a
cobrança pelos recursos hídricos e VI- o sistema de informações sobre recursos hídricos”
(BRASIL, 2001, p. 12).
17
Em 17 de julho de 2000 é criada a ANA, pela lei 9984, com a responsabilidade de fa-
zer a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos. O artigo terceiro define sua
autonomia e vinculação com Ministério de Meio Ambiente (MMA).
Fica criada a Agência Nacional de Águas - ANA, autarquia sob regime especial,
com autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambi-
ente, com a finalidade de implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Na-
cional de Recursos Hídricos, integrando o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (BRASIL, 2001, p.36).
A ANA possui diversas atribuições, como outorgar, fiscalizar os usos dos recursos hídri-
cos, elaborar estudos técnicos para subsidiar a definição, pelo CNRH, dos valores a serem
cobrados pelo uso da água bruta para fins econômicos nas bacias hidrográficas, estimular e
apoiar as iniciativas voltadas para a criação de comitês de bacia hidrográfica e várias outras.
Consideramos que a gestão de recursos hídricos, no contexto brasileiro, foi bem dese-
nhada, mas apresenta-se um pouco lenta sua efetivação, se levarmos em consideração que a
lei 9433/97 está fazendo 20 anos e ainda não foi plenamente instalada em todo território brasi-
leiro. A cobrança pelo uso dos recursos hídricos, por exemplo, não é praticada em todo terri-
tório e tampouco o enquadramento dos corpos de água em classes tem sido praticado, nas
áreas onde já existe a cobrança.
18
1
O INEA foi instalado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 12 de Janeiro de 2009, através do Decreto
nº 41.628, a partir da fusão de três órgãos: Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (FEEMA),
Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) e Instituto Estadual de Florestas (IEF). Essa entidade
desempenha a função de executar as políticas estaduais do meio ambiente, de recursos hídricos e de recursos
florestais adotadas pelos Poderes Executivo e Legislativo do Estado (INEA, s/d).
19
A Secção IV, artigo 56, define o papel das Agências de Água: “[...] são entidades exe-
cutivas, com personalidade jurídica própria, autonomia financeira e administrativa, instituídas
e controladas por um ou mais Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs)” (ROMANO et al.,
2014, p. 67). É importante enfatizar que, apesar da lei definir as Agências de Água, com todas
estas funções, instituídas e controladas pelos comitês, isso de fato ainda não acontece dessa
forma. O contrato é celebrado pelo INEA, com anuência dos comitês. Atualmente, na Bacia
do rio Paraíba do Sul, por exemplo, tem-se um único contrato assinado para os quatro comitês
da Bacia. Nesse contrato, se define algumas atividades de secretaria executiva, com unidades
descentralizadas, por região hidrográfica. Como na bacia do rioParaíba do Sul, no Estado do
Rio de Janeiro, temos quatro comitês atuantes ─ Piabanha, Dois Rios, Médio Paraíba do Sul e
o Baixo Paraíba e esses têm localizações diferenciadas, com problemas diversos, mas estão
todos posicionados na Bacia do rio Paraíba do Sul, na busca de otimizar receita e desenvolver
ações conjuntas, este contrato foi assinado pelos quatro comitês.
O último contrato aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado
do Rio de Janeiro (CERHI/RJ) também seguiu esta lógica, com único diferencial: o comitê
20
com maior arrecadação assumiu 75% do valor do contrato e o comitê com a menor arrecada-
ção assumiu os outros 25%. Tratam-se dos comitês da Baía da Ilha Grande e da Baía de Gua-
nabara, o referido contrato foi assinado pelo INEA com anuência dos dois comitês. Outra lei
importante para Gestão de Recursos Hídricos, no Estado do Rio de Janeiro, é a Lei 4247, de
dezembro de 2003, que institui a cobrança pela utilização dos recursos hídricos. Serão cobra-
dos todos os usos sujeitos às outorgas, com algumas condições para ser aplicada. No seu arti-
go 8o, incisoI – nas derivações, captações e extrações de água e nos aproveitamentos hidrelé-
tricos, serão consideradas: “a) a natureza do corpo d’água (superficial e subterrânea)... c) a
disponibilidade hídrica local...” (ROMANO et al., 2014, p. 75). Essa lei nos traz algumas ino-
vações importantes para a utilização dos recursos hídricos, pois serão considerados descontos
no caso de realização de benfeitorias para a melhora na captação, reutilização dos recursos
hídricos e a utilização de água de chuva, como podemos verificar na Seção III , artigo 9o :
Poderá ser aceito como pagamento, ou parte do pagamento, da outorga de uso dos
recursos hídricos o custo das benfeitorias e equipamentos bem como de sua conser-
vação, efetivamente destinados à captação, armazenamento e uso das águas das chu-
vas, bem como do reaproveitamento das águas servidas (ROMANO et al., 2014, p.
76).
E nos incisos II, III, IV, do artigo 11, registram-se como serão as aplicações do mon-
tante arrecadado pela cobrança, bem como deve ser realizada a divisão para os comitês de
bacias, agência de água e o órgão gestor.
II- do montante arrecadado pela cobrança sobre o uso dos recursos hídricos de do-
mínio estadual, serão aplicados 90% (noventa por cento) na bacia hidrográfica arre-
cadadora, bem como os outros 10% (dez por cento) no órgão gestor de recursos hí-
dricos do Estado do Rio de Janeiro. III- dos valores arrecadados com as demais re-
ceitas do Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FUNDRHI, serão aplicados no mí-
nimo 50% nos contratos de gestão das entidades delegatárias de comitês de bacia
com baixa arrecadação pela cobrança sobre o uso dos recursos hídricos, sendo o res-
21
2
O tema “Pesquisas” é abordado na Revista Guandu Conhecimento, ano V, n. 6, janeiro 2017 (COMITÊ
GUANDU, 2017).
22
Os usuários – aqueles que fazem uso econômico das águas – captam e lançam nos
corpos hídricos, sendo conhecidos como poluidores pagadores. Estes assumem o papel de
controle das ações do poder público e da sociedade civil inseridos no comitê na bacia que
possa interferir em suas próprias ações de captação ou lançamento.
Em seu trabalho, Serrichoet al. (2005) caracterizam a participação dos usuários nos
Comitês de Bacia da seguinte forma:
São os agentes privados usuários das águas - em particular os usuários industriais e
as empresas do setor elétrico - que demonstraram ter maior capacidade organizativa
imediata para a questão, inclusive para a defesa dos seus interesses no processo de
negociação. As empresas de água e saneamento básico constituem outro setor usuá-
rio bem organizado da bacia, mas participaram menos intensamente no processo de
discussão/negociação[...] (SERRICHO et al., 2005, p.48).
23
A Lei Estadual 3239/99 é uma cópia da Lei Federal 9433/97 e possui todos os Instru-
mentos de Comando e Controle, em conformidade com essa. No seu Capítulo IV – Dos Ins-
24
trumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos, no art. 5o, segundo Romano et al. (2014,
p. 50), apresenta os seguintes incisos:
Inciso I – o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERHI); II – oPrograma Estadual
de Conservação e Revitalização de Recursos Hídricos (PROHIDRO); III – os Planos
de Bacia Hidrográfica (PBHs); IV – o enquadramento dos corpos de água em clas-
ses, segundo os usos preponderantes dos mesmos; V – a outorga do direito de uso
dos recursos hídricos; VI – a cobrança aos usuários, pelo uso dos recursos hídricos;
e VII – o Sistema Estadual de Informação sobre Recursos Hídricos (SEIRH). (RO-
MANO et al., 2014, p. 50).
Os comitês são órgãos deliberativos, sejam esses federais ou estaduais, que se mani-
festam por deliberação ou resolução. São esses que definem o valor a ser cobrado e, através
do seu plano, fazem um diagnóstico do “rio que se tem” e do “rio que se quer” e, com isso,
definem a classe que desejam trabalhar. Quem executa o que os comitês decidem são as dele-
gatárias, que desempenham a função de agências de bacia. O Estado ou a União realiza a ou-
torga e emite o boleto de cobrança. Os recursos advindos destas cobranças são repassados às
delegatárias para que estas possam realizar as demandas dos comitês. Isto ocorre, no caso dos
rios federais, com repasse integral, com uma restrição de gastar 7,5% da arrecadação em cus-
teio. No caso dos rios estaduais, esses recursos são colocados em um fundo próprio, para de-
pois ser repassados às delegatárias com a função de agência.
Após um mergulho nas obras deLatour ─Jamais fomos modernos (1994), A vida de
laboratório (1997), Reagregando o social (2012) e Cogitamus (2016), obras estas que tratam
da ANT- Actor Network Theory ou Teoria Ator-Rede – TAR, foi possível perceber que, nas
reuniões do GTAOH/CEIVAP, eram todos observadores do rio, da régua, da água, da chuva,
da quantidade de água para gerar energia, do volume útil, do volume morto, para o abasteci-
mento humano, da água para produção das fábricas. Portanto, todos eram atores; o trabalho
era feito na desordem, pois não tínhamos certeza de nada, só sabíamos que precisaríamos en-
contrar um caminho.
26
Conforme o autor reafirma no texto abaixo, transcrito de seu livro A vida de laborató-
rio, no capítulo 6, intitulado “A ordem criada a partir da Desordem”:
[...] Pouco a pouco, o observador adquiriu confiança em seu trabalho. Aumentando a
pilha de informações sobre sua mesa, começou a dar-se conta de que a diferença en-
tre sua atividade e a dos seus interlocutores não tinha nada de especialou misterioso.
A semelhança essencial entre elas era que estavam engajados no mesmo oficio. As
diferenças podiam ser explicadas em termos de recursose de investimentos, sem que
fosse preciso apelar para quaisquer qualidades exógenas à natureza da atividade[...]
(LATOUR e WOOLGAR, 1997, p. 296).
Sim, atores humanos e não humanos estão envolvidos na produção dos fatos através de
uma rede sociotécnica. Não podemos separá-los, conforme Latour (1994) reafirma no texto
abaixo, mostrando como os objetos são híbridos:
Como Latour (2012) nos fala, as associações são feitas não só de vínculos sociais,mas
também do social com a natureza, e isto nem sempre está visível.
Supuseram que o social é constituído essencialmente de vínculos sociais - e, na ver-
dade, as associações são feitas de vínculos não sociais por natureza. Imaginaram a
sociologia limitada a um domínio especifico, ao passo que os sociólogos devem ira-
trás de quaisquer novas associações heterogêneas. Para eles o social está sempre a
sua disposição, mas o socialnão é nunca uma coisa visível ou postulável. Só se dei-
xa entrever pelos traços que vaidisseminando (experimentalmente) quando uma no-
va associação se constitui com elementos de modo algum “sociais” por natureza[...]
(LATOUR, 2012, p.27).
Em sua obra Reagregando o social, ele nos fala que o ator é aquilo que nos leva a agir:
é um conjunto, o ator não representa sozinho. Afinal,
[...] o "ator", na expressão hifenizada "ator-rede", não é a fonte de um ato e sim o al-
vo móvel de um amplo conjunto de entidades que enxameiam em sua direção. Para
apreender sua multiplicidade, a soluçãomais simples é reativar as metáforas implíci-
27
tas no vocábulo ator, que tenho usado como substituto par mera conveniência.[...]
Empregar a palavra "ator" significa que jamais fica claro quem ou o quê está atu-
ando quando as pessoas atuam, pois o ator, no palco, nunca está sozinho ao atuar.
Interpretar coloca-nos imediatamente num tremendo imbroglio, onde o problema de
quem está desempenhando a ação é insolúvel[...] (LATOUR, 2012, p.75).
Em um outro trecho desta mesma obra o autor nos fala “como mapear controvérsias
sobre a ação”:
Uma ação invisível, que não faça diferença, não gere transformação, não deixe tra-
ços e não entre num relatonão e uma ação. Ponto final. Ou faz alguma coisa ou não
faz nada. Se você mencionar uma ação, terá de apresentar um relato sobre ela e, para
tanto, precisará tornar mais ou menos explícito quais provas deixaram tais e tais tra-
ços observáveis. Isso não significa, é claro, que deveráfalar a seu respeito, pois a fala
é só mais um dos muitos comportamentos capazes de engendrar um relato[...] (LA-
TOUR, 2012, p. 84-85).
A Teoria Ator-Rede nos fala sobre dar vida aos objetos, ou seja, tirá-los da prisão das
coisas é transformá-los em atores de fato:
A ANT está interessada não apenas em libertar os atores humanos da prisão do soci-
al, mas também em oferecer aos objetos naturais uma ocasião para escaparem da ce-
la estreita dada às questões de fato pelo primeiro empirismo. Eispor que sempre a-
chei tão revigorantes as estudos de ciência: até o seudesenvolvimento, a conversão
entre filósofos , sociólogos e cientistas políticos sobre o correto divisor de águas en-
tre "Natureza" e "Sociedade" sempre fora ilustrada por questões de fato enfadonhas,
rotineiras, milenares, como pedras, tapetes, canecas e martelos que eram basicamen-
te coisas que os neanderthalianos podiam já ter usado[...] (LATOUR, 2012, p. 167-
168).
Os atores do GTAOH, já haviam passado por uma escassez hídrica, em 2003, quando
o grupo foi criado, mas não por tanto tempo, como estava se apresentando em 2014-2015, na
bacia do rio Paraíba do Sul. E o grupo, a princípio, discutia, mas não sabia o que fazer. Con-
forme Latour (2016) nos aponta, as coisas estão tão associadas em uma rede sociotécnica que
só podemos perceber como esta rede é formada quando se apresenta um problema. O autor
exemplifica com um simples problema no computador, no qual: “Vê-se rodeado de um grupo
técnicos (cada um deles com uma opinião diferente, fazendo sair dele dispositivos e progra-
mas de cuja existência eu não suspeitava... nem eles, ao menos a princípio...) [...] (LATOUR,
2016, p.45).
Nesta busca de descrever a escassez hídrica de 2014-2015 através de relatos de seus
atores no grupo do GTAOH/CEIVAP, nos vimos num labirinto, a procura do fio de Ariadne,
tal qual nos conta Latour (2016):
Acho muito interessante que o mito fundador das técnicas seja justamente o de um
labirinto – desvio após desvio, dobra após dobra, complicação após complicação,
implicação após implicação - , em que se corre o risco de se perder diante de cada
curva, a não ser que se conte com um fio. Ariadne ajudou Teseu como eu quero aju-
dar meus alunos a não se perderem neste labirinto que abro diante de seus pés ao
chamar a atenção deles para as técnicas, cada vez mais agitadas, envolventes e reple-
tas de desvios (LATOUR, 2016, p.48).
28
Ao refletir sobre o que foi por mim vivenciado, como participante de todo os proces-
sos, podemos verificar o quanto Latour (1994) tem razão: precisávamos ouvir “as coisas”,
pois estas nos davam respostas, pistas para tomarmos decisões. Afinal, “é necessário tornar a
encontrar todos os caminhos de transformação que permitem ter acesso ao distante...” (LA-
TOUR, 2016, p.203).
Dessa forma, a Teoria Ator-Rede será utilizada como referencial teórico-metodológico
do estudo que aqui se apresenta.
29
A Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul abrange 184 municípios dos estados do
Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, conforme apresentado na Figura 3:
Para Vitor Coelho (2012), o Paraíba do Sul é um rio estratégico. Em sua obra, o autor
conta-nos, um pouco, a história do CEIVAP:
Criado pelo Decreto Federal no 1.842, de 22 de marco de 1996, o CEIVAP é o par-
lamento onde ocorrem os debates e decisões descentralizadas sobre as questões rela-
cionadas aos usos múltiplos das águas da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul,
inclusive a decisão pela cobrança pelo uso da água na bacia. O CEIVAP teve sua á-
rea de abrangência e nomenclatura alteradas pelo Decreto Federal n o 6.591, de 1o de
outubro de 2008. A partir de então, ele passou a ser denominado Comitê de Integra-
ção da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, tendo quatro municípios adicio-
nais incluídos na bacia, somando assim, 184 cidades nos estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro e São Paulo [...] O comitê é constituído por representantes dos pode-
res públicos, dos usuários e de organizações sociais com importante atuação para a
conservação, preservação e recuperação da qualidade das águas da Bacia. É formado
por sessenta membros, sendo três da União e dezenove de cada estado (SP, RJ e
MG) integrante da bacia do Paraíba do Sul (COELHO, 2012, p. 246).
O CEIVAP foi, portanto, instituído antes da lei 9433/97, conhecida como a lei das á-
guas, e, com isso, passa a ser pioneiro em várias ações, ou seja, acaba impulsionando os ou-
tros Estados da bacia do rio Paraíba do Sul a criar suas próprias leis. O CEIVAP foi instalado
em 18 de dezembro 1997, com grandes problemas a enfrentar, pois a bacia do rio Paraíba do
30
Sul já vinha sofrendo forte degradação ao longo do tempo, e pode ser evidenciado nas pala-
vras de Serricchio e colaboradores (2005):
A bacia do rio Paraíba do Sul é totalmente regularizada (possui quatro barragens, para
geração de energia), seu potencial era a geração de energia, mas hoje, pelo crescimento popu-
lacional e industrial no seu entorno, isso vem mudando. Mas vale ressaltar que, com a presen-
ça das barragens, o rio perdeu suas condições naturais.
O CEIVAP disponibilizou, para todos os municípios que fazem parte de sua bacia, o
plano de saneamento. Foram 184 planos que se encontram em diferentes fases de implanta-
ção. Outros projetos que estão em andamentose referem aos Pagamentos por Serviços Ambi-
entais, são os chamados Projetos de PSA Hídrico. Um deles é o PSA, com foco na Conserva-
ção e Restauração da Micro-Bacia do Rio Bananal no município de Barra Mansa (RJ), que
tem como meta a restauração florestal de 30 ha e a conservação florestal de 30 ha em sete
propriedades rurais inseridas na micro-bacia do rio Bananal. O outro PSA- Hídrico é o Projeto
Rio Sesmarias, no município de Resende (RJ). É um projeto de conservação e restauração
florestal que tem como meta restaurar 20 ha e conservar 40 ha com espécies nativas da Bacia
Hidrográfica do rio Paraíba do Sul em cinco propriedades rurais, em torno das nascentes, cor-
pos hídricos na bacia do rio Sesmaria. Este projeto já se encontra em fase de finalização, fo-
ram concluídos 83,06% do quantitativo de áreas previstas para plantio.
31
A Região Hidrográfica (RH) do Médio Paraíba do Sul é uma região bastante industria-
lizada, com alto índice populacional, 1.019.562 habitantes, sendo 967.913 habitantes inseridos
em área urbana e 51.649 habitantes em área rural, de acordo com o IBGE. Com ocupação
urbana desordenada. As cidades foram construídas, em sua maioria, às margens dos rios, ge-
rando, consequentemente, uma alta carga de esgoto in natura sendo despejada, todos os dias,
nos leitos dos rios afluentes e no próprio rio Paraíba do Sul. Antes da criação do comitê, a
gestão era realizada pela Associação dos Usuários do Médio Paraíba do Sul (AMPAS).
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul (CBH-MPS) foi instituído
pelo Decreto nº 41.475, de 11 de setembro de 2008 e, em 25 de novembro de 2015, esse tive-
ram uma nova redação através do Decreto nº 45.4663. A Resolução nº 107 do Conselho Esta-
dual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro4 (CERHI-RJ), de 22 de maio de 2013,
alterou sua área de abrangência, conforme apresentado na Figura 4:
O CBH-MPS encontra-se na sua quinta gestão, sendo que quatro delas tiveram, em sua
presidência, representantes da sociedade civil. Esse possui atribuições consultivas e delibera-
3
COMITÊ DE BACIAS MÉDIO PARAÍBA DO SUL (s/d).
4
CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS – CERHI (2013).
32
tivas em nível regional. É composto por uma assembleia paritária, com dez representantes de
cada setor, sendodez representantes do setor público (com representação federal, estadual e
municipal), dez usuários (na maioria empresas de saneamento municipais e as indústrias lo-
cais) e dez representantes da sociedade civil. Tem uma câmara técnica com três representantes
de cada setor e uma diretoria com dois representantes de cada setor.
Podemos verificar na Tabela 1 que a maior parte dos recursos aplicados na bacia pelo
CBH-MPS, por meio da Agênciadelegatária (AGEVAP), ou pelo INEA, órgão da Secretaria
Estadual do Ambiente (SEA), são destinados ao saneamento básico:
Municípios A-
Projeto Responsável Deliberado Status
brangidos
Municípios A-
Projeto Responsável Deliberado Status
brangidos
No entanto, ainda estamos longe de atingir os 80% determinado pela lei 5234/2008 em
seu Art. 6º:
No mínimo, 70% (setenta por cento) dos recursos arrecadados pela cobrança pelo
uso da água incidente sobre o setor de saneamento serão obrigatoriamente aplicados
em coleta e tratamento de efluentes urbanos [...] até que se atinja o percentual de
80% (oitenta por cento) do esgoto coletado e tratado na respectiva região hidrográfi-
ca (ROMANO et al., 2014, p. 97).
Cabe ressaltar que, devido à crise financeira que sofre o estado do Rio de Janeiro, os
recursos do FUNDRHI foram totalmente arrestados. E alguns investimentos já previstos no
Plano de Aplicação do Médio(PAP), para a região III, foram cancelados, para que o sistema
não entrasse em colapso, e a AGEVAP pudesse continuar suas atividades, os investimentos
não iniciados foram cancelados e transferidos para AGEVAP, para manter o custeio da mes-
ma.
em área urbana e 16% na área rural. Hoje a região sofre com a elevação da salinidade dos
solos devido a redução de vazão e, consequentemente, redução do nível do rio Paraíba Sul, o
que afeta sobremaneira a região estuarina pela redução do espelho d’água das lagoas, que são
os grandes reservatórios de água da região norte do estado do Rio de Janeiro. Há falta de co-
bertura vegetal na parte noroeste do comitê, o que compromete a recomposição das nascentes
e subsequente recomposição dos corpos hídricos. Tem um baixo índice pluviométrico, com
isto compromete os reservatórios (lagoas) e os corpos hídricos.
de produtores rurais, a APROMEPS, na sua coordenação e que, por sua vez, criou
um Grupo de Trabalho de Manejo de Comportas (GTMC) que vem desde então fa-
zendo um magnífico trabalho de conscientização dos envolvidos e manutenção das
estruturas existentes,com apoio do INEA que tem a sua coordenação, o que permite
o controle da circulação da águas pelos canais e lagoas. Todos os segmentos que
compõem o GTMC e que são impactados por esse sistema participam e respeitam as
decisões tomadas nas plenárias. As decisões são tomadas por email, que funciona 24
horas por dia, e quando não há consenso, por reuniões bem tensas, mas que no fim
se decide no voto e todos os requerentes das ações respeitam as decisões tomadas
nesse âmbito. Essa ação adormeceu um conflito secular que havia no manejo dessas
comportas entre as prefeituras de Quissamã, de Campos e entre os produtores rurais,
usineiros e pescadores. É a ação de maior êxito no comitê até então. Aliado aos pro-
blemas descritos acima, a região sofre como todos as outras da Bacia do Paraíba
com a disposição de esgoto “in natura” nos corpos hídricos que dão acesso as lagoas
favorecendo a proliferação de gigogas e isso compromete todas as estruturas de ma-
nobras e é um problema recorrente. Existe também uma grande demanda da agricul-
tura na região Noroeste, a exemplo de Friburgo, para produção de alimentos e os
seus corpos hídricos estão quase todos comprometidos devido a pequena pluviosida-
de local (Relato feito pelo presidente CBH-BPSI-2017).
2.4 Comitê de Bacia Hidrográfica dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim
MRJ) e municípios citados anteriormente, possuindo, assim, uma posição vital num dos maio-
res sistemas de captação, tratamento e distribuição de água do mundo.
As Bacias dos rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim compõem a Região Hidro-
gráfica II (Figura 6), contribuinte à Baía de Sepetiba, situada a oeste da bacia da Ba-
ía de Guanabara no Estado do Rio de Janeiro. A Região abrange 15 cidades, sendo
algumas de forma parcial - onde vivem aproximadamente 7,8 milhões de habitantes
─ Itaguaí, Seropédica, Queimados, Japeri, Paracambi, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro,
Engenheiro Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Vassouras, Piraí, Rio Claro, Mendes,
Mangaratiba e Barra do Piraí (GUANDU, 2007, p. 45-46).
Figura 6 - Região hidrográfica II: bacia hidrográfica dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim
A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul está localizada entre os maiores polos in-
dustriais e populacionais do país e apresenta enorme relevância em âmbito nacional em fun-
ção dos múltiplos usos da água na região e pelo processo e entidades envolvidas na sua gestão
hídrica. Os principais usos da água na bacia são: abastecimento, diluição de esgotos, irrigação
e geração de energia hidrelétrica.
38
Na Estação Elevatória Santa Cecília, no município de Barra do Piraí (RJ), por meio de
um desvio das águas para a bacia hidrográfica do rio Guandu, o abastecimento da região me-
tropolitana é garantido, formando um intrincado conjunto de estruturas hidráulicas nas bacias
hidrográficas dos rios Paraíba do Sul e Guandu que interliga as duas bacias, conforme apre-
senta a Figura 9:
39
A transposição rio Paraíba do Sul para o Guandu foi realizada, na época, para aumen-
tar a geração de energia no estado da Guanabara , conforme podemos verificar no relato do
Plano Guandu (2007):
[...] A partir de 1952, a configuração hidrográfica e hidrológica da bacia do rio
Guandu se alterou radicalmente com a conclusão da usina elevatória de Santa Ce-
cília, no município de Barra do Piraí (RJ), com capacidade para desviar até 160
m3/s do rio Paraíba do Sul, consolidando uma das etapas da transposição hídrica
desta bacia para a do Guandu, visando à geração de energia elétrica.A transposi-
ção de águas da bacia do rio Paraíba do Sul foi, na verdade, iniciada no início do-
séculoXX com a construção em 1905 da barragem e o reservatório de Lajes, no ri-
beirão dasLajes, bem como da Usina Hidrelétrica de Fontes. Posteriormente, em
1913, a bacia passou a receberas águas do rio Piraí, por meio da barragem de To-
cos e de um túnel que desembocava no reservatório de Lajes. Entre os anos de
1940 e 1958, a Barragem de Lajes foi alteada em quatro etapas. Dentre as obras e
intervenções públicas de porte que beneficiaram de forma marcante a regiãodesta-
cam-se: A construção da calha da CEDAE e das adutoras de Lajes na década de
1940,desde da UHE deFontes até a cidade do Rio de Janeiro;– A construção do
Sistema de Abastecimento de Água do Guandu, inicialmente para produzir etratar
uma vazão de 13,8 m3/s, sendo mais tarde (1961-1964) ampliado para 24
m3/s,juntamente com a construção do túnel adutor Guandu-Engenho Novo e da
elevatória doLameirão;– No período de 1978-1982, a Estação de Tratamento do
Guandu (ETA Guandu) foi novamente ampliada para 40 m³/s, em conseqüência da
ampliação de atendimento após a fusão dos Estadosda Guanabara e do Rio de Ja-
neiro. Posteriormente, o sistema sofreu nova ampliação para umacapacidade de
adução de cerca de 47 m3/s e tratamento de aproximadamente 42 m3/s;– As uni-
dades de conservação criadas pelo Poder Público, dentre as quais destacam-se a
ReservaBiológica do Tinguá e o Parque Estadual da Pedra Branca ... Atualmente,
os principais vetores de ocupação da região são caracterizados pelo avanço da á-
reaurbana e a implantação de empreendimentos industriais atraídos pela constru-
40
O Estado do Rio de Janeiro possui um dos menores reservatórios da Bacia do rio Para-
íba do Sul, Funil, com volume máximo 888,3 hm³, localizado na divisa de São Paulo com Rio
de Janeiro, no município de Resende, com a função de regularização da vazão. Na Tabela 2
são apresentados os volumes máximo, mínimo e útil dos reservatórios: Paraibuna, Santa
Branca, Jaguari e Funil. Nas Figuras 11 e 12 são apresentadas imagens do Reservatório Funil.
41
a jusante à barragem e 119 m³/s para o bombeamento, ou seja, para a transposição para o rio
Guandu. A vazão, que era mínima segundo a resolução 211, passou ser a normal, podendo
esta, por controle de cheia, ser alterada em 5% para jusante e 2% para a bacia do rio Guandu.
Passou-se a trabalhar com o mínimo de 110 m³/s, sendo 75 para transposição e 35 m³/s para
jusante (ANA, 2015).
Podemos ver no Gráfico1 os dados de armazenamento do reservatório equivalente, e-
laborado pelo NOS no período de janeiro de 1993 a dezembro de 2017:
A Constituição Federalde 1988, define que é assegurada aos Estados, ao Distrito Fede-
ral e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no
resultado da exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de ou-
tros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona
econômica exclusiva, ou a compensação financeira por essa exploração.
§ 1o É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração
de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira
por essa exploração (BRASIL, 1988, p. 26).
A Lei 7990 de dezembro de 1989, institui, para os Estados, Distrito Federal e Municí-
pios a compensação financeira pelo resultado:
Com a publicação da Lei nº 9984 de 17 de julho de 2000, em seu artigo 28, al-
tera o artigo 17 da Lei 9648 de 27 de maio de 1998:
Art. 28. O art. 17 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, passa a vigorar com a se-
guinte redação: "Art. 17. A compensação financeira pela utilização de recursos hí-
dricos de que trata a Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989, será de seis inteiros e
setenta e cinco centésimos por cento sobre o valor da energia elétrica produzida, a
ser paga por titular de concessão ou autorização para exploração de potencial hidráu-
lico aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios em cujos territórios se locali-
zarem instalações destinadas à produção de energia elétrica, ou que tenham áreas in-
vadidas por águas dos respectivos reservatórios, e a órgãos da administração direta
da União." (NR); "§ 1oDa compensação financeira de que trata o caput:" (AC)* "I –
seis por cento do valor da energia produzida serão distribuídos entre os Estados,
Municípios e órgãos da administração direta da União, nos termos do art. 1 o da Lei
no 8.001, de 13 de março de 1990, com a redação dada por esta Lei;" (AC); "II – se-
tenta e cinco centésimos por cento do valor da energia produzida serão destinados ao
Ministério do Meio Ambiente, para aplicação na implementação da Política Nacio-
nal de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hí-
dricos, nos termos do art. 22 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do disposto
nesta Lei." (AC); "§ 2o A parcela a que se refere o inciso II do § 1 o constitui paga-
mento pelo uso de recursos hídricos e será aplicada nos termos do art. 22 da Lei n o
9.433, de 1997" (BRASIL, 2000).
Em seu artigo 29, a Lei 9984, de 17 de julho de de 2000, altera o artigo 10 da Lei n
8.001, de 13 de março de 1990, com a redação da lei 9433 de janeiro de 1997, conforme po-
demos ver abaixo:
Art. 29. O art. 1o da Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, com a redação dada pela
Lei no 9.433, de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 1o A distribui-
ção mensal da compensação financeira de que trata o inciso I do § 1 o do art. 17 da
Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, com a redação alterada por esta Lei, será feita
da seguinte forma:" (NR); "I – quarenta e cinco por cento aos Estados;"; "II - qua-
renta e cinco por cento aos Municípios;"; "III – quatro inteiros e quatro décimos por
cento ao Ministério do Meio Ambiente;" (NR); "IV – três inteiros e seis décimos por
cento ao Ministério de Minas e Energia;" (NR); "V – dois por cento ao Ministério da
Ciência e Tecnologia."; "§ 1o Na distribuição da compensação financeira, o Distrito
Federal receberá o montante correspondente às parcelas de Estado e de Município.";
"§ 2o Nas usinas hidrelétricas beneficiadas por reservatórios de montante, o acrésci-
mo de energia por eles propiciado será considerado como geração associada a estes
reservatórios regularizadores, competindo à ANEEL efetuar a avaliação correspon-
dente para determinar a proporção da compensação financeira devida aos Estados,
Distrito Federal e Municípios afetados por esses reservatórios" (BRASIL, 2000).
Esta lei 7990 28 de dezembro de 1989, sofre alteração pela lei 13360 de 2016, onde
aumenta o valor da energia produzida, que passa de 6.75% para 7% e a compensação dos
municípios e estados é mudada
Art. 17. A compensação financeira pela utilização de recursos hídricos de que trata a
Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989, será de 7% (sete por cento) sobre o valor
da energia elétrica produzida, a ser paga por titular de concessão ou autorização pa-
ra exploração de potencial hidráulico aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios em cujos territórios se localizarem instalações destinadas à produção de energia
elétrica, ou que tenham áreas invadidas por águas dos respectivos reservatórios, e a
órgãos da administração direta da União [...] I - 6,25% (seis inteiros e vinte e cinco
46
3 METODOLOGIA
Após a coleta, foi realizada a leitura meticulosa de todo o material e a análise, separa-
das por comitês nas suas devidas regiões. Na região de São Paulo (SP), o Comitê da Bacia
Hidrográfica do Paraíba do Sul (CBH-PS); na região do Rio de Janeiro(RJ), o CBH-MPS, o
Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Piabanha e das sub-bacias hidrográficas dos rios Paque-
quer e Preto (Piabanha), o Comitê da Bacia Hidrográfica Rio Dois Rios (CBH-R2R), Comitê
da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana (CBH-BPSI) e o comitê estadual
do Guandu - Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios do Guandu, da Guarda e Guarda Mi-
rim; e, na região de Minas Gerais (MG), o Comitê da Bacia hidrográfica dos Afluentes Minei-
ros dos rios Preto e Paraibuna e o Comitê da Bacia Hidrográfica dos dois afluentes mineiros
dos rios Pomba e Muriaé (COMPÉ), por ser os comitês da bacia do rio Paraíba do Sul, com
excessão do comitê Guandu, que foi impactado por ter dois terços das suas águas vindo do rio
Paraíba do Sul.
Para identificar os documentos de interesse, foi feita uma consulta diretamente nas
páginas da internet dos respectivos comitês e instituições. Após a leitura dos documentos,
procedeu-se a marcação das falas sobre o tema escassez hídrica do rio Paraíba do Sul e cata-
logadas por instituição. A análise dos documentos foi realizada por período cronológico: a
análise dos relatos das atas e de todo processo na tomada de decisões, neste período, bem co-
mo as ações que foram realizadas e as propostas para superar as dificuldades da crise hídrica.
Por se tratar de uma transcrição de atas, estes relatos encontram-se no Apêndice 1. Na reali-
dade, esse é o nosso “diário de bordo”, o material bruto de nossa pesquisa, que ficará à dispo-
sição do leitor para consultas e possíveis novos desdobramentos.
No capítulo de resultados e discussões, foi elaborado, também, um relato histórico da
criação do CEIVAP e da escassez hídrica de 2003 e no período de2014 e 2015, com tabelas e
gráficos gerados pela ANA, a partir das reuniões destes atores no GTAOH do CEIVAP. Além
disso, foram utilizados os dados dosite do SIGA CEIVAP e do ONS no período 2014-2015,
com a interpretação dos dados empíricos sob a ótica da Teoria Ator-Rede, proposta por Bruno
Latour (1994).
Cabe ressaltar que, por ocasião da disciplina obrigatória Seminário II, ocorrida em
Brasília, em agosto de 2017, houve a proposta de produzir um documentário com os atores
sociais envolvidos na gestão da crise hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul, no período de
2014-2015. Embora tenhamos verificado que não seria possível realizar a filmagem a tempo
de que esta se constituísse em mais um “produto” da defesa do mestrado, decidimos realizar
esse projeto, como um desdobramento da pesquisa aqui apresentada. Para tanto, foi elaborado
49
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Relatos sobre a escassez hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul – período 2003, 2014
e 2015, o papel do CEIVAP e a criação do GTAOH
Os Comitês de Bacia foram instituídos pela Lei n0 9.433 de 08/01/1997, que criou o
Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, que é integrado pelos CBHs, que
são entidades colegiadas compostas por representantes do poder público, dos usuários de água
e da sociedade civil. Dentre as principais atribuições dos CBHs, pode-se citar a elaboração,
aprovação e o acompanhamento da execução do Plano de Bacia; o estabelecimento dos valo-
res e mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e a aplicação dos recursos oriun-
dos da cobrança nas respectivas regiões hidrográficas. A existência dos CBHs possibilita que
a gestão dos recursos hídricos seja conduzida de modo participativo, promovendo o debate
das questões relacionadas a estes recursos, a articulação das entidades intervenientes, e ainda
arbitragem de conflitos relacionados aos diversos usos dos recursos hídricos em primeira ins-
tância. Em segunda instância temos o CNRH e a ANA.
Mas, voltando ao CEIVAP e à escassez hídrica ano de 2003, aconteceu um
comportamento atípico na estação chuvosa, a das cheias, que ocorrem entre outubro e março:
ocorreram chuvas ao longo da bacia, mas com pouquíssimas chuvas nas cabeceiras da bacia
do rio Paraíba do Sul, onde se encontram os grandes reservatórios. Nesse período, o CEIVAP
estava discutindo um dos instrumentos de gestão que era a cobrança pelo uso da água e a cria-
ção de uma agência para gerir os fundos arrecadados com a mesma. O CEIVAP percebeu que
precisaria criar um grupo de trabalho para discutir a operação hidráulica da Bacia do rio Para-
íba do Sul e foi criado assim o GTAOH. Este grupo seria composto por representantes do se-
tor elétrico (ONS, FURNAS, LIGHT, ENERGISA), pelos órgãos gestores (ANA, INEA, I-
GAM, DAEE, SABESP), representantes de federação e associações de usuários da bacia do
rio Paraíba do Sul e do rio Guandu situados no canal São Francisco, empresas de saneamento
com captação na calha do Rio Paraíba do Sul e os representantes dos comitês estaduais do Rio
de Janeiro situados na bacia do Rio Paraiba do Sul e do Rio Guandu e representantes da dire-
toria do CEIVAP.
Tal estiagem ocorreu em um período curto, mas foi muito intensa. Foi uma ocasião em
que os doutores e a comunidade se juntaram em busca de soluções, neste período todos eram
iguais, pois o grau de incerteza era tamanho que ninguém sabia o que poderia acontecer no dia
seguinte. Uma coisa era certa: os reservatórios estavam abaixando assustadoramentee as pre-
visões de chuvas eram mínimas. O que fazer para abastecer as pessoas, os animais, as plantas,
as indústrias? Vivíamosno início do século XXI, onde a sociedade de consumo ditava as re-
gras do mercado econômico. E a economia dos dois estados mais ricos e populosos do país,
São Paulo e Rio de Janeiro, estava fragilizada, por um ente que nenhum acadêmico levou em
conta em seu planejamento: a água.
52
Foi um período difícil, onde todos tinham que se desarmar e se desfazer dos conceitos
que acreditavam e defendiam como o certo, para uma construção coletiva onde ninguém deti-
nha bases teóricas consistentes. Um desafio e tanto! Os dados construídos com as mais altas
tecnologias, mostravam a fragilidade do sistema de gestão de recursos hídricos. Em 26 de
maio de 2003, a ANA, através da Resolução no 211/2003, estabeleceu a regra operativa para o
sistema hidráulico do rio Paraíba do Sul - Santa Cecília, que, em condições normais, tem va-
zão mínima de 190 m³/s, sendo 71 m³/s para atender aos usos a jusante à barragem e 119 m³/s
para o bombeamento, ou seja, para a transposição para a bacia hidrográfica do rio Guandu.
Antes desta resolução trabalhava-se com um total de 250 m³/ssendo 160 m³/s para transposi-
ção e 90 m³/s para atender aos usos jusante.
Como já foi dito, em 2003, a escassez hídrica aconteceu por um curto período compa-
rado com a vivida no período de 2014 e 2015, mas, em contrapartida, foi muito inten-
sa.Segundo dados do ONS, a vazão do rio Paraíba do Sul, em 2003, chegou ser a mesma de
1955. Se pensarmos no crescimento industrial e populacional que ocorreu neste período, en-
tre 1955 e 2003, dá para calcular o poder de depuração deste rio que triplicou sua carga de
esgoto in natura. O GTAOH passou a se reunir e verificar quais as ações seriam necessárias
para minimizar os problemas da estiagem que se prolongava.
O rio Paraíba do Sul é um rio totalmente regularizado, por quatro reservatórios para
geração de energia (Paraibuna, Jaguari, Santa Branca e Funil). No município de Barra do Pira-
í, no estado do Rio de Janeiro, temos um reservatório de passagem, o de Santa Cecília,operada
pela empresa Light,onde ocorre a transposição da água da bacia do rio Paraíba do Sul para a
bacia do Guandu. O rio Paraíba do Sul tem 2/3 de suas águas transpostas, esta transposição
foi autorizada para a geração de energia elétrica para a cidade do Rio de Janeiro. O Rio de
Janeiro sofria na década de 1940 com abastecimento de água e energia elétrica, existe uma
marchinha popular (música de carnaval, 1954, Vagalume, de Vitor Simon e Fernando Mar-
tins) que retrata isto "De dia me falta água, de noite me falta luz”.
Santa Cecília recebe vazões afluentes do reservatório de Funil, que está situado no
município de Resende no estado do Rio de Janeiro que é operado por Furnas, recebe ainda
contribuições de três outros reservatórios que estão situado a montante, no estado de São Pau-
lo; Paraibuna e Jaguari (operado pela Companhia Energética de São Paulo) e Santa Branca
(operado pela Light) e as vazões de chuvas das incrementais próxima ao reservatório. Pode-
mos verificar que a Bacia do rio Paraíba do Sul é uma bacia desnaturalizada pela presença de
quatro grandes reservatórios que foram construídos para geração de energia e controle de
53
cheias em seu percurso e uma transposição de 2/3 de suas águas para abastecer a metrópole do
Rio de Janeiro.
Mas os problemas se agravavam. Era preciso diminuir mais e, pela resolução 1072, de
agosto de 2014, traçaram nova meta de diminuir de 173 m3/s para 169 m3/s, e esta diminuição
também foi realizada de forma lenta. Era preciso fazer novas reduções, pois os reservatórios
estavam muito baixos e, após longas discussões, solicitaram diminuir temporariamente mais 4
m3/s, de 169 m3/s para 165 m3/s, até o final do mês de agosto. No começo de setembro, mais
precisamente, em 08.09.2014, fizeram nova redução, passando de 165 m3/s para 160 m3/s,
através da resolução 1309.
54
Ao longo do ano fizeram mais quatro resoluções referendando os 160 m3/s em Santa
Cecília. As discussões sobre a situação crítica da bacia continuaram. Os reservatórios equiva-
lentes estavam com 13%, era preciso diminuir a defluência em Santa Cecília. Mas quais im-
pactos teria na qualidade da água? Os usuários, tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro,
principalmente as empresas do canal de São Francisco, já estavam com problemas na capta-
ção, devido à má qualidade da água, e isto estava impactando a produção. Teriam que fazer
uma nova redução, tanto em Santa Cecília quanto nos reservatório de São Paulo, pois era pre-
ciso armazenar água. E, através da resolução 2051, de dezembro de 2014, alterou-se de 160
m3/s para 140 m3/s .
O ano de 2015 começou tenso, o volume dos reservatórios equivalentes chegou pró-
ximo de zero, fechou o anode 2014 na faixa de 20 %. Para superar a escassez hídrica no ano
de 2015, o GTAOH se reuniu vinte e nove vezes, a primeira reunião ocorreu no dia 12 de ja-
neiro de 2015 e a última em 14 de dezembro de 2015.
Na primeira reunião, a Operadora Nacional do Sistema Elétrico fez uma apresentação
sobre a situação do armazenamento no reservatório equivalente da bacia do rio Paraiba do
Sul, e as perspectivas futuras, mostrando que o mês de janeiro foi o pior do histórico já regis-
trado. Na segunda reunião, a Agência Nacional de Água fez um alerta: usar o volume morto é
entrar no cheque especial! Assim, a partir deste alerta, as resoluções, além de continuar com a
diminuição da defluência em Santa Cecília, começaram a diminuir a defluências dos reserva-
torios de cabeceira. A resolução 86, de janeiro de 2015, diminuiu a defluência de Santa Bran-
ca, de 40 m3/s para 34 m3/s, e de Jaguari, de 10 m3/s para 7 m3/s, e Santa Cecília continuou
com 140 m3/s.
A situação se agravou, os problemas de qualidade começaram a aparecer, e surgiu ou-
tro problema: como garantir o abastecimento da cidade do Rio de Janeiro, uma vez que as
olimpíadas estavam chegando? Em fevereiro, apesar de chuva nas cabeceiras, esta ainda era
pouca e não estava havendo ocorrência de chuvas nas incrementais, o que aumentou a neces-
sidade de se utilizar o volume morto. Houve uma apresentação da AGEVAP sobre as inter-
venções que seriam necessárias para resolver os problemas das captações dos municípios,
tanto no estado de São Paulo quanto no estado do Rio de Janeiro (Anexo1). No final de feve-
reiro, após amplas discussões sobre o volume doreservatório equivalente, chegaram a conclu-
são que haveria necessidade de diminuir um pouco mais a defluência de Santa Cecília, de 140
m³/s para 110m3/s, e através da resolução 145, de fevereiro de 2015, além da defluência de
Santa Cecília, foi reduzida um pouco mais a defluência de Jaguari, de 7 m³/s para 4 m³/s. Em
55
março a situação continuava se agravando, era preciso diminuir mais as defluências dos reser-
vatórios de cabeceira, o que foi feito através da resolução 205, de março de 2015. Então, os
reservatorios passaram a ter a seguinte vazão: Paraibuna, de 30 m³/s para 25 m³/s; Santa
Branca, de 34 m³/s para 30 m³/s; Jaguari, de 10 m³/s para 4 m³/s e Funil, de 80 m³/s para 70
m³/s. Os problemas continuaram sendo agravados, as discussões giraram em torno da quanti-
dade e qualidade da água e discutiu-se também sobre as intervenções que estavam sendo fei-
tas na captação das empresas de abastecimento público. Reafirmou-se a necessidade de uma
nova redução da defluência em Santa Cecília e, caso houvesse algum problema, poderiam
acessar o protocolo de emergência . O protocolo de emergência foi criado para dar segurança
a todos os usuários da bacia rio Paraíba do Sul com os telefones dos responsáveis pela opera-
ção hidráulica dos reservatórios da bacia do Paraíba do Sul e dos órgãos gestores. Após a de-
cisão de abaixar os volumes da defluência dos reservatórios, se algum usuário tivesse proble-
ma em suas captações, deveriam ligar para o protocolo de emergência a fim de que voltasse a
vazão anterior.
Nos meses que se seguiram a situação continuou se agravando. Houve uma apresenta-
ção sobre o monitoramento da qualidade de água no estado do Rio de Janeiro, um relato sobre
os problemas ocorridos nas captações para abastecimento público na calha do rio Paraíba do
Sul e o andamento das obras para resolvê-los. Além das intervenções nas captações dos usuá-
rios no Canal de São Francisco que aguardavam por uma autorização da Marinha para a colo-
cação de begs no canal, que proporcionariam a diminuição dos impactos da entrada da cunha
salina. Neste período, os usuários estavam parando a produção, de 16 à 32 hs, por causa da
entrada da cunha salina. O grupo definiu que até a colocação dos begs, nos dias de maré alta,
aumentaría-se a vazão dos reservatórios, trabalhando numa média suficiente para evitar a en-
trada de cunha salina e a parada das indústrias no canal de São Francisco.
Discutiu-se, também, sobre qual a capacidade de se usar o volume morto dos reserva-
tórios e sobre qual a capacidade dos reservatórios de usar este volume. A ANA falou sobre as
vistorias que fez, juntamente com os estados, nas captações de abastecimento público. Os
membros presentes solicitaram à ANA e à ONS um posicionamento, uma vez que situação
agravava-se a cada dia. As discussões eram muitas, a mortandade de peixes na represa de To-
kos por falta de vazão ecológica. O rio Piraí teria ficado seco por falta de vazão ecológica.
Outra questão discutida foi a do aumento de macrófitas e seu impacto na qualidade da água .
Em outubro de 2015, pela resolução 1204, na busca de minimizar todos os problemas
citados, houve a diminuição da defluência dos reservatório de cabeceira: Paraibuna, de 25
56
m³/s para 7 m³/s; Santa Branca, de 30 m³/s para 10 m³/s; Jaguari, de 10 m³/s para 4 m³/s e Fu-
nil, de 80 m³/s para 60 m³/s.
Em dezembro de 2015 foi feita a resolução conjunta 1382, que se encontra em vigor
atualmente. Esta resolução, em seu artigo 5 o, instituiu o Grupo de Assessoramento a Opera-
ção Sistema Hidráulico Paraíba do Sul, composto por representantes da ANA, dos órgãos ges-
tores (IGAM, DAAE, INEA), um representante do CEIVAP e um representante da ONS .
Esta resolução é inovadora, pois quebra um paradigma, já que os nossos rios sempre
foram usados para produção de energia. Com esta resolução, o setor de energia, que se sempre
comandou todo o processo, desde do código das águas de 1934, nesta resolução perde o co-
mando: os rios são, em primeiro lugar, para abastecimento humano, como preconiza a lei
9433/97. A resolução 211, de 2003, foi feita pelo órgão regularizador Agência Nacional de
Água. Em 2015, a referida resolução discute com todos os envolvidos no processo: a ANA,
ONS, órgãos gestores e os comitês de bacia hidrográfica. Não mais a produção de energia é
que determina o fluxo da bacia do Paraíba do Sul. O uso prioritário da água é para sobrevi-
vência de todo ecossistema, podendo os valores deplecionar de 5% a 2%, ficando assim de-
terminado: em Santa Cecília, 190 m³/s, sendo 119 m³/s para transposição e 71 m³/s para ma-
nutenção do rio Paraíba em direção à foz em São João da Barra; o reservatório de Paraibuna,
de 7 m³/s para 10 m³/s; Santa Branca, de 10 m³/s para 30 m³/s; Jaguari permanece com a de-
fluência de 4 m³/s, e Funil, por ser um reservatório de controle de cheia, passa 60 m³/s para 70
m³/s.
4.2 Legislação gerada pela ANA para bacia do Rio Paraíba do Sul – 2014-2017
4.2.1 Resoluções da ANA sobre a redução da vazão mínima afluente à barragem de Santa
Cecília -2014 e as defluências dos reservatórios: Paraibuna, Santa Branca, Jaguari, Funil
no período de 2003- 2014 -2015
RESOLU- VAZÕES VI- VAZÕES VI- VAZÕES VI- PA- SAN- JA- FU-
ÇÕES GENTES EM GENTES EM GENTES EM RAI- TA GUARI NIL
SANTA CECI- SANTA CECI- PEREIRA BU- BRAN
PERIODO
LIA LIAP/ O GUAN- PASSOS NA CA
DE VI-
DU
GÊNGIAS PARA A FOZ
211 CHEIA ESCAS- CHEIA ESCAS CHEI ESCAS m3/s m3/s m3/s m3/s
SEZ m3/s SEZ A SEZ
26.05.2003 m3/s
m3/s m3/s m3/s m3/s
à
26.05.2014
250 190 160 119 90 71 30 40 10 80
898 30 40 10 80
25.06.2014 173 1 5
à 14 9
31.07.2014
58
RESOLU- VAZÕES VI- VAZÕES VI- VAZÕES VI- PA- SAN- JA- FU-
ÇÕES GENTES EM GENTES EM GENTES EM RAI- TA GUARI NIL
SANTA CECI- SANTA CECI- PEREIRA BU- BRAN
PERIODO
LIA LIA P/ O PASSOS NA CA
DE VIG
GUANDU
ÊNGIAS PARA A FOZ
86 140 100 40 30 40 10 80
para34 para7
30.01.15 à
28.02.15
145 110 75 35 30 40 10 80
para34 para4 para70
27.02.15 à
23.03.2015
Notas: Resolução 1382 de 07 de dezembro 2015 revoga a resolução 211 de 26 de maio 2003. Estes valores pode-
rão variar de 5% a 2% , os reservatórios terão três estágios de deplecionamento.
Esta resolução em seu artigo 5 o institui o Grupo de Assessoramento a Operação Sistema Hidráulico Paraíba do
Sul, este grupo será composto por representante da ANA, dos órgãos gestores (IGAM, DAAE, INEA) e um
representante do CEIVAP e um representante da O N S.
Fonte: A autora, 2018.
60
4.2.2 Representações gráficas das resoluções geradas em 2014-2015 pela ANA, com análise
do GTAOH/CEIVAP
Gráfico 2-Vazões e resoluções geradas pela Agência Nacional de Água- bacia do Paraíba do Sul-
2014.
Gráfico 4 – Vazões e resoluções geradas pela Agência Nacional de Água- bacia do Paraíba do
Sul - 2015.
Gráfico 5 -Vazão dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul 2014 -2015.
Neste item, será relatado o período de escassez hídrica com base no levantamento de
séries históricas: ONS, ANA, GTAOH/CEIVAP. Serão apresentados seis gráficos. O Gráfico
6, com a porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equivalente ao longo dos meses
nos anos de 2013 a 2017, demonstra que houve períodos de muita chuva e quanto este volume
caiu ao longo dos anos.
O Gráfico 7 apresenta a porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equiva-
lente em 2013. Percebe-se, pelos gráficos, que 2013, foi um bom ano de chuvas, o reservató-
rio equivalente encerrou o ano na faixa de 50%. O Gráfico 8 trata da porcentagem utilizada do
volume útil do reservatório equivalente, em 2014. Esse gráfico demonstra que o volume nos
primeiros meses eram altos e foi caindo ao longo do tempo, fechando o ano próximo de zero.
O Gráfico 9 trata da porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equivalente,
em 2015. Nos primeiros meses este volume foi baixo e aumentou ao longo do tempo, mesmo
assim fechou o ano com um volume ainda muito baixo na faixa de 20%. O Gráfico 10 trata da
porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equivalente em 2016. Neste gráfico tem-
63
se, nos primeiros meses do ano, um volume na faixa de 20% e de 50% ao final. O Gráfico 11
trata da porcentagem utilizada do volume útil do reservatório equivalente, em 2017. Pode-se
verificar que começa o ano com um volume de 50% e fecha o ano em 30%.
Gráfico 6 - Porcentagem utilizada do Volume Útil do Reservatório Equivalente ao longo dos meses nos
anos de 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017
.
Fonte: SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E GEOAMBIENTAIS DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL, 2018.
4.4 Atuação dos diversos atores no GTAOH/CEIVAP na crise hídrica 2014-2015, sob a
ótica da Teoria Ator-Rede de Bruno Latour (1994)
cional de Água, que após ampla discussão do grupo emitia as resoluções com tempo determi-
nado.
Dessa forma, de acordo com Latour (1994), verificamos que tudo está intrinsecamente
interligado, e que os fatos não têm sentido se não oferecermos, para a sua compreensão, uma
rede sociotécnica. A rede sociotécnica da escassez hídrica no rio Paraíba do Sul, no período
de 2014-2015, compreendeu não só os humanos (órgãos gestores das bacias hidrográficas, as
equipes que operavam os sistemas hidráulicos, os técnicos da ANA, os representantes dos
usuários do canal de São Francisco do sistema Guandu, os membros dos comitês federal e
estadual da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, pela proximidade nos sistemas de capta-
ções municipais), mas também os não humanos (as réguas de medida, a vazão do rio, o clima,
as águas da chuva, os reservatórios, os gráficos e as resoluções geradas na incerteza da capa-
cidade dos sistemas absorver).
Como descreve muito bem Bruno Latour (2016), em sua obra “Reagregando o Social
uma introdução à teoria do Ator-Rede”, os porta vozes são muitos, especialistas e não espe-
cialistas, todos exigindo seu direito à fala, para compartilhar suas incertezas: os municípios
sofriam com as dificuldades de captar água com o baixo volume. Os reservatórios sofriam
com a utilização total de seu volume útil, e não se tinha informação como seria trabalhar com
o seu volume morto. As chuvas insistiam em não ocorrer. Os tomadores de decisão precisa-
ram trabalhar com um cenário de incertezas para conduzir o processo de decisões. Esta con-
juntura, se interpretada pela perspectiva proposta por Latour (2012), pode subsidiar a leitura e
demarcação de uma rede sociotécnica articulada pelas exigências que as circunstâncias impu-
nham.
Após um mergulho nas leituras de Latour (2012), pode-se perceber que nas reuniões
do GTAOH/CEIVAP, todos os presentes eram observadores do rio, da régua, da água, da
chuva, da quantidade de água para gerar energia elétrica, do volume útil, do volume morto,
enfim de todos os aspectos tangíveis e intangíveis que se inseriam no contexto da escassez
hídrica em curso. Portanto todos eram atores, todos faziam-fazer algo, ou seja, todos desem-
penhavam uma ação, nenhum atuava sozinho ou apresentava uma posição hierárquica privile-
giada.
Da primeira à última reunião analisada, pelas falas dos atores do GTAOH, pode-se ob-
servar o quanto eles trabalharam com incertezas e que foi por meio das discussões do grupo
que as decisões foram tomadas. Na primeira reunião, ocorrida em junho de 2014, o ONS soli-
cita a diminuição da defluência de Santa Cecília de 190 m3/s para 173 m3/s, na segunda discu-
tiu-se os impactos que poderiam acontecer tendo como base o histórico do ano de 2003 e dos
municípios que foram impactados.
Na terceira reunião, a ANA informa que as resoluções são autorizativas e não determi-
nativas e que a defluência praticada, de 180 m3/s, deveria ter mais uma redução de 7 m3/s. Na
quarta reunião discutiu-se o aumento da defluência do reservatório de Paraibuna, sobre o qual
os representantes de São Paulo foram contra e os do Rio de Janeiro favoráveis. A proposta da
ANA foi usar parte do volume morto do Paraibuna. Na quinta reunião, ocorrida em julho, a
CESP se pronuncia e diz não conhecer a estrutura do reservatório e a reação desta com a reti-
rada de volume morto, pois os subsídios existentes restringiam-se aos dadosde projeto.
[...] A CESP disse que não é capaz de precisar o volume de água que possui no vo-
lume morto e nem a quantidade que se consegue extrair, haja visto que o reserva-
tório é antigo e irregular. Os dados disponíveis são apenas dados de projeto. A re-
ferida Companhia destacou, ainda, que não possui amparo legal e regulatório para
operar o reservatório abaixo do volume útil nem violar restrições [...] (GTAOH,
2014).
Como Latour (2012) nos fala, a Teoria Ator-Rede dá vida aos objetos os tira da prisão
das coisas, transformando-os em atores de fato.O ONS informa que situação está crítica e o
volume do reservatório equivalente da bacia do rio Paraíba do Sul, nos primeiros dias de julho
de 2014, está com 26,5%, com isto os usuários discutem quais seriam os possíveis impactos:
[...] (ONS) disse que há possibilidade de chegar a um colapso hidráulico, caso o ní-
vel do reservatório chegue a zero e se tenha que conviver com a vazão natural do rio
que está em torno de 90m³/s. Relatou a importância de reduzir mais 5 m³/s para di-
minuir o risco. O Sr. Edson Falcão (INEA) disse que seria possível reduzir de 169
m³/s para 165m³/s e avaliar os impactos dessa redução. [...] TKCSA) concordou e re-
latou que se houver uma redução maior que 4 m³/s poderá haver problemas na cap-
tação.[...] INEA está acompanhando diariamente e verificando os riscos para que se-
jam feitas intervenções com o menor impacto possível. Citou que as reduções de va-
zão estão servindo para minimizar o esvaziamento dos reservatórios. [...]INEA está
acompanhando diariamente e verificando os riscos para que sejam feitas interven-
ções com o menor impacto possível. Citou que as reduções de vazão estão servindo
para minimizar o esvaziamento dos reservatórios (GTAOH, 2014).
69
Em seu livro Jamais fomos modernos, Bruno Latour (1994) descreve o envolvimento
do coletivo e dos objetos nos processos detomadas de decisão. A sétima reunião ocorrida no
começo de agosto (2014), o ONS alerta para a criticidade da bacia do rio Paraíba do Sul que
se compara ao período de 1955. Segundo a perspectiva proposta por Latour (1994, p. 10),
“Tanto à esquerda quanto à direita, as finas redes traçadas pela pequena mão de Ariadne con-
tinuam a ser mais invisíveis do que aquelas tecidas pelas aranhas.” A experiência nos fornece
uma bela rede sociotécnica. E os registros das vazões de 2003 que nos leva a vazões idênticas
as de 1955, comparando-as com as atuais e com a falta de chuva na bacia do rio Paraíba do
Sul:
[...]Na apresentação consta que os meses de julho e agosto fecharam um pouco aci-
ma da curva de 1955. Ocorreram chuvas ao final do mês de julho o que fez com que
ficasse com o valor de 8% acima da curva de 1955 e 12 % no mês de agosto, o que
não são valores significativos, pois estão falando de vazões da ordem de 80 a 75
m³/s.A perspectiva ao longo dos próximos dias é de ausência de chuva até o dia 25
de agosto. Em 14/08 o armazenamento equivalente encontrava-se abaixo do verifi-
cado no mesmo período de 2003[...] (GTAOH, 2014).
A oitava reunião ocorreu nos últimos dias de agosto de 2014, a representante do INEA
relata uma reunião ocorrida na ANA, onde afirmaram que as decisões seriam tomadas após
discussões do GTAOH e a reafirmaram a importância do coletivo nas tomadas de decisões.
[...] (INEA) informou que após reunião entre ANA e Secretários dos Estados de RJ,
MG e SP ficou definido que haveria aumento dos esforços para nova redução da de-
fluência em Santa Cecília para160 m³/s. A representante do INEA disse ainda que
decisões que dizem respeito à novas reduções deverão e serão discutidas nesse cole-
giado.[...] . O representante da CEDAE alertou que até a situação atual os problemas
já são conhecidos, porém nova redução trará impactos desconhecidos [...] (GTAOH,
2014).
Os atores do GTAOH resolveram tentar mais uma vez uma nova redução, como pode
ser observado no texto abaixo,mediante tentativa e erro, este coletivo tomou decisões.
[...] Apresentação ONS Paulo Diniz (ONS) informou que a vazão de Santa Cecília
entre julho e agosto está um pouco acima do ano de 1955 e que não há previsão de
chuva até 03/09 no rio Paraíba do Sul. Nova redução: 160m³/s (em 10/09/2014).
Marcelo Carvalho (FURNAS) sugeriu que decisão da proporcionalidade deverá ser
definida na próxima reunião baseada em estudos/testes. Edson Falcão (INEA): CE-
DAE/Guandu disse que conforme situações já vividas na semana passada, no Paraí-
ba do Sul são algo mais simples de se estimar e sugeriu como proposta testar 5m³/s
no Guandu O grupo decidiu propor uma resolução imediata para diminuição de
2m³/s no Guandu em 01/09/14. O grupo definiu que o teste no Guandu será em duas
fases: 1ª) -3m³/s a partir de domingo; 2ª) -5m³/s a partir de quarta-feira (GTAOH,
2014).
O ano de 2014 fecha de forma muito crítica, os reservatórios começam a perder seu
volume útil, começando a usar o volume morto.
[...] ONS apresentou a situação dos reservatórios e as perspectivas de armazenamen-
to diante de previsões de poucas chuvas para os próximos dias. O reservatório de
Santa Branca está operando a fio d'água desde 21/12, o de Paraibuna irá parar de ge-
rar energia e operará a fio d'água a partir de 22/12, o de Jaguari atingirá 0% em torno
do dia 04/01/2015 e o de Funil deverá chegar em 0% em torno de 10/01/2015. Foi
enfatizada a necessidade de reduzir a vazão objetivo em Santa Cecília para evitar
que os volumes mortos sejam utilizados no período "chuvoso" e não haja mais vo-
lumes disponíveis no período de estiagem, ocorrendo o colapso hidráulico justamen-
te quando as vazões naturais estiverem muito baixas [...] (GTAOH, 2014).
Vera Lucia Teixeira (CEIVAP) perguntou sobre qual período, levando em conta a
crise de 2003 que os reservatórios conseguiram se recuperar. Joaquim Gondim (A-
NA) informou que na última crise, os reservatórios demoraram cerca de 3 anos para
voltarem aos níveis adequados. Paulo Diniz (ONS) citou que é importante ressaltar
que os reservatórios não foram projetados para operar abaixo do zero do volume útil,
ou seja, não tem como saber a atuação máxima de um reservatório no volume morto,
por isso existe a possibilidade de se encontrarem problemas estruturais. Outra ques-
tão muito importante é: segurança de barragem. Nos reservatórios de Paraibuna e
Funil existem diques que foram construídos e planejados para ficarem submersos,
quando não se tem água, não se sabe até quanto ele poderá suportar, e um dique com
problema de infiltração irá precisar de meses de alternado com 114m³/s, a proposta
seria operar 90 m³/s alternando com 110m³/s (GTAOH, 2015).
71
As multidões que deveriam ser salvas da morte caem aos milhões na miséria; as
naturezas que deveriam ser dominadas de forma absoluta nos dominam de forma
igualmente global, ameaçando a todos. Estranha dialética esta que faz do escravo
dominado o mestre e dono do homem, e que subitamentenos informa que inven-
tamos os ecocídios e ao mesmo tempo as fomes em larga escala[...] acredita ser o
único a conhecer o truque que permite ganhar sempre, justamente quando talvez
tenha perdido tudo[...] (LATOUR, 1994, p. 14).
De acordo com o Sr. Luiz Roberto Barretti, do CBH-PS, atualmente o volume dos
reservatórios é 35% abaixo dos volumes do ano passado. É preciso tomar decisões
com firmeza, porque se for mantida a situação atual, pode não haver volumes nos re-
servatórios no futuro para administrar. Vera Lúcia Teixeira, do CEIVAP, ressalta
que é momento para prudência pois a situação é crítica e ainda não passou o período
de estiagem, e que é preciso poupar água agora para o período com pouca chuva. O
Sr. Julio Antunes, da CEDAE, continua com o pedido de não seja efetuada redução
da vazão, devido aos fatos já relatados anteriormente, mas acredita que a ETA
GUANDU poderá suportar a redução de 2 m³/s. Ressaltou ainda que, fique bem cla-
ro, não será possível apresentar uma resposta tão rápida para análise da qualidade da
água como é para quantidade (GTAOH, 2015).
A escassez hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul, a pior em 84 anos de registro do-
ONS começou acentuar-se em agosto de 2014 e a Agência Nacional de Água definiu que o
fórum de discussões deveria ser o GTAOH do CEIVAP, como pode ser verificado no recorte
da ata, abaixo reproduzida:
[...] A vazão de Santa Cecília deveria ter 190m³/s, mas tem 165m³/s, com previsão de
queda para 160m³/s em setembro, e deveria ser, segundo o ONS, de 144m³/s. Se isso
fosse realizado, iria causar sérios problemas na bacia do Guandu e em todas as cap-
tações de água nos CBHs MPSul e BPSul. Estão lutando para continuar com 165m³/s.
Essa proposta poderia ser vetada pela ANA, mas esta escolheu que o fórum adequado
para tomar esta decisão é Grupo Técnico de Operação Hidráulica do Ceivap (CER
HI-RJ, 2014).
Por decisão do GTAOH foram realizadas vistorias com técnicos da ANA, DAEE, I-
NEA e AGEVAP, no período de 17 a 21 de novembro de 2014, acompanhados por represen-
tantes do Ministério da Integração e dos operadores de saneamento (Sabesp, Cedae, Saaetri,
Saae Jacareí e P.M.Santa Branca): “[...] Nestas vistorias, os técnicos levantaram as caracterís-
ticas principais das captações ao longo do rio Paraíba do Sul e identificaram alternativas de
adequações necessárias no caso de agravamento da situação atual [...]”. Este estudo encontra-
se no Anexo I desta dissertação (ANA, 2015).
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho começou com a proposta de escrever um livro. Durante a disciplina Se-
minário II, realizada em Brasília, surgiu a ideia de fazer um filme, pois este levaria o conhe-
cimento dessas histórias para um maior número de pessoas. E pretendemos fazer um docu-
mentário, não conseguiremos fazê-lo até a defesa desta dissertação, mas tudo está sendo en-
caminhado para que o documentário aconteça. Já conseguimos entrevistar alguns atores que
estiveram à frente deste processo de negociação no GTAOH, para que a escassez hídrica so-
frida na bacia do rio Paraíba do Sul, em 2014-2015, fosse superada com o menor grau de im-
pacto para a sociedade. Mas, para dirimir o custo das entrevistas, estas estão sendo feitas em
reuniões do CEIVAP ao longo do ano de 2018.
Ao longo da pesquisa, conseguimos perceber que houve muitas falhas, que, na espe-
rança de que as chuvas acontecessem, o setor elétrico produziu muita energia, consumiram
mais do que poderiam e as chuvas, que deveriam vir, não vieram. A ANA, ao longo desta
crise, teve que rever seu papel e, como uma agência reguladora do sistema, seguindo o que
preconiza a lei 9433/97 em seus objetivos, no artigo segundo, inciso III, assegurou “A pre-
venção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou do uso inadequa-
do dos recursos”[...] (BRASIL, 2001, p. 12). Com isto, o setor elétrico, que sempre teve do-
mínio no uso água, teve que seguir tal lei, que tem dois incisos importantes nos seus funda-
mentos: no artigo primeiro, incisos III e IV, respectivamente, “em situação de escassez, o uso
prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; a gestão
dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas”[...] (BRASIL,
2001, p.11).
Ao concluir esta dissertação não poderia deixar de agradecer as pessoas que me ajuda-
ram a caminhar e superar os obstáculos encontrados. As minhas orientadoras Fátima Kzam e
Fátima Branquinho, que nenhuma palavra conseguiria expressar a minha gratidão, pela paci-
ência e carinho ao trabalhar minhas dificuldades. Ao coordenador do curso, Fredwich Her-
mes, por, entre uma conversa e outra, sempre me dar um toque: “[...] acho que você deveria
descrever um pouco disso ou daquilo”. Ao André Luis de Paula Marques, por comprar as mi-
nhas ideias e colocar o pessoal do SIGA CEIVAP à minha disposição na disponibilização dos
dados para elaboração dos gráficos e tabelas.
Ao longo desta pesquisa, vejo o quanto cresci como profissional e como conselheira
nos espaços em que participo. Ao ler cada ata e reviver os momentos de insegurança, onde as
decisões deveriam ser lentas, pois, apesar da bacia do rio Paraíba do Sul ser totalmente regula-
74
rizada, ter resposta instantânea dos volumes dos reservatórios, isto não nos ajudava muito,
pois a crise hídrica era uma fato novo e a bacia os volumes registrados em 2014 e 2015 supe-
ram os registros históricos anteriores.
Ao longo da pesquisa tive oportunidade de conhecer a Teoria Ator-Rede, proposta por
Bruno Latour (1994), na qual a produção dos fatos acontece por uma rede sociotécnica, na
qual os atores humanos e não humanos estão envolvidos, entrelaçados, sendo, portanto, res-
ponsáveis pelas ações. Latour (1994), em seu livro Jamais fomos modernos, afirma que tudo
está interligado, e os fatos não têm sentido se não oferecemos para a sua compreensão, uma
bela rede sociotécnica. E, com a escassez hídrica, que se alongou por dois anos, as resoluções
eram feitas semanalmente, pelo grau de incerteza que eram tomadas as decisões. Pudemos
perceber que nas reuniões do GTAOH/CEIVAP eram todos observadores do rio, da régua, da
água da chuva, da quantidade de água para gerar energia, do volume morto. Portanto, todos
eram atores, o trabalho era feito na “desordem”, pois não havias certeza de nada, só sabíamos
que precisaríamos encontrar um caminho.
Para entender como aconteceu a interação destes diversos atores ao longo do caminho,
buscou-se uma análise detalhada da integração dos principais atores nos processos de decisão
e todos os documentos que foram gerados nesta crise na bacia do rio Paraíba do Sul de 2014-
2015. A Teoria Ator-Rede mostrou-se uma ferramenta prática que, conforme descrita primo-
rosamente por Branquinho e Lacerda (2017, p. 51), “[...] indica que é preciso ser experimental
e buscar perceber que a realidade estudada vai emergindo por meio das mediações e processos
identificados ao seguir os atores do cotidiano nas ações que praticam, naquilo que ‘fazem fa-
zer’”. E esse caminho foi sendo construído no parlamento das coisas, com a participação de
atores humanos e não humanos, sendo a água o fio condutor dessa rede sociotécnica.
75
REFERÊNCIAS
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do Sul. Brasília: ANA, jan. 2015. Disponível em: <http://agevap.org.br/gtaoh/pac-ana-
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82
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nária do Comitê do Baixo Paraíba do Sul, realizada no dia 20 de março de 2014. Disponível
em:
86
COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Santo Antônio de Pádua. Ata da 1ª reunião ordi-
nária do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, realizada no dia 12 de março de 2015.
Disponível em:
<http://cbhbaixoparaiba.org.br/reunioes/2015/1-ata-ro-12.3.15.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.
COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Campo dos Goytacazes. Ata da 2ª reunião ordi-
nária do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, realizada no dia 18 de junho de 2015.
Disponível em:
<http://cbhbaixoparaiba.org.br/reunioes/2015/2-ata-ro-18.6.15.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.
COMITÊ DO BAIXO PARAÍBA DO SUL. Campo dos Goytacazes. Ata da 3ª reunião ordi-
nária do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, realizada no dia 14 de setembro de
2015. Disponível em:
<http://cbhbaixoparaiba.org.br/reunioes/2015/3-ata-ro-14.9.15.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.
COMITÊ GUANDU. Plano estratégico de recursos hídricos das bacias hidrográficas dos
rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim: relatório gerencial./ Agência Nacional de Águas,
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88
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RIO DE JANEIRO. Leinº 4247, de 16 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a cobrança pela
utilização dos recursos hídricos de domínio do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providên-
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TEIXEIRA, V.L.; BRANQUINHO, F.T.B.; LACERDA, F.K.D. Avaliação e análise dos da-
dos sobre a escassez hídrica no rio Paraíba do Sul no período de 2014-2015. In: Simpósio de
Recursos Hídricos do rio Paraíba do Sul, 3., 2018, Juiz de Fora. p. 1-10. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/srhps/files/2018/09/Anais-III-SRHPS.pdf>.
90
https://drive.google.com/file/d/1hsZU_ZJVEXKSJtSuScniEuOKZColF_TS/view?usp=sharing
92
ANEXO - Plano de Ações Complementares para a Gestão da Crise Hídrica na Bacia do rio
Paraíba do Sul. Versão 2.0 Junho de 2015.
1.1 Discussões Geradas no CNRH para a Bacia do rio Paraíba do Sul –– período 2014-
2015
O CNRH, em 2014, realizou três reuniões uma no dia 09 e 10 de Junho e outra no dia
23 e 24 de Setembro, nas quais não foi abordado nenhum tema relacionado à escassez hídrica
da região sudeste. Na terceira reunião, ocorrida nos dias 15 e 16 de Dezembro, houve um se-
minário com o tema “O comportamento hidrológico e a oferta de água em 2014”, nestas reu-
niões discutiu-se as lições aprendidas e fizeram encaminhamentos para o ano seguinte.
No seminário, houve apresentação dos órgãos gestores dos três estados (SP, MG, RJ) ,
da AGEVAP, ONS, ANA, sobre a escassez hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul. Em todas
as apresentações, foram verificados o quanto o sistema hidroelétrico da bacia do rio Paraíba
do Sul , não estavam preparados para a diminuição do volume dos reservatórios equivalente
O Sr. Ney Maranhão encerrou os trabalhos da 32ª Reunião Ordinária do CNRH, res-
saltando o importante papel do CNRH ao exercer suas funções deliberativas. Infor-
mou que a partir do próximo ano o Plano Nacional de Recursos Hídricos passará por
sua segunda revisão, que levará em conta os eventos hidrológicos de 2013 e 2014.
Por fim, o Secretário Executivo do CNRH agradeceu a presença de todos e declarou
encerrada a reunião (CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS, s/d).
No ano de 2015, houve três outras reuniões do CNRH: a primeira ocorrida no dia 29
de Junho, não tratou de nenhum assunto referente á escassez hídrica de 2014; a segunda reu-
nião ocorreu no dia 23 de setembro, na qual houve uma apresentação do superintendente de
Operações e Eventos Críticos da ANA, o Sr. Joaquim Gondim, sobre “A Crise Hídrica no
Brasil”, e em sua apresentação ele citou o caso da bacia do rio Paraíba do Sul. A terceira reu-
nião ocorreu no dia 09 de dezembro, não houve nenhum assunto sobre a bacia do rio Paraíba
do Sul.
17
1.2 Discussões Geradas no CERH do Estado Rio de Janeiro para Bacia do Rio Paraíba
do Sul –– período 2014-2015
1.2.1. Reuniões Ordinárias em 2014
Após amplas discussões pelos conselheiros, foi aprovada a ementa de uma moção a ser
encaminhada à Agencia Nacional de Água e ao Governo do Estado.
Reconhecer a gravidade do estresse hídrico na bacia do rio Paraíba do Sul e reco-
mendar a adoção de ações preventivas para minimização dos efeitos da redução de
vazões nas condições excepcionais de armazenamento dos reservatórios de regula-
rização da bacia.
sembleia, e informou que o Ceivap não foi convidado. Completou falando que não
poderiam decidir sem consultar os CBHs. Outra questão citada pela Sra. Vera, foi re-
ferente à forma de assinar um acordo que, segundo ela, deveria ter algumas condições
escritas, para só depois São Paulo fazer licitação. Continuou falando que primeiro de-
veriam resolver problemas como reflorestamento e saneamento, e que está sendo dis-
cutindo com a ANA o porquê de diminuir em 20% as outorgas, pois ganharia reserva-
tório. Finalizou comentando que ao invés disso, pretendem utilizar o volume morto do
Paraibuna, sabendo da seriedade desse ato, pois os técnicos não sabem como o reser-
vatório vai responder a essa diminuição de pressão. Disse, também, que o pacto não
cita esses itens. O Sr. Carlos Portinho explicou que o Ceivap não foi convidado, pois
todos foram “atropelados” por uma irresponsabilidade do Ministério Público Federal
que deu início à judicialização desse problema, enquanto “nós” discutíamos, inclusive
com o Ceivap, em um fórum técnico da ANA. Quando houve a primeira redução de
vazão em Santa Cecília, o Ministério Público Federal de Campos entrou com uma
ação dizendo que não poderiam reduzir nada, ou seja, chegaria em outubro sem água.
Se não fosse essa gestão, e que o Ceivap participou, chegariam já nas reservas técni-
cas, segundo as projeções, no final de outubro. Explicou que o MPF não entendeu essa
gestão que estava sendo feita e o que o ministro Luiz Fux chamou as partes do proces-
so, pois, por questões jurídicas, ele deve se limitar às partes. Assim, o MPF não consi-
derou a legitimidade do Ceivap. Comentou que no acordo em Brasília, o Ceivap não
foi convidado, pois não era parte no processo. Esse acordo, nada mais é do que uma
promessa de acordo [...] (CERHI-RJ, 2014).
Em 2014 , houve quatro reuniões extraordinárias, mas a maioria das discussões gira-
ram em torno da transposição para São Paulo.
26.03.2014 – Não houve discussão especificas sobre a crise hídrica. Discutiu-se muito
sobre a transposição para São Paulo.
03.04.2014 – Nesta reunião extraordinária houve dois pontos de pauta: Um sobre a
fragilidade e dependência do Rio de Janeiro das águas do rio Paraíba do Sul, com o “Posicio-
namento do INEA quanto à proposta paulista de transposição frente à segurança hídrica do
Estado do Rio de Janeiro; informes e discussões sobre os movimentos de mobilização sobre
a questão”; o segundo ponto de pauta foi uma palestra sobre o plano de bacia do CEIVAP. A
Palestra sobre o Plano de Recursos Hídricos do rio Paraíba do Sul foi ministrada pelo o Sr.
Wellington Lou, representante da empresa que estava realizando o plano.
08.05.2014 – Realizou-se a apresentação do Plano Estadual de Recursos hídricos, e em
assuntos gerais, vários conselheiros mostraram preocupações quanto a transposição para São
Paulo.
22.12.2014 – Apesar de constar em pauta uma apresentação – “Avanços e desafios da
gestão das águas no estado do Rio de Janeiro” –, o assunto não foi discutido, discutiu-se mo-
ções a serem enviadas ao Supremo Tribunal Federal , para o Ministro Fux e ao Governador do
Estado do Rio de Janeiro o Sr. Pezão sobre a transposição de São Paulo.
Em 2015, a situação se agrava , crise hídrica causa vários impactos em toda a bacia do
rio Paraíba do Sul, com isto ocorre várias discussões no conselho sobre a escassez hídrica:
25. 02.15 – Essa reunião teve como ponto de pauta “crise hídrica – atualizações”,
apresentada pelo Sr. Edson Falcão, conforme a ata abaixo reproduzida:
[...] O Sr. Edson Falcão iniciou comentando que é a primeira apresentação onde há
uma melhora efetiva da estiagem. Fez uma apresentação com as informações das va-
zões em relação a pior situação da história. Informou que houve uma melhora, mas
ainda devem ficar atentos. Mostrou o volume equivalente de cada reservatório, mos-
trando que em fevereiro chegaram à reserva de 0,4%, porém, atualmente a reserva está
em 7%. Explicou que, atualmente, estão operando a uma vazão média de 140m³/s, e
estão fazendo esse esforço como prevenção à estiagem. Eventualmente, caso necessi-
tem de uma nova redução, estão atuando nas adaptações das captações, onde já há
projetos que o CEIVAP está custeando. Ao usuário do CBH Guandu, existe também
outra solução, onde os quatro principais usuários que ficam próximos da foz estão se
adaptando à estiagem. Foi criado um gabinete de segurança hídrica com esses quatro
usuários, com reuniões semanais, para discutirem essas reduções. Apresentou em se-
guida duas simulações: 1) Na pessimista, repetiu o que aconteceu em 2014, onde pa-
rou de chover de fevereiro a novembro. Se isso se concretizasse, a situação do reser-
vatório estaria em -7,8% em novembro, mas isso ainda estaria dentro do volume da
reserva estratégica disponibilizada pela ANA, que é de 13,1%; 2) Na simulação base-
ada no volume atual, choveria 20% a mais que em 2014, e assim estariam mais sus-
tentáveis, onde não precisariam acessar esse volume estratégico (CERHI-RJ, 2014).
21
19.08.2015 – Nesta reunião não houve discussão sobre a escassez hídrica, devido a
pauta ter sido muito extensa.
22
05.11.2015 - Não houve discussão sobre a escassez hídrica do rio Paraíba do Sul.
09.12.2015 - Não houve discussão sobre a escassez hídrica do rio Paraíba do Sul.
Nas reuniões extraordinárias em 2015, a crise hídrica e a qualidade da água, consta-
ram na pauta:
03.02.2015 – Constou em pauta o tema da Crise Hídrica, que foi apresentado pela
Sra. Moema Versiane.
[...] O ano de 2014 foi um ano que a vazão em Santa Cecília foi bem abaixo do pior
histórico. As condições meteorológicas não estão ajudando. Nunca passaram por
essa situação de armazenamento tão baixo. No dia 1/12/14, estavam com o reserva-
tório equivalente a 3,73% e foi decaindo, ficando no dia 01/02/15 em 0,33%. Mos-
trou a evolução dos reservatórios, no qual Santa Branca e Paraibuna esgotaram dia
24/01/15. Fez um resumo do que vem ocorrendo nas reuniões do GT Operação Hi-
dráulica/CEIVAP, que acompanha de perto e toma as decisões das novas reduções,
sempre com a participação e escutando os usuários. Dia 22/12/14 realizaram uma
reunião, onde estavam praticando uma vazão de 161 m³/s, passando para 114 m³/s,
para poder atender os usuários do canal de São Francisco. A situação foi piorando e
precisaram reduzir mais. Dia 30/12/14 passaram por uma vazão objetiva de
149m³/s, reduzindo 10m³/s pra jusante, e no Guandu foram reduzindo gradativa-
mente. No 12/01/15 fizeram nova redução para a transposição, e depois uma nova
redução, que é a que estão praticando atualmente, que está entre 114 e 92 m³/s e a
vazão objetiva é de 145 m³/s. A próxima reunião será dia 05/02/15, onde irão estudar
a situação dos usuários. Para fazerem novas reduções, precisarão de novas adapta-
ções. Para o trecho do Médio Paraíba e do Baixo Paraíba, a CEDAE tem um projeto
para 5 municípios. O total estimado para essas obras é de R$ 9.000.000,00. Outras
adaptações necessárias são com os usuários do canal de São Francisco, que são as
indústrias. A SEA e o INEA têm tido reuniões frequentes com os representantes da
região desde 11/2014, e já notificaram que fariam novas reduções [...] (CERHI-RJ,
2015).
[...] O objetivo foi observar as mudanças na qualidade nos rios Paraíba do Sul e
Guandu, e também avaliação da intrusão salina no canal de São Francisco e na foz
do Paraíba do Sul. Intensificaram a frequência do monitoramento, desde 07/2014.
As únicas empresas que tiveram problemas na captação foram a CSA e FCC, e na
foz do Paraíba do Sul estão tendo problemas na captação da CEDAE. A preocupa-
ção atual começou em dezembro, na entrada do verão, pois o monitoramento no fu-
nil revelou a proliferação de cianobactérias. Imediatamente começaram um monito-
ramento especial semanal. Todos os níveis de qualidade de água ainda são satisfató-
rios [...] (CERHI-RJ, 2015).
30.03.2015 – Não houve discussão. A pauta desta reunião foi sobre o relatório do pró
gestão.
09.06.2015 – Não houve discussão. A pauta desta reunião versou sobre aprovação do
Cadastro Ambiental Rural – CAR.
16.09.2015 – Não houve discussão. A pauta desta reunião foi sobre o fundo de recur-
sos hídricos.
23
1.3. Discussões Geradas no Conselho Estadual de Recursos Hídrico de São Paulo – CRH
O Conselho do Estado de São Paulo se reuniu quatro vezes no ano de 2014: no dia 03
de fevereiro, em reunião ordinária; dia 15 de abril, em reunião ordinária; e dia 09 de dezem-
bro, com duas reuniões, uma ordinária e outra extraordinária. Em nenhuma delas citaram a
bacia do rio Paraíba do Sul , discutiram a crise hídrica, mas em outras bacias de abastecimen-
to de São Paulo.
Em 2015, o Conselho do Estado de São Paulo, se reuniu três vezes: duas reuniões ex-
traordinárias no dia 22 de abril e outra no dia 18 de agosto. Em nenhuma delas a crise hídrica
ou a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul foi citada. Na reunião ordinária que ocor-
reu no dia 14 de dezembro, na abertura da reunião, o presidente, Sr. Benedito Braga, Secretá-
rio de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, fez alguns relatos sobre a
bacia do rio Paraíba do sul: “[...] Informou ainda que foi assinado um acordo histórico em
Brasília, promovido pelo Supremo Tribunal Federal, entre os estados de SP-RJ.MG para ope-
ração do sistema hidráulica do Rio Paraíba do Sul e que garante maior segurança hídrica das
Bacias PCJ e da RMSP[...]” (CRH, 2017).
ga em torno de 5%, e hoje podemos dizer que estamos com uma folga menor do que
1%. Operar o sistema elétrico nesse cenário é a mesma coisa que dizer o seguinte: bas-
ta perder uma máquina de Itaipu ou uma máquina de outra grande usina para termos
uma crise no setor elétrico. Isso mostra que a pauta de água é prioritária e tem que pu-
xar as nossas discussões e decisões [...] (CERH, 2014).
ma. Construções na beira do rio, pesca predatória, restos de captação jogados na calha
do rio: o Estado tem que tomar providências. A comunidade está disposta. Só estou
dizendo isso aqui para mostrar que tem saída e que a sociedade como um todo tem
que assumir isso. O Comitê do Paracatu está elaborando uma carta compromisso en-
tre o Estado, a sociedade, o Comitê e as prefeituras, traçando um pacto pelas águas na
bacia. Eu acho que, com cada um assumindo a sua parte, nós vamos ter o rio vivo e
não vamos passar por esse problema, pois sabemos que, de agora para frente, será uma
constante nos nossos dias. [...]É compreensão de um real planejamento por bacia, na
perspectiva de um território que será sempre um conjunto de pequenas bacias, mas na
perspectiva de pertencimento daquela comunidade que vive ali. Eu acho que esta crise
atual chama atenção para os órgãos de gestão se aqueles agentes políticos, sociais e
econômicos, simultaneamente, não estiverem atuando como protagonistas. É efetiva-
mente dizer que, se quer conservar água, tem que ser com quem está atuando no terri-
tório [...] (CERH, 29 out. 2014).
A conselheira Maria Aparecida Vargas, em seguida fez uma explanação geral, sobre a
escassez hídrica da bacia rio Paraíba do sul e a importância dos rios de Minas Gerais para o
abastecimento da região fluminense. Em seguida, falou um pouco de suas preocupações em
relação à transposição para São Paulo.
[...] citou a crise que estamos vivendo hoje não só em São Paulo, mas no país, e hoje
Rio e São Paulo estão com a proposta de retirada de água da bacia do Paraíba do Sul,
para abastecer a região metropolitana de São Paulo. Eu já venho, há um bom tempo,
alertando que vai chegar uma hora em que vão acordar que grande parte da água que
abastece o noroeste fluminense não é a água da transposição que vai para o Guandu e,
sim, a água dos nossos rios de Minas. Tem a sua foz a jusante dessa transposição. O
que os rios Pomba, Muriaé, Preto e Paraibuna contribuem para esse abastecimento das
cidades fluminenses nessa região é muito maior. É um assunto muito sério, estamos
discutindo no Plano de Bacia do Paraíba do Sul e nos planos mineiros, e venho colo-
cando essa preocupação há um bom tempo. Um momento de crise e escassez hídrica
é a hora em que todo mundo enxerga. Nós em Minas temos que decidir como vamos
propor essa entrega e não esperar que o plano de bacia aponte qual é a vazão desses
pontos de entrega em Minas. Eu acho que é uma discussão que tem que passar por
nós em Minas primeiro. Em função dessa discussão, eu quero dizer que, no dia 26 de
novembro, nós vamos realizar um seminário na bacia do Pomba e Muriaé, em Cata-
guases. Sabemos que a escassez no Muriaé está muito mais séria, mas a vazão do
Pomba é muito maior. Podemos até usar esse argumento. Eu acho que precisamos sair
dessa reunião com uma carta do Comitê da Bacia e nos posicionarmos perante o Cei-
vap antes que esses pontos sejam definidos. Quem está vendo o Muriaé e o Pomba
como estão hoje. Trabalhamos na bacia reservatórios para contenção de cheia. Esta-
mos avançando no Ceivap, e esses reservatórios vão passar para ser reservação de
água também, até para beneficiar a própria população do Rio de Janeiro. Essa é uma
crise, mas a tendência é cada vez mais ficar com falta de água, e temos que nos debru-
çar sobre isso [...] (CERH, 29 out. 2014).
Na última reunião as discussões giraram em torno da crise hídrica, vários outros con-
selheiros se posicionaram, em relação à crise no estado de Minas Gerais.
No ano de 2015 , o conselho se reuniu seis vezes, houve discussões sobre a escassez
hídrica, mas as falas dos conselheiros não foram direcionadas para a bacia do rio Paraíba do
Sul, discutiram mais as ações para o enfrentamento da crise de Minas Gerais.
26
1.5 Discussões geradas no CEIVAP - Comitê Integração da Bacia do rio Paraíba do Sul
– período 2014-2015
Na reunião ordinária do dia 20.05.2014, na abertura, o presidente, Sr. Danilo Vieira Jú-
nior (SEMAD/MG), falou da escassez hídrica:
[...]destacando que o atual momento vivenciado na Bacia do Paraíba do Sul é de aler-
ta, visto que estudos divulgados apontam para um estresse hídrico na Bacia. Ressal-
tou que a situação é preocupante, porém, oportuna para a criação de uma agenda posi-
tiva, no intuito de traçar diretrizes e fazer um planejamento estratégico em prol da
preservação da Bacia [...] (CEIVAP, 20 maio 2014).
encontrar uma solução que fortaleça o sistema de recursos hídricos no Brasil (CEI-
VAP, 11 dez. 2014).
No mesmo dia houve uma reunião Extraordinária, mas o tema era especifico sobre co-
brança. Não houve nenhum comentário sobre a escassez hídrica.
No ano de 2015, o CEIVAP se reuniu-se apenas duas vezes, onde realizou reuniões
ordinárias e extraordinárias. Na sua primeira reunião ordinária do ano, no dia 24.03.2015,
deu-se a posse dos novos membros e da nova diretoria, houve uma apresentação por um re-
presentante da ANA e várias falas dos conselheiros sobre a escassez hídrica.
[...] O Sr. Patrick Thomas (ANA) 30 pontuou que esteve presente na última reunião
plenária do CEIVAP, e que na ocasião o momento estava mais crítico. Sobre a crise
hídrica atual, mencionou que o ano de 2014 foi atípico em termos climatológicos,
exemplificando com o fato de ter acontecido maior cheia do rio Madeira e pior seca
no Paraíba do Sul em 84 anos. Citou que desde março a Agência Nacional de Águas
vem discutindo junto ao Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da
Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul, para atuação conjunta com o
Comitê da Bacia do Rio Guandu (GTAOH) do CEIVAP as revisões de vazão, medi-
das e impactos diante da crise. Falou que está sendo avaliado o que precisa ser feito
para adaptar os usurários. Informou que se as chuvas continuarem a bacia terá uma re-
cuperação maior. O principal conflito é sobre guardar no reservatório e soltar para
atender os usuários. Comentou que às vezes não é A falta d’água o 3 problema, e sim
a estrutura. Disse ainda que na gestão dessa crise, o CEIVAP é pioneiro, e tem tido
uma grande participação na gestão da mesma. Falou sobre o envolvimento e articula-
ção do Comitê, que esse é o diferencial do CEIVAP. Finalizou dizendo que com as
novas regras operativas propostas eles estão gerenciando a crise e trabalhando para
evitar uma nova crise[...] (CEIVAP, 24 mar. 2015).
As falas são um pouco antagônicas uma representante acha que o CEIVAP, deveria ter
aproveitado mais da crise para mostrar seu trabalho e a outra representante afirma que o CEI-
VAP foi protagonista:
[...] Sra. Vera Lúcia Teixeira (O Nosso Vale! A Nossa Vida) Falou também sobre a
crise hídrica e como a área de comunicação não se aproveitou do momento para dar
visibilidade à instituição. Falou a respeito do gargalo em relação à questão de esgota-
mento sanitário na Bacia[...]. [...] A Sra. Moema Versiani (INEA) parabenizar a dire-
toria do CEIVAP pela gestão no biênio 2013/2015, e destacou dois aspectos: A crise
hídrica, onde pode-se observar que o CEIVAP está na mídia e com papel de protago-
nista [...] (CEIVAP, 24 mar. 2015).
No mesmo dia houve uma reunião Extraordinária para aprovação de várias resolu-
ções, uma delas específica sobre a escassez da bacia do rio Paraíba do Sul: “nº 225/2015 e
dispõe complementarmente sobre a criação do Subcomponente: Ações Emergenciais – Es-
tresse Hídrico da Bacia do rio Paraíba do Sul (CEIVAP, 24 mar. 2015).
No dia 25.08.2015, ocorreram as duas reuniões: a primeira extraordinária, onde a dis-
cussões foram sobre o valor pago pela transposição de dois terços da água do rio Paraíba do
Sul para o rio Guandu para abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro; a se-
28
gunda reunião foi a ordinária, com um ponto de pauta específico sobre a escassez hídrica,
apresentada pelo Sr. Paulo Diniz, representante do ONS:
– O Sr. Paulo Diniz (ONS) deu início a sua apresentação parabenizando o GTAOH
pela atuação em meio a crise hídrica. Relatou que, como técnico do ONS, opera crises
no país inteiro, e não há nenhum grupo como o que gerencia a crise na bacia do rio
Paraíba do Sul. Ressaltou que se não fosse a atuação desse grupo, não haveria as de-
cisões tomadas diante da crise. Disse que o Sr. André Marques (AGEVAP) foi uma
pessoa muito importante nesse Grupo. O Sr. Paulo Diniz (ONS) explicou que em
momento de crise, o fundamental é ter informações corretas; sempre que for ecoar
uma informação, deve-se confirmar essa informação. Mostrou a última apresentação
feita no âmbito do GTAOH com os números e a missão até chegar o final do período
seco. Sobre a previsão meteorológica, destacou que dificilmente ocorrerá um evento
metereológico que cause efeito significativo. Apresentou a situação hidrológica de
2015 comparada ao do ano passado e comentou que não há umidade suficiente para
água migrar para calha do rio. Mostrou o histórico de armazenamento e disse que no
momento estão registrando 7,8%. Mencionou que se tiver 100% das vazões verifica-
das terminaria em 4%, 90% termina em 2,3% e 80% termina em 0,9%. Destacou que
o GTAOH realiza reuniões semanais a fim de gerenciar a crise e tentar passar por es-
se período, e desde o ano passado nenhum usuário ficou sem recursos hídricos na ba-
cia do rio Paraíba e na bacia do rio Guandu. O Sr. João Gomes (UENF) fez um agra-
decimento ao GTAOH, pela atuação acerca da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do
Sul, agradeceu também ao Sr. André Marques (AGEVAP), ressaltando a implantação
do SIGA-CEIVAP que dá acesso a informações que estavam dispersas. Deu início a
sua apresentação dizendo que 2015 será um grande laboratório para quem participa do
sistema de gestão de recursos hídricos. Falou sobre a captação por poços na região hi-
drográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana e disse que viveram 9 meses de défi-
cit hídrico, e se não tivera vazão do rio conservada em níveis satisfatórios, irão entrar
em colapso hídrico. Citou que, felizmente, dentro das ações emergenciais do CEI-
VAP, a região hidrográfica do Baixo Paraíba foi contemplada com a construção de
dois poços artesianos, que ainda não saíram do papel, por conta de problemas políti-
cos. Concluiu dizendo que o CBH Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana já manifestou
em plenária que é contra o atraso dessas obras (CEIVAP, 25 ago. 2015).
Em seguida, abriu-se a discussões sobre a apresentação, e o Sr. Edson Falcão fez al-
guns relatos de impactos causados pela Escassez Hídrica, tanto da região do Baixo Paraíba
Sul, quanto da região do Guandu no canal do São Francisco, onde as indústrias sediadas neste
local também tiveram problemas em função a escassez hídrica:
O Sr. Edson Falcão (INEA) relatou que a situação do Baixo Paraíba é a situação mais
sensível porque ali não tem nenhum reservatório que consiga regularizar a vazão, e o
nível do Paraíba do sul está muito baixo, e é muito preocupante. Citou que isso é algo
que está sendo pensando, no CEIVAP existe um projeto de barramento que está sen-
do adaptado para a finalidade de fazer armazenamento de água. Comentou que o
GTAOH, proporciona a oportunidade de nivelar e alinhar informações relevantes para
tomadas de decisão. As discussões no âmbito Grupo fomentam as decisões quanto as
alterações de vazão. De 190 m³/s está passando para 110m³/s, é algo que não é sim-
ples de se fazer, e houve um esforço muito grande dos atores para que isso fosse reali-
zado. Disse ainda que as ações que estão sendo feitas são ações baseadas em estudos.
Explicou que o problema das captações não é quantidade de água, um dos problemas
é em relação a qualidade da água, porque como a lâmina da água está diminuindo
bastante, a captação estava captando vento, em São João da Barra, por exemplo. Na
região do Guandu, tem usuários que tem impacto maior em relação a captação no rio,
como CSA, FCC e Gerdau. Citou que a ETA Guandu que está conseguindo suportar
essas reduções até então realizadas. Em tempo, disse que estão sendo feitas adapta-
ções a curto e médio prazo. Concluiu dizendo que a ideia é que se consiga recuperar
29
os reservatórios o mais rápido possível.[...] O Sr. Edson Falcão (INEA) citou que os
reservatórios que existem na bacia do Paraíba do sul têm capacidade para atender as
demandas atuais e nos horizonte até 2040. Comentou que foi criado um grupo na
ANA, onde os estados fizeram os ajustes das novas regras operacionais dos reservató-
rios, compatíveis até o horizonte de 2040 (CEIVAP, 25 ago. 2015).
A Sra. Maria Aparecida Vargas (Energisa Soluções S.A.) e a a Sra. Zeila Piotto (CI-
ESP Taubaté), também elogiaram o trabalho do Grupo de Acompanhamento Operação Hi-
dráulico do CEIVAP, destacando a interlocução deste com a ANA nas tomadas de decisões:
A Sra. Maria Aparecida Vargas (Energisa Soluções SA) citou que quem define as re-
gras de operação dos reservatórios é a ANA, e atualmente a ANA não está emitindo
resolução sem antes consultar o CEIVAP. A Sra. Zeila Piotto (CIESP Taubaté) elogi-
ou a atuação do GTAOH, destacando o importante papel que o grupo vem exercendo.
Ressaltou que o Comitê tem que melhorar as informações no âmbito dos usuários da
bacia, uma vez que esse mecanismo não está adequado, inclusive no trecho de São
Paulo. Salientou que não existe fórmula pronta, mas é importante melhorar essa inter-
nalização. Comentou que o PCJ contratou um estudo que fez uma avaliação climato-
lógica englobando vários aspectos relevantes, e que a sugestão é que o CEIVAP
aprove a realização desse estudo para a bacia do rio Paraíba do Sul. Falou que os gru-
pos de trabalho do Comitê e Órgãos Gestores poderiam elaborar o Termo de Referên-
cia em parceria (CEIVAP, 25 ago. 2015).
O Sr. Eduardo Araújo (IGAM) e o o Sr. Marcelo Carvalho (Eletrobrás Furnas), tam-
bém elogiaram a importância do GTAOH, e informaram que a reunião ocorre de forma pre-
sencial ou por vídeo conferência e que todos podem participar. Destacaram que o mesmo trata
de situações do dia-a-dia, de curto prazo, e que as ações a longo prazo deverão ser pensadas
fora do GTAOH.
O Sr. Eduardo Araújo (IGAM) parabenizou o GTAOH pela atuação. Comentou que a
terra está seca, a água cai e não consegue gerar umidade para ser canalizada, a bacia
tem uma rocha impenetrável e a água fica acumulada no solo, sendo necessária prote-
ção para que essa água não se perca. Destacou que no CEIVAP existe um trabalho, as
coisas estão acontecendo e é importante que existam ações nesse sentido. A sugestão é
aumentar a capacidade de infiltração e permanência de água, aproveitar melhor o po-
tencial hídrico da bacia. O Sr. Marcelo Carvalho (Eletrobrás Furnas) ressaltou que
GTAOH é aberto para as pessoas participarem, seja presencialmente ou por video-
conferência. Informou que todos os documentos estudos e apresentações geradas no
âmbito do grupo estão disponibilizados em uma área do site da AGEVAP. Disse ain-
da que GTAOH trata de situações do dia-a-dia, trabalhando em curto prazo. Mencio-
nou que as ações de longo prazo podem ser pensadas fora do GTAOH (CEIVAP, 25
ago. 2015).
Discutiu –se a redução de 5 m3/s na transposição para o rio Guandu. As empresas pre-
sentes relataram seus problemas:
[...]Avaliação dos efeitos da redução de 5m³/s na transposição para o rio Guandu. O
representante do INEA informou que a CSA (usuário com a captação mais próxima da
foz) relatou já ter havido anteriormente problemas de alta salinidade. Tiveram que in-
terromper a captação em alguns momentos devido a maré alta de sizígia. Como eles
possuem um reservatório com uma capacidade de armazenamento para 18 horas, eles
contornaram o problema da alta salinidade, acrescentando bombas adicionais para
captar uma vazão maior no período de salinidade mais baixa. Porém não sabe infor-
mar se consegue operar desta forma considerando novas reduções de vazão. O André,
representante do INEA coordenou uma campanha de monitoramento da intrusão de
salina no Canal de São Francisco e rio Guandu. O Edes, representante da CEDAE, re-
latou que na estiagem de 2003, a CEDAE teve que instalar pranchões na barragem da
ETA Guandu e elevar a crista do vertedouro em 60 cm para manter o nível da capta-
ção e compensar a redução de 10m³/s no rio Guandu. Este seria o nível máximo que as
estruturas atuais estão preparadas para alcançar. O Briard, representante da CEDAE,
reforçou o informado anteriormente e alertou que hoje com uma redução de apenas
5m³/s, já foi necessário elevar 48cm, de onde concluiu que as condições da bacia atual
estão diferentes das observadas em 2003. Tal constatação indica que a elevação de 60
cm pode não ser mais suficiente para neutralizar a redução de 10 m³/s. Informaram
ainda que em 2003, as chuvas intensas de curta duração na região da bacia dos rios
Poços, Queimados e Ipiranga, somadas à redução de vazão no rio Guandu contribuí-
ram para a piora da qualidade da água imediatamente a montante da tomada d’água da
ETA Guandu, com um aumento da alcalinidade de 7 para 26. Isso ocorreu devido a
uma maior contribuição das águas do Lago do Guandu. Após as chuvas, as concentra-
ções voltaram aos padrões normais observados no manancial [...](AGEVAP, 16 jun.
2014).
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A discussões seguinte foram relativo a curva chave , para medir a vazão em Santa Ce-
cília. E de uma nova redução em Santa Cecília com mais 2 m³/s , passando a redução para 7
m³/s, pois na última reunião a redução foi de 5 m³/s . O INEA colocou a importância de se
ter transparência no processo.
[...]O Sr. Eduardo Dantas (CEDAE) questionou se o referencial é o Posto de Barra do
Piraí/RJ ou a jusante de Santa Cecília, visto que isso gera uma diferença de 5 m³/s.
houve uma redução efetiva de 5 m³/s, para a jusante houve uma redução de 5 m³/s.
Ressaltou que para discutir novas reduções esse cenário tem que ser levado em conta.
O Sr. Marcelo Carvalho (Furnas) questionou o fato de se for adotado a redução de
mais 7 m³/s como será tratada essa questão na ANA, se vai ser adotada em relação a
Barra do Piraí ou Santa Cecília. Sugeriu fechar a questão provisoriamente enquanto a
ANA avalia a curva chave. O Sr. Patrick Thomas (ANA) comentou que hoje o que es-
tá em vigor é a determinação de cumprir uma cota em Santa Cecília jusante de
351,51m, que equivale a vazão medida de 69 e 67m³/s. Hipótese de redução de mais 7
m³/s a jusante de Santa Cecília, equivaleria a redução de 5cm, para a cota 351,46m.
Essa cota de 351,46m é a cota próxima a que foi praticada pela Light no primeiro dia
de redução. Do ponto de vista de cota e vazão real, essa redução adicional de 7 m³/s na
leitura da régua levaria a uma cota que foi praticada durante uma semana, cujos im-
pactos foram absolvidos pelos usuários. Uma hipótese é aplicar essa redução adicional
de 7 m³/s em termos de cota na régua da estação de Santa Cecília jusante. A sugestão
é encaminhar um ofício da ANA autorizando a cota 351,46m, com isso ganha os 7
m³/s adicionais, sem ter impactos, sem alterar a vazão do Guandu, como já praticado
hoje. O Sr. Marcelo Carvalho (Furnas) destacou que a operação de Furnas é condici-
onada a operação da Light, e não vê problema em reduzir mais 7 m³/s. A Sra. Rosa
Formiga (INEA) comentou que é necessário dar transparência ao processo para que
um leigo seja capaz de enxergar o nível de referência [...](AGEVAP, 24 jun. 2014).
33
As discussões giraram em torno das intervenções a ser realizadas nos municípios para
diminuir os impactos na captação de abastecimento público.
[...] O Sr. Edson (INEA) relatou sobre o desassoreamento que o INEA está realizando
na captação de Carola em Barra do Piraí. A Madalena (Secretária de Meio Ambiente
de Barra do Piraí) acompanhou o trabalho e neste momento apenas o desassoreamento
é suficiente não havendo necessidade de realizar também o enrocamento, já que com a
construção da ETA Mãe, Carola deixará de operar nos próximos anos. [...] A Vera
apresentou o orçamento do SAEE de Barra Mansa para a troca do flutuante e bombas.
O André (AGEVAP) irá vistoriar e acompanhar as soluções para o município de Barra
Mansa [...](AGEVAP, 24 jun. 2014).
A sétima reunião ocorreu 01.08.14, por vídeo conferencia , CESP, LIGHT e FUR-
NAS, fizeram apresentação sobre a qualidade dos reservatórios, demonstraram que apesar da
baixa vazão dos reservatórios, nenhum até o presente momento, não apresentou problema de
qualidade. Houve uma avaliação sobre a redução da vazão para 169 m³/s em Santa Cecília,
nesta reunião não houve relato dos usuários de São Paulo. Os usuários do Rio de janeiro fize-
ram seus relatos:
[...] Os usuários do Guandu relataram os problemas encontrados durante a prática da
vazão de 111 m³/s (aumento da intrusão salina e cota muito baixa do Canal do São
Francisco no momento de maré baixa). Por tudo, ficou decidido que haverá o aumento
da vazão em Pereira Passos de 111m³/s para 115m³/s no momento de ocorrência de
marés alta. O Inea encaminhará os períodos onde serão necessárias estas alterações; O
representante da prefeitura de Barra Mansa informou que os serviços de adequação da
captação de Barra Mansa ainda não foram executados, porém está em processo licita-
tório. Esta demora se deu devido a opção de realizar o procedimento licitatório con-
vencional e não emergencial; Ficou decidido que haverá uma nova redução de 4m³/s
na vazão objetivo em Santa Cecília, praticando então a vazão de 165m³/s. A redução
em Funil será executada a partir de 0h do dia 04/08/14 e em Santa Cecília a partir de
20h do mesmo dia, quando teremos uma vazão transposta de 110m³/s e a jusante a
Santa Cecília igual a 55m³/s. A cota de controle no posto V-1-094 passará a ser
351,43m. Foi pactuado que na ocorrência de problemas que inviabilizem as captações
provocadas pela redução da vazão nos Usuários de Abastecimento do Médio e Baixo
Paraíba, os mesmos relatarão ao Inea que por sua vez providenciará o retorno da va-
zão de 169m³/s em parceria com Furnas e NOS [...] (AGEVAP, 1 ago. 2014).
Em seguida discutiram sobre a curva chave que Light estava usando, a ANA se com-
prometeu em emitir um oficio prorrogando a resolução ate 30.09.18.
A oitava reunião ocorreu 15.08.14, por vídeo conferencia na sede do ONS e a discus-
sões girou na diminuição da vazão objetiva de Santa Cecília para 165 m3/s. O ONS falou das
condições hidrológicas e do armazenamento da Bacia do rio Paraíba do Sul.
[...]Na apresentação consta que os meses de julho e agosto fecharam um pouco aci-
ma da curva de 1955. Ocorreram chuvas ao final do mês de julho o que fez com que
ficasse com o valor de 8% acima da curva de 1955 e 12 % no mês de agosto, o que
não são valores significativos, pois estão falando de vazões da ordem de 80 a 75
m³/s. A perspectiva ao longo dos próximos dias é de ausência de chuva até o dia 25
de agosto. Em 14/08 o armazenamento equivalente encontrava-se. abaixo do verifi-
cado no mesmo período de 2003[...] (AGEVAP, 15 ago. 2014).
No dia 25.08.14 quando ocorreu a nona reunião a situação estava mais crítica e
as discussões foram acerca da quantidade e qualidade da água. Houve uma apresenta-
ção do ONS sobre a situação hidrológica e o INEA fez uma apresentação sobre o mo-
nitoramento da qualidade das águas.
[...] Edson Falcão (INEA) informou que não houve agravamento nas condições atuais
verificadas. João Gomes (CBH-BPSI) disse que São João da Barra apresentou agra-
vamento. O representante do CBH BPSI solicitou alterações em Simplício durante a
maré alta. Marcelo (FURNAS) esclareceu que pela distância entre Simplício e São Jo-
ão Barra não seria possível gerar uma onda com uma magnitude apropriada para refle-
tir no referido município, dada as dissipações e que seria inviável fazer algo semelhan-
te ao que está sendo feito no Guandu. Funil: geração com defluência média diária de
143/144 m³/s. CSA: Primeira a sentir problemas de salinidade nas captações em Santa
Cruz. Os momentos de paradas estão tendo impactos minimizados por conta dos perí-
odos de maré de quadratura - novas reduções devem ser respaldadas por estudos. Rosa
Formiga (INEA) informou que após reunião entre ANA e Secretários dos Estados de
RJ, MG e SP ficou definido que haveria aumento dos esforços para nova redução da
defluência em Santa Cecília para160 m³/s. A representante do INEA disse ainda que
decisões que dizem respeito à novas reduções deverão e serão discutidas nesse colegi-
ado. O representante da CEDAE alertou que até a situação atual os problemas já são
conhecidos, porém nova redução trará impactos desconhecidos. O representante da
CEDAE alertou que até a situação atual os problemas já são conhecidos, porém nova
redução trará impactos desconhecidos [...] (AGEVAP, 25 ago. 2014).
Na apresentação sobre a qualidade, pode se verificar que tanto o canal de são Francis-
co, estava tendo problemas quanto na região da foz do Paraíba em São João da Barra.
[...] Houve aumento da intrusão salina no canal do São Francisco de aproximadamente
4 Km na superfície. A extensão da cunha salina verificada na última campanha, no ca-
nal do São Francisco, foi de aproximadamente 4 km na superfície e de 5,5 km no fun-
do. O representante da CEDAE alertou que até a situação atual os problemas já são
conhecidos, porém nova redução trará impactos desconhecidos. Quanto ao índice de
38
Apesar de estar todos apreensivos, com a proposta de nova redução, mas pela
apresentação do ONS era preciso fazer alguma coisa.
[...]Apresentação ONS Paulo Diniz (ONS) informou que a vazão de Santa Cecília
entre julho e agosto está um pouco acima do ano de 1955 e que não há previsão de
chuva até 03/09 no rio Paraíba do Sul. Nova redução: 160m³/s (em 10/09/2014).
Marcelo Carvalho (FURNAS) sugeriu que decisão da proporcionalidade deverá ser
definida na próxima reunião baseada em estudos/testes. Edson Falcão (INEA): CE-
DAE/Guandu disse que conforme situações já vividas na semana passada, no Paraí-
ba do Sul é algo mais simples de se estimar e sugeriu como proposta testar 5m³/s no
Guandu O grupo decidiu propor uma resolução imediata para diminuição de 2m³/s
no Guandu em 01/09/14. O grupo definiu que o teste no Guandu será em duas fases:
1ª) -3m³/s a partir de domingo; 2ª) -5m³/s a partir de quarta-feira [...](AGEVAP, 25
ago. 2014).
A preocupação dos usuários do canal de São Francisco, era visível, como podemos ver
por suas falas.
[...] O Sr. José Luiz Governo (TKCSA) relatou que o teste com vazão de 109 m³/s
iniciou-se no dia 01/09/2014 e propôs que se mantivesse tal vazão, não sendo feitas
novas reduções a partir daquele momento, pois o período de observação de apenas
08 (oito) dias havia sido curto para que se tomasse conhecimento das consequências
[...] (AGEVAP, 8 set. 2014).
Após ampla discussões resolveram diminuir mais um pouco, tanto para o Guandu
quanto para o baixo Paraíba do Sul.
[...] Foi proposta e aprovada redução de 2 m³/s na vazão defluente para o Guandu e
de 3 m³/s na vazão defluente para o Baixo Paraíba, entrando em vigor a partir das 0h
do dia 10/09/2014. O bombeamento passará a ser de 108 m³/s e a defluência de San-
ta Cecília passará a ser de 52 m³/s (AGEVAP, 8 set. 2014).
Por último, os membros fizeram uma avaliação após a redução da vazão em Santa Ce-
cília:
[...] Avaliação da situação das captações após a redução da vazão objetiva em Santa
Cecília para 160m³/s; O Sr. José Luiz Governo (TKCSA) relatou que foram necessá-
rias paradas na captação nos dias 16/09, 17/09, 18/09, 27/09 e 28/09 respectivamen-
te de 5h32min, 8hs, 17hs, 8hs e 5h25min. Relatou que acionou o protocolo de co-
municação estabelecido para emergências informando o ocorrido, e devido ao au-
mento da vazão defluente em Santa Cecília não foi necessário parar a operação da
usina. Acrescentou que durante esse período a FCCSA se encontrava em parada
preventiva e por isso não estava coletando os dados de salinidade em sua captação.
O Sr. Edson Falcão (INEA), fez uma apresentação complementando o informado
pelo Sr. José Luiz Governo, relatando o problema ocorrido com a CSA e as provi-
dências tomadas em função do mesmo. Explicou que no dia 18/09/2014 a CSA en-
trou em contato com o INEA, e às 20h do mesmo dia este último solicitou o aumen-
to da vazão em Pereira Passos para 115 m³/s. No dia 19/09/2014 a captação foi nor-
malizada. Acrescentou, ainda, que foram realizadas teleconferências com represen-
tantes do INEA, ANA, ONS, LIGHT, FURNAS, CSA e CEDAE nos dias 19/09,
22/09 e 26/09/2014. Na primeira, foi decidido manter a vazão de 115 m³/s em PP; na
segunda, a decisão foi de mantê-la até 26/09 devido aos eventos da maré alta; e na
última foi decidido reduzi-la para 111 m³/s até o dia 30/09/2014 [...] (AGEVAP, 30
set. 2014).
Em seguida foi discutido qual a vazão seria mantida, e definiram que trabalhariam
com duas vazões uma em maré alta e outra em maré baixa.
[...] Ficou decidido que a partir do dia 01/01/2014 à meia noite, a vazão de Pereira
Passos passa para 110m³/s. Nos períodos de maré de sizigia a vazão seria elevada
para 114m³/s. O INEA irá enviar a programação dos dias em que ocorrerá o aumento
da vazão defluente em Pereira Passos devido a ocorrência de marés altas para o mês
de outubro (AGEVAP, 30 set. 2014).
brou que em pouco tempo a CEDAE irá captar mais 12 m³/s e que as indústrias tem
que se mobilizar para criar uma solução mais a montante para suas captações.[...] O
ONS apresentou a situação atual do reservatório equivalente. Ressaltou que as con-
dições de umidade e temperatura estão atípicas e que pode estar provocando níveis
mais elevados de evapotranspiração. Furnas analisou as condições do reservatório de
Funil e constatou que até o volume útil de 7% é possível turbinar sem problemas
muito sérios de vibração da máquinas. Abaixo desse nível será necessário usar a
válvula difusora porém como foi projetada para ser utilizada em um curto período de
tempo será necessário uma equipe em campo para acompanhamento da operação e
condições de erosão da bacia [...] (AGEVAP, 21 out. 2014).
A décima terceira reunião no dia 30.10.14, foi feita uma avaliação dos impactos pela
redução em Santa Cecília , e dos impactos nos reservatórios de São Paulo.
[...] Avaliação da redução da vazão de Santa Cecília para 160m³/s - Resolução ANA
nº 1603 prorrogou a redução do limite mínimo da vazão para até dia 30/11/2014 Re-
presentante da CEDAE disse que atualmente o único problema de captação encon-
trado é na foz do rio Paraíba do Sul em São João da Barra. Representante do Comitê
Guandu registrou preocupação em relação a qualidade de água em Furnas. Apresen-
tação ONS - Condições hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio Paraíba
do Sul - O mês de novembro de 1955 passou a não ser uma referência para ser ado-
tada com critérios de segurança, então a simulação utilizada atualmente é a de no-
vembro de 1968. O valor conservador em relação ao histórico é o mês de novembro
de 1968 com 113m³/s de vazão média [...] (AGEVAP, 30 out. 2014).
Os representantes dos reservatórios de São Paulo e Rio de Janeiro fizeram seus relatos:
Outro problema detectado na bacia do rio Paraíba do Sul, foi em relação a qualidade,
com o calor do mês de novembro.
[...]Apresentação do INEA sobre Monitoramento da Qualidade da Água - Foi obser-
vado ao longo dos meses o aumento das cianobactérias no rio Paraíba do Sul, e por
isso, será realizada uma coleta para verificar essa quantidade no reservatório do Fu-
nil ressaltando que normalmente a densidade de cianobactérias aumenta no verão
[...] (AGEVAP, 10 nov. 2014).
Na décima sétima reunião, ocorreu no dia 09.12.14, houve duas apresentações sobre o
Plano de contingência da ANA sobre a bacia do rio Paraíba do Sul e do INEA sobre a bacia
rio guandu. E fizeram uma avaliação sobre a vazão objetiva de Santa Cecília.
[...]A apresentação da Agência Nacional de Águas (ANA) foi sobre o Plano de
Ações Complementares para a Gestão da Crise Hídrica na Bacia do Rio Paraíba do
Sul. Foi citado o Ofício SEA/SE nº 457/2014 para ANA (05/11/14), considerando
essencial a elaboração de um Plano de Contingência para segurança hídrica do RJ; o
- Ofício ANA nº 275/2014 (07/11/14) solicitando a SEA/RJ a elaboração do Plano
de Contingência da bacia do rio Guandu; e a Carta Aberta nº 02/2014 do CERHI-RJ
(08/11/14), recomendando a elaboração de um plano de contingência de segurança
hídrica das bacias do rio Paraíba do Sul e Guandu. Foram expostas as ações com-
plementares quanto à restrição de uso, e foi indicado que, no momento, regras de
restrição para os usuários localizados nesta bacia ainda não é necessária. Contudo,
essa alternativa não deve ser descartada no futuro, caso haja agravamento da situa-
ção. As intervenções necessárias são devidos aos níveis e interferências deste tipo
são de responsabilidade dos usuários outorgados. Quanto às captações para abaste-
cimento público, foi apresentado um mapa, com os municípios que captam direto no
rio Paraíba do Sul, mensurando a classificação dos riscos em suas captações. Apre-
sentaram também os resultados das vistorias nas referidas captações. As conclusões
e encaminhamentos foram que não se recomenda, no momento, a adoção de restri-
ção de usos no rio Paraíba do Sul e sim recomenda-se que sejam identificados os
responsáveis e implementadas as ações de adaptação das captações para abasteci-
mento público no rio Paraíba do Sul e rio Guandu. Identifica-se também como alter-
nativa a utilização de volumes localizados abaixo dos níveis mínimos operacionais
dos reservatórios da bacia, de forma concomitante às adequações das captações que
dependem destes reservatórios [...] (AGEVAP, 9 dez. 2014).
Em seguida o ONS fez uma apresentação sobre a situação hidrológica da bacia do rio
Paraíba do Sul.
[...] A apresentação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) foi sobre as
Condições hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio Paraíba do Sul até
45
Para finalizar o INEA, fez um relato do monitoramento na bacia do rio Paraíba do Sul
e canal de São Francisco, e os dados continuam alterados.
Na décima oitava, ocorrida em 22.12.14, discussão foi sobre avaliação do sistema hi-
drológico pela O N S, segundo ele o sistema estava entrando em colapso era preciso diminuir
a vazão em santa Cecília e o INEA fez um relato sobre o monitoramento da qualidade de
água.
[...] ONS apresentou a situação dos reservatórios e as perspectivas de armazenamen-
to diante de previsões de poucas chuvas para os próximos dias. O reservatório de
Santa Branca está operando a fio d'água desde 21/12, o de Paraibuna irá parar de ge-
rar energia e operará a fio d'água a partir de 22/12, o de Jaguari atingirá 0% em torno
do dia 04/01/2015 e o de Funil deverá chegar em 0% em torno de 10/01/2015. Foi
enfatizada a necessidade de reduzir a vazão objetivo em Santa Cecília para evitar
que os volumes mortos sejam utilizados no período "chuvoso" e não haja mais vo-
lumes disponíveis no período de estiagem, ocorrendo o colapso hidráulico justamen-
te quando as vazões naturais estiverem muito baixas.[...] O representante do ONS
sugeriu que a CSA faça uma relação para que definam quanto poderiam reduzir para
que seja feita a racionalização do consumo humano e pediu para que a CSA levan-
tasse quais alternativas teriam para compensar a perda no sistema de refrigeração. O
representante do ONS disse, ainda, que atualmente não descarta a possibilidade de
diminuir a vazão do Guandu e continuar com a CSA operando e complementou di-
zendo que poderiam levantar os pontos de gargalo e as soluções podem estar dentro
da própria empresa. José Luiz Governo (TKCSA) disse que os usuários necessitam
de orientação dos órgãos gestores, pois as ações devem ser planejadas e as alterações
devem ser avisadas com antecedência para que saibam como proceder diante dos
acontecimentos. [...] Os reservatórios de Paraibuna e Santa Branca irão defluir as su-
as vazões mínimas (30 m³/s e 40m³/s, respectivamente) e devido as baixas afluên-
cias, irão utilizar os seus volumes mortos A partir das zero horas do dia 26/12/2014,
a vazão a jusante de Santa Cecília será reduzida de 52m³/s para 47m³/s e a vazão a
jusante de Pereira Passos ficará alternando a cada 24 horas entre 105 e 114m³/s [...]
(AGEVAP, 22 dez. 2014).
e a redução das defluências dos reservatórios de Paraibuna, Santa Branca e Jaguari e o repre-
sentante de Furnas, coordenador do GTAOH, informou que a ANA já autorizou.
[...] O representante do ONS comentou que um obstáculo que vem sido alertado é a
dificuldade de controle da vazão incremental a jusante de Funil, pois fazer o controle
dessa incremental é algo muito complexo e o que pode ser buscado a partir de agora,
com chuvas mais fortes, é reduzir o volume do complexo Ribeirão das Lajes para
segurar a incremental não prevista. Outra prática que tem que ser feita com maior
constância, é a minimização das defluências de Funil (em alguns momentos de
80m³/s). A expectativa é de terminar o mês de janeiro com 1,2% do reservatório
equivalente. O último período chuvoso terminou com 45,2%, houve uma leve estabi-
lização no mês de dezembro. Marcelo Carvalho (Furnas) informou que a resolução
da ANA do dia 23/12 autoriza reduzir Santa Cecília para até 140m³/s caso seja ne-
cessário. Para ter de parâmetro geral, Jaguari está praticando, por enquanto, desde o
dia de hoje a vazão defluente mínima de 10 m³/s. Santa Branca também está prati-
cando defluência mínima de 40m³/s e Paraibuna 40m³/s. O Coordenador do GTAOH
disse que na semana passada foi planejado fazer uma redução inicial de 5m³/s a ju-
sante de Santa Cecília e também negociar como vai ser a modulação que foi pratica-
da em Pereira Passos para garantir uma melhora na captação de água. Patrick Tho-
mas (ANA) solicitou ao ONS que nas próximas reuniões, nas simulações apresen-
tassem ao grupo uma avaliação de vazão que poderia ser eventualmente defluida do
reservatório de Ribeirão das Lajes, considerando o volume armazenado anteriormen-
te e a possibilidade de usar o momento de vazão defluente para compensar a redução
da vazão transposta do rio Paraíba do Sul com o rio Guandu. O coordenador do
GTAOH sugeriu buscar operar Funil com o mínimo, para guardar água nos reserva-
tórios, no próximo período de chuva. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse ainda que
a partir da próxima semana poderá ser implementada uma redução a partir de 2ª feira
de mais de 5m³/s de modo que a vazão a jusante de Santa Cecília passe para 42 m³/s
[...] (AGEVAP, 30 dez. 2014).
Em seguida os outros membros do GTAOH, deram suas opiniões sobre a nova redu-
ção.
[...] Patrick Thomas (ANA) avaliou a possibilidade da redução das vazões mínimas
defluentes e disse que seria uma possibilidade, tanto que já foi implementado em
2003, e que no momento ainda não é necessário, pois esses volumes estão sendo
acumulados no rio e ainda tem uma folga no reservatório de Jaguari para redução de
defluência, então deve-se observar a evolução do armazenamento até a próxima reu-
nião para ser discutido. O coordenador do GTAOH citou que estão reduzindo a va-
zão de Jaguari às 0h de hoje pois Funil atingiu 13% e com esse valor em Funil asso-
ciado a mais 5 dias sem chuva afundaria o reservatório de forma razoável. O tempo
de viagem da água da cabeceira até Funil obriga-nos a fazer essa programação de
operação a montante. Lembrou que a resolução nº 098/2004 permite reduzir Santa
Branca de 40 m³/s para 34 m³/s e Jaguari de 10 m³/s para 7 m³/s. A partir das 0h do
dia 05/01/2015 Pereira Passos operará com 100 m³/s e no dia 06/01/2015 às 0h com
114 m³/s e assim sucessivamente. José Luiz Governo (TKCSA) disse que mantendo
os números atuais ou reduzindo mais nos próximos 90 dias já é possível trabalhar de
uma outra forma. Próxima reunião do grupo será realizada no dia 12/01/2015, às 14
horas, através de videoconferência [...] (AGEVAP, 30 dez. 2014).
No ano de 2014, foram dezenove reuniões tensas, em seis meses, pois a primeira reu-
nião ocorreu no dia 04.06.2018 e a ultima no dia 30.12.14.
O ano de 2015 começa tenso; o volume dos reservatórios equivalentes chega próximo
de zero e apesar de aumentar um pouco de volume ao longo do ano, fecha o ano na faixa de
47
20 %. Para superar a escassez hídrica no ano de 2015 o GTAOH se reuniu trinta vezes, a pri-
meira reunião ocorreu no dia 12 de janeiro de 2015 e a última em 14 de dezembro de 2015.
A primeira se deu com o ONS fazendo uma apresentação sobre a situação do armaze-
namento do reservatório equivalente da bacia do rio Paraíba do Sul e as perspectivas futuras.
A proposta era reduzir mais, pois não havia perspectiva de chuvas.
[...] sobre as condições hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio Paraíba do
Sul - Na apresentação consta que se não ocorrerem chuvas em janeiro, a média será a
menor da história. A pior média era janeiro de 1953 e a média de hoje já encontra-se
5% abaixo daquela média. A previsão de chuva é só a partir de 21/01/15. Informa
também que as simulações indicam que o reservatório no final de janeiro/2015 será de
1,8% considerando a vazão objetivo de 149m³/s Caso as vazões afluentes sejam simi-
lares às ocorridas em 2014, antes da 2ª quinzena de agosto se esgotará volume morto
do armazenamento equivalente. Com as mesmas vazões afluentes e com uma vazão
objetivo de 140 m³/s, o volume morto se esgotará no final de setembro e com uma va-
zão objetivo de 130 m³/s não ocorre o esgotamento do volume morto até o início do
próximo período úmido [...] (AGEVAP, 12 jan. 2015).
[...]Avaliação da redução da vazão objetivo em Santa Cecília para 140 m³/s; Apre-
sentação do INEA referente à qualidade das águas: foram mostrados resultados rela-
cionados à qualidade e no geral a avaliação de densidade de cianobactérias apresen-
tou um valor abaixo dos valores de dezembro que podem estar demonstrando uma
tendência ou uma oscilação. Julio Cesar Antunes (CEDAE) disse que a principio
houve um aumento de consumo de produtos químicos em relação a dosagem, porém
a qualidade de água de entrada de saída esta dentro da normalidade. José Luiz Go-
verno (TKCSA) informou que foi criado um grupo técnico na AEDIN com os repre-
sentantes das usinas que captam no Canal de São Francisco para acompanhamento
da situação de crise e elaboração de soluções para contorna-las. O representante da
TKCSA informou que por parte da CSA houve um trabalho interno que fez com que
houvesse uma redução no consumo de água, foi elevada a capacidade de reserva-
mento interna que de 16 passou para 24 horas. A CSA estabeleceu um prazo de até
31/03/15 para trabalharem junto na captação da FCCSA, o ponto crítico é a instala-
ção das bombas. O custo foi de 6 milhões de dólares. No dia 18, quando estavam
com a vazão de 114 m³/s , começaram a ter problemas inesperados e acionaram o
protocolo de emergência após 14 horas de parada. Conseguiram o equilíbrio e estão
parando em media 8 horas por dia porém não sabe se a redução irá afetar os demais
usuários que captam mais a montante. O represente da TKCSA sugeriu que se tenha
como uma solução definitiva a construção de uma barragem no canal de São Fran-
cisco para que se possa definir o que é água salgada e o que não é água salgada. João
Gomes (CBH BPSI) concordou sobre a ideia de construção de uma barragem do ca-
nal de São Francisco e afirmou que para que isso aconteça deve ser feito um docu-
mento conjunto, onde poderia ser utilizado recursos do FUNDRHI, para que todos
possam ser favorecidos com uma maior vazão. Edson Falcão (INEA) sugeriu que a
CSA proponha ao Comitê Guandu um estudo especifico para o curso hídrico do ca-
nal do São Francisco para verificar se existe a possibilidade de construção de barra-
gem, qual seria o tipo de barragem e características necessárias para o barramento da
intrusão salina. O representante do INEA disse que as obras na barragem não fariam
diferença para a região do Baixo Paraíba do Sul e São João da Barra precisa de in-
tervenção mais definitiva que será feita nos próximos dias. Abílio Souza (FCCSA)
informou que desde o dia 18/01 estão observando o aumento da salinidade em dias
intercalados, tiveram paradas de 8 a 12 horas, porém há eles possuem um tempo de
estocagem de água bruta. Alexandre Soares (GERDAU) disse que estão captando
em regime especial e no ponto da FCC tiveram um total de 40 horas de parada entre
os dias 21 e 24/01. Com relação à parada de produção, não houve nenhuma e com
relação à armazenagem estão com a capacidade de 3 dias [...] (AGEVAP, 27 jan.
2015).
[...] Edson Falcão (INEA) questionou se Furnas está gerando energia e disse que a
partir do momento que não conseguirem gerar energia que comecem a usar a des-
carga de fundo, pois a qualidade da água é melhor e pediu, ainda, para confirmar a
capacidade de defluência de Funil. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que a usina
está sendo muito monitorada, pois há vibração das máquinas quando operada nessa
faixa e a usina tem que ficar com duas máquinas mesmo que não gerem energia. Ca-
so cheguem a 0% deixarão as máquinas rodando “em vazio” para estabilidade elétri-
ca e a vazão será liberada pela válvula. Funil nunca operou com esse volume e utili-
zará a válvula assim que necessário. Edson Falcão (INEA) lembrou que a CESP já
assinou sobre a possibilidade do volume de Paraibuna chegar até 425hm³ e solicitou
que a ANA verificasse se esse volume poderia entrar nos cálculos do ONS caso seja
50
necessário. Disse que a CESP em reuniões anteriores havia informado que o volume
morto de Jaguari seria algo em torno de 170 hm³ e que seria importante verificar a
possibilidade de utilizar uma parcela desse volume morto para garantir a vazão mí-
nima de Funil e para manter a vazão objetivo em Santa Cecília. Antonio da Ho-
ra(SEA) disse que ouviu vários segmentos, inclusive as indústrias, assim como sobre
a proposta de uma barragem submersa para barrar a cunha salina, que é complexa e
não irá economizar água. A SEA está estudando outras alternativas junto à CEDAE
e irão dar retorno às partes interessadas. O representante da SEA comentou que o se-
tor elétrico tem muitas preocupações referentes à operações com volume baixo e que
essa deve ser uma preocupação também de todos os setores envolvidos lembrando
que o foco prioritário é o abastecimento humano [...] (AGEVAP, 27 jan. 2015).
Na apresentação, o ONS relatou que o mês de janeiro foi pior registro da série históri-
ca:
[...] informou que o mês de janeiro de 2015 foi o pior janeiro da série histórica, fe-
chando com 26% a menos que janeiro de 1953, considerado anteriormente o pior ja-
neiro. Com relação à operacionalização das reduções acertadas nas reuniões, o re-
presentante do ONS informou que em Santa Cecília e Pereira Passos os valores de
desvios foram pouco significativos, com exceção do que foi verificado em 04/02/15,
quando ocorreu uma chuva na bacia incremental entre Funil e Santa Cecília maior
do que previsto e o Complexo de Ribeirão das Lajes ficou cheio e foi necessário
uma defluência de Pereira Passos um pouco maior. No contexto geral os valores es-
tão sendo praticados dentro do modo programado. Com relação a previsão das con-
dições de chuva, o representante do ONS informou que do dia 05 para 06/02 ocorre-
riam algumas chuvas e nos dias seguintes uma circulação de umidade, mas o cená-
rio a partir do dia 12/02 não é nada significativo e que os núcleos de concentração de
umidade nos dias de chuva são a jusante de Funil. Sobre o acompanhamento referen-
te às vazões naturais, informou que ocorreu um aumento no reservatório equivalente
de 1%, apesar de Paraibuna e Santa Branca ainda estarem operando em volume mor-
to. O representante do Operador fez uma apresentação sobre o conteúdo da Nota
Técnica elaborada pelo ONS que será disponibilizada para o GTAOH. A Nota Téc-
nica faz referência com a prospecção de período seco em 2015 uma comparação
com o período úmido e seco de 2014, onde apresenta três cenários: Cenário 1 –
100% da vazão verificada ano passado; Cenário 2 – 80% da vazão verificada ano
passado e Cenário 3 – 60 % da vazão verificada ano passado. Atualmente estamos
trabalhando no terceiro cenário. Foi publicada Resolução ANA nº 86, de janeiro de
2015 que permite reduzir a vazão mínima de Santa Branca de 40 para 34m³/s e Ja-
guari de 10 para 7m³/s. Dadas as chuvas na incremental a montante de Funil foi pra-
ticada a redução de Jaguari de 10 para 7m³/s , atentando para as condicionantes esta-
belecidas na resolução 86. O retorno da CESP é que a atividade foi executada e está
sendo monitorada, então retornando a recessão das vazões irão avaliar o aumento de
52
A grande preocupação era com a capacidade dos reservatórios, quanto tempo eles le-
variam para voltar o normal e qual seria o comportamento de suas estruturas para manter tanto
tempo sem água.
[...]Vera Lucia Teixeira (CEIVAP) perguntou sobre qual período, levando em conta
a crise de 2003 que os reservatórios conseguiram se recuperar. Joaquim Gondim
(ANA) informou que na última crise, os reservatórios demoraram cerca de 3 anos
para voltarem aos níveis adequados. Paulo Diniz (ONS) citou que é importante res-
saltar que os reservatórios não foram projetados para operar abaixo do zero do vo-
lume útil, ou seja, não tem como saber a atuação máxima de um reservatório no vo-
53
Encerrando a reunião o representante do ONS, falou das vazões incrementais que es-
tavam muito abaixo e consequentemente os reservatórios equivalentes estavam usando mais
água do seu volume morto para compensar.
[...]Paulo Diniz(ONS) citou que como as vazões incrementais vão naturalmente re-
duzindo, terão que compensar essa redução para atender a vazão objetiva soltando
mais água dos volumes mortos dos reservatórios, ou seja, nesse momento, dado a
chuva na incremental estamos conseguindo, por exemplo, que Jaguari tenha uma va-
zão mínima menor que 10 m³/s. No período seco, mesmo que a vazão objetiva seja
reduzida para 110 m³/s, vamos ter uma vazão natural possivelmente em torno de 80
m³/s, e assim será preciso utilizar mais água dos reservatórios para atender a vazão
objetivo. Se for minimizar as defluências dos reservatórios de cabeceira esse seria o
momento, pois as incrementais ainda estão altas [...] (AGEVAP, 5 fev. 2015).
Na quarta reunião, ocorrida no dia 12.02.15, a situação continuava crítica, apesar das
chuvas ocorridas na cabeceira do rio, estava chovendo pouco nas incrementais da bacia do rio
Paraíba do Sul, que aumentava a necessidade de se utilizar o volume morto. Houve uma apre-
sentação da AGEVAP sobre as intervenções que seriam necessárias para resolver os proble-
mas das captações dos municípios tanto no estado de São Paulo quanto no estado do Rio de
Janeiro para uma redução de 140 m³/s para 110 m³/s.
54
[...] Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou à CEDAE sobre a vazão que foi redu-
zida a 140 m³/s, se caberia mais alguma redução. Rogério Santos (CEDAE) disse
que em alguns casos terão que ser feitas ações emergenciais. O Coordenador do
GTAOH informou que em Funil não houve nenhuma mudança significativa nesse
período. José Luiz Governo (TKCSA) falou que nos últimos trinta dias houve uma
convocação do Secretário Estadual de Meio Ambiente, para discutir sobre a serieda-
de da situação e da necessidade de utilização de água de reuso. Paulo Diniz (ONS)
fez apresentação das condições hidrológicas e de Armazenamento da Bacia do Rio
Paraíba do Sul e informou que a vazão verificada em Santa Cecília, em torno de 140
m³/s, por enquanto, ainda continua sendo um valor significativamente abaixo da mé-
dia. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que Funil já está numa situação que não é
possível fazer 80 m³/s. Estão operando com 88 m³/s por causa da limitação da má-
quina. O problema é que operar com menos de 80 m³/s em Funil ( necessário no fu-
turo) vai depender de modificações na Resolução nº 211da ANA. Paulo Diniz
(ONS) disse que o destaque principal da operação, por conta da chuva, foi o reen-
chimento da parcela de volume morto de Paraibuna, que voltou a operar na faixa do
volume útil. Jaguari está praticando o valor de vazão mínima especial autorizado pe-
la resolução ANA nº86/2015 que é de 7 m³/s. Informou que até o momento já cho-
veu 60% da chuva esperada para o mês de fevereiro. Humberto Duarte (Light) in-
formou que a partir de hoje está saindo uma publicação nos jornais informando so-
bre a redução que será feita a partir de amanhã na defluência de Santa Branca. A
GERDAU realizou uma apresentação e informou que o ideal seria fazer uma barra-
gem para represar a água do Guandu e a Gerdau continuar captando a água sem a in-
terferência da captação da cunha salina no Canal de São Francisco [...] (AGEVAP,
12 fev. 2015).
A quinta reunião ocorreu em 26.02.15, foi uma reunião muito tensa, pois alguns usuá-
rios apresentavam problemas com suas captações, e solicitaram que aumentassem a defluên-
cias nos reservatórios de São Paulo.
[...]O coordenador do GTAOH, Sr. Marcelo Carvalho solicitou um relato dos pre-
sentes sobre problemas que possam ter acontecido nas captações de água com a re-
dução da vazão objetivo em Santa Cecília para 140 m³/s. As empresas do Canal de
São Francisco relataram que, nos dias 21 e 22, tiveram problemas de abastecimento
por causa da diminuição de vazão e que depois foi solucionado, mas não sabem di-
zer o motivo do problema. O representante da CSA relatou que no dia 15/02 a CSA
teve problemas de abastecimento devido a intrusão salina, sendo acionado o proto-
colo de comunicação de emergência para elevação da geração da UHE Pereira Pas-
sos, onde foi solucionado o problema. Os representantes das indústrias do Canal de
São Francisco relataram também que estavam hoje, na sede do INEA, em reunião
com o Grupo da Crise Hídrica do Governo do Estado do Rio de Janeiro, discutindo
sobre as alternativas emergenciais e definitivas em relação ao abastecimento de água
das mesmas. O Comitê CEIVAP e o Comitê GUANDU estão aportando recursos fi-
nanceiros para que sejam feitas obras emergenciais nas captações de água para abas-
tecimento público nos municípios que captam água do rio Paraíba do Sul. Estas cap-
tações estão sendo adaptadas para captarem água mesmo com a redução da vazão de
140 m³/s para 110 m³/s, esta ação conta com o apoio dos Comitês afluentes do rio
56
Paraíba do Sul. Estas obras emergenciais foram elencadas através de visita local dos
representantes da ANA, DAAE, SABESP, Ministério da Integração e AGEVAP, no
estado de São Paulo e, ANA, INEA, CEDAE, Ministério da Integração e AGEVAP,
no estado de Rio de Janeiro [...] (AGEVAP, 26 fev. 2015).
Na sexta reunião, ocorrida em 04.03.15, a ANA falou sobre uma nova resolução que
reduziria a vazão de Santa Cecília para 110 m³/s e a defluência de todos reservatórios, estabe-
57
lecendo uma redução para o reservatório de Funil de 80 m³/s para 70 m³/s; para o reservató-
rio de Jaguari de 10 m³/s para 4 m³/s e para o reservatório Santa Branca de 40 m³/s para 34
m³/s. Nesta reunião discutiu-se muito sobre a qualidade da água que como a diminuição da
quantidade estava impactando a qualidade. Outra discussão desta reunião foi a capacidade do
rio Paraíba do Sul, absorver uma nova redução tanto a foz quanto a região do guandu. Após
ampla discussões decidiu-se por uma redução de 2 m³/s para a transposição e 3 m³/s para a
calha do rio Paraíba do Sul. Foi anunciado que os usuários poderiam acionar o protocolo de
energia e com isto a vazão retornaria a anterior.
[...]O representante da CSA informou, novamente, que de sábado para domingo
houve problemas de diminuição de vazão no canal de São Francisco igual ao que ti-
nha acontecido nos dias 14/02 e 15/02, 21/02 e 22/02 e 28/02 e 01/03 e com isto
houve uma interrupção de mais de 10 horas na captação de água da empresa. Esse
fato foi confirmado pelos outros representantes das empresas do canal de São Fran-
cisco. O Sr. Júlio César Antunes, da CEDAE, informou que após o sábado de carna-
val houve uma variação da alcalinidade e da condutividade, mas a ETA Guandu
conseguiu manter a tratabilidade. O Sr. Rogério, da CEDAE, informou que a capta-
ção de Carola em Barra do Piraí está no limite, mas talvez possa ainda suportar uma
pequena redução de vazão. A Sra. Vera Lúcia Teixeira, do CEIVAP, informou que
Barra Mansa teve problemas de captação, mas já está com uma balsa captando água
e mantendo a população abastecida. Relatou ainda que está preocupada com os tri-
butários do rio Paraíba do Sul, um exemplo é o rio Bananal, que está sofrendo com a
sua baixa vazão e consequente queda na qualidade da água, o que causa cheiro muito
forte de esgoto nas suas imediações. Relatou ainda que está preocupada com a redu-
ção de vazão do reservatório de Funil, de 80 m³/s para 70 m³/s. O Sr. Paulo Diniz, do
ONS, informou que os rios tributários não sofrem com a redução de vazão do rio Pa-
raíba do Sul, mas principalmente devido a falta de chuvas em suas cabeceiras. Rela-
tou ainda que a redução de vazão no reservatório do Funil para 70 m³/s ocorrerá so-
mente quando tivermos vazões incrementais que não comprometam as captações de
água dos usuários. O Sr. Nazareno Mostarda do DAAE sugeriu que o Grupo GTA-
OH solicite à CETESB que participe das reuniões, pois existem várias situações so-
bre qualidade da água no trecho paulista da bacia. A Sra. Zeila Piotto, FIESP, pediu
para ver quem é o representante da CETESB no Comitê para tentar uma articulação
e a participação destes na reunião do GTAOH [...] (AGEVAP, 4 mar. 2015).
do INEA, não acha coerente considerar o mês de dezembro de 2014, que foi muito
chuvoso, para extrair a média. Seu pedido ao ONS é que se mude a premissa. Consi-
derando janeiro/fevereiro de 2014 e janeiro/fevereiro de 2015. O Sr. Paulo Diniz, da
ONS, falou que esta metodologia é a utilizada pelo ONS em todas as bacias do Bra-
sil, ou seja, usando o mês de dezembro do ano anterior.. O representante da empresa
CSA relatou que as obras em andamento para permitir a redução de vazão deverão
ser finalizadas até o final de abril. Tiveram uma reunião na COPPE, com o Sr. Ros-
man, que está elaborando o projeto do barramento. O prazo para o término do proje-
to é a 1ª quinzena de março. A obra deve ser iniciada em abril e concluída até o final
de maio. Prazo de projeto e obra: 90 dias. Hoje a tarde terá uma reunião do Gabinete
de Emergência, no qual as empresas do canal de São Francisco vão apresentar os ce-
nários das possíveis soluções para que não aconteça o desabastecimento de água
mesmo com as reduções de vazões previstas, a ideia é que seja batido o martelo na
solução. Os estudos foram feitos considerando como cenário a vazão de 20 m³/s no
canal de São Francisco, com a hipótese que se tenha uma vazão de 30 m³/s para o
Baixo Paraíba e 60m³/s para a ETA Guandu. A CSA irá levar seu ponto de captação
atual para o local de captação da FCC. O Sr. João Gomes, do CBH BPSI, relatou
que está preocupado com o mês de março devido as marés altas e aos baixos índices
de chuvas na nossa região, da baixa contribuição do rio Muriaé e constante preocu-
pação com a intrusão salina. Existe uma corrente para construção de um barramento
no baixo Paraíba do Sul para evitar a intrusão salina. Solicitou ainda, se for possível,
para que alguns técnicos do Comitê possam acompanhar o projeto de barramento do
Canal de São Francisco que as empresas estão trabalhando. O Sr. Edson Falcão, do
INEA, falou que é preciso entender melhor a demanda do Sr. João Gomes, do Comi-
tê do Baixo do Paraíba, e que o comitê com ajuda do INEA poderia ajudar nos estu-
dos. O representante do CBH BPSI pediu para que o INEA verifique a situação do
bioma da região devido ao baixo nível e vazão do rio Paraíba do Sul. O Sr. Julio An-
tunes, da CEDAE, fez uma apresentação das condições de operação da captação da
ETA Guandu, mostrou a variação da alcalinidade e condutividade em relação a vari-
ação da vazão em Pereira Passos. Devido a esta variação, solicitou que seja aguarda-
da mais uma semana para qualquer diminuição de vazão. A tratabilidade está garan-
tida com o aumento de coagulantes. Estão aguardando outras análises que estão sen-
do feitas por um laboratório credenciado para ver o motivo desta variação. A banda
da alcalinidade mudou de 15 - 20 mg/l para 20 - 25 mg/l. O objetivo é ter uma expli-
cação do que gerou esta mudança de banda da alcalinidade. O Sr. Paulo Diniz, da
ONS, relatou que houve um aumento considerável de chuvas a jusante da ETA
Guandu que podem ter interferido na qualidade. A Sra. Vera Lúcia Teixeira, do
CEIVAP, informou que a cor e a turbidez aumentou muito na região de Barra Man-
sa. O Sr. Joaquim Gondim, da ANA, solicitou que a CEDAE apresente informações
mais detalhadas sobre a origem do problema de qualidade da água, de forma que se-
ja possível identificar o afluente que está contribuindo para o aumento desse pro-
blema. Além disso, ressaltou a necessidade de que haja monitoramento da qualidade
da água em pontos a montante da captação da ETA GUANDU. A Sra. Zeila Piotto,
representante da FIESP, solicitou para o que o Sr. Julio Antunes, CEDAE, fizesse
um estudo para relacionar os valores de qualidade da ETA Guandu com os eventos
de chuva [...] (AGEVAP, 4 mar. 2015).
Barretti, do CBH-PS, atualmente o volume dos reservatórios é 35% abaixo dos vo-
lumes do ano passado. É preciso tomar decisões com firmeza, porque se for mantida
a situação atual, pode não haver volumes nos reservatórios no futuro para adminis-
trar. Vera Lúcia Teixeira, do CEIVAP, ressalta que é momento para prudência pois a
situação é crítica e ainda não passou o período de estiagem, e que é preciso poupar
água agora para o período com pouca chuva. O Sr. Julio Antunes, da CEDAE, con-
tinua com o pedido de não seja efetuada redução da vazão, devido aos fatos já rela-
tados anteriormente, mas acredita que a ETA GUANDU poderá suportar a redução
de 2 m³/s. Ressaltou ainda que, fique bem claro, não será possível apresentar uma
resposta tão rápida para análise da qualidade da água como é para quantidade. In-
formou ainda que se for necessário será acionado o protocolo de emergência. Na
próxima reunião solicitou a apresentação do real volume morto nos reservatórios do
rio Paraíba do Sul. O Sr. Marcelo Carvalho, coordenador do grupo, afirmou que já
foi relatado oficialmente o volume morto dos reservatórios e poderá ser visto no link
das reuniões no site da AGEVAP [...] (AGEVAP, 4 mar. 2015).
Discutiram também sobre as intervenções que estavam sendo realizadas nas captações
das empresas de abastecimento públicos.
[...] O Sr. André Marques, da AGEVAP, relatou o andamento das obras emergenci-
ais para solucionar o problema das captações de água para abastecimento humano. A
ANA, Ministério da Integração, DAAE, SABESP, INEA, CEDAE e AGEVAP visi-
taram as captações dos municípios da bacia do rio Paraíba do Sul que captam dire-
tamente na calha principal do rio que terão problemas nas suas captações com a re-
dução de vazão no rio e elencaram em conjunto possíveis soluções para os proble-
mas. A SABESP, CEDAE e os SAAEs municipais apresentaram orçamento para a
implantação das obras emergenciais. O destaque principal é que os Comitês de Ba-
cia Hidrográfica CEIVAP e GUANDU vão financiar estas obras emergenciais com
os valores de R$ 8.500.000,00 (oito milhões e quinhentos mil reais) e R$
6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) nos municípios do estado do Rio
de Janeiro: Barra do Piraí, Vassouras, Sapucaia, São Fidelis, São João da Barra, Vol-
ta Redonda, Barra Mansa, Três Rios e nos municípios do estado de São Paulo: Gua-
rarema, São José dos Campos, Tremembé, Pindamonhangaba, Redenção da Serra,
Aparecida, Natividade e Jacareí. Os projetos das obras emergenciais nos municípios
operados pela SABESP, SAAE de Jacareí, CEDAE, SAAE de Barra Mansa já foram
entregues na AGEVAP. A SABESP e o SAAE de Jacareí já iniciaram os processos
licitatórios. A AGEVAP já teve uma conversa prévia com os órgãos de auditoria do
Estado de Rio e da ANA para discussão dos trâmites processuais devido a urgência
das ações. A ANA está dando apoio técnico e administrativo para a operacionaliza-
ção das obras e assim possibilitar a redução de vazão objetivo em Santa Cecília até
110 m³/s. O Sr. Marcelo Carvalho, coordenador do grupo, solicitou que a AGEVAP
e as empresas do canal de São Francisco atualizassem o GTAOH sobre a situação
das obras emergências nas captações nas próximas reuniões [...](AGEVAP, 4 mar.
2015).
não é contra a utilização do volume morto. É importante que todos tenham consci-
ência de que o volume morto é a última reserva disponível de água para enfrentar-
mos o período de escassez [...] (AGEVAP, 4 mar. 2015).
Para finalizar o representante da ANA , falou do grupo técnico da ANA com os órgãos
gestores:
[...] O Sr. Patrick Thomas (ANA) relatou que a ANA criou um grupo técnico forma-
do por representantes dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais,
ANA e CEIVAP, e este Grupo vinha estudando a viabilidade hidrológica do projeto
de interligação e aumento da segurança hídrica da Bacia do Paraíba do Sul. O relató-
rio foi concluído em janeiro e na reunião do dia 10/03/15 houve a consolidação do
Relatório formalizada através de uma ata. Todos os documentos serão encaminhados
ao CEIVAP, e a expectativa é que o Comitê faça uma análise e encaminhe para
ANA as propostas de alterações se por ventura existirem. A ANA receberá as pro-
postas e avaliará em conjunto com o grupo técnico. A Resolução será publicada após
a situação de crise, conjuntamente com os órgãos gestores dos 3 estados. A sugestão
é que o referido assunto seja pautado na próxima reunião do GTAOH, para discus-
são da minuta dessa Resolução. AGEVAP deverá encaminhar os documentos rece-
bidos pela ANA para análise dos membros do GTAOH, para possibilitar a discussão
do assunto na próxima reunião. O Sr. Nazareno Mostarda pediu que o material fosse
encaminhado ao CBH-PS [...] (AGEVAP, 12 mar. 2015).
Joaquim Gondim (ANA) perguntou sobre a questão das captações aos usuários do
Canal São Francisco. O Alexandre Soares (Gerdau) informou que irão dar entrada
no processo de licenciamento no dia 1º de abril para o início das obras no canal de
São Francisco. Edson Falcão(INEA) disse que as obras para alteração do local da
captação da CSA será iniciada nos próximos dias [...] (AGEVAP, 20 mar. 2015).
Para finalizar a reunião, houve várias discussões sobre uma nova resolução que os téc-
nicos da ANA e os órgãos gestores estão elaborando para substituir a resolução 211, que
aguardava as contribuições de todos.
Na nona reunião, ocorrida em 27.03.15, a discussão foi sobre os impactos na qualida-
de e quantidade de água para os usuários de abastecimento público e indústria na bacia do rio
Paraíba do Sul, discutiu-se também a questão de qualidade das águas nos estados do Rio de
Janeiro e São Paulo.
[...]Avaliação da situação das captações desde a última reunião; A CEDAE relatou
não ter tido problemas nem nas captações dos municípios nem na ETA Guandu nes-
ta última semana. O INEA não tem novos dados de monitoramento de qualidade das
águas para apresentar nesta reunião, pois as análises das coletas estão sendo feitas e
serão apresentadas na próxima reunião. Os usuários do Canal de São Francisco rela-
63
taram os maiores tempos de parada ocorridos nesta última semana: FCC (10 horas
no dia 20/03 e 17 horas no dia 21/03), Gerdau (11 horas no dia 20/03 e 16 horas no
dia 21/03). A CSA continuou operando sem maiores problemas de paralisação.
Houve chuva incremental nestes dias que diminuíram os efeitos da redução. O Sr.
André Marques (AGEVAP) relatou um problema de macrófitas que está ocorrendo
na cabeceira, em Pindamonhagaba, e em Guaratinguetá, onde uma ponte foi interdi-
tada. Situação do Reservatório Equivalente; O Sr. Paulo Diniz (ONS) fez a apresen-
tação sobre a situação do reservatório equivalente que no dia 26/03/15 estava em
14,6%. E nesta mesma data do ano passado era de 41,3%. Informou que nesta última
semana ocorreram chuvas incrementais na bacia do rio Guandu e que a previsão de
chuvas para os próximos dias é mais na região litorânea. Informou também que a
média histórica de precipitação em março é de 198mm e em abril é de 78mm. Até o
dia de hoje, o mês de março registrou 194mm de precipitação. O Sr. Marcelo Carva-
lho (Furnas) expôs a dificuldade de monitorar as chuvas a jusante de Funil e praticar
a vazão mínima em Funil. Assim que é observado que um evento de chuva está pas-
sando é necessário elevar a vazão de Funil para não ter problemas nas captações lo-
go a jusante. O tempo de viagem entre Funil e Barra Mansa é de 12 horas e no even-
to passado o tempo de resposta foi de 16 horas [...] (AGEVAP, 27 mar. 2015).
servirem como amortecimento de cheias. Joaquim Gondim (ANA) explicou que nos
planos de bacia não se tem o detalhamento aprofundado dos eventos extremos e no
plano de segurança hídrica, a ANA irá consultar os Estados. Solicitou que o André
(Agevap) coordenasse uma reunião entre os organizadores desse plano da ANA e os
Estados. Foi solicitado ao Patrick Thomas (ANA) que o prazo da entrega das contri-
buições para a resolução fosse adiado para 06/04/15, logo após a próxima reunião do
grupo. O Patrick ficou de acordo com o solicitado. Joaquim Gondim (ANA) apre-
sentou fotos das macrófitas existente na ponte de Guaratingueta e solicitou que os
representantes de São Paulo dessem um apoio para o tratamento desta questão para
não ter o comprometimento da ligação. Edson Falcão (INEA) solicitou que fosse
pautada para as próximas reuniões a aprovação da ata da reunião anterior. Assim se-
ria dada transparência de todas as ações que estão sendo tomadas. Sendo acordo que
as próximas reuniões o primeiro ponto de pauta será sempre a aprovação da ata da
reunião anterior. O Sr. Édes Fernandes (CEDAE) solicitou que fosse apresentada
novas simulações do reservatório equivalente para o ano de 2015. O Joaquim Gon-
dim (ANA) vai propor cenários para o ONS elaborar novas simulações a serem
apresentadas na próxima reunião [...] (AGEVAP, 27 mar. 2015).
A seguir discutiram sobre o a questão de qualidade das águas no estado do Rio de Ja-
neiro, e no estado de São Paulo.
Apresentação sobre Monitoramento da Qualidade das Águas – INEA Monitoramen-
to especial da cunha salina no Canal São Francisco - O representante do INEA rela-
tou que no dia 23/03 foi o período da superlua e houve um temporal no Rio de Janei-
ro o que pode ter mascarado o resultado. A salinidade não chegou a atingir a capta-
ção da CSA sendo que no dia 03 de março houve a maior intrusão, de 8 km, com a
vazão de defluência em Pereira Passos de 100 m³/s e no dia 23/03 houve a menor in-
trusão que foi a 4 km, com a vazão de 166 m³/s. Quanto à qualidade da água todos
os resultados de cianobactérias, exceto os do reservatório de Funil (ponto FN150),
indicam que ainda não foram ultrapassados os limites máximos determinados na re-
solução CONAMA .No que diz respeito ao perfil do IQA a qualidade das águas do
Rio Paraíba do Sul e Rio Guandu ainda se apresenta em níveis satisfatórios para fins
de abastecimento, com indicação de piora no trecho de Volta Redonda, e em parte
65
Depois falaram das intervenções que estavam sendo realizados nas empresas de sane-
amentos municipais e dos usuários no canal de São Francisco.
[...]Andamento das obras nas captações O representante da TKCSA relatou que o
andamento das obras depende de licença que será obtida junto ao INEA. Informou
que entregaram documentação ao INEA e terão uma reunião com o gabinete de se-
gurança hídrica para apresentação de projetos e condicionantes O INEA garantiu que
o licenciamento não seria um empecilho para o início das obras, com previsão de
execução de 60 dias. A solução técnica mais viável para fazer a obra dentro do prazo
é a estaca prancha, pois será a solução mais rápida na execução e barrará a cunha sa-
66
lina. Lívia Soalheiro (INEA) informou o processo de licença será pautado na reunião
gabinete de segurança hídrica. André Marques (AGEVAP) relatou sobre o andamen-
to das obras ao longo do rio Paraíba do Sul e disse que sua preocupação maior é o
prazo de entrega das bombas, pois as obras estão encaminhadas, e já foi conversado
com a CEDAE e a SABESP sobre um Plano B para que numa emergência as com-
panhias de saneamento ajudem os municípios que não estão inseridos em sua área de
atuação. Informou que estão trabalhando em cima das metas para a redução que será
realizada em junho. O Coordenador do GTAOH perguntou à ANA se haverá pro-
posta de alguma redução ou se permanecerão com o valor atualmente praticado para
que tenham conhecimento das incrementais. Joaquim Gondim (ANA) disse que a
função da ANA não é causar desabastecimento e sim poupar águas nos reservatórios
pensando nesse ano e no ano que vem. A Agência concorda em esperar essa semana
para que tentem entender melhor os acontecimentos. A ANA concordou que essa é
uma semana de avaliação e que gostariam de deixar registrado para que os órgãos
envolvidos façam sua parte em obter as informações necessárias para estudarem o
assunto. - Julio Cesar Antunes (CEDAE) sugeriu que fosse avaliada uma proposta
para a operação do rio Guandu, que atualmente varia diariamente entre 85m³/s e 100
m³/s, de modo que se tenha valores intermediários de vazões tanto na subida quanto
na descida mantendo a média de 92,5m³/s em 2 dias. Marcelo Carvalho(FURNAS)
disse que a operação de alternar 24 horas é para que haja um tempo para empurrar a
cunha salina no Canal de São Francisco e assim alternar os dias de captação e não
captação pelos usuários da foz. Alexandre Soares(Gerdau) disse que não sabe se
conseguem captar em quantidade suficiente com média mais baixa pra encher o re-
servatório e que irá verificar essa possibilidade. Paulo Diniz(ONS) disse que se o es-
calonamento for feito durante um dia não terá efeito na captação. Joaquim Gondim
(ANA) perguntou qual seria o valor mínimo praticado em Lajes, que hoje é de
10m³/s, tendo em vista que Lajes é um reservatório estratégico e que devem pensar
em deixá-lo o mais cheio possível. Humberto Duarte(Light) respondeu que o míni-
mo de 10m³/s é praticado em função da limitação das máquinas de Fontes. Eduardo
Dantas (CEDAE) disse que verificou que a defluência de Santa Branca não conse-
guiu atingir os 30m³/s almejados com a redução e gostaria de saber qual é o motivo e
se há alguma limitação. Diogo Azevedo (Light) informou que qualquer alteração da
potência da unidade geradora está variando a vazão defluente do gerador. Consegui-
ram colocar 31m³/s de defluência, sendo o valor mais próximo e qualquer variação
de megawatt pode descer a vazão e ficar abaixo dos 30m³/s. Paulo Diniz(ONS)
complementou dizendo que a ideia é manter uma folga para não errar para baixo a
defluência e haver algum problema por conta de um valor inferior aos 30 m³/s [...]
(AGEVAP, 6 abr. 2015).
ção ao GTAOH. O Grupo discutiu sobre o prazo para entregar a Resolução Conjunta
ao Supremo Tribunal Federal. Patrick Thomas(ANA) solicitou que o ONS encami-
nhe a proposta o mais cedo que conseguirem, tendo em vista o curto prazo para en-
trega. Marcelo Carvalho(FURNAS) informou que as propostas já recebidas serão
enviadas à ANA até o final do dia. A proposta do CBH-PS será enviada no dia se-
guinte, tendo em vista feriado no município de Taubaté/SP [...] (AGEVAP, 6 abr.
2015).
A discussão seguinte foi a falta de chuvas nas incrementais e uma possível nova redu-
ção:
[...] O Coordenador do GTAOH informou que haverá redução no nível por conta da
queda na incremental e assim perguntou ao representante do SAAE BM qual seria a
menor leitura de régua que poderiam captar. Jardel Azevedo(SAAE BM) disse que
buscaria as informações para comunicar o Grupo. Vera Lucia Teixeira (CBH MPS)
relatou que recebeu a informação de que estão conseguindo manter a captação, pois
quando a vazão é reduzida estão entrando com flutuante na margem, mas solicitou
que devem verificar a vazão em Funil com a redução das incrementais. - Zeila Piotto
(CBH-PS) comentou que não houve relato dos usuários até o momento. Os represen-
tantes do DAEE, CESP e SRRH também informaram que nesse período esteve tudo
dentro da normalidade. João Gomes(CBH BPSI) relatou que São João da Barra en-
68
Para finalizar, o coordenador solicitou que não houvessem nenhuma redução, pois
houve muito acionamento do protocolo de emergência.
[...] O Coordenador do GTOAH propôs não haver nenhuma redução no momento,
observando as condições ao longo da semana que vem, pois ocorreram muitos acio-
namentos ao protocolo de emergência e não identificaram nenhuma folga que pu-
desse explorar. Patrick Thomas (ANA) concordou em aguardar uma próxima reuni-
ão para discutirem a possibilidade de uma redução. Andamento das obras Os repre-
sentantes da FCCSA e TKCSA informaram que na semana anterior houve evolução
na contratação das obras, já foram entregues as condicionantes e que a liberação da
licença está prevista para hoje (16/04). Os representantes da TKCSA e GERDAU in-
formaram que as quatro empresas (Gerdau / TKCSA / FCCSA / Furnas) já iniciaram
os trabalhos que podem ser adiantados sem o impacto para licença. Edson Fal-
cão(INEA) comunicou que a intervenção foi aprovada e que somente a documenta-
ção da licença ainda não foi enviada, e que não há nenhuma objeção por parte do
INEA. O representante da CEDAE relatou que elaboraram dez projetos que já estão
69
A seguir houve discussão sobre o andamento das intervenções que estavam sendo rea-
lizadas no canal de São Francisco.
[...] Andamento das obras: José Governo (TKCSA) disse que a obra do aumento da
capacidade de estocagem está seguindo o cronograma e deve terminar em maio. Ou-
tro ponto é a interligação das captações, o projeto inicial não foi aceito pelo órgão
ambiental e estão tendo problemas fundiários, estão fazendo os esforços necessários,
porém dependem de fatores externos. O representante da Gerdau disse que já tem a
licença, já contrataram a obra, estão preparando o canteiro, seguem com o tratamen-
to das condicionantes e trarão uma apresentação para a próxima reunião, lembrando
que estão trabalhando para cumprir o prazo. Patrick Thomas (ANA) perguntou sobre
situação da unificação das captações e com relação ao problema fundiário qual seria
a previsão para concluir a obra. - O representante da TKCSA informou que a obra
civil não há problema maior e que mesmo com os problemas enfrentados a previsão
máxima de término é até o mês de julho. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se
CEDAE está fazendo alguma adequação para redução. Julio Cesar Antu-
nes(CEDAE) disse que em termos hidráulicos não há mais nada a ser feito e somen-
te estão analisando a variação em relação à tecnologia disponível de tratamento e de-
senvolvendo testes. O representante da CEDAE Interior informou que os documen-
tos necessários já foram preparados e após assinatura dos convênios, que já estão na
AGEVAP, as obras terão andamento. O representante do DAEE informou que há
um trecho com índices de alcalinidade em Jacareí. Apresentação sobre as condições
hidrológicas e de armazenamento da Bacia do Rio Paraíba do Sul – ONS Paulo Di-
niz (ONS) relatou que em relação à Santa Cecília houve condição de atendimento
acertada e em relação a Pereira Passos houve o acionamento do protocolo duas vezes
70
ANA sobre cheias nos rios Pomba e Muriaé e que a tendência é que a partir desses
estudos os reservatórios desses rios se tornem reservatórios de regularização. Patrick
Thomas(ANA) relatou que as propostas de alteração na minuta enviadas pelo CEI-
VAP, foram encaminhadas para avaliação dos órgãos estaduais, tendo em vista que a
resolução é conjunta, e assim que a ANA tiver alguma resposta, disponibilizarão a
versão nova da proposta de resolução. Sobre a carta enviada pelo ONS,o problema é
o prazo que a ANA tem com o STF, e que o prazo de 30/04/15 está sendo renegoci-
ado pelo Diretor Presidente da ANA, porém ainda não tem respostas. O Coordena-
dor do GTAOH lembrou que nos estudos feitos foi verificado que para manter o
grau de segurança atual serão verificados volumes de espera maiores e por isso estão
fazendo proposição para alterações nas regras para chegar num ponto de equilíbrio
onde se tenha um armazenamento máximo que garanta a regularização e que dê o
mesmo grau de segurança que tinham com o controle de cheias. Paulo Diniz(ONS)
lembrou que há claramente uma divisão da estratégia de divisão de controle de chei-
as: o que é feito pelo setor elétrico e o que é feito no controle de cheias nos rios
Pomba e Muriaé, pois neles não há reservatórios de regulação de porte e por isso é
necessário o controle. Nos possíveis novos reservatórios, que não serão operados pe-
lo setor elétrico e que não serão atingidos pela minuta e há a necessidade de avaliar
os riscos de inundação nas cidades onde é feito o controle de cheias. Edson Fal-
cão(INEA) citou que como existe grande vulnerabilidade nos municípios de Barra
Mansa e Volta Redonda, há uma maior frequência de inundações, e como esses mu-
nicípios possuem rios de grande porte poderiam ser estudadas possibilidades de bar-
ramentos para controle de inundação e questionou se existe a possibilidade de utili-
zação de recursos no CEIVAP para viabilização do projeto. O INEA, por exemplo,
está desenvolvendo um projeto de regularização fundiária ao longo do rio Paraíba do
sul para propor ações para diminuir a exposição da população à inundações. Maria
Aparecida Vargas (CEIVAP/Energisa) comentou que devem ter a visão de que ou-
tras situações podem facilitar as regras operativas, ou seja, devem lembrar que os re-
servatórios em Minas Gerais estão garantindo água para o norte fluminense e por is-
so devem ter o olhar para os facilitadores que irão surgir. O Coordenador do GTA-
OH disse que os agentes de operação tem a visão de curto e médio prazo e que ações
estruturantes são de responsabilidade de outros órgãos. Paulo Diniz(ONS) relatou
que: um dos itens da minuta de resolução já permite a existência de um volume re-
gularizado passível de ser usado em período de seca de mais de 400 hm³ para situa-
ção de escassez e por isso devem tomar cuidado com a redundância no caso de utili-
zação de reservatórios em volumes mais elevados [...] (AGEVAP, 28 abr. 2015).
Finalizando a reunião, a discussão foi sobre a mortandade peixes em Tokos por falta
de uma vazão mínima:
[...] Assuntos Gerais - Vera Lucia Teixeira(CBH MPS) fez algumas considerações
sobre o reservatório de Tocos, pois recebeu um cd com fotos e por isso manifestou
preocupação sobre o esgoto lançado no local e com a redução do volume da vazão
natural. Humberto Duarte(Light) informou que a Light recebeu a informação sobre a
mortandade de peixes no leito do rio Piraí a jusante de Tocos, mas sem maiores de-
talhes que permitissem uma análise do fato. A Light teve uma reunião com Secreta-
ria de Meio Ambiente de Piraí para buscar maiores informações. Pela informação da
Vera sobre lançamento de esgoto no local, acredita que o problema pode ter sido
ocasionado pelo lançamento de esgoto e não pela operação do reservatório, uma vez
que o reservatório opera da mesma forma há mais de 100 anos, sem causar proble-
mas. O representante da Light disse, ainda, que não há documentos que indiquem a
definição de uma vazão mínima e que não é correto aumentar a vazão para diluir o
esgoto e sim o tratar do esgoto. Destacou também que a maior afluência ao reserva-
tório de Lajes é proveniente do túnel de Tocos e que a manutenção de uma vazão a
jusante de Tocos reduziria o armazenamento de Lajes podendo comprometer a re-
serva estratégica para o atendimento ao Rio de Janeiro. Paulo Diniz(ONS) disse que
as preocupações levadas à reunião deveriam sempre vir de um órgão oficial. Maria
Aparecida Vargas(CEIVAP/Energisa) solicitou que as informações sejam enviadas
ao Coordenador do GTAOH antes de serem apresentadas nas reuniões do GTAOH. -
72
caso não seja detectado o problema técnico que está ocorrendo. Edson Fal-
cão(INEA) citou que nos dias anteriores as empresas tinham acionado o INEA e por
contar atualmente com monitoramento da condutividade na captação da CSA, foi
possível avaliar melhor a situação e não houve necessidade de acionar o protocolo
de emergência, já que foi possível verificar que a situação iria melhorar logo em se-
guida. Abílio Faia (FCCSA) disse que no mês de maio a FCCSA ficou com 30h de
parada, entretanto com a operação da bomba extra não teve problemas com a falta
d’água. Alexandre Soares(Gerdau) informou que entre os dias 01/05 a 12/05 totali-
zaram 72 horas de paralisação da captação. E a Gerdau possui uma reserva e não te-
ve problemas. Apresentação sobre as condições hidrológicas e de armazenamento da
Bacia do Rio Paraíba do Sul – ONS 13 - Paulo Diniz (ONS) relatou que quanto à
operacionalização da vazão acertada vertida em Santa Cecília e defluente em Pereira
Passos, como a variável chuva e aumento da incremental a jusante vem diminuindo,
estão conseguindo operacionalizar de forma mais tranquila a vazão vertida e prati-
camente não houve desvio significativo desde o dia 27/04. Em Pereira Passos a vari-
ável de maior destaque foi o acionamento ao protocolo de emergência, entre os dias
28/04 a 30/04 com a solicitação de aumento da vazão e no dia 06/05 houve um teste
de maquina na unidade geradora 2, além do acionamento ao protocolo de emergên-
cia, no dia 07/05 por parte da TKCSA. Uma das variáveis que estão enfrentando é a
diminuição da chuva principalmente na Baixada Fluminense. Após passarem as
frentes frias na região litorânea e a incidência do vento sul, poderão trazer uma ma-
ré meteorológica e o ONS trará mais informações na próxima reunião [...] (AGE-
VAP, 14 maio 2015).
compras do equipamentos. A cidade com maior problema, porém que não afeta o
andamento das atividades é Natividade da Serra onde terão que fazer um trabalho di-
ferente, pois não possui companhia de abastecimento e sim um departamento e por
isso não tem conhecimento da crise. A AGEVAP está esperando a chegada dos
equipamentos que são produzidos sob encomenda e tem um prazo de entrega entre
30 a 45 dias. Após o envio dos equipamentos a instalação é rápida, no entanto deve-
rá avançar alguns dias de junho. Apresentação da AEDIN sobre as obras no Canal
de São Francisco: Joaquim Lopes (Gerdau/AEDIN) relatou que pretendem instalar
uma soleira entre a CSA e a Gerdau. A solução que identificaram como melhor al-
ternativa é instalação de uma soleira por estacas-prancha e proteção de gabiões com
a intenção de proteger o leito do rio em função do aumento da velocidade pela res-
trição de seção para conseguir a diferença de pressão de um lado do rio para o outro
lado para compensar a entrada da cunha salina. Na seção do canal serão instalados
estacamentos que não restringirão a navegabilidade. Todo o material já está no gal-
pão, foi feita a supressão vegetal e estão preparando o canteiro para receber a solei-
ra. Quanto à licença da Marinha, que é a autorização que falta para que as obras se
iniciem, foi dada entrada no dia 30/04, após recebimento da licença do INEA no dia
29/04. No dia 04/05 a Marinha já estava fazendo inspeção para andamento do pro-
cesso. Já estão pronto para começar as obras há mais de uma semana, no entanto
sem ter o aval da Marinha não podem fazer nada e isso gerará atrasos para a conclu-
são. Após o recebimento da licença o prazo de execução é de 6 semanas para cravar
as estacas e ter a soleira funcionando. O Coordenador do GTAOH disse que havia a
programação para fazer a redução no dia 01/junho, porém pelo o que estão relatan-
do, caso haja demora na autorização da Marinha, o risco de atraso fica evidente. Jo-
aquim Lopes (Gerdau/AEDIN) informou que o prazo normal da Marinha é de 30 a
60 dias e que tem uma hierarquia a ser seguida na Marinha, porém a AEDIN está se
esforçando para antecipar este prazo. Se já tivessem começado as obras, entre 10 e
15 de junho já teriam concluído, mas precisam da autorização da Marinha. O Coor-
denador do GTAOH falou que deve haver uma programação para o possível atraso,
e por isso solicitou ao ONS uma simulação para avaliação dos impactos nos níveis
de armazenamento ao final do período de estiagem para um possível atraso na redu-
ção, prevendo que os 110m³/s comece a ser praticado em 1/julho. Patrick Tho-
mas(ANA) perguntou ao Joaquim qual é o prazo mínimo para instalação das estacas,
pois a Marinha teria que autorizar hoje a instalação das estacas para esse prazo ser
cumprido. Joaquim Lopes (Gerdau/AEDIN) disse que o prazo das obras são as 6
semanas e a partir do momento que começarem a instalar soleira já haverá uma me-
lhora em relação à captação, mesmo antes da obra de ser finalizada, mas ainda não
há como medir precisamente essa melhora. A questão mais crítica é a autorização da
Marinha para liberação da obra. - O Coordenador do GTAOH citou que em função
dos comentários da ANA pediu que o ONS considerasse em sua simulação também
a redução em 1º de agosto. Perguntou à Ana se teriam condições de intervir junto à
Marinha para acelerar o processo. Patrick Thomas(ANA) disse que a ANA possui
pouca capacidade de influenciar as Forças Armadas, tendo em vista os procedimen-
tos, condutas e prazos internos próprios. José Governo (CSA) relatou que tiveram
uma reunião do Gabinete de Segurança Hídrica e que essa questão foi discutida com
o Subsecretário de Estado, Antônio da Hora. O governo do Rio de Janeiro está sen-
sibilizado e há uma possibilidade do Governador entrar em contato com a Marinha,
mas seria necessária a ajuda de todos nesse processo. Patrick Thomas(ANA) comen-
tou que a obra deve começar somente após as autorizações e que levará a questão
para à Diretoria da ANA para avaliarem o que é possível fazer para apoiá-los, mas
disse não quer criar expectativas, pois a capacidade de influência com as Forças
Armadas é muito pequena. Perguntou aos participantes do Estado do Rio de Janeiro
se foi enviado algum ofício do Governo do Estado para a Marinha e se houver que
encaminhem à ANA para conhecimento. 31 - Edson Falcão(INEA) disse que já
houve contato informal, e não por ofício, do Secretário de Estado com a Marinha. A
Marinha se prontificou em atuar com agilidade, porém sua tramitação interna deverá
ser superior aos 20 dias inicialmente estimados pela AEDIN. Depois da reunião de
ontem o Subsecretário do Estado disse que iria encaminhar a apresentação da AE-
DIN para que o Governador do Estado do Rio de Janeiro entre em contato com a
Marinha. O Coordenador do GTAOH informou que como os relatos indicam uma
75
possibilidade de atraso na obras, não irão fazer a redução adicional e enfatizou que o
protocolo de emergência continua valendo. Patrick Thomas(ANA) está de acordo
com essa posição e pede que as simulações sejam feita somente no horizonte de ju-
lho e na próxima reunião avaliem se haverá necessidade de fazerem com outros ce-
nários. Lembrou que o INEA ficou de apresentar as propostas dos testes para im-
plementação da redução de vazão para 110m³/s, de como será a repartição e opera-
ção dessa vazão com o cronograma de testes. Edson Falcão(INEA) relatou que já se
realizou uma avaliação da repartição e proposta de testes, porém devido ao atraso
que ocorreu no início das obras não seria apropriado detalhar o assunto nessa ocasi-
ão. Disse que a ideia é que ocorra uma redução imediata, tão logo se conclua as
obras, de 100m³/s para 85m³/s no Guandu e que fosse diminuindo a cada 5 m³/s até
chegar aos 75m³/s no Guandu. O prazo para diminuir os 5 m³/s abaixo dos 85 m³/s
ainda não foi determinado, e depende de avaliação da CEDAE por conta da qualida-
de das águas. Acha que é mais aconselhável que o início dos testes ocorram apenas
quando as obras forem iniciadas, após a verificação da melhoria nos índices de con-
dutividade nos locais de captação. Patrick Thomas(ANA) perguntou sobre os avan-
ços da obra na unificação das captações, e sobre nova data prevista de conclusão que
seria 31/07 se a mesma será mantida. José Governo (CSA) disse que o problema
ainda é o licenciamento e que o processo está no setor de hidrologia do INEA, que
ainda não foi aprovado e esperam resolver a questão. O tempo máximo de é 90 dias
após a concessão da licença e acredita que seja liberada logo. Edson Falcão(INEA)
disse que tão logo a soleira esteja pronta e com o aumento na capacidade de armaze-
namento as condições da CSA serão mais favoráveis. Em relação ao licenciamento
do INEA, tiveram reunião com a CSA tendo em vista necessidade de alteração no
projeto e hoje ele verificará quando a documentação chegou ao INEA e o que preci-
sa ser feito para emissão da licença [...] (AGEVAP, 14 maio 2015).
rios serviços que precisarão ser feitos , mas precisaria ter uma reunião em conjunto
para ver o que cada um pode disponibilizar, para que somem forças. Pede que o ór-
gão articulador seja a ANA para fortalecer o diálogo e assim tentar junto ao comitê
conseguir soluções e acredita que existe possibilidade de ser feito através das ações
emergenciais. Patrick Thomas(ANA) informou que a ANA irá entrar em contato
com a AGEVAP para articular a mobilização [...] (AGEVAP, 14 maio 2015).
do GTAOH pediu para ONS incluir Funil nas apresentações, para verificarem o que
acontece na vazão natural entre Funil e Santa Cecília, pois há dificuldade principal-
mente pelo tempo de viagem, para ver se conseguem aproveitar de forma eficiente.
Edson Falcão (INEA) disse que vem acompanhando o volume estocado pelos reser-
vatórios e esta vendo um desbalanceamento no sentido de que atualmente há mais
água em Jaguari do que em Paraibuna e caso ocorra numa eventualidade no tempo
da estiagem poderá haver problemas. Sugeriu que o ONS pense em uma nova mu-
dança na operação para começar a utilizar a água de Jaguari ou Funil e tentar segurar
em Paraibuna. Joaquim Gondim (ANA) informou que a vazão mínima de Paraibuna
é alta e que a operação de Jaguari com vazão defluente mínima está correta e que o
acompanhamento deveria também se dar com Funil deplecionando e Paraibuna sol-
tando a vazão mínima. Luiz Guilherme Guilhon (ONS) lembrou que soltaram um
pouco mais de 30 m³/s em Paraibuna para reencher Santa Branca para fazer o equilí-
brio. Quando conseguirem reduzir em Paraibuna irá aumentar em Jaguari. O Coor-
denador do GTAOH relatou que Funil está com 67% , mas é um reservatório com
volume pequeno em relação aos outros e que tem flexibilidade em termos de variar
defluência. Nos próximos meses deverão começar a deplecionar Funil e pedir essa
água para montante para complementá-la. Os reservatórios de Jaguari e Paraibuna
têm limitação para liberar vazões, então poderão estar com volume elevado, com in-
crementais baixas e não conseguirão soltar água para o reservatório de Funil que não
pode chegar no mínimo. Deve haver uma reserva técnica para complementar colo-
cando Paraibuna e Jaguari no máximo para garantir a vazão objetivo. Com a redução
da vazão para 110m³/s haverá melhora da situação, mas devem tomar cuidado nessa
operação para que não haja colapso ou violação de restrição. Edson Falcão(INEA)
informou que se preocupa com a demora em começar liberar Jaguari que está com o
armazenamento um pouco elevado em relação aos demais [...] (AGEVAP, 26 maio
2015).
E para finalizar o coordenador falou que pelos problemas relatados não será possível
reduzir a vazão objetiva em Santa Cecília e solicitou os presentes que relatassem as principais
ocorrências.
[...] José Governo (CSA) informou que estão com o protocolo acionada desde as 8
horas de hoje(26/05) a descarga atual é de 120 m³/s e estão preocupados pois não
sabem o que está havendo fora da CSA. O representante da CSA disse que tem re-
ceio, pois pode ser um daqueles eventos em que a salinidade permanece alta sem ter
explicação razoável e por isso pediu para verificar se poderiam dar um acréscimo
aos 120m³/s que já estão liberados. Como o prazo é de 10 horas para que a água
chegue e tendo em vista que estão parados por 25 horas, talvez se liberassem por um
período uma vazão maior do que 120m³/s essa onda poderia ajudar a diminuir o
tempo de deslocamento. Edson Falcão (INEA) disse que acha que aumentar a vazão
não diminuição do tempo deslocamento e que estava tentando entender o que acon-
tece. O representante do INEA disse que há a possibilidade de algum usuário depois
da CEDAE estar captando em maior quantidade, pois o nível que sai da CEDAE é
constante. Sugeriu que a CSA passe todas as informações em tempo real ao INEA
para que consigam analisar a situação de forma mais ágil. José Governo (CSA) disse
que não está acontecendo nada de anormal na CSA e por isso solicita o apoio do
grupo para aumento da vazão. O Coordenador do GTAOH citou que, como a CSA
solicitou aumentar temporariamente por até 12 horas a vazão defluente de Pereira
Passos para 140m³/s sugeriu fazer o aumento por conta de estarem com a captação
de água do canal de São Francisco parada por mais de 25 horas. Após a meia-noite a
vazão defluente de Pereira Passos voltaria ao normalmente praticado. Edson Falcão
(INEA) comentou que pode fazer o que a CSA achar mais conveniente, pois se a
usina parar o dano ambiental será grande. Pediu para que estabelecessem um prazo
de troca de informações de forma ágil. José Governo (CSA) disse que a partir da se-
gunda quinzena do mês de julho espera que com a soleira implantada a situação me-
lhore. Edson Falcão (INEA) comentou que segundo o INEA não existe possibilidade
legal de licença ambiental antes da anuência da autorização dos proprietários e, in-
dependente de concederem a licença, a obra está condicionada a essa anuência de 60
dias, mas o INEA fará tudo para agilizar a parte que cabe ao órgão. 45 - José Gover-
no (CSA) informou que existe uma faixa do terreno que pertence à CSN para que ela
passe uma futura adutora, onde a linha seria passado ao lado. Porém existem deze-
nas de invasões ao longo da faixa de proteção. Tentaram autorização para fazer a
obra por dentro d’água, porém não foi aprovada por obstáculos à navegação que po-
deriam ocorrer e por isso terão que rediscutir o contrato pra voltar um traçado pela
terra. O Coordenador do GTAOH concluiu que,em função do acionamento do pro-
tocolo de emergência, a vazão será elevada em Pereira a partir das 12 horas para
140m³/s permanecendo até a meia-noite do mesmo dia com o monitoramento do
INEA e da Light [...] (AGEVAP, 26 maio 2015).
Na décima quinta reunião ocorrida em 08.06.15, os usuários fizeram relato sobre as ul-
timas ocorrências em suas captações.
[...] O representante da CEDAE Interior disse que não tem nada a informar. 4 - O
representante da CEDAE Guandu informou que está tudo dentro da normalidade.
Vera Lúcia Teixeira (CBH-MPS) comentou que na região do Médio Paraíba do Sul
que está tudo da mesma forma e não houve nenhuma ocorrência pontual. Jardel
Azevedo (SAAE Barra Mansa) informou que não há nada a relatar. José Governo
(CSA) comentou que tiveram uma série de problemas o que acabou determinando a
parada da usina por duas vezes seguidas. Marcus Gimenez (CSA) relatou que entre
os dias 25 e 26/05 houve 38 horas de interrupção da captação de água e por isso re-
forçaram o acionamento do protocolo de emergência, onde foi solicitado o aumento
da vazão de Pereira Passos para 140 m³/s e por conta da alteração de vazão não hou-
ve interferência no processo. Na mesma semana nos dias 28,29 e 30/05 a CSA ficou
cerca de 63 horas sem captar e assim houve parada total na parte de geração de
energia e produção de aço. Quando voltaram a operar, o estoque de água desminera-
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lizada era de 20% o que é muito crítico, pois a usina não opera sem produção de va-
por. Hoje (08/06) e ontem (07/06) a CSA teve 14 horas de interrupção e chegou bem
próximo de acionar o protocolo de emergência. Então, diante dos eventos ocorridos
nos dias 28, 29 e 30/05 ficou acertado uma vazão alternada de 114 m³/s e 85m³/s em
Pereira Passos. José Governo (CSA) disse que no dia seguinte ao da solicitação da
elevação da vazão para 140m³/s houve uma melhora na operação e por isso acredita-
ram que a usina conseguiria retornar a operar normalmente. Mas logo em seguida
houve uma parada, pois não conseguiram recuperar o estoque das lagoas e de todo o
conjunto de águas. Nos dias 28 e 29/05 zeraram a capacidade e nos outros dias fica-
ram com no máximo 20% da capacidade, o que gerou uma onda de discussões e
reuniões. Na manhã de sexta-feira (05/06) houve uma reunião de diretoria onde foi
colocado o que havia de novo na atual crise e foram apontadas como possíveis cau-
sas a usina a fio d’água de Paracambi. Porém, todos os estudos feitos não contem-
plavam a usina de Paracambi e por isso não tinham como avaliar o tempo de forma
efetiva e assim tiveram uma reunião com o INEA para analisar o que estava aconte-
cendo de anormal na captação. Além disso, o presidente da CSA foi conversar com
o Governador do Estado do Rio de Janeiro sobre o caminho que a situação estava
tomando e ficou acordado por parte da CSA um sobrevoo na bacia para identificar
os pontos de consumo e alguma anormalidade. Fizeram uma reunião no Comitê
Guandu com a maioria dos usuários, inclusive com a presença da Eletrobolt, que
também informou não possuir nenhuma anomalia. Estão trabalhando em conjunto
para descobrir a causa dos acontecimentos. Após conversa com o INEA foi acordada
a vazão alternada de 114m³/s e 85m³/s em Pereira Passos. Ressaltou que não estão
funcionando com nenhum problema com 114m³/s , assim como não havia nenhum
problema no funcionamento com 110m³/s, pois é algo que acontece e que descom-
põe todo o sistema que vinham traçando sem que tenha alguma causa identificada.
Joaquim Lopes (Gerdau/AEDIN) relatou sobre o histórico de paradas ao longo dos
meses de 2015: janeiro totalizou 71 horas de bombas paradas, fevereiro totalizou
110 horas e março totalizou 101 horas. Após essas ocorrências a Gerdau entrou no
regime de paralisação de dias pares/ ímpares e abril totalizou 195 horas paradas o
que fez com que aumentassem o limite de tolerância em relação a condutividade que
era de 180 µS e passou para 300 µS. A partir desse momento tiveram uma redução
de horas de bombas paradas de 13% e foram para 170 horas de bombas paradas em
maio. A projeção que está se configurando ao longo do mês de junho é que fiquem
entre 170 e 180 horas paradas, tendo em vista que até agora já tiveram 46 horas de
bombas paradas no mês de junho e estão na expectativa de repetir o que foi pratica-
do no mês de maio. Diogo Azevedo (Light) disse que fora os acionamentos ao pro-
tocolo de emergência não há nada a ser informado pela Light. Edson Falcão(INEA)
lembrou que em um mês a CSA parou três vezes e antes a expectativa do tempo de
percurso da água em relação a Pereira Passos era de 15 horas, fato que não está
acontecendo. O INEA obteve essa informação após acesso aos dados de condutivi-
dade da CSA que está com maior monitoramento, pois agora está sendo feito a cada
5 minutos e assim conseguiram determinar o tempo de percurso entre Pereira Passos
à planta da CSA que em média é de 20 a 24 horas e por isso fazia com que o proto-
colo após ser ativado não tivesse tanta efetividade. Como houve acionamento fre-
quente ao protocolo de emergência, o INEA conversou com a CSA e chegaram a um
acordo de manter a vazão alternada entre 114 m³/s e 85 m³/s para evitar o aciona-
mento ao protocolo de emergência. Atualmente estão fazendo os testes na CEDAE
para verificar se não terão problemas. Como já começaram as obras, então é possível
que haja uma melhora no tempo de parada da CSA e assim poderão diminuir as va-
zões. Outra coisa preocupante é o tempo de resposta da CSA O representante do
INEA está preocupado com a situação da CSA, tendo em vista que vários fatores
poderiam estar agravando o tempo de resposta como maré desfavorável e flutuação
da vazão a montante a CEDAE. Com as informações que cedidas pela Light, o
INEA pôde verificar uma variação muito grande em Paracambi e essa flutuação po-
de ter potencializado os problemas e por isso solicitou que a Ana entrasse em conta-
to com a Light para verificar o que poderia ser feito para que a captação em Para-
cambi fosse feita a fio d’água. O Coordenador do GTAOH comentou que desde o
evento relativo ao acionamento do protocolo de emergência estão operando com
134, 5m³/s em Santa Cecília fazendo a média de 114m³/s com 85m³/s e mais os
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35m³/s a jusante de Santa Cecília. Humberto Duarte (Light) relatou sobre o ocorrido
com a vazão em Paracambi. Destacou que, o que aconteceu na madrugada de
00h45min até as 6 horas do dia 31/05 foi que a vazão ficou ligeiramente abaixo do
praticado e coincidentemente perderam a comunicação com a usina e por isso houve
uma demora para fazer o ajuste. Disse que o que aconteceu no dia 31/05 não teve re-
lação com o que aconteceu na CSA nos dias 28, 29 e 30/05, pois se houvesse algum
problema, isso só se refletiria no dia 01/06. A Light está verificando como fazer o
melhor ajuste, porém operar a fio d’água com gerador é praticamente impossível,
pois não há ajuste milimétrico nos reguladores e para uma determinada vazão é ne-
cessário que se faça um ajuste próximo e depois verifique qual foi o valor ocorrido e
esses ajustes são feitos diariamente. E um destaque é que no instante que se altera a
vazão em Pereira Passos há a alteração em Paracambi para que o tempo de viagem
não aumente. Edson Falcão(INEA) disse que com as informações que a Light pas-
sou o INEA conseguiu ver a flutuação da vazão. Disse ainda, que não tem certeza,
porém deduz que a flutuação possa vir da PCH Paracambi. Não está dizendo que a
flutuação seja expressiva, mas que existe a flutuação e a amplitude é expressiva e
por isso deve ser verificado. Humberto Duarte (Light) falou que ,observando o his-
tórico, não há nenhum outro evento similar ao longo do mês de maio. Somente pe-
quenas variações de amplitudes que são inerentes à operação da usina, sendo que o
evento de domingo foi mais significativo e a Light já tomou as providências para
que não aconteça novamente [...] (AGEVAP, 8 jun. 2015).
operação das estações, mas para isso precisa dos equipamentos. Chegou a conversar
na ANA, a Agência informou que, assim que chegassem os equipamentos, iriam ve-
rificar a possibilidade de cessão dos mesmos. Caso consigam os equipamentos, duas
estações seriam instaladas de forma provisória: uma ficaria a montante à Dutra e ou-
tra na captação das empresas da foz do Canal de São Francisco. Joaquim Gondim
(ANA) pediu para que o INEA formalize o pedido à ANA e assim o representante
da ANA irá cuidar pessoalmente do assunto para que haja rapidez no processo [...]
(AGEVAP, 8 jun. 2015).
A seguir falaram sobre a situação hidrológica na bacia rio Paraíba do sul e quais seri-
am as principais decisões.
[...] Paulo Diniz (ONS) disse que quanto à operacionalização da vazão de Santa Ce-
cília não houve desvios significativos. Em relação a Pereira Passos devido ao histó-
rico de acionamento ao protocolo de emergência culminaram na alteração da vazão
em diversos dias. Quanto à previsão meteorológica para os próximos dias não há
previsão de chuvas significativas até o dia 18/06/15. Sobre a situação hidrológica da
vazão natural em santa Cecília, começaram a utilizar a água armazenada nos reser-
vatórios desde o dia 15/05 para atendimento da vazão objetivo e por conta da previ-
são dada, com ausência de chuva nos próximos 10 dias, é provável que entrem em
período de recessão. Em relação à MLT, a vazão natural em Santa Cecília está com a
média de 62%%, mas esse resultado deve ser reduzido em função da ausência de
precipitação ao longo dos próximos 10 dias. Na avaliação da condição hidrológica
atual em comparação ao ano de 2014, a média observada de dezembro/14 a junho/15
corresponde a 103% e por isso acredita que utilizar as mesmas vazões de 2013/2014
seja algo coerente. Atualmente o reservatório equivalente encontra-se com 16,7% do
armazenamento. Neste momento estamos praticamente dentro do período seco e a
simulação utilizada foi a individualizada por aproveitamento. A simulação foi feita
contabilizando o atual cenário que é de 134,5 m³/s até 31/07 e a partir do dia 01/08
com 110m³/s, considerando um cenário mais conservador. Dentro desse cenário sai-
riam dos atuais 16,7% de armazenamento equivalente e até o final de outubro termi-
nariam com 7% do armazenamento. Na simulação individualizada por reservatório
deve ser levado em consideração que o porte de armazenamento é totalmente distin-
to entre os reservatórios. Caso haja situação similar ou pior do que a de 2014, utili-
zarão a mesma política de operação que foi utilizada no final do período seco do ano
passado. Serão utilizados os volumes dos reservatórios chegando aos volumes mor-
tos de montante para jusante e por isso é importante não esvaziar totalmente Funil,
para manter a segurança hidráulica. Dentro desse cenário, ao final do período seco
Funil e Jaguari teriam algo em torno de 15%, Paraibuna com 3,18% e Santa Branca
com 2,32%. Andamento das obras 33 - Joaquim Lopes (Gerdau/AEDIN) lembrou
que houve uma apresentação da AEDIN sobre a construção da soleira submersa na
ultima reunião e , quanto ao andamento das obras, fizeram reunião na Capitania dos
Portos, o processo foi agilizado e a documentação já foi entregue com a autorização
do Capitão para começarem as obras. Já possuem 15 estacas cravadas e continuam
no ritmo de manter o prazo de até 15 de julho para conclusão das obras, caso não
ocorram chuvas. José Governo (CSA) disse que concluíram o aumento da capacida-
de interna e o único problema é autorização da passagem da tubulação na ponte so-
bre Canal de São Francisco, por uma questão fundiária, pois a faixa do terreno é da
CSN, porém já estão conversando para tentarem resolver a situação. Joaquim Lopes
(Gerdau/AEDIN) informou que receberam a visita do Secretário de Ambiente do Es-
tado do Rio de Janeiro, André Corrêa, na quarta-feira tanto o lado da captação da
Gerdau quanto no da CSA para ver o andamento das obras. O representante da Ger-
dau/AEDIN, disse, ainda, que irá levar uma apresentação na próxima reunião para
mostrar o andamento das obras. Edson Falcão (INEA) relatou que sobre a licença do
INEA, o principal empecilho é a autorização para passar a tubulação nos terrenos
onde estão propondo e por isso solicitaram que a licença saísse com essa condicio-
nante. Uma das possibilidades era que se passasse em cima do dique por ser mais
simples, pois seria necessário somente pedir autorização para a prefeitura. Pediu à
CSA que caso a conversa com a CSN não esteja dando resultados que os informem
para que possam acionar a SEA para verificar outras alternativas para solução do
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problema. José Governo (CSA) disse que houve reunião de diretoria na CSA, porém
não tiveram nenhum sucesso, tendo em vista a preocupação pela falta de água. Na
próxima semana irão conversar novamente para ver se terão mais sucesso [...]
(AGEVAP, 8 jun. 2015).
[...]O Coordenador do GTAOH fez três informes, conforme seguem abaixo: Informe
1 – Procissão fluvial em Aparecida/SP entre os dias 03 a 05/07 – foi solicitado que
seja feito o aumento da vazão do rio Paraíba do Sul para viabilizar a procissão a par-
tir do dia 03/07/15. O Coordenador do GTAOH pediu que a ANA fizesse a solicita-
ção ao ONS e à Light . Para realização do evento haverá a necessidade de aumentar
a vazão defluente de Santa Branca para 120 m³/s por um dia e meio. A vazão au-
mentada será reservada no reservatório de Funil. Antonio Lima (ANA) disse que é
preciso que haja uma solicitação direcionada à ANA para que eles possam tomar as
providências necessárias. Paulo Diniz (ONS) disse que quando isso ocorre, o proce-
dimento feito é a formalização através do preenchimento do FSAR-H. Como a alte-
ração será temporária e a princípio não trará impactos, o ONS acatará e fará a opera-
cionalização caso o Grupo esteja de acordo. André Marques (AGEVAP) disse que a
AGEVAP auxiliará o CEIVAP no envio de carta à ANA informando sobre a ocor-
rência da Romaria Fluvial. Paulo Diniz(ONS) disse que em princípio não há pro-
blemas para o ONS em fazer esse atendimento, porém precisam da manifestação da
ANA. Roberto Morais (ANA) lembrou que como estão com o problema ocasionado
pela proliferação de macrófitas no local, seria interessante que o comitê paulista fi-
zesse uma avaliação para verificar se não haverá impactos na estruturas das pontes
antes de tomarem a decisão. O Coordenador do GTAOH solicitou que o comitê pau-
lista fizesse a avaliação em tempo de fazer a programação no ONS até quinta-feira
(02/07), por isso pediu celeridade para tomarem todos os procedimentos [...] (AGE-
VAP, 1 jul. 2015).
O informe 2 foi sobre o plano de ações complementares que ANA disponibilizou aos
membros do GTAOH, e que os mesmo deveriam analisar. O informe 3 foi sobre a CPI da
crise hídrica instalada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro:
[...] foram solicitadas informações sobre a atuação do GTAOH e como estão conse-
guindo minimizar os impactos da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul com
soluções de consenso. Disse que foi solicitado pela CPI que seja encaminhado a si-
mulação do impacto da transposição de 5m³/s que está sendo planejada pelo Estado
de São Paulo no reservatório de Jaguari. O Coordenador do Grupo explicou que
quem é responsável por esse tipo de simulação é o ONS em conjunto com a ANA e
aproveitou a reunião para cientificar a participação do grupo e sobre a demanda soli-
citada. Paulo Diniz (ONS) disse que o ONS também recebeu um ofício e como res-
posta informou que estava fazendo em articulação com a ANA a avaliação solicitada
e por isso enviaria a informação à ANA e em cópia colocará o Deputado Presidente
da CPI. Antonio Lima (ANA) informou que foi publicada a Resolução ANA nº
714/2015 mantendo as mesmas condicionantes da Resolução ANA nº 205/2015 com
a prorrogação da redução do limite mínimo em Santa Cecília até 31/10/2015 [...]
(AGEVAP, 1 jul. 2015).
Interior) relatou que durante o período não houve alterações. André Marques
(AGEVAP) disse que as bombas já foram adquiridas e na segunda-feira (30/06) foi
entregue a bomba de Três Rios. Hoje (01/07) irá chegar a bomba de Barra Mansa e
durante a semana irão chegar as bombas de Volta Redonda e Aparecida. Por ser
pouca coisa a ser feita em termos de estrutura, a meta é que do dia 1º até o dia 20 de
julho todas as bombas estejam instaladas. Maria Aparecida Vargas (CEI-
VAP/Energisa) perguntou à CEDAE sobre os prazos das bombas que ficou sob res-
ponsabilidade dos mesmos. José Carlos Fioravante (CEDAE Interior) informou que
o prazo para entrega das obras será de 45 a 60 dias a partir da data de hoje (01/07).
Edson Falcão (INEA) lembrou que a vazão que está sendo praticada atualmente nos
locais de captação da CEDAE é uma vazão superior a que será praticada daqui a um
ou dois meses, então é importante acelerar o processo da adaptação das captações. O
representante do INEA disse caso seja necessário, o INEA e a AGEVAP oferecerão
ajuda para que agilizem as obras. Maria Aparecida Vargas (CEIVAP/Energisa) aler-
tou a CEDAE Interior sobre o problema de captação em São Fidélis. Edson Falcão
(INEA) comentou sobre o relato de São Fidélis no CERHI. O que ocorreu foi um
problema elétrico numa bomba que foi resolvido na manhã do dia seguinte pela
CEDAE. José Carlos Fioravante (CEDAE Interior) disse que esteve com o Secretá-
rio de Meio de São Fidélis e que o mesmo questionou o nível da captação, mas que o
nível está normal e o problema foi um disjuntor de uma bomba de tratamento de
água. Na última semana realizou uma visita em todas as captações da CEDAE obje-
to das obras e todas estavam dentro da normalidade. André Marques (AGEVAP)
disse que entrou em contato com a CEDAE e como a AGEVAP já fez o processo li-
citatório das bombas poderia aditar o contrato para adquirir mais uma bomba para
São Fidelis. A CEDAE analisará o caso de São Fidélis para dar uma resposta à
AGEVAP. Renato Rossetti (CETESB) informou que o rio Paraíba do Sul está dentro
da normalidade no seu trecho desde Santa Branca até Queluz. Não houve alteração
no IQA e a qualidade da água é boa. A CETESB respondeu a um ofício da ANA so-
licitando aumento da frequência do monitoramento dos parâmetros do IQA nas duas
pontas (Santa Branca e Queluz) e nas captações de Tremembé, São José dos Campos
e Aparecida. Será feito o monitoramento mensal através de boletins que serão enca-
minhados à ANA [...] (AGEVAP, 1 jul. 2015).
ra. No evento do fim de semana, a Light abriu as comportas em cerca de uma hora, a
cota da soleira foi ultrapassada em direção ao mar e a água passou por cima e por es-
se motivo foi feita uma abertura no centro para escoar a água e evitar inundações.
Edson Falcão (INEA) questionou se a maré abaixo de 1,60 m não passará por cima
da soleira e se a premissa adotada está atendendo ao que foi acordado. Joaquim Cos-
ta (Gerdau/AEDIN) disse que a soleira está fixa e tem 1,60 m e ela foi projetada não
só pela cunha salina, mas ela tem essa altura para prever qualquer tipo de inundação
que possa ocorrer a montante da soleira. Em relação ao resultado e as premissas ado-
tadas para fazer o projeto: a premissa adotada foi ter uma vazão de 30 m³/s. Até o
dia 20/06 tinham o total 87 horas paradas na captação na FCC e do dia 20/06 ao dia
30, mais 21 horas paradas, numa média de 12h10min por dia. A projeção para junho
era de 124 horas paradas e como conseguiram antecipar a obra, terminaram a soleira
antes e conseguiram fechar o mês com 108 horas paradas. Acreditam que devem ter
60 horas paradas no mês de julho. Então para a Gerdau soleira está funcionando e
para a CSA irá funcionar a partir de quando conseguirem chegar com a adutora na
FCC. Edson Falcão (INEA) lembrou que hoje o gargalo não é a captação da FCC,
Gerdau e CSA e a preocupação dele é que a soleira seria uma solução que atenderia
a todos e que atenderia provisoriamente a CSA, até que a mesma conseguisse con-
cluir a, o que não ocorre hoje. Se todas as premissas foram atendidas quer entender
se a maré está não passará em cima da soleira. Joaquim Costa (Gerdau/AEDIN)
afirmou que não poderia colocar uma soleira de 1,80 m, pois a maré tem que ser ex-
pulsa que e se elevarem a cota da soleira e evitarem que a cunha entre, haverá um
problema de inundação a montante da soleira. Edson Falcão (INEA) falou que quer
entender a causa da intensificação da maré, se ocorre por conta de picos muito altos
de maré ou se a mesma está passando por cima da soleira. José Governo (CSA) disse
que as empresas entenderam que todo o problema poderia ser resolvido com três
providências: o primeiro ponto seria que as empresas aumentassem sua captação in-
terna, o que foi feito e hoje a capacidade de reservação da CSA é de 32.000 m³. 30 -
O segundo ponto seria a unificação das captações, e quanto a isso existem alguns
problemas, pois estão esbarrando em questões de licenciamento e problemas fundiá-
rios. terceiro ponto seria a construção de uma soleira submersa e essa obra foi bem e
rapidamente feita. Então a CSA precisa de um tempo para saber como as coisas irão
funcionar. Marcus Gimenez (CSA) relatou que tiveram uma interrupção acentuada,
conversaram bastante com o INEA e elevaram a vazão após o acionamento ao pro-
tocolo de emergência. Então, no dia 12/06 foi acordada a vazão de 114m³/s por 24
horas alternando com a vazão de 85 m³/s por 12 horas. O último acionamento ao
protocolo foi no dia 15/06 sendo que na mesma semana houve uma preocupação por
conta da maré alta. Após conversa com o INEA definiram manter durante os dias 21
a 25/06, 120 m³/s por 24horas, alternando com a vazão de 85 m³/s por 12 horas e as-
sim operaram relativamente bem mesmo com as marés altas. A partir das 5h00 dia
25/06 ficaram sem interrupção até no dia 28/06 onde foi determinada a redução da
vazão para 85 m³/s. No dia 29/06 houve a primeira interrupção de 6 horas na capta-
ção e os dias seguintes tiveram grandes paradas: dia 30/06 de 00h15min às 9h35mim
e de 12h10min até as 9h50min de hoje (01/07) totalizando 31 horas de parada com
uma vazão de 85 m³/s por 24 horas e 114 m³/s durante 12 horas. Abílio Faia (FCC)
disse que a FCC está acompanhando a porcentagem de tempo de não captação. An-
tes da finalização da soleira, estavam com 30% do tempo sem captar e depois com o
aumento do volume da vazão esse número caiu para 25% do tempo até o dia 22/06.
Não ocorreram problemas entre os dias 23 e 30/06, quando houve um evento de du-
as horas em função da redução da vazão, onde se concluiu que a soleira efetivamente
está funcionando. Luiz Sérgio Lima (CEMADEN) perguntou quem será responsável
pela manutenção da soleira, se existe risco de assoreamento e quem será responsável
por efetivamente cuidar e limpar caso existam macrófitas. Além disso, perguntou no
caso da água passar por cima da soleira se existe sinalização para as embarcações.
Edson Falcão (INEA) lembrou que a soleira é fruto do licenciamento ambiental e
dentro do licenciamento ambiental existem as condicionantes e delas é a existência
de manutenção. A responsabilidade é da AEDIN e o INEA, como gestor ambiental,
é responsável pela fiscalização e o que tiver de ser adequado referente às condicio-
nantes será feito junto à AEDIN. Joaquim Costa (Gerdau/AEDIN) relatou que a so-
leira foi licenciada pela Marinha e a mesma exigiu uma sinalização durante a obra a
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lização da mudança as 00 hora ou 20 horas não é problema para a Light e que é me-
lhor fazer essa variação em um horário que seja melhor para os usuários. Edson Fal-
cão (INEA) disse que essa proposta pode não dar certo, pois a CSA está com a visão
de segurança da empresa para que achem um meio termo que não prejudique a cap-
tação da empresa e não gaste muita água. Com isso sugeriu que a CSA apresente in-
formações sobre sua operação e as variáveis para acionamento do protocolo de
emergência. José Governo (CSA) disse que os usuários e o Comitê do Guandu estão
tentando contratar um estudo na COPPE que demonstre os tempos de percurso da
água entre Pereira Passos, CEDAE (ETA/Guandu) e a Foz do Canal de São Francis-
co Paulo Diniz (ONS) fez uma proposta que voltem a debruçar-se sobre uma solu-
ção que já existe e que para tornar-se viável pode ser que necessite de algumas pou-
cas adaptações, como por exemplo, estreitar o vão vertente. Joaquim Costa (Ger-
dau/AEDIN) comentou que para a premissa que foi considerada no projeto, a soleira
atende de forma satisfatória e que não irá resolver mexer na soleira, até pelo fato do
efeito colateral que pode causar. A solução definitiva é a CSA chegar com a adutora.
Edson Falcão (INEA) lembrou que a proposição de mudar o ponto de captação foi
pactuada no início do ano e desde a primeira reunião eles disseram que não poderia
passar debaixo d’água. O representante do INEA disse, ainda, que poderiam até pac-
tuar dentro do INEA uma solução provisória, mas juntamente com uma definitiva,
com prazos definidos e multas na restrição da licença se não seguirem o cronograma
em paralelo. O Coordenador do GTAOH disse que a soleira foi feita de acordo com
o projeto e está tendo o resultado esperado, e solicitou que quem fez a modelagem
do projeto poderia também fazer uma proposta emergencial para a próxima reunião
com solução de regra de operação associada a medições que atendam o problema da
CSA. José Governo (CSA) solicitou que mantenham por mais quinze dias a mesma
vazão para que na próxima semana tenham uma solução mais definitiva. Acredita
que a vazão de 114m³/s com alternância para 85 m³/s seria um numero ideal para o
período. André Marques (AGEVAP) expressou sua preocupação, pois irão entrar
num período muito crítico, o nível do reservatório está baixando muito rápido e não
há previsão de chuva. Queria saber como está o processo de desapropriação, o que
está pendente e se terá solução que seja definitiva para que baixem as vazões. José
Governo (CSA) disse que para esse problema existem três possíveis soluções: na
primeira alternativa seria um traçado passando por dentro da AEDIN no Canal de
São Francisco, onde há uma vala coletora junto ao canal, só que se encontra dentro
do terreno da CSN, numa faixa doada pela prefeitura. A segunda alternativa seria en-
tre a margem direita o Canal de São Francisco e o inicio do dique que tem 100 me-
tros, porém nessa área existe uma série de invasões. E também poderiam construir
em cima do dique e para isso verificariam se deveria ser definido pelo INEA ou teri-
am que conseguir uma licença pra prefeitura para construir uma adutora. Paulo Diniz
(ONS) disse que enquanto não tenha solução definitiva já existe um canal da FCC
até a Gerdau. O representante do ONS perguntou se seria viável a CSA dividir a
água com a Gerdau com o gerenciamento do uso do Canal. Joaquim Costa (Ger-
dau/AEDIN) lembrou que a CSA capta 2000 m³/h, a Gerdau capta 500m³/h e a ca-
pacidade é de 600 m³/h o que não seria suficiente. José Governo (CSA) disse que a
melhor solução seria passar pelo dique e a engenharia da CSA tem trabalhado nisso
com muita seriedade 58 - O Coordenador do GTAOH perguntou aos representantes
da ANA se poderiam sugerir ou definir uma alternativa, tendo em vista que estão di-
ante de um impasse para definir qual será a operação, pois a CSA está fazendo uma
sugestão de patamares mais elevados e o INEA de patamares mais reduzidos para
que sejam feitos os testes. Edson Falcão (INEA) lembrou que o tempo de percurso
de Paracambi até a CSA está entre 17 e 19 horas então como estão propondo 24 ho-
ras à CSA haverá tempo para verificar se estão conseguindo captar com 105 m³/s e
avisar caso ocorra algum problema. Joaquim Gondim (ANA) disse a Agência tende
a acompanhar o INEA que é o órgão gestor estadual e que tem feito o acompanha-
mento com maior detalhamento e lembrou que houve um compromisso no sentido
de tentar reduzir a vazão. O Coordenador do GTAOH disse que em função do posi-
cionamento da ANA, o Grupo teria autonomia para decidir junto ao INEA com a
proposta de alternar entre 85m³/s e 105m³/s lembrando que o protocolo de emergên-
cia poderá ser acionado a qualquer momento. Julio César Antunes (CEDAE/ Comitê
Guandu) acredita que devem fazer a proposta de alteração concomitante com a tabua
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de maré. E a proposta tem que ser balizada com a tábua de maré futura. O Coorde-
nador do GTAOH disse que precisam de uma regra e sugeriu que utilizem o estudo
do Rosman, que tem mostrado um bom comportamento. Pediu que próxima reunião
a AEDIN apresentasse uma solução baseada na modelagem que foi utilizada na so-
leira. José Governo (CSA) lembrou que o combinado seria fazer uma redução grada-
tiva. Sabe que terão que chegar a uma vazão de 85 ou 75m³/s, mas quando passam
de uma vazão de 114m³/s para 105m³/s significa uma diferença muito grande e por
isso precisam melhorar o tempo de acionamento. Sugeriu que fizessem 105m³/s por
85 m³/s com protocolo de 120 m³/s acionado com 50% de reserva. Edson Falcão
(INEA) disse que, em relação ao questionamento do Sr. Júlio César Antunes após o
acionamento ao protocolo de emergência feito pela CSA foi realizado todas as corre-
lações necessárias para a alteração da vazão.[...] O Coordenador do GTAOH disse
que inicialmente fariam 105 m³/s e 85 m³/s de forma alternada sendo que atualmente
estão praticando 120 m³/s e a proposta da CSA é de 114 m³/s. Edson Falcão (INEA)
propôs 12 horas com 105 m³/s e 12 horas com 85 m³/s alternadamente e caso não ha-
ja necessidade a CSA acionará o protocolo. Lembrou que a vazão de 120 m³/s ainda
está chegando e terão 19 horas com 120 m³/s assim irão encher o reservatório José
Governo (CSA) disse que não tem condições de aceitar a proposta, mas terão que
acatá-la. Marcus Gimenez (CSA) sugeriu que numa situação de maré adversa, o pro-
tocolo será de 120 m³/s com 50% de reservação. Edson Falcão (INEA) não concor-
dou com a sugestão. Paulo Diniz (ONS) perguntou se a CSA consegue reencher o
reservatório. Marcus .O Coordenador do GTAOH confirmou com o grupo a defini-
ção da operação com 12 horas com 105 m³/s e 12 horas com 85 m³/s em Pereira Pas-
sos com a possibilidade de acionamento ao protocolo de emergência, caso haja ne-
cessidade (AGEVAP, 1 jul. 2015).
Na décima sétima reunião, ocorrida 07.07.15, houve uma apresentação sobre as obras
no Canal de São Francisco que só finalizariam em cinco semanas e que, portanto, manter-se-
ia a vazão objetiva de Santa Cecília. Voltou-se a falar do rio Piraí, que teria ficado seco por
falta de vazão ecológica. Outra questão discutida foi a do aumento de macrófitas e seu respec-
tivo impacto na qualidade da água considerada a redução da vazão objetiva em de Santa Cecí-
lia.
[...] Humberto Duarte (Light) disse que ao longo da semana não houve nenhuma
ocorrência significativa sendo que tiveram que operar com a defluência constante de
105m³/s a pedido do INEA por conta de dificuldades na captação da CSA. José Car-
los Fioravante (CEDAE Interior) informou que não houve relato de alterações. Júlio
César Antunes (CEDAE Guandu) relatou que não houve alteração e não houve ne-
nhum problema e quanto à vazão constante adotada. Marcus Gimenez (CSA) disse
que desde o dia 01/07 houve uma queda na reservação e as lagoas chegaram a seu
menor nível com 29%. A partir dia 02/07 começaram a recuperar o nível com 50% e
conseguiram atingir 100%, no dia 05/07. Nos dias seguintes houve uma nova queda
e tiveram em média de 13 a 14 horas de parada entre os dias 2/7 a 5/07. No dia
07/07 tiveram uma nova parada de 20 horas e o nível chegou a nível de 40%. José
Governo (CSA) informou que nesse intervalo estavam trabalhando com a vazão de
105m³/s e que irá entrar em contato com a FCC para verificar se a vazão adotada
trouxe alguma interferência para a soleira. Abílio Souza (FCC) relatou que a FCC
teve uma parada no dia 04/07 de 6 horas chegando ao nível de condutividade de
quase 4000 μS. Pamela dos Reis (Gerdau) comentou que na Gerdau não houve ne-
nhuma parada e o sistema funcionou normalmente Edson Falcão (INEA) perguntou
se o modelo adotado no projeto da CSA será com flutuante, como é o da Gerdau ou
será como o da FCC. Marcus Gimenez (CSA) disse que acredita que será flutuante,
mas confirmará com a engenharia da CSA. José Governo (CSA) disse que foi rece-
bida uma nota técnica de reavaliação da inclusão salina no canal de São Francisco
com uma soleira construída, essa nota foi emitida pela Coppetec com a participação
do professor Rosman, havia uma preocupação de que a soleira colocada acelerasse o
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Diante das discussões o coordenador solicitou aos membros posições quanto às sema-
nas seguintes, já que a obra no canal de São Francisco só estaria finalizada cinco semanas
depois:
[...] O problema de desaparecimento de água que sempre acontece na sexta ou sába-
do deve ser investigado ou feito um planejamento para evitá-lo.. Outro problema
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identificado é qual é a cota verdadeira da soleira, deve ser feito um trabalho de nive-
lamento para ser apontado um referencial. José Governo (CSA) relatou que toda
aquela região inicialmente foi nivelada e referida ao zero do DNOS que é o zero hi-
drográfico da baia de Sepetiba. Ao longo do tempo foi estabelecido pelo IBGE o RN
nacional onde a cota zero equivale à maré média de Imbituba/SC. Então foi obser-
vado que esse nível médio está em torno de 90 cm, acima do zero hidrográfico. Ed-
son Falcão (INEA) sugeriu que a soleira seja testada. Lembrou que semana passada
foi feito um teste de 105 m³/s para verificar o limite da soleira e sugeriu, ainda, que
haja o aumento da vazão ara 114 m³/s e em seguida volte ao 85 m³/s. Será conversa-
do com a CSA para verificar se a alteração pode ser feita de 12 em 12 horas e poste-
riormente deve-se aumentar ou reduzir para 100 m³/s por alguns dias para que veri-
fiquem o comportamento da soleira com esse valor. Paulo Diniz (ONS) disse que o
ideal é que a decisão dos valores a serem implementados chegue até as 12:00hs para
que possa ser considerado no âmbito da Programação da Operação e não em Tempo
Real. Marcelo Carvalho (FURNAS) informou que nos próximos dias serão feitos
testes e ajustes, sempre com o objetivo de praticar vazões menores sem prejudicar a
captação das indústrias. Julio César (CEDAE/Comitê Guandu) comentou que o sis-
tema Guandu não avisa quando vai parar. Houve uma visita da CSA para mostrar o
sistema e estão tentando tornar mais complexo e não há muito que discutir. Isso po-
de ser involuntário e o gerenciamento é dinâmico, não está nas mãos da CEDAE. O
ideal é que seja acertado o modo operante para que não aconteçam imprevistos.
Marcelo Carvalho (FURNAS) sugeriu que as empresas acertem com a CEDAE um
sistema de informações por telefone para que seja comunicado caso ocorra algum
incidente. Julio Cesar (CEDAE/Comitê Guandu) lembrou que é necessário que haja
formalização [...] (AGEVAP, 7 jul. 2015).
Para finalizar, a discussão girou em relação à represa de Tokos. Pois o rio Piraí tem fi-
cado seco por falta de uma vazão ecológica:
[...] Joaquim Gondim (ANA) relatou que uma pessoa apresentou um documento ci-
tando um decreto que informa que deveria existir a vazão defluente de 3 m³/s No re-
servatório de Tocos. Humberto Duarte (Light) explicou que a vazão defluente de
3m³/s no reservatório de Tocos fazia parte de um Contrato assinado em 1907 e que
um Decreto de 1940 desobrigou a Light de manter esta vazão. Vera Lúcia Teixeira
(CBH-MPS) lembrou que o decreto citado é o nº 5.750 de 3 julho de 1940 e nele há
um artigo que desobriga manter a vazão de 3m³/s. Joaquim Gondim (ANA) disse
que essa demanda será encaminhada ao comitê para que tome conhecimento e se
manifestar sobre o assunto. Após discussão, ficou definido que o Sr. Edson Falcão
do INEA será o representante substituto na ausência do Coordenador do GTAOH,
Marcelo Carvalho. Edson Falcão (INEA) informou que hoje (07/07) será passado
para Light uma proposta de vazão de 114m³/s e 85m³/s para não prejudicar a capta-
ção da CSA e das indústrias, em seguida alternadamente irá para 100m³/s possivel-
mente na próxima sexta–feira. Assuntos Gerais Vera Lúcia Teixeira (CBH MPS)
disse que em algum instante deverá ser discutido a vazão no sistema do Paraíba do
sul e esse é um assunto que deve ser levado ao GTAOH. Edson Falcão (INEA) lem-
brou que tudo o que for encaminhado para discussão e que precise de uma conversa
detalhada deve chegar ao grupo com elementos concretos. Maria Aparecida Var-
gas(CEIVAP/Energisa) disse que os assuntos devem ser encaminhados formalmente
ao comitê e a Diretoria do mesmo irá definir a demanda. Julio César (CE-
DAE/Comitê Guandu) ratificou em nome do Comitê Guandu que a área de Ribeirão
das Lajes pertence ao Comitê Guandu. Disse, ainda que deve haver uma discussão
técnica entre os comitês e se for o caso seja levado ao GTAOH [...] (AGEVAP, 7
jul. 2015).
Na décima oitava reunião 21.07.15, as discussões foram em torno das obras no Canal
de São Francisco, das intervenções nas captações municipais do o monitoramento da qualida-
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[...] Edson Falcão (INEA) relatou que nesse período a vazão foi operada entre 140 e
145 m³/s e houve o acionamento do protocolo de emergência. Quanto aos relatos de
São Paulo, Hioraki Maribara disse que não tinha informações detalhadas sobre os
dados da CETESB. Edson Falcão(INEA) comentou que não houve variação expres-
siva nas vazões alteradas na última reunião e por isso acredita que não tenha havido
alteração em termos de quantidade. Julio César Antunes (CEDAE/Comitê Guandu)
informou que no dia 22/07 haverá reunião para tratar do fornecimento dos equipa-
mentos para as obras nas captações. Em São João da Barra o prefeito está impedindo
de iniciarem as obras e não quer ceder o terreno para perfuração de dois poços. A
CEDAE está tentando um diálogo com os vereadores da referida prefeitura, para ex-
plicar a importância da obra para o abastecimento da cidade. Quanto aos outros pon-
tos, o processo está em andamento. Em relação à ETA Guandu a operação está den-
tro da normalidade e o prazo das obras está variando entre 30 e 60 dias. Edson Fal-
cão (INEA) perguntou sobre o andamento das intervenções no site e solicitou que
haja atualização no site da AGEVAP e que a CEDAE passe as atualizações do an-
damento das intervenções à AGEVAP. Em relação a São João da Barra, a CEDAE
pediu para dar entrada para documentação de outorga, mas falta a anuência da pre-
feitura que não está querendo liberar a autorização e por isso estão tentando resolver
o problema através de auxílio do Estado, CEDAE e do CBH Baixo Paraíba do Sul e
Itabapoana. Vera Lúcia Teixeira (CBH Médio Paraíba do Sul) disse que as bombas
já foram entregues aos municípios e estão aguardando o processo de instalação das
mesmas. A AGEVAP está finalizando o Termo de Referência para contratação de
empresa que fará a instalação. Edson Falcão (INEA) perguntou para a AGEVAP so-
bre o prazo para instalações e sobre a atualização do andamento das obras emergen-
ciais no site do CEIVAP Daiane dos Santos (AGEVAP) disse que a atualização será
feita, conforme solicitado e informou também sobre o mapeamento das áreas que es-
tá sendo realizado pelo SIGA CEIVAP. Posteriormente foi verificado que, conforme
informações do Diretor-Presidente da AGEVAP, André Marques, as instalações es-
tão previstas para terminar em meados de agosto. Marcus Gimenez (CSA) relatou
que desde o dia 7/07 atingiram o nível de 47% nas lagoas e a partir desta data houve
flutuação entre o nível de 50% e o volume máximo. No dia 19/07 atingiram 36% das
lagoas e com isso a CSA fez uma previsão junto ao INEA onde houve o reinício da
captação por volta das 22 horas. Após o ocorrido, voltaram a captar e flutuaram en-
tre 40 e 60 % e ontem (20/07) tiveram uma interrupção de 20 horas quando atingi-
ram o nível de 14% e por isso foi necessário o acionamento ao protocolo de emer-
gência. Nos outros dias não foi necessário o acionamento com a vazão de 100 m³/s
do dia 9/07 ao dia 14/07 e de 105m³/s no restante dos dias [...] (AGEVAP, 21 jul.
2015).
Em seguida as discussões foram em torno das obras no canal de São Francisco e as in-
tervenções nas captações municipais e o monitoramento da qualidade da água.
[...] José Governo (CSA) informou que, com relação às obras, na última semana re-
ceberam a visita do Presidente da ANA e da Secretaria Estadual de Recursos Hídri-
cos e o prazo para finalização das obras foi confirmado. A instalação será concluída
entre 10 e 15 de agosto e a CSA está trabalhando com essa previsão. Quanto às eta-
pas da obra, a ligação da captação atual da CSA está concluída, a tubulação na mar-
gem esquerda do Canal de São Francisco está lançada e está sendo soldada. Na tra-
vessia do Canal de são Francisco foram feitos novos suportes na ponte para segurar
a tubulação. Na margem direita, que é o trecho entre a ponte e a captação, o traçado
já está pronto e também já foi feita a tubulação que está sendo soldada e que espe-
ram terminar ainda nessa semana. As bombas já estão junto à captação final, porém
ainda esbarraram no problema de ligação elétrica. Marcus Gimenez (CSA) disse que
a CSA conversou com a Light e como acreditavam que não iriam conseguir terminar
no prazo, a Companhia está lançando um cabo de 1600 V para uma subestação abai-
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xadora próxima e está alimentando apenas com a carga da CSA. Disse, ainda, que a
CSA está fazendo todos os esforços para antecipar o prazo para dia 10/08. José Go-
verno (CSA) lembrou que existem momentos em que a condutividade está alta na
captação conjunta e sua preocupação é que ainda estão trabalhando com uma vazão
que deve ser reduzida. Edson Falcão (INEA) disse que em relação à captação, existe
diferença na forma de captação e por isso a FCC pode ficar mais horas paradas. Es-
tão deduzindo que operando com a vazão de 85m³/s, a diferença seja de algo em tor-
no de 20m³/s. Com isso o nível muda e assim calculam a curva chave que está sendo
estabelecida de forma comportada e por isso não estão conseguindo entender os mo-
tivos da variação. Lembrou que a ideia do INEA é que consigam aumentar o moni-
toramento com a instalação de duas estações da ANA para que possam entender es-
sas alterações. Irão instalar uma a montante do lago da CEDAE e outra a jusante da
estação Guandu/Dutra. O representante do INEA disse, ainda, que acredita que essas
variações ocorram pela junção de vários acontecimentos. Julio César Antunes (CE-
DAE/Comitê Guandu) lembrou que é proibida a exploração de areia no leito do rio
Guandu desde 1995. Para isso foi realizado um estudo, que já está publicado, tendo
em vista que nos dias úteis a qualidade da água piorava pela exploração de areia. Jo-
aquim Costa (Gerdau) relatou que considerando que há 720 horas no mês, a média
da captação foi de 130 µS de condutividade e que ocorreram três picos nesse perío-
do, um no dia 4/07 e dois no dia 16/07, mesmo assim não pararam de captar e no to-
tal foram 492 horas de captação sem interrupção, ou seja, não tiveram paradas desde
que a soleira foi implementada. A tolerância de salinidade da Gerdau é de 300 µS. O
representante da Gerdau falou, ainda, que o projeto foi feito para 85m³/s e para esse
valor de vazão a soleira funciona. Apresentação sobre Medição da Cunha Salina -
INEA Ágatha Weinberg(INEA) apresentou a medição de cunha salina realizada no
canal de São Francisco nos 14 pontos monitorados informando que houve um avan-
ço maior da cunha nas camadas mais profundas. Na comparação das medições entre
13/07, 03/06 e 23/09/14, houve uma pequena elevação na salinidade no ponto a ju-
sante da soleira e após a soleira nos valores de superfície. Quanto ao monitoramento
de fundo houve a salinidade até o ponto 12, um dos valores mais altos desde o início
do monitoramento. Em relação às cianobactérias, todos os pontos monitorados estão
abaixo do limite preconizado pela CONAMA. Quanto ao perfil do IQA encontra-se
com resultados semelhantes que demonstram a estabilidade dos resultados com índi-
ces satisfatórios para abastecimento. Paulo Diniz (ONS) perguntou se já havia moni-
toramento antes das obras e sobre a condutividade nos pontos a montante. Ágatha
Weinberg(INEA) informou que os pontos 13 e 14, que mais são a montante, nunca
atingiram valores expressivos e condutividade. Edson Falcão (INEA) disse que in-
cluirão no site do INEA tanto o nível quanto a vazão quando tiverem uma curva
chave mais robusta [...] (AGEVAP, 21 jul. 2015).
operação que não tenha o resguardo legal dado pela ANA e não deixará ocorrer ne-
nhum gargalo hidráulico que comprometa o atendimento de qualquer uma das va-
zões mínimas ou da vazão objetivo em Santa Cecília. Joaquim Gondim (ANA) men-
cionou que a ANA tem uma preocupação para que o sistema seja operado correta-
mente, de forma transparente e com harmonia entre os entes e em função disso a
Agência pediu ao ONS que fizesse um planejamento sobre a operação futura do sis-
tema para que possam discutir com todos os interessados [...] (AGEVAP, 21 jul.
2015).
Para finalizar, houve uma discussão sobre as novas reduções e a capacidade do sistema
conseguirem fazer captação:
[...] Lembrou que o ONS tinha uma projeção para fazer a redução para 110m³/s em
1º de agosto e essa data foi alterada para o dia 10 de agosto, segundo dados da reu-
nião. Vera Lúcia Teixeira (CBH MPS) relatou que de acordo com informações do
Sr. André Marques (AGEVAP) a previsão para instalação das bombas será em mea-
dos de agosto. Edson Falcão (INEA) disse que a data que está prevista para finaliza-
ção das obras é dia 10/08, mas acreditam que será finalizada no dia 15/07, por conta
de alguns problemas ocorridos. Em relação à operação das bombas de Barra Mansa,
disse, ainda, que devem lembrar que atualmente existe uma contribuição dos afluen-
tes, o que poderia ajudar o município de Barra Mansa sem que haja prejuízo para o
mesmo. Lembrando que redução será feita de forma gradativa a cada 5m³/s depen-
dendo do comportamento das reduções. A proposta que o INEA tem é que hoje a
partir das 17 horas que comecem uma operação por 12 horas de 80m³/s, seguido de
uma operação com 114m³/s durante algumas horas e com posterior diminuição para
105m³/s. Serão realizados testes na CEDAE e na soleira. Julio César Antunes (CE-
DAE/CBH Guandu) falou que a CEDAE se preocupa com a ampliação da máxima e
da mínima, mas considerando que devem que assumir os riscos e estão solicitando
que a onda chegue à estação na parte diurna e que irão mobilizar a equipe em maior
número para monitorar essas alterações. Estão utilizando novas tecnologias e já es-
tão propondo internamente testes na planta para que preparem para uma situação de
piora na qualidade de água. Caso seja necessário irão acionar o protocolo de emer-
gência. Vera Lúcia Teixeira (CBH MPS) questionou sobre o fato de trabalharem
com a vazão de 135m³/s em Santa Cecília que é a mesma vazão do ano passado. Ed-
son Falcão (INEA) informou que a vazão de 127,5m³/s foi aplicada no período de
chuva, com a contribuição do rio Guandu e por isso conseguiam reduzir a vazão que
vinha de Funil. Essa contribuição não existe mais e a vazão real foi aplicada, quando
ocorreram problemas e por isso tiveram que aumentar na transposição. Joaquim
Gondim (ANA) disse que comparando ao ano de 2014 estão abaixo e comprando a
julho aos meses anteriores estão um pouco acima da média. Edson Falcão (INEA)
relatou que a vazão que estava passando no Guandu era de 115 m³/s por conta dos
contribuintes que hoje são pouco expressivos. Essa vazão de 105 m³/s é uma vazão
menor do que a vazão praticada em abril e a ideia é que consigam diminuir para105
m³/s e posteriormente para 85 m³/s e assim chegariam a 120 m³/s em Santa Cecília.
Ao longo do mês de agosto fariam novas reduções até chegarem aos 75 m³/s fazendo
com que cheguem à vazão de 110 m³/s que é o almejado desde o ano passado. O re-
presentante do INEA disse que gostaria de saber sobre a proposta de operação teste
da CSA Marcus Gimenez (CSA) disse que como às 19 horas do dia 22/07 a maré se-
rá de 1.3, que é uma maré onde a CSA não capta, poderiam reduzir a vazão hoje
(21/07), assim essa alteração chegaria à CSA entre 13 e 16 horas do dia 22/07. A
proposta seria fazer a redução às 17 horas para 105 m³/s colocando a redução para
um horário em que a CSA não faça captação ou reduzir à meia-noite do dia 22/07
para 80m³/s por 12 horas. Edson Falcão (INEA) lembrou que se fizerem nesse horá-
rio, perderiam uma parcela da captação. O que poderia se feito é manter 114m³/s por
algumas horas para que recuperem mais rápido e não tenham risco e depois reduziri-
am pra 100 ou 105m³/s e a ideia que fosse implementado para amanhã com a dispo-
nibilização de uma equipe para fazer a medição da curva chave. Paulo Diniz (ONS)
sugeriu que a CSA e INEA acertassem os detalhes e lembrou da importância de ela-
borarem uma programação [...] (AGEVAP, 21 jul. 2015).
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[...]José Luiz Governo de Souza (CSA) relatou que as obras para a interligação da
captação da CSA junto às captações das demais empresas estão caminhando forte-
mente, e já foram feitos os lançamentos de toda a tubulação. Utilizaram tubulação de
aço no trecho de travessia da ponte sob o canal de São Francisco para evitar danos
posteriores. Foi necessário adaptar um suporte, no entanto a colocação das tubula-
ções já está quase concluída e estão construindo agora uma chaminé de equilíbrio. A
balsa com a bomba já está sendo posicionada e deve estar concluída no próximo fi-
nal de semana. A data de conclusão se mantém em 15/08/15. Foi relatado pela FCC,
que ao longo do mês de julho não tiveram nenhuma hora de parada na captação e ao
todo foram 3 horas de salinidade alta em sua captação, que não passaram de 330 µS:
330 µS (no dia 04/07/15) , 316 µS e 308 µS ( no dia 16/07/15). Informou que o valor
de 330 µS é o valor meta de captação [...] (AGEVAP, 5 ago. 2015).
97
A seguir, o ONS fez uma simulação do período seco na bacia do rio Paraíba do Sul,
com objetivo de mostrar o reservatório equivalente:
[...]O objetivo é mostrar a simulação do armazenamento equivalente dada a expecta-
tiva que ao longo do mês de agosto se atinja a redução da vazão objetivo de 140m³/s
para o 110m³/s através da seguinte programação: até o dia 15/08 continuaria se pra-
ticando os 140 m³/s, na semana seguinte haveria uma redução para 120m³/s, na se-
mana posterior uma redução para 115m³/s, culminando ao final do mês de agosto pa-
ra início de setembro a redução para os 110 m³/s. Foi adotada essa redução gradativa
pois o ONS considera significativa a redução de 30 m³/s. Nas simulações foi consi-
derada a mesma série diária do ano passado. O resultado demonstrou um armazena-
98
mento equivalente de 5,5% no final de outubro. Não foi simulado nenhum horizonte
posterior ao final de outubro porque é cedo para avaliar qualquer prospecção de no-
vembro de 2015 em diante. Há ainda toda uma avaliação meteorológica e climática
para ser considerada até depois de outubro, então é cedo para avaliar. Se não houver
a redução, o cenário é diferente, o armazenamento será bem mais baixo. Os cenários
seguintes apresentam a redistribuição do armazenamento equivalente pelos reserva-
tórios da bacia do rio Paraíba do Sul. Foi considerado em prol da segurança um ar-
mazenamento mínimo em Funil de 10% até o fim do período seco. Caso haja neces-
sidade de utilizar o volume morto dos reservatórios, de acordo com o declarado ano
passado, é importante que isso seja feito de montante a jusante. O último volume
morto que seria utilizado seria o do reservatório de Funil. Para todos os cenários
mostrados a premissa é que o volume armazenado em outubro de 2015 seja de 5,5%.
Cenário (1) - continue sendo praticado em Jaguari uma defluência de 10m³/s até o
final de outubro. Resultado: No final de outubro Jaguari estaria com volume acima
de 25%. Funil ia gradativamente esvaziando até 10%. Paraibuna estaria abaixo do
0% no final de setembro. Santa Branca teria que esgotar seu volume na primeira
quinzena de outubro. Ou seja, seria necessária a utilização do volume morto de Pa-
raibuna e Santa Branca. Cenário (2) – aumento da defluência em Jaguari para 20m³/s
e redução em Paraibuna para uma defluência média de 35m³/s a partir de 07/08/15.
Resultado: No final de outubro se aumentasse Jaguari para 20 m³/s, o reservatório
terminaria acima de 15%, conseguiria manter Funil em torno de 10%, e terminaria
Paraibuna e Santa Branca com armazenamento em torno de 4%. Cenário (3) – au-
mento da defluência em Jaguari para 30m³/s e redução em Paraibuna para uma de-
fluência média de 25m³/s a partir de 07/08/15. Resultado: Terminaria Jaguari com
um armazenamento com algo em torno de 7,5%, Funil ficaria em torno de 10%, Pa-
raibuna em torno de 4,5% e Santa Branca com um volume em torno dos 7%. Con-
clusões: A princípio, não seria viável manter uma defluência constante de 10 m³/s de
Jaguari ao longo desse período seco, uma vez que isso zeraria o reservatório de Pa-
raibuna no início de outubro, zeraria Santa Branca em meados de outubro e para
manter algo em torno de 10% em Funil, teria que usar o volume morto desses dois
reservatórios, com Jaguari com uma condição de armazenamento superior a 25%.
Essas simulações foram disponibilizadas para a ANA e seria importante debater so-
bre o assunto no GTAOH e até em outros fóruns, envolvendo diretamente os gover-
nos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro [...] (AGEVAP, 5 ago. 2015).
Após a apresentação houve um grande debate, pois a situação realmente era preocu-
pante:
[...] Marcelo Carvalho (Furnas) considera que o segundo cenário já resolveria, não
diminui tanto Jaguari, chega-se ao final de outubro com 5,5% de uma forma mais
equilibrada, sem ter que entrar no volume morto de Paraibuna. Em sua opinião, essa
solução seria a mais indicada. Humberto Andrade (Light) comentou que a configu-
ração de Jaguari com 20 m³/s evita que Santa Branca entre no volume morto, esse
valor pode ser adotado, e caso seja, será preciso ficar atento com o pior histórico, se
a gente tiver agosto e setembro também piores que 2014, podemos ter uma configu-
ração um pouco pior, considerando o que já foi simulado. Larissa Ferreira (INEA)
informou que o INEA também fez as simulações, com as vazões um pouco mais
elevadas, e chegou-se a resultados semelhantes com Paraibuna entrando no volume
morto, se Jaguari mantivesse os 10 m³/s. A posição do INEA é que se aumente o
quanto antes a vazão defluente de Jaguari. Podemos começar com 20 m³/s e depois
ir reavaliando. CESP se pronunciou dizendo que a questão do aumento já está sendo
discutida em nível de secretaria, estamos aguardando uma decisão superior para que
seja tomada uma decisão definitiva. Antônio Augusto (ANA) disse que a ANA está
preocupada com o rápido deplecionamento que está acontecendo no nível dos reser-
vatórios, então entende que a proposta de aumento da defluência de Jaguari até 20
m³/s dá um certo conforto e melhora um pouco o desequilíbrio observado. Marcelo
Carvalho mencionou que o posicionamento do grupo é que os 20 m³/s seja pratica-
do, se possível, imediatamente. A simulação considerou as alterações das vazões de-
fluentes a partir de 07/08, então a sugestão é que seja aplicada a partir do dia 07/08.
99
Está tendo uma reunião em Brasília, entre ANA e órgãos gestores, que está debaten-
do esse assunto. Antônio Augusto (ANA) informou que pela manhã estarão reunidos
os técnicos dos órgãos gestores e na parte da tarde se reunirão os secretários de Es-
tado. Joaquim Gondim (ANA) disse que o que está sendo discutido em Brasília são
as mudanças nas regras de operação definitiva, que irá substituir a Resolução
211/2003 futuramente. Há uma correlação com o que está sendo discutido no GTA-
OH, mas são discussões diferentes. A posição da ANA é que a vazão defluente em
Jaguari passe de 10 m³/s para 20 m³/s, nesse primeiro momento, como foi recomen-
dado. A fim de reforçar essa posição, a sugestão é que a AGEVAP encaminhe a cor-
respondência com o resultado da presente reunião, considerando as proposições fei-
tas. Edson Falcão (INEA) se posicionou falando que considerando as premissas de:
uma vazão de 140 m³/s (atual em operação), diminuição dessa vazão para 120 m³/s a
partir de 16/08 (que é o provável que ocorra), e de se ter 10% em Funil, como de-
monstrado pelo ONS, as simulações indicam que mantendo a vazão defluente em
Jaguari igual a 10 m³/s, estaríamos entrando no volume morto até o final de agosto.
Aumentar a defluência de 10 m³/s para 15 m³/s também não resolveria o problema,
pois entraria no volume no começo de setembro. A proposição do INEA é que se fa-
ça um planejamento para que vazão aumente o mais rápido possível, de forma gra-
dual, para 20 m³/s, para que até setembro consiga-se implantar uma vazão defluente
em Jaguari de 45m³/s. Essa é a defluência mínima que deve ser feita para que tenha
um reequilíbrio entre os reservatórios. A preocupação é que se diminua muito o vo-
lume útil dos reservatórios de uma forma que todos fiquem vazios e apenas Jaguari
cheio [...] (AGEVAP, 5 ago. 2015).
O Coordenador do GTAOH disse entender que todos estão apreensivos e com muita
incerteza, mas acredita que possamos tomar algumas decisões traçando um bom planejamen-
to:
[...] Solicita que seja traçado um planejamento para que seja implementada, a partir
de 1º setembro uma vazão defluente em Jaguari em torno de 42 a 45 m³/s. Se ao lon-
go de setembro for identificado que houve uma melhora no comportamento dos de-
mais reservatórios poderá ser reduzida a vazão defluente em Jaguari. Hoje está sen-
do observado um deplecionamento de quase 20 m³/s em Paraibuna e praticamente
nenhum em Jaguari. Marcelo Carvalho (Furnas) disse que o que está sendo discutido
hoje é o aumento da vazão em Jaguari para 20 m³/s possivelmente até o dia 07/08,
que seria a necessidade imediata indicada pelos estudos. As outras sugestões dadas
pelo INEA poderão ser discutidas posteriormente pelo GTAOH. No dia 15/08, com
o término da previsão das obras nas captações do canal de São Francisco terão que
ser feitas outras reuniões. Como coordenador do Grupo, Marcelo Carvalho sugeriu
mandar uma correspondência via CEIVAP para ANA, colocando o posicionamento
do Grupo para o aumento da vazão a jusante de Jaguari para 20 m³/s até 07/08, que é
o resultado imediato da presente reunião. Nas reuniões seguintes poderia se fazer a
reavaliação da vazão mínima em Jaguari e também outros fatores que precisariam
ser implementados. Edson Falcão (INEA) citou que 20 m³/s não é o suficiente para
não entrar no volume morto. Paulo Diniz (ONS) disse que foi feita uma apresenta-
ção formal pelo ONS que mostrou que para o cenário com 20 m³/s não há possibili-
dade de se entrar no volume morto. Explicou novamente as premissas apresentadas
anteriormente. Edson Falcão (INEA) falou que não é prudente considerar que vai
conseguir diminuir para 110 m³/s no final de agosto e isso vai resolver o problema.
A sugestão é que deplecione mais Jaguari e se for o caso depois diminui a vazão de-
fluente novamente. Esse é o posicionamento do INEA, mas o ONS tem a autonomia
para operar. Declarou que a preocupação do INEA é que caso a tendência da estia-
gem se mantenha, e considerando as últimas afluências, a tendência é entrar no vo-
lume morto dos reservatórios. Paulo Diniz (ONS) falou que mantidas as premissas
da redução da vazão objetiva ao longo do mês de agosto, a curva de evolução do ar-
mazenamento equivalente não vai ser alterada. A questão da discussão é a redistri-
buição dos armazenamentos dos reservatórios Em um primeiro momento ficaria
acertado o aumento da vazão para 20 m³/s e mais próximo do final do mês de agos-
to, tendo a real situação da possibilidade de redução dos 140 m³/s para 120, 115,
100
110, poderá ser reavaliado e repactuado dentro do grupo outro aumento em Jaguari.
Edson Falcão (INEA) comentou que existe a premissa de equilíbrio entre os reserva-
tórios e o problema maior é que isso não está sendo observado. Poderia resolver o
problema de outra forma, mas ONS tem autonomia para fazer o que julgar necessá-
rio. Frisou a possibilidade eminente de entrar em volume morto, e que isso não po-
deria ocorrer. Disse que não está conseguindo entender porque não está aumentando
a defluência em Jaguari, como feito em todos os anos. Se identificar um comporta-
mento razoável, diminui depois em Jaguari. Questionou o fato do porque manter Ja-
guari com um volume alto em relação aos demais. Marcelo Carvalho declarou que a
proposta de aumentar de 10 m³/s para 20 m³/s já visa estabelecer o equilíbrio. Não se
pode reestabelecer o equilíbrio de uma hora para outra. A proposta é aumentar para
20 m³/s e ir reavaliando isso para frente. Ninguém está sendo irresponsável de pos-
tergar um reequilíbrio dos reservatórios a ponto de chegar a uma situação que você
precise reequilibrar e não consiga, ressaltou que isso não vai acontecer. Edson Fal-
cão (INEA) mencionou que independente do posicionamento do Grupo, a proposta
do INEA é que se aumente de forma imediata até o dia 07/08 para 20 m³/s e que se
programe um aumento gradativo, para que até 01/09 esteja defluindo algo em torno
de 42 m³/s em Jaguari, visando o equilíbrio dos reservatórios [...] (AGEVAP, 5 ago.
2015).
Na vigésima reunião, ocorrida no dia 17.08.15, houve uma apresentação sobre o moni-
toramento da qualidade da água. Os presentes se posicionaram sobre o aumento da defluência
do reservatório de Jaguari, questionando a ANA sobre essa possibilidade.
[...] Maurício Soares (INEA) apresentou os resultados da campanha de qualidade da
água. Com relação à densidade de cianobactérias foram apresentados os resultados
em Funil, Santa Cecília, Reservatório de Santana e Cedae. Esses resultados indicam
que não foram ultrapassados os limites máximos determinados na RESOLUÇÃO
CONAMA 357/2005, para todos os pontos monitorados. No reservatório de Funil,
porém, observou-se elevação significativa da densidade de cianobactérias em rela-
ção à medição anterior. Com relação a salinidade no Rio Paraíba do Sul, não foi ob-
servado em 31/07/2015, valores expressivos no avanço da cunha salina, que não al-
101
cançaram a tomada d’água da ETA de São João da Barra [...] (AGEVAP, 17 ago.
2015).
A seguir passou ao relato dos usuários sobre as obras nas captações e sobre os últimos
impactos devido a escassez hídrica.
[...] José Carlos Fioravante (CEDAE) disse que a CEDAE do interior não teve pro-
blemas de captação e informou que as obras nas captações já estão em andamento, e
que a previsão de conclusão é de 60 a 70 dias. Julio Cesar (CEDAE/Comitê Guan-
du) relatou que a captação está normal, aumentou só o controle da estação, mas não
tem nada fora da curva. Jardel (SAAE-BM) informou que o município de Barra
Mansa está conseguindo operar com a bomba. Disse que na semana passada houve a
licitação na AGEVAP, mas ainda não se interou do assunto a respeito de como será
a instalação. Concluiu dizendo que por enquanto estão conseguindo captar o dia in-
teiro. José Luiz (CSA) disse que terminaram, conforme o previsto, a interligação en-
tre as captações na sexta-feira, dia 14/08 às 20h. A CSA realizou em uma primeira
etapa, o aumento dos seus reservatórios, em segunda etapa a construção da soleira e
em terceira etapa a interligação da sua captação até o ponto de captação das demais
empresas. As 00h do dia 15/08, a vazão em Pereira Passos passou para 85 m³/s. Pâ-
mela Reis (Gerdau) relatou que tiveram um total de 20 horas parados após a redução
(de 15/08 até as 11h do dia 17/08). No dia 15/08 pararam 4 horas, no dia 16/08 fo-
ram 11 horas parados e no dia 17/08 foram 5 horas. Tiveram picos de 1200 µS de
condutividade e ficaram operando com o reservatório interno. Com essa redução
sentiram um maior impacto. Marcos Vinicius (CSA) disse que tiveram interrupção
por condutividade alta por 11 horas, as lagoas chegaram a 65% de reservação, e no
dia 17/08 tiveram 3 horas e meia de parada. Marcelo Nunes (FCC) informou que
desde o dia da redução, teriam tido um total de 24 horas de interrupção se estives-
sem captando. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se há registros ou vazões
inesperadas [...] (AGEVAP, 17 ago. 2015).
[...] André Correa (SEA) agradeceu todo o esforço em prol do gerenciamento da cri-
se, e na oportunidade relatou que a posição oficial do governo do Estado do Rio de
Janeiro, posição já acordada com a CEDAE, é que se reduza a vazão em 5 m³/s na
próxima quinta-feira (20/08), indo assim para 80 m³/s, e na outra quinta- feira
(27/08) reduza novamente mais 5m³/s, finalizando então com 75 m³/s. A ideia é que
haja um debate sobre o planejamento dos níveis dos reservatórios para evitar que os
mesmos utilizem o volume morto. É preciso que o debate aconteça, e que aumente a
defluência de Jaguari. A sugestão é encaminhar a proposta de redução para a próxi-
ma quinta-feira e esperar para ver o comportamento das captações. Marcelo Carva-
lho (FURNAS) perguntou aos presentes se havia alguma objeção de programar a re-
dução na quinta-feira, lembrando que o protocolo de emergência poderá ser aciona-
do a qualquer momento. Joaquim Gondim (ANA) mencionou que a ANA sempre
têm se colocado favorável a essas medidas no âmbito do grupo. José Luiz (CSA)
disse que não existe diferença significativa de sábado para quinta-feira. A proposta é
fazer uma reunião daqui a 7 dias para avaliar a situação. Aparecida (CEI-
VAP/ENERGISA) ressaltou que existe um protocolo para ser cumprido, uma carta
tem que ser elaborada e enviada para a ANA. André Correa (SEA) disse que a posi-
ção do Rio de Janeiro é priorizar o abastecimento urbano. Marcelo Carvalho (FUR-
NAS) falou que quanto ao aumento de Jaguari, eles farão um estudo durante essa
semana. Paulo Diniz (ONS) mencionou que estão com uma defluência maior em
Santa Branca, estão gradativamente diminuindo Santa Branca, e que Funil teve uma
redução. Em função das afluências estarem menores, certamente terá que se reavali-
ar as condições de defluência. Completou dizendo que deverá acontecer um debate
em relação ao aumento de defluência. Edson Falcão (INEA) disse que mesmo man-
tendo a vazão defluente de 20 m³/s em Jaguari, o deplecionamento em Paraibuna e
Santa Branca será maior. É essencial pensar em 30 m³/s agora, porém 30 m³/s ainda
não é o suficiente para equalizar o volume no reservatório, o ideal seria 40 m³/s.
Paulo Diniz (ONS) informou que a premissa de 110 m³/s para agosto ainda não está
válida. A proposta é elaborar cenários para que novas simulações sejam apresenta-
das na próxima reunião: considerando 100% das vazões de 2014, considerando 90%
da vazão de 2014 e considerando 80% da vazão de 2014, que é o mais realista, tendo
em vista a vazão natural observada até então em agosto/2015. Trazer novamente as
simulações de defluências dos reservatórios para observar o equilíbrio entre eles. A
premissa é manter Funil com 10% e reavaliar o aumento da defluência de Jaguari.
André Corrêa (SEA) destacou que estão formalmente solicitando o aumento de de-
fluência em Jaguari imediatamente. Sugeriu marcar uma reunião para a próxima se-
mana, uma vez que a defluência do Jaguari tem que aumentar e o governo do Estado
do Rio de Janeiro estão manifestando a sua ansiedade por essa redução [...] (AGE-
VAP, 17 ago. 2015).
fluente, para ser avaliada a possibilidade, e uma vez recebida a autorização, colocam
na programação. Em termos de máquinas, não há problema algum na implementa-
ção do aumento da defluência. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se há neces-
sidade do aumento da defluência em Jaguari ser colocado em votação. Não havendo
nenhuma manifestação, o aumento da defluência em Jaguari foi aprovado para
30m³/s. Marcelo Carvalho (FURNAS) agradeceu o posicionamento de todos, disse
que carta para ANA será encaminhada ainda hoje, e em tempo, propôs que as simu-
lações sejam realizadas até dezembro de 2015. Para a próxima reunião seria apresen-
tada uma simulação até dezembro para verificar se 110 m³/s serão suficientes ou
precisará diminuir mais que isso. Vera Lúcia (CBH-MPS) perguntou a Marcelo Car-
valho (FURNAS) se Funil terá suas vazões defluentes reduzidas. Marcelo Carvalho
(FURNAS) respondeu que a partir do momento que a vazão objetivo de Santa Cecí-
lia for reduzida, a vazão defluente em Funil também será reduzida [...] (AGEVAP,
17 ago. 2015).
Na vigésima primeira reunião, ocorrida em 24.08.15, houve um relato dos usuários so-
bre a dificuldade de captação seguido da apresentação Condições Hidrológicas e de Armaze-
namento da Bacia do rio Paraíba do Sul, após a apresentação houve um debate quando foi
proposto o aumento da defluência de Jaguari. Os representantes de São Paulo, rejeitaram a
proposta e discutiram com os representantes da ANA. Por fim ficou decidido que Jaguari pas-
saria a defluir 40m³/s e que haveria uma a redução 75 m³/s em Pereira Passos.
[...] José Carlos (CEDAE /Interior) disse que continuam captando água normalmen-
te. Julio César Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) relatou com relação a ETA
Guandu, não houve problemas em sua operação no entanto, a captação está sendo
tomada de vegetação flutuante. Informou que já iniciaram a mobilização de equipa-
mentos para ajudar na limpeza da entrada da captação. Marcelo de Jesus (FCCSA)
disse que na quinta-feira houve redução para 80 m³/s e ficaram parados durante 25
horas. No primeiro dia a condutividade chegou a 2200µS, sendo que o limite para a
captação é de 400 µS. Informou que a FCCSA está com a planta parada para manu-
tenção interna, e não estão consumindo água, apenas medindo. O tempo máximo de
parada foi de 9h e 40 min registrado no dia 20/08. José Luiz Governo (CSA) relatou
que após a redução tiveram problemas que não esperavam. Tentaram começar um
novo processo, colocando uma nova bomba para aumentar a captação e tiveram que
mexer na chaminé de equilíbrio. Comentou que no passado, quando diminuíam, não
trabalhavam como uma vazão flat, variavam e usavam a força da gravidade. Com a
vazão de 80 m³/s não sabe se irão conseguir operar. Concluiu dizendo que o proble-
ma ainda não foi resolvido. Marcus Vinicius (CSA) mencionou que com relação ao
tempo de parada desde domingo (16/08) tivemos 12h, na segunda 11h e assim foi
caindo gradativamente. Com a redução para 80 m³/s, ainda no dia 21/08, nós capta-
mos bem tanto que recuperamos nossos níveis de 50% até 74%, tivemos operação
contínua de mais de 23h. No sábado, já sentindo o efeito da redução da vazão, para-
mos por 12h, no domingo 11h e 40 min e nesta segunda (24/08) até o presente mo-
mento estamos com 5h parados. Com um total de 64h e 30 min em 9 dias nós não
esperávamos, o valor é muito alto. Agora com as lagoas em 29% de nível, isso dá
uma autonomia de 8h no máximo para iniciar os processos de parada da planta. Fi-
nalizou concordando com o José Luiz Governo, a versão flat de vazão não atende,
temos que descobrir uma forma inteligente para que consigamos operar e ressaltou
dizendo que conseguiram reduzir o tempo de parada porque aumentaram o limite de
condutividade. Joaquim Costa (Gerdau) disse que tiveram um final de semana difí-
cil, desde o dia 22/08 às 10h até às 9h da presente data ficaram sem captar. Hoje
captaram de 9hs até 12hs. Ressaltou que possuem uma bomba que capta 700m³/h,
mas será instalada uma de 1300 m³/h. Disse que necessitam de 600 m³/h, então com
a bomba de 1300 m³/h em funcionamento a cada hora, será garantida duas horas de
operação. Edson Falcão (INEA) observou que a redução ocorrida nas cotas da esta-
104
ção Guandu Seropédica, quando se diminuiu da vazão de 85 m³/s para 80 m³/s foi
superior a 5 m³/s. Isso pode ter ocorrido pela necessidade de um melhor ajuste da
curva-chave para esta faixa de vazões ou uma prática de vazões superiores a 80m³/s.
Humberto Duarte (LIGHT ENERGIA) disse que quanto a vazão de Pereira Passos,
antes estavam conseguindo praticar muito próximo de 85 m³/s, hoje com a média de
80 m³/s tem sido muito difícil de operacionalizar. Em Paracambi é preciso fazer um
ajuste na parte baixa da curva-chave. Irão realizar uma nova medição com 80 m³/s
para encontrar mais pontos para melhorar a curva chave nesta faixa de vazões, já que
a parte baixa da curva-chave não está bem ajustada [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).
pró-atividade de todas as empresas do canal de São Francisco. Disse que é uma situ-
ação que ninguém gostaria de estar, e a partir disso temos que começar a fazer op-
ções. O representante da SEA falou, ainda, que não pretendem recuar nos valores de
vazões médias e que entende e compreende as dificuldades, mas um dos princípios é
não recuar e que estão preparados para quinta-feira que vem cumprirem o crono-
grama estabelecido. Em nome do governo do Rio de Janeiro, fez um apelo para que
não se mude o cronograma estabelecido de redução na quinta – feira para 75 m³/s
em Santa Cecília. A partir dessa redução estão abertos para discutir alternativas de
vazão mas recuar da média de 80 m³/s nós não vamos recuar. Informou que já deixa-
ram claro a posição da SEA, a posição do Governo, e só estão dispostos a discutir al-
ternância de vazão após chegarem a 75 m³/s. Disse, ainda, que foi para fazer um ape-
lo para subir a vazão de Jaguari para 40 m³/s, pois chegaram no limite. Sinalizou du-
as questões, a primeira a continuação do cronograma de redução e a segunda que é o
apelo para o aumento em Jaguari para 40 m³/s. José Luiz Governo (CSA) relatou ser
testemunha do esforço do Estado, em nenhum momento se sentiram desapoiados.
Não devem diminuir o progresso, mas avaliar se a CEDAE consegue operar com
uma vazão de 70 m³/s. André Corrêa (SEA) disse que a CEDAE vem cumprindo de
forma gradativa a redução, a Companhia vai pela primeira vez operar com 75 m³/s e
está disposto a discutir novas reduções caso a CEDAE suporte. Lembrou que quan-
do foi colocado para diminuir a vazão de Jaguari eles foram solidários e agora é
tempo de buscarem o equilíbrio [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).
Corrêa (SEA) disse que estão dispostos a apoiar. Mencionou que o que querem é
acelerar o equilíbrio nos reservatórios . Joaquim Gondim (ANA) citou que isso será
incorporado na próxima resolução. Se o volume morto do Paraibuna está disponível
isso altera os valores. João Tadao (CESP) ressaltou que foi um acerto dos 3 estados
MG, SP e RJ. Não foi a CESP que disse, foi um acordo entre os estados Marcelo
Carvalho (FURNAS) sugeriu fazer as implementações combinadas na reunião, pos-
teriormente marcar uma reunião de avaliação, e se for possível SP, RJ e ONS envi-
am propostas de critérios nessa questão do equilíbrio nos reservatórios para serem
debatidas e futuramente serem incorporadas em resolução para operação do sistema
[...] (AGEVAP, 2 set. 2015).
ponto 11. Há três perfis da cunha salina (de 23/08, 03/08 e 31/08), percebe-se a ex-
pansão da cunha salina apresentando valores expressivos de penetração e alcançando
uma distância de 8 km em relação à foz. Com o resultado do IQA até dia 26/08, po-
de-se verificar que quanto mais desce a vazão, a qualidade se mantém na média, não
alterando. Com relação as cianobactérias, não foram observadas grandes alterações
na densidade. Relato dos Usuários: Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/CEDAE)
relatou que não houve nenhuma variação significativa, nenhuma alteração que fosse
considerada fora do normal, apesar do parâmetro de alcalinidade ter sofrido pequena
variação. Destacou o aumento do controle no monitoramento operacional. José Luiz
Governo (CSA) disse que desde o dia 30/08 passaram a trabalhar com a vazão média
de 75 m³/s. Conversaram com o INEA e foi liberada uma vazão em turno de 18h
com 85m³/s e 36h com 70m³/s, o que está dando uma média de 75 m³/s. Falou que a
soleira não está agindo como previsto, e estão trabalhando com uma condutividade
muito mais alta. Marcus Vinícius Gimenez (CSA) complementou dizendo que até
dia 23/08 haviam elevado o limite de condutividade na captação para 400 S/cm², até
o dia 25/08 aumentaram para 800, e após dia 25/08 viram que não tinham mais con-
dição de operar nesse limite, e se não elevassem o valor de condutividade, a planta
pararia, o que é ruim para o ponto de vista operacional, porque apresenta efeitos para
os equipamentos e processos que ainda não podem ser mensurados, uma vez que es-
tão operando acima dos limites definidos em projeto. Marcelo de Jesus (FCC) rela-
tou que quando estavam com 85 m³/s, estavam 50% do tempo captando, e com a re-
dução para 75 m³/s, estão conseguindo em média 1 hora de captação. No momento
atual estão com uma programação de manutenção preventiva de 1 mês, e só voltarão
a operar normalmente a partir do dia 20/09, então com essa captação estão conse-
guindo conduzir a fábrica nesse período de baixíssimo consumo. O representante da
GERDAU disse que chegaram no limite, com 30 cm de reservação, onde o aceitável
seria 2 metros. A questão não é só a soleira, é também a maré, e além disso comen-
tou que tiveram outros problemas com a salinidade [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).
A seguir a discussões a seguir foram sobre o andamento das obras nas captações e re-
lato dos presentes sobre os problemas ocorridos nas últimas semanas.
108
[...]Edson Falcão (INEA) perguntou a AGEVAP como está a situação das bombas
que foram entregues. Aline Alvarenga (AGEVAP) respondeu que estão no prazo das
empresas entrarem com recurso contra o resultado da licitação e que o próximo pas-
so é a AGEVAP abrir um prazo para complementação de documentos. A previsão é
que a instalação termine até final de setembro. Edson Falcão (INEA) perguntou a
Marcelo Carvalho (FURNAS) se ele conseguiu verificar se foi realmente em Barra
Mansa que ocorreu o desvio. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que olhou os da-
dos de Funil e não encontrou nada que justificasse. Disse também que vai dar mais
uma verificada, mas em tempo, declarou que houve realmente uma falha real, tanto
que deu problema no município de Barra Mansa. Luís Siqueira ( Vereador de São
João da Barra) apresentou uma relação de horas paradas da captação da CEDAE no
município de São João da Barra. Falou que em função da maré alta, no mês de agos-
to chegou em 213 horas de parada, e que a população vem sofrendo a duas semanas
pela falta de água. Segundo informações da CEDAE, no mês de agosto foram 9 dias
sem fornecer água para a população. André Correa (SEA) disse que a CEDAE está
preparada para realizar as obras necessárias no local, mas a prefeitura de São João da
Barra, de certa forma, não concorda com as intervenções [...] (AGEVAP, 2 set.
2015).
A seguir, o ONS fez uma apresentação sobre a situação hidrológica da bacia do Rio
Paraíba do Sul.
[...] Paulo Diniz (ONS) iniciou sua fala apresentando os dados verificados até às 0h
do dia 01/09/15. A vazão vertida de Santa Cecília em função da ausência de chuva,
eles estão conseguindo operacionalizar bem. Falou sobre a redução que aconteceu
no dia 26/08/15 em relação ao bombeamento de Santa Cecília e a defluência de Pe-
reira Passos. No dia 27/08/15, a defluência continuou em 75 m³/s, no dia 30/08 ocor-
reu o acerto de 1/3 do tempo com 85 m³/s e 2/3 do tempo com 70 m³/s, que na média
estaria sendo feito com 75 m³/s. Informou que no dia 31/08/15, entre 1h e 13h, a
Light relatou que houve uma indisponibilidade no equipamento de telemetria, e um
consequente comprometimento na medição. Em relação a previsão meteorológica,
disse que não há sinais ainda de transição entre o período hidrológico seco para o
úmido. Esta época do ano é caracterizada pela passagem de frentes frias pela região
litorânea com a posterior ocorrência de áreas de instabilidade, porém, essas forma-
ções meteorológicas não tem força para ultrapassar a barreira orográfica e ocasionar
chuva significativa na bacia do rio Paraíba do Sul. Disse ainda que a partir do dia
09/09/15, há possibilidade de precipitação devido a passagem de uma nova frente
fria. Comentou que seria interessante se a precipitação acontecesse na montante do
Funil, entretanto, na co-ocorrência de chuvas intensas a jusante de Funil, mesmo
com a minimização das defluências deste reservatório em alguns casos não será pos-
sível armazenar a água excedente. Disse que com a implementação da bomba em
Barra Mansa, poderia ser avaliada a possibilidade de reduzir a vazão mínima do Fu-
nil. Mencionou que enquanto Santa Cecília não estiver com a sua vazão natural aci-
ma dos 110 m³/s, continuaríamos gastando a água armazenada nos reservatórios de
montante. Percebe-se que já houve uma diminuição na derivada de uso do reservató-
rio equivalente como consequência da redução para 110 m³/s. A média de longo
termo em agosto fechou com 45%, e em setembro com um único dia com 44%. Pon-
tuou que a nova simulação solicitada pela ANA as premissas consideradas foram de
100% e 80%, a outra premissa é uma manutenção de Funil próximo de 10% e a ou-
tra premissa é a redução da vazão objetivo de 110 m³/s em Santa Cecília. Marcelo
Carvalho (FURNAS) apontou uma dúvida a respeito das simulações, onde não ob-
servou o volume morto de Jaguari. Paulo Diniz (ONS) disse que o ONS trabalhou
com outras premissas, as declarações mandadas no ano de 2014 pelos agentes pro-
prietários dos seguintes aproveitamentos hidrelétricos: FURNAS, Light e CESP.
FURNAS informou o volume morto fisicamente possível em Funil, a Light passou
a mesma informação relativa à Santa Branca e a CESP informou em relação a Parai-
buna, somente. A CESP, na época, não disponibilizou a informação de volume mor-
to em Jaguari, por esse motivo não consta a informação sobre o uso do volume mor-
to em Jaguari [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).
109
Houve ainda outra grande discussão sobre a capacidade dos reservatórios de usar o vo-
lume morto.
[...] Em relação ao volume morto, destacou um parágrafo no oficio 301/2015 da
ANA que solicita: “caso o ONS avalie, dentro dos cenários, o uso do volume morto;
que aponte e quantifique esse uso”. De acordo com o ofício, a ANA até sinaliza o
110
uso do volume morto, não é uma premissa do ONS. Edson Falcão (INEA) falou que
não cabe ao INEA nem ao grupo propor operação, mas as decisões são feitas a partir
de simulações apresentadas, que geralmente são realizadas pelo ONS. No entanto as
simulações não estão avaliando todos os pontos, e em sua opinião, entrando em vo-
lume morto sem necessidade. Sugeriu a proposição de outras soluções, para não en-
trar no volume morto de Paraibuna. André Corrêa (SEA) citou que é fundamental
que se faça uma simulação incluindo o volume morto de Jaguari, para auxiliar na
tomada de decisão. Sugeriu que seja apresentado um estudo com a premissa básica
do equilíbrio para que o volume morto seja evitado. Agradeceu ao ONS todo o es-
forço e a pró-atividade. Sugeriu a implementação de uma vazão defluente em Jagua-
ri igual a 35 m³/s às 0h da dia de hoje. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se a
CESP tem como fornecer o valor de volume morto factível em Jaguari e a respectiva
cota volume para essa faixa. Edson José Rezende (CESP) respondeu que eles não
possuem essa informação, irão passar a solicitação aos superiores. Joaquim Gondim
(ANA) disse que tem uma premissa que a ANA não abre mão, dadas as inseguran-
ças que podem ocorrer no que tange a operação do sistema, que é manter Funil com
o mínimo 10%. Isso daria segurança ao Rio de Janeiro, uma vez que o reservatório
que garante a segurança do Rio é o de Funil. André Corrêa (SEA) concordou com o
Joaquim Gondim (ANA), e citou que seu pedido é no sentido de se ter mais infor-
mações para a tomada de decisão. O governo do Rio de Janeiro entende que é ex-
tremamente importante Funil ficar com 10%. Joaquim Gondim (ANA) ressaltou que
a ANA entende que Funil é o reservatório estratégico e ele deve ser mantido com
volume acima de 10%. Com 35 m³/s ele sobe de nível com relação aos 10% e com
40 m³/s ele não sobe todo porque começa a surgir o efeito no Jaguari. Citou que a
operação de montante é importante mas não ganha água, o principal é manter Funil
em equilíbrio com 10%. A posição da ANA é no sentido de não deixar Funil baixar
de 10% e fazer os estudos necessários se for preciso utilizar as reservas técnicas de
todos os reservatórios, visto que não tem como não pensar nesta hipótese. Comentou
sobre o ofício encaminhado ao ONS, que não foi especificado que só seriam utiliza-
dos o volume morte de Paraibuna e Santa Branca, e sim deveriam considerar todos
os volumes disponíveis. Edson Falcão (INEA) disse que pelo seu entendimento hou-
ve a adaptação da premissa de manutenção de Funil em 10% e que foram excluídas a
que se evitaria ao máximo a utilização do volume morto e que seria buscado o equi-
líbrio dos reservatórios. Joaquim Gondim (ANA) explicou que o equilíbrio se dá da
seguinte maneira: Se reduz as defluências dos reservatórios e permanece constante
em um reservatório, o sistema tende a entrar em equilíbrio. Informou que uma dis-
cussão que será aberta e que a ANA vai apoiar, diante da atual crise, é a hipótese da
utilização do volume morto de todos os reservatórios, os reservatórios funcionarem a
fio d´água, na visão da Agência é um estado crítico. Mencionou que hoje, na visão
do ONS, o Operador Nacional do Sistema estaria bloqueado na utilização de volume
morto de Jaguari. A pergunta que virá do governo de São Paulo é sobre a questão do
volume morto de Jaguari de ficar em fio d'água e a possibilidade de entrar no volu-
me morto. Falou que a posição da Agência é da manutenção dos 30 m³/s em Jaguari
para manter um equilíbrio, a ANA não aceita a proposta do ONS, e neste momento
de aumentar a vazão além de 30 m³/s, concordando com a posição da ANA. Colabo-
rar com a segurança hídrica do Rio de Janeiro é colaborar com a concordância da
manutenção de 10% em Funil. E o governo de São Paulo não vê, no momento, razão
para o volume morto de Jaguari entrar no estudo. André Corrêa (SEA) agradeceu a
intervenção de Mônica Porto (SSRH), falando que o princípio maior é que todos são
brasileiros e todos precisam de água para seus usos. Sobre os estudos em relação ao
volume morto em Jaguari, citou que considera importante ter esses números para o
conjunto da bacia, essas informações irão fortalecer o princípio de segurança hídrica
e irão subsidiar as decisões. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou a ANA se eles
possuem o valor do volume morto em Jaguari para passar a informação ao ONS. Jo-
aquim Gondim (ANA) disse que o reservatório de Jaguari não é outorgado pela
ANA, mas eles entrarão em contato com o ONS para alinhamento da informação.
Paulo Diniz (ONS) disse que obtiveram a resposta de FURNAS, da Light e da
CESP, quando solicitaram as informações sobre o volume morto, só que na ocasião
a CESP mencionou a não disponibilidade de volume morto em Jaguari. Edson Fal-
cão (INEA) resgatou os debates da reunião realizada no dia 10/11/2014, onde houve
111
uma apresentação da CESP, que mostrou uma cota área volume do volume útil, que
inclusive extrapolou a cota área volume do volume morto, baseando na lâmina d'á-
gua que eles informaram, que somando dava um volume equivalente a 169 hm3.
Disse que esse valor foi encontrado pelo INEA, mas é fundamental que tenham
acesso a informação completa. Monica Porto (SSRH) pontuou que não é questão de
fornecer ou não informações, é que as simulações não demonstram a necessidade do
uso o volume morto de Jaguari. Patrick Thomas (ANA) comentou que uma coisa é
cota volume do reservatório outra coisa é avaliar a possibilidade de usar essa reserva
técnica. Quando você depleciona o reservatório você pode ter outros impactos. Fa-
lou que será necessário que o Operador se manifeste quanto a possibilidade de usar o
volume [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).
Outra discussão foi sobre as vistorias que ANA, juntamente com os estados, fez nas
captações. E os membros presente solicitaram a ANA e ao ONS uma posição, já que a situa-
ção se agravava a cada dia.
[...] Edson Falcão (INEA) mencionou que a ANA juntamente com os estados fez
uma campanha de vistorias nas captações que existem ao longo do rio Paraíba do
Sul, e que foi consolidada pela ANA em 2014. Paulo Diniz (ONS) esclareceu que o
ONS dispõe de todas as informações técnicas necessárias para operar todo e qual-
quer aproveitamento hidrelétrico do Sistema Interligado Nacional de 0 até 100 % do
seu volume útil, qualquer outra informação diferente desse intervalo operativo sai
das nossas atribuições legais. Neste contexto, não possui qualquer informação técni-
ca para operar acima de 100% e abaixo de 0%. Inclusive, por Procedimento de Rede,
não teria como cobrar de um agente proprietário de aproveitamento hidroelétrico
uma informação técnica fora desse intervalo operativo. Eu sugiro que a demanda ve-
nha do CEIVAP. André Corrêa (SEA) solicitou ao ONS uma simulação e pediu que
fosse feita sem nenhuma burocracia. Mencionou que acompanhou o sucesso do li-
cenciamento da transposição do Jaguari e disse que a base de sustentação da CE-
TESB para dar esse apoio, foi o acordo assinado. Julio Cesar (Comitê Guandu/ CE-
DAE) disse que queria reforçar uma situação, eu digo com bastante tranquilidade
que qualquer número nesse processo ele vai ajudar a fortalecer um planejamento um
pouco mais amplo. Para o GTAOH é muito importante ter esse valor. Marcelo Car-
valho (FURNAS) disse que já encaminhou o pedido do Grupo para que o CEIVAP
formalize junto à ANA, CESP a solicitação desses dados. Joaquim Gondim (ANA)
indagou a participação da ANA na formalização. Lembrou que a ANA não licenciou
nem outorgou o reservatório. Marcelo Carvalho (FURNAS ) lembrou que a ANA
tem a atribuição de fiscalizar os reservatórios. André Corrêa (SEA) ressaltou que
queria reafirmar seu pedido e disse, ainda, que não quer dar à ANA responsabilidade
e sim precisava obter mais informações. Solicitou ao ONS que traga na próxima
reunião uma apresentação de cenários [...] (AGEVAP, 2 set. 2015).
da programação que será realizada. Diogo Azevedo (LIGHT) mencionou que os ní-
veis dos reservatórios de Santana, Vigário e Pereira Passos estão bem altos, devido
ao aumento da vazão incremental no trecho entre Funil e Santa Cecília, com previ-
são de bombeamento com quatro bombas, sendo que provavelmente a noite será ne-
cessário aumentar para 120m³/s a vazão de Pereira Passos para controlar o equilíbrio
dos reservatórios. Fabricio Gomes (DAEE) disse que não houve nenhum relato. O
representante da CETESB mencionou que com relação à qualidade de água está tudo
dentro da normalidade. Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/ CEDAE) relatou que
está tudo normal e não há nenhum fator para destacarem. José Luiz Governo (CSA)
relatou que mantendo a operação intercalada entre as vazões de 85m³/s e 70m³/s,
mantendo a média de 75 m³/s não tiveram nenhuma piora, pelo contrário, nos últi-
mos dias conseguiram operacionalizar bem e por isso a CSA solicitou que se mante-
nha essa vazão para que possam estudar mais. Abilio Souza (FCCSA) disse que com
essa melhora a FCC recuperou os seus reservatórios Alexandre Soares (GERDAU)
disse que reservatórios estão cheios e também estão captando na mesma condição.
Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou à CSA o que está sendo pensando quanto à
intervenção na soleira. José Luiz Governo (CSA) disse que o caso da soleira é um
caso físico, foi construído com um orifício central e transversal ao canal São Fran-
cisco para uma vazão esperada de 30 m³/s, de forma que a energia de escoamento
compensasse a força da maré, e na prática isso não deu certo. O vão atual é de 60
metros e uma das coisas que estão estudando é a redução desse vão. Marcelo Carva-
lho (FURNAS) perguntou se em relação à unificação das captações a CSA já con-
cluiu a parte que faltava. Marcus Gimenez (CSA) disse que está tudo concluído na
nova captação da CSA e a única coisa que está sendo prevista adicionalmente é a co-
locação de uma 3ª bomba. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se nessa capta-
ção unificada as três empresas já estão captando no mesmo nível, se já está tudo de-
finitivo ou se ainda terá alterações. Foi informado que existiam diferentes níveis de
assoreamento no canal, e que dentro do canal a profundidade era 2 vezes maior e as-
sim demorava um tempo maior para a circulação da água. Fizeram então uma draga-
gem para equalizar os níveis no canal. Edson Falcão(INEA) disse que o INEA até o
momento não tem nenhum relato a fazer [...] (AGEVAP, 9 set. 2015).
Vigésima quinta reunião ocorrida no dia 23.09.2015, houve um relato dos presentes
sobre os problemas de captação com a redução da vazão objetiva em Santa Cecília para 110
m³/s:
[...] José Carlos Fioravante (CEDAE interior) relatou que nesse quadro de escassez
hídrica, tiveram algumas dificuldades, mas conseguiram captar. Marcelo Carvalho
(FURNAS) perguntou se o Sr. José Carlos tem algum relato a fazer a respeito do
problema em Sapucaia que foi debatido na reunião anterior. José Carlos Fioravante
(CEDAE Interior) disse que ontem (22/09) tiveram uma reunião com FURNAS, on-
de foram apresentadas as questões do termo de ajuste de conduta e o que está previs-
to de ações para FURNAS no Rio Paraíba do Sul. Lembrou que não falaram sobre
114
redução de vazão. Julio César Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) relatou que está
tudo dentro da normalidade e que não tiveram alteração. Quando houve o aumento
da vazão aconteceu um desprendimento da vegetação mas a situação está sendo
controlada pela CEDAE. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se a LIGHT tem
algum relato sobre a proposta de fazer campanha de medição em Pereira Passos e
Paracambi. Humberto Duarte (LIGHT) disse que pretende fazer mais medições a ju-
sante de Paracambi. No ponto onde foi possível realizar a última medição será reali-
zada nova medição com 70 m³/s, porém estão buscando o apoio da Polícia Militar
por ser uma área perigosa e isso será feito em breve. No que se refere a operação, a
Light não teve dificuldades. Nesse período houve maior geração em Pereira Passos
devido ao aumento da incremental entre Santa Cecília e Funil. Julio César (Comitê
Guandu/CEDAE) questionou se poderiam fazer um escalonamento nas vazões e so-
licitou que a Light verifique essa possibilidade. Humberto Duarte (LIGHT) disse
que é possível fazer um escalonamento com intervalo de tempo de 1h. Então num
próximo evento que haja necessidade de elevação da geração devido ao aumento da
contribuição, esta elevação será feita de forma gradativa. José Luiz Governo (CSA)
relatou que nos últimos 30 dias não fizeram nenhuma modificação no projeto da so-
leira e na interligação das captações. A partir do dia 08/09 houve uma chuva mais
intensa na região e os problemas terminaram. Disse, ainda, que, sabem que com a
volta da estiagem terão outros problemas. A CSA tem modificações estudadas e
previstas que ainda não foram licenciadas. Marcus Vinicius (CSA) disse que até o
dia 16/09 estavam com uma situação razoavelmente boa, mas a partir do dia 17 e
18/09 tiveram grandes interrupções. No dia 17/09 a parada foi em torno de quase 16
horas e, no dia 18/09 cerca de 15 horas. Assim, tiveram que aumentar o limite de
condutividade para não parar e estão operando fora dos limites previstos em projeto.
Joaquim Costa (GERDAU) relatou que tiveram desde 01/09 até hoje (23/09) um to-
tal de 539 horas, desse total conseguiram captar 303 horas (56% do tempo),o resto
do tempo a captação ficou parada. Não pararam a usina em nenhum momento, pois a
chuva ajudou, mas precisam fazer um ajuste para que possam dar continuidade na
captação. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou qual a perspectiva das marés pa-
ra os próximos dias. A partir de sábado já começam a ter maré de 1,5m e esse valor
vai aumentar. Dia 27/09 terão pico de 1,6m, 28/09 pico de 1,7m, 29/09 de 1,8m e
30/09 de 1,8m. A mínima é abaixo de 0. Ágatha Weinberg (INEA) justificou que
não trouxeram nenhuma apresentação porque estão esperando um acúmulo maior de
resultados para então trazer uma apresentação mais completa [...] (AGEVAP, 23 set.
2015).
Após apresentação ele levantou algumas preocupações que todos deveriam avaliar.
[...] Em relação à redução da vazão defluente de Santa Branca para seu valor mínimo
permitido através da resolução vigente da ANA, ou seja, 30 m³/s, tem se observado
valores levemente superiores a este. Em princípio, mecanicamente seria viável ope-
rar os 30 m³/s. Entretanto, a operação em tempo real demonstra um certo receio de
mirar nos 30 m³/s e fazer uma vazão um pouco menor. Para conseguir precisam ter
uma flexibilidade de 28 a 32 m³/s. Estão nesse momento com Paraibuna minimizado
em 25 m³/s e a vazão mínima autorizada em Santa Branca é 30 m³/s sendo que esses
5m³/s de incremental no atual estado de escassez não existe. Com isso Santa Branca
como está com 4 % do volume útil, irão esvaziar Santa Branca. A intenção era não
ter a necessidade ao longo desse período seco de aumentar Paraibuna para aliviar o
esvaziamento de Santa Branca, e para isso há algumas alternativas e uma delas é es-
sa de flexibilidade, mas teriam que verificar a possibilidade com a ANA de avaliar
uma flexibilidade de variação para a vazão defluente de Santa Cecília. Dependendo
do efeito da próxima chuva, haveria a necessidade de se avaliar as defluência dos
aproveitamentos de cabeceira. Todos os reservatórios já estão em suas defluências
mínimas com exceção de Jaguari. Como foi observado nessa chuva, Funil é um re-
servatório que possui uma bacia de drenagem em sua incremental muito grande, en-
tão Funil sobe muito rapidamente o seu armazenamento. Neste contexto, é importan-
te evitar que Funil termine o período seco com armazenamento muito superior a
10%. Caso contrário, com a ocorrência de afluências dentro da média histórica no
início do próximo período úmido, Funil subiria muito rápido e teria que verter para
manter o volume de espera para controle de cheias a jusante, mesmo com a ocorrên-
cia de pouca água nos reservatórios de cabeceira. O representante do ONS pediu que
esperem a próxima chuva e uma sinalização que estão trazendo é a necessidade de
diminuir a defluência de todos aproveitamentos da montante. Como Paraibuna e
Santa Branca estão minimizadas estamos sinalizando avaliar a redução da defluência
de Jaguari [...] (AGEVAP, 23 set. 2015).
Após a apresentação do ONS, os presentes fizeram um longo debate sobre a redução em Santa
Cecília e as novas defluências do reservatório.
[...] Patrick Thomas (ANA) disse que gostaria de saber da LIGHT e da CESP sobre
a vazão mínima possível de ser praticada a jusante de Santa Branca e Paraibuna.
Humberto Duarte (LIGHT) disse que, quanto a Santa Branca, a vazão mínima ope-
racional definida pelo fabricante na turbina é 30 m³/s e em relação a jusante não teria
como informar em função das captações existentes. Patrick Thomas (ANA) pergun-
tou, ainda, se a vazão de 30 m³/s seria a vazão mínima para manter a geração de
energia elétrica ou seria possível defluir uma vazão menor com a interrupção de
energia. Humberto Duarte (LIGHT) informou que essa é a vazão mínima da unidade
geradora. Através de válvula dispersora poderia ser algo menor mas isso vai depen-
der da cota do reservatório, ou seja, quanto menor o nível menor a vazão que vai
passar na válvula. Patrick Thomas (ANA) questionou se seria possível solicitar a
LIGHT para a próxima reunião o valor dessa vazão mínima defluente pela válvula
de Santa Branca. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que já foi solicitado. Edson
Rezende (CESP) relatou que, em Paraibuna, aparentemente pode-se chegar até 7
m³/s por máquina com geração, mas isso precisaria ser avaliado com calma para ver
se há alguma limitação. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que em relação ao ques-
tionamento de conseguir fazer o mínimo em Santa Branca, há possibilidade da ANA
via alteração de resolução, conceder permissão para estabelecer que 30m³/s seja a
vazão média. Patrick Thomas (ANA) informou que a ANA fará uma avaliação e
responderá posteriormente. Luiz Mário Concebida (FIRJAN/BPS) disse que tiveram
o incremento do nível rio em 20%, não houve mais variações positivas a partir daí e
isso não teve nenhum significado especial na foz, que continua com as mesmas in-
terrupções em São João da Barra [...] (AGEVAP, 23 set. 2015).
116
[...] Julio César Antunes (CEDAE/Comitê Guandu) disse que o problema de São Jo-
ão da Barra é a cunha salina na captação de água, e em relação ao andamento das
obras estão concluindo a parte civil e iniciando a entrega de equipamentos. Em rela-
ção ao Guandu, está tudo normal, não tendo nada a comentar. José Luiz Governo(
CSA ) informou que sexta-feira passada (02/10) às 15h45min a Marinha concedeu a
autorização para novas adaptações na soleira. Em relação à captação de água da
CSA entre os dias 18/09 e 5/10 até às 23hs, a condutividade da água na captação fi-
cou acima de 300 µS. Hoje (06/10) voltaram a captar com menos de 300 µS. A ex-
pectativa é que todo abastecimento interno seja normalizado. A captação foi para
280 µS e dentro da usina tinha 320 µS. Começaram a normalizar a situação somente
ontem (05/10). Joaquim Costa (Gerdau) informou que a situação na Gerdau foi bem
parecida com a da CSA, com captação em torno de 10 e 11 horas por dia, às vezes
um pouco mais. A média da salinidade da água ficou em 309µS, com pico de
390µS. Por problemas no equipamento houve análise no final de semana, porém
com um programa conseguiram fazer a medição. No dia 01/10 o volume de consu-
mo interno de água aumentou, mas o canal da empresa está cheio com 2,40m de
água, o que daria 6 ou 7 dias de reservação. Edson Falcão (INEA) perguntou sobre a
situação das obras de adaptação na soleira. Joaquim Costa (Gerdau) disse que a
adaptação da soleira foi feita com autorização do INEA e da Marinha.. Com a auto-
rização concedida, a CSA ficou responsável pelo trabalho, colocando a primeira pla-
ca com 90 cm. Não obtiveram um bom resultado e por isso substituíram a placa para
uma de 180cm e com isso vem sentindo melhora. Essas alterações não estão atrapa-
lhando os pescadores, que podem passar a qualquer hora, não dependendo do horá-
rio da maré. Como a maré subiu muito no último final de semana, o sal ficou repre-
sado e por isso estão aguardando a situação normalizar. O representante da Gerdau
imagina que os resultados irão aparecer daqui para frente. José Luiz Governo (CSA)
informou que houve diminuição do tamanho do orifício na soleira, que está 1,80m
menor na altura e com isso a velocidade aumentou. Pediram um guindaste para ter
um equipamento de apoio para transportar os barcos dos pescadores. A CSA irá ob-
servar com o tempo se será necessário diminuir mais o vão. Edson Falcão (INEA)
questionou sobre o aumento da altura também da parte lateral e relatou que tem re-
ceio que eles esperem iniciar o problema para fazerem o que precisa ser feito. José
Luiz Governo (CSA) disse que será feito e lembrou que autorização chegou somente
na sexta-feira (02/10) [...] (AGEVAP, 6 out. 2015).
presenta entre 21m³/s à 35m³/s. O mínimo que podem operar pela resolução é
30m³/s. Atualmente a Resolução 714/2015 autoriza a redução até 25 m³/s Edson Fal-
cão (INEA) disse que não vê problema algum em permitir a operação do mínimo de
20 m³/s para que o ONS tenha liberdade de praticar esse valor caso necessário. O
Coordenador do GTAOH disse que se reduzir para 20m³/s em Paraibuna, deverão
adequar também a vazão em Santa Branca para que não corram o risco de secar o re-
servatório. Humberto Duarte (Light) lembrou que há a possibilidade de haver for-
mação de lagos e por isso essa alteração deve ser avaliada com cuidado. Edson Fal-
cão (INEA) sugeriu praticar Paraibuna variando as vazões entre 35m³/s e 20 m³/s,
por exemplo. Paulo Diniz (ONS) relatou que para chegarem a 20m²/s em Paraibuna
sem problemas, seria bom que acordassem a alteração em tempo chuvoso Marcelo
Carvalho (FURNAS) questionou a ANA sobre a possibilidade de reduzir a vazão
mínima de Paraibuna na resolução que vence em 31/10 e relatou que a operacionali-
zação dessa vazão seria autorizada mediante testes. Edson Falcão (INEA) propôs
que com intuito de armazenar água nos reservatórios de cabeceira, a resolução per-
mita uma vazão mínima de 7 m³/s em Paraibuna para que sejam realizados testes.
Marcelo Carvalho (Furnas) disse que poderiam testar 7 m³/s em Paraibuna e 10 m³/s
em Santa Branca. Joaquim Gondim (ANA) relatou que não teria problema algum al-
terar a resolução, e solicitou ao grupo que avaliassem se essa alteração precisaria ser
feita imediatamente ou poderia esperar o vencimento da outra resolução. Marcelo
Carvalho (Furnas) disse que seria oportuno solicitar a alteração da resolução pois es-
tão no começo do mês e assim teriam tempo para passar pela aprovação da Diretoria
da ANA. Edson Falcão (INEA) fez uma observação sobre o fato que estão no final
do período de estiagem e se deixarem para depois não conseguirão sentir o real im-
pacto da redução da vazão em Santa Branca, pois as chuvas iriam mascarar os im-
pactos desta implementação. Marcelo Carvalho (Furnas) propôs a realização da pró-
xima reunião no dia 20/10 para decidirem tudo o que entraria na resolução e no dia
21/10 o CEIVAP já encaminharia a correspondência e a ANA teria 10 dias para emi-
tir a nova resolução. Edson Falcão (INEA) questionou se teriam alguma coisa a mais
para mudar na resolução, e que perderiam a oportunidade de fazer o teste já no mês
de outubro. Joaquim Gondim (ANA) disse que seria necessário o intervalo de duas
semanas para o processo correr sem que fosse realizado por “ad referendum”, tendo
em vista o desgaste e a complexidade da justificativa que deve ser dada. Marcelo
Carvalho (Furnas) lembrou que além do pedido de reduzir as vazões mínimas para
7m³/s em Paraibuna e 10m³/s em Santa Branca, solicitarão também a autorização de
redução para 60m³/s em Funil para realizarem testes. Complementou que esses valo-
res estão baseados em experiências dos agentes de geração com suas unidades gera-
doras e todas as usinas têm recursos de operar com a válvula em extrema necessida-
de. Edson Falcão (INEA) questionou o Sr. Joaquim Gondim, por demanda do Secre-
tário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Sr. André Côrrea, o fato de
que no final do mês de setembro a média implementada em Pereira Passos foi supe-
rior a 75m³/s, resultando o valor de 78 m³/s, por conta das chuvas. Como não podem
operar abaixo de 75m³/s e a margem de erro é sempre para cima, perguntou se existi-
ria a possibilidade de nesse período transitório deixarem uma tolerância em Pereira
Passos para que a Light sempre tente atingir a média de 75m³/s. Joaquim Gondim
(ANA) disse que a resolução limita a vazão objetivo em 110m³/s, e não faz a divisão
entre o valor que vai para a transposição e a que segue a jusante. Paulo Diniz (ONS)
sugeriu que, para buscar os valores para a resolução, fossem aceitos os valores mé-
dios ao longo de alguns dias de medição [...] (AGEVAP, 6 out. 2015).
está pior que o de 2014, mas em termos de qualidade ambiental está numa faixa
aceitável [...] (AGEVAP, 6 out. 2015).
na resolução temporária da ANA. Comentou que não seria razoável terminar com o
Funil muito cheio, em virtude da possibilidade de vertimento neste reservatório para
preservar os volumes de espera para controle de cheias no trecho entre Funil e Santa
Cecília. Também destacou que é um momento oportuno para debater a forma que irá
operar quando tiver uma vazão incremental não controlada entre Funil e Santa Cecí-
lia. Durante o período chuvoso, é comum a ocorrência de incrementais de 400m³/s
chegando de forma não controlada em Santa Cecília. Mencionou que uma das alter-
nativas seria aumentar de 35 m³/s para 71m³/s o vertimentos em Santa Cecília, de-
pois se aumentaria a defluência de Pereira Passos de 75m³/s para 120m³/s, e depois
se aumentaria o vertimentos de 75 m³/s para 90m³/s, chegando a bombear ao máxi-
mo [...] (AGEVAP, 6 out. 2015).
tendido que a velocidade do orifício da soleira era pequeno e com isso impedia a saída
da água salgada. Colocaram um primeiro obstáculo neste orifício da soleira recente-
mente, e isso aumentou a velocidade, porém em compensação represou mais o fundo.
Colocaram também uma comporta e aumentaram a altura da soleira com uma pla-
ca.[...] Resumindo, tiveram 75% de período sem captar e 25% captando, possuem um
canal de reservação interna para balancear, e além disso, possuem bombas reversas,
porém só conseguiram a licença para funcionamento no dia 20/10. Possuem um con-
sumo de 400 m³/h.[...] . Jardel Azevedo (SAAE-BM) relatou que as bombas ainda não
foram instaladas, falta a instalação de uma peça, e assim que estiver pronta já começa-
rá a instalação das bombas. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou se há previsão de
quando as bombas definitivas serão instaladas. Jardel Azevedo (SAAE-BM) disse que
ainda não sabe informar o prazo, que tratará esse assunto com o André Marques da
AGEVAP. Vera Lúcia Teixeira (CHB-MPS) perguntou se houve algum aumento da
vazão do Funil nos últimos dias, pois estavam em uma situação confortável. Marcelo
Carvalho (Furnas) relatou que o motivo da situação confortável é o aumento da in-
cremental, e pelo aumento da chuva localizada [...] (AGEVAP, 21 out. 2015).
defluência de Paraibuna para não entrar no volume morto de Santa Branca ou se ti-
ver uma flexibilização das vazões e puder reduzir mais Santa Branca do que Parai-
buna conseguiriam evitar que Santa Branca entrasse em volume morto, isso em um
cenário sem ocorrência de chuva [...] (AGEVAP, 21 out. 2015).
A seguir os presentes fizeram debateram a proposta apresentada pela ANA e pela ONS
sobre a diminuição da defluência dos reservatórios de cabeceira em aproveitamento as chuvas
incrementais.
[...] A resolução vai valer até 31 de Janeiro de 2016. Marcelo Carvalho (Furnas)
disse que irão continuar operando com a resolução atual, sem nenhuma modificação
durante esse tempo para aguardar a nova resolução. Sugeriu marcar a próxima reuni-
ão para o dia 03/11(terça-feira). Nessa data a nova resolução já estaria vigente e po-
deriam decidir alguma mudança de operação que já utilizassem essas novas restri-
ções caso haja necessidade. Joaquim Gondim (ANA) concordou com Marcelo Car-
valho e acrescentou que foram alteradas somente as vazões mínimas na resolução.
Zeila Piotto (CIESP) questionou sobre a vazão mínima que ficou acordada na nova
resolução, e se houve alguma alteração em Santa Branca. Joaquim Gondim (ANA)
listou as alterações: as vazões mínimas passariam a ser 7m³/s em Paraibuna, 10 m³/s
em Santa Branca, 60 m³/s em Funil e 4 m³/s em Jaguari. Paulo Diniz (ONS) lembrou
que chegaram nesses valores de defluências mínimas de acordo com as condições
hidráulicas físicas desses aproveitamentos hidrelétricos. E que esse será o valor
permitido pela ANA, e não significa que irão usar esses valores. Marcelo Carvalho
(Furnas) disse que é o limite operativo das usinas e não uma limitação da calha dos
rios a jusantes às hidrelétricas. Zeila Piotto (CIESP) questionou sobre como será o
processo, pois possuem grandes captações em Jacareí que dependem da vazão libe-
rada em Santa Branca. Paulo Diniz (ONS) relatou que na última reunião para não fi-
carem discutindo pequenas reduções mínimas, houve uma discussão técnica entre
Light e CESP sobre os valores mínimo físico hidráulico de Paraibuna e Santa Bran-
ca. [...] Zeila Piotto (CIESP) disse que continua com a preocupação como irá sinali-
zar as empresas e como as empresas vão fazer essa simulação. Edson Falcão (INEA)
perguntou se o problema das empresas de Jacareí era nível ou qualidade de água.
Zeila Piotto (CIESP) respondeu dizendo que para a operação abaixo de 30m³/s em
Santa Branca pode ser os dois. [...] Hiroaki Makibara (SSRH) disse que se preocupa
com a redução de vazão de Paraibuna por causa da captação da cidade de Paraibuna.
Abaixo de 30m³/s é uma redução de vazão que nunca foi praticada em Paraibuna. A
mesma coisa se pode dizer em Santa Branca e na cidade de Jacareí, e se for realmen-
te praticada essas vazões pode ocorrer problemas nessas captações. Essas vazões
mínimas dessa nova resolução serão praticadas quando houver chuvas intermediá-
rias. Sobre a vazão mínima dessa nova resolução, antes de praticá-las, serão realiza-
dos testes gradativamente, e não antevê preocupação, pois, constatado algum pro-
blema no teste, retoma-se imediatamente a situação antecedente. [...] Joaquim Gon-
dim (ANA) mencionou que o protocolo que existe no Guandu também está disponí-
vel para o Rio Paraíba do Sul: qualquer usuário que identificar o problema, o siste-
ma voltaria a condição anterior, até um diagnostico. Com isso a autorização que a
ANA faz não dispensa outras licenças. Relatou que as vazões mínimas servem para
serem implementadas em um período de abundância de chuva, onde as incrementais
permitam a prática dessas vazões sem que os usuários sejam afetados, por isso a
ANA concordou com a resolução. Disse que precisa ficar acertado com as empresas
quando será praticada a vazão da Resolução e que é necessário um ponto focal ser
acionado por quem se sentir prejudicado, para que as vazões voltem ao modo anteri-
or [...] (AGEVAP, 21 out. 2015).
A vigésima oitava, ocorrida em 03/11/2015, começou com os relatos dos presentes so-
bre os problemas ocorridos nos últimos dias.
[...] Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/CEDAE) disse que está esperando conta-
to, mas a princípio não tem nenhuma novidade sobre a CEDAE Interior. A respeito
do Guandu está tudo normal, o único relato é que dia 29/10 o sistema parou, porém
voltou a operar no mesmo dia. Joaquim Costa (GERDAU) relatou que em relação à
última reunião não houve nenhuma alteração. Em função da parada do Guandu,
houve benefício na captação nesse final de semana o que resultou em uma melhora
na média mensal. Marcelo Nunes (FCCSA) mencionou que esse mês de outubro foi
o pior mês do ano, pois tiveram 13 dias de parada na captação. José Luiz Governo
(CSA) disse que no dia 21/10 ocorreu uma lua crescente e uma maré de 1m chegan-
do a uma condutividade máxima de 445µS. Logo em seguida, veio a influência da
126
lua cheia, uma maré de 1,6 depois 1,7 e 1,8m e chegaram a mais de 1000µS de con-
dutividade, e consequentemente tiveram dificuldades para captar. No dia 29/10 foi o
dia da parada da CEDAE, tinham uma maré muito alta de 1,8m e mesmo assim fica-
ram com 400µS de condutividade máxima, cujo valor foi se mantendo. No dia 2/11
tiveram um acidente no cabo de alimentação elétrica e um gerador foi colocado, e a
situação está normalizada. Quanto às modificações na soleira, as mesmas estão sen-
do discutidas. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou em relação ao comporta-
mento da soleira, se está sendo feita alguma modificação. José Luiz Governo (CSA)
disse que o coroamento está sendo elevado para evitar a entrada das marés mais al-
tas. Pro lado da margem esquerda do canal do São Francisco a adaptação já está
concluída e a previsão do término é de 15/11. Informou que os técnicos responsáveis
vem estudando as soluções visto que o resultado das adaptações não é conhecido.
Edson Falcão (INEA) informou que recebeu um estudo das empresas do Canal de
São Francisco propondo uma nova regra de operação, no entanto, o secretário André
Corrêa pediu para não dar prosseguimento à análise da proposta e manter a média
dos 75m³/s. Disse que podem marcar uma reunião para tratar dentre outros assuntos,
a possibilidade de fazer uma flutuação da operação. Joaquim Costa (GERDAU) rela-
tou que na elaboração do projeto da soleira foi considerada uma vazão no rio maior
que atual, e que engenharia é uma ciência exata. E complementou que ajustes vem
sendo feitos. Diogo Azevedo (LIGHT) disse que no dia 27/10 teve uma solicitação
do INEA de uma programação especial em Pereira Passos. Atualmente a incremen-
tal entre o trecho de Santa Cecília e Funil está mais elevada e estão vertendo um
pouco mais em Santa Cecília, chegando a um pico de 160 m³/s. Pode ser que ainda
hoje elevem um pouco a geração em Pereira Passos. Julio Cesar Antunes (Comitê
Guandu/CEDAE) comentou que gostaria que fosse mantido o combinado na reunião
anterior: que os aumentos das vazões fossem realizados de forma escalonada dentro
do possível [...] (AGEVAP, 3 nov. 2015).
O representante de Furnas, disse que monitorado a incremental, e que esta tem caído
rapidamente e a preocupação é com a captação de Barra Mansa.
[...] Marcelo Carvalho (FURNAS) relatou que Funil está defluindo 80 m³/s e a Light
pediu para reduzir esse valor ainda mais. No entanto, Furnas está monitorando a in-
cremental entre Funil e Barra Mansa e a incremental está caindo rapidamente e se fi-
zerem uma redução tem perigo de Barra Mansa ficar com pouca água. Perguntou ao
Jardel Azevedo sobre a situação da implantação das bombas em Barra Mansa. Jardel
Azevedo (SAAE- BM) disse que acreditam que até sexta-feira (06/11) irão concluir
a obra e a partir segunda-feira (09/11) estará tudo finalizado. Marcelo Carvalho
(FURNAS) pediu para avisar quando a obra estiver concluída e os testes forem fei-
tos para que possam fazer reduções bem maiores [...] (AGEVAP, 3 nov. 2015).
ção a Pereira Passos, houve desvios entre os dias 27 e 30/10 em função da manuten-
ção preventiva da ETA Guandu. A respeito da previsão meteorológica já há um in-
dício de transição. Tiveram picos nas vazões que chegaram a 190 m³/s, e em função
disso houve uma estagnação no uso da água armazenada nos reservatórios e o reser-
vatório equivalente está em 5,8%. Apesar desse início de sinalização do período de
transição, ainda continuam com vazões abaixo da média, porém melhor do que ano
passado. Em relação às médias do ano passado, fecharam outubro com 42% acima e
na média maio/outubro estão com 112%. Provavelmente não terão mais referência
para utilizar as médias de 2014. Disse que irão avaliar o mês de dezembro para pre-
ver um cenário e fazer uma avaliação prospectiva para o período chuvoso. Estão os-
cilando dentro da perspectiva que tinham lançado na reunião do dia 06/10 e continu-
am dentro desse cenário. Em princípio, não haverá necessidade de utilizar volume
morto. Em relação aos aproveitamentos de forma individualizada, continuam em um
momento que não é preciso pensar em mudança da forma de operação. Há uma re-
cuperação de Funil e voltaram a ter um esvaziamento um pouco mais intenso em Ja-
guari, nesse momento devem esperar a chuva acontecer para reavaliar a condição de
operação e a minimização das vazões defluentes dos reservatórios de cabeceira.
Lembrou que agora tem uma nova resolução da ANA que permite reduzir as vazões
defluentes em Santa Branca e Paraibuna. Não se tem perspectiva de entrar no volu-
me morto de Paraibuna, entretanto Santa Branca está com volume muito próximo de
zero. Dentro desse cenário informou que receberam duas demandas de operação es-
pecífica em Santa Branca: uma é da prefeitura de Santa Branca e a outra da Paróquia
Nossa Senhora das Escadas e São Benedito, na cidade de Guararema. Ressaltou que
a preocupação é operacionalizar um aumento da vazão de Paraibuna, para que Santa
Branca não solte mais água do que está chegando e entre no volume morto [...]
(AGEVAP, 3 nov. 2015).
Em seguida houve um debate caloroso entre Rio de janeiro e São Paulo, sobre os im-
pactos que nova redução traria, e a falta de uma modelagem que desse uma segurança aos
usuários da bacia.
[...] E a resolução nº 1204/2015 da ANA incorporou a redução dos limites das va-
zões defluentes permitidas: Funil de 70 para 60 m³/s, Santa Branca de 25 para 10
m³/s e Paraibuna de 20 para 7 m³/s. A ANA informou que trata-se de uma autoriza-
ção e como foi colocado na reunião só poderão ser utilizado esses valores quando
houver chuva nas incrementais. Isso foi amplamente debatido e apresentou uma cer-
ta controvérsia com o estado de São Paulo. Posteriormente foi sugerido que os re-
presentantes do referido Estado elaborassem uma lista de contatos semelhante a feita
pelo Rio de Janeiro utilizando o mesmo modelo de Protocolo de Emergência. Men-
cionou que a ANA autorizou a prática dessas reduções, no entanto sua operacionali-
zação está aberta ao debate. Edson Falcão (INEA) fez uma observação sobre a ope-
ração que o Marcelo Carvalho comentou, lembrando que a mesma aconteceria no
momento de chuva, quando as incrementais são expressivas, e os impactos seriam
pouco expressivos. O objetivo é recuperar os volumes dos reservatórios de cabecei-
ra. Marcelo Carvalho (FURNAS) lembrou que a redução em Funil não ocasionou
problemas com os usuários com exceção de um evento de 6h em Barra Mansa, onde
o Protocolo foi acionado e tudo foi resolvido. Disse que não quer fazer uma altera-
ção permanente que prejudique os usuários. Perguntou para os participantes presen-
tes de São Paulo, quais são os usuários que existem entre Paraibuna e Santa Branca
que poderiam ser afetados por uma redução de Paraibuna. Hiroaki Makibara (SSRH)
disse que com relação a esse assunto, houve uma reunião na semana passada com o
DAEE e a CETESB e no dia seguinte o DAEE se reuniu com a FIESP. Solicitou que
o DAEE fizesse esse relato. Wanderley Soares (DAEE) disse que houve uma discus-
são na ultima quarta- feira para a elaboração de um protocolo e sobre o envio desse
material hoje (03/11). Como sugestão feita na reunião, para as captações outorgadas
a nível federal seria feito o acionamento da ANA, as do Jaguari e afluentes o proto-
colo seria via DAEE, quanto à qualidade seria CETESB e posteriormente acionaria
o ONS e a CESP a LIGHT para abrir ou fechar. Zeila Piotto (FIESP) relatou que es-
128
Os usuários de São Paulo se colocaram contrario a diminuição das defluência dos re-
servatórios de cabeceira pelo impacto que isto causaria aos usuários, e mesmo acionando o
protocolo de emergência isto demoraria uma doze horas para restabelecimento das vazões
anteriores.
[...] Edson Falcão (INEA) perguntou qual o tipo de captação dos usuários de São
Paulo, pois dependendo de qual for, eles não irão sentir diferença, mas é importante
que isso seja analisado. O objetivo é armazenar o mais rápido possível em Paraibu-
na, já que o mesmo detém 60 % do volume total. Zeila Piotto (FIESP) relatou que
como a reunião foi dia 29/10, ainda não tiveram tempo de fazer um levantamento de
captações. Na reunião do DAEE, citaram como exemplo o Jaguari, que quando foi
feita a redução também foi realizada uma pesquisa de campo pelo DAEE de todos os
usuários do trecho antes de autorizar a redução. Destacou que acreditam que deveria
ser feito algo semelhante e por isso solicitam uma reunião presencial. Benedito Feli-
pe Costa (SABESP) relatou que não são contra as regras que foram colocadas, po-
rém quanto à questão sobre o monitoramento há uma preocupação sobre a forma que
isso será comunicado. Quanto à questão de tipo de captação, a SABESP já esta se
preparando para isso. (SAAE) disse que são contra a redução, porém acredita que te-
rão problemas em Jacareí se for feita à redução. Mencionou que sua preocupação é
que abastecem 96% da população e mesmo acionando o protocolo demoraria umas
12h até voltar ao nível necessário. Precisam de uma avaliação mais detalhada para
saber o momento e como isso irá se realizar.[...] O Coordenador do Grupo comple-
mentou dizendo que estão pedindo somente para que os usuários de São Paulo fa-
çam esses estudos para benefício próprio. Edson Falcão (INEA) mencionou que a
primeira redução que ocorreu foi em junho de 2014 e ocorreu de forma empírica. O
Grupo fazia as reduções e verificava e assim chegaram ao número que têm hoje.
Perguntou para Zeila Piotto se esses 94 usuários mencionados são outorgados pela
ANA ou são cadastrados. Zeila Piotto (FIESP) respondeu que são outorgados pela
ANA. Disse que estão dispostos a fazer as avaliações e aguardam essa definição de
como será esse processo em relação ao órgão gestor de São Paulo e a ANA. Menci-
onou ainda que existem trechos em que as incrementais serão pequenas, nas quais
existem grandes usuários que podem ser afetados, por isso estão solicitando um
tempo que não será longo para realizar uma avaliação e discussão. E, sobre o proto-
colo de comunicação, mencionou que sabe sobre o bom funcionamento do mesmo
no Rio de Janeiro e têm certeza que funcionará muito bem em São Paulo, porém
existem algumas condições precedentes para implementar o protocolo, que estão ge-
rando preocupação. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou a Zeila Piotto se para a
próxima reunião do grupo eles já estariam com esse Protocolo bem definido. Menci-
onou que gostaria de ver se o grupo já definisse hoje uma operação. Comentou, tam-
bém, o relato do Edson Rezende que indicava um problema na máquina de Paraibu-
na e que o próprio Joaquim Gondim sugeriu operar um período com a vazão maior e
outro com a vazão menor e que agora existe uma resolução que permite fazer isso. O
coordenador do grupo perguntou para Edson Rezende se já teriam uma modulação
dessa proposta para verificar se já poderiam implementar um modelo de teste. Disse,
ainda, que acredita que hoje já poderiam pensar numa operação. Finalizou pergun-
tando ao Edson Rezende, se ele já teria uma proposta baseada na faixa de operação
da máquina de modulação de funcionamento. Edson Rezende (CESP) respondeu di-
zendo que a CESP não tem uma proposta, porém já tem definidas as faixas que de-
vem ser evitadas de operar, que seria de 10 a 20m³/s. O representante da CESP fez
uma conta seguindo a sugestão que o Joaquim Gondim apresentou, e se operarem
um dia com 35m³/s e dois dias com 20m³/s, na média continuam com 25m³/s, sendo
129
que esse tipo de modulação não traria problema algum. Joaquim Gondim (ANA)
disse que o que poderia ser praticado nos próximos dias é verificar qual a menor va-
zão no trecho de Paraibuna e Santa Branca, tendo em vista que é um trecho pequeno,
bem conhecido por todos e com pouca vazão incremental. Lembrou que precisam
definir o que fazer para resolver o problema da operação de Paraibuna para que não
prejudique o sistema de geração e posteriormente analisar a possibilidade de apro-
veitamento das incrementais [...] (AGEVAP, 3 nov. 2015).
Para finalizar a reunião, foi discutido quais seriam os valores de defluência iriam ser
adotados e de que forma fariam e discutiram também uma solicitação de aumento de defluên-
cia para atividades esportivas no rio Paraíba do Sul.
[...] O representante da ANA acredita que o foco deve ser no trecho mais crítico da
bacia que vai até São de José dos Campos. Apresentou a proposta completa que se-
ria estudar a questão das máquinas de Paraibuna e fazer a redução gradual estabele-
cendo um nível adequado sem contar com incremental e depois concentrar no moni-
toramento, principalmente no trecho até São José dos Campos. Marcelo Carvalho
(FURNAS) sugeriu operar 8h com 35 m³/s e 16h com 20 m³/s, ou seja, dentro das
24h fariam essa modulação de modo que os efeitos a jusante serão menos sentidos, e
depois repetiriam o ciclo para ver se daria algum problema e se ocasionalmente hou-
ver alguma complicação deveriam informar à CESP. Joaquim Gondim (ANA) rela-
tou que a ANA sempre foi favorável a esse entendimento. A proposta 1 seria moni-
torar e ver se não haverá nenhum impacto a montante de Santa Branca, checar quais
são os usuários desse trecho para marcar a data para fazer o teste. A proposta 2, se
passar dessa fase, seria para o trecho até São José dos Campos para ver pontos pos-
síveis de monitoramento. Zeila Piotto (FIESP) disse que é necessário discutir a ope-
racionalização da avaliação da prática dessas vazões nesse trecho entre Paraibuna e
Santa Branca, pois acredita ser importante que o órgão gestor, no caso o DAEE, faça
essa interlocução no estado. Hiroaki Makibara (SSRH) mencionou que entende a
preocupação da ANA, mas por outro lado o DAEE não lida com o Rio Paraíba do
Sul, pois a ANA é a responsável. Caso não possa ser a ANA, questionou se AGE-
VAP poderia fazer esse monitoramento, por ser a mais indicada. Edson Falcão
(INEA) comentou que acredita que o DAEE como órgão gestor tem como papel e
atribuição realizar esse monitoramento. Caso o DAEE não faça, existe o protocolo.
Zeila Piotto (FIESP) disse que não sabe se a AGEVAP tem disponibilidade de pes-
soas para realizar esse trabalho e solicitou uma cópia do Protocolo de Comunicação
e também que todos os usuários sejam avisados dos testes. Marcelo Carvalho
(FURNAS) disse que encaminharam o protocolo de comunicação e propôs como
sugestão principal que a calha ficaria a cargo da ANA ou a quem a Agência delegas-
se e o Jaguari a cargo do DAEE.[...] Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que de
qualquer formar irão implementar de imediato essa proposta de operar 8h com
35m³/s e 16h com 20m³/s, se houver algum problema deverão acionar a CESP. A
proposta sugerida é de nessa semana programar um teste na 5ª e na 6ª feira e no final
de semana realizar uma avaliação, se não houver problemas já implementar na pró-
xima semana.[...] relatou que foi encaminhado ao ONS dois pedidos de aumento de
defluência de Santa Branca devido a eventos na região. Um deles é dia 15 de no-
vembro uma procissão pluvial e outro dia 29 de novembro é uma procissão de des-
cida do rio de boia. Paulo Diniz (ONS) disse que em princípio a demanda básica é o
aumento da vazão em Santa Branca de 30 para 100 m³/s no total de 12 horas, que
corresponde a 1% do reservatório. Nesse momento de esvaziamento, as datas dos
eventos seriam no período onde acreditam que Santa Branca estaria bem próximo de
0%. Encaminharam para ANA essas duas demandas e a Agência irá encaminhar pa-
ra debate. Joaquim Gondim (ANA) disse que a Agência não concorda, pois irá coin-
cidir numa época crítica, a princípio não fariam a alteração, a menos que o comitê
solicite [...] (AGEVAP, 3 nov. 2015).
130
Em seguida, os representantes de São Paulo fizeram seus relatos dos problemas que
ocorreram nas ultimas semanas.
[...] Julio Ferreira (CESP) relatou que tiveram o desligamento automático da máqui-
na no dia 9 e no dia 11/11 em Paraibuna, devido ao aumento da vibração. Entretanto,
isso não comprometeu o acerto de vazão defluente. [...]Marcelo Carvalho (FUR-
NAS) continuou solicitando a apresentação da proposta de Protocolo de Emergência
feita pelo DAEE. Apresentação da proposta de Protocolo de Emergência feita por
(DAEE) Wanderley Soares (DAEE) apresentou uma 1ª lista com alguns nomes para
complementar o fluxograma. A proposta do DAEE consiste em direcionar à ANA,
os acionamentos dos usuários do rio federal, ao DAEE os dos rios estaduais e a CE-
TESB os de qualidade de água. O representante do DAEE complementou dizendo
que o DAEE seria um braço da ANA no Vale do Paraíba para conferir as reduções
em campo. Antonio Augusto Lima (ANA) disse que devem acertar como será feito,
se o protocolo vai acertar os níveis mínimos de captação ou não. Marcelo Carvalho
(FURNAS) lembrou que a ANA faz outorga por vazão e não por nível. Mencionou
que não faria sentido a ANA fazer a fiscalização nas captações se não estiver cap-
tando acima da outorga. Zeila Piotto (FIESP) disse que a questão é o problema dos
usuários. Os usuários definiram suas captações, eles fizeram com base nos dados
históricos de vazão que não são os que estão sendo praticados agora. Não entendo o
porquê do Protocolo. Antonio Augusto Lima (ANA) disse a Zeila Piotto que a ANA
não vai atuar dessa forma direta. No Rio de Janeiro não foi reduzido de forma ime-
131
diata, deram tempo para que os usuários fizessem adaptações para captação em ní-
veis menores. Antonio Augusto Lima (ANA) complementou dizendo que como es-
tão enfrentando uma situação mais crítica fora do histórico, o captador também tem
que pensar que agora ele não pode ter o mesmo conforto, sendo que a bacia está pas-
sando por uma situação hidrológica desfavorável. Zeila Piotto (FIESP) disse que não
se trata de não querer contribuir [...](AGEVAP, 16 nov. 2015).
Após os relatos dos usuários do Rio de Janeiro e de São Paulo, o INEA apresentou o
monitoramento da qualidade das águas no estado do Rio de Janeiro:
[...] Mauricio Soares (INEA) apresentou os resultados do dia 04/11 com relação à
densidade de cianobactérias. Em Funil houve um crescimento significativo, aproxi-
mando-se do limite e com a tendência de ultrapassar. No Guandu a situação é mais
confortável em torno de 100 cel/ml, assim como nos reservatórios Santana, Lajes e
Vigário que estão também em situação tranquila. Em Santana houve praticamente 0
de presença de cianobactérias. Com relação ao IQA, os resultados de outubro, mos-
traram uma situação bem controlada, tendo flutuação entre o médio e o bom. Vera
Lúcia Teixeira (CBH – MPS) relatou a situação de Resende em relação a coloração
da água estar verde. Complementou perguntando sobre a situação no Funil. Mauri-
cio Soares (INEA) disse que com relação as cianobactérias dentro do reservatório, os
valores tem tendência ao incremento, o último valor que foi dia 4/11 está quase se
aproximando do valor CONAMA, e que não há problemas em Resende. Marcelo
Carvalho (FURNAS) pediu para Vera Lúcia Teixeira providenciar fotos para que o
grupo avalie junto ao INEA [...] (AGEVAP, 16 nov. 2015).
Em seguida os presentes discutiram a apresentação feita pelo ONS e os relatos dos es-
tados (SP, RJ):
[...]Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que em relação à diminuição da vazão de
Jaguari não há nenhum impedimento e terminou dizendo que isso já poderia ser im-
plementado imediatamente. Zeila Piotto (FIESP) comentou que a questão é a redu-
ção de todas ao mesmo tempo e disse que é esse cenário que será preciso avaliar.
Paulo Diniz (ONS) lembrou que eles entrarão em um estágio onde as vazões incre-
mentais a Funil serão significativamente maiores do que as vazões mínimas necessá-
rias nesse trecho. Zeila Piotto (FIESP) perguntou qual o trecho que o Sr. Paulo Diniz
está se referindo. Paulo Diniz (ONS) disse que é o trecho a jusante de Santa Branca
e Jaguari e não aos trechos imediatamente à jusante. Luiz Roberto Barretti
132
As discussões entre Rio de Janeiro e São Paulo continuaram acerca de qual defluência
iriam adotar nos reservatórios de cabeceira, tendo em vista que a situação continuava crítica:
[...] Paulo Diniz (ONS) disse que em relação à Santa Branca há um adicional de pre-
ocupação pois existe uma janela de no máximo cinco dias. Se no máximo cinco dias
não acontecer uma chuva significativa na incremental entre Paraibuna e Santa Bran-
ca, haverá a necessidade de irem à contramão de tudo, aumentando em Paraibuna
para não deixar Santa Branca entrar em volume morto. Em relação à questão de Ja-
guari, acha que é muito menos saudável manter 30m³/s e haver uma pancada para
10m³/s concomitante com uma redução a montante, sendo que o ideal seria uma di-
minuição gradativa. Nesse momento a questão de otimização hidráulica é muito su-
perior a qualquer outra questão. De acordo com Paulo Diniz, agora é momento da
redução acontecer. Edson Falcão (INEA) disse que a questão é que se diminuir 10
m³/s de Jaguari por 15 dias, isso significa 2,4% do volume de Funil, e que esse valor
não é expressivo. O ONS tem autonomia para fazer o que julgar mais adequado. So-
licitou que como representante do INEA que essa decisão não fosse tomada enquan-
to o secretário do Rio de Janeiro seja consultado. Marcelo Carvalho (FURNAS)
propôs a aprovação da redução para 20m³/s em Jaguari e o Edson Falcão consultaria
o Secretário de Estado de Meio Ambiente do Rio de Janeiro e posteriormente infor-
maria a resposta até o final da semana a respeito da posição tomada. Complementou
informando que não é necessário postergar essa decisão até a próxima reunião do
grupo. Edson Falcão (INEA) disse que o posicionamento dele é que o grupo não
aprove antes da conversa com o secretário. Marcelo Carvalho (FURNAS) solicitou a
opinião da ANA. Antonio Augusto (ANA) lembrou que de acordo com a opinião do
Sr. Joaquim Gondim, se o grupo não chegar a uma decisão hoje (16/11) haverá a ne-
cessidade do grupo marcar uma reunião ainda na mesma semana para definir a deci-
são a ser tomada. Marcelo Carvalho (FURNAS) questionou a falta de tempo dele e
de outros integrantes do grupo para marcar a reunião na mesma semana. Humberto
Duarte (LIGHT) relatou que a defluência de Jaguari, até 10 m³/s era o mínimo pró-
ximos dias seja marcado uma reunião para tomada de decisão. Zeila Piotto (FIESP)
disse que poderiam a partir de 0h dessa sexta-feira (20/11) implementar a redução
para 25m³/s em Santa Branca como teste, desde que o protocolo de comunicação se-
ja feito e que os usuários sejam comunicados da existência desse protocolo. Apare-
cida Vargas (CEIVAP/ENERGISA) solicitou à ANA o repasse da lista de usuários
(email e endereço) para AGEVAP até amanhã (17/11) para que a comunicação do
protocolo seja feito. Paulo Diniz (ONS) apresentou uma proposta em relação à Ja-
guari. Dado o âmbito técnico, a proposta seria o ONS programar a redução de 30 pa-
ra 20m³/s e o governo do Estado do Rio de Janeiro caso identifique que não é ade-
quado que justifique tecnicamente. Edson Falcão (INEA) disse que ao adiar a redu-
ção da vazão de 10m³/s em Jaguari por 15 dias implicaria no aumento de 2% do vo-
lume útil de Funil e que esse aumento não causaria risco de vertimento em Funil e
133
que gostaria deste prazo para ter tempo hábil de consultar secretário sobre o assunto.
Paulo relatou que das outras vezes que uma instituição precisou consultar os superi-
ores era porque poderia afetar o uso múltiplo. E que descorda afirmar que 2 % do re-
servatório de Funil é pouca coisa. Edson Falcão (INEA) destacou que não está jo-
gando água fora, está guardando em Funil. Se precisar verter não será por causa des-
ses 2%. Só está solicitando que aguarde a posição do secretário por se tratar de Ja-
guari. Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que está com um impasse. O Inea não es-
tá querendo aceitar uma operação dentro do limite operativo já aprovado. Perguntou
se tem autonomia para operar sem consultar o grupo. Antonio Lima (ANA) concor-
da em parte com o que foi dito, disse que desde o início o grupo está tendo uma de-
cisão em consenso. Uma vez não obtida este consenso, a orientação é que se marque
uma nova reunião com todos os participantes para tratar desse assunto. Marcelo
Carvalho (FURNAS) perguntou se poderiam marcar uma próxima reunião daqui a
15 dias, desde que registrado que caso houvesse desperdício de água seria justifica-
do que não foi porque não houve consenso. O coordenador do grupo finalizou per-
guntando se alguém teria alguma restrição. Julio Cesar Antunes (Comitê Guan-
du/CEDAE) disse que como não é uma situação de extrema urgência, como a redu-
ção da vazão defluente de Santa Branca, o posicionamento do grupo pode ser adiado
para que posteriormente seja dado uma posição mais concreta. Marcelo Carvalho
(FURNAS) propôs que a decisão a respeito de Jaguari fosse postergada para a pró-
xima reunião daqui a 15 dias e pediu que a opinião do estado do Rio de Janeiro já
estivesse definida até a próxima reunião. Antonio Augusto (ANA) reiterou o pedido
de uma próxima reunião ainda na mesma semana. Paulo Diniz (ONS) sugeriu que o
INEA traga para a próxima reunião três avaliações técnicas de redução de Jaguari:
de 30 m³/s para 20 m³/s, de 30 m³/s para 10 m³/s e de 30 m³/s para 4 m³/s [...]
(AGEVAP, 16 nov. 2015).
Para finalizar, discutiram os impactos que esta redução traria, inclusive para as empre-
sas de energia.
[...]Edson (INEA) justificou que o impacto da redução imediata ou daqui a 15 dias
seria pouco expressivo. Aparecida Vargas (CEIVAP/ ENERGISA) lembrou que o
grupo não pode se esquecer que além das indústrias existem ainda os usuários de ge-
ração de energia, que tem interesse como os outros usuários. Humberto Duarte
(LIGHT) disse que essa redução proposta em Santa Branca de 30 m³/s para 25 m³/s
significa parar a usina,ou seja, deixar de gerar energia porque o mínimo para o fun-
cionamento das máquinas é de 30 m³/s.A partir disso vão começar a verter em Santa
Branca, uma vez que tecnicamente não é viável operar o gerador com menos de 30
m³/s. O representante da Light finalizou dizendo que o setor elétrico precisa ser lem-
brado e que não são contra reduzir para preservar armazenamento, mas isso não po-
de ser esquecido. Antonio Augusto Lima (ANA) disse que passou para o Sr. Joa-
quim Gondim (ANA) o impasse do Grupo. Se não chegarem a uma decisão no tem-
po expedito o GTAOH não terá participação na decisão, que será decidida entre os
órgãos gestores. Hiroaki Makibara (SSRH) disse que há algumas semanas atrás os
reservatórios de Funil e Jaguari estavam desequilibrados e esse foi o argumento que
o Sr Edson Falcão (INEA) utilizou insistentemente para que aumentasse a descarga
em Jaguari. Hoje, estão presenciando Jaguari cada vez mais diminuindo seu volume
de armazenamento e Funil aumentando seu volume e estão desequilibrados. Finali-
zou questionando o Sr. Edson Falcão a respeito se esta tese permanecer válida ou
não. Edson Falcão (INEA) disse que o argumento ainda é válido e que se o objetivo
é armazenar mais água nas cabeceiras por não reduzir a vazão em Paraibuna. Desta-
cou que se a decisão de aumentar Jaguari não tivesse tanto tempo postergada não es-
tariam nessa situação hoje. Não está contra a redução em Jaguari, só está pedindo
que a decisão do grupo seja postergada para a próxima reunião, após consulta ao se-
cretário, que solicitou que qualquer decisão a respeito de Jaguari fosse tomada com
seu conhecimento. Marcelo Carvalho (FURNAS) sugeriu levar esse assunto para a
próxima reunião assim como o estabelecimento do protocolo. Comentou ao Sr. Ed-
son Falcão (INEA) que nas próximas reuniões o INEA não pode vir para reunião
sempre dependendo da opinião do Secretário, que não está presente, pois isso faz
134
com que o Grupo perca agilidade. Edson Falcão (INEA) considerou injusto esse po-
sicionamento, tendo em vista que foi a primeira vez, em 1 ano e meio de reuniões,
que o INEA apresentou esse impasse e ressaltou que essa é uma pratica rotineira dos
representantes do Governo de São Paulo. Roberto Machado (ANA) disse que man-
tém o posicionamento da ANA que caso o grupo mantenha o consenso de uma pró-
xima reunião daqui a 15 dias, a ANA tentará agendar uma reunião de urgência para
que essa decisão seja tomada o mais rápido possível. Aparecida Vargas (CEI-
VAP/ENERGISA) disse que considera de extrema importância que o GTAOH não
perca o poder que o grupo conquistou e prefere que o grupo se esforce para realizar
uma próxima reunião o mais rápido possível. Vera Lúcia Teixeira (CBH-MPS) con-
cordou com a Sra. Maria Aparecida Vargas (CEIVAP/ENERGISA) que houve uma
conquista e não podem abrir mão. Sugeriu uma reunião na segunda- feira (23/11) [...
(AGEVAP, 16 nov. 2015).
A vigésima nona reunião, ocorrida em 30/11/2015, começou com os relatos dos mem-
bros do Estado do Rio de Janeiro, seguido da apresentação do ONS:
[...] Diogo Azevedo (LIGHT) disse que devido à chuva entre o trecho Funil e Santa
Cecília ocorreu um aumento de geração em alguns dias, sem mais problemas de ope-
racionalização. José Carlos Fioravante (CEDAE Interior) relatou que não encontra-
ram problemas, excetuando São João da Barra que no mês de outubro teve um tem-
po de parada de 50% devido a intrusão da cunha salina. Finalizou justificando a au-
sência do Sr. Julio Cesar Antunes (Comitê Guandu/CEDAE) e relatou que em rela-
ção ao Guandu não houve problemas. Joaquim Costa (GERDAU) disse que nos da-
dos do dia 17/11 até o dia de hoje (30/11) não obtiveram condutividade alta, o má-
ximo foi um pico de 380µS em alguns dias sendo que estão captando normalmente.
José Luiz Governo (CSA) mencionou que no período de novembro, mais especifi-
camente dia 18/11, tiveram um ponto apenas de condutividade alta e que desde esse
dia não tiveram nada a relatar. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou a respeito
da situação da FCC devido à ausência de um membro representante. Joaquim Costa
(GERDAU) disse que não tem informações, mas como a captação da FCC é colada
na deles provavelmente eles devem ter conseguido captar normalmente. Joaquim
Gondim (ANA) perguntou a respeito da situação da obra da soleira submersa. Joa-
quim Costa (GERDAU) disse que está quase concluída só falta colocar a sinalização
marítima como estava anteriormente, mas a questão estrutural já foi concluída [...]
(AGEVAP, 30 nov. 2015).
aumentada para 60m³/s durante uma hora. Dentro dessa situação, o representante do
ONS apresentou algumas soluções, a primeira seria a LIGHT praticar diariamente a
vazão pulso de 60m³/s ou uma outra prática que não traria nenhum dano que consis-
tiria em, no horário útil (8h30min às 20h30min), praticar uma máquina com vazão
de 30m³/s e o restante do dia mudaria a vazão para 20 m³/s. A expectativa que se
têm nos trechos onde começam as captações a jusante de Santa Branca, que essa va-
riação praticamente não exista [...] (AGEVAP, 30 nov. 2015).
sunto à área interna da LIGHT e irão procurar resolvê-lo. Daiane (SAAE JACAREÍ)
relatou que com a vazão em Santa Branca de 30m³/s a régua marcava 40 cm já com
a redução para 20m³/s a régua passou a marcar 15 cm, ou seja, uma diferença de 25
cm. Camila Silva (Fibria) disse que com a redução de 5m³/s baixou em torno de 15
cm, e como estão a montante da captação do SAAE Jacareí tiveram uma redução
menor, porém acredita ser uma condição critica. Marcelo Carvalho (FURNAS) per-
guntou quanto de redução de variação que a Petrobrás ainda aguenta. Daiane (SAAE
JACAREÍ) disse que eles têm um sistema de balsa flutuante e a suportação dela está
esticada no limite, quanto às reduções adicionais eles podem suportar um pouco,
mas seria interessante se não fizessem mudanças tão significativas para irem avali-
ando. Marcelo Carvalho (FURNAS) perguntou a respeito de modificações a serem
realizadas na balsa para solução do problema. Daiane (SAAE JACAREÍ) disse que
não tem como modificá-la, pois parte de suportação dela fica em uma curva externa.
Benedito Felipe Costa (SABESP) relatou que a preocupação da SABESP é maior
em Guararema, pois com a queda de 8 cm aproximadamente estão no limite, mas es-
tão se preparando para uma situação emergencial de até mesmo implantar uma cap-
tação flutuante, sendo que em qualquer anomalia farão contato. Quanto a São José
dos Campos eles estão em uma condição tranquila, sem nenhum problema aparente
e a jusante de Jaguari ocorre da mesma forma e hoje a situação é de acompanhamen-
to. Zeila Piotto (FIESP) propôs que a partir de segunda-feira (7/12) seja realizado
um teste com 23 m³/s, que é o limite operacional em Jacareí. Marcelo Carvalho
(FURNAS) disse a Zeila Piotto que a realização da proposta de intercalar as vazões
de 30 e 20m³/s, causará modificações mínimas e se houver impacto aciona-se o pro-
tocolo. Edson Falcão (INEA) disse que baseado na fala do Paulo Diniz pode ser co-
locado 6 horas operando com a vazão de 30m³/s, sendo que esse período será avalia-
do pela LIGHT e havendo necessidade a mesma tem autonomia para aumentar em
até 12 horas, e a outra vazão mínima teria que ser pactuada ou em 25 ou 23m³/s. Di-
ogo Azevedo (LIGHT) disse que se for acordado essas 6 horas, o ideal pra a LIGHT
que essas seis horas fosse dentro do horário comercial para ter pessoas operando. Se
praticarem 8 horas com 30m³/s e 16 horas com 23m³/s também dará a média utiliza-
da atualmente. Edson Falcão (INEA) falou que quanto mais economizarem melhor e
perguntou a Zeila Piotto se algo em torno de 5 cm causaria muito impacto para as
indústrias, visto que eles queriam implementar uma redução bem maior. Zeila Piotto
(FIESP) disse que como já foi dito pelo SAAE JACAREÍ, o mínimo operante é em
torno de 23m³/s, e portanto seria interessante que implementassem 23m³/s. Edson
Falcão (INEA) disse que pode ficar a princípio 23m³/s por 12 horas e 30m³/s durante
6 horas e a Srª Zeila Piotto poderia ao longo desse período junto ao setor industrial
levantar qual seria a folga de lâmina d’água existente em cada empresa, tirando fotos
e até elaborando, se possível, uma apresentação para a próxima reunião. Zeila Piotto
(FIESP) concordou com Sr Edson Falcão (INEA) e disse que fará o possível para
cumprir a pauta proposta. Marcelo Carvalho (FURNAS) confirmou que a partir das
8h30min de amanhã (01/12) começa a ser feito o aumento da vazão em Santa Bran-
ca para 30m³/s, a partir das 14h30min farão a diminuição para 23m³/s e depois será
repetido o ciclo sendo 6 horas com 30m³/s e 18 horas com 23m³/s [...] (AGEVAP,
30 nov. 2015).
com a ocorrência de desvios devidos a chuvas incrementais não controladas nos tre-
chos. Funil está operando com uma defluência mínima de 80 m³/s, para não se ter
problemas na captação de Barra Mansa. A respeito da previsão de chuva, relatou que
continua dentro de uma certa normalidade, destacando um fenômeno meteorológico
chamado Zona de Convergência do Atlântico Sul que pode ocorrer em dezembro,
com a presença de bastante chuva. Explicou que a configuração que compara a va-
zão de Santa Cecília de 2015 com 2014 já obteve um deslocamento de 111%, e o
armazenamento equivalente fechou ontem com 14,8%.Terminou mostrando o nível
de ascensão de Funil e a curva programada que estão seguindo ao longo dos dias,
destacando que neste momento eles têm a classificação normal de controle de chei-
as, e em função disso estão programando a defluência de Funil para 200 m³/s poden-
do aumentar. Marcelo Carvalho (FURNAS) acrescentou dizendo que desde sexta–
feira tem sido praticado 200 m³/s de vazão em Funil, e isso em Barra Mansa já vem
apresentando valores significativos chegando até 400 m³/s nas incrementais. Disse
que o controle de cheias já é uma realidade e nos próximos dias eles vão manter o
53% do volume útil. O representante da CSA perguntou se a vazão de 200m³/s em
Funil pode perdurar nos próximos 30 dias, visto que com essa vazão a CSA conse-
gue captar água de qualidade boa na porta da captação deles. Edson Falcão (INEA)
disse que é possível que isso aconteça mas é preciso se pensar como vai ser feita a
distribuição. Paulo Diniz (ONS) ressaltou que se em algum momento tiverem que
fazer o controle de cheia, significa que vão estar controlando uma cheia com 800
m³/s em Barra Mansa, tendo toda uma incremental até Santa Cecília. Para não agra-
var a situação de Barra Mansa eles vão recolher Funil o máximo que puderem [...]
(AGEVAP, 14 dez. 2015).
tante dinâmica e evita-se manobras bruscas. Julio Cesar Antunes (Comitê Guan-
du/CEDAE) disse que a ideia é tentar mecanismos. Joaquim Gondim (ANA) sugeriu
ao ONS passar o planejamento semanal. Paulo Diniz (ONS) disse que no caso do
Paraíba do Sul, dado a volatilidade e oscilação das vazões, o melhor produto seria a
programação diária, que tem uma janela móvel de dois dias a frente. Ele mencionou
que no caso, o ONS disponibilizaria para a AGEVAP e a AGEVAP disponibilizaria
o comunicado para o GTAOH. Relatou também que algo em torno do início de mar-
ço de 2016, na proximidade do final do período chuvoso, acredita ser uma época
oportuna para começar a pensar em outro gargalo que restringe o enchimento dos re-
servatórios, que é a locação dos volumes de espera para controle de cheia, onde uma
das variáveis é a vazão máxima. Considera que poderiam planejar uma janela meteo-
rológica de alguns dias de ausência de precipitação, com isso reencheriam Funil um
pouco acima do volume de espera para ao longo de uns 5 dias em campo testar as
vazões máximas, principalmente em Barra Mansa. Edson Falcão (INEA) achou a
ideia ótima e pediu para providenciarem, se possível, para a próxima reunião mos-
trar quanto esse impacto traz na necessidade de criar um volume de armazenamento.
Marcelo Carvalho (FURNAS) disse que pode pautar para uma futura reunião uma
apresentação do ONS com um estudo de sensibilidade das vazões de restrição em
Barra Mansa sobre os volumes de espera locados em Funil. Outro ponto seria a ideia
do Paulo Diniz de ir a campo verificar os impactos das cheias. Relatou que quando
houve rompimento de restrição eles foram a campo para resolver, e seria interessante
que a ANA, com o apoio do INEA, fizesse a inspeção. Joaquim Gondim (ANA) dis-
se que para tratar desse assunto seria ideal marcarem uma reunião presencial, especí-
fica, com a presença de técnicos especializados [...] (AGEVAP, 14 dez. 2015).
1.6 Discussões Geradas nos Comitês Estaduais para Bacia do Rio Paraíba do Sul – perí-
odo 2014-2015 – CBH- PS (SP) , CBH-MPS, CBH-BPSI, PIABANHA, Rio Dois Rios e
Guandu (RJ) , Preto Paraibuna e Pomba Muriae (MG)
1.6.1 Comitê da Bacia Hidrográfica Paraíba do Sul – CBH - PS
1.6.1.1. Reuniões ordinárias
Primeira reunião extraordinária de 2014, ocorreu no dia 28.05.14, não houve nenhuma discus-
são sobre a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul. Na segunda reunião extraordinária, ocor-
rida em 10.12.14, houve um comentário sobre a escassez hídrica:
[...] “Eng° Nazareno Mostarda Neto, que agradeceu a presença de todos e
salientou a importância deste comitê nas discussões que hoje envolvem o rio
Paraíba do Sul, em virtude da crise hídrica que o estado de São Paulo está
vivendo.”
[...] outra discussão foi aprovação da deliberação que autorga o direito a
transposição do CBH-PS ° 1 5/ 20 1 4 de 1 0. 01. 14 “ c om a s
c on di ci ona nt e s à e m i s s ã o de o ut or ga de i m pl a nt a ç ã o de
e m pr e e ndi m e nt o pa r a transposição de parte das águas da represa do
Jaguarí na bacia do rio Paraíba do Sul, para a represa do Atibainha, do
Sistema Cantareira e dá outras providencias” (SÃO PAULO, s/d).
2015
Extraordinária
No dia 08.09.15, ocorreu a primeira reunião extraordinária tendo como pauta
princiapal a segunda transposição na bacia do Rio Paraíba do Sul. A Sra Monica Porto
fez uma palestra para os membros do comitê sobre a Interligação entre as represas
Jaguari (Bacia do Rio Paraíba do Sul) e Atibainha (Bacia do Piracicaba), e a
importancia desta interligação para suprir as necessidades do Sistema Cantareira e para
macrometropole paulista. Foi uma reunião bastante tomultuada pois várias pessoas em
suas perguntas demonstraram muita preocupação em relação desperdicio de água e aos
impactos da obra para bacia do Rio Paraíba do Sul (SÃO PAULO, s/d).
142
A primeira reunião ordinária, ocorrida em 20.03.14, não houve nenhuma discussão so-
bre a escassez hídrica (CBH-MPS, 20 mar. 2014). Na segunda reunião ordinária, ocorrida em
03.06.14, houve assinatura de plano de saneamento para os municípios e apresentação do ba-
lanço hídrico pela empresa que estava fazendo o plano para o CEIVAP (CBH-MPS, 3 jun.
2014). Na terceira reunião ordinária, ocorrida em 09.09.14, não houve nenhuma discussão
sobre a escassez hídrica (CBH-MPS, 9 set. 2014). Na quarta reunião ordinária, ocorrida no dia
13.11.14, houve uma manifestação da presidente sobre a escassez hídrica: “[...] comunicou
sobre a reunião realiza com os prefeitos no dia 12 de novembro que discutiu sobre a escassez
hídrica e os impactos da possível transposição (CBH-MPS, 13 nov. 2014).
Na primeira reunião ordinária de 2015, ocorrida 29.01.2015, o tema escassez hídrica,
foi destacado pela presidente [...] “falou sobre a escassez hídrica e apresentou um cenário
alarmante sobre os reservatórios da bacia, alegando que a tendência é a crise piorar. Ela incen-
tivou a economia de água e a infusão dessa ideia onde for possível [...]”. Outros representan-
tes também se posicionaram sobre a crise hídrica, lembrando da crise vivida na região em
2003 (CBH-MPS, 29 jan. 2015).
Na segunda reunião ordinária, ocorrida no dia 10.06.2015, a escassez hídrica foi um
item de pauta e a Diretoria, falou da situação dos níveis dos reservatórios e a dos níveis muito
baixo do rio Paraíba do Sul (CBH-MPS, 10 jun. 2015). Na terceira reunião ordinária, ocorri-
da no dia 13.08.2015, a escassez hídrica foi citada e anunciou-se que haveria algumas entre-
vistas na TV Rio Sul e que o Comitê Médio Paraíba do Sul iria participar (CBH-MPS, 13 ago.
2015).
A quarta reunião ordinária, ocorrida no dia 12.11.15, ocorreu junto com o II fórum do
rio Preto, a crise hídrica foi citada por vários dos presentes, mas na bacia rio Preto um grande
afluente do rio Paraíba do Sul (CBH-MPS, 12 nov. 2015).
143
1.6.5. Comitê da Bacia hidrográfica do rio Piabanha e das sub-bacias hidrográficas dos
rios Paquequer e Preto
21.10.14, não houve discussão sobre a escassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 21 out.
2014).
Na sexta reunião ordinária, ocorrida no dia 09.12.14, houve várias discussões locais,
mas um ponto de pauta foi a transposição para São Paulo.
[...] O Sr. Paulo Leite falou que a transposição afeta indiretamente o Comitê Piaba-
nha, pois existe o receio de que a redução de água no Rio Paraíba do Sul restrinja o
uso de água dentro da região hidrográfica do comitê Piabanha. Apresentou a nota
técnica da Agencia Nacional de Água sobre o tema da transposição do Rio Paraíba
do Sul. Falou sobre o acordo entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro, mediado pelo Ministro do STF, Luiz Fux, que permitiu a transposição do
Rio Paraíba do Sul, para abastecer a região metropolitana de São Paulo. Falou tam-
bém que o acordo dispõe que quando a necessidade de água for do Rio Paraíba do
Sul a transposição poderá ser feita do Sistema Cantareira, ou seja, de forma contrária
[...] (COMITÊ PIABANHA, 9 dez. 2014).
Na primeira reunião de 2015, ocorrida em 24.02.15, não houve nenhuma discussão so-
bre a escassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 24 fev. 2015). Na segunda reunião, ocorrida
no dia 28.04.15, eles discutiram o recursos para o PSA hídrico do CEIVAP, e um dos conse-
lheiros falou da importância deste projeto para enfrentamento da crise hídrica [...] “O Sr. José
Carlos Porto, falou que se o pensamento for isolado e cada um só se preocupar com a sua re-
gião hidrográfica a crise hídrica só se agravara [...]" (COMITÊ PIABANHA, 28 abr. 2015).
Na terceira reunião, ocorrida no dia 16.06.15, nesta reunião a discussões giram em
torno de assuntos locais, não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (COMITÊ
PIABANHA, 16 jun. 2015). Na quarta reunião, ocorrida no dia 18.08.15, não houve nenhuma
discussão sobre a escassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 18 ago. 2015).
Na quinta reunião, ocorrida no dia 20.10.15, não houve nenhuma discussão sobre a es-
cassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 20 out. 2015). Na quinta reunião, ocorrida no dia
15.12.15, não houve discussão sobre escassez hídrica (COMITÊ PIABANHA, 15 dez. 2015).
1.6.6. Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios do Guandu, da Guarda e Guarda Mi-
rim
Em 2014, houve nove reuniões sendo quatro ordinárias e cinco extraordinárias. A pri-
meira ordinária ocorreu no dia 27.02.2014 e não houve nenhuma discussão sobre escassez
hídrica (COMITÊ GUANDU, 27 fev. 2014). Segunda reunião ordinária ocorreu no 29.05.14,
no vigésimo nono dia do mês de maio de 2014. Os usuários do canal de São Francisco expu-
146
A terceira reunião ordinária ocorreu no dia 28.08.14, não houve nenhuma discussão
sobre escassez hídrica (COMITÊ GUANDU, 28 ago. 2014). A quarta reunião ordinária ocor-
reu no dia 11.12.14, não houve nenhuma discussão sobre escassez hídrica (COMITÊ GUAN-
DU, 11 dez. 2014).
Na primeira reunião extraordinária, ocorrida no dia 27.03.14, as discussões giraram
sobre o regimento interno não houve nenhuma discussão sobre escassez hídrica (COMITÊ
147
A segunda reunião ordinária ocorreu no dia 21.05.15; as discussões sobre a crise hídri-
ca da bacia do rio Paraíba do sul continuaram, havia uma grande preocupação das indústrias
em não conseguir armazenar água, para o período de maré alta em função da cunha salina.
[...]José Governo (TKCSA) fez um histórico sobre a crise hídrica que chegou a co-
nhecimento geral em 2014. Falou sobre a formação do GTAOH, que tem dois repre-
sentantes do Comitê Guandu: TKCSA e CEDAE. Prosseguiu falando sobre as auto-
rizações de redução de vazão e a relação disso com o problema da cunha salina.
Houve reuniões no Distrito Industrial de Santa Cruz, com a participação do Comitê e
das indústrias da foz. O mesmo falou sobre a ideia de reunir as captações e levar pa-
ra a estação da CEDAE. E da medida que armazena mais 15.000 m³ de água para
manter a operação das empresas. Falou sobre a ideia de implantar a soleira, e como
isso seria feito e as alterações de vazão decorrentes da obra. Governo (TKCSA) ex-
plicou que o protocolo junto ao INEA ajuda a alterar a vazão para combater a condu-
tividade. Preocupou-se com o desconhecimento de alguns dados de captação, polu-
entes e outros. Decio Tubbs (UFRRJ) afirmou que também já sugeriu o cadastro e as
informações de quanto os usuários estão captando. Maurício Ruiz (ITPA) pediu a
José Governo que dê uma perspectiva sobre as próximas operações hidráulicas e os
níveis dos reservatórios. Governo (TKCSA) informou que estão com 17% de capa-
cidade. Mario Amaro (P.M. Piraí) ressaltou que deve ser feita uma avaliação dessa
148
redução dos níveis. Foi feita avaliação em Barra do Piraí, e é necessária adequação
das captações. Abílio Faia (FCC) falou que a solução provisória da soleira vai durar
apenas dois anos, até que a adutora seja construída. E informou sobre a criação do
canal de comunicação com as comunidades de pescadores locais. José Luiz Governo
(TKCSA) destacou a importância da gestão de crise para combater os impactos da
escassez hídrica. Abílio Faia (FCC) também avaliou positivamente as reuniões entre
as empresas da região do Canal de São Francisco. Nelson Reis (OMA-Brasil) falou
sobre a importância da divulgação de informações e da discussão da Resolução nº11.
Decio Tubbs (UFRRJ) explicou que a Resolução será dividida em duas para atender
os âmbitos estadual e municipal. E falou também do Grupo de Trabalho formado pa-
ra trabalhar esta demanda [...] (COMITÊ GUANDU, 21 maio 2015).
A terceira reunião ocorreu no dia 23 de julho de 2015 as discussões sobre a crise hídri-
ca continuaram, os representantes dos usuários falaram da necessidade das empresas aumenta-
rem sua capacidade de armazenamento e a falta de informações em trabalharem com o volu-
me tão baixo.
[...]José Luiz Governo (TKCSA) atualizou informações a respeito da crise hídrica,
que começou a assolar a região no fim de 2013. Explicou a redução de vazão e a en-
trada da água salgada por conta das variações de maré. Alertou para as reduções de
vazão, que vão autorizar uma redução para 75m³/s. Relatou a necessidade das em-
presas de aumentarem sua capacidade interna. E mais tarde seria estudada uma adu-
tora de catorze quilômetros para chegar até a CEDAE. José Governo relembrou a
construção da soleira, que foi concluída e retardou a cunha salina. Porém, a captação
da TKCSA foi movimentada, e acabou sofrendo com a água salgada. Todas as obras
são muito grandes e precisam estar concluídas agora, por conta dos baixos volumes
dos reservatórios. Julho é o mês mais seco da série histórica, ou seja, desde que co-
meçou a prática de medir os níveis de chuva. Não há informações seguras a respeito
dos efeitos de trabalhar com uma vazão reduzida a esse ponto. A construção da adu-
tora resolve esses problemas de captação e reuso na região, mas isso ainda leva tem-
po [...] (COMITÊ GUANDU, 23 jul. 2015).
Em seguida falaram da importância das informações e que estas estão disponíveis nos
sites do Comitê Guandu e da AGEVAP.
[...]Julio Cesar Antunes (ABES) destacou o acesso às informações sobre a operação
hidráulica nos sites do Comitê Guandu e AGEVAP. Falou que a filosofia discutida
dentro do GTAOH é evitar a perda de qualidade e quantidade de água até que che-
gue o período chuvoso. O mesmo relatou houve um teste com a vazão por 12 horas
em 80 m³/s. Julio afirmou que tudo está sendo gerido para que não seja necessário
utilizar o volume morto até chegar em novembro. O rodízio para o uso de água entre
os setores de agricultura, energia e abastecimento já é realidade no PCJ. Julio Cesar
(ABES) informou que isso requer um nível de maturidade técnica muito grande.
Mauricio de Oliveira (SIMA) relacionou a crise hídrica à geração de energia elétrica
em capacidade máxima. Julio Cesar (ABES) fez um histórico da época anterior à
criação da ANA, onde não havia a noção do uso de reservatórios para os usos múlti-
plos. A geração de energia consumiu o volume dos reservatórios. Isso está provado.
O setor hidrelétrico ainda tem muita força. O Diretor Geral avaliou que, para mudar
a visão, é necessário mudar a operação da geração de energia. Será necessário res-
tringir. Não fosse a situação da crise, essa cultura não seria modificada. Infelizmen-
te, a política é baseada nisso. Julio encerrou dizendo que ainda segue o sistema de
alerta, destacou o quesito científico. O cenário político também prejudica a gestão de
água. Voltou a falar da apropriação do conhecimento sobre a questão de escassez hí-
drica. [...] (COMITÊ GUANDU, 23 jul. 2015).
149
1.6.7 Comitê da Bacia Hidrográfica dos dois afluentes mineiros dos rios Pomba e Muriaé
– COMPÉ
O COMPÉ se reuniu quatro vezes no ano de 2014, com duas reuniões extraordinárias
e duas ordinárias. A primeira e a segunda reunião extraordinária ocorreram no dia 20.02.2014;
a primeira extraordinária discussão foi sobre contratação de uma delegatária e a segunda foi
sobre aprovação cobrança na região do COMPÉ , não houve discussão sobre a escassez hí-
drica da bacia do rio Paraíba do Sul (COMPÉ, 20 fev. 2014).
A primeira reunião ordinária ocorreu no dia 20.02.2014 e nesta reunião discutiram al-
gumas outorgas da região, não falaram nada sobre a escassez hídrica da bacia do rio Paraíba
do Sul (COMPÉ, 20 fev. 2014). A segunda reunião ordinária ocorreu no dia 15.04.2014 e
nesta reunião, discutiram sobre o plano de bacia do CEIVAP, não discutiram nada sobre a
escassez hídrica da bacia do rio Paraíba do Sul (COMPÉ, 15 abr. 2014)
2015 - 1ª reunião ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica dos 2 afluentes mineiros
dos rios Pomba e Muriaé – COMPÉ., ocorrida no dia 08.04.2015. Um dos pontos de pauta foi
à discussão das ações emergenciais, frente à crise hídrica:
[...] os recursos da cobrança oriundos do exercício do último trimestre de 2014 e
também do exercício de 2015 não sejam destinados ao Plano de Aplicação Plurianu-
al – PAP, mas que sejam investidos em ações emergenciais na bacia, considerando
o estresse hídrico pelo período de estiagem. Explicou que essas ações, serão defini-
das mediante critérios da Câmara Técnica de acordo com relatório emitido pelos ór-
gãos gestores, após visita de vistoria nos municípios impactados [...] (COMPÉ, 8
abr. 2015).
a finalização e entrega do Plano. Foi solicitado pelo Sr. André Marques (AGEVAP),
que seja encaminhado ofício do município à AGEVAP solicitando providências no
sentido de fornecer informações sobre o andamento do processo de elaboração e so-
bre a entrega do Plano. O Sr. Carlos Eduardo Mendes (Prefeitura de Astolfo Dutra),
reforçou a colocação do Sr. Marcelo Lima quanto ao cumprimento dos prazos para
entrega dos Planos de Saneamento pelas empresas contratadas. O Diretor de Meio
Ambiente, Sr. Luiz Fernando Lavorato (Prefeitura Astolfo Dutra), lembrou da co-
brança por parte do Ministério Público quanto à conclusão dos planos de saneamen-
to em cumprimento à legislação [...] (COMPÉ, 8 abr. 2015).
Ata da 2ª reunião ordinária do COMPÉ , ocorrida no dia 29.10.15. Nesta reunião hou-
veram várias falas dos conselheiros , sobre a escassez hídrica e a necessidade de repensar os
usos, conforme podemos verificar abaixo:
[...] Ainda em relação às demandas das visitas técnicas que foram realizadas desta-
cou a preocupação com a baixa no volume de recurso hídrico a cada ano e comen-
tou também sobre as possíveis consequências das ações emergenciais que vem
acontecendo por particulares, como o caso dos poços semiartesianos que estão sen-
do feitos em diversas cidades de Minas Gerais. Oportunamente a Sra. Maria Apare-
cida Vargas (Energisa S. A.) mencionou que é necessário pensar em reservação de
água como uma alternativa viável diante da situação de escassez hídrica que se
apresenta em diversas regiões [...]O Sr. Renato Gomes (Prefeitura de Tocantins),
comentou sobre a escassez de água destacando que não existe produtor de água, o
que se pode fazer é aumentar a oferta de água e colocou que considera a necessida-
de de trabalhar as áreas de recarga como uma ação emergencial, e a Sra. Maria Apa-
recida Vargas (Energisa S.A.), considerou que a curto prazo é emergencial não dei-
xar faltar água aos domicílios, mas que a médio e longo prazos as áreas de recarga
podem ser consideradas como ação emergencial. O Sr. Aldeir Ferraz (Prefeitura de
Ubá), comentou sobre a situação crítica em Ubá pela escassez de água, e sobre a
importância do desenvolvimento dos municípios, destacando todavia que nos dias
atuais é necessário o planejamento urbano já prevê a reservação de água de forma a
permitir um racionamento futuro, desta forma é preciso cobrar garantias dos empre-
endedores desde o momento dos loteamentos, no sentido de assumir a responsabili-
dade em garantir reservatórios de água tratada que possa ser utilizada de forma ra-
cionada nos períodos de estiagem. Colocou ainda a inexistência de um plano de
contingência que dê resposta as dificuldades que vem surgindo pelo período de esti-
agem e comentou a situação dos mananciais, a situação dos produtores rurais que
dependem diretamente da água em suas atividades, considerando a necessidade de
investimento em técnicas que economizem a água, como a implantação de sistemas
de gotejamento, barraginhas e outros que beneficiem as áreas de recarga. A Sra. Ma-
ria Aparecida Vargas (Energisa S.A.), comentou que é necessário cobrar que na libe-
ração das outorgas seja informado os métodos de utilização dos recursos hídricos,
de forma a exigir adoção de métodos mais econômicos. Oportunamente informou
que em relação aos dois projetos aprovados pelo CEIVAP para Controle de Cheias
na bacia, ambos já estão sendo adequados para barramento para controle de cheias e
de reservação para o período de estiagem [...] (COMPÉ, 29 out. 2015).
1.6.8. Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Preto e Paraibuna
Realizaram-se seis reuniões ordinárias, mas em nenhuma delas foi discutida a escassez
hídrica do Rio Paraíba do Sul. Na primeira reunião ordinária, ocorrida em 20.02.14, não hou-
151
ve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 20 fev. 2014). Na
segunda reunião ordinária, ocorrida em 24.04.14, não houve nenhuma discussão sobre a es-
cassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 24 abr. 2014).
Durante a terceira reunião ordinária, ocorrida em 26.06.14, não houve nenhuma dis-
cussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 26 jun. 2014). Na quarta reunião
ordinária, ocorrida em 21.08.14, não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (CBH
Preto e Paraibuna, 21 ago. 2014). Na quinta reunião ordinária, ocorrida em 23.10.14, tampou-
co houve discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 23 out. 2014). Na sexta
e última reunião ordinária do ano, ocorrida em 27.11.14, não houve nenhuma discussão sobre
a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 27 nov. 2014).
Realizaram-se duas reuniões extraordinárias em 2014.
Na primeira reunião extraordinária, ocorrida em 10.04.14, não houve nenhuma discus-
são sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 10 abr. 2014). Durante a segunda reuni-
ão extraordinária, ocorrida em 10.04.14, também não houve nenhuma discussão sobre a es-
cassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 10 abr. 2014).
Em 2015 o comitê realizou seis reuniões ordinárias, na primeira reunião ordinária,
ocorrida em 26.02.2015, não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e
Paraibuna, 26 fev. 2015). Segunda reunião ordinária do ocorrida em 23.04.2015, houve uma
discussão sobre a escassez hídrica. Nessa reunião abordaram uma carta, a de número 09/2015,
que o comitê enviou à AGEVAP e ANA solicitando vistoria em dois municípios frente à crise
hídrica que estes estavam passando, sendo eles: Simão Pereira e Olaria (CBH Preto e Parai-
buna, 23 abr. 2015). Terceira reunião ordinária do ocorrida em 26.06.2015, houve fala do Pre-
feito de Belmiro Braga Sr. Sergio Candido Bomfart que expressou preocupação em relação a
escassez hídrica que a região vinha enfrentando (CBH Preto e Paraibuna, 26 jun. 2015).
Quarta reunião ordinária ocorrida em 20.08.2015, não houve nenhuma discussão sobre
a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 20 ago. 2015). Quinta reunião ordinária ocorrida
em 22.10.2015, não houve nenhuma discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Parai-
buna, 22 out. 2015). Sexta reunião ordinária ocorrida em 26.11.2015, não houve nenhuma
discussão sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 26 nov. 2015). Houve somente
uma reunião extraordinária, e esta ocorreu no dia 06.11.2015; não houve nenhuma discussão
sobre a escassez hídrica (CBH Preto e Paraibuna, 6 nov. 2015).
152
APÊNDICE II
ROTEIRO PARA FILMAGEM
Versão 2.0
Junho de 2015
Sumário
I. Introdução
V. Ações Realizadas
1
I. Introdução
1. A bacia do rio Paraíba do Sul passa por uma das piores secas dos últimos 84 anos
do histórico de dados. Como medida preventiva para o enfrentamento dessa crise de escassez
hídrica, a ANA vem emitindo resoluções que buscam preservar os estoques disponíveis de água
no reservatório equivalente desta bacia, composto pelos barramentos de Paraibuna, Santa
Branca, Jaguari e Funil. Este plano de ações complementares descreve medidas adicionais para
minimizar os efeitos deste período hidrológico crítico sob os diversos usos da água na bacia do
rio Paraíba do Sul. A primeira versão deste plano foi elaborada data de janeiro de 2015. Esta
segunda versão, de abril de 2015, inclui ações referentes ao monitoramento da qualidade da
água. Informes sobre o andamento das ações serão divulgados periodicamente.
2. A redução da vazão objetivo mínima em Santa Cecília tem sido objeto de
resoluções pela ANA desde maio de 2014, quando a vazão mínima afluente em Santa Cecília
passou de 190 m³/s para 173 m³/s. Desde então, novas reduções foram autorizadas: em agosto de
2014, a Resolução ANA nº 1.309 autorizou a flexibilização da vazão mínima afluente à
barragem de Santa Cecília para 160 m³/s, e em dezembro de 2014 a Resolução ANA nº 2.051,
autorizou a redução da vazão objetivo mínima à barragem de Santa Cecília de 190 m³/s para 140
m³/s, até 31 de janeiro de 2015. A Resolução nº 86, de 30 de janeiro de 2015, manteve essa
redução até 28 de fevereiro de 2015, e a Resolução nº 145, de 27 de fevereiro de 2015, reduziu o
limite mínimo de vazão afluente à barragem de Santa Cecília de 190 m³/s para 110 m³/s.
Ressalta-se que as resoluções foram elaboradas levando em conta os encaminhamentos das
reuniões do Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na
Bacia do Rio Guandu (GTAOH) do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba
do Sul (CEIVAP), que conta, entre outros, com a participação de representantes dos órgãos
gestores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
3. A redução de vazão é acompanhada de avaliações periódicas dos impactos da
medida sobre os diversos usos da água na bacia do Paraíba do Sul, que observam a partição da
diminuição de vazão que fluirá a jusante da barragem de Santa Cecília e da vazão de
bombeamento que alcança o rio Guandu, a jusante da Usina de Pereira Passos. Essas análises são
feitas pela ANA, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e pelo Governo do Estado
do Rio de Janeiro, com o apoio do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba
do Sul (CEIVAP) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu. Essas medidas também
levam em conta a importância da bacia do rio Paraíba do Sul para o abastecimento de várias
cidades, entre elas, as que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e a necessidade
das regras de operação dos reservatórios preservarem os usos múltiplos da água.
4. Tendo em vista a possibilidade do prosseguimento da atual situação de escassez
de água pela qual passa a bacia, é necessário que seja elaborado um Plano de Ações
Complementares para a gestão da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul.
5. Ressalta-se que as medidas propostas neste Plano deverão ser implementadas de
modo a priorizar o uso da água para abastecimento humano, conforme preconizado em
legislação pertinente, caso a atual situação de estiagem se estenda nos próximos meses.
6. Este documento apresenta uma proposta de Ações Complementares para a gestão
da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul.
11. A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul tem destacada importância no cenário
nacional por estar localizada entre os maiores polos industriais e populacionais do país e pelo
processo que envolve o gerenciamento de seus recursos hídricos. Caracteriza-se pelos
acentuados conflitos de usos múltiplos e pelo peculiar desvio das águas para a bacia hidrográfica
do rio Guandu com a finalidade de geração de energia e abastecimento de cerca de 9 milhões de
pessoas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro - RMRJ, formando o que foi chamado de
Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul.
12. O termo “Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul” foi escolhido para descrever
o intrincado e complexo conjunto de estruturas hidráulicas existentes nas bacias hidrográficas
dos rios Paraíba do Sul e Guandu, que interliga hidraulicamente as duas bacias.
13. O início das intervenções nesse Sistema data dos primeiros anos do século XX,
quando foi concluído o reservatório de Lajes, no Ribeirão das Lajes, em 1908, um dos
formadores do rio Guandu. Em 1913, ocorreu a primeira transposição das águas da bacia do
Paraíba do Sul para a vertente Atlântica por meio do reservatório de Tocos, no rio Piraí, que
deriva vazões para o reservatório de Lajes através de um túnel por gravidade.
14. Na década de 1930, foi implantada uma adutora de 72 km, derivando as águas do
Ribeirão das Lajes até o Derby Club, atual Estádio do Maracanã, para abastecimento do então
Distrito Federal, alcançando uma vazão superior a 5 m³/s, em 1949.
15. As principais barragens da bacia foram construídas entre as décadas de 50 e 70,
com as funções principais de geração hidrelétrica e regularização de vazões. Em 1952, a Estação
Elevatória de Santa Cecília – EE Santa Cecilia entrou em operação, com capacidade de desviar
até 160 m3/s do rio Paraíba do Sul, o que equivale a aproximadamente 54% da vazão natural
média deste rio no local, que corresponde a 296 m³/s (de 1931 a 2013). Entretanto, como a
barragem de Santa Cecília praticamente não possui capacidade de acumulação, ela não é capaz
de regularizar vazões, dependendo, assim, da regularização realizada pelos reservatórios
localizados a montante.
16. As águas recalcadas em Santa Cecília vencem um desnível de 15 m até o
reservatório de Santana, no rio Piraí, afluente do Paraíba do Sul, e, desse reservatório, são
recalcadas uma segunda vez em mais 35 m para o reservatório de Vigário. No Ribeirão Vigário,
as águas são finalmente desviadas, por gravidade, para a vertente Atlântica da Serra do Mar,
onde há o potencial energético de um desnível de aproximadamente 300 m, aproveitado,
atualmente, pelas usinas hidrelétricas em cascata de Nilo Peçanha, Fontes Nova, Pereira Passos e
a PCH Paracambi, justificando o esforço de transposição até a bacia do rio Guandu.
17. O rio Guandu, que em condições naturais teria uma vazão média de cerca de 25
m /s, recebe uma contribuição média de 146 m3/s do desvio Paraíba do Sul - Piraí e de 10 m3/s
3
22. A interligação das bacias dos rios Paraíba do Sul e Guandu une as bacias de forma
praticamente irreversível, e, por isso, não se recomenda a análise de seus recursos hídricos de
forma isolada. Como mencionado, o sistema se localiza numa das áreas de maior concentração
populacional e industrial do país, o que, numa bacia com disponibilidade hídrica limitada pela
sua pequena área de drenagem, gera problemas de conflito de uso de recursos hídricos.
23. O ponto mais crítico, em termos de escassez e de conflitos pelo uso dos recursos
hídricos, do sistema é justamente na EE Santa Cecília, onde é feita a divisão entre as águas que
serão bombeadas e as que seguirão para jusante da bacia. Por um lado, está o abastecimento de
cerca de 9 milhões de pessoas da RMRJ, além de indústrias e outros usuários. Por outro, estão
cidades e usuários que se ressentem de serem significativamente privados do uso dos recursos
hídricos da sua própria bacia, com destaque para o trecho imediatamente a jusante de Santa
Cecília, sujeito, em situações de afluências críticas, a vazões baixas e consequente deterioração
da qualidade da água. Adicionalmente, a operação de todos os reservatórios de montante da
bacia fica condicionada ao atendimento da vazão afluente a Santa Cecília.
24. Devido a sua complexidade, a sua importância e a diferentes configurações
institucionais e legais, desde 1970, a operação do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul tem
sido alvo de diversas regulamentações. O Decreto nº 68.324/1971, que aprovou o plano de
regularização do rio Paraíba do Sul, condicionou a operação dos reservatórios à manutenção de
descarga mínima para jusante de Santa Cecília de 90 m3/s e de bombeamento máximo de 160
m3/s. A Portaria DNAEE nº 22/1977 estipulou uma série de regras para o sistema, enquanto o
Decreto nº 81.436/1978 permitiu que, durante a ocorrência de situações hidrológicas críticas, a
vazão mínima a jusante de Santa Cecília fosse de 71 m3/s.
25. Com a criação da ANA, a definição das condições de operação de reservatórios
passou a ser uma atribuição dessa Agência que, para reservatórios do setor elétrico, é realizada
em articulação com o ONS. Nesse caso específico, a definição das condições de operação tem
sido efetuada envolvendo também os Comitês de Bacia, usuários de recursos hídricos, o poder
público em todas as suas esferas e os órgãos da sociedade civil, em sintonia com os fundamentos
de gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos.
26. Em 26 de maio de 2003, a ANA emitiu a Resolução nº 211, que dispôs sobre as
regras a serem adotadas para a operação do Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul, que
compreende, além dos reservatórios localizados na bacia, também as estruturas de transposição
das águas desse rio para o Sistema Guandu. Foram estabelecidas as seguintes regras de operação:
quando a vazão incremental entre Funil e Santa Cecília for maior que 110 m³/s, a
vazão emergencial de 71 m³/s a jusante de Santa Cecília deverá ser gradativamente
aumentada, até atingir o limite da vazão mínima normal de 90 m³/s;
28. O Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul é operado de forma centralizada pelo
ONS. Segundo esse Operador, a Política de Operação desse Sistema, tem como objetivo atender,
prioritariamente, aos requisitos de uso múltiplo da água. De acordo ainda com o ONS, a geração
de energia elétrica é consequência dos requisitos hidráulicos da Bacia, ditadas pelas restrições de
uso múltiplo conforme Resolução ANA nº 211/2003, que substituiu a Portaria DNAEE nº
022/1977.
29. Desse modo, a estratégia de operação para atender a vazão mínima afluente em
Santa Cecília, é feita por meio de um balanço hídrico que define a vazão defluente da UHE Funil
e, por consequência, as vazões defluentes das usinas de Paraibuna e Jaguari, situadas a montante
de Funil.
30. No período chuvoso, de novembro a abril, a geração é normalmente minimizada
nas usinas de cabeceira, Jaguari e Paraibuna, com geração dimensionada apenas para atender às
defluências mínimas, 10 m3/s e 30 m3/s, respectivamente.
31. No período seco, de maio a outubro, a geração das usinas de cabeceira é utilizada
para complementar os requisitos de afluência, para atender a vazão mínima afluente em Santa
Cecília. Segundo o ONS, o armazenamento da UHE Funil é conduzido a seu armazenamento
mínimo previsto, 10% do volume útil, para posteriormente serem utilizados os recursos dos
reservatórios de cabeceira.
V. Ações realizadas
32. Em razão das afluências médias observadas na bacia do rio Paraíba do Sul estarem
se configurando como as menores do histórico, a ANA, em 10 de fevereiro de 2014, enviou ao
ONS o Ofício nº 26/2014/AA-ANA, no qual solicitava atenção especial quanto à operação dos
reservatórios do SIN localizados na bacia do rio Paraíba do Sul, visando a preservar a segurança
hidráulico-hidrológica dos reservatórios do referido Sistema, de forma que não fossem afetados
os usos múltiplos, sobretudo o abastecimento das cidades.
35. Por meio da Carta ONS 0470/100/2014, de 1º de abril de 2014, o ONS encaminhou
à ANA a Revisão 2 da Nota Técnica 0043/2014, que continha a inclusão de uma simulação para
uma vazão mínima afluente em Santa Cecília de 173 m³/s que, de acordo com o ONS, era a
vazão necessária para o atingimento do armazenamento equivalente mínimo de 10% ao final do
mês de novembro de 2014. Em resposta (Ofício nº 76/2014/AA-ANA, de 8 de abril de 2014, a
ANA recomendou, como primeira medida, que o Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul
passasse a operar na vazão mínima afluente de 190 m³/s, em Santa Cecília, conforme
estabelecido pela Resolução ANA nº 211/2003.
redução da vazão afluente à Santa Cecília de 165 m³/s para 160 m³/s, após
implementação das medidas necessárias de adaptação das captações das cidades, por
parte dos Governos de São Paulo e Rio de Janeiro, com apoio da ANA;
edição, pela ANA, de resolução autorizando a redução da vazão afluente à Santa Cecília
de 165 m³/s para 160 m³/s, com ajuste das defluências dos reservatórios de Jaguari e
Paraibuna;
45. Em vista disso, foi emitida a Resolução ANA nº 1.309, de 29 de agosto de 2014,
autorizando a flexibilização da vazão mínima afluente à barragem de Santa Cecília para 160 m³/s
até 30 de setembro de 2014. Apesar da correspondência do CEIVAP ter solicitado autorização da
redução da vazão objetivo até o dia 31 de outubro de 2014, a autorização da ANA foi dada até o
dia 30 de setembro de 2014, mantendo-se a mesma sistemática utilizada em Resoluções
anteriores.
54. A situação dos reservatórios da bacia é divulgada pela ANA por meio de boletim
diário disponibilizado na página eletrônica da Sala de Situação da Agência no endereço:
http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/saladesituacao/default.aspx
55. A seguir, são apresentadas as medidas iniciais propostas por parte da ANA para a
gestão da crise hídrica na bacia do rio Paraíba do Sul.
VII.i. Proposta de utilização dos reservatórios de Paraibuna, Funil e Santa Branca, abaixo
dos seus níveis mínimos operacionais para geração hidrelétrica
56. A ANA entende que parte do volume armazenado disponível nos reservatórios de
Paraibuna, Santa Branca e Funil abaixo do nível mínimo normal para geração de energia elétrica
pode ser utilizado de forma emergencial para evitar a descontinuidade no atendimento aos usos
múltiplos da bacia.
57. Nesse sentido, a ANA consultou o ONS, em 7 de novembro de 2014, por meio do
Ofício n° 274/2014/AA-ANA, a respeito das providências que que estavam sendo adotadas no
sentido de manter a operação dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul com suas vazões
defluentes mínimas, conforme a Resolução ANA n° 211/2003 e o Contrato de Concessão
n°3/2004, caso seus níveis alcancem valores abaixo das cotas mínimas operacionais. Por sua vez.
o ONS, por meio da Carta ONS 1751/100/2014, encaminhou a consulta aos concessionários
instalados na bacia.
58. Em 19 de dezembro de 2014, o ONS enviou à ANA a Carta ONS 2031/100/2014
contendo as respostas obtidas a partir da consulta realizada junto aos agentes responsáveis pela
operação dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional – SIN localizados na bacia do rio
Paraíba do Sul. Na Carta CT/P/3002/2014, a CESP propõe a utilização do volume do
reservatório de Paraibuna até a cota 692,90 m, o que corresponde a 1,7m abaixo da cota mínima
operacional e à possibilidade de serem utilizados 162 hm³ adicionais. A CESP informa que essa
operação exigirá monitoramento contínuo para avaliar impactos eventualmente não conhecidos
ou considerados.
59. A CESP não recomenda a redução da cota mínima operacional do reservatório de
Jaguari, por “tratar-se de reservatório com características hídricas frágeis com volume
significativamente inferior ao de Paraibuna, com sérias interferências impactantes ao
abastecimento público, como a captação para o município de Santa Isabel”.
60. A Light informou, por meio da Carta P-019/14, de 19 de dezembro de 2014, que a
operação do reservatório de Santa Branca poderá ser realizada até a cota 595,0 m o que
corresponde a uma redução de 10 m no nível mínimo operacional desse reservatório.
61. No documento DO.E.073.2014, de 18 de dezembro de 2014, Furnas informa sobre
a possibilidade utilização de 60,1 hm³ adicionais por meio da redução do nível até a cota 440,0 m
do reservatório de Funil e recomenda que a utilização do volume morto não exceda 10 cm/dia,
para evitar problemas geotécnicos no maciço da barragem auxiliar de Nhangapi.
62. Nos três casos a operação se dará sem a geração de energia elétrica devido à
impossibilidade de as unidades geradoras operarem fora da faixa de queda para a qual foram
projetadas. Ademais, as concessionárias alertam sobre a possibilidade de surgirem impactos
adicionais sob o ponto de vista ambiental e de outros usos da água.
63. Adicionalmente, informa-se que o DAEE realizou consulta à CESP, por meio do
ofício DAEE-SUP-2035-2014, relacionada à minuta de resolução conjunta ANA, DAEE, IGAM,
INEA, elaborada pelo Grupo Técnico que avalia o projeto de interligação entre os reservatórios
Jaguari, na bacia do rio Paraíba do Sul, e Atibainha, na bacia do rio Piracicaba, especialmente
quanto à possibilidade de utilização de um volume adicional de até 425 hm3, abaixo do nível
mínimo operacional do reservatório de Paraibuna.
64. A CESP respondeu, por meio do ofício OF-P-3182-2014, com cópia para o ONS,
que “enquanto concessionária de geração de energia elétrica, não tem experiência em operar
reservatório em cotas inferiores às definidas nos projetos originais”, mas concluiu que “Portanto,
concordamos com a operação abaixo do nível operacional normal, ressalvando que esta operação
exigirá laudos técnicos específicos e monitoramentos contínuos relacionados ao
dimensionamento de projeto e às condições de segurança do aproveitamento, além das
necessárias autorizações desse DAEE, do ONS e dos órgãos reguladores atinentes à matéria”.
76. As demandas atuais foram consolidadas a partir dos seguintes dados: (i) usos
outorgados e em processo de regularização, localizados nos corpos hídricos de domínio da
União, constantes do banco de dados da ANA; (ii) usos outorgados e em processo de
regularização, localizados em corpos hídricos de domínio dos estados, encaminhados pelos
órgãos gestores estaduais; e (iii) estimativa dos usos existentes e não outorgados, encaminhada
pelos estados (Figura 3).
Figura 3: Consumos atuais nos trechos da bacia do rio Paraíba do Sul. (Fonte: DBR)
81. Dos 52 municípios banhados pelo rio Paraíba do Sul, ou seus reservatórios
formadores (Paraibuna e Paraitinga), 28 captam água do rio Paraíba do Sul para abastecimento
público e estão apresentados no Quadro 1.
Quadro 1. Municípios que captam no rio Paraíba do Sul para abastecimento público (Fonte:
Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, 2010)
População abastecida pelo rio Demanda média no rio
Município
Paraíba do Sul (hab.) Paraíba do Sul (L/s)
Aparecida/SP 34.498 92
Caçapava/SP 7.251 4
Guararema/SP 22.240 75
Jacareí/SP 170.803 517
Natividade da Serra/SP 2.788 9
Paraibuna/SP 5.131 12
Pindamonhangaba/SP 141.708 192
Redenção da Serra/SP 1.881 3
Santa Branca/SP 12.140 31
São José dos Campos/SP 469.000 1.578
Taubaté/SP 174.510 521
Tremembé/SP 16.251 32
Barra do Piraí/RJ 85.818 254
Barra Mansa/RJ 162.748 472
Cambuci/RJ 6.433 29
Campos dos Goytacazes/RJ 350.769 1.110
Itaocara/RJ 11.463 42
Paraíba do Sul/RJ 34.305 91
Pinheiral/RJ 18.948 53
Porto Real/RJ 13.655 42
Quatis/RJ 9.501 27
Resende/RJ 93.671 304
São Fidélis/RJ 24.590 79
São João da Barra/RJ 10.215 36
Sapucaia/RJ 4.659 33
Três Rios/RJ 68.158 206
Vassouras/RJ 19.154 58
Volta Redonda/RJ 255.584 737
82. Em 8 de novembro de 2014, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado
do Rio de Janeiro decidiu recomendar, à ANA, a adoção de ações preventivas adicionais para
enfrentar o eventual agravamento do estresse hídrico atual na bacia do rio Paraíba do Sul.
83. Assim, a ANA, que já vem acompanhando a situação de criticidade das captações
para abastecimento público ao longo da calha do rio Paraíba do Sul, propôs a execução de uma
campanha de vistorias às captações identificadas como, no mínimo, de médio risco no mapa
constante da Figura 4, de forma a identificar as medidas necessárias para adequação a atual
situação de escassez.
84. Estas vistorias foram realizadas por técnicos da ANA, DAEE, INEA e AGEVAP,
no período de 17 a 21 de novembro de 2014, acompanhados por representantes do Ministério da
Integração e dos operadores de saneamento (Sabesp, Cedae, Saaetri, Saae Jacareí e P.M.Santa
Branca). A coordenação do Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação
Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul do CEIVAP (GTAOH) disponibilizou uma vaga para
participação aos membros do grupo, contudo não houve inscrições.
87. Tendo em vista que a bacia do rio Paraíba do Sul passa por uma das piores secas
dos últimos 84 anos do histórico de dados e que o período chuvoso 2014-2015 se iniciou com as
piores vazões afluentes do histórico, a ANA, em articulação com os órgãos gestores de SP, MG e
RJ, o ONS e o CEIVAP, continuará buscando preservar os estoques disponíveis de água no
reservatório equivalente desta bacia, com possibilidade de emissão de novas resoluções que
reduzam ainda mais as vazões afluentes a Santa Cecília, bem como as vazões defluentes mínimas
dos reservatórios de Santa Branca e Jaguari.
88. Além disso, diante da possibilidade concreta de agravamento da crise hídrica,
recomenda-se aos responsáveis pela prestação dos serviços de abastecimento de água a
implementação de ações de adaptação das captações para abastecimento público no rio Paraíba
do Sul descritas neste documento.
89. Também, recomenda-se intensificar o monitoramento da qualidade da água em
pontos específicos da bacia, por meio da atuação dos órgãos estaduais responsáveis e apoio da
ANA, visando alertar os usuários quando da ocorrência de degradação da qualidade da água e
dar suporte às decisões quanto à operação dos reservatórios.
90. Identifica-se também a alternativa de utilização de volumes localizados abaixo
dos níveis mínimos operacionais dos reservatórios da bacia, de forma concomitante às
adequações das captações que dependem destes reservatórios.
91. Por fim, não se recomenda, no momento, a adoção de restrição de usos no rio
Paraíba do Sul. Contudo, esta alternativa não deve ser descartada no futuro, caso seja necessário
em função do agravamento da situação.
ANEXO 1
(Fichas Técnicas)
Plano de ações complementares – Rio Paraíba do Sul
Município/Distrito Santa Branca/SP
Caracterização
da captação
existente
Alternativas de
adequações
necessárias
Caracterização
da captação
existente
Alternativas de
adequações
necessárias
Caracterização
da captação
existente
Macrófitas Elevatória
Caracterização
da captação
existente
Caracterização
da captação
existente
Grade Stop-log
Caracterização
da captação
existente
Inoperante em operação
Estação Elevatória
de Água Bruta
Sucção fixa
(inoperante)
Barragens
de nível
Região do canal de
aproximação a ser
escavada
Ponto de captação de
Vassouras, no distrito Barão
de Vassouras (localização e
vista do rio no ponto de
captação)
Barragem de nível
na entrada do canal
de aproximação
Captação Matadouro, em
Barra do Piraí: tomada de
água flutuante à esquerda e
localização do ponto de
captação abaixo.
Captação
flutuante