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Teste de Avaliação Sumativa n.

º 3

Teste de Avaliação Sumativa n.º 3


MÓDULO 2
1. A identidade civilizacional da Europa Ocidental
2. O espaço português – a consolidação de um reino cristão ibérico

 Para cada resposta, identifique claramente o grupo e o item.


 Apresente as respostas de forma clara e legível.
 Todos os itens são de resposta obrigatória.
 Apresente apenas uma resposta para cada item.
 Utilize, de forma adequada, os conceitos específicos.

Grupo I
A Cristandade Ocidental face a Bizâncio e ao Islão

Doc. 1  Um emissário de Otão I no Império Bizantino (século X)

Em 968, o imperador do Sacro Império, Otão I, enviou um embaixador


a Constantinopla. Este relatou, mais tarde, a forma humilhante como
foi tratado pelo imperador bizantino, Nicéforo II.

[O imperador bizantino] fez-me muitas perguntas sobre o vosso poder


[de Otão I] e muitas outras a respeito dos vossos domínios e do vosso
exército. E quando lhe respondi com exatidão e verdade, disse-me:
“Mentes, os soldados do teu Senhor não sabem montar a cavalo nem
5 combater a pé […]”. E acrescentou, sorrindo: “A sua gula também
contribui para os impedir [de combater] pois o seu Deus é a sua
barriga e a sua bravura embriaguez”. […]
“E como supomos que compraste, para lhe ofertar [a Otão I], alguns
mantos preciosos, ordeno que no-los mostres: os que forem próprios
10 para vocês, podeis levá-los; aqueles que só são dignos de nós,
devolveremos o dinheiro e ficaremos com eles”.
Dito isto, confiscaram cinco valiosos mantos de púrpura, pois julgaram-
nos, a nós, e a todos os Italianos, Saxões, Francos […], a todas as
nações [do Ocidente] indignos de usar tais vestes. Que infâmia e que
15 ultraje! Estes homens moles, efeminados, […] mentirosos, vestem-se
de púrpura. E nós, autênticos heróis, homens enérgicos,
conhecedores da guerra, fiéis, caridosos, submetidos a Deus,
virtuosos, não o podemos fazer.

Liutprand, bispo de Cremona, Relatório da Missão a Constantinopla


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Doc. 2  A Cristandade Ocidental e o Islão (conjunto documental)

A O Papa Urbano II prega a Primeira Cruzada B Pregação de Maomé

Iluminura do Livre des Passages d'Outre-mer Iluminura de um manuscrito otomano


C D
Conquista de Jerusalém pelos Cruzados Cristãos são feitos prisioneiros, durante a
conquista muçulmana da Península Ibérica

Iluminura das Crónicas de Guillaume de Tyr Iluminura das Cantigas de Santa Maria

1. Grosso-modo, o Império Bizantino, visitado pelo embaixador de Otão I (Doc. 1),


corresponde
a) à zona de influência do bispo de Roma.

b) à zona de influência muçulmana.

c) ao Império Romano do Ocidente.

d) ao Império Romano do Oriente.

2. Compare a perspetiva do embaixador de Otão I e do imperador Nicéforo II acerca da


Cristandade ocidental (Doc. 1), quanto a dois aspetos em que se opõem.
Fundamente a sua resposta com excertos relevantes do documento.

3. Nomeie o livro sagrado no qual Maomé (Doc. 2B) registou os seus ensinamentos.

4. Ordene cronologicamente as imagens A, B, C e D (Doc. 2).


Escreva, na folha de respostas, a sequência correta das letras.
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Grupo II
A dinamização da vida económica
Doc. 1  A riqueza de Florença, no início do século XIV

Depois de um inquérito consciencioso, estimamos que, nesse período, viviam em Florença


25 000 homens de 15 a 60 anos, todos cidadãos. Desses contavam-se 1500 cidadãos
nobres e ricos […]. Podem calcular-se 1500 estrangeiros, viajantes e soldados, sem contar
os clérigos, monges e monjas com clausura. O território de Florença contava
5 aproximadamente 80 000 homens. […] Florença e os seus subúrbios possuíam 110 igrejas,
[…] cinco abadias de 80 monges cada, 10 ordens de frades, 30 hospitais com mais de mil
camas […].
As oficinas da arte della lana1 eram pelo menos duzentas, que fabricavam 70 000 a
80 000 peças de pano, de um valor de mais de um milhão e duzentos mil florins de
10 ouro; um bom terço dessa soma ficava na cidade, em proveito dos patrões. Mais
de 30 000 pessoas viviam dessa arte. Uns trinta anos antes, eram mais de
trezentas oficinas que fabricavam mais de cem mil peças de pano por ano; mas
esses eram panos grosseiros […] e de menos de metade do valor, porque nesse
tempo não se importava a lã inglesa e não se sabia o que se aprendeu mais tarde:
15 como trabalhá-la. Os armazéns da arte di calimala2, que trabalhavam com pano
francês e de além-Alpes, eram uns vinte; importavam anualmente mais de 10 000
peças, valendo 30 000 florins de ouro. Todas eram vendidas em Florença, sem
contar as que eram daí reexportadas.
Os bancos eram oito. As moedas de ouro que eram cunhadas subiam a 350  000 florins, por
vezes 400 000 cada ano […]. Não havia cidadão que não possuísse no campo uma
propriedade com uma casa bem construída.
Giovanni Villani (c. 1276-1348), banqueiro e diplomata florentino, Crónica

1. Fabrico de tecidos de lã.


2. Acabamento e comércio de tecidos de lã.

1. Explicite dois fatores que contribuíram para a prosperidade económica das cidades
europeias, no decurso dos séculos XI-XIII.
Os dois fatores devem ser fundamentados com excertos do documento.

2. Transcreva uma afirmação do texto que evidencie o ressurgimento da economia


monetária.

3. Identifique os novos agentes financeiros referidos no último parágrafo do documento.


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4. A dinamização do comércio europeu fez emergir polos económicos especialmente


ativos.
Associe três desses polos, que se encontram elencados na coluna A, aos elementos
que lhes correspondem na coluna B.
Todas os elementos da coluna B devem ser utilizados e cada um deles associado apenas a
um dos polos que constam da coluna A.
Escreva, na folha de respostas, apenas cada letra e os números que lhe correspondem.

Coluna A Coluna B

a) Hansa Teutónica 1) Comércio Mediterrânico

b) Região da Champagne 2) Nascimento da banca e de novas


práticas financeiras
c) Cidades italianas
3) Monopólio do comércio no Mar Báltico

4) Grandes feiras internacionais

5) Comércio de especiarias

6) Transporte das produções do Norte


da Europa por via marítima

7) Associação mercantil mais poderosa


da Europa.

Grupo III
Os senhorios em Portugal
Doc. 1  A confirmação de um senhorio (século XV)

D. Afonso, etc.
A quantos esta carta virem fazemos saber que o infante D. Henrique, duque de Viseu e
senhor da Covilhã, meu amado e prezado tio, nos disse que a ele fora feita doação de juro
e herdade pelo muito alto e muito virtuoso rei D. João I, meu avô […] da dita vila da Covilhã
5 com todas as rendas e direitos de jurisdição cível e crime […]. E que a carta que dela houve
[da doação] se molhou […] de tal forma que não se pode ler. [Por isso] determinamos em
nosso Conselho que lhe seja dada nova carta da dita vila da Covilhã e rendas e direitos e
jurisdição cível e crime daquela vila. […] e querendo fazer-lhe graça e mercê 1 […] damos e
outorgamos e fazemos livre e irrevogável doação […] com todos os direitos, foros 2, censos3,
10 emprazamentos4, tributos, pensões […] que nós nela temos e de direito teríamos.
Carta de confirmação da doação do senhorio da Covilhã ao Infante D. Henrique pelo rei D. Afonso V,
1449 (adaptada)

1. Favor e benefício, respetivamente.


2. Conjunto de direitos e obrigações consagrados pela lei ou pelo costume.
3. Imposto sobre a terra.
4. Arrendamentos a longo prazo.
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Doc. 2 O castelo templário de Tomar Doc. 4 A situação dos camponeses

Entre os que viviam da exploração agrária as


divisões eram muitas. […] Teríamos de
mencionar servos, colonos, herdadores. [...]. Os
tributos eram, em geral, muito elevados. Nas
5 terras exploradas a prazo ou a foro, o lavrador
tinha de pagar uma prestação-base (o foro)[ …]
e era ainda obrigado a muitas outras prestações
variáveis de terra para terra. […] Os serviços
pessoais ou jeiras eram de todos os mais
1 gravosos. Ocupavam um, dois, às vezes três
0 dias por semana em trabalho fora da própria
terra, para prestar serviço ao senhor ou ao rei.
Deviam-nos servos, colonos, pequenos
Construído na segunda metade do século XII em
terras doadas por D. Afonso Henriques aos proprietários [herdadores] […].
Templários, o castelo de Tomar foi uma das mais O foreiro ou arrendatário direto, tal como o
importantes fortificações de defesa da “linha do Tejo”. 1 pequeno proprietário, constituíam a camada
5 superior da população dos campos. […] Sob as
Doc. 3  Rendas do Mosteiro de Alcobaça suas ordens […] vivia um grupo bem mais
(século XIII) numeroso de servos e assalariados, que
efetuavam os trabalhos rudes e penosos.
Composição das rendas Ao longo dos séculos XII e XIII, o servo da
do Mosteiro de Alcobaça 2 gleba foi conquistando a sua liberdade e
0 transformando-se, quer em colono, quer em
trabalhador de jornal1. Passou a existir nos
Em dinheiro 45%
campos uma mão de obra flutuante que oferecia
os braços a quem deles precisava ou melhor
Em cereal 46,4% lhes pagava.
2 A. H. de Oliveira Marques, A Sociedade Medieval
5 Portuguesa, Esfera dos Livros, 2010
Demais géneros 8,6%
1. Trabalhador contratado e pago ao dia.

1. Refira dois motivos que explicam a doação de senhorios pelos monarcas portugueses.
Pelo menos um dos motivos deve ser fundamentado com informação dos Docs. 1 a 3.

2. Os Templários, aos quais se deve a construção do castelo de Tomar (Doc. 2),


eram uma ordem
a) beneditina.

b) religioso-militar.

c) defensiva.

d) régia.

3. Visto pertencer a uma ordem monástica, o senhorio de Alcobaça (Doc. 3) constituía


a) um alódio.
b) um reguengo.
c) uma honra.
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d) um couto.

4. Desenvolva o tema O poder senhorial e a situação económica e social das comunidades


rurais dependentes, apresentando dois elementos de cada um dos seguintes tópicos de
orientação:
 exercício do poder senhorial;
 exploração económica do senhorio;
 situação dos grupos sociais dependentes.
Na sua resposta, integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos 1 a 4.

Cotações

Grupo I

1. ................................................................................................................................................. 10 pontos
2. ................................................................................................................................................. 25 pontos
3. ................................................................................................................................................. 10 pontos
4. ................................................................................................................................................. 15 pontos

60 pontos

Grupo II

1. ................................................................................................................................................. 25 pontos
2. ................................................................................................................................................. 10 pontos
3. ................................................................................................................................................. 10 pontos
4. ................................................................................................................................................. 15 pontos

60 pontos

Grupo III

1. ................................................................................................................................................. 20 pontos
2. ................................................................................................................................................. 10 pontos
3. ................................................................................................................................................. 10 pontos
4. ................................................................................................................................................. 40 pontos
80 pontos

Total .......................................................................................................................................... 200 pontos

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