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IGREJA PRESBITERIANA EM ANTÔNIO GONÇALVES

Culto de Doutrina – Quinta-feira


Reverendo José Renato do Rosário
18 de Março de 2010 EDIÇÃO Nº:01
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6° MANDAMENTO: NÃO MATARÁS


E A SANTIDADE DA VIDA.
“A santidade da vida é uma determinação divina e isso é evidente no sexto mandamento. A
inferência desse mandamento é que todas as ações que prejudiquem a integridade física do
próximo, são passos preliminares de atentado à vida e constituem quebra do sexto mandamento.
Essa visão bíblica de santidade da vida, encontrada neste mandamento e em passagem da Palavra
de Deus, contrasta com os costumes dos povos pagãos daquela época, que rodeavam a nação de
Israel, onde a vida humana era algo considerado sem valor ao ponto de muitas cerimônias
religiosas prescreverem o sacrifício humano de forma banal e corriqueira”. (Presb. Solano Portela)
O Sexto Mandamento segue a orientação de regulamentar o relacionamento entre os filhos de
Deus e, portanto, a Santidade da Vida é declarada aqui neste Mandamento. A vida deve ser respeitada,
protegida e preservada.
Nosso estudo tem dois objetivos: 1°. Considerações sobre o 6° Mandamento e, 2°.
Considerações sobre a Pena de Morte.
Vejamos as perguntas 134 a 136 do Catecismo Maior de Westminster.
Pergunta 134. Qual é o sexto mandamento?
R: O sexto mandamento é: “Não matarás.”
Ref.: Ex 20.13
Pergunta 135. Quais são os deveres exigidos no sexto mandamento?
R: Os deveres exigidos no sexto mandamento são todo o cuidado e todos os esforços legítimos para
preservar a nossa vida e a de outros, resistindo a todos os pensamentos e propósitos, subjugando todas
as paixões e evitando todas as ocasiões, tentações e práticas que tendem a tirar injustamente a vida de
alguém por meio de justa defesa dela contra a violência; por paciência em suportar a mão de Deus;
sossego de espírito, alegria de coração e uso sóbrio da comida, bebida, remédios, sono, trabalho e
recreios; por pensamentos caridosos, amor, compaixão, mansidão, benignidade, bondade,
comportamento e palavras pacíficas, brandas e corteses; a longanimidade, prontidão para ser
reconciliado, suportando pacientemente e perdoando as injúrias, dando bem por mal, confortando e
socorrendo os aflitos, e protegendo e defendendo os inocentes.
Ref.: Ef 5.29; Sl 82.4; Mt 5.22; Jr 26.15,16; Ef 4.26; Pv 22.24,25; I Sm 25.32,33, Pv 1.10,11,15; I Rs
21.9,10,19; Gn 37.21,22; I Sm 24.12; I Sm 26.9-11; Pv 24.11,12; I Sm 14.45; Lc 21.19; Hb 12.5; Sl
37.8,11; Pv 17.22; Pv 23.20; Pv 23.29,30; Mt 9.12; Sl 127.2; II Ts 3.10,12; Mc 6.31; I Tm 4.8; I Co
13.4,5, I Sm 19.4,5; Rm 13.10; Zc 7.9; Cl 3.12; Rm 12.18; I Pe 2.20; Rm 12.20,21; Mt 5.24; I Ts 5.14;
Mt 25.35,36; Pv 31.8,9; Is 58.7.
Pergunta 136. Quais são os pecados proibidos no sexto mandamento?
R: Os pecados proibidos no sexto mandamento são: o tirar a nossa vida ou a de outrem, exceto no caso
de justiça pública, guerra legítima, ou defesa necessária; a negligência ou retirada dos meios lícitos ou
necessários para a preservação da vida; a raiva pecaminosa, o ódio, a inveja, o desejo de vingança;
todas as paixões excessivas e cuidados demasiados; o uso imoderado de comida, bebida, trabalho e
recreios; as palavras provocadoras; a opressão, a contenda, os espancamentos, os ferimentos e tudo o
que tende à destruição da vida de alguém.
Ref.: At 16.28; Gn 9.6; Nm 35.31,33; Hb 11.32-34; Ex 22.2; Mt 25.42,43; Mt 5.22; I Jo 3.15; Pv
14.30; Rm 12.19; Tg 4.1; Mt 6.31,34; Lc 21.34; Ex 20.9.10; I Pe 4.3,4; Pv 15.1; Pv 12.18; Is 3.15; Nm
35.16; Pv 28.17.
Fica claro, nestas perguntas e nas suas respostas, o cuidado com a preservação da vida e nossa
tarefa de pacificadores. Não podemos ser cúmplices ou omissos quando vidas estiverem em risco, além
de entendermos o nosso papel de continuar com a vida sobre a Terra.
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IGREJA PRESBITERIANA EM ANTÔNIO GONÇALVES
Culto de Doutrina – Quinta-feira
Reverendo José Renato do Rosário
18 de Março de 2010 EDIÇÃO Nº:01
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6° MANDAMENTO: NÃO MATARÁS


E A SANTIDADE DA VIDA.

A APLICABILIDADE DA LEI DE DEUS EM NOSSOS DIAS

Jesus Cristo e os Dez Mandamentos


Jesus Cristo demonstra sua afirmação de que não veio para anular, ou abolir,
a Lei, mas sim para cumpri-la, no incidente com o Jovem Rico, em Mateus 19:16-26
e em Marcos 10:17-22:
1. O jovem apresentou-se como tendo cumprido todos os mandamentos, mas
mesmo assim inquiria como alcançar a vida eterna.
2. Jesus começou perguntando sobre os últimos 6 mandamentos, um a um...
(nossas obrigações para com os nossos semelhantes).
3. Ele respondeu que tudo aquilo havia cumprido.
4. Jesus, entretanto, não chegou a enunciar o último mandamento (Não
cobiçarás...).
5. Em vez disso colocou um teste prático sobre a cobiça, mandando que ele
vendesse tudo o que tinha e distribuísse com os pobres.
6. Nesse momento ele evidenciou a cobiça existente no seu coração e retirou-
se triste, mostrando que não cumprira nem o primeiro mandamento, pois amava
algo, mais do que a Deus.
7. Note que Jesus, nunca aventou a possibilidade de que aquelas obrigações
eram hipotéticas ou superadas pela “nova dispensação”, ou de que o Jovem Rico
não estava mais “sob a Lei Moral de Deus, mas sob a Graça.” Em vez disso, Cristo
derrotou o argumento dentro da própria obrigação que o jovem possuía, de cumprir
a lei, demonstrando que sua alegação de cumprimento era falsa.
Consideramos, desta forma, a Lei Moral de Deus válida para nossa época. A
santidade da vida do homem, criado à imagem e semelhança de Deus, contida nesta
Lei, ainda subsiste. Subsistem, consequentemente, as sanções à retirada desta
vida, ou seja a aplicação da Pena de Morte não foi revogada, como estamos
ainda a demonstrar.
O 6º Mandamento e a Pena de Morte
Nosso entendimento, é de que, precisamente o sexto mandamento, reforça a aplicação da Pena
de Morte, ou seja, ele não é, em momento algum, uma proibição à aplicação da Pena de Morte.
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Culto de Doutrina – Quinta-feira
Reverendo José Renato do Rosário
18 de Março de 2010 EDIÇÃO Nº:01
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Este mandamento (Ex. 20:13) enfatiza a santidade da vida. O que temos aqui é Deus dando
uma determinação bastante objetiva, proibindo o assassinato (“Não Matarás”, significa,
linguisticamente: não cometerás assassinato), ou seja: nenhum indivíduo tem o direito de tirar a vida
de outro. Não se aplica, portanto, aos governos constituídos que, exercitando o mandato e a autoridade
concedida por Deus, passassem a aplicar a justiça e a reforçar o sexto mandamento, com a aplicação
da Pena de Morte. A Lei Civil de Israel prescrevia a Pena de Morte em várias instâncias e ocasiões e
nenhum profeta ou servo de Deus aventou a possibilidade de que estas leis civis, também dadas por
Deus, estivessem contrárias ao sexto mandamento.
O Princípio da Retribuição
Voltando ao aspecto da Lei Civil de Israel, dos crimes e de suas punições, dissemos que a não
aplicabilidade da Lei Civil aos nossos dias não deveria nos isentar de pesquisarmos os princípios por
trás daquela legislação. Verificamos, assim, que um dos princípios básicos nas punições, era o da
retribuição.
A Pena de Morte, estabelecida por Deus previamente à Lei Civil, obedece a este princípio da
retribuição. No detalhamento da Lei Civil ou Judicial, do Estado de Israel, aprendemos também que a
execução desta sentença não foi dada desqualificadamente a indivíduos ou organizações fora do
governo constituído. A prova disto é a própria instituição das Cidades de Refúgio, estabelecidas por
Deus em Números 35:9-34. Nestas cidades, até os assassinos confessos e declarados mereciam
proteção temporária da fúria vingativa dos parentes próximos das pessoas assassinadas, pois o direito
de fazer pagar a vida com a vida não havia sido delegado indiscriminadamente aos parentes ou aos
amigos, mas a instituição do governo e somente após o julgamento devido.

No capítulo XXIII da Confissão de Fé, intitulado “Do Magistrado Civil”, encontramos a


referência ao governo civil, e de que Deus os “...armou com o poder da espada” para atuação em
quatro áreas:

a. para defesa dos bons,

b. para incentivo dos bons,

c. para castigo dos malfeitores,

d. para fazer licitamente a guerra, havendo ocasiões justas e necessárias.

Da mesma forma que a execução de uma guerra implica em mortes, é óbvio que a utilização da
espada, no castigo dos malfeitores, implica na pena de morte, dentro dos limites de utilização e de
autoridade delegada e traçada por Deus.

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