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Igreja Presbiteriana de Antônio Gonçalves - IPAG

Culto de Doutrina – Quinta-feira


Reverendo José Renato do Rosário
22 de Outubro de 2020 EDIÇÃO Nº:02
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3° MANDAMENTO: GUARDANDO A
REPUTAÇÃO DE DEUS
Devemos lembrar aqui, mais uma vez, o propósito de Deus em entregar aos seus filhos a
Sua Lei Moral (os 10 Mandamentos): Para regulamentar a adoração ao Senhor, ou seja, o que
devemos fazer que O agrada, nada mais e nada menos.
No primeiro Mandamento, o Senhor nos orienta a adoração EXCLUSIVA de Sua
Pessoa Santa, Única e Todo-Poderosa. No segundo Mandamento, Deus já nos alerta sobre a
falsa adoração ou a adoração fantasiosa e agora, no terceiro Mandamento “Não tomarás o
nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o
seu nome em vão”, temos a orientação de que não devemos falar o nome de Deus
indignamente. Esse medo era tão real entre os judeus que eles não pronunciavam o nome de
Deus em suas leituras e conversas, apenas o escrevia.
O Presbítero Solano Portela escreveu a seguinte afirmação em seu livro: A Lei de Deus
Hoje: “Existem muitas maneiras de quebrar o terceiro mandamento. A quebra não é o simples
pronunciar do nome de Deus, mas ocorre sempre que o nome do Senhor é utilizado de forma
incorreta ou leviana.”
O nome de Deus deve fazer parte de nossa adoração obediente, pois ele é o nosso objeto
de crença, deve ser invocado em nossas orações (portanto, não devemos orar de qualquer
maneira) e o mais importante, o nome de Deus deve ser proclamado, bendito e exaltado por
todos os seus filhos.
ERROS COMETIDOS QUANTO AO 3° MANDAMENTO?
1°) HIPOCRISIA: Stephen Charnock escreveu: “É algo triste, ser um cristão na ceia,
um gentio em nossas lojas e um demônio em nossos aposentos particulares.”
Devemos entender que, uma vez filhos de Deus, nossas vidas estão ligadas à Pessoa
Santa de Deus, ou seja, nas acusações que receberemos, o nome de Deus também será
atingido, causando assim a má reputação;
2°) HERESIA: “Assim como usar Deus como um mascote para nossos próprios
interesses traz desonra a seu nome, assim também usar a Bíblia para apoiar a heresia é um
exercício perigoso para a alma.” (Michael Horton). Porém, esse não é o único erro. Quando
no sermão a vida do pregador e sua história é a fonte de nossa aprendizagem, Deus também
não está recebendo a honra devida.
3°) BLASFÊMIA: Blasfemar é proferir palavras que insultam, ridicularizam. Quando
usamos o nome de Deus de qualquer forma, ou em momentos inadequados, isso é blasfêmia.
Já que falamos sobre blasfêmia, é oportuno abordar de forma resumida um assunto que
deve ser bem entendido: O pecado imperdoável da blasfêmia contra o Espírito Santo.
A seguir, apresento um resumo do que Louis Berkhof coloca sobre o assunto em sua
obra Teologia Sistemática da Editora Cultura Cristã em forma de tópicos:
 O título “pecado contra o Espírito Santo” é demasiado geral, pois também há pecados contra o
Espírito Santo que são perdoáveis, Ef. 4.30. A Bíblia fala mais especialmente de “falar contra
o Espírito Santo”, Mt 12.32; Mc 3.29; Lc 12.10. Evidentemente, é um pecado cometido
durante a presente vida, pecado que torna impossíveis a conversão e o perdão;
 O pecado consiste na rejeição e calúnia consciente, maldosa e voluntária, e isso contra as
evidências e respectiva convicção do testemunho do Espírito Santo a respeito da graça de Deus
em Cristo, atribuindo-o, por ódio ou inimizade, ao príncipe das trevas;
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Igreja Presbiteriana de Antônio Gonçalves - IPAG
Culto de Doutrina – Quinta-feira
Reverendo José Renato do Rosário
22 de Outubro de 2020 EDIÇÃO Nº:02
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 E, depois, o pecado mesmo consiste, não em duvidar da verdade, nem numa simples negação
dela, mas sim numa contradição dela que vai contra a convicção da mente, a iluminação da
consciência, e até mesmo contra o veredicto do coração;
 A raiz desse pecado é o consciente e deliberado ódio a Deus e a tudo quanto se reconhece
como divino. É imperdoável, não porque a sua culpa transcende os méritos de Cristo, ou
porque o pecador esteja fora do alcance do poder renovador do Espírito Santo, mas, sim
porque há também no mundo de pecado certas leis e ordenanças estabelecidas por Deus e por
Ele mantidas;
 Daí, nos que cometeram esse pecado podemos esperar ver um pronunciado ódio a Deus, uma
atitude desafiadora para com Ele e para com tudo quanto é divino, um prazer em ridicularizar e
difamar aquilo que é santo, e um desinteresse absoluto quanto ao bem-estar da alma e à vida
futura. Em vista do fato de que esse pecado não é seguido pelo arrependimento, podemos estar
razoavelmente seguros de que os que receiam havê-lo cometido e se preocupam com isso, e
desejam as orações doutras pessoas por eles, não o cometeram.
A seguir, vamos trabalhar com o Catecismo Maior de Westminster nas suas perguntas:
112 a 114. O texto a seguir é exatamente como está no Catecismo.
Pergunta 112. O que se exige no terceiro mandamento?
R: O terceiro mandamento exige que o nome de Deus, os seus títulos, atributos,
ordenanças, a Palavra, os sacramentos, a oração, os juramentos, os votos, as sortes, suas obras
e tudo quanto pelo que Deus se faz conhecer, sejam santa e reverentemente usadas em nossos
pensamentos, meditações, palavras e escritos, por uma profissão santa e um comportamento
conveniente, para a glória de Deus e para o nosso bem e o do nosso próximo.
Pergunta 113. Quais são os pecados proibidos no terceiro mandamento?
R: Os pecados proibidos no terceiro mandamento são: o não usar o nome de Deus como
nos é exigido e o abuso dele por uma ignorante, vã, irreverente, profana, supersticiosa ou ímpia
menção, ou outro modo de usar os títulos, atributos, ordenanças, ou obras de Deus; a
blasfêmia, o perjúrio, votos e sortes ímpios; a violação dos nossos juramentos e votos quando
lícitos, e o cumprimento deles, se por coisas ilícitas; a murmuração e as queixas, contra os
decretos e providência de Deus; a pesquisa curiosa e má aplicação dos mesmos a má
interpretação, a má aplicação ou qualquer perversão da Palavra, ou de qualquer parte dela; as
zombarias profanas, questões curiosas e sem proveito, vãs contendas ou a defesa de doutrinas
falsas; o abuso da Palavra, das criaturas ou de qualquer coisa compreendida sob o nome de
Deus, para encantamentos ou concupiscências e práticas pecaminosas; a maledicência,
desprezo, vituperação, ou qualquer oposição à verdade, graça e caminhos de Deus; a profissão
da religião por hipocrisia ou para fins sinistros, o ter vergonha da religião ou o ser uma
vergonha para ela, por meio de uma conduta inconveniente, imprudente, infrutífera e ofensiva,
ou por apostasia.
Pergunta 114. Quais são as razões anexas ao terceiro mandamento?
R: As razões anexas ao terceiro mandamento, contidas nestas palavras: "O Senhor, teu
Deus", e, "porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão", são porque
ele é o Senhor e nosso Deus, portanto o seu nome não deve ser profanado nem por forma
alguma abusado por nós; especialmente porque ele estará tão longe de absolver e poupar os
transgressores deste mandamento, que não os deixará escapar de seu justo juízo, embora
muitos escapem das censuras e punições dos homens.

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