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Ciência e religião: diálogos e aproximações

Julio Hideyshi Okumura

A ciência e a religião têm uma história de amor e ódio. Marcelo


Gleiser – astrofísico brasileiro premiado Prêmio Templeton em 2019
(prêmio já recebido por Dalai Lama e considerado como “nobel” da ciência
e religião), comenta que esses dois polos de pensamento e cosmovisão já
passaram por momentos de polarizações e aproximações.

Atualmente, afirma Gleiser, a ciência e a religião têm


proporcionado bons debates. Em seu livro “O caldeirão azul” (editora
Record, 2019) o cientista explicita que a ciência como produção da
capacidade do ser humano de desvendar os mistérios do mundo, em sua
essência, encontra-se o mesmo ímpeto que move as pessoas religiosas:
como lidar com questões de cunho existências que tocam no profundo do
ser como, a nossa origem, a vida e a nossa morte.

Os seres humanos são criaturas misteriosas. São animais curiosos


com a capacidade mental de imaginar e lidar com questões que dizem
respeito ao infinito. São seres que se sentem perplexos frente aos
mistérios complexos que a vida os coloca.

Ou seja, tanto a ciência como a religião buscam compreender esses


mistérios, cada qual com suas formas de explicar os fenômenos
(meta)físicos. Por essa razão, Gleiser conclui que ambas são engendradas
pelo mesmo espírito: o desejo de descobrir ou compreender questões
relacionadas a existência humana e suas relações com a vida. Portanto,
a sagrado e a razão andam juntos nessa busca, pois as duas caminham
em estradas que interligam uma simples questão: o querer saber mais.

Referência

GLEISER, M. O caldeirão azul: o universo, o homem e o espírito. Rio de


Janeiro: Record, 2019.

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