Este artigo analisa as propostas educacionais do sociólogo brasileiro Florestan Fernandes na década de 1960. Ele defendia a escola pública durante a Campanha em Defesa da Escola Pública. Apesar de seus argumentos, as propostas do grupo a favor da escola pública não foram adotadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961. O artigo conclui que os debates de Fernandes sobre a escola pública ainda são relevantes hoje, e que as mudanças educacionais devem considerar fatores históricos, polí
Descrição original:
Título original
As propostas e debates educacionais das décadas de 1950 e 1960
Este artigo analisa as propostas educacionais do sociólogo brasileiro Florestan Fernandes na década de 1960. Ele defendia a escola pública durante a Campanha em Defesa da Escola Pública. Apesar de seus argumentos, as propostas do grupo a favor da escola pública não foram adotadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961. O artigo conclui que os debates de Fernandes sobre a escola pública ainda são relevantes hoje, e que as mudanças educacionais devem considerar fatores históricos, polí
Este artigo analisa as propostas educacionais do sociólogo brasileiro Florestan Fernandes na década de 1960. Ele defendia a escola pública durante a Campanha em Defesa da Escola Pública. Apesar de seus argumentos, as propostas do grupo a favor da escola pública não foram adotadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961. O artigo conclui que os debates de Fernandes sobre a escola pública ainda são relevantes hoje, e que as mudanças educacionais devem considerar fatores históricos, polí
As propostas e debates educacionais das décadas de 1950 e 1960:
Florestan Fernandes em defesa da escola pública
Julio Hideyshi Okumura1
Resumo
O presente artigo visa analisar as propostas e debates educacionais do
sociólogo brasileiro, Florestan Fernandes, escritas no período de 1959 a 1966. As propostas e debates estão, sobretudo, relacionados a sua experiência militante. A Campanha em Defesa da Escola Pública (1959- 1960), movimento que precedeu a promulgação da Lei e Diretrizes de Bases da educação de 1961 (LDB 4.023/61) foi o cenário e contexto de sua atuação como intelectual e articulador política. As categorias de análise utilizadas são: a atuação do professor; o pepel da escola e a destinação da verba pública. Sumariamente, a disputa política patente estava atrelada a dois grupos e suas representaçoes: os defensores da escola privada e confessional e os defensores da escola pública, grupo no qual Florestan Fernandes atuou como uma das lideranças. Em suas bases metodologias, utilisou-se a revisão bibliográfica. Os textos bases foram os artigos e livros do próprio autor publicados no período delimitado. Depois de muitos debates – foram 39 palestras e exposições em diversas partes do país – as propostas do grupo que atuava a favor da escola pública não foram submetidas. O autor, por não compreender os motivos racionais implicitos e explicitos nos resultados do importante documento (LDB/4.023/61) denomina o grupo opositor e sua repsentação política como classe social de “sociopatológico”. Pode-se concluir que as propostas e debates suscitadas pelo autor há aproximadamente 60 anos ainda estão presentes nos debates sobre a escola pública brasileira com alguns agravamentos. A conquista de avanços e consolidação da democracia brasileira, por assim dizer, é o cerne da pensamento de Florestan Fernandes, ela denominará esse processo de “revolução democrática” e, na educação, “revolução educacional”. A utilização desse termo atrela-se ao pensamento de que há possibilidades de progresso na atuação do professor, da escola e da focalização do recursos públicos somente para o setor publica se a sociedade estiver presa em laços vindos do passado colonial escravocráta e subserviente politicamente ao ditames autocrático da burguesia nativa e o imperialismo. Por essa razão, aponta-se que o autor considera que as mudanças necessárias na educação brasileira devem ser debatidas não somente no prisma micro, isto é, dentro das paredes da escola, mas a partir da compreensão histórica, política, cultural e economica do país. Essa junção de fatores é representada pelo autor pelo professor (escola) e o sociólogo (a conjuntura).