O ócio criativo: o trabalho humano na perspectiva de Domenico De Masi
Julio Hideyshi Okumura
Domenico De Mais é sociólogo e professor da Universidade de Roma "La
Sapienza". Ele ficou famoso por criar o conceito de ócio criativo. De Mais (2000) explica o conceito de ócio criativo afirmando que aquele que é mestre na arte de viver faz pouca distinção entre o seu trabalho e o tempo livre, e distingue uma coisa da outra com dificuldade. Almeja, simplesmente, a excelência em qualquer coisa que faça, deixando aos demais a tarefa de decidir se está trabalhando ou se divertindo. Quando não se consegue distinguir se as ações podem ser nomeadas de trabalho ou diversão ou tempo de trabalho e tempo livre, para o autor, significa que vivemos e experimentamos o conceito de ócio criativo. A sociedade atual (ou sociedade pós-industrial) tem como característica a diminuição do trabalho “robotizado” – que outrora era feito somente por seres humanos – para um labor que querer, sobretudo, criatividade. O sociólogo tem plena consciência que em partes do mundo ainda prevalece essas características de trabalho repetitivo, mas diz que isto vem mudando aos poucos. Para ele, contraditoriamente, as empresas ainda têm posturas rígidas quando se fala em comportamento, regras e direcionamentos para com seus funcionários. Grande parte das pessoas não veem a hora de sair do trabalho, pois não se sentem estimuladas a serem criativas tanto pelo ambiente como pelas imposições. A organização que deseja ter sucesso no quesito criação e motivação, na visão do autor, deve se preocupar em criar espaços e condições para que o grupo tenha prazer em estar, pensar e criar no/sobre seu oficio. De Masi afirma em sua obra que o futuro das empresas que almejam ter sucesso deve-se pautar no estímulo ao principal atributo humano: o poder da criatividade. Portanto, para De Masi, a adoção do ócio criativo, tornariam as empresas mais produtivas e seus trabalhadores teriam mais tempo para si, para a família, para cultura e novas interações estimulando sua própria capacidade de criar. Para o sociólogo, a repetição pode ser feita atualmente por qualquer sistema ou robô, contudo, a criação ainda tem somente uma origem: a mente e a capacidade humana.
Referência
MASI, Domenico de. O Ócio Criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.