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TRABALHO, CONSUMO E LAZER:

TRABALHO:
É uma atividade fundamental para todos os seres humanos.

• O que é trabalho? Atividade pela qual a natureza é modificada mediante trabalho


coletivo para arar a terra, colher seus frutos, domesticar animais, modificar paisagens e criar
cidades (conceito).

• O que ele constrói? Surgem instituições com a família, o estado, a escola e obras de
pensamento.

• O que ele gera em nós (quem trabalha)? Torna a pessoa que trabalha em humana, por se
relacionar com outras pessoas, aprende a enfrentar conflitos e a superar dificuldades, ele
muda a pessoa. Gera uma leitura de nós e do mundo através das experiencias vividas ali
pela nossa cultura. O trabalho vai te fazer frequentar ambientes de pessoas que tenha as
mesmas condições e com isso geram comportamentos diferentes, para trabalhos diferentes.

• Garfield, segunda-feira e Happy hour


O trabalho para alguns representa um desafio instigante e prazeroso, para outros não passa
de uma obrigação. EXEMPLOS:
O simpático e preguiçoso gato Garfield (frase: Odeio segunda-feira!) representa o
sentimento quase universal de desânimo diante do trabalho.
Happy Hour (Hora feliz) que representa o aguardado final de semana, como se essa Hora
feliz só existisse com a ausência do trabalho.

•Trajetória histórica do trabalho:


O trabalho era tratado como algo chato, algo que tirava as energias e que os dias de folga
eram os que deveriam ser apreciados e o restante era apenas uma tortura.
Se o ser humano dependesse do trabalho, que causa tanto desprazer, concluímos que, no
contexto do trabalho como tortura, o ser humano estaria condenado à infelicidade.

•Isso se dava porque:


A palavras trabalho se deriva de uma situação de tortura (tripalium), e na revolução
industrial as pessoas começaram a perceber a quantidade de sofrimento que o trabalho trazia
e o abuso que eram as horas de trabalho e com isso os sindicatos começaram a aparecer, e
com isso os sindicatos começaram a empoderar os homens para não trabalhar e com isso
começaram as greves, e sem comida em casa pela a greve mulheres e crianças começaram a
trabalhar em qualidades de serviço horríveis (mas com isso a mulher começou a ficar mais
independente financeiramente)

• O trabalho é emancipação ou é tortura? As duas coisas, pois ajudou as mulheres com a


independência, mas ainda assim era muito pesado e torturava quem embarcava nessa vida,
então do abuso trabalhista saiu uma revolução.
Com o tempo há a positivação do trabalho partir de alguns autores (Frances Bacon, René
Descartes), eles começaram esse movimento pela romantização do trabalho que tenha ação
que há resultados práticos a algo feito, e não só no pensamento e conhecimento como era
antigamente, e para ele a ciência e a técnica são capazes de dominar a natureza.
Outra questão que foi colocada como positiva foi os princípios do liberalismo, que chegou
(John Locke) e ele positivismo o trabalho trocando a escravidão por um contrato de
trabalho, e com isso vem o reconhecimento do trabalhador no campo jurídico, e depois as
leias trabalhistas (o começo) e dá um sentimento de poder e liberdade para o trabalhador.
Depois vem o lado negativo do trabalho por Karl Mark que traz a discussão do trabalho
alienado.

•Trabalho como mercadoria (a alienação): A alienação pode ser como perda de posse no
campo jurídico, e como perda de si no campo psiquiátrico. Alienação é algo que não temos
a posse, ou seja, o trabalho alienado é um trabalho em que você se perdeu, que não é
referente a quem você é, que você não domina mais.

•Trabalho alienado tem 3 características: perda da noção do todo (movimentos


repetitivos ao invés de uma função que começa e termina), perda da noção do valor do
trabalho, não se reconhece no produto final (pois ele não fez o produto inteiro e com isso
perde o orgulho de falar q fez o produto).

• Michel Foucault vai falar sobre a vigilância no trabalho o que faz com que os
trabalhadores fiquem mais paranoicos por estarem a todo momento sendo vigiados, o
movimento dele é chamado de panóptismo onde você é vigiado a todo momento e para ele
isso traz a opressão. A ideia do panóptico foi criada por Jeremy Bentham no séc. XVIII e
fundamentada por Michel Foucault no séc. XX, é uma ideia utilitarista, alternativa aos
modos anteriores de vigilância criando e mantendo uma relação de poder que não mais
depende daquele que o exerce; os vigiados são presos em um sistema no qual eles mesmos
são portadores das relações que os submetem.

- Frederick Taylor e Henry Ford fizeram duas contribuições para o trabalho ficar cada vez
mais alienado, medir os gestos e cronometrar o tempo que o trabalhador faz uma obra (isso
traz problemas de saúde por repetição e mentais pela pressão).
- Max Horkheimer vem com a teoria da reificação em que as pessoas estão virando número
para as empresas, e com isso a mercadoria passa a ter mais valor de pessoa do que a própria
pessoa, o Max chama isso de fetichismo da mercadoria.

- A escola de Frankfurt vai dividir em razão instrumental e razão cognitiva os tópicos para
pensar a realidade de forma crítica e inteligente (faziam parte: Max Horkheimer, Theodor
Adorno, Herbert Marcuse).

-A razão instrumental é o conhecimento que existe apenas parra o saber fazer, é


operacional, serve para qualquer fim averiguar se traz benefícios (saber fazer), razão
cognitiva busca conhecer a verdade e diz respeito ao saber (saber pensar o que está sendo
feito).

Esse trabalho alienado que já era criticado, é um trabalho que cada vez mais separa o
indivíduo do todo.

• Taylorismo e Fordismo: “trabalho em migalhas”


-Frederick Taylor, no início do séc. XX, elaborou uma teoria conhecida como “taylorismo”.
-Estabeleceu um “controle científico”, por meio da medição por cronômetros, para que a
produção fabril fosse cada vez mais simples e rápida.
-Defendeu a criação de um setor de planejamento responsável pelo “saber como produzir”,
que deixava nítida a separação entre a concepção e a execução do trabalho, isto é, entre o
projeto e sua realização, entre o pensar e o fazer.
- A divisão de tarefas reduz a atividade a gestos mínimos, o que aumenta a produção de
maneira notável, mas também torna o ofício um trabalho “em migalhas”: cada operário
produz apenas uma parte do produto. Um dos problemas desse processo é que, além da
monotonia que reduz a ação a operações simples, detecta-se a fragmentação do
conhecimento. Enquanto o antigo artesão cuidava de todas as etapas da confecção de um
produto, o operário perde a noção do todo e, com isso, o conhecimento prático da
fabricação de um objeto.

CONSUMO E LAZER:
CONSUMO:
• Conceito: Ato de atender as necessidades da vida comum, refere-se a trazer algo.

• Consumo consciente: Participação como uma pessoa inteira em um processo, o consumo


tem um caráter simbólico para as coisas mais necessárias para a construção de uma
identidade, de uma forma de agir no mundo, busca uma satisfação física, intelectual e
espiritual que pode variar de acordo com o estado social ao desejo de comodidade.
Tem um consumo por comodidade ou de estado social (Caráter simbólico do consumo e
aspiração a status social ou comodidade, consumo responsável socialmente).

• Consumo alienado: Um consumo negativo de algo que você não precisa mais ainda
assim consome. Obsolescência dos materiais ou dos produtos: ficar trocando um produto
sem precisão só para trocar. E com esses dois vem o consumismo.

Herbert Marcuse tem o conceito da unidimensionalidade, e nessa crítica dele é sobre a perda
de dimensão critica onde a pessoa nem percebe que está sendo pressionada a comprar o que
não precisa.
Já o Gilles Lipovetsky vai tratar o consumo como algo “positivo”, ele mostra que com a
quantidade de opções e preços acessíveis, isso faz com que as pessoas de baixa renda,
possam viver de maneira melhor.
O Zygmunt Bauman pensa que os consumidores são irracionais e que as empresas sempre
estão lucrando com os produtos “dos sonhos” pois eles com pouco tempo já não estão mais
satisfeitos e com isso sempre vai produzir novos produtos para substituir, ou seja ele acha
que as pessoas nunca estão satisfeitas.

• Consumo de informações:
É quando somos movidos por algoritmos que nos direcionam a publicações indicando
semelhança ao que já buscamos na maioria das vezes. Isso entra em relação no consumo
alienado

LAZER:
• Conceito: É um conjunto de ocupações, feitas de boa vontade e com querer próprio pra se
entreter, onde o indivíduo pode se entregar de livre e espontânea vontade para se repousar.
O lazer foi algo conquistado pelos trabalhadores. [conceito por Jofre Dumazedier).

• Tem 3 funções do lazer:


-Descanso e, em decorrência, liberação da fadiga.
-Diversão, recreação, entretenimento e, por tanto uma complementação que dá equilíbrio
psicológico, compensando o esforço do trabalho.
- Participação social mais livre e, com isso, possibilidade de desenvolvimento social.

•Obstáculos ao lazer por Domenico De Mais: obstáculos ao lazer e ao ócio criativo, para
ele o obstáculo é o capitalismo por amontoar os empregados nas empresas, ou seja, as
pessoas poderiam realizar as coisas que elas gostam se não fosse o capitalismo, as empresas
separam o tempo de vida fora do tempo de trabalho, como se você não vivesse no seu
trabalho e apenas quando saísse dele.

• Para onde vamos?


Apesar dos benefícios alcançados pela nossa civilização, há muitas pessoas excluídas do
sistema, e a questão ecológica agrava-se a cada dia pelo consumo descontrolado dos
recursos naturais. O importante é sempre verificar em que medida as atividades de trabalho,
consumo e lazer estão a serviço da humanização e da sustentabilidade do planeta.

• IDEOLOGIA: AS ILUSÕES DO CONHECIMENTO


• Conceito: um projeto de vida, um ideal de vida. É um conjunto de ideias e crenças e
valores.

Destutt de Tracy chamava a ideologia de uma ciência das ideias, já o napoleão Bonaparte
chamava de ideólogos aqueles que era contrário as ideias dele, dando assim um significado
negativo a palavra.

Karl Marx e Friedrich Engels trouxeram a ideologia para outro ponto de vista, que era
também negativa, mas com uma base fundamentada de explicação, para eles a ideologia é
um conhecimento ilusório que mascara os acontecimentos sociais, é um instrumento de
dominação de uma classe sobre a outra porque máscara os conflitos sociais fingindo que
está tudo perfeito. Ele diz isso porque a gente só entende a ideologia se fizer um diálogo
com a alienação [alienação= estar alheio, afastar a si mesmo, se perder] porque a alienação
se manifesta na vida de um operário quando o produto de seu trabalho deixa de lhe
pertencer ao vender sua força de trabalho ele não mais decide sobre seu trabalho, horário e
ritmo de trabalho e por ser comandado de fora deixa de ser o centro de si mesmo se
tornando alheio, estranho a si próprio. O operário não desiste dessa situação pois a ideologia
o impede e assim mantem a coesão social sem recurso a violência [ele não sai dessa vida
pois ela acha que é normal estar assim porque todo mundo vive assim].

Para Marx o conceito de ideologia é o conjunto de representações e ideias bem como


normas de conduta por meio das guias o indivíduo é levado a pensar sentir e agir da maneira
que convém a classe que detém o poder.

•As bases do conceito da ideologia:


- Constitui um corpo sistemático de representações que nos ensinam a pensar e normas que
nos ensinam a agir,
- Determina a relação entre os indivíduos e as condições de existência deles, adaptando as
tarefas pré-fixadas pela sociedade;
- Camufla as diferenças de classe e os conflitos sociais;
- Garante a coesão social e a aceitação acrítica das tarefas mais penosas e pouco
recompensadoras;
- Mantém a dominação de uma classe sobre outra.

• As características da ideologia:
O fato de a ideologia ser um conhecimento ilusório não significa que é uma mentira
inventada pela classe dominante para subjugar a classe dominada, porque os que se
beneficia dos privilégios dela estão igualmente convencidos das verdades dessas ideias.

Naturalização: aceitar como naturais ações que resultam de ação humana e como tais tem
origem histórica.
Universalização: quando os valores da classe dominante são estendidos pra classe menor.
Abstração e aparecer social: quando se usa o pensamento ideológico abstraindo a uma
ideia e daí você não consegue chegar ao que realmente é [quando você fala algo tipo “o
trabalho dignifica o homem” só olhando a parte considerada boa e não considerando os
problemas.]
Lacuna: um buraco que se constrói para que se esconda ou se edita verdades ou mentiras.
Inversão: tornar a vítima em culpado.
• Ideologia em ação:
- História em quadrinhos;
- Publicidades;
- Mídias.

Para o Vladimir Lene é um dos líderes da revolução russa e diz que é possível construir uma
ideologia do proletariado e que seja positivo, só que as ideias de uma época são as ideias da
classe dominante da época, então mesmo que o proletariado construa um conjunto de ideias
pra lutar por essa ideia ela não consegue se universalizar porque ela não é classe dominante,
é classe dominada e só as ideias da classe dominante que fica por isso que parece que não
funciona pensar em ideologia como algo positivo, mas quanto ele quanto o Antonio Grande
que construiu a ideia de que seria algo possível usar a ideologia como um cimento pra se
construir uma hegemonia que seria da classe trabalhadora, ele não nega a dominação mas
ele disse que é possível o proletariado lutar por suas causas que juntando com o senso
comum [o que não acontece] ela poderia se universalizar, ele acha que isso deve acontecer
com um indivíduo de dentro e que convive nas mesmas condições pra passar a ideia que o
grupo quer passar.
Paul Ricoeur diz que quem faz essa análise acha que está livre dessa ideologia, quando não
está, porque não é só quem não estuda sobre que é ideológico, a ideologia está presente em
tudo no cotidiano, a única diferença é que quem procura saber mais sobre o assunto tende a
cair menos. Ricoeur não nega, porém, a ideologia, mas faz sua crítica no contexto de uma
interpretação historicamente situada, sem desmerecer o esforço para reinterpretar nossas
heranças culturais, no sentido de encontrar “um grau de verdade ao qual nós é possível
aspirar”.

• Habermas: Ciência e Ideologia


Jurgen Habermas, relacionou ciência, técnica e ideologia para compreender como a
consciência tecnocrática do mundo atual impõe-se em nome da economia e da eficiência.
- Agir instrumental; que diz respeito ao mundo do trabalho, nele, aprendemos a desenvolver
habilidades baseadas em regras segundo um saber empírico que visa objetivos orientados
para o sucesso da ação. Desse modo na economia, o valor ao dinheiro; na política, o poder;
na técnica, a eficácia.
- Agir comunicativo; refere-se ao mundo da vida e baseia-se nas regras de sociabilidade.
Nesse âmbito, tarefas e habilidades repousam principalmente sobre regras morais de
interação. Trata-se do modo como deveriam ser regidas as relações em esferas como
família, comunidades, organizações artísticas, científicas, culturais etc.

• Questionamento e conscientização
A ideologia está presente no cotidiano. Os produtos culturais, os bens e serviços à nossa
disposição, as instituições, como escolas, fábricas, igrejas etc., podem ser instrumentos de
inculcação da ideologia quando nos passam a ilusão de que as desigualdades sociais,
econômicas, políticas e culturais são naturais e, portanto, não podemos mudá-las.

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