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David Émile Durkheim é considerado um clássico da sociologia, porque ele foi um dos
principais pensadores, um dos fundadores de todo o pensamento sociológico no final do
século 19, início do século XX. Ele nasceu em 1858, na França, em uma região de
Fronteira com a Alemanha, na cidade de Épinal. Então, durante toda sua infância e
adolescência ele vivenciou muito caos social, muita desordem por conta dos conflitos
que existiam no local em que morava. Isso acaba levando com que ele, em sua formação
de psicólogo, filósofo e sociólogo, procura-se formular as regras do método sociológico
a fim de emancipar a ciência da sociologia de modo autônomo, tornando assim possível
que se usasse dessa ciência para compreensão dos conflitos sociais, para o entendimento
da sociedade e então para que possibilita se, desse modo, os cientistas resolverem os
problemas sociais que ali se encontravam. Émile Durkheim produziu muitos estudos na
área da educação, ele foi professor de pedagogia por muito tempo, mas também exerceu
funções na área da economia e da religião. É visto que ele tinha grande preocupação
com a ordem social, com o bom funcionamento da sociedade e com a moral.
Para Durkheim a revolução industrial é um ponto chave da teoria dele para separar o
tipo de trabalho em solidariedade mecânica e orgânica. A solidariedade mecânica
consiste em sociedades pré-capitalistas um pouco mais primitivas, menos avançadas,
que funcionavam como um tipo de engrenagem simples, por isso o nome mecânica. É
um mecanismo um pouco mais simples em que a sociedade está funcionando. Pensa
então, que na solidariedade mecânica as pessoas não tinham tanto acesso a produtos
industrializados e o trabalho ele funcionava de uma maneira menos dividida, ou seja,
não tinha muita complexidade. Então ele é muito mais simplificado. Na solidariedade
mecânica as pessoas estavam vivendo antes da revolução industrial, então elas teriam
que conhecer esse processo do trabalho para poder garantir a sua subsistência. Essas
sociedades que contam com uma solidariedade mecânica estão mais apoiadas nas
tradições que passam de gerações em gerações para poder saber no que consiste, precisa
haver plena consciência de todo o processo produtivo de uma maneira muito mais
global e coletiva também, porque as pessoas teriam que fazer essa engrenagem coletiva
funcionar. Nessa mesma sociedade o direito entra como mais primitivo e punitivo, por
que quando uma pessoa age contra o grupo, entende-se que ele está agindo por interesse
próprio, prejudicando aquela comunidade e deve ser punida por isso, inclusive essa
punição serve também para educar a população para que ela não siga o mesmo exemplo
da pessoa que errou.
Depois da revolução industrial a sociedade passou a ser muito mais complexa, porque
as pessoas já não faziam tudo que era da demanda delas, elas precisavam comprar
muitas coisas, por isso, a sociedade orgânica, pensando nela funcionando como um
corpo humano, se você tirar um órgão e deixar ele de fora, esse órgão não vai sobreviver
e o corpo humano também não. E é esse organismo que o Durkheim tentava ilustrar,
numa sociedade com a solidariedade orgânica, que é mais desenvolvida e vem nas
sociedades mais capitalistas. Então passou a se ter um alto grau de divisão do trabalho,
as pessoas ficavam muito restritas a realizar apenas um tipo de trabalho, um trabalho
mais complexo. Se antes essa pessoa sabia todo o processo produtivo de um produto,
agora ela já não conhece mais, porque ela compra esse produto e ela não tem meios para
poder fazer. Então a sociedade começa a ficar também muito mais individualista e o
trabalho muito mais interdependente, ou seja, muitas vezes um trabalho realizado aqui
vai depender do trabalho de outras pessoas. Com essa divisão do trabalho já tem uma
nova maneira de se fazer o direito, que vai ser restritivo e readaptativo, porque quando
alguém age contra a sociedade por interesse particular ele vai ter os seus direitos
restringidos e terá uma espécie de reeducação. Então essa sociedade que é inclusive a
que nós vivemos hoje que está numa solidariedade orgânica. Ela é totalmente, apesar de
individualista, interdependente. O trabalho de uma depende do trabalho de outras
pessoas.