SOCIOLOGIA DO TRABALHO

Sociologia do Trabalho II
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SOCIOLOGIA DO TRABALHO II
O conceito de trabalho, em sua origem, era ligado a tortura, pois era associado a uma
atividade manual, pesarosa, penosa, difícil, sendo realizado pelos escravos e servos. Os
mais ricos não realizam essa atividade, viviam sendo servidos. Com o passar do tempo,
ocorre um processo de humanização da ideia de trabalho.
A sociologia vai dimensionar a noção de trabalho em uma significação um pouco mais
ampla, entendendo que o trabalho é o elemento central humanizador dos indivíduos.
Trabalhar é uma atividade eminentemente humana, porque é consciente, deliberada
e com um propósito. Ela pode ter como fim a criação de bens materiais que supram
as necessidades humanas de sobrevivência (moradia, alimentação, proteção, etc), ou
necessidades culturais e psíquicas (arte, educação, etc). Resumidamente o trabalho é a
atividade ou ação que necessita de capacidades físicas e mentais, destinada a satisfazer
as necessidades humanas (SANTOS, 2012, p. 24).
O trabalho é muito associado à capacidade laboral de extrair ou de produzir algo nos
termos das necessidades humanas diretas.
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Antes, as atividades ligadas ao aspecto físico eram pensadas como menores e as ati-
vidades intelectuais eram pensadas como maiores, de maior relevância e destaque.
Trabalho e emprego são conceitos diferentes.
A partir do momento que se coletou um fruto em uma árvore já é caracterizado como
uma atividade de alguma forma laboral. O emprego é uma categoria moderna.

TRABALHO
Existe desde a Antiguidade;
É possível trabalho sem remuneração;
Ação que responde às diversas necessidades
humanas (materiais, culturais, psíquicas, artísti-
cas, etc.), é transformador da natureza.
EMPREGO
Surge no século XVIII, no contexto da Revolução
Industrial;
Não há emprego sem remuneração;
É uma relação social de trabalho, na qual ocorre
a troca da força de trabalho por um salário.

O trabalho doméstico, por exemplo, é pouco valorizado por muitas vezes ser feito
sem remuneração e, por isso, ter pouca relevância.
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O trabalho escravo perdurou enquanto modelo de organização da sociedade antiga e
na sociedade moderna como forma de exploração da atividade econômica. A escravidão
era uma forma de atividade comercial, uma forma de obter lucro. No passado, a escravi-
dão era legalizada e na atualidade não se admite isso.
Existe trabalho sem remuneração, como um trabalho voluntário feito na comunidade.
A relação de emprego, conforme arts. 2º e 3º da CLT, caracteriza-se pela prestação
de serviços de forma pessoal, subordinada e não eventual, isto é, com habitualidade,
mediante remuneração.

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1.3 Trabalho: ação, necessidade e coerção:

O trabalho implica ação que responde às diversas necessidades humanas.

De acordo com Marx Weber, sociólogo alemão que viveu na segunda metade do século
XIX, a ação se caracteriza como ação social quando há uma correspondência em rela-
ção a outro, quando o indivíduo age, mas na sua ação tem uma referência a outro. Esse
‘outro’ pode ser as pessoas ou elementos ligados à sociedade, como o trabalho.
Historicamente, a resposta para essas necessidades esteve imbricada, de um lado,
por ações cooperativas (coletividade) e até voluntárias, por outro, pela coerção imposta
pela própria condição de sobrevivência e, num dado momento, por meio das relações de
exploração.
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As sociedades tribais tinham relações coletivas que envolviam todo um mecanismo
de produção no qual as pessoas estão se desenvolvendo mutuamente, produzindo cole-
tivamente. Os indivíduos se envolviam nas atividades como um ato deliberado de querer
estar presente, de querer fazer parte do grupo. A divisão do trabalho teve um papel des-
tacado na organização da vida em sociedade.
Émile Durkheim, sociólogo francês, destaca a divisão do trabalho em uma dimensão
social, pois integra toda a vida coletiva. A divisão do trabalho é ampla.
Exemplo: Só é possível que alguém esteja na sua tribo tranquilo se tem alguém preo-
cupado com a questão da segurança.
A divisão do trabalho no passado era menos complexa, com menos tarefas. Com o
passar do tempo, o processo de divisão do trabalho é mais amplo. Isso impacta como a
solidariedade e a organização da vida social se colocam.
A coerção envolve a dimensão que de algum modo a sobrevivência se impõe sobre as
pessoas. A sobrevivência funciona como uma força coercitiva que se impõe à obrigato-
riedade de realizar o trabalho.
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1.4 Exploração e alienação

As relações de trabalho se caracterizam pela exploração de uma classe sobre a outra:

Senhor e escravo; Senhor e servo; e Burguesia e proletariado.
Karl Marx é um sociólogo que trata dessa questão.
No contexto do Capitalismo, tem-se a emergência da alienação do trabalhador,
ocorre o fetichismo da mercadoria.
A ideia do fetichismo é que a mercadoria é colocada dentro do mercado como se
fosse dotada de vida própria. Segundo Marx, é a atividade humana que transforma os
elementos da natureza em mercadorias que dispõem de valor de uso e troca. Contudo,
no processo em que ocorre a divisão do trabalho, o trabalhador deixa de se reconhecer
nos frutos de sua atividade, provocando um processo de alienação.

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1.5 Trabalho e progresso técnico:

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A Revolução Industrial impactou a sociedade em toda a sua dimensão (tanto no pro-

cesso produtivo quanto nas relações sociais da produção).
Inovações tecnológicas reordenam as relações de trabalho: Automação; Extinção de
cargos/profissões; Expansão do trabalho remoto; Desenvolvimento de novas habilida-
des; Inteligência artificial.
A Covid, por exemplo, trouxe uma série de problemas de relacionamento, mas, ao
mesmo tempo, em razão do tipo de desenvolvimento tecnológico que se tem na atuali-
dade, foi possível que se mantivesse uma série de atividades que antes seriam impossí-
veis de serem realizadas.
O desenvolvimento de novas habilidades se refere aos youtubers, influencers e
gamers, por exemplo.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Odair José Torres de Araújo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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