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O trabalho e o trabalhador
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Sociedade, Tecnologia e
Inovação Tecnológica
O trabalho e o
trabalhador
Competências
Ter capacidade de articular a relação entre a evolução
tecnológica e os impactos que ela confere ao trabalho e
aos trabalhadores.
Habilidades
Articular os contextos ambientais e tecnológicos de
forma a entender a utilização da tecnologia no trabalho.
Apresentação
Nesta unidade vamos compreender as profundas mu-
danças que o uso intensivo de tecnologias trouxe para
o trabalho e para o trabalhador. Iniciamos abordando
o significado da palavra “trabalho” e como este concei-
to vem sendo alterado com o tempo. Para isso, vamos
aprender um pouco sobre a história do trabalho. Certa-
mente essa história tem a ver com o uso de diferencia-
das tecnologias. Em todos os tempos, a evolução tecno-
lógica altera os processos de trabalho e as funções dos
trabalhadores. As mudanças nas relações de trabalho
afetam toda a sociedade e a vida de todas as pessoas.
E na atualidade, como se definem as questões de tra-
balho e as funções dos trabalhadores? Como alguém
pode se preparar de modo a estar sempre atualizado
para o exercício das funções que deseja assumir? Essas
são as questões sobre as quais vamos refletir e discutir
nesta aula. Vamos lá, então?
Para começar
Você conhece a música “Guerreiro Menino”, do Gonza-
guinha? Preste atenção à letra dessa canção. Note a par-
te em que o cantor diz:
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E a vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
— Gonzaguinha
Fundamentos
A evolução do conceito de trabalho ao longo da história
A maneira de ver o trabalho nem sempre foi a mesma. Durante a história
do homem, foi se modificando. Conforme as necessidades da sociedade,
os trabalhos foram se alterando com o passar dos séculos. Mas, afinal, o
que vem a ser trabalho?
Trabalho pode ser entendido como toda atividade realizada pelo homem civilizado
que transforma a natureza pela inteligência, sob determinadas formas, para produzir
a riqueza. São as condições históricas que lhe dão validade e estabelecem seu limite.
(CARMO, 2005)
O trabalho também pode ser definido como a aplicação das forças e faculdades hu-
manas para alcançar um determinado fim, e como uma atividade que requer duas
forças produtivas: a material e a humana. (LOJKINE, 2002, p.54)
Nem em uma situação nem na outra, era algo que pudesse vir a engrande-
cer o caráter do homem, ou indicar a utilização das faculdades do homem.
Para que se tenha uma visão de como o trabalho passou da “condição”
de fardo para uma “condição” de algo que engrandece o homem é interes-
sante fazermos um resgate da história do trabalho. Vamos lá?
dica
O pensamento intelectual era completamente dissociado do
trabalho, que era considerado um ato de mera força física.
Para as elites da Antiguidade, o trabalho em nada se rela-
cionava com engrandecimento do caráter do ser humano e,
portanto, deveria ser relegado às classes menos favorecidas.
dica
Observe que a partir desse período a indolência e o ócio pas-
sam a ser severamente criticados pelas elites dominantes.
A segunda revolução, como nos diz Castells (2012), tem na ciência o papel
decisivo na promoção de inovação. É quando surgem os laboratórios de
pesquisa e desenvolvimento (P&D) dentro das indústrias.
Os fatos marcantes desse momento da revolução industrial são: o de-
senvolvimento da eletricidade; do motor a combustão; de produtos quí-
micos com base científica; da fundição e do uso de tecnologias de comuni-
cação, como o telégrafo. A ciência passa a ser um dos fatores primordiais
ao desenvolvimento da indústria e, portanto, das economias.
Estas duas revoluções transformaram a maneira do homem ver o mun-
do. Modificaram-se os processos de produção e distribuição. Uma enxur-
rada de novos produtos foi criada. Surgiram novas maneiras de enrique-
cimento, o que desencadeou mudanças nas estruturas de organização
lembre-se
A primeira revolução industrial teve um amplo uso de infor-
mações, aplicando e desenvolvendo os conhecimentos pré-
-existentes, apesar de não se basear na ciência. A segunda
revolução industrial atribui à ciência o papel decisivo na
promoção de inovação: é quando surgem os laboratórios
E agora, José?
Você viu que o uso da tecnologia mudou a maneira
como a sociedade vê o trabalho. Na próxima aula irá
ver como o trabalhador atual lida com as exigências do
mercado e como se dá a nova divisão do trabalho, onde
atores anteriormente excluídos passam a disputar as
vagas existentes.
Até lá!
Glossário
Coletivismo: doutrina ou sistema social em que de teólogos e clérigos, entre eles o ex-mon-
os bens de produção e os de consumo são ge agostiniano Martinho Lutero, de quem
igualmente distribuídos por cada membro da as igrejas luteranas tomam seu nome.
coletividade. Revolução Industrial: conjunto de mudan-
Arboricultura: cultivo de árvores, especialmen- ças tecnológicas com profundo impacto
te as ornamentais e as frutíferas. no processo produtivo em nível econômi-
Pastoreio: ato de conduzir e/ou vigiar (o gado) co e social. Ao longo do processo (que de
no pasto. acordo com alguns autores se registra até
Protestantismo: denominação dada a um dos aos nossos dias), a era da agricultura foi
grandes ramos do Cristianismo, um con- superada, a máquina foi superando o tra-
junto de igrejas cristãs e doutrinas que se balho humano, uma nova relação entre ca-
identificam com as teologias desenvolvidas pital e trabalho se impôs, novas relações
no século XVI na Europa Ocidental, na tenta- entre nações se estabeleceram e surgiu o
tiva de reforma da Igreja Católica Apostólica fenômeno da cultura de massa, entre outros
Romana, por parte de um importante grupo eventos.
Referências
CARMO, P. S. do. A ideologia do trabalho. 2. MATTOS, F. A. M. de; SOULÉ JÚNIOR, O. A influ-
ed. São Paulo: Moderna, 2005. ência das crises econômicas das déca-
CASTELLS, M. S
ociedade em Rede. São Paulo/ das de 80 e 90, no Brasil, no mercado
SP: Ed. Paz e Terra, 2012. de trabalho dos profissionais ligados às
LOJKINE, J. A revolução Informacional. Cortez tecnologias da informação. Informação &
Editora. 3ª Edição. São Paulo. 2002. Sociedade, João Pessoa, v. 18, n. 2, p.13-24,
MARX, K. O
Capital: crítica da economia polí- maio 2008.
tica: Livro I: o processo de produção do TOFFLER, Alvin. A terceira onda. Rio de Janeiro:
capital. São Paulo: Boitempo, 2013. Tradu- Record, 2010.
ção de Rubens Enderle.