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DIREITO DO TRABALHO

O TRABALHO
Conceito:
Trabalho é toda e qualquer atividade humana, física ou
intelectual, que permite a consecução de um resultado
desejado.

O trabalho, no sentido econômico, é a atividade humana


que tem por objetivo a criação de utilidade, sob a forma
de coisas úteis ou de prestação de serviços úteis, uns e
outros servindo para satisfazer necessidades humanas.
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O TRABALHO - Características
O trabalho é atividade humana:
1) necessária: nenhuma necessidade humana pode ser
atendida sem algum esforço, por menor que seja.
2) reflexiva: no trabalho, o homem entra não só com o
seu corpo, mas também com a sua inteligência.
3) pessoal: o trabalho traz a marca da pessoa que o
faz.
4) progressiva: todo trabalhador, querendo e tendo os
meios, pode aperfeiçoar a sua atividade.
5) penível: envolve sempre um esforço, um sacrifício.
O TRABALHO
Função:

O trabalho é uma atividade natural,


física ou mental, realizada para
atender necessidades e interesses dos
seres humanos, mas que, diante dos
usos e costumes de cada grupo social,
adquire valores específicos e normas
distintas no tempo e no espaço.
O TRABALHO – Valor
Alguns valores criados pelos costumes e tradições
institucionalizados:
1) Para os gregos, ao tempo de Aristóteles, o
trabalho braçal era humilhante, para escravos. Os
"homens livres" deveriam dedicar-se à política, à
filosofia e às relações sociais.
2) Para os pensadores cristãos da Idade Média, era
uma imposição divina como forma de punição pela
desobediência, bem como a divisão social existente.
3) Para algumas correntes modernas de pensamento,
o trabalho é uma forma lícita de acumular riquezas.
O TRABALHO – Aspectos filosóficos (I)
MODELO LIBERAL:

Sujeito do trabalho: o proprietário


Objeto do trabalho: a mercadoria
Sociedade do trabalho: o mercado
Direito do trabalho: justiça comutativa

Pactuado sobre o legislado !


O TRABALHO – Aspectos filosóficos (II)
MODELO SOCIALISTA:

Sujeito do trabalho: animal laborans


Objeto do trabalho: produção - alienação
Sociedade do trabalho: Estado Social
Direito do trabalho: justiça distributiva
O TRABALHO – Aspectos filosóficos (III)
MODELO PERSONALISTA:

Sujeito do trabalho: a pessoa


Objeto do trabalho: expressão e relação
Sociedade do trabalho: mediação universal
Direito do trabalho: a justiça social
O TRABALHO
Sua importância na ótica da economia

O trabalho é um fator básico na produção


de bens e serviços úteis.
São fatores da produção:
1. Natureza.
2. Trabalho.
3. Capital.
4. Empresário e/ou empresa.
O TRABALHO
Espécies:
1. De invenção.
2. De direção.
3. De organização.
4. De execução qualificado.
5. De execução não-qualificado.
6. Autônomo.
7. Subordinado.
O TRABALHO
Divisão:

1. Divisão profissional - (segundo a formação ou


preparo do trabalhador)

2. Divisão territorial - (conforme tradições e


ambientes locais)

3. Divisão técnica - (conforme etapas da produção


ou habilidades do trabalhador)
O TRABALHO
Na História (I):
Punição divina: na tradição hebraico-cristã da Bíblia
Classes sociais: a divisão do trabalho, em função das
diferenças de habilidade e de inteligência
Escravidão: imposição forçada de trabalho como
punição ou em conseqüência de captura de inimigos
derrotados
Civilização grega clássica: Para Aristóteles: "alguns
homens eram escravos por natureza". O trabalho braçal
era considerado "vil" e indigno do "homem livre".
Roma (500 a.C. a cerca de 500 d.C.). Diversas fases –
escravos - servos – contratos de prestação de serviço.
O TRABALHO
Na História (II):
Servidão feudal (período medieval) - permanência
das estrutural romanas: escravos, servos e contratos de
locação de serviços (Locatio operarum e Locatio
operis) .
Corporações de ofícios (a partir do Sec. XI) –
agrupamento por ramo de atividades e formação de
oficinas: construtores, pedreiros, tecelões sapateiros, etc
Estrutura das oficinas:
1. Mestres – detentores do negócio e técnicas
2. Jornaleiros ou companheiros – obreiros remunerados
3. Aprendizes – jovens trabalhavam aprendendo em troca
de alimentação e habitação
O TRABALHO - História (III):
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII e XIX)
E TRABALHO SUBORDINADO

1. Advento do capitalismo;
2. Desenvolvimento comercial e científico;
3. Trabalho subordinado de massa;
4. Liberalismo econômico;
5. Condições do trabalho subordinado;
6. Movimentos dos trabalhadores;
7. Primeiros sindicatos;
8. Manifesto comunista de 1848.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII e XIX)
E TRABALHO SUBORDINADO

Advento do capitalismo:

O capitalismo é o sistema de produção,


distribuição e troca em que a riqueza
acumulada é empregada pelos seus
possuidores individuais com fins
lucrativos. A riqueza acumulada busca
por mais riqueza, aumentando sempre.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII e XIX)
E TRABALHO SUBORDINADO

Desenvolvimento comercial e científico:

Métodos manuais, individuais, improdutivos,


foram substituídos por instrumentos,
ferramentas e máquinas mais eficazes.
A demanda crescente por bens produziu um
período de expansão das pequenas oficinas
e de criação do sistema de produção em
domicilio, que não foi, entretanto, suficiente.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII e
XIX) E TRABALHO SUBORDINADO
Trabalho subordinado de massa:
O trabalhador deixou de ser um artífice e passou
a ser um supridor da demanda da máquina,
submisso às ordens dos chefes, mestres e
contramestres. O trabalho tornou-se repetitivo,
desqualificado e prolongado.
Sem leis e sem contrato escrito sobre a forma de
trabalho, os patrões ditavam as condições de
trabalho, e o candidato a emprego não tinha
outra opção.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII e
XIX) E TRABALHO SUBORDINADO
O liberalismo econômico:
Movimento filosófico (séculos XVIII e XIX)
defende:
a) o fim da intervenção do Estado na
produção e na distribuição das riquezas;
b) o fim das medidas protecionistas e dos
monopólios;
c) a livre concorrência entre as empresas;
d) a abertura dos portos entre os países.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII
e XIX) E TRABALHO SUBORDINADO
Condições do trabalho subordinado:
Condições aviltantes e os baixos salários
produziam insatisfação nos trabalhadores,
toleradas pela necessidade.
As jornadas de trabalho chegavam a ser de 16
horas diárias, inclusive aos sábados.
Mulheres e crianças laboravam em igualdade de
condições com os homens adultos.
Formou-se a classe dos proletários .
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII
e XIX) E TRABALHO SUBORDINADO
Movimentos de trabalhadores durante o século
XVIII:
Na Inglaterra, surgem movimentos para pleitear
melhores condições de trabalho (trade unions).
Reprimidas as “trade unions” continuaram como
sociedades de socorro mútuo.
Por influência do liberalismo, em toda a Europa,
as associações e coalizões de trabalhadores
foram postas na ilegalidade e proibidas de
interferir na livre negociação entre o empregador
e o empregado. Greves eram reprimidas.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII e
XIX) E TRABALHO SUBORDINADO
Primeiros sindicatos:
O primeiro sindicato foi formado em 1828, em
Manchester: The Manchester Spinners' Union.
Em 1829, formou-se o sindicato dos pedreiros.
Em 1831, formou-se a primeira associação de
mineiros ingleses.
A primeira lei de reconhecimento da associação
de trabalhadores foi na Inglaterra, em 1824.
Na França foi somente em 1864.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII
e XIX) E TRABALHO SUBORDINADO

Manifesto comunista de 1848:


Elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels,
incitava os trabalhadores a unirem-se contra os
patrões capitalistas e a organizar-se em
sindicatos e associações para exercer pressão
por melhores condições de trabalho.
Manifesto também propunha uma nova
organização social e política.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (Séculos XVIII
e XIX) E TRABALHO SUBORDINADO
Consolidação dos sindicatos:

Reconhecimento legal pleno para os


sindicatos:
Na Inglaterra, com a publicação do Trade
Unions Act, de 1871.
1. Na França, com a Lei Waldeck-Rousseau,
em 1884.

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