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O QUE É

TRABALHO?
O QUE SIGNIFICA TRABALHO PRA VOCÊ?

TRABALHADOR

MANIFESTO
LATENTE
(por fora)
(por dentro)
A maior recompensa do nosso trabalho
não é o que nos pagam por ele, mas
aquilo em que ele nos transforma.

(John Ruskin)
AFINAL O QUE É O TRABALHO?
TRABALHO
derivação regressiva de 1. Ato de trabalhar.
trabalhar 2. Qualquer ocupação manual
ou intelectual.
3. Esmero, cuidado que se
emprega na feitura de uma
latim *tripaliare obra.
4. Obra feita ou que se faz ou
torturar com um instrumento está para se fazer.
5. Labutação, lida.
6. O fenômeno da vitalidade
dos órgãos.
Correlação com sofrimento e dor
 Tripalium:  instrumento feito de três paus, munidos de
pontas de ferro → agricultores bateriam o trigo e milho
(rasgar, esfiapar).
 Tripalium como meio de tortura: derivação da conotação
negativa do trabalho → padecimento e cativeiro.
 Língua portuguesa: dupla significação de ‘trabalho’ →
realizar um ofício que expresse o sujeito, lhe dê
reconhecimento social, permanecendo além da vida e de
esforço rotineiro, repetitivo, sem liberdade, com incômodo
inevitável.
 Filosofia: trabalho ocorre quando homem coloca em
atividade forças espirituais ou corporais tendo um fim sério
a ser alcançado → equivalência: trabalho intelectual e
trabalho corporal (resultado perceptível, produto concreto).
 Todo trabalho supõe fim e esforço → intelectual e físico.
 Trabalho: construção enquanto processo e ação → esforço
e processo.
 Trabalho humano X Trabalho animal: Consciência e
intencionalidade X instinto, programação, ausência de
consciência.
 Uso de instrumento e divisão social do trabalho: mais
sofisticadas no homem.
 ≠ trabalho humano e esforço animal: sobrevivência
(ambos); liberdade (só homem) → parar de fazer, fazer de
diversas maneiras.
 Significação dada ao trabalho atualmente: passagem da
cultura agrária para a industrial.
O QUE O TRABALHO TEM SIDO?
 Há trabalho antes da agricultura?
 Trabalho em comunidades isoladas? → Extrativismo,
atividade complementar à natureza.
 Economia simples: sem excedente → acúmulo de riqueza
nas mãos de poucos.
 Trabalho servindo à subsistência e aos deveres religiosos
e familiares.
 Descobrimento da agricultura: sem definição concreta →
Acaso? Mulheres?
 Passagem do extrativismo para agricultura: surgimento da
propriedade e da produção de excedente (produto não
consumido imediatamente) → existência de uma classe
social ociosa.

 Concepção de propriedade com avanço econômico: se


separa do trabalho → estabelecer-se a desapropriação total
de quem trabalha pelo suposto dt de propriedade do ocioso.
(Ex: guerra → povo conquistado, trabalhar para os novos
senhores).

 Agricultura subsidia o trabalho artesanal, intensifica


comércio (excedentes), possibilita a evolução do escambo
para o comércio monetário.
 Comércio e manufatura: geram fonte de riqueza que não
depende mais da propriedade de terra → depende do
excedente agrícola.

 Desenvolvimento da burguesia nos grandes centros:


comerciantes bem sucedidos → empregam trabalhadores e
estabelecem uma hierarquia baseada no dinheiro →
produtos agrícolas vendidos através do dinheiro.

 Centros urbanos: acúmulo de riqueza e circulação → cultivo


das artes e da ciência.

 Característica da era moderna: aplicação da ciência para o


campo da produção.
 Desenvolvimento do saber, aplicação tecnológica, busca de
novas tecnologias, novo conhecimento (cíclico) → processo
só em parte desinteressado →tem objetivos materiais. (cada
etapa da civilização)

 Colonização de novos mundos e aplicação da ciência à


produção → expansão capitalista gera Revolução Industrial.

 3 etapas do desenvolvimento tecnológico: 1) invenção da


máq. à vapor (revolução tecnológica do séc. XVIII); 2)
Eletricidade (séc. XIX – até hj); 3) Automação: invenção do
computador (mais recente – revolução tecnológica do séc.
XX ou terceira onda da Rev. Industrial).
 Paradoxo da automação: progresso do conhecimento X
destruição da natureza e distância da felicidade →
moratória da técnica (Ernst Bloch): técnica com objetivo de
promover abundância e felicidade, se aplica à indústria da
guerra.

 Expansão tecnológica: sonho humano de um local em que


não seja preciso trabalhar.

 Automação: possibilidade de libertação do fardo do trabalho


→ ociosidade (privilégio da minoria) se estendendo às
massas → questão econômica (como sustentar as massas
ociosas) e existencial (o que fazer sem o trabalho).

 Homem moderno: dá sentido a sua vida tbm através do


trabalho. (Hannah Arendt: cada vez mais com alma
operária).
O QUE O CAPITALISMO ESTÁ SENDO?
 Trabalho hoje como esforço planejado e coletivo.

 Capitalismo invadiu regiões marginais do 3º Mundo:


colonialismo → imperialismo econômico: época das
multinacionais (ex?) → dependência de organizações e de
grandes empresas para trabalhar.

 Transição de trabalho autônomo para organização.

 Consequência da industrialização: crescimento demográfico


e urbanização → meados do séc. XIX.
 Corrida para as cidades: natureza do trabalho industrial →
produção em série e com máquinas = produção onde as
máquinas estão → ≠ artesanato (sem aglomerar
trabalhadores).

 Homem do campo se desloca para a cidade: busca de


emprego na produção moderna → promessa de serviço
menos arriscado e dependente da natureza → usufruir das
vantagens da cidade (a todos?).

 Êxodo rural: falta de distribuição de terra no campo e


controle de epidemias e automação da lavoura (queda da
pequena propriedade rural).

 Problemas da expansão na América Latina: inchaço


demográfico nas cidades antes da criação suficiente de
locais de trabalho nas indústrias → problema do trabalho e
da sobrevivência com características mais complexas.
 Países centrais do capitalismo (pólos fortes do sistema
colonial e do consequente imperialismo): industrialização
ocorreu ao mesmo tempo, ou antes, da urbanização.

 Industrialização na América Latina: tardia → cidades já com


muitos habitantes → em compensação, está na era da
computação e da informática (queimando etapas) → não
trouxe extinção da miséria, saúde para o povo e justiça
social.

 Massas precisam ser controladas e acomodadas dentro de


uma situação de desconforto, insatisfação e bem-estar →
organização do controle dos meios de comunicação.
 Dado novo nas cidades modernas: separação entre lugar de
trabalho e lugar de moradia → artesão: trabalho e família no
mesmo local → operário: horas de locomoção → fato que
afeta as mulheres.

 Trabalho feminino? Novidade? → histórico → questão sobre


o trabalho da mulher se coloca na era industrial: máquina
torna irrelevante a força muscular (homem e mulher), o
sistema busca mão-de-obra menos reivindicativa para
manter margens de lucro, indústria afasta as mulheres da
casa e da família.

 Outras segregações no mundo do trabalho atual: linha de


montagem → separam-se as partes do processo de
produção de um objeto → cada trabalhador entende apenas
de um ponto do processo → especialização.
 Especialização na indústria: falta de percepção do alcance
do trabalho → não vê o conjunto da atividade.

 Trabalho alienado do trabalhador porque ele não detém,


não possui, nem domina os meios de produção.

 Trabalhador alienado do produto e de quem o consome:


corte entre produtor e consumidor (≠ artesanal) → pra quem
se dirige o esforço do trabalho?

 Alienação do homem, do produto e do processo:


consequência da organização do sistema capitalista e da
divisão social do trabalho → auto-alienação: trabalhador
vende tempo, energia e capacidade aos capitalistas.
 Organização impessoal aliena o pessoal no indivíduo →
alienação de potenciais intelectuais.

 Marx: homem se aliena (vende força de trabalho) para um


receptor deste trabalho + produto → relação alienada do
homem com o próprio trabalho gera relação
correspondente do capitalista com o trabalho: propriedade
provada → para Marx, emancipação da sociedade = forma
política da emancipação dos trabalhadores.

 Sobre alienação: Wright Mills → as atividades no trabalho


em escritório também perde sentido e importância (o que
faz e como faz? Renda, status e poder fornecido pelo
trabalho) → cúmulo da tecnicização: processo de trabalho
se torna independente da pessoa, que não importa quem
faz.
 Trabalho na organização ≠ do artesanal: perda do aspecto
lúdico.

 Na burocracia das organizações, fábrica, trabalho em


equipe não pode ser introduzido nenhum lazer, somente a
aplicação de uma mesma atividade especializada → sem
prazer no tempo de trabalho → pressão pelo controle da
produtividade e visando lucro.

 Trabalho atual: oposto do artesanal → ausência de vínculo


com o resto da vida → separação de trabalho e prazer:
desenvolvimento de lazer passivo (sem críticas) →
compensação que o sistema permite: não haja
transformações no mundo do trabalho que continua dando
lucros para os donos da produção.
 Características decisivas do mundo do trabalho: submissão
ao capital, interesse dos capitalistas e proprietários → força
de trabalho é dada como mercadoria → esforço do
trabalhador retira um valor que deixa sobra aos interesses
do capital: salário do trabalhador abaixo do valor criado do
produto pro mercado → valor produzido pelo trabalhador que
não é devolvido: mais-valia.
 Conflitos nas democracias: equilíbrio entre capital e trabalho
por meio de um tripé de poder → pressão dos sindicatos se
opõe ao capital → terceiro termo: Estado não autônomo,
mas não identificado com a classe dona das terras e
fábricas → Brasil: Estado não ≠ dos interesses capitalistas.

 Trabalho e ideologia: instrumentos de submissão política →


pessoas sem efetivo poder de decisão sobre o mundo em
que trabalha → atividades feitas para sobrevivência.

 Trabalho que expresse, seja criativo e dê prazer: utopia,


irreal → Labor (ativ. dificultosa) invade o mundo do trabalho
mantidas pelos meios de comunicação que manipulam e
criam necessidades de consumo.

 Aumento do tempo livre com a automação →


desaparecimento da participação política → necessidade de
reinvenção.
SIGNIFICADO DO TRABALHO
 Variedade das tarefas;
 Identidade com o trabalho e
a possibilidade de realizar
algo do começo ao fim com
resultados;
 O significado do trabalho
sobre o bem das pessoas,
da organização e/ou da
sociedade.

“O verdadeiro sentido do trabalho é não ser somente fonte


patrimonial, mas também de gosto e prazer pela atividade laboral.”
SENTIDO DO TRABALHO

Ter variedade e ser desafiador;


 Possibilitar aprendizagem contínua;
 Permitir autonomia e decisão;
 Possibilitar reconhecimento e
apoio;
 Trazer uma contribuição social;

 Permitir um futuro desejável.

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