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Trabalho nos

clássicos da
Sociologia
Trabalho na perspectiva de

Marx
Divisão do trabalho em Marx

Para Marx, a divisão do trabalho existiu em todas as sociedades, desde


o momento em que os seres humanos começaram a trocar coisas e
produtos, criando uma interdependência entre si. A base da troca está
na necessidade que o indivíduo tem de produtos que ele não produz.

A divisão do trabalho é realizada no processo de desenvolvimento das


sociedades. Conforme buscamos atender a nossas necessidades,
estabelecemos relações de trabalho e maneiras de dividir as atividades.
Divisão social do trabalho: a produção e o aperfeiçoamento dos
instrumentos propiciou a especialização e o surgimento dos artesãos,
ocupando a totalidade do seu tempo na criação de um único produto.
Precisavam, então, trocá-los por outros produtos de que necessitavam.

A intensificação das trocas intensificou o comércio e o desenvolvimento


das cidades (burgos) e, por consequência, emergiu a divisão entre o
campo e a cidade.

Com a formação das cidades, houve uma divisão entre o trabalho rural
(agricultura) e o trabalho urbano (comércio e indústria).
Divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual:

O desenvolvimento da produção e seus excedentes deram lugar a uma


nova divisão entre quem administrava — o diretor ou gerente — e quem
executava — o operário.

Com o surgimento das fábricas, apareceu


também o proprietário das máquinas e,
consequentemente, quem pagava o salário do
operador das máquinas.

A alta diferenciação entre essas atividades levou


ao surgimento de uma diferenciação de
classes.
Para Marx, portanto, a divisão social do trabalho
numa sociedade gera a divisão em classes.
Divisão manufatureira do trabalho:

A partir da manufatura, além da separação entre concepção e execução,


há também a fragmentação das tarefas, ou seja, cada trabalhador
executa uma única atividade, produzindo apenas parte do produto. A
divisão manufatureira caracteriza-se pelo parcelamento das atividades e
pela especialização das funções.

A mecanização revolucionou o modo de


produzir mercadorias, mas também colocou o
trabalhador debaixo de suas ordens.

Ele começou a servir à máquina, pois o trabalho


passou a ser feito somente com ela.
E não era preciso ter muitos conhecimentos;
bastava saber operá-la.
Subordinado à máquina e ao
proprietário dela, o trabalhador só
tem, segundo Marx, sua força de
trabalho para vender.

Mais-valia: diferença entre o valor


final da mercadoria produzida e a
soma do valor dos meios de
produção e do valor do trabalho que
é a base do lucro no sistema
capitalista.

Dominação do capital sobre o


trabalho.
O trabalhador torna-se incapaz de perceber que a riqueza que ele
desenvolve é produto de seu trabalho, e também não consegue se
reconhecer no produto de seu trabalho.

A separação, no processo de trabalho, entre concepção e execução


faz com que a decisão sobre o que produzir e como produzir não seja
mais responsabilidade do trabalhador, mas, sim, do capital ou de seus
representantes.

Além disso, o produto, a mercadoria, não resulta de


seu trabalho individual, e sim do trabalho de todos
(do trabalho coletivo). Ele realiza apenas uma
parte dela e, assim, o produto do trabalho, a
mercadoria, aparece ao trabalhador como algo
alheio, estranho a ele.
A relação do trabalhador com o produto de seu
trabalho é, portanto, de estranhamento: o
trabalhador, que colocou a sua vida no objeto, agora
se defronta com ele, como se a mercadoria tivesse
vida própria, independente dele.

Assim como o trabalho já não lhe pertence, mas


a um outro homem (o proprietário dos meios de
produção), o produto de seu trabalho igualmente não
lhe pertence. Para Marx, então, o trabalho livre,
assalariado, é trabalho alienado.
A alienação em relação ao
produto do trabalho:
O estranhamento em não se
reconhecer num produto que tem
dentro de si a essência do
trabalhador.
A alienação no processo de produção:

● O guia o trabalho não é a


necessidade, mas sim os
interesses de outros.
● Os trabalhadores adotam uma
orientação instrumental para o
trabalho, vendo-o apenas como
uma maneira de ganhar a vida,
de ganhar um salário.
● O trabalhador só se satisfaz fora
do trabalho
Trabalho na perspectiva de

Durkheim
Émile Durkheim concorda com Marx que a divisão do
trabalho é característica dos tempos modernos, mas
diz que a divisão do trabalho cria solidariedade.

Definição de solidariedade: diferentemente do


senso comum, que chama de solidariedades as
ações altruístas, Durkheim considera solidariedade
todo tipo de elemento ou característica que explica a
harmonia e a coesão entre os indivíduos de uma
sociedade
Solidariedade mecânica e solidariedade orgânica

A solidariedade mecânica é mais comum nas sociedades


menos complexas, pré-capitalistas, nas quais cada um sabe
fazer quase todas as coisas de que necessita para viver.
Nesse caso, o que une as pessoas não é o fato de uma
depender do trabalho da outra, mas a aceitação de um
conjunto de crenças, tradições e costumes comuns.
A coesão social se constrói a partir da forte identificação
dos indivíduos com as tradições e costumes da comunidade
.
É uma solidariedade por SEMELHANÇA.
A solidariedade orgânica é fruto da diversidade entre os
indivíduos, e não da identidade das crenças e ações.

É típica das sociedades capitalistas, caracterizadas pelo alto


grau de divisão do trabalho e maior heterogeneidade cultural.

O que une os indivíduos é a interdependência das funções


sociais, a necessidade que uma pessoa tem da outra, em virtude
da divisão do trabalho social existente.

Na sociedade moderna, a coesão social seria dada pela divisão


crescente do trabalho.

Uma solidariedade por DIFERENÇA

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