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Aula 01

PM-RJ (Soldado) Sociologia 2022


(Pré-Edital)

Autor:
Raphael de Oliveira Reis

07 de Fevereiro de 2022

13814016785 - Dafny Sana Alvarenga


Raphael de Oliveira Reis
Aula 01

Sumário

01 – Introdução à Sociologia parte II................................................................................................................. 2

1.1 ESTRATIFICAÇÃO E MOBILIDADE SOCIAL ................................................................................................ 2

1.1.1 Sistema de Castas ................................................................................................................................. 3

1.1.2 Estamentos ............................................................................................................................................. 5

1.1.3 Sociedade de Classes ........................................................................................................................... 6

1.2 MUDANÇA SOCIAL E SUBDESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 10

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 15

Lista de Questões .............................................................................................................................................. 30

Gabarito ........................................................................................................................................................... 40

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Dafny Sana Alvarenga
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01 – INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA PARTE II

1.1 ESTRATIFICAÇÃO E MOBILIDADE SOCIAL

Se você não estiver numa redoma de vidro, ao sair às ruas certamente irá perceber as várias desigualdades
sociais que nos rodeiam. As diferenças nas condições de vida se manifestam de formas variadas, desde as
mais visíveis até as mais sutis.
É comum nas cidades presenciarmos os bairros de “ricos” e os bairros de “pobres”. Geralmente, estes são
afastados do centro da cidade, os serviços públicos são precários ou inexistentes, as condições de moradia e
de saneamento são ruins e o acesso aos bens patrimoniais e culturais da cidade é dificultoso.
Uma pergunta que sempre paira no ar é por que a educação e a saúde pública são ruins? A resposta, para
alguns pesquisadores, perpassa por uma outra indagação: quem os utiliza? Essas são perguntas que nos faz
pensar sobre as desigualdades e como elas operam na realidade social. Ainda, podemos observar as
desigualdades mais sutis, que se apresentam no estilo de vida de determinados grupos sociais através de
roupas, alimentação, prática de determinados esportes...

A estrutura social é constituída por diversos


fatores: econômico, político, histórico,
cultural, religioso, os quais estruturam
(moldam) um determinado tipo de
configuração social.
Já a estratificação social é uma forma de
perceber como os indivíduos e grupos
sociais são organizados, distribuídos e
classificados na sociedade, podendo ser em
castas, estamentos, estratos, camadas sociais ou classes sociais.
Geralmente, o estudo da estratificação social procura analisar como se organizam e se distribuem as
estruturas econômicas, políticas e simbólicas, isto é, como esses bens são apropriados, classificados e
legitimados por determinados grupos sociais. A partir disso, analisa-se também as disputas sociais pelos
recursos e o processo de hierarquização.
As sociedades são construídas culturalmente ao longo da História, portanto, as configurações da
estratificação social também vão variar de sociedade para sociedade, pois é uma construção histórica (em

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determinado tempo e em determinado espaço), realizada pela ação dos sujeitos históricos. Algumas
sociedades se apresentam em sua organização em sistemas de castas, estamentos ou classes sociais.

1.1.1 Sistema de Castas

O sistema de castas é uma configuração social que existe há muito tempo, em diferentes sociedades. Na
Antiguidade Grécia, Roma e China se organizaram em castas. Na nossa atualidade, o exemplo mais marcante
é a Índia.
A sociedade indiana começou a ser organizar em castas e subcastas há mais de 3 mil anos, adotando uma
hierarquia baseada nos princípios da religião hinduísta. Atualmente, embora desde 1950 o sistema de castas
tenha sido legalmente abolido, ainda persiste em várias regiões da Índia. Essa forma de organização é
mesclada com a estrutura de classes, devido à modernização e adaptação do país no sistema capitalista.
Aos olhos de nós ocidentais tal estrutura nos apresenta uma repulsa, já que os valores de igualdade e de
liberdade fazem parte de nossa sociedade moderna.
Um dos princípios que fundamenta a organização em castas é a hierarquia (pessoas puras e pessoas
impuras). Para o funcionamento de uma sociedade em castas outro princípio é o da hereditariedade
(nascimento).
Na Índia, o sistema de castas varia de região para região e há várias subcastas. De maneira geral, podemos
dizer que há 4 castas principais: 1) Brâmanes (casta sacerdotal e superior as demais; 2) Xátrias (casta
intermediária formada por aqueles que vão se dedicar a guerra e a administração pública); 3) Vaixás
(comerciantes, artesãos e camponeses); e os 4) Sudras (trabalhadores manuais considerados servis). Já os
Párias pessoas chamadas de impuros, os quais são proibidos de terem contato com as outras castas.

Essas são mulheres dalits ou párias. São responsáveis pelo pior tipo de trabalho, isto é, limpar as latrinas
(fossas).

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Nas castas não há mobilidade social, isto é, uma pessoa que nasce em uma determinada casta permanece
nela até a sua morte. Portanto, a hereditariedade definirá quem é a pessoa. Para reprodução desse tipo de
sistema, há a endogamia (casamento entre as pessoas da mesma casta), as regras sociais baseadas na
oposição puro e impuro (a alimentação é compartilhada e preparada entre os membros de uma mesma casta
e a proibição de contato físico de uma classe superior com uma inferior) são essenciais na estrutura de
hierarquização desse tipo de sociedade.
Com o advento do sistema capitalista e a adesão gradual a esse tipo de organização material, os valores
indianos também passaram por mudanças. O sistema de castas ficou mais flexível em alguns lugares da Índia.
Em algumas regiões, castas inferiores possuem costumes semelhantes as práticas das castas superiores.
Embora não seja frequente, há casamento entre membros de castas diferentes. Um aspecto interessante é
que a Índia desenvolveu uma política de afirmação (cotas) para introduzir a inclusão de castas consideradas
inferiores nas universidades públicas.
Outro país que ainda tem consequências visíveis do sistema de castas é o moderno Japão. Apesar de toda
sua inserção no sistema capitalista e de seus avanços tecnológicos, educacionais e “civilizatórios”. Isso
mesmo, o Japão!
As castas foram oficializadas no período Edo (1600-1868), cuja principal casta era a dos samurais. Assim como
na Índia existiam os párias (hinins), aqueles considerados como “não gente”, inferior, ocupando funções
como coveiros ou classificados por algum “erro social”, como as mulheres adúlteras. Também havia os
barakumins, pessoas encarregadas de matar, limpar e preparar animais para o consumo, cuja classificação
tinha fundamentação religiosa – o Xintoísmo relaciona morte a sujeira e o Budismo considera indigna a
função de matar animais. Nesse sentido, aqueles que trabalhavam como coveiros e nas matanças de animais
para retirar o couro deveriam ser isolados e mantidos em condição subalterna.
Mesmo com a abolição do sistema de castas no Japão, em 1871, ainda hoje os descendentes dos hinins e
dos barakunins (cerca de 3 milhões de pessoas) dificilmente conseguem empregos que não sejam de lixeiros
ou limpadores de esgotos e, tampouco, conseguem acesso à educação – há uma legislação que tenta impedir
a discriminação dessas pessoas.

Barakumins
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1.1.2 Estamentos

A sociedade organizada em estamentos foi a configuração social encontrada ao longo da Idade Média, que
perpassou pelo Antigo Regime. Nas vésperas da Revolução Francesa (1789) existiam 3 estados: clero,
nobreza e trabalhadores (comerciantes, artesãos, camponeses, etc.).
O que identifica e diferencia um estamento de outro é um conjunto de privilégios e obrigações que são
aceitos como naturais e são legitimados publicamente pelas diversas instituições. As desigualdades
apresentadas entre os estamentos (grupos) são direitos, porque cada um, dependendo de seu nascimento
(hereditariedade), teria uma função específica na sociedade. Dessa forma, se uma pessoa nasceu nobre era
direito de ela ter privilégios. Se nascia servo, era um dever trabalhar para sustentar a população.
O principal bem era a terra, a qual a Igreja Católica era detentora de grande parte das áreas cultiváveis na
Europa Ocidental. A nobreza, isto é, a aristocracia, era proprietária das demais terras que facultavam
prestígio e poder. Assim como as castas, a mobilidade social é praticamente inexistente – um servo casa com
uma pessoa da nobreza só em “conto de fadas”!
Em alguns momentos, a burguesia em seu processo de consolidação queria parecer com os aristocratas,
comprando títulos de nobreza, o que não significa ser a mesma coisa de um nobre de nascença, de “puro
sangue”. Tampouco significava ter acesso à terra.
A coerência de determinada organização estava fundamentada na reciprocidade das relações entre os
grupos que tinham obrigações e deveres de uns para com os outros. O clero tinha a função de orar, portanto,
o domínio do sagrado. A nobreza (aristocracia) de manter a proteção dos seus servos e os servos de trabalhar
para a sustentação material da população.
Entre a nobreza havia a relação entre suserano (senhor feudal) e vassalo (outro nobre subordinado),
formando uma rede de obrigações recíprocas e de fidelidade, hierarquizando a própria nobreza a partir
daqueles que mais dispunham de terras e condições de defesa (homens armados, armas e cavalaria).
Portanto, um suserano poderia ter vários vassalos. Vassalos poderiam dentro dessa rede ser suserano de
outro vassalo. Quando existia algum tipo de confronto, reunia-se os homens dessas alianças para a defesa.
Em resumo, prevalecia a desigualdade como um fato natural e desejável, visto que a partir do nascimento
cada um tem seu lugar e função na sociedade.
Curiosamente, a pobreza na Idade Média não era definida por critério econômico, e sim pela condição de
nascimento. Porém, se era servo, havia a condição de nascimento e a questão material. A pobreza tinha um
sentido positivo, pois despertava naqueles que tinham posses o sentimento de compaixão, de caridade.
Pessoas ricas poderiam ser consideradas pobres em virtude (“é mais fácil um camelo passar num fundo de
uma agulha do que entrar no Reino dos Céus” Mt,19:24) e pessoas pobres poderiam ser ricas em virtude
espiritual (“Bem aventurados os pobres de espírito porque é deles o Reino dos Céus”). Assim, havia uma
relação moral dos ricos em ajudar os pobres de maneira caritativa.

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A partir do século XVI, mas, de maneira mais sistemática a partir do século XVIII (com a revolução industrial),
a pobreza é encarada de maneira diferente: agora é um perigo social, que ameaça o equilíbrio da sociedade.
Nesse sentido, foram criadas leis que disciplinasse a “vagabundagem”, isto é, aqueles que não queriam
trabalhar ou que não encontravam trabalho.
Eram considerados pelo Estado indolentes ou preguiçosos – essa ação forçava os trabalhadores a aceitarem
as condições de trabalho industrial que surgia nas cidades.
Para se ter uma ideia, o economista Thomas Malthus (1776-1834) analisava que a população crescia mais do
que a produção de alimentos, defendendo que a ajuda assistencial aos pobres, principalmente pelo Estado,
era repudiável, visto que isso incentivaria os pobres terem mais filhos, aumentando assim a miséria. Não é
difícil encontramos na nossa atualidade discursos que pretendem criminalizar os pobres e orientações como
controle de nascimento.

1.1.3 Sociedade de Classes

Na contemporaneidade, usa-se o termo classe para designar muitas coisas, entre elas se uma pessoa tem
“classe” (um certo tipo de comportamento), um agrupamento de alunos ou até mesmo para categorias
profissionais.
Sociologicamente, o termo classe é empregado para compreender como determinados grupos sociais se
organizam na sociedade capitalista, ou seja, como é realizada a distribuição e a apropriação material
(econômica), o poder político e os bens simbólicos, além das classificações, hierarquias e legitimações da
estrutura social.
No sistema capitalista, fatores como a religião, a honra e a hereditariedade perdem força como nas
sociedades tradicionais organizadas por castas ou estamentos. Duas instituições passam a ser o foco principal
das pesquisas: o Estado e o Mercado. As classes sociais é o ponto de partida para entender as desigualdades
que estruturam a sociedade capitalista.
Autores de tradição liberal não trabalham com a concepção de classes. Para a maioria deles, a sociedade não
é dividida em classes, só existem os indivíduos. As desigualdades sociais são explicadas pelo princípio da
meritocracia (poder do mérito), isto é, o sucesso depende do esforço individual, das habilidades e
capacidades de cada pessoa. Inclusive, do ponto de vista econômico, as desigualdades são bem-vindas,
porque fariam com que os indivíduos sem poder aquisitivo se esforçassem para poder adquirir bens como
defende o pensador Von Mises.
Há pelo menos 3 principais maneiras de pensar a questão de classes atualmente:

Posição no processo de produção: é uma visão marxista, na qual irá observar a posição do sujeito histórico
na produção material de determinada sociedade. No século XIX, Marx identificou duas principais classes: a
burguesia, detentora dos meios de produção e os operários, os quais vendiam sua força de trabalho. A partir
da relação de trabalho, operavam-se as desigualdades. Enquanto os empresários ficam ricos nas custas e na

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exploração dos trabalhadores, estes cada vez mais apresentam condições precárias de existência.
Atualmente, devido às complexidades sociais, autores marxistas vão identificar outras classes e frações de
classes intermediárias entre a burguesia e o proletariado, mas sem perder as noções de exploração e de
domínio da classe dominante.

Capacidade de Consumo: esta é uma divisão mais usual na economia, de fundamentação liberal. Na verdade,
não se poderia empregar "classe”, e sim estrato - uma reunião de indivíduos que tem semelhanças no poder
de consumo, ou seja, o critério é a renda. Portanto, a sociedade é dividida em estratos sociais: A, B, C, D ou
E de acordo com sua capacidade de consumo.

Distribuição de capitais: há uma preocupação de perceber a sociedade além do posicionamento dos


indivíduos no processo de produção e de seu poder de consumo (renda). Procura-se analisar como as classes
se reproduzem economicamente, culturalmente e socialmente. O principal autor dessa abordagem é o
sociólogo francês Pierre Bourdieu. Para ele, as desigualdades sociais na sociedade moderna capitalista são
geradas pela herança cultural, isto é, transmissão cultural das famílias para os seus herdeiros. Não despreza
o capital econômico, já que este tem uma associação com o capital cultural. Dividiu a sociedade em 3
principais classes: superior (podendo ser econômica e/ou cultural), média ou pequena burguesia e classe
popular. Na distribuição dos capitais, a elite (classe superior) e a classe média possuiriam um acúmulo de
capitais (econômicos, culturais, sociais e simbólicos), que transmitidos a seus herdeiros reproduzem o
sistema de classes.
Podemos perceber que a análise da estratificação de uma sociedade depende do ponto de partida do
pesquisador e do critério adotado. Por outro lado, podemos chegar a algumas conclusões sobre as
sociedades modernas e suas desigualdades:

A apropriação da riqueza gerada em uma determinada sociedade é dada economicamente


pela apropriação de propriedades (terras, imóveis) e de renda (salário, aluguéis,
investimentos em títulos);

Participação nas decisões políticas, manifestando-se pelo maior ou menor poder que os
grupos sociais têm de decidir ou forçar decisões;

Na apropriação dos bens simbólicos, que se expressa no acesso à educação e aos bens
culturais (museu, livro, teatro, viagens).

Ao comparar a sociedade capitalista com os demais modos de produção, de fato, a liberdade e a mobilidade
social são existentes, no entanto, não são tão amplas como pode parecer. As barreiras sociais são mais
dissimuladas e “invisíveis” na convivência social. Um exemplo é o casamento.
O casamento tanto no sistema de castas como no sistema de estamentos só se pode realizar dentro do
próprio grupo (endogamia). Na sociedade capitalista, embora o casamento de membros de classes distintas
possa acontecer de maneira mais frequente (exogamia) sem ter uma condenação social explícita ou uma
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norma proibitiva, os membros das classes sociais continuam casando entre si, na grande maioria dos
matrimônios. Isso se dá pelo capital social, isto é, membros de determinada classe interage, frequenta
espaços e compartilha visões de pensar, sentir e agir no mundo com membros de sua classe, além de ser
uma estratégia para as classes da elite e da classe média, porque reproduzem-se economicamente e
culturalmente, além de que seus estilos de vida são mantidos. A tendência é de união entre os semelhantes
de uma classe, o que pode ser visto no casal que, em sua maioria, possuem o mesmo grau de escolaridade,
de renda, de estilo de vida.
Se nas sociedades organizadas em castas ou em estamentos os indivíduos nascem desiguais e assim
permanecem por toda a sua vida, na sociedade capitalista a ideia é de que exista a ascensão do indivíduo,
que pode ascender através dos estudos, do trabalho e do empreendedorismo.
Os autores de perspectiva liberal vão defender que o sistema capitalista é o mais justo (Frederick Hayek, Von
Mises, Kingsley Davis, Wilbert Moore, etc.). As desigualdades materiais não são necessariamente negativas
para eles, pois as desigualdades podem ser positivas para a sociedade, porque na busca do interesse pessoal
motiva os indivíduos a inovarem e a criarem novas alternativas, portanto, a sociedade como um todo se
beneficiaria dessas invenções tecnológicas e confortos produzidos pelo sistema capitalista. Além disso,
segundo essa perspectiva, o capitalismo proporciona liberdade e a igualdade formal (perante as leis) - a
busca da igualdade material se dá através de cada um (interesse e esforço pessoal).
Uma frase célebre é de que “os capitalistas de hoje foram os trabalhadores de ontem” e que nesse sistema
as pessoas têm as mesmas oportunidades, bastando o seu esforço pessoal, seu mérito, para aproveitar as
oportunidades. Criticam as políticas que propõem igualdade de condições materiais, porque estas levam os
indivíduos a não lutarem por melhores condições, reduzindo a competição entre eles. Defendem a igualde
formal (perante a lei), e não material.
Já autores da perspectiva marxista e da sociologia crítica compreende esse sistema como injusto, já que
promove a exclusão social e gera a pobreza da maioria da população, para que poucos usufruam das riquezas
produzidas pela sociedade.
Outra forma de analisar as desigualdades de riqueza, prestígio e poder, foi pensada por Max Weber.
Inclusive, é a partir dele que Bourdieu vai desenvolver parte de sua teoria.
Weber distinguia 3 dimensões: a econômica (posses e rendas que a pessoa ou o grupo social possui), a social
(prestígio que as pessoas ou os grupos sociais têm em sua profissão ou no estilo de vida) e a política (poder
que as pessoas ou os grupos sociais detêm nas relações de dominação).
Ao partir dessas 3 dimensões, Weber vai analisar que muitas pessoas podem ter riqueza, mas não têm
prestígio ou posição social de dominação. Outras já podem ter poder político, mas não possuem riqueza
correspondente à sua dominação. E ainda outras pessoas podem ter prestígio, mas não têm nem riqueza e
nem poder.
Dessa forma, a hierarquia social pode ser concebida através de fatores econômicos, de prestígio e de poder
político. Para ele, classe é um conjunto de sujeitos semelhantes que compartilha as mesmas oportunidades
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de acesso aos bens, a posição social e a um destino comum. Diferente de Marx, Weber vai defender que as
disputas (lutas de classe) por poder, por prestígio e bens econômicos acontecem também dentro do interior
de uma mesma classe. Nessa perspectiva, as lutas de classe não é o “motor da história”, isto é, aquilo que
movimenta os acontecimentos e que transformaria a sociedade capitalista numa outra sociedade mais
igualitária (socialista e depois comunista). Para Weber, essas disputas de classe manifestam a manutenção
do poder, da renda ou do prestígio em uma situação histórica específica.
A partir dessas considerações de diversas concepções, é importante olharmos para a nossa realidade do
século XXI. É fato que as tecnologias nos trazem muitas comodidades e que inovações têm sido cada vez
mais presentes no nosso dia a dia, tanto para atender a racionalidade produtiva (produzir mais com
qualidade e a custos menores, gerando maior lucratividade), bem como contribuir nas tarefas do cotidiano.
Contudo, as desigualdades que deveriam diminuir aumentam cada dia mais – a maior parte da riqueza
mundial está sob domínio e concentrada no 1% de pessoas mais ricas da sociedade.
Ao iniciar o século XXI, 800 milhões de pessoas, das quais 300 milhões de crianças, são vítimas de fome
crônica. A falta de nutrição adequada mata milhares de crianças todos os dias – o continente Africano é o
mais afetado. Detalhe: os recursos alimentícios produzidos no mundo são suficientes para que ninguém
passe fome.
Outro dado é o aumento do desemprego no mundo, afetando cada vez mais as famílias. Enquanto os países
mais ricos apresentam uma renda per capita maior, em muitos países, a população vive abaixo da linha de
pobreza.
É comum empresas multinacionais de países desenvolvidos economicamente implantarem seu polo
produtivo em países pobres, onde a remuneração é menor e o uso de recursos naturais não têm uma
legislação protetiva e sustentável (um exemplo é a instalação da empresa Nike na China). Outro exemplo é
o uso de países pobres para depositar lixões eletrônicos, no quais as empresas pagam para descartar os
“restos” tecnológicos (como a Apple faz em países africanos).
Outro tipo de desigualdade manifestada no sistema capitalista é o de gênero. No relatório de 2005,
produzido pela ONU, constatou-se que:

- metade da população feminina não tem emprego, contra 30% da população masculina;

- quase 2/3 dos analfabetos adultos no mundo são mulheres;

- mesmo com escolaridade igual ou superior ao dos homens, as mulheres ganham salários
menores no mesmo emprego;

- uma em cada três mulheres no mundo é ou será vítima de algum tipo de violência,
prioritariamente sexual. 50% dessas violências são cometidas contra meninas de até 15
anos.

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1.2 MUDANÇA SOCIAL E SUBDESENVOLVIMENTO

Sabe-se que as mudanças em uma sociedade são de longa duração e nem sempre perceptíveis. Contudo, as
mudanças estão cotidianamente acontecendo.
Provavelmente, os homens que viveram a Revolução Agrícola ou a Revolução Industrial não perceberam de
imediato as transformações em curso. Em nossa atualidade há várias alterações como, por exemplo, nos
meios de comunicação com a Era Digital, mas ainda não compreendemos todos os seus efeitos (vantagens e
desvantagens).
Ao longo da História algumas transformações ficaram mais evidentes, gerando mudanças políticas,
econômicas, sociais e culturais. Essas transformações são objetos de estudo de várias disciplinas das Ciências
Humanas – não seria diferente com a Sociologia. Assim, vários sociólogos se debruçaram para pensar sobre
as mudanças, as revoluções, o progresso das sociedades e nas possíveis transformações em que as
sociedades deveriam passar.
Auguste Comte preocupou-se em compreender e a propor uma nova sociedade pós Revolução Francesa.
Acreditava na evolução da humanidade, a qual estaria pautada em seu ápice no acúmulo de conhecimento
científico. É importante recordar que sua análise e proposta teórica perpassa pela ideia de que a humanidade
percorreu 3 estágios no processo da evolução do conhecimento:

1º Estágio teológico: era uma fase da sociedade na qual as pessoas atribuíam a forças sobrenaturais as
responsabilidades pelos acontecimentos e conduziam suas ações por este tipo de visão. Tanto o politeísmo
como o monoteísmo são exemplos desse estágio.
2º Estágio metafísico : é o momento no qual as ideias filosóficas sobressaíram, com o uso da razão para
explicar os acontecimentos, a origem do mundo e dos seres.
3º Estágio positivo: corresponde ao estágio mais avançado da humanidade, no qual o conhecimento
científico e a industrialização são predominantes. Nesse momento, há a observação sistemática e a
experiência para estabelecer leis que visassem o domínio da natureza e o progresso das sociedades.

A análise da evolução da humanidade de Comte propunha também uma relação entre ordem e progresso.
Toda a mudança (progresso) deveria acontecer com ordem social, sem abalos no sistema, ou seja, admitia
mudanças, mas sem alterações profundas e conflituosas. Nesse sentido, podemos classificar esse
posicionamento como conservador.
Outro autor clássico da sociologia, Karl Marx, irá perceber as transformações sociais de maneira distinta da
de Comte. Marx analisou a Revolução Francesa como um projeto que culminou nos interesses da burguesia,
já que não alterou significativamente as condições materiais da maioria da sociedade e não foi feita pela
classe trabalhadora. A Revolução Industrial também é compreendida por ele como um projeto de dominação
burguesa e consolidação de seu respectivo projeto, já que desencadeou a separação na sociedade entre
proletariados e burgueses, gerando uma exploração física e mental dos primeiros.
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Para Marx, o radicalismo de uma transformação social é marcado pelo fato de ser realizado pela maioria da
sociedade, que no caso do sistema capitalista são os proletariados. Assim, esses seriam os únicos a proporem
uma real mudança para a libertação de todos na sociedade capitalista.
Destacou o processo revolucionário com o objetivo de transformar as condições sociais em que os indivíduos
vivem, uma vez que ele acontece a partir das contradições de classe (lutas de classe) e que a violência dessas
lutas é a “parteira da História”, isto é, aquilo que movimenta os acontecimentos na História, já que aqueles
que detém o poder jamais vão querer abrir mão dele e de seus privilégios pacificamente.
Outro sociólogo clássico é Émile Durkheim, que teve influência do pensamento de Comte e irá ter uma visão
distinta da de Marx sobre as transformações sociais. Para ele, a sociedade deve-se preocupar com a
integração social e com a coesão social entre seus membros. Criticava a concepção economista de Marx e
ressaltava que o principal era manter a solidariedade orgânica entre as pessoas, preservando a
interdependência entre elas a partir da divisão social do trabalho.
Por fim, Max Weber pensou a transformação social para além das condições econômicas, centrando suas
análises nas crenças e valores que fundamentavam as mudanças.
Se para Marx, o sistema capitalista foi resultado de mudanças materiais das forças produtivas e das relações
de produção a partir da desestruturação do modo de produção feudal, Weber vai apontar que a ética
protestante foi fundamental para existência do capitalismo, pois foi o fator que proporcionou a acumulação
de capital ao valorizar o trabalho e o modo de vida disciplinado, responsável e racional. Além disso, a ética
protestante enfatizou o esforço individual e o cálculo racional para garantir a eficiência na produção de
mercadorias, tendo como objetivo o lucro.
Weber partia da experiência dos países que se industrializaram e que tiveram influência da ética protestante
como Inglaterra e França, que passaram a ser as principais potências econômicas e políticas, enquanto os
países católicos, Portugal e Espanha, estavam em crise e demoraram a se incluir no processo de
industrialização.
Outro aspecto importante é análise de Weber sobre a dominação. As sociedades de dominação tradicional
e/ou carismática tendem a chegar em uma dominação de tipo legal-racional, onde existe a racionalização
das ações sociais e a burocratização das relações. Para Weber, a burocratização crescente seria um entrave
a qualquer processo de mudança social. Em uma sociedade administrada por diversos instrumentos
controladores, a mudança estaria sempre limitada pela ação burocrática, recordando que o Estado na
sociedade capitalista tem em suas mãos a burocracia civil e militar, além de ter o monopólio da violência.
Além da visão dos autores clássicos, foram propostas por outros pensadores teorias sobre as mudanças
sociais a partir do século XX. Nessas, havia uma preocupação em pensar o porquê de algumas sociedades
serem desenvolvidas e outras subdesenvolvidas. Assim, foram geradas teorias da modernização, que
veremos a seguir.

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As teorias da modernização estão fundamentadas na visão evolucionista da história, isto é, as mudanças de


uma sociedade partem de um determinado estágio ou fase (tradicional) para um estágio superior (moderno).
Para que existam mudanças de uma sociedade tradicional para uma superior é necessário deixar
determinadas características e incorporar outras consideradas modernas. Nessa perspectiva, considera-se
sociedades modernas, principalmente, os seguintes países: E.U.A, Canadá, Alemanha, Inglaterra e França.
Assim, as demais sociedades devem ser esforçar por seguir os mesmos processos históricos, para lograrem
uma sociedade industrializada, democrática e com padrões de serviços públicos e privados qualitativos.
Dessa forma, para que as sociedades superassem os seus valores tradicionais e incorporassem os valores
acima, haveria uma evolução social modernizante. Entretanto, este tipo de abordagem é duramente
criticado, já que é uma teoria etnocêntrica e desconsidera as particularidades históricas de cada país e
classifica determinados valores como se fossem universais e bons para todos. Ademais, ignoram as
desigualdades econômicas e a concorrência internacional do capital.
A partir da década de 1960 começaram a surgir novas explicações para a mesma pergunta: “por que alguns
países eram subdesenvolvidos e outros desenvolvidos?”
Uma das teorias surgidas foi desenvolvida pela Comissão Econômica para América Latina (Cepal), da
Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com os estudos dessa comissão, o fator explicativo era
econômico e estava estruturado na divisão internacional do trabalho. Os países subdesenvolvidos,
denominados também de periféricos, como os da América Latina, eram fornecedores de matéria-prima e
produtos primários (minérios e produtos agrícolas) para os países centrais. Esses, por sua vez,
transformavam em produtos industrializados aquilo que compravam dos países periféricos, ou seja, os países
subdesenvolvidos eram consumidores de produtos industrializados, o que gerava um distanciamento
econômico entre os países periféricos e centrais, já que foi necessário aos países subdesenvolvidos vender
mais matérias-primas e produtos agrícolas para pagar a mesma quantidade de produtos industrializados, ou
seja, trabalhavam mais e vendiam mais para receber o mesmo, e assim enriquecer aquelas nações que já
eram ricas.
Além do fator da divisão internacional do trabalho, a abordagem da Cepal ressaltava o processo histórico,
no qual os países industrializados foram metrópoles no período colonial, extraindo riquezas naturais para o
acúmulo primitivo de capital que foi investido nos seus respectivos processos de industrialização. Assim, os
países que tinham sido colônias ficaram por muito tempo sem autonomia para desenvolverem um projeto
de desenvolvimento.
Outra visão explicativa da relação países desenvolvidos e subdesenvolvidos foi pensada pelos sociólogos
Fernando Henrique Cardoso e Enzo Falleto. Para eles, após a primeira fase de exploração dos países
desenvolvidos, que durou até o fim da 2ª G.M, iniciou-se um novo movimento que aprofundou a
dependência dos países da América Latina. Essa continuou produzindo os mesmos bens primários para
exportação, mas a partir da década de 1960 houve mudanças (especificamente no Brasil, Argentina e Chile)
com a industrialização desses países periféricos.

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Esse processo ficou conhecido como “desenvolvimento dependente “ ou industrialização dependente”,


envolvendo uma aliança entre os empresários estrangeiros, empresários nacionais e os respectivos Estados
nacionais. Os produtos industriais que antes eram fabricados nos países desenvolvidos começaram a ser
produzidos nos países subdesenvolvidos, porque os custos de produção eram mais baratos: mão de obra de
baixa remuneração; as matérias-primas estavam próximas, portanto, economizava-se com transporte; o
Estado garantia a infraestrutura adequada e concedia incentivos fiscais para a instalação das indústrias – um
exemplo clássico é governo de Juscelino Kubistchek no Brasil.
A industrialização dependente não alterou o quadro dos países onde foi possível esse tipo de operação.
Traziam a transferência de tecnologia e a geração de empregos, no entanto, a exploração da força de
trabalho e as relações desiguais da divisão internacional do trabalho continuavam.
Ao contrário das teorias que procuraram explicar o porquê de determinadas nações serem ricas e outras
não, tivemos ao longo do século XX propostas práticas baseadas também em teorias (principalmente em
autores marxistas) para romper com a relação de dominação dos países centrais – isso ficou denominado
como revoluções.
Lembrando que revolução é uma busca de transformação radical das estruturas sociais, políticas e
econômicas. Outros tipos de alterações mais pontuais são chamadas de reformas. Geralmente, essas não
contrapõem aos interesses da classe dominante e muitas vezes são realizadas pela própria elite a fim de
evitar revoluções.
São exemplos de algumas revoluções que marcaram o século XX e que pretenderam romper com a
exploração do sistema capitalista: Revolução Mexicana, Revolução Russa, Revolução Chinesa e Revolução
Cubana.
No Brasil, quando se pensa em mudanças ou transformações sociais, as teorias da modernização estão
presentes. A sociedade brasileira é considerada por muitos pensadores como tradicional e, portanto, carece
de modernização. Uma das problemáticas presentes é por que a sociedade brasileira resiste às mudanças?
Um exemplo é o nosso processo de independência. A partir dele o Brasil se tornou “independente”
politicamente, mas continuou dependente economicamente e com a mesma estrutura de poder, mantendo
a organização política por meio do Império e o sistema escravocrata como a principal relação de trabalho,
enquanto nos demais países da América Latina os processos de independência desencadearam lutas e
mudanças como a implementação do regime republicano e a extinção do sistema escravocrata.
Além da Independência, a instauração da República não modificou a nossa sociedade. As estruturas de poder
continuaram sob o domínio das elites aristocráticas (poder de quem detinha terras), das oligarquias
regionais, cujo lema positivista foi sua marca: “ordem e progresso”, isto é, o progresso é bem-vindo desde
que seja coordenado pela elite econômica e política.

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Em resumo, as principais mudanças no Brasil foram realizadas por aqueles que dominam a distribuição dos
capitais (econômicos, políticos e simbólicos), com o intuito de continuar controlando e mantendo os seus
privilégios. O povo (entendido aqui como a maioria da população) não participou diretamente dessas
transformações. Assim, os termos modernização ou reforma são apropriados para caracterizar as principais
mudanças que ocorreram na História de nosso país. Embora muitos desses acontecimentos foram
considerados “revolução” por alguns (principalmente aqueles que direcionaram tais transformações),
sabemos que não passaram de um uso equivocado de tal conceito.
A “Revolução de 1930” e a “Revolução de 1964” são exemplos. A primeira teve um “Golpe de Estado” com
Getúlio Vargas, que possibilitou a mudança de grupos na estrutura do poder, mas mantendo principalmente
os interesses das elites oligárquicas e empregando um regime autoritário nas questões sociais e econômicas.
Mas, mesmo assim, conseguiu avanços na infraestrutura e no impulsionamento da industrialização, além de
estabelecer conquistas trabalhistas. Assim, muitos pensadores conceituaram este modelo de “revolução
pelo alto” ou “revolução passiva”. Outro exemplo é o “Golpe de Estado de 1964”, que impediu avanços
sociais e econômicos da classe popular que se intensificaram no começo da década de 1960. Ademais, foi
um regime autoritário e aliado aos interesses do capital estrangeiro. Deu prosseguimento aos investimentos
para garantir a expansão da industrialização e das comunicações (telefônica e televisiva principalmente).
Esse acontecimento histórico ficou classificado também como “modernização conservadora”, ou seja, ocorre
por meio da concentração de poder do Estado, sem a participação da maioria da população, controlando os
possíveis avanços.
Muitos autores de destaque apontam o atraso da sociedade brasileira a determinados processos históricos
do Brasil. Sérgio Buarque de Holanda dizia que para o Brasil ser moderno era necessário eliminar as raízes
coloniais, os valores culturais trazidos pela colonização portuguesa, como o chamado patrimonialismo, isto
é, uma organização do Estado fundamentada nas relações pessoais, na troca de favores, nas quais os
interesses públicos não eram separados dos interesses privados. Assim, para o Brasil se modernizar seria
necessário um Estado burocrático, legal-racional nos termos de Max Weber, isto é, fundamentado na
racionalidade, em leis, na separação dos interesses privados e públicos, cujas as relações fossem impessoais.
Outro pensador de destaque foi Oliveira Vianna. Para ele, o atraso da sociedade brasileira era o latifúndio e
o poder dos coronéis locais. Para a superação dessa situação propunha reformas, apontando que era
necessário um poder central forte que não permitisse a força das oligarquias regionais e que garantisse um
desenvolvimento nacional.
Já Florestan Fernandes, considerado um dos principais sociólogos do Brasil, chamava atenção de que não
haveria a possibilidade de uma verdadeira revolução se o passado da escravidão e a visão política como
relação de favor não fosse substituídas por práticas políticas democráticas. O Estado burguês, caracterizado
pelo autoritarismo e por privilegiar os interesses de uma minoria articulada com os interesses estrangeiros
impedem avanços sociais, de conquistas trabalhistas e reforçam os preconceitos e a exclusão de pessoas
pobres, de mulheres e da população negra do acesso à cidadania

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QUESTÕES COMENTADAS

1) VUNESP 2018:

Comentários:
A partir de uma leitura atenta, o candidato percebe que para o sociólogo Florestan Fernandes os escravos
não foram integrados à sociedade após a abolição. Dessa forma, as alternativas B, C, D e E mencionam
características que apontam para uma possível inclusão dos negros, os que as invalidam.
Gabarito: A
2) Vunesp 2018:

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Comentários:
A alternativa A está incorreta. O Estado Democrático de Direito é fundamentado por meio dos princípios de
justiça social e igualdade entre as pessoas.
A alternativa B está incorreta. A nossa estrutura jurídica impede os mais variados tipos de dominação de
gênero.
A alternativa C está incorreta. Nenhum tipo de desigualdade fortalece instituições democráticas.
A alternativa D está correta. Quando há dominação física, simbólica, econômica, etc. afeta o acesso e
exercício da cidadania.
A alternativa E está incorreta. O empoderamento das mulheres é essencial para o fortalecimento de relações
democráticas e, por conseguinte, do Estado Democrático de Direito.
Gabarito: D
3) Vunesp 2018:

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Comentários:
A alternativa A está incorreta. Pelo contrário, educação de qualidade é fundamental para a socialização dos
jovens.
A alternativa A está incorreta. Perceba o modal de restrição “por si só”, o que já chama atenção. Para a
formação de cidadãos conscientes é importantíssimo a formação básica (ensino fundamental e médio).
A alternativa A está incorreta. A escola é uma instituição social que reflete o que acontece na sociedade.
A alternativa A está incorreta. Uma das formas de combater as injustiças sociais a exemplo das
desigualdades econômicas e simbólicas é a escolarização das pessoas que pode permitir melhores
oportunidades.
A alternativa A está correta. Diferente de todas as outras alternativas, mostra a importância da educação
de qualidade em prol de processos de inserção social.
Gabarito: E
4) Vunesp 2018:

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Comentários:
A alternativa A está incorreta. Na verdade, a Era da Informação cada vez mais valoriza o trabalho intelectual,
a capacidade de abstração do trabalhador.
A alternativa B está correta. Quanto mais tecnologias empregadas há a implementação da automação (uso
de máquinas realizando serviços que antes exigiam a intervenção braçal/intelectual do trabalhador). Isso
compromete a geração de empregos.
A alternativa C está incorreta porque com o emprego da mecanização (automação) no setor primário,
reduziu a quantidade de empregos no campo.
A alternativa D está incorreta. Podem aumentar a produtividade, mas geração de empregos fica
comprometida.
A alternativa E está incorreta como vimos na questão anterior, pode-se aumentar a produtividade, mas não
a quantidade de empregos.
Gabarito: B
5) UECE 2018:
No que diz respeito à história política, econômica e social do Brasil, é correto afirmar que

A) é marcada por diversas crises, como exemplifica o atual momento do País.


b) a proclamação da República no Brasil, em 1889, resultou de um movimento com ampla participação
popular mobilizado por partidos democráticos.
c) a economia brasileira tornou-se predominantemente industrial com a intervenção do Estado no período
do governo Vargas (1930- 1945).

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d) desde a abolição da escravidão, em 1888, a sociedade brasileira tem-se configurado como uma
democracia racial sem quaisquer expressões de racismo.
Comentários:
A alternativa A está correta. O gabarito apareceu logo “de cara”. Infelizmente, a nossa história é repleta de
crises econômicas e políticas. Inclusive, o atual momento passamos por uma grave crise política e
institucional.
A alternativa B está incorreta. Não houve participação popular. Foi um movimento organizado e controlado
pelo Exército e pelos cafeicultores.
A alternativa C está incorreta. O Brasil começou a se industrializar, mas dizer que se tornou
predominantemente industrial ainda não. O Brasil deixa de ser agrário partir da década de 1950.
A alternativa D está incorreta. Essa é absurda. Infelizmente, é comum presenciarmos diversos tipos de
preconceitos e discriminação racial.
Gabarito: A
6) FCC 2018:
Segundo Gilberto Freyre, o elemento que exerceu o papel preponderante na história social brasileira foi
A) o Estado patrimonialista português e suas ramificações no Brasil colonial.
b) a Igreja Católica, sobretudo os jesuítas.
c) a família patriarcal em sua forma extensa, abrangendo senhores, escravos e agregados.
d) as classes sociais em luta, à época colonial representadas pela aristocracia rural e pelos trabalhadores
negros escravizados.
E) os movimentos nativistas de luta pela independência nacional, liderados pela burguesia nascente, em
oposição à Coroa portuguesa.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Quem trabalha com a concepção de Estado Patrimonialista são os seguintes
pensadores: Sérgio Buarque de Holanda, Rodrigo Faoro, Roberto da Matta, etc.
A alternativa B está incorreta. Gilberto Freyre valoriza a herança portuguesa familiar.
A alternativa C está correta. sim, para Freyre o grande desbravador do Brasil foi a família patriarcal que,
segundo ele, foi mais importante do que o estado português e a Igreja Católica para o processo colonizador.
A alternativa D está incorreta. Ele não defende isso e tampouco podem utilizar classes sociais para esse
período.
A alternativa E está incorreta. Como vimos, o elemento preponderante para Freyre é a família patriarcal.
Gabarito: C

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7) FCC 2018:
Não por acaso, o Brasil é o país onde um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos, seis mulheres são
estupradas a cada hora e, só em 2016, 340 pessoas LGBTs foram assassinadas em crimes de ódio.
A partir desses dados é correto afirmar:
A) Tem-se que propor ações educativas junto à população que alterem comportamentos
preconceituosos e machistas.
B ) Muito pouco pode-se fazer para alterar essa realidade em nosso espaço de trabalho.
B) O poder público não pode se responsabilizar nem proteger a população LGBT.
C) O assassinato de jovens negros ocorre porque geralmente estes jovens cometem crimes ou vivem em
comunidades violentas.
D) Se as mulheres se comportassem de forma mais recatada e menos provocativa, elas não seriam
violentadas.
Análise:
A alternativa A está correta. A questão trata sobre a violência contra grupos minoritários, ou seja, ações
educativas que procurem combater preconceitos e promovam ato de convivência com a diversidade.
A alternativa B está incorreta. É possível sim modificar a realidade de intolerância no ambiente de trabalho,
por meio de ações colaborativas. Inclusive, cada vez mais se combate no mundo o assédio sexual e moral
nas corporações.
A alternativa C está incorreta. O poder público tem o dever de realizar políticas públicas que protejam as
minorias.
A alternativa D está incorreta. Não, uma vez que estão em situação de vulnerabilidade histórica e sofrem
ações violentas por meio da discriminação racial. Inclusive, a nossa polícia é considerada junto com a norte-
americana uma das mais violentas.
A alternativa E está incorreta. Isso é a culpabilização da vítima em vez da responsabilização do agressor.
Gabarito: A
8) FCC 2018:
O Brasil registrou queda nos índices de mortes de crianças menores de 5 anos, no ano de 2015, 73% menor
que no ano de 1990. Porém, a taxa de mortalidade infantil ainda é elevada, principalmente em lugares de
extrema pobreza e alta vulnerabilidade social, destacando-se as regiões Nordeste e Norte do país. Promovem
a mortalidade infantil:
A) políticas públicas efetivas na saúde e na educação além do aumento de emprego, principalmente
para os jovens.
B) áreas de lazer, diversão e campanhas midiáticas que apresentam informações importantes para a
população.
C) assistência hospitalar adequada, orientação à comunidade de forma objetiva e elevação da renda da
população.
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D) amamentação nas primeiras horas de vida do recém-nascido, contato com a mãe e boa nutrição.
E) saneamento básico inadequado ou ausente, desnutrição, falta de assistência às gestantes e ausência
de acompanhamento médico aos bebês.
Comentários:
O principal aspecto que impacta a mortalidade infantil nas regiões supracitadas é a falta de saneamento
básico, que prolifera doenças e um ambiente de desnutrição (fome), além da falta de cuidados preventivos
na fase de gestação.
Gabarito: E
9) UFPA 2018:
Sobre a divisão das classes sociais na contemporaneidade, é correto afirmar que
A) a classe trabalhadora é formada por trabalhadores desqualificados e profissionais liberais que são
explorados pela burguesia industrial tal como no início da revolução industrial.
B) os sociólogos concordam que a classe média é aquela que mais luta por mudanças sociais. Ela quer
que a classe trabalhadora ascenda socialmente para que o mundo seja menos desigual.
C) a centralidade das discussões sobre classe social está na posição ocupada pelo capitalista. Este não é
mais formado pelos herdeiros das grandes fortunas, mas é essencialmente composto por quem construiu
sua riqueza com esforço próprio.
D) a postura assumida pelos cientistas sociais contemporâneos com relação à classe social é que Karl
Marx estava absolutamente correto em suas análises. Ou seja, enfatiza-se que no capitalismo só existem
duas classes em confonto: os burgueses e o proletariado.
E) hoje, na perspectiva sociológica, existem três classes sociais: a classe alta, formada por aqueles que
detêm a riqueza; a classe média, composta por empregados qualificados, supervisores e gerentes; e a classe
trabalhadora, caracterizada pela falta de propriedade e pela dependência de salários.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A classe trabalhadora é formada tanto por trabalhadores qualificados como
desqualificados. Hoje há uma complexidade maior na formação de classes do que havia no século XIX. Outra
mudança é que naquele momento preponderava a exploração por meio da mais-valia-absoluta, enquanto
na atualidade é por meio da mais-valia relativa.
A alternativa B está incorreta. Não há essa concordância. As classes têm interesses distintos. Para os
sociólogos marxistas as mudanças estruturais partem da camada popular.
A alternativa C está incorreta. Um dos principais fatores de desigualdade econômica é a concentração de
riqueza nas mãos de alguns poucos grupos familiares. Ademais, a herança é um critério que reproduz a
desigualdade e não tem nada a ver com meritocracia.
A alternativa D está incorreta. não, visto a complexidade social a maioria dos autores percebem que há
várias classes e frações de classes na atualidade.
A alternativa E está correta. De maneira geral sim. Essa alternativa mostra a heterogeneidade de classes.

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Gabarito: E
10) UFPA 2018:
Sobre os objetivos dos movimentos sociais nas últimas três décadas, é correto afirmar:
A) Os movimentos produzem a modernização, estimulam a inovação e impulsionam as reformas
políticas, sociais e culturais. Porém o objetivo do movimento não é apenas a igualdade de direitos, mas mais
o direito de ser diferente, o qual é uma das mais profundas necessidades na sociedade contemporânea.
B) Os movimentos sociais possuem como princípios gerais a tomada do poder político, com o objetivo
de implementar uma gestão dos recursos políticos e financeiros em que as classes subordinadas ditem o
caminho do Estado-nação.
C) Os movimentos sociais possuem objetivos pragmáticos e localizados. Não possuem projetos para
além de sanar suas deficiências imediatas, tais como a falta de alimento, terra, casa, saúde e educação.
D) O único movimento social estruturado na América Latina é o Movimento Sem Terra. Ele tem uma
plataforma política definida, mas enfrenta dificuldades por conta dos projetos pessoais de seus dirigentes,
que também, por corrupção, são levados a esquecer do princípio da luta pela terra.
E) Os movimentos sociais brasileiros são absolutamente frágeis em suas formas de organização,
reivindicação e luta, principalmente pela vinculação à esquerda, a qual já não possui espaço político devido
aos inúmeros casos de corrupção.
Comentários:
A alternativa A está correta. De fato, a alternativa mostra a essência dos movimentos sociais, os quais
procuram lutar pela manutenção e conquista de novos direitos. Além disso, como destacado, defendem a
pluralidade e a diversidade.
A alternativa B está incorreta. Não há por parte dos movimentos sociais a perspectiva de tomada de poder,
mas sim de reconhecimento de suas demandas.
A alternativa C está incorreta. Há movimentos cujos objetivos se estendem para além de uma localização a
exemplo dos movimentos ambientalistas. Ademais, muitos contribuem para outras áreas que vão além de
sua bandeira principal.
A alternativa D está incorreta. cuidado com os modais, no caso, único. Há vários movimentos sociais bem
estruturados. Além disso, a segunda parte revela preconceito e generalização.
A alternativa E está incorreta. há vários movimentos sociais no Brasil bem estruturado e a maioria não possui
ligação com agremiações partidárias.
Gabarito: A
11) Consulplan 2018:
“A escola cria suas próprias desigualdades, a economia cria suas próprias desigualdades, a cultura cria suas
desigualdades, a política cria suas desigualdades... As desigualdades de cada um desses domínios podem e
precisam ser combatidas. Mas há desigualdades e injustiças novas quando as desigualdades produzidas por
uma esfera de justiça provocam automaticamente desigualdades em outra esfera.” (Dubet, 2004, p. 549.)

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Um sistema escolar justo deveria assegurar um combate constante às desigualdades, promovendo ações
justas – ou que pelo menos não reproduzam a injustiça – tais como:
A) A adoção de um modelo meritocrático em que só quem produz de fato seja premiado.
B) Trabalhar com projetos que ampliem a igualdade de direitos e de oportunidades e onde as coisas
sejam decididas coletivamente.
C) Promover o acesso a bens escolares materiais, estabelecendo conteúdos resumidos e estanques, que
possam ser entendidos por todos.
D) Um programa que privilegie a discriminação positiva, ou seja, destacar os melhores, minimizando os
problemas dos alunos com dificuldades.
Análise:
A alternativa A está incorreta. A escola tem por base a cooperação. A adoção de um modelo meritocrático
por produção privilegia determinados grupos que já possuem capital cultural familiar que lhes facultam
desenvolver tais habilidades.
A alternativa B está correta. De fato, a busca pela igualdade de direitos e espaço democrático encontra
sintonia com ações justas nas propostas pedagógicas.
A alternativa C está incorreta. é preciso transmitir o conhecimento acumulado pela sociedade de forma
profunda e não resumida ou fragmentada.
A alternativa D está incorreta. isso é reforçar estereótipos e excluir aqueles que possuem dificuldades.
Gabarito: B
12) CESPE 2018:
O termo ação afirmativa foi utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos da América, na década de 60 do
século XX, com a finalidade de se referir a políticas do governo para combater as diferenças entre brancos e
negros. Antes mesmo da expressão, as ações afirmativas já eram pauta de reivindicação do movimento negro
no mundo todo, além de grupos discriminados, como árabes, palestinos, curdos, entre outros oprimidos.
Fonte: Internet: <www seppir gov br> (com adaptações)
Considerando-se as ideias do texto precedente como referência inicial, é correto afirmar que uma ação
afirmativa deve ser vista como
A) injusta, por beneficiar alguns em detrimento de outros.
B) uma política social para redução das desigualdades.
C) uma ação pública restrita às políticas governamentais.
D) afirmação da desigualdade, do preconceito e do racismo.
E) uma ação paternalista, que cria dependência.
Comentários: essa é bem tranquila. Uma ação afirmativa tem como objetivo “corrigir” ou sanar processos
de injustiça social, portanto não podem ser injustas, desiguais, paternalista ou serem restritas ao poder

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público (lembra da atuação do 3º setor que também elabora políticas públicas). Assim, as ações afirmativas
são políticas sociais que pretendem reduzir desigualdades.
Gabarito: B
13) CPCON 2017:
Relações étnico-raciais: O papel da UNESCO para a superação da discriminação racial no Brasil
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é uma entidade que
procura destacar a contribuição dos diversos povos no mundo para a construção da civilização. O desafio, no
entanto, é tentar trazer à luz “a compreensão sobre a origem dos conflitos, do preconceito, da discriminação
e da segregação racial que assolam o mundo”.
A UNESCO, entre outros fatores, assegura que a diversidade étnico-racial e cultural de um povo constitui a
principal riqueza da sociedade que a compõe, especialmente quando promove a igualdade de direitos. Nessa
perspectiva, ela afirma que a sociedade brasileira é constituída por diferentes grupos étnico-raciais que a
caracterizam, em termos culturais, como uma das mais ricas do mundo. No entanto, sua história é marcada
por desigualdades e discriminações, especificamente contra negros e indígenas, impedindo, desta forma,
seu pleno desenvolvimento econômico, político e social.
(http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/social-and-human-sciences/ethnic-and-racial-relations/ acesso
em 16 de outubro de 2017)
Em relação à superação dos conflitos étnico-raciais no Brasil, podemos afirmar que
A) é preciso fortalecer políticas sociais voltadas para eliminar as desigualdades históricas, que
estratificaram a sociedade brasileira com base na exclusão étnico-racial.
B) é fundamental que o Estado assuma posição neutra para que o livre mercado possa absorver as
competências com base no mérito e esforço individual de cada brasileiro.
c) é importante que haja mais condescendência nas relações étnico-raciais, com o firme propósito de ajudar
os menos favorecidos a se manterem abastecidos em suas necessidades.
D) é necessário desmistificar a ideologia de conflito étnico-racial, pois o Brasil, quando comparado a outros
países, é o maior exemplo de miscigenação e democracia racial.
E) é impossível superar o conflito étnico-racial brasileiro, porque ele é constituinte do processo civilizatório
que naturalizou a discriminação e o racismo como características intrínsecas a nossa cultura.
Comentários:
A alternativa A está correta. Sim, é isso mesmo. Veja a fundamentação do STF para garantir a
constitucionalidade do programa de cotas (ação afirmativa), sustentada a partir do processo histórico da
escravidão que excluiu os negros do acesso à cidadania.
A alternativa B está incorreta. O Estado é o principal promotor de políticas públicas, portanto ele não pode
assumir posição neutra e deixa a cargo do Mercado a implementação de princípios que não visem à
coletividade.
A alternativa C está incorreta. Políticas públicas é diferente de condescendência. O que se defende é o
reconhecimento de processos históricos de exclusão e como eles afetaram diversos grupos étnicos.
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A alternativa B está incorreta. Tudo bem que o Brasil é um país miscigenado, agora, democracia racial pegou
pesado.
A alternativa B está incorreta. Embora seja difícil superar os conflitos étnicos-raciais no Brasil ele não é uma
essência que não possa ser superada.
Gabarito: A
14) Quadrix 2017:
No geral, a desigualdade social ocorre, nos países chamados subdesenvolvidos ou não desenvolvidos,
mediante falta de uma educação de qualidade, de melhores oportunidades no mercado de trabalho e
também da dificuldade de acesso aos bens culturais, históricos, pela maior parte da população. Em outras
palavras, a maioria fica à mercê de uma minoria que detém os recursos, o que gera as desigualdades.
Internet: <www.todamateria.com.br> (com adaptações).
Tendo o texto como motivação inicial, julgue o item subsequente.
A melhoria efetiva da divisão de renda e de terras nos países em desenvolvimento pode ser uma das
alternativas para o fim da pobreza e das desigualdades sociais.
Certo ou Errado?
Comentários: sim, uma das alternativas é a reforma agrária e a distribuição de renda, para diminuir a
concentração de riqueza.
Gabarito: Certo
15) Quadrix 2017:
No geral, a desigualdade social ocorre, nos países chamados subdesenvolvidos ou não desenvolvidos,
mediante falta de uma educação de qualidade, de melhores oportunidades no mercado de trabalho e
também da dificuldade de acesso aos bens culturais, históricos, pela maior parte da população. Em outras
palavras, a maioria fica à mercê de uma minoria que detém os recursos, o que gera as desigualdades.
Internet: <www.todamateria.com.br> (com adaptações).
Tendo o texto como motivação inicial, julgue o item subsequente.
As desigualdades sociais são um dos principais problemas que exigem políticas públicas em nossa atualidade.
Certo ou Errado?
Comentários: essa não mistérios, não é mesmo?
Gabarito: Certo
16) FUNCAB 2012:
No Brasil, a desigualdade social e a degradação ambiental sempre andaram juntas. Atualmente, os meios de
produção buscam novos espaços e afirmam fazer uso de meio ambiente de forma sustentável. Várias são as
concepções de desenvolvimento sustentável, entre as quais a perspectiva de sustentabilidade democrática.
Qual das afirmativas abaixo representa essa proposta?

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A) A liberdade do homem para transformar o meio ambiente conforme suas próprias necessidades, sem
espaço para diálogo com os autores envolvidos.
B) É um processo em que as sociedades administram suas condições materiais e sua reprodução com
base nos princípios éticos e sociopolíticos, o que possibilita espaço para redefinir valores e uma melhor
distribuição dos recursos ambientais.
C) O mercado é um ator privilegiado no mundo globalizado, e qualquer governo democrático elabora
leis próprias para transformar os recursos naturais em mercadorias, mesmo que essa lei possa prejudicar
populações diversas.
D) É aquela que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das gerações
futuras.
E) Ela atende à necessidade presente do mercado, sem comprometer a possibilidade das gerações
futuras no usufruto de seus recursos, com todo o investimento do Estado democrático na preservação do
meio ambiente.
Comentários: as únicas duas alternativas que poderiam colocar o candidato em dúvida são as alternativa B
e a D. Contudo, é importante ter atenção ao texto de suporte. Apesar da D estar correta, a alternativa B está
mais completa e de acordo com o texto de suporte.
Gabarito: B
17) IF-TO 2016:
No relatório do Global Gender Gap Index está explicitado que: “O Índice é projetado para medir hiatos de
gênero no acesso a recursos e oportunidades em cada país ao invés de níveis reais dos recursos disponíveis
e oportunidades. Fazemos isso para tornar o Global Gender Gap Index independente dos níveis de
desenvolvimento dos países” (p.3). No referido relatório que mede a desigualdade de gênero no mundo
Zimbábue aparece em 27º lugar em desigualdade de gênero tendo IDH em torno 0,460. O Brasil por sua vez,
aparece sendo o 71º mais desigual na relação de gênero tendo IDH 0,744.
A partir dessas premissas é possível inferir que
A) Há uma relação direta entre IDH e desigualdade de gênero.
B) A dinâmica de cada país captada no estudo não permite relacionar IDH e relações de gênero.
C) O estudo visa abordar a desigualdade e sua relação com a qualidade de vida medida pelo IDH.
D) A desigualdade de gênero está relacionada a forma como cada país investe em políticas públicas de
acesso a oportunidades.
E) Países com IDH baixo, por razões culturais tendem a serem menos desiguais nas relações de gênero.
Comentários: neste caso não há uma correlação entre os dois índices. Um país pode ter um IDH alto, mas
presenciar relações de gênero desiguais.
Gabarito: D

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18) ESAF 2015:


Alguns autores consagrados procuram explicar a realidade brasileira pela denominada Sociologia da herança
patriarcal-patrimonial. Assinale a afirmativa incorreta acerca dessa linha de pesquisa e perspectiva teórica.
A) Freyre, Holanda, Faoro e Matta têm em comum o fato de atribuírem aos efeitos da herança
patrimonial-patriarcal sobre o Brasil contemporâneo a razão das distorções de nossa sociabilidade moderna.
Freyre (1990, 1996, 2000) e Holanda (1994) claramente convergem em direção à ideia de que certos códigos
de sociabilidade típicos da família patriarcal e do pater familia teriam permanecido ativos na dinâmica social
do Brasil contemporâneo para além do período colonial.
B) Para Freyre, a extensão e a profundidade da disseminação do tipo patriarcal de sociabilidade seriam
uma consequência do fato de que o latifúndio patriarcal, baseado no trabalho escravo e orientado à
produção e à exportação de matérias-primas, veio a se tornar algo mais que uma simples unidade
econômica: consolidou-se por muito tempo como locus político-administrativo, militar e jurídico, além de
centro organizador da vida sexual, cultural e até mesmo religiosa. Naquelas circunstâncias, diferenciação
social e impessoalidade teriam encontrado tremenda dificuldade para florescer.
C) Sérgio B. de Holanda atribui à nossa herança lusitana, marcada por aversão congênita a qualquer
ordenação impessoal da existência, a importância remanescente do patriarcalismo no tecido social do Brasil
contemporâneo. O perfil da empresa colonizadora de portugueses, ancorada na ética da aventura em
detrimento da ética do trabalho, revelaria a incompatibilidade de nosso passado ibérico com a racionalização
característica de terras protestantes. Com isso, estabilidade e segurança – atributos de uma ordem
racionalizada – teriam sido postos em segundo plano em favor do desejo pela recompensa imediata.
D) Roberto da Matta defende a existência de um sistema dual pretensamente estruturando e
orientando o Brasil contemporâneo: um código pessoal em coexistência com um sistema legal
individualizante enraizado na ideologia burguesa liberal. Tal sistema dual expressar-se-ia na posição que
"casa" e "rua" ocupariam na gramática social brasileira: a "casa", domínio privado por excelência, seria o
território da intimidade, do familiar, das relações pessoais, do parentesco, da afeição e do descanso; a "rua"
(mercado, Estado, tráfego, entre outros), domínio público por excelência, seria um ambiente vivido e
percebido como "a dura realidade", esfera do trabalho, da luta, da disputa pela sobrevivência e, com
bastante frequência, da punição.
E) Gilberto Freyre toma caminho particular no interior dessa perspectiva interpretativa: em vez do
"patriarcalismo", nossa peculiaridade moderna teria suas raízes no Estado patrimonial que se constituiu em
Portugal desde os idos de sua formação.
Comentários: a questão pede a alternativa INCORRETA. Dessa forma, somente a alternativa E está
equivocada, uma vez que esse pensamento é próximo de Sérgio Buarque de Holanda e Rodrigo Faoro.
Gabarito: E
19) Cespe 2010:
A respeito da educação e das desigualdades sociais, segundo Pierre Bourdieu, julgue o item a seguir.
O fator econômico tem maior impacto que o cultural na definição do destino escolar, por ser o maior
responsável pelas desigualdades escolares.

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Certo ou Errado?
Comentários: Para Pierre Bourdieu as desigualdades são reproduzidas pelo capital cultural, ou seja, pela
herança familiar invisível de determinadas características que permitem alguns grupos sociais terem mais
condições do que outros grupos para aproveitarem as “oportunidades”.
Gabarito: Errado
20) Cespe 2012:
A Constituição Federal de 1988 (CF) foi elaborada em um contexto histórico marcado, de um lado, pela ânsia
de consagrar o moderno conceito de democracia, menos formal e mais identificado com as práticas de
cidadania; de outro, pela acelerada urbanização, que leva à mobilização de crescente número de setores da
sociedade em busca de soluções para os problemas que a nova realidade urbana fez emergir. Não por acaso,
a CF dedica um capítulo às políticas urbanas. Da criação de secretaria, em 1995, passando pelo Estatuto das
Cidades, em 2001, e chegando ao Ministério das Cidades, em 2003, um importante caminho foi percorrido,
culminando com a aprovação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano.
Considerando o texto acima, relativamente à caracterização da sociedade brasileira contemporânea e a
aspectos ligados ao planejamento e à gestão de serviços públicos no Brasil, julgue os itens seguintes.
Aspecto marcante e definidor da história do país, a desigualdade social tornou-se componente essencial da
urbanização brasileira, tendo estabelecido uma relação direta entre a renda e o acesso a serviços básicos
como saneamento e transporte, ou seja, quanto menor aquela, menor este.
Certo ou Errado?
Comentários: Infelizmente, quanto maior renda, melhor acesso aos serviços públicos (infraestrutura de um
bairro) e de serviços privados.
Gabarito: correto
21) Cesgranrio 2010:
A vida no lixão, a falta de saneamento básico e de moradia e a fome são dados de realidade relacionados à
pobreza e à desigualdade social no Brasil.
Na segunda metade do século XX, aliando-se a essas questões, ganha ênfase a temática da desigualdade
racial. Ela mobilizou os grupos atingidos a buscar ações denominadas políticas públicas de afirmação.
Como consequência dessa política, está a conquista dos afrodescendentes, representada pela(o)
A) desigualdade estabelecida entre brancos e negros nas oportunidades de trabalho.
B) permanência do trabalho escravo, reduzido às áreas agropecuárias.
C) transformação adotada devido à inovação tecnológica.
D) sistema de cotas nas universidades em todo o território brasileiro.
E) direito garantido em legislação aos cargos de chefia nas empresas transnacionais.
Comentários: a grande conquista do movimento negro nas últimas décadas foi o sistema de cotas nas
universidades.

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Gabarito: D
22) Cesgranrio 2010:
Observe o gráfico abaixo.

Distribuição da população de 10 anos ou mais de idade, ocupadas, segundo as classes de rendimento


mensal de todos os trabalhos, em salários-mínimos - Brasil - 200
A partir da leitura do gráfico apresentado, conclui-se que
A) a concentração de renda salarial mais elevada encontra-se no menor percentual de pessoas.
B) a distribuição de renda salarial é justa e equânime na sociedade brasileira.
C) a falta de ocupação está diretamente relacionada ao analfabetismo e ao rendimento dos
trabalhadores.
D) o maior percentual de pessoas se concentra na maior renda salarial.
E) há uma ordem social estabilizada de pobreza conforme o salário-mínimo local.
Comentários: essa é uma questão típica de concurso público que certamente há chances de aparecer em
sua prova. O gráfico acima mostra a concentração de renda num grupo bem pequeno de pessoas na
sociedade.
Gabarito: A

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LISTA DE QUESTÕES
1) VUNESP 2018:

2) Vunesp 2018:

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3) Vunesp 2018:

==25ac84==

4) Vunesp 2018:

5) UECE 2018:
No que diz respeito à história política, econômica e social do Brasil, é correto afirmar que
A) é marcada por diversas crises, como exemplifica o atual momento do País.
b) a proclamação da República no Brasil, em 1889, resultou de um movimento com ampla participação
popular mobilizado por partidos democráticos.

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c) a economia brasileira tornou-se predominantemente industrial com a intervenção do Estado no período


do governo Vargas (1930- 1945).
d) desde a abolição da escravidão, em 1888, a sociedade brasileira tem-se configurado como uma
democracia racial sem quaisquer expressões de racismo.
6) FCC 2018:
Segundo Gilberto Freyre, o elemento que exerceu o papel preponderante na história social brasileira foi
A) o Estado patrimonialista português e suas ramificações no Brasil colonial.
b) a Igreja Católica, sobretudo os jesuítas.
c) a família patriarcal em sua forma extensa, abrangendo senhores, escravos e agregados.
d) as classes sociais em luta, à época colonial representadas pela aristocracia rural e pelos trabalhadores
negros escravizados.
E) os movimentos nativistas de luta pela independência nacional, liderados pela burguesia nascente, em
oposição à Coroa portuguesa.
7) FCC 2018:
Não por acaso, o Brasil é o país onde um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos, seis mulheres são
estupradas a cada hora e, só em 2016, 340 pessoas LGBTs foram assassinadas em crimes de ódio.
A partir desses dados é correto afirmar:
A) Tem-se que propor ações educativas junto à população que alterem comportamentos
preconceituosos e machistas.
B ) Muito pouco pode-se fazer para alterar essa realidade em nosso espaço de trabalho.
B) O poder público não pode se responsabilizar nem proteger a população LGBT.
C) O assassinato de jovens negros ocorre porque geralmente estes jovens cometem crimes ou vivem em
comunidades violentas.
D) Se as mulheres se comportassem de forma mais recatada e menos provocativa, elas não seriam
violentadas.
8) FCC 2018:
O Brasil registrou queda nos índices de mortes de crianças menores de 5 anos, no ano de 2015, 73% menor
que no ano de 1990. Porém, a taxa de mortalidade infantil ainda é elevada, principalmente em lugares de
extrema pobreza e alta vulnerabilidade social, destacando-se as regiões Nordeste e Norte do país. Promovem
a mortalidade infantil:
A) políticas públicas efetivas na saúde e na educação além do aumento de emprego, principalmente
para os jovens.
B) áreas de lazer, diversão e campanhas midiáticas que apresentam informações importantes para a
população.

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C) assistência hospitalar adequada, orientação à comunidade de forma objetiva e elevação da renda da


população.
D) amamentação nas primeiras horas de vida do recém-nascido, contato com a mãe e boa nutrição.
E) saneamento básico inadequado ou ausente, desnutrição, falta de assistência às gestantes e ausência
de acompanhamento médico aos bebês.
9) UFPA 2018:
Sobre a divisão das classes sociais na contemporaneidade, é correto afirmar que
A) a classe trabalhadora é formada por trabalhadores desqualificados e profissionais liberais que são
explorados pela burguesia industrial tal como no início da revolução industrial.
B) os sociólogos concordam que a classe média é aquela que mais luta por mudanças sociais. Ela quer
que a classe trabalhadora ascenda socialmente para que o mundo seja menos desigual.
C) a centralidade das discussões sobre classe social está na posição ocupada pelo capitalista. Este não é
mais formado pelos herdeiros das grandes fortunas, mas é essencialmente composto por quem construiu
sua riqueza com esforço próprio.
D) a postura assumida pelos cientistas sociais contemporâneos com relação à classe social é que Karl
Marx estava absolutamente correto em suas análises. Ou seja, enfatiza-se que no capitalismo só existem
duas classes em confonto: os burgueses e o proletariado.
E) hoje, na perspectiva sociológica, existem três classes sociais: a classe alta, formada por aqueles que
detêm a riqueza; a classe média, composta por empregados qualificados, supervisores e gerentes; e a classe
trabalhadora, caracterizada pela falta de propriedade e pela dependência de salários.
10) UFPA 2018:
Sobre os objetivos dos movimentos sociais nas últimas três décadas, é correto afirmar:
A) Os movimentos produzem a modernização, estimulam a inovação e impulsionam as reformas
políticas, sociais e culturais. Porém o objetivo do movimento não é apenas a igualdade de direitos, mas mais
o direito de ser diferente, o qual é uma das mais profundas necessidades na sociedade contemporânea.
B) Os movimentos sociais possuem como princípios gerais a tomada do poder político, com o objetivo
de implementar uma gestão dos recursos políticos e financeiros em que as classes subordinadas ditem o
caminho do Estado-nação.
C) Os movimentos sociais possuem objetivos pragmáticos e localizados. Não possuem projetos para
além de sanar suas deficiências imediatas, tais como a falta de alimento, terra, casa, saúde e educação.
D) O único movimento social estruturado na América Latina é o Movimento Sem Terra. Ele tem uma
plataforma política definida, mas enfrenta dificuldades por conta dos projetos pessoais de seus dirigentes,
que também, por corrupção, são levados a esquecer do princípio da luta pela terra.
E) Os movimentos sociais brasileiros são absolutamente frágeis em suas formas de organização,
reivindicação e luta, principalmente pela vinculação à esquerda, a qual já não possui espaço político devido
aos inúmeros casos de corrupção.

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11) Consulplan 2018:


“A escola cria suas próprias desigualdades, a economia cria suas próprias desigualdades, a cultura cria suas
desigualdades, a política cria suas desigualdades... As desigualdades de cada um desses domínios podem e
precisam ser combatidas. Mas há desigualdades e injustiças novas quando as desigualdades produzidas por
uma esfera de justiça provocam automaticamente desigualdades em outra esfera.” (Dubet, 2004, p. 549.)
Um sistema escolar justo deveria assegurar um combate constante às desigualdades, promovendo ações
justas – ou que pelo menos não reproduzam a injustiça – tais como:
A) A adoção de um modelo meritocrático em que só quem produz de fato seja premiado.
B) Trabalhar com projetos que ampliem a igualdade de direitos e de oportunidades e onde as coisas
sejam decididas coletivamente.
C) Promover o acesso a bens escolares materiais, estabelecendo conteúdos resumidos e estanques, que
possam ser entendidos por todos.
D) Um programa que privilegie a discriminação positiva, ou seja, destacar os melhores, minimizando os
problemas dos alunos com dificuldades.
12) CESPE 2018:
O termo ação afirmativa foi utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos da América, na década de 60 do
século XX, com a finalidade de se referir a políticas do governo para combater as diferenças entre brancos e
negros. Antes mesmo da expressão, as ações afirmativas já eram pauta de reivindicação do movimento negro
no mundo todo, além de grupos discriminados, como árabes, palestinos, curdos, entre outros oprimidos.
Fonte: Internet: <www seppir gov br> (com adaptações)
Considerando-se as ideias do texto precedente como referência inicial, é correto afirmar que uma ação
afirmativa deve ser vista como
A) injusta, por beneficiar alguns em detrimento de outros.
B) uma política social para redução das desigualdades.
C) uma ação pública restrita às políticas governamentais.
D) afirmação da desigualdade, do preconceito e do racismo.
E) uma ação paternalista, que cria dependência.
13) CPCON 2017:
Relações étnico-raciais: O papel da UNESCO para a superação da discriminação racial no Brasil
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é uma entidade que
procura destacar a contribuição dos diversos povos no mundo para a construção da civilização. O desafio, no
entanto, é tentar trazer à luz “a compreensão sobre a origem dos conflitos, do preconceito, da discriminação
e da segregação racial que assolam o mundo”.
A UNESCO, entre outros fatores, assegura que a diversidade étnico-racial e cultural de um povo constitui a
principal riqueza da sociedade que a compõe, especialmente quando promove a igualdade de direitos. Nessa
perspectiva, ela afirma que a sociedade brasileira é constituída por diferentes grupos étnico-raciais que a
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caracterizam, em termos culturais, como uma das mais ricas do mundo. No entanto, sua história é marcada
por desigualdades e discriminações, especificamente contra negros e indígenas, impedindo, desta forma,
seu pleno desenvolvimento econômico, político e social.
(http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/social-and-human-sciences/ethnic-and-racial-relations/ acesso
em 16 de outubro de 2017)
Em relação à superação dos conflitos étnico-raciais no Brasil, podemos afirmar que
A) é preciso fortalecer políticas sociais voltadas para eliminar as desigualdades históricas, que
estratificaram a sociedade brasileira com base na exclusão étnico-racial.
B) é fundamental que o Estado assuma posição neutra para que o livre mercado possa absorver as
competências com base no mérito e esforço individual de cada brasileiro.
c) é importante que haja mais condescendência nas relações étnico-raciais, com o firme propósito de ajudar
os menos favorecidos a se manterem abastecidos em suas necessidades.
D) é necessário desmistificar a ideologia de conflito étnico-racial, pois o Brasil, quando comparado a outros
países, é o maior exemplo de miscigenação e democracia racial.
E) é impossível superar o conflito étnico-racial brasileiro, porque ele é constituinte do processo civilizatório
que naturalizou a discriminação e o racismo como características intrínsecas a nossa cultura.
14) Quadrix 2017:
No geral, a desigualdade social ocorre, nos países chamados subdesenvolvidos ou não desenvolvidos,
mediante falta de uma educação de qualidade, de melhores oportunidades no mercado de trabalho e
também da dificuldade de acesso aos bens culturais, históricos, pela maior parte da população. Em outras
palavras, a maioria fica à mercê de uma minoria que detém os recursos, o que gera as desigualdades.
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Tendo o texto como motivação inicial, julgue o item subsequente.
A melhoria efetiva da divisão de renda e de terras nos países em desenvolvimento pode ser uma das
alternativas para o fim da pobreza e das desigualdades sociais.
Certo ou Errado?
15) Quadrix 2017:
No geral, a desigualdade social ocorre, nos países chamados subdesenvolvidos ou não desenvolvidos,
mediante falta de uma educação de qualidade, de melhores oportunidades no mercado de trabalho e
também da dificuldade de acesso aos bens culturais, históricos, pela maior parte da população. Em outras
palavras, a maioria fica à mercê de uma minoria que detém os recursos, o que gera as desigualdades.
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No Brasil, a desigualdade social e a degradação ambiental sempre andaram juntas. Atualmente, os meios de
produção buscam novos espaços e afirmam fazer uso de meio ambiente de forma sustentável. Várias são as
concepções de desenvolvimento sustentável, entre as quais a perspectiva de sustentabilidade democrática.
Qual das afirmativas abaixo representa essa proposta?
A) A liberdade do homem para transformar o meio ambiente conforme suas próprias necessidades, sem
espaço para diálogo com os autores envolvidos.
B) É um processo em que as sociedades administram suas condições materiais e sua reprodução com
base nos princípios éticos e sociopolíticos, o que possibilita espaço para redefinir valores e uma melhor
distribuição dos recursos ambientais.
C) O mercado é um ator privilegiado no mundo globalizado, e qualquer governo democrático elabora
leis próprias para transformar os recursos naturais em mercadorias, mesmo que essa lei possa prejudicar
populações diversas.
D) É aquela que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das gerações
futuras.
E) Ela atende à necessidade presente do mercado, sem comprometer a possibilidade das gerações
futuras no usufruto de seus recursos, com todo o investimento do Estado democrático na preservação do
meio ambiente.
17) IF-TO 2016:
No relatório do Global Gender Gap Index está explicitado que: “O Índice é projetado para medir hiatos de
gênero no acesso a recursos e oportunidades em cada país ao invés de níveis reais dos recursos disponíveis
e oportunidades. Fazemos isso para tornar o Global Gender Gap Index independente dos níveis de
desenvolvimento dos países” (p.3). No referido relatório que mede a desigualdade de gênero no mundo
Zimbábue aparece em 27º lugar em desigualdade de gênero tendo IDH em torno 0,460. O Brasil por sua vez,
aparece sendo o 71º mais desigual na relação de gênero tendo IDH 0,744.
A partir dessas premissas é possível inferir que
A) Há uma relação direta entre IDH e desigualdade de gênero.
B) A dinâmica de cada país captada no estudo não permite relacionar IDH e relações de gênero.
C) O estudo visa abordar a desigualdade e sua relação com a qualidade de vida medida pelo IDH.
D) A desigualdade de gênero está relacionada a forma como cada país investe em políticas públicas de
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E) Países com IDH baixo, por razões culturais tendem a serem menos desiguais nas relações de gênero.

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Alguns autores consagrados procuram explicar a realidade brasileira pela denominada Sociologia da herança
patriarcal-patrimonial. Assinale a afirmativa incorreta acerca dessa linha de pesquisa e perspectiva teórica.
A) Freyre, Holanda, Faoro e Matta têm em comum o fato de atribuírem aos efeitos da herança
patrimonial-patriarcal sobre o Brasil contemporâneo a razão das distorções de nossa sociabilidade moderna.
Freyre (1990, 1996, 2000) e Holanda (1994) claramente convergem em direção à ideia de que certos códigos
de sociabilidade típicos da família patriarcal e do pater familia teriam permanecido ativos na dinâmica social
do Brasil contemporâneo para além do período colonial.
B) Para Freyre, a extensão e a profundidade da disseminação do tipo patriarcal de sociabilidade seriam
uma consequência do fato de que o latifúndio patriarcal, baseado no trabalho escravo e orientado à
produção e à exportação de matérias-primas, veio a se tornar algo mais que uma simples unidade
econômica: consolidou-se por muito tempo como locus político-administrativo, militar e jurídico, além de
centro organizador da vida sexual, cultural e até mesmo religiosa. Naquelas circunstâncias, diferenciação
social e impessoalidade teriam encontrado tremenda dificuldade para florescer.
C) Sérgio B. de Holanda atribui à nossa herança lusitana, marcada por aversão congênita a qualquer
ordenação impessoal da existência, a importância remanescente do patriarcalismo no tecido social do Brasil
contemporâneo. O perfil da empresa colonizadora de portugueses, ancorada na ética da aventura em
detrimento da ética do trabalho, revelaria a incompatibilidade de nosso passado ibérico com a racionalização
característica de terras protestantes. Com isso, estabilidade e segurança – atributos de uma ordem
racionalizada – teriam sido postos em segundo plano em favor do desejo pela recompensa imediata.
D) Roberto da Matta defende a existência de um sistema dual pretensamente estruturando e
orientando o Brasil contemporâneo: um código pessoal em coexistência com um sistema legal
individualizante enraizado na ideologia burguesa liberal. Tal sistema dual expressar-se-ia na posição que
"casa" e "rua" ocupariam na gramática social brasileira: a "casa", domínio privado por excelência, seria o
território da intimidade, do familiar, das relações pessoais, do parentesco, da afeição e do descanso; a "rua"
(mercado, Estado, tráfego, entre outros), domínio público por excelência, seria um ambiente vivido e
percebido como "a dura realidade", esfera do trabalho, da luta, da disputa pela sobrevivência e, com
bastante frequência, da punição.
E) Gilberto Freyre toma caminho particular no interior dessa perspectiva interpretativa: em vez do
"patriarcalismo", nossa peculiaridade moderna teria suas raízes no Estado patrimonial que se constituiu em
Portugal desde os idos de sua formação.
19) Cespe 2010:
A respeito da educação e das desigualdades sociais, segundo Pierre Bourdieu, julgue o item a seguir.
O fator econômico tem maior impacto que o cultural na definição do destino escolar, por ser o maior
responsável pelas desigualdades escolares.
Certo ou Errado?

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20) Cespe 2012:


A Constituição Federal de 1988 (CF) foi elaborada em um contexto histórico marcado, de um lado, pela ânsia
de consagrar o moderno conceito de democracia, menos formal e mais identificado com as práticas de
cidadania; de outro, pela acelerada urbanização, que leva à mobilização de crescente número de setores da
sociedade em busca de soluções para os problemas que a nova realidade urbana fez emergir. Não por acaso,
a CF dedica um capítulo às políticas urbanas. Da criação de secretaria, em 1995, passando pelo Estatuto das
Cidades, em 2001, e chegando ao Ministério das Cidades, em 2003, um importante caminho foi percorrido,
culminando com a aprovação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano.
Considerando o texto acima, relativamente à caracterização da sociedade brasileira contemporânea e a
aspectos ligados ao planejamento e à gestão de serviços públicos no Brasil, julgue os itens seguintes.
Aspecto marcante e definidor da história do país, a desigualdade social tornou-se componente essencial da
urbanização brasileira, tendo estabelecido uma relação direta entre a renda e o acesso a serviços básicos
como saneamento e transporte, ou seja, quanto menor aquela, menor este.
Certo ou Errado?
21) Cesgranrio 2010:
A vida no lixão, a falta de saneamento básico e de moradia e a fome são dados de realidade relacionados à
pobreza e à desigualdade social no Brasil.
Na segunda metade do século XX, aliando-se a essas questões, ganha ênfase a temática da desigualdade
racial. Ela mobilizou os grupos atingidos a buscar ações denominadas políticas públicas de afirmação.
Como consequência dessa política, está a conquista dos afrodescendentes, representada pela(o)
A) desigualdade estabelecida entre brancos e negros nas oportunidades de trabalho.
B) permanência do trabalho escravo, reduzido às áreas agropecuárias.
C) transformação adotada devido à inovação tecnológica.
D) sistema de cotas nas universidades em todo o território brasileiro.
E) direito garantido em legislação aos cargos de chefia nas empresas transnacionais.

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22) Cesgranrio 2010:


Observe o gráfico abaixo.

Distribuição da população de 10 anos ou mais de idade, ocupadas, segundo as classes de rendimento


mensal de todos os trabalhos, em salários-mínimos - Brasil - 200
A partir da leitura do gráfico apresentado, conclui-se que
A) a concentração de renda salarial mais elevada encontra-se no menor percentual de pessoas.
B) a distribuição de renda salarial é justa e equânime na sociedade brasileira.
C) a falta de ocupação está diretamente relacionada ao analfabetismo e ao rendimento dos
trabalhadores.
D) o maior percentual de pessoas se concentra na maior renda salarial.
E) há uma ordem social estabilizada de pobreza conforme o salário-mínimo local.

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GABARITO

Questão Alternativa correta


1 A
2 D
3 E
4 B
5 A
6 C
7 A
8 E
9 E
10 A
11 B
12 B
13 A
14 Certo
15 Certo
16 B
17 D
18 E
19 Errado
20 Correto
21 D
22 A

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