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CMPA – 2º ANO – CAUNI –

CIÊNCIAS HUMANAS
HIST E GEO

SD 02 – ECONOMIA:
GLOBALIZAÇÃO, ÉTICA e
TRABALHO

OC 1 – O TRABALHO NA
MODERNIDADE.
BREVE
HISTÓRIA
DO
TRABALH
O
ANTIGUIDADE

O trabalho era destinado aos que não tinham habilidades técnicas para exercer outras funções, como as
políticas ou artísticas.
Platão explica o que era o trabalho para um grego no século III a.C:
“É próprio de um homem bem-nascido desprezar o trabalho.”
A dignidade do homem consistia em participar dos negócios da cidade por meio da palavra - a política - ,
a guerra, o esporte e a prática de pensar.
“Laborar significava ser escravizado pela necessidade, escravidão esta inerente às condições da vida
humana” (Arendt, 1995, p. 94).
IDADE MÉDIA

Na tradição judaico-cristã e em muitos dos textos religiosos


que referem à origem das sociedades humanas, o trabalho é
sinônimo de uma labuta, geralmente penosa, para a qual o
homem está fadado.
O trabalho em vários momentos será visto como punição.
Nesta mesma tradição, o trabalho é o castigo pelo pecado
original, ou então pela transgressão de alguma proibição.
Em uma época em que a vida era dependente diretamente do
ciclo da natureza e em que o peso da labuta era atenuado pelos
diversos feriados, o ato de trabalhar não era valorizado.
O trabalho tinha uma estreita vinculação com a religiosidade
e sua organização vinculava-se fortemente às diretrizes da
Igreja.
O trabalho era procurado como penitência para os pecados da
carne. Deveria proporcionar cansaço para o corpo e distração
para o espírito, afastando-o de tentações demoníacas.
O que prestava-se à manutenção da estratificação social.
BAIXA IDADE MÉDIA

A partir da Renascença, no contexto dos Renascimentos Comercial e Urbano (capitalismo comercial), o trabalho
manual passou a ser visto como estímulo para o desenvolvimento do homem. Com o surgimento da ciência
moderna, a transformação da natureza não recai mais sobre os escravos, mas sobre os homens livres. A
contemplação dos filósofos ainda é importante, mas o trabalho manual passa a ter um crescente prestígio.
Com o advento da Reforma Protestante, o trabalho é encarado como a base e a chave da vida (predestinação
calvinismo). Há uma ênfase de que a fé deve ser reforçada pelo trabalho: este  passa a ser exaltado. O esforço
pessoal e a dedicação ao trabalho são valorizados, estimulando-se a poupança ou investimento do capital excedente
obtido.
O trabalho ganhou, então, o sentido de vocação, com um fim em si mesmo, como um valor com qualidades éticas
voltadas ao bem comum condizentes com o capitalismo: ganhar dinheiro dentro da ordem econômica moderna é,
enquanto for feito legalmente, o resultado e a expressão de virtude e de eficiência em uma vocação.
O individualismo e uma nova maneira de viver uma vida disciplinada, com apego ao trabalho e valorização da
poupança, dão um novo sentido ao trabalho, que ganha força com o desenvolvimento do capitalismo ocidental
moderno, demonstrando a inversão de valores que a sociedade burguesa teve de promover para justificar o culto ao
trabalho como atividade livre que enobrecia e que gerava riqueza.
Quentin Matsys, O banqueiro e sua mulher,
óleo sobre painel de madeira, 74x68cm,
1514. Conservado no Museu do Louvre,
Paris, França.
Nessa pintura vemos posicionados um
banqueiro ou cambista que pesa moedas de
ouro e sua mulher, que observa seu trabalho,
distraída de sua leitura santa.
SÉCULOS XVIII E XIX

A Revolução Industrial acabou transformando o trabalho em emprego.


Os trabalhadores, de maneira geral, passaram a trabalhar por salários.
O Liberalismo defende um Estado alheio à área econômica. Este
deveria ater-se como árbitro nas disputas sociais, de acordo com a
frase clássica laissez faire, laisse passer, laissez aller.
Começa a haver necessidade de intervenção estatal nas relações de
trabalho, dados os abusos que vinham sendo cometidos no nova
sociedade de classes.
Em função das mobilizações provocadas por ludistas, cartistas e pelas
“trade unions” – início do século XIX - , o Estado deixa de se abster
no mundo do trabalho, para se tornar intervencionista, interferindo nas
relações entre patrões e empregados.
O advento dos socialismos, anarquismo e posicionamento da Igreja
Católica – segunda metade do século XIX – também irão pressionar
tanto os governantes quanto patrões, no sentido de melhoria das
condições de vida e trabalho dos assalariados.
Com a Segunda Revolução Industrial, o Capital transforma-se em força ainda maior, no sentido de potencializar os
meios de produção e a força de trabalho.
A busca pelo lucro torna-se definitivamente a mola propulsora propiciada pelo espírito do capital.
A competição capitalista mundializada ocasionou a necessidade do capitalismo financeiro monopolista pensar em
novas formas de divisão do trabalho, visando sua organização “científica”, planejada para o aumento da produtividade
em uma situação de extrema especialização do trabalho.
Frederick Taylor, no final do século XIX, e Henry Ford, no início do século XX (1914), irão contribuir nesse sentido.
Os novos métodos de produção
(taylorismo e fordismo), ao
reduzirem a complexidade do saber
produzir a mercadoria,
acentuaram no operário o
desinteresse pela atividade, a
monotonia e o tédio
O decorrente vazio existencial,
causado pela alienação, tende a ser
preenchido através do consumo.
O "feitiço" (encantamento,
sedução, fascínio) gerado pela
mercadoria dá a impressão de
devolver ao indivíduo sua
humanidade perdida. O sujeito a
tentar resgatar sua identidade, sua
individualidade, através dos
produtos que consome, gerando o
consumismo desenfreado.
Ao mesmo tempo surge a necessidade do direito
do trabalho. Esses direitos trabalhistas eram
chamados de “sociais” e se consolidaram em 1917,
no México, no contexto da revolução mexicana,
que levou à promulgação de uma nova
constituição: oito horas de trabalho; proibição do
trabalho de menores de doze anos; limitação da
jornada dos menores de dezesseis anos a seis
horas; indenização de dispensa; seguro social;...

A Constituição de Weimar (Constituição do
Império Alemão) foi promulgada em1919. Ela
também garantia “direitos sociais”, numa ruptura
com o Estado liberal e uma tentativa de ascensão
do Estado social: autorização da liberdade de
organização dos trabalhadores; criação m sistema
de seguros sociais; possibilidade de os
trabalhadores discutirem com os empregadores a
fixação de salários e demais condições de
trabalho;...
Para tornar efetiva a universalização dos preceitos de proteção ao trabalho, com o Tratado de Versalhes,
firmado em 28.07.1919, em sua cláusula XIII foi criada a Organização Internacional do Trabalho,
com sede em Genebra (Suíça), destinada a estabelecer as normas de proteção para as relações entre
trabalhadores e empregadores na esfera internacional.
A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, reunida na Filadélfia, em sua vigésima
sexta sessão, adota, em 10.05.1944, a Declaração sobre os Fins e Objetivos da OIT e aos princípios que
devem inspirar a política dos seus membros, e dentre os principais princípios destaca: o Trabalho não é
uma mercadoria.
Em consideração à Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10.12.1948, foi lavrada em
Roma, em 04.11.1950, a Convenção sobre a Proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades
Fundamentais. E seu art. 4.1 prescreve que ninguém poderá ser submetido à escravidão ou servidão.
No Brasil, o marco histórico de mudança nas relações trabalhistas foi a Consolidação
das Leis do Trabalho, um conjunto de regras criadas para proteger o trabalhador. A lei
que estabeleceu a CLT data de 1º de maio 1943, mas as normas em favor do trabalhador
começam ainda no início do governo de Getúlio Vargas, nos anos 30.
Entre os direitos garantidos, constavam o salário mínimo, a carteira de trabalho, a
jornada de oito horas, as férias remuneradas, a previdência social e o descanso semanal.
A CLT regulamentou ainda o trabalho da mulher e do menor de idade.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
Capítulo II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

O direito ao trabalho – o direito de trabalhar, no sentido do


emprego – é uma forma de inclusão social.

E NO CONTEXTO DA
GLOBALIZAÇÃO, COMO ESTÁ A
CONFIGURAÇÃO DO TRABALHO?
FONTES

https://www.pedagogia.com.br/artigos/torganizacao/index.php?pagina=1
file:///D:/USUARIO/Downloads/48491-Texto%20do%20artigo-58941-1-10-20121219%20(1).pdf
https://www.dw.com/pt-br/a-evolu%C3%A7%C3%A3o-do-trabalho-ao-longo-da-hist%C3%B3ria/
g-39920480
https://revistas.newtonpaiva.br/redcunp/wp-content/uploads/2020/05/PDF-D6-10.pdf
https://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/download/67461/70071
https://lehmt.org/chao-de-escola-20-introducao-ao-tema-trabalho-no-curriculo-de-historia-por-
claudiane-torres/
https://periodicorease-pro-br.translate.goog/rease/article/view/1759?_x_tr_sl=pt&_x_tr_tl=en
&_x_tr_hl=en&_x_tr_pto=sc
No Brasil, o marco histórico de mudança nas relações trabalhistas foi a Consolidação
das Leis do Trabalho, um conjunto de regras criadas para proteger o trabalhador. A lei
que estabeleceu a CLT data de 1º de maio 1943, mas as normas em favor do trabalhador
começam ainda no início do governo de Getúlio Vargas, nos anos 30.
Entre os direitos garantidos, constavam o salário mínimo, a carteira de trabalho, a
jornada de oito horas, as férias remuneradas, a previdência social e o descanso semanal.
A CLT regulamentou ainda o trabalho da mulher e do menor de idade.
PESQUISA (em dupla):
Quais foram as principais mudanças no mundo do
trabalho a partir da Terceira Revolução Industrial,
tais como: organização e distribuição espacial da
produção; regimes de trabalho; jornadas de trabalho;
empregabilidade da população; direitos e obrigações
do trabalhador; novos modelos de contratação; etc.
DISCUSSÃO E PRODUÇÃO (em GRUPO):
Discutir o que foi pesquisado e preparar uma
apresentação para a próxima aula destacando as
conclusões do grupo sobre o mundo do
trabalho na atualidade: características, desafios
e perspectivas futuras

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