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MANUAL DE DETERMINAÇÃO DE FÓSFORO EM SOLOS ARENOSOS: DINÂMICA


DE FÓSFORO EM CONDIÇÕES TROPICAIS

Book · May 2018

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4 authors:

Kalline Almeida Alves Carneiro Tancredo Augusto


Universidade Federal da Paraíba Federal University of Paraiba Areia Brazil
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Vânia D Fraga Bruno De Oliveira Dias


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1 DE JULHO DE 2018

MANUAL DE DETERMINAÇÃO DE
FÓSFORO EM SOLOS ARENOSOS
DINÂMICA DE FÓSFORO EM CONDIÇÕES TROPICAIS

CARNEIRO KAA, SOUZA TAF, FRAGA VS, DIAS BO


UFPB – CCA - PPGCS
Areia, Paraíba, Brasil
MANUAL DE DETERMINAÇÃO DE
FÓSFORO EM SOLOS ARENOSOS
Dinâmica de fósforo em condições tropicais

Editores
Kalline de Almeida Alves Carneiro
Tancredo Augusto Feitosa de Souza
Vânia da Silva Fraga
Bruno de Oliveira Dias

1ª Edição
UFPB – CCA – DSER – PPGCS
Areia, Paraíba, Brasil
2018

2
© 2018 by Kalline de Almeida Alves Carneiro e Tancredo Augusto Feitosa de Souza
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, por qualquer meio ou forma, sem a
autorização escrita e prévia do detentor do copyright
Direitos de publicação reservados aos editores/autores
ISBN: 978-85-920166-8-5

3
MANUAL DE DETERMINAÇÃO DE
FÓSFORO EM SOLOS ARENOSOS
Dinâmica de fósforo em condições tropicais

Apresentação

Neste livro descrevemos as características principais dos solos arenosos frequentemente


encontrados no semiárido brasileiro quanto aos teores de fósforo no ambiente edáfico.
Apresentamos aqui os resultados práticos, dificuldades experimentais e avanços obtidos em
estudos desenvolvidos por alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado que realizaram
parte dos seus estudos no Laboratório de Matéria Orgânica do Solo do CCA, UFPB, Campus II.
Também apresentamos métodos de extração de fósforo, tais como: Mehlich-1, Extração em água
e resina. Além disso, dedica-se uma parte de seu conteúdo à abordagem experimental sobre a
lixiviação de P em Neossolo Regolítico. A seguir apresentamos resumidamente o conteúdo de cada
um dos capítulos apresentados nesta obra.

Capítulo 1. O fósforo no ecossistema solo

No capítulo 1 mostramos as principais formas de P no solo de uma forma geral e suas


participações no ciclo biogeoquímico de P. Fazemos uma abordagem sobre a lixiviação de P em
solos arenosos. Por fim, apresentamos a importância da adubação fosfatada para a fertilidade do
solo e nutrição de plantas.

Capítulo 2. Uso de diferentes extratores nas análises de P no solo

No capítulo 2, abordam-se os principais tipos de extratores de P que podem ser empregados


em análises de fertilidade e caracterização química de solo, material orgânica e resíduos sólidos.

4
Por fim, fazemos a apresentação de um estudo de caso com a determinação de P por diferentes
extratores em áreas de agricultura familiar localizadas na região do Agreste do Estado da Paraíba,
Brasil.

Capítulo 3. Coleta de solo para análise de fósforo

No capítulo 3 sumarizamos os métodos para coleta de amostras do solo para análises de


fósforo e apresentamos os modelos de ficha de campo e protocolos para encaminhamento das
amostras ao laboratório para análises.

Capítulo 4. Vidrarias, reagentes e equipamentos mais utilizados na determinação de fósforo

No capítulo 4 destacamos os principais reagentes, vidrarias e equipamentos utilizados nas


análises de laboratório para determinação de P no solo. Por fim, descrevemos o modelo da ficha
de acompanhamento laboratorial.

Capítulo 5. Possíveis problemas encontrados em análises de fósforo

No capítulo 5 são abordados os aspectos práticos envolvidos nas análises de P no solo. Os


cuidados com a coleta e armazenamento das amostras. A homogeneização do solo , a limpeza de
vidrarias e a qualidade de reagentes e soluções.

Capítulo 6. Lixiviação de fósforo em Neossolo Regolítico no semiárido paraibano, Brasil

No capítulo 6 são apresentados os resultados de um estudo de caso envolvendo um


processo de movimentação de P no solo pouco estudado na ciência do solo, a lixiviação de P em
solos arenosos.
Esperamos que este livro possa contribuir para a formação dos recursos humanos em nível
de pós-graduação que, no futuro irão participar das tomadas de decisões em áreas relacionadas
as Ciências do Solo no nosso país.
Os autores

5
Prefácio

Estudos sobre comportamento, dinâmica, métodos de extração e disponibilidade de fósforo


em solos tropicais tem se intensificado nas duas últimas décadas no Brasil, com significativas
contribuições ao tema, no entanto, a quase a totalidade dos estudos tem sido realizada em solos
argilosos oxídicos. Para os solos menos intemperados, com predomínio de argilas 2:1 e, ou de
textura arenosa, comumente encontrados em ambiente semiárido do Nordeste do Brasil, ainda há
uma grande lacuna de conhecimento a ser preenchida dentro da ciência do solo brasileira.
Neste sentido, um maior entendimento sobre o comportamento, formas de amostragem do
solo e métodos de extração de fósforo em solos arenosos do Nordeste, naturalmente com baixa
disponibilidade de nutrientes, especialmente do fósforo, passa obrigatoriamente pela realização de
trabalhos de pesquisas, objetivando contribuir para uma melhor utilização de fertilizantes fosfatados
e produtividade das culturas. O “Manual de Determinação de Fósforo em Solos Arenosos: Dinâmica
de Fósforo em Condições Tropicais”, se propõe, como sugere o próprio título, a preencher parte
dessa lacuna do conhecimento, principalmente em Neossolos Regolíticos da região do Agreste
Paraibano.
Na forma como está escrito o manual, não há dúvida quanto a sua utilização como livro
texto, fonte de informações para técnicos, estudantes de graduação e de pós-graduação, bem como
obra de referência para estudos posteriores sobre o comportamento de fósforo em solos arenosos .
Destaca-se que para a elaboração do texto, contou-se, principalmente, com resultados de
pesquisas conduzidos na própria região (oriundos de trabalhos de teses, dissertações, monografias
e artigos) e da vivência de alguns dos autores nas atividades laboratoriais, campo e de sala de
aula.
Para a redação do manual, o texto está dividido em seis capítulos voltados para o
entendimento do fósforo no ecossistema solo; uso de diferentes extratores nas análises de fósforo
no solo; coleta de solo para análise de fósforo; vidrarias, reagentes e equipamentos mais utilizados
na determinação de fósforo; possíveis problemas encontrados em análises de fósforo e; lixiviação
de fósforo em Neossolo Regolítico no semiárido paraibano, Brasil.
Pela sua importância e abrangência para o avanço do conhecimento em ciência do solo na
região Nordeste, o Núcleo Regional Nordeste da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo
(NRNE/SBCS) parabeniza os autores da obra, em sua maioria, oriundos do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, pelas contribuições resultantes da publicação para
uma temática tão carente de informações.

Júlio César Azevedo Nóbrega


Prof. Associado do CCAAB/UFRB
Diretor do NRNE/SBCS

6
Agradecimento

Gostaríamos de agradecer de forma saudosa ao professor Ignácio Hernán Salcedo (In memoriam). Cada
ideia defendida nos 6 capítulos deste manual contém muito dos ensinamentos adquiridos pelos autores com o
professor Salcedo. O apoio que recebemos do nosso mestre foi muito além dos investimentos financeiros captados
(CNPq) e parcerias (INSA; UFPB; UFPE e Agricultores), seus ensinamentos transcendem as orientações nos
trabalhos científicos, com seu portunhol, voz calma e assertiva: provocava, questionava, despertava e apoiava de
forma a nos fazer crescer como seres humanos. Ao argentino mais brasileiro que atuou e contribui no
desenvolvimento da ciência do solo no semiárido brasileiro os nossos mais sinceros agradecimentos!

7
Informações dos autores

Kalline de Almeida Alves Carneiro


Graduada em Química UEPB, Especialista em Educação Ambiental FIP, Mestre em Ciência do Solo
UFPB-PPGCS-Campus Areia e Doutoranda em Ciência do Solo-UFPB-PPGCS-Campus Areia
Tancredo Augusto Feitosa de Souza
Graduado em Agronomia UFPB, CCA-Campus Areia, Mestre em Manejo do Solo e Água PPGMSA-
UFPB-Campus Areia, Doutor em Ciência do Solo UFPB/UC e Bolsista PNPD/CAPES PPGCS-
UFPB-Campus Areia
Fernando Julião de Medeiros Júnior
Graduado em Agroecologia IFPB-Campus Sousa, Mestre em Horticultura tropical UFCG-Campus
Pombal e Doutorando em Ciência do Solo-UFPB-PPGCS-Campus Areia
Juliana Zomazete dos Santos
Graduada em Agronomia UFPB, CCA-Campus Areia, Especialista em Agricultura Familiar e
Educação em Campo, Mestre em Manejo do Solo e Água PPGMSA-UFPB-Campus Areia, Doutora
em Ciência do Solo PPGCS-UFPB-Campus Areia
Marianne Costa de Azevedo
Graduanda em Agronomia, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba
Belchior Oliveira Trigueiro da Silva
Graduando em Agronomia, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba
Vânia da Silva Fraga
Graduada em Química Industrial Universidade Católica de Pernambuco, Mestre em Agronomia UFRPE,
Doutora em Tecnologias Energéticas e Nucleares/Aplicação de Isótopos na Agricultura e Meio Ambiente
UFPRE e Professora Associada da UFPB-CCA-DSER
Bruno de Oliveira Dias
Graduado em Engenharia Agronômica Universidade Federal da Bahia, Mestre em Agronomia
Universidade Federal Lavras, Doutor em Ciência do Solo PDEE/CAPES Universidade Federal da Lavras
e Centro de Edafologia y Biologia Aplicada del Segura e Professor da UFPB-CCA-DSER

8
Sumário
Apresentação ........................................................................................................................................... 4
Prefácio .................................................................................................................................................... 6
Agradecimento ......................................................................................................................................... 7
Informações dos autores .......................................................................................................................... 8
Capítulo 1. O fósforo no ecossistema solo ............................................................................................. 11
Introdução .......................................................................................................................................... 12
As formas de P disponíveis Para as Plantas ....................................................................................... 13
Lixiviação de fósforo .......................................................................................................................... 16
Adubação fosfatada, nutrição e sua importância ................................................................................ 17
Referências ........................................................................................................................................ 18
Capítulo 2. Uso de diferentes extratores nas análises de P ..................................................................... 23
Introdução .......................................................................................................................................... 24
Extratores de P do solo ...................................................................................................................... 25
Mehlich-1......................................................................................................................................... 25
Água (Pw) ....................................................................................................................................... 26
Resina de Troca Iônica ..................................................................................................................... 26
Determinação de fósforo por diferentes extratores em áreas de Agricultura Familiar no agreste
Paraibano ........................................................................................................................................... 27
Referências ........................................................................................................................................ 30
Capítulo 3. Coleta do Solo Para Análise de Fósforo ................................................................................ 34
Introdução .......................................................................................................................................... 35
Materiais utilizados nas coletas (Santos et al. 2013) ........................................................................... 35
Seleção de locais para amostragem ................................................................................................... 37
Coleta do solo .................................................................................................................................... 38
Ficha de campo .................................................................................................................................. 39
Encaminhamento das amostras ao laboratório para análises químicas .............................................. 40
Referências ........................................................................................................................................ 40
Capítulo 4. Vidrarias, Reagentes e Equipamentos mais utilizados na determinação de Fósforo.............. 42
Introdução .......................................................................................................................................... 43
Reagentes .......................................................................................................................................... 43
Vidraria utilizada................................................................................................................................. 43
Equipamentos utilizados .................................................................................................................... 45
Ficha de acompanhamento laboratorial (Modelo) ............................................................................... 46
Referências ........................................................................................................................................ 47

9
Capítulo 5. Possíveis Problemas Encontrados em Análises de Fósforo .................................................. 48
Introdução .......................................................................................................................................... 49
Coleta e Armazenamento Impróprio do Solo....................................................................................... 49
Homogeneização do Solo ................................................................................................................... 49
Equipamentos e Oscilações de Energia Elétrica ................................................................................. 50
Vidrarias ............................................................................................................................................. 50
Reagentes .......................................................................................................................................... 51
Preparo de Soluções .......................................................................................................................... 51
Referências ........................................................................................................................................ 52
Capítulo 6. Lixiviação de fósforo em Neossolo Regolítico no semiárido paraibano, Brasil ...................... 53
Introdução .......................................................................................................................................... 54
Local do experimento e caracterização do solo .................................................................................. 55
Deslocamento miscível de fósforo ...................................................................................................... 56
Resultados e discussão ..................................................................................................................... 58
Conclusão .......................................................................................................................................... 62
Referências ........................................................................................................................................ 62
Os autores.............................................................................................................................................. 64

10
Capítulo 1. O fósforo no ecossistema solo

Belchior Oliveira Trigueiro da Silva


Kalline Almeida Alves Carneiro
Tancredo Augusto Feitosa de Souza

11
Introdução

O Neossolo Regolítico é o solo predominante no Agreste paraibano, apresentando textura


arenosa, baixa fertilidade e baixos teores de matéria orgânica, com alta permeabilidade e baixa
capacidade de retenção de água (Almeida et al. 2015). Nesta classe de solo o emprego de fontes
orgânicas torna-se uma prática de manejo eficaz devido aumentar os teores de matéria orgânica do solo
através da entrada de carbono, macro e micronutrientes no ecossistema solo, condicionando certas
propriedades do solo dentre as quais podemos destacar as propriedades físicas (i.e., densidade,
porosidade, agregação, estabilidade dos agregados e capacidade de retenção de água) a fertilidade (i.e.,
capacidade de troca catiônica e teores de matéria orgânica no solo) (Oliveira et al. 2011), além de
favorecer a biota edáfica (i.e., macrofauna, mesofauna e microfauna), permitindo desta forma, melhor
utilização dos nutrientes, originalmente presentes no solo, pelas plantas em agroecossistemas ou
ecossistemas naturais (Santos et al. 2006). Segundo Silva et al. (2002) solos arenosos como o Neossolo
Regolítico por natureza são beneficiados significativamente de acordo com diversos estudos (Galvão e
Salcedo 2008) pela adubação orgânica em relação a adubação mineral, pois a prática de usar resíduos
e/ou fontes orgânicas apresentam os seguintes benefícios:

(1) diminuição das perdas de nutrientes por volatilização e lixiviação;


(2) Aumento os teores dos nutrientes na solução do solo;
(3) Favorecimento a absorção radicular dos nutrientes pelas culturas.
Contudo, com a aplicação consecutiva a longo prazo de fontes inorgânicas ou orgânicas em solos
arenosos o que se tem observado é o aumento do potencial das perdas de P para água superficial e subterrânea
por lixiviação, ocasionando riscos ambientais como a eutrofização dos mananciais (Kang et al. 2011). Segundo
Oliveira e Salcedo (2008) os processos de mineralização da matéria orgânica no solo ocorrem
lentamente, e estão diretamente interligados com a atividade de microrganismos decompositores e
saprofíticos (i.e., actinomicetos, fungos do filo Ascomycota e Basidiomycota e bactérias do gênero
Bacillus, Clostridium e Pseudomonas), que são dependentes dos seguintes fatores edáficos:

(1) Teor de umidade;


(2) Temperatura;
(3) Aeração do solo;
(4) Potencial hidrogeniônico;
(5) Teor de nutrientes minerais;
(6) Moléculas orgânicas e exsudatos radiculares.

12
Desta forma, a matéria orgânica do solo é uma fonte primária de nutrientes para os microrganismos do
solo, e através da mineralização da matéria orgânica os elementos minerais antes indisponíveis são
disponibilizados as plantas (Canellas et al. 2010). Os elementos minerais disponibilizados são na verdade
nutrientes essenciais, sem os quais a planta não completa seu ciclo de vido, sendo determinados por critérios
diretos e indiretos de essencialidade (Floss 2006). Dentre todos os elementos essenciais as plantas podemos
classificar dois grupos principais: os macronutrientes e os micronutrientes. Neste capítulo, abordaremos apenas o
fósforo (P) e sua participação no ecossistema solo, devido sua importância para sustentar o potencial produtivo
dos sistemas agrícolas (i.e., convencionais, orgânicos, agroecológicos, biodinâmicos e etc) e por segundo
Hinsinger (2001) cerca de 5,7 bilhões de hectares de todo o mundo apresentarem concentrações
insuficientes/baixas de fósforo no solo. Por ser considerado um macronutriente essencial para as plantas e
animais, participando da composição das moléculas de ATP, DNA, RNA e processos energéticos nos organismos
vivo, os baixos teores ou concentrações insuficientes de fósforo no solo têm limitado historicamente a produção
agrícola (Santos et al. 2008). De acordo com Novais e Smyth (1999) podemos relacionar as concentrações
insuficientes de fósforo no solo com dois processos principais: (1) Adsorção aos minerais de argila; (2) Perdas por
lixiviação e problemas de eutrofização dos mananciais; e (3) natureza e composição dos minerais primários e
secundários que podem atuar como fontes ou drenos de P no solo. Sendo assim, com o intuito de alcançar
elevadas produtividades independentemente do sistema agrícola adotado o profissional deve observar múltiplas
variáveis, tais como:

a) Tipo de solo – textura, agregação, umidade, pH, CTC, condutividade elétrica e P disponível;
b) Clima – Precipitação, temperatura, radiação, insolação, umidade do ar;
c) Cultura – Marcha de absorção, fenologia e tolerância a acidez;
Em solos tropicais e arenosos que apresentam baixos teores de fósforo disponível as plantas,
Bonser et al. (1996), López-Búcio et al. (2000) e Rocha et al. (2005) relatam que a baixa concentração
de P limita a produção agrícola devido à alta mobilidade e perdas de P após enxurradas em solos
arenosos com baixa capacidade de adsorção de P nos minerais de argila. Por outro lado, nas mesmas
condições de clima, mas em solos argilosos o fósforo é o fator limitante ao crescimento vegetal devido a
sua baixa mobilidade no solo (Lopes 1989; Hinsinger 2001; Marschner 2002; Costa et al. 2009).

As formas de P disponíveis Para as Plantas

O fósforo (P) apresenta importantes restrições à fertilidade dos solos devido ao seu baixo teor
disponível, à baixa solubilidade dos compostos de fósforo e às transformações para formas não-lábeis

13
(fixação do fósforo) quando fertilizantes fosfatados são adicionados ao solo (Rolim Neto et al., 2004).
Abaixo na figura 1.1 resumimos como o fósforo encontra-se no ecossistema solo.

Fig. 1.1 Formas de fósforo no solo (Adaptado de Novais e Smyth 1999)

O fósforo (P) encontra-se em formas orgânicas e inorgânicas, retido nos argilominerais e


compostos orgânicos com diferentes graus de energia (Rodrigues 2013; Damon et al. 2014). A
disponibilidade de P no solo é dependente das reações físico-químicas, destacando-se a adsorção, a
dessorção e a precipitação (Novais e Smyth 1999), e dos processos biológicos, como a imobilização do
P inorgânico na biomassa microbiana e mineralização do P orgânico (Vargas e Hungria 1997). Dentre as
frações de fósforo inorgânico presente na solução do solo, Novais e Kamprath (1978) relatam que as
plantas absorvem preferencialmente as formas de P ligadas a Al e Fe e absorvem pouco o P ligado a
Ca. O P inorgânico (várias formas), torna-se mais importante do que o orgânico, especialmente naqueles
ecossistemas edáficos com baixos teores de matéria orgânica e que receberam adubações fosfatadas
(Novais e Smyth 1999; Ranno et al. 2007). O fósforo orgânico é originário dos resíduos vegetais
adicionados ao solo, do tecido microbiano e dos produtos de sua decomposição (Rheinheimer et al. 2000;
Conte et al. 2002 e 2003; Martinazzo et al. 2007) e pode constituir de 5 a 80% do fósforo total do solo e,
nos solos tropicais, é fonte de fósforo às plantas e deve ser levado em consideração em estudos
envolvendo a sua dinâmica e a biodisponibilidade (Rheinheimer e Anghinoni 2003). Este elemento é
absorvido predominantemente na forma iônica de H2PO4-, sua acumulação nas células corticais da raiz
e seguida pela transferência dentro desta até o xilema através do simplasto, chegando as folhas ou as
regiões de crescimento, sendo juntamente com o nitrogênio o elemento mais prontamente redistribuído
(Malavolta et al. 1997). No solo o fósforo encontra-se na forma lábil e não lábil que compreendem o Ciclo
biogeoquímico do Fósforo (Fig. 1.2)

14
Fig. 1.2 Ciclo biogeoquímico do fósforo (Adaptado de Novais et al. 2007)

As plantas absorvem o P da solução do solo, na forma de ânion ortofosfato (HPO 42-, H2PO4-),
mono ou diácido, dependendo do pH da solução do solo. A concentração do ânion em solução é regulada
pela natureza da fase sólida. A presença elevada de compostos (oxihidróxidos) de Fe e Al em solos
ácidos, ou de Ca em solos neutros a alcalinos, com teores de argila significativos, tem elevado o poder
de adsorção do ânion, que tende a formar enlaces mono ou bi dentados com as oxihidrilas da superfície
do solo.

Na avaliação de formas de P no solo, há vários métodos, sendo dos mais conhecidos o de Chang
e Jackson (1957), o qual permite a caracterização do nutriente mediante extrações sucessivas das
diversas formas inorgânicas de P, como P facilmente solúvel (P-H2O), P ligado ao alumínio (P-Al), P
ligado ao ferro (P-Fe) e fósforo ligado ao cálcio (P-Ca). Estes métodos possibilitam revelar a causa da
deficiência deste nutriente e prever a resposta das culturas à adubação fosfatada e tem sido muito
utilizado nos estudos sobre o comportamento do P nos solos (Lacerda et al. 2013). De acordo com alguns
estudos avaliando os teores de fósforo em um Neossolo, segue abaixo a tabela 1.1 que dá ênfase a
diferentes trabalhos científicos, com o objetivo de avaliar o comportamento do P no solo e na planta.

15
Tabela 1.1 Principais resultados científicos observados em Neossolos entre 2006
e 2011 em ambientes semiáridos secos

Tipo de Solo Resultados científicos Referências

Neossolo Regolítico A acumulação histórica de nutrientes via aportes de Galvão et al., 2011.
esterco determina aumentos nos teores de P em
profundidade, indicando claramente a lixiviação de bases
trocáveis, assim como perdas de P, o que representa
prejuízo econômico para os produtores, além de possível
risco ambiental.
Neossolo Em um estudo no Ceará esse tipo de solo, tem uma Moreira et al., 2006.
Quartzarênico capacidade máxima de adsorção de fósforo (CMAP) de
256,4 mg\kg-1.
Neossolo Fluvico Na região semiárida do Irã esse solo representa um estágio Adhami et al., 2013
inicial de desenvolvimento com a maior parte do P ligado
aos minerais primários de Ca-P com teores de H2SO4-.
Neossolo Regolítico trabalharam com solos arenosos adubados com composto Xavier et al., 2009
orgânico em Ubajara-CE, observaram que aplicações
constantes favoreceram o aumento do teor de P e
encontraram na profundidade de 50 cm. A conclusão
desses autores citados é que ocorre a lixiviação de P em
solos arenosos
Neossolo Regolítico A adubação orgânica, com esterco bovino suplementada Borchartt et al., 2011
com NPK mostrou-se eficiente, por proporcionar
aumento na produtividade total e comercial da cultura
da batata e no peso de tubérculos por planta, podendo ser
uma alternativa de adubação para a cultura na região.

Lixiviação de fósforo

A aplicação de fósforo via adubação orgânica e mineral em solos pode significativamente


aumentar o risco de lixiviação de P, através de escoamento superficial e erosão influenciando a qualidade
da água dos lençóis freáticos (Toor et al. 2015). Muitos estudos têm relatado que a perda de P em solos
saturados influenciando as águas subterrâneas aumentou, em virtude da acumulação de P na superfície
do solo, onde há interação entre os sítios de sorção de P em fases sólidas com o solo saturado (por
exemplo, argila e óxidos de Fe e Al), aumentando a perda de P dissolvidos (Khiari e Parent 2005;
Kleinman et al. 2002; Maguire e Sims 2002; Toor et al. 2005). Com isso as práticas agrícolas que
aceleram a perda P tornou-se preocupação ambiental e ecológica, devido afetar a qualidade da água e
o início da proliferação de algas nocivas. Portanto o uso e gestão eficiente de P em sistemas agrícolas

16
são fundamentais para alcançar grande produtividade agrícola sem ameaçar a qualidade ambiental
(Mihailescu et al. 2015).

Toor et al. (2015) avaliando a lixiviação de P em solos percebeu maiores quantidades de


lixiviação de P em solos muito drenado após aplicação de fertilizantes, indicando que esses solos não
têm capacidade suficiente para reter P e qualquer adição de P resultaria em maior lixiviação. Sims et al.
(1998) descrevem que a lixiviação de P pode ocorrer em solos arenosos e profundos, com alta
quantidade de matéria orgânica ou mineral. No entanto, as perdas observadas devido à lixiviação são
menores do que as observadas devido à enxurrada. Portanto, o tipo de solo é um fator que controla a
movimentação vertical do fósforo no perfil do solo, podendo ter maior interação entre solo e a solução
que percola no perfil. De acordo com Pierzynsky (2000) solos arenosos com baixa capacidade de
adsorção de P, solos orgânicos e solos que apresentam grande quantidade de macroporos ou fendas
são mais propensos à percolação de fosfato do que aqueles de textura argilosa e com altas
concentrações de ferro e alumínio. No entanto, pesquisas têm alertado que a saturação dos sítios de
adsorção desses tipos de solos em virtude da contínua aplicação de fertilizantes e adubos animais pode
contribuir para aumentar a concentração de P na solução, o que favorece não só sua lixiviação para as
águas subterrâneas como também seu arraste para as águas superficiais (Sims et al. 1998).

Adubação fosfatada, nutrição e sua importância

Para que haja uma disponibilidade de P maior no solo faz-se necessário uma correção de acidez
do solo, de acordo com Sousa e Lobato (2003) a correção da acidez é uma prática que contribui para
aumentar a disponibilidade de P do solo e a eficiência dos fertilizantes fosfatados. O suprimento
adequado de P é, diferentemente dos demais nutrientes, essencial desde os estádios iniciais de
crescimento da planta (Grant et al. 2001). Como se sabe, o fósforo é altamente importante nas mais
variadas funções na planta, sendo o mesmo um dos macronutrientes mais essencial à vida das plantas.
O P requerido para o ótimo crescimento das plantas varia conforme a espécie ou órgão analisado de 0,1
a 0,5 % da matéria seca (Vichiato 1996). Segundo Oliveira et al. (1982), trata-se do elemento mais usado
em adubações das culturas, além de ser o que mais tem recebido atenção da pesquisa nas últimas
décadas. Faz-se necessário uma adubação precisa de fósforo para que as culturas possam ter sua
atividade metabólica exercida com mais efetividade juntamente com uma maior produtividade e
absorção, pois segundo Grant et al. (2001) somente uma pequena quantidade de P presente na planta está
ativamente envolvida no metabolismo. A localização do adubo fosfatado em relação às raízes das plantas é

17
fator determinante para a absorção de P, crescimento e produtividade de muitas culturas (Borkert e
Barber 1985; Anghinoni 1992; Silva et al. 1993). As plantas nutrem-se retirando da solução do solo o P
necessário para seu desenvolvimento. O P na solução do solo está em equilíbrio com formas de
diferentes graus de solubilidade na fase sólida. Quando adubos fosfatados são aplicados ao solo, após
sua dissolução praticamente todo o P é retido na fase sólida, formando compostos menos solúveis.
Todavia, grande parte do P retido é aproveitada pelas plantas (Sousa e Lobato 2003). Os fatores
ambientais como temperatura, luminosidade, fotoperíodo, umidade devem ser considerados na futura
produtividade das culturas e do aumento do teor de fósforo encontrado no solo que serão disponibilizados
e absorvidos pelas plantas, mostrando assim a necessidade da adubação fosfatado, haja vista que tais
fatores podem fazer o teor de P despencar. Vale ressaltar também, conforme Carvalho et al. (1993) que
os níveis críticos de fósforo no solo variam entre espécies de plantas, como também entre solos.

Referências

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22
Capítulo 2. Uso de diferentes extratores nas análises de P

Kalline de Almeida Alves Carneiro

Fernando Julião de Medeiros Júnior

Tancredo Augusto Feitosa de Souza

23
Introdução

O fósforo no solo pode ser classificado segundo sua natureza química, sendo o P orgânico (Po)
e o P inorgânico (Pi). O Po é geralmente maior nas camadas superficiais do que no subsolo, devido ao
acúmulo de matéria orgânica nelas. O Pi está mais predominante no solo e está ligado a Ca, Fe e Al,
argila e nos oxihidróxicos de Fe e Al. Com isso, as formas de P no solo possui energia de ligação distintas
que influencia a sua disponibilidade na solução do solo (Blaya e Garcia 2003). Nos solos do Brasil, em
geral, ocorre uma baixa biodisponibilidade de fósforo oriundo da reação de adsorção de oxihidróxidos de
ferro e alumínio e aluminossilicatos em solos ácidos de textura argilosa formando compostos estáveis de
alta energia de ligação, como também, a ocorrência de precipitação com o Cálcio (Ca 2+) em solos com
pH elevado (Guilherme et al. 2000; Vilar et al. 2010; Urrutia et al. 2013; Sandim et al. 2014).

Em geral, os solos da região do Agreste paraibano são deficientes em N e P, em consequência


da elevada variabilidade na precipitação das chuvas, fatores que são limitantes para a produção agrícola.
A utilização de esterco é uma alternativa amplamente adotada nessa região pelos agricultores familiares
para o suprimento de nutrientes, mesmo assim, a produtividade agrícola é reduzida (Menezes e Salcedo
2007).

Assim, devido a esses diferentes graus da força de ligação do P com a fase sólida do solo, há
dificuldade e complexidade de prever a biodisponibilidade no solo (Gatiboni et al. 2007). Nesse sentido,
para analisar o teor de fósforo disponível para as plantas, alguns métodos químicos têm sido testados
para uso em análises de rotina, sendo avaliados nas mais variadas situações e apresentando resultados
que também variam de acordo com as condições a que foram submetidos. Geralmente, tais métodos
apresentam diferentes capacidades de extração e nem sempre se correlacionam bem com as
quantidades absorvidas pelas plantas (Brasil e Muraoka 1997). Para determinar a disponibilidade de
fósforo para as plantas tem sido utilizado extratores químicos que quantificam o P em solução e uma
fração do P-lábil do solo. Para que um extrator seja recomendado, é necessário que os teores de P
extraídos do solo correlacionem-se com a absorção desse nutriente pelas plantas (Alvarez e Fonseca
1990).

Existe uma variedade enorme de extratores químicos de P em uso em diferentes localidades do


planeta, no qual, determina os teores desse nutriente em solos e regiões edafoclimáticas diferentes. As
soluções extratoras utilizadas nos métodos analíticos podem ser compostas por ácidos minerais, bases,
sais, quelantes ou misturas desses, a água e, mais recentemente, a resina trocadora de ânions.

24
Idealmente, esses extratores são empregados na determinação do P no solo e que esteja disponível
para a absorção pelas plantas, extraindo-o de formas químicas de menor energia (Ramos et al. 2012).

Extratores de P do solo

Mehlich-1

O extrator de Mehlich-1, também conhecido como solução duplo-ácida ou Carolina do Norte, é


constituído de HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,0125 mol L-1, e atua na solubilização o elemento fósforo através
da redução do pH (2,0 e 3,0) associado com o íon Cl- que tem o papel de restringir a readsorção dos
fosfatos recém extraídos (EMBRAPA 2017). Para Raij et al; (1984), o Mehlich-l é um extrator que
apresenta grande vantagem para uso rotineiro em analises de P, principalmente, porque permite obter
extratos límpidos que decantam facilmente, dispensando a filtragem das suspensões de solo, além de
ter baixo custo.

Pelo fato do Mehlich-1 age no solo por dissolução ácida, solubilizando em ordem decrescente
de efetividade as formas de P ligadas a cálcio (Ca), alumínio (Al) e ferro (Fe), a extração preferencial de
compostos de Ca, superestima os teores disponíveis do íon fosfato nos solos. Assim, esse método de
extração sofre diversas críticas em solos argilosos e adubados com fosfato natural (Correa e Haag 1993;
Santos et al. 2014; Oliveira et al. 2015). Souza et al. (2017) avaliando a disponibilidade de P em diferentes
extratores em solos com diferentes texturas e doses de P, verificaram que o extrator Mehlich-1 extrai
maiores teores de P e superestima o P disponível nos solos estudados. Esse resultado está relacionado
com a origem do solo, pelo fato dos solos utilizados serem calcários, no qual, o P-Ca extraído pelo
Mehlich-1, é determinado, mas não está disponível na solução do solo para as plantas absorverem.

No entanto, para González et al. (1999) o uso de extratores não funciona da mesma maneira em
diferentes tipos de solo, com diferentes habilidades para dissolver e solubilizar P a partir de compostos
fosfatados. Nesse sentido, ao avaliar a eficiência dos extratores em P disponível para plantas de soja
(Glycine max) em solos do Estado do Paraná, Steiner et al. (2012) e Sousa Júnior et al. (2012)
constataram que, em condições naturais de fertilidade, o Mehlich-1 apresentou eficiência na avaliação
da disponibilidade de P nos solos do Paraná e na Paraíba, indicando que o mesmo não superestimou o
teor de P. Rogeri et al. (2017) ao avaliar métodos de Mehlich-1 e Mehlich-3 para determinação de P em

25
solos representativos do Rio Grande do Sul também verificaram que o Mehlich-1 não apresentou
superestimação na determinação de P.

Porém, Simonete et al. (2015) comparando diferentes extratores em solos catarinenses


representativos da cultura orizícola submetidos a diferentes doses de fosfato obtiveram resultados
divergentes. Eles verificaram que o Mehlich-1, obteve baixa eficiência na determinação de P,
superestimando os valores obtidos. Provavelmente, essas variações nas taxas de extração de P entre
os métodos, entre os solos e dentro de cada solo podem ser atribuídas às características químicas e
físicas inerentes a cada solo e às características químicas dos extratores. Com os estudos apresentados
anteriormente, observa-se evidência de resultados contraditórios para o extrator Mehlich-1 na estimativa
do fósforo disponível, apesar desse extrator ser um dos mais utilizados em diversas regiões do Brasil.
Assim, dependendo o tipo de solo, característica do extrator e custo para determinação de P é necessário
selecionar qual o mais adequado.

Água (Pw)

O Pw (fósforo água) diferentemente do fósforo extraído por Mehlich-1 que se encontra retido nos
argilominerais e nos compostos orgânicos com diferentes graus de energia, com maior concentração nos
horizontes superficiais, determina o fósforo que está disponível na solução do solo e complexado nos
coloides do solo (Rodrigues 2013; Damon et al. 2014). O Pw tem como extrator a água, de baixo custo
econômico e que determina os teores de fósforo que está realmente disponível na solução do solo para
absorção da planta.

Resina de Troca Iônica

As resinas de troca iônica são formadas por hidrocarbonetos em cadeia tridimensional contendo
grupos químicos com cargas elétricas, e são sintéticos de estrutura porosa e flexível, onde tais cargas
atraem íons de forma trocável assim como acontece com os coloides do solo (Tomé Júnior 1997). Na
extração de P tem sido muito utilizada a resina aniônica (AR) desenvolvido por Amer et al. (1955), pelo
fato de determinar o P disponível no solo tratado ou não com fosfatos naturais reativo. Segundo Sibbesen
(1978) o P extraído pela resina aniônica na forma de bicarbonato foi melhor correlacionada com a

26
absorção de P pela planta, do que a quantidade de P extraída com a resina na forma de cloreto. Com
isso, a forma de bicarbonato do método de resina é recomendada para uso geral. Há também o uso de
Resina Mista (50% aniônica e 50% de resinas catiônicas) que determina não apenas o teor de P, mas
também de outros cátions trocáveis (K+, Ca2+, Mg2+). Este processo induz a adsorção de P na solução
às cargas positivas da resina aniônica, e consequentemente, remove o P que está adsorvido na
superfície das partículas do solo, mas em equilíbrio com a solução. Portanto, basicamente o P lábil do
solo é quantificado (Skogley e Doberman 1996). Porém, as resinas mistas (aniônicas + catiônicas)
extraem mais P que resinas aniônicas de solos tratados ou não tratados com fosfatos naturais reativos
(Freitas et al. 2013).

No entanto, segundo Habib et al. (1998) este método de extração é lento e possui custo elevado
pelo fato da troca do P por um ânion adsorvidos na resina, além da necessidade de separar o material
orgânico das partículas de solo que a ela se mistura. Mas apesar disso, o método da resina mesmo
sendo mais trabalhoso, é adequado para estimar a capacidade de P lábil do solo porque o processo de
extração assemelha-se à ação das raízes das plantas (Silva e Raij 1999). Nesse sentido, o método da
resina de troca de íons é uma alternativa viável para os problemas de superestimação de valores de P
do Mehlich-1 pelo fato da resina ser menos influenciada pelas características dos solos que o Mehlich-1,
sendo apontado como um eficiente método na avaliação do P disponível (Rolim et al. 2008). Arrua et al.
(2015) ao avaliar o teor de fósforo disponível nos extratores Mehlich-1 e Resina de Troca Aniônica em
condições de laboratório, verificaram que, a extração de P pelo método da Resina, através da saturação
com íon bicarbonato, proporciona certa estabilidade ao pH do meio, como se fosse um tamponamento
induzido, mantendo o ambiente da solução do solo com valores constantes, próximos a faixa de maior
disponibilidade do nutriente. Entretanto, a extração por Mehlich-1, que faz uso de soluções químicas de
carácter ácido, com pH em torno de 2,0 favorece os desequilíbrios das formas mais disponíveis de P no
solo, superestimando seus níveis na solução do solo.

Determinação de fósforo por diferentes extratores em áreas de Agricultura Familiar no


agreste Paraibano

O fósforo (P) é um macronutriente pouco móvel no solo em decorrência de formar compostos


com alta energia de ligação com os colóides, conferindo-lhe alta estabilidade na fase sólida, limitando
assim a produtividade agrícola (Novais e Smyth 1999). Em solos arenosos, por apresentarem uma alta

27
macroporosidade, além dos baixos teores de matéria orgânica e a própria mineralogia do mesmo,
favorece uma maior taxa de lixiviação não apenas do fósforo, mas também de outros nutrientes minerais.

Na agricultura familiar da região semiárida e do agreste do Brasil se utiliza esterco de animais,


dentre eles o bovino, como forma alternativa à aplicação de adubos inorgânicos tradicionais (Gebrim
2006; Abdala et al. 2012), sendo comum a utilização de esterco animal como fonte de nutrientes
principalmente N e P (Menezes e Salcedo 2007). Contudo o uso de esterco bovino é realizado há vários
anos, refletindo positivamente nos teores de matéria orgânica do solo, elevando a fertilidade e
aumentando as concentrações no solo de macro e micronutrientes requeridos pelas plantas (Menezes
et al. 2008). Em uma análise química de diversos estercos utilizados na região do Agreste, Galvão e
Salcedo (2009) determinaram que um terço do P era solúvel em água, um terço era solúvel em extrator
ácido diluído (Mehlich-1) e outro terço estava em formas orgânicas, avaliando assim a disponibilidade de
P na solução do solo para as plantas.

A baixa mobilidade de P no solo faz com que seja comum o acúmulo nas camadas superficiais
do solo com a aplicação do P superficial em plantio direto, seja via fertilização mineral ou orgânica (Motta
et al. 2002). Oliveira et al. (2011) relataram em seu estudo, o acúmulo de nutrientes na camada superficial
(0 a 20 cm) do solo, considerando um cenário como preocupante do ponto de vista econômico e
ambiental. Porém em um estudo realizado nessa região do agreste paraibano foi desenvolvida uma
pesquisa para analisar os teores de fósforo lábil/não lábil e avaliar a eficiência dos extratores P ext
(Fósforo extraído por mehlich-1), Pw (Fósforo extraído por água) e Pres (Fósforo extraído por resina de
troca aniônica), na quantificação do fósforo potencialmente disponível para as plantas. Foram coletadas
amostras de solos adubados classificado como Neossolo Regolíticos Eutrófico a 10 cm de profundidade,
em três áreas de agricultura familiar localizado no agreste paraibano. Em seguida realizou-se extrações
de P nessas amostras de TFSA adubadas com esterco bovino, onde a extração do Pext e Pw foi realizada
acordo com a metodologia da EMBRAPA (2017), já o Pres foi baseado na metodologia do IAC (2009). A
figura 2.1 relata os diferentes teores de fósforo de acordo com cada extrator em estudo.

28
Fig. 2.1 Pext - P extraído com mehlich-1; Pw – Fósforo extraído por água;
Pres – Fósforo extraído por Resina de Troca Aniônica.

Os resultados mostraram que os teores de fósforo com a extração com mehlich-1 variou entre
(45,3 à 49,77 mg kg-1), água (11,518 à 20,199 mg kg-1) e resina troca aniônica (21,05 à 33,119 mg kg-1),
dentre os métodos o mais eficiente foi o da resina de troca aniônica por promover a remoção do P da
solução do solo, ocorrendo um desequilíbrio de concentração entre o P da solução e o da fase sólida do
solo, pois esse processo de extração assemelha-se com o mesmo procedimento que as raízes das
plantas fazem, para absorver o fósforo presente na solução do solo, para suprir a necessidade das
culturas. Já a extração de fósforo por água, apresentou baixos teores, método que também representa
a quantidade de fósforo disponível na solução do solo, diferentemente do extrator mehlich-1, que extraiu
valores altos de fósforo, porém sua disponibilidade para a planta é mínima, pois grande parte desse
fósforo está complexado nos coloides do solo, ou seja, o P extraído por meio dessa solução ácida
superestima o P disponível no solo, devido as reações pelo poder tampão do solo, alterando o pH. De
acordo com Souza et al. (2017), em seu trabalho sobre disponibilidade de fósforo e produção de
biomassa de pinhão manso em solos argilosos e arenosos com doses de fósforo, observaram que o
extrator Mehlich-1, extrai maiores teores de P e superestima o P disponível nos solos estudados,
enquanto o extrator Resina de Troca Aniônica apresentou maior relação com o conteúdo de P e massa
na planta, sendo mais indicados para avaliar o P disponível para a fase inicial de desenvolvimento do
pinhão manso. Contudo, entre os extratores, a resina de troca aniônica é a que apresenta maior relação
com o teor de fósforo na solução do solo, tornando a mais indicada para avaliar o P disponível para suprir
as necessidades das plantas.

29
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33
Capítulo 3. Coleta do Solo Para Análise de Fósforo

Marianne Costa de Azevedo

Kalline de Almeida Alves Carneiro

34
Introdução

A coleta do solo é a primeira etapa para a realização das análises, a qual caracteriza o solo,
onde o profissional se direciona até o campo e com base em seus conhecimentos e nos manuais de
coleta de solo (Santos et al. 2013), realizam uma amostragem da área, escolhendo os pontos que melhor
representam a área (Figueiredo et al. 2013). A amostragem de solo é a etapa mais importante para o
estudo de avaliação da sua fertilidade. Contudo ressalta-se que a recomendação de corretivos e de
fertilizantes é definida a partir da interpretação dos resultados de análises químicas realizadas na
amostra (Acqua et al. 2013). Antes de se realizar a coleta do solo é necessário um planejamento para
facilitar o trabalho no campo, é necessário um conhecimento prévio do local antes da coleta para saber
aproximadamente quantas amostras serão coletadas e quais os materiais devem ser levados no dia de
coleta (Filizola et al. 2006).

Materiais utilizados nas coletas (Santos et al. 2013)

a) caderneta de campo;
b) etiquetas;
c) lápis de preferência grafite;
d) aparelho GPS com pilhas reserva carregadas;
e) câmera digital com pilhas reserva carregadas;
f) tratos (rosca, holandês ou tipo caneca);
g) sonda (cano metálico para coleta de solo);
h) pás (quadrada ou reta);
i) enxadas e enxadão;
j) martelo pedológico e marreta;
k) facão;
l) picareta;
m) régua ou fita métrica, para fotografar as mini-trincheiras;
n) sacolas plásticas resistentes e limpas;
o) canetas para escrever em sacos plásticos.

35
Os equipamentos mais utilizados na amostragem de solo, no Brasil, são o trado de rosca, o trado
holandês, o trado calador (sonda) e a pá-de-corte em que os três primeiros coletam menor volume de solo e são
mais práticos no manuseio (Schlindwein e Anghinoni 2002). A furadeira elétrica também tem sido utilizada com o
uso de uma haste de rosca, logo a quantidade de solo coletada é menor que a de outros equipamentos (Rosolem
et al., 2010). Assim, dependendo das análises químicas, alguns tipos de trado podem não apenas ser inadequado,
mas também necessitar de um aumento no número de subamostras para formar uma amostra composta.

Todos os materiais que entram em contato direto com o solo como trato (Holândes, caneco),
sonda, enxadeco e facão, devem estar limpos e não devem apresentar nenhum sinal de ferrugem ou
descascamento, deve-se dar preferência a equipamentos feitos em aço inoxidável (Fig. 3.1). Para as
subamostras, é necessário que sejam retiradas de maneira uniforme em volume e profundidade desejada
evitando uma sub ou superestimação dos atributos do solo dentro de um mesmo talhão (Embrapa 2014).

Fig. 3.1 Alguns materiais utilizados na coleta do solo: enxada, sonda e trado tipo
caneca.

No processo de coleta de amostra de solo a quantidade amostrada com o trado holandês, com
o de caneca e com a pá-de-corte, é superior a 100 gramas, considerada suficiente para o processo de
amostragem.

36
Seleção de locais para amostragem

Se o local a ser estudado for uma área muito grande, locais com áreas cultivadas e de mata
nativa ou for uma área declivosa é importante dividir as áreas em glebas homogenias e identificá-las na
caderneta de campo, descrevendo a posição das glebas (topografia), uso atual e histórico do solo, cor e
textura do solo, produtos utilizados nas lavouras como adubos orgânicos e químicos, pesticidas e
herbicidas utilizados, presença de camadas compactadas, presença de erosão (Figueiredo 2013;
Abrahão 2013). A figura 3.2 mostra a posição do relevo na encosta, fator importante a ser determinado,
pois a posição da coleta de solo reflete diretamente na análise, principalmente de fósforo, onde se faz
necessário coletar as amostras no topo ou ombro, evitando assim a superestimação dos teores de fósforo
nas demais posições, em decorrência da própria lixiviação em períodos chuvosos.

Fig. 3.2 A encosta composta pelas posições do ombro, meia encosta e


pedimento. Fonte: Santos et al. 2002 adaptado por Brehm 2010.

No caso de coletas em áreas de vegetação nativa é importante selecionar um local com o menor
sinal de antropicidade possível distante de estradas, residências, cultivos e currais. Áreas como antigas
estradas, pastagens e cultivos abandonados devem ser evitadas. Em áreas cultivadas com culturas
anuais os solos devem ser coletados nas entrelinhas. Já em áreas cultivadas com culturas perenes o
solo deve ser coletado na projeção das copas das arvores.

37
Coleta do solo

Ao chegar no local de coleta deve-se observar a existência de estradas, formigueiros e


cupinzeiros, currais, galpões, depósitos de lixo, esgoto e fossas, e não se deve coletar solo próximo a
estes locais (Figueiredo 2013). Antes da coleta é indicado que se faça o georreferenciamento de todos
os pontos de coleta, para isso pode ser utilizado um GPS de navegação. Para evitar a perda das
coordenadas e recomendado que se anote na caderneta de campo a área e a coordenada
correspondente. Com o auxílio da enxada deve-se retirar da superfície do solo a serrapilheira (folhas
secas, galhos entre outros materiais orgânicos), mas sem raspar a superfície do solo. O equipamento
utilizado na retirada da amostra vai depender da textura do solo. O trado e a sonda são instrumentos
bastante eficiente quando se trabalha com solos mais arenosos e quando a profundidade é até 20 cm,
onde a sonda é a mais indicada para coleta de solo arenoso (Fig. 3.3).

Fig. 3.3 Imagens de coleta de um Neossolo Regolitico com o auxílio de uma sonda

O indivíduo que estará realizando a coleta do solo não deve estar com acessórios como relógios
e anéis, pois além de poder contaminar o solo pode causas ferimentos nas mãos. É totalmente
desaconselhável manipular o solo com ferimentos nas mãos, pois no solo vivem diversos microganismos
patogênicos que podem causar doenças como por exemplo a bactéria Clostridium tetani causadora do
tétano (Abrahão et al. 2013; Tavares 1973). Após coletadas as amostras devem ser colocadas em
sacolas plásticas retirando-se pedras grandes, pontiagudas e galhos para evitar que estes rasquem as
sacolas, as amostras devem ser devidamente identificadas, a etiqueta de identificação deve ser de
material resistente a agua e deve conter local da coleta, data e hora, informações complementares devem
ser anotadas na caderneta de campo assim como informações climáticas do dia de coleta, uso atual do

38
solo, utilização de adubos ou pesticidas, e se possível histórico do solo (Fig. 3.4). Essas informações
poderão servir de base para a discussão dos dados encontrados na análise (Figueiredo 2013).

Fig. 3.4 Amostras de solo identificadas no campo.

Contudo, o transporte das amostras do campo até o laboratório deve ser o mais rápido possível.
Autores como Filizola (2006) recomenda que as amostras ensacadas e identificadas sejam transportadas
em caixas térmicas ou de isopor, protegidas da luz e do calor excessivo, podendo fazer a utilização de
gelo seco em casos, onde o tempo para transporte das amostras não ultrapasse 12 horas. Segue abaixo
o modelo da ficha de campo, para o controle das amostras e histórico da área experimental.

Ficha de campo

Nomenclatura/código da área ou gleba:___________________________________________________

Data e hora da coleta: ________________________________________________________________

Coordenadas geográficas: ____________________________________________________________

Profundidade de coleta da amostra: _____________________________________________________

Uso atual do solo e cobertura vegetal: ____________________________________________________

Presença de erosão ou camadas compactadas: _____________________________________________

Condições climáticas: _________________________________________________________________

39
Aplicação de corretivos/fertilizantes: ______________________________________________________

Histórico do uso do solo: _______________________________________________________________

Encaminhamento das amostras ao laboratório para análises químicas

Para envio ao laboratório, as amostras de solo, devem ser devidamente embaladas e


identificadas, juntamente com o formulário para análise de solo devidamente preenchido. Os dados do
formulário servirão para ajudar na interpretação dos resultados da análise e na recomendação de
calagem e adubação e para manter um histórico de uso das áreas, afim de se obter dados científicos
para o meio acadêmico e social (Embrapa 2014). Nos formulários de encaminhamento de amostra devem
constar as seguintes informações:

a) Nome do solicitante;
b) Município;
c) Endereço para contato;
d) Classificação do solo;
e) Quantidade de amostras;
f) Fertilidade de rotina (pH (H2O ou CaCl2), Ca, Mg, Al, H+Al, K e P).

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ferramenta de amostragem. Revista Ceres, v.57, p.405-414, 2010.

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Brasileira de Ciência de Solos, p.100, 2013.

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Tropical, v. 7, n. 1, p. 57-68, 1973.

41
Capítulo 4. Vidrarias, Reagentes e Equipamentos mais utilizados na
determinação de Fósforo

Marianne Costa de Azevedo

Kalline de Almeida Alves Carneiro

42
Introdução

Os materiais utilizados para a determinação de P no solo varia de acordo com a metodologia


aplicada. A maioria dos materiais é encontrada com facilidade em laboratórios de análise de solo. Os
riscos existentes em um laboratório para análises químicas são diversos independentemente do tipo de
atividade exercida, eles podem ser químicos, físicos, ergonômicos ou de acidentes.

Esses riscos ocorrem principalmente pelas seguintes causas: falta de organização do local de
trabalho; uso incorreto de equipamentos ou substâncias; estocagem e transporte inadequados de
produtos químicos; uso de vidrarias defeituosas; desconhecimento ou negligência das técnicas corretas
de trabalho; trabalhos realizados por pessoa não habilitada em determinadas técnicas; não observância
das normas de segurança; utilização incorreta ou o não uso de equipamentos de proteção coletiva e
individual adequados ao risco; manutenção inexistente ou inadequada do laboratório (UNICAMP 2015).

Portanto, esses riscos podem ser reduzidos ou até mesmo extintos de acordo com o uso dos
equipamentos e matérias de segurança, que devem ser cobrados e utilizados no laboratório, realizando
assim, uma proteção individual adequada ao risco. Logo, o trabalho experimental caracteriza-se como
recurso didático fundamental no processo de ensino e aprendizagem, e deve ser desenvolvido havendo
uma ligação entre teoria e prática, com acesso e segurança aos laboratórios (Rangel et al. 2014).

Reagentes

O Fósforo (P) extraível com Mehlich-1 (HCl 0,05 mol L-1 e H2SO4 0,0125 mol L-1) e determinado
em fotocolorímetro na presença de ácido ascórbico; P extraível em água, água deionizada,
(sobrenadante filtrado em membrana de 0,45 µm); P total por digestão sulfúrica (H 2SO4/H2O2) (Galvão e
Salcedo 2009); P resina – extração com resina trocadora de íons (IAC 2009), sendo o P nos extratos
determinado por colorimetria (Murphy e Riley 1962).

Vidraria utilizada

A limpeza do laboratório (bancadas, pisos, equipamentos, instrumentos e demais superfícies)


seja realizada regularmente antes e imediatamente após o término das atividades laboratoriais. Em caso

43
de derramamentos, dependendo do tipo e quantidade de material biológico disseminado, pode-se
empregar, para a descontaminação do local: álcool a 70% ou solução de hipoclorito de sódio,
preferencialmente, a 10%, deixando agir por 30 minutos e após remover com papel absorvente. As
vidrarias são fundamentais para o funcionamento de qualquer laboratório, além do manuseio, transporte
e armazenamento dos materiais (biológicos, químicos e vidrarias) de forma segura para evitar qualquer
tipo de acidente.

Na determinação de fósforo (P) é importante as vidrarias não serem lavadas com detergente,
pois o mesmo contém muito P, podendo assim superestimar os valores de P, logo prepara-se uma
solução de limpeza de HCl a 10%, e deixa as vidrarias mergulhada nessa solução em torno de 1 hora.
Contudo o vidro ainda é muito utilizado devido a sua transparência, resistência ao calor e por ser
praticamente um material inerte (Unesp 2013).

As vidrarias mais utilizadas na determinação de fósforo são:

a) Balões volumétricos (25 ml, 50 ml, 100ml, 250 ml, 500 ml, 1000 ml e 2000 ml) (Fig. 4.1a);
b) Erlenmeyer (100 ml e 125 ml) (Fig. 4.2b);

Fig. 4.1 Balões volumétricos (a); e Erlenmeyer (b).

c) Tubos de ensaio (50 ml) (Fig. 4.2).


d) Outros materiais utilizados como: béquer, proveta, funil, bastão de vidro, pipetas volumétricas
entre outras vidrarias.

44
Fig. 4.2 Tubos de Ensaio

Equipamentos utilizados

a) Balança analítica: utilizada para a pesagem do solo e de reagentes (Fig. 4.3 a).
b) Capela: equipamento de proteção fundamental para o preparo de soluções, visa a proteção
c) coletiva de todos no laboratório.
d) Mesa agitadora circular horizontal: promove a homogeneização de substâncias, promovendo um
maior contato entre as partículas de solo e a solução extratora (Fig. 4.3 b).

Fig. 4.3 Balança Analítica (a); e Mesa agitadora circular horizontal (b)

e) Agitador de tubos de ensaio: facilitar a homogeneização de substâncias no interior do tudo de


ensaio (Fig. 4.4 a).

45
f) Espectrofotômetro: é um equipamento de grande importância para as análises de fósforo. Este
aparelho mede a absorbância do extrato presente numa cubeta de quartzo ou vidro. o teor de
fosforo do solo é encontrado atrás de equação que utiliza o valor da absorbância do extrato (Fig.
4.4 b).
g) Filtro de microporos (Fig. 4.4 c): Utilizado para filtrar o extrato das análises de fósforo em água.

Fig. 4.4 Vortex (a); espectrofotômetro (b) e filtro de microporos (c)

Ficha de acompanhamento laboratorial (Modelo)

Data da analise: ____/____/_______.

Metodologia utilizada: __________________________________________________________

CURVA DE CALIBRAÇÃO

Pontos Absorbância

Amostra Ml de extrato utilizado Absorbância

46
Referências

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47
Capítulo 5. Possíveis Problemas Encontrados em Análises de Fósforo

Marianne Costa de Azevedo

Kalline de Almeida Alves Carneiro

48
Introdução

Em um laboratório qualquer erro pode ocasionar a perda de todo um trabalho experimental,


principalmente, quando se trata de análises de fósforo no solo, pois é necessário ter cuidados que
minimize os erros, evitando assim, possíveis contaminações das amostras, em decorrência até mesmo
de vidrarias utilizada em análise química qualitativa ou quantitativa, a qual deve-se estar perfeitamente
limpa antes do uso (Esalq 2015).

Coleta e Armazenamento Impróprio do Solo

Como visto anteriormente, a coleta de solo realizada de forma errada, pode colocar todo trabalho
a perder, pois todos os dados obtidos nas análises estarão super- ou subestimados. No caso de uma
amostra de solo coletada de forma errada recomenda-se realizar uma nova coleta. O solo mesmo que
coletado de forma correta, mas armazenado de forma incorreta pode interferir nos dados finais. Antes de
ser armazenado o solo deve ser seco e transitado em uma peneira de 2 mm para retirada de raízes
torrões e pedras, pois o solo úmido pode propiciar o desenvolvimento, o crescimento de microrganismos
e a germinação de sementes presentes no solo, o que pode interferir nas análises (Santos et al. 2013).
É indicado a utilização de um recipiente plástico, limpo podendo ser sacos plásticos ou potes bem
fechados, pois recipientes de papel podem rasgar com facilidade além de absorver a umidade do meio.

Homogeneização do Solo

Sabe-se que o fósforo se encontra aderido as partículas de argila do solo. Quando o solo está
dentro de um recipiente é comum que as partículas mais finas (argila e silte) se acumulem na parte de
baixo do recipiente, e as partículas mais grosseiras como areia fique na parte mais superior. Devido a
isso torna-se obrigatório a homogeneização do solo antes da pesagem e da sua utilização para análises
experimentais. O modo mais correto para homogeneizar o solo deve ser colocando-o em um saco
plástico limpo e agitá-lo com as mãos lentamente de modo que as partículas de argila, silte e areia do
solo fique homogeneizada, ou seja que todas as partículas se distribuam igualmente no saco plástico.
Logo após o solo já pode ser pesado e seguir para análises químicas.

49
Neste contexto a figura 5.1, relata os teores coerentes e superestimados de P em mehlich-1 (fósforo
mehlich-1) e Pw (fósforo água), de cinco amostras de solo, na profundidade de 10 cm, classificado como
Neossolo Regolítico, representativo de áreas de agricultura familiar localizado no município de
Esperança-PB.

Fig. 5.1 Teores de Fósforo superestimados (a) e teores coerentes de P (b)

Equipamentos e Oscilações de Energia Elétrica

Alguns aparelhos utilizados na determinação do fósforo como o espectrofotômetro são sensíveis


a quedas de energia, e podem alterar os valores da absorbância. Devido a isso é importante observar a
situação da energia no laboratório antes de se iniciar as análises. Caso haja queda de energia ou
oscilações na rede e o aparelho apresentar valores muito altos ou muito baixos o ideal é desligar o
aparelho e ligá-lo em seguida, passando novamente a curva analítica de calibração. É interessante que
todo laboratório possua estabilizadores de energia e que os aparelhos estejam conectados a eles, pois
em decorrência dessa fatalidade, têm experimentos científicos que são descartados, devido alterar os
dados científicos.

Vidrarias

Em qualquer análise de solo é de extrema importância que todas as vidrarias utilizadas estejam
bem lavadas. E se possível utilizar vidrarias exclusivas apenas para as análises de fósforo, pois esse
tipo de amostra pode-se contaminar com facilidade. Deve-se evitar o uso de vidrarias com ranhuras, uma

50
vez que vestígios de reagentes utilizados em outras análises podem se aderir a estas ranhuras e
contaminar soluções utilizadas para a análise de fósforo. Nunca deve reservar vidrarias que foram
realizadas determinação de carbono do solo, pois essa metodologia utiliza ácido fosfórico, podendo
ocorrer superestimação de fósforo. Uma das formas mais seguras de lavar vidrarias é primeiro lava-las
com água corrente retirando qualquer vestígio de solo ou de outra solução, logo após emergi-las em uma
solução de ácido clorídrico a 10% e deixar de molho entre 5 e 10 minutos, logo após enxaguar cada uma
delas com água destilada ou deionizada, usar de preferência a água utilizada para a posterior analise.
Não é recomendado o uso de esponjas na limpeza das vidrarias pois estas podem acumular substâncias
de outras soluções que podem contaminar as vidrarias. Uma grande fonte de contaminação de vidrarias
é o uso de detergentes na hora da lavagem, pois eles podem conter substâncias desconhecidas ricas
em fósforo e outros elementos, que contaminam as vidrarias e superestimam os dados, além deste
resíduo contaminar rios e lagos, causando a eutrofização excessiva, onde os nutrientes estimulam o
crescimento de algas e plantas, ocasionando ondas de crescimento, seguidas por períodos de consumo
excessivo que podem utilizar todo o oxigênio e exterminar os peixes (Klein e Agne, 2012).

Reagentes

Os reagentes utilizados no preparo de soluções devem estar dentro do prazo de validade e não
podem conter nenhum sinal de contaminação. Antes de preparar as soluções é importante saber as
características físicas dos reagentes, como textura, cor entre outros. Estas informações estão presentes
nos rótulos de cada reagente, caso o reagente não esteja de acordo com as características informadas
no rotulo, este deve ser descartado. Para evitar a contaminação dos reagentes é necessário manter os
frascos bem fechados, em ambiente arejado, protegido da luz, no caso de reagentes sólidos deve-se
manuseá-los sempre utilizando uma espátula limpa, pois o ambiente para definição do prazo de validade
pode ser suficientemente descrito por parâmetros que influenciam a estabilidade, principalmente calor e
umidade (Oriqui e Mori, 2013).

Preparo de Soluções

Antes do preparo de qualquer solução e necessário que todos os materiais utilizados no preparo
(bécker, espátulas, bastão de vidro, funil entre outros) estejam devidamente limpos, e os reagentes

51
estejam puros (sem sinal de contaminação). A água utilizada deve ser preferencialmente deionizada
podendo – se utilizar também água destilada, interessante também verificar a condutividade e o pH da
água utilizada antes do preparo das soluções, onde a condutividade elétrica da água deve estar entre (1
µS / cm) e o pH próximo a 7, variando entre 6,5 e 7,5 (Embrapa, 2017). Caso seja necessário pesar
algum reagente é importante que a balança esteja calibrada e que no momento da pesagem não esteja
ocorrendo quedas de energia no laboratório. Para reduzir ainda mais o risco de contaminação da solução
devem ser feitas logo após a pesagem ou mensuração dos reagentes. Para evitar acidentes é importante
que todas as soluções sejam preparadas no interior de uma capela e que o manuseador esteja sempre
utilizando o EPI (equipamento de proteção individual) como jaleco, luvas, máscaras óculos de segurança
para prevenir os respingos nos olhos, os quais possam causar infecção, principalmente os provenientes
das culturas de agentes e amostras biológicas, que possam ocasionar irritação nos olhos e outras lesões
decorrentes da ação de soluções e reagentes usados no laboratório (Sangioni et al., 2013).

Referências

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Pecuária e Abastecimento. Manual de Métodos de Análise de Solo. 3ª edição Revista e Ampliada, p.
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laboratórios de ensino universitário de microbiologia e parasitologia. Revista Ciência Rural, v. 43, n.1,
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Santos, R. D. et al. Manual de descrição e coleta de solos no campo. 6. ed. Viçosa, MG: Sociedade
Brasileira de Ciência de Solos, p.100, 2013.

52
Capítulo 6. Lixiviação de fósforo em Neossolo Regolítico no semiárido
paraibano, Brasil

Kalline de Almeida Alves Carneiro

Juliana Zomazete dos Santos

Tancredo Augusto Feitosa de Souza

Vânia da Silva Fraga

53
Introdução

Normalmente nos ambientes semiáridos tropicais os principais limitadores da produção agrícola


são os baixos teores de fósforo no solo, as formas disponíveis de P às plantas, a baixa solubilidade dos
compostos fosfatados e a alta imobilização de P pelas fortes interações com os colóides do solo (Santos
et al. 2008; Janegitz et al. 2013; Daly et al. 2015; Generoso et al. 2017). No entanto, Galvão e Salcedo
(2009) relatam que em solos arenosos com baixa capacidade de adsorção de P após aplicação contínua
e a longo prazo de esterco bovino curtido ocorre lixiviação de P.

Em geral, os solos da região do Agreste paraibano são deficientes em N e P, por consequência,


a produtividade, sem adubação, é muito limitada. Como os produtores são descapitalizados, isto é, sem
condições de adquirir as quantidades necessárias de fertilizantes, a adubação se limita quase sempre à
aplicação de esterco bovino (Oliveira et al., 2011). A utilização de esterco é uma alternativa amplamente
adotada para o suprimento de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, mesmo assim, a produção
agrícola nessa região é baixa (Menezes e Salcedo, 2007). Além disso, os agricultores não possuem
registros precisos de médio ou longo prazo relacionados ao manejo e doses de esterco aplicado, que
variam em função da disponibilidade financeira do agricultor e do preço desses insumos.

Nota-se, portanto, que aplicações contínuas de esterco estão sendo praticadas nesses solos na
camada superficial, que provavelmente estariam propiciando acúmulo de nutrientes no solo (Silva et al.,
2007) e, possivelmente, sua migração vertical. Em áreas de plantios de mandioca no agreste paraibano
tem-se observado excesso de fósforo disponível nos solos, tanto em superfície como em profundidade,
com concentrações médias em torno de 60 e 35 mg kg-1, respectivamente, nas áreas que fazem
aplicação contínuas de esterco (Galvão & Salcedo, 2009). Esse acúmulo de P na camada superficial
pode aumentar o risco de transporte vertical para além do alcance das raízes, fato que, além de ser um
prejuízo econômico para o agricultor, transforma-se também em um risco ambiental e ecológico, em
virtude do P diminuir a qualidade da água e ocasionar aumento na proliferação de algas nocivas (Toor
et al., 2015). Para avaliar o risco ambiental do acúmulo de P na camada subsuperficial, é necessário
considerar a composição química, física e mineralógica do solo, sobretudo os teores de oxihidróxidos de
Fe e Al pouco cristalinos, por possuírem elevada superfície específica e capacidade máxima de adsorção
de P. Mesmo os solos arenosos podem conter em sua fração argila pequenas quantidades de Fe e Al,
suficientes para diminuir a movimentação do P (Sims et al., 1998), pois são os principais responsáveis
pela adsorção de P no solo (Tarkalson; Leytem, 2009).

54
Teores elevados de perda de nutrientes por lixiviação têm-se tornado relevante na região do
agreste, em decorrência de muitos dos solos que recebem esterco, serem de textura arenosa (Galvão et
al., 2009). Estudo em solos arenosos mostrou elevada lixiviação de P quando aumentou
significantemente a aplicação de fertilizante ao solo, pela elevação das concentrações do grau de
saturação e do fósforo total (Toor et al., 2015). Em função do aumento da concentração dos teores de
ferro e alumínio no solo, os teores de fósforo solúvel em água no lixiviado serão progressivamente
menores devido a maior capacidade de adsorção do fósforo por óxidos de ferro, minimizando assim,
futuras adubações as quais, em excesso poderá ocasionar a saturação dos sítios de adsorção e a
diminuição da sua capacidade de retenção. Logo, o presente estudo objetivou-se caracterizar e avaliar
a lixiviação de fósforo em solos arenosos ácidos submetidos a adubação orgânica.

Local do experimento e caracterização do solo

O experimento foi conduzido no Laboratório de Matéria Orgânica e Química do Solo, situado no


Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campus II, Areia-PB.
As amostras de solo foram coletadas no município de Esperança, em áreas de agricultura familiar, no
estado da Paraíba, Agreste paraibano, nas profundidades de 0-10; 10-20; 20-30; 30-40; 40-50 cm em
duas áreas distintas de agricultura familiar. O solo predominante nas áreas de coleta foi o Neossolo
Regolítico eutrófico (Embrapa, 2013), de textura arenosa à franco-arenosa. Todas as amostras
receberam as seguintes nomenclaturas: Área 4 e Área 5. Foram feitas análises químicas para: Pext (P
mehlich), Pw (P em água), Ca2+ (Cálcio trocável), (K+) Potássio, Mg2+ (Magnésio trocável), pH em água,
Feox e Alox (oxalato). Os teores de P e K foram extraídos por meio da solução extratora de Mehlich-1,
quantificados por colorimetria e fotometria de chama respectivamente; Ca 2+ e Mg2+ trocáveis foram
extraídos com KCl 1 mol L-1 e quantificados por complexometria com EDTA 0,0125M (EMBRAPA, 2017);
os teores de Fe e Al foram quantificados com oxalato de amônio a 0,2 M, utilizando-se a metodologia de
Schwertmann (1964). As análises físicas feitas foram: densidade do solo (Ds), densidade de partículas
(Dp), porosidade total (P%) e argila (EMBRAPA, 2017). As análises químicas e físicas constam nas
tabelas 6.1 e 6.2 respectivamente.

55
Tabela 6.1 Propriedades químicas de um Neossolo Regolítico em área de
agricultura familiar.

Feox Alox Fe +Alox pH H2O P ext Pw Ptotal K+ Mg2+ Ca2+ COT


Área Prof.
(mg g-1) (1:2,5) (mg kg-1) (Cmolc kg-1) (mg g-1)
4 10cm 0,349 0,047 0,396 7,93 - 20,199 80,0 17,5 0,6 0,5 1,48
5 10cm 0,307 0,522 0,829 8,00 49,699 12,027 310,0 14,1 0,35 1,0 1,42

Tabela 6.2 Propriedades Físicas do Solo em área de agricultura familiar com


esterco bovino
Área Prof. Ds (g cm-3) Dp (g cm-3) Pt (%) Vp (L) Argila (g kg-1)
4 10cm 1,43 2,55 35 19,7 27
5 10cm 1,43 2,55 35 19,7 27

Deslocamento miscível de fósforo

Para a realização do ensaio de Deslocamento miscível de P, foram selecionadas todas as áreas


nas profundidades de 10 a 50 cm, realizando a determinação de Pext (Fósforo Mehlich-1) e Pw (Fósforo
em água), porém apenas as amostras da profundidade de 0-10 cm continham teores significativos de
Pw, quando comparado às demais profundidades. O conjunto de transporte de íons foi composto por
colunas de acrílico com 50,50 cm³, com bases de PVC constituídas internamente com anel de borracha
para garantir perfeita vedação do sistema. Na parte superior e inferior da coluna, colocou-se uma chapa
de latão de 3 mm de espessura perfurada (orifícios com diâmetro de 2 mm) e, em seguida, um filtro de
nylon para impedir a perda do solo durante a realização do ensaio. O conjunto de coluna e base foi
pesado antes e depois do preenchimento com solo para a determinação da densidade do solo no interior
de cada coluna. As colunas foram preenchidas com solo em camadas de aproximadamente 2 cm,
levemente compactada com um bastão de vidro (Fig 6.1).

Fig. 6.1 Preenchimento da coluna com solo

56
As colunas foram preparadas em triplicatas para a camada de 0-10 cm. Após o
acondicionamento do solo nas colunas, se iniciava o processo de saturação ascendente lento que durava
em torno de 24 horas, utilizando uma solução salina constituída de cloreto de cálcio (CaCl2) 0,001 M e
cloreto de potássio (KCl) 0,001 M (Fig. 6.2).

Fig. 6.2 Saturação Ascendente da Coluna de Solo

Após a saturação deu-se início ao processo de deslocamento miscível, utilizou-se uma bomba
peristáltica IPC Ismatec, conectada por capilares utilizando a mesma solução salina utilizada na
saturação, a vazão média utilizada foi de 2,90 cm³ mim-¹. O efluente foi coletado em tubos de ensaio
com tempo pré-fixado, foi utilizado um coletor de fração automático Gilson FC206 (Fig. 3).

Fig. 6.3 Deslocamento miscível de fósforo em colunas de lixiviação

57
O lixiviado coletado foi quantificado pelo método de colorimetria de fluxo continuo (FIALab),
obtendo o teor de fosfato ocorrido no deslocamento miscível vertical. Em todas as colunas foram
determinadas as seguintes propriedades: densidades do solo (Ds), densidade de partícula (Dp), volume
de poros (Vp), porosidade (↋), vazão (Q), fluxo (q), e velocidade média da solução nos poros (v).

O volume de poros (Vp) foi determinado a partir da seguinte equação:

VP= Vc * ε= πr2h(1- DS/DP ) (1)

Onde: VP = volume de poros do solo na coluna (cm3); Vc= volume da coluna (cm3); ε = porosidade total
(cm3 cm-3); r = raio interno da coluna (cm); h = altura de solo na coluna (cm); DS = densidade do solo (g
cm-3); DP = densidade das partículas (g cm-3)

A vazão (Q) foi calculada por meio da relação:

Q = V/t (2)

Onde: Q = vazão (cm3 h-1); V = volume da solução (cm3); t = tempo (h)

O fluxo, q (cm h-1) foi calculado por meio da relação:

q = Q/A (3)

Sendo: A - Seção transversal da coluna, cujo valor será de 5,14 cm2.

A velocidade média da água nos poros, v (cm h-1), foi determinada por meio da relação:

v =(V/A)/t (4)

Sendo: v = soma do volume de poros;

Resultados e discussão

De acordo com a Tabela 6.1, observa-se que os resultados de pH variaram entre 7,93 a 8,00
para todas as áreas, trata-se de solos ligeiramente alcalinos, segundo Mitchell e Tu (2006) a aplicação
contínua de esterco bovino pode aumentar significativamente o pH do solo. Os teores de Feox
apresentaram uma variação representativa entre as amostras analisadas, variando entre 0,349 e 0,307
mg g-¹. Já os teores de Alox tiveram uma maior variação entre as amostras, variando entre 0,047 e 0,522
mg g-1. Os teores de Pw (Fósforo água) e Pext (Fósforo mehlich) apresentaram baixas variações, pois

58
são amostras de áreas diferentes, mas com a mesma com profundidade de 0 – 10cm. É comum que a
camada superficial do solo (0-10cm) apresente maior teor de Pw, pois é nessa camada que ocorre a
deposição de material orgânico como restos de culturas, e além disso a adubação com esterco animal,
materiais que são mineralizados pelos microrganismos presentes no solo, disponibilizando
moderadamente os nutrientes inclusive o P. Percebe-se na Tabela 2 que as amostras de todas as áreas
apresentaram valores de Ds semelhantes 1,43 g cm-³, que são teores normais para solos de textura
arenosa. Devido ao baixo teor de óxidos e ferro e alumínio de todas as amostras, a densidade de
partículas se manteve dentro da normalidade com valores de 2,55 g cm-³ para as respectivas áreas.

Os valores de porosidade total, volume de poros e teor de argila não diferiu entre as áreas.
Galvão (2008) observou-se com base em seu trabalho, que o P deslocou - se verticalmente tornando-o
para as camadas subsuperficiais, ricas de nutrientes. Já no solo em estudo, a quantidade de P
encontrada nas camadas 10-20cm, 20-30cm, 30-40cm, 40-50cm foram tão baixas que estas amostras
foram desconsideradas para fazer o ensaio de deslocamento miscível de P. Na Figura 6.4, observa-se
uma redução no teor de Pw, à medida que reduz o teor de Feox nas amostras. Apesar de que os óxidos
de Fe contribuem para a adsorção P, nota-se que os óxidos de Fe não tiveram grande interferência sobre
os teores de Pw, uma vez que a amostra com maior teor de Feox (0,349 mg g-¹) também apresentou o
maior teor de Pw 20,199 (mg kg-¹), amostra representativa da área 4.

Fig 6.4 Teores de P extraído em Mehlich e P em água em função das variações


dos teores de Ferro para as áreas 4 e 5 respectivamente.

59
Já os óxidos de Al tiveram uma maior influência sobre os teores de Pw, visto que analisando a
Figura 6.5 constata-se que conforme o teor de óxidos de Al aumenta há uma redução nos teores de Pw.
Uma vez que a amostra que apresentou o menor teor de Alox (0,047 mg g-¹) também apresentou o maior
teor de Pw 20,199 (mg kg-¹). A amostra que apresentou o menor teor de Pw (12,027 mg kg-¹) foi a
amostra 5 que apresentava teores médios de Feox (0,307 mg g-¹) e alto teor de Alox (0,522 mg g-¹), pois
os oxihidroxidos de Fe e Al, mesmo em valores reduzidos são capazes de reter o fósforo da solução do
solo.

Fig 6.5 Teores de Pext (Fósforo mehlich) e Pw (Fósforo água) em função das
variações dos teores de Alumínio para as áreas 4 e 5 respectivamente.

Na Figura 6.6 nota-se que a maior perda de fósforo foi na área 4, esta amostra foi a que
apresentou o maior teor de Pw (20,199 ug ml-¹), de maneira que a medida que aumentava o NVP essa
perda de fósforo reduzia. A maior perda de P foi observado até 20 NVP Acumulado, pois é comum que
quanto maior o teor de Pw maior será a sua perda por lixiviação. Bertol (2010) observou em seus estudos
que solos adubados com fontes de fósforo inorgânico apresentam uma lixiviação mais rápida, isso se
deve ao fato que em fertilizantes químicos, o P está na forma inorgânica que é mais solúvel, facilitando
a lixiviação, já em solos adubados com fontes orgânicas como esterco, a lixiviação do P ocorre de forma
mais lenta.

60
Fig. 6.6 Perdas de fósforo (P) em colunas de solo em função do NVP acumulado
(Número de volume de poros acumulados). Área 4 ■ e Área 5 Δ.

A amostra que apresentou a menor perda de P foi a amostra da área 5 que contém um médio
teor de Pw (12,02 mg kg-¹) e apresenta o maior teor de Alox (0,522 mg g-¹) e um alto teor de Feox (0,307
mg g-¹). A baixa perda de P da amostra 5, é resultado dos altos teores de óxidos de Fe e Al que tendem
a adsorver o P indisponibilizando temporariamente o nutriente para a solução do solo. Conforme Galvão
(2008) a maior parte do P encontrado no esterco bovino está na forma inorgânica, e tanto as formas
orgânicas quanto as inorgânicas de P podem sofrer deslocamento vertical.

Toor et al (2015) avaliando a lixiviação de P em solos arenosos percebeu maiores quantidades


de perdas de P nos solos muito drenado após aplicação de fertilizantes, indicando que os solos não
tinham capacidade suficiente para reter P e qualquer adição de P resultaria em maior lixiviação. Com
isso as práticas agrícolas que aceleram a perda P tornou-se preocupação ambiental e ecológica, devido
afetar a qualidade da água e o início da proliferação de algas nocivas. Portanto o uso e gestão eficiente
de P em sistemas agrícolas são fundamentais para alcançar grande produtividade agrícola sem ameaçar
a qualidade ambiental (MacDonald et al., 2011; Mihailescu et al., 2015).

61
Conclusão

A amostra da área 4 que tinha teores de Feox 0,349 mg kg-¹ e Alox 0,047 mg kg-1, foi a que
apresentou maior teor de Pw (20,19 ug g-¹), essa mesma amostra demostrou a maior perda de P no
processo de lixiviação com solução salina. A área 4 com teores de Feox e Alox, ( 0,349 mg kg-¹ Feox e
0,047 mg kg-¹ Alox) e Área 5 (0,307 mg kg-¹ Feox e 0,522 mg kg-¹ Alox), apresentaram o mesmo teor de
P acumulado, apesar de serem áreas com diferentes teores de óxidos de Fe e Al.

Referências

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