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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ

PRÓ–REITORIA DE PESQUISA E PÓS GRADUAÇÃO


DIVISÃO DE PESQUISA

ABSORÇÃO DE ÁGUA E SUA RELAÇÃO COM A DORMÊNCIA DE


SEMENTES DE ABOBREIRA (Samanea tubulosa (Benth.) Barneby &
J.W.Grimes)

MACAPÁ – AP
2019
GREYCI ALVES DE SOUSA

ABSORÇÃO DE ÁGUA E SUA RELAÇÃO COM A DORMÊNCIA DE SEMENTES DE


ABOBREIRA (Samanea tubulosa (Benth.) Barneby & J.W.Grimes)

Plano de Trabalho submetido ao Programa


Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e
Tecnológica da Universidade do Estado do
Amapá (PROBICT/UEAP).

Área de concentração: Recursos Florestais e


Engenharia Florestal.

Orientador: Dr. Breno Marques da Silva e


Silva.
Orientando (a): Greyci Alves de Sousa
Período da Bolsa: 08/2018 a 07/2019.

MACAPÁ – AP
2019
Sumário
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4
2 OBJETIVOS .................................................................................................................................. 5
2.1 Gerais ...................................................................................................................................... 5
2.2 Específicos .............................................................................................................................. 5
3 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................................... 5
4 CRONOGRAMA .......................................................................................................................... 7
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 7
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1 INTRODUÇÃO

Samanea tubulosa (Benth.) Barneby & J. W. Grimes, pertence à família Fabaceae


(Mimosoideae), é uma arvore de grande porte, podendo atingir até 28 metros de altura e 100
cm de DAP, popularmente conhecido como abobreira. É uma espécie pioneira que ocorre
naturalmente nos domínios Amazônia, Cerrado e Pantanal. A árvore possui copa frondosa,
flores vistosas, utilizada na arborização rural, fruto com polpa doce, que serve como forrageira
para o gado. Sua madeira apresenta densidade de - 0,44 g.cm-3 a 0,78 g.cm-3, podendo ser
empregada em marcenarias, moirões e lenha (GIACHINI et al.; 2010; OLIVEIRA, et al.; 2012).
Ademais, segundo Gonçalves (2009), Samanea tubulosa (Benth.) Barneby & J. W. Grimes,
apresenta nódulos fixadores de nitrogênio no solo e constitui-se em espécie potencial para
reflorestamento de área de reserva legal com vistas ao aproveitamento da madeira,
sombreamento do gado e melhora do pasto em torno das árvores pela ciclagem de nutrientes.
As sementes de leguminosas apresentam tegumento duro ou ósseo (SILVA; CESARINO,
2016) fato que impossibilita a impermeabilidade do tegumento a água e/ou gases, sendo
reconhecido como o mecanismo mais comum de dormência (BASKIN; BASKIN, 2014). Dessa
forma, a escarificação química ou mecânica constitui os tratamentos pré-germinativos mais
eficazes na superação da dormência da maioria dessas espécies, proporcionando altas taxas de
germinação (SILVA; CESARINO, 2016).
A constante supressão da vegetação e a excessiva exploração de áreas florestais, tem
aumentado a demanda por estudos que analisem a superação de dormência de espécies nativas.
Diante deste cenário, desde a década de 80 pesquisadores vem se mobilizando no sentido de
ajustarem normas para a padronização da produção de mudas (PINÃ-RODRIGUES et al.; 2015.
A impossibilidade de contato do embrião da semente com água devido a impossibilidade
de impermeabilidade, impossibilita a germinação da semente (ALMEIDA; FERRAZ;
BASSINI, 1999). Ademais, a impermeabilidade do tegumento a água e/ou a gases é o
mecanismo mais comum de dormência de sementes (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012;
BASKIN; BASKIN, 2014).
Segundo Popiningis (1985), a dormência é um mecanismo de sobrevivência da espécie
para determinadas épocas climáticas, mantendo-as viáveis por um maior período de tempo.
Porém, para o cultivo em viveiros seria inviável, pois levaria muito tempo para a produção de
mudas, além disso as mudas não ficariam uniformes e também há o eminente risco de perda da
semente, pois esta levaria muito tempo para germinar devido ao mecanismo de dormência
(EIRA; FREITAS; MELO, 1993).
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Entre os processos mais comum de superação de dormência de sementes estão a


escarificação química, escarificação mecânica, estratificação fria e quente-fria, choque térmico,
exposição a luz intensa, imersão em água quente e embebição em água fria (KRAMER;
KOZLOWSKI, 1992; FOWLER; BINCHETTI, 2000).
A escarificação mecânica ou com ácido são métodos eficientes para a superação de
dormência de sementes de leguminosas, permitindo a germinação em um curto espaço de tempo
e com uniformidade de mudas (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012; BASKIN; BASKIN,
2014).
Diante do exposto, este trabalho terá como objetivo avaliar a absorção de água e a anatomia
das sementes e sua relação com a dormência de sementes de Samanea tubulosa (Benth.)
Barneby & J. W. Grimes.

2 OBJETIVOS

2.1 Gerais

 Avaliar a absorção de água e sua relação com a dormência de sementes de Samanea


tubulosa (Benth.) Barneby & J.W.Grimes

2.2 Específicos

 Determinar a absorção de água em sementes, escarificadas e não escarificadas de


Samanea tubulosa (Benth.) Barneby & J.W.Grimes;

 Caracterizar anatomicamente as sementes de Samanea tubulosa (Benth.) Barneby &


J.W.Grimes;

 Determinar os métodos adequados para a superação de dormência para sementes de


Samanea tubulosa (Benth.) Barneby & J.W.Grimes

3 MATERIAL E MÉTODOS

Os frutos serão coletados no sítio de Sr. Sebastião Azevedo de Sousa, localizado no Rio
Parú, interior do município de Almeirim, PA, Brasil. As análises serão realizadas no
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Laboratório de Sementes Florestais da Universidade do Estado do Amapá (UEAP), Macapá,


Brasil, onde os frutos serão beneficiados com o auxílio de um martelo para a retirada das
sementes do fruto para compor o lote.
Para a realização do teor de água, inicialmente as sementes serão pesadas e com o auxílio
de um alicate serão quebradas e, posteriormente serão levadas para a estufa a 105° C ± 3 por
24 horas (BRASIL, 2009).
Para a superação de dormência, as sementes serão escarificadas com lixa nº 80 (SILVA;
CESARINO, 2016) e H2SO4 (ácido sulfúrico) PA 98% por 0, 7,5, 10, 15, 30 e 60 minutos e,
em seguida, serão lavadas em água corrente por 10 minutos.
Devido a impermeabilidade do tegumento da semente (SILVA; CESARINO, 2016), a
curva de absorção de água, de acordo com a metodologia de Lima et al, 2006).
Para o teste de germinação, serão plantas 4 repetições de 25 sementes em recipientes
plásticos, a cerca de 1 cm de profundidade entre areia (SILVA; CESARINO, 2016), umedecida
com cerca de 60 % de capacidade de retenção (BRASIL, 2009), mantidas em temperatura
ambiente (23,5° ± 5,20° C) e com 50% de sombreamento (SILVA, et al.; 2007).
As sementes serão regadas diariamente e a porcentagem de semente germinada será
determinada por meio de plântulas normais (BRASIL, 2009).
Para a germinação serão avaliados a porcentagem de germinação, o tempo média de
germinação e o índice de velocidade de germinação (MAGUIRE, 1962; LABOREAU, 1983;
BRASIL, 2009).
Aos 30 dias, as plântulas serão caracterizadas quanto à altura, comprimento de raiz, e
espessura do colo e massa seca de cotilédone, raiz, caule e folha com o auxílio de régua,
paquímetro e balança, conforme BENICASA (2003).
O delineamento experimental será inteiramente casualizado, com quatro repetições de
25 sementes. Para a análise dos dados, se utilizará o software estatístico Assstic (Statistical
Assistence) versão 7.7 beta. A comparação entre as medidas se dará mediante a aplicação do
teste de tukey, ao nível 5% de probabilidade, e análise de regressão, ao nível de 5% de
probabilidade.
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4 CRONOGRAMA

Meses (Agosto/2018 a Julho/2019)


Etapas do projeto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Coleta do material
X X X
vegetativo
Revisão de X X X X X X X X X X X X
literatura
Beneficiamento do X X X
fruto
Quebra de X X
dormência das
sementes
Fazer a curva de
absorção
Coleta e análise de X X X X X
dados
Relatório final X
Preparação do
trabalho para X X X X X X
publicação em
Revista

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M.J.B.; FERRAZ, I.D.K.; BASSINI, F. Estudos sobre a permeabilidade do


tegumento e a germinação de sementes de (Hymenaea courbaril L. Caesalpinoideae), uma
espécie de uso múltiplo. Revista da Universidade do Amazonas: Série Ciências Agrárias,
Manaus v.8, n.1-2, p.63-71, 1999.

BASKIN, C.C.; BASKIN, J.M. Seeds: ecology, biogeography, and, evolution of dormancy
and germination. 2ed. San Diego, Academic Press. 2014. 1586p.

BENINCASA, M.M.P. Análise do Crescimento em Plantas - Noções Básicas. Jaboticabal:


FUNEP, 2. ed. Jaboticabal, p. 42 2003.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para Análise de


Sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa
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CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 5 ed.


Jaboticabal: FUNEP, 2012. 588p.
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EIRA, M.T.S.; FREITAS, R.W.A. & MELLO, C.M.C. Superação de dormência de sementes
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Sementes. v.15, p.177-182, 1993.

FOWLER, J. A. P.; BIANCHETTI, A. Dormência em sementes florestais. EMBRAPA-


Florestas, doc. 40, 2000.

GIACHINI, R. M.; LOBO, F. A.; ALBUQUERQUE, M. C. F.; ORTÍZ, C. E. R. Influência da


escarificação e da temperatura sobre a germinação de sementes de Samanea tubulosa (Benth.)
Barneby & J.W. Grimes (sete cascas). Acta Amazônica, vol. 40, n. 1, p. 75 – 80, 2010.

GONÇALVES, R. C. Substratos e fertilizantes de liberação controlada para a produção de


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Desenvolvimento, v. 4, n. 8, p. 245-251, 2009. Disponível em:
<http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/659032 />. Acesso em: 22 fev/ 2019.

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OLIVEIRA, L. M.; ALCÂNTARA, R. L. B.; ALVES, E. U.; SOUSA, D. M. M.;


ANDRADE, A. P. Tratamentos pré-germinativos em sementes de Samanea tubulosa bentham
- (leguminoseae- mimosoideae). Revista Árvore, v.36, n.3, p.433-440, 2012.

PIÑA-RODRIGUES, F. C.; FIGLIOLIA, M. B.; SILVA, A. da. Sementes Florestais


Tropicais: da ecologia à produção. Londrina, Pr: ABRATES, p. 477 2015.

POPINIGIS, F. Fisiologia de Sementes. 2ed.. AGIPLAN. Editora Brasília, s.cd. 1985. 289 p.

SILVA, B. M. S.; LIMA, J. D.; DANTAS, V. A. V.; MORAES, W. S.; SABONARO, D. Z.


Efeito da luz no crescimento de mudas de Hymenaea parvifolia Huber. Revista Árvore, v.31,
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SILVA, B.M.S.; CESARINO, F. Germinação de sementes e emergência de plântulas de jutaí


(Hymenaea parvifolia Huber.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.18, n.1, supl. I,
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