Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS GRADUAÇÃO


DIVISÃO DE PESQUISA

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA E ANÁLISE DA VARIABILIDADE GENÉTICA


PARA CARACTERES DE FRUTOS, SEMENTES E PROCESSO GERMINATIVO DE
ANGELIM VERMELHO (Dinizia excelsa Ducke)

MACAPÁ – AP
2021
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA E ANÁLISE DA VARIABILIDADE GENÉTICA
PARA CARACTERES DE FRUTOS, SEMENTES E PROCESSO GERMINATIVO DE
ANGELIM VERMELHO (Dinizia excelsa Ducke)

Plano de Trabalho submetido ao Programa


Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
do CNPq (PIBIC/CNPq/UEAP - Edital nº
012/2021).

Área de concentração:

Orientador:

Coorientador:

MACAPÁ – AP
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 3
2 OBJETIVO .................................................................................................................................. 3
2.1 GERAL ........................................................................................................................ 4
2.2 ESPECÍFICO ............................................................................................................... 4
3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................... 4
4 ORÇAMENTO............................................................................................................................ 5
5 CRONOGRAMA ........................................................................................................................ 5
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................. 6
3

1 INTRODUÇÃO

A Amazônia é uma região que ocupa cerca de 6,4 milhões de hectares, desses,
aproximadamente dois terços (63 %) estão em domínio brasileiro (VERÍSSIMO et al., 2011),
demonstrando a um grande potencial de recursos florestais em termos de quantidade e qualidade
(SOUSA et al., 2018). Devido à grande extensão florestal da Amazônia, o Brasil é considerado
um dos mais importantes repositórios da biodiversidade do mundo (SILVA et al., 2014), sendo
assim considerado um país “megadiverso” (OLIVEIRA et al., 2015).
Contudo, essa megadiversidade vem sofrendo ameaçada, por fatores como, a ocupação
urbana desordenada, a intensa exploração madeireira, e o uso de grandes extensões de terra para
o agronegócio. A qualidade do meio ambiente, o agravamento da degradação ambiental e o
esgotamento dos recursos naturais, aumentou a preocupação com a reprodução e a diversidade
genética das espécies arbóreas (RIBEIRO et al., 2016). Dentro e entre populações ocorre
diversidade genética, influenciada por fatores como, processos evolutivos, a distribuição
geográfica, e os aspectos ecológicos das espécies (BIERNASKI; HIGA; SILVA, 2012).
O enfoque dado a recuperação e preservação do ecossistema nos últimos anos, acarretará
no aumento da demanda por sementes florestais com qualidade genética (PUPIN et al., 2017).
Deste modo, a caracterização biométrica de frutos e sementes, constituem instrumentos
importantes no fornecimento de informações à cerca da variabilidade genética intraespecífica
de uma população (SILVA et al., 2017).
A espécie Dinizia excelsa Ducke, pertence à família fabaceae, conhecida
vernaculamente como angelim-pedra, angelim-vermelho. Ocorre naturalmente em matas de
terra firme na Amazônia, nos Estados do Amapá, Amazonas, Acre, Maranhão, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins. É uma árvore de grande porte, podendo atingir 60 metros de altura ou
mais e 2 metros de diâmetro, apresenta massa especifica aparente de 0,95 a 1,00 g.cm-³, é
amplamente utilizada na indústria civil e naval, marcenaria, e apresenta resistência ao ataque
de fungos e térmitas (MESQUITA et al., 2009; CRUZ; PEREIRA, 2015, COSTA et al., 2019).

2 OBJETIVO

Devido ao fato de esta espécie apresentar alto valor ecológico e econômico na


Amazônia, faz-se necessário estudos que visam subsidiar trabalhos de melhoramento e
conservação genética da mesma. Estando intrinsicamente inserido no Objetivo 15 dos Objetivos
do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
4

2.1 GERAL

 Caracterizar morfologicamente esta espécie da Amazônia, a partir de aspectos externos


de frutos, sementes e fases do desenvolvimento pós-seminal, como subsídio para identificação
da mesma.

2.2 ESPECÍFICO

 Estudar a divergência genética por meio dos caracteres biométricos de frutos e sementes,
processo germinativo de sementes, desenvolvimento inicial de plântulas, visando dar suporte a
trabalhos de seleção, melhoramento e conservação desta espécie.

3 MATERIAL E MÉTODOS

Os frutos serão coletados diretamente de 25 árvores matrizes de angelim vermelho,


selecionadas, com base em aspectos fitossanitários, como sanidade, vigor e boa capacidade de
produção de frutos, localizados na área de descoberta das árvores gigantes na Floresta Paru.
Cada árvore matriz corresponderá a um lote, e visando diminuir o parentesco entre os
frutos coletados, a distância mínima adotada entre as árvores será de 100 m, além disso, todas
as matrizes serão georeferenciadas.
Os frutos coletados serão acondicionados em sacos de polietileno, e levados para o
Laboratório de Sementes da Universidade do Estado do Amapá, município de Macapá, Estado
do Amapá, Brasil, onde serão obtidas as medidas biométricas do fruto (comprimento, largura,
espessura, peso), posteriormente a isso, os frutos serão secos a sombra para abertura espontânea
dos mesmos, e a posterior retirada das sementes. Aleatoriamente, 100 sementes serão
mensuradas quanto ao comprimento, largura e espessura por meio de paquímetro (0,05mm) e a
massa fresca e seca por meio da secagem em estufa a 80oC ± 3 por 72 horas (Benincasa, 2003).
O teor de água das sementes será determinado conforme recomendado pela Regras de Análise
de Sementes (RAS) (BRASIL, 2009), por meio da secagem em estufa a 105 ºC ± 3, por 24
horas, com 3 repetições de 10 sementes.
Para avaliação do padrão germinativo das sementes, emergência e vigor das plântulas,
cinco repetições de vinte sementes serão colocadas para a emergência entre papel em placas de
petri no laboratório, e a cerca de 1 cm de profundidade entre areia, umedecida a 60% de
capacidade de retenção com solução aquosa de cercobin a 1%, em bandejas de plástico com
5

dimensões 33cmx26cmx13cm, mantidas em casa de vegetação a 30% de sombreamento,


temperatura ambiente (29,7oC), a irrigação diária para manter a umidade do substrato. O
delineamento será inteiramente casualizado. A avaliação da germinação será realizada
diariamente até aos 30 dias após a semeadura.
Para o teste de germinação serão calculados porcentagem de germinação (PG %), tempo
médio de germinação (TM dias) e taxa de germinação (TG dias-1), pelas respectivas formulas
PG = (Σni/N)x100, TM (dias) = (Σnixti)/Σni) conforme Bewley e Black, 1994, e TG = Σni/Σnixti,
de acordo com Hong et al., 2005. Aos 30 dias após a semeadura, as plântulas serão avaliadas
com auxílio de régua, paquímetro, balança e estufa, conforme Benincasa (2003), quanto à altura
total, comprimento de caule e raiz, espessura do colo, número de folhas e massa seca, raiz, caule
e folha. A análise de variância será feita por meio do Teste F e, quando F for significativo, serão
realizadas comparações das médias mediante aplicação do Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade utilizando o software R (R – DEVELOPMENT CORE TEAM , 2017).
O estudo da divergência genética será realizado sobre a matriz de dissimilaridade obtida
a partir da Distância Euclidiana (CRUZ et al., 2004), calculada com base na média padronizada
de cada caráter avaliado por árvore matriz, usando a seguinte expressão:

dii = √𝛴 (𝑦𝑖𝑗 − 𝑦𝑖’𝑗)2 Em que;

dii = distância euclidiana entre as árvores matrizes e i e i’,


yij= valor obtido para a i-ésima árvore matriz em relação ao j-ésimo caráter;

4 ORÇAMENTO

Valor total
Período Descrição do produto
(R$)
Agosto 2021/março Equipamentos de EPIs (Botas, luvas, perneira, capacete,
400,00
2022 facão)
Materiais de laboratório (piseta, sacos de papel, papel para
Agosto 2021/março
germinação, caixa retangular (33,0cm x 26,0cm x 13,0cm, 1.178,87
2022
cercobin)
Agosto 2021/março
Outros possíveis gastos 150,00
2022

1.728,87

5 CRONOGRAMA
6

Meses (Agosto/2021 a Julho/2022)


Meses Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Etapas do
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
projeto
Coleta de
material vegetal,
X X
Beneficiamento
do fruto
Revisão de
X X X X X X X X X X X X
literatura
Germinação,
Coleta e análise X X X X X X X X X X
de dados
Relatório
X
Parcial
Relatório final X
Preparação do
trabalho para
X X X X X X X
publicação em
Revista

REFERÊNCIAS

BENINCASA, M.M.P. Análise de crescimento de plantas. 2.ed. Jaboticabal: FUNEP, 2003,


42p.

BEWLEY, J.D.; BLACK, M. Seeds: Physiology of Development and Germination. Plenum


Press, New York, 1994, 445p.

BIERNASKI, F. A.; HIGA, A. R.; SILVA, L. D. Variabilidade genética para caracteres


juvenis de progênies de cedrela fissilis vell.: subsídio para definição de zonas de coleta e uso
de sementes. Revista Árvore, v. 36, n. 1, p. 49-58, 2012.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de


sementes. Brasília: Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, 2009.

CRUZ, C. D.; REGAZZI, A. J.; CARNEIRO, P. C. S. Modelos biométricos aplicados ao


melhoramento genético, Viçosa, MG, UFV, v. 1, 2004, 480 p.

COSTA, S. N.; RABELO, F. G.; LIMA, R. B.; SILVA, D. A. S.; LIMA, C. W. P.; SANTOS,
S. M. Estrutura populacional de Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. e Dinizia excelsa Ducke
em floresta de terra firme no Amapá. Nativa, v. 7, n. 4, p. 445-451, 2019.

HONG, T.D., ELLIS, R.H., ASTLEY, D., PINNEGAR, A.E., GROOT, S.P.C.;RAAK, H.L.
Survival and vigour of ultra-dry seeds after ten years of hermetic storage. Seed Science and
Technology, Zurich, v. 33, p. 449-460, 2005.

LABOURIAU, L.G.; AGUDO, M. On the physiology of germination in seeds in Salvia


hispanica L. temperature effects. Anais Academia Brasileira Ciências, v. 59, p. 37-56, 1987.
7

MAGUIRE, L. D. Speed of germination – aid in selection and evolution for seedling


emergence and vigor. Crop Science, v. 2, n. 2, p. 176-177, 1962.

MESQUITA, M. R.; FERRAZ, I. D. K.; CAMARGO, J. L. C. Angelim-vermelho, Dinizia


excelsa Ducke. Manaus: INPA, 2009. 12 p. (Manual de sementes da Amazônia, 8).

OLIVEIRA, E. K. B.; NAGY, A. C. G.; BARROS, Q. S.; MARTINS, B. C.; JÚNIOR, L. S.


M. Composição florística e fitossociológica de fragmento florestal no sudoeste da amazônia.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, v. 11 n. 21; p. 2126-2146, 2015.

PUPIN, S.; FREITAS, M. L. M.; CANUTO, D. S. O.; SILVA, A. M.; MARIN, A. L. A.;
MORAES, M. L. T. Variabilidade genética e ganhos de seleção em progênies de
myracrodruon urundeuva Fr. All. Nativa, v. 5, n. 1, p. 59-65, 2017.

R CORE TEAM. R: A Language and Environment for Statistical Computing. R Foundation


for Statistical Computing. http://www.R-project.org/.

RIBEIRO, N. P.; SANCHES, C. C.; OLIVEIRA, M. A. C.; COSTA, R. B. Biodiversidade e


conservação de recursos genéticos de espécies arbóreas. Multitemas, v. 21, n. 50, p. 31-49,
2016.

SILVA, B. M S.; SILVA, C. O.; MÔRO, F. V.; VIEIRA, R. D. Seed anatomy and water
uptake and their relation to seed dormancy of Ormosia paraensis Ducke. Journal of Seed
Science, v. 40, n. 3, p. 237-245, 2018.

SILVA, R. A. R.; PINHEIRO, L. G.; CHAGAS, K. P. T.; FREIRE, A. S. M.; SANTOS, J. R.


M.; VIEIRA, F. A. Características biométricas dos frutos e das sementes da palmeira
Copernicia prunifera (Arecaceae). Revista Ciência. Agroambiental, v. 15, n. 2, 2017.

SILVA, W. A. S.; CARIM, M. J. V.; GUIMARÃES, J. R. S.; CÁSSIA, L.; TOSTES, L.


Composição e diversidade florística em um trecho de floresta de terra firme no sudoeste do
Estado do Amapá, Amazônia Oriental, Brasil. Biota Amazônica, v. 4, n. 3, p. 31-36, 2014.

SOUSA, C. S. C.; SILVA, D. A. S.; APARÍCIO, P. S.; SILVA, W. C.; SILVA, E. F.;
ALMEIDA, M. R. D. Diversidade e similaridade florística em áreas sob influência de uma
usina hidrelétrica na Amazônia. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, v. 11, n. 4, p.
1195–1216, 2018.

VERÍSSIMO, A.; ROLLA, A.; MAIOR, A. P. C. S.; MONTEIRO, A.; BRITO, B.; SOUZA
JR, C.; AUGUSTO, C. C.; CARDOSO, D.; CONRADO, D.; ARAÚJO, E.; RICARDO, F.;
RIBEIRO, J.; LIMA, L. M.; RIBEIRO, M. B.; VEDOVETO, M.; MESQUITA, M.;
BARRETO, P. G.; SALOMÃO, R.; FUTADA, S. M. Áreas protegidas na amazônia
brasileira: avanços e desafios. IMAZON/ISA. 87p. 2011.

Você também pode gostar