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Rifles e Carabinas Winchester “Lever-Action”

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Existem algumas armas que, principalmente por influência de velhos filmes, habitam o imaginário popular, como ocorre
com as pistolas alemãs Luger, os revólveres de ação simples da Colt e as carabinas e rifles da Winchester, no sistema de
ação por alavanca, essas últimas vistas e admiradas por todos os que frequentavam as antigas matinês, a fim de assistir um
bom e agitado filme de “faroeste”. Eram cenas que marcavam os adolescentes nas décadas de 50 a 60, que ficavam
boquiabertos com os atos heróicos e épicos de mocinhos contra bandidos, ou de combate entre soldados da cavalaria
americana contra os índios, esses últimos armados com suas Winchester e disparando de cima de seus cavalos, ou
entrincheirados nas rochas da montanhas.

A presença dessas armas nos filmes “western” era quase tão importante quanto à dos artistas: vários filmes foram feitos
para enaltecer aquelas armas que tanto contribuíram para a conquista do oeste americano, tais como “Winchester 73”, de
1950, com James Stuart e Shelley Winters e mais recentemente “Stagecoach”, que aqui ganhou o nome de “A Última
Diligência”, com Ann Margret e Red Bu ons, entre tantos outros mais. “Stagecoach”, filme de 1966, era na verdade um
remake de uma antiga versão de 1939 do mesmo nome, com John Wayne e Andy Devine. A Winchester Arms Co. agiu
como uma co-patrocinadora do filme, aproveitando a oportunidade de comemorar os 100 anos de seu famoso e primeiro
rifle de ação por alavanca, o modelo 1866, apelidado de “Yellow Boy”. Infelizmente o filme não obteve bons resultados de
bilheteria e não fez muito sucesso, ao contrário do que ocorreu com as armas da Winchester, naquela época de
desbravamento do oeste americano.

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A figura acima, reprodução de uma pintura do famoso artista norte-americano Norman Rockwell, foi capa do Catálogo da
Winchester de 1966, e a pintura foi inspirada em uma das cenas do filme (clique para aumentar).

Durante muitos anos, na história das armas nos Estados Unidos, a idéia de projetar e produzir uma arma que pudesse
disparar vários tiros sem precisar ser remuniciada à todo instante era constante no ambiente dos fabricantes de
armamentos. A utilização de um cartucho que já contivesse a carga de pólvora e o projétil era algo primordial para que
essa arma funcionasse.

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Detalhe de um rifle Jennings, dotado de um sistema de alimentação automática de espoletas

Cartuchos de papel contendo pólvora e projétil foram utilizados em carabinas e rifles durante a Guerra Civil de 1860, mas
ainda necessitavam de uma ignição feita por uma espoleta externa. Com o desenvolvimento do uso de latão em cartuchos,
isso estava começando a ser possível. O rifle Jennings, por exemplo, utilizava um sistema de alimentação automática das
espoletas, em 1849.

O RIFLE E A PISTOLA VOLCANIC

Desde 1852, dois empreendedores, Horace Smith e Daniel Wesson haviam se associado e fundado uma empresa, com a
intenção de projetarem e produzirem uma linha de revólveres. Em 1854, um homem de negócios chamado Courtland
Palmer se associou à esses dois empreendedores, fundando a Palmer, Smith & Wesson Co. Outro colaborador da empresa
era o inventor Benjamim Tyler Henry, que juntamente com Daniel Smith desenvolveu e patenteou um cartucho metálico,
juntamente com um sistema de repetição, baseado no conceito de abertura por articulação de joelho (toggle-joint). Em
1855, a Smith & Wesson adquiriu os direitos de fabricar revólveres patenteados por Rollin White, e em julho, juntamente
com Palmer, fundam a Volcanic Repeating Arms Company.

Oliver Fisher Winchester, nascido em Boston em 30 de novembro de 1810, aos 15


anos já era um empreendedor e dedicou-se à supervisionar construções residenciais,
passando depois ao ramo de vestuário, onde ganhou muito dinheiro e boa reputação.
Em 1855, ele já possuía bons recursos financeiros para partir para novos
empreendimentos, e resolveu adquirir a Volcanic, juntamente com suas patentes e
maquinários, mudando posteriormente toda a estrutura para New Haven, em
Connecticut.

Com a mudança Daniel Wesson se manteve na empresa como superintendente.


Benjamin T. Henry foi trabalhar na Robbins and Lawrence Armory & Machine
Shop, de Vermont; já Horace Smith enveredou para o ramo de desenvolvimento e
produção de revólveres, em um negócio próprio, convidando posteriormente Wesson
para juntar-se á ele em seu novo empreendimento, a famosa Smith & Wesson. Com a saída de Daniel Wesson da Volcanic,
Benjamin Tyler Henry volta à Volcanic Arms como superindentente.
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Neste exato momento da história, duas empresas emergiam no ramo de armas, e que viriam a se tornar gigantes em um
futuro próximo: a Smith & Wesson, dedicada quase exclusivamente à produção de revólveres e a Winchester Arms Co.,
com seus famosos rifles e carabinas.

De volta ao assunto que realmente nos interessa neste artigo, a Volcanic era detentora da patente de um cartucho,
idealizado anteriormente por Walter Hunt, denominado de “rocket-ball“. Para a época, era algo revolucionário. Tratava-se
de um projétil de chumbo com grande parte interna oca contendo propelente, e depois fechado em sua parte traseira com
um selante, contendo ali a espoleta detonante. Desta forma, quando o percussor da arma atingia a espoleta, e a carga de
propelente era detonada, o projétil era arremessado para fora da arma, juntamente com o selo e a espoleta. Desta forma,
não havia cartucho a ser ejetado. Resumidamente, tudo funcionava como um pequeno foguete, daí o nome de rocket-ball.
Com uma energia de aproximadamente 76 joules, o projétil era mais fraco do que um .25 ACP da atualidade.

A pistola Volcanic, em calibre 38 (.38 centésimos de polegada), algo equivalente à 9mm

Entretanto, ele era crucial para o funcionamento da pistola Volcanic, lançada pela empresa em 1856, seguida
posteriormente de um modelo de rifle. Apesar de que várias armas produzidas foram fornecidas à Marinha, tanto a pistola
como as armas longas não obtiveram sucesso junto ao mercado civil. Haviam vários problemas inerentes ao cartucho,
como o fato de não suportarem bem a umidade e excesso de falhas no disparo, o que era um grande problema pois o
cartucho tinha que ser retirado manualmente por traz, devido à ausência de um ejetor. Lembramos aqui que esse tipo de
munição não tinha aro em sua parte posterior e não podia ser extraída mecanicamente.

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Pistola de repetição, de ação por alavanca Volcanic, mecanismo que inspirou a geração de rifles e carabinas Winchester

À esquerda, o mecanismo de ação de joelho e à direita, propaganda de um revendedor da pistola, em New York, mostrando o
mecanismo no interior da arma

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Acima, uma carabina Volcanic, modelo que era oferecido à Marinha americana

O RIFLE HENRY

Entretanto, resolvendo-se o problema do cartucho, havia uma grande esperança e expectativa no sistema mecânico ora
empregado nessas armas. Por volta de 1858, Oliver Winchester muda o nome da sua empresa para New Haven Arms Co.,
e dentro dos planos de mudança, o desenvolvimento de um novo tipo de cartucho era o mais importante deles, responsável
pelo sucesso ou pelo fracasso da companhia. Estava nas mãos de Benjamin Tyler Henry a missão de resolver esse
problema.

Por obra do acaso, na negociação feita por Winchester com relação aos sócios Smith e Wesson, ele ainda detinha a patente
de alguns projetos de cartuchos desenvolvidos anteriormente, e que agora eram extremamente úteis para a adaptação que
Henry necessitava executar em seu novo projeto. Uma dessas patentes, de 1857, era de um cartucho desenvolvido por
Horace Smith e Daniel Wesson, de calibre .22 com aro, e com o elemento fulminante alojado dentro desse aro, o conhecido
“rim-fire“. Sendo assim, Henry aperfeiçoa um novo cartucho baseado no conceito do .22, também dotado de aro e com
sistema de percussão interna, usando projétil em calibre .44, pesando 216 grains (14 gramas) e com uma carga de 25 a 28
grains de pólvora negra. A partir de 1860, iniciou-se a produção de um novo rifle, que chegou a atingir a quantidade de
300 fabricados por mes, nos dois anos seguintes.

Rifle Henry em calibre .44 Rimfire

Por volta do final da Guerra Civil, a New Haven Arms havia produzido cerca de 14 mil unidades do novo rifle. Apesar de
nunca ter sido oficialmente adotado pelo governo norte-americano, que por essa época ainda utilizava o fuzil Springfield
de carregamento pela boca e de um só tiro, durante a guerra quem tinha o privilégio de possuir um rifle Henry chegava a
acreditar que aquela arma poderia ser a diferença entre morrer ou voltar vivo para casa. Com uma cadência de tiro de
aproximadamente 28 disparos por minuto, desde que usado corretamente e bem tratado, a arma era, realmente, muito
mais eficiente do que os fuzis adotados na época e até mesmo, superiores às carabinas Spencer, também de repetição,

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utilizadas pelas unidades de cavalaria do Exército da União. Entretanto, a potência da arma, que resultava em um alcance
útil menor, era aquém das Spencer e dos Springfield, que utilizavam projéteis maiores, mais pesados, e com maior carga
de propelente.

Rifle Henry em calibre .44 Rimfire

Os soldados confederados raramente conseguiam colocar suas mãos numa arma dessas, e seu contato com elas nas
batalhas, porém nas mãos do inimigo, era apavorante. Com seus 16 cartuchos de capacidade, nove a mais do que a
Spencer, adquiriu uma fama de arma mortífera. Os soldados a chamavam de “aquela maldita arma, que eles municiam no
domingo e atiram a semana inteira!“. As poucas tropas confederadas que capturavam os rifles Henry de nortistas mortos
em batalha, tinham muito pouca possibilidade de utilizarem-nos eficientemente, devido à dificuldade de conseguirem
munição, que não havia sido distribuída uniformemente. Mesmo assim, sabe-se de que algumas unidades sulistas usaram
o Henry, incluindo tropas de cavalaria na Luisiana, Texas e Virgínia, bem como pela guarda pessoal do presidente
confederado Jefferson Davis.

Mesmo sem produção em larga escala, os rifles Henry demonstraram sua vantagem de tiro rápido por diversas vezes,
como a participação deles, em mãos federalistas, na batalha de Franklin contra os confederados, bem como 11 anos depois,
em 1876, com as tribos Sioux e Cheyennes, armadas com rifles Henry, que destruíram o 7º Regimento de Cavalaria na
batalha de Li le Big Horn. Nessa famosa batalha pereceu um dos mais jovens generais da Cavalaria dos Estados Unidos,
George Armstrong Custer, veterano da Guerra Civil Americana. Muitos críticos militares da época atribuíram a derrota ao
fato dos índios estarem armados com os Henry e a Cavalaria com carabinas Spencers e Springfields de um só tiro.

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Cartuchos .44 Henry “Rim-Fire”

O carregamento do Henry se dava pela parte de baixo da sua caixa de culatra, e os cartuchos eram colocados dentro de
um tubo oco, montado abaixo do cano. Para preencher esse tubo carregador com os 16 cartuchos, uma janela era aberta
com o uso de uma lingueta, puxada em direção à frente da arma, comprimindo-se uma mola. Através dessa janela os
cartuchos eram colocados um a um e enfileirados dentro desse tubo,

Acionando-se a alavanca, o mecanismo de ação de joelho movimentava o ferrolho para traz, que também levava o cão da
arma para a posição de engatilhado. Ao mesmo tempo, a alavanca acionava um mecanismo levantador que erguia um
cartucho de cada vez, do cano de baixo (carregador) para o cano de cima, posicionando-o defronte à câmara. Ao fechar a
alavanca, o ferrolho introduzia o cartucho na câmara e o mecanismo da ação de joelho se travava, para não permitir a sua
abertura durante o disparo.

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Extrato da patente de 1860, mostrando o mecanismo do rifle Henry, produzido pela New Haven Arms Co. No desenho de baixo
percebe-se a arma em posição de tiro, já com um cartucho na câmara e engatilhada. No cano de baixo nota-se a mola espiral e um
cartucho já colocado no levantador, pronto para subir assim que a alavanca for acionada.

Após o disparo, manejava-se novamente a alavanca, que ao abrir ejetava o cartucho vazio e novamente o ciclo de
municiamento ocorria, com a alimentação de um novo cartucho. O rifle não era uma arma muito segura, quando
transportada com um cartucho vivo no cano. O cão, baixado, fazia pressão sobre o percussor e este se mantinha encostado
no aro do cartucho. Não havia um segundo dente para servir de trava e nenhum tipo de dispositivo de segurança.
Qualquer impacto no cão ou mesmo a queda da arma ao chão poderia dispará-la.

WINCHESTER 1866

Em 1866, depois de alguns anos de desenvolvimento, Oliver Winchester resolve substituir o rifle Henry por uma nova
arma, derivada dele, a chamada modelo 1866. A partir daí, troca-se também o nome da empresa para Winchester
Repeating Arms Company. O modelo 1866 utilizava o mesmo cartucho do Henry, o .44 Rim Fire. Entretanto, duas
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grandes mudanças foram implementadas: a adoção de um fuste de madeira, protegendo o carregador e também evitando
o calor do cano sobre as mãos do atirador, e a mudança da janela de municiamento da parte de baixo para a lateral direita
da armação, um projeto de Nelson King, que havia substituído Benjamin Tyler Henry na superintendência da Winchester.

Essa janela possuía uma espécie de portinhola agregada à uma mola de lâmina e que se fechava automaticamente assim
que um cartucho era introduzido totalmente para dentro do carregador. Eliminava-se assim a lingueta destinada a abrir
uma janela e comprimir a mola. Neste novo processo, os cartuchos iam se empurrando um aos outros, a medida que eram
introduzidos pela portinhola. Outro elemento interessante foi a adoção de uma trava para a alavanca, uma espécie de
torneirinha que ao ser girada em 45º, engatava em um ressalto criado na alavanca e impedia que a mesma se abrisse
acidentalmente.

Uma carabina Winchester modelo 1866 em calibre .44 Rimfire (Henry)

O lançamento do modelo 1866 começou a mudar radicalmente os rumos da Winchester. A arma fazia muito mais sucesso
do que o antecessor Henry, passou a ser a “saddle gun” preferida de vaqueiros, rancheiros e desbravadores do “velho
oeste”, que começaram a utilizá-la maciçamente, como companheira dos seus revólveres. Nesta ocasião, havia a oferta de
duas variações baseadas em tamanho de cano e capacidade de cartuchos: as carabinas e os rifles. Talvez por esta época
tenha recebido carinhosamente o apelido de “Yellow Boy”, uma alusão à caixa de culatra que era produzida em metal
amarelo.

As carabinas possuíam canos de 20″ de comprimento e os rifles, canos redondos ou octogonais de 24″ ou 26″. A soleira das
carabinas possuía um desenho mais arredondado na parte superior, ao contrário dos rifles que possuíam a curvatura mais
acentuada. Finalmente havia a diferença na fixação dos fustes: nas carabinas usava-se uma braçadeira com parafuso
trespassante, que contornava todo o conjunto cano e fuste; nos rifles era usado uma meia braçadeira de latão, em formato
de “U”, que em alguns modelos servia de suporte para as argolas das bandoleiras. As carabinas possuíam argolas do lado
esquerdo, denominadas de “saddle ring“, que serviam para amarrar a arma no coldre de sela e evitar que ela saltasse para
fora durante a cavalgada.

O “saddle-ring” montado ao lado esquerdo da armação, para fixação da arma à sela do cavalo.

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O rifle Winchester modelo 1866

O sucesso da arma começou a ir além das fronteiras norte-americanas, apesar do fato de que a Winchester não conseguia
convencer o próprio governo dos Estados Unidos a adotar a arma militarmente. Vários testes foram levados à cabo
durante vários anos, e nunca houve um consenso de aprovação da arma pelos técnicos militares, que a criticavam quanto à
sua confiabilidade quando submetida à situações críticas de sujeira, umidade e poeira. O cartucho também era alvo de
críticas, pois comparado às cargas empregadas nos fuzis Springfield mod. 1860, ficavam bem aquém da potência daquelas
armas.

Porém, diversos governos estrangeiros se interessaram pela arma. A Suíça, bem como França, Inglaterra e Prússia
executaram vários testes com os rifles 1866. A Suíça só não os adotou devido à pressões políticas internas que davam
primazia à adoção de armamento desenvolvido localmente, o que acabou acontecendo com os fuzis Ve erli, que
utilizavam o mesmo sistema de carregador tubular das Winchester, embora a ação era por ferrolho. A Turquia também
fez uma grande importação dessas armas, utilizadas com sucesso contra a Rússia, em 1877. O próprio Oliver Winchester
viajou à Constantinopla para fechar o contrato com os turcos.

A América do Sul foi um continente bem receptivo às Winchester 1866, como Perú, Bolívia e Chile. Acredita-se que mais de
4.000 armas foram importadas pelo Perú e Chile por volta de 1877, apesar de que nesta época já havia sido lançado o
modelo 1873, bem mais avançado que o 1866. O Brasil, segundo o historiador Adler Homero da Fonseca, adquiriu-as
como uma solução de emergência – um “provisório que virou definitivo”. O Brasil já tinha usado a carabina Spencer com
grande sucesso na Guerra do Paraguai, mas a companhia fabricante tinha falido (foi adquirida pela Winchester) e novas
armas não estavam disponíveis no mercado norte-americano. Desta forma, quando o Exército necessitou aumentar os seus
estoques de armas de cavalaria, foi feita uma compra de carabinas Winchester modelo 1866.

Apesar de ser uma arma de grande sucesso comercial, militarmente a carabina era muito delicada para o serviço, além de
ser de manutenção complicada, fatores que se acentuavam quando consideramos a “mentalidade de cavalaria” do
período, que não dava ênfase ao combate de fogo. Finalmente, o cartucho padrão do Exército, de ouropel, era
problemático – a arma não tinha uma tolerância tal que aceitasse bem os cartuchos feitos no Brasil, gerando muitas negas.

Na foto ao lado vemos um cavalariano no Paraná, durante a Revolução Federalista


de 1894.

Enfim, o resultado foi que a arma apresentava sérios problemas de manutenção


e de tiro, problemas esses que fizeram com que a ela, ao longo de toda a sua
história de uso no Exército Brasileiro fosse contestada, com muitos oficiais
preferindo o retorno das carabinas Spencer, o que não era mais possível. Mesmo
assim, em 1882 o Exército adquiriu mais 8.000 carabinas a um custo de 50 mil
réis cada uma. A última aquisição foi em 1892, quando o modelo 1866 já nem
estava mais em linha de produção e a Winchester acabou utilizando peças de
outras armas para entregar mais 1.300 armas ao governo. Segundo dados de
Adler Fonseca, o resumo da utilização das Winchester em solo brasileiro é o
seguinte:
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1) Modelo 1872 – arma sem modificações, comprada nos EUA, com câmara
rebaixada. No exército, essas armas aparecem em alguns documentos como
sendo a “Winchester nº 1”;

2) Modelo 1874 – arma sem modificações, sem câmara rebaixada. No exército,


aparecem em alguns documentos como “Winchester nº 2”;

3) Modelo 1872/76 – modelo 1872 convertido no Brasil para disparar cartuchos


de percussão central;

4) Modelo 1874/76 – modelo 1874 convertido no Brasil para disparar cartuchos


de percussão central;

5) Modelo 1892 – arma comprada nos EUA já com a configuração para


disparar cartuchos de percussão central, usando algumas peças do modelo
norte-americano de 1873.

Lembramos que, apesar da nomenclatura local referente aos modelos era conforme lista acima, todas as carabinas eram do
modelo 1866. Como curiosidade: tal qual todas as armas que saíam de serviço no Exército, as carabinas 1866 ao longo dos
anos, devem ter sido distribuídas para forças policiais. Há menções nos relatórios do Governador da Bahia, quanto a
necessidade de compra de Winchesters, o que certamente poderia ser atendido pelo Exército a custos muito baixos, com as
armas descarregadas. Neste caso de uso por polícias, Adler Fonseca narra em seu estudo que seu pai relatou à ele que,
quando trabalhou na Estrada de Ferro Central do Brasil, no final da década de 1940, ainda viu em uso pela polícia
ferroviária de lá (federal) diversas carabinas do modelo 1866 de percussão central, mostrando a longevidade do sistema no
Brasil.

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O problema com essas armas, ocorrido no Brasil, e que talvez fosse o mesmo caso relatado pelos testes executados por
exércitos de vários países, inclusive nos Estados Unidos, é que a arma não possuía boas qualidades “estanques” em relação
à sujeira, lama e poeira. Um de seus pontos fracos é a abertura de ejeção dos cartuchos, na parte superior da armação, bem
notada nesta foto acima. O mecanismo levantador de cartuchos também deixava aberta uma grande janela na parte
inferior da arma, por onde a entrada de lama ou areia poderia evitar que esse mecanismo funcionasse a contento.

Mesmo com o ferrolho fechado, essa abertura era uma porta aberta para todo tipo de sujeira vinda do mundo exterior,
principalmente quando se imagina seu uso em campos de batalha, fosse em trincheiras repletas de lama ou até mesmo
nas areias do deserto. Para a visão técnica militar da época, o mecanismo das Winchester era algo bem frágil e de difícil
manutenção, quando comparado à simplicidade e robustez dos fuzís militares da época. Em suma, para o “cowboy”
americano ou até mesmo para os índios, que a “adotaram” e a adoravam, detalhes como esses não tinham lá muita
importância. A vantagem da rapidez de tiro e a quantidade de munição utilizada, sem necessitar recarregar
constantemente, compensavam os corriqueiros ‘engasgues” que poderiam ocorrer, rapidamente solucionados com
algumas batidas na arma ou com sopradas vigorosas no mecanismo aberto.

O modelo 1866 teve uma produção total de 170.100 armas, com a última série fabricada em 1898. O período de produção
mais intenso foi nos anos de 1870 a 1873, ano em que foi lançado o novo modelo 1873, que obviamente, abalou
consideravelmente as vendas da 1866. Nos últimos anos de produção, a média anual era de menos de 1000 armas.
Estatísticamente, 3 entre 4 armas eram carabinas e uma em cada 210 armas eram engravadas ou trabalhadas
artisticamente.

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WINCHESTER 1873

Talvez o modelo mais cultuado das Winchester de ação por alavanca seja o 1873, provavelmente pela saga desta arma na
conquista do oeste, pelo fato de ter sido parceira constante do revólver Colt de ação simples, com quem até compartilhou o
mesmo cartucho, ou talvez pela presença maciça nos filmes de faroeste, que povoaram a imaginação de quase todos os
sessentões de hoje em dia. Não é para menos que ganhou, e merecidamente, o codinome de “The Gun that Won the West“,
a arma que conquistou o oeste.

Rifle Winchester Mod. 1873 em calibre .44-40 ou .44WCF, o primeiro cartucho e fogo central do fabricante

De certa forma o modelo 1873 revolucionou o conceito até agora utilizado no Henry e na 1866. Pela primeira vez a
Winchester apresenta uma arma utilizando um cartucho de fogo-central, que pela sua construção permite maior potência,
pelo fato de suas paredes serem mais resistentes e espessas do que as de fogo circular. Para esse cartucho, desenvolvido
especialmente para essa arma, Winchester optou por um perfil levemente cônico, ou seja, o diâmetro do cartucho na
extremidade do projétil é menor do que na parte inferior, no aro. Com isso, a alimentação para dentro da câmara é
facilitada, bem como a extração é mais eficiente.

O diâmetro do projétil mede, na realidade, .427″ e não .440″ (10,6mm e 11,2mm) e seu peso, na média, fica entre 200 a 225
grains. A carga de pólvora negra foi fixada em 40 grains, bem mais que 25 a 28 grains utilizados na 1866. A potência da
arma teve um ganho muito significativo, o que lhe conferiu mais credibilidade até mesmo para abater caças de porte
médio. A configuração de projétil tipo “flat-nose” previa, de certa forma, o problema que projéteis pontiagudos poderiam
causar, percutindo por acidente os demais, devido ao carregamento de um cartucho atrás dos outros.

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Acima, cartuchos .44-40 W (.44 WCF “Winchester Center Fire”) de diversos fabricantes

Posteriormente, o modelo 73 foi produzido em mais duas opções de calibres: o .38-40 (.38 WCF) e o .32-20 (.32 WCF). O
cartucho .38-40 possuía os mesmos 40 grains de carga de pólvora negra presente no .44, porém com um projétil
ligeiramente menor. Esse cartucho possuía um gargalo bem mais acentuado que seu irmão maior, pois as dimensões da
base e do comprimento eram as mesmas. Devido a problemas com alimentação, a Winchester nunca produziu carabinas
em calibre .45 Colt, também conhecido como Long Colt, que a partir de 1873 passou a ser utilizado nos revólveres Colt de
ação simples, como os modelos Frontier, Peacemaker ou no Army, adotado pelo Exército dos Estados Unidos naquela
data.

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Revólver Colt Single Action Frontier, em calibre .44-40 Winchester

Ao contrário, o que acabou ocorrendo foi que a Colt, em 1878, resolve lançar seu já famoso e bem sucedido revólver agora
em calibre .44-40, o mesmo da carabina 1873. A partir saí, tinha-se agora a enorme conveniência de poder transportar o
que seria o “par perfeito” de armas e utilizando nelas o mesmo cartucho, sem perigo de confundir na hora de municiar a
arma. O que acabou acontecendo é que as vendas do revólver Colt, denominado de Frontier, em cal. .44-40 alavancaram
tremendamente.

Carabina modelo 1873, na configuração padrão com cano arredondado de 20″

O modelo 1873 era oferecido pela Winchester em tres versões básicas: a carabina, com cano de 20″, o rifle com cano de 24″
e o mosquete, que era a opção com mais pretensões militares, apesar de que esta versão não chegou a nem 5% da
produção total da arma. A carabina era, de longe, a mais popular versão devido à melhor portabilidade, menor peso e
preço ligeiramente inferior ao rifle.

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O mosquete Winchester em calibre .44-40 W, primeiro modelo, a versão mais longa, mais pesada e de maior capacidade de
munição; arma mais dedicada ao uso militar

Rifle Winchester 1873 em calibre .44-40

Mosquete Winchester Mod. 1873 em calibre .44-40WCF, segunda versão.

Mecanicamente, o modelo 1873 mantinha o mesmo sistema de ferrolho por ação de joelho, utilizado desde o rifle Henry. A
caixa de culatra passou a ser forjada e para facilitar a manutenção e limpeza, haviam duas tampas laterais, removíveis,
que davam acesso fácil ao interior da caixa. Dessa forma, melhorava-se as condições de se manter a arma limpa e
lubrificada, com maior facilidade. Deve-se lembrar ainda de que, com a 1873, aumentaram as esperanças de Oliver
Winchester ter o seu rifle aprovado e adotado pelo Exército Americano. Porém, apesar de ter sido submetida à vários testes
executados pelo pessoal técnico do Exército, ainda não foi desta vez que o governo trocaria seus confiáveis e potentes
Springfield “Trap Door” mod. 1873, recém adotados, pelas carabinas e rifles, mesmo com a vantagem de serem armas de
repetição contra armas de um só tiro.

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O fuzil Springfield modelo 1873, na foto acima com sua baioneta, agora uma arma de retrocarga, utilizava o enorme e
potente cartucho .45-70-405, um projétil de calibre .45″ com tremendos 405 grains de peso, impulsionados por 70 grains de
pólvora negra. Com seu impressionante cano de 32″, era uma arma muito precisa e de poder de parada fenomenal dentro
de um alcance de 200 a 300 metros. Sua cadência de tiro era de 10 disparos por minuto, com soldado bem treinado.
Devido à sua simplicidade e robustez, nos testes executados pelo Exército envolvendo centenas de disparos consecutivos,
propositalmente sujo com areia e lama, essa arma era imbatível.

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Nas fotos acima, à esquerda, as duas tampas laterais foram removidas e pode-se desmontar e lubrificar o mecanismo do ferrolho e
sua “ação de joelho”. À direita, desenho esquemático mostrando too o sistema de disparo e de alimentação dos cartuchos – as
fotos mostram carabinas do 1º modelo.

Outro importante ponto de melhoria foi a incorporação de uma tampa corrediça superior, na janela de ejeção dos
cartuchos, que não havia nos modelos Henry e 1866, que poderiam dificultar um pouco a entrada de sujeira no
mecanismo. Porém, o projeto tinha um lapso; a tampa se abria conjuntamente ao manejo da alavanca, mas seu
fechamento era manual. Na prática, podia ser facilmente esquecida aberta, o que tornaria o seu efeito de proteção inútil.

A Winchester oferecia diversos tipos de miras, mas normalmente o padrão era a alça de mira curta, dobrável, para as
carabinas e uma longa, fixa, com regulagem de altura por uma corrediça dentada. Miras do tipo dióptro, chamadas de
“peep-sights“, eram fornecidas sob encomenda e normalmente equipavam armas especiais.

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Acima, alguns tipos mais comuns de alças de mira: dióptro (com regulagem de altura e lateral), e alças dobráveis com regulagem
deslizante, as mais utilizadas nas carabinas.

Acima, alça de mira utilizada nos rifles e a tampa de proteção, corrediça, da janela de ejeção

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Detalhe da parte inferior da armação, onde se vê o levantador de cartuchos, feito em latão, característica bem típica da 1873, bem
como da 1866 e Henry. Por causa dessa peça, a carabina 1873 ganhou, aqui no Brasil, o famoso e conhecido apelido de “Papo
Amarelo”.

A caixa de culatra do modelo 1873 (2º modelo) é, talvez, a mais elegante e proporcional de todas as carabinas Winchester de
alavanca

No quesito de segurança, algo que era muito falho no modelo 1866 e Henry, implementou-se um sistema de proteção
contra disparos acidentais. Ao se iniciar o movimento de abertura da culatra, levando-se a alavanca de manejo para baixo,
um dispositivo fazia com que o percussor, na parte interna do ferrolho, fosse ligeiramente recuado para trás, afastando-se
portanto da espoleta do cartucho. Com isso, mesmo que acidentalmente o gatilho fosse premido durante o manejo, não
haveria possibilidade da ponta do percussor atingir a espoleta. Isso poderia ocorrer, por exemplo, em duas situações: ao se
descarregar a arma, manuseando-se a alavanca continuamente, ou em condições de tiro muito rápidas, onde uma
deflagração poderia ocorrer pouco antes do completo fechamento da culatra, resultando em um perigoso recuo de todo o
ferrolho para trás, podendo quebrar e até atingir o atirador.

As Winchester 1873, em suas tres variantes a saber, carabina, rifle e mosquete tiveram 3 modelos evolutivos com pequenas
alterações:

1st model: a alavanca de manejo possuía a lingueta que servia de travamento de seu movimento, mas não possuía o
ressalto anterior, que acionava a trava do gatilho; a tampa superior de proteção corria dentro de trilhos usinados na
armação. Todas as armas 1st Model eram em calibre .44-40.

2nd model: foi incorporada a trava do gatilho, um pequeno pino protuberante que era pressionado por um novo ressalto
dianteiro da alavanca; a tampa superior passou a ser sobreposta à armação, e não mais corria embutida em trilhos.

3rd model: o terceiro modelo teve o pino de articulação do cão embutido na armação; o parafuso de fixação da lingueta de
abertura da janela de carregamento passou a ser fixo de dentro para fora. Os trilhos da tampa protetora superior passaram
a ser integrados à armação.

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Foi somente a partir do modelo 1873 que a Winchester implementou duas graduações especiais, no ano de 1875,
denominadas de “One of One Thousand“, ou seja, uma em cada mil, e “One of One Hundred“, uma a cada cem. A cada
cem ou mil armas, fossem rifles ou carabinas, era produzida uma arma especial que era finamente acabada e ajustada. O
cano passava por um severo teste de precisão durante o processo de manufatura. Normalmente essas armas tinham
gatilho com ajuste de tensão e miras especiais, bem como coronhas finamente trabalhadas. Foram produzidos cerca de 136
armas do grade “One of One Thousand” e que, hoje, no mercado de coleção, são extremamente valorizadas e raras.

Composição fotográfica mostrando os modelos 1866, um rifle 1873 e uma carabina 1873. O revólver é um Remington de
percussão modelo 1858

Curiosamente, o modelo 73 teve menos aceitação no mercado de exportação do que a 1866, provavelmente pelo fato de
que a 1866 havia sido enviada em grandes quantidades à vários países, e assim não havia interesse tão imediato nessa nova
arma. A Winchester tinha representantes na Europa, e Oliver Winchester esteve em visita à vários potenciais clientes; um
dos países onde seu contato foi mais promissor foi a Espanha. A partir de 1870, a Espanha executou diversos testes em
modelos levados por Oliver Winchester à Europa, e depois da devida aprovação encomendaram 230 carabinas feitas por
encomenda, com canos de 22″, miras no sistema métrico e coronha até a boca do cano. Essas armas foram fornecidas à
Cavalarianos e ao Corpo da Guarda Pessoal.

Em 1890, sob licença da Winchester, que forneceu os desenhos, 2500 carabinas foram feitas no Real Arsenal de Oviedo,
que nesta época aguardavam maquinários e projetos da Mauser para fabricarem ali o fuzil modelo 1893. Essas cópias
autorizadas eram denominadas de “Tercerola Winchester – Oviedo, 1892“. Após 1893, começaram a surgir cópias, estas não
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autorizadas, das carabinas Winchester fabricadas no país Basco, em Eibar. Entretanto, a grande maioria dessas cópias
bascas eram pessimamente acabadas e com uso de material de baixa qualidade.

O modelo 1873 foi fabricado até o ano de 1923, durante 50 anos portanto, com um total de 720.609 armas, inclusive uma
versão em calibre .22 Rimfire. A produção só começou a atingir a casa de 10.000 armas por ano a partir de 1880 e chegou a
40.000 armas/ano entre 1889 e 1890. A versão rifle tinha capacidade de 15 cartuchos, pesava em média 4,5Kg e seu
comprimento total era de 125 cm.

Em novembro de 2013, a Winchester anuncia o relançamento de uma lenda, 140 anos depois. O modelo 1873 está de volta
ao mercado norte-americano, novíssima em folha, em calibre .357 Magnum e .38SPL, produzida pela Miroku, no Japão.
Depois de 1919, essa é a primeira vez que a marca Winchester volta a ser ostentada sobre o cano e sobre a parte traseira da
armação. O preço ao consumidor é em torno de US$ 1500,00.

WINCHESTER 1876

Oliver Winchester sempre sonhou em ter seu rifle de ação por alavanca disparando o cartucho .45-70 Government, o
cartucho oficial do governo americano, utilizado no fuzil Springfield. Desta forma, a intenção era submeter sua arma,
novamente, aos testes do Exército, agora sem problemas das críticas quanto à anemia do cartucho .44-40 em relação ao
.45-70.

Entretanto, nada era tão fácil; o comprimento do cartucho .45-70 era demasiadamente longo para ser usado no tipo de
ação dos rifles, e sua forma cilíndrica traria problemas com a alimentação. Mesmo após o lançamento da 1873, o cartucho
.44-40 ainda era um pouco criticado pelos caçadores profissionais, que julgavam-no insuficiente para abater animais
realmente grandes como búfalos, alces e ursos. Em 1876 o Governo Americano festejaria os 100 anos da Independência e
Winchester aproveitou a oportunidade de lançar uma nova arma, em calibre bem mais potente, baseada na mesma ação
comprovadamente confiável do modelo 1873. O novo rifle, modelo 1876, teria então o codinome de Centennial.

Carabina modelo 1876, uma das versões produzidas desse modelo, com coronha cobrindo toda a extensão do carregador.

Originalmente o cartucho desenvolvido para ele foi o .45-75, projétil de .45″ de diâmetro e com 75 grains de pólvora negra.
O novo cartucho era do tipo “bo le-neck“, o tradicional desenho de “garrafinha”. Com esse cartucho, bem maior em
diâmetro da base que o .45-70, suportava maior carga de propelente. Desta forma, a balística do .45-75 superava o .45-70
Government. Mais tarde, a Winchester oferece esse mesmo rifle nos calibres .40-60 e .45-60, além do fabuloso para a época,
.50-95 Express.

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Acima, da esquerda para a direita, 3 cartuchos .45-70 Governmnt, o .45-60 Winchester e o .45-75 Winchester.

Nesta foto temos o .40-60, .45-60, .45-75 e o .50-95 Express

Pode-se dizer que, mecanicamente, o modelo 1876 é idêntico ao modelo 1873, exceto pelo tamanho. Toda a caixa de
culatra foi reforçada, além de ganhar alguns centímetros no comprimento, para poder trabalhar com cartuchos bem mais
longos que o .44-40. Os componentes internos da ação de joelho, agora obrigados a suportar uma pressão muito maior,
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foram objeto de grande atenção no redimensionamento, a fim de garantir a integridade da arma e claro, do atirador.

Um rifle modelo 1876 em calibre .45-75 WCF

No primeiros modelos não se utilizou a tampa superior corrediça, tal como a do modelo 1873. Com o uso dos novos e
potentes cartuchos, o pessoal da Winchester receava de que numa possbilidade de haver um rompimento traseiro no
cartucho, o escape de gases contido dentro da armação faria as tampas laterais serem lançadas para fora, ferindo o
atirador e inutilizando a arma. Posteriormente, instalou-se a tampa pois, pelo histórico da utilização da arma, nunca havia
ocorrido esse problema.

Durante o período de fabricação desse modelo, 54 armas foram produzidas dentro do “grade” de “One of One Thousand” e
somente sete dentro do “grade” “One of One Hundred“, ou seja, uma em cada 100. Tanto uma quanto outra, hoje, são
armas rarísssimas e valiosas. O famoso estadista norte-americano e o 26º presidente dos Estados Unidos, Theodore
“Teddy” Roosevelt possuía um modelo 1876 da série “One of One Thousand” e a utilizou constantemente em suas caçadas
e aventuras.

A Royal Canadian Mounted Police, a famosa Polícia Montada do Canadá adotou oficialmente as carabinas modelo 1876
para uso de seus integrantes, em calibre .45-75 WCF, adquirindo cerca de 750 delas no ano de 1883. Curiosamente, outra
famosa personalidade da história americana, o chefe Apache Geronimo, quando se rendeu em 4 de Setembro de 1886 às
tropas do General Nelson A. Miles, em Skeleton Canyon, Arizona, portava um modelo 1876.

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Bela composição fotográfica exibindo armas e diversos acessórios usados pela Polícia Montada do Canadá, entre eles, a carabina
Winchester 1876, uma carabina Snider-Enfield e um revólver Enfield Mk II.

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Detalhe da caixa de culatra de uma Winchester 1876 do último modelo, já com a tampa corrediça

O modelo 1876 teve sua produção encerrada em 1898, sendo o modelo de Winchester de ação por alavanca com menor
tempo em produção. A quantidade total produzida foi de 63.871 armas, sendo que o período onde mais se fabricou a arma
foi durante 1882 e 1884. Estatisticamente, 1 em cada 500 armas eram engravadas artisticamente, ou com coronhas
entalhadas; 1 em cada 14 rifles produzidos tinha gatilho ajustável, o que indica a grande procura dessa arma para caça a
longa distância, onde a maciez do gatilho é apreciada; 7 em cada 8 armas produzidas era um rifle padrão.

Rifle Winchester 1876

Uma das armas mais famosas dentre o modelo 1876 foi a encomendada pelos irmãos Browning, pedido feito pessoalmente
à Oliver Winchester, que com aqueles famosos armeiros mantinha uma relação bem estreita de amizade e negócios, como
veremos a seguir. A arma produzida foi uma dentre as poucas séries “One of One Thousand” produzidas, e sua
fabricação foi supervisionada pessoalmente por Winchester. O mais intrigante desse fato é que essa arma foi encomendada
pelos Browning, mesmo depois de John Moses Browning ter desenvolvido para a própria Winchester um modelo novo de
rifle, que substituiria o 1876; o modelo 1886.

WINCHESTER 1886

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Desde 1880 que Oliver Winchester mantinha um estreito e digamos, conveniente, relacionamento com o famoso e criativo
inventor e projetista de armas John Moses Browning. De um projeto dele, um rifle de um tiro, a Winchester adquiriu a
patente em 1885 e lançou essa arma como sendo o Model Single Shot, com diversas variações. Browning, cuja biografia
parcial pode ser lida em nosso artigo sobre as pistolas que levam seu nome, foi talvez o mais prolífero e bem sucedido
projetista de armas do mundo.

Foi T. G. Bennet, diretor da Winchester Arms Co. que negociou a aquisição da patente desse “Single Shot” com Browning
e seus irmãos, na época sócios no negócio. No “pacote”, que Bennet trouxe para New Haven, veio um protótipo feito em
madeira, de um rifle de ação por alavanca para suportar cartuchos de alta potência. Assim sendo, aproveitando-se dessa
oportunidade, a Winchester resolve produzir um novo rifle, baseado em parte na ação de Browning. Um engenheiro da
empresa, William Mason, se encarregou do projeto e executou algumas melhorias e modificações, resultando em um novo
rifle de alta potência. uma espécie de “Express” norte-americano, capaz de suportar cartuchos poderosos, isso ainda na
época da pólvora negra.

A ação projetada por Browning era, como de praxe, simples e eficiente. Ao invés do complicado e razoavelmente frágil
mecanismo da ação de joelho, com várias peças articuladas, a ação de Browning, lembrando um pouco a dos antigos rifles
Sharps, consistia em uma alavanca idêntica ao modelo 1876 mas que possuía fixas, uma de cada lado, duas peças
destinadas a efetuar o trancamento do ferrolho. Esse dois blocos de aço maciço atravessavam a parte traseira do ferrolho,
agora também uma peça muito reforçada, e se projetavam para fora na parte superior.

A ação do novo rifle 1886: a alavanca de manejo A articula através do pino G com as duas travas do ferrolho laterais C.
Baixando-se a alavanca A as duas travas C também se abaixam, liberando o ferrolho E para se abrir para trás, empurrando o cão
D. Ao mesmo tempo, a alavanca A impulsiona o levantador de cartuchos B, deixando-a numa posição inclinada, com um
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cartucho F sobre ele. Assim que se fecha a alavanca, o cartucho é impulsionado pelo ferrolho E para entrar na câmara. Fechando-
se o ferrolho, o levantador B volta à sua posição horizontal e um novo cartucho, impulsionado pela mola espiral do carregador,
se posiciona sobre ele.

As duas peças de trancamento articulam com um grosso parafuso montado em um orifício ovalado, na alavanca (veja
figura acima). Quando se inciava o movimento da alavanca, todo esse conjunto desce um pouco e em seguida, a alavanca
gira sobre esse parafuso, abrindo o ferrolho e levando-o para trás, sendo que com esse movimento o ferrolho arma o cão. A
mesma alavanca impulsiona um levantador de cartuchos, porém bem diferente dos usados até agora. Essa peça é
totalmente embutida na arma e se articula em um pino, ao invés de se levantar e baixar verticalmente, como um elevador.

Acima, um rifle modelo 1886 em calibre .45-70, com a caixa de culatra com acabamento “case-hardened”, muito utilizado pela
Winchester desde o modelo 1873

Essa nova ação, além de muito mais reforçada do que a anterior, permitia o uso de cartuchos mais longos. Uma infinidade
de calibres foram implementados nessa arma, além dos já utilizados no 1876. Agora, finalmente, a Winchester tinha um
rifle em cal. .45-70 Government, o calibre adotado pelo Exército. Além dele, havia o .45-90, .40-82, o enorme .50-110
Express “Buffalo” e em 1903, o rifle é lançado com o cartucho .33 WCF, o primeiro cartucho de alta velocidade e usando
pólvora sem fumaça.

A caixa de culatra da 1886 onde se pode ver a parte superior, protuberante, das duas peças laterais ao ferrolho que executam o
eficiente trancamento.

Essa nova ação, como dissemos, era muito mais resistente, confiável, e menos sujeita à ação de agentes externos como
poeira e lama do que a do modelo 1876. Mesmo assim, era muito mais simples, apesar de que a sua desmontagem não era
tão fácil, devido ao fato de que não havia mais as duas tampas laterais que podiam ser retiradas. Porém, todas as peças
podiam ser desmontadas, algumas saindo pela parte inferior e outras pela parte superior ou traseira. Para o municiamento,
optou-se por uma grande portinhola lateral, desenhada para suportar cartuchos longos, articulada em um pino e fixa à
uma mola de lâmina, externamente montada à caixa com um parafuso.

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A Winchester modelo 1886 em acabamento “case-hardened”, e alguns cartuchos .45-70 Government

Essa nova ação eliminou duas antigas necessidades, presentes nos modelos 1876 e 1873: a trava do gatilho e o retém
giratório para prender a alavanca na posição fechada. No caso da trava, não mais havia a necessidade dela. Assim que a
alavanca começava a ser movimentada, a parte superior que se engata no ferrolho também fazia o percussor recuar de sua
posição avançada. Dessa forma, somente com a culatra totalmente trancada e segura, o percussor era liberado e o cão
poderia baixar e percutir a espoleta. Não havia como disparar a arma estando parcialmente aberta. O retém da alavanca,
uma pequena peça giratória como uma tornerinha, que nos modelos anteriores era necessária para evitar que a alavanca
se abrisse sozinha, foi substituído por uma lingueta e uma mola, posicionadas nas proximidades das duas travas de culatra
e que mantinham, com um engate bem firme, a alavanca em seu lugar.

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Alca de mira de uma carabina modelo 1886 em calibre .45-70

Em 1894 a Winchester entra definitivamente na era da pólvora sem fumaça, com seu modelo 1894 que descreveremos a
seguir. O modelo 1886 não ficou de fora dessa novidade, e a Winchester resolve lançar um cartucho para ela, em 1902, de
alta velocidade e com o novo propelente: o .33 WCF. Não fez muito sucesso; tinha limitações de precisão e a Winchester
acabou abandonando-o alguns anos mais tarde.

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Cartuchos .33 WCF

A produção total da 1886 foi de 159.337 armas, encerrando-se em 1922. O período mais produtivo da arma foi entre 1888 e
1894, onde a queda pela procura desse modelo se deu em função da novidade do modelo 1894, a primeira Winchester de
ação de alavanca a usar um cartucho de pólvora sem fumaça. Estatisticamente, 1 entre cada 5 carabinas tinham o cano
redondo; 1 em cada 400 eram engravadas; 1 em cada 400 tinham coronha com punho-pistola e soleiras especiais; 1 em
cada 31 possuía gatilho ajustável e 1 em cada 200 eram carabinas. Em 1935 a Winchester introduz uma ligeiramente
modificada versão do modelo 1886, que recebe a denominação de Modelo 71, para um novo e bem potente cartucho, o
.348 Winchester.

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Winchester Mod. 1886 em calibre .45-90 que pertenceu ao ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt (Cortesia NRA)

WINCHESTER 1892

Em 1892, com o sucesso obtido com o modelo 1886, a Winchester, detentora da patente de Browning de 1884, resolve
lançar a substituta do modelo 1873 baseada no mesmo projeto da 1886, porém em escala reduzida. Nascia assim o modelo
1892, um dos mais vendidos da Winchester, com pouco mais de 1.000.000 de armas produzidas até a década de 30. Era
destinada a utilizar os mesmos cartuchos do modelo 1873, ou sejam o .44-40, .38-40 e .32-20, mesmo porque sua ação
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encurtada não comportava cartuchos longos. Pouco mais tarde, em 1895, um novo cartucho foi desenvolvido para ela; o
calibre .25-20. Lembramos que nesta época, o propelente utilizado ainda era a pólvora negra, e os dois últimos dígitos da
designação do cartucho era o peso da pólvora, em grains.

Acima, o modelo 1892 em duas versões mais comuns; a carabina e o rifle

O mecanismo Interno era uma 1886 em miniatura, ainda mais simplificado e com menos componentes. Mantinha-se
assim o sistema de trancamento da 1886, o que fazia da 1892 uma arma muito mais confiável e segura do que a 1873,
permitindo que no futuro pudesse aceitar cartuchos bem mais potentes e utilizando pólvora sem fumaça. O carregamento
era similar à 1886, mas a janela era bem menor e feita em uma só peça, que agia como mola, fixada internamente por um
parafuso. Browning levou pouco mais que 15 dias para completar um protótipo, após o pedido da Winchester de projetar a
nova arma.

Tal qual a irmã mais velha, a 1892 ganhou notoriedade nos filmes de Hollywood, pegando gancho na onda do “faroeste
italiano” que começou a invadir as telas do cinema, após Hollywood decidir que filmes de “cowboy” já não eram tão
rentáveis. mesmo assim os estúdios de Hollywood adquiriam centenas delas e até hoje acredita-se haver um estoque
considerável desse modelo, chamadas para entrar em ação quando algum novo filme de época é lançado. A oferta desse
modelo é muito maior, por exemplo, do que as 1866 e 1873, permitindo que participem bem mais dos filmes do que as
mais antigas. Há casos de alguns filmes, menos comprometidos com a originalidade de época, onde se utilizam carabinas
mod. 1892 em um tempo onde ainda não existiam.

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Esquema interno do modelo 1892, uma versão reduzida da 1886 e com mecanismo mais simplificado, principalmente no sistema
de levantador de cartuchos

O mesmo sistema eficiente de trava de percussor foi mantido nela, oriundo da 1886, onde um pequeno movimento de
abertura da alavanca impede que o percussor se mova, mesmo que o gatilho seja disparado e o cão caia sobre ele. Como
em todos os outros modelos de ação por alavanca, a 1892 não possuía nenhum sistema de travamento manual.

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Uma 1892 em calibre .32-20 WCF, onde se pode ver as duas reforçadíssimas travas de ferrolho traseiras

A ação empregada por Browning na 1892 é, para o tipo de cartuchos para que foi desenvolvida, muito mais robusta do
que realmente necessário. Hoje em dia, diversas cópias dessa arma produzidas pelo mundo empregam cartuchos
modernos carregados com pólvora sem fumaça e que desenvolvem grandes pressões internas, como o .357 Magnum, .44
Magnum e .454 Casull. Como todo projeto bem sucedido, cópias autorizadas ou não, geralmente em países estrangeiros,
são fatos corriqueiros. No capítulo referente à 1873 vimos que a Espanha produziu cópias do modelo 1873, algumas sob
licença e outras clandestinas. Isso acabou acontecendo de novo, com a 1892.

Rifle mod. 1892 em calibre .44-40 com cano octogonal

Primeiramente foram produzidas pela Garate y Anitua, em 1915, e eram denominadas de “Tercerola Winchester“. Durante
a I Guerra, a fábrica interrompeu a produção das carabinas para se dedicar ao fabrico de revólveres, cópias do Smith &
Wesson, para serem distribuídos aos aliados. Em 1923, a empresa retoma a produção da carabina, agora com o nome de
El Tigre. O calibre era somente o .44-40W, chamado na Espanha de .44 Largo, canos redondos, com capacidade de 12
tiros e uma soleira traseira dotada de uma tampa, onde se podiam guardar utensílios de limpeza. Uma mira estilo militar
do tipo Mauser, com graduação até 1.000 metros (!), foi instalada. Apesar de ter sido utilizada emergencialmente na
Guerra Civil Espanhola, a arma nunca foi adotada militarmente.

Carabina El Tigre, baseada no Mod. 1892, produzida na Espanha – note as argolas para fixação de bandoleira.

Utilizada por civís e pela Guardia Civil após a Guerra Civil a até 1937, pouco mais de um milhão dessas carabinas foram
fabricadas, o que equipara a sua quantidade com as produzidas pela própria Winchester; algo realmente impressionante
para uma cópia. Grande parte da produção foi vendida para alguns países da Europa e principalmente da América do Sul,
para serem utilizadas pelas polícias e guardas de presídios, o que gerou uma notícia não verdadeira de que essas armas
também foram produzidas no México e alguns países da América do Sul. Em 1942 a Garate Y Anitua abandonou o
negócio de armas e passou a se dedicar no fabrico de ciclomotores.

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Carabina El Tigre em calibre .44-40W, provavelmente uma das últimas produzidas (coleção particular)

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No Brasil encontra-se a Winchester modelo 1892 com muito mais frequencia e facilidade que os outros modelos, tais como
o 1873. Apesar de que vez ou outra surgem algumas 1866, os modelos 1876 e 1886 são bem mais raros, talvez pelo fato de
não terem sido importados regularmente, uma vez que seus calibres não eram apropriados para o tipo de caça aqui
existente.

A importação da 1892, nas décadas de 20 a 40, foi enorme, e a arma transformou-se em uma necessidade para fazendeiros
e seringueiros, e um sonho de consumo para caçadores. Durante muitos anos, naquelas décadas, as Winchester 1892 foram
as principais responsáveis pela maioria dos animais abatidos em caça, principalmente de grande porte (no cenário
brasileiro, evidentemente) , como onças pintadas, jaguatiricas, pacas e capivaras. O grande e famoso caçador e pescador
Francisco de Barros Júnior, o popular Chiquinho, autor da série de livros “Caçando e Pescando por Todo o Brasil”, de 6
volumes, a enaltece dezenas de vezes, nos relatos em que ele mesmo a usava em suas aventuras por todo o país. Chiquinho
Barros Júnior desbravou o país de norte a sul, nas décadas de 30 a 40 e além de pescar e caçar, era representante do
fabricante de armas Remington, fornecendo armas e munições. A Winchester 1892 era uma de suas constantes
companheiras, além de uma carabina Remington cal. 22LR e de uma pistola Colt “Woodsman”. O calibre .44-40 é, de
longe, o mais encontrado nas 1892 presentes no Brasil, seguido do .38-40. Os modelos em 32-20 e principalmente em .25-
20 são mais escassas.

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Acima, as cinco principais variações nos “Trade-Mark” utilizados pela Winchester ao longo dos 40 anos de produção. A
primeira foto acima mostra a versão que passou a ser utilizada a partir de 1918, onde o algarismo 19 foi suprimido. A
última foto, a marcação com caracteres itálicos, surgiu nas carabinas de final de produção, a partir dos seriais 950.000
aproximadamente e não constava mais o número do modelo.

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Detalhe da alça de mira de um rifle mod. 1892, em calibre .44-40, cano octogonal

A 1892 foi produzida até 1932, com o total de 1.001.324 armas. O período mais produtivo foi entre 1892 e 1897 e depois de
1905 a 1920. Estatisticamente, 4 entre 5 armas eram no calibre .44-40; 2 entre 3 armas eram rifles; 1 em cada 900 armas
eram engravadas, 1 em cada 175 armas possuíam gatilho ajustável. Em 1924 a Winchester lança uma derivação muito
semelhante da 1892, denominada de Modelo 53, com diversas opções de calibres velozes, dentre eles o .218 Bee.

Acima, a carabina Puma, produzida pela Taurus, em calibres .38SPL, .44-40W, .357 Magnum e .44 Magnum – embaixo, a
versão rifle, com cano octogonal em aço inox.

Cópias modernas são bastante comuns na Europa e também no Brasil. Navy Arms nos USA e Chiappa, Uberti e Armi
San Marco são tradicionais fabricantes italianas dos modelos da Winchester. No Brasil, a Amadeo Rossi adquiriu licença e
ferramental para produzir o modelo 1892 localmente, a partir da década de 70. O primeiro modelo foi para exportação,
em 1976, em calibre .356 Magnum. Um ano depois a Rossi lança a Puma em calibre .38SPL e .44-40 Winchester. Com a
denominação de Puma, a Rossi produziu carabinas e rifles em várias configurações, como cano octogonal ou redondo e
produzidas em aço inox ou em acabamento oxidado. Com a passagem do negócio de armas da Rossi para Taurus, por

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volta de 2008, a Taurus assume toda a operação e continua produzindo a linha de carabinas e rifles. Para o mercado civil,
os calibres oferecidos são o .38 SPL e o .44-40W. Para o mercado restrito, de atiradores, colecionadores e policias, ainda há
as opções em .357 Magnum e .44 Magnum.

A desmontagem do modelo 1892 é bem simples, para que se efetue uma limpeza mais aprimorada de vez em quando.
Retira-se o grande parafuso de fixação da coronha e assim, separa-se a coronha da armação. Retira-se agora o parafuso
que serve de articulação do cão, que trespassa a caixa de culatra. Dessa forma, o cão é retirado por cima. Retira-se agora o
parafuso que se localiza mais alto do lado esquerdo da caixa, e pelo orifício correspondente do lado direito se introduz um
saca pinos. O pino que fixa a alavanca de manejo ao ferrolho é retirado. Abre-se a culatra, retira-se o parafuso-trava
existente numa das trancas laterais e retira-se o pino de articulação. Todo o conjunto pode ser retirado por baixo, exceto o
ferrolho que pode ser retirado pela parte traseira da arma.

WINCHESTER 1894

O modelo 1894 nasceu para revolucionar. Embora originalmente lançado com dois cartuchos de pólvora negra, o .32-40 e
o .38-55, foi com o .30 WCF, muito mais conhecido pelo famosa nomenclatura .30-30 “thirty-thirty”, foi a primeira arma
longa da Winchester a entrar na era da pólvora sem fumaça e calibres de alta velocidade, utilizando projéteis de menor
diâmetro mas de maior comprimento. O desenho também é de John Browning, com algumas semelhanças com as ações
anteriores, a 1886 e 1892.

Entretanto, essa ação por alavanca diferia dos demais em vários aspectos, principalmente porque privilegiava a utilização
de cartuchos longos aliada à movimentação macia e de ângulo mais curto. Com isso, mesmo na operação de alimentação e
extração de cartuchos longos, a movimentação da alavanca era curta e rápida.

Rifle Winchester Mod. 1894 em calibre .30 WCF (.30-30W)

Em pouco tempo de vida, o rifle Winchester 1894 tornou-se um popularíssimo rifle de caça nos Estados Unidos. Mesmo
com o crescimento de vendas de sua arquirrival Marlin, que oferecia produtos da mesma extirpe em termos de qualidade e
confiabilidade, o Mod. 94 vendeu muito. O perfil da arma não a fazia muito diferente de suas antecessoras mais recentes,
como o mod. 1892 e 1886. A janela de alimentação, mais alongada, permanecia no mesmo lugar, do lado direito da arma,
e a ejeção dos cartuchos continuava sendo feita por cima.

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Acima, comparação do modelo 1894 (alto) com a modelo 1892 (embaixo), ambas na configuração de carabinas

Esquema da ação da 1894 na posição aberta

Neste novo mecanismo, afim de diminuir o curso da alavanca, Browning optou por um fundo da armação articulado. Ao
se abrir a alavanca, e como ela se articula com esse fundo através de um pino, faz o mesmo baixar juntamente com ela,
para fora da arma. O levantador de cartuchos é agora acoplado à alavanca, outra modificação para melhorar a maciez do
conjunto. As duas travas de culatra laterais, usadas na 86 e na 92 foram eliminadas. No lugar delas, Browning optou por
um só bloco, articulado por um pino à base, e na posição central, bloqueando a abertura do ferrolho pela sua parte
traseira, mas necessitando de uma passagem para o cão. Técnicamente, a solução anterior de dois blocos de travamento,
um de cada lado, é muito mais eficiente em termos de segurança. Porém, isso não significa que a 1894 sofreria de qualquer
problema neste quesito. /
Ação 1894 fechada e aberta

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A bela concepção de John Browning, nesta ação para a Winchester 1894

Como mecanismo, a ação é mais complicada e tem mais peças móveis que as antecessoras mais recentes. A desmontagem
do conjunto também oferece mais dificuldade, apesar de que a desmontagem parcial não é problemática, e não se precisa
ir muito além dela para se proceder à uma limpeza de boa qualidade. O mecanismo é tão versátil que na década de 40,
após a interrupção de fabricação da modelo 1892, a Winchester produz a 1894 também nos cartuchos de revólver, como o
.44 Magnum, .45 Colt, .357 Magnum e até nos antigos .38-40 e .44-40, para atender a demanda de saudosistas e
apreciadores da modalidade Cowboy Action Shooting, praticantes de tiro ao estilo “western”.

Vista superior do modelo 1894 onde pode-se perceber o bloco único de trancamento do ferrolho, posicionado na parte posterior do
mesmo e com passagem para o cão

Em 1927, a produção atingiu a marca de 1.000.000 de armas, e o rifle de número um milhão foi presenteado ao então
presidente Calvin Coolidge. Em 1948, a arma de número 1.500.000 foi presenteada ao presidente Truman e em 1953, a de
número 2.000.000 foi entregue ao presidente Eisenhower. Durante a I Guerra o Governo Americano adquiriu 1.800 armas
em calibre .30-30, com mais de 50.000 cartuchos. Essas armas eram destinadas ao United States Army Signal Corps, que
estavam estacionados no nordeste do Pacífico. Após a guerra, foram vendidos nos USA como sobras de guerra.

O modelo 1894 teve inúmeras variantes, além das mais comuns carabinas e rifles. Configurações diversas incluíam
coronha com punho-pistola, coronhas com soleiras planas ao estilo espingardas, fuste e coronhas zigrinadas, carregadores
mais curtos e embutidos no fuste, dezenas de tipos de alças e massas de mira, incluindo “peep-sights”, e por aí vai. Em
1932 a Winchester lança o modelo 55 e depois o 64, ambas derivadas da 1894, com produção até meados de 1957. Em
1964 foi assinado um acordo comercial com a Sears Roebuck & Co., que durou até 1980, denominada de “Ted Williams
Model 100”, e vendida somente na rede de lojas. Ted Williams é considerado um dos maiores astros americanos do
baseball, falecido em 2002, e que também foi veterano da II Guerra e Guerra da Coréia.

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Comparativo entre tres modelos de rifles da Winchester; de cima para baixo, modelo 1886, o modelo 1894 e o modelo 1876

A Winchester 1894 detém o recorde de ter sido o mais vendido rifle de alta potência na história dos Estados Unidos.
Oficialmente a produção cessou em 2006, mas ainda em 2010 a Winchester ainda produziu um modelo comemorativo dos
200 anos do aniversário de Oliver Winchester. Modelos comemorativos sempre fizeram parte da história da 1894, como
também ocorreu em 1966, época do filme do qual comentamos no início do artigo. Nesta ocasião, a Winchester produz em
escala limitada rifles e carabinas 1894 com a caixa de culatra com banho de metal amarelo, para homenagear os 100 anos
do modelo 1866.

Acima, uma carabina modelo 1894 de produção recente, com soleira plana, estilo “shotgun bu plate”

Um dos pontos-fracos que se pode encontrar no modelo 94, que aliás é originário desde o projeto do Henry, é a extração
dos cartuchos feita por cima da armação, com os cartuchos geralmente passando por cima do ombro do atirador. Na
época dos rifles e carabinas 66 até o 73, a utilização de miras telescópicas era algo praticamente inexistente. Porém, a partir
das primeiras décadas do século XX a utilização de lunetas, principalmente em atividade de caça, aumentou
consideravelmente.

Como um autêntico “deer-rifle” que é, o modelo 1894 não permite a instalação de lunetas, da forma como é mais
tradicional; encaixado sobre trilhos e sobre a armação da arma. Como as lunetas de modo geral, e há exceções, exigem
uma distância pupilar geralmente na ordem de 1 a 3 centímetros, a extração dos cartuchos por cima da arma inviabiliza a
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sua montagem; apesar de que há suportes especiais fixados lateralmente na armação, alguns deles escamoteáveis, são
muito anti-práticos para usar, pois exigem que a luneta seja basculada para um lado sempre que se for manejar a arma.

Um rifle mod. 1894 com cano redondo, em calibre .30-30WCF

Apesar disso, sua principal concorrente, que é a Marlin, notadamente o modelo 336, nunca suplantou a Winchester em
vendas, apesar de também ter sido um sucesso. A Marlin sempre salientou em sua publicidade a vantagem e maior
conforto da extração lateral de cartuchos, apesar de que, quando foi projetada originalmente, a extração era feita também
por cima da arma.

Carabina Marlin modelo 336, a concorrente mais acirrada da Winchester ’94

Com o grande crescimento na procura de lunetas a partir das décadas de 60 a 70, devido também à redução drástica nos
preços, para remediar um pouco a situação, a Winchester redesenha, em 1982, o mecanismo de ejeção; com essa mudança,
os engenheiros conseguem fazer com que a trajetória do cartucho ejetado permita que se utilize suportes comuns para
montagem de lunetas. As vendas do modelo 1894 chegam, hoje, ao patamar de 7.000.000 de unidades, marca nunca
atingida até agora por nenhuma arma longa, esportiva e de alta potência produzida nos USA.

A partir de 1982, com a venda para o grupo francês GIAT e depois para a FN, o modelo sofreu uma adição de uma trava
de segurança denominada de “cross-bolt”, um botão lateral na armação, que bloqueia o curso do cão. Isso foi imperativo
devido à uma lei européia, que obriga todas as armas longas vendidas naquele continente a possuírem uma trava de
segurança contra disparos acidentais.

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Winchester 1894 com trava de segurança “cross-bolt”

A seguir uma listagem dos modelos 1894 de séries especiais, comemorativas e produzidas sob encomenda, a partir de
1964.

Ano Modelo Produzido Preço Orig.


1964 Wyoming Diamond Jubilee 1500 $99.95
1966 Centennial ’66 * 102309 $125.00
1966 Nebraska Centennial 2500 $100.00
1967 Canadian ’67 Centennial * 90301 $125.00
1967 Alaska Purchase Centennial 1500 $125.00
1968 Illinois Sesquicentennial 37648 $110.00
1968 Buffalo Bill * 112923 $129.95
1968 Buffalo Bill Museum Presentation 300 $1,000.00
1969 Golden Spike 69996 $119.95
1969 Theodore Roosevelt * 52386 $134.95
1970 North West Territories + 2500 $149.95
1970 North West Territories Deluxe + 500 $249.95
1970 North West Territories Donation Model + 10 $1,000.00
1970 Cowboy 27549 $125.00
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1970 Cowboy Hall of Fame Presentation 300 $1,000.00
1970 Lone Star 38385 $140.00
1971 NRA Musket & Rifle 44 $149.95
1972 Yellow Boy (E) + 4903 $149.95
1973 R.C.M.P + 9500 $189.95
1973 R.C.M .P- Members Model + 4850 $189.95
1973 R.C.M.P Presentation Model + 10 Presentation
1973 M .P.X + 32 $78.00
1974 Texas Ranger 4850 $134.95
1974 Texas Ranger Presentation 150 $1,000.00
1974 Apache + 8600 $149.95
1975 Klondike Gold Rush + 10500 $239.95
1975 Klondike Gold Rush Dawson City Issue + 25 Presentation
1975 Klondike Gold Rush Presentation + 15 Presentation
1975 Comanche + 11500 $229.95
1976 U. S. Bicentennial 19999 $325.00
1976 Sioux + 10 $279.95
1976 Li le Big Horn + 11 $229.95
1977 Wells Fargo 19,999 $350.00
1977 Cheyenne 44/40 + 11225 $300.00
1977 Cheyenne 22 + 5 $319.95
1977 Legendary Lawman 19,999 $375.00
1977 Limited Edition I 15 $1,500.00
1978 Cherokee 30/30 + 9 $384.95
1978 Cherokee 22 + 395 $384.95
1978 Antlered Game 19999 $375.00
1978 One of One Thousand + 250 $5,000.00
1979 Limited Edition II 1500 $1,750.00
1979 Legendary Frontiersman 19999 $425.00
1979 Bat Masterson 8 $650.00
1979 Matched Set of One Thousand 1 $3,000.00
1980 Oliver F. Winchester 19999 $520.00
1980 Alberta Diamond Jubilee + 2700 $650.00
1980 Alberta Diamond Jubilee Deluxe + 300 $1,900.00
1980 Saskatchewan Diamond Jubilee + 2700 $695.00
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1980 Saskatchewan Diamond Jubilee Deluxe + 300 $1,995.00
1981 Calgary Stampede + 1 $2,200.00
1981 Canadian Pacific Centennial + 2700 $800.00
1981 Canadian Pacific – Employee + 2 $800.00
1981 Canadian Pacific Presentation + 300 $2,200.00
1981 U.S. Border Patrol 1 $1,195.00
1981 U.S. Border Patrol – Member Model 800 $695.00
1981 John Wayne Standard 49 $650.00
1981 John Wayne Canadian 1 $995.00
1981 John Wayne Duke 1 $2,250.00
1981 John Wayne Matched Set 300 $12,000.00
1982 Great Western Artist I 999 $2,500.00
1982 Oklahoma Diamond Jubilee 1 $2,200.00
1982 American Bald Eagle Silver Model 2800 $895.00
1982 American Bald Eagle Gold Model 200 $2,950.00
1982 Annie Oakley 6 $600.00
1983 Great Western Artist II 999 $2,500.00
1983 Chief Crazy Horse 19999 $550.00
1984 Winchester-Colt Set 3250 $3,900.00
1985 Boy Scout 15 $625.00
1985 Eagle Scout 1 $2,250.00
1986 Texas Sesquicentennial Carbine 15 $695.00
1986 Texas Sesquicentennial Rifle 1500 $2,995.00
1986 Texas Sesquicentennial Set 150 $7,995.00
1986 Statue of Liberty 50 $6,500.00
1986 1 of 1000 – European Second Edition 64 $6,000.00
1986 120th Anniversary 1 $995.00
1986 Ducks Unlimited 2800 $700.00
1986 Ducks Unlimited – Gold 300 $1,500.00
1986 Ducks Unlimited – Canada 1200 $700.00
1987 U.S. Constitution 17 $12,000.00
1989 Italy Anagni 1 of 25 N/A N/A
1990 Wyoming Centennial 500 $895.00
1991 125th Anniversary 61 $4,995.00
1991 125th Anniversary European Edition N/A N/A
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1992 Ontario Conservation Officer Centennial 400 $1,195.00
1992 Kentucky Bicentennial 500 $995.00
1992 Arapaho 500 $895.00
1993 Nez Perce 600 $950.00
1993 Ducks Unlimited-Canada 1993 500 $750.00
1994 Limited Edition Centennial 12 $811.00
1994 Limited Edition Centennial – High Grade 3 $1,272.00
1994 Limited Edition Centennial – Custom 94 $4,684.00
1994 Browning Tribute 1 of 100 N/A N/A
1995 Florida Sesquicentennial 360 $1,195.00
1996 Wild Bill Hickok 350 $1,195.00
1997 Earp Brothers 250 $1,195.00
1997 25th Anniversary 9422 2500 $606.00
1997 25th Anniversary 9422 – High Grade 250 $1,348.00
1998 IAM 3 $375.00
1998 Shoshone 250 $1,195.00
1998 Wal-Mart Wildlife Conservation 2 $560.00
1998 Klondike Centennial 450 $550.00
1998 Klondike Centennial-Deluxe 100 $1,000.00
2002 Heritage 1 of 1000-High Grade 1 $1,883.00
2002 Heritage 1 of 100-Custom 100 $5,200.00
2003 New Generation – 1st Edition 100 $2,995.00
2003 New Generation – 2nd Edition 110 $3,271.00
2005 9422 Custom Tribute 1 of 222 222 $2,313.00
2005 9422 High Grade Tribute (22 WMR) $1,050.00
2005 9422 High Grade Tribute (22 LR) $1,078.00
2005 9422 High Grade Legacy Tribute (22 WMR) $1,139.00
2005 9422 High Grade Legacy Tribute (22 LR) $1,085.00
2005 9422 Special Edition Tribute (22 WMR) $545.00
2005 9422 Special Edition Tribute (22 LR) $516.00
2005 9422 Special Edition Legacy Tribute (22 WMR) $606.00
2005 9422 Special Edition Legacy Tribute (22 LR) $551.00
2005 John M. Browning (30-30) 150 $1,107.00
2005 John M. Browning (44 Mag.) 150 $1,107.00
2005 John M. Browning (45 Colt) 150 $1,107.00
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Séries Especiais
1983 Dodge Marksman (Central Region) 1 $250.00
1983 Dodge Marksman (Southeast Region) 3565 $250.00
1983 Dodge Marksman (Corporate) 516 $250.00
1984 Dodge Marksman (Western Region) 775 $250.00
1984 Captain James Cook 100 $995.00
1984 Lander, Wyoming 400 $495.00
1985 Mark Twain 150 $475.00
1986 WACA Winchester/Colt 22 $2,695.00
1987 Coca-Cola 1574 N/A
1987 WACA Trapper 45 Colt 250 $329.00
1988 U.S. Marshals Bicentennial 500 $1,995.00
1992 WACA 7/30 Waters 250 $695.00
1994 WACA Limited Edition Centennial 250 $690.00
1998 WACA 9422 500 $695.00
2001 Wild Turkey Federation 9422 N/A Auction
2002 Friends of NRA N/A Auction
2003 Wild Turkey Federation 410 N/A Auction
2006 Friends of NRA 1050 Auction
2006 Rocky Mountain Elk Foundation 400 Auction
Produção sob encomenda
1981 WACA 30-30 Trapper 130 $250.00
1985 Roy Rogers, Jr. $395.00
1985 Louis Riel 900 $749.00
1985 Louis Riel – Deluxe 100 $1,749.00
1990 Ties That Bind 14 $1,800.00
1992 Larry Bird 100 $2,995.00
American Indian Tribute 300 N/A
Great American Buffalo N/A N/A
Custer’s Last Stand 300 N/A
1994 Limited Edition Centennial – Gold 50
1997 First Swiss American 300 (E)

WINCHESTER 1895
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A Winchester modelo 1895 é a mais “militar” de toda a linha de carabinas e rifles de ação por alavanca, e é também a mais
diferente em conceito. O que mais chama a atenção é o fato de se abandonar o conceito de carregador tubular e utilizar
um carregador tipo caixa, similar ao que já estava se usando na época em fuzis militares. Foi o último projeto de John
Browning para a Winchester, na área de armas de ação por alavanca. A partir dessa época, Browning se mudou para a
Bélgica, para trabalhar na Fabrique Nationale D’Armes de Guerre, onde projetou as famosas pistolas que levam seu nome.

A 1895 foi desenhada para poder usar praticamente qualquer cartucho militar já em uso, e sua ação era suficientemente
reforçada para suportar a alta pressão que esses cartuchos desenvolvem. Assim sendo, calibres como 7,62X54mm (Rússia),
.303 British (Reino Unido), .30-30 WCF, .30-06 Springfield (USA), .30-40 Krag e vários cartuchos de caça como .35
Winchester até o .405 Winchester foram utilizados.

A utilização do carregador tipo caixa era mais segura do que a solução tubular, pois a grande maioria dos novos cartuchos
militares possuíam projéteis pontiagudos, e o risco de detonação espontânea de um cartucho alinhado um atrás do outro,
era grande.

Mosquete Winchester mod. 1895 em calibre 7,62mmX54mmR, versão civil

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Soldados russos em treinamento, utilizando as Winchester 1895

Comparada com os fuzis militares de ação de ferrolho existentes em sua época, o modelo 1895 da Winchester
proporcionava uma cadência de tiro mais elevada, devido à maior velocidade de manuseio da alavanca durante os
disparos, em relação ao ferrolho tradicional. Entretanto, para tiro na posição deitada, muito comum nas batalhas daquela
época, a ação de ferrolho se mostrava mais confortável. A tolerância à elementos externos ao mecanismo, como lama e
poeira, problemas que compartilhava com todas as suas similares, ainda era uma desvantagem em relação aos fuzis da
época.

Desenho esquemático da Winchester 1895 em .30-40 Krag, com sua ação aberta

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Ação da 1895 com alavanca aberta – a base do gatilho era articulada e descia junto com a alavanca; o bloco de travamento era
traseiro, similar à do modelo 1894

No mercado militar, a Winchester comercializou cerca de 300.000 rifles, fornecidas por contrato ao governo russo, entre
1915 e 1917. Dessa quantia total, só cerca de 290.000 armas chegaram à Rússia pouco antes da Revolução de 1917; o
restante foi recusado por problemas na inspeção russa e vendido pela Winchester no mercado interno. De toda a produção
do modelo 1895, praticamente 70% foram enviadas à Rússia. Também para o governo americano, a Winchester vendeu
uma quantidade não muito grande de armas, cerca de 10.000, a fim de suprir as linhas de combate na guerra Hispano-
Americana, entre 1897 e 1898.

Essas armas eram utilizadas com os cartuchos .30-40 Krag, na época o calibre oficialmente adotado. No caso das armas do
contrato russo, a Winchester forneceu os rifles no mesmo calibre dos fuzis Mosin-Nagant, em 7,62X54mmR e até os
mesmos clipes de municiamento usados no Mosin podiam ser utilizados na 1895. Essas armas possuíam também engate
frontal para a montagem de baioneta bem como anéis de fixação para bandoleiras.

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Winchester mod. 1895 do contrato russo em calibre 7,62X54mmR

Modelo 1895 fornecida para o contrato russo – nos detalhes, marcas de prova dos inspetores russos e as duas peças laterais para
servirem de guia e apoio dos clipes de carregamento – cortesia American Rifleman Magazine

Além disso, chama a atenção duas peças adaptadas, uma de cada lado da caixa de culatra, para servirem de apoio e de
guia para a colocação dos clipes de munição. Além desses dois países, mas de forma não diretamente comercializada pela
Winchester, os modelos 1895 estiveram presentes na Guerra Civil Espanhola, na guerra das Filipinas, 9.900 delas foram
enviadas à Cuba em 1906 e também serviram no exército de Pancho Villa durante a Revolução Mexicana.

Modelo 1895 fornecido pelo Contrato Russo em calibre 7,62mmX54R , com sua baioneta original

O mecanismo do modelo 1895 é bem diferente da 1894, apesar de que Browning utilizou de várias soluções ali
empregadas para essa nova arma. Um dos pontos interessantes é o sistema de gatilho, que se articulava com a alavanca e
se desmembrava do mecanismo de disparo quando a arma era aberta. Indiretamente isso agia como elemento de
segurança pois a tecla do gatilho era completamente inerte nessas condições.

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Detalhe dos dois encaixes laterais para a montagem do carregador de lâmina do modelo russo da 1895

O carregador em forma de caixa comportava cinco cartuchos. A arma era carregada por cima, cartucho por cartucho.
Somente na versão russa utilizava-se clipes que se encaixavam em duas peças laterais, fixadas com essa finalidade, mas
ainda podiam ser carregadas uma a uma, apesar de ser mais trabalhoso. Os modelos para uso civil foram produzidos com
várias configurações de coronha, comprimento de cano, miras comuns e do tipo “peep-sight”, bem como alguns
exemplares ricamente adornados. O comprimento dos canos situava-se basicamente entre 24 e 28 polegadas. O
acabamento padrão era o oxidado.

A alavanca de manejo foi reprojetada, agora feita em duas peças. A parte inferior do aro onde se colocam os dedos é móvel.
Ao se iniciar o movimento de abertura, essa seção inferior se desloca um pouco, antes da abertura da alavanca
propriamente dita, e faz com que o conjunto todo se desprenda de um retém de segurança existente logo atrás o gatilho.
Outra solução engenhosa e que faz juz à fantástica mente inventiva de John Browning.

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A interessante alça de mira regulável, fabricada pela Lyman, com sua alavanca retém, projetada para não obstruir a abertura de
ejeção.

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Belíssima composição fotográfica de uma carabina mod. 1895 dotada de miras traseiras tangenciais reguláveis, em calibre .30-06
Springfield. fazendo par aqui com um revólver Ruger de ação simples.

A produção do modelo 1895 encerrou-se oficialmente em 1932 com 425.825 armas produzidas. Os anos de maior
produção foram 1915 e 1916, onde se situavam as armas fornecidas pelo contrato russo. A Browning Arms relançou o
modelo 1895 em 1985 em calibre .30-06 Springfield. Mais tarde, em 2001, a Winchester reintroduziu o rifle em
comemoração ao centésimo aniversário de Theodore Roosevel, um entusiasta das armas da Winchester.

Carabina Winchester mod. 1895 em cal. 30-06 Springfield

A Winchester situa-se hoje em Morgan, no estado de Utah. Originalmente um empreendimento familiar, não há mais
nenhum descendente de Oliver Winchester em seu quadro de funcionários ou sócios. Durante o século XX a empresa se
tornou uma sociedade aberta e fez parte de alguns grupos como a Olin International, a “holding” do grupo até hoje. É um
importante fabricante de munição, exportando esses produtos para o mundo todo.

Atualmente, dentro dos Estados Unidos, a produção de rifles de ação por alavanca se foi, da mesma forma que se foram os
“cowboys”. Em 1931, a Winchester foi adquirida pelo grupo Olin International, que anexou a Western Cartridge Co.,
formando a Winchester-Western Division of Olin Industries. Em 1982 a Olin vende a fábrica de New Haven para os/
funcionários, que com a razão social de U.S. Repeating Arms, continuam a produção sob licença. Em 1992 a U.S.
Repeating passa às mãos da francesa GIAT e em 1997 o governo belga da região de Walloon adquire da GIAT a U.S.
Repeating Arms e também a Browning Arms Co. e a Fabrique Nationale D’Armes de Guerre.

A U.S. Repeating Arms, que produzia os rifles Winchester, fechou as portas de sua fábrica em New Haven, em 2006,
depois de 140 anos produzindo suas armas. Sua maior concorrente, um ano antes, depois de ter sido adquirida pela
Remington e pelo conglomerado Freedom Group, a fábrica da Marlin em North Haven baixa as portas.

WINCHESTER HOJE

Atualmente os modelos das carabinas e rifles Winchester são produzidos no Japão, pela Miroku. Atualmente ainda se
mantém em linha de fabricação, embora limitada, os modelos 1873, 1886, 1892 e o 1894. Todas essas remanescentes das
históricas armas que produziu são quase que idênticas às de época; a Miroku apenas introduziu modificações de pequena
monta, visando maior segurança, e outras alterações visando diminuir custo de produção e adequação às novas leis
americanas.

Além da Miroku, que é a única autorizada a usar a marca Winchester, há grande oferta de modelos da 1873, 1892, 1894,
bem como de alguns modelos da Marlin em fabricação, mantendo o gosto e a tradição das armas de ação por alavanca.
Uma das mais importantes é a Henry Repeating Arms Co., hoje nas mãos de Anthony Imperato, descendente de
imigrantes italianos com tradição em cutelaria e artigos de couro desde 1911. Em 1996 seu pai, Lou Imperato adquiriu os
direitos da marca Henry e criou sua empresa produzindo réplicas da 1866 em calibre .22LR. Hoje possui sua fábrica em
Rice Lake, Wisconsin, e produz réplicas de vários modelos da Winchester e também da Marlin, em uma variedade grande
de calibres.

EPÍLOGO

Oliver Winchester foi presidente e tesoureiro da empresa, e seu filho William seu secretário, de 1869 a 1871. Em 1871
William se tornou vice-presidente e Thomas Gray Benne , genro de Oliver, secretário. Em 1880 Oliver se aposenta e se
retira da empresa, falecendo em 10 de dezembro de 1880 em sua casa, em New Haven. Há várias razões para o sucesso
que sua empreitada obteve: organização, planejamento, conhecimento e acompanhamento das fases de produção. Oliver
passava a maior parte de seu dia visitando os diversos setores produtivos da empresa, aprendendo e dando sugestões. Não
era um inventor, nem engenheiro, mas era dotado de uma força de vontade que não media esforços para melhorar seus
produtos e seus lucros; sem titubear, viajava até a Turquia, como realmente fez, isso nos idos de 1870. Sobretudo, ele
acreditava em seu produto com fé e perseverança.

Falando certa ocasião sobre suas armas, disse:

“Elas se tornaram uma necessidade, em nossas planícies e montanhas do oeste. O pioneiro, o aventureiro, o caçador e o chefe de
família acreditavam nela, e sua posse era uma paixão até mesmo para os índios!”

“Elas não são causadoras de atos violentos e de morte; para cada um fora da lei, ou um agente da lei, que porta uma Winchester,
há dezenas de homens de bem, fazendeiros, pais de família e trabalhadores que as usam para sua segurança e proteção“

Wri en by Carlos F P Neto

08/10/2013 às 17:15
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149 Respostas

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Renato, a data que se refere é a data da patente, ok? Abraços.

Carlos F P Neto

16/07/2020 at 21:05

Boa tarde tenho uma carabina Winchester 44 modelo 1892 do que no cano acima está escrito 14 de outubro de 1884
.me explica porque datas deferentes

Renato Siqueira de França

04/07/2020 at 16:16

Nosso email é armasonline@gmail.com, mas faça sua doação ao nosso site, conforme instruções na página principal.

Carlos F P Neto

29/05/2020 at 14:23

onde posso enviar fotos de uma Whinchester para que eu possa saber a idade de fabricação dela ?

José Elcides da Cunha Pires

24/05/2020 at 12:08

Eduardo, leia por favor a nossa política de identificações. Grato.

Carlos F P Neto

14/11/2019 at 17:45

Estou querendo informações sobre um rifle Winchester,nele só consta um número 977287 o nome Winchester com a
fabricação USA, deve ser ano 189 e poucos.No aguardo,obrigado.

Eduardo Alves de Castro

28/09/2019 at 22:19

Rodrigo, você necessitaria basicamente de prensa de recarga e “dies” para o cartucho 38-40, esses encontrados somente
no exterior.

Carlos F P Neto

23/07/2019 at 21:40

Boa tarde, obrigado pelo retorno, li em alguns artigos que tem como transformar o cartucho de 44-40 wcf para o 38-40
wcf , sabem informar se é verdade e como fazer?

Rodrigo Carvalho /
21/07/2019 at 17:10

Boa noite, a minha eu fiz toda a manutenção olhando os vídeos no YouTube, tem cariosa vídeos explicando toda a
manutenção delas é como desmontar toda a arma.
Infelizmente todo são em inglês, não lembro de ter visto algum em português.
Mas é muito simples a desmontagem e montagem.

Clayton

12/07/2019 at 21:12

Rodrigo, munição .38-40 WCF foi outrora produzida pela CBC, mas desde a década de 70 saiu de produção. Hoje em
dia, muito difícil de conseguir, mas com dispositivos de recarga e dies pode-se transformar os cartuchos .44-40 sem
muito problema.

Carlos F P Neto

12/07/2019 at 21:09

Rodrigo, infelizmente não temos, mas deve achar com facilidade no Youtube.

Carlos F P Neto

12/07/2019 at 21:08

Bom dia. Tem algum PDF ou vídeo sobre a desmontagem para limpeza e manutenção destas carabina, se puder ne
envie por email rodrigocristiano.40@gmail.com

Rodrigo Carvalho

15/06/2019 at 7:11

Bom dia, excelente artigo, exclareceu muitas dúvidas que tinha. Meu falecido avô tinha 3 carabinas todas winchester,
duas 44-40 ficaram com meus tios e uma ficou jogada na razenda até eu buscar, a marcação da arma quanto ao
calibre estava ilegível e achei ser do mesmo calibre, mas ao introduzir a munição 44-40 na Câmara a mesma não entra
toda, então será 38-40 certo? Existe munição compatível no Brasil para esta arma?

Rodrigo Carvalho

15/06/2019 at 7:05

Olá, veja como fazer isso lendo nossas diretrizes de avaliações, no menu do site.

Carlos F P Neto

03/03/2019 at 18:15

Boa tarde!! Tenha uma!! Gostaria de saber se é rara!! 1860

Kenny Aardoon

28/02/2019 at 19:04

Prezado amigo, envie fotos pelo e-mail armasonline@gmail.com, e faça por favor sua doação pelo link no site.
Responderemos com prazer.
/
Carlos F P Neto

22/01/2019 at 14:28

Possuo uma arma que suponho ser Winchester, mas que não tem gravada a marca. Será do calibre 50, com o cano
sextavado. O nº de série é 12980 JMPS e tem gravado a traz do gatilho, encoberto pela alavanca, PAT. OCT. 14 . 1884
JAN. 20 1885
E em cima, atras do cão: MOD.1886
Podem fazer o favor de me indicar exactamente que arma é, o ano de fabrico, marca, calibre, etc.
Obrigado

Carlos Manuel da Silva Monteiro

22/01/2019 at 14:01

Clayton, é de 1904 a produção de sua Marlin. Abraços.

Carlos F P Neto

06/01/2019 at 21:14

Clayton, envie para armasonline@gmail.com.

Carlos F P Neto

04/01/2019 at 22:28

Acho que a numeração do meu Marlin 1894 é 295862


Pq a numeração não é assim tão perfeita, será que da pra saber a idade dele?
Manda o email que mando as fotos.

Clayton

25/12/2018 at 17:46

Só com fotos e número de série.

Carlos F P Neto

25/12/2018 at 16:57

Vcs podem identificar q ano pertence um modelo de winchester rifle pelas imagens? Ou aproximar a informação? ??

fabiano c. mota

25/12/2018 at 13:47

José, não sabemos de que arma se trata. Ao que tudo indica pode ser apenas marcação para referência de posição, não
significando nada referente à distância, por exemplo.

Carlos F P Neto

24/10/2018 at 21:20

Na mira ajustável tem uma marcação de 0 à 20, o que isso representa em distância?
/
José Herminio

24/10/2018 at 16:58

Gilberto, se estiver falando do calibre .44-40 Winchester, em cano de carabina, o alcance útil, com precisão aceitável, é
de cerca de 200 a 300 metros.

Carlos F P Neto

20/09/2018 at 18:04

Boa tarde. Qual o alcance de utilização da .44 ? Alguém sabe informar? Grato.

gilberto.

20/09/2018 at 17:29

João Victor, pode enviar suas fotos para armasonline@gmail.com. Grato.

Carlos F P Neto

18/08/2018 at 14:45

Boa tarde! Primeiramente parabens pelo documento, muito proveitoso e explicativo. Possuo uma carabina muito
antiga e com um mau conservamento. Fazendo a limpeza, pude perceber que o modelo é winchester trademark…, não
consigo ver o restante das informações. Comparando com uma ilustração colocada no texto acima, pude perceber que
é do modelo 1892. A dúvida que tenho é se existe esse modelo no calibre .357? Pergunto pq eu já utilizei munição de .38
e de .357 nela e o trabalho de manobra ocorre muito melhor com munição de .357 Magnum. Ressaltando que está
arma já não é mais totalmente original. Qual o endereço que posso mandar uma foto para vc me auxiliar nesta dúvida?
Muito obrigado

João Victor

18/08/2018 at 13:03

Olá Douglas, a sua carabina não é 44, e sim 38, conforme consta na inscrição. A munição 38 Winchester é rara por
aqui, difícil de encontrar. Munição 38 SPL de revólver, não serve.

Abraço

Carlos F P Neto

06/07/2018 at 9:46

Olá Douglas, a sua carabina não é 44, e sim 38, conforme consta na inscrição. A munição 38 Winchester é rara por
aqui, difícil de encontrar. Munição 38 SPL de revólver, não serve.

Abraço

Carlos F P Neto

06/07/2018 at 9:45

/
Bom dia amigo…
Muito bom seu artigo.
Acabei de ganhar uma mod.92 winchester 88WCF, pois bem adquiri munição CBC. 44 W mas não serve não entra
toda na câmera sobra cerca de 6mm pra fora sabe m dizer oque está errado.
Obg

Douglas

06/07/2018 at 2:28

Bom dia amigo…


Muito bom seu artigo.
Acabei de ganhar uma mod.92 winchester 88WCF, pois bem adquiri munição CBC. 44 W mas não serve não entra
toda na câmera sobra cerca de 6mm pra fora sabe m dizer oque está errado.
Obg

Douglas

06/07/2018 at 2:28

Prezada Malu, para isso, as instruções e normas estão no menu, Avaliações e Identificações. Abraços.

Carlos F P Neto

18/06/2018 at 22:38

Olá…tenho uma winchester papo amarelo wct/ 44 em perfeito estado. Você sabe valores.tenho interesse em negociar.
Obrigada.

Malu

13/06/2018 at 12:26

Primeiramente te parabenizar pelo brilhante artigo, realmente prende a leitura do início ao fim, fui criado na fazenda,
atirando de Winchester Ferrolho, tanto atirava com munição .44-40 como com cartuchos calibre 36 que eu mesmo
carregava (por conta dos valores) sempre foi usado para defesa patrimonial, mas infelizmente por volta do ano 2000 a
casa foi arrombada e esse rifle foi roubado, acabou que meu avô comprou um outro, era um 1894 cano octogonal (que
sempre conheci como papo amarelo), mas esse só “pegava” cartucho .44-40, armas muito boas, mas de munição
complicada de comprar, (acredito que em 2008) essa arma foi vendida a um amigo que e coronel do exército
aposentado, ontem tive a grande felicidade de ganhar um Marlin Model 94, cano octogonal, não conheço muito da
arma é muito menos da história do fabricante, gostaria de ter mais informações, se fosse possível
Parabéns pelo artigo e pelo site, muito bom de verdade!

Clayton

31/03/2018 at 20:19

Rafael, por favor leia antes a nossa política de avaliações e identificações. Obrigado.

Carlos F P Neto

25/09/2017 at 13:03

Ola tenho uma carabina 44 mas não sei o modelo maraca ou ano de fabricação, gostaria de lhe enviar uma foto para
saber se você a conhece /
Rafael meggiato da silva

18/09/2017 at 0:54

Somente a 32-20W, amigo. Grato pelo contato.

Carlos F P Neto

14/07/2017 at 11:01

A Winchester modelo 1892, calibre 32-20, qual munição é compatível?

Luciano Ribeiro

14/07/2017 at 9:34

Danilo, a munição correta é a .44-40WCF, ainda em produção aqui no Brasil.

Carlos F P Neto

08/05/2017 at 16:55

A Winchester modelo 1892, calibre 44, qual munição é compatível?

Danilo

04/05/2017 at 22:12

Vinicius, são 50 cartuchos/ano.

Carlos F P Neto

27/04/2017 at 14:21

Estou em trâmite para aquisição através do SINARM PF de um rifle 38, gostaria de saber a quantidade de munições
que posso adquirir.

Vinícios Gama Andrade

26/04/2017 at 22:02

Renato, cerca de 200 metros.

Carlos F P Neto

01/04/2017 at 22:04

Qual o alcance util da Carabina de 1892, winchester?

Renato

31/03/2017 at 21:38

Opus Bonum!

Soares Sousa
/
08/09/2016 at 1:44

Marcus, importação legal de munição é muito, mas muito complicado quando feita por pessoa física. Não vale a pena.

Carlos F P Neto

11/07/2016 at 13:11

Obrigado pelas informações CHARLES SOSA e Carlos F P Neto, coincidentemente estive no paraguai mas não
consegui encontrar a munição 38.40, no entanto consegui encontrá-la em um site dos Estados Unidos, alguém sobre
me informar dos tramites para importação de munição?

Marcus Vinityus Ferreira Martins

11/07/2016 at 10:17

Obrigado, Charles, grande abraço.

Carlos F P Neto

06/07/2016 at 16:16

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