Você está na página 1de 16

Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

PROBLEMAS 
 
Problema  1.  ​(Portal  da  OBMEP)  ​Quais  são  os  possíveis  restos  de  um  número  quadrado 
perfeito na divisão por 4? 
 
600
Problema 2.​ Encontre o resto da divisão de 4 por 5. 
  
1000
Problema 3. ​Encontre o resto da divisão de 2 por 3. 
 
100
Problema 4.​ Encontre o último algarismo de 123456789 . 
 
Problema 5. ​Calcule o resto da divisão por 9 do número √1111111111 − 22222 . 
 
777
Problema 6. ​(FOMIN)​ Qual é o último algarismo de​ 777 ? 
 
99 99 99 99 99
Problema 7.​ ​(POTI) ​Prove que​ 1 + 2 + 3 + 4 + 5 é divisível por 5. 
 
5555
​ rove que 2222
Problema 8.​ ​(FOMIN) P + 55552222 é divisível por 7. 
  
​ rove que n3 − n ​é divisível por 24 para qualquer número ímpar n. 
Problema 9. ​(FOMIN) P
 
Problema 10.​ ​(PLÍNIO) ​Prove que n5 − n ​é divisível por 30 para todo inteiro n. 
 
2 2 2
Problema  11.  ​(Portal  da  OBMEP)  Dados  3  números  naturais  x,y  e  z  tais  que  x + y = z , 
mostre que x e y não podem ser ímpares ao mesmo tempo. 
 
2
Problema  12.  ​(FOMIN)  Dados  dois  números  naturais  a  e  b  tais  que  a2 + b   é  divisível  por 
21, prove que a mesma soma de quadrados também é divisível por 441. 
 
Problema  13.  ​(FOMIN)  Dados  três números naturais a,b e c tais que  a + b + c  é divisível por 
6, prove que a3 + b3 + c3 também é divisível por 6. 
 
n n n n
Problema  14.  ​(POTI)  Mostre  que  o  número  1 + 8 − 3 − 6   é  múltiplo  de  10  para  todo 
natural n. 
 
Problema  15.  ​(PLÍNIO)  O  número  k = 11111...111   formado  por  300  algarismos  1  pode  ser 
um quadrado perfeito? Explique o porquê. 
 
n
Problema 16. ​(PLÍNIO)​ Seja n natural. Mostre que 2 + 1 nunca pode ser um cubo. 
 

2
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

4 4
Problema  17. ​Prove que se n e m são inteiros ímpares, então  n + m − 2  é sempre divisível 
por 8. 
 
Problema  18.  ​(OBM  -  1999)  O  número  N  =  11111...11  possui  1999 dígitos, todos iguais a 1. 
O resto da divisão de N por 7 é quanto? 
 
Problema  19.  ​(IME  -  2016)  Sabendo-se  que  m  e  n  são  inteiros  positivos  tais  que 
3m + 14400 = n2 determine valor de m e n. 
 
Problema  20.  ​(IME  -  2000)  Considere  quatro  números inteiros a,b,c e d. Prove que o produto 
(a − b) . (c − a) . (d − a) . (d − c) . (d − b) . (c − b) é divisível por 12. 
 
2
Problema 21. ​Mostre que se a for ímpar, então a − 1 é divisível por 8. 
 
5
Problema  22.  ​(IME  -  2001)  Prove  que  para  qualquer  número  inteiro  k,  os  números  k e  k
terminam sempre com o mesmo algarismo das unidades. 
 
Problema  23.  ​(OBMEP  -  2017)  Somando  1  a  um  certo  número natural, obtemos um múltiplo 
de  11.  Subtraindo  1  desse  mesmo  número,  obtemos  um  múltiplo  de  8.  Qual  é  o  resto  da 
divisão do quadrado desse número por 88? 
 
5n−12
Problema  24.  ​(OBMEP  -  2016)  Quantos  são  os  números  naturais  n  tais  que  n−8   ​é 
também um número natural? 
 
Problema  25.  ​(POTI)  Prove  que,  para  todo  inteiro positivo n o número  n5 − 5n3 + 4n  é divisível 
por 120. 
 

 
   

3
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

DICAS 
 
1. Note que um número que é dividido por 4 só pode deixar os restos 0,1,2 e 3. 
2. Observe os restos das potências de 4 por 5 e veja que existe um padrão. 
2
3. Veja  que  2 = 4 .  Sabendo  que  4  deixa  resto  1  por  3,  tente  transformar  a  potência 
2
maior em várias potências menores de 2 . 
4. Para  descobrir  o  último  algarismo,  basta  saber  o  resto  da  divisão  daquele  número por 
10. 
5. Comece fazendo o seguinte:  
√1111111111 − 22222 = √1111100000 + 11111 − 22222 =  
Isole o máximo possível o fator 11111 e desenvolva até eliminar a raiz. 
6. Ache  a  primeira  potência  de  7  que  deixa  resto  1  ao  dividir  por  10  e  use  isso  para 
expandir para o expoente 777. 
7. Calcule  o  resto  de  cada  uma  daquelas  potências  por  5 e some tudo. Se o resto desse 
valor for 0, então está provado. 
8. Você  terá  que  calcular  o  resto  da  divisão  desse  número  inteiro  por  7  e  provar  que  é 
zero.  Comece  calculando  o  resto  de  2222  e  5555  por  7  e  substitua  na  base  (pelo 
teorema  dos  restos).  Depois  procure  potências menores que deixam resto 1 na divisão 
por 7. 
9. Fatore  essa  expressão  e  mostre  que  ela  é  divisível  por  3  e  por  8,  sendo  assim, 
portanto, divisível por 24, já que 3x8=24. 
10. Fatore  essa  expressão  usando  o  produto  notável  de  diferença  de  quadrados e mostre 
que, dentre aqueles fatores, existe um fator 2, 3 ou 5. 
11. Use o fato de que todo quadrado deixa resto 1 ou 0 ao dividir por 4. 
12. O  primeiro  passo é mostrar que a e b também são divisíveis por 21. Prove primeiro que 
são  divisíveis  por  3  e  depois  por  7. Para isso, liste os possíveis restos de um quadrado 
perfeito por 3 e por 7. 
13. Comece  provando que o resto de um número por 6 não se altera quando ele é elevado 
ao cubo. 
14. Prove que é divisível por 2 e por 5, logo, será divisível por 10. 
15. Mostre  que  esse  número  não  deixa  resto  0  ou  1  ao  dividir  por  4,  logo,  não  pode  ser 
quadrado perfeito. 
16. Suponha  que  é  verdade  e  que  esse  número  é  igual  a  um  cubo  qualquer.  Continue 
desenvolvendo e fatorando quando encontrar uma diferença de cubos. 
17. Mostre que se n é ímpar, então n4 sempre deixará resto 1 ao dividir por 8.  
18. Analise a sequência de restos possíveis dos números 1,11,111,1111,... 
19. Note  que  14400 = 120x120 .  Aproveite  isso  para  desenvolver  a  equação e mostrar uma 
diferença de quadrados. 
20. Mostre  que  ali existe um fator 3 e um fator 4 usando o fato de que um número só deixa 
resto 0,1 ou 2 ao dividir por 3 e só deixa resto 0,1,2 ou 3 ao dividir por 4. 
21. Substitua a por 2k+1 e prove que a2 sempre vai deixar resto 1 na divisão por 8. 

4
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

5
22. Mostre  que  a  diferença  entre  k − k   sempre  vai  deixar  resto  0  se  eles  realmente 
tiverem o mesmo resto na divisão por 10. 
23. Monte duas equações usando as informações do enunciado e multiplique as duas. 
24. Observe que 5(n − 8) = 5n − 40 . Use isso para tentar simplificar aquela fração. 
25. Fatore  aquela  expressão  até  que  apareçam  5  números  consecutivos.  Depois,  mostre 
que é divisível por 3,5 e 8, ou seja, que é divisível por 3x5x8=120 
   

5
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

SOLUÇÕES 
 
1. Seja  n  um  inteiro  qualquer.  Os  possíveis  restos  na  divisão  de  n  por  4  são:  0,1,2  ou  3. 
Assim, os possíveis restos do quadrado de n, ou seja, n2 ​por 4 são: 
02 = 0 ⇒ resto 0 na divisão por 4 
12 = 1 ⇒ resto 1 na divisão por 4 
22 = 4 ⇒ resto 0 na divisão por 4 
32 = 9 ⇒ resto 1 na divisão por 4 
 
Logo,  um  número  quadrado  perfeito  só  deixa  resto  0  ou  1  na divisão por 
4. 
 
2. Vamos analisar os restos na divisão por 5 das potência de 4: 
41 = 4 deixa resto 4 
42 = 16 deixa resto 1 
43 = 64 deixa resto 4 
44 = 256 deixa resto 1 
45 = 1024 deixa resto 4 
Note  que quando o expoente é ímpar, o resto é 4 e quando o expoente é par, o resto é 
600
1. Assim, 4 deixará resto 1. 
Obs:  existe  uma  outra  solução  ainda  mais  elegante  que  vamos  deixar  pra  você 
descobrir. 
 
2 1000
3. Observe  que  2 = 4   que  deixa resto 1 na divisão por 3. Logo, vamos transformar  2  
em uma potência de 4. 

 
Agora, observe que podemos substituir o 4 por 1 para saber o resto (pelo Teorema dos 
Restos). Desse modo: 

 
Assim, a resposta é 1. 
 
4. Saber  qual  é  o  último  algarismo é o mesmo que descobrir qual é o resto na divisão por 
10. Nesse caso, só precisamos olhar para o último algarismo (porque o resto na divisão 
por  10  é  exatamente  igual  ao  último  algarismo).  Observe  que  9x9=81,  que  deixa resto 
1  na  divisão  por  10.  Então,  vamos  transformar  aquela  grande  potência  em  outra  de 
base 81 da seguinte forma: 

6
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

 
Assim, o algarismo que estamos procurando é 1. 
 
5. Vamos simplificar essa expressão primeiro: 
√1111111111 − 22222 = √1111100000 + 11111 − 22222 =  
= √1111100000 − 11111 = √11111 × 100000 − 11111  
 
Colocando o fator 11111 em evidência: 

√11111(100000 − 1) = √11111(99999) = √11111 × 99999 = √11111 × 11111 × 9  


= √11111 × 11111 × 3 × 3 = √111112 × 32 = 11111 × 3 = 33333  
 
Assim, o resto da divisão de 33333 por 9 é 6. 
 
6. Como  queremos  saber  qual  é  o  último  algarismo,  basta  saber  o  resto  pela divisão por 
10.  O  número  777  deixa  resto  7  na  divisão  por  10,  então  só  precisamos  olhar  para  a 

potência  .  Temos  2  formas  de  chegar  na  solução.  A  primeira  é  escrever  uma 
sequência  das  primeiras  potências  de  7  e  calcular  o  resto  de  cada  uma.  Você 
perceberá que existe uma sequência de restos que se repete. 
A  outra  forma  de fazer, é tentar achar alguma potência que deixe resto 1 por 10 e fazer 
o mesmo que fizemos nos problemas 2 e 3. Seguindo essa ideia, temos que: 

 
 
 
 
Pronto,  descobrimos  qual  potência  deixa  resto  1.  Agora  vamos  pegar    e 

descobrir  quantas  potências  de    existem  dentro  dela.  Basta  dividir  777  por  4  e 
vamos descobrir que o resultado é 194 e temos o resto 1. Logo: 
 

 
Logo, o número deixa resto 7 na divisão por 10. 
 
7. Para  provar que é divisível por 5, precisamos calcular o resto de cada potência daquela 
e  somar  todos  os  restos.  Se  o  resultado  deixar  resto  0  na  divisão  por  5,  então 
provamos que realmente é divisível por 5. 
 
 

7
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

199 = 1 ⇒ resto 1 na divisão por 5 


24
299 ⇒ sabemos que 24 = 16 ⇒ Logo, 299 = 16 × 23 ⇒ 16  deixa  resto  1  por  5, 
24 3 24 3
então podemos substituir: 16 × 2 ⇒ 1 × 2 ⇒ 1 × 8 = 8 , ou seja, resto 3. 
 
24
399 ⇒ sabemos que 34 = 81 ⇒ Logo, 399 = 81 × 33 ⇒ 81  deixa  resto  1  por  5, 
24 3 24 3
então  podemos  substituir:  81 × 3 ⇒ 1 × 3 ⇒ 1 × 27 = 27 ,  ou  seja,  resto 
2. 
 
49
499 ⇒ sabemos que 42 = 16 ⇒ Logo, 499 = 16 × 41 ⇒ 16  deixa  resto  1  por  5, 
49 1 24 1
então podemos substituir: 16 × 4 ⇒ 1 × 4 ⇒ 1 × 4 = 4 , ou seja, resto 4. 
 
599 ⇒ como 5 deixa resto 0, temos 099 , ou seja, deixa resto 0 por 5 
 
Somando  os  restos,  temos:  1  +  3  +  2  +  4  +  0  =  10,  ou  seja,  resto  0 na divisão por 5, 
como queríamos demonstrar (c.q.d).  
 
8. Provar  que  é  divisível  é  o  mesmo  que  provar  que  o  resto  na  divisão  por  7  é  0.  É  isso 
que  vamos  fazer  agora.  O  primeiro passo é calcular o resto de 2222 e 5555 por 7, que 
são 3 e 4, respectivamente. Então, em relação aos restos, temos o seguinte: 

 
 
Vamos  encontrar  o  resto  de  cada  potência  separadamente  e  depois  somar.  Se  tudo 
der  certo,  o  resultado  será  zero.  Para  isso,  vamos  procurar  uma  potência de 3 e outra 
de 4 que deixe resto 1 na divisão por 7. Após alguns testes, você percebe que elas são 
as seguintes: 

 
O  próximo  passo  é  repetir  o  procedimento  do  problema  6.  Vamos  separar  aquelas 
potências  gigantes  em  potências  menores  para  usar  esse  resto  1  que  encontramos. 
Assim,  observe  que  ao  dividir  5555  por  6  temos  o  resultado  de  925  e  resto  5.  E  ao 
dividir 2222 por 3 temos o resultado 740 e resto 2. Logo: 
 

 
O resto de 243 por 7 é 5, então o resto de por 7 é 5. 
Continuando: 

E o resto de 16 por 7 é 2. Então o resto de por 7 é 2 também. 

8
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

 
Portanto,  o  resto  que  estamos  procurando  é  5  +  2  =  7,  ou  seja,  resto  0,  como 
queríamos demonstrar (c.q.d.). 
 
9. Para  ser  divisível  por  24,  o  número  precisa  ser  divisível  por  3  e  por  8.  Vamos  primeiro 
provar que é divisível por 3 e depois provar que é divisível por 8. Note que: 
n3 − n = n(n2 − 1)  
 
Observe  agora  que  você  tem  uma  diferença  de  quadrados  da  forma 
2 2 2
a2 − b2 = (a + b)(a − b) . Assim, temos que n − 1 = n − 1 = (n + 1)(n − 1)  
 
Substituindo: 
n(n2 − 1) = n(n + 1)(n − 1) = (n − 1).n.(n + 1)  
 
Temos  3  números  em  sequência  (n-1),  n  e  (n+1).  Sabemos  que  a  cada  3 
números  consecutivos,  pelo  menos 1 deles é divisível por 3 (exemplos: 5,6,7 ou 
13,14,15 ou 24,25,26). Logo, provamos que n3 − n é divisível por 3. 
 
Agora  vamos  provar  que  é  divisível  por  8.  Pra  isso,  temos  que  mostrar  que 
existem  3  fatores  2  multiplicando  naquela  expressão  (2x2x2=8).  Já  que  n  é 
ímpar,  então  (n-1)  e  (n+1)  são  pares.  Cada  um  deles já tem no mínimo um fator 
2.  Mas  observe  que  (n-1)  e  (n+1)  são  pares  consecutivos  e  sabemos  que  a 
cada  dois  pares  consecutivos,  pelo  menos  1  deles  é  divisível  por  4.  Logo, 
temos  um  fator  2  e  um  fator  4  no  mínimo.  Portanto,  temos  2x4=8, 
demonstrando assim que n3 − n também é divisível por 8. 
 
Se n3 − n é divisível por 3 e por 8, concluímos que também é divisível por 24. 
 
10. Vamos  fatorar  n5 − n   da  mesma  forma  que  vimos  na  solução  do  problema  9 
usando a diferença de quadrados: 
 
n5 − n = n(n4 − 1) = n(n2 + 1)(n2 − 1) = n(n2 + 1)(n + 1)(n − 1)  
 
Vamos  demonstrar  que  esse  número  é  divisível  por  2,3  e  5.  Dessa  forma,  ele 
também será divisível por 2x3x5=30. 
 
Observe  que  temos  os  3  números  consecutivos  (n-1),  n,  (n+1).  Então,  pelo 
menos 1 deles é divisível por 2 e pelo menos 1 é divisível por 3. 
Agora,  falta  mostrar  que  é  divisível  por  5.  Veja  que  n  pode  deixar  resto  0,1,2,3 
ou 4 na divisão por 5. Vamos ver cada caso. 

9
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

 
Caso resto 0: nesse caso, o próprio n é divisível por 5. 
Caso resto 1: (n-1) será divisível por 5 
2 2
Caso resto 2: n + 1 = 2 + 1 = 5 . Logo, é divisível por 5. 
2 2
Caso resto 3: n + 1 = 3 + 1 = 10 . Logo, é divisível por 5. 
Caso resto 4: (n+1) será divisível por 5 
 
Portanto,  em  qualquer  caso  aquele  número  será  divisível  por  5.  Como  ele  é 
divisível por 2,3 e 5, concluímos que também é divisível por 2x3x5=30. 
 
11. Para  resolver  esse  problema,  vamos  usar  a  informação do problema 1: todo quadrado 
perfeito  deixa  apenas  resto  0  ou  1  na  divisão  por  4.  O  problema  afirma  que  x  e  y  são 
ímpares  ao  mesmo  tempo.  Logo,  x2   e  y 2   só  podem  ter  resto  1  (se  eles  tiverem 
resto 0, significa que são divisíveis por 4, ou seja, não são ímpares). 
 
Se  isso  for  verdade,  significa  que  x2 + y 2   deixam  resto  1+1=2  na divisão por 4. 
Mas  sabemos  que  x2 + y 2 = z 2 ,  ou  seja,  z 2   também  deixa  resto  2  na  divisão 
por  4.  Mas  isso  é  um  absurdo,  pois  z 2   não  pode  deixar  resto  2,  já  que  todo 
quadrado perfeito deixa apenas resto 0 ou 1 na divisão por 4. 
 
Logo, demonstramos que x e y não podem ser ímpares ao mesmo tempo. 
 
2
12. Primeiro  vamos  mostrar  que  a2 + b  é divisível por 21 somente se  a  e  b  também 
forem  divisíveis  por  21.  Vamos  provar  que  ambos  são  divisíveis  por  3  e  por  7. 
Se  analisarmos  os  possíveis  restos  de  um quadrado perfeito por 3 e 7, teremos 
que: 
Restos de um quadrado perfeito ao dividir por 3: 0 ou 1 
Restos de um quadrado perfeito ao dividir por 7: 0 ou 1 ou 4 ou 2 
 
Note  que  a  ÚNICA  possibilidade  para  que  a  soma  de  de  dois  quadrados 
perfeitos  resulte  em resto zero é 0+0. Isso acontece pra o caso da divisão por 3 
e por 7. Logo, concluímos que a e b também são divisíveis por 21. 
 
Desse  modo, podemos escrever  a  como um número da forma  21k  e podemos 
escrever b como um número da forma 21q . Substituindo: 
 
a2 + b2 = (21k)2 + (21q)2 = 441k 2 + 441q 2 = 441(k 2 + q 2 )   
 
Provando, assim, que a2 + b2 é divisível por 441. 
 

10
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

13. Vamos  provar  que  ao  elevar  um  número  ao  cubo,  o  seu  resto  não  se altera na divisão 
por  6.  Os  possíveis  restos  de  um  número  inteiro  n   qualquer  ao  dividir  por  6  são: 
0,1,2,3,4 ou 5. Vamos calcular para cada caso: 
 
Resto de n é 0 → n3 deixará resto 03 = 0 (resto 0)  
3
Resto de n é 1 → n3 deixará resto 1 = 1 (resto 1)  
3
Resto de n é 2 → n3 deixará resto 2 = 8 (resto 2)  
3
Resto de n é 3 → n3 deixará resto 3 = 27 (resto 3)  
3
Resto de n é 4 → n3 deixará resto 4 = 64 (resto 4)  
3
Resto de n é 5 → n3 deixará resto 5 = 125 (resto 5)  
 
Perceba  que  o  resto  não  se  alterou  em  NENHUM  caso.  Logo,  se  a + b + c   é 
divisível por 6, então a3 + b3 + c3 vai continuar sendo divisível por 6. 
 
14. Vamos calcular o resto para cada uma daquelas potências ao dividir por 10. 
1n + 8n − 3n − 6n  
 
Vamos provar que é divisível por 2 e depois por 5. Logo, também será divisível por 10. 
 
Demonstrando que é divisível por 2:  
1 deixa resto 1 ao dividir por 2 
8 deixa resto 0 ao dividir por 2 
3 deixa resto 1 ao dividir por 2 
6 deixa resto 0 ao dividir por 2 
Substituindo, temos: 
1n + 8n − 3n − 6n ⇒ 1n + 0n − 1n − 0n = 1 − 1 = 0 . É divisível por 2. 
 
Demonstrando que é divisível por 5:  
1 deixa resto 1 ao dividir por 5 
8 deixa resto 3 ao dividir por 5 
3 deixa resto 3 ao dividir por 5 
6 deixa resto 1 ao dividir por 5 
Substituindo, temos: 
1n + 8n − 3n − 6n ⇒ 1n + 3n − 3n − 1n = 1 − 1 = 0 . É divisível por 5. 
 
Portanto,  sempre  deixará  resto  0  ao  dividir  por  10,  como  queríamos  demonstrar 
(c.q.d.). 
 
15. Pela  solução  do  problema  1,  sabemos  que  para  ser  quadrado  perfeito,  um  número 
precisa  deixar resto 0 ou 1 ao dividir por 4. Vamos então calcular o resto desse número 
ao dividir por 4. Note que: 
 

11
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

11111...111 = 11111...100 + 11 = 11111...1 × 100 + 11  


 
Como  100  é  divisível  por  4,  temos  que  11111...1 × 100   deia  resto  0. Logo, temos que 
descobrir o resto de 0 + 11 = 11  →  resto = 3, ou seja, nunca poderá ser um quadrado 
perfeito, c.q.d. 
 
16. Vamos supor que pode ser igual a um cubo qualquer: 
2n + 1 = a3 => ​daqui concluímos que a é ímpar, já que 2n + 1 é ímpar. 
2n = a3 − 1  
 
Utilizando o seguinte produto notável: ​x3​​ - y​3​ = (x - y) (x​2​ + xy + y​2​), ​temos que: 
2n = a3 − 1 = (a − 1)(a2 + a + 1)  
 
Como a é ímpar, temos que a2 é impar.  
2
Logo, a + a + 1 é o mesmo que ímpar + ímpar + ímpar = ímpar. 
 
n
Mas  como  2 tem  todos  os  seus  fatores  sendo  um  número  par,  é  impossível 
2
que a + a + 1 seja ímpar. 
 
n
Logo, 2 + 1 não pode ser um cubo. 
 
17. Vamos  mostrar  que se n é ímpar, então  n4  sempre deixará resto 1 ao dividir 
por 8. O mesmo acontecerá para m4 . 
 
Já  que  n   é  ímpar,  podemos  dizer que ele é um número par somado mais 1, ou 
seja,  podemos  escrever  n = 2k + 1   para  algum  inteiro  k  qualquer.  Elevando  os 
dois lados ao quadrado: 
 
n2 = (2k + 1) 2  
n2 = (2k + 1) (2k + 1) = 4k 2 + 4k + 1  
 
Colocando 4k em evidência: 
n2 = 4k(k + 1) + 1  
 
Observe  que  k(k+1)  são  dois  números  consecutivos  multiplicando,  logo,  um 
deles  é  par.  Um  número  par  é divisível por 2. Todo número par multiplicado por 
4  sempre resulta em um múltiplo de 8, já que 2x4=8. Assim,  4k(k + 1)  é divisível 
por  8.  Então,  4k(k + 1) + 1   deixa  resto  1  ao  dividir  por  8.  Desse  modo,  temos 
que n2 sempre deixa resto 1 ao dividir por 8. 

12
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

 
2 4
Note  que  n2 . n = n .  Se  n2 deixa  resto  1,  então  n4 deixará  resto  1x1=1  para 
qualquer  n.  O  mesmo acontece para  m4 . Logo, vamos substituir os valores dos 
restos na nossa expressão inicial: 
 
n4 + m4 − 2 ⇒ 1 + 1 − 2 = 0  
 
O resto ao dividir por 8, portanto, será sempre 0, c.q.d. 
 
18. Vamos  analisar  os  restos  para  números  menores  ao  dividir  por  7  e  perceber  a 
sequência dos restos 
1: resto = 1 
11: resto = 4 
111: resto = 6 
1111: resto = 5 
11111: resto = 2 
111111: resto = 0 
1111111: resto = 1 
 
O  ciclo  começa  no  1  e  termina  no  111111.  Isso  significa  que  o  ciclo  tem  6  números. 
Portanto,  precisamos  dividir  1999  por  6,  resultando  em  333  e  tendo  resto  =  1.  Logo, 
depois  de  333  ciclos  de  6  números,  teremos  o  resto  do  primeiro  número  do  ciclo 
seguinte, ou seja, resto = 1. 
 
19. Vamos desenvolver aquela equação: 
3m + 14400 = n2 ⇒ 3m + 1202 = n2 ⇒ 3m = n2 − 1202  
⇒ 3m = (n + 120)(n − 120)  
 
Note  que  n+120  e  n-120  são  ambos  potências  de  3.  A  menor  potência  de  3 
5
que  pode  se  igualar  a  n+120  é  3 = 243   (isso  acontece  porque  a  próxima 
4
potência de 3 menor que 243 é 3 = 81 ). 
 
Se n+120=243, então ​n = 123​. Logo, n-120=3. Substituindo: 
 
3m = (n + 120)(n − 120) = 243 × 3 = 729 = 36 . Logo, ​m=6​. 
 
Desse modo, chegamos em n=123 e m=6 
Obs:  perceba  que  não  existe  outra  potência  maior  que  se  encaixaria  para 
n+120  e  n-120,  porque  a  diferença  entre  esses  dois  números  é  240  e  quanto 
maiores  forem os valores para aquela potência de 3, maior fica a diferença entre 
uma e outra (bem maior que 240). 

13
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

 
20. Observe bem o produto (a − b) . (c − a) . (d − a) . (d − c) . (d − b) . (c − b)   
Veja  que  cada  letra  está  presente  em  3  fatores  e  participa  de  uma  subtração 
exatamente uma vez com cada uma das outras letras. 
 
Nosso  objetivo  será  provar  que  ali  dentro  tem  um  fator  3  e  um  fator  4.  Desse  modo, 
teremos o fator 3x4=12. 
 
Vamos  lembrar  também  que  um  número  deixa  apenas  restos 0,1 ou 2 ao dividir por 3. 
Assim,  como  cada  um  dos  números  a,b,c e d deixam um desses restos na divisão por 
3,  pelo  menos  2  deles  vão  deixar  o  mesmo  resto  (podendo ser os dois deixando resto 
0  ou  1  ou  2).  Ao  subtrair  dois  números  que  deixam  o  mesmo  resto,  teremos  o  resto 
resultante  igual  a  0  (exemplo:  resto  2  -  resto  2  =  resto  0).  Logo,  obrigatoriamente, 
teremos  uma  daquelas  diferenças  deixando  resto  0  na  divisão  por  3,  ou  seja, teremos 
um fator 3 presente ali. 
 
Agora  vamos  lembrar  que  eles  também  sempre  vão  deixar  resto  0,1,2  ou  3  ao  dividir 
por  4.  Se  algum  dos  números  a,b,c  ou  d  tiverem  o  mesmo  resto,  está  provado  (pelo 
mesmo  motivo  do parágrafo anterior). Então, vamos pensar no caso em que todos eles 
tem restos diferentes (0,1,2 e 3). Desses 4 números, temos 2 pares (são os que deixam 
resto  0  e  2)  e  temos  2 ímpares (são os que deixam resto 1 e 3). Perceba que, pelo que 
vemos  no  começo  da  solução,  sempre  haverá  uma  diferença  dos  dois números pares 
(resultado  em  um  fator  par)  e  sempre  haverá  uma diferença dos dois números ímpares 
(resultando  em  um  número  par  também).  Portanto,  teremos  no  mínimo  dois  fatores 
pares multiplicando, ou seja, um fator 4. 
 
Desse modo, concluímos que aquela expressão é divisível por 3x4=12, c.q.d. 
 
21. Vamos  provar  que  se  a   for  ímpar,  então  a   sempre  vai  deixar  resto  1  ao  dividir  por  8. 
Dessa forma, a2 − 1 deixará resto 0 e será divisível por 8. 
 
Já que a é ímpar, vamos escrevê-lo na forma a = 2k + 1 . Desenvolvendo: 
a2 = (2k + 1) 2 = 4k 2 + 4k + 1 = 4k(k + 1) + 1  
 
Note  agora  apenas  a  parcela  4k(k + 1) . Ela já tem o fator 4. Perceba também que ou k 
ou  k+1  sempre  será  par,  porque  são  números  consecutivos.  Logo,  temos  um  fator  2. 
Assim, esse número é divisível por 2x4 = 8, ou seja, deixa resto 0 ao dividir 
 
Assim, a2 = 4k(k + 1) + 1 deixará resto 1. 
 
Concluímos,  portanto,  que  a2 − 1 deixa  resto  0,  ou  seja,  sempre  é  divisível  por  8 se  a
for ímpar, c.q.d. 
 

14
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

 
5
22. Vamos  mostrar  que  k e  k   tem  o  mesmo  resto  ao  dividir  por  10,  já  que  esse 
resto é exatamente igual ao algarismo das unidades. 
 
5
Mas  dizer  que  k e  k tem  o  mesmo  resto  ao  dividir  por  10  é  o  mesmo  que 
5
mostrar  que  a  diferença  entre  eles  deixa  resto  0,  ou  seja,  que  k − k é  divisível 
por 10. 
 
Pela  solução  do  problema  10,  temos  que  k 5 − k é  divisível  por  2  e  por  5. Logo, 
também é divisível por 10. 
 
 
23. Seja x ​o número procurado. Pelo enunciado, temos que: 
x + 1 = 11k  
x − 1 = 8q  
 
Multiplicado a primeira equação pela segunda, temos o seguinte: 
(x + 1)(x − 1) = 11k.8q ⇒ x2 − 1 = 88kq ⇒ x2 = 88kq + 1  
 
Logo, o resto da divisão do quadrado de x por 88 é 1. 
 
5n−12
24. Vamos tentar simplificar essa fração n−8  
 
Note  que,  para  simplificar,  temos  que  tentar  fazer  aparecer  o  fator  n-8  no  numerador 
para  poder  "cortar".  Perceba  que  5(n − 8) = 5n − 40 .  Então,  podemos  pensar  em  um 
jeito  de  transformar  5n − 12   em  5n − 40 .  A  forma  mais  simples  de  fazer isso é subtrair 
e somar 28 no numerador da seguinte forma: 
 
5n−12−28+28 5(n−8)+28
n−8 = 5n−40+28
n−8 = n−8 =  
 
5(n−8) 28 28
= n−8 + n−8 = 5 + n−8  
 
Observe  que  não  alteramos  o  valor  final  da  fração, porque adicionamos e retiramos 28 
e 28-28=0. 
 
Assim,  basta  descobrirmos  quais  são  as  possibilidades  para  (n-8)  em  que  ele  é  um 
divisor  de  28,  já  que  28  dividido  por  (n-8)  tem  que  resultar  em  um  número  natural. 
Assim, as possibilidades para (n-8) são: 
 

15
Curso Hokage Pro - Teoria dos Números - Aula 1 - Hokage Leonardo Nóbrega 

1,2,4,7,14,28  ou  -1,-2,-4,-7,-14,-28  (observe  que  n-8  pode  ser  negativo  sim,  pois  o 
que  a  questão  fala  é  que  n  é  natural  e  o  resultado  daquela  conta  toda  é  natural 
também. 
 
Agora  basta  testar  todas  essas  possibilidades,  e  você  verá  que  todos  os  6  números 
positivos  tem  solução  naturais  e  apenas  o  negativo  -7  tem  solução  natural. Vamos ver 
o exemplo do 7: 
28 28 28
5 + n−8 = 5 + 1−8 = 5 + −7 = 5 − 4 = 1 
 
Portanto, tempos 6+1=7 possíveis valores para n no total. 
 
25. Vamos  provar  que  n5 − 5n3 + 4n   é  divisível  por  3,  5  e  8,  já  que  3x5x8=120.  O 
primeiro passo é fatorar de um jeito bonito: 
 
n − 5n + 4n = n(n4 − 5n2 + 4) = n(n4 − n2 − 4n2 + 4) =  
5 3

 
Nós apenas colocamos n em evidência e separamos − 5n2 =− n2 − 4n2 . 
 
O próximo passo é observar (n4 − n2 ) e colocar n2 em evidência.  
Depois, note que − 4n2 + 4 =− 4(n2 − 1) .  
Substituindo, temos: 
= n(n4 − n2 − 4n2 + 4) = n(n2 (n2 − 1) − 4(n2 − 1))  
 
Agora vamos colocar o termo (n2 − 1) em evidência: 
= n(n2 − 1)(n2 − 4))  
 
2
Veja  que agora temos duas diferenças de quadrados  (n − 1) e (n2 − 4) . Aplicando esse 
produto notável, temos: 
= n(n + 1)(n − 1)(n + 2)(n − 2) = (n − 2)(n − 1).n.(n + 1)(n + 2)  
 
Temos,  portanto,  5  números  consecutivos.  Então,  obrigatoriamente  1  deles  é  divisível 
por  3  e  por  5.  Falta  provar  que  é  divisível  por  8.  Observe  que  obrigatoriamente  temos 
um  número  divisível  por 4 e temos pelo menos 2 números pares. Logo, temos um fator 
2 e um fator 4. Portanto, é também divisível por 2x4=8. 
 
Logo, n5 − 5n3 + 4n é divisível por 3,5 e 8 e, por isso, é divisível por 3x5x8=120, c.q.d. 

16

Você também pode gostar