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1590/2238-38752016v625
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Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
joana.correa@uol.com.br
Na região que abrange o litoral sul de São Paulo e norte do Paraná 2 há muitos
músicos, grupos e núcleos comunitários que se dedicam à prática do fandan-
go. Embora a noção de fandango tenha um caráter polissêmico, correntemen-
te é definido como uma expressão popular associada à cultura “caipira” ou
“caiçara”, que reúne dança, com coreografias em pares e roda, e música exe-
cutada por violas, rabecas (ver fotos I e II) e outros instrumentos artesanais
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1.
Varanda, Felipe.
Amirton (rabeca) e Faustino Mendonça (viola)
em Vila Fátima, Ilha do Superagui,
Guaraqueçaba/PR.
Junho de 2005.
Acervo Museu Vivo do Fandango,
Associação Cultural Caburé.
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2.
Varanda, Felipe.
Instrumentos artesanais de fandango na oficina
de Martinho dos Santos, em Morretes/PR.
Junho de 2005.
Acervo Museu Vivo do Fandango,
Associação Cultural Caburé.
a construção social do fandango como expressão cultural popular
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3. Corrêa, Joana
Domingueira de fandango após
mutirão de colheita de arroz
noVaradouro, Cananeia/SP.
Janeiro de 2012.
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4. Corrêa, Joana
Apresentação de fandangueiros da Família
Pereira, de Cananeia/SP e Guaraqueçaba/PR,
com integrantes do grupo paraense
Viola Quebrada em um centro cultural na
cidade de São Paulo/SP.
Janeiro de 2012.
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Vilhena (1997) e Cavalcanti & Vilhena (2012) mostraram como eles integraram
o período de formação das ciências sociais no Brasil. Especialmente entre as
décadas de 1930 e 1960, muitos intelectuais – além de Már io de Andrade,
Edison Carneiro, Manuel Diégues Jr., Théo Brandão, Thales de Azevedo, entre
tantos outros – transitavam por terrenos compartilhados entre o folclore e
as ciências sociais, que eram então campos contíguos de diálogos.
Imbuídos de preocupações quanto aos efeitos nocivos da modernidade,
esses intelectuais buscaram coletar, registrar e fomentar as expressões po-
pulares atuando também junto à formulação de políticas culturais e em ações
de preservação e difusão.
A visada histórica sobre os estudos de folclore proposta neste artigo
nos permite trilhar os caminhos pelos quais o fandango passou a ser tratado
como um bem cultural que mobiliza esforços para a sua permanência. Con-
forme proposto por Cavalcanti (2012a) ao destacar a importância de uma an-
tropolog ia dos estudos de folclore, é preciso, contudo, compreendê-los e
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Este documento notável, bem como outros fandangos de Cananeia, são incontesta-
velmente bens nacionais. Foram colhidos de gente caipira dos sítios do arredor da
cidade, gente sem nenhum contato a não ser mesmo com outros caipiras brasileiros.
É gente que não sabe mais que geração passada teve algum estranho na ascendência
(Andrade, 1962: 100).
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clore com o campo das artes, posicionamento compartilhado por muitos dos
membros que participaram da trajetória da Comissão Paranaense de Folclore.
Ele foi também um dos primeiros nomes do folclorismo paranaense a se dedi-
car ao fandango. Descendente de uma tradicional família carioca, era irmão
mais novo do musicólogo e folclorista Luiz Heitor Corrêa de Azevedo.10 Residiu
grande parte de sua vida em Curitiba, entre 1937 e 1971, onde foi um importante
articulador cultural, especialmente interessado por música e folclore.
O autor iniciou suas pesquisas sobre o folclore paranaense em 1948,
mesmo ano em que foi criada a Comissão de Folclore do Paraná, e realizou
viagens ao litoral do estado com fins de “coleta” até 1955.11 Seu empreendi-
mento, seg undo ele sem g randes pretensões analíticas ou inter pretativas,
seria uma resposta ao alarmante chamado da Comissão Nacional de Folclore
que se dedicava então a arregimentar esforços em todo o país para a realiza-
ção de registros que salvassem “ao menos a lembrança de nossas mais caras
tradições” (Azevedo, 1973: 57).
Em 1953, Azevedo participou do II Cong resso Brasileiro de Folclore,
realizado no Paraná, ocasião em que se apresentaram grupos de pau-de-fita,
balainhas, boi-de-mamão e fandango em um festival folclórico na litorânea
Paranaguá. Ao relatar tal experiência, ele ressalta que, dos gêneros apresen-
tados, somente o fandango estaria realmente enraizado no Paraná, pois as
demais manifestações seriam praticadas apenas por colonos catarinenses
que as teriam herdado de seus ascendentes açorianos (Azevedo, 1973). O au-
tor identifica, contudo, um traço comum entre o folclore catarinense e o pa-
ranaense, qual seja, “uma acentuada tendência para congregar, sob um nome
genér ico, as mais diversas danças e autos populares” (Azevedo, 1973: 64).
Seguindo, portanto, os mesmos passos de Andrade (1962) e Almeida (1942),
percebia inicialmente o fandango como um agregado de danças; cana verde,
chamarrita, anu, tonta, entre outras.
Já no Caderno de Folclore12 dedicado ao fandango do Paraná, publicado
postumamente em 1978, Azevedo associa o uso da palavra “marca” à distin-
ção entre as diferentes danças e músicas que integram o fandango. Ele afirma
ter registrado cerca de trinta marcas, ressaltando ainda a existência de mui-
tas outras com nomenclatura própria a cada região (Azevedo, 1978). Trata-se
de um dos primeiros registros escritos do termo “marca”, utilizado corriquei-
ramente entre fandangueiros do Paraná para nomear o conjunto dos diferen-
tes ritmos, melodias e coreografias que se distinguem em um fandango. Isso
sugere uma escuta mais atenta de Azevedo aos seus interlocutores em cam-
po que, embora ainda não nomeados, pouco a pouco ganharão identidade nos
registros do folclore nacional. A noção de “marca” traz também um sentido
mais integrado entre estas danças e músicas até então tratadas como unida-
des desarticuladas que remetiam a um passado longínquo.
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A primeira coisa que eu fiz foi correr em Paranaguá pra ver o fandanguinho, porque
eu já fazia parte lá em Florianópolis de todos os grupos folclóricos, carnavalescos.
Cheguei lá, corri pra lá e cadê? Desapareceu. Daí fui indagando, indagando. [...] Pri-
meiro conheci o Moacir Barbeiro, que tocava com violão, eu disse: “não, não é isso que
eu quero”. Mas ele tocava todas as marcas de fandango, o Moacir Barbeiro. “Não, mas
quem toca é o Manequinho da Viola”. Daí ele me passou tudo, eu gravei tudo. Ele sabia
mais de quinhentas marcas o danado, e eu gravei mais de quarenta rolinhos num
gravadorzinho. Ele foi me explicando e tal, e aquilo. Imagina quando a gente grava, eu
era menino e, à medida que ele ia explicando, eu ia vendo tudo aquilo de anos atrás e
recordando. Eu parecia integrado na coisa, fazia parte da coisa. O Manequinho disse:
“ah, o mestre aí, o vivão lá que conhece todas as marcas” (Custódio Pinto, em depoi-
mento à equipe de pesquisa do Museu Vivo do Fandango, Curitiba, 2005).
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5.
Varanda, Felipe.
Mestre Romão Costa em sua oficina de
tamancos de fandango na Ilha dos Valadares,
em Paranaguá /PR.
Junho de 2005.
Acervo Museu Vivo do Fandango,
Associação Cultural Caburé.
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6.
Fotógrafo desconhecido
Apresentação do grupo de fandango formado
por incentivo do folclorista Inami Custódio
Pinto com Manequinho da Viola
(ao centrodos músicos, tocando viola)
e Romão Costa (ao centro dos dançadores).
Acervo pessoal de Romão Costa.
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Assim como o fandango parece estar com os dias contados, esmagado pelos proble-
mas sociais que vão se avolumando (são poucas as famílias da ilha [dos Valadares]
não atingidas pela praga da mortalidade infantil), o único homem que até há bem
pouco era capaz de mobilizar os fandangueiros parece, por sua vez, sofrer do mal
que afeta a vida dos ilhéus – uma indisfarçada indiferença pelo seu trabalho. De fato,
Inami Custódio Pinto parece constituir o exemplo não muito raro do estudioso que
não encontra o menor apoio para as suas pesquisas. Com a mesma assiduidade com
que vem sendo cotejado por políticos e ex-governadores que auxiliam o fandango em
épocas pré-eleitorais, Inami continua sempre sem apoio para realizar um trabalho
mais sério. Foi assim várias vezes (Enio Squeff, O Estado de S. Paulo, 05/10/1975).
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O fandango era dançado nos sítios, por ocasião do pixirão quando os vizinhos auxilia-
vam o dono da casa nos trabalhos de roçada ou plantação. O Fandango de finta (arcaís-
mo que quer dizer coleta) é feito em qualquer ocasião, bastando que todos colaborem
na compra dos preparos. Seus dançarinos chamam-se folgadores ou folgadeiras, porque
dançam na folga do sábado para o domingo. O Fandango paranaense é formado de
uma série de danças denominadas marcas, variando a coreografia conforme o nome
delas (anu, andorinha, chamarrita, domdom, tonta, cana-verde, sabiá, caranguejo, lajeana, vi-
lão de lenço, xarazinho, xará grande, marinheiro etc.). O acompanhamento musical é feito
com duas violas, uma rabeca e um adufo (pandeiro), confeccionados pelos próprios
caboclos. Os cantos são tirados pelos dois violeiros, em vozes paralelas, e podem ser
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Costuma-se dizer que o povo da roça é um povo triste e indolente e que seus cantos
são tristonhos. Entretanto, são inexatas tais afirmações eivadas de etnocentrismo. O
nosso rurícola não é triste nem tampouco indolente. A indolência que lhe atribuímos
é certamente devido à comparação que fazemos como nosso modus vivendi, governa-
do pela rigidez mecânica e inflexível dos ponteiros do relógio. Somos mais tristes do
que eles, pois vivemos a comprar a nossa alegria, as nossas diversões, nas filas dos
cinemas etc. O rurícola sabe aproveitar muito bem as horas de lazer. Depois de um
dia de trabalho, de um mutirão, que é um jogo coletivo, vêmo-lo “rufar” os pés num
fandango, a noite toda, sem dar mostras de enfado ou cansaço. As suas modas são
alegres e jocosas, buliçosas, inspiradas nas coisas cotidianas, às quais emprestam
um sabor satírico. Suas músicas se nos apresentam tristes porque é a nossa própria
alma que decanta a saudade de algo que foi nosso e hoje não mais temos, isto é,
aquela plenitude de vida em contato com a natureza que o caipira e o caiçara ainda
possuem. Cananeia, com seu luar inigualável, com suas crianças brincando de roda
nas ruas, seus pescadores cantando em seus barcos sob o ritmo undiflavo15, aquele
conjunto de harmonia, cor, luz e singeleza, quase chega a dificultar o pesquisador
que se sente envolvido numa atmosfera de poesia e romance (Araújo, 2004:146-147).
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7.
Varanda, Felipe.
Grupo Violas de Ouro de São Paulo Bagre,
de Cananeia/SP, o primeiro grupo de
fandango formalmente constituído na litoral
paulista, na década de 1990, por estímulo
ao um convite à participação no programa
Viola, minha Viola, apresentado por Inezita
Barroso, na TV Cultura.
Junho de 2005.
Acervo Museu Vivo do Fandango,
Associação Cultural Caburé.
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8.
Varanda, Felipe.
Grupo de fandango formado por integrantes
da Associação Jovens da Juréia, entidade
sediada em Iguape/SP. que atua em
prol de comunidades caiçaras na região
onde foi criada na década de 1980 a Estação
Ecológica da Juréia Itatins, unidade de
conservação que restringe a presença
de moradores tradicionais.
Junho de 2005.
Acervo Museu Vivo do Fandango,
Associação Cultural Caburé.
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Algumas considerações
Em seu estudo sobre o Movimento Folclórico Brasileiro, Vilhena (1997) analisou
os motivos do fracasso da almejada consolidação da disciplina folclórica como
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Isso faz com que os fatos folclóricos sejam re-integrados nas análises contemporâne-
as carregados de ilusão, em especial a ilusão do arcaísmo. Eles são ainda fortemente
vistos como, de alguma forma, correspondendo a sobrevivências de outrora, indican-
do difusamente níveis primitivos de nossa própria forma de ser, as tão decantadas
“raízes”. Ora, esse tipo de visão, sub-repticiamente integrado nos estudos contempo-
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Com efeito, esse aspecto nostálg ico se ref lete não apenas em novas
pesquisas, mas também nas narrativas daqueles que estão envolvidos com
o fandango. São falas que enaltecem tempos antigos, em geral imprecisos, e
que se ressentem de conhecimentos e saberes não mais praticados, mesmo
diante da vitalidade da prática contemporânea do fandango, em uma indis-
solúvel tensão entre passado e presente. As narrativas de memória remetem
a tempos de exuberância e harmonia, e o risco do desaparecimento é uma
das principais argumentações que fundamentam as demandas de apoio, co-
mo se o fandango vivesse sob um contínuo processo de subtração. O exercí-
cio de retomar a trajetória de construção social do fandango como tema de
interesse nos permite compreender a dinâmica do fandango na atualidade,
as formas de sociabilidade que produz e suas estratég ias de inserção em
outras esferas na vida social.
Percebemos que as perspectivas pelas quais o fandango foi registrado
e elaborado na trajetória dos estudos de folclore estão simultaneamente pre-
sentes em sua compreensão contemporânea marcando dualidades e tensões.
O enaltecimento das origens europeias, recorrente nos registros paranaenses,
convive com a perspectiva de enraizamento especialmente simbolizada pela
noção de cultura caiçara, enfatizada em meio às pesquisas realizadas em São
Paulo, que ganhou ainda maior relevância a partir das décadas de 1960 e 1970
no contexto de disputas territoriais em lutas contra a especulação imobiliária
e a expulsão de populações nativas por meio da criação de unidades de con-
servação ambiental na região litorânea (Diegues, 2000, 2004; Pimentel, 2010).
A noção da fandango como um bem nacional que aparece originalmen-
te em Mário de Andrade (1928) também caminha lado a lado com a perspec-
tiva regionalista acentuada pelo Movimento Folclórico. Este aspecto simulta-
neamente local e nacional aparece hoje nas políticas de registro do patrimô-
nio imaterial brasileiro, que retomam e atualizam algumas práticas de inven-
tário e salvaguarda inauguradas pelo Movimento. O fandango, registrado em
2012 pelo IPHAN, após um longo processo dialógico com as comunidades locais,
foi cunhado pela nomenclatura “fandango caiçara”, tendo o seu sítio identi-
ficado no litoral dos territórios paulista e paranaense (Corrêa, 2013).
No Paraná, a interação de fandangueiros com folcloristas foi intensa
e produziu novas formas de organização da sociabilidade festiva caracterís-
tica do fandango. Os folcloristas procuraram traduzir, por vezes de maneira
prescritiva, traços que apontavam uma suposta autenticidade do fandango
paranaense. Algumas das características do fandango são enfatizadas e cons-
truídas nesse processo de interação, como, por exemplo, um certo tipo de
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NOTAS
1 Este artigo é um desdobramento do primeiro capítulo de
minha dissertação de mestrado intitulada Vamos fazer um
fandango: arranjos familiares e sentidos de pertencimento em
um dinâmico mundo social (PPGSA /UFRJ, 2013) com orienta-
ção da Profa. Maria Laura Cavalcanti e banca composta
pelos Profs. Marco Antonio Gonçalves e Renata de Sá Gon-
çalves. Também revi e aprofundei algumas das questões
em comunicações orais apresentadas na oficina de pes-
quisa Antropologia dos Estudos de Folclore, coordenada
pela Profa. Maria Laura Cavalcanti (RISU/PPGSA, 2014), e
no Fórum de Antropologia e Estudos de Folclore coorde-
nado pelos Profs. Oswaldo Giovannini Jr. e Wagner Chaves
(REA /ABANNE, 2015). A todos ag radeço pelas leituras,
oportunidades e comentários ao trabalho.
2 Especialmente os municípios de Guaraqueçaba, Paranaguá
e Morretes, no Paraná; Cananeia e Iguape, em São Paulo.
3 Pereira (2006), em “Breve bibliografia comentada sobre o
fandango sulista: de dança brasileira a baile caiçara dos lito-
rais do Paraná e de São Paulo” propõe a organização da
bibliografia produzida sobre o fandango sulista a partir de
três grandes períodos que configuram temas e perfis de
interesse: (i) “relatos de viajantes e naturalistas; (ii) “es-
tudos de folclore e cultura popular”, que subdiv ide em
primeiros estudos e estudos monográficos, e (iii) estudos
contemporâneos, com ênfase em investimentos mais sis-
temáticos em campo. O presente artigo deve em muito à
organização e análise preliminar dos estudos sobre folclo-
re feitos pelo antropólogo e amigo Prof. Edmundo Pereira.
4 É importante ressaltar que os autores envolvidos nos pro-
cessos de mapeamento do folclore brasileiro diferenciam
duas categorias de fandango. Além do fandango identifi-
cado entre os estados do Sul-Sudeste, registram também
um outro fandango da região Norte-Nordeste, relacionado
às cheganças e marujadas. Embora a nomenclatura seja
similar, não são traçadas aproximações entre ambos.
5 Há, em ambas as publicações, também outro tópico dedi-
cado às “danças dramáticas”.
6 Pereira fundamenta sua pesquisa na leg islação dos mu-
nicípios paranaenses durante o período imperial.
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