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GUIA PRÁTICO PARA


ELABORAÇÃO DO
PROJETO DE PESQUISA
Para mestrado e doutorado.

Você tem o sonho de fazer o seu mestrado/doutorado, mas ainda tem


muitas dúvidas de como elaborar o projeto de pesquisa?

Saber fazer um projeto de pesquisa pode ser uma tarefa difícil, mas
seguindo essas dicas é possível estruturar um ótimo documento e
deixá-lo bem elaborado.

Por isso, aproveite esse passo a passo e capriche na escrita!

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Escreva seu PROJETO DE PESQUISA em
poucas horas!

O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR NESSE EBOOK?

 Um passo a passo ilustrativo para elaborar seu projeto de pesquisa


 Os comentários da autora
 A estrutura básica do projeto de pesquisa
 A relação do projeto de pesquisa com as experiências acadêmicas e
profissionais
 Um modelo completo de projeto de pesquisa.

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Afinal, o que é um Projeto de Pesquisa?

Um projeto de pesquisa é uma das etapas do processo de seleção de


mestrado/doutorado. Sua estrutura pode variar de acordo com o edital de cada
Universidade, mas em geral são bastante comuns alguns elementos e estruturas nessa
etapa.

Embora pareça complexo, esse projeto é bem parecido com um projeto de pesquisa da
graduação.

Ele deve defender uma ideia de pesquisa a ser realizada, trazendo a relevância, além da
estruturação da metodologia de investigação e do apoio teórico.

Alinhe o projeto de pesquisa com o programa de mestrado/doutorado


escolhido

Na hora de pensar o projeto, é comum querermos trabalhar com a pesquisa já


desenvolvida durante a graduação — em uma iniciação científica, por exemplo —, mas
será que essa temática anterior se adequa ao programa de mestrado/doutorado com o
edital aberto que você pretende concorrer?

Fazer essa pergunta é essencial para que você tenha a escolha da sua pesquisa e não
passa despercebida pelos examinadores.

Um bom projeto de pesquisa para a seleção de mestrado/doutorado é


imprescindível para que você consiga sua vaga.

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O Projeto de Pesquisa pode ser o elemento decisivo para você conseguir ser
aprovado!
Dessa monta, apesar de não haver uma única forma de se fazer um projeto de
pesquisa, alguns elementos devem necessariamente estar presentes no seu trabalho, dentre
eles:
a) A descrição objetiva do tema da pesquisa,
b) A justificativa da relevância do tema de pesquisa,
c) A explicação dos objetivos da pesquisa, com as perguntas ou hipóteses de pesquisa
que serão investigados,
d) A discussão teórica e análises,
e) A metodologia de pesquisa,
f) O cronograma de atividade a serem desenvolvidas no período previsto para a
pesquisa,
g) Uma bibliografia de referências citadas no próprio projeto e também bibliografia a
ser usada posteriormente.

Elementos constitutivos do projeto:

Delimitação do Tema de Pesquisa


Problema de Pesquisa
Hipóteses
Objetivos Gerais e Específicos
Justificativa
Referencial Teórico
Metodologia
Referencial Bibliográfico
Motivações para escolha do Mestrado
Relevância da Proposta

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As finalidades do projeto de pesquisa, são as seguintes:

a) Mapear o caminho a ser seguido durante a investigação;


b) Orientar o pesquisador durante o percurso de investigação;
c) Comunicar os propósitos da pesquisa para a comunidade científica.

O projeto é composto por elementos teóricos e metodológicos, conforme se


especifica no quadro seguinte:

Referenciais teóricos Referenciais metodológicos Elementos


complementares

Tema, problema, hipótese, Metodologia, amostragem, Bibliografia, produtos,


objetivo geral, objetivos formas de coleta, de cronograma, equipe,
específicos e justificativa. organização e análise dos orçamento.
dados.

Projeto de Pesquisa

Geralmente, o Projeto de Pesquisa tem de 10 a 15 páginas de texto, que estão incluídas:

 Os Referenciais teóricos: Tema, problema, hipótese, objetivo geral, objetivos


específicos e justificativa.
 Os Referenciais metodológicos: Metodologia, amostragem, formas de coleta,
de organização e de análise dos dados.
 Os Elementos complementares: Bibliografia, Equipe, Produtos, Cronograma e
Orçamento.

Em regra, digitalizado em formato PDF para a submissão.

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Dos Requisitos para a Avaliação do Projeto de Pesquisa

A avaliação do Projeto de Pesquisa segue os alguns critérios, bem como:

a) Adequação ao campo temático;

b) Clareza na delimitação do tema;

c) Consistência na problematização e exposição dos objetivos;

d) Coerência na formulação teórica e metodológica.

ATENÇÃO: ALGUNS EDITAIS INFORMAM QUE OS PROJETOS DE


PESQUISA NÃO PODEM SER IDENTIFICADOS COM O NOME DO
CANDIDATO.

FIQUE MUITO ATENTO AS REGRAS DO CADA EDITAL QUE VOCÊ


DESEJA CONCORRER!!!

Aplique as normas da ABNT no projeto de pesquisa

A escrita de um projeto de pesquisa deve seguir as Normas da Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em vigor e obedecer às indicações contidas no
edital.

O adequado é obedecer aos critérios das normas da ABNT de:

 Fonte — tamanho ‗12‘ em todo o conteúdo, exceto citações longas, notas de


rodapé, legendas e paginação, que podem ser menores;
 Alinhamento — à esquerda, de preferência;
 Margem — bordas superiores e esquerdas em três cm e bordas inferior e direita
em dois cm.

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DOS ELEMENTOS DO PROJETO DE PESQUISA

A DESCRIÇÃO DO TEMA DA PESQUISA

O tema engloba a pergunta o que irá pesquisar. Portanto, a linha de pesquisa. O


tema passa por um processo de delimitação e especificação.

Exemplo:

―O projeto de pesquisa tem por objeto o estudo acerca da formação dos professores
da educação básica e sua pratica docente na Educação Especial na perspectiva da
Educação Inclusiva‖.

Desse modo, na apresentação do tema ou contextualização é importante definir e


centrar o tema, no tempo e no espaço, localizando, de forma clara e situando-o no
momento histórico e cultural da pesquisa. O pesquisador deve refletir qual será o seu
tempo disponível, o seu interesse e a determinação para se dedicar a investigação.

Temos como exemplo:

―Essa pesquisa apresenta como tema central o estudo das garantias acerca da
acessibilidade arquitetônica a fim de garantir educação acessível no Município de
Fortaleza para os alunos com deficiência física e com mobilidade reduzida‖.

O que significa dizer que: O tema do projeto não deve ser genérico, portanto,
quanto mais específico e delimitá-lo ele for, melhor.

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JUSTIFICATIVA

Nesse item você deve responder aos critérios básicos, pois deve apresentar a
relevância científica, tecnológica ou social e aplicabilidade da pesquisa, demonstrar a
motivação pessoal para trabalhar este assunto, mostrar que o tema de estudo é relevante
socialmente e cientificamente (a importância de se pesquisar esse tema), além de
possuir um caráter inovador, revelar se existe uma argumentação, embasada ou não em
outras fontes, que justifique a necessidade da pesquisa, se há exposição quanto ao
impacto esperado na sociedade a partir do resultado da sua pesquisa.

Na justificativa, o candidato deve oferecer argumentos que comprovem a banca


examinadora a relevância e a atualidade do tema, a pertinência dos objetivos e os
possíveis impactos dos resultados almejados.

 É através da justificativa que o/a pesquisador/a explica o motivo que o trabalho


de pesquisa merece ser realizado.
 Mostra a relevância do problema a ser investigado e quais contribuições/
benefícios que a pesquisa pode proporcionar no sentido do debate teórico e para
o conhecimento da realidade, contribuindo para a possibilidades de sugerir
modificações no âmbito da realidade com possíveis respostas aos problemas
propostos.

Resumo:
Em síntese a justificativa deve identificar:

a) A importância/relevância/aplicabilidade do problema a ser investigado na pesquisa;


b) A contribuição para o conhecimento da sua área profissional) e a relevância social
(contribuição prática para sua área profissional);
c) O motivo que justificativa o trabalho de pesquisa.

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Dica:
A sua justificativa precisa responder duas questões principais:
- O que será pesquisado?
- Por que é relevante e qual a contribuição/ intervenção/ solução socialmente e
cientificamente que a pesquisa apresentará?

Deve ser mostrado com clareza e síntese, porém completa.

Importante:

Indicar as razões/significância da temática escolhida de ordem teórica e


identificar os motivos de ordem prática, de ordem pessoal/profissional, de ordem
institucional (universidade e empresa) e de ordem social (contribuição para a
sociedade) que tornam relevante a realização da pesquisa para o avanço da ciência.

Itens importantes para uma boa justificativa:

a) Contemporaneidade do tema: Atualidade do tema.


b) Originalidade do trabalho: Ineditismo proporcionará maior importância ao tema.
c) Interesse do autor: Conexão do autor com o tema.
d) Importância do tema: Relevância/contribuição social, jurídica, política, etc.
e) Pertinência do tema: Referente a relevância do tema para o debate acadêmico.

Exemplo:
―O direito à educação é assegurado a todos, segundo consta na Constituição
Federal do Brasil de 1988. Devido ao crescimento nos últimos anos de alunos com
deficiências e mobilidade reduzida, surgiu à necessidade de um ambiente escolar
adequado que possa acolhê-lo de forma digna e capaz de produzir resultados em
igualdade de oportunidade sob a ótica dos parâmetros legais existentes.

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O escopo da presente pesquisa é acerca da acessibilidade no ambiente escolar,
e verificar se na prática a situação vivenciada pelos envolvidos está sendo garantidas
conforme as normas legais. Essas condições não são limitadas a determinadas escolas,
mas garantidas em lei para todos os prédios públicos de uso coletivo.

O aluno espera ir para uma escola e se sentir bem naquele local, saber que
existe uma preocupação em lhe dar boas condições de aprendizado, caso contrário, a
vontade de deixar a escola se torna mais evidente. Por isso a relação da acessibilidade se
torna um tema tão respeitável a ser observado e discutido. Tal situação não ocorre
somente com alunos portadores de deficiência, mas com qualquer um que não se sinta
acolhido pela instituição escolar.

Nas escolas, os espaços devem ser democráticos, respeitando o atendimento ao


aluno portador de necessidades especiais de se locomover, oportunizando o direito à
acessibilidade com padrões exigidos legalmente, bem como a instalação de rampas,
corrimão, adequação dos pisos, revisão dos acessos, adequação dos sanitários e entorno
da escola, pois a acessibilidade traz a ideia de um mundo sem obstáculos, antes de
qualquer coisa, uma forma de inclusão social e oportunidade.

Por fim, o presente estudo será de grande importância tendo em vista à


abordagem do tema na escola, chamando a atenção para relevância da acessibilidade no
ambiente escolar, ao ponto de abrir o pensamento dos envolvidos a projetar melhorias e
reivindicar seus direitos e garantias.
Nesse sentido a pesquisa trará a oportunidade de reflexão em torno dessa
temática pertinente no cotidiano, além de proporcionar respostas aos problemas
enfrentados, levando-se a pensar sobre as possibilidades de sugerir modificações no
âmbito da realidade vivida.
Assim, o estudo se torna imprescindível para que se consiga alcançar meios
capazes de melhorar o atendimento às demandas das instituições de ensino. Portanto, a
pesquisa se torna necessária para que se consiga obter meios capazes de melhorar o
atendimento as demandas da instituição de ensino‖.

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OBJETIVOS GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS

OBJETIVOS

Temos nesse item, a explicação dos objetivos da pesquisa, com as perguntas ou


hipóteses de pesquisa que serão investigados.
Nos objetivos, o pesquisador deverá descrever de forma concreta o que irá
desenvolver na pesquisa, ou seja, o que se vai procurar.Cabe identificar o problema de
modo claro e apresentar sua delimitação. Os objetivos apresentam-se de forma geral e
específica.

OBJETIVO GERAL

Nesse tópico você vai descrever o objetivo principal/central da pesquisa que


irá desenvolver/ identificar o que se quer na pesquisa. Expressar em uma sentença curta
e de fácil entendimento o que o pesquisador pretende alcançar com a execução da
investigação.

O objetivo geral é o de maior abrangência, pois dá uma visão mais ampla sobre
o que se deseja pesquisar e qual será a proposta escolhida para ser investigada,
definindo o que o pesquisador pretende atingir com essa investigação.

Deve descrever qual é o objeto da pesquisa e qual é o objetivo de pesquisar esse


problema e objeto.

O ObjetivoPrincipal precisa estar em sintonia com a Questão Problema da sua


pesquisa.

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Confira o exemplo:

Questão Problema:

―Quais estratégias organizacionais são executadas na empresa YXZ para promoção dos
seus colaboradores e como se classificam nas teorias de gestão administrativa?‖

Exemplo:

―Identificar as estratégias organizacionais que são executadas na empresa YXZ


para promover os seus colaboradores e interpretá-las a luz dos fundamentos teóricos de
gestão em Administração‖.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Nos objetivos específicos se definem as finalidades peculiares que permitirão


atingir o objetivo geral e as etapas do trabalho que serão realizadas para que se alcance
o objetivo central.

Portanto, eles devem conter um caráter mais concreto, indicando as pequenas


respostas que devem conduzir à resposta maior.

Podem ser: exploratórios, descritivos e explicativos.

Atenção para a utilização dos verbos ao começar os objetivos (devem-se utilizar


verbos no infinitivo para iniciar os objetivos):

 Exploratórios (conhecer, identificar, levantar, descobrir)

Exemplo 1: Identificar as condições sociais e o modo de vida as populações do


território com vistas a subsidiar a elaboração do Plano Municipal de Urbanismo.

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 Descritivos (caracterizar, descrever, traçar, determinar)

Exemplo 2: Descrever as condições de formação dos professores com vistas a


subsidiar a elaboração de um plano de qualificação profissional da educação.

 Explicativos (analisar, avaliar, verificar, explicar)

Exemplo 3: Avaliar a formulação de políticas públicas que contemplem os as


garantias e direitos das crianças e adolescentes em situação de rua no município.

Para que contribuirá este estudo? Os objetivos que devem responder à


pergunta.

De conhecimento: definir, enunciar, conceituar, nomear, relacionar...

De compreensão: identificar, descrever, distinguir, explicar, expressar, traduzir,


analisar, especificar...

De aplicação: aplicar, demonstrar, empregar, manipular, usar, experimentar, solucionar,


operar, calcular, construir...

Dica:

Os objetivos específicos respondem à pergunta:

O que o projeto deseja alcançar?

Os objetivos precisam ser formulados para responder à questão:

Para que será feita esta pesquisa?

Dessa forma, cada objetivo específico deve ter uma clara correspondência com
os resultados esperados.

Os objetivos devem ser apontados com exatidão.

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Importante!

O projeto de pesquisa deve ser sucinto, objetivo, com a escrita fluida, conexa e
bem estruturada.

Fique atento ao limite do número de páginas e se todas as regras do edital foram


contempladas em seu projeto.

A seguir, são elencados alguns verbos a serem utilizados nos objetivos,


conforme as metas a serem alcançadas no estudo.

Atenção: Nada de exagero!!! Porque aqui o menos é mais.

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 PROBLEMA DE PESQUISA

Estabelecer qual é o problema que se deseja investigar é de suma


importância e deve ser exibido da maneira clara e objetiva, pois, o problema é
uma dificuldade, teórica ou prática, que ao defini-lo determina o que é
essencial para o interesse do pesquisador, pode ser entendido como um
aprofundamento do tema para a qual se deve descobrir uma resolução, em
função de seu objetivo.

Alguns exemplos de problemas de pesquisa:

Quais as necessidades formativas dos docentes dos anos iniciais do


ensino fundamental da educação básica para a sua atuação com os alunos da
educação especial?

Quais as concepções da educação inclusiva dos docentes que lecionam


em sala regular?

Qual o perfil formativo dos professores e se está em consonância com


a necessidade exigida no contexto escolar?

Qual a relação da formação em educação especial com a pratica


pedagógica para alunos com deficiência.

Na sequência, é importante estabelecer qual é o problema que se


deseja investigar, ou seja, ao definir o problema da pesquisa, determina-se o
que interessa e o que não interessa ao pesquisador, em função de seu objetivo.

Portanto, o problema de pesquisa pode ser entendido como um


aprofundamento do tema, que deve ser apresentado da maneira mais clara e
objetiva possível, para facilitar o desenvolvimento do estudo.

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A formulação do problema exige que o pesquisadortenha
conhecimento sobre o assunto e também criatividade.

Dica:

Partindo desta explanação, a questão norteadora dessa pesquisa levanta


o seguinte problema: como a educação especial inclusiva, pode refletir/contribuir
para a formação daaprendizagem?

 HIPÓTESE

Após a fundamentação do problema, o próximo tópico é expor as hipóteses, mas


somente quando houver.

A hipótese é uma possível resposta para a resolver e sugere explicações


para problema. E as supostas soluções para o problema ajudam o pesquisador a
traçar o caminho para se investigar.

Saiba mais:

Exemplo:

―Com base neste questionamento, este trabalho busca subsídios dentro do contexto de
educação especial, mais especificamente na educação especial inclusiva, observar se a
formação do docente tem ocorrido de modo favorável para melhor aprendizagem dos
alunos com deficiência‖.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta fase, apresenta-se as leituras e fundamentos teóricos de estudiosos notáveis


do tema abordado, o pesquisador amplia e aprofunda o conhecimento por meio da
consulta preliminar de bibliografias, sendo um marco teórico dos conceitos que
embasam a proposta da pesquisa, com a finalidade de nortear a pesquisa e consiste em
uma apresentação das fontes bibliográficas, ou seja uma revisão dos trabalhos sob o
prisma teórico que já foi escrito sobre o tema definido no estudo.

O título pode ser "REVISÃO DE LITERATURA" ou "REFERENCIAL


TEÓRICO".

É imprescindível uma procura em fontes documentais ou bibliográficas de


literatura relevante e atual, tais como livros, dissertações, artigos, revistas,
enciclopédias, monografias, teses, filmes, mídias eletrônicas e outros materiais
cientificamente seguros.

Importante:

As citações existentes possibilitam que você argumente e defina a concepção


teórica sobre o tema com sustentação em conceitos e fundamentos teóricos que
descrevem sobre o assunto, dessa forma, deve constar no projeto a indicação da fonte
pesquisada e referenciada em as citações e paráfrases conforme as regras da norma
ABNT NBR 10520:2002 vigente.

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Atenção:

Então, precisam ser feitas algumas perguntas:

 Se a sua pesquisa consiste em trazer uma revisão abrangente e atualizada da literatura


na área do tema sugerido, descrevendo teorias, estudos e trabalhos sobre o tema?
 Se evidencia capacidade de resumo e compreensão das ideias dos teóricos?
 Se a fundamentação teórica apresenta articulação das ideias, habilidade para produção
textual científica, clareza e objetiva na escrita?
 Se destaca os principais termos, conceitos e categorias a serem usados no estudo?
 Se utiliza linguagem coerente e com boa fluidez, sem trazer as opiniões pessoais do
acadêmico-pesquisador?

Como exemplo de fundamentação teórica:

―A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência objetiva promover


ações relacionadas a vários fatores, tais como, acessibilidade, desenho universal,
tecnologias assistivas, barreiras físicas e atitudinais, comunicação, adaptações razoáveis,
elementos de urbanização, entre outros.

A educação especial surge, com a seguinte finalidade:

A educação especial se organizou tradicionalmente como


atendimento educacional especializado substitutivo ao
ensino comum, evidenciando diferentes compreensões,
terminologias e modalidades que levaram à criação de
instituições especializadas, escolas especiais e classes
especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de
normalidade/anormalidade, determina formas de
atendimento clínico-terapêuticos fortemente ancoradas nos
testes psicométricos que, por meio de diagnósticos,
definem as práticas escolares para os estudantes com
deficiência. (BRASIL, 2014)

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Ademais, na compreensão de Rodrigues (2006), o conceito de inclusão, no
contexto da educação, configura na rejeição da exclusão de qualquer aluno da
comunidade escolar. Salienta que ―para construir uma escola numa perspectiva
inclusiva nos dias de hoje e que atenda adequadamente a estudantes com diferentes
características, potencialidades e ritmos de aprendizagem é um dos grandes desafios dos
sistemas educacionais‖ (MARTINS, 2012, p. 35).

Segundo a autora Dias (2018) na inclusão:

Todos aprendem conviver com o diferente, o professor


amplia seu conhecimento e se força inovar sua
metodologia. Nas salas de aula há trocas, cooperativismo,
coleguismo. O direito a educação escolar não pode ser
negado e é uma forma de ajudar a todos a lutar em por sua
liberdade (DIAS, 2018, p. 5).

Com isso, o processo de inclusão escolar tem como principal base os


ensinamentos dos professores. Com a nobre missão de fazer com que alunos com
deficiência, interajam e tenha a mesma oportunidade de acesso aos conteúdos, em sua
totalidade, tornando a formação do professor um ponto essencial para sua atuação com
alunos em sala de aula regular, ou especializada e atualizada. (SAMPAIO E
MAGALHÃES 2018)‖.

Mais um exemplo:

―Sobre a formação continuada de professores estudos indicam duas modalidades


de formação, cujos especialistas, segundo Amaral (2017), revelam:

uma centrada no/a professor/a: com ênfase no


desenvolvimento profissional ou nos ciclos de vida do/a
professor/a. E outra centrada no desenvolvimento das
equipes escolares e da escola, onde é responsabilizada na
função do/a coordenador/a pedagógico/a, a missão de
articular esta formação no lócus de atuação do/a docente
(AMARAL, 2017, p.128).

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Dessa maneira, deve-se compreender que a escola necessita, segundo Grassi
(2008, p.20) ―propiciar uma formação pessoal que os instrumentalize para uma atuação
consciente e crítica no sentido de concretizar uma prática pedagógica que possibilite a
aprendizagem do aluno, respeitando e considerando as diferenças‖.

Diante desse contexto, Souza (2015, p.5) revela ―Para pensar em escola
inclusiva é necessário falar na formação do professor, pois são dois aspectos que estão
intimamente ligados. Discutir a formação do professor é uma proposta para melhorar a
qualidade de ensino que será oferecida ao aluno deficiente‖.

Nesse contexto, pensar a formação docente, bem como o uso das ferramentas
tecnológicas, desenvolver a relação entre a formação e as condições de trabalho dos
docentes, promover a valorização dos profissionais e a implantação das políticas
públicas voltadas para o tema, além do desenvolvimento das práticas pedagógicas
inclusivas são mecanismos eficazes que constituem a mudança de comportamento dos
alunos da educação especial inclusiva, pois possibilita o acolhimento, a permanência e
consequentemente a aprendizagem‖.

METODOLOGIA

Os elementos (COMO? COM QUÊ? QUANDO? O QUE? COM QUEM?


ONDE?) como o conjunto detalhado e sequenciado de métodos e técnicas indicam as
principais fases dos procedimentos metodológicos da investigação e evidenciam como
serão atingidos os objetivos. Será a indicação de como será realizada a análise do
material pesquisado ou do tipo de análise que será efetuada: seletiva, crítica ou
reflexiva, descritiva, analítica etc. Expõem os procedimentos que imprescindíveis para a
conseguir realizar a pesquisa, entre os quais, destacam-se: o método (a explicação da
opção pela metodologia e do delineamento do estudo), a amostra, os procedimentos para
a coleta de dados e o plano para a análise de dados.

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Temos como principais metodologias a serem utilizadas:
 Pesquisa bibliográfica (materiais publicados em livros, artigos, dissertações e
teses, etc.);
 Pesquisa experimental (manipula-se diretamente com as variáveis relativas ao
objeto da pesquisa);
 Pesquisa documental (investigação, através de documentos, com o intuito de
descrever e comparar os costumes, comportamentos, diferenças e entre outras
características, do presente e também do passado);
 Entrevistas
 Questionários e formulários
 Observação sistemática
 Estudos de caso
 Relatórios (de pesquisa, de estágio etc.)

Atenção:É importante que aMetodologiacontemple os seguintes


tópicos:

 tipo de pesquisa;

 dados a serem obtidos;

 forma de obtenção dos dados;

 população e amostra (quando for o caso);

 tratamento e análise dos dados (como serão feitos);

 limitações da pesquisa - pontos fracos que a pesquisa pode ter.

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Daremos como exemplo:
―Para o desenvolvimento da pesquisa do projeto será empregada a revisão
bibliográfica e documental, pois torna-se de grande importância o estudo de leis, de
decretos, de diretrizes e de documentos oficiais.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, pois para realizar a coleta de dados fará o
uso de questionários e entrevistas. Como instrumentos no processo de coleta de dados
terá também a observação do campo, e questionários compostos por 30 questões, será
aplicada para 20 professores‖.

Utilizamos outro exemplo:

―Nesse contexto, será observada em uma escola de educação básica da rede


municipal de ensino, com alunos do 1º ano ao 5º ano do ensino fundamental. Os sujeitos
participantes serão os docentes que atuam com a Educação Especial e nos anos iniciais
da educação fundamental, constituindo assim, uma amostragem. Os procedimentos
utilizados para a coleta de dados serão observações espontâneas para a identificação e
análise da rotina de aulas (com escrita de relatórios pela pesquisadora e registros
fotográficos) e entrevistas semiestruturadas (com a gravação de áudio).

Para garantir o sigilo dos docentes participantes, serão utilizados pseudônimos.


Por razões que envolvem a ética profissional, optar-se-á pela não identificação da escola
e dos professores‖.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Finaliza-se com as referências utilizadas para a elaboração do projeto de


pesquisa, elencando em ordem alfabética. Conforme a Fundamentação: ABNT NBR
6023:2011.

Todas as referências bibliográficas utilizadas na construção do projeto precisam


ser indicadas por uma obrigação de todo trabalho científico que cita textos de outros
autores.

Exemplos:

O registro de todas as fontes que foram registradas ao longo do documento.

Livros:

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. SP: Atlas, 1991.
LAKATOS, Eva e Marconi, Marina. Metodologia do Trabalho Científico. SP : Atlas,
1992.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed.
SP: Atlas, 1996.
Artigos de revistas:
AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Econômica. Rio de Janeiro. v.38, n.
9, set.1984. Edição Especial.
TOURINHO NETO, F. C. Dano ambiental. Consulex. Brasília, DF, ano 1, n. 1, p. 18-
23, fev. 1997.
Material da Internet
SÃO PAULO. (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e organizações
ambientais em matéria de meio ambiente. In: Entendendo o meio ambiente. São
Paulo,1999. v. 1. Disponível em: <http://www.bdt.org.br/sma/entendendo/atual.htm>
Acesso em: 8 mar.1999.
SILVA, M.M.L. Crimes da era digital. NET, Rio de Janeiro, nov.1998.Seção Ponto de
Vista. Disponível em <http://www.brasilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm> Acesso
em: 28 nov.1998.

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MODELO DE PROJETO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM REDE


NACIONAL

FABIOLA FERNANDES DE MENEZES

AS PRÁTICAS EDUCATIVAS E A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES PARA A


EDUCAÇÃO INCLUSIVA

RESUMO

O presente projeto de pesquisa objetiva-se a investigar as concepções da educação


inclusiva, a formação e a pratica docente de professores que lecionam na educação
inclusiva, identificando o reflexo desta formação em sua atuação com os alunos com
deficiência. Os objetivos específicos buscam identificar os documentos legais e
diretrizes sobre a concepção de inclusão e as ações efetivadas em salas de aula regular
com os alunos com deficiência, bem como verificar o perfil dos professores da rede
pública de ensino nos anos iniciais da educação básica. Trata-se de um estudo
bibliográfico e qualitativo. O referencial teórico baseia-se em Araújo (1997), Souza
(2002), Rodrigues (2005), Mantoan (2015) e Dias (2018). O problema central da

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investigação refere-se à formação e a atuação dos professores de educação básica em
sala de aula com a inclusão de alunos com deficiência, e está assim formulado em:
Quais as necessidades formativas dos docentes dos anos iniciais do ensino fundamental
da educação básica para a sua atuação com os alunos da educação especial? Quais as
concepções da educação inclusiva dos docentes que lecionam em sala regular? Qual o
perfil formativo dos professores e se está em consonância com a necessidade exigida no
contexto escolar? Assim, conclui-se que a educação especial inclusiva deve possibilitar
aos alunos com deficiência que se sintam parte do processo de ensino e aprendizagem.

Palavras-Chave: Educação inclusiva. Alunos com deficiência. Formação de


professores. Práticas Educativas.

INTRODUÇÃO

O projeto de pesquisa tem por objeto o estudo acerca da formação dos


professores da educação básica e sua pratica docente na Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva.

A temática e a problemática que dão origem ao projeto de pesquisa, justificam-


se na busca de orientar os professores para a necessidade de ampliar os conhecimentos
acerca do tema Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, como uma
ferramenta de diagnóstico, despertando-os para a importância de estudos com o
propósito de aperfeiçoamento de sua formação afim de promover o pensamento crítico,
aliando a competência técnica ao compromisso ético, para atuar no contexto
educacional e/ou social.

O primeiro capítulo apresenta o embasamento teórico que apresenta as


concepções da educação espacial na perceptiva inclusiva e aparato legal. No tocante ao
segundo capítulo discute a formação de professores que trata dos processos relacionados
à formação inicial dos professores da Educação Básica nos anos iniciais do Ensino
Fundamental e a inclusão do aluno com deficiência no contexto escolar. Já o terceiro
capítulo, aborda a escolha do produto educacional para o processo de formação da
docência da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.

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Nesse sentido, busca-se por estudos voltados às práticas educacionais inclusivas,
com destaque nos recursos de apoio pedagógico especializado, na construção,
implantação e uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação,
oportunizando os aspectos inovadores para a escolarização, garantindo aos alunos com
deficiência o direito de aprendizagem e desenvolvimento pleno.

A questão norteadora dessa pesquisa, está baseada no contexto apresentado na


problematização do tema, desse modo, identificar como é a prática pedagógica dos
educadores em sala de aula regular com alunos com deficiência e verificar qual a visão
dos mesmos quanto aos desafios para a formação no atendimento da educação inclusiva.

A pesquisa proposta pretende responder, as questões seguintes, constituintes do


problema, quais sejam: Quais as necessidades formativas dos docentes dos anos iniciais
da educação básica para a sua atuação com os alunos da educação especial? Quais as
concepções da educação inclusiva dos docentes que lecionam em sala regular? Se o
perfil dos professores da rede pública de ensino nos anos iniciais da educação básica
está em consonância com a necessidade exigida no contexto escolar?

Desse modo, uma temática que gera complexas discussões, e que, portanto, de
relevada importância para a vida acadêmica. Enfatiza-se que a educação especial
inclusiva ainda está em fase de transformação nos contextos escolares e sociais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Inicialmente no Brasil, as primeiras instituições voltadas para o atendimento das


pessoas com deficiência ocorreram na época do Império foram em 1854 e 1857,
atualmente o Instituto Benjamin Constant – IBC e o Instituto Nacional da Educação dos
Surdos – INES, os dois na Cidade do Rio de Janeiro.

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Logo após, no ano de 1926 foi criada uma instituição especializada no
atendimento às pessoas com deficiência mental chamado de Instituto Pestalozzi. Já no
ano de 1945 foi criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas
com superdotação na Sociedade Pestalozzi e a também a primeira Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais – APAE.

E somente no ano de 1972 é criado o Centro Nacional de Educação Especial –


CENESPE, que atualmente é a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação –
SEMESP, que tem como atribuição planejar, orientar e coordenar, em articulação com
os sistemas de ensino, políticas para a educação especial, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, na perspectiva da educação
inclusiva.

Com o advento da Constituição de 1934, como preconiza Luiz Alberto David


Araújo (1997, p. 58), surge ―um embrião do conteúdo do direito à integração social da
pessoa deficiente‖.

Já nas Constituições de 1937, de 1946 e 1967, contudo, não trouxeram inovações


ou avanços quanto à matéria, restringindo-se a garantir o direito à igualdade e breve
menção ao direito previdenciário em caso de invalidez do trabalhador. (ARAÚJO, 1997,
p. 60).

Como destaca o autor Luiz Alberto David Araújo (1997, p. 60), foi com a
Emenda n° 12 de 17 de outubro de 1978, à Constituição Federal de 1967, no art. 175
que se pode verificar uma evolução na proteção dos direitos das pessoas com
deficiência.

Mas o marco real e significante somente adveio com a Constituição da


República Federativa do Brasil de 1988, pois exibe um avanço para a educação
inclusiva, representados nos fundamentos de cidadania e dignidade da pessoa humana
(art. 1º), promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º), garante o direito de igualdade (art.
5º) e no artigo 205 garante o direito de todos a educação, estabelecendo que ―A
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu

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preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho‖ (BRASIL,
1988, Art. 205).

Posteriormente, a Lei n° 9.394, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


(LDB) de 20 de dezembro de 1996 foi criada e no seu capítulo V, artigo 58, pondera
educação especial ―como modalidade de educação escolar, oferecida,
preferencialmente, na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais‖.

Assim, no ano de 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU) promove a


Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), cujo o objetivo de
tornar efetivos os direitos das pessoas com deficiência que estabelece que os países
signatários devem assegurar um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de
ensino, tendo como meta a inclusão plena.

Depois disso, foi criada a Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014 e estabeleceu o


Plano Nacional de Educação (PNE), que determina que os Estados e Municípios
garantam a universalização do atendimento escolar às necessidades específicas da
educação especial. (BRASIL, 2014).

Na sequência em 6 de julho de 2015 é instituída a Lei nº 13.146, lei brasileira de


inclusão da pessoa com deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) foi criado esse
instrumento jurídico com o objetivo de assegurar e promover, em condições de
igualdade, ou seja, sua inclusão social e a sua cidadania. Segundo Souza (2002, p.13),
outro registro interessante foram as mudanças ocorridas a partir dos marcos legais e
conceituais ―[...] se mostram longe de significar, de fato, um outro modo de conceber a
deficiência‖. Nesta toada, a Lei n° 13.146/2015, nos termos do artigo 2º a definição de
pessoa com deficiência:

Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de


longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual,
em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas. (BRASIL, 2015)

Ademais, a terminologia empregada anteriormente era ―pessoa portadora de


deficiência‖ que foi posteriormente substituído pelo termo ―Pessoa com Deficiência‖
(PcD), terminologia estabelecida pela Convenção Internacional sobre os direitos das
pessoas com deficiência, cuja o objetivo é proteger os direitos e a dignidade das pessoas
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com deficiência (BRASIL, 2015). Todavia, são consideradas PcD as pessoas que
possuem algum impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, conforme a classificação a seguir.

A pessoa com deficiência física, a palavra física relacionada à fisiologia, ou seja,


todo o corpo é ―físico‖, e todas as deficiências estão abrangidas no corpo, abrange todas
as limitações nos movimentos, ou alteração parcial ou completa de um ou mais
segmentos do corpo humano. Já a pessoa com a deficiência auditiva pode apresentar a
perda audição bilateral, parcial ou total.

A pessoa que apresenta a deficiência visual traz a especificação de cegueira,


pessoas cegas na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com
a melhor correção óptica; a pessoa com baixa visão, que significa acuidade visual entre
0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória
da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60º; ou a
ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores.

A deficiência intelectual o funcionamento intelectual significativamente inferior


à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou
mais áreas de habilidades adaptativas, bem como: comunicação; cuidado pessoal;
habilidades sociais; utilização dos recursos da comunidade; saúde e segurança;
habilidades acadêmicas; lazer e trabalho, tais como síndrome do X frágil, síndrome de
down, síndrome de Rett, discalculia, síndrome do álcool fetal, erros inatos do
metabolismo e Transtorno do Espectro Autista. Na deficiência múltipla acarreta a
associação de duas ou mais deficiências com o comprometimento que causam atrasos
no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.

A pessoa que tem a mobilidade reduzida não se enquadra no conceito de PcD,


pois não apresentam nenhum tipo de deficiência, porém por algum motivo apresenta
dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução na
mobilidade e flexibilidade, coordenação motora e percepção.

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência objetiva promover ações


relacionadas a vários fatores, tais como, acessibilidade, desenho universal, tecnologias
assistivas, barreiras físicas e atitudinais, comunicação, adaptações razoáveis, elementos
de urbanização, entre outros. A educação especial surge, com a seguinte finalidade:

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A educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento
educacional especializado substitutivo ao ensino comum,
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades
que levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais
e classes especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de
normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico-
terapêuticos fortemente ancoradas nos testes psicométricos que, por
meio de diagnósticos, definem as práticas escolares para os estudantes
com deficiência. (BRASIL, 2014)

Ademais, na compreensão de Rodrigues (2006), o conceito de inclusão, no


contexto da educação, configura na rejeição da exclusão de qualquer aluno da
comunidade escolar. Salienta que ―para construir uma escola numa perspectiva
inclusiva nos dias de hoje e que atenda adequadamente a estudantes com diferentes
características, potencialidades e ritmos de aprendizagem é um dos grandes desafios dos
sistemas educacionais‖ (MARTINS, 2012, p. 35). Segundo a autora Dias (2018) na
inclusão:

Todos aprendem conviver com o diferente, o professor amplia seu


conhecimento e se força inovar sua metodologia. Nas salas de aula há
trocas, cooperativismo, coleguismo. O direito a educação escolar não
pode ser negado e é uma forma de ajudar a todos a lutar em por sua
liberdade (DIAS, 2018, p. 5).

Com isso, o processo de inclusão escolar tem como principal base os


ensinamentos dos professores. Com a nobre missão de fazer com que alunos com
deficiência, interajam e tenha a mesma oportunidade de acesso aos conteúdos, em sua
totalidade, tornando a formação do professor um ponto essencial para sua atuação com
alunos em sala de aula regular, ou especializada e atualizada. (SAMPAIO E
MAGALHÃES 2018). Sobre a formação continuada de professores estudos indicam
duas modalidades de formação, cujos especialistas, segundo Amaral (2017), revelam:

uma centrada no/a professor/a: com ênfase no desenvolvimento


profissional ou nos ciclos de vida do/a professor/a. E outra centrada no
desenvolvimento das equipes escolares e da escola, onde é
responsabilizada na função do/a coordenador/a pedagógico/a, a missão
de articular esta formação no lócus de atuação do/a docente
(AMARAL, 2017, p.128).

Dessa maneira, deve-se compreender que a escola necessita, segundo Grassi


(2008, p.20) ―propiciar uma formação pessoal que os instrumentalize para uma atuação
consciente e crítica no sentido de concretizar uma prática pedagógica que possibilite a
aprendizagem do aluno, respeitando e considerando as diferenças‖. Diante desse
contexto, Souza (2015, p.5) revela ―Para pensar em escola inclusiva é necessário falar
na formação do professor, pois são dois aspectos que estão intimamente ligados.

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Discutir a formação do professor é uma proposta para melhorar a qualidade de ensino
que será oferecida ao aluno deficiente‖.

Nesse contexto, pensar a formação docente, bem como o uso das ferramentas
tecnológicas, desenvolver a relação entre a formação e as condições de trabalho dos
docentes, promover a valorização dos profissionais e a implantação das políticas
públicas voltadas para o tema, além do desenvolvimento das práticas pedagógicas
inclusivas são mecanismos eficazes que constituem a mudança de comportamento dos
alunos da educação especial inclusiva, pois possibilita o acolhimento, a permanência e
consequentemente a aprendizagem.

OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS

O objetivo geral desse projeto de pesquisa é investigar as concepções da


educação inclusiva e identificar as necessidades formativas dos docentes da Educação
Especial na perspectiva inclusiva que atua nos anos iniciais do Ensino Fundamental e o
reflexo desta formação em sua prática pedagógica com os alunos com deficiência.

Como objetivos específicos buscar: a) identificar quais os principais documentos


legais e diretrizes sobre a concepção de inclusão, seus desdobramentos e suas propostas
educacionais para os desafios enfrentados pelos alunos com deficiência na escola
brasileira, b) investigar como se dá a formação docente para trabalhar no contexto da
escola inclusiva. c) identificar quais as ações efetivadas de inclusão são realizadas pelos
docentes em suas salas de aula regular. d) verificar se o perfil dos professores da rede
pública de ensino nos anos iniciais da educação básica está em consonância com a
necessidade exigida no contexto escolar.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para o desenvolvimento do trabalho será empregada a revisão bibliográfica e


documental, pois se torna de grande importância o estudo de leis, de decretos, de
diretrizes e de documentos oficiais.

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Trata-se de uma pesquisa qualitativa, pois para realizar a coleta de dados fará o
uso de questionários e entrevistas. Como instrumentos no processo de coleta de dados
terá também a observação do campo, e questionários compostos por 30 questões, será
aplicada para 20 professores.

Nesse contexto, será observada em uma escola de educação básica da rede


municipal de ensino, com alunos do 1º ano ao 5º ano do ensino fundamental. Os sujeitos
participantes serão os docentes que atuam com a Educação Especial e nos anos iniciais
da educação fundamental, constituindo assim, uma amostragem. Os procedimentos
utilizados para a coleta de dados serão observações espontâneas para a identificação e
análise da rotina de aulas (com escrita de relatórios pela pesquisadora e registros
fotográficos) e entrevistas semiestruturadas (com a gravação de áudio).

Para garantir o sigilo dos docentes participantes, serão utilizados pseudônimos.


Por razões que envolvem a ética profissional, optar-se-á pela não identificação da escola
e dos professores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Brasil. Brasília, DF: Senado 1988

_______. Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014. Institui o Plano Nacional de Educação


(PNE). Brasília, DF, 2014.
_______. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da
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_______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e base da


educação nacional – LDB. Brasília, DF, 1996

33
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Dever de Todos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03,
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uma reflexão necessária. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1376-
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MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Educação Especial no Brasil: Da Exclusão à
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inclusiva: o que dizem os documentos oficiais? Revista online de Política e Gestão
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ATIVIDADES E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Ano
Atividades
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV
Elaboração
X X
do estudo
Revisão
X X
bibliográfica
Coleta de
X X X X
dados
Analise dos
X X X
dados
Defesa do
trabalho X
Correção e
Entrega final X

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Sobre a autora:

Mestre em Ciências Educação na Universidade Del Sol de Assunção (2019). Possui


graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará – UECE (2009), com
especialização em Psicopedagogia Clínica e institucional pela KURIUS (2009),
bacharela em administração pela Universidade Federal do Ceará – UFC (2013),
bacharela em Direito pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR (2020),Especialista em
Direito Constitucional pela Faculdade LEGALE (2021), Especialista em Direito
Previdenciário pela Faculdade LEGALE (2021),Mediadora e Conciliadora Judicial pelo
Conselho Nacional de Justiça –CNJ (2016) e atuou por 8 anos gestora escolar no
Município de Fortaleza, com ênfase em Administração Educacional e docência
Polivalente.É organizadora e autora de livros e diversos artigos, incluindo os e-books.

Currículo Lattes/FabiolaMenezes

Linkedin/FabiolaMenezes

@dicasacademicasporfabiola

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