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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE HISTÓRIA
CAMPUS DE ANANINDEUA

ISABELA DE NAZARÉ BITTENCOURT DE OLIVEIRA

PROVA

Disciplina de Ensino de História e Relações


Étnico-Raciais ministrada pela
Profª. Dra. Anna Maria Alves Linhares.

Ananindeua - Pará
2022
PROVA FINAL
Como você pode contribuir com o ensino de História e as relações étnico-raciais tendo em
vista o que foi discutido na disciplina?
Diante do objetivo de ensinar e guiar a aprendizagem do aprendente, é de extrema
importância que a História social esteja em foco. Dessa forma, levar o ensino de História e as
relações étnico-raciais que compõem e formam não só a sociedade brasileira, como a mundial
também, é necessário para a compreensão do presente, de modo que, ao analisar a “evolução”
da humanidade e as relações estabelecidas no que diz respeito a poder, economia e direitos, o
olhar crítico e questionador permita refletir sobre as mudanças necessárias na sociedade atual.

Ademais, de acordo com a bibliografia trabalhada no curso, vale ressaltar o texto de


Chimamanda Ngozi Adichie, “O Perigo de Uma História Única”, onde a autora traz a
necessidade de se expandir o conhecimento para além daquilo que é ensinado repetidamente,
ou seja, buscar levar o ensino para o que normalmente não é ensinado e nem valorizado.

Na historiografia, por exemplo, a História Social não se detém apenas em pesquisar as


sociedades em seus formatos sólidos de relações, mas que também, em combinação com outros
campos históricos, como a História das Mentalidades, Micro-História, História Política,
História Cultural etc., seja possível estabelecer um aprofundamento não só da pesquisa, como
também dos estudos e do conhecimento que será repassado. Diante disto, o perigo de se
trabalhar apenas com histórias únicas, ponto trabalhado por Adichie, está justamente na
incapacidade de compreender questões e relações sociais e reconhecer a importância de sair da
zona de conforto.

Não obstante, as relações sociais permitem a análise de diversos âmbitos, como as


relações no interior de sistemas maiores, relações sociais no interior de processos, relações
interindividuais, as formações sociais mais amplas e também nos sistemas de inclusão, exclusão
e identidades. Com isso, sabendo que a história única cria estereótipos e os reforça (ADICHIE,
2019), é fundamental que, ao trabalhar com a História Social, dentro da sala de aula ou em
pesquisas e afins, todos os âmbitos que se permitem ser analisados sejam pautados nas relações
étnico-raciais, dando voz ao reconhecimento do protagonismo negro e indígena nas inúmeras
faces da História.

Assim sendo, o texto da bell hooks, “Erguer a Voz”, pautado em questões feministas e
também raciais, que aborda também toda a padronização presente no que diz respeito ao
machismo, ao sexismo e ao racismo, reforça a necessidade de evidenciar histórias que são
fundamentais na construção da totalidade, mas que mesmo assim são silenciadas. Desta forma,
para contribuir de forma efetiva com o ensino de História e as relações étnico-raciais é preciso
dar visibilidade e levantar questionamentos críticos acerca da história eurocêntrica presente no
ensino.

Mediante o exposto, compreende-se que a História é formada por relações étnico-


raciais, contudo, são relações que chegam ao ensino insistindo em mostrar apenas o lado branco
como determinante em uma história que é plural. Levar para a sala de aula a verdadeira História,
é capaz de desconstruir preconceitos, permitir um debate que vá além do ambiente escolar, uma
reformulação do imaginário popular, combater o racismo, o machismo, o etnocentrismo, a
ignorância e a invalidação do contexto social. É verdade que o “pessoal é político” (HOOKS,
2019), e por isso é indispensável olhar para além do que está centralizado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADICHIE, CHIMAMANDA NGOZI. O perigo de uma história única. São Paulo, Cia das
Letras, 2019.

HOOKS, bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra, “Introdução, Erguer
a voz, “quando eu era uma soldada da revolução” encontrando a voz, feminismo: uma política
transformadora. São Paulo, Elefante, 2019.

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