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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

LUIZ MATHEUS DA SILVA

PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE DO AR


CONDICIONADO CENTRAL PRESENTE NO HOTEL DAS
CATARATAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MEDIANEIRA
2014
LUIZ MATHEUS DA SILVA

PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE DO AR


CONDICIONADO CENTRAL PRESENTE NO HOTEL DAS
CATARATAS

Trabalho de conclusão de curso


apresentado para obtenção do grau de
Tecnólogo em Manutenção Industrial,
da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná.
Orientador: Prof. Paulo César Tonin

MEDIANEIRA
2013
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em
Manutenção Industrial

TERMO DE APROVAÇÃO

PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE DO AR


CONDICIONADO CENTRAL PRESENTE NO HOTEL DAS
CATARATAS

por

LUIZ MATHEUS DA SILVA

Este trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi apresentado às 08:30h do dia 12 de


Fevereiro de 2014 como requisito parcial para a obtenção do título no Curso
Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial, da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Campus Medianeira. O acadêmico foi arguido pela Banca
Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a
Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

___________________________ ____________________________
Prof°. Paulo César Tonin Profº. Dirceu de Melo
(Orientador) (Convidado)

___________________________ ____________________________
Profº. Milton Soares Profº. Yuri Ferruzzi
(Convidado) (Responsável pelas atividade de TCC)
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à Deus, pela minha vida.

À minha mãe pela educação, apoio e compreensão.

A todos os professores que juntos contribuíram para a realização deste sonho, em


especial ao meu professor orientador Paulo César Tonin, pela orientação e
paciência.
RESUMO

SILVA, Luiz Matheus. Plano de Manutenção, Operação e Controle do ar


condicionado central presente no Hotel das Cataratas. TCC – Curso de Graduação
em Tecnologia em Manutenção Industrial, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná – Câmpus Medianeira, 2013.

Este trabalho de conclusão de curso (TCC) foi realizado a fim de desenvolver um


plano de manutenção, operação e controle (PMOC) para os evaporadores do tipo
“fan-coil” presente no Hotel das Cataratas. Sugeriu-se também, a adequação à
legislação vigente, portaria 3.523 de 28 de agosto de 1998 da agência nacional de
vigilância sanitária (ANVISA) a qual instituiu o PMOC. Espera-se, com isto, melhorar
a qualidade do ar nos ambientes internos, a qualidade de vida das pessoas que
utilizam o Hotel e também minimizar a manutenção corretiva do sistema.

Palavras-chave: PMOC. Qualidade do ar. Manutenção preventiva.


ABSTRACT

SILVA, Luiz Matheus. Plan Maintenance, Operation and Control of Central air
conditioning present in the Cataratas Hotel. TCC - Undergraduate in Industrial
Maintenance Technology, Federal Technological University of Paraná – Câmpus
Medianeira - 2013.

This work was performed to develop a plan of maintenance, operation and control
(PMOC) for evaporators type "fan coil" in Cataratas Hotel. It was also suggested to
adhere to law 3523 of August 28, 1998 of national agency of health surveillance
(ANVISA) which established the PMOC. Hopefully, with this, improve air quality in
indoor environments, the quality of life of people who use the Hotel and also
minimize corrective maintenance.

Key-words: Air conditioner. PMOC. Air quality. Preventive Maintenance.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Willis Carrier ............................................................................................... 13


Figura 2: Ciclo de Refrigeração ................................................................................. 14
Figura 3: Ar condicionado de Janela ......................................................................... 15
Figura 4: Ar condicionado Split.................................................................................. 16
Figura 5: Sistema de funcionamento Fan-Coil/Chiller ............................................... 18
Figura 6: Parte Frontal do Chiller .............................................................................. 19
Figura 7: Parte traseira do Chiller.............................................................................. 19
Figura 8: Produtos utilizados para tubulações do Chiller .......................................... 20
Figura 9: Unidade Fan-coil ........................................................................................ 21
Figura 10: Dreno do Split com mangueira improvisada ............................................. 27
Figura 11: Bandeja suja com resíduos.......................................................................28
Figura 12: Bandeja Suja………………………………………………………………..….28
Figura 13: Filtro sujo na entrada de ar do condicionador .......................................... 28
Figura 14: Entrada do ar condicionado sem filtro ...................................................... 29
Figura 15: Filtro mal encaixado ................................................................................. 30
Figura 16: Foto da grelha .......................................................................................... 30
Figura 17: Foto da grelha com a presença de mofo .................................................. 31
Figura 18: Hotel das Cataratas.................................................................................. 32
Figura 19: Layout UH‟s do Hotel ............................................................................... 34
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Ambientes do Anexo I ............................................................................... 36


Tabela 2: Ambientes do Anexo II .............................................................................. 37
Tabela 3: Ambientes do Restaurante Ipê .................................................................. 38
Tabela 4: Carga térmica nos ambientes climatizados do hotel ................................. 39
Tabela 5: Tabela PMOC do Hotel das Cataratas ...................................................... 44
LISTA DE SIGLAS

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná


PMOC Plano de Manutenção, Operação e Controle
BTU Unidade Térmica Britânica
EUA Estados Unidos da América
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
OEH Oriente-Express
UH Unidade Habitacional
TR Tonelada de Refrigeração

AVAC-R Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado e Refrigeração

ASHRAE American Society of Heating, Refrigerating, and Air Conditioning


Engineers, Inc

SBCC Sociedade Brasileira de Controle da Contaminação

SED Síndrome dos Edifícios Doentes

DRE Doença Relacionada ao Edifício

RH Recursos Humanos

TI Tecnologia da Informação

OMS Organização Mundial da Saúde


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................10
2. AR CONDICIONADO ..........................................................................................13
2.1 CICLO DE REFRIGERAÇÃO ...........................................................................14
2.2 TIPOS DE SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO ....................................................15
2.2.1 Condicionadores de Ar de Janela ..................................................................15
2.2.2 Sistemas Split .................................................................................................16
2.2.3 Sistemas Tipo Fan-Coil/Chiller .......................................................................17
3. SÍNDROME DOS EDIFÍCIOS DOENTES ...........................................................22
3.1 Doenças Associadas ao Edifício .......................................................................23
3.1.2 Principais Causas das Doenças nos Edifícios ................................................24
4. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................26
4.1 MANUTENÇÃO EM CONDICIONADORES DE AR .........................................26
5. LOCAL DE APLICAÇÃO DO TRABALHO ........................................................32
5.1 OCUPAÇÃO DO HOTEL ..................................................................................33
5.2 LAYOUT DO HOTEL ........................................................................................34
5.2.1 Bloco Sede .....................................................................................................35
5.2.2 Anexo l – Garden Wing ..................................................................................36
5.2.3 Anexo ll – Forest Wing ...................................................................................37
6. RESULTADOS ....................................................................................................39
7. PLANO DE MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E CONTROLE .................................44
8. CONCLUSÕES ...................................................................................................49
9. REFERÊNCIAS ...................................................................................................50
10. ANEXOS ...........................................................................................................52
10

1. INTRODUÇÃO

Durante muito tempo o homem tentou insistentemente criar um processo de


refrigeração para os dias quentes. Mas foi apenas em 1902 que o engenheiro Willis
Carrier, desenvolveu um processo mecânico que tornou realidade o controle
climático em ambientes fechados. A partir de 1950 até os dias atuais o ar
condicionado tem sido amplamente aplicado na área comercial, principalmente em
empresas que possuem ambientes fechados e não dispõem de uma boa ventilação
natural. (WEBARCONDICIONADO, 2013).
As pessoas que utilizam o ar condicionado com frequência necessitam de
uma qualidade maior do ar a fim de evitar problemas de saúde. Para evitar estes
problemas é necessário que se tenha um plano de manutenção para os
equipamentos de ar condicionado. Embora a manutenção nos sistemas de
climatização seja de grande importância, a maioria das empresas não dá a devida
importância e atenção a este assunto. A baixa qualidade do ar é reflexo da
manutenção inadequada e isso ocasiona um grave problema, chamado pelos
especialistas de “síndrome dos edifícios doentes” (SED). Este termo se dá pelo fato
de que não são as pessoas que estão doentes, mais sim os prédios onde elas
trabalham.
Segundo Denny e Leme (AMBIENTELEGAL,2013), o primeiro caso de
Doença Relacionada a Edifício (DRE) foi reportado em julho de 1976, em pleno
verão americano, no centenário Belevue Stratford Hotel, onde ocorria a convenção
anual da Legião Americana de Veteranos da Guerra da Coréia. Os participantes –
idosos e, portanto, mais susceptíveis a doenças respiratórias - começaram a passar
mal durante o evento, inicialmente com insuficiência respiratória, num total de 182
pessoas. A bactéria causadora da doença era um organismo de difícil diagnóstico
laboratorial nas condições da época. Hoje se sabe que sobrevive na água dos dutos
do ar condicionado e dissemina-se pelo ar que é inalado no ambiente – a bactéria foi
chamada de Legionella pneumophila – “doença pulmonar dos legionários”.
A legionelose é uma infecção mortal se não for tratada precocemente,
também em pessoas jovens e sadias. O microrganismo estava presente no sistema
de ar condicionado do hotel de luxo, que estava sem a devida manutenção das
tubulações de água e de ar. Foram 29 casos fatais em poucos dias, mas pode ter
11

sido mais de 34, visto que muitos dos legionários voltaram para suas casas e
morreram dias depois.
No Brasil em 1998, o ex-Ministro da Comunicação Sergio Motta, internado
por problemas cardiológicos, no Hospital Albert Einstein em São Paulo, morreu de
insuficiência respiratória por legionelose, o que levou o Ministério da Saúde a
regulamentar ambientes climatizados (AMBIENTELEGAL, 2013).
12

1.1. OBJETIVOS

Devido à importância do assunto, esse trabalho tem como objetivo principal


criar um plano de manutenção, operação e controle (PMOC) para o sistema de
climatização do Hotel das Cataratas, mais especificamente nos “fan-coils” e como
objetivos específicos:
 Calcular a carga térmica dos ambientes;
 Listar os equipamentos que fazem parte do sistema de climatização do hotel;
 Criar uma planilha de manutenção preventiva para o sistema.
13

2. AR CONDICIONADO

Hoje possuímos condicionadores de devido ao engenheiro norte americano


formado pela Universidade de Cornell, Willis Haviland Carrier, Figura 1, que
desenvolveu, no ano de 1902 ele inventou um processo mecânico para condicionar
o ar, tornando realidade o almejado controle climático em ambientes fechados.

Figura 1: Willis Carrier


Fonte: http://www.williscarrier.com/ (acesso em 2013)

Esta invenção foi inicialmente criada para enfrentar um grande problema da


indústria gráfica, a absorção da umidade pelo papel.
A partir da década de 1920 o ar condicionado começou realmente a se
popularizar nos EUA, onde foi colocado em vários órgãos públicos, como a Câmara
dos Deputados, o Senado Americano e os escritórios da Casa Branca.
Os modelos de aparelhos de ar condicionados residenciais apenas
começaram a ser produzidos em massa em 1950, ano em que Willis Carrier faleceu
(WEBARCONDICIONADO,2013).
Com isso, se inicia, não apenas nos EUA, mas em amplitude mundial, um
novo mercado, em constante expansão e espaço para desenvolvimento tecnológico.
14

2.1 CICLO DE REFRIGERAÇÃO

O objetivo do ar condicionado é deixar os ambientes internos com


temperaturas agradáveis, que segundo a NR17 varia entre 20°C e 23°C.
O ciclo de refrigeração pode ser visto na Figura 2.

Figura 2: Ciclo de Refrigeração


Fonte: http://www.masterprodutos.com.br (acesso em 2013)

O fluido refrigerante sai do compressor em alta pressão e alta temperatura e


segue para o condensador. No condensador ele perde calor (condensa) até chegar
no dispositivo de expansão onde o fluido refrigerante baixa a pressão e temperatura.
No evaporador o fluido refrigerante evapora retirando o calor do ambiente a ser
resfriado.
Os principais elementos de um ciclo de refrigeração são: Evaporador,
Compressor, Condensador e Dispositivo de Expansão.
15

2.2 TIPOS DE SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO

2.2.1 Condicionadores de Ar de Janela

Estes modelos estão saindo do mercado já faz algum tempo, são modelos
antigos e como o próprio nome diz são instalados em janelas ou em paredes, Figura
3. Sua capacidade de resfriamento varia de 6000 a 36000BTU/h
(http://casa.hsw.uol.com.br (Acesso em 2013).
Sua utilização é feita em residências e prédios de escritórios, geralmente em
construções mais antigas. Este tipo de aparelho é muitas vezes instalado na parte
inferior da parede o que reduz o desempenho do aparelho.

Figura 3: Ar condicionado de Janela


Fonte: http://www.br.all.biz (acesso em 2013)

Suas principais vantagens são:


• Compactos e não requerem instalação especial;
• Fácil manutenção;
E suas principais desvantagens:
16

• Pequena capacidade, maior nível de ruído;


• Não tem flexibilidade;

2.2.2 Sistemas Split

Os SPLITS são os equipamentos de ar condicionado do momento, são os


mais utilizados e os que têm tido maior procura, Figura 4.

Figura 4: Ar condicionado Split


Fonte: http://www.centralar.com.br (acesso em 2013)

São bem adaptáveis a qualquer ambiente, seja em termos estéticos ou de


funcionalidade. Possui menor nível de ruído que os condicionadores de janela, já
que seu compressor fica na parte externa, junto ao condensador. É um tipo de
aparelho muito versátil, podendo ser instalado junto ao piso, ao teto e em alguns
casos embutido no forro. Sua capacidade varia de 7500 a 80000 BTU/h.
Nos sistemas tipo splits, o evaporador é conectado por tubulações de cobre
aos sistemas de compressão e condensação, localizadas na parte externa da
17

construção. Apesar de ser bem comum em residências e edifícios comerciais, no


Hotel das Cataratas estão instalados apenas quatro aparelhos deste modelo.
Suas principais vantagens são:
• Baixo nível de ruído;
• Dispensa instalação de sistemas de água gelada e rede de dutos;
• Não são necessários grandes trabalhos em alvenaria para a instalação,
quando comparados aos aparelhos de janela;
• Permite a correta instalação do evaporador no ambiente a ser condicionado
já que esta unidade é remota e pode-se trabalhar com grandes distâncias de
tubulação entre as unidades;

Sua principal desvantagem:


• É desaconselhado o uso desse sistema em ambientes que exijam controle
de umidade e temperaturas, em condições especiais, alta taxa de ar exterior, como
salas limpas, cirúrgicas e demais ambientes que exijam alto grau de filtragem do ar
ambiente;

2.2.3 Sistemas Tipo Fan-Coil/Chiller

Um sistema Fan-coil/Chiller utiliza-se de um fluído intermediário (água gelada


misturada com etileno-glicol ou apenas água gelada) para climatizar os ambientes. A
água é gelada no chiller situado numa casa de máquinas. A água gelada é circulada
por bombas de água gelada (BAG) até o fan-coil.
No chiller, geralmente a condensação do fluído refrigerante é realizada
através do uso de água que circula por uma torre de arrefecimento (ou usa
condensação a ar para menores capacidades). Os fan-coils recebem a água gelada
a aproximadamente 7ºC e a devolve a cerca de 12ºC para o chiller
(http://www.sistemasdearcondicionado.com.br/)
18

Figura 5: Sistema de funcionamento Fan-Coil/Chiller


Fonte: http://www.sistemasdearcondicionado.com.br (acesso em 2014)

Este é o sistema utilizado no Hotel das Cataratas. As figuras 5 e 6 mostram


as partes frontal e traseira do Chiller, respectivamente.
19

Figura 6: Parte Frontal do Chiller

Figura 7: Parte traseira do Chiller

A maior vantagem desses sistemas, sem dúvida, é a facilidade de distribuição


(tubulação x dutos), que requer menor espaço de construção. No entanto, em
relação aos demais sistemas, requerem uma manutenção mais especializada, já que
a central (Chiller) opera com baixas temperaturas, exigindo controle da quantidade
de aditivos anticongelantes (polipropileno glicol).
20

A água usada no Chiller é previamente tratada com produtos químicos, figura


7, a fim de evitar corrosão e problemas com incrustação nas tubulações.

Figura 8: Produtos utilizados para tubulações do Chiller

As unidades Fan-Coil, figura 8, são equipadas com filtros laváveis e


removíveis. Estes filtros devem ser limpos sempre que apresentarem acúmulo de
sujeira. Esta medida garante higiene no ambiente climatizado e fluxo de ar
satisfatório, possibilitando ao fan-coil desenvolver total capacidade de resfriamento e
ainda, evitando a entrada de partículas não desejadas no ventilador e nas
tubulações, evitando manutenções corretivas.
21

Figura 9: Unidade Fan-coil


22

3. SÍNDROME DOS EDIFÍCIOS DOENTES

A qualidade do ar em ambientes industriais tem sido palco de estudos desde


a segunda metade do século XX. Recentemente, estudos direcionados a ambientes
não industriais mostraram correlações surpreendentes entre a qualidade do ar e os
efeitos causados à saúde. Os sintomas relacionados com a qualidade do ar em
ambientes não industriais são reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) que os identifica como "Síndrome dos Edifícios Doentes" (SED). Em 2000 foi
criada a Resolução n° 176 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
norma que trata da qualidade do ar em ambientes fechados, para que os sistemas
de ar condicionado não se transformem em uma ameaça as pessoas que
frequentam esses ambientes.
O ar é um potente disseminador microbiano, apesar de não proporcionar seu
crescimento. Por conter partículas de poeira e água é capaz de transportar os
micro-organismos e expô-los em contato com as pessoas (PELCZAR et al, 1980 -
UNIVERSOAMBIENTAL). O ar pode ser contaminado de duas formas: a) a
biológica, por fungos, bactérias, vírus e protozoários e, até mesmo, aracnídeos
como é o caso dos ácaros e, b) a química, proveniente de gases liberados por
produtos de limpeza, vernizes, tintas, equipamentos de escritório, colas, aumento
no nível de dióxido de carbono etc.
Os aparelhos de ar condicionado maximizam os processos de contaminação
biológica, pois muitos deles não são monitorados, nem mesmo limpos de forma
adequada.
Vários países já abordam esse contexto, já que existem confirmações
científicas que relacionam doenças alérgicas e respiratórias a sistemas de ar
condicionado e renovação de ar, seja por serem sistemas precários ou mesmo má
qualidade ou ausência de manutenção.
Usuários de locais com ar condicionado frequentemente apresentam
ardência e secura nos olhos, mal estar, dor de cabeça, fadiga e gripes constantes
(KLINGER, K.; Folha de São Paulo; ed. 21/12/2000), fato devido a não desinfecção
do sistema de ventilação.
23

Um edifício é considerado “doente” quando 20% de seus ocupantes


apresentam sintomas de doenças, alérgicas ou pulmonares, desde que haja
melhora com afastamento do local (KLINGER, K. Folha de São Paulo, 21/12/2000).
A Associação Paulista de Medicina também demonstrou uma crescente
ocorrência de ceratite amebiana. Essa infecção atinge os olhos por um protozoário
que prolifera em água, muito encontrado nas bandejas que recolhem a
condensação da umidade do ar nos condicionadores, o número de pacientes
atingidos saltou de dois em 1975 para 350 em 1990
(http://www.universoambiental.com.br, acesso em 2013).

3.1 Doenças Associadas ao Edifício

São doenças que podem basicamente ser associadas diretamente aos


contaminantes transportados pelo ar existente no interior dos edifícios: rinite
alérgica, asma brônquica, doença do Legionário, febre de Pontiac e histoplasma,
são alguns exemplos de problemas causados pela SED
(http://www.saudepublica.web.pt, acesso em 2013).

Alguns indicadores de doenças associadas ao edifício são:


- Tosse, rouquidão, catarro;
- Dores no peito, náuseas, tonturas;
- Febres, arrepios e dores musculares;
- Grande frequência de infecção nas vias respiratórias;
- Hipersensibilidade não especifica.

Segundo a OMS podem ser caracterizados dois tipos de Edifícios Doentes:

a) Edifícios que estão “temporariamente” doentes, geralmente edifícios novos


ou que sofreram alguma reforma recente nos quais os sintomas diminuem e
desaparecem com o tempo;

b) Edifícios permanentemente doentes onde há persistência dos sintomas


mesmo após serem tomadas medidas para solucionar os problemas.

Os indicadores da “Síndrome do Edifício Doente” são


(http://www.saudepublica.web.pt, acesso em 2013):
24

- Olhos: irritação, secura e prurido;


- Nariz: irritação, secura e congestionamento;
- Garganta: secura, rouquidão, prurido e tosse;
- Pele: irritação, secura, prurido e eritemas;
- Cabeça: dores, náusea e tonturas.

3.1.2 Principais Causas das Doenças nos Edifícios

Podem ser citadas como causas mais prováveis e indicativos na sua


participação no problema (www.alergohouse.com.br, acesso em 2013):

● Ventilação Inadequada (52%)


● Contaminantes químicos interiores (20%)
● Contaminantes químicos exteriores (10%)
● Contaminantes biológicos (5%)

Para o ar condicionado a ventilação inadequada e os contaminantes


biológicos são os mais relevantes.

3.1.3 Ventilação inadequada:

O aumento dos custos de energia, decorrente da crise energética de 1973,


provocou a adoção de muitas providências para melhor conservação desta energia.
Dentre elas, nos sistemas AVAC-R (Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado e
Refrigeração) adotou-se uma diminuição da quantidade de renovação de ar,
objetivando a diminuição dos custos do seu tratamento (refrigeração, umidificação,
desumidificação, filtragem etc). Também foram reduzidos os períodos de operação
destes sistemas, ocasionando a redução de ar exterior na ventilação e
consequentemente o aumento do ar recirculante. Estas medidas foram
consideradas inadequadas para a garantia da saúde e do conforto dos ocupantes do
25

edifício. Decorre daí uma deficiente diluição e remoção dos contaminantes


existentes. Além disso, os sistemas trabalhando abaixo de capacidades projetadas,
produzem uma desigual distribuição do ar e o surgimento de bolsões de ar
estagnado que são situações muito favoráveis ao aparecimento de sintomas
(www.alergohouse.com.br, acesso em 2013)

3.2.4 Contaminantes biológicos:

São bactérias, fungos, leveduras, grão de pólen e ácaros. Alguns destes


contaminantes desenvolvem-se consideravelmente em águas estagnadas,
umidificadores, bandejas de condensação e torres de refrigeração. Um exemplo
preocupante de contaminante biológico é a bactéria Legionella pneumophila. Os
contaminantes biológicos são responsáveis por muitas doenças infecciosas e
alergias existentes. Na maioria das vezes estes fatores de transmissão estão
relacionados com um sistema de ar condicionado mal projetado e de manutenção
deficiente, que são fatores propícios para a proliferação dos poluentes biológicos
(www.alergohouse.com.br, acesso em 2013)
26

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 MANUTENÇÃO EM CONDICIONADORES DE AR

A manutenção adequada de condicionadores de ar envolve conservar os


equipamentos e outros dispositivos em boas condições para operação, visando
assegurar o máximo aproveitamento do sistema; o menor consumo de energia e
custo de operação; a menor chance de interrupção de operação do sistema por
acidentes ou falhas; e aumentar a vida útil;
O elemento que garante a boa qualidade do ar nos ambientes climatizados são
os filtros, portanto o PMOC deve contemplar a limpeza periódica deste elemento. Os
filtros são classificados por classes. A classe “A” são filtros para poeira grossa, a
classe “B” são filtros de grau médio e os de classe “C” são filtros de alta eficiência.
Geralmente as instalações de ar condicionado são equipadas com filtros classe C.
Durante a elaboração deste trabalho diversos problemas foram encontrados
envolvendo a manutenção do sistema de ar condicionado. Abaixo serão citados
alguns exemplos.

4.1 Mangueira do dreno do sistema split

As cozinhas, central e ipê possuem condicionadores de ar tipo split e estes não


tem saída para o exterior do edifício para a mangueira do dreno. Neste caso
específico a bomba de condensado apresentou defeito. Foi adaptada uma
mangueira, Figura 9, e um balde foi instalado para coletar a água da saída do dreno,
até que a bomba fosse consertada.
27

Figura 10: Dreno do Split com mangueira improvisada

4.2 Bandeja do dreno suja

Nos quartos do Hotel o Fan-Coil possui uma bandeja para o dreno. É difícil
controlar as impurezas que caem na bandeja e mantê-la limpa, já que ela fica dentro
do forro. Porém é de grande importância que haja um controle da limpeza desta
bandeja, pois se ela não for limpa com frequência as sujeiras podem causar
entupimentos e acúmulo de água, figuras 10 e 11.
Se houver entupimento na serpentina do Fan-Coil é necessário retirá-la para
limpeza, processo que demanda tempo e a disponibilidade de pelo menos dois
funcionários. Caso o entupimento seja causado nos dutos de insuflamento de ar,
contrata-se uma empresa terceirizada especializada para realizar esta atividade.
28

Figura 11: Bandeja suja com resíduos Figura 12: Bandeja Suja

4.3 Filtro sujo e falta de filtro

Todo condicionador possui na entrada de ar um filtro, figura 12, que é definido


de acordo com a “qualidade do ar” que se deseja.

Figura 13: Filtro sujo na entrada de ar do condicionador

Devido ao grande fluxo de pessoas e pela falta de funcionários específicos


para realizar a limpeza desses filtros, inúmeras vezes encontraram-se filtros
inteiramente sujos ou até mesmo a falta deste. Quando o filtro está sujo (geralmente
29

por poeira), dificulta o funcionamento do Fan-Coil, ou seja, não resfria corretamente.


Já, quando não há a existência do filtro, figura 13, ocorrem dois problemas com a
ausência da filtragem: toda partícula, visível ou não adentra o sistema de
condicionamento de ar, danificando a máquina (a longo prazo); e prejudicando a
qualidade do ar no ambiente interno.

Figura 14: Entrada do ar condicionado sem filtro

4.4 Filtro mal colocado

Na entrada do ar condicionado se o filtro não for bem colocado, figura 14, além
de dificultar o funcionamento do aparelho também faz com que a máquina vibre,
gerando um ruído acima do normal, fato que normalmente gera incômodo para os
hóspedes.
30

Figura 15: Filtro mal encaixado

4.5 Grelha de ar suja

Os aparelhos de condicionamento de ar ficam embutidos no forro dos quartos e


a saída de ar é através de um duto de ventilação seguido de uma grelha, figura 15
em que é possível alterar a direção da ventilação através das suas aletas.

Figura 16: Foto da grelha


31

Devido à umidade excessiva o pó se acumula nas aletas da grelha formando


mofo, figura 16. As grelhas devem ser limpas pelo menos uma vez por mês, para
que seja evitado esse problema.

Figura 17: Foto da grelha com a presença de mofo


32

5. LOCAL DE APLICAÇÃO DO TRABALHO

O Hotel das Cataratas, figura 17, teve início em 1939, mas foi inaugurado
somente em 1958 inicialmente com 58 apartamentos. Este atraso foi devido ao
grande momento de turbulência vivido mundialmente pela 2° Guerra Mundial. Em
agosto de 1959, o hotel era administrado pela Realtur Hoteleira S/A, subsidiária da
Real Consórcio Airways, que foi posteriormente adquirida pela Varig S/A, em
1967. O hotel permaneceu sob o controle da Cia. Tropical de Hotéis até setembro de
2007, e era conhecido como Tropical das Cataratas. Entre 1971 e 1982, com a fama
adquirida pelo hotel, o mesmo passou por uma reforma e passou a contar com 203
apartamentos, sendo duas suítes presidenciais. Há cinco anos o hotel pertence ao
grupo Orient-Express, que em 2009 terminou a segunda reforma, mantendo, porém
a quantidade de apartamentos. Ele é o único hotel dentro do Parque Nacional do
Iguaçu e tem uma vista privilegiada de uma das sete maravilhas da natureza, as
Cataratas do Iguaçu.

Figura 18: Hotel das Cataratas


Fonte: http://www.orient-express.com (2013)
33

5.1 OCUPAÇÃO DO HOTEL

Para enfatizar a importância que se deve dar a qualidade do ar fez-se um


levantamento da ocupação do Hotel das Cataratas, considerando-se apenas os
ambientes climatizados. A população foi dividida em ocupantes „fixos”, que são
geralmente funcionários que passam boa parte do seu dia no hotel, gráfico 1, e
ocupantes “flutuantes”, que são os hóspedes, gráfico 2.

Os dados foram coletados com base nos funcionários efetivos do hotel e em


sua capacidade total, também foi solicitado uma média de hóspedes dos meses de
novembro de 2012 até maio de 2013.

Número de Ocupantes fixos


45 42
40
35 31
30
25
20
Número de Ocupantes
15 11 fixos
10
5 0
0
Bloco Sede Anexo 1 Anexo 2 Restaurante
Ipê Bar &
Grill

Gráfico 1: Ocupantes fixos do Hotel


34

Número de Ocupantes flutuantes


300
261
250

200
156
150

100
45
50
10
0
Bloco Sede Anexo 1 Anexo 2 Restaurante Ipê
Bar & Grill

Gráfico 2: Ocupantes Flutuantes do Hotel

5.2 LAYOUT DO HOTEL

O Hotel é divido em três grandes áreas: bloco sede e anexos I e II. Nos
anexos ficam as unidades de habitação (UH‟s), e no bloco sede, o restaurante, o
bar, a sala de recursos humanos, a contabilidade, a governança, e outros setores do
hotel, figura 18.

Figura 19: Layout UH’s do Hotel


35

5.2.1 Bloco Sede

O Bloco Sede encontra-se bem no centro do hotel e tem sua maior extensão
de frente para as Cataratas do Iguaçu. É, sem dúvida, o bloco mais importante que
o hotel possui, pois, além da vista privilegiada, é nele que está contida a Suíte
Cataratas (Suíte Presidencial), a recepção, SPA, Restaurante Itaipu, Salão de
Iguaçu (sala de eventos), entre outros. A tabela 1 mostra os ambientes do bloco
sede.

Tabela 1: Ambientes do Bloco Sede

BLOCO SEDE

Local Identificação do ambiente


Salão de eventos Salão Iguaçu
Salão de eventos Salão Iguaçu
Salão de eventos Salão Dom Pedro
Lazer Bar Tarobá
Lazer Lareira
Restaurante Restaurante Itaipu
Recepção Recepção
Recepção Loby da Recepção
Bussines Center Bussines Center
Cozinha Gard Manger
Cozinha Sobremesas
Cozinha Sala do Cheff
Cozinha Confeitaria
Lazer SPA
A&B Gerência A&B
A&B Maetria
Bares Bar Central
Habitação Aptos. Luxo
Habitação Suíte Presidencial
Habitação Suítes Júnior's
Habitação Aptos. Standard
Habitação Suíte Tower
36

5.2.2 Anexo l – Garden Wing

Foi o primeiro anexo a ser construído após o bloco sede, é composto por
apartamentos e por uma academia. Este bloco possui três andares e em cada um
deles se encontra uma ala, (20, 21 e 22, sendo que as Alas 21 e 22, ainda são
subdivididas em “frente” e “fundo”) e não possui incidência de luz externa nos
corredores, ou seja, é uma ala que necessita de iluminação artificial todo o tempo. A
tabela 2 mostra os ambientes do anexo I.

Tabela 2: Ambientes do Anexo I

ANEXO I - GARDEN WING

Local Identificação do ambiente


Habitação Suítes Junior's
Habitação Aptos. Superior
Habitação Hall de Entrada
Lazer Academia
37

5.2.3 Anexo ll – Forest Wing

O Anexo II, tabela 3, foi construído mais recentemente, quando houve um


aumento na demanda por novos apartamentos.

Tabela 3: Ambientes do Anexo II

ANEXO II - FOREST WING

Tipo de atividade/Local Identificação do ambiente


Administração Contabilidade
Administração Caixa Geral
Administração Recrutamento
Administração Almoxerifado
Administração Ag. Bancária
Administração RH
Administração Gerência
Administração Governança
Administração Sala de Costura
Administração Reservas
Administração Transporte
Administração Treinamento
Administração TI
Administração Manutenção
Habitação Suítes Junior's
Habitação Aptos. Standard
Habitação Aptos. Staff
Habitação Corredores

O anexo II é o bloco mais diversificado, contendo além dos apartamentos, toda


parte de recursos humanos, contabilidade, governança, manutenção e até uma
agência bancária. Este anexo também possui três andares, e cada andar, possui
duas alas. As alas são 31, 32 e 33 e, assim como ocorre no anexo I também são
subdivididas em “frente” e “fundo”. Por ter sido o último a ser construído, o anexo II
além de possuir iluminação externa, por meios de janelas e basculantes (nas alas
32 e 33), também possui climatização nos corredores, o que não ocorre no Bloco
Sede e Anexo I.
38

5.2.4 Restaurante Ipê Grill

O Restaurante Ipê Grill é o restaurante principal do Hotel e funciona


geralmente no café da manhã e na parte da noite (jantar), porém, de acordo com a
necessidade, pode também abrir no horário de almoço. O restaurante é climatizado,
não apenas por questões de conforto, mas também na intenção de “ajudar” os
balcões refrigerados que acomodam frios, saladas e sobremesas. A tabela 4 mostra
os ambientes do restaurante Ipê.

Tabela 4: Ambientes do Restaurante Ipê

RESTAURANTE IPÊ GRILL


Tipo de atividade/Local Identificação do Ambiente
Restaurante Restaurante Ipê Grill
Restaurante Banheiros
Restaurante Caixa
39

6. RESULTADOS

Um dos itens exigidos na elaboração do PMOC é o levantamento da carga


térmica de cada ambiente climatizado. No hotel utilizou-se para este cálculo a
planilha da NBR 5858 de 1980 (Anexo A). A tabela 5 mostra a carga térmica em
cada ambiente climatizado do hotel.

Tabela 5: Carga térmica nos ambientes climatizados do hotel

Bloco Sede
Números de
ocupantes Identificação Carga Térmica
Tipo de atividade/Local Fixos Flutuantes do ambiente (em TR)
Salão de eventos 0 35 Salão Iguaçu 7,5
Salão de eventos 0 6 Salão Iguaçu 3
Salão Dom
Salão de eventos 0 45 Pedro 20
Lazer 0 20 Bar Tarobá 10
Lazer 0 20 Lareira 4
Restaurante
Restaurante 0 80 Itaipu 30
Recepção 4 20 Recepção 10
Loby da
Recepção 3 10 Recepção 7,5
Bussines Center 5 2 Bussines Center 4,5
Cozinha 2 2 Gard Manger 3
Cozinha 2 1 Sobremesas 3
Cozinha 2 0 Sala do Cheff 1
Cozinha 4 0 Confeitaria 3
Lazer 4 6 SPA 12,5
A&B 2 2 Gerência A&B 1,5
A&B 2 2 Maetria 1,5
Bares 1 0 Bar Central 1,5
Habitação 0 2 Aptos. Luxo 28
Suíte
Habitação 0 2 Presidencial 8
Habitação 0 2 Suítes Júnior's 16
Habitação 0 2 Aptos. Standard 24
Habitação 0 2 Suíte Tower 6
TOTAL 205,5
40

Anexo I - Garden Wing


Números de
ocupantes Identificação
Tipo de atividade/Local Fixos Flutuantes do ambiente Carga Térmica
Habitação 0 2 Suítes Junior's 3
Habitação 0 2 Aptos. Superior 93
Habitação 0 2 Hall de Entrada 4,5
Lazer 0 4 Academia 3
TOTAL 103,5
Anexo II - Forest Wing
Números de
ocupantes Identificação
Tipo de atividade/Local Fixos Flutuantes do ambiente Carga Térmica
Administração 12 5 Contabilidade 12
Administração 1 0 Caixa Geral 1
Administração 1 2 Recrutamento 1,5
Administração 3 2 Almoxarifado 6
Administração 0 2 Ag. Bancária 1,5
Administração 2 2 RH 3
Administração 2 4 Gerência 2
Administração 2 4 Governança 3
Administração 2 0 Sala de Costura 1,5
Administração 5 0 Reservas 3
Administração 4 0 Transporte 1,5
Administração 1 3 Treinamento 1,5
Administração 3 1 TI 4,5
Administração 4 4 Manutenção 3
Habitação 0 2 Suítes Junior's 4,5
Habitação 0 2 Aptos. Standard 111
Habitação 0 2 Aptos. Staff 3
Habitação 0 10 Corredores 48
TOTAL 211,5
Restaurante Ipê Grill
Números de
ocupantes Identificação
Tipo de atividade/Local Fixos Flutuantes do ambiente Carga Térmica
Restaurante Ipê
Restaurante 10 150 Grill 30
Restaurante 0 6 Banheiros 3
Restaurante 1 0 Caixa 1
TOTAL 34

Carga Térmica total térmica distribuída no Hotel 554,5 TR


41

O gráfico 3 mostra a distribuição da carga térmica do hotel no bloco sede,


anexo 1, anexo 2 e restaurantes.

Carga Térmica (em TR)

Bloco Sede
34
205,5
Anexo 1
211,5

Anexo 2
103,5

Restaurante Ipê Bar &


Grill

Gráfico 3: Carga térmica do Bloco Sede


42

O gráfico 4 mostra a distribuição da carga térmica do hotel em ambientes


específicos.

Carga Térmica (em TR)


Salão de Eventos
30,5 Lazer
82
26,5 Restaurante
Recepção
30 Bussines Center
10 17,5
Cozinha
A&B
1,5 3
4,5 Bares

Gráfico 4: Carga térmica em ambientes do Hotel

O gráfico 5 mostra um comparativo de carga térmica na administração e


habitação.

Carga Térmica (em TR)

45

Administração

166,5 Habitação

Gráfico 5: Diferença da carga térmica entre administração e habitação


43

O gráfico 6 mostra a comparação entre apartamentos, suítes, recepção e a


parte administrativa do hotel.

Carga Térmica (em Tr's)

Apartamentos
Suites
Restaurantes
Administração

Gráfico 6: Carga térmica de apartamentos, suítes, restaurantes e administração.


44

7. PLANO DE MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E CONTROLE

Considerando as exigências da portaria 3.523 de 28 de agosto de 1998 da


ANVISA a tabela 6 mostra o PMOC a ser realizado nos Fan-Coils existentes no
Hotel das Cataratas. A tabela referente ao Hotel das Cataratas é uma adaptação
original, pois como o Hotel não possui todos os tipos de condicionadores de ar,
foram considerados apenas os itens que podemos encontrar no Hotel.

Tabela 6: Tabela PMOC do Hotel das Cataratas

Descrição da Periodicidade Data da Executado Aprovado por


Atividade execução por
a) Condicionador de Ar (do tipo “expansão direta” e “água gelada”)
Verificar e eliminar Mensal
sujeira, danos e
corrosão no gabinete,
na moldura da
serpentina e na
bandeja;
Limpar as Mensal
serpentinas e
bandejas;
Verificar a operação Mensal
dos controles de
vazão;
Verificar a operação Quinzenal
de drenagem de água
da bandeja;
Verificar o estado de Bimestral
conservação do
isolamento
termoacústico;
Verificar a vedação Mensal
dos painéis de
fechamento do
gabinete;
Verificar a tensão das Mensal
correias para evitar o
escorregamento;
Lavar as bandejas e Bimestral
serpentinas com
remoção do biofilme
(lobo), sem o uso de
produtos
desengraxantes e
45

corrosivos;
Verificar os filtros de Quinzenal
ar;
 Filtros de ar (secos)
Verificar e eliminar Mensal
sujeira, danos e
corrosão;
Medir o diferencial de Mensal
pressão;
Verificar e eliminar as Mensal
frestas dos filtros;
Limpar (quando Mensal
recuperável ) ou
substituir (quando
descartável) o
elemento filtrante;

b) Condicionador de Ar (do tipo “com condensador remoto” e “janela”)


Verificar e eliminar Mensal
sujeira, danos e
corrosão no gabinete,
na moldura da
serpentina e na
bandeja;
Verificar a operação Mensal
de drenagem de água
da bandeja;
Verificar o estado de Mensal
conservação do
isolamento
termoacústico (se
está preservado e se
não contém bolor)
Verificar vedação dos Mensal
painéis de
fechamento do
gabinete;
Lavas as bandejas e Mensal
serpentinas com
remoção do biofilme
(lodo), sem o uso de
produtos
desengraxantes e
corrosivos;
Limpar o gabinete do Mensal
condicionador;
46

Verificar os filtros de Mensal


ar:

c) Ventiladores
Verificar e eliminar Bimestral
sujeira, danos e
corrosão;
Verificar a fixação; Bimestral
Verificar o ruído dos Mensal
mancais;
Verificar a tensão das Mensal
correias para evitar o
escorregamento;
Verificar vazamentos Mensal
nas ligações flexíveis;
Verificar a instalação Mensal
dos protetores de
polias e correias;
Verificar a operação Mensal
dos controles de
vazão;

Verificar a drenagem Mensal


de água;
Limpar interna e Bimestral
externamente a
carcaça e o rotor;
d) Casa de Máquinas do condicionador de Ar
Verificar e eliminar Trimestral
sujeira e água;
Verificar e eliminar Trimestral
corpos estranhos;
Verificar e eliminar as Trimestral
obstruções no retorno
e tomada de ar
externo;
Observações:

1 – Não é recomendado o uso de umidificador de ar por aspersão que possui bacia de água
no interior do duto de insuflamento ou no gabinete do condicionador.

2 – É necessária a existência de registro de ar no retorno e tomada de ar externo, para


garantir a correta vazão de ar no sistema
47

e) Dutos, Acessórios e Caixa Pleno para o Ar


Verificar e eliminar Mensal
sujeira (interna e
externa), danos e
corrosão;
Verificar a vedação Mensal
das portas de
inspeção em
operação normal;
Verificar e eliminar Mensal
danos no isolamento
térmico;
Verificar a vedação Mensal
das conexões
 Bocas de ar para insuflamento e retorno de ar
Verificar e eliminar Mensal
sujeira, danos e
corrosão;
Verificar a fixação; Mensal
Medir a vazão; Mensal
f) Ambientes climatizados
Verificar e eliminar Mensal
sujeira, odores
desagradáveis, fontes
de ruídos, infiltrações,
armazenagem de
produtos químicos,
fontes de radiação de
calor excessivo, e
fontes de geração de
microorganismos;
g) Torre de Resfriamento
Verificar e eliminar Semestral
sujeira, danos e
corrosão;
Notas:

1) As práticas de manutenção acima devem ser aplicadas em conjunto com as recomendações


de manutenção mecânica da NBR 13.971 – Sistemas de Refrigeração, condicionamento de
ar e Ventilação – Manutenção Programada da ABNT, assim como aos edifícios da
Administração Pública Federal o disposto no capítulo Práticas de Manutenção, Anexo 3,
itens 2.6.3 e 2.6.4 da Portaria n° 2296/97, de 23 de julho de 1997, Práticas de Projeto,
Construção e Manutenção dos Edifícios Públicos Federais, do Ministério da Administração
Federal e Reforma do Estado – MARE. O somatório das práticas de manutenção para
garantia do ar e manutenção programada visando o bom funcionamento e desempenho
térmico dos sistemas permitirá o correto controle dos ajustes das variáveis de manutenção
e controle dos poluentes dos ambientes.
48

2) Todos os produtos utilizados na limpeza dos componentes dos sistemas de climatização,


devem ser biodegradáveis e estarem devidamente registrados no Ministério da Saúde para
esse fim.
3) Toda verificação deve ser seguida dos procedimentos necessários para o funcionamento
correto do sistema de climatização.
49

8. CONCLUSÕES

O levantamento das necessidades exigidas para realizar o PMOC do hotel


das cataratas levou cinco meses. Neste período constatou-se a necessidade de se
implantar o PMOC nos sistemas de climatização do tipo Fan-Coil o mais rápido
possível. Deve-se salientar que os dois Chiller‟s presentes no Hotel das Cataratas
fornecem juntos apenas 480TR‟s, sendo que o Hotel tem necessidade de 554,5TR‟s
se estiver completamente lotado.
Apesar da saúde do edifício ser considerada saudável, a implantação do
PMOC se faz necessária para melhorar a eficiência na manutenção destes sistemas
obtendo um melhor controle da qualidade do ar dos quartos do hotel. Outra
vantagem que se espera é, com as planilhas do PMOC atualizadas e arquivadas, é
possível obter um histórico de manutenção mais abrangente e completo de todo o
sistema a fim de facilitar o gerenciamento das tarefas de manutenção.
50

9. REFERÊNCIAS

CREDER, Hélio. Instalações de ar condicionado. 4° ed. Rio de Janeiro: LTC, 1990.

TORREIRA, Raul Peragallo. Salas limpas: projeto, instalação, manutenção. São


Paulo: Hemus, 1991.

TORREIRA, Raul Peragallo. Elementos básicos de ar condicionado: para


engenheiros, técnicos e especialistas do ramo. São Paulo: Hemus, 1983.

PINTO, Alan Kardec; XAVIER, Júlio Aquino Nascif. Manutenção: função


estratégica. 3° ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009.

STOECKER, Wilbert F.; JONES, Jerold W. Refrigeração e ar condicionado. Rio de


Janeiro: Makron, 1985.

YAMANE, Eitaro; SAITO, Heizo. Tecnologia do condicionamento de ar. São Paulo:


E. Blücher, 1986.

UNIVERSOAMBIENTAL. Disponível em :
<http://www.universoambiental.com.br/AR/Ar_EdDoentes.htm>. Acesso em: 18 Nov.
2013.

PERIÓDICOSCAPES. Disponível em: <http://link.periodicos.capes.gov.br >. Acesso


em: 25 Nov. 2013.

WEBARCONDICIONADO. Disponível em: <http://www.webarcondicionado.com.br/a-


historia-do-ar-condicionado>. Acesso em: 28 Nov. 2013.

CENTRALLIMP. Disponível em: <http://www.centrallimp.com.br/artigos/53-


qualidade-interna-do-ar>. Aceso em: 28 Nov. 2013.
51

AMBIENTELEGAL. Disponível em: <http://www.ambientelegal.com.br/doencas-e-


alergias-relacionadas-aos-edificios-a-sindrome-do-edificio-doente/>. Aceso em: 28
Nov. 2013.

AMBIENTEGELADO. Disponível em: <http://www.ambientegelado.com.br/v21/notas-


mainmenu-2/1-latest/171-falta-de-manutencao-em-aparelhos-de-ar-condicionado-
traz-graves-riscos-para-saude.html>. Aceso em: 28 Nov. 2013.

HOTELDASCATARATAS. Disponível em :
<http://www.hoteldascataratas.com.br/web/ogua_pt/hotel_das_cataratas_introduction
.jsp>. Aceso em: 28 Nov. 2013.

PORTAL.ANVISA. Disponível em :
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/d094d3004e5f8dee981ddcd762e8a5ec
/Resolucao_RE_n_09.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 10 Dez. 2013.

SAUDE.MG.GOV. Disponível em:


<http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/PORTARIA_3523.pdf>. Acesso
em 10 Dez. 2013.

ARCONDICIONADO. Disponível em :
<http://www.arcondicionado.ind.br/historia_ar_condicionado.asp>. Acesso em 10
Dez. 2013.
52

10. ANEXOS

Anexo A – Planilha de carga térmica segundo NBR 5858 de 1980.

Calor recebido de: Quantidade Fatores


kJ/h
Quantidade
X Fator
1 - Janelas: Insolação Sem C/ C/ Área X
proteção Proteçã Proteçã Fator
o o
Interna externa
Norte m² 1000 480 280
Nordeste m² 1000 400 290
Este m² 1130 550 360
Sudeste m² 840 360 290
Sul m² 0 0 0
Sudoeste m² 1080 670 480
Oeste m² 2100 820 630
Noroeste m² 1500 630 400 (A)
*Estes fatores são para vidro comum.
Para tijolo de vidro, multiplique o fator
acima por 0,9

2 - Janelas:
Transmissão (somar
todas as áreas)
Vidro comum: m² 210

Tijolo de vidro: m² 106

3 – Paredes
a) Paredes externas Construção Leve Construção pesada
Orientação Sul m² 65 42
Outra orientação m² 84 50
b) Paredes internas (não m² 33
considerar paredes
entre ambientes
condicionados)

4 – Teto
53

Em laje m² 315

Em laje, c/ 2,5cm de m² 125


isolação ou mais

Entre andares m² 55

Sob telhado isolado m² 75

Sob telhado sem m² 210


isolação

5 - Piso: (exceto os m² 55
diretamente sobre o
solo)

6 - Número de pessoas 630

7 - Iluminação e W 4
aparelhos elétricos

8 - Portas ou vãos: m² 830


continuamente abertos
p/áreas não
condicionadas

9 - Subtotal: Somar XXX XXX


todos os valores de
colunas Quantidade X
Fator
10 - Carga Térmica Item 10 (Fator do Mapa) =
Total

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