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Conhecidos também como Índices de Eficiência, estão relacionados com as contas resultantes da operação da
empresa, obtidos tanto no balanço patrimonial quanto no demonstrativo de resultados do exercício e buscam
evidenciar a dinâmica operacional da empresa.
Os indicadores de prazos médios demonstram quantos dias à empresa demora, em média, para receber as
suas vendas a prazo, pagar as suas compras a prazo e renovar os seus estoques.
A análise desses indicadores tem como objetivo, permitir ao analista conhecer a política de compra e venda
adotada pela empresa e, a partir dela, constatar a eficiência com que os recursos em estoques, duplicatas a
receber e fornecedores estão sendo administrados, bem como conhecer suas necessidades de investimento
em giro.
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4.1.1.1 Prazo Médio Renovação dos Estoques PMRE (Quanto menor, melhor)
O prazo médio de renovação de estoques indica, em média, quantos dias determinada empresa leva para
vender seu estoque.
Fórmula
PMRE = 360 Estoques
Custo das vendas
Observamos que a empresa demora por volta de 115 dias para vender seu estoque em X1 e que esse prazo
diminuiu para 85 dias em X2, melhorando um pouco a sua situação.
O prazo médio de recebimento de vendas indica, em média, quantos dias determinada empresa leva para
receber as vendas a prazo que fez para seus clientes.
Obs: Se as vendas da empresa forem efetuadas à vista, o PMRV é nulo.
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Fórmula
PMRV = 360 Duplicatas a Receber
Vendas brutas – Dev. e abat.
No exemplo apresentado observamos que em X1 o prazo médio de recebimento das vendas da empresa é de
22 dias, passando para 24 dias (aproximadamente) em X2. Isso mostra que a empresa está oferecendo aos
seus clientes um pequeno prazo a mais para que possam pagar suas compras.
4.1.1.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras (PMPC) Quanto maior, melhor
O prazo médio de pagamento de compras indica, em média, quantos dias determinada empresa leva para
pagar seus fornecedores.
Obs: Se todas as compras da empresa forem efetuadas à vista, o PMPC é nulo
Fórmula
PMPC = 360 Fornecedores
Compras
Obs: As compras para X1 foram informadas no valor de R$ 104.000 devido à falta de informações que é o
Balanço de X0, que não trabalhamos.
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Para X2 calcula-se pela fórmula acima, com informações do balanço e da DRE da Vale Doce S.A
Compras em X2
C = EF + CPV – EI
C = 25.000 + 106.000 – 30.000 =
C = 101.000
Com os dados observamos que o prazo médio de pagamento das compras em X2 era de em média 90 dias e
em X3 baixou para 71 dias.
Comparando com os índices de recebimento de clientes para o ano de X2 concluímos que a empresa concede
prazo para os seus clientes de 22 dias para que paguem suas mercadorias e ganha um prazo de fornecedores
de 90 dias para saldar suas dívidas e em X3, 24 dias para receber suas vendas e para pagar seus fornecedores
71 dias.
Essa estratégia é muito interessante, porque a empresa tem um prazo para investir o dinheiro em outros
negócios antes de pagar seus fornecedores.
Ressalta-se, mais uma vez, que a análise de prazos médios deve ser feita em conjunto (PMRE, PMRV e PMPC).
O índice de posicionamento de atividade visa identificar se determinada empresa possui “folga” em seu fluxo
de caixa, pois, para ser calculado, leva em conta três dos principais prazos que compõem seu ciclo operacional.
Através desse quociente, o analista verifica a posição relativa da empresa em termos de liquidez de sua
capacidade de pagamento.
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Fórmula
O ideal seria que a empresa atingisse uma posição em que a soma do PMRE com o PMRV fosse igual ou inferior
ao PMPC. Desta forma a empresa poderia vender e receber a mercadoria adquirida para depois liquidá-la
junto ao seu fornecedor.
Exemplo:
PMRE = 30 dias
PMRV = 54 dias
PMPC = 90 dias
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90 – 84 = 6
A empresa teria ainda em média uma folga de 6 dias
Se o IPA encontrado for < 1 (menor ou igual a um) representa uma situação favorável, ou seja, a empresa não
necessita de capital de terceiros ou próprio para financiar suas operações.
AQUI
Índices de giro ou de Rotação representam a velocidade com que elementos patrimoniais se renovam durante
determinado período de tempo.
O objetivo da análise de giro ou rotação é informar quantas vezes ao ano as Duplicatas a Receber, Estoques e
Fornecedores se renovam.
Esses índices de rotação são obtidos através dos dados das demonstrações financeiras. São eles:
- giro dos estoques (GE);
- giro de duplicatas a receber (GDR);
- giro de fornecedores (GF).
Este quociente, muito divulgado, procura representar quantas vezes se “renovou” o estoque por causa das
vendas. Através do uso do indicador GE (Giro do estoque), a empresa obtém a quantidade de dias que os
estoques giram ou são renovados dentro de um período, ou seja, um ano.
Fórmula:
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O giro das duplicatas a receber representa a quantidade de vezes ao ano em que as contas a receber de uma
empresa são transformadas em caixa. Este índice mede a liquidez das Duplicatas a Receber da empresa.
Fórmula:
Ou
Para a empresa tanto X1 como X2 o Giro das Duplicatas a Receber está excelente, ou seja, um giro elevado
representa maior eficiência na gestão dos fundos aplicados no financiamento das vendas a prazo.
Esse quociente indica o número de vezes em que são renovadas as dívidas com os fornecedores da empresa.
Fórmula:
GE = Compras Brutas – Dev. e abat X1 = 104.000 = 4 X2 = 101.000 = 5,05
Fornecedores 26.000 20.000
ou
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Observa-se que X1 foi melhor que X2, pois este último teve aumento no giro e este aumento é devido ao PMPC
que diminuiu de 90 para 71 dias, ou seja, com isso, os fornecedores giraram mais vezes.
Verifica-se, portanto, que a fórmula de cálculo de giro é o inverso da fórmula de prazos médios.
É importante que você saiba para fins de análise que quanto maior for à velocidade de recebimento de vendas
e de renovação de estoques, melhor. Da mesma forma, quanto mais lento for o pagamento das compras,
desde que não corresponda a atrasos, melhor.
Ressalta-se mais uma vez, que a análise de prazos médios (PMRE, PMRV e PMPC) deve ser feita em conjunto,
assim como os índices de rotação (GE, GDR e GF).
Conjugando os três índices de prazos médios (PMRE, PMRV e PMPC) tem-se uma visão do ciclo operacional e
do ciclo financeiro da empresa. É o que veremos agora
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Fórmula:
CO = PMRE + PMRC
Fórmula:
CF = PMRE + PMRV - PMPC
Para a empresa em análise, percebe-se que em X1 o seu ciclo financeiro foi de 47 dias desfavorável,
significando que não terá saldo em caixa para pagar suas compras. Vejam que a soma do PMRE com PMRV é
maior que o PMPC, ou seja, a empresa demora 137 dias para vender e receber sua mercadoria enquanto que
para pagar seus fornecedores tem só 90 dias.
Ao contrário de X2, para renovar seu estoque e receber suas vendas tem 46 dias e para pagamento 71 dias,
tendo uma folga de caixa de 25 dias.
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Insolvência é a incapacidade de solver suas obrigações, ou seja, pela falta de dinheiro no momento de
vencimento de uma dívida.
A metodologia do “Fator de Insolvência” está devidamente consagrada, e este é calculado da seguinte forma:
em primeiro lugar, em encontrar o fator de insolvência da empresa em análise.:
1 – LL x 0,05
PL
Fator de Insolvência = 1 + 2 + 3 - 4 – 5
Em segundo lugar investiga-se em que intervalo recai o fator de insolvência no termômetro de insolvência.
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-7
X1:
1 - LL x 0,05 = 21.600 x 0,05 = 0,04
PL 25.000
2 – Liquidez Seca x 3,55 = 0,29 x 3,55 = 1,03
3 – Liquidez Geral x 1,65 = 0,82 x 1,65 = 1,35
4 – Liquidez Corrente x 1,06 = 0,64 x 1,06 = 0,68
5 – ET . 0,33 = 85.000 x 0,33 = 1,12
PL 25.000
FI = 1 + 2 + 3 - 4 – 5 = 0,04 + 1,03 + 1,35 – 0,68 – 1,12 = 0,62
X2:
1 - LL x 0,05 = 53.400 x 0,05 = 0,05
PL 56.000
2 – Liquidez Seca x 3,55 = 0,90 x 3,55 = 3,20
3 – Liquidez Geral x 1,65 = 0,94 x 1,65 = 1,55
4 – liquidez Corrente x 1,06 = 1,35 x 1,06 = 1,43
5 – ET x 0,33 = 90.000 x 0,33 = 0,53
PL 56.000
FI = 1 + 2 + 3 - 4 – 5 = 0,05 + 3,20 + 1,55 – 1,43 – 0,53 = 2,84
Conclusão: Ao se confrontar esse resultado com os relativos ao Termômetro, constata-se que a Vale Doce S.A
em X1 está com um fator de 0,62 e significa uma situação indefinida, ou seja estado péssimo. Já para X2 o
fator aumentou para 2,84 entrando em Intervalo de Solvência com Reduzidas Possibilidades de Falência.
Relatório de Análise é um documento, elaborado pelo analista de Balanços, que contém as conclusões
resultantes do desenvolvimento do Processo de Análise.
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Portanto, calcular os índices, elaborar a análise quantitativa é somente o primeiro passo de uma análise das
demonstrações financeiras.
4.4.1.1. Relatório da Comercial Vale Doce S.A
Demonstrações financeiras
Balanço Patrimonial Padronizado da Comercial Vale Doce S.A., em 31/12/X2
CONTAS EXERCÍCIO X1 EXERCÍCIO X2
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Financeiro
• Disponibilidades 10.500 21.860
• Investimentos Temporários a Curto Prazo 7.000
Soma 10.500 28.860
Operacional
• Contas a Receber de Clientes 14.500 20.500
• Estoques 30.000 25.000
• Outros Direitos de Curto Prazo
Soma 44.500 45.500
Total do Ativo Circulante 55.000 74.360
ATIVO NÃO CIRCULANTE 55.000 71.640
• Ativo Realizável a Longo Prazo 15.000 10.000
• Investimentos 6.000
•. Imobilizado 29.200 46.040
•. Intangível 10.800 9.600
Total do Ativo 110.000 146.000
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Operacional
•.Contas a Pagar a Fornecedores 26.000 20.000
•.Outras Obrigações de Curto Prazo 19.000 22.000
Soma 45.000 42.000
Financeiro
•.Empréstimos 30.000 5.000
•. Duplicatas Descontadas 10.000 8.000
Soma 40.000 13.000
Total do Passivo Circulante 85.000 55.000
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
•.Passivo Exigível a Longo Prazo 35.000
EXIGÍVEL TOTAL 85.000 90.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
•. Capital 7.000 10.000
•. Reservas 18.000 46.000
Total do Patrimônio Líquido 25.000 56.000
Total do Passivo 110.000 146.000
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DESPESAS OPERACIONAIS
• Despesas com Vendas (16.000) (39.000)
• Despesas Gerais e Administrativas (65.000) (55.000)
• Outras Despesas Operacionais (6.000) (9.000)
(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
(=) RESULTADO OPERACIONAL (antes do resultado financeiro) 59.000 103.000
(+) Receitas financeiras 1.000 11.000
(-) Despesas financeiras (22.400) (12.400)
(=) RESULTADO OPERACIONAL 37.600 101.600
(+ ou -). Outros resultados - -
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS PROVISÕES 37.600 101.600
(-) Provisões (16.000) (40.000)
(-) Participações - (8.200)
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 21.600 53.400
Demonstração do Resultado do Exercício da Comercial Vale Doce S.A., em 31/12/x2 para Análise Horizontal
CONTAS X1 AH% X2 AH%
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 240.000 100 312.000 130
(-) CUSTOS DE MERCADORIAS, PRODUTOS E SERVIÇOS (94.000) 100 (106.000) 112,76
VENDIDOS
LUCRO BRUTO 146.000 100 206.000 141,09
DESPESAS OPERACIONAIS
• Despesas com Vendas (16.000) 100 (39.000) 243,75
• Despesas Gerais e Administrativas (65.000) 100 (55.000) 84,61
• Outras Despesas Operacionais (6.000) 100 (9.000) 150,00
(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
(=) RESULTADO OPERACIONAL (antes do resultado financeiro) 59.000 100 103.000 174,57
(+) Receitas financeiras 1.000 100 11.000 1.100,00
(-) Despesas financeiras (22.400) 100 (12.400) 55,35
(=) RESULTADO OPERACIONAL 37.600 100 101.600 270,21
(+ ou -) Outros resultados - -
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS PROVISÕES 37.600 100 101.600 270,21
(-) Provisões (16.000) 100 (40.000) 250,00
(-) Participações - 100 (8.200) 8.200,00
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 21.600 100 53.400 247,22
106.000 divid 94.000 x 100 = 112,76%
Demonstração do Resultado do Exercício da Comercial Vale Doce S.A., em 31/12/x2, padronizada para Análise Vertical.
CONTAS X1 AV% X2 AV%
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 240.000 100 312.000 100
(-) CUSTOS DE MERCADORIAS, PRODUTOS E SERVIÇOS (94.000) (39,16) (106.000) (33,97)
VENDIDOS
LUCRO BRUTO 146.000 60,83 206.000 66,02
DESPESAS OPERACIONAIS
• Despesas com Vendas (16.000) 6.66 (39.000) 12,50
• Despesas Gerais e Administrativas (65.000) 27,08 (55.000) 17,62
• Outras Despesas Operacionais (6.000) 2,50 (9.000) 2,88
(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
(=) RESULTADO OPERACIONAL (antes do resultado financeiro 59.000 24,58 103.000 33,01
(+) Receitas financeiras 1.000 0,41 11.000 3,52
(-) Despesas financeiras (22.400) 9,33 (12.400) 3,97
(=) RESULTADO OPERACIONAL 37.600 15,66 101.600 32,56
(+ ou -) Outros resultados - -
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS PROVISÕES 37.600 15,66 101.600 32,56
(-) Provisões (16.000) 6,66 (40.000) 12,82
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Situação Financeira
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a) Endividamento – A empresa apresenta alto grau de endividamento, visto que 77% é capital de terceiros em
X1, ou seja, os credores fornecem mais da metade das fontes de recursos totais da empresa e em X2 62%. Do
ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação Capital de Terceiros/PL, menor a liberdade de
decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a estes financiadores externos, ou seja, a empresa
terá menor liberdade financeira quanto maior for sua dependência de capitais de terceiros.
b) Liquidez – Sob o ponto de vista de solvência, a empresa encontra-se também em situação desfavorável,
pois não apresenta solidez financeira que garanta o cumprimento dos compromissos de curto e de longo
prazo. A exceção é o exercício de X2, no qual o Quociente de Liquidez Corrente se encontra ligeiramente acima
do com indicar de 1,35, significando que, os investimentos no AC são suficientes para cobrir as dívidas de curto
prazo e ainda permitir uma folga de 35% para cada um real de dívida do PC.
A interpretação da Liquidez Corrente deve ser direcionada para verificar a existência ou não do Capital
Circulante Líquido (CCL). O CCL também pode ser apurado pela diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo
Circulante. Quando positivo, o CCL indica o excesso do Ativo Circulante sobre o Passivo Circulante. Assim seria
interessante para a empresa ter sempre um capital circulante líquido positivo, ou seja, uma liquidez corrente
maior que R$ 1,00.
Situação Econômica
Rentabilidade – A situação econômica no exercício de X2 foi melhor que no exercício de X1. A boa
rentabilidade alcançada no exercício de X2 decorre do esforço efetuado pela empresa no sentido de reverter
o alto grau de endividamento apresentado no exercício de X1.
4.5 ALAVANCAGEM
Uma empresa tem as suas origens de recursos provenientes dos capitais de terceiros (PC+ PNC) e de capitais
próprios (PL). Por exemplo, uma sociedade com um Ativo no valor de R$ 200.000,00, que apresente um capital
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de terceiros no montante de R$ 120.000,00 e um capital próprio de R$ 80.000,00, tem nesse caso, 60% do
capital aplicado no Ativo financiados por capitais de terceiros (120.000 div 200.000 x 100) e 40%, por capitais
próprios.
O termo alavancagem está associado a endividamento; de forma geral em uma empresa, dívidas devem ser
contratadas para trazer benefícios econômicos para a entidade e para seus sócios.
O termo alavancagem é uma técnica utilizada para multiplicar a rentabilidade das entidades com a utilização
de capitais de terceiros. O aumento da rentabilidade proporcionado pela alavancagem aumenta a
probabilidade de riscos na operação e também a de uma provável insolvência.
A alavancagem financeira ocorre quando os capitais de terceiros (PC e PnC) produzem efeitos positivos sobre
o patrimônio líquido e está associada à intensidade com a qual a empresa utiliza recursos de terceiros, em
lugar de seus próprios recursos financeiros.
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GAF = 1
Se for igual a 1, a alavancagem será nula (o que significa que o ROE é igual ao ROA, o que só é possível se A=PL,
ou seja, não há dívida).
A alavancagem financeira é indiferente ou nula, pois com a utilização de capitais de terceiros a rentabilidade
do PL não se altera. Estaremos diante de uma situação onde não há alavancagem financeira. Não houve um
aumento de rentabilidade na captação de recursos de terceiros.
GAF < 1, GAF menor que 1 Se for menor que 1 significa que a alavancagem é desfavorável
A alavancagem financeira é desfavorável ou negativa, pois com a utilização de capitais de terceiros a
rentabilidade do PL reduz. Se for desfavorável, significa que o custo da dívida não é benéfico e seria melhor
substituir as dívidas por capital próprio. Os recursos captados junto a terceiros não foram capazes de
influenciar positivamente o retorno do capital próprio (Patrimônio Líquido).
4.5.2.1 GAF sem considerar o efeito dos custos com a dívida no Imposto de Renda
É a comparação entre a Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE) com a Rentabilidade do Ativo (ROI ou ROA)
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Formulas
Lucro Líquido depois IR Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE)
GAF = Patrimônio Líquido
Lucro Líquido depois IR Rentabilidade do Ativo ou sobre o Investimento (ROA ou ROI)
Ativo Total
O GAF de 1,216 significa que a empresa utilizando capital de terceiros tem uma rentabilidade sobre o capital
próprio de 21,6% (1,216 – 1 x 100) superior a rentabilidade que teria, se todo o Ativo fosse financiado apenas
com capital próprio.
4.5.2.2 GAF considerando o efeito dos custos com a dívida no Imposto de Renda
Para este cálculo, será necessário mensurar a redução da carga tributária com Imposto de Renda em razão da
dedutibilidade dos custos com a dívida (juros).
Sempre é bom lembrar que, ao analisarmos o GAF de uma empresa, devemos levar em consideração o
montante que a empresa deixou de pagar de Imposto de Renda em razão dos custos assumidos com a dívida,
que indiretamente representa “lucro” para os investidores, pois as despesas com juros (despesas financeiras)
são dedutíveis do IR.
RECEITA DE VENDAS
(-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
ALAVANCAGEM = LUCRO BRUTO
OPERACIONAL (-) DESESAS OPERACIONAIS
= LUCRO ANTES DOS JUROS E IMPOSTO DE RENDA
(LAJIR) OU LUCRO OPERACIONAL
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Exemplo:
Balanço Patrimonial da Cia Lucro Certo em 31.12.X5
ATIVO R$ mil PASSIVO R$ mil
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponibilidades 4.189 Fornecedores 119.219
Aplicações Financeiras 5.000 Financiamentos 348.796
Contas a Receber de Clientes 138.352 Salários e Encargos 4.377
Duplicatas Descontadas (5.000) Imposto de Renda 5.344
Estoques 279.307 Outros impostos a recolher 5.240
Outros Circulantes 174.401 Outros 95.944
Total Ativo Circulante 596.249 Total Passivo Circulante 578.920
A totalidade dos bens e direitos de uma empresa é compreendida com seu Ativo Total, que no exemplo de
Balanço acima perfaz R$ 1.261.658. Já o Ativo Total excluído dos Passivos não Onerosos é definido como
Investimentos.
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Atenção
Passivos não Onerosos são aquelas obrigações que não possuem encargos financeiros, como fornecedores,
salários.
Passivos Onerosos são aqueles que custam à empresa mensalmente, como juros e encargos bancários.
Passivos Onerosos
Circulante
Financiamentos 348.796
Não Circulante
Financiamentos 109.854
Total 458.650
1º Passo – a primeira etapa será identificar a carga tributária que foi aplicada sobre o resultado da empresa.
Para isto, comparamos o valor da provisão com o Lucro do Exercício antes do IR.
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Deve ser considerado neste cálculo o Lucro Operacional como aquele gerado pelos Ativos da empresa, em
decorrência do desenvolvimento da atividade objeto da mesma, sem considerar sua estrutura de
financiamento.
Uma vez efetuadas as devidas reclassificações e apurações acima descritas, teríamos a visualização da DRE
abaixo.
4.5.2.4 Cálculo do Retorno sobre Investimento (ROI/ROA), Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) e Grau
de Alavancagem Financeira (GAF)
O ideal é a empresa financiar-se pagando taxas de juros inferiores ao ROI/ROA, com vistas a não onerar a
rentabilidade do capital próprio (ROE), e assim obter um GAF positivo.
Quando o ROE é superior ao ROI/ROA, indica que a empresa toma recursos no mercado a uma taxa de juros
inferior ao retorno da aplicação desse dinheiro, o que não foi o caso da empresa sob análise.
Se a empresa trabalhasse exclusivamente com capitais próprios, sem nenhum endividamento, o ROE seria
igual ao ROI/ROA, ou seja, o Lucro Líquido seria exatamente igual ao Lucro Operacional após o IR.
Nesta última etapa, avalia-se o retorno sobre os Investimentos (ROI/ROA) e sobre o Patrimônio Líquido (ROE),
tendo em vista o impacto da economia de IR com a dedutibilidade das despesas financeiras decorrentes dos
financiamentos contraídos.
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A seguir será apresentada a apuração da GAF após considerarmos o efeito dos juros no cálculo do IR e
apuração do valor dos Investimentos Líquidos e Passivo Oneroso.
Investimentos 1.031.534 p. 21
Passivo Oneroso 458.650 p. 21
Patrimônio Líquido 453.111 p. 21
Despesas Financeiras Líquidas 99.707 p. 22
Lucro Operacional após IR 120.519 p. 22
Lucro Líquido do Exercício (LLE) 20.812 p. 22
Pelo resultado apurado, a empresa obteve um ROI/ROA de 11,92% dos investimentos mantidos em
X5. A fim de verificar se o mesmo é atrativo, deve-se compará-lo com o ROE e com o custo do endividamento.
No caso apresentado, como a empresa trabalhou com recursos de terceiros e apurou um ROE menor que o
ROI no exercício, há uma indicação de que o custo do endividamento é alto, portanto, superior ao ROI.
Custo da Dívida
Finalizando, observa-se que os recursos levantados no mercado, a um custo líquido de 21,74%, foram
aplicados em ativos que renderam 11,92% de retorno.
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Este GAF indica que o ROE é menor que o ROI, evidenciando que o custo da dívida é superior ao Retorno dos
Investimentos (ROI). Neste caso específico, os recursos captados não alavancaram a empresa
financeiramente.
A estrutura de capital de uma empresa refere-se à composição de suas fontes de financiamento, oriundas de
capitais de terceiros (exigível) e de capitais próprios (patrimônio líquido).
O estudo de estrutura de capital é fundamental para as decisões financeiras. Na busca do objetivo de
maximização da riqueza, a empresa deve selecionar uma composição das fontes de financiamento que
promova a minimização do custo médio ponderado de capital (WACC).
A estrutura de capital de uma empresa é apresentada de forma simples no balanço patrimonial, no qual bens,
direitos (Aplicação de Recursos) e obrigações (Origem de Recursos), são mostrados com seus respectivos
valores, formando o que chamamos de ativo (bens e direitos) e passivo (obrigações).
O capital total de uma empresa é decomposto em duas partes: capital próprio e capital de terceiros. Esses
capitais financiam o ativo da empresa.
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O capital próprio está ligado ao Patrimônio Líquido (PL); trata-se de recursos advindos de dentro da própria
organização, dos proprietários, sócios ou acionistas. Nesse caso, as pessoas que investiram no negócio
esperam, no mínimo, ter um retorno do valor investido.
Um dos fatores que mais tem impacto sobre o capital próprio é o custo de capital, que representa a
rentabilidade mínima exigida pelos detentores do capital próprio, ou seja, acionistas ou sócios da organização.
Para obtenção de capital próprio, a organização poderá conseguir por meio da retenção de lucros, ou
externamente, lançando ações sobre o mercado financeiro, podendo ser estas ordinárias ou preferenciais.
O custo de capital é considerado, uma taxa de retorno exigida em seus projetos de investimento tanto para
remunerar o custo de oportunidade quanto para premiar um risco percebido. Com isso, ao avaliar um projeto
de investimento, deve-se levar em consideração o quanto esse projeto custará, visto que essa informação
possibilitará, de forma mais transparente, a tomada de decisão, já que uma decisão inadequada à estrutura e
aos objetivos da empresa pode acarretar problemas futuros.
Esse custo é formado com base no custo das diversas fontes de financiamento de longo prazo, as quais podem
ser: autofinanciamento (novos recursos próprios, por meio dos acionistas atuais ou de capital decorrente de
novas subscrições); financiamentos bancários ou por meio da emissão e venda de debentures.
O custo de capital de terceiros é a remuneração exigida pelos credores de dívidas da empresa. É o custo hoje,
geralmente líquido do IR, para se levantar recursos de empréstimos e financiamentos no mercado.
Custo de Capital de Terceiros é definido de acordo com os passivos onerosos identificados nos empréstimos e
financiamentos mantidos pela empresa.
Este custo de terceiros é representado por Kd e, diante da dedutibilidade fiscal permitida aos encargos
financeiros, pode também ser apurado após a respectiva provisão para Imposto de Renda, reduzindo seu custo
final.
RECEITA DE VENDAS
(-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
= LUCRO BRUTO
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Exemplo:
Admita um financiamento de R$ 100.000 tomado à taxa de 12% ao ano. Sendo de 34% a alíquota de Imposto
de Renda da empresa, os juros de competência do período atingem:
Despesas financeiras brutas: R$ 100.000 × 12% = R$ 12.000
Economia de IR: R$ 12.000 × 34% = R$ 4.080
Despesas Financeiras Líquidas do IR = R $ 7.920 (R$ 12.000 - R$ 4.080)
Solução
Kd = R$ 7.920,00 = 7,92%
R$ 100.000,00
Esse resultado, evidentemente, é idêntico ao apurado pela formulação abaixo, ou seja:
Kd = i . (1 - IR)
Outro exemplo
Uma empresa toma um empréstimo de R$150.000 para pagar, dentro de um ano, R$170.000. Sem IR, a taxa
de retorno é de 15% a.a., que é o custo da dívida. Com IR, à taxa de 35%, a situação se altera. A entrada do
principal não tem influência no lucro tributável, assim como a sua amortização, porém o pagamento de
R$22.500 (150.000 x 15%) de juros é dedutível, e reduz em R$ 7.875 (22.500 x 35%) o IR a pagar. A taxa de
retorno do novo fluxo de caixa é de 9,75% a.a., que é o custo da dívida, levando-se em conta o IR.
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Kd = i . (1 - IR)
Kd = 15% . (1 - 0,35) = 9,75% a.a
Existe outra forma de se calcular o custo da dívida, antes ou depois do IR, de forma direta, é pela seguinte
expressão:
Kd = (1 - IR) I / D
onde:
I é a carga total anual de juros; e
D é o valor de mercado da dívida.
Exemplo:
Considere uma empresa com pagamentos de juros anuais de R$150.000, baseados na dívida total de
R$3.500.000. Determine o custo da dívida desta empresa, após o IR sabendo-se que sua alíquota de IR é de
35%.
Kd = (1 - IR) I / D
Kd = (1-0,35) 150.000 / 3.500.000
Kd= 0,65 x 0,04 = 2,60 % a.a.
27
28
Ks = D1 + g
Po
Em que:
Ks representa o custo do capital próprio;
Po = preço corrente da ação ordinária,
D1 = dividendo por ação esperado no ano 1
g = taxa anual de crescimento constante dos dividendos.
Exemplo:
A cotação em bolsa das ações ordinárias é de 120,00 e o dividendo previsto para o corrente exercício é de
18,00 por ação. Nos últimos anos, os lucros e os dividendos têm crescido a uma taxa anual de 3%.
Solução
Ks = D1 + g
Po
Ks = 18 + 0,03
120
Ks = 0,15 + 0,03 = 0,18 x 100 = 18%
b) Modelo de formação de preço de ativos (CAPM) Capital Asset Pricing Method - CAPM, Modelo de
Precificação de Ativos Financeiros
Este modelo escreve a relação entre o retorno exigido, ou custo da ação ordinária Ks, e os riscos sistêmicos da
empresa avaliados pelo coeficiente beta.
O modelo do CAPM é bastante utilizado nas operações de investimentos, permitindo que se apure o custo de
oportunidade em condições de risco. O coeficiente beta quantifica o grau de reação do ativo ao
comportamento do mercado.
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Beta = 2,0 → a ação apresenta um risco sistemático maior do que o do mercado. Por exemplo, se o mercado
desvalorizar 10%, a ação desvalorizará 20%.
Beta = 1,0 → o comportamento da ação é igual ao do mercado.
Beta = 0,5 → o risco sistemático da ação corresponde à metade daquele apresentado pelo mercado. É uma
ação defensiva que valoriza ou desvaloriza menos do que a carteira de mercado.
Beta = 0 → A ação não é afetada pelo movimento do mercado.
Exemplo:
A ação da Empresa ZX apresenta um beta igual a 1,6, ou seja, seu risco sistemático é 60% maior que o risco do
mercado como um todo. A taxa livre de risco é de 12% e a expectativa dos investidores é de que a carteira de
mercado atinja 20%. Determine a taxa mínima exigida pelo investidor da ação da Empresa X.
O retorno esperado desta ação deve ser, no mínimo, igual a 24,8%, que representa a taxa mínima de
atratividade para o investimento nesta ação.
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Kp = Dp
Np
Onde:
Kp = custo da ação preferencial
DP = dividendo preferencial
Np = montante a ser recebido pela emissão da ação preferencial
Exemplo:
Certa empresa possui ações preferenciais no mercado no total de R$ 3.000.000. Essas ações pagam dividendos
de R$ 5,00 por ação, sendo o valor unitário da ação negociado em bolsas no momento de R$ 30,00. O custo
da ação preferencial é de?
Kp = Dp
Np
Kp = 5 = 16,67%
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4.6.3.2.3 Custo de emissão das novas ações ordinárias e preferenciais 2) a segunda é quando elas serão
emitidas (gerando novos recursos);
Através do modelo de Gordon é permitido computar diretamente os custos de colocação das novas ações no
mercado, o qual é constituído pelas comissões pagas a instituição financeira que promove o lançamento, das
ações antigas e o preço de lançamento das novas ações.
Kn = D1 +g
(1 – f) x Po
Onde
Kn = custo para a empresa da nova emissão das ações
D1 = dividendo por ação esperado no ano 1
f = taxa correspondente ao deságio no preço de lançamento e as despesas de underwriting (subscrição)
expressa em relação a Po
Po = preço corrente da ação
g = taxa anual de crescimento nos lucros e dividendos.
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Exemplo:
Certa empresa deseja determinar o custo de uma nova emissão de ações ordinárias. A cotação em bolsa das
ações ordinárias antigas é de 180,00 e o dividendo previsto para o corrente exercício é de 24,00. Nos últimos
anos, os lucros e os dividendos têm crescido a uma taxa anual de 4%. Admitiremos que as novas ações fossem
colocadas com um deságio de 12% em relação a cotação das ações antigas, envolvendo uma redução de 14,00
sobre o Po. As comissões e outras despesas corresponderiam a 10,00 por ação.
Solução
Kn = D1 +g
(1 – f) x Po
Kn= 24 + 0,04
(1 - 0,1333) x 180
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Kr = Ks (1-IR)
Onde:
Kr = custo dos lucros retidos para fins do cálculo do custo de capital
Ks = taxa de retorno exigida das ações ordinárias e preferenciais (com participação integral nos lucros)
IR = alíquota do imposto de renda
Exemplo
Admitindo Ks = 22% ao ano e IR 35%, determinar a taxa anual dos lucros retidos.
Kr = Ks (1-IR)
Kr = 22% (1 – 0,35)
Kr = 14,30%
Onde:
Kd = custo percentual da dívida (capital terceiros)
Ks = custo percentual do capital próprio
D = valor monetário do capital de terceiros
S = valor monetário do capital próprio
IR = alíquota do Imposto de Renda
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Exemplo: Olhando para um balancete “T”, fica mais fácil visualizar de onde vêm as informações necessárias
para calcular o CMPC.
ATIVOS PASSIVOS
Ativos Capital Dívidas Taxa Kd %
Capital Sócios Taxa Ks %
Então, por exemplo, vamos considerar que a empresa Energy tenha os seguintes fornecedores de capital:
Considere agora que o gestor da Energy tem de fazer um investimento “X” na empresa e deve calcular o Valor
Presente Líquido (VPL) para determinar se esse investimento “X” será lucrativo ou não. Esse investimento “X”
custa hoje R$ 100.000,00 e promete pagar um único pagamento de R$ 120.000,00 no fim do primeiro ano. A
alíquota do IR é zero. O investimento “X” pode ser realizado?
Solução:
O gestor vai precisar saber qual é a taxa do custo do capital da Energy para poder calcular o VPL do
investimento “X”. Para facilitar o entendimento e por uma questão didática, primeiro vamos agrupar o capital
próprio e o capital de terceiros.
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Ou seja:
WACC = Kd (1-IR) D + Ks S
D+S D+S
(0,1209 x 0,65) + (0,18 x 0,35)
0,078585 + 0,063000 = 14,16%
Memória de cálculo
5.700.000 dividido 8.800.000 = 0,647727 D / (D + S) = 65%
3.100.000 dividido 8.800.000 = 0,352273 S / (D + S) = 35%
0,1209 x 0,647727 = 0,078310
0,18 x 0,352273 = 0,063409
0,078310 + 0,063409 = 0,141719 x 100 = 14,17%
34
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Finalmente, já tendo determinado o custo do capital (CMPC) da Energy, podemos calcular o VPL do projeto
“X” da Energy para ver se esse projeto é viável ou não:
VP = VF / (1 + taxa)n
VP = 120.000 / (1 + 0,1417)1 = 105.106,42
Ou
VP = VF
(1 + i) 1
VP = 120.000
(1 + 0,1417) 1
VP = 120.000 = 105.106,42
(1,1417) 1
VPL = VP – II
VPL = 105.106,42 – 100.000 = 5.10642
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Outro exemplo:
Um projeto da empresa OBA utilizará endividamento de longo prazo (dívidas) e financiamento de capital
ordinário (emissão e venda de ações ordinárias). Calcule o CMPC do projeto OBA proposto com base nas
seguintes informações: A taxa RF é 6% a.a. O Beta das ações da OBA é 1,15. O prêmio de risco de mercado
(Erm – RF) é 8% a.a. A taxa de juros é 10% a.a. A dívida representa 60% do capital da empresa OBA. A alíquota
do IR é 30%.
Solução:
1º calcular o Ks
Ks = RF + β (Erm – RF)
Ks = 0,06 + 1,15 (0,08) = 0,1520 = 15,20% a.a.
WACC = Kd (1-IR) D + Ks S
D+S D+S
CMPC = Kd (1 – IR) D / (D + S) + Ks S / (D + S)
CMPC = 0,10 (1 – 0,3) (60%) + 0,1520 (40%) = 10,28%
Resposta: O CMPC da empresa OBA é 10,28% a.a.
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O Capital de Giro ou Capital Circulante corresponde a uma parcela de capital aplicada pela empresa em seu
ciclo operacional, caracteristicamente de curto prazo, a qual assume diversas formas ao longo de seu processo
produtivo e de venda. Ou seja, o capital de giro corresponde ao ativo circulante de uma empresa, que será
utilizado para saldar as necessidades circulantes durante o ciclo, desde a aquisição de matéria-prima até a
venda e o recebimento dos produtos produzidos.
Solução
CGL = AC – PC
CGL = 160.000 – 120.000 = 40.000 (Este valor provem do PnC ou PL)
ou
CGL = (PL + PnC) – (AnC)
CGL = (100.000 + 80.000) – (140.000)
CGL = 180.000 – 140.000 = 40.000
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Se o Capital de Giro for negativo a empresa tem um nível de obrigações que superam seus bens e direitos de
curto prazo, o que pode denotar problemas de liquidez.
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AC 280.000 PC 280.000
AnC 860.000 PnC 340.000
PL 520.000
TOTAL 1.140.000 TOTAL 1.140.000
CGL = AC – PC
CGL = 280.000 – 280.000 = 0
O Ativo Circulante Financeiro (ACF) ou errático é representado pelo caixa e os equivalentes de caixa.
Os ativos financeiros são disponibilidades e aplicações de curto prazo mantidas normalmente como
precaução para reduzir o risco advindo da flutuação diária das entradas e saídas de caixa.
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O Ativo Circulante Operacional (ACO) ou Cíclico, por sua vez, identifica bens que têm a possibilidade de se
transformar em recursos financeiros no futuro, como os estoques e as contas a receber de clientes. Ativo
Circulante Operacional: corresponde aos direitos da empresa oriundos das atividades operacionais tais como:
clientes, estoques, ICMS a recuperar, adiantamentos a fornecedores, despesas operacionais antecipadas,
entre outros.
Passivo Circulante Financeiro (PCF) é representado pelas contas a pagar onerosas, que possuem cobrança
explícita de juros, como empréstimos e financiamentos.
Os passivos financeiros são empréstimos de curto prazo obtidos para cobrir necessidades de caixa.
Passivo Circulante Operacional (PCO) identifica obrigações com terceiros que devem ser pagas, porém não
estão ligadas a uma cobrança explícita de juros, como as contas a pagar para fornecedores e os salários dos
funcionários. Passivo Circulante Operacional: corresponde as obrigações da empresa oriundas das atividades
operacionais da empresa, tais como: salários a pagar, ICMS a recolher, duplicatas a pagar, provisões para IR,
entre outras.
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Caso a NIG seja positiva, há a necessidade de aplicações de recursos em capital de giro para a manutenção das
operações.
Caso ela seja negativa, os investimentos de curto prazo já são cobertos por recursos operacionais, como pelos
fornecedores.
Resumo
O Ativo Circulante foi dividido em uma parte relacionada com o processo produtivo, o Ativo Circulante
Operacional (ACO) ou Cíclico, e outra relacionada com as disponibilidades e aplicações de curto prazo, o Ativo
Circulante Financeiro (ACF) ou Errático.
O Passivo Circulante foi desmembrado em uma parte relacionada com o processo produtivo, o Passivo
Circulante Operacional (PCO) ou Cíclico; e outra que compreende as fontes de recursos de curto prazo que
não decorram de forma direta com o processo produtivo, o Passivo Circulante Financeiro (PCF) ou Errático.
Portanto, as contas do ativo e passivo circulante do Balanço Patrimonial tradicional foram desmembradas em
duas partes:
Balanço Patrimonial com as contas reagrupadas
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Financeiro (ACF) 100 Passivo Circulante Financeiro (PCF) 400
Caixa/Bancos/Aplicações 100 Empréstimos/Financiamentos 400
Ativo Circulante Operacional (ACO) 1.900 Passivo Circulante Operacional (PCO) 700
Contas a Receber 900 Fornecedores 500
Estoques 1.000 Contas a Pagar (Salários, Encargos, 200
Imp.)
Ativo Não Circulante 9.200 Passivo Não Circulante 10.100
Realizável a Longo Prazo 1.200 Exigível a Longo Prazo 3.900
Contas a Receber 1.200 Empréstimos/Financiamentos 3.800
Resultado de Exercícios Futuros 100
Ativo Permanente 8.000 Patrimônio Líquido 6.200
Investimentos 1.000 Capital Social 5.000
Imobilizado 6.500 Reservas 500
Intangível 500 Lucros ou Prejuízos Acumulados 700
Total do Ativo 11.200 Total do Passivo 11.200
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42
No Ativo e Passivo Financeiro foram agrupadas as contas ligadas à Tesouraria. As contas de Ativo e Passivo
Operacionais são as que estão relacionadas com as atividades da empresa. Já as contas de natureza
permanente do ativo e passivo formam o Ativo e Passivo Não-Circulante.
Esta forma de classificar as contas do Balanço permite a estruturação de três conceitos fundamentais para o
modelo da Análise Dinâmica:
- NCG – Necessidade de Capital de Giro ou IOG – Investimento Operacional em Giro
- CPL – Capital Permanente Líquido
- ST ou SD – Saldo de Tesouraria ou Saldo Disponível
O IOG ou NCG é negativo quando as origens do passivo operacional são maiores do que as aplicações do ativo
operacional. Esta é uma característica das empresas comerciais, que investem em estoque de mercadorias
que são vendidas à vista, e normalmente pagam os seus fornecedores a prazo.
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SD ou ST = ACF - PCF
Se o SD ou ST for positivo implica em um Capital Permanente Líquido – CPL maior do que o Investimento
Operacional em Giro – IOG ou Necessidade de Capital de Giro. Isto significa que os recursos líquidos de longo
prazo cobrem o IOG ou NCG e ainda “sobra” uma parcela para fortalecer a Tesouraria da empresa. Neste caso
o ativo financeiro (disponibilidades e aplicações de curto prazo) supera o passivo financeiro (empréstimos de
curto prazo).
Já uma Tesouraria negativa implica que o Investimento Operacional em Giro – IOG ou NCG supera o Capital
Permanente Líquido – CPL, de acordo com Cavalcante (2019) e ainda é necessário se ter recursos de curto
prazo para financiar o giro. Neste caso, os empréstimos superando as aplicações de curto prazo e
disponibilidades.
Balanço Patrimonial com as contas reagrupadas evidenciando as variáveis acima
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Financeiro (ACF) 100 Passivo Circulante Financeiro (PCF) 400
Caixa/Bancos/Aplicações 100 Empréstimos/Financiamentos 400
Saldo de Tesouraria (ST) ou Saldo Disponível (SD)
SD ou ST = ACF – PCF
SD ou ST = 100 – 400
SD ou ST = (300)
Ativo Circulante Operacional (ACO) 1.900 Passivo Circulante Operacional (PCO) 700
Contas a Receber 900 Fornecedores 500
Estoques 1.000 Contas a Pagar (Salários, Encargos, 200
Imp.)
Necessidade de Capital de Giro (NCG) – IOG – Investimento Operacional em Giro
NCG ou IOG = ACO – PCO
NCG ou IOG = 1900 – 700
NCG ou IOG =1.200
Ativo Não Circulante 9.200 Passivo Não Circulante 10.100
Realizável a Longo Prazo 1.200 Exigível a Longo Prazo 3.900
Contas a Receber 1.200 Empréstimos/Financiamentos 3.800
Resultado de Exercícios Futuros 100
Ativo Permanente 8.000 Patrimônio Líquido 6.200
Investimentos 1.000 Capital Social 5.000
Imobilizado 6.500 Reservas 500
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Análise
O Investimento em Giro da empresa (IOG = Ativo Circulante Operacional menos Passivo Operacional) é de
$1.200. Como foi positivo, significa que as aplicações em giro (estoques em contas a receber) superam as
origens da atividade (fornecedores e contas a pagar).
O Capital Permanente Líquido de $900, por ser positivo, as origens de longo prazo (exigíveis e patrimônio dos
sócios) superam o nível de aplicações (em permanente e realizável a longo prazo). Estes recursos financiam
uma parte do investimento em giro.
A Tesouraria negativa de ($300) pode ser explicada de dois ângulos. O primeiro pela diferença entre as outras
duas variáveis anteriores: IOG e o CPL. Apenas parte do giro (IOG) é financiada com recursos de longo prazo
(CPL), sendo que a grande maioria da necessidade de giro é financiada por recursos financeiros de curto prazo
(T). Como consequência, de outro ponto de vista, os Passivos Financeiros são superiores aos Ativos
Financeiros.
44
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Para evitar o efeito tesoura a empresa deve planejar a evolução do Saldo de Tesouraria, que depende de
variáveis que afetam o Autofinanciamento, a Necessidade de Capital de Giro e o Capital de Giro. Fazendo com
que o Autofinanciamento seja suficiente, pelo menos, para financiar os aumentos da NCG.
O efeito tesoura pode ser caracterizado pelo seguinte indicador:
Se este índice crescer negativamente, em exercícios seguidos, teremos caracterizado o efeito tesoura.
Exemplo:
Ano ST NCG ST div NCG
X2 500 900 0,56
X3 (500) 1.800 (0,28)
X4 (1.300) 2.000 (0,65)
Veja que o indicador “ST/NCG” está crescendo negativamente, ao longo dos anos, neste caso a
empresa está sofrendo o chamado “Efeito Tesoura”.
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O modelo foi criado e implementado na empresa DuPont por F. Donaldson Brown, um engenheiro elétrico, e,
posteriormente, na General Motors Corporation, quando a DuPont adquiriu parte das ações dessa empresa.
A utilização desse modelo tem como objetivo localizar e avaliar o desempenho das diversas divisões e dos
diversos produtos da empresa e, em consequência, avaliar seus gerentes.
Essa análise é empregada por corporações que possuem muitas fabricas ou divisões. O gestor principal da
empresa (CEO) que precisa analisar o desempenho de seus gerentes utiliza-se da ROI de cada uma das
unidades administradas para avalia-las e para determinar a elaboração de planos visando melhorar os
resultados.
As fórmulas modificadas de ROA ou ROI e ROE são conhecidas como sistema de análise DuPont, e podem ser
melhor compreendidas pela ilustração apresentada abaixo.
Graficamente o sistema de análise DuPont, fica assim representado:
Esta figura é como uma espécie de “mapa do lucro”, auxiliando o analista financeiro a identificar os
componentes chaves na formação do lucro e suas contribuições ou problemas para a formação dos resultados
obtidos.
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Inicialmente, a formula DuPont reúne a margem de lucro e o giro do ativo, indicando a eficiência com que a
empresa usa os ativos para gerar vendas (Retorno Sobre o Ativo – ROA).
1 - Margem Líquida = Lucro Líquido 44 3,03%
Receita Líquida 1.453
Em uma segunda etapa, a formula DuPont relaciona o retorno do ativo ao retorno do patrimônio líquido
(Return on Equity – ROE).
3 - Multiplicador de Alavancagem Financeira = Ativo Total 744 6,8257
Patrimônio Líquido 109
Na formula sugerida por Gitman (2010) multiplica-se o Retorno do Ativo (ROA) pelo Multiplicador da
Alavancagem Financeira (MAF), ou seja, “e o quociente entre o ativo total e o patrimônio líquido” e que é
calculado pela seguinte formula:
O retorno total para os proprietários pode ser então, analisado à luz dessas importantes dimensões.
48
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4.8.2 EBITDA
O EBITDA, que corresponde, em inglês, a Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, nada
mais é do que o Lucro Operacional Ajustado, ou seja, representa o lucro antes dos juros, impostos (sobre o
lucro), depreciações e amortizações.
No Brasil, poderíamos expressá-lo como LAJIDA (Lucro antes de Juros, Imposto de Renda, Depreciação e
Amortização). Sua divulgação no Brasil apesar de não obrigatória, vem sendo feita pela maioria das empresas
de capital aberto.
Em linhas gerais, o EBITDA representa o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades
operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos.
Por meio do valor do EBITDA é possível elaborar indicadores que auxiliam na compreensão do desempenho
organizacional, conforme abaixo:
Indicadores Fórmula Indica
Margem EBITDA EBITDA Mostra o retorno operacional obtido pela receita líquida
Receita Líquida de vendas. Quanto maior, melhor.
Retorno EBITDA/AT EBITDA Aponta o retorno operacional obtido pelos ativos totais.
Ativo Total Quanto maior, melhor.
Retorno EBITDA/PL EBITDA Informa o retorno operacional obtido sobre o capital
Patrimônio Líquido próprio. Quanto maior, melhor.
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50
Exemplo:
Demonstração do Resultado do Exercício em 31.12.XX
Vendas Brutas 650.000
(-) Impostos 162.500
(=) Vendas Líquidas 487.500
(-) CMV 285.000
(=) Lucro Bruto 202.500
(-) Despesas
De Vendas 25.000
Administrativas 18.000
Depreciação 32.000
Amortização 15.000
Financeiras 45.000
(=) Lucro Operacional antes IR CSLL 67.500
(-) IR e CSLL 16.700
(=) Lucro Líquido 50.800
Outro exemplo
Receitas de Vendas 17.000
CPV (9.000)
Lucro Bruto 8.000
Despesas com Vendas (800)
Despesas Gerais e Administrativas (1.200)
EBITDA 6.000
Depreciação (1.000)
Lucro Operacional antes do IR 5.000
Despesas Financeiras (900)
Lucro antes do IR 4.100
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O EBITDA pode ser calculado somando o valor do seu lucro operacional antes do IR com o valor das suas
despesas com depreciação, que são despesas não desembolsadas efetivamente.
Ou
EBITDA = Lucro Líquido + Despesas Financeiras + Depreciação + Imposto de Renda
EBITDA = 2.700 + 900 + 1.000 + 1.400
EBITDA = $ 6.000
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(=) Ebitda em percentual da Receita Operacional Bruta 21,67% (2.600 div 12.000)
Observe que, na mesma estrutura do DRE conseguimos, facilmente, identificar os números necessários para
o cálculo do EBTIDA, aplicando na prática esse indicador no seu demonstrativo.
Em relação ao EBITDA, a diferença é muito simples: é o EBIT sem a dedução do valor da depreciação de ativos
tangíveis (máquinas, por exemplo) e da amortização de ativos intangíveis (dívida de longo prazo, por exemplo).
4.8.3 NOPAT
O NOPAT é a sigla para "Net Operating Profit After Taxes"ou, em português, Lucro Operacional Líquido após
os Impostos. É uma medida de remuneração do capital operacional líquido, utilizado pela empresa.
Demonstra o lucro real das empresas por se tratar de uma métrica que, ao contrário das demais criadas com
objetivo similar, desconta todos os tributos incidentes sobre a operação de um negócio além da depreciação.
Na teoria, este indicador mede o valor que poderia ser distribuído aos acionistas se a empresa não possuísse
nenhuma dívida.
Quanto a depreciação é bom ser descontada, principalmente para a atividade industrial, pois estas possuem
elevados investimentos em maquinário, impactando qualquer avaliação ligada a valor econômico de uma
empresa.
A origem do NOPAT é o EBIT (Earnings Before Interest and Taxes, que para nós é o Lucro Antes dos Juros e
Impostos de Renda (LAJIR)
Para calcular o NOPAT, é necessário descontar os tributos sobre a renda (IR e CSLL) conforme abaixo:
NOPAT = EBIT (1 – t )
52
53
A alíquota do IR é de 34%.
NOPAT = EBIT (1 – t )
NOPAT = 4.050 (1 – 0,34)
NOPAT = 2.673
Ou
4.050 x 34% = 1.377
4.050 – 1.377 = 2.673
O NOPAT examina qual é o resultado operacional da empresa menos os impostos teóricos sobre ele
como se não houvesse nenhuma dívida, portanto, a linha de Juros estaria zerada, ou seja, ele mede o que seria
lucro da empresa se todos os seus ativos tivessem sido financiados com capital dos investidores.
Desse modo, anula a influência dos financiamentos dos ativos sobre o lucro medindo a lucratividade
dos ativos líquidos da empresa, independentemente da forma como eles são financiados.
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54
Para o NOPAT, do Lucro Líquido serão ajustados às despesas e receitas financeiras, ou seja, como o NOPAT é
operacional, deve-se eliminar o efeito da perda ou ganho financeiro (empréstimo ou aplicação financeira).
4.8.4 EVA®
O EVA® é marca registrada e explorada pela Stern Stewart & Co., que tem como objetivos avaliar desempenho,
determinar políticas de remuneração de executivos, comunicar-se com os investidores, decidir sobre o
orçamento de capital e realizar avaliações de qualquer natureza.
O EVA® é o lucro econômico que uma empresa obteve em determinado período. Também chamado de valor
econômico agregado, o EVA mede o desempenho financeiro da empresa com base na riqueza que ela
efetivamente criou, após se deduzir o custo do capital investido do seu lucro operacional.
Ou
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55
Fórmula
EVA® = (RAOL – CMPC) x AOL
Onde:
RAOL = retorno sobre o ativo operacional líquido. É o lucro operacional dividido pelo ativo operacional líquido,
também é expresso em percentual.
CMPC = custo médio ponderado de capital. É a média ponderada das taxas acima, relevando o “peso” que
cada uma possui perante o capital total;
AOL = ativo operacional líquido. É o resultado de todo o ativo considerado operacional menos o passivo
considerado operacional. Representa a parcela a qual a companhia terá que buscar/captar recursos fora de
suas operações casuais.
55
56
Reclassificação do Balanço
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Informações:
- O custo das obrigações com terceiros é de: 7,50%
CCT = Juros CCT dividido pela dívida
CCT = 2.025 div 27.000 = 7,50% (Kd)
- A alíquota do IR = 35%
Obs: 2.025 está na DRE p. 56 do resumo
Obs: 27.000 capital 3ºs na nova estrutura. (diferença do PL para total Ativo Operacional Líquido)
WACC = Kd (1-IR) D + Ks S
D+S D+S
Ou
Fonte Valores Peso Custo Custo Taxa IR IR (6) CMPC
(1) (2) (3) médio (4) (5) (7)
(2 x 3)
Própria 88.220 76,57% 12% 9,19% 9,1884%
Terceiros 27.000 23,43% 7,50% 1,76% 1,7573%
Total 8.800.000 100 10,33%
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Cálculo do EVA
EVA® = NOPAT – (C% × TC) (TC = total capital)
EVA® = 22.773 – (10,33% x 115.220)
EVA® = 22.773 – 11.902
EVA® = 10.871
Ou
Portanto, a principal diferença do EVA, face às tradicionais medidas de rendimento, reside no fato de
considerar o custo total do capital e não apenas o custo do capital de terceiros. Qualquer medida de avaliação
de performance que ignore o custo do capital próprio não demonstra o sucesso de uma empresa em criar
valor para os seus proprietários.
4.8.5 MVA®
O MVA®, que significa Market Value Adde e se traduz como Valor de Mercado Agregado ou Adicionado, é uma
ferramenta conceitual, também elaborada pela Stern Stewart & Co, para aferir o quanto a administração
agrega de valor ao capital investido na companhia.
O objetivo primário da maioria das empresas, qual seja maximizar a riqueza do acionista, assegura que
recursos escassos serão alocados de forma eficiente. A riqueza do acionista é maximizada por meio de
maximização da diferença entre o valor de mercado de capital dos acionistas e o montante de capital que eles
investiram na empresa. Essa diferença é o que se chama de MVA.
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O MVA® é calculado pela diferença entre o valor de mercado da empresa e o valor do capital investido,
também avaliado a preços de mercado. Ou seja:
Exemplo
Um investidor dispõe de R$ 100.000 aplicados na caderneta de poupança rendendo juros de 6% ao ano. Este
investidor recebeu uma proposta para comprar um posto de gasolina pagando por ele R$ 100.000.
Analisou a projeção de resultados do negócio e ficou convicto da possibilidade de uma retirada anual de
dividendos de R$ 15.000, o que significa aplicar seu capital a uma taxa de retorno ao ano de 15% (R$ 15.000/
R$ 100.000).
Evidentemente esta retirada anual estimada de R$ 15.000 está sujeita a variações para mais ou para menos.
Aí está o risco do negócio.
Todavia, a expectativa de retorno de 15% ao ano representa um prêmio de 9 pontos percentuais acima dos
6% a.a. oferecidos com segurança pela caderneta de poupança. Compensa o risco, segundo o julgamento do
investidor. O posto de gasolina é comprado.
Passados 3 anos, o investidor conseguiu obter retiradas anuais de R$ 15.000. O retorno projetado de 15% ao
ano está sendo alcançado. Se não está havendo superação de expectativas, também não está havendo
frustração. Se o investidor não está mais rico, também não está mais pobre.
Para investidores que desejam um retorno de 15% ao ano para um posto de gasolina, o negócio continua
valendo R$ 100.000 ($15.000 / 0,15) pela sua capacidade de pagar dividendos de R$ 15.000 ao ano, sem
perspectivas aparentes de melhorar ou piorar este valor.
Portanto, não está havendo para o investidor criação nem destruição de valor no seu negócio/investimento.
O investidor dispõe de um ativo que vale R$ 100.000 e o capital investido também foi de R$ 100.000.
O valor de R$ 100.000 (R$ 15.000 / 0,15) é resultado de uma perpetuidade sem crescimento. Nesta conta,
assume-se que o investidor irá receber R$ 15.000 infinitamente.
Considere agora que no início do 4º ano de operação do posto de gasolina, o acionista tem como objetivo um
retorno extra de 5 pontos percentuais para o negócio. A expectativa de retorno passa de 15% ao ano (mínimo)
para 20% a.a. (desejado). Para tanto, algumas ações foram introduzidas:
• Frentistas homens foram substituídos por frentistas mulheres;
• Mudanças no mix da linha de produtos da loja de conveniência;
• Preços promocionais na lavagem rápida durante os dias úteis da semana, e
• Promoções especiais como ducha grátis para quem encher o tanque de gasolina.
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Nenhuma destas ações demandou investimentos. As novas políticas operacionais deram resultado. As receitas
aumentaram e os lucros e dividendos também.
As retiradas anuais passaram de R$ 15.000 para R$ 20.000 anuais (20% de retorno sobre o capital investido
de R$ 100.000).
Agora o negócio vale mais para o investidor. Vale R$ 133.333 (R$ 20.000 / 0,15).
Qual o EVA® da operação? R$ 5.000. Representa o retorno extra de 5% acima do mínimo de 15% (R$ 20.000 –
R$ 15.000 = R$ 5.000).
Qual o MVA? R$ 33.333. É a diferença entre o novo valor da empresa de R$ 133.333 (R$ 20.000 / 0,15) e o
capital investido de R$ 100.000 R$ 15.000 / 0,15).
O investidor ficou mais rico em R$ 33.333 porque possui um ativo que vale R$ 133.333 e o capital investido
foi de R$ 100.000.
Portanto o MVA corresponde à diferença entre o valor de mercado atual de uma empresa e o capital que os
investidores forneceram a ela.
- Se o Valor de Mercado Adicionado é positivo, a empresa tem valor agregado;
- Se o Valor de Mercado Adicionado for negativo, a empresa destruiu seu valor.
Esse resultado em excesso (valor de mercado menos investimento total) constitui-se no valor do intangível do
negócio, ou seja, no goodwill produzido pela qualidade de sua gestão. Representa quanto a empresa foi capaz,
pelas estratégias financeiras e capacidades diferenciadoras implementadas, de agregar riqueza a seus
acionistas, objetivo básico de qualquer empreendimento.
Uma metodologia gerencial de avaliação do MVA® pode ser efetuada por meio do valor presente do EVA®,
conforme proposta por Stewart. O MVA é obtido pela divisão do EVA pelo WACC, ou seja:
WACC - (custo médio ponderado de capital)
MVA = EVA
WACC
Exemplo: Para ilustrar, admita que uma empresa tenha um total de investimento (capital fixo e capital de giro)
de R$ 10 milhões. Sabe-se que 40% dos investimentos são financiados por bancos, que cobram uma taxa
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líquida de juros de 10% ao ano, já deduzido o benefício fiscal, e os 60% restantes representados por recursos
próprios, com uma expectativa de retorno de 15% ao ano. A empresa apura no exercício em consideração um
resultado operacional líquido de impostos de R$ 1,5 milhão. Em resumo, a empresa apresenta a seguinte
estrutura de investimento:
De forma mais simples, conforme apresentada acima, o cálculo do EVA pode ser efetuado deduzindo-
se do resultado operacional líquido do IR o custo de cada fonte de capital selecionada pela empresa:
Resultado Operacional Líquido R$ 1.500.000
Remuneração exigida pelos credores (4.000.000 x R$ 400.000
10%)
Remuneração exigida pelos acionistas (6.000.000 x R$ 900.000
15%)
Custo total de capital R$ 1.300.000
Valor Econômico Agregado (EVA) R$ 200.000
onde:
Ks: custo de capital próprio
D: participação do capital próprio (patrimônio líquido)
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Sabendo-se que:
Ks = 15%
S = 60%
Kd = 10%
S = 40%
Calcula-se o WACC:
WACC = (15% × 60%) + (10% × 40%)
WACC = 13,0% ou seja Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC)
O WACC equivale ao custo total de capital alocado para financiar seus ativos. É calculado pela soma do custo
de cada fonte de recurso ponderado pela respectiva participação relativa no total do investimento (Ativo
Total).
O cálculo do EVA® pode também ser desenvolvido a partir do lucro líquido do exercício, conforme
demonstrado a seguir:
Como o resultado operacional líquido apurado pela empresa no período (R$ 1,5 milhão) é superior ao mínimo
exigido por credores e acionistas (R$ 1,3 milhão), a diferença encontrada (R$ 0,2 milhão) é reconhecida por
valor econômico agregado. Esta medida de valor é um indicativo de que a empresa foi capaz de oferecer um
retorno extraordinário a seus investidores. As conclusões são as mesmas ao se calcular o EVA® a partir do
lucro líquido.
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MVA = EVA
WACC
O MVA® é obtido: R$ 200.000,00/0,13 = R$1.538.461,54, revelando quanto a empresa vale mais que o total
do capital investido. Logo, o valor de mercado da empresa, com base no desempenho do exercício, totaliza:
Ou
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patrimônio líquido (ROE = Lucro Líquido/Patrimônio Líquido) e o custo de oportunidade do acionista (taxa
mínima de retorno exigida pelo investidor).
A atratividade econômica da empresa é admitida quando o spread do capital próprio for positivo, indicando
uma agregação de riqueza aos proprietários pela valorização do preço de mercado de suas ações.
O resultado do spread do capital próprio deve ser idêntico ao do EVA®, pois as duas medidas excluem o custo
do capital de terceiros em seus cálculos.
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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1) Determinada empresa informou os seguintes dados que foram extraídos de suas demonstrações
financeiras:
Determinar a taxa de retorno sobre o ativo (ROA ou ROI) de acordo com a fórmula DuPont.
Solução:
Calcule:
a) a participação do capital de terceiros;
b) o custo do capital de terceiros;
c) a participação do capital próprio;
d) o custo médio ponderado do capital.
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Solução
Solução
Estoque = R$ 150.000
CMV = 75%
PMRE = 70 dias
PMRV = 50 dias
Duplicatas a Receber ?????????
70 = 360 150.000
CMV
CMV x 70 = 360 x 150.000
CMV = 360 x 150.000
70
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CMV = R$ 771.429
R$ 771.429 75%
X 100%
R$ 7712.429 x 100 = 75 X
X = R$ 1.028.572 Vendas Brutas
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