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Universidade Federal de Lavras - UFLA

Departamento de Administração e Economia

ORÇAMENTO DE CAPITAL
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA II

Luiz Eurico Junqueira Coli


DAE/UFLA
ORÇAMENTO DE CAPITAL

Conteúdo da aula:

4.8 Estudo de casos


ESTUDO DE CASOS
25º caso (p. 77):
Considerando-se que a taxa de mínima atratividade
(TMA) adotada por uma empresa de 10% a.a., avaliar um projeto
que apresenta as seguintes características:
• Custo inicial  3.500,00 UM;
• Vida econômica  10 anos;
• Valor residual  800,00 UM;
• Receita anual  1.200,00 UM;
• Custos operacionais anuais  700,00 UM.
Sabendo-se que a taxa interna de retorno está entre 9%
e 10% ao ano, verificar se é conveniente para a empresa
investir no projeto.
ESTUDO DE CASOS
Solução:

1) Fluxo de caixa operacional


FCO = RA – COA = 1.200,00 – 700,00 = 500,00 UM.

2) Fluxo de caixa do projeto


FC0 = –3.500,00 UM;
FC1 = +500,00 UM;
FC2 = +500,00 UM;
 
FC9 = +500,00 UM;
FC10 = 500,00 + 800,00 = 1.300,00 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:

3) Valor presente líquido – VPL


VPL = –3.500,00 + 500,00(P/A,10%,9) +
1.300,00 (1+0,10)–10  VPL  – 119,28 UM.

4) Análise da viabilidade do projeto


Como o VPL do projeto à taxa de 10% ao
ano é negativo, isto significa que a contribuição
do projeto à riqueza da organização é redutora de
valor. Logo, o projeto deve ser rejeitado. A taxa de
retorno do projeto é de 9,27% ao ano.
ESTUDO DE CASOS
29º caso (p. 78):
Uma empresa estuda a alternativa dela própria executar
uma etapa de sua produção, hoje terceirizada. Para tanto,
precisará investir 1.500,00 UM em equipamentos e teria gastos
anuais de 700,00 UM. A firma prestadora de serviços recebe
1.000,00 UM/ano para a execução da tarefa. Considerando-se
uma vida útil dos equipamentos de 10 anos, TMA de 10% a.a. e
que o valor de revenda dos ativos seja nulo após 10 anos de
uso, pede-se:
a) verificar a conveniência da empresa executar a tarefa;
b) considere agora a tributação exigida através do imposto de
renda, com alíquota de 35%; a escolha do item anterior
continua prevalecendo?
c) e se a alíquota do imposto de renda fosse de 40%, haveria
alteração de escolha?
ESTUDO DE CASOS
Observações:
Por hipótese, imagina-se que o benefício gerado
pela execução própria da etapa do processo
produtivo seja o mesmo pela atual execução
terceirizada. Logo, a análise deverá ser orientada
para os custos incorridos na execução dessa
etapa.
Será arbitrado o intervalo de tempo da vida útil
dos equipamentos (10 anos) como referência de
horizonte de planejamento para a análise das
alternativas.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
a) Verificação da conveniência de a empresa
executar a tarefa – sem tributação
1) Apresentação de diagrama de fluxo de caixa dos
custos associados às alternativas
1a) Execução terceirizada:

0 1 2 3 4 9 10

1.000,00
ESTUDO DE CASOS
Solução:

1b) Execução própria:

0 1 2 3 4 9 10

700,00

1.500,00
ESTUDO DE CASOS
Solução:
2) Cálculo do valor (custo) presente líquido
2a) Execução terceirizada:
VPLT = PGTOT(P/A,i,n) = 1.000,00(P/A,10%,10) 
VPLT = 1.000,006,144567106 = 6.144,567106
VPLT  6.144,57 UM.

2b) Execução própria:

VPLP = I0 + PGTOP(P/A,i,n) = 1.500,00 +


700,00(P/A,10%,10) = 1.500,00 + 700,006,144567106
 VPLP = 5.801,196974VPLP  5.801,20 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
3) Conclusão
Como a análise é orientada para os custos
incorridos em uma etapa da produção, a escolha
deve recair sobre a alternativa que apresentar o
menor valor. Neste caso, desprezando a incidência
da tributação, a melhor opção seria a própria
empresa executar essa etapa do processo produtivo.
ESTUDO DE CASOS
Observações:
Por hipótese, será admitido que o pagamento
pelo serviço prestado por terceiros na execução da
etapa produtiva pode ser integralmente registrado
como um custo e servirá como conta redutora para
apurar a base de tributação. Assim, o desembolso
oriundo da terceirização da execução da etapa de
produção propiciará uma redução do imposto de
renda a ser pago. Logo, a terceirização da etapa
produtiva gerará um benefício fiscal que deve ser
considerado na análise das alternativas.
ESTUDO DE CASOS
Observações:

Por outro lado, pode-se arbitrar que a


aquisição de equipamentos para a execução própria
permitirá lançar a depreciação como uma conta
redutora para fins de tributação, o mesmo
sucedendo com os gastos de execução. Será
arbitrada uma taxa de depreciação linear de 10% a.a.
(vida útil de 10 anos).
ESTUDO DE CASOS
Benefício fiscal:

Será empregado um exemplo literal para


desenvolver esse aspecto do benefício fiscal. Seja o
caso da venda de um produto que gerará à
organização uma receita V. Na primeira situação, a
organização não tem elementos para associar
nenhum gasto, enquanto na segunda situação pode
comprovar às autoridades fiscais um gasto G. Seja
ALIQ a alíquota do imposto de renda.
ESTUDO DE CASOS
Benefício fiscal:

DISCRIMINAÇÃO SITUAÇÃO 01 SITUAÇÃO 02


Receita obtida V V
Gasto associado G
Lucro tributável V V–G
Imposto de renda devido ALIQ×V ALIQ×(V – G)
ESTUDO DE CASOS
Benefício fiscal:

Redução do imposto de renda a pagar:


IR = IR1 – IR2 = ALIQV – ALIQ(V – G) 
IR = ALIQV – ALIQV + ALIQG  IR = ALIQG.

A redução de tributo a pagar constitui o


benefício fiscal de se poder registrar contabilmente
gastos vinculados à operação. Logo, fica:
BF = ALIQG.
Retornando ao caso em estudo, tem-se:
ESTUDO DE CASOS
Solução:
b) Verificação da conveniência de a empresa executar
a tarefa – com tributação pelo imposto de renda
1) Cálculo do benefício fiscal gerado e o custo líquido
das alternativas
1a) Execução terceirizada:
BFT = AlíquotaPGTOT = 0,351.000,00 
BFT = 350,00UM/ano;
PGTOT LIQ = 1.000,00 – 350,00 = 650,00 UM/ano.
1b) Execução própria:
Depreciação – Q = 0,101.500,00 = 150,00UM/ano;
BFP = Alíquota(Q + GPP) = 0,35(150,00 + 700,00) 
BFP = 297,50 UM/ano;
PGTOP LIQ = 700,00 – 297,50 = 402,50 UM/ano.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
2) Cálculo do valor (custo) presente líquido
2a) Execução terceirizada:
VPLT LIQ = PGTOT LIQ(P/A,i,n) = 650,00(P/A,10%,10) 
VPLT LIQ = 650,006,144567106 = 3.993,968619
VPLT LIQ  3.993,97 UM.

2a) Execução própria:


VPLP LIQ = I0 + PGTOP LIQ(P/A,i,n) = 1.500,00 +
402,50(P/A,10%,10) = 1.500,00 + 402,506,144567106
 VPLP LIQ = 3.973,188260 VPLP LIQ  3.973,19 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:

3) Conclusão

Mesmo com a consideração do efeito do


benefício fiscal gerado pela redução da base
tributável, a alternativa de execução própria da etapa
de produção continua sendo a melhor opção, pois
apresenta um menor custo atualizado à taxa de 10%
ao ano.
ESTUDO DE CASOS
32º caso (Brealey et al., 2001):
A Ratoeiras Pelo Rabo desenvolveu uma nova ratoeira.
Ela pode iniciar a produção com um investimento inicial em
equipamento de $6 milhões. O equipamento será depreciado
em linha reta durante 5 anos para um valor de zero, mas na
realidade ele pode ser vendido depois de 5 anos por
$500.000,00. A empresa acredita que o capital de giro de cada
data deve ser mantido em um nível de 10% das previsões de
vendas do ano seguinte. A empresa estima custos de produção
iguais a $1,50 por ratoeira e acredita que elas possam ser
vendidas por $4 cada. As previsões de vendas são
apresentadas na tabela a seguir.
ESTUDO DE CASOS
32º caso (Brealey et al., 2001):
O projeto acabará em 5 anos, quando a ratoeira se tornar
tecnologicamente obsoleta. A faixa tributária da empresa é
de 35% e a taxa de retorno requerido sobre o projeto é de
12%. Qual é o VPL do projeto?

Ano 0 1 2 3 4 5 Depois
disso
Vendas (milhões de 0 0,5 0,6 1,0 1,0 0,6 0
ratoeiras)
ESTUDO DE CASOS
Solução:
1) Cálculo da receita do primeiro ano
Quantidade vendida: V1 = 500.000 unidades;
Receita anual: R1 = 500.0004,00 = $2.000.000,00.

2) Cálculo da necessidade de capital de giro do primeiro ano


Capital de giro: NCG1 = 0,102.000.000,00 = $200.000,00

3) Cálculo do custo do primeiro ano


Custo anual: C1 = 500.0001,50 = $750.000,00.

4) Cálculo da quota de depreciação anual


Vida útil: 5 anos  20% ao ano;
Depreciação: Q = 0,206.000.000,00 = $1.200.000,00/ano.
ESTUDO DE CASOS
5) Cálculo do caixa operacional:
DISCRIMINAÇÃO/ANO 01 02 03 04 05
Receita operacional (+) 2.000,0 2.400,0 4.000,0 4.000,0 2.400,0
Custos de produção (–) 750,0 900,0 1.500,0 1.500,0 900,0
Lucro operacional (=) 1.250,0 1.500,0 2.500,0 2.500,0 1.500,0
Depreciação (–) 1.200,0 1.200,0 1.200,0 1.200,0 1.200,0
Lucro tributável (=) 50,0 300,0 1.300,0 1.300,0 300,0
Imposto de renda (–) 17,5 105,0 455,0 455,0 105,0
Lucro líquido (=) 32,5 195,0 845,0 845,0 195,0
Depreciação (+) 1.200,0 1.200,0 1.200,0 1.200,0 1.200,0
Caixa operacional (=) 1.232,5 1.395,0 2.045,0 2.045,0 1.395,0

Observação:
Valores dados em mil dólares ($).
ESTUDO DE CASOS
6) Cálculo do fluxo de caixa do projeto
ITEM/ANO 0 1 2 3 4 5
Investimento (6.000,0)
NCG 1 (200,0) (240,0) (400,0) (400,0) (240,0)
NCG 2 (200,0) (40,0) (160,0) (0,0) 160,0 240,0
Valor revenda 500,0
Valor contábil 0,00
VRL 3 325,0
FCO 4 1.232,5 1.395,0 2.045,0 2.045,0 1.395,0
FCP 5 (6.200,0) 1.192,5 1.235,0 2.045,0 2.205,0 1.960,0
1
Necessidade de capital de giro;
2
Variação da necessidade de capital de giro;
3
Valor residual líquido;
4
Fluxo de caixa das operações;
5
Fluxo de caixa do projeto.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
7) Cálculo do valor presente líquido do projeto

FC 0 FC1 FC 2 FC3 FC 4 FC5


VPL  0
 1
 2
 3
 4

(1  i) (1  i) (1  i) (1  i) (1  i) (1  i)5

 6.200.000,00 1.192.500,00 1.235.000,00


VPL  0
 1
 2

(1  0,12) (1  0,12) (1  0,12)
2.045.000,00 2.205.000,00 1.960.000,00
 3
 4

(1  0,12) (1  0,12) (1  0,12)5

VPL  (–)$181.668,81.
ESTUDO DE CASOS
33º caso (Brigham et al., 2001):
Foi solicitado a você, pelo presidente de sua
companhia, avaliar uma aquisição proposta de um novo
espectrômetro para o departamento de P&D da empresa. O
preço básico do equipamento é de $70.000,00 e custaria outros
$15.000,00 para modificá-lo para um uso especial por sua
empresa. O espectrômetro, que cai numa classe de três anos
do MACRS, poderia ser vendido após três anos por $30.000,00.
O uso do equipamento exigiria um aumento no capital de giro
líquido (estoques de partes de reposição) de $4.000,00. O
espectrômetro não teria nenhum efeito sobre as receitas, mas
teria uma economia esperada pela empresa de $25.000,00 por
ano em custos operacionais antes dos impostos,
principalmente em mão de obra. A alíquota marginal de
imposto de renda da empresa é de 40%.
ESTUDO DE CASOS
33º caso (Brigham et al., 2001):

a) Qual é o custo líquido do espectrômetro? (Isto é,


qual é o fluxo líquido de caixa no Ano 0)?
b) Quais são os fluxos líquidos de caixa
operacionais nos Anos 1, 2 e 3?
c) Qual é o fluxo de caixa adicional (não operacional)
no Ano 3?
d) Caso o custo de capital do projeto seja de 10%, o
espectrômetro deve ser comprado?
ESTUDO DE CASOS
33º caso (Brigham et al., 2001):
Observação:
O MACRS (Modifield Accelerated Cost Recorevy System) é o
ato normativo da depreciação fiscal, instituído pelo congresso
nacional dos Estados Unidos da América como parte da
reforma fiscal em 1986. Métodos de depreciação de natureza
acelerada (Soma dos Dígitos e do Declínio em Dobro) passaram
a ser preferidos em detrimento do Método Linear. No caso de
três anos, o MACRS indica o uso do Método do Declínio em
Dobro, com acréscimo de meio ano. Para o primeiro ano a taxa
de depreciação é de 33%, para o segundo passa para 45%, para
o terceiro ano cai para 15% e um resíduo de 7% para o quarto
ano.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
a) Custo líquido do espectrômetro
FC0 = EQUIP + MODIF + CG = 70.000,00 +
15.000,00 + 4.000,00  FC0 = $89.000,00.

b) Fluxos líquidos anuais de caixa operacionais


b1) Cálculo das quotas anuais de depreciação
Q1 = 0,33(70.000,00 + 15.000,00) = $28.050,00;
Q2 = 0,45(70.000,00 + 15.000,00) = $38.250,00;
Q3 = 0,15(70.000,00 + 15.000,00) = $12.750,00.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
b2) Cálculo dos fluxos líquidos de caixa operacionais

Ano 01: TRIB1 = 28.050,00 – 25.000,00 = (+) $3.050,00;


BF1 = AlíquotaTRIB1 = 0,403.050,00  BF1 = (+) $1.220,00;
FCO1 = CO  BF1 = 25.000,00 + 1.220,00 = (+) $26.220,00.
Ano 02: TRIB2 = 38.250,00 – 25.000,00 = (+) $13.250,00;
BF2 = AlíquotaTRIB2 = 0,4013.250,00  BF2 = (+) $5.300,00;
FCO2 = CO  BF2 = 25.000,00 + 5.300,00 = (+) $30.300,00.
Ano 03: TRIB3 = 12.750,00 – 25.000,00 = (–) $12.250,00;
BF3 = AlíquotaTRIB3 = 0,40(–12.250,00) = (–) $4.900,00;
FCO3 = CO  BF3 = 25.000,00 – 4.900,00 = (+) $20.100,00.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
c) Fluxo de caixa adicional no ano 3
Valor de revenda – VR = $30.000,00;
Valor contábil no 3º ano – VC3 = 0,0785.000,00 = $5.950,00;
Lucro tributável – LT = 30.000,00 – 5.950,00  LT = $24.050,00;
Imposto de renda – IR = 0,4024.050,00  IR = $9.620,00;
Valor residual líquido – VRL = 30.000,00 – 9.620,00 = $20.380,00;
Fluxo de caixa adicional – FCADIC = VRL + CG = 20.380,00 +
4.000,00  FCADIC = $24.380,00.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
c) Viabilidade financeira da compra do espectrômetro
FC 0 FC1 FC 2 FC 3  FC ADIC
VPL  0
 1
 2

(1  i) (1  i) (1  i) (1  i) 3

26.220,00 30.300,00 20.100,00  24.380,00


VPL  89.000,00  1
 2

(1  010) (1  0,10) (1  0,10)3
VPL  (–) $6.703,83

Conclusão:
Para um custo do capital de 10% ao ano, o projeto de
compra do espectrômetro é inviável pela ótica
financeira e deve ser rejeitado.
ESTUDO DE CASOS
36ºSeja
caso (p. 86):
a empresa KWY que opera no setor industrial. Está sendo
analisado o projeto de instalação de uma unidade fabril no Sul
de Minas Gerais para atender os mercados de Belo Horizonte e
São Paulo, escoando a produção por meio da Rodovia BR 381
(Fernão Dias). Os dados técnicos levantados pela equipe de
projetistas, podem ser assim sintetizados da seguinte forma:
1. Custo de implantação da unidade fabril: 800.000,00 UM;
2. Financiamento com capital próprio: 70%;
3. Capital levantado em bancos de desenvolvimento: 30%;
4. Horizonte de planejamento do projeto: 5 anos;
5. Depreciação linear contábil: 20% ao ano;
6. Tributação por meio do imposto de renda: 35%(lucro
tributável);
7. Preço estimado de venda de cada unidade de produto: 14,50
UM;
8. Custo variável previsto para cada unidade de produto: 8,60 UM;
9. Custo fixo anual de produção: 70.000,00 UM;
10. Despesas anuais administrativas e comerciais: 30.000,00 UM;
ESTUDO DE CASOS
36º caso (CONT.):
11. Projeção das vendas: 50.000 unidades (primeiro ano) com
crescimento de 10% a.a. até o terceiro ano, quando estabiliza a
quantidade comercializada;
12. Condições do financiamento em banco: uso do sistema Price
com prestações semestrais postecipadas, com 3 anos de
prazo, sem carência, a uma taxa de juros de 10% a.a. (taxa
aparente), tributação pelo IOF (0,5% sobre o principal, exigido
na liberação do empréstimo) e pagamento de seguros (0,02%
sobre o principal, exigido junto às prestações semestrais);
13. Taxa de retorno da caderneta de poupança (ativo livre de
risco): 9% ao ano;
14. Taxa média de retorno das ações do mercado de capitais: 12%
ao ano;
15. Sensibilidade do segmento industrial específico ao risco de
mercado: 1,25.
ESTUDO DE CASOS
36º caso (CONT.):
Analisar a viabilidade do projeto, usando a técnica de
avaliação VPL.

Observação:
Operar considerando o CAPM. Este modelo prevê que a
taxa de desconto apropriada ajustada ao risco do segmento em
relação ao mercado, obedece a seguinte equação:
Rj = RF + j(RM – RF).

Em que:
RF – taxa de retorno do ativo livre de risco;
j – sensibilidade do ativo j em relação ao mercado;
RM – taxa de retorno do mercado;
Rj – taxa de retorno esperada para o ativo j.
ESTUDO DE CASOS
36º Caso (ADICIONAL):
Consideração:
Coeficiente beta de uma empresa com dívidas:
CD = SD[1 + (P/PL)(1 – Alíquota)].

Em que:
CD – coeficiente beta de empresa com dívidas;
SD – coeficiente beta de empresa sem dívidas;
P – participação do passivo no financiamento da empresa;
PL – participação do capital próprio no financiamento da empresa;
Alíquota – alíquota do imposto de renda (benefício fiscal).
ESTUDO DE CASOS
Solução:
1) Cálculo do custo do capital próprio
CD = SD[1 + (P/PL)(1 – Alíquota)] 
CD = 1,25[1 + (0,30/0,70)(1 – 0,35)]  CD  1,60.
Válido o modelo de mercado em equilíbrio (CAPM):
Rj = RF + CD(RM – RF)  Rj = 9% + 1,60(12% – 9%) 
Rj  13,80% ao ano.

2) Cálculo do custo do capital de terceiros


Valor financiado: 0,30800.000,00 = 240.000,00 UM;
Taxa de juros efetiva semestral: 10%/2 = 5% ao semestre;
Imposto sobre operações financeiras (IOF): 0,005240.000,00 =
1.200,00 UM;
Pagamento de seguros: 0,0002240.000,00 = 48,00 UM;
ESTUDO DE CASOS
Solução:
2) Cálculo do custo do capital de terceiros (CONT.)
Valor da prestação: 240.000,00/(P/A,5%,6)  47.284,19 UM;
Pagamento semestral: 47.284,19 + 48,00  47.332,19 UM;
Valor recebido: 240.000,00 – 1.200,00 = 238.800,00 UM;
Custo efetivo do financiamento: 238.800,00 = 47.332,19(P/A,ts,6)
 ts  5,19% ao semestre;
Custo anual equivalente: t = (1 + ts)2 – 1  t  10,65% ao ano.

3) Cálculo do custo médio ponderado de capital


CMPC = 0,7013,80% + 0,3010,65%  CMPC  12,85% ao ano.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
3) Cálculo da quantidade vendida por ano
Ano 1: V1 = 50.000 unidades;
Ano 2: V2 = 50.000(1 + 0,10) = 55.000 unidades;
Ano 3: V3 = 55.000(1 + 0,10) = 60.500 unidades;
Ano 4: V4 = 60.500 unidades;
Ano 5: V5 = 60.500 unidades.

4) Cálculo da receita anual


Ano 1: R1 = 50.00014,50 = 725.000,00 UM;
Ano 2: R2 = 55.00014,50 = 797.500,00 UM;
Ano 3: R3 = 60.50014,50 = 877.250,00 UM;
Ano 4: R4 = 877.250,00 UM;
Ano 5: R5 = 877.250,00 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
5) Cálculo do custo variável anual
Ano 1: CV1 = 50.0008,60 = 430.000,00 UM;
Ano 2: CV2 = 55.0008,60 = 473.000,00 UM;
Ano 3: CV3 = 60.5008,60 = 520.300,00 UM;
Ano 4: CV4 = 520.300,00 UM;
Ano 5: CV5 = 520.300,00 UM.

6) Cálculo do custo total por ano


Ano 1: CT1 = 430.000,00 + 70.000,00 = 500.000,00 UM;
Ano 2: CT2 = 473.000,00 + 70.000,00 = 543.000,00 UM;
Ano 3: CT3 = 520.300,00 + 70.000,00 = 590.300,00 UM;
Ano 4: CT4 = 590.300,00 UM;
Ano 5: CT = 590.300,00 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:

7) Cálculo do lucro bruto anual


Ano 1: LB1 = 725.000,00 – 500.000,00 = 225.000,00 UM;
Ano 2: LB2 = 797.500,00 – 543.000,00 = 254.500,00 UM;
Ano 3: LB3 = 877.250,00 – 590.300,00 = 286.950,00 UM;
Ano 4: LB4 = 286.950,00 UM;
Ano 5: LB5 = 286.950,00 UM.

8) Cálculo da quota de depreciação anual


Q = │d│C = 0,20800.000,00  Q = 160.000,00 UM;
ESTUDO DE CASOS
Solução:
9) Cálculo do lucro operacional tributável por ano
LOT = LB – (DESP + Q)
Ano 1: LOT1 = 225.000,00 – (30.000,00+160.000,00) = 35.000,00 UM;
Ano 2: LOT2 = 254.500,00 – (30.000,00+160.000,00) = 64.500,00 UM;
Ano 3: LOT3 = 286.950,00 – (30.000,00+160.000,00) = 96.950,00 UM;
Ano 4: LOT4 = 96.950,00 UM;
Ano 5: LOT5 = 96.950,00 UM.

10) Cálculo do imposto de renda anual


IR = AlíquotaLOT
Ano 1: IR1 = 0,3535.000,00 = 12.250,00 UM;
Ano 2: IR2 = 0,3564.500,00 = 22.575,00 UM;
Ano 3: IR3 = 0,3596.950,00 = 33.932,50 UM;
Ano 4: IR4 = 33.932,50 UM;
Ano 5: IR5 = 33.932,50 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
11) Cálculo do lucro líquido anual
LL = LOT – IR
Ano 1: LL1 = 35.000,00 – 12.250,00 = 22.750,00 UM;
Ano 2: LL2 = 64.500,00 – 22.575,00 = 41.925,00 UM;
Ano 3: LL3 = 96.950,00 – 33.932,50 = 63.017,50 UM;
Ano 4: LL4 = 63.017,50 UM;
Ano 5: LL5 = 63.017,50 UM.

12) Cálculo do saldo de caixa operacional por ano


CO = LL + Q
Ano 1: CO1 = 22.750,00 + 160.000,00 = 182.750,00 UM;
Ano 2: CO2 = 41.925,00 + 160.000,00 = 201.925,00 UM;
Ano 3: CO3 = 63.017,50 + 160.000,00 = 223.017,50 UM;
Ano 4: CO4 = 223.017,50 UM;
Ano 5: CO5 = 223.017,50 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:

13) Cálculo do valor residual líquido


Para efeitos de análise, o valor residual dos ativos será
arbitrado como sendo zero. Em virtude do valor contábil do
ativo também ser nulo (depreciação a 20% ao ano), o valo
residual líquido será zero.

14) Cálculo do valor presente líquido do projeto

FC 0 FC1 FC 2 FC3 FC 4 FC5


VPL      
(1  i) 0 (1  i)1 (1  i) 2 (1  i) 3 (1  i) 4 (1  i)5
ESTUDO DE CASOS
Solução:

15) Cálculo do valor presente líquido para fornecedores de capital

 800.000,00 182.250,00 201.925,00


VPL  0
 1
 2

(1  0,1285) (1  0,1285) (1  0,1285)
223.017,50 223.017,50 223.017,50
  
(1  0,1285) 3 (1  0,1285) 4 (1  0,1285) 5

VPL  (–)65.404,34 UM.


ESTUDO DE CASOS
Solução:

16) Construção da planilha de financiamento

SEM SD AMORT. JURO IOF SEGURO PREST.


0 240.000,00 --- --- 1.200,00 --- 1.200,00
1 204.715,81 35.284,19 12.000,00 --- 48,00 47.332,19
2 167.667,41 37.048,40 10.235,79 --- 48,00 47.332,19
3 128.766,59 38.900,82 8.383,37 --- 48,00 47.332,19
4 87.920,73 40.845,86 6.438,33 --- 48,00 47.332,19
5 45.032,58 42.888,15 4.396,04 --- 48,00 47.332,19
6 0,02 45.032,56 2.251,63 --- 48,00 47.332,19
TOT 239.999,98 43.705,16 1.200,00 288,00 285.193,15
ESTUDO DE CASOS
Solução:
17) Cálculo das despesas financeiras
DF = JURO + SEGURO (1º semestre + 2º semestre do ano)
Ano 1: DF1 = (12.000,00+10.235,79) + (48,00+48,00) = 22.331,79 UM;
Ano 2: DF2 = (8.383,37+6.438,33) + (48,00+48,00) = 14.917,70 UM;
Ano 3: DF3 = (4.396,04+2.251,63) + (48,00+48,00) = 6.743,67 UM.

18) Cálculo das parcelas de amortização por ano


Ano 1: A1 = 35.284,19 + 37.048,40 = 72.332,59 UM;
Ano 2: A2 = 38.900,82 + 40.845,86 = 79.746,68 UM;
Ano 3: A3 = 42.888,15 + 45.032,56 = 87.920,71 UM.
ESTUDO DE CASOS
19) Cálculo do fluxo de caixa do projeto pelo prisma do investidor

ITEM/ANO 0 1 2 3 4 5
Investimento (800.000,00)
Empréstimo 1 240.000,00
IOF 2 (1.200,00)
Valor revenda 0,00
Valor contábil 0,00
VRL 3 0,00
Receitas 725.000,00 797.500,00 877.250,00 877.250,00 877.250,00
Custo total (500.000,00) (543.000,00) (590.300,00) (590.300,00) (590.300,00)
Lucro bruto 225.000,00 254.500,00 286.950,00 286.950,00 286.950,00
ESTUDO DE CASOS
19) Cálculo do fluxo de caixa do projeto pelo prisma do investidor

(CONT.)
ITEM/ANO 0 1 2 3 4 5
Lucro bruto 225.000,00 254.500,00 286.950,00 286.950,00 286.950,00

Desp. adm. (30.000,00) (30.000,00) (30.000,00) (30.000,00) (30.000,00)

Depreciação 4 (160.000,00) (160.000,00) (160.000,00) (160.000,00) (160.000,00)

Desp. financ 5 (22.331,79) (14.917,70) (6.743,67)

Lucro operac. 12.668,21 49.582,30 90.206,33 96.950,00 96.950,00

Provisão IR (4.433,87) (17.353,81) (31.572,22) (33.932,50) (33.932,50)

Lucro líquido 8.234,34 32.228,49 58.634,11 63.017,50 63.017,50

Amortização 6 (72.332,59) (79.746,68) (87.920,71)

Depreciação 7 160.000,00 160.000,00 160.000,00 160.000,00 160.000,00

FC operac. 8 95.901,75 112.481,81 130.713,40 223.017,50 223.017,50

FC projeto 9 (561.200,00) 95.901,75 112.481,81 130.713,40 223.017,50 223.017,50


ESTUDO DE CASOS
Notas:
1
O principal do empréstimo é uma entrada no caixa da empresa.
2
O imposto sobre operações financeiras deve ser pago pelo
devedor, no caso, a empresa KWY.
3
O valor residual líquido é nulo, pois valor de revenda e contábil
foram considerados iguais à zero.
4
Apesar de não haver saída de caixa, o fisco admite que a
depreciação seja interpretada como uma conta redutora.
5
As parcelas de juros e de seguros são valores adicionais à
operação financeira e, portanto, dedutíveis da tributação.
6
As parcelas de amortização representam saídas de caixa, mas
não são dedutíveis, pois são responsáveis pela devolução do
principal; não significam contas de acréscimo na operação.
7
Como a depreciação não tem corresponde em saída de caixa,
deve ser incluída novamente para estimar o saldo de caixa.
8
Fluxo de caixa das operações pertencente ao investidor.
9
Fluxo de caixa do projeto que sobrará para o investidor.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
20) Cálculo do valor presente líquido do projeto

FC 0 FC1 FC 2 FC3 FC 4 FC5


VPL  0
 1
 2
 3
 4

(1  i) (1  i) (1  i) (1  i) (1  i) (1  i)5

 561.200,00 95.901,75 112.481,81


VPL  0
 1
 2

(1  0,1380) (1  0,1380) (1  0,1380)
130.713,40 223.017,50 223.017,50
 3
 4

(1  0,1380) (1  0,1380) (1  0,1380)5

VPL  (– )51.553,73 UM.


ESTUDO DE CASOS
Caso proposto (João de Barro):
João de Barro Ltda. é uma empresa industrial do ramo
cerâmico, especializada na fabricação de tijolos (maciços e
vazados). Para facilitar o gerenciamento de custo de produção
da linha diversificada, a administração da firma estabeleceu um
produto como sendo padrão: chamado de Produto Padrão João
de Barro – PPJB. Com essa medida, todos os demais produtos
são convertidos em termos de PPJB, de acordo com o seu
custo variável unitário de produção. A empresa estuda ampliar
sua capacidade produtiva, aproveitando uma jazida a ser
explorada em outro local. Para tanto, terá que investir
250.000,00 UM em ativos fixos, além de 45.000,00 UM em ativos
de giro. A expectativa com a fábrica em estudo é que resulte
num adicional nas vendas anuais da ordem de 50.000 PPJB.
ESTUDO DE CASOS
Caso proposto (João de Barro):
Considere que, para efeitos de projeto, a empresa não
precisará ampliar o nível de estoque com essa nova unidade
produtiva. O preço unitário equivalente a um PPJB é de 8,75
UM, para um custo unitário variável de 5,00 UM e um fixo de
60.000,00 UM/ano. As despesas administrativas e comerciais da
fábrica em estudo estão estimadas na ordem de 25.000,00 UM
por ano. A taxa de depreciação contábil anual é de 12,5% para
os ativos fixos, enquanto o valor residual do projeto, após
cinco anos de operação, é da ordem de 40% do custo inicial
dos ativos fixos. Considere que a alíquota do imposto de renda
é de 30%.
ESTUDO DE CASOS
Caso proposto (João de Barro):

Admita também que a sensibilidade da empresa em


relação à variação de retorno do mercado é de 1,75.
A expectativa de retorno anual da carteira de
mercado é de 9% e a de um ativo livre de risco é de
4%. Com base nos dados projetados no estudo,
verificar a viabilidade financeira da implantação da
nova unidade de produção da empresa João de
Barro Ltda.
ESTUDO DE CASOS
Solução:

1) Cálculo da taxa de retorno exigida pela empresa

RJB = RF + JB(RM – RF) = 4% + 1,75(9% – 4%) 


RJB = 12,75% ao ano.
ESTUDO DE CASOS
Solução:

2) Cálculo do lucro líquido do projeto

Discriminação Operação Valor


Receita de vendas (+) 50.0008,75 437.500,00
Custo variável de produção (–) 50.0005,00 250.000,00
Custo fixo de produção (–) (estimativa) 60.000,00
Lucro bruto (=) 127.500,00
Despesas operacionais (–) (estimativa) 25.000,00
Despesas de depreciação (–) 0,125250.000,00 31.250,00
Lucro antes do IR (=) 71.250,00
Provisão para IR (–) 0,3071.250,00 21.375,00
Lucro líquido (=) 49.875,00
ESTUDO DE CASOS
Solução:
3) Cálculo do fluxo de caixa operacional do projeto

Observação:
Para efeitos de cálculo da base tributável,
as autoridades fiscais admitem a depreciação
(perda do valor do ativo ao longo do tempo) como
uma conta redutora. Mas, a depreciação é uma
despesa sem correspondente desembolso. Logo,
não há correspondente saída de caixa. Então, no
cálculo do caixa do período, a depreciação deve
ser introduzida novamente. Logo, fica:
ESTUDO DE CASOS
Solução:
3) Cálculo do fluxo de caixa operacional do projeto

FCO = (LL) + (DEPREC) 


FCO = 49.875,00 + 31.250,00 = 81.125,00 UM.

4) Cálculo do custo inicial do projeto

FC0 = (Ativo fixo) + (Ativo de giro) 


FC0 = 250.000,00 + 45.000,00 = 295.000,00 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:

5) Cálculo do valor residual líquido do projeto


Valor de revenda dos ativos fixos  VR = 0,40250.000,00 
VR = 100.000,00 UM;
Valor contábil no 5º ano  VC5 = 250.000,00 – 531.250,00 
VC5 = 93.750,00 UM;
Lucro tributável  LT = 100.000,00 – 93.750,00 = 6.250,00 UM;
Imposto de renda  IR = 0,306.250,00  IR = 1.875,00 UM;
Valor residual líquido dos ativos fixos  VRL = 100.000,00 –
1.875,00  VRL = 98.125,00 UM;
Valor residual líquido do projeto  VRLPROJ = 98.125,00 +
45.000,00  VRLPROJ = 143.125,00 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:

6) Cálculo do valor presente líquido do projeto

VPL = – FC0 + FCO(P/A,RJB,n) + VRL(1 + RJB)–n 


VPL = –295.000,00 + 81.125,00(P/A,12,75%,5) +
143.125,00(1 + 0,1275)–5 
VPL = –295.000,00+81.125,003,538792363 +
143.125,000,548803974  VPL  + 70.632,10 UM.
ESTUDO DE CASOS
Solução:
7) Análise de viabilidade financeira do projeto

Como o valor presente líquido representa a


contribuição do projeto à riqueza de seus agentes
financiadores e, no caso em estudo, o VPL foi
positivo. Isto significa que a expectativa com a
implantação do projeto é de aumento de valor da
empresa João de Barro. Portanto, considerando as
premissas arbitradas, a recomendação é que o
projeto seja implementado.

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