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INFORMÁTICA E SISTEMA DE

INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

ENSINO A
DISTÂNCIA
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Avantis e ao Centro Universitário Avantis – UNIAVAN.
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Nenhuma parte pode ser reproduzida, transmitida ou duplicada sem o consentimento


da Editora, por escrito. O Código Penal brasileiro determina, no art. 184, “dos crimes
contra a propriedade intelectual”.

Editoração: Patrícia Fernandes Fraga


Tayane Medeiros d’Oliveira

Projeto gráfico e diagramação: Ana Lúcia Dal Pizzol

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do Centro Universitário Avantis - UNIAVAN
Maria Helena Mafioletti Sampaio. CRB 14 – 276

Ames, Alice Carolina.


A513i Informática e sistemas de informações contábeis. / EAD /
[Caderno pedagógico]. Alice Carolina Ames. Balneário
Camboriú: Faculdade Avantis, 2021.
113 p. il.

Inclui Índice
ISBN: 978-65-5901-156-8 
ISBNe: 978-65-5901-158-2

1. Sistema de informação contábil. 2. Contabilidade e


sistema de informações. 3. Sistemas contábeis. 4. Ciências
contábeis - Ensino a Distância. I. Centro Universitário Avantis -
UNIAVAN. II. Título.

CDD 21ª ed.


658.1511 – Sistema de informação contábil.
PLANO DE ESTUDOS

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

• Reconhecer o que constitui e como funciona um Sistema de Informação


Contábil.
• Aprender a analisar as informações, disponibilizadas por várias áreas dentro da
contabilidade, para interpretar as informações.
• Obter conhecimento quanto à importância das informações e no que as
mesmas podem auxiliar tanto o contador quanto o controller e administrador,
na tomada de decisão.

O PAPEL DA DISCIPLINA PARA A FORMAÇÃO DO ACADÊMICO

Bem-vindo(a) à disciplina de Informática e Sistema de Informações Contábeis. Por


meio deste caderno, buscar-se-á o desenvolvimento de uma reflexão crítica quanto à
utilização dos Sistemas de Informações Contábeis.
É importante destacar que, com a evolução tecnológica e a exigência de informações
fidedignas e tempestivas, o contador precisa evoluir, juntamente com outras áreas do
conhecimento, ao utilizar os recursos para facilitar o seu trabalho, otimizando tempo e
dedicando mais atenção à análise dos resultados.
Ao final da disciplina, você deverá estar apto a analisar e avaliar o avanço dos
Sistemas de Informações Contábeis e seu importante papel para a melhor gestão e
evolução da organização. Você já pensou em poder conversar com seu gerente sobre
o fluxo de informações dentro da empresa, e como poderia sugerir melhorias? Depois
deste estudo, você conseguirá dar o primeiro passo para fomentar a discussão.
Todo cargo e toda atividade são importantes dentro de uma organização. Mas
como podemos otimizar nosso tempo com atividades operacionais e aumentá-lo no
que se refere à análise de resultados? Um dos caminhos é o investimento em bons
sistemas (que estejam adaptados às necessidades da organização), com o treinamento
e acompanhamento periódico da utilização dos sistemas e das informações, as quais
estão sendo prestadas, visando alcançar mais rapidamente, e com eficácia, as metas
preestabelecidas na empresa.
PROFESSORA

APRESENTAÇÃO DA AUTORA

ALICE CAROLINA AMES

Doutoranda em Ciências Contábeis e


Administração, pela Universidade Regional de
Blumenau - FURB (2021). Mestra em Ciências
Contábeis, pela Universidade Regional de
Blumenau - FURB (2019).
Graduação em Ciências Contábeis (2017),
pela Universidade Regional de Blumenau
(FURB). Possui curso complementar de Auxiliar
Financeiro, com Ênfase em Contabilidade, pelo
SESCON Blumenau - SC.
Professora no Centro Universitário
Avantis (UNIAVAN) de Itapema, nos Cursos
de Administração e Ciências Contábeis (2019). Tem experiência na área Contábil, com
ênfase em Contabilidade Financeira e em AML Contabilidade no Departamento Fiscal
e auxílio ao Setor Contábil, adicionalmente estágios docentes no curso de Ciências
Contábeis, pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).
Atualmente, trabalha em pesquisas voltadas aos seguintes temas: financial distress,
fatores macroeconômicos, estrutura de capital, volatilidade das ações, alavancagem,
gestão financeira.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/0027513946536184
SUMÁRIO

UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES


CONTÁBEIS.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
INTRODUÇÃO À UNIDADE........................................................................................................................................ 10
1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS (SIC).........................11
1.2 MODELOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO.............................................................................................17
1.2.1 Modelo Convencional de Sistema de Informação...............................................................................19
1.2.2 Modelo Dinâmico de Sistema de Informação........................................................................................21
1.2.3 Modelo de Sistema de Informação com Tecnologia da Informação..................................22
1.3 ELEMENTOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO....................................................................................23
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................27
GLOSSÁRIO......................................................................................................................................................................28
EXERCÍCIO FINAL........................................................................................................................................................ 29
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................................................31

UNIDADE 2 - CONTABILIDADE E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO . . . . . . . . . . . . 33


INTRODUÇÃO À UNIDADE....................................................................................................................................... 34
2.1 EMPRESA COMO SISTEMA E SEUS SUBSISTEMAS........................................................................... 34
2.2 INFORMAÇÃO, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO.............. 40
2.3 BANCO DE DADOS, INFORMAÇÕES ESTRUTURADAS E NÃO ESTRUTURADAS................ 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................................ 50
GLOSSÁRIO.......................................................................................................................................................................51
EXERCÍCIO FINAL.........................................................................................................................................................52
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................................. 54
UNIDADE 3 - CONTABILIDADE E O USO DE SISTEMAS CONTÁBEIS.. . . . . . . . . . .57
INTRODUÇÃO À UNIDADE....................................................................................................................................... 58
3.1 SISTEMAS OPERACIONAIS.............................................................................................................................. 59
3.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL E ENFOQUE SISTÊMICO APLICADO....................... 64
3.3 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS: PLANOS DE CONTAS E
DEPARTAMENTALIZAÇÃO........................................................................................................................................ 68
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................................................76
GLOSSÁRIO......................................................................................................................................................................77
EXERCÍCIO FINAL.........................................................................................................................................................78
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................ 80

UNIDADE 4 - INTRODUÇÃO AO USO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO


CONTÁBIL.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
INTRODUÇÃO À UNIDADE....................................................................................................................................... 84
4.1 INTRODUÇÃO AO USO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL............................................ 85
4.2 PARAMETRIZAÇÃO............................................................................................................................................. 88
4.3 CADASTRO...............................................................................................................................................................92
4.4 REGISTROS..............................................................................................................................................................97
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................................................107
GLOSSÁRIO................................................................................................................................................................... 109
EXERCÍCIO FINAL........................................................................................................................................................110
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................112
1
UNIDADE
INTRODUÇÃO
AOS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES
CONTÁBEIS
INTRODUÇÃO À UNIDADE

Nesta unidade, você refletirá sobre o conhecimento na área de Sistemas


de Informações Contábeis, e conhecerá os Modelos de Sistemas de Informação.
Apresentaremos o fundamento inicial, para que você entenda todo o desdobramento da
disciplina.
Ao longo da Unidade 1, você deverá complementar o assunto aqui discutido,
com notícias e problemas da sua vivência profissional, como, por exemplo: Será que os
sistemas de informações que utilizo em minha empresa são os mais adequados para o
que eu necessito de informações?
Para realizar esta análise, é importante que primeiramente entendamos como a
empresa está estruturada, ou seja, qual é o seu modelo. Após, partimos para o desenho
dos sistemas, os quais podem ser inseridos dentro do desenho da organização. Com isso, é
possível ajustarmos os controles a serem aplicados à empresa, bem como as ferramentas
de gestão que poderão ser utilizadas para gerir o negócio. Para tanto, os sistemas devem
ser alimentados com dados e processados para informações.
Ademais, quais informações eu precisaria parametrizar para aumentar o controle
das minhas atividades dentro da empresa? Será que poderíamos automatizar mais
processos? No cenário atual, diante de todos os desafios tecnológicos e da exigência por
informações cada vez mais tempestivas e de fácil acesso, temos que nos debruçar sobre a
teoria, e utilizá-la ao nosso favor para a prática.
Será possível perceber, na Unidade 1, que a contabilidade, com o intuito de auxiliar
no controle, dentro das perspectivas de planejamento, gestão e tomada de decisão,
utiliza-se de mecanismos. Um deles se baseia em um Sistema de Informação, por meio
do qual a tomada de decisão dentro da organização se pauta nos dados parametrizados e
lançados no sistema, para que, com a maior quantidade de informações adequadas e de
setores distintos, a gestão possa tomar decisões mais assertivas.
Basicamente, precisamos estar aptos a compreender como a tecnologia pode
facilitar o nosso dia-a-dia, pois a informação é vista como vital no bom andamento dos
processos nas organizações, e o bom fluxo da mesma é essencial para a continuidade do
negócio. Assim, leve todo o conhecimento aqui adquirido para o seu dia-a-dia, buscando
se qualificar por meio do estudo destes sistemas, lembrando que, para se destacar, você
precisa ter algo a mais: busque argumentos e se mantenha “munido” de informações de
qualidade e conhecimento a ser compartilhado.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS (SIC)

Antes de iniciarmos os Sistemas de Informações, precisamos entender o que são


informações. Conforme Padoveze (2019), a informação é o dado processado de forma a
ser entendido pelo receptor, e a transferência de informação é a comunicação.
Silva (2014) complementa que quanto à utilização das informações “para o sucesso
das organizações, qualquer que seja o seu porte ou ramo de atividade, depende, cada vez
mais, de informações”. Logo, para termos a informação, é importante que se perpasse um
processo de entrada dos dados, processamento, e a saída, a qual seria o resultado. Então,
por que informações são importantes? De forma simples, para subsididar decisões.

Se o sistema de informação como um conjunto de recursos humanos,


materiais, tecnológicos e financeiros, agregados segundo uma
sequência lógica para o processo dos dados e tradução em informações,
para com seu produto, permitir às organizações o cumprimento de seus
objetivos principais
(SOUZA, 2011, p. 5).

Tratando-se ainda do conceito de informação, para Rezende (2010), a


informação é um recurso efetivo e inexorável para elas, principalmente quando
planejada e disponibilizada de forma personalizada, com qualidade inquestionável
e, preferencialmente, antecipada para facilitar as decisões. Ou seja, entende-se que as
empresas geram diversas informações diariamente, as quais, quando organizadas e
estruturadas, facilitam a utilização para a tomada de decisão.
Cabe destacar que cada organização poderá ter uma forma única de organizar o
fluxo de informações. Há problema? Se a forma de organização das informações (o fluxo
de informações) está atendendo às necessidades dos usuários, não há problema. Tanto
que periodicamente é necessária uma revisão da utilização dos sistemas, pois algumas
alterações podem ser exigidas no decorrer de processos.
Quanto à tomada de decisão, é importante relembrar: “Tomar uma decisão é algo que
não pode ser considerado como fato isolado, deste decorre uma série de acontecimentos,
de caráter sequenciado, tendo como desencadeador a decisão tomada” (SOUZA, 2011).

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Com base nisso, para que as informações sejam utilizadas, é preciso observar alguns
critérios, os quais qualificam as informações para a correta utilização.
Padoveze (2019) cita alguns requisitos que devem ser preenchidos, para que a
informação seja considerada utilizável:
Conteúdo;
• Precisão;
• Atualidade;
• Frequência;
• Adequação à decisão;
• Valor econômico;
• Relevância;
• Entendimento;
• Confiabilidade;
• Oportunidade;
• Objetividade;
• Seletividade;
• Relatividade;
• Exceção;
• Acionabilidade;
• Flexibilidade;
• Motivação;
• Segmentação;
• Consistência;
• Integração;
• Uniformidade de critério;
• Indicação de causas;
• Volume;
• Generalidade etc.

Assim, uma boa informação será vista como uma base para uma tomada de decisão
mais assertiva, sendo ela tempestiva e fidedigna, advinda de uma boa comunicação
interna.

A boa informação deve ter algumas características para que possa ser
interpretada corretamente, dando apoio à tomada de decisão através
dos relatórios gerenciais e legais como: conteúdo e consistência, para

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
quando processada garanta bons relatórios; precisa e confiável, para
que não haja dúvidas quanto a sua veracidade; atual, para que não
haja distorções; valor econômico, pois poderá ser melhor mensurado,
orientado a melhorar a viabilidade dos recursos empregados;
objetividade e indicação das causas, para que os relatórios retratem a
real situação do fato que gerou (SOUZA, 2011, p. 5).

Entretanto, também devemos destacar que as informações possuem valor, o qual


está mais relacionado a reduzir possíveis impactos negativos na tomada de decisão.
Isso significa que informações úteis consequentemente reduzirão riscos ou até mesmo
impactos, como perda de dinheiro, já que a decisão tende a ser mais precisa.
Conforme Barros (2005), deve-se valorizar mais a qualidade das informações do
que propriamente a quantidade. Com isso, o autor ressalta que a informação deve ser
utilizada, apenas se atender às necessidades do usuário, e a sua utilidade pode variar
conforme o usuário.
Basicamente, o referido autor apoia a ideia de que se pode usar a informação de
formas distintas, dependendo do usuário, devendo ela ser declarada quanto à forma
como foi criada e a quais usuários será útil. Além disso, para Souza (2011): “a informação
nasceu para guardar memória dos fatos passados, mais do que nunca, ela avança em
direção ao futuro, na busca por se antecipar às decisões e visando resguardar eminentes
riscos”.
Com esse apontamento, a informação também deve ser considerada tanto para
os usuários internos da organização (funcionários, investidores) quanto para a parte
externa, sendo os órgãos fiscalizadores possíveis investidores ou comunidade em geral.
E as informações também podem variar quanto à divulgação, sendo algumas exigidas por
lei e outras não.
Anteriormente, citamos que a empresa utiliza informações internas e externas,
por isso ela também precisa atender a diferentes usuários da informação, isto é, aos
interessados nela, sejam eles gerentes, CEOs, possíveis investidores, órgãos fiscalizadores
e profissionais, os quais acompanham as empresas pela divulgação de informações que
ela disponibiliza.
Quanto à divulgação voluntária, este pode ser um ponto de discussão, no qual
empresas que divulgam informações, além das exigidas por lei, podem demonstrar
maior transparência, utilizando-as como um recurso para atrair novos investidores,
fornecedores e clientes. Uma vez que precisa atender necessidades de diferentes usuários,
a empresa deve estruturar seus sistemas, de modo que consiga atender as demandas

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
internas, como melhoria na comunicação de processos, e informar ao público externo o
seu crescimento e alcance de metas, visando a novos investidores, por exemplo.
Com base nisso, cabe destacar a utilização das informações. Primeiramente, vamos
nos basear na parte interna, entendendo como os sistemas que carregam, organizam
e estruturam nossas informações podem ser úteis, se bem estruturados dentro das
organizações.
Conforme Bomfim, Souza e Alves (2016), os sistemas de informação são capazes
de aumentar a velocidade no processo de tomada de decisão, justamente por coletarem,
processarem, analisarem as informações a partir de um objetivo, consequentemente
tornando as decisões mais assertivas. Além disso, complementa Barros (2005, p. 110)
que “os sistemas contábeis das empresas foram desenhados para atender à tomada
de decisões e às necessidades dos administradores em controlar o patrimônio sob sua
responsabilidade”.
No entanto, é importante destacarmos o que é um sistema e seus componentes. Para
Padoveze (2019), um sistema é composto por um conjunto de elementos interdependentes,
ou um todo que age de forma organizada, ou várias partes que interagem formando um
todo. Assim, para entendermos o funcionamento de um sistema, precisamos considerar
todas as interrelações e o contexto, no qual se inserem, como podemos observar na
Figura 1.

Figura 1 - Caracterização e Funcionamento de um Sistema.


Fonte: Padoveze (2019).

A partir da Figura 1, é possível observarmos como funciona um sistema básico


de informações. Quanto ao setor contábil, temos o lançamento dos dados (que seriam
as entradas), e depois o processamento, o qual pode ser feito por meio do software
(automático) ou manual. A partir daí, emitimos nossos relatórios (que seriam as saídas)
e o produto do nosso trabalho, que consequentemente será utilizado como base para a
tomada de decisão.
Contudo, aqui é importante fazermos um contraponto. Segundo Oliveira (2018),
grande parte dos problemas relacionados ao processamento de dados são, na realidade,
problemas que decorrem de deficiências da administração da empresa. Isso nos leva a
refletir que o processamento de dados pode ser visto como um subsistema de informação,

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
dependendo de como é desenhado o sistema de gestão da empresa, para o processamento
servir de suporte.
Todos os dados inseridos no sistema, escriturados pela contabilidade no decorrer
do processamento, serão transformados em informações. Explica Padoveze (2019) que “é
o registro puro, ainda não interpretado, analisado e processado”. Tudo o que é escriturado
no contábil, no fiscal, nos recursos humanos, no societário, parte de um dado para uma
informação: é a partir daí que temos uma entrada.
Em relação aos sistemas de informação, também vale ressaltar que eles vêm
passando constantemente por mudanças, tanto para acompanhar o avanço da tecnologia
quanto para satisfazer as necessidades dos usuários. Conforme Hurt (2014), quando um
sistema de informação contábil é bem projetado, ele possibilita a melhoria na tomada de
decisões dentro das organizações, inclusive no que se refere aos elementos da estrutura
conceitual do Financial Accounting Standards Board (FASB). O autor ainda comenta que
o FASB desenvolveu uma estrutura conceitual no fim dos anos de 1970, com o intuito de
criar um guia para o desenvolvimento de princípios contábeis no futuro.

SAIBA MAIS
A título de curiosidade, o FASB é uma organização sem fins lucrativos, criada
nos Estados Unidos, com sede em Norwalk, cujo intuito é de padronizar procedi-
mentos de contabilidade financeira de empresas de capital aberto e não governamentais.
Acesse: https://www.fasb.org/home.

Desse modo, a contabilidade já pode ser considerada como um sistema de


informação, dado que, dentro da empresa, há a necessidadede de extrair dados, processar,
armazenar e distribuir as informações aos usuários.

As estratégias de software devem estar alinhadas com os objetivos


organizacionais, com as estratégias da organização e com as estratégias
e o modelo de gestão da unidade da tecnologia da informação
(REZENDE, 2016, p.104).

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
De acordo com Atkinson (2015), “os detalhes sobre como fazer planejamento
estratégico e o tipo de informação e análise que os estrategistas usam para selecionar uma
estratégia particular são cobertos nos cursos de estratégia”. Portanto, todo o desenho e
o funcionamento do software devem estar alinhados ao que a empresa busca alcançar,
seus objetivos na utilização desta ferramenta para facilitar o processo.
Além disso, também é necessário que o ambiente de um sistema seja levado em
consideração, pois o mesmo pode influenciar na organização e diretamente em cada
departamento. A decisão de utilizar um software, além da organização dos processos está
atrelada ao controle do patrimônio. Enfim, a contabilidade deve estar alinhada com os
sistemas, para que possa realizar suas operações corretamente!
Oliveira (2005) destaca que o ambiente de um sistema se trata do conjunto de
elementos que não pertencem aos sistemas, mas são capazes de realizar alterações
em seus elementos, o que consequentemente também pode alterar o sistema, isto é, o
ambiente influencia altamente a organização e as informações. Ele pode ser definido
pelo ambiente externo (macroambiente) e pelo ambiente interno (microambiente).
Complementa Souza (2011) que “o tempo passou e as necessidades passaram a ser outras,
assim a Contabilidade sofreu modificações, buscando adaptar-se ao cenário real e ao seu
aprimoramento para melhor atender aos usuários”.
Sobre o micro e o macro ambiente, sabe-se que estes dois tipos de ambientes
possuem diferentes interessados nas informações, ou seja, diferentes usuários
das informações. Com isso, os sistemas devem estar adaptados a atender tanto as
necessidades do micro quanto as do macro ambiente. “Mudanças relevantes e mesmo
bruscas no macroambiente demandam ajustes, para que a gestão das entidades possa se
desenvolver de maneira adequada” (FREZATTI et al.,2012).
Você deve estar se perguntando: Qual a finalidade dos Sistemas de Informação?
É necessário compreender que as empresas precisam estar preparadas para enfrentar
distintos problemas para a continuidade de suas atividades. Tais problemas podem ser
tanto relacionados ao micro quanto ao macroambiente. Basicamente, o desenvolvimento
de sistemas é uma das ferramentas utilizadas para auxiliar na solução destes problemas.
Mais do que isso, os sistemas de informação atuam como mecanismos que auxiliam no
dia a dia da organização e também facilitam o crescimento e a continuidade da mesma.
Você consegue perceber a importância de se ter um sistema de informação
adequado? Todas as tomadas de decisão se baseiam em informações, e se há problema
no desenho dos sistemas ou dificuldade no atendimento às necessidades dos usuários,
para que seria utilizado um sistema? Os sistemas vêm com o intuito de agregar valor às
organizações, melhorar os processos internos e auxiliar na tomada de decisão.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
É imprescindível ressaltar que os relatórios direcionados aos usuários
internos não poderão apresentar os mesmos fundamentos e mesma
estrutura, já que os objetivos desses analistas são diferentes. Com o
intuito de atender a esses diferentes objetivos é que a Contabilidade
apresenta enfoques diferentes, como a Contabilidade Gerencial e a
Contabilidade Financeira (BARROS, 2005, p. 107).

Essas informações servem como base, subsídio para a tomada de decisão,


representando um conhecimento. Expõe Silva (2019) que o conhecimento é a consciência
e a compreensão de um conjunto de informações, e os modos como elas podem ser úteis
para apoiar uma tarefa específica, ou para chegar a uma decisão. Logo, o conhecimento é
gerado a partir do processamento de dados, em informações, as quais são interpretadas
e se caracterizam por um conhecimento sobre determinado assunto, tema ou tópico. É
importante os dados que alimentam os sistemas estarem corretos e atualizados, a fim de
que toda a tomada de decisão se baseie em dados que são processados, transformados
em informação e sirvam como base, como conhecimento.

1.2 MODELOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Como visto no tópico anterior, os sistemas de informação contábil servem como


principal base de informações para a tomada de decisão. Segundo Souza (2011):

O sistema pode ser entendido como uma entidade que possui mais
de um componente, os quais se integram para chegar a um objetivo
comum; em processamento de dados, o sistema pode ser entendido
como um conjunto de equipamentos, que podem ser mecânicos,
eletrônicos ou ainda como um conjunto de programas (planos e normas
técnicas) (SOUZA, 2011, p.5).

Dito isso, existem modelos de informação que são capazes de apresentar o


“caminho” da informação, dentro das organizações por onde ela perpassa. Deste modo,

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
serão abordados três modelos de sistema de informação que são aplicados com mais
sucesso nas organizações.

Apesar das limitações que os modelos apresentam na caracterização


de qualquer sistema, a grande vantagem de seu uso reside no fato de
que eles propiciam um quadro de referências, a partir do qual se pode
desenvolver uma análise e se ter uma visão abrangente do objeto em
estudo (OLIVEIRA, 2018, p.129).

Refletindo sobre o ponto destacado por Oliveira, os modelos de sistemas, apesar


de serem adaptados às necessidades da empresa, apresentarão limitações, porém as
vantagens serão maiores. E mais que isso: as complexidades do ambiente econômico
e o crescimento das organizações têm dificultado a gestão dos negócios, demandando
informações cada vez mais claras, oportunas e relevantes, capazes de embasar o processo
de decisão.
Por meio dos modelos, é possível termos o que o referido autor chama de
referência, isto é, a partir de uma estrutura pronta, realizamos os ajustes necessários para
adaptabilidade tanto da estrutura da empresa quanto ao atendimento das necessidades
dos usuários. Para tanto, segundo Frezatti et al. (2012), o sistema de informações
desenvolvido deve ser dinâmico, no que se refere à atualidade, à flexibilidade, à amplitude
e à diversificação.
Nesse ponto, destaca-se que a estrutura da organização também é importante para
a decisão de qual modelo é mais interessante para ela, dada a sua estrutura. Por exemplo,
se temos uma empresa mais flexível, com a tomada de decisão mais descentralizada, com
processos horizontais, será que faria sentido termos um modelo convencional? Mas, e se
pensarmos na dinamicidade quanto aos níveis hierárquicos da empresa, sendo que uma
empresa orgânica, com um modelo mais flexível não possui um modelo de hierarquia?
Portanto, antes da escolha do Modelo de Sistema, é necessário entender como a
organização é estruturada, como é o desenho dos controles dentro dela e como funciona
o fluxo de informações, a fim de que, a partir daí, possa-se evoluir, decidindo qual o
modelo mais adequado.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
PARA REFLETIR
Você acredita que todo tipo de informação é interpretado da maneira correta?
Temos inúmeros exemplos de erros e fraudes, principalmente na área de auditoria.
Mas o que eu quero dizer com isso? Basicamente, que a informação precisa estar o mais “limpa”
e direta possível, para não gerar dupla interpretação!

Em vista disso, Souza (2011) afirma que “dentre os diversos desafios, destaca-se o
de gerir com qualidade e eficiência os recursos postos a sua disposição. O sistema deverá
apresentar a resposta em tempo hábil, sem desvios e mais próxima possível da realidade
a que se propõe”. Ressalta-se, assim, a importância de os modelos serem adaptados,
conforme as necessidades das empresas. Embora eles possuam uma estrutura, devem
ser adaptados para a utilização na empresa, com maior otimização de tempo e recursos.
Na sequência, estudaremos alguns modelos disponibilizados pelo mercado.

1.2.1 Modelo Convencional de Sistema de Informação

Para entendermos como a informação transita dentro das organizações, podemos


citar os três modelos mais utilizados, com base em Rezende (2010).
O Modelo Convencional apresenta como principal característica as ligações entre
níveis ou tipos de informação e os níveis hierárquicos da empresa, de forma a estabelecer
uma relação nos sentidos vertical e horizontal. O principal foco é auxiliar os gestores
com informações tanto de nível operacional quanto gerencial e estratégico. Para melhor
visualização, a Figura 2 apresenta um esboço do funcionamento do Modelo Convencional.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Figura 2 - Modelo Convencional de Sistemas de Informação.
Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Rezende (2010).

Na Figura 2, identificamos que, para cada nível hierárquico e de informação, tem-se


um Sistema de Informação, por exemplo: o SIE (Sistema de Informações Estratégicas); o
SIG (Sistema de Informações Gerenciais) e o SIO (Sistema de Informações Operacionais),
e cada um atende a um nível específico da hierarquia. Entretanto, todos partem da base
de dados das funções organizacionais. De forma complementar, Oliveira (2018, p.129)
denota que o também chamado modelo básico “é a representação abstrata e simplificada
de uma realidade em seu todo ou em partes”.
Sobre o Sistema de Informação Gerencial, é possível entender que ele dá suporte
ao planejamento, controle e organização da empresa, compilando as informações por
meio de subsistemas e buscando integrar e gerar informações que auxiliem no processo
decisório. Ainda, sabe-se que um número expressivo de empresas não possui a capacidade
de avaliar, em termos monetários, os benefícios gerados por um Sistema de Informação
Gerencial, mas algumas das vantagens são de suma importância para o atendimento e a
utilização deles.
Sobre os benefícios, podemos citar a redução em custos de operações, melhoria nos
controles e mais organização entre os departamentos, uma vez que, de forma individual
ou em conjunto, auxiliam na potencialização dos resultados da empresa. Os resultados
podem estar atrelados ao valor da empresa, aumento do nicho de mercado, distribuição
de dividendos, entre outros, desde que estejam sempre alinhados.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Além disso, existem níveis de abrangência dos Sistemas de Informações Gerenciais,
como apontado por Oliveira (2018). Inicialmente, destaca-se o nível corporativo, que
se referente ao sistema de informação do negócio ou do grupo de negócios em que a
corporação atua, ou poderá atuar. Já o nível de Unidade Estratégica de Negócios pode
englobar mais de uma empresa de uma mesma corporação.
O nível de empresa tem a abrangência de uma instituição atuando de forma
interativa com o seu ambiente. Por que é importante conhecermos estes níveis? De
forma simples, para compreendermos os tipos de informações exigidas por eles, para
que possam ser atendidas as necessidades.

1.2.2 Modelo Dinâmico de Sistema de Informação

Como já sinaliza o nome, e seguindo a abordagem de Rezende (2010), este modelo


veio com o intuito de substituir o modelo convencional, trazendo uma maior interação
entre as informações, com maior dinamicidade. Aqui, eliminam-se os níveis hierárquicos
do sistema. Observe a Figura 3.

Figura 3 - Modelo Dinâmico de Sistema de Informação.


Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Rezende (2010).

21
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
No modelo dinâmico, destaca-se que não há mais níveis hierárquicos do sistema,
o que o deixa mais funcional, facilitando a utilização das informações geradas por mais
de um nível hierárquico e de uso. Ou seja, aqui é possível observar que há uma maior
dinamicidade entre as informações, podendo até gerar uma integração entre elas.
Um exemplo para utilização deste modelo é uma empresa que se estruture de forma
orgânica, a qual possui uma tomada de decisão mais descentralizada, um nível maior de
autonomia entre os departamentos e não tem bem delineada uma estrutura hierárquica
(de subordinação).

1.2.3 Modelo de Sistema de Informação com Tecnologia da Informação

O Modelo de Sistema de Informação com Tecnologia de Informação (TI) é


atualmente bastante atrativo, dadas todas as necessidades, facilidades e funcionalidades
apresentadas por ele. Rezende (2010) aponta que a tecnologia da informação possibilita
o melhor aproveitamento das informações, de forma oportuna e personalizada. Para
entendermos melhor este modelo, observemos a Figura 4.

Figura 4 - Modelo de Sistema de Informação com Tecnologia da Informação (TI).


Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Rezende (2010).

22
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Atualmente, o modelo que parece ser o mais robusto, atendendo melhor as
necessidades da contabilidade, tanto gerencial quanto financeira, perpassa pelo Modelo
de Sistema de Informação com Tecnologia da Informação. Isso porque os softwares
de contabilidade estão se adaptando a captar informações de outras áreas, bem como
concatenar informações do meio externo para dentro das organizações.
Trazendo a importância dos sistemas de informações para o Curso de Ciências
Contábeis, sabe-se que a contabilidade registra as atos e fatos que alteram o patrimônio
da empresa, e ela precisa de dados para alimentação dos sistemas, processamento
e as saídas, que seriam os relatórios. Com base nisso, a função do contador quanto à
escrituração dos fatos é fundamental. Por meio de todo o fluxo de informações, é possível
aplicar métodos de análise. Assim, a contabilidade busca registrar e controlar tudo que
ocorre de alteração no patrimônio.
Para Padoveze (2019): “A ciência contábil traduz-se naturalmente dentro de um
sistema de informação. Poderá ser arguido que fazer um sistema de informação contábil
com a ciência da contabilidade é um vício de linguagem, já que a própria contabilidade
nasceu sob a arquitetura de sistema informacional”.

1.3 ELEMENTOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Antes de adentrarmos no assunto dos elementos que compõem os sistemas de


informação, faz-se necessário destacar que, conforme Oliveira (2018), existem duas
situações extremas que devem ser consideradas quanto aos sistemas de informações
gerenciais e o uso de tecnologia da informação.

Empresas em que a informática se situa como uma intrusa, causando


muito mais problemas e conflitos às empresas do que as soluções
esperadas; ou
Empresas que possuem a informática totalmente integrada aos
seus objetivos, que a utilizam na melhoria da eficiência e eficácia
organizacionais e que consideram a informação como importante
ativo, não só para as atividades operacionais e de controle, mas como,

23
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
principalmente, para suporte das decisões táticas e estratégicas
(OLIVEIRA, 2018, p.146).

A partir da colocação supramencionada, há uma dependência de como a empresa


opta por utilizar a informática e a tecnologia no seu dia a dia. Isso quer dizer que existem
empresas, as quais ainda escolhem não utilizar os recursos tecnológicos tão fortemente.
Se considerarmos o cenário atual, a utilização da informática dentro da organização
possui mais pontos positivos do que negativos, podendo ser vista como investimento,
além de facilitar e otimizar o tempo operacional, possibilitando mais tempo para análise
e tomada de decisão. E também, conforme Souza (2011) pelo ambiente econômico social
se apresentar como dinâmico e complexo.
Assim, sobre um sistema (como pôde ser observado), temos um conjunto de dados
que, ao serem alocados, transformam-se em informações e depois servem como base
para a tomada de decisão, ou auxiliam nela. Também vimos que existem usuários, os
quais precisam de informações específicas, por isso as informações podem servir tanto
para os usuários internos quanto para os externos.
Perceba que cada departamento dentro de uma organização fornece um tipo de
informação, sendo o modelo de estrutura da organização e o desenho dos sistemas os
responsáveis pela ligação destas informações. Os usuários alimentam os sistemas com os
dados, os quais são processados, transformados e resultam nas saídas, que são as bases
para a tomada de decisão.
Para tanto, conforme destaca Gonçalves (2017), os sistemas de informações
precisam de três elementos básicos para gerarem informação e auxiliarem na tomada de
decisão e resolução de problemas, sendo eles: pessoas, processos e tecnologia.
A partir da perspectiva das pessoas, denota-se que são todos os colaboradores, so
quais integram a empresa. Os processos se definem como a maneira pela qual se realiza
uma operação, e a tecnologia é toda a parte ferramental computacional de apoio e suporte
para as pessoas e as organizações, com o intuito de atender as necessidades. Para melhor
visualização, observemos a Figura 5:

24
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Figura 5- Elementos Básicos dos SI.
Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Gonçalves (2017).

Esses elementos fazem parte dos sistemas e informações. Isso quer dizer que
tanto a tecnologia quanto o delineamento dos processos e atuação das pessoas dentro
da organização são estruturados de forma estratégica, para atender as necessidades de
informações dos usuários e para o andamento dos processos. Fica fácil percebermos que,
em um sistema de informação, tais elementos precisam estar alinhados, a fim de que
também os processos, aliados à tecnologia e às pessoas, estejam estruturados de forma a
identificar uma estratégia para o alcance das metas.

SAIBA MAIS
O estudo de Jacomossi e Silva (2016) investigou como a percepção dos gestores
sobre a incerteza do ambiente pode influenciar no uso de sistemas de controle ge-
rencial em uma instituição de ensino superior. Os resultados apontaram que a incerteza de estado,
do efeito da resposta influenciam o uso dos sistemas de informação gerencial. Isso quer dizer que,
dependendo do nível de incerteza, há uma diferença no uso das técnicas de controle gerencial.
Fonte: JACOMOSSI, Fellipe André; DA SILVA, Márcia Zanievicz. Influência da incerteza ambien-
tal na utilização de sistemas de controle gerencial em uma instituição de ensino superior. REGE-
-Revista de Gestão, v. 23, n. 1, p. 75-85, 2016.

25
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Segundo Marion (2017), o sistema de informação é composto por um conjunto
de dados, em que foram utilizadas técnicas de articulação, ajustes e também a edição
de relatórios. É com base no registro das atividades realizadas pela empresa que se
busca o controle, a informação e os sistemas responsáveis por fazer as operações serem
comunicadas, o que consequentemente auxilia na manutenção dos processos. Além
disso, os sistemas de informações permitem algumas ações dentro da empresa, como
destaca o autor:
a. tratar as informações de natureza repetitiva com o máximo possível
de relevância e o mínimo de custo; e
b. dar condições para, por meio da utilização de informações
primárias constantes do arquivo básico, com técnicas derivadas da
própria contabilidade e/ou outras disciplinas, fornecer relatórios de
exceção para finalidades específicas, em oportunidades definidas
ou não (MARION, 2017, p.2).

Dessa forma, os sistemas buscam melhorar o fluxo de informações e também a


manutenção dos processos, daando continuidade a eles. A utilização das informações
visa subsidiar as ações tomadas, justificar os processos, além de dar maior transparência
aos procedimentos realizados tanto internamente quanto no que se refere à prestação de
contas para usuários externos.

SAIBA MAIS
Leia um pouco mais sobre o uso das informações contábeis na tomada de
decisão de pequenas empresas, disponível em: http://www.ufrgs.br/gianti/files/
artigos/2008/2008_232_AMS_HF_RAUSPe.pdf.
Após a leitura é possível evidenciar que há uma distância entre os contadores e pequenos
proprietários, dificultando a adequada gestão.
Fonte: STROEHER, Angela Maria; FREITAS, Henrique. O uso das informações contábeis na
tomada de decisão em pequenas empresas. Revista de Administração Eletrônica. São Paulo, v. 1,
n. 1, p. 1-25, 2008.

26
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na primeira unidade deste estudo, compreendemos que, com a expansão da


tecnologia e das fronteiras, há uma necessidade constante de informação, seja ela
facilitada pelo uso de tecnologias, ou distribuída aos usuários. Além disso, informação é
o que move a organização, pois é responsável por direcionar os processos, pelas tomadas
de decisão e também por seu uso pelos funcionários, com o intuito de agregar valor aos
produtos e à empresa.
Pode-se dizer que a maneira de disseminar a informação vem mudando, podendo
ser evidenciado pelos meios que utilizamos diariamente, os quais nos reportam um
mundo de informações. Por exemplo, a quantidade de informações a que somos expostos
ao utilizarmos nossas redes sociais, através de uma infinidade de conteúdo de diversos
nichos, com informações distintas e com formas distintas de apresentação dos conteúdos.
Dentro dos negócios não é diferente, e quanto mais tempestiva (atualizada) e fidedigna
(verídica) a informação, melhor é a utilização da mesma para a tomada de decisão por parte
dos gestores.
Assim, a tecnologia da informação vem auxiliando as empresas quanto à
facilitação de seus processos e otimização de recursos, consequentemente, ajudando no
funcionamento interno da organização e no alcance das metas.
Na Unidade 1, falamos um pouco sobre Sistema, um conjunto de elementos que se
apoiam de forma independente, mas que interagem entre si, fazendo com que todo este
aparato de ação conjunta de seus diversos componentes melhorem o desempenho tanto
do fluxo das informações dentro da empresa quanto no desempenho da mesma frente
aos seus processos, ao maximizar resultados e otimizar recursos.
Compreendemos que os sistemas são projetados dentro de uma organização para
melhorar o fluxo das informações: as entradas (inputs), o processamento dos dados e as
saídas (outputs). Podemos dizer que, para a contabilidade, ter um sistema parametrizado
e desmistificado entre os colaboradores dentro da organização, facilita o trabalho na hora
da escrituração dos dados, como também na apuração dos mesmos e nos relatórios finais.
Por fim, foi possível entender que a empresa, por sofrer impacto de variáveis externas
ao ambiente em que está inserida, também precisa adaptar seus sistemas para separar
estas informações, fazendo com que estejam alinhadas ao todo. Assim, a gestão da empresa
tende a ser mais eficiente, pois leva em consideração as operações, as quais são realizadas
na parte interna, além do impacto de informações externas em suas operações.

27
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
GLOSSÁRIO

• Tempestivas: a tempestividade refere-se ao fato de a informação contábil dever


chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil, a fim de que este possa
utilizá-la para seus fins (RESOLUÇÃO CFC Nº 785, DE 28 DE JULHO DE 1995).

• Fidedignas: QC12. Os relatórios contábil-financeiros representam um


fenômeno econômico em palavras e números. Para ser útil, a informação
contábil-financeira não tem só que representar um fenômeno relevante,
mas deve também representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe
representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade
retratada precisa ter três atributos: ser completa, neutra e livre de erro. É claro,
a perfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é maximizar referidos
atributos na extensão que seja possível (RESOLUÇÃO CFC Nº 1.374, DE 08 DE
DEZEMBRO DE 2011).

• Órgãos Fiscalizadores: por exemplo, o Fisco, Receita Federal, Conselhos


Profissionais.

• Divulgação Voluntária: além do que é exigido por lei.

• Software: sequência de instruções que organizam os fatos, acontecimentos.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
EXERCÍCIO FINAL

01- Sabe-se que, conforme Gonçalves e Riccio (2009), observando de forma


ampla os sistemas de informação, é possível visualizar o uso para o que os
autores chamam de realização de processos de comunicação, de forma que os
mesmos permitam acesso às informações registradas, informações cognitivo-
socais e também estruturas de conhecimento, as quais são compartilhadas
pelos membros.
Assinale a alternativa correta, que apresenta três benefícios de se ter um
adequado sistema de informação contábil:

a) padronização das informações; controles internos; auxílio na tomada de decisão.


b) aumento na despesa; dificuldade de organização e má gestão.
c) piora no controle; mais gastos; automatização geral.
d) interpretação das informações; despesa com implantação e dificuldade na gestão.
e) ocupa mais espaço; dificulta o trabalho manual; menor agilidade.

02- Foram citados três modelos de sistemas de informação, de acordo com


Rezende (2010): o convencional, o dinâmico e o de tecnologia da informação.
Suponha que você seja o controller de uma startup (lembrando que conforme
a ABStartups (www.abstartups.com.br) elas têm seus modelos de negócio
cadastrados no mercado de Software Service - SaaS/Web Aplicativo – App).
Entre os modelos estudados, assinale a alternatia que representa a melhor
escolha para esta startup:

a) Modelo Convencional de Sistema de Informação


b) Modelo Dinâmico de Sistema de Informação
c) Modelo de Sistema de Informação com Tecnologia da Informação
d) Modelo de Sistemas de Informações Executivas
e) Modelo de Sistemas de Informações Administrativas

03- Levando em consideração que os sistemas de informações contábeis


precisam estar parametrizados, para melhorarem o fluxo de informações

29
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
dentro das organizações, assinale a alternativa que apresenta dois exemplos
de saídas:

a) Cheques e Faturas.
b) Notas Fiscais e Dinheiro.
c) Relatório Gerencial e Cheques.
d) Manuais e Cópias de Documentos.
e) Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício.

30
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
REFERÊNCIAS

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31
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
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Paulo, v. 1, n. 1, p. 1-25, 2008.

32
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
2
UNIDADE

CONTABILIDADE
E OS SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO
INTRODUÇÃO À UNIDADE

Na Unidade 2, continuaremos o estudo das informações e dos sistemas de


informações, focando nos subsistemas, banco de dados, informações estruturadas e
não estruturadas. Aqui, você terá a oportunidade de entender como são armazenadas
as informações, as necessidades de informação nos níveis empresariais e também a
tecnologia aliada ao fluxo de informações.
Nesta unidade, buscar-se-á enaltecer o papel do contador atual, utilizando a
tecnologia a seu favor e facilitando o fluxo de informações. Também discutiremos sobre
todo o funcionamento dos sistemas, armazenamento das informações, sistemas de
informações que auxiliam na tomada de decisão e a necessidade de informação em cada
nível empresarial.
Entenderemos, ainda, que desde o recebimento dos documentos pela contabilidade,
até a codificação, lançamento, armazenamento, análise e emissão dos relatórios, tudo
depende de um bom fluxo de informação e de uma informação tempestiva e clara. Assim,
a partir das informações que “alimentam” os sistemas, criando um fluxo de informação,
temos os sistemas de informação, e a tecnologia vêm aliada a este processo, com o intuito
de facilitar a linguagem, armazenagem, visualização e proteção.
Estudaremos que cada departamento de uma empresa fornece informações, e elas
podem ser compiladas e analisadas em conjunto, para a tomada de decisão. Ainda que
algumas informações devam ser divulgadas de forma obrigatória aos usuários externos,
outras podem ser divulgadas de forma voluntária, com o intuito de as organizações
agregarem valor quanto à transparência de processos, almejando novos investidores.

2.1 EMPRESA COMO SISTEMA E SEUS SUBSISTEMAS

Antes de iniciarmos sobre a empresa como sistema e seus subsistemas, é importante


destacarmos alguns pontos, conforme expõe Atkinson (2015):

34
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
As pessoas reagem quando estão sendo mensuradas. Focam em
variáveis e comportamento que estão sendo medidos e prestam menos
atenção a outras variáveis. Algumas pessoas exageram esse efeito ao
declarar: “O que é medido é realizado”. Mais precisamente, a expressão
deveria ser: “Se você não medir, não pode gerenciar e melhorar”, que
pode ser assumido como uma das razões fundamentais para estudar e
implementar sistemas contábeis-gerenciais (ATKINSON, 2015, p.7).

É sabido que as organizações interagem com o meio externo, sofrendo influência


da política, de órgãos reguladores, de fornecedores, de clientes e de outros interessados
na empresa. Este sistema, que possibilita a interação da empresa com a sociedade e com
o ambiente em que ela atua, por sofrer a influência do ambiente externo, é considerado
Sistema Aberto.

O atual contexto fez surgir outras necessidades e inovações que não


atingiram única e exclusivamente o modus operandi do gerir, pelo
contrário, repercutiu na organização como um todo, desde a maneira de
interagir com a sociedade, passando pela parcela de responsabilidade
a ela atribuída e culminando com o retorno esperado pelos investidores
(SOUZA, 2011, p. 1).

Há uma grande necessidade informacional, mas de que forma atender as


necessidades dos usuários? Para Holanda (2001), a informação deve ser tratada como
um bem econômico, pois através dela pretende-se exercer o controle do sistema, ou
seja, ela é vital dentro da empresa. Em qualquer área, todas a informações fornecidas, se
enquadradas como boas e utilizáveis, fazem diferença tanto na gestão da empresa (tende
a melhorar se bem utilizada) quanto nos resultados, maior alcance de metas.
Complementa Padoveze (2019): “podemos dizer que toda empresa tem uma missão
em relação à sociedade e que a missão das empresas corresponde aos seus objetivos
permanentes, que consistem em otimizar a satisfação das necessidades humanas”. Ou
seja, as empresas, de uma forma geral, precisam cumprir um papel social, “conversando”
com o ambiente social em que se localizam, prestando algum tipo de assistência ou
atividades à comunidade em que estão situadas, pois além de empregarem a sociedade
da região, as empresas se comunicam com o meio, o qual deverá estar alinhado a elas,
para que os processos funcionem.
Por exemplo, se uma indústria é localizada no centro de uma comunidade, ela

35
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
pode causar alguns transtornos, por isso o descarte de materiais deverá ser adequado,
e se a empresa utiliza algum recurso natural, precisará ter políticas para “renovar” os
recursos utilizados, estruturando-se de forma que não traga problemas aos moradores
da comunidade.

SAIBA MAIS
A organização está em constante transformação e precisa estar atenta à ne-
cessidade de informação e de avanço quanto ao cenário mundial.
Leia mais a respeito do assunto em: MAZZIONI, Sady; KLANN, Roberto Carlos. Aspectos da
qualidade da informação contábil no contexto internacional. Revista Brasileira de Gestão de
Negócios, v. 20, n. 1, p. 92-111, 2018.

Considerando-se que a empresa é um sistema aberto, é inevitável que ela tenha


uma gestão, sendo esta responsável por organizar e controlar o negócio. No caso,
temos o planejamento estratégico, o qual é a etapa do processo de gestão que define
políticas, diretrizes e objetivos estratégicos, cujo produto final é o equilíbrio dinâmico
das interações da empresa com suas variáveis ambientais (PADOVEZE, 2019). Como a
empresa interage com o meio, ela precisa de uma análise do que ela possui internamente
e também de fatores externos a ela (ao meio).
Desse modo, para o sistema funcionar, é necessário que esteja parametrizado, isto
é, estruturado para processar as informações conforme o nosso comando. Para tanto,
existem componentes do Subsistema do Sistema de Informações Contábeis que são
responsáveis por “fazer a engranagem funcionar”. Mas quem são eles? De forma breve,
estes componentes podem mudar, de acordo com as características ou necessidades da
empresa, são adaptáveis. Esclarece Souza (2011, p.8):

Dentro da definição dos parâmetros do sistema informacional, observa-


se a adoção de subsistemas, ou seja, sistemas específicos que são
responsáveis por informações direcionadas e que no futuro próximo

36
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
irão alimentar outros sistemas, produzindo uma visão diferenciada da
organização. Diante dessas premissas de tratamento informacional,
é preponderante que os gestores estejam conscientes do papel da
indústria na sociedade pós-industrial, verificando assim a necessidade
de reestruturação/adaptação dos processos produtivos e gerenciais,
podendo assim verificar seus reflexos na contabilidade (SOUZA, 2011,
p.8).

VOCÊ SABIA?
Segundo Figueiredo (1995), a empresa é um conjunto organizado de recursos
econômicos, sociais e humanos, e ela pode ser vista como um sistema aberto.
Você consegue perceber que um fato que tenha ocorrido, por exemplo, nos Estados Unidos,
como escândalos corporativos no ano 2000, tenham influenciado na criação de uma Lei para a
Auditoria conhecida como Sarbanes-Oxley e, consequentemente, no Brasil, as Normas de Audi-
toria sofreram mudanças? Exatamente, é o impacto do cenário mundial na organização.

Vamos então desmistificar quais são esses subsistemas. Seguiremos a seminal


divisão de Guerreiro (1989), cuja abordagem aponta que a empresa é composta por
seis subsistemas interdependentes, os quais interagem, com o intuito de a organização
cumprir a sua missão. Para Guerreiro (1989), são eles:

• Subsistema Institucional.
• Subsistema Físico.
• Subsistema Social.
• Subsistema Formal.
• Subsistema de Informação.
• Subsistema de Gestão.

Com intuito de melhor visualização, temos a Figura 6 que representa os Subsistemas


Empresariais, conforme Guerreiro (1989).

37
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Figura 6 - Subsistemas.
Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Guerreiro (1989).

Explica Guerreiro (1989) que uma empresa nasce, a partir do desejo de alguém
que tem expectativas e deseja antingi-las por meio deste empreendimento, investindo
o seu patrimônio tanto econômico quanto moral. Com isso, as decisões que orientarão
o negócio serão carregadas de crenças, valores e expectativas, os quais se transformarão
em diretrizes, para orientar outros componentes do sistema da empresa a alcançarem os
resultados, assim formando o Subsistema Institucional. Adicionalmente, para Padoveze
(2019) “é a matriz dos demais subsistemas da empresa e compreende a definição da
missão da empresa e as convicções de seus empreendedores, traduzidos de suas crenças
e valores”.
O processo de gestão das organizações é influenciado pelas crenças, valores e
expectativas de seus idealizadores, que definirão sua missão, filosofia e objetivos que,
por sua vez, delimitarão os demais subsistemas organizacionais” (BARROS, 2005, p. 105).
A partir disso, todo o processo de gestão sobre influência dos subsistemas fará parte do
que podemos chamar de “Sistema Geral”.
Ainda a respeito do Subsistema Institucional, é comum ouvirmos nas empresas:
“Em relação a esse procedimento, sempre foi realizado assim”, ou seja, existe um
sentimento e uma institucionalização: dentro desta empresa, fazemos assim. Claro que

38
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
algumas normas ou diretrizes podem mudar com o decorrer do tempo, mas todas as
crenças, valores e as raízes da organização, dizemos que são institucionalizadas.
Então, lembre-se: quando dizemos que algo da empresa “já está institucionalizado”,
estamos nos referindo a um conjunto de diretrizes, normas e resoluções, até mesmo
costumes, que fazem parte da empresa. Por exemplo, “aqui na empresa BCD Ltda. sempre
atendemos preferencialmente clientes Pessoa Jurídica”. Podemos dizer que é um fato
institucionalizado, e a empresa respeita esta “norma”.
Seguindo a abordagem de Guerreiro (1989), ao citarmos o Sistema Físico, estamos
nos referindo especificamente ao “hardware” do sistema (Subsistema Físico), o qual está
atrelado ao ferramental que as pessoas (Subsistema Social) que possuem determinada
autoridade (Subsistema Formal) e têm informações necessárias (Subsistema de
Informação), carregadas de princípios (Subsistema Institucional), interagem para o
processo de tomada de decisão (Subsistema de Gestão). Por meio da interação entre todos
esses subsistemas, executam-se as funções empresariais, no que se refere à compra, à
venda, ao financeiro, para alcançar os objetivos da empresa.
De acordo com o mesmo autor, o Sistema Social corresponde ao conjunto de
pessoas que fazem parte da organização, como também às características associadas
aos indivíduos. Aqui, trata-se de toda a parte de treinamento, motivação, liderança,
necessidades dos indivíduos. Você concorda que, se houver treinamento para a
qualificação dos funcionários dentro da organização, um sistema formal bem definido,
boas práticas institucionais, a empresa tende a melhorar seu fluxo de informação,
controles e também a gerir com mais eficiência? Exatamente! Todos os subsistemas
que fazem parte de um todo, olhando para o geral, têm funções bem definidas, com o
intuito de potencializar os resultados e melhorar a gestão, seguir o princípio contábil da
“continuidade”.
O Sistema Formal está atrelado à organização da empresa, de modo que agrupa
todas as atividades de departamento, problema de autoridade, grau de descentralização
desejável, ou seja, toda a parte “burocrática”, na qual tudo o que será feito, precisará de
um registro formalizado.
Ao tratar da interação entre os subsistemas e o ambiente, têm-se os Subsistemas de
Informação, que são responsáveis pelo desenvolvimento de funções básicas, suprimentos,
produção, vendas. Refere-se a dar suporte ao Subsistema de Gestão, por meio do reporte
de informações. Expõe Padoveze (2019):

Dado que o processo de comunicação requisita ininterruptamente um


sem-número de informações, o subsistema social em atuação obriga
a geração de inúmeros subsistemas de informações específicos, que,

39
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
entendidos estruturalmente, formam o subsistema de informação
(PADOVEZE, 2019, p.18).

Por fim, o Sistema de Gestão se caracteriza como um processo de planejamento,


execução e controle, sendo responsável por obter informações que advêm dos outros
subsistemas, a fim de realizar a compilação destas informações. Logo, tudo o que é
realizado dentro da organização deve estar previsto no planejamento, com o intuito
de atingir seus objetivos. Para Padoveze (2019), é neste subsistema que as decisões são
tomadas.

SAIBA MAIS
O Observatório FIESC é um sistema estruturado e analítico de dados, informa-
ções e inteligência, para dar suporte à competitividade e desenvolvimento das
organizações. Acesse: https://observatorio.fiesc.com.br/o-observatorio.

2.2 INFORMAÇÃO, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS DE


INFORMAÇÃO

Para estudarmos a tecnologia da informação e os sistemas de informação,


precisamos relembrar alguns pontos vistos na Unidade 1: a informação é um dado
processado para ser entendido pelo receptor; entre as características, para termos uma
boa informação, destacam-se, por exemplo, a precisão, a objetividade, a atualidade e a
frequência; a informação detém um certo valor, o qual advém do fato de a mesma reduzir
incertezas para a tomada de decisão e, consequentemente, auxiliar na melhor tomada de
decisão, por fornecer um embasamento mais confiável para este fim.

40
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Dito isso, partimos para o entendimento da Tecnologia da Informação, analisando
alguns conceitos.

Tecnologia da informação é todo o conjunto tecnológico à disposição


das empresas para efetivar seu subsistema de informação e suas
operações. Esse arsenal tecnológico está normalmente ligado à
informática e à telecomunicação, bem como a todo o desenvolvimento
científico do processo de transmissão espacial de dados (PADOVEZE,
2019, p.22).

Percebe-se, então, que a tecnologia da informação aborda todos os sistemas de


subsistemas de uma organização, ligada à informática e à telecomunicação. Além disso,
conforme Albertin (2014), o uso da Tecnologia da Informação, sozinha, não é capaz de
determinar o sucesso e o bom desempenho da organização, dado que as características
do mercado, referentes à atuação das empresas, deve ser considerada, para depois definir
estratégias e operacionalização.
A Tecnologia da Informação se faz presente tanto na forma de planejamento,
estratégia e controle quanto no alinhamento da utilização, de acordo com as necessidades
da organização.
Ainda, elucida Padoveze (2019) que, ao se tratar de informação, a Tecnologia da
Informação denota que seus sistemas e recursos devem fazer parte da estrutura em nível
estratégico da empresa, pois a informação precisa ir além da parte interna da organização,
sendo o que o autor chama de fator chave da competitividade. “Fatores como a competição,
globalização dos mercados, consciência ecológica e social, distribuição de renda, entre outros
ganham ênfase e influenciam os diversos campos do conhecimento” (SOUZA, 2011, p.1).

VOCÊ SABIA?
Acompanhar as expectativas de mercado é essencial para manter seu negócio
competitivo, por isso é importante que você acompanhe diariamente as variações
na Taxa de Câmbio, Produto Interno Bruto, Inflação. Assim, você consegue, inclusive, realizar
alterações em preços ou mudança de fornecedores (talvez de internacional para nacional),
visando otimizar seus recursos e os da empresa.

41
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Segundo Gil (1992), os Sistemas de Informações tratam do conjunto de recursos
humanos, materiais, tecnológicos e também financeiros de uma organização, compilados
em uma sequência, para que os dados possam ser processados, e as informações
analisadas. Adicionalmente, Padoveze (2019) ressalta que os sistemas de informação
permitem que as organizações cumpram seus principais objetivos.
As informações são constantemente criadas, e elas perpassam a organização. Você
consegue observar a importância da utilização delas? Qual o seu valor? Para cada caso,
cada informação deve ser utilizada e analisada até o seu limite, ou seja, uma informação
se refere a “x” fato, especificamente.
Quanto ao CEO ou gestor da empresa, ele pode utilizar aquela informação que
se limita a um departamento, por exemplo, e generalizá-la aos demais, principalmente
considerando “até onde” a informação pode ser entendida e usada.
Assim, como já vimos que a informação, quando é utilizável, pode perpassar pelos
subsistemas dentro da empresa e contemplar um conjunto de informações, as quais se
agregam em Sistemas de Informação. Também é importante citarmos que existem alguns
elementos que fazem parte de um sistema de informação, tais como: a) objetivos totais
do sistema; b) ambiente do sistema; c) recursos do sistema; d) componentes do sistema;
e) administração do sistema; f) saídas do sistema.
Desse modo, os sistemas de informação oferecem uma maneira de “arranjo”, que liga
as informações e cria um “aparato”, fazendo com que haja um fluxo elas. Tal fluxo pode ser
analisado de forma separada, por meio de seus componentes, ou de forma conjunta, na qual,
havendo a compilação das informações, pode-se usar como base para a tomada de decisão.

Diante de mercados cada vez mais globalizados e barreiras físicas


reduzidas pela evolução tecnológica, é uma necessidade latente dotar
as empresas locais de tecnologias capazes de superar as dificuldades
da concorrência global (SOUZA, 2011, p.8).

VOCÊ SABIA?
Conforme Padoveze (2019, p. 33) “os próprios documentos originais seriam
uma forma complicada de coletar informações sobre transações. Desse modo, os
contadores refinam as informações essenciais a partir deles e utilizam os princípios de análise
de transação para inseri-los no sistema de informações contábeis”. Aqui é possível entendermos
a importância das informações e dos sistemas para a tomada de decisão, não é mesmo?

42
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
2.3 BANCO DE DADOS, INFORMAÇÕES ESTRUTURADAS E NÃO
ESTRUTURADAS

Para entendermos os componentes dos sistemas de informação e avançarmos aos


sistemas de informação contábil, é necessário conhecer o que é um banco de dados. De
forma simples, banco de dados é um local que armazena diversas informações, podendo
elas ser estruturadas por assunto, mas fazendo parte de um todo.
De acordo com Silva (2019, p.70), banco de dados ou base de dados é um conjunto
de dados que armazenam informações, de forma relacionada e organizada, a fim de
facilitar o seu tratamento e a sua pesquisa. Complementa Oliveira (2018) que ele é uma
coleção organizada de dados e informações, que pode atender às necessidades de muitos
sistemas, com um mínimo de duplicação, estabelecendo relações naturais entre dados e
informações.
Já Padoveze (2019) expõe que banco de dados armazena informações de uma forma
organizada, para acesso variado. Desta forma, por meio de todo trabalho da escrituração,
desde o lançamento, processamento e armazenamento das informações, tem-se um
banco de dados, o qual pode ser em relação ao cliente ou a contas específicas; nada mais
é do que “compilar as informações” em uma base, e permitir que vários usuários possam
acessá-la.
Adicionalmente, para Silva (2019), os dados são fragmentos de informações em um
formato bruto, sem organização e, muitas vezes, não sem sentido algum; já a informação é
a organização dos dados, de maneira que se possam obter as informações com coerência
e sentido.
Para tanto, o sistema que se constrói, por meio de uma base de dados, pode utilizar
softwares que gerenciem o banco de dados, com o intuito, por exemplo, de proteger as
informações, minimizar impactos negativos quanto aos prazos, facilitar a visualização,
entre outros.
Com isso, o banco de dados é principalmente um local de consulta, o qual, a
partir das informações contidas nele, auxilia em diversos procedimentos. Mas o que é
um software? Conforme Silva (2019, p.102), “é a parte lógica da máquina (formada por
códigos), que é responsável por gerir o hardware”.
Conforme Padoveze (2019), existem duas formas de classificar as informações:
estruturadas e não estruturadas. Basicamente, a diferença está no fato de que as
informações estruturadas são as dominadas pela organização, representando as

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
informações, pelas quais a organização opera. Já as não estruturadas se referem ao externo,
sendo necessárias para a organização estar envolvida com o segmento econômico a que
pertence, e também no planejamento de um perfil de comportamento que se espera.

As inovações tecnológicas desencadeadas no meio empresarial,


bem como as administrativas, seguidas pelo aumento do consumo,
proporcionam um reflexo positivo nas indústrias, impulsionando as
organizações, para que estejam aptas a enfrentar novos desafios
(SOUZA, 2011, p.1).

Adicionalmente, o Sistema de Informação Contábil precisa atender diferentes níveis


empresariais, destacando-se: o Nível Operacional (responsável por elaborar estratégia de
ação para executar as atividades); o Nível Tático (responsável por elaborar estratégias de
ação para planejamento e organização interna) e o Nível Estratégico (elabora estratégias
de ação para a tomada de decisão). Isso quer dizer que, dependendo do nível empresarial,
tem-se uma necessidade de estruturação da informação. Seguimos a metodologia de
Padoveze (2019):

Quadro 1 - Tipo de Informação e Processo de Gestão


NÍVEL DE ESTRUTURAÇÃO DA
NÍVEL EMPRESARIAL CICLO ADMINISTRATIVO
INFORMAÇÃO
Operacional Execução Estruturada
Operacional Controle Estruturada
Tático Controle Estruturada
Tático Planejamento Semiestruturada
Estratégico Planejamento Semiestruturada
Estratégico Planejamento Não Estruturada
Fonte: Elaborado pela autora (2021), a partir de Padoveze (2019).

Cada nível empresarial exige um tipo de informação e uma especificação, sendo


as informações subdivididas em estruturadas, não estruturadas e, dependendo do
ciclo administrativo, semiestruturadas. As empresas podem ajustar os sistemas de
informações para a forma que mais se adequar ao seu modelo, a fim de atender as
principais necessidades.
Por meio dos níveis organizacionais e dos tipos de informação, busca-se realizar a

44
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
gestão estratégica do conhecimento: todo o conjunto de processos, que auxilia a empresa
para aprimorar a tomada de decisão. Tomemos como exemplo o que diz Silva (2019):

Como gestão estratégia do conhecimento, entende-se o conjunto de


processos desenvolvidos em uma organização, para criar, armazenar,
transferir e aplicar conhecimento. Portanto, você pode perceber que a
tecnologia da informação tem um papel muito importante na gestão do
conhecimento (SILVA, 2019, p.26).

Em linhas gerais, cada nível necessita de um tipo de informação, porque cada um


é responsável pela formulação da estratégia, pela ação ou até mesmo pela tomada de
decisão. Fazer a gestão estratégica do conhecimento corresponde a todos os processos
desenvolvidos na empresa, os quais utilizam a informação e aplicam o que é extraído
dela: o conhecimento.
Para Souza (2011), os avanços tecnológicos têm liberado os profissionais dos
trabalhos rotineiros, proporcionando-lhes um tempo maior para análise e interpretação
das informações acerca dos negócios da organização, que acontece através do sistema de
informações.

SUGESTÃO DE LEITURA
A pesquisadora Valdirene Gasparetto, em seu artigo intitulado: “O papel da
contabilidade no provimento de informações para a avaliação do desempenho
empresarial”, abordou a questão da contabilidade como provedora de informações para a avalia-
ção do desempenho das organizações.
Ela ressalta a importância de indicadores complementares, que advêm de outras áreas
dentro da empresa. Como resultado, o estudo aponta que deve haver uma flexibilidade quanto à
base de dados contábil e que as informações possam atender a novos objetivos.
Para mais informações, faça a leitura do artigo na íntegra.
GASPARETTO, Valdirene. O papel da contabilidade no provimento de informações para a ava-
liação do desempenho empresarial. Revista contemporânea de contabilidade, v. 1, n. 2, p. 109-122,
2004.

45
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Além disso, com o passar dos anos, a contabilidade foi ampliando o universo de
interessados e usuários das informações fornecidas por ela, tornando-se cada vez mais
complexa, no que se refere ao reporte da informação. Segundo Iudícibus e Segato (2020),
os sistemas tradicionais que geram informações contábeis são baseados na legislação
comercial, a qual exige a aplicação dos princípios de Contabilidade, e os órgãos reguladores
impõem regras e padrões rígidos, embora as informações não sejam as mesmas e quase
nunca levem ao mesmo resultado.
Desse modo, a responsabilidade de controlar o patrimônio e gerir as operações da
empresa ficam a cargo, principalmente, dos gestores, e eles necessitam de informações de
diversos setores, a fim de que possam administrar melhor o negócio. Para o cumprimento
do princípio da continuidade na empresa, e também da entidade, há necessidade da
utilização de sistemas de informações, que utilizam informações internas e também
externas para melhor gerir as operações. Quanto à necessidade de informações internas
e específicas da entidade, tem-se a Contabilidade Gerencial.
Marion (2017) orienta que as informações apresentadas pela contabilidade
fundamentam-se em registros mantidos em livros ou em arquivos magnéticos,
devidamente elaborados com a observância das técnicas contábeis, das leis e das normas
internacionais de contabilidade. Logo, os relatórios emitidos pela contabilidade advêm da
perspectiva de observância do cumprimento da legislação, trazendo maior transparência
a usuários externos, como meio de também atrair novos investidores.
Iudícibus e Segato (2020) ressaltam que o papel da Contabilidade Gerencial
está principalmente atrelado a procedimentos e técnicas, tratados na Contabilidade
Financeira e de Custos, porém, em uma perspectiva de detalhes mais específicos e
uma forma de apresentação e classificação diferenciada, com o intuito de atender as
necessidades dos gestores.
Portanto, vemos que a Contabilidade Gerencial é principalmente responsável por
interpretar os dados fornecidos pela Contabilidade Financeira e por realizar o cálculo
de indicadores, os quais possam ser interpretados em conjunto com as operações da
empresa, então a Contabilidade Gerencial possui um aspecto mais qualitativo das
informações. Mas o que isso quer dizer? Em linhas gerais, ela é responsável por interpretar
as informações e direcionar os gestores à tomada de decisão. Imagine, se você possui
um problema interno, no que se refere ao fluxo de informações, quais as chances do seu
negócio ter sucesso? Certamente, poucas chances.
Desde o processo de alimentação dos sistemas por meio de dados, do processamento,
do fluxo de informações, todas estas etapas fazem parte de um processo que resultará em
uma tomada de decisão, concorda? Se há problema no lançamento dos dados, por exemplo,
na parametrização do sistema, no plano de contas da empresa, qual é a probabilidade de

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
os gestores terem uma boa base de informação para a tomada de decisão? Certamente,
os gestores não terão informações tempestivas e fidedignas, porque, desde o início do
tratamento dos dados, existem problemas.
Às vezes, as contas cadastradas não estão de acordo com as operações que a empresa
realiza, a parametrização das contas, o famoso débito e crédito podem estar cadastrados
em contas diferentes, ou com problemas quanto ao aumento de uma despesa e o aumento
de uma receita. Enfim, todos esses pontos são capazes de arruinar um negócio e, mais do
que isso, fazer com que a empresa perca dinheiro.
Assim, a Contabilidade trabalha com a utilização de sistemas, para facilitar a
operacionalização do seu trabalho, bem como buscar otimização do tempo. Até porque
sabemos que, atualmente, a profissão necessita prestar diversos tipos de informações,
tanto a órgãos reguladores quanto a usuários internos e externos. Para que a contabilidade
possa controlar corretamente o negócio e prestar as informações, é necessário que os
diversos departamentos da empresa estejam alinhados, desde o mesmo propósito,
quando falamos de missão e visão da empresa, até alimentação dos sistemas e prestação
de contas.
É importante, também, sabermos que a tecnologia deve servir como aliada, e não
inimiga da contabilidade. Alguns procedimentos de conferência ainda são realizados
manualmente, e também não há problema nisso. Porém, sugere-se a utilização dos
sistemas de maneira direta e até excessiva, para que, por exemplo, se algum funcionário
precisar se ausentar do seu posto de trabalho, outro funcionário consiga dar continuidade
às operações do funcionário que se ausentou, simplesmente por ter todas as informações
registradas no sistema. E, além disso, as informações compiladas na “nuvem” também
fazem uma grande diferença!
Recapitulando, conseguimos entender que a contabilidade evoluiu ao longo do
tempo e buscou se aliar à tecnologia. Além das pressões exercidas por órgãos reguladores,
quanto à prestação de informações, os usuários da contabilidade também não são mais
os mesmos. Mais do que isso, as informações fornecidas pela contabilidade podem ser
utilizadas em diversas áreas e, ao mesmo tempo, a contabilidade também se utiliza de
diversas áreas.
Logo, para toda a engrenagem da organização funcionar, é preciso que se tenham
controles, sendo possível monitorar o andamento das operações, bem como sistemas,
responsáveis por organizar e estruturar as informações.
Entretanto, para que tudo funcione, precisamos da peça fundamental: o profissional.
Vamos falar especificamente do contador!
O contador é o principal responsável pela emissão de relatórios e pela interpretação
das informações fornecidas por eles. A contabilidade, além de controlar o patrimônio,

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
auxilia no direcionamento das tomadas de decisão dentro da empresa, uma vez que é
através do controle de recursos, pelas informações disponíveis, que a alta gestão tomará
as decisões.
Assim, todo o trabalho realizado em uma empresa é importante. Cada funcionário,
em sua função, em seu departamento, é responsável por reportar uma informação, e
para ela chegar aos usuários que a utilizarão na tomada de decisão, é necessário que
se tenha um bom fluxo de informações. Basicamente, para que nenhuma informação
fique “perdida” e também para “confirmar” que as informações se referem à realidade.
Com base nisso, desde o desenho dos sistemas, dos controles, da parametrização, da
delegação de funções, deve-se ter um cuidado quanto ao atendimento das necessidades
informacionais.
Tais necessidades podem variar de departamento para departamento. Entretanto,
ao fazermos um adendo especificamente sobre a Contabilidade Gerencial, destacamos:

A Contabilidade Gerencial também se vale, em suas aplicações, de


outros campos de conhecimento não circunscritos à Contabilidade.
Atinge e aproveita conceitos da administração da produção, da estrutura
organizacional, bem como da administração financeira, campo mais
amplo, no qual toda a Contabilidade empresarial se situa (IUDÍCIBUS e
SEGATO, 2020, p.3).

O que se busca com isso? Mais do que entender o papel da Contabilidade Geral,
fazemos uma observação específica à Contabilidade Gerencial. Como foi dito, a
necessidade informacional pode variar de departamento a departamento, por isso é
necessário considerar de qual tipo de informação determinado departamento necessita
e, mais do que isso, em alguns casos, limitar o acesso à informação.
Para que as operações sejam realizadas dentro da empresa, é necessário haver uma
segregação de funções, isto é, um funcionário deve realizar um tipo de função e não
interferir no departamento de outro funcionário, permitindo a cada um focar na sua área
específica e ter acesso à informação daquele setor.
Ao falarmos sobre gestão, a utilização de informações para tomada de decisão,
precisamos compilar a informação. Basicamente, quem interpretará as informações
fornecidas, não será o mesmo funcionário que alimenta o sistema. Por isso, teoricamente,
fica “mais fácil” ao usuário da informação interpretar e poder buscar maiores detalhes
de como aquela informação foi gerada, todo o passo a passo do fluxo de informações,
analisando desde a entrada dos dados, o processamento, até a emissão dos relatórios.
Todo processo é importante dentro de uma empresa: o desenho do controle, a

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
interligação dos sistemas, a parametrização e a alimentação dos sistemas por meio dos
dados, a fim de se ter um fluxo de informações, otimizar o tempo e realizar análises mais
profundas, com fortes bases para subsidiarem a tomada de decisão. Estas bases são as
informações tempestivas e fidedignas: “a tempestividade é entendida em termos de
oportunidade de reporte, ou seja, o oferecimento da informação quando requisitada ou
na frequência desejada” (FREZATTI et al., 2012, p. 138).
Explica Marion (2017) que as informações de natureza econômica evidenciam a
capacidade da organização em gerar riquezas com evidência para os resultados, por meio
do fluxo de receitas e de despesas, responsável pelo resultado final: lucro ou prejuízo.
Mas e se falarmos em natureza financeira? Certamente estaremos nos referindo a
entradas e saídas de dinheiro, o que exigirá outro tipo de informação. Você percebe que,
dependendo da necessidade informacional, é possível “separar” as informações, ou até
mesmo as compilar para a tomada de decisão?
Portanto, o uso de sistemas de informações pela contabilidade é de suma
importância, uma vez que toda informação considerada “boa” deve ser utilizada
como base para a tomada de decisão. Os subsistemas auxiliam os sistemas, com maior
detalhamento de informações. Além disso, o desenho, o cadastro e a parametrização
são pontos essenciais para a continuidade e adequado funcionamento dos fluxos de
informações.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na Unidade 2, ressaltamos o uso das tecnologias na profissão contábil, além dos


componentes e do fluxo das informações dentro das organizações, os quais auxiliam
a gestão quanto à melhor tomada de decisão, com base nas informações prestadas por
meio de relatórios e demonstrativos reais e atualizados.
Toda atualização dos subsistemas, dos bancos de dados e das informações
trazem mudanças nos processos contábeis que, antigamente, eram tradicionalmente
manuscritos, mas hoje grande parte é eletrônica, trazendo inclusive diversos benefícios.
Através do armazenamento de informações por banco de dados, por exemplo, é possível
realizarmos análises a longo prazo, olhando para o passado e projetando o futuro, o que
possibilita maior tempo para análise das informações, olhar para as informações externas
e também para a tomada de decisão.
Compreendemos, ainda, que há necessidade de os escritórios de contabilidade e
empresas quanto a investimentos em softwares e hardwares, atrelados à área contábil.
Atualmente, conseguimos facilitar, por exemplo, a entrega de declarações acessórias
exigidas por órgãos reguladores, que são feiaos de forma eletrônica. Com isso, quanto
mais alinhados os desenhos dos sistemas com as exigências de declarações acessórias,
mais fácil é o trabalho do contador, menos tempo para se adequar ao layout exigido pelos
órgãos reguladores e mais tempo para análise das informações.
Por fim, foi possível perceber que os avanços tecnológicos, especialmente na questão
de informática, permitiram e ainda estão permitindo mudanças na profissão contábil.
Com as facilidades trazidas, erros antes muito comuns, hoje podem ser dirimidos com o
uso da tecnologia, embora alguns “ônus” também estejam atrelados a estes processos. Se
bem desenhado o sistema, treinamento de pessoal e avanço em tecnologias, a tecnologia
funciona como uma ferramenta aliada à profissão do contador.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
GLOSSÁRIO

• Sistema Aberto: quando o sistema interage com o meio. Sofre influência das
informações e impactos do ambiente externo – cidade, estado, país.

• Diretrizes: conjunto de códigos que devem ser seguidos.

• Atrelado: junto, englobado

• Aparato: vários elementos juntos.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
EXERCÍCIO FINAL

01- Sabe-se que a Tecnologia da informação atua dentro da organização,


no planejamento, na estratégia e no controle, com o intuito de servir como
ferramenta que auxilie na melhora dos processos. Com isso, a informação
processada dentro da organização deve ser divulgada ao ambiente externo, para
que o meio possa “conhecer” mais sobre a empresa. Quanto a isso, conforme
Padoveze (2009), podemos dizer que o reporte desta informação além da parte
interna da organização pode ser considerada um fator de quê? Assinale a
alternativa correta:

a) Maior despesa.
b) Chave de competitividade.
c) Menor confiabilidade.
d) De sucesso.
e) Investimento.

02- Quando nos referimos a um local que dispõe de diversas informações


armazenadas, as quais são estruturadas e podem ser acessadas conforme
a “permissão” de cada funcionário, elas podem servir em conjunto, ou de
forma individual, como objeto de análise para a tomada de decisão. Quanto
a estas informações, onde elas ficam armazenadas, dentro de um sistema de
informação?

a) Balanço Patrimonial
b) Objetivos
c) Missão
d) Subsistema de gestão
e) Banco de Dados

03- Dentro de um sistema, existem outros subsistemas interdependentes,


interagindo, para que a organização possa alcançar seus objetivos. Assinale a

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
alternativa correta que representa seis subsistemas:

a) Subsistema Institucional; Subsistema Físico; Subsistema Social; Subsistema


Formal; Subsistema de Informação; Subsistema de Gestão.
b) Subsistema Societário; Subsistema Analítico; Subsistema Operacional;
Subsistema Formal; Subsistema de Informal; Subsistema de Aprendizagem.
c) Subsistema Criativo; Subsistema Virtual; Subsistema de Backup; Subsistema
Escrituração; Subsistema de Recursos Humanos; Subsistema de Análise.
d) Subsistema Fiscal; Subsistema Departamental; Subsistema de Investimento;
Subsistema de Gestão; Subsistema de Sócios; Subsistema de Riscos.
e) Subsistema de Treinamento; Subsistema Físico; Subsistema Flexível; Subsistema
de Gestão Interna; Subsistema de Informação; Subsistema de Escrituração.

53
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
REFERÊNCIAS

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Saraiva, 2017. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
books/9788547220891. Acesso em: 9 jun. 2021.

MAZZIONI, Sady; KLANN, Roberto Carlos. Aspectos da qualidade da informação contábil


no contexto internacional. Revista Brasileira de Gestão de Negócios. V. 20, n. 1, p. 92-
111, 2018.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de.  Sistemas de informações gerenciais:


estratégias, táticas, operacionais. 17.ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2018.  E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597015447. Acesso em: 7 jun.
2021.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Sistemas de Informações Contábeis - Fundamentos e Análise.


Grupo GEN, 2019.  E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
books/9788597022865. Acesso em: 26 abr. 2021

SANTOS, Aldemar de Araújo. ERP e sistemas de informações gerenciais. Rio de Janeiro:


Atlas, 2013. Recurso on-line. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
books/9788522480203. Acesso em: 9 jun. 2021.

SILVA, Katia Cilene Neles Da. Sistemas de informações gerenciais. Grupo A, 2019. E-book.


Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786581492069. Acesso
em: 5 jun. 2021.

55
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
56
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
3
UNIDADE

CONTABILIDADE E
O USO DE SISTEMAS
CONTÁBEIS
INTRODUÇÃO À UNIDADE

Na Unidade 3, estudaremos os sistemas que fazem parte de uma organização.


Basicamente, a importância das informações quanto ao bom funcionamento do processo
produção, comercialização e administração, sendo que, dentro destas áreas, temos
subáreas que também fornecem informações para alimentação dos sistemas.
Desde o início do nosso caderno, estamos entendendo a importância de um
correto fluxo de informações dentro da organização. Aqui, os sistemas operacionais estão
atrelados ao funcionamento do processo produtivo, ou seja, a utilização das tecnologias
na produção. Tanto no que se refere aos processos quanto à capacidade fabril e ao chão
de fábrica.
Atualmente, aliamos a tecnologia a todos os processos dentro de uma organização,
uma vez que buscamos otimizar tempo e recursos. Por meio da correta parametrização
e alimentação dos sistemas com informações, temos mais tempo para analisar as
informações fornecidas para a tomada de decisão. Parte-se do entendimento de que todos
os níveis hierárquicos necessitam de informações fornecidas pela contabilidade. Porém,
dependendo do nível hierárquico, estas informações podem ser selecionadas, havendo uma
certa restrição de informação, conforme o nível hierárquico, exceto a alta administração.
Trataremos, nesta unidade, principalmente do papel da contabilidade quanto aos
sistemas de informação, já que a contabilidade é responsável por fornecer informações
que, se bem utilizadas, podem auxiliar na tomada de decisões mais assertivas, por meio
da gestão, e também nos controles internos. É importante ressaltar, ainda, todo o processo
percorrido pelos dados dentro da organização, desde a coleta até o produto final, o qual,
para nós, baseia-se na emissão de relatórios.
Compreenderemos que, além da escrituração, temos outros pontos a serem
considerados para a parametrização dos sistemas: a estruturação da empresa, o
enquadramento, a legislação pertinente e o fluxo de informações. Logo, será que apenas
um profissional de Tecnologia da Informação possui expertise necessária para contemplar
tantas exigências? É aí que entram os contadores da nova geração!
A tendência é aproximação dos profissionais da contabilidade com a tecnologia
da informação, já que a tecnologia da informação “trabalha” para facilitar as burocracias
exigidas atualmente. Mais do que nunca, o alinhamento do profissional contábil com a
tecnologia e a análise das informações geradas pelo sistema contábil são fatores essenciais
para uma contabilidade diferente, exigida pelo cenário atual.

58
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
3.1 SISTEMAS OPERACIONAIS

Ao fazermos referência aos capítulos anteriores, entendemos a importância dos


sistemas de informação dentro de uma organização, cujo objetivo é melhorar o fluxo
de informações e auxiliar em uma tomada de decisão mais assertiva. Entendemos ser
a empresa um sistema que conversa com o meio externo, ou seja, ela em si apresenta
subsistemas e interage em um ambiente aberto. De acordo com Silva (2019), muitas
empresas, visualizando os resultados positivos que os sistemas de informação podem
trazer, entendem que a única forma de se manterem no mercado é se adequando às novas
tecnologias computacionais.
Para gerarmos conhecimento, um caminho precisa ser seguido. Partimos dos
dados, os quais nos dão um panorama. Processamos estes dados, por meio de sistemas,
transformando em informação, para posteriormente termos um conhecimento e
aplicarmos como subsídio na tomada de decisão.

Um sistema de informações consiste em pelo menos uma pessoa, com


certas características psicológicas, que enfrenta um problema dentro
de um contexto organizacional para o qual necessita de dados; com a
finalidade de obter uma solução, esses dados são tratados, criando-se
informações geradas, distribuídas e entregues segundo um modo de
apresentação (GIL, 1999, p.14).

Aqui, especificamente, estaremos tratando dos sistemas de informações de apoio


às operações da organização, os quais servem como auxílio a todo o fluxo operacional
da empresa. Com base nisso, é muito importante que o profissional contábil entenda o
processo operacional da empresa, e as informações que apoiam as operações. Padoveze
(2019) cita que esta importância advém do fato de o sistema de informação contábil
ser interligado aos demais sistemas, com o intuito de diminuir redundância de dados e
possibilitar a disseminação da informação contábil na empresa.
Dessa forma, as empresas apresentam, conforme o autor supramencionado, três
grandes áreas de gestão: produção, comercialização e administração. Cabe destacar
que, dependendo da estrutura da empresa, outras áreas de porte também podem
ser identificadas, podendo ser classificadas como subáreas, por exemplo: compras,
faturamento, marketing, informática.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
NA PRÁTICA
O estudo de Araújo et al. (2018) analisou a controladoria, como ferramenta de
gestão empresarial de uma empresa de distribuição de bebidas do Estado do
Pará. Identificou que a empresa é capaz de desenvolver o planejamento estratégico e o sistema
de informação contábil, por meio dos controles que geram os relatórios contábeis, diagnosti-
cando a situação e possibilitando a tomada de decisão antes de problemas advindos de fatos
irreversíveis.
Para saber mais sobre o assunto leia: ARAÚJO, Jamille Carla Oliveira et al. Controladoria como
ferramenta de gestão empresarial: um estudo dos processos de controle em uma indústria de
bebidas. Brazilian Journal of Development, v. 4, n. 7, p. 4467-4486, 2018.

Sobre as três grandes áreas de gestão, iniciaremos nossa conversa com as tecnologias
de produção, na seara que se refere à utilização de mecanismos que facilitam o controle
e os processos dentro do meio produtivo. Segundo Padoveze (2019), as tecnologias de
produção se baseiam em ambientes monitorados de forma computacional, garantindo
a qualidade e a produção em classe mundial. Quanto a isso, um conceito do ambiente
de produção integrado se expressa pelo CIM – Computer Integrated Manufacturing
(Fabricação Integrada por Computador).
Ainda, conforme Padoveze (2019), o CIM busca otimizar e integrar o processo
produtivo, ou seja, assegurar a qualidade, reduzir o tempo de preparação das máquinas
e deixar a produção mais flexível e rápida. Para visualizar como atua o CIM, observe a
Figura 7.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Figura 7 - Ambiente CIM.
Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Padoveze (2019).

Para entendermos o ambiente do CIM, é importante desmistificar alguns dos seus


principais componentes, os quais fazem parte da tecnologia de produção integrada.
Conforme Padoveze (2019):

• Bill of Material (BOM): refere-se à estrutura do produto, ou lista de materiais.

• Computer Aided Design / Computer Aided Engineering (CAD/CAE): refere-


se ao produto e suas partes e peças, que são especificadas e desenvolvidas por
meio do computador, integrando-se ao processo CIM.

• Computer Aided Manufacturing (CAM): trabalha com os dados do CAD/CAE,


transformando-os em linguagem que direciona o trabalho das máquinas.

• Equipamentos a CNC: destacam-se por serem os equipamentos controlados


pelo meio computacional.

• Células de Produção: são justamente um grupo de duas ou mais máquinas que


operam dentro da organização.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
• Flexible Manufacturing System (FMS): reflete o trabalho da célula de produção.
É por meio do sistema de organização dos materiais e dos componentes que se
tem a otimização da produção.

A segunda área de produção se relaciona à administração e produção. Conceitos


evidenciados a partir da administração são utilizados como diretrizes para o negócio.
Seguindo abordagem de Padoveze (2019), observemos alguns destes conceitos:

• Material Requirements Planning (MRP): trabalha a partir dos estoques


existentes e do que se necessita de produção, ou seja, parte da premissa de
trabalhar e gerar estoques através de lotes de produção.

• Just in Time (JIT): refere-se a eliminar estoques, ou seja, apenas produzir


conforme os pedidos existentes.

• Optimized Manufacturing Technology (OPT): advém da teoria das restrições.


De acordo com o COSO (2004) é uma metodologia que visa auxiliar as
organizações a pensarem em problemas e nas origens, com o intuito de
desenvolver soluções. Parte-se da causa raiz da restrição que impede o sistema
de alcançar o que foi objetivado.

Com base nesses três conceitos advindos da administração, destaca-se que, apesar
de terem enfoques diferentes, eles trabalham de forma conjunta, no intuito de otimizar
os processos, realizar uma melhor gestão dentro da organização e fazer com que os
sistemas de informação e de gestão estejam parametrizados para atender as necessidades
e objetivos da empresa. Assim, percebe-se que as tecnologias de produção visam otimizar
recursos e tempo de trabalho.
Então, caminhamos para o entendimento dos sistemas de informação de apoio à
produção. Ainda conforme Padoveze (2019), o MRP é o responsável pelo planejamento e
controle de produção. Dentro destes sistemas de apoio à capacidade fabril, temos alguns
elementos que fazem parte da “cadeia”.
Inicialmente, destacamos a capacidade fabril que, em linhas gerais, analisa o
quanto a organização tem de capacidade física para fabricação. Trata-se do sistema de
informação que visa mensurar, planejar e monitorar a capacidade física dos produtos,
abrangendo os recrusos atrelados à capacidade física, estrutura física, e também ao
pessoal disponível de produção (Quadro 2).

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Quadro 2 - Mensuração da Capacidade Fabril
Recurso Medida de Capacidade
Edificações m2 de área
Pátios m2 de área
Recipientes (silos, tanques etc.) Litros ou Quilos
Máquinas Horas de Operação
Equipamentos de Produção Contínua Volume Máximo Processado
Mão de Obra Direta Horas Diretas Possíveis
Equipamentos de Transporte Autonomia de Rodagem Média
Equipamentos de Transporte Volume Transportável etc.
Fonte: Elaborado pela autora (2021), a partir de Padoveze (2019).

Com base nisso, partimos para o entendimento de outro componente da área de


produção, que se refere ao chão de fábrica. Este é especificamente o responsável por
emitir as Ordens de Produção ou de Serviço, avaliando a eficiência da fábrica, por meio
de horas e dos recursos dispendidos na produção. Temos, também, o estoque de produtos
em processo que, atrelado ao chão de fábrica, é destinado a controlar os produtos que se
encontram na fase final, analisando as quantidades (Padoveze, 2019).

A informação contábil gerencial ajuda os agentes internos, especialmente


os gerentes e os executivos, a mensurar o custo de produtos, serviços
e clientes; e a tomar decisões que resultem na redução desses custos,
na melhoria da qualidade e da eficiência das operações, na melhoria
da pontualidade na entrega de produtos e serviços aos clientes, no
aumento da produtividade, no incremento da produção de bens e
serviços mais rentáveis, no incentivo de novos projetos e na promoção
da descontinuidade da produção de alguns produtos e serviços que
apresentem baixa lucratividade (MARION, 2017, p.16).

Em suma, nos sistemas de produção, temos toda uma cadeia, a qual é alimentada
por dados, sendo eles processados e transformados em informação, que será disseminada
pela organização e auxiliará tanto na melhoria de processos quanto na tomada de decisão,
por isso a importância da parametrização dos sistemas, do controle e planejamento de
processos.
Para Oliveira (2018), na área operacional, é possível que tenhamos: maior estudo

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
e racionalização dos produtos e serviços da organização; desenvolvimento de novos
produtos e/ ou serviços; busca da racionalização dos fluxos de produção; maior controle
da qualidade dos produtos e serviços; controle e eliminação de perdas no processo
produtivo.

3.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL E ENFOQUE SISTÊMICO APLICADO

Como se sabe, a contabilidade é uma das áreas responsáveis por fornecer


informações sobre o patrimônio da empresa e sobre as alterações no mesmo. Dado que
tanto as informações específicas do setor contábil, como também do departamento
fiscal, de compras, faturamento fazem parte do sistema de informações, permitindo a
comunicação dentro da organização.
De acordo com Oliveira, Muller e Nakamura (2000), a contabilidade, além da geração
de informações, também consegue explicar fenômenos relacionados ao patrimônio
da empresa: construir modelos que visam à continuidade da mesma, realizar análises,
controlar, analisar o passado e prever o futuro, enfim auxilia a organização nestas e em
outras várias funções quanto ao controle e crescimento.
Se olharmos para o ponto de vista sistêmico “a contabilidade, assim como os
sistemas, está integrada com o meio ambiente” (OLIVEIRA, MULLER e NAKAMURA,
2000, p. 3). Logo, a contabilidade também depende de informações que estão atreladas
ao ambiente externo, ou seja, ela também se comunica ou necessita de um embasamento
externo para o direcionamento das operações.
Segundo Padoveze (2019), a metodologia para estruturação de um sistema de
informação contábil no Sistema Integrado de Gestão Empresarial (SIGE), na abordagem
de Pantaroto (2002), deve seguir uma direção mais sistêmica, olhando para o ambiente
externo, com a definição das necessidades informacionais, para que as “saídas” do sistema
estejam alinhadas com os objetivos do sistema contábil. Com tal interação do externo
com o interno, entendemos uma relação mais gerencial, na qual se busca otimizar as
informações existentes e integrar com o ambiente externo (Figura 8).

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Figura 8 - Estruturação do Sistema de Informação Contábil no SIGE.
Fonte: Elaborada pela autora (2021), a partir de Padoveze (2019).

Para entendermos o processo, iniciaremos pelo estudo da empresa, a partir da


visão do negócio e da organização. O primeiro passo está atrelado a conhecer, de forma
profunda, a atividade da empresa, tudo que ela produz, à qual segmento de atividade
pertence, pensando em informações básicas para começar a estratégia. Após isso, serão
consideradas as informações de que cada nível hierárquico necessita. Observe a Figura
9 a seguir.

Figura 9 - Estrutura e Definição de Informações para o Sistema de Informação Contábil.


Fonte: Eaborada pela autora (2021), a partir de Padoveze (2019).

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Basicamente, dependendo do nível hierárquico, tem-se uma necessidade de
informação contábil. Isso não quer dizer que as informações utilizadas pelas necessidades
operacionais serão iguais às de último nível de decisão. As organizações estruturam
seus sistemas de informação, de modo que cada nível tenha acesso às informações que
realmente poderão ser úteis para auxiliar o departamento, com o intuito de alcançar as
metas preestabelecidas.
Então, não podemos afirmar que todas as informações solicitadas por um gestor
necessariamente serão utilizadas, pois ele pode solicitar informações que, após sua
anáise, não sejam consideradas relevantes, e isto faz parte do processo. O que não pode
acontecer, via de regra, é não ter um limite quanto ao acesso de informações, pois é
imprescindível que se tenha um controle.
Conforme Guerreiro (2002), para ser considerada útil, a informação deverá atender
as necessidades dos gestores, quanto às operações, fazendo sentido às áreas em que
atuam. O autor afirma, ainda, que os sistemas de informações contábeis precisam ser
bem desenhados, para atender de forma eficiente as necessidades dos usuários, com
conceitos, políticas, procedimentos que auxiliem os gestores na tomada de decisão.
Cabe destacar que a alta administração não participa ativamente de todas as
atividades realizadas na organização, embora tenha um maior volume de informações e
acesso ilimitado ao banco de dados; o que orienta este nível são os relatórios contábeis e
financeiros (NASCIMENTO; REGINATO, 2008).
Também é importante frisar que o sistema de informação contábil precisa contar
com recursos para o seu processamento: processa os dados que alimentaram o sistema,
transforma em informação e posteriormente gera conhecimento, o qual servirá como
base para a tomada de decisão.
Na abordagem de Padoveze (2019), os dois principais recursos são: os recursos
humanos, justamente os contadores, os quais possuem a expertise quanto ao enfoque
sistêmico da contabilidade, e o software de contabilidade, que fornece a capacidade
do contador em efetuar os lançamentos no sistema e gerar as informações para
posteriormente serem utilizadas. Então, podemos classificar o profissional contábil como
um recurso humano, e o software como um recurso tecnológico, capaz de possibilitar a
realização das atividades do contador.
Ainda seguindo o mencionado autor, existem outros recursos que são vistos como
tradicionais, por estarem presentes em qualquer setor ou sistema, sendo os responsáveis
pelo “andamento” das atividades e estando atrelados aos recursos principais. Temos,
por exemplo, os equipamentos de informática; de comunicação; energia; serviços de
terceiros; todo o material de expediente; espaço físico, enfim, todos os recursos, que dão
suporte aos recursos principais e também auxiliam nos sistemas de informação contábil,

66
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
facilitando e possibilitando a realização das atividades de forma mais rápida e segura.
Com isso, após alimentação dos sistemas com dados, a utilização dos recursos e o
processamento das informações, temos as saídas. Para Padoveze (2019), as saídas advêm
de informações contábeis necessárias para cumprir os seus objetivos.
Assim, é por meio da emissão de relatórios e informativos que se apresenta a
informação compilada: os dados coletados, os quais alimentaram o sistema, foram
processados e transformados em conhecimento, expedindo em forma de relatórios os
resultados, por isso podem ser chamados de produto da contabilidade. É a partir daí que
os gestores, juntamente com os contadores (que possuem a expertise) poderão analisar os
dados. Os contadores aliados aos gestores auxiliarem no processo de tomada de decisão.
Quando se parte dos sistemas de informação contábil com enfoque sistêmico
aplicado, há a ideia de uma interligação entre os departamentos da organização, mais
especificamente os níveis hierárquicos, e conversa do ambiente interno da empresa
com o ambiente externo, pois informações políticas, econômicas e sociais também
influenciam nos resultados da organização, devendo ser consideradas no processamento
das informações e alimentação do sistema.
Os sistemas de informação contábil podem ser utilizados em diversos níveis
hierárquicos, como também pode haver restrições quanto ao acesso às informações,
como mencionado na teoria das restrições, mas elas são inseridas, na maioria das vezes,
como uma forma de gerir o risco.
Conforme o COSO (2004), a gestão de riscos é utilizada com o intuito de alinhar
o quanto a organização está disposta e incorrer riscos, conforme a estratégia adotada,
também para fortalecer as decisões, pois sempre haverá riscos na tomada de decisão, e
todo alinhamento e desenho dos sistemas de informação visam dirimir estes riscos.
A gestão de riscos aproveita oportunidades a favor da organização, otimizando o
capital e reduzindo possíveis prejuízos operacionais. Com isso, visa auxiliar os gestores
a atingirem suas metas, evitando perdas de recursos na organização. A gestão de riscos
nunca acaba, e ela é realizada por profissionais em todos os níveis hierárquicos, atuando
como um suporte para alcance dos objetivos da instituição, com o intuito de identificar
potenciais eventos que possam impactar negativamente na empresa.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
SAIBA MAIS
Um exemplo de Framework de gestão de risco é o Committee of Sponsoring
Organizations of the Treadway Commission - COSO. Nada mais é do que um cubo
que foi intencionalmente concebido, de modo que as três superfícies visíveis descrevem três
considerações importantes a serem feitas na gestão integrada de riscos.
Acesse: https://www.coso.org/documents/coso-erm-executive-summary-portuguese.pdf.

3.3 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS: PLANOS DE


CONTAS E DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Em relação à escrituração, ou seja, ao registro dos fatos contábeis ocorridos na


empresa, temos o que se pode chamar de sistema de acumulação de capital, o qual pode
ser entendido através do plano de contas e departamentalização. O plano de contas é a
base para configurar o banco de dados da empresa, ou seja, é por meio desta estrutura
pré-definida, de contas do plano de contas, que temos como produtos: diário, razão,
balancete, balanço patrimonial, entre outros relatórios contábeis. Estamos tratando do
controle das operações da empresa, do registro dos acontecimentos, através de sistemas
estruturados para atender a demanda.
Nesse alinhamento, o patrimônio precisa ser representado por meio de valores
e pela discriminação destes nos registros contábeis. “Podemos definir conta como a
representação contábil de elementos patrimoniais de natureza igual ou semelhante”
(PADOVEZE, 2019). Como já estudado, na contabilidade, as contas se dividem em
contas patrimoniais e de resultado, sendo as patrimoniais atreladas ao ativo, passivo e
patrimônio líquido, e as contas de resultado atreladas às operações transitórias, como
despesas e receitas. Porém, o foco agora é entendermos primeiramente o que é um plano
de contas, e para que ele serve.
Conforme Ribeiro (2012), o Plano de contas é um conjunto de contas, diretrizes e
normas que orientam as atividades da contabilidade, com o intuito de uniformizar os

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
registros contábeis. Assim, o Plano de contas precisa atender as disposições da Lei nº
11.638/07, Medida Provisória nº 449/08 e Resolução CFC nº 1.157/09.
Adicionalmente, Padoveze (2019) aponta que o plano de contas é uma técnica vista
como tradicional na contabilidade, por ordenar as contas de forma lógica e estruturada,
possibilitando o registro dos lançamentos contábeis de modo padronizado, otimizando
a classificação e acumulação dos dados. Em linhas gerais, o plano de contas é a estrutura
de contas que a empresa utilizará para realizar seus registros, por isso há necessidade de
parametrização para alinhar as informações.
Observa-se que, conforme orientação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC),
para a elaboração do Plano de Contas, é necessário se atentar à nova classificação do
Balanço Patrimonial, prevista no Comunicado Técnico CTG 02, a partir dos itens 136, 137
e 143, e aprovada por meio da Resolução CFC nº 1.157/09. Isso quer dizer que é necessário
seguir a legislação para a elaboração do mesmo.

SAIBA MAIS
Antes da edição da Medida Provisória nº 449/08, transformada na Lei nº
11.941/09, existia o Ativo Diferido no Balanço Patrimonial. Após a promulgação da
lei, o ativo diferido passou a ter a nomenclatura de Despesas Pré-Operacionais.
Para mais infomações acesse: https://cfc.org.br/.

Sobre o Plano de Contas, destaca-se que, além de trazer melhorias quanto à


escrituração, a codificação das contas é de suma importância, para que possam ser
elaborados os relatórios contábeis, favorecendo o processamento dos dados. O que se
busca como mais usual e recomendável é a utilização de códigos reduzidos das contas,
podendo ser realizado por meio da parametrização dos sistemas.
No Plano de Contas, as chamadas “máscaras” são identificadas como codificações,
sendo elaboradas de acordo com as necessidades da organização. Para facilitar, as
máscaras podem ser evidenciadas em numerais decimais, ou até mesmo serem mistas.
Podemos visualizar um exemplo no Quadro 3.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Quadro 3 - Codificação do Plano de Contas
TIPO NUMERAL DECIMAL MISTA

Máscara X.X.X.X XX.XX.XX.XX X.X.XX.XXXX

Código 1.1.1.2 01.01.01.02 1.1.01.02.0002

Conta Banco Matriz Banco Filial Bancos conta Movimento


Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Além da codificação poder ser realizada pela escolha de algumas dessas formas,
tem-se que a codificação precisa levar em conta os níveis de detalhamento da informação,
ou seja, precisam ser classificadas por níveis: primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto
graus. Conforme Padoveze (2019, p.191) “o plano de contas deve ser estruturado a partir
do agrupamento de contas afins”. Isso quer dizer que, por exemplo, as contas do ativo e
passivo devem obedecer à estrutura do balanço patrimonial. Observe o Quadro 4:

Quadro 4 - Classificação das Contas


Identifica se pertence ao ativo, passivo, receitas
1º Grau X
ou despesas
Identifica os grupos específicos dentro dos grandes
2º Grau X.X
grupos
3º Grau X.X.XX Subgrupos em que se dividem os grupos
Identifica contas sintéticas que se agregam às contas
4º Grau X.X.XX.XX analíticas e representam os elementos do patrimônio
em geral.
Essas são as contas analíticas em que se identificam
5º Grau X.X.XX.XX.XXXX os bens, direitos, obrigações, receitas e despesas, para
determinar o nível que vai receber a escrituração.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).

A título de exemplo, na sequência, vamos visualizar uma máscara dita mista e uma
classificação em 5º Grau em um plano de contas.

1. Ativo
1.1 Ativo Circulante
1.1.01 DISPONÍVEL

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
1.1.01.01 Caixa
1.1.01.01.0001 Caixa Matriz
1.1.01.01.0002 Caixa Filial
1.1.01.02 Bancos
1.1.01.02.0001 Bancos Matriz
1.1.01.02.0002 Bancos Filial

Quadro 5 - Exemplo de Plano de Contas


1º Grau 1. Ativo
2º Grau 1.1 Ativo Circulante
3º Grau 1.1.01 DISPONÍVEL
4º Grau 1.1.01.01 Caixa
5º Grau 1.1.01.01.0001 Caixa Matriz
Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Como entender quais contas são sintéticas e analíticas? Em suma, a conta que
recebe os lançamentos é a conta analítica, neste caso, a conta Caixa Matriz. Perceba o
quanto é importante entendermos o que são contas analíticas e sintéticas, tanto para
sabermos onde lançar nossos dados quanto para sabermos qual tipo de conta usamos
em uma análise mais gerencial. Explica Souza (2011, p.1): “é notório que as organizações,
diante de tão grandes avanços, irão necessitar de meios que auxiliem a tomada de decisão
por parte dos gestores”.

SAIBA MAIS
Para facilitar a escrituração do SPED – Sistema Público de Escrituração Digital,
no próprio site encontramos Tabelas Dinâmicas e Planos de Contas Referenciais.
Acesse: http://sped.rfb.gov.br/arquivo/show/2910.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Adicionalmente, de acordo com as exigências do Conselho Federal de Contabilidade
(CFC), os profissionais de contabilidade necessitam aplicar a ITG 2000, aprovada pela
Resolução CFC nº 1.330/11 quanto à escrituração contábil para todas as entidades,
inclusive Micro e Pequenas Empresas. Assim, conforme a legislação supramencionada
ITG 2000 sobre a escrituração contábil:

A escrituração contábil deve ser executada:


a) em idioma e em moeda corrente nacionais;
b) em forma contábil;
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras
ou emendas; e
e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua
falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

Já a departamentalização se refere aos centros de custos, despesas e receitas.


Conforme Padoveze (2019), é absolutamente indispensável que o plano de contas contábil
seja complementado pelo plano de contas de departamentalização. Isso nos diz que os
lançamentos contábeis contam com as receitas e gastos também pelos setores a que se
referem. Assim, mais usualmente, a departamentalização é responsável por classificar as
receitas, despesas e custos, sendo conhecida por Centros de Custos.
Quanto às diferenças entre receitas e despesas, Rodrigues (2021) esclarece que as
receitas representam fatos modificativos aumentativos, enquanto as despesas são fatos
modificativos diminutivos. Entretanto, os fatos modificativos não se resumem a eventos
referentes às receitas e despesas. Já os custos, se referem a tudo o que é consumido, para
produzir algo ou prestar um serviço.

NA PRÁTICA
Martins e Peixinho (2008) analisaram um estudo de caso sobre o desenvol-
vimento do sistema de contabilidade de gestão na Universidade do Algarve, em
Portugal. O estudo contribuiu para o entendimento quanto à implementação do sistema de cus-
teio e uma solução para a determinação do custo, atrelado a custo por aluno, unidade curricular,
projeto de investigação.

72
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Para maiores detalhes, acesse: MARTINS, Elsa; PEIXINHO, Rúben MT. Desenvolvimento de
um sistema de contabilidade de gestão: O caso da Universidade do Algarve. Dos Algarves: A
Multidisciplinary e-Journal, n. 29, p. 64-82, 2018.

Ainda segundo Padoveze (2019), para se departamentalizar, é necessário levar em


consideração a estruturação da entidade, sendo que, em empresas de grande porte, a
estrutura organizacional é evidenciada no organograma da empresa. Assim, os centros
de custo são definidos em todos os níveis hierárquicos. Com base nisso, a tabela de
centros de custos segue os graus, semelhante ao plano de contas.

Quadro 6 - Tabela de Centros de Custos e de Receitas


1 Administração
11 Presidência
111 Presidência
112 Auditoria Interna
12 Diretoria Administrativa e Financeira
121 Diretoria Administrativa e Financeira
122 Controladoria
123 Tesouraria
124 Recursos Humanos
125 Tecnologia de Informação
126 Administração Geral
2 Diretoria Operacional
21 Diretoria Operacional
211 Diretoria Operacional
212 Suprimentos
21 Diretoria Operacional
Fonte: Elaborado pela autora (2021), a partir de Padoveze (2019).

Em linhas gerais, utilizamos o Plano de Contas como uma referência para a


escrituração dos lançamentos contábeis, e a departamentalização é a separação, por

73
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
exemplo, de custos, despesas e receitas por “departamento”. No Quadro 6, temos a
divisão de cada área, identificada por centros de custo. Dependendo do departamento,
podemos identificar quanto ele tem de receita, por exemplo.

As mudanças vistas no meio empresarial acirraram a competição


entre as organizações, gerando uma série de transformações que são
responsáveis pelos novos rumos da gestão corporativa, pautada na
obtenção de resultados reais e satisfatórios (SOUZA, 2011, p.1).

Aqui, é importante enfatizarmos a função de controle dentro da empresa. Com


a separação por centros de custos e de receitas, é possível ter maior detalhamento das
informações e maior controle, sendo que estas informações podem ser comparadas
e também identificadas no meio em que ocorreram. Isso facilita o processo de tomada
de decisão, pois com a separação por “centros”, fica mais fácil identicar onde estão os
maiores gastos, investimentos e até mesmo perdas.
A separação por centros de custos também serve para realizarmos uma análise
gerencial mais assertiva, ou seja, se realizarmos uma análise mais detalhada de cada centro
de custo, do que está sendo consumido e investido, podemos facilmente identificar novas
estratégias e novos mecanismos, os quais venham a solucionar possíveis problemas.
A utilização de sistemas facilita o “rastreio” das informações, pois possibilita o acesso
direto a estes centros, conseguindo-se emitir relatórios mais específicos e alinhar ações
corretivas futuras.

Um controller é o chefe da contabilidade, aquele que supervisiona e


mantém os arquivos financeiros formais da empresa, embora suas
funções não tenham que se restringir apenas às funções contábeis, e o
que mais se espera é que ele amplie sua atuação ao desenvolvimento
da contabilidade em aplicações gerenciais (FIGUEIREDO, 1995, p.4).

A partir da explanação acima, entende-se que, com o aumento da complexidade dos


processos dentro das empresas, há necessidade de um sistema contábil mais adequado
para a realização da gestão, sendo o controle gerencial visto como um dos principais
responsáveis pela condução das atividades.
Borinelli (2006) denota que, fazendo parte da gestão da empresa, a controladoria, a
qual geralmente é conduzida com um profissional controller, é composta por um conjunto
de sistemas que são a base teórica e conceitual para ordens operacionais, econômicas,
financeiras e patrimoniais, referentes ao controle do processo de gestão da organização.

74
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
A respeito da missão da controladoria, explica Figueiredo (1995) que é: “zelar pela
continuidade da empresa, assegurando a otimização do resultado global”. Isso nos faz
entender que a controladoria é a principal responsável por auxiliar na gestão da empresa,
com o intuito de alcançar suas metas.
Além disso, a controladoria é responsável por auxiliar no processo de tomada
de decisão. Podemos dizer que a controladoria está atrelada à contabilidade gerencial,
isto é, ela desenvolve funções, as quais advêm da contabilidade gerencial. No entanto,
os controllers não necessariamente precisam ser contadores, porque eles são mais
responsáveis por interpretar informações que são repassadas a eles. Em sua maioria,
preocupam-se em maximizar recursos e otimizar os gastos, tanto que, em algumas
empresas, profissionais formados em engenharia podem estar na controladoria, já que
são desenvolvidas, principalmente, atividades de planejamento, controle, informação,
contabilidade, supervisão e outras funções administrativas.
Tanto um contador na controladoria quanto um profissional engenheiro, por
exemplo, podem auxiliar na realização das atividades mencionadas, porque ambos
os profissionais buscam a “raiz” dos problemas e tentam fazer o contraponto entre as
informações, que é a essência do controle para a tomada de decisão.
Com base nisso, Borinelli (2006) cita alguns objetivos do controller que são
importantes, como, por exemplo: garantir que os recursos estejam disponíveis; realizar a
mensuração do desempenho estratégico do negócio e estratégias; fornecer informações
que auxiliem na tomada de decisão do dia a dia etc.
Ainda conforme o autor, para alcançar esses objetivos, o controller precisa realizar
algumas funções, tais como: gerar informações de eventos planejados e ralizados; gerar
relatórios que possam apontar possíveis desvios, em relação ao que havia sido planejado;
exercer o controle; garantir a eficácia dos sistemas de controle e revisar os sistemas de
controle.
É possível perceber como os sistemas estão interligados à gestão da empresa, tanto
os sistemas de informações, que são responsáveis por direcionar o fluxo de informações,
quanto os sistemas de controle, os quais buscam alinhar os departamentos, para que cada
um realize suas atividades e consiga cumprir seus objetivos específicos. A controladoria
utiliza-se principalmente de sistemas de informações, para poder realizar sua função e
controlar as operações, com o intuito de alcançar as metas estabelecidas.

75
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na terceira unidade de nosso caderno, estudamos os sistemas de informação


que permeiam a organização, os quais necessitam de informações contábeis. Cada
nível hierárquico precisa de um tipo de informação e, na alta administração, tem-se a
compilação das informações de cada nível, e a análise para a tomada de decisão.
Além disso, a contabilidade tende a utilizar cada vez mais recursos tecnológicos
para facilitar, por exemplo, o reporte de declarações acessórias, minimizar o tempo
com problemas técnicos, despender mais tempo na análise das informações e auxiliar
gestores na tomada de decisão.
Nesta unidade, compreendemos que o sistema de informação contábil também
“conversa” com o meio externo, ou seja, informações relevantes do ambiente, política,
economia e sociedade podem impactar em mudanças na parametrização dos sistemas,
bem como novas operações dentro da empresa necessitam de ajustes aos sistemas, para
contemplar as novas informações que serão geradas. Com isso, temos o plano de contas,
que é a base para a escrituração contábil, por meio do qual realizamos os lançamentos nas
contas contábeis, conforme a natureza e principalmente os graus. A departamentalização
visa controlar as receitas, custos e despesas, por departamento, ou centros de custos,
para gerar maior controle.
Logo, devemos principalmente nos atentar ao fato de que um dos grandes
problemas dentro das organizações pode estar atrelado aos ambientes informacionais,
isto é, os sistemas não são desenhados adequadamente para atender as necessidades.
Uma vez que as estratégias da informação precisam auxiliar as empresas quanto a
possíveis mudanças, então elas devem ser flexíveis.
Por fim, as estratégias informacionais, por meio dos sistemas, contribuem para que
a informação seja mais significativa e faça diferença no dia a dia das empresas. Para tanto,
o contador precisa estar conectado às tendências tecnológicas que podem auxiliar a sua
área, com o intuito de otimizar o seu trabalho.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
GLOSSÁRIO

• Expertise: ter competência, qualificação técnica.

• Interligado: os sistemas conversam, estão conectados.

• COSO: foi organizado em 1985, para patrocinar a Comissão Nacional de Relato


Financeiro Fraudulento, uma iniciativa do setor privado independente, a qual
estudou os fatores que podem levar a relatórios financeiros fraudulentos. Em
2004, o Enterprise Risk Management – Integrated Framework foi emitido, com
objetivo de ser considerado como um modelo conceitual para o gerenciamento
de riscos corporativos, proporcionando as diretrizes para a evolução e o
aprimoramento do gerenciamento de riscos e dos procedimentos para sua
análise.

• Processamento: atividades que são executadas, usando os dados.

• Departamentalização: separar por departamentos ou atividades.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
EXERCÍCIO FINAL

01- Sabe-se que os sistemas servem como auxílio a todos os processos


operacionais dentro da organização. Assim, é importante a contabilidade
estar conectada a todos os departamentos da empresa, pois é responsável
por fornecer informações. Ou seja, a contabilidade coleta os dados, processa
e analisa. Existem três grandes áreas de gestão que são responsáveis pelos
Sistemas Operacionais. Assinale a alternativa, a qual represente estas três
áreas:

a) compras, marketing e distribuição.


b) produção, comercialização e administração.
c) chão de fábrica, fiscal e faturamento.
d) informática, capacidade fabril e produção.
e) departamentalização, estoques e comunicação.

02- Quando nos referimos ao atendimento às disposições da Lei nº 11.638/07,


Medida Provisória nº 449/08 e Resolução CFC nº 1.157/09, em que esse elemento
é composto por várias contas, diretrizes e normas, capazes de orientar a
escrituração contábil, também é classificado por graus. Estamos nos referindo
a que elemento na contabilidade? Assinale a alternativa correta:

a) Plano de Contas
b) Departamentalização
c) Demonstração de Resultado do Exercício
d) Sistema Integrado de Gestão Empresarial
e) Escrituração Contábil

03- Sobre os Sistemas de Informações Contábeis, sabe-se que servem como


fornecedores de informação para vários níveis hierárquicos da organização.
Quando nos referimos à contabilidade, como capaz de explicar fenômenos que
alteram o patrimônio da empresa, ao citarmos o ponto de vista sistêmico, estamos

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
nos referindo a quê? Assinale a alternativa correta:

a) Interação da contabilidade com o empresário.


b) Interação da contabilidade com o faturamento.
c) Interação da contabilidade com o meio ambiente.
d) Interação da contabilidade com o fisco.
e) Interação da contabilidade com o plano de contas.

79
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
REFERÊNCIAS

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Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597009316. Acesso
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BEUREN, Ilse Maria; GOMES, Ely do Carmo Oliveira; DA LUZ, Rodrigo Marciano.
Motivações para implantar a área organizacional de controladoria em grandes empresas.
Gestão & Regionalidade, v. 28, n. 82, 2012.

BORINELLI, Márcio Luiz. Estrutura conceitual básica de controladoria: sistematização


à luz da teoria e da práxis. 2006. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

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Campinas. Ci. Inf, p. 49-58, 1999.

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(COSO). Enterprise Risk Management - Integrated Framework, AICPA: New York,
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FREZATTI, F. et al. Antecedentes da definição do design do sistema de controle gerencial:


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Edition). [s. l.], v. 9, n. 1, p. 134–155, 2012.

GIL, Antonio de Loureiro. Sistemas de informações contábil/financeiros: integrados a


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GUERREIRO, Reinaldo. Um modelo de sistema de informação contábil para mensuração


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IUDÍCIBUS, Sergio de; SEGATO, Valdir Donizete Colaborador. Contabilidade gerencial:


da teoria à prática. 7.ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2020. Recurso on-line. Disponível em:
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MARION, José Carlos. Introdução à contabilidade gerencial. 3.ed. São Paulo:


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estratégias, táticas, operacionais.17. Rio de Janeiro: Atlas, 2018. E-book. Disponível em:
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OLIVEIRA de, Antonio Gonçalves; MÜLLER, Aderbal Nicolas; NAKAMURA, Wilson


Toshiro. A utilização das informações geradas pelo sistema de informação contábil como
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RODRIGUES, Fernanda Fernandes; SILVA, César Augusto Tibúrcio Coautor. Fundamentos


básicos de contabilidade. 1.ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2020. Recurso on-line. Disponível
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SANTOS, Aldemar de Araújo. ERP e sistemas de informações gerenciais. Rio de Janeiro:


Atlas, 2013. Recurso on-line. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
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81
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
82
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
4
UNIDADE
INTRODUÇÃO AO USO
DE UM SISTEMA DE
INFORMAÇÃO CONTÁBIL
INTRODUÇÃO À UNIDADE

Sabe-se que a tecnologia está cada vez mais servindo como aliada em diversas
profissões e, na contabilidade, não seria diferente. O uso de mecanismos que facilitam o
trabalho operacional do contador e dão mais agilidade, para ele poder investir tempo em
análises e em alternativas para alavancar os negócios de seus clientes, é um diferencial
que facilita a vida na área contábil. Logo, com o uso de mecanismos facilitadores desde
a escrituração, controle e análise das operações, tem-se como consequência maior
qualidade na entrega do serviço contábil.
Nesse alinhamento, podem-se ter melhores decisões, por meio de uma maior
qualidade das informações contábeis, pelo uso das tecnologias influenciarem em
relatórios e demonstrativos mais reais, detalhados e atualizados, o que só é possível com
o auxílio da automatização, dado que todo o serviço do contador requer um cuidado
desde o lançamento até o fechamento das demonstrações contábeis. Mais ainda, na
hora de analisar os relatórios e trazer “novos caminhos” aos clientes, uma grande
responsabilidade, que requer muita habilidade.
Veremos, ainda, nesta última unidade de nosso estudo, que muitas mudanças
ocorreram nos processos contábeis. Todo o processo, que antes era realizado manualmente,
foi mecanizado, ou seja, foi atualmente operacionanalizado por meio eletrônico,
possibilitando que o profissional “dê comandos” ao sistema e realize os lançamentos.
Por exemplo, o sistema já auxilia na estruturação dos dados, que posteriormente serão
transformados em informações.
Com isso, o profissional se utiliza principalmente de sistemas, em que as
informações podem ser “cruzadas”, por exemplo, tanto do fiscal quanto do contábil, para
poder gerar os relatórios contábeis, e o profissional despender mais tempo na análise e
previsão de possíveis cenários que possam impactar de forma negativa ou positiva em
seus clientes.
Na Unidade 4, veremos que a contabilidade se alia a mecanismos tecnológicos,
para otimizar tempo e facilitar o desenvolvimento de suas atividades. Os sistemas
de informação levam em consideração um conjunto de informações de diversos
departamentos, organizados de acordo com uma estrutura lógica, para que os dados
que “alimentaram” os sistemas sejam processados, transformados em informações e
posteriormente analisados pelas partes interessadas.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
4.1 INTRODUÇÃO AO USO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL

Partindo-se do pressuposto de que para o bom funcionamento de um sistema são


necessários recursos, o sistema de informação contábil atua no intuito de processar
e transformar os dados em informações úteis para a tomada de decisão dentro da
organização.
Conforme Souza (2011), a contabilidade existe desde os primórdios da civilização
nascida, a princípio, da necessidade de mensurar o patrimônio, quantificando-o para
estabelecer uma moeda de troca e assim determinar parâmetros de comercialização.
Então, a contabilidade é responsável justamente por escriturar, controlar e analisar as
operações que alteram o patrimônio da organização, sendo o sistema de informação
contábil uma ferramenta que potencializa o trabalho do contador, auxilia na otimização
do tempo, organização e reporte da informação contábil.

A informação contábil deve possuir certas características para o


usuário. Existem as características fundamentais, e aquelas que
melhoram a informação, as características de melhoria. As informações
com características fundamentais são mais importantes que as do
segundo tipo (SILVA e RODRIGUES, 2021, p. 20).

Portanto, a informação contábil precisa atender alguns critérios, a fim de suprir


as necessidades dos usuários. Para tanto, as características fundamentais se pautam
em: relevância, representação fidedigna e características de melhoria, tornando a
contabilidade compreensível.

O profissional contábil no passado depreendia muito tempo para


realização das práticas contábeis, diferente de hoje, onde a tecnologia
propicia grandes vantagens para ele. Esse profissional precisa
estar disponível para as novas mudanças e apto a aderir à inovação
tecnológica (SOUZA, 2011, p.4).

Há uma busca por qualidade da informação contábil, mas esta busca pode ser
vista como um processo. Segundo Coelho, Niyama e Rodrigues (2011), a qualidade da
informação dos resultados contábeis se refere à qualidade da informação contida nos

85
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
relatórios contábeis, sendo que ela será maiior, quando houver mais transparência das
informações constantes nos relatórios e, consequentemente, será menor a chance de ter
sido alvo de manipulação. Podemos dizer que a qualidade da informação contábil advém
de todo o processo de lançamento, apuração e análise dos dados, uma vez que é somente
ao fim de todo o processo que os relatórios gerados são analisados.
Explica Padoveze (2019) que o sistema de informação contábil é responsável por
compilar informações que auxiliem no processo decisório de toda a empresa, por isso
atua em todos os níveis. O sistema de informação contábil ampara o fluxo de informações,
auxilia quanto ao controle da organização e análise das operações, além de mecanizar os
processos e facilitar o trabalho desenvolvido pela gestão, que pode priorizar mais tempo
em analisar as informações geradas pelos relatórios.
Desse modo, o entendimento quanto aos sistemas de informação auxilia os
processos dentro das organizações, dando suporte e facilitando o fluxo de informações.
A contabilidade é uma grande geradora de informações, as quais servem para diversos
departamentos e precisam ser escrituradas de forma correta, para o processamento,
reprodução e análise.
O contador participa da tomada de decisão, pois os dados que ele lança na
contabilidade (realiza a contabilização, gera os relatórios e reproduz a informação)
servem como suporte para os rumos que a organização tomará, especificamente, quanto
à tomada de decisão. Precisamos entender o que constitui um sistema, e qual o papel do
profissional contábil quanto ao seu auxílio no processo de tomada de decisão.
Ao falarmos sobre sistemas que auxiliam na tomada de decisão, estamos nos
refereindo aos sistemas de informações gerenciais.

A presença de determinados aspectos qualitativos, denominados de


atributos do sistema de contabilidade gerencial, que regulam o alcance
e as características das informações proporcionadas. Os atributos são
o escopo, a tempestividade, a integração e a agregação (FREZATTI et
al., 2012, p.137).

Esclarece Santos (2013) que os sistemas de informações são geradores de


informações para as decisões empresariais, devendo ser estabelecidos como processos
de comunicação, mediante os quais são fornecidos os elementos básicos para as decisões
nos vários pontos da empresa. Logo, entende-se que o fluxo de informações dentro da
empresa é de suma importância para o bom funcionamento dos sistemas, e mais que
isso, para assertividade na tomada de decisão.
Para Carmos e Pontes (1999) os Sistemas de Informação Gerenciais (SIG) fornecem

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
conceitos, metodologias, técnicas e ferramentas para os executivos das organizações
tomarem decisões, baseadas em informações estratégicas, precisas, atualizadas e em
tempo hábil.
Ademais, é importante ressaltar que deve haver uma periodicidade, no que se
refere à atualização dos sistemas, isto é, a empresa precisa verificar, de forma constante,
se a estruturação dos sistemas e as informações fornecidas estão sendo utilizadas para a
tomada de decisão.
Frezatti et al. (2012) denotam que, quando ocorrem mudanças em nível de demanda
das informações, os sistemas de informações gerenciais precisam ser ajustados, para
atender as necessidades qualitativas, as quais se referem a um conjunto de informações
que detalham os fatos ocorridos. Por exemplo, temos informações quantitativas, as quais
representam a informação com base em números, e a informação qualitativa, que advém
da interpretação das informações.
Com base nisso, todo dado que é informado precisa ser processado, para se
transformar em informação e gerar conhecimento, auxiliando na tomada de decisão.
Todavia, as informações geradas atendem a departamentos distintos dentro da
organização, devendo elas ser corretamente relacionadas aos setores a que se referem.
Na contabilidade, seguindo Souza (2011), é importante destacar que os sistemas de
gestão, responsáveis por administrar a organização, são subsidiados por outros sistemas
(subsistemas), os quais buscam melhorar o processamento das informações, evitando-se
retrabalho. Por isso, é necessário haver uma sinergia entre os departamentos, já que as
informações precisam fluir e atender as necessidades de usuários distintos.
Complementam Moraes et al. (2018) que os SIGs auxiliam na coleta, processamento,
armazenamento, análise e disseminação de informações, de forma a atender propósitos
específicos do negócio, subsidiando-se de dados e instruções (entradas) e, posteriormente,
de relatórios e cálculos (saídas). Os Sistemas de Informações Gerenciais são responsáveis
por compilar informações, transformá-las em conhecimento e utilizá-las para a tomada
de decisão.

Os usuários internos das organizações buscam informações para


desenvolver suas funções na elaboração do planejamento, na realização
do planejado, no controle, na avaliação de desempenho e na adoção de
medidas corretivas (BEUREN, GOMES e LUZ, 2012, p.20).

Com isso, todo o desenho dos controles dentro da empresa deve estar alinhado
aos sistemas de informações, com o intuito de atender as demandas internas e externas.
Também, levando em consideração a competitividade, as inovações tecnológicas e o

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
crescimento das organizações, estes controles atuam como ferramentas, auxiliando a
gestão da empresa. Em linhas gerais, a empresa precisa estar estruturada de forma que
o design dos controles esteja alinhado com os sistemas de informações, a fim de que um
não interfira no outro, e as informações não sejam enviesadas.

4.2 PARAMETRIZAÇÃO

Partimos da perspectiva de que existem mecanismos no mercado, por exemplo,


softwares, que nada mais são do que sistemas integrados de gestão, os quais visam atender
as necessidades do ambiente contábil. Alguns deles se destacam, por apresentarem
recursos mais sofisticados, embora todos, de certa forma, tenham em comum dois
objetivos, em geral: melhorar a qualidade da informação contábil e auxiliar o processo e
tomada de decisão.
De acordo com Frezatti (2012), os atributos do sistema de informações gerenciais
seriam enquadrados no tópico qualidade da informação, tanto que se deve ter uma
enorme cautela ao realizar a parametrização dos sistemas. Por exemplo, uma vez o
sistema parametrizado, as principais contas (as mais utilizadas) dificilmente serão
revisadas. Então, se a parametrização estiver com algum erro inicial, o impacto disso será
no resultado, no relatório final, gerando um grande problema e um retrabalho enorme.
Visto que existem diversos sistemas contábeis no mercado, para melhor controle
das operações em uma organização, desde as entradas (compras) até as saídas (vendas),
há alguns processos que estão intrínsecos a estas operações, como apuração de impostos,
o envio de declarações acessórias, entre outras atividades que fazem parte da rotina
contábil. Por isso, é de suma importância que se tenha um sistema de gestão contábil.
No entanto, pelo fato de os sistemas apresentarem peculiaridades (forma e cadastro,
de registro, plano de contas, por exemplo), eles podem apresentar layouts distintos, dado
o sistema contábil a ser utilizado. Então, é necessário que se tenha um profissional com
expertise contábil para poder justamente realizar as parametrizações.
Mas o que é parametrizar? De forma simples, trata-se de estruturar e estabelecer de
que forma o sistema funcionará, pois sabemos que os sistemas são utilizados para facilitar

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
e melhorar o fluxo de informações. Para atender a estes objetivos, eles precisam estar
alinhados com as operações da empresa e parametrizados para atender as necessidades
e gerar os relatórios com as informações solicitadas pelos usuários.
Além disso, devido ao possível ajuste dos sistemas, a empresa pode reestruturá-lo
para melhorar o layout e atender as suas necessidades. Contudo, de nada adianta um bom
sistema, se não há um correto ajuste para a utilização do mesmo. Por isso, atualmente,
as empresas estão utilizando os sistemas integrados (ERP), com o intuito de integrar
justamente as bases de dados em plataformas e facilitar o fluxo de informações, diminuir
o retrabalho, auxiliar no controle de custos, por exemplo.

NA PRÁTICA
O estudo de Quirino e Chacon (2020) buscou analisar a utilizadade dos Sis-
temas Integrados com base ERP na execução e análise dos relatórios contábeis.
É importante destacar que ERP se trata, conforme o estudo supramencionado, de um sistema
integrado aberto, o qual busca auxiliar os sistemas operacionais, banco de dados e plataformas.
Diante disso, o estudo concluiu que a utilização de Sistemas Integrados ERP contribuíram po-
sitivamente para a redução de custos e desperdícios em um hospital, potencializando a rapidez
na entrega do material ao usuário.
Fonte: QUIRINO, Márcio César de Oliveira; CHACON, Márcia Josienne Monteiro. Um estudo so-
bre a supervisão e execução de rotinas contábeis através de sistemas integrados em hospitais.
Brazilian Journal of Business, v. 2, n. 4, p. 3710-3723, 2020.

Assim, os sistemas como um todo necessitam do auxílio de um profissional, além


da área de tecnologia da informação para estruturar e desenhar o sistema, ou seja, é
necessário o alinhamento do profissional da área de conhecimento a ser estruturada
no sistema, e também o profissional que entenda das nuances do sistema, já que cada
sistema possui um conjunto de funcionalidades padrão.
Porém, essas funcionalidades não necessariamente servirão para todas as

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
organizações, sendo necessário adaptá-las, assim como no Plano de Contas, em que
também deverá haver uma adequação, dependendo do enquadramento da empresa.

Existem diversos instrumentos contábeis e uma tecnologia bastante


desenvolvida à sua disposição. Indispensável se torna, então, a
atuação efi ciente e efi caz dos professores que poderão promover
o conhecimento necessário, deverão desenvolver as habilidades e
incentivar atitudes mais dinâmicas e gerenciais dos futuros contadores
(BARROS, 2005, p. 111).

Logo, toda estruturação e organização das contas que, após o processamento das
informações, gerará os relatórios, deve ser realizada com auxílio de um profissional, por
exemplo, da área contábil, atuando em conjunto, pois ele possui a expertise necessária
para alimentar corretamente os sistemas de informações.
Em verdade, de acordo com Oliveira (2002, p. 35), sistema é um conjunto de partes
interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com
determinado objetivo e efetuam determinada função. Mais do que isso, a parametrização
é fundamental tanto para o lançamento dos dados quanto para o processamento das
informações e a emissão de relatórios.
Até agora, vimos a importância da contabilidade para uma empresa, e mais do
que isso, a utilização da tecnologia da informação, por meio do uso de sistemas para
otimizar o tempo, facilitar o trabalho e aumentar a acurácia das informações, que
consequentemente servirão de base para a tomada de decisão.
Você entende que, na contabilidade, podemos destacar principalmente a
contabilidade gerencial, por se utilizar das informações advindas dos sistemas? Porque a
contabilidade gerencial, mais especificamente, é responsável por interpretar informações,
as quais são resultado do processo de lançamento de dados, processamento e saída, que
é justamente o resultado.
Os gestores ou CEOs da empresa utilizarão informações, as quais advêm de relatórios
que compilaram informações. Então, eles buscarão as informações que foram produto de
todo o processo de cadastro, parametrização e registro, analisarão tais informações, que
consequentemente serão fonte de conhecimento para a tomada de decisão, e apoiarão
suas decisões e direcionamentos nestes documentos.
A contabilidade, além de reportar as informações, também tem o papel de, cada vez
mais, auxiliar os gestores no entendimento e na aplicação das informações em forma de
ações. Os profissionais da contabilidade vêm se destacando no mercado, por entenderem
da natureza dos lançamentos, da parametrização das contas, além de confrontarem as

90
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
informações.
Confrontar informações é olhar, por exemplo, para um bem registrado no
imobilizado e verificar o impacto deste no caixa, ou verificar outro possível impacto
do bem no ativo da empresa. Isso serve também, quando confrontamos valores, por
exemplo, de obrigações com terceiros, com o que temos de disponível. Fazemos sempre
este contraponto, para poder gerar informações e entender o impacto de cada operação
na alteração do nosso patrimônio.
Além disso, também controlamos todas as alterações no patrimônio da empresa,
seja por meio de documentos hábeis e também do controle de entradas e saídas, registros,
realizando análise das operações e direcionando a empresa ao alcance das metas
estabelecidas. Logo, nota-se a importância dos subsistemas que compõem os sistemas
de informações dentro de uma empresa, pois quanto mais informações detalhadas e
fidedignas, melhor será a análise.
Neste contexto, cabe ressaltar que o uso de sistemas, teoricamente, deveria
começar com o nascimento da empresa. Quando um empresário planeja abrir um
negócio, coloca suas ideias no papel e cria um plano de negóciso. Começa a realizar
análises de cenário e inicia suas atividades. Ele pode iniciar seus registros utilizando
planilhas eletrônicas, por exemplo. Mas, com o passar do tempo e com a complexidade
das operações, ele necessitará de um sistema e de mecanismos que o ajudem a otimizar
o tempo, por exemplo, de atendimento aos clientes, de controle de pedidos, de entradas,
saídas, estoques, caixa e também quanto à tributação do negócio.
Com isso, mesmo um empresário que esteja começando o seu negócio, precisará
de um sistema para auxiliá-lo. Com tantas demandas do negócio, controles de estoques,
de entradas, de saídas, de funcionários, de preparação dos produtos ou da prestação dos
serviços, é possível que se possa fazer uma boa gestão, se tivermos que realizar todos os
processos manualmente? Dificilmente sim, é mais provável que se perca a paciência e o
tempo com retrabalho, o que pode ser minimizado com o uso de sistemas.
Então surge um questionamento: Só os sistemas já resolvem? Como vimos até
agora, não. Basicamente, precisamos ajustar os sistemas, adaptá-los à empresa, realizar
o registro, parametrização, tipos de relatórios, informações que dependerão muito da
organização e do tipo do negócio.
É necessário analisar a estrutura da empresa, se ela é formal (com a tomada de
decisão mais centralizada) ou informal (com processos mais flexíveis e tomada de
decisão mais descentralizada). Dependendo da estrutura, os sistemas deverão se adaptar
às necessidades dela, sejam dos usuários internos ou de usuários externos, dado que a
empresa reporta informações a outros públicos, como também toma informações do
macro ambiente para planejar seus futuros caminhos.

91
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
4.3 CADASTRO

Na prática, para o início da utilização de qualquer sistema, é necessário entender


suas funcionalidades e, principalmente, os mecanismos agregados, os quais buscam
atender as principais necessidades das organizações.
Destaca-se que é difícil encontrarmos um sistema capaz de atender a todas as
necessidades das organizações, até porque eles são criados de uma forma mais geral. É
a partir da utilização dos sistemas que as organizações os parametrizam, de forma que
melhor atendam ao que se busca com os mesmos. Antes de iniciar o lançamento das
operações contábeis, é necessário realizar um cadastro das informações no sistema, pois
é por meio dele que será possível acessar as informações escrituradas sobre a empresa,
sendo o nosso primeiro passo para a formação dos sistemas os dados. É a partir deles que,
após processados, obtemos uma informação.
Conforme explica Padoveze (2019), dado é o registro puro, ainda não interpretado,
analisado e processado. Logo, é por meio de um conjunto de dados, o banco de dados,
que se possui uma estrutura para acesso e análise. Por exemplo, ao se ter o modelo de
lançamento e das contas que constituem o sistema contábil, é importante entender que
as informações contábeis precisam ser lançadas nos sistemas de informação contábil,
por meio de banco de dados.

SAIBA MAIS
De acordo Frezatti et al. (2012), existem mudanças no nível de demanda das in-
formações, o que exige mudanças dos sistemas de informações gerenciais e ajus-
tes, no que tange a características das informações. Ainda, dependendo do estágio de demanda
do sistema, há um autoajuste por parte dos atributos, no qual o ciclo se processa, o que pode
consequentemente impedir o reporte das informações, ou até inibir o aperfeiçoamento delas.
FONTE: FREZATTI, F. et al. Antecedentes da definição do design do sistema de controle ge-
rencial: evidências empíricas nas empresas brasileiras. Brazilian Business Review (Portuguese
Edition), [s. l.], v. 9, n. 1, p. 134–155, 2012.

92
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Em suma, o primeio passo para parametrizar um sistema é o cadastro das contas
e a formatação das operações. Por exemplo, na contabilidade, para cada débito, deve-se
ter um crédito. Podemos informar isso ao sistema, de modo que, se faltar o lançamento
de qualquer uma das operações, que não feche com o equilíbrio, o sistema avise ou não
possibilite que o usuário avance nos lançamentos, sem antes resolver este conflito.
Basicamente, parametrizar é organizar e estruturar como o sistema funcionará.

VOCÊ SABIA?
Não existem restrições para os técnicos em contabilidade quanto à assinatu-
ra de balanços, mas sim quanto à realização de trabalhos de Auditoria, Perícia,
Análise de Balanços, entre outras. São prerrogativas exclusivas dos Contadores legalmente
habilitados, as previstas no art. 3º, itens de 1 a 6, 8, de 19 a 26, 29, 30, de 32 a 36 e de 42 a 45, da
Resolução CFC nº 560/83. Lembre-se de que todas as prerrogativas podem ser realizads tanto
por Técnicos quanto por Bacharéis.
Para mais informações consulte: www.cfc.org.br.

Na parametrização, é no momento do cadastro das contas que se realiza o exercício


social. Exercício social é o período de 12 meses que não precisa coincidir com o ano-
calendário, mas é estabelecido por meio do contrato social. É a partir do início das
atividades que é possível iniciar os lançamentos contábeis.
Quanto ao cumprimento da legislação, sempre é necessário que se apresentem
relatórios finalizados no último dia do mês de dezembro do ano corrente, levando em
consideração a legislação contábil. Logo, além do cadastro das contas para parametrização,
a data de início dos lançamentos não deve anteceder a data de início das atividades da
organização, conforme o contrato social.

93
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
SAIBA MAIS
Não existe uma legislação editada quanto ao prazo específico para o fecha-
mento do balanço, pois ele pode ser fechado mensalmente, se a entidade quiser. A
Lei nº 6.404 e o Novo Código Civil (art. 176 e 1.065, respectivamente) estabelecem que as empre-
sas têm que fechar seus balanços ao término do exercício social.
Nas Sociedades Limitadas (art. 1.078 caput e § 1º do novo Código Cívil) e nas Sociedades
por Ações (arts. 132 e 133 da Lei das S/A) há obrigatoriedade de realização de assembléia geral
para apreciação das demonstrações contábeis até 4 meses após o término do exercício social e,
em ambos os casos, os acionistas devem receber cópia das referidas demonstrações, um mês
antes da data da assembléia. Fonte: www.cfc.org.br.

Além disso, ao falarmos sobre o controle gerencial, é possível destacar:

Dessa forma, um adequado conhecimento dos antecedentes para o


desenvolvimento do controle gerencial pode proporcionar condições de
atuação para que os artefatos sejam desenvolvidos e implementados
de maneira consistente com a necessidade das entidades. Estar
consciente dessa condição permite economizar muita energia e
desgaste entre as pessoas e aumentar a eficiência e a eficácia do
sistema, no sentido de contribuir de forma mais contundente para a
competitividade e a rentabilidade das empresas, o que potencialmente
contribui com o aumento do nível de emprego e da riqueza no país
(FREZATTI et al., 2012, p. 137).

Denota-se que, para um bom controle gerencial, devemos considerar quais são
as necessidades da empresa, até porque todo o controle e os sistemas precisam estar
adaptados para o atendimento das necessidades, tanto informacionais quanto de
controle, em relação às operações e aos mecanismos que devem ser utilizados dentro da
empresa. Além disso, os sistemas devem operar, com o intuito de contribuir e facilitar
todos os processos dentro da empresa.
Ademais, todos os dados que alimentam os sistemas devem partir de operações

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
que ocorreram e que, de certa forma, alteraram o patrimônio da empresa. Para tanto,
toda a parte de gestão da empresa precisa entender cada passo, por exemplo, do processo
produtivo. Você já imaginou um gestor lidando com a tomada de decisão, o qual não
conhece as etapas do processo produtivo, como quais informações são reportadas pelos
sistemas operacionais?
Quando nos referimos à necessidade informacional, estamos falando sobre o uso
das informações para a tomada de decisão, por isso toda decisão precisa se basear em
conhecimento. A gestão é responsável por analisar as informações, realizar até cálculo
de indicadores, para melhor interpretá-las, bem como alinhar com os departamentos
sugestões de melhoria. Logo, a gestão é a peça-chave, que se interliga a todos os setores
da empresa.
Conforme já mencionado, a gestão também precisa prestar contas sobre as tomadas
de decisão, ajustar-se e sugerir ajustes à empresa, para atender as metas estabelecidas,
as quais podem mudar no decorrer do tempo. A princípio, as metas, antes de sofrerem
alterações, precisam de boas razões (boas mesmo!), para que possam ser aceitas, o que é
bem difícil de ocorrer; mais comum pode ser, de certa forma, se tais mudanças decorrem
de impactos do ambiente na empresa.
É importante lembrarmos da análise do cenário em que são realizados
questionamentos sobre os pontos fortes e fracos, tanto internos quanto do ambiente, no
qual se pretende abrir um negócio, por exemplo. Com a análise Strengths, Weaknesses,
Opportunities e Threats (SWOT), realiza-se um levantamento de todos os pontos que
podem impactar em uma empresa. Podemos entender que a controladoria é uma das
principais responsáveis por esta análise, pois ela compila informações de diversas áreas.
Todo sistema, para ser estruturado e para atender as necessidades da empresa e do
ambiente, precisa interagir. Os sistemas e as análises devem interagir, para que possamos
desenhar os passos da empresa. Até porque, se estruturarmos um sistema que não
atenda as necessidades informacionais, até que ponto ele servirá como um investimento
– visando beneficiar a empresa – e será bem visto por possíveis investidores?
O que mais se almeja é que os sistemas, após registro, lançamento, parametrização,
utilização dos planos de contas, facilitem o trabalho de toda e equipe e de diversos
departamentos dentro de uma empresa. Tentamos aliar a tecnologia ao nosso dia a dia
de diversas formas, em todos os momentos, então por que não aliar a tecnologia ao nosso
processo produtivo, ao reporte de informações e ao lançamento de dados? Este é o ponto!
Todo o conteúdo apresentado em nosso estudo visa analisar a importância dos
sistemas para o bom funcionamento e prosperidade de uma empresa. Se uma empresa
pode consumir mais tempo analisando dados para a tomada de decisão, qual seria outra
alternativa, se não investir em bons sistemas, tanto de controle quanto de informações?

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
As empresas cada vez mais buscam limitar ações negativas, conquistar a correção de
possíveis ações, planejar e contribuir para que a empresa continue prosperando.
Além disso, os sistemas também servem como uma ferramenta que auxilia no
dia a dia dos empresários. Dada toda necessidade informacional, de compromissos,
de soluções e busca, quando os sistemas são capazes de filtrar algumas informações e
repassá-las aos principais usuários, transformam-se em grandes facilitadores.
Pensemos no nosso cotidiano: somos expostos a vários tipos de informações, mas
conseguimos filtrá-las. Quando uma informação referente a algum setor específico nos
chama atenção, criamos alertas e até mesmo mecanismos que sempre nos reportem
àquele tipo de informação. Com os sistemas não é diferente! De uma forma mais geral, os
empresários e gestores, após o desenho dos sistemas, criam mecanismos para facilitar o
entendimento e a interpretação das informações, basicamente utilizando a tecnologia a
seu favor, o que é muito satisfatório.

A integração, finalmente, diz respeito à coordenação de vários segmentos


dentro de uma subunidade. Pode, simplesmente, combinar informações
de áreas ao longo do tempo; pode tratar preços de transferência
gerenciais, que regulam o relacionamento entre diferentes unidades,
revelando a interdependência entre elas (FREZZATI et al., 2012, p. 139).

Essa integração nada mais é do que compilar os dados. Ou seja, combinar


informações pode auxiliar, também, no processamento de informações futuras, até
mesmo servir como base para o planejamento do orçamento. Explica Figueiredo (1995)
que o sistema de orçamento simula os desempenhos, a partir de planos aprovados,
empregando os mesmos conceitos com os quais serão tratados os eventos e transações
realizadas, sendo um sistema de informação de apoio à gestão. Perceba que até esta
ferramenta de gestão pode servir como um sistema!
Por exemplo, ao nos referirmos a ferramentas que possam auxiliar a gestão, como
orçamento, balanced scorecard, estamos falando de sistemas de informações que podem
ser utilizados como base para a tomada de decisão. Fantástico! Não temos apenas os
sistemas em si, que podem servir como base, temos ferramentas, as quais são alimentadas
com informações e podem também auxiliar na gestão e no planejamento.
Se pensarmos em uma empresa, ela se utiliza de softwares que são alimentados
por dados, os quais realizam o processamento e expõem o resultado. Mas, além disso,
as ferramentas de gestão também são alimentadas por informações e podem avaliar
o desempenho da empresa, isto é, podemos realizar avaliação das informações (o
conhecimento gerado), por meio de indicadores, a fim de saber se elas estão sendo

96
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
úteis para a tomada de decisão e se precisam de algum controle ou modificação em seus
sistemas de reporte de informação.

4.4 REGISTROS

Dado todo processo de parametrização do sistema, por meio do cadastro das contas,
do exercício social e da estruturação do sistema em si, iniciam-se os registros, também
conhecidos como lançamentos, os quais se referem à escrituração das operações que
ocorrerem na organização. Com isso, voltamos a falar dos planos de contas contábeis:

Os planos de contas contábeis deverão ser construídos tendo em


vista os relatórios futuros que deles se originarão, e a necessidade
da integração de todo o sistema de informação contábil, através da
navegabilidade dos dados (PADOVEZE, 2010, p. 63).

Com base nisso, denota-se que o processo de registros, antes de ser iniciado,
necessita de toda uma preparação do profissional quanto ao entendimento do sistema
e operacionalização, bem como o respeito à legislação quanto a padrões de planos de
contas e início da escrituração das atividades da organização, conforme contrato social.
Conforme Barros (2005), na contabilidade, não se controla apenas por meio de
relatórios o que foi realizado, já que é indispensável a ligação entre planejamento, controle,
por meio de parâmetros e indicadores de desempenho, que apenas serão fixados com
auxílio dos registros e informações contábeis.
Nesse sentido, complementa Gonçalves (2009) que as informações, processadas
através do lançamento dos dados, são uma forma de detectar oportunidades, para a
escolha de mecanismos que posam reduzir os riscos. Por exemplo, alguns modelos
podem ser desenvolvidos, com o intuito de analisar como os sistemas se adaptam às
necessidades de informações dos usuários, ressaltando-se a importância da correta
parametrização dos sistemas e lançamentos contábeis. Importante também observar
que a contabilidade é peça-chave para fornecer informações, evidenciando a utilização
ou o descarte delas.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
A Contabilidade irá até onde seus profissionais puderem levá-la. Sua
importância, relevância e valorização dependerão, essencialmente, do
conhecimento, das habilidades e atitudes dos profissionais (BARROS,
2005, p.110).

Ademais, é por meio da emissão de relatórios que a contabilidade realiza a


o disclosure, que é a divulgação das informações, as quais podem ser informações
voluntárias ou obrigatórias.
As informações sobre ambiente, cenário e sustentabilidade podem ser dados, os
quais influenciem positivamente na tomada de decisão de novos investidores e para
novos investimentos da própria entidade. Para tanto, é necessário que sejam utilizados
os relatórios contábeis e que se tenha um cuidado para as informações relevantes serem
destacadas, e também com a forma como estas informações são apresentadas. Aspectos
ambientais devem ser evidenciados, pois apresentarão a preocupação da empresa com o
ambiente, no qual está inserida, bem como quem faz parte da mesma.
Há alguns fatores que devem ser destacados em relação à divulgação voluntária de
algumas informações, como a hipótese de a empresa, por convenção, apenas apresentar
os relatórios obrigatórios, tendo em vista manter em sigilo algumas informações
consideradas estratégicas para a organização, o nível de relevância para os usuários das
divulgações voluntárias e a imagem da organização (PIACENTINI, 2004).
Convém ressaltar que, como o principal objetivo da divulgação das informações é
atender à necessidade dos usuários, algumas informações podem ser vistas de maneira
positiva ou negativa, influenciando as divulgações voluntárias (PIACENTINI, 2004). Para
os gestores analisarem a relevância das divulgações, as companhias devem se preocupar
com divulgações transparentes, fidedignas e úteis, a fim de que os usuários tenham maior
confiança e segurança na tomada de decisão.
As evidenciações voluntárias podem ser vistas como um complemento das
informações obrigatórias. Há vários assuntos relacionados à evidenciação contábil,
como, por exemplo, os procedimentos a serem adotados, as formas de apresentação, os
objetivos, a motivação dos gestores frente às demonstrações voluntárias, as variáveis
utilizadas, os elementos que influenciam, as normas e legislações vigentes. Cabe ressaltar,
ainda, os diferentes níveis de evidenciação das empresas, a motivação dos gestores em
deixar pontos mais bem esclarecidos entre a relação das atividades da empresa com o
meio externo e a comunidade em geral (PIACENTINI, 2004).
Nesse caso, a contabilidade ainda está avançando para a evidenciação de
informações. Há um contexto, em que se exige o aprimoramento da divulgação de
informações que possam atrair novos investidores, bem como informações evidenciando

98
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
a preocupação da empresa com o ambiente social, no qual está inserida. Também, é
necessário considerar: o crescimento sustentável das organizações a longo prazo; o
investimento em mecanismos que facilitem o reporte da informação; e a preocupação
com os stakeholders, que são os principais usuários e interessados na organização.
Observando-se o ambiente em que estamos inseridos, é imprescindível
analisarmos quais informações são interessantes, devendo ser mais bem evidenciadas, e
principalmente o avanço na tecnologia, no que tange à preservação do meio ambiente e
à utilização de recursos sustentáveis.
Mais do que nunca, devemos considerar aspectos ambientais em todo o mundo,
uma vez que várias áreas de conhecimento não estão medindo esforços para evidenciarem
e utilizarem recursos sustentáveis, o que consequentemente aumenta a competitividade.

Em resumo, a história da contabilidade gerencial ilustra que as inovações


na prática da contabilidade gerencial foram – e continuam a ser –
orientadas pelas necessidades de informação de novas estratégias, à
medida que as empresas se tornaram mais complexas, as tecnologias
mudaram e novos concorrentes apareceram (ATKINSON, 2015, p.4).

É compreensível que a contabilidade, em suas diversas áreas, venha evoluindo,


buscando aliar-se tanto a outras áreas do conhecimento, principalmente quanto à
tecnologia da informação. À medida que as inovações tecnológicas ocorrem, há uma
pressão por mudanças nos processos, bem como no controle da empresa. É importante
também relembrar que tudo depende de um investimento da empresa nestes mecanismos,
e do quanto ela está disposta a investir recursos em tecnologia da informação.
Todavia, se colocarmos na balança as declarações obrigatórias que devem ser
entregues aos órgãos reguladores, as informações solicitadas pelos usuários externos,
o investimento em sistemas que facilitam o trabalho dos funcionários e que agilizam
os processos é algo muito importante. Se a empresa está habituada a entregar seus
relatórios na data “x1”, mas passa por mudanças nos sistemas e redesenha seus controles
e operações, provavelmente ela conseguiria entregar seus relatórios em “x”. Além disso,
informações mais tempestivas e fidedignas geram maior competitividade frente aos
concorrentes, então odos estes fatores impactarão tanto no resultado da empresa, lucro
ou prejuízo, quanto no crescimento e na visibilidade de mercado.
Destaquemos aqui que toda a gestão da empresa precisa trabalhar em prol dos
objetivos traçados pela mesma, desde a missão e a visão da empresa, que inclusive
devem ser comunicadas e entendidas por todos que nela trabalham. Toda a estruturação
de sistemas, de mecanismos de controles, segregação de funções visa potencializar as

99
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
atividades exercidas na empresa, bem como aumentar sua produtividade e vantagem
competitiva, para manter a continuidade e possivelmente expandir o negócio.
A contabilidade atua tanto no reporte das informações quanto na manutenção e
auxílio aos controles, não se limitando a isto, pois certamente ainda auxiliará a gestão
em relação a “trilhar novos caminhos”. Por meio de uma análise econômica e financeira,
se a empresa, por exemplo, pretende investir em um novo equipamento para o processo
produtivo, a contabilidade realizará um levantamento do disponível, das possibilidades
de pagamento e até financiamento daquele bem, para a possível compra. E, para que ela
consiga realizar todo este trabalho, necessita do nosso ponto-chave: informações.
Para Marion (2015):

A estratégia diz respeito a uma organização que faz escolhas sobre o


que fará e, igualmente importante, sobre o que não fará. No mais alto
nível, o planejamento estratégico envolve escolher uma estratégia que
forneça o melhor ajustamento entre o ambiente de uma organização
e os recursos internos para atingir seus objetivos (MARION, 2015, p.4).

Entende-se que a estratégia é um caminho que a empresa deve trilhar para alcançar
seus objetivos pré-definidos, mas esta estratégia também deve contemplar quais serão
os mecanismos utilizados para alcançá-los, incluindo todo o aparato de sistemas, de
controles, de departamentos e de funções. A estratégia de uma empresa pode mudar
com o tempo, principalmente devido às mudanças tecnológicas, à pressão global e à
competitividade.
É possível perceber que tudo gira em torno da tomada de decisão. Logo, os
mecanismos utilizados como “subsídios”, ou até mesmo como “base”, para a tomada
de decisão são importantes no contexto. Os sistemas são desenhados, os controles
alinhados, e a estratégia estruturada, visando ao bom funcionamento das atividades e à
manutenção da competitividade. Todos estes pontos precisam ser revisados e entendidos
dentro da empresa, para a correta operacionalização.
Assim, percebe-se que os usuários dentro de uma organização possuem interesses
distintos quanto às informações, como alcance de metas, por exemplo, mas os objetivos
específicos que devem ser alcançados precisam estar alinhados com os objetivos gerais
da empresa.
Para alcançar o objetivo geral, a empresa precisa otimizar seus recursos, a fim de
que não sejam utilizados de forma incorreta, ou que sejam excessivamente perdidos.
Claro que, em todo processo, falhas podem ocorrer, mas elas devem ser prontamente
levantadas para a solução e a não reincidência. Até no desenho dos sistemas, por meio

100
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
da manutenção das atividades, é possível identificar se há possibilidade ou ocorrência de
falhas, e isso é imprescindível para a continuidade do negócio.
Assim, os sistemas de informações são utilizados para facilitar o fluxo de
informações dentro das empresas, o que consequentemente auxiliará no processo de
tomada de decisão e também no alcance de metas. Quanto à utilização dos sistemas,
é importante a alimentação dos mesmos ser realizada por profissionais capacitados, os
quais tenham sido treinados para pode trabalhar neles. Ou seja, além de os profissionais
entenderem suas funções dentro da organização, é preciso que entendam como os
sistemas funcionam, para facilitar o trabalho, e para que eles utilizem todos os recursos
disponíveis.
Os sistemas informações perpassam vários departamentos das empresas, porque
se entende que cada departamento gere um tipo de informação. Por exemplo, quando
falamos na parte operacional da empresa, da produção ou prestação de serviços, temos
um tipo de informação, e quando vamos para o setor comercial, temos outros tipos de
informações, sendo elas mais específicas sobre vendas dos produtos, propagandas,
investimento em pesquisas. A partir disso, as informações geradas em cada um dos
departamentos são analisadas como um todo pela gestão da empresa, servindo como
base para o direcionamento das futuras ações da empresa, bem como para subsidiar a
tomada de decisão.

SUGESTÃO DE LEITURA
O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), por meio da parceria com a
área de Tecnologia da Informação, surgiu com o intuito de revolucionar o sistema
de informação contábil, impulsionando a informatização do exercício do profissional contábil,
dado que, com o avanço tecnológico, logo os meios digitais iriam começar a trocar a transmis-
são de declarações da forma física para um banco de dados de um órgão fiscalizador.
Leia mais em: http://sped.rfb.gov.br/.

FRANCO, Geovane et al. Contabilidade 4.0: análise dos avanços dos sistemas de tecnologia da
informação no ambiente contábil. CAFI-Contabilidade, Atuária, Finanças & Informação, v. 4, n.
1, p. 55-73, 2021.

101
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Ademais, os sistemas de informações visam “nutrir” as operações com
detalhamentos acerca do funcionamento da empresa, e mediante as atividades
desenvolvidas. Assim, o sistema de informação contábil é responsável principalmente
pelo lançamento, controle, reporte e análise das informações, para auxiliar na tomada
da decisão, gerando um diagnóstico e direcionando a empresa para a tomada de decisão.
Todas as informações consideradas “boas” devem ser levadas em consideração
no planejamento, estruturação e controle da empresa. Com isso, a presença e atuação
de profissionais, tais como contador, controller, administrador, é de suma importância
para a correta análise e utilização das informações para a tomada de decisão. Conforme
Figueiredo (1995, p. 6) “importância do profissional será medida muito mais pela sua
contribuição para administração geral da organização do que pela correção com que
são feitos os conjuntos de demonstrações contábeis que relatam puramente aspectos
financeiros da gestão”.
Os profissionais precisam estar alinhados aos objetivos da empresa, principalmente
trabalhando para o alcance das metas, uma vez que é por meio da administração geral
que serão realizadas as tomadas de decisão. A importância destes profissionais poderá
ser avaliada, principalmente por meio da contribuição para o atendimento as metas,
continuidade do negócio e boa administração.
A partir desse entendimento, no que se refere especificamente à controladoria,
entendemos que está envolvida com a busca pela eficácia organizacional, o correto
funcionamento das operações, a otimização de tempo, por exemplo, e maximização de
recursos. Mas a controladoria precisa dispor de modelos bem definidos e eficientes para
o cumprimento da missão, destacando-se a sua posição dentro da organização.
Entende-se que, para o bom andamento das operações dentro da empresa,
precisamos de um departamento que tenha a função de fiscalizar, controlar e planejar
o andamento das atividades. Então, a controladoria vem com estas funções, podendo
ser um departamento que esteja atrelado, por exemplo, ao departamento comercial, ou
sendo como um órgão staff, ou seja, de auxílio aos gestores na tomada de decisão.
As informações são vitais para o andamento e continuidade dos processos, pois
se não houver trocas de informações, até o processo será prejudicado, seja o processo
de transformação, de produção de produtos ou prestação de serviços. Não existindo
informação, como saberemos em que “ponto” está o processo produtivo, e como tomar
uma decisão “às escuras”?
Justamente por isso, os sistemas vêm auxiliar os processos dentro das empresas,
com a ajuda da tecnologia da informação para maximizar os resultados e otimizar o
tempo no que se refere a processos operacionais.
Independentemente da atividade ou estrutura formal, as organizações se

102
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
estruturam, com o intuito de alcançarem seus objetivos, compararem seus resultados,
buscando maximizá-los e aumentar suas metas. Logo, precisamos de relatórios,
informações, controles e mecanismos que auxiliem estes processos. Através da união da
tecnologia com as expertises necessárias, temos uma boa base para a tomada de decisão.

Gerir é, em sua essência, tomar decisões. Como estilo de gestão define-


se o modo como a autoridade será distribuída, e consequentemente
como será exercido o controle, considerando que a responsabilidade é
intrínseca ao poder assumido, pode-se encontrar diferentes estilos de
gestão, participativa, centralizada, estatizada (FIGUEIREDO, 1995, p.8).

Com base no exposto, toda a questão de gestão está voltada para a tomada de
decisão. Assim, os sistemas de controle gerencial e os sistemas de informações gerenciais
visam trazer subsídios para “justificar” a tomada de decisão. Em relação aos sistemas de
informações, segundo Souza (2011): “são eles os responsáveis por proporcionar uma
gama de informações capazes de auxiliar o gestor no processo decisório”.
Percebe-se que também existe um julgamento do gestor quanto à utilização da
informação, entrando-se em outro contraponto, no qual, dependendo dos controles
adotados dentro da empresa e de como os sistemas de informações são desenhados,
existe uma certa “brecha” que pode ocasionar um conflito de interesses, pois os gestores
possuem metas a curto prazo, e a empresa utiliza isto como forma de motivá-los.
Entretanto, tais metas precisam estar alinhadas às metas gerais da empresa. Se não
tivermos o alinhamento, isso poderá se tornar um possível caminho, para que os gestores
olhem apenas para as metas de curto prazo, não conseguindo, mais futuramente, alcançar
as metas gerais da empresa. Temos aqui um conflito de agência, especificamente da
Teoria da Agência que, em linhas gerais, estuda a relação entre o agente e o principal,
buscando entender os comportamentos.
Quanto à teoria da agência, tem-se, conforme Eisenhardt (2015):

A teoria da agência está preocupada em resolver dois problemas que


podem ocorrer nesses relacionamentos. O primeiro é o problema de
agência que surge quando os desejos ou objetivos do principal e agente
se conflitam e é difícil ou caro para o principal verificar o que o agente
está realmente fazendo. O problema aqui é que o principal não pode
verificar se o agente tem se comportado de forma adequada. A segunda
é o problema de compartilhamento do risco que surge quando principal
e agente tem diferentes atitudes em relação ao risco. O problema aqui

103
INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
é que o principal e o agente podem preferir ações diferentes por causa
das preferências de risco diferentes (EISENHARDT, 2015, p. 5).

Então, a teoria da agência trata do conflito de interesses e do risco a que a


relação está exposta. Contudo, por meio de sistemas de informações, em linhas gerais,
conseguimos minimizar este possível conflito, pois o fluxo de informações tende a
deixar as informações acerca dos processos mais transparentes e acessíveis, visando a
uma menor possibilidade de modificação ou até mesmo de interpretação nos relatórios,
o que é ótimo. Também se destaca uma melhoria na qualidade da informação contábil,
justamente por proporcionar maior transparência e por deixar a informação mais clara
e disponível.
Ainda assim, é inegável que o conflito de agência possa impactar em uma empresa.
No entanto, se tivermos bons controles e sistemas de informações, estes conflitos
podem ser minimizados. Além de benéficos para o bom andamento da empresa, há de
se destacar que tudo o que contribui para um bom relacionamento dentro da empresa
também impactará no valor da mesma e na sua reputação de mercado.
Investir em sistemas pode ser um diferencial, consequentemente dando maior
credibilidade à empresa frente a seus concorrentes no mercado, bem como atrair novos
investidores. Além de uma informação mais clara, fidedigna e tempestiva, que pode
auxiliar na tomada de decisão, tem-se a possibilidade de a empresa reportar informações
além das exigidas por lei, por exemplo. Como já mencionado anteriormente: as
informações voluntárias.
Alguns estudos já destacaram que as empresas, as quais investiram em maior
divulgação de seus processos, na preocupação com o meio ambiente e, mais que isso, com
os funcionários, são vistas como “mais humanas”. Hoje, para investir em uma empresa, os
acionistas vão a fundo, em relação à sua reputação, em como ela trata seus funcionários,
para que eles também possam estar alinhados, trabalhando em prol da mesma.
Para Figueiredo (1995, p.19), o cenário econômico contemporâneo demanda
excelência dos sistemas contábeis gerenciais das organizações, confirmando a idéia de
que a informação, ao lado dos recursos humanos, será, daqui por diante, fator diferencial
na busca da eficácia da organização, visto que trabalhar em consonância com os recursos
humanos, é fator diferencial para maior eficácia e eficiência na gestão.
Cada vez mais, os sistemas vêm sendo adaptados e atualizados, para levarem em
consideração, também, informações do meio e informações do cenário em que a empresa
está localizada, uma vez que ela é um sistema aberto e sofre influência de fatores externos.
As empresas estão se projetando e avaliando medidas de reservas, para continuarem seus
negócios e para possíveis riscos a que possam estar expostas.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Desta forma, os sistemas também precisam carregar algum mecanismo que dê
um alerta sobre possíveis riscos inerentes à atividade da empresa. Temos alertas mais
comuns, quando, por exemplo, realizamos registros incorretos, dois débitos e não
lançamos um crédito. Prontamente, o sistema está parametrizado para nos alertar
sobre esta falha, o que também está ocorrendo em outros meios, como alertas quanto a
atividades econômicas do país, que vêm se modificando e podem afetar as exportações
da empresa.
Temos muitos elementos que compõem os sistemas de informações. Sabemos
do processo que inicia com os dados, processamento, os inputs, mas até aí estamos nos
referindo à parte operacional. Outra questão que chama atenção, e principalmente está
sendo destacada na contabilidade, é a interpretação destas informações e o seu auxílio
para a tomada de decisão.
Além disso, em relação a possíveis conflitos, os sistemas também visam minimizá-
los, já que, com maior automatização, fica mais fácil de identificar o que vem sendo
realizado de operações dentro da empresa. Ademais, a parametrização, adiciona outras
subunidades aos sistemas, acumulação de informações, e tudo isso faz com que a
contabilidade tenha um aparato de informações, as quais facilitam a tomada de decisão.
Como destacado, alguns princípios básicos dos sistemas de informações se referem
à possiblidade de utilizá-las. Elas precisam ser informações que, ao menos, apresentem
características, tais como: valor econômico, relevância, entendimento e confiabilidade.
Você entende que se não tivermos ao menos estas características, não podemos “confiar
nas informações”? Vamos além, as informações precisam ser tempestivas e fidedignas,
realmente nos passando “confiança” para sua utilização.
É importante também destacarmos algumas dificuldades em obter informações.
Isso faz parte dos processos, mas a empresa deve desenhar seus sistemas, com o
intuito de ter maior transparência de seus processos, ao buscar maior entendimento e
características do que está sendo realizado. Quando falamos, por exemplo, em acumulação
das informações, estamos nos referindo ao Plano de Contas, que é visto como um “livro
de cabeceira” das empresas.
Para que as informações sigam um padrão e possam atender a legislação, bem como
as informações necessárias para o negócio poder ter continuidade, o Plano de Contas
vem, com o intuito de estruturar as contas, parametrizar o que pode ser registrado, e
também como um tipo de controle, no qual a empresa se apoia para poder realizar seus
registros. Também, para o cadastro de novas contas, deve-se ter um sistema de controle,
a fim de que as informações possam seguir um padrão, não fazendo sentido que, a cada
registro, cadastre-se uma nova conta.
Ademais, a questão de cadastrar nova conta também é um tipo de controle.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Dificilmente, em uma organização, este mecanismo estará disponível aos funcionários.
Por exemplo, imaginemos que, em uma empresa, cada funcionário julgue necessário a
criação de uma conta e saia criando contas; além dos relatórios aumentarem muito, não
teria uma parametrização das contas e um modelo. Justamente por isso, são necessários
controles, para que se tenha um padrão, o que podemos chamar de padrão de qualidade.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na Unidade 4, foram tratados os primeiros entendimentos para a prática em


um Sistema de Informação Contábil. Entende-se que a informação é o produto da
contabilidade, e é através dela que a organização mantém o controle e operacionaliza suas
atividades. Ao falar dos sistemas em si, referimo-nos muito à utilização da tecnologia,
dado o cenário atual e também quanto à evolução em processos.
A contabilidade sofreu grandes mudanças, as quais foram necessárias,
principalmente para que a profissão não sofresse decadência e para otimizar o tempo de
trabalho do contador, sendo possível despender mais tempo na análise do produto do
serviço do que especificamente com a operacionalização.
Nesse sentido, na quarta unidade, compreendemos que todo o Sistema de
Informação Contábil é desenhado, com o intuito de obter informações de diversos
departamentos, compilá-las, juntamente com as fornecidas pela contabilidade, e,
consequentemente, auxiliar na tomada de decisão, com uma boa base de informações e
com um embasamento técnico correto na legislação e também na gestão.
Os sistemas são desenhados de forma geral, porém eles podem sofrer alterações
e adaptações, dependendo de como se estrutura a organização que os está adquirindo.
Tal flexibilidade dos sistemas também pode ser vista como uma vantagem. Além da
tecnologia da informação para automatizar os processos, o conhecimento contábil
é essencial, pois o profissional da área contábil auxilia na implementação de sistemas
dentro de uma organização.
Para adequação do sistema perante as necessidades da organização, ajustes
precisam ser realizados, parâmetros devem ser estruturados, contas criadas, o exercício
social delimitado, e quem entende e pode dar o caminho para compilar todas estas
informações é o contador. É na contabilidade, por meio dos registros, que todos os atos
e fatos são lançados e, após o processamento destas informações, temos os produtos:
relatórios contábeis.
Outro fator atrelado aos Sistemas de Informações Contábeis é a qualidade da
informação contábil: quanto mais transparente e detalhada a informação, maior a
qualidade e menor a possibilidade de erros ou fraudes. Então, podemos dizer que a
qualidade da informação também é impactada pelo desenho dos sistemas dentro de
uma organização, visto que, havendo uma estruturação adequada da organização quanto
aos sistemas e parametrizações, se bem alimentado, os relatórios poderão apresentar

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
informações mais minuciosas e tempestivas. Isso pode ampliar a qualidade dos relatórios
que, consequentemente, também servirão de forma adequada para a consulta e tomada
de decisão.
Estudamos, também, que contabilidade é constituída por diversos mecanismos que
merecem atenção, desde a correta parametrização dos sistemas, até o uso dos relatórios
gerados como base para a tomada de decisão, sendo o “pano de fundo” para tudo isso
a qualidade. Podemos dizer que, em qualquer área, busca-se sempre a qualidade dos
serviços, por isso nos utilizamos de diversos mecanismos, agora mais ainda tecnológicos,
para facilitar a operacionalização e assegurar o que foi informado, outro tipo de trabalho
dentro da contabilidade, a Auditoria.
Podemos avaliar os mecanismos utilizados, a eficiência dos mesmos, por meio do
atendimento das metas, visando-se ao aumento delas e ao seu alcance, otimizando-se
tempo e maximizando resultados.
Por fim, nesta última unidade, entendemos que, por meio de toda a caracterização,
registros, dados, parametrização e alimentação dos sistemas, temos um fluxo de
informações, que pode ser tanto do âmbito financeiro quanto do operacional, comercial
ou econômico, mas todas estas informações devem ser compiladas e identificadas pela
gestão da empresa, geralmente pela gestão contábil, a qual analisa, compara e avalia os
resultados.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
GLOSSÁRIO

• ERP: Enterprise Resource Planning (ERP) - Planejamento de Recursos


Empresariais.

• Expertise: é ter a qualificação em determinada área.

• Qualidade da informação contábil: transparência nos relatórios e maior


detalhamento e tempestividade das informações.

• Pano de fundo: para dar embasamento.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
EXERCÍCIO FINAL

01- Como estudado, sabe-se que o sistema de informação contábil é


responsável por compilar informações e auxiliar no processo de tomada de
decisão. Além disso, ele atua em diversos níveis na organização, auxiliando o
fluxo de informações. Se pensarmos em um sistema de informação adequado
àorganização, com grande transparência das informações contábeis e também
quanto à tempestividade das mesmas, o que isso pode impactar na contabilidade?
Assinale a alternativa que melhor responde a este questionamento:

a) maior qualidade da informação contábil;


b) maior gasto de tempo na conferência de informações;
c) maior gasto em pesquisa e desenvolvimento;
d) menor atendimento a legislação;
e) menor uso dos relatórios contábeis para a tomada de decisão.

02- Sobre os Sistemas de Informação, estudamos que eles são utilizados com
o intuito de facilitar o fluxo de informações e otimizar o trabalho operacional
nas organizações. Se pensarmos em um sistema, é necessário parametrizá-
lo, antes de registrar os dados. Assinale a alternativa que apresenta, de forma
simples, o que é parametrização:

a) Realizar os lançamentos iniciais.


b) Estruturar e estabelecer de que forma o sistema vai funcionar.
c) Contabilizar as operações.
d) Calcular os impostos.
e) Gerar as folhas de pagamento.

03- Observa-se que existem alguns pressupostos para o bom funcionamento


de sistemas. Trata-se da adaptação quanto às informações e recursos
disponibilizados que atendem as necessidades da organização. Assinale a
alternativa que apresenta três benefícios de um Sistema de Informação:

a) Redução dos custos das operações; melhoria na produtividade e estímulo de

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
maior interação dos tomadores de decisão.
b) Segregação de funções; maior custo operacional e menor fluxo de informações.
c) Procedimentos adicionais de autorização; melhoria na produtividade e maior
gasto com pesquisa e desenvolvimento.
d) Menor uso de mecanismos tecnológicos; diminuição na qualidade dos serviços
realizados e oferecidos e maior centralização de informações.
e) Menor atendimento às políticas internas; maiores problemas informacionais e
menor qualidade da informação contábil.

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INFORMÁTICA E SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
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