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Sistemas de Informações

Gerenciais
Antonio Carlos Ferreira dos Santos

Curso Técnico em Secretaria Escolar


Educação a Distância
2018
EXPEDIENTE

Professor Autor
Antonio Carlos Ferreira dos Santos

Design Educacional
Deyvid Souza Nascimento
Renata Marques de Otero

Revisão de Língua Portuguesa


Eliane Azevedo

Diagramação
Izabela Cavalcanti

Coordenação
Antonio Silva

Coordenação Executiva
George Bento Catunda
Terezinha Mônica Sinício Beltrão

Coordenação Geral
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação


Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação
(Rede e-Tec Brasil).

Outubro, 2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB
S237s
Santos, Antonio Carlos Ferreira dos.
Sistema de Informações Gerenciais: Curso Técnico em Secretaria Escolar: Educação a
distância / Antonio Carlos Ferreira dos Santos. – Recife: Secretaria Executiva de Educação
Profissional de Pernambuco, 2018.
84p.: il.

Inclui referências bibliográficas.


Material produzido em outubro de 2016 através de convênio com o Ministério da Educação
(Rede e-Tec Brasil) e a Secretaria de Educação de Pernambuco.

1. Informática. 3. Sistemas de informação gerencial. I. Santos, Antonio Carlos Ferreira dos.


II. Título.
CDU – 004:658

Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129


Sumário
Introdução .............................................................................................................................................. 8

1.Competência 01 | Se Apropriar do Conceito e da Importância de Sistemas de Informações


Gerenciais ............................................................................................................................................... 9

1.1 Sistemas de informações ........................................................................................................................... 9

1.2 Tecnologia da informação ........................................................................................................................ 10

1.3 Pessoas, hardwares e softwares na tecnologia da informação ............................................................... 12

1.4 A importância dos sistemas de informações gerenciais .......................................................................... 14

1.5 Considerações finais ................................................................................................................................. 18

2.Competência 02 | Entender a importância dos Censos Educacionais .............................................. 19

2.1 Definindo censo educacional ................................................................................................................... 19

2.2 Educacenso .............................................................................................................................................. 22

2.3 Indicadores educacionais: ENEM - ENADE – SAEB – PROVA BRASIL – IDEB e o PNE ............................... 24

2.4 Legislação e documentos sobre o censo educacional ............................................................................. 27

2.5 Importância dos censos educacionais ...................................................................................................... 29

3.Competência 03 | Compreender a utilização do sistema de censo educacional ............................. 32

3.1 Censo e políticas públicas educacionais................................................................................................... 35

3.2 Coleta de dados educacionais .................................................................................................................. 38

3.3 Funcionalidade dos censos educacionais ................................................................................................. 41

4.Competência 04 | Compreender o Sistema de Informação da Educação ........................................ 47

4.1 Sistema de Informações da Educação de Pernambuco (SIEPE) ............................................................... 48

4.2 Sistema Integrado de Gestão Educacional ............................................................................................... 53

4.3 Sistema Integrado de Informações Educacionais (SIED) .......................................................................... 57

4.4 Sistema de Administração Escolar do MEC (SAEMEC) ............................................................................. 61

5.Competência 05 | Entender as Funcionalidades do Sistema de Informação da Educação .............. 63

5.1 Gestão escolar mais eficiente .................................................................................................................. 68


5.2 Demandas de uma gestão educacional ................................................................................................... 71

6.Competência 06| Conhecer o Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e


Tecnológica ........................................................................................................................................... 77

6.1 Conhecendo o SISTEC ............................................................................................................................... 80

Referências ........................................................................................................................................... 83
Introdução
Prezado cursista,
Seja bem-vindo à disciplina de Sistemas de Informações Gerenciais!
Você já se deparou, pelo menos uma vez na vida, com uma situação desta: “o sistema
está fora do ar” ou “ o sistema caiu”. É obvio que sistemas não caem e nem ficam fora de uma
realidade, nem que seja virtual. Para compreender o que estas expressões significam, precisamos
entender o que é, e como funciona um sistema.
Existem vários tipos de sistemas. Por exemplo, nosso corpo é composto de vários
sistemas: respiratório, digestivo, nervoso. Existem sistemas de navegação aérea ou marítima,
sistemas de controle de tráfego sistema acadêmico, sistema de gerenciamento de RH e muitos
outros. Alguns sistemas podem trabalhar em conjunto com outros sistemas ou independentes.
Porém, todos os sistemas possuem funções e objetivos específicos.
Nas próximas seis semanas, você irá vivenciar seis competências: entender o conceito e a
importância de Sistemas de Informações Gerenciais; entender a importância dos Censos Educacionais;
compreender a utilização do Sistema de Censo Educacional; compreender o Sistema de Informação
da Educação; entender as funcionalidades do Sistema de Informação da Educação e conhecer o
Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica.
Imagine agora gerar um relatório de todas as Unidades Escolares de um território,
município ou mesmo de um país. Como seria possível? Para isso, contamos com os Sistemas de
Informações Gerenciais, que será nosso tema de estudos a partir de agora.
Vamos lá?
Bons estudos!

8
Competência 01

1.Competência 01 | Se Apropriar do Conceito e da Importância de


Sistemas de Informações Gerenciais

1.1 Sistemas de informações

Sistemas de Informação Gerenciais, conhecidos pelas siglas SIG, não são novidades para
o ser humano. Desde os primórdios da civilização, as sociedades já registravam dados sobre plantios
e colheitas, as fases da lua, os dias e noites, desenvolveram técnicas de anotar aquilo que lhes
interessavam em busca do controle da natureza e da própria sobrevivência. Esses registros serviam
para que os seres humanos tomassem as decisões que melhor atendiam à sobrevivência da
sociedade, a partir das informações coletadas e registradas.

Sistemas de Informações Gerenciais


podem ser definidos como meios de facilitar a aquisição das informações
necessárias, para que os administradores tomem as decisões mais
adequadas e planejem da melhor forma a organização de uma instituição
pública ou privada.

Podemos observar, na figura abaixo, que, a partir da observação do mundo real, podemos
coletar informações, manipular esses dados que, por sua vez, servirão para tomadas de decisões que
transformarão este mesmo mundo real. Dessa forma, os Sistema de Informações Gerenciais, são
instrumentos de transformação constante. Observe essa dinâmica na figura a seguir.

9
Competência 01

Figura 1 - Fluxograma sobre Sistema de Informações Gerenciais – (SIG)


Fonte: www.vibemidia.com/sig-sistemas-de-informacoes-gerenciais
Descrição: a figura é formada por um fluxograma, contendo um globo terrestre ao centro e com sigla SIG escrita no centro
do globo. Em volta do globo, existem seis retângulos, ligados por setas. Começando pela parte de cima, há o primeiro
retângulo com o texto: Mundo Real, e no sentido horário, no segundo retângulo: Aquisição de Dados; terceiro retângulo:
Manipulação dos dados; Quarto retângulo: Análise; quinto retângulo Gerência de produtos e no sexto retângulo: Tomada
de decisão.

Em seguida, vejamos uma área que muito tem contribuído para ajudar nessa questão.

1.2 Tecnologia da informação

Você percebeu no tópico anterior que para um Sistema de informações Gerenciais


funcionar de forma eficaz, é preciso coletar muitos dados e com a invenção do computador, o registro
dos dados e o processamento dos mesmos acontecem de forma tão rápida e eficaz que fica impossível
de imaginar uma empresa, escola, hospital ou outra instituição, sem o uso da informática e da
Tecnologia da Informação – TI.
Por muito tempo a Tecnologia da Informação foi tratada de forma restrita, por ser muito
cara e exigir pessoas especializadas, pois havia o medo de operar as máquinas por receio de causar
problemas. Era quase de uso exclusivo das empresas, apenas para gerenciar as finanças, fluxo de
caixa, e, quando muito, pelos setores de Recursos Humanos.

10
Competência 01

A tecnologia da Informação foi se popularizando com a criação de softwares que


facilitaram o manuseio por parte do usuário. Os sistemas operacionais contidos no seu computador,
tablet, ou smartpfhone, facilitam o manuseio dos aparelhos, de forma intuitiva. Assim, a informática
deixou de ser operada por especialistas e passou para o usuário comum.

Veja mais sobre a história dos sistemas operacionais


acessando o link: www.tecmundo.com.br/sistema-operacion
al/2031-a-historia-dos-sistemas-operacionais-ilustracao-.htm

Após a visita ao site, tente responder esta pergunta antes de continuar os estudos: como
os sistemas operacionais, os softwares, facilitam seu trabalho diário?
Toda Tecnologia da Informação deve ser controlada efetivamente pelo usuário. Ela deve
ser simplificada, de modo que o usuário entenda seu funcionamento e compreenda sua finalidade.
Não adianta a aquisição de equipamentos e softwares de última geração, que geram informações
complexas, se o usuário não souber o que fazer com eles. Em muitas repartições de trabalho existe o
equipamento e também um amontados de papeis, o que comprova a desconfiança quanto à
eficiência da Tecnologia da Informação.
A Tecnologia da Informação, portanto, deve ser planejada a partir da necessidade de
resolver um problema, uma demanda. Imagine como seria uma missão impossível gerenciar, no
mundo atual, sem uso da Tecnologia da Informação, a Rede de Ensino do Estado de Pernambuco.,
composta de quase 1.050 escolas, cerca de 650 mil estudantes e 40 mil professores, (Fonte:
www.educacao.pe.gov.br/portal).
Na atualidade o mundo vive a era da informação, exigindo das organizações uma gestão
estratégica eficiente, a qual pode ser facilitada pela utilização de recursos inteligentes oferecidos pela
Tecnologia de Informação e sistemas de i nformações. Tudo utilizado para melhorar o desempenho
das atividades da Rede Estadual de Educação, e por consequência, apoiar os processos educacionais.

11
Competência 01

Veja um pouco mais no vídeo da internet sobre Tecnologia e


Sistema de Informações. Você conhece ou usa algum sistema
de informações? Tente relacioná-lo ao vídeo a seguir.
www.youtube.com/watch?v=p9RWlDkouWk

Agora estudemos, a seguir, mais profundamente como funcionam as tecnologias da


Informação.

1.3 Pessoas, hardwares e softwares na tecnologia da informação

Você já percebeu que é praticamente impossível vivermos sem o uso da tecnologia.


Porém, as Tecnologias da Informação não funcionam sozinhas, são necessários os hardwares,
softwares e as pessoas para operarem os sistemas. É de fundamental importância que as partes
estejam em sintonia, para haver melhor exatidão nos resultados. Se a tecnologia não estiver sempre
atualizada, as pessoas não forem treinadas para melhor usufruir dos sistemas, será como comprar
um smartphone de última geração e só usá-lo para fazer e receber ligações. Será uma tecnologia de
alto custo, sem o retorno satisfatório.
As pessoas que irão operar os sistemas devem entender que a Tecnologia da Informação,
os hardwares e softwares devem assumir o papel de solução de obstáculos que possam impedir o
alcance de cada meta.
Pode parecer incrível, mas ainda presenciamos, em diversas instituições de ensino, o uso
do Diário de Classe de papel, Fichas Individuais e Históricos de estudantes preenchidos à mão.
Trabalhos repetitivos e exaustivos, que poderiam ser agilizados pelo uso dos computadores e
softwares de gerenciamento acadêmico.
Observe, por exemplo, na secretaria da escola mais próxima a você, como anda o uso da
tecnologia? Os documentos são entregues de que forma, digitados ou escritos à mão?
Sempre há, em toda repartição, pública ou privada, um grupo de pessoas torcendo para
que suas atividades sejam automatizadas, querendo que as tarefas corriqueiras e repetitivas sejam
realizadas por um software. Mas, também existem aqueles, que resistem muito em mudar a maneira
de fazer as coisas, geralmente, por insegurança face às mudanças.

12
Competência 01

No gerenciamento de mudanças, é importante saber que normalmente as pessoas


passam por quatro estágios relativos a qualquer modificação: REJEIÇÃO; BOICOTE; ACEITAÇÃO e
COOPERAÇÃO (CRUZ, T. 2014). Abaixo uma breve explicação de cada um desses estágios.
1) REJEIÇÃO, ninguém gosta de mudanças, por mais que elas sejam desejadas, pois as
mudanças causam rupturas e, por sua vez, desconforto. Alguns rejeitam as mudanças por medo de
perderem espaço, por achar que a tecnologia poderá lhes tirar benefícios.
2) O BOICOTE é um estágio mais complicado, pois as pessoas assumem uma atitude ativa
com o propósito de que tudo dê errado. Passam a considerar os erros deficiências, que não podem
ser corrigidas, tendem a abandonar qualquer projeto.
3) ACEITAÇÃO, nesse estágio as pessoas já têm superado a ruptura com o passado e
percebido a importância das mudanças. Porém, a aceitação, nem sempre, quer dizer que se irá
abraçar a causa. Às vezes elas só aceitam e assumem um comportamento passivo.
4) COOPERAÇÃO, neste estágio final, o usuário coloca a mudança num patamar de
descobertas e percebe que pode se beneficiar do novo processo de melhoria que está sendo
implantado.
É importante que toda mudança seja gerenciada antes, durante e depois de implantada.
Portanto, a implantação de um Sistema de Informações Gerenciais exige planejamento, execução e
acompanhamento constantes.

Figura 2 - Fluxograma sobre Desenvolvimento Organizacional e Pessoal.


Fonte: http://desenvolvimentoorganizacionalepessoal.blogspot.com.br/2012/10/mudanca-organizacional_28.html
Descrição: a figura mostra um fluxograma, contendo cinco setas largas com palavras escritas dentro, no formato de uma
escada, ligadas por finas setas no sentido de subir. A escada está sustentada por um retângulo na vertical tendo a palavra
mudança no seu interior. Nas demais figuras no formato de seta, começando pelo degrau de baixo, temos a palavra
sensibiliza-se, no degrau superior, a palavra mobiliza-se, no seguinte: prepara-se, depois, consolida-se e no último degral:
Evolui.

13
Competência 01

Após essas reflexões, voltemos ao foco de nosso interesse: Sistemas de Informações


Gerenciais.

1.4 A importância dos sistemas de informações gerenciais

Vamos agora, retornar ao primeiro tópico sobre Sistema de Informações. Antes de nos
referirmos à importância, vamos entender o que é um Sistema de Informações, e em que difere de
Tecnologia da Informação. Ambos estão sempre intimamente relacionados, porém são diferentes.
Comecemos por tecnologia da Informação que se refere aos meios utilizados - hardwares,
softwares e dados - para gerar uma informação.

Hardware é a parte física de um computador, formada por


componentes eletrônicos. O hardware é a parte que você pode ver do
computador, ou seja, todos os componentes da sua estrutura física.
A tela, o teclado, o gabinete e o mouse fazem parte do hardware do seu
computador.
Software são os programas que permitem realizar atividades
específicas em um computador. Por exemplo, os programas como Word,
Excel, Power Point, os navegadores, os jogos, os sistemas operacionais e
aplicativos.

Enquanto o Sistema de Informações é um conjunto de procedimentos que produz a


informação. Simplificando: se você tem um computador, um software, terá a tecnologia, mas se não
souber como usá-los, você terá os meios, mas não conseguirá produzir uma informação, Sistema de
Informação.

14
Competência 01

Figura 3 - Charge sobre o Uso da Tecnologia


Fonte: http://coruja2013.blogspot.com.br/2013/10/chargesm-sobre-tic.html
Descrição: a charge mostra duas senhoras idosas, tentando realizar, sem sucesso, um pagamento usando um caixa
eletrônico.

Você já se deparou com uma situação semelhante à mostrada na charge? Com certeza,
sim!
Ao falarmos em Sistema de Informações Gerenciais na educação, referimo-nos a sistemas
e processos que, a partir da captação de dados, fornecem informações necessárias para gerenciar
planejamentos e favorecer ações eficazes na melhoria do processo educacional.
Mas o que são dados? São elementos fornecidos para a elaboração das informações
como: nomes, endereços, números de documentos, escolaridade. Elementos esses, que por si só,
isoladamente, não fornecem uma informação, somente alimentam um sistema, que fará o
processamento, organizará os dados e só então, haverá uma informação significante. Exemplificando:
se pegarmos um nome: João; Rua Olinda, um número 5542XX, não significam nada, mas se
colocarmos assim: o estudante João, mora na Rua Olinda e tem um documento de identificação com
o número 5542XX, já temos uma informação com significado. Sabemos que estamos nos referindo a
um estudante, residente em uma rua e que tem um documento. A partir de informações mais
completas e da coleta de vários dados, podemos identificar a quantidade de estudantes que residem
próximo da unidade escolar, se precisam de transportes, qual a faixa etária que são atendidos, nível
de escolaridade e poder econômico. A partir dessas informações, fica mais fácil gerar um relatório
para ser apresentado a um gestor para que sejam tomadas a decisões mais eficientes.

15
Competência 01

Sistema de Informações Gerenciais, é, portanto, um


conjunto de partes inter-relacionadas que formam um conjunto
de informações que irão nos ajudar, através de relatórios
gerenciais, a conhecer, organizar e elaborar estratégias em
função da melhoria dos processos educacionais.

Um Sistema de Informações Gerenciais é formado por pessoas e hardware, equipamentos


que alimentam o sistema com dados. E software são procedimentos e processamentos dos dados.
Ambos serão responsáveis por organizar e gerar as informações.
Os sistemas são projetados para atender uma utilidade específica: auxiliar na organização
dos custos e lucros de uma empresa. Verificar a demanda e organização educacional de uma cidade,
região ou país. Os sistemas são regidos por políticas e regras organizacionais e mesmo,
governamentais. Caracterizados por alta complexidade por estarem compostos por vários elementos
envolvidos como pessoas, software, internet, banco de dados e processamentos constantes. Para que
funcionem é preciso ter confiabilidade e usabilidade.
Você já viu anteriormente, que passamos por quatro estágios quando enfrentamos um
processo de mudança: rejeição, boicote, aceitação e cooperação. Alguns passam por todos eles,
outros pulam alguma etapa. Uns levam mais tempo entre um estágio e outro. Alguns, às vezes, nem
completam todos os estágios, desistem no caminho. O que importa é que para atingir a confiança no
Sistema de Informações, precisamos conhecer, entender seu funcionamento e sua finalidade, senão
continuaremos armazenando centenas de dados nos hardwares e em pilhas de arquivos impressos,
amontoados em gavetas, caixas e salas.
Sabemos que todo sistema de informações eletrônico está passivo de sofrer danos. Pode
ocorrer pane e perda de dados, por problemas técnicos ou uso inadequado. Pode sofrer invasões de
hacker mal intencionado. Pode não estar acessível quando precisamos, por várias razões. Portanto,
assim como cuidamos de nossos documentos impressos na nossa casa, no trabalho, também
devemos ter o cuidado com os dados nos Sistemas de informações. Sempre fazendo um backup do
banco de dados dos arquivos do computador.

16
Competência 01

Backup é uma cópia de segurança. O termo em inglês é


muito utilizado por empresas e pessoas que guardam
documentos, imagens, vídeos e outros arquivos no
computador ou na nuvem.

Somente quando estamos familiarizados com um Sistema de Informações, que passamos


a confiar no mesmo e finalmente daremos maior utilidade ao mesmo. Podemos citar como exemplo
um smartphone, logo que o adquirimos, temos grande desconfiança, mantemos uma agenda de papel
em casa para guardar os telefones mais importantes, mantemos um álbum de fotos guardadas em
algum lugar seguro. À medida que vamos adquirindo confiança na tecnologia do aparelho, vamos
esquecendo a velha agenda, e quase sempre, nem memorizamos os telefones mais usados, pois tudo
fica ao alcance dos dedos. O velho álbum se torna virtual, nas nuvens, podendo ser acessado de
qualquer aparelho conectado à internet.

Armazenamento nas Nuvens


O armazenamento de dados é feito em serviços que
poderão ser acessados de qualquer lugar do mundo, a
qualquer hora, não havendo necessidade de instalação
de programas ou de armazenar dados. O acesso a
programas, serviços e arquivos é remoto, através da
Internet - daí a alusão à nuvem.

Geralmente há dificuldade para avaliar, de forma quantitativa, qual o efeito benéfico de


um sistema de informações gerenciais, ou seja, a melhoria no processo decisório. Neste sentido,
pode- se afirmar que os sistemas de informações gerenciais podem, sob determinadas condições,
trazer os seguintes benefícios:
 redução dos custos das operações;
 melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e rápidos,
com menor esforço;

17
Competência 01

 melhoria de produtividade, tanto setorial quanto global;


 melhoria nos serviços realizados e oferecidos;
 melhoria na tomada de decisões, por meio de fornecimento de informações mais
rápidas e precisas;
 melhoria na estrutura organizacional, por facilitar o fluxo de informações;
 aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas.

1.5 Considerações finais

Nenhum Sistema de Informações Gerenciais é completo e absoluto, está pronto e


esgotado, pois o trabalho de acompanhar e analisar informações precisa ser sempre ajustado e
atualizado. Somos seres sempre em mudança e os sistemas precisam acompanhar esse processo,
adaptando-se ao que necessitamos.
Seria ingenuidade nossa, considerar que os Sistemas de Informações resolvem todos os
problemas e dificuldades de uma repartição pública ou privada. Os Sistemas só irão agilizar o processo
de coletas e análises dos dados inseridos, não podendo nem mesmo verificar se estes dados são
verdadeiros ou falsos, o que pode gerar relatórios falsos e que por sua vez, podem levar a decisões
inadequadas. Por isso, ressaltamos sobre a importância e responsabilidade daqueles que alimentam
os sistemas com dados. Quanto mais verdadeiros forem os dados inseridos, mais precisa será a
análise, e serão criado relatórios mais eficazes que tornarão o trabalho de todos que gerenciam, e o
seu também, mais rápido e eficiente.
Vale também ressaltar que a tecnologia adquirida não garante todos os benefícios
esperados no planejamento. Toda mudança traz impactos no cotidiano, na rotina de todos e não
adiantará nada se a implantação de Sistemas de Informações Gerenciais não for aceita e
operacionalizada de forma eficiente. Se não houver o reconhecimento da necessidade e importância
dos sistemas, nenhum processo de funcionamento terá êxito. Para o sucesso, é preciso desenvolver
um trabalho de conscientização dos usuários quanto à importância de um Sistema de Informações
Gerenciais.
Então, você tem acompanhado até aqui?
Esperamos que esteja motivado a continuar…
Vamos ao próximo passo

18
Competência 02

2.Competência 02 | Entender a importância dos Censos Educacionais


Você já conhece o quanto são importantes os Sistema de Informações Gerenciais e o
papel das tecnologias de informações no processamento de dados no sistema educacional.
Nesta semana você vai estudar sobre os Censos Educacionais, como funcionam, seus
principais instrumentos e quais as suas finalidades.
Vamos lá?

2.1 Definindo censo educacional

Você sabe, com certeza, quantas pessoas formam o núcleo da sua família, nomes delas e
até o que elas gostam. Mas se lhe pedirem a idade de todos incluindo a família total, sobrinhos,
sobrinhas, tios, tias, primos e primas, a situação começa a complicar, não é mesmo? Para obter
informações mais precisas, para convidar a família para um almoço na sua casa, por exemplo, você
necessitará fazer umas anotações, uma espécie de Censo, para não se atrapalhar no almoço.

Censo, portanto, é um conjunto de dados estatísticos que informa


diferentes características dos habitantes de uma cidade, um estado ou de
uma nação. A palavra Censo vem do latim “census” que significa
estimativa, criado, provavelmente na Roma Antiga com o intuito de
identificar os proprietários de terras e determinar a cobrança de impostos.

Na atualidade, o Censo ou recenciamento demográfico populacional é realizado com o


objetivo de fazer um “retrato” de uma nação, mostrando quem são, onde estão e como vivem os
habitantes, e acompanhar a evolução populacional através dos tempos.
Através do Censo demográfico é possível conhecer e criar estratégias e tomadas de
decisões sobre investimentos nas áreas da Educação, Saúde, Cultura e Infraestrutura. Geralmente a
realização do Censo acontece de 10 em 10 anos, na maioria dos países, inclusive no Brasil. O
primeiro Censo demográfico brasileiro aconteceu em 1972, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), órgão responsável por essa ação desde 1940.
Já para recolher os dados específicos sobre o sistema educacional brasileiro, é realizado
o Censo Educacional, que tem como objetivo fazer um levantamento de dados e informações

19
Competência 02

referentes às escolas públicas e privadas, aos estudantes e profissionais da educação de todo o país.
Observe a charge a seguir e reflita.

Figura 4 - Charge sobre os Resultados do MEC


Fonte: https://3.bp.blogspot.com/-WXTMqgwo-lA/V0cu1bbFS8I/AAAAAAAALC8 /BZX8LL5uCkozKXmskvR5qORArlc5QLq
FACKgB/s1600/10%2B-%2Bresultado-educacao-mec-160812-lute-humor-politico.jpg
Descrição: uma charge mostrando uma sala de aula. Composta por uma professora e cinco estudantes. A professora faz
uma interrogação sobre os resultados do MEC e cada aluno faz seu próprio comentário. A professora comenta num
primeiro balão: “pessoal, segundo a prova do MEC, o ensino médio está ruim! ”, e num segundo balão, pergunta: “o que
vocês acham que está acontecendo? ”. O estudante mais próximo da professora responde: “falta de investimento”. O
segundo estudante responde: “Professores desmotivados”. A estudante, na terceira posição, completa: “e com salários
baixíssimos! ”. O quarto estudante responde: “escolas sucateadas”! E o quinto e último estudante conclui de forma
desanimada: “todas as alternativas acima”.

Vamos pensar um pouco!


A charge retrata fielmente a realidade da educação no Brasil?
Os estudantes, representados na charge, acertaram nas suas afirmativas?
Será que existem outros fatores que podem interferir no rendimento escolar dos
estudantes?
Continuemos nossa reflexão para elucidar essa resposta tão complexa!
O Censo Educacional é uma grande pesquisa sobre as escolas, os estudantes, profissionais
escolares, turmas e tipos de atendimentos da educação básica. Sobre as escolas são coletados dados
referentes à infraestrutura disponível como local de funcionamento, salas, abastecimento de água e
coleta de esgoto, fornecimento de energia elétrica, destinação do lixo, dependências e equipamentos
existentes nas escolas, tipo de escola privada ou pública e o que as mesmas oferecem como
modalidade escolar, Ensino Infantil, Fundamental ou Médio.

20
Competência 02

O Censo Educacional, investiga sobre os estudantes: sexo, idade, cor/raça, nacionalidade,


local de nascimento, turma, etapa e modalidade de ensino que frequenta, se usa transporte escolar
e se é portador de alguma deficiência física ou mental, dentre outras informações.
Quanto aos profissionais escolares, o Censo Educacional coleta os dados sobre os
professores, auxiliares, assistentes, profissionais e monitores de atividades complementares
educacionais, como tradutores e interpretes de libras. Nesta coleta são indicadas as mesmas
informações citadas anteriormente como: sexo, idade, raça/cor. Incluindo escolaridade (nível de
formação e instituição formadora), onde está localizado e que etapa de ensino para qual leciona.
Identificando as disciplinas que ministra e a função que exerce.
Referentes às turmas são coletadas, através do Censo Educacional, informações sobre os
tipos de atendimento realizados, como: escolarização, atividades complementares, classes
hospitalares, unidade de atendimento socioeducativo, unidade prisional, atendimento educacional
especializado – AEE, Educação de Jovens e Adultos - EJA. Assim como horários de início e fim do
funcionamento dessas turmas, e ainda coleta dados, como etapas de escolarização e disciplinas, entre
outras informações.
Visite o link abaixo e tenha acesso aos formulários de coletas de dados do último Censo
Escolar. Estes formulários podem ser impressos, preenchidos e, em seguida, os dados devem ser
enviados pela internet.

Acesse:
http://portal.inep.gov.br/basica-censo/formularios-e-
cadernos-de-instrucoes

O Censo Educacional brasileiro é realizado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e


Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão vinculado ao Ministério da Educação, e é realizado com
a colaboração entre os Municípios, Estados e Governo Federal.
O Censo Educacional, tem como seu instrumento mais conhecido o Educacenso, que
veremos com mais detalhes a seguir. É realizado anualmente, tendo como data inicial oficial, definida
por Portaria Federal, sempre a última quarta feira do mês de maio, até 31 de agosto de cada ano.

21
Competência 02

Essas datas foram definidas, levando em consideração os calendários escolares, e as características


relacionadas à grandeza e diversidade brasileira.

2.2 Educacenso

O Educacenso é uma ferramenta digital, em que todo levantamento de dados é feito pela
internet, para a coleta de dados individualizados de cada estudante, professor, turma e escola do
Brasil, tanto das redes públicas municipais, estaduais e federais, quando da rede privada.
Através dos dados levantados pelo Educacenso é possível fazer um cálculo do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que veremos com mais detalhes logo adiante. E
também, fazer um planejamento da distribuição de recursos financeiros, voltados para alimentação
e transporte escolar, livros didáticos e material de uso individual, bancas, mochilas, cadernos e
fardamento, e de material coletivo, quadros para salas de aulas, equipamentos eletrônicos,
implantação de bibliotecas, dentre outros.
O Educacenso é o principal instrumento de levantamento de dados do sistema
educacional brasileiro, os dados coletados vão desde a infraestrutura das escolas, matrículas e
funções dos docentes até o rendimento escolar, mostra uma “radiografia” do sistema educacional e
serve para indicar caminhos para as políticas públicas da educação. Portanto, é de suma importância
o preenchimento correto dos dados do Educacenso, por parte dos responsáveis que fornecem as
informações.
Após o preenchimento dos dados no Educacenso, o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (INEP) verifica a consistência dos dados, publica as informações no Diário
Oficial da União, abre o sistema para verificação e correção dos dados por trinta dias após a
publicação.

Diário Oficial da União - é um dos veículos de comunicação


pelo qual a Imprensa Nacional tem de tornar público todo e
qualquer assunto acerca do âmbito federal. Hoje, o D.O.U. pode
ser acessado virtualmente pela internet e fisicamente pela
compra em bancas de jornais.

22
Competência 02

Numa segunda etapa, o Educacenso é reaberto, geralmente em fevereiro do ano


seguinte, para que seja realizada a coleta sobre a situação do estudante quanto ao rendimento, sobre
aprovação, reprovação ou abandono escolar.
Os resultados do Educacenso ficam à disposição de qualquer pessoa ou órgão
administrativo, podendo ser acessados pelas sinopses estatísticas ou pelos resumos técnicos, que
apresentam e interpretam a principais mudanças nas informações sobre o sistema educacional
brasileiro.

Sinopses estatísticas - As Sinopses Estatísticas da Educação Básica, até


2006, apresentam dados referentes a estabelecimento, matrícula,
função docente, movimento e rendimento escolar, para as diferentes
modalidades de ensino brasileiras: Ensino Regular (Educação Infantil e
Ensino Fundamental e Médio), Educação Especial e Educação de Jovens
e Adultos. Os dados estão distribuídos de acordo com as regiões
brasileiras e suas respectivas unidades da federação.
Resumos técnicos - Os resumos técnicos são instrumentos de
divulgação dos resultados do Censo Escolar da Educação Básica e
apresentam tabelas organizadas em etapas e modalidades de ensino.
Estes documentos apresentam as primeiras análises dos dados para a
divulgação do Censo Educacional, explorando as interpretações de
série histórica e dos resultados de políticas realizadas pelo Ministério
da Educação.

Visite a página do INEP e conheça um pouco mais sobre Educacenso. Observe quem são
os responsáveis pelo sistema e como funciona.

Acesse:
http://sitio.educacenso.inep.gov.br/

Desde 2007, a coleta de dados do Educacenso vem sendo realizada através da internet, o
que possibilitou a precisão das informações, que deixaram de ser agrupadas por escola e passaram a

23
Competência 02

ser individualizadas. Dessa forma, ao invés de ser só informada a quantidade de estudantes por
escola, passou-se a informar detalhes sobre cada estudante como nome completo, data de
nascimento, sexo, cor e raça, nome dos pais, local de nascimento, endereço residencial, necessidade
de atendimento escolar diferenciado, uso de transporte público, necessidade especial educacional e
rendimento escolar.
Da mesma forma, é possível coletar os dados sobre os docentes, em regência de classe
ou não, como também dados específicos sobre a escola: infraestrutura e modalidade de ensino.
Com a riqueza dos dados coletados é possível, aos governantes e ao público em geral, ter
um diagnóstico do sistema educacional brasileiro e por sua vez, estabelecer as políticas públicas
apropriadas e estudos para cada região do pais, município ou estado federado.
Para realizar um retrato mais fiel do Sistema Educacional, o governo utiliza, além do
Educacenso, os Indicadores Educacionais, que veremos com mais detalhes adiante.

2.3 Indicadores educacionais: ENEM - ENADE – SAEB – PROVA BRASIL – IDEB e o PNE

Agora veremos do que tratam os Indicadores Educacionais e alguns de seus instrumentos


como ENEM, Enade, Saeb, Prova Brasil, Ideb, dentre outros e o PNE.
A utilização de indicadores educacionais tem sido importante instrumento que possibilita
aos responsáveis que gerenciam as redes de ensino, em projetos e programas educacionais,
identificar situações que merecem mais atenção e coordenar as ações necessárias para solução dos
problemas. Os indicadores são caracterizados por quantitativos e qualitativos. Os indicadores
quantitativos são expressos em quantidade e percentuais, estatísticas em números, apresentados em
valores isolados, frutos de uma coleta e análise do instrumento de pesquisa. De nada adiantam, se
não for levada em consideração uma interpretação dos resultados, por meio de uma análise
qualitativa.
Os indicadores qualitativos, normalmente, expressam os sentimentos, pensamentos e as
práticas daqueles que atuam e gerenciam um processo de pesquisa ou de avaliação dos resultados.
Esses indicadores são responsáveis por uma interpretação por parte do pesquisador, levando em
consideração os dados obtidos e, a partir dos mesmos, favorecer decisões que promovam uma
melhor qualidade de vida, e possibilidades de trabalho em condições favoráveis e dignas para os
educadores.

24
Competência 02

Os indicadores educacionais, considerando os valores qualitativos, atentam não somente


ao desempenho dos estudantes, mas também ao contexto econômico e social onde os estudantes
estão inseridos. Esses indicadores são ferramentas essenciais para que os sistemas educacionais
sejam organizados de forma a garantir o acesso, a permanência e o processo do ensino e
aprendizagem dos estudantes de uma região ou mesmo de um país.
Os principais instrumentos utilizados para gerar os Indicadores Educacionais brasileiros,
são organizados e geridos pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira), já citado anteriormente. O INEP é um órgão federal subordinado ao Ministério da Educação,
criado em por lei federal (Lei nº 9.448, de 14 de março de 1997). O atual INEP surgiu do antigo
Instituto Nacional de Pedagogia, de 1937, modificado posteriormente para Instituto Nacional de
Estudos Pedagógicos, em 1938. O INEP é reconhecido como referência a partir de 1944, quando foi
criada a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP), revista que se tornou responsável pela
publicação e consulta das pesquisas realizadas.

Você poderá conhecer um pouco mais sobre a história do INEP,


através do link: www.infoescola.com/educacao/instituto-
nacional-de-estudos-e-pesquisas-educacionais-anisio-teixeira-
inep/

Você percebe quanto é importante o INEP para a educação brasileira?


Atualmente o INEP é responsável pelas principais avaliações do sistema educacional
brasileiro, em todos os níveis de escolarização.
Vamos estudar, a seguir, alguns desses instrumentos avaliativos, para melhor
compreendê-los.
1) ENEM - (EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO). Com o objetivo de avaliar o
desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica, o Ministério da Educação (MEC) criou, em
1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Considerado um expressivo indicador da educação
brasileira e uma das formas mais democráticas de ingresso no ensino superior, o Exame é
disponibilizado, anualmente, para alunos de escolas públicas e privadas de todo Brasil. Com mais de
seis milhões de inscrições por ano, o Enem é utilizado pelo governo para acompanhar a qualidade do
ensino no país e orientar a elaboração e implementação de políticas públicas na área de educação,

25
Competência 02

visando especificamente à melhoria do Ensino Médio no país. Para os estudantes, é um dos principais
instrumentos de acesso aos cursos superiores na maioria das Instituições do país.
2) ENADE - (EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES). O Enade tem como
objetivo avaliar o rendimento dos estudantes concluintes dos cursos de graduação, em relação aos
conteúdos programáticos, habilidades e competências adquiridas na sua formação profissional. Os
resultados do Enade são importantes para o cálculo dos indicadores de qualidade da educação
superior, que por sua vez são utilizados para determinar a qualidade dos cursos superiores e das
instituições de ensino superior no país.
3) SAEB - (SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA). Sistema de
avaliação da educação básica em nível nacional, foi aplicado pela primeira vez em 1990. Desde então,
é aplicado de dois em dois anos, avaliando uma amostra de rendimento escolar, através de testes de
matemática e de português dos estudantes matriculados nos 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e
dos 3º anos do Ensino Médio de escolas públicas e particulares, rurais e urbanas de todo o país. Além
dos dados obtidos através das avaliações, também são coletados dados socioeconômicos dos
estudantes, professores e diretores, e ainda, informações sobre as condições estruturais e recursos
financeiros das escolas consultadas. Por ser um instrumento realizado por amostra, não podem servir
de indicador por escola como acontece no Enade, visto anteriormente. O Saeb é composto por três
avaliações: Avaliação Nacional da Educação Básica – Aneb; Avaliação Nacional do Rendimento Escolar
– Anresc (mais conhecida por PROVA BRASIL) e Avaliação Nacional da Alfabetização – ANA. Esta
última, voltada para as unidades escolares e estudantes matriculados nos terceiros anos do Ensino
Fundamental, com o intuito de detectar como anda o processo de alfabetização.
4) PROVA BRASIL - (SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA). A Prova
Brasil, parte integrante do SAEB, foi criada em 2005, pelo Ministério da Educação. Recebe destaque
aqui, pois a Prova Brasil fornece as médias de desempenho por escola participante, município, estado
da federação e por região. Esses dados são fundamentais para os estudos do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB.
5) IDEB - (ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA). Criado em 2007, é um
indicador de qualidade educacional que combina as informações coletadas através do Saeb e Prova
Brasil com informações sobre rendimentos escolares coletadas no Educacenso, permitindo o
monitoramento do sistema de educação básica, possibilitando detectar escolas ou redes de ensino

26
Competência 02

cujo estudantes apresentem baixos rendimentos escolar e monitora a evolução destes mesmos
estudantes. Através do IDEB, é possível desenvolver políticas públicas para diminuir a defasagem dos
estudantes fora da faixa idade/série, do abandono e repetência. É um indicador fundamental para as
diretrizes do Plano Nacional de Educação – PNE.
6) PNE - (PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO). Não é um instrumento de avaliação, mas é
um documento que determina metas e estratégias para as políticas públicas educacionais. É o plano
que estuda propostas para a educação básica de qualidade, prevendo implantação de políticas ao
longo de cada dez anos para o país.
Todos estes instrumentos que visam melhorar a qualidade do sistema educacional
brasileiro são organizados e protegidos por leis que regulamentam o processo de levantamento dos
dados coletados pelo Censo Educacional e respectivamente, dos seus resultados, que veremos agora.

2.4 Legislação e documentos sobre o censo educacional

O conjunto de leis tratam da obrigatoriedade da declaração das informações, protege a


confidencialidade dos dados coletados e prevê a divulgação e a entrega dos resultados ao público e
instituições credenciadas. Também regem os documentos explicativos e instruções técnicas que são,
quando necessários, gerados a partir da análise dos resultados do Censo Educacional.
Faremos um breve resumo das principais leis e documentos que envolvem o processo do
Censo Educacional recente no Brasil, ano base 2015-2016:

Você poderá ler com mais detalhes sobre as Leis, Decretos e


Documentos, acessando, o link: http://portal.inep.gov.
br/basica-censo/legislacao-e-documentos

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação


brasileira – LDB. Determina o recenseamento da população em idade escolar para o Ensino
Fundamental, no seu artigo 5º, parágrafo 1º, Inciso I e no seu artigo 9º inciso V.
Decreto nº 6.425, de 04 de abril de 2008. Determina a realização do Censo Educacional
anual.
Portarias:

27
Competência 02

 Nº 264, de 26 de março de 2007.Institui o Dia Nacional do Censo Educacional da


Educação Básica como a última quarta-feira do mês de maio de cada ano.
 Nº 316, de 04 de abril de 2007.Regulamenta o Censo Escolar e a competência do INEP
como órgão responsável pelo processo.
 Nº 235, de 4 de agosto de 2011.Estabelece como serão validadas e publicadas as
informações fornecidas pelo Censo Educacional e define as atribuições de cada um no
processo.
 Nº 197, de 07 de março de 2014. (MEC). Dispõe sobre a obrigatoriedade das
instituições de educação Básica, de Educação Superior e de Educação Profissional e
Tecnológica a responder anualmente o Censo Educacional.
 Nº 148, de 04 de maio de 2015. (INEP). Estabelece o limite máximo de valores para os
Estados Federados, referente ao financiamento do Censo Educacional.
 Nº 196, de 26 de maio de 2015. (INEP). Estabelece as datas e os respectivos
responsáveis para as etapas das coletas dos dados do Censo Educacional do ano 2015.
 Nº 43, de 27 de janeiro de 2016. (INEP). Altera as datas relativas ao Decreto anterior.
 Nº 120, de 07 de março de 2016. (INEP). Estabelece as datas e os respectivos
responsáveis para as etapas das coletas dos dados do Censo Educacional do ano 2016.
 Nº 286, de 07 de junho de 2016. (INEP). Revoga a Portaria nº 120, de 07 de março de
2016, e estabelece novas datas para o Processo de 2016.
Documentos:
 Nota Técnica 03/2013 – Trata das ações realizadas com os dados coletados pelo Censo
Educacional para o cálculo das taxas de rendimento escolar.
 Nota Técnica 002/2009 – Dispõe sobre o sigilo das informações coletadas pelo Censo
Educacional.
 Nota Técnica Pesquisa de controle de qualidade do Censo da Educação Básica de
2011. – Dispõe sobre a metodologia utilizada na pesquisa e os principais resultados.

Você percebeu a diferença entre Leis, Decretos e Portarias? Explique como você
entendeu.
Já deu para perceber que Censo Educacional é um processo complexo de coletas de dados

28
Competência 02

e de muita seriedade para o sistema educacional brasileiro. Não é mesmo?


Então, vamos concluir esta semana, estudando um pouco mais sobre a importância dos
Censos Educacionais para o processo educacional brasileiro.
Boa semana de estudos!

2.5 Importância dos censos educacionais

Vamos analisar a seguinte afirmação do historiador Lourenço Filho, em comemoração aos


25 anos do INEP, publicado na Revista Brasileira de estudos Pedagógicos – RBEP, de 1962. No final de
seu relato, Lourenço Filho perguntou-se: “Até que ponto terão os trabalhos do INEP [...] concorrido
para o aperfeiçoamento e o alargamento do pensamento pedagógico brasileiro? ” Ele mesmo
respondeu que, com a documentação, a pesquisa e a divulgação pedagógica, o INEP contribuiu para
que a sociedade tomasse consciência dos seus principais problemas sociais e revelou as
consequências das políticas educacionais. Ainda na sua resposta, Lourenço Filho ressalta a autonomia
do INEP em relação aos políticos. Nesse sentido afirmou, com veemência, que o Instituto divulgava
os resultados de suas pesquisas sem a preocupação de agradar ou desagradar o poder estabelecido,
o que realmente importava seria a informação à sociedade. Com essa afirmação podemos destacar
que desde suas origens, as pesquisas educacionais no Brasil sempre tiveram o papel de mostrar um
“retrato” fiel do sistema educacional brasileiro.
Atualmente são cerca de 215 mil escolas, 51 milhões de estudantes e cerca de dois
milhões de docentes consultados anualmente, segundo fonte do INEP. Isso exige um esforço conjunto
dos dirigentes e diretores escolares sobre a importância no fornecimento dos dados solicitados.
O Censo Educacional brasileiro, vem passando por um processo de aperfeiçoamento para
que esse “retrato” seja apresentado cada vez mais fiel e de forma mais rápida para que se
forme a constituição da base das políticas públicas mais eficiente e em tempo hábil, orientando,
dessa forma, consequentemente a repartição dos recursos entre os estados e municípios, assim como
a implementação de programas organizados pelo governo Federal, como o Merenda Escolar, o
Programa do Livro Didático e do Dinheiro na Escola. Citando só alguns exemplos.
O Censo Educacional também é responsável em fornecer subsídios importantes para as
políticas públicas para a qualidade da educação. Quando são percebidos problemas como evasão
escolar, elevada taxas de reprovação e abandono escolar, faz-se necessário criar estratégias na

29
Competência 02

tentativa de combater estes problemas. Outra informação importante coletada pelo Censo
educacional está relacionada à qualificação dos docentes brasileiros.
A partir da análise dos dados coletados é possível verificar também, se os recursos
oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação – Fundeb, estão sendo aplicados de forma eficaz. O Fundeb foi criado para
administrar os recursos provenientes, quase na sua totalidade, de impostos e transferências dos
estados, Distrito federal e municípios. Independente da origem, todo recurso gerado é redistribuído
para aplicação exclusiva na educação básica.
Atualmente, o Censo Educacional é o principal instrumento existente para a coleta de
informações sobre a educação no Brasil e é o fator preponderante e norteador para as decisões das
políticas públicas relacionadas a educação. Ou seja, apesar de não ser muito conhecido pela maioria
da população, o Censo Educacional é um instrumento de fundamental importância, por apresentar
uma “radiografia” da educação nacional, e acompanhar a evolução deste sistema educacional
anualmente.
Como podemos perceber, o Censo Educacional é muito importante para ser encarado
apenas como mais uma rotina burocrática da escola. Dele depende a correta orientação das políticas
educacionais dos três níveis de governo e, em última instância, a melhoria da qualidade do ensino
público.
Vamos recapitular um pouco!

Assista ao vídeo a seguir e saiba um pouco mais sobre a


importância do Censo Educacional
www.youtube.com/watch?v=I2DpKK_mWJ4

Qual a finalidade de um Censo Educacional?


Concluímos esta semana, sabendo que através do Censo Educacional, é possível aos
governos federal, estadual e municipal dispor de informações que retratam a realidade do sistema
educacional brasileiro, e a partir destas informações gerir ações que diminuam as diferenças regionais
e socioeconômicas existentes num país da grandeza que é o Brasil. Redistribuindo os recursos

30
Competência 02

financeiros de forma mais igualitária entre os estados e municípios, podendo focar nas ações e
intervenções específicas de cada localidade.
O Censo Educacional ainda é pouco conhecido pela população no geral e até mesmo pelos
os que estão envolvidos no processo educacional, uma vez que os dados ainda estão restritos às
secretarias de educação e de seus gestores. Somente quando todos que estão envolvidos no processo
educacional conhecerem a realidade de suas unidades de ensino e a partir disso, passarem a articular
ações para que de fato as transformações aconteçam, somente assim será realmente possível saber
da importância do Censo Educacional como instrumento de transformação do sistema educacional
no qual estão inseridos.
O Censo Educacional ainda é visto por muitos, como instrumento de controle, por parte
dos governantes, meramente burocrático e fiscalizador. Não entendem a complexidade de um
recenciamento que abrange milhões de estudantes e docentes, milhares de unidade de ensino como:
creches, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, educação profissional e
modalidades de ensino como: Regular, Especial e Educação de Jovens e Adultos.
Recenciamento que busca identificar a população em idade escolar para educação básica,
e os jovens e adultos que a ela não tiveram acesso no período apropriado. Assim como, procura
identificar os avanços ou retrocessos do sistema educacional. E que a partir deste recenseamento é
possível estabelecer as estratégias de correção dos desequilíbrios regionais apresentados nos
resultados da educação nacional.
O acompanhamento dos resultados do Censo Educacional permite verificar se as
informações declaradas realmente representam a realidade do sistema educacional. A população
precisa entender e acompanhar a execução das políticas públicas, fazer parte das decisões e fiscalizar
a aplicação dos recursos, garantindo desta forma, que sejam realmente utilizados para os fins aos
quais são destinados.
É essencial que os envolvidos, gestores municipais, estaduais e federais, gestores de
unidades escolares, técnicos e conselhos escolares, acompanhem a realização do Censo Educacional,
se responsabilizando pelas informações declaradas e acompanhando os resultados obtidos.
Vamos refletir!
Para você. Qual a finalidade e importância de um Censo Educacional?

31
Competência 03

3.Competência 03 | Compreender a utilização do sistema de censo


educacional
Até agora estudamos sobre como são importantes os Sistema de Informações Gerencias,
o papel das tecnologias de informações no processamento de dados no sistema educacional, e vimos
também sobre os Censos Educacionais, como funcionam, seus principais instrumentos e quais as suas
finalidades.
A partir de agora, vamos compreender a utilização do Censo Educacional nas Políticas
Públicas, a Coleta de Dados e suas funcionalidades.
Vamos lá e bons estudos!
Estudamos na semana passada que através do Censo Educacional e dos seus Indicadores
é possível fazer um diagnóstico do Sistema Educacional. É, portanto, incontestável o valor dos
processos avaliativos como subsídios indispensáveis no monitoramento e acompanhamento das
reformas e das políticas educacionais. Através da coleta de dados e das avaliações institucionais, se
torna possível conhecer as características do percurso escolar dos alunos e quanto tempo levam em
média para concluir a escolaridade. Assim como conhecer os fatores que explicam as altas taxas de
repetência e evasão escolar. É possível compreender também a capacidade dos estudantes e que
padrões desejáveis deveriam ser atingidos para que esses mesmos estudantes desenvolvam as
competências e habilidades básicas, exigidas para o exercício de sua cidadania. Também, pode-se
observar o desempenho dos sistemas de ensino, seja no ensino básico e superior.
Não restam dúvidas que o aprimoramento dos mecanismos de avaliação de forma
articulada com os processos de reforma no campo educacional está claramente associado ao novo
papel assumido pela educação na formação do cidadão do próximo milênio. Os sistemas de ensino
são desafiados a responder às seguintes questões: como preparar este novo cidadão? Quais as
demandas da nossa sociedade em processos de mudanças tão acelerados como os que marcaram as
últimas décadas deste século? É cada vez mais evidente que a preparação de cidadãos competentes
para atuar de forma crítica e responsável na construção de uma sociedade mais justa, democrática e
desenvolvida, exige um perfil de qualificação em que o desenvolvimento das inteligências cognitiva,
emocional e afetiva será decisivo na formação das crianças e jovens para a sua plena inserção social
e no mundo do trabalho. É preciso, portanto, assegurar a esses estudantes uma formação ética e

32
Competência 03

solidária. É preciso ainda desenvolver sua capacidade de resolver problemas, selecionar e processar
informações com autonomia e raciocínio crítico. É preciso dar-lhes condições de utilizar os
conhecimentos adquiridos, para que tenham novas oportunidades num mundo cada vez mais
complexo e competitivo.
Foi com este objetivo que, ao destacar a educação como uma das suas prioridades, que o
governo brasileiro tratou de implementar, no período de 1995 a 1998, um consistente sistema de
informações educacionais, abrangendo todos os níveis de escolaridade. Implantou um sistema de
informações quantitativas e qualitativas que vem permitindo subsidiar as ações dos diferentes níveis
de governo, bem como indicar tendências que sinalizem as mudanças em curso.

Figura 5 – Charge Avanço da Ciência e da Tecnologia


Fonte: http://cometaseestrelas.blogspot.com.br/2014/02/a-biblioteca-publica-no- cenarioda.html
Descrição: a charge mostra o avanço do ser humano através de 7 imagens do ser humano, começando da
esquerda para a direita, numa graduação progressiva, com um ser humano semelhante a um macaco. Na segunda
imagem, o ser humano já aparece manuseando duas pedras. Na terceira imagem, o ser humano aparece em pé segurando
um pedaço de madeira com fogo. Na quarta imagem, o ser humano encontra-se vestido com pele de animais, conduzindo
uma lança e ao lado de uma pedra, contendo pinturas rupestres. Na quinta imagem o ser humano é representado por um
ser mais evoluído, conduzindo uma ferramenta usada para mexer com feno, carrega uma porção de trigo e veste roupas
de um trabalhador medieval e usa calçados da época. Na sexta imagem, o ser humano já se encontra na idade moderna,
vestido de macacão de operário, sapatos e conduzindo uma chave de boca. Na sétima e última imagem, o ser humano é
representado por um ser vestido de roupas modernas, calça, sapatos camisa e gravata. A imagem é de um ser humano,
porém ao invés da cabeça há um símbolo de @. O homem está voando e a mão se encontra ligada a um notebook acima
de si. humano.

A partir da charge mostrada é possível verificar que o avanço da ciência e da tecnologia


está intimamente ligado à busca constante de informação. Em todo o processo de evolução do
homem, as ferramentas por ele utilizadas foram de grande valia à produção e arquivamento de
pensamentos, sentimentos, ações e desenvolvimento. E em busca de soluções para que a informação
chegasse mais rápido ao seu destino, o homem inventa - e reinventa - soluções e tecnologias para
que estas informações transformem sua própria realidade.

33
Competência 03

O Sistema Integrado de Informações Educacionais (SIEd), gerenciado pelo Instituto


Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), é responsável pela disseminação dos resultados
do censo escolar, censo do ensino superior, censo do professor, avaliação da educação básica, exame
nacional de cursos, além de informações sobre o gasto e financiamento da educação, perfil dos
egressos do ensino médio e características socioeconômicas e culturais dos graduandos de nível
superior.
Antes do Sied, os indicadores educacionais estavam defasados. Em 1995, dirigir as
políticas governamentais na área educacional era um desafio tão grande quanto pilotar um navio no
meio do mar, sem dispor de nenhum instrumento a bordo para indicar a rota a ser seguida, pois não
havia informações atualizadas disponíveis. A falta de informações atualizadas não só comprometia a
tomada de decisões como causava enormes desperdícios na distribuição de recursos. Vários estados
tinham um sistema próprio de processamento de dados, sem uma padronização nacional das
informações e indicadores. Além disso, o Brasil não conseguia enviar dados consistentes às
organizações internacionais. No início de 1995, o último Censo concluído e publicado datava de 1989
e a última coleta concluída era de 1991. Os dados existentes tinham baixa confiabilidade e eram
insuficientes para o planejamento de ações destinadas a promover a evolução do sistema
educacional.
A implantação do Sied teve início em 1996 e agilizou a realização do Censo Escolar. As
Secretarias Estaduais de Educação foram informatizadas e interligadas ao Inep. Agora, as informações
do Censo são coletadas e divulgadas anualmente. O novo sistema passou a subsidiar, com dados
estatísticos atualizados, a elaboração, implementação e o monitoramento das políticas destinadas à
evolução do sistema educacional. O Sistema Integrado de Informações Educacionais foi desenvolvido
com o objetivo de: instrumentalizar o MEC para o desempenho de sua atividade de planejamento,
acompanhamento, avaliação e fomento do sistema educacional. Fornecer instrumentos gerenciais e
de apoio ao planejamento e à tomada de decisões, nos diferentes níveis do sistema educacional,
desde a direção da escola, passando pelas Secretarias Municipais e Estaduais de Educação, pelos
responsáveis pelas escolas públicas e até o MEC. Permitir uma análise do sistema educacional, no
âmbito nacional, regional, municipal, estadual, e também a comparação com outros países. Permitir
a divulgação e disseminação de informações educacionais, de forma ágil, às escolas, Secretarias

34
Competência 03

Municipais e Estaduais de Educação, aos educadores, aos responsáveis pela formulação de políticas
que influam no sistema educacional e consequentemente à sociedade em geral.
O Sied permite o cálculo de indicadores da situação educacional brasileira em seus
diversos aspectos, o que representa um inestimável apoio na formulação de políticas e na avaliação
de seus impactos. Através desses indicadores é possível aferir resultados do sistema de ensino nas
diversas regiões e estados brasileiros, compará-los e observar seu desenvolvimento.
A definição dos indicadores que serviriam para a coletas de informações apoiou-se em
questões apontadas por dirigentes, pesquisadores e formuladores de políticas educacionais, um
amplo leque de usuários e beneficiários dos produtos a serem obtidos com seu uso. Eis algumas
questões que nortearam a seleção dos indicadores:
 Qual a população atendida pelo sistema educacional?
 Como está o fluxo escolar dos alunos atendidos pelo sistema educacional:
 Quais as condições oferecidas pelo sistema educacional aos estudantes?
 O que esses estudantes aprendem?
 Quanto custa e como é financiado o sistema educacional?
 Em que contexto socioeconômico o sistema educacional está inserido?
Observe que oferecer respostas completas e precisas a essas perguntas não é fácil, pois
os indicadores, isolados, fornecem respostas parciais. O que se pode obter, por meio deles, são
tendências mais genéricas. A análise do conjunto de indicadores, entretanto, permite identificar os
principais gargalos dos sistemas de ensino e as disparidades regionais da educação brasileira,
facilitando a definição de políticas. As respostas expressas pelos indicadores variam tanto
geograficamente como ao longo do tempo. Essa dinâmica exige seu acompanhamento periódico, a
fim de que as variações geográficas e temporais sejam retratadas.
Convidamos você agora, a estudar um pouco sobre como o Censo Educacional contribui
para a formulação das políticas públicas na educação.

3.1 Censo e políticas públicas educacionais

Um sistema educacional eficaz é aquele em que os alunos aprendem, passam de ano e


concluem a educação básica. Esta é uma afirmação com que muitos vão concordar, entretanto, a
maioria dos sistemas educacionais, no Brasil, não cumpre essa missão.

35
Competência 03

Para verificar o cumprimento desse objetivo, são necessários indicadores de resultados


educacionais que permitam avaliar o que os alunos estão aprendendo, se estão sendo aprovados e
se estão concluindo a educação básica na idade adequada.
Em 1995, o Brasil criou um sistema de avaliação em larga escala que permitiu acompanhar
a evolução do desempenho dos alunos até os dias atuais. No mesmo ano, corrigiram-se os conceitos
de movimentação e fluxo escolar, adotando-se os conceitos corretos de taxa de aprovação e de
repetência. Por meio dos dados das avaliações e do Censo Educacional, pode-se também calcular o
percentual de alunos, por idade, que já terminaram os ensinos fundamental e médio.
Com esses instrumentos, o Brasil hoje está preparado para definir indicadores e metas de
qualidade, monitorá-las e instituir políticas públicas focadas no alcance dessas metas.
As políticas públicas que visam melhorar o sistema educacional precisam apoiar-se nos
diagnósticos já disponíveis para definir estratégias de intervenção e de monitoramento, capazes de
alterar os indicadores educacionais. É preciso que os alunos brasileiros frequentem e concluam uma
educação básica de qualidade. Para tal, é necessária a formulação de duas políticas amplas e
simultâneas: melhorar o fluxo escolar e o desempenho dos alunos.
Uma política de universalização da conclusão da educação básica precisa criar
mecanismos para diminuir as taxas de repetência e evasão e aumentar as de conclusão ao longo de
um período de tempo. Nesse sentido, devem ser definidas metas realistas, baseadas em indicadores
mensuráveis, que possam ser acompanhados para aferir a eficácia da política e eventual correção de
rumos.
No vídeo a seguir, você poderá conhecer algumas das principais metas do governo para o
PNE, assunto que veremos com detalhes mais adiante, porém já nos fornece subsídios para entender
como os Censos Educacionais contribuem para diagnosticar o sistema nacional de educação e
provocar mudanças no cenário.

www.youtube.com/watch?v=2ApylTle3Sw

36
Competência 03

O governo brasileiro estabeleceu também metas de conclusão para a educação básica:


entre essas, a meta que preconiza que 95% ou mais dos jovens brasileiros já devem ter concluído
o ensino fundamental aos 16 anos, admitindo-se apenas um ano de atraso, e que 90% ou mais dos
jovens aos 19 anos tenham terminado o ensino médio, também com no máximo um ano de atraso.
Para atingir as metas estabelecidas para o desenvolvimento do sistema educacional, o
governo se utiliza das “políticas públicas”, que Azevedo (2003, p. 38) definiu como “tudo o que um
governo faz e deixa de fazer, com todos os impactos de suas ações e de suas omissões”.
Porém, educação é um conceito muito amplo para se tratar das políticas educacionais.
Isso quer dizer que políticas educacionais é um foco mais específico do tratamento da educação, que
em geral se aplica às questões escolares. Em outras palavras, pode-se dizer que as políticas públicas
educacionais dizem respeito à educação escolar.
É importante fazer essa observação! Porque educação é algo que vai além do ambiente
escolar. Tudo o que se aprende socialmente na família, na igreja, na escola, no trabalho, na rua, no
teatro etc., resultado do ensino, da observação, da repetição, reprodução, inculcação, é educação.
Porém, a educação só é escolar quando ela for passível de delimitação por um sistema que é fruto de
políticas públicas. Nesse sistema, é imprescindível a existência de um ambiente próprio do fazer
educacional, que é a escola, que funciona como uma comunidade, articulando partes distintas de um
processo complexo: alunos, professores, servidores, pais, vizinhança e Estado. Portanto, políticas
públicas educacionais dizem respeito às decisões do governo que têm incidência no ambiente escolar
enquanto ambiente de ensino-aprendizagem.
Tais decisões envolvem questões como: construção de prédio, contratação de
profissionais, formação docente, carreira, valorização profissional, matriz curricular, gestão escolar,
dentre outras coisas.
Entende-se por políticas públicas educacionais aquelas que regulam e orientam os
sistemas de ensino, instituindo a educação escolar.
As decisões tomadas se baseiam em dados coletados sejam por meio do Educacenso ou
por meio dos Indicadores Educacionais, as avaliações. Portanto, quanto mais eficiente for realizada a
coleta de dados mais seguras e eficazes serão organizadas as políticas públicas.
Vamos ver como funciona a coleta de dados?

37
Competência 03

3.2 Coleta de dados educacionais

Já estudamos anteriormente o Educacenso. Sabemos que se trata de um sistema


eletrônico de coleta de informações educacionais, composto por um aplicativo web, que permite a
coleta, migração e alteração de dados educacionais das escolas em todo o território nacional, e por
um banco de dados relacional, que armazena de forma sistemática todas estas informações. Esse
sistema representa uma inovação, pois se trata de um banco de dados único, de base nacional,
alimentado por dados e informações que vêm diretamente das escolas, por meio da internet.
Constitui-se no mais completo cadastro de escolas, alunos e docentes do país. A construção de um
banco de dados com informações individualizadas amplia as possibilidades de comunicação com
outras bases de dados do governo federal. O novo desenho metodológico e a utilização de recursos
de tecnologia da informação permitiram ampliar a precisão e a fidedignidade dos dados do Censo
Educacional, o que possibilita realização de ajustes na política educacional e maior efetividade do
gasto público com a educação básica.

Figura 6 - Imagem sobre Coleta de Dados


Fonte: http://giphy.com/gifs/ market-santander-banco-q8yAavd AflI
Descrição: a figura é uma animação GIF que mostra o personagem Bart, filho do casal da Família Simpsons, da série de tv
americana, recolhendo um monte de papel de uma máquina chamada estoque, em inglês.

A figura acima é uma demonstração figurada do que seria um banco de dados de


informação de uma empresa ou escola. Imagine isso multiplicado por todas as escola brasileiras!
É de suma importância ressaltar que uma das fases mais importantes em uma pesquisa
é a da coleta de dados. Não importa se o tipo de pesquisa é qualitativa ou quantitativa. Qualquer
tipo de levantamento de dados para uma pesquisa deve ter o máximo de cuidado na hora de coletar
informações. Não adianta a metodologia de apuração de dados ser perfeita ou haver um bom

38
Competência 03

planejamento se na hora da coleta de dados houver algum tipo de distorção ou desinformação por
parte do informante. A parte da coleta de dados em uma pesquisa deve ser feita com rigor científico.
As pessoas que coletam e inserem as informações devem passar por um treinamento para se evitar
erros, que por sua vez irão interferir nos resultados. Quando o informante de uma pesquisa conhece
e compreende a importância da coleta de dados, sabendo quais são as metas da pesquisa, certamente
será mais criterioso no levantamento e inserção dos dados.
Toda pesquisa parte de uma necessidade, de um problema. No caso do Censo Escolar,
conhecer e organizar o sistema educacional brasileiro. E a coleta dos dados pode ser direta ou
indireta. A coleta é direta quando feita sobre elementos informativos de registro obrigatório
(nascimentos, casamentos e óbitos, importação e exportação de mercadorias), elementos
pertinentes aos prontuários dos alunos de uma escola ou, ainda, quando os dados são coletados pelo
próprio pesquisador através de inquéritos e questionários.
A coleta direta de dados pode ser classificada relativamente ao fator tempo em:
a) Contínua – quando feita continuamente, tal como a de nascimentos e óbitos e a de
frequência dos alunos às aulas.
b) Periódica – quando feita em intervalos constantes de tempo, como os censos e as
avaliações mensais dos alunos.
c) Ocasional – Quando feita extemporaneamente, a fim de atender a uma conjuntura ou
a uma emergência, como no caso de epidemias que assolam ou dizimam rebanhos inteiros.
A coleta se diz indireta quando é feita de deduções, a partir da coleta direta, realizada por
analogia, avaliações ou indícios, relacionados ao assunto em questão, quando é feita sobre elementos
já conhecidos. Podemos citar como exemplo: a questão da distorção idade e série.
O Censo Educacional é, portanto, uma pesquisa direta, contínua e periódica e utiliza-se
de formulários, pois esse é um método mais eficiente em pesquisa qualitativa, principalmente em
pesquisas de grande escala, como a que se propõem retratar a imagem da educação brasileira.
O formulário é um importante meio de comunicação, transmissão e registro de
informações, principalmente as baseadas em dados quantitativos. (OLIVEIRA, 2010, p. 307). A
necessidade dos formulários pode ser justificada em função de: Padronização nas comunicações;
armazenamento de dados e informações relativos ao histórico do sistema educacional; controle do
processo administrativo e exigências legais e governamentais, entre outros.

39
Competência 03

Destacamos ainda, que o formulário deve ser tratado com muita atenção, pois os sistemas
são apoiados por documentos cuja eficiência e eficácia dependem da clareza, do formato e do
conteúdo que, por sua vez, contribuem de forma fundamental ao bom funcionamento dos sistemas
e métodos administrativos. A criação e utilidade de um formulário é necessária sempre que o uso das
informações ocorrer depois do momento em que elas se tornam disponíveis e haja necessidade de
armazená-las para que não se percam no desenvolvimento do processo administrativo e sejam
consultadas sempre que necessário.
Os formulários usados no Censo Educacional apresentam todas as informações que serão
coletadas e disponibilizadas para os usuários do sistema. As informações declaradas nos formulários
do Censo Educacional devem ter como referência documentos que garantam a confiabilidade das
informações prestadas, tais como ficha de matrícula do aluno, diário de classe, livro de frequência,
histórico escolar, regimento escolar, documentos de enturmação de professores, projeto político-
pedagógico (PPP), entre outros. Isso possibilita que, a qualquer momento, as informações declaradas
ao Censo possam ser confirmadas pelo MEC, pelo INEP, pelos órgãos de controle, de
acompanhamento e de fiscalização e pelo Ministério Público, respondendo a escola administrativa,
civil e penalmente pela inclusão de informação inadequada, se comprovada a omissão ou
irresponsabilidade, fraude ou culpa, nos termos da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe
sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional.
No link a seguir, você terá acesso ao caderno de instruções para preenchimento, online
do Educacenso 2016. Mas não se preocupe, é só para você conhecer!

Acesse:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/educacenso/matri
cula_inicial/2016/documentos/caderno_de_instrucoes_2016.pdf

Você deve ter percebido que são muitas informações solicitadas. Porém, não são nada
absurdas, são informações vivenciadas diariamente no trabalho de secretaria escolar. Concentradas
num mesmo banco de dados.

40
Competência 03

O Decreto n° 6.425, de 4 de abril de 2008, que dispõe sobre a realização dos censos anuais
da educação, estabelece no art. 4º que o fornecimento das informações solicitadas no Censo Escolar
da educação básica é obrigatório para todas as escolas públicas e privadas.
Os diretores e dirigentes dos estabelecimentos de ensino são os responsáveis pelas
informações declaradas. A veracidade dessas informações é de responsabilidade solidária entre as
escolas e os gestores dos entes federados (estados e municípios), sendo estes últimos responsáveis
também pelo acompanhamento de todo o processo censitário no âmbito de sua esfera
administrativa.
Agora é o momento de compreendermos a funcionalidade dos Censos Educacionais.
Vamos lá?

3.3 Funcionalidade dos censos educacionais

Já sabemos que o Censo Educacional é uma pesquisa que tem como objetivo realizar um
amplo levantamento estatístico educacional no Brasil sobre as diferentes etapas e modalidades de
ensino da Educação Básica e da Educação Profissional. É uma ferramenta indispensável para que a
sociedade em geral e os diversos atores educacionais possam conhecer a situação da Educação do
país, dos estados, municípios e escolas.
O Censo Educacional é um levantamento de dados e informações da Educação Básica,
que são utilizados como referência para a formulação de políticas públicas e para a execução de
programas na área da Educação, incluindo os de transferência de recursos públicos, como merenda
e transporte escolar, distribuição de livros e uniformes, implantação de bibliotecas, instalação de
energia elétrica, Dinheiro Direto na Escola e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Entende-se como educação básica o que compreende a educação infantil, o ensino
fundamental e o ensino médio, e tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho
e em estudos posteriores, contribuindo para a redução das desigualdades sociais. Para tanto, é
fundamental que se considere os princípios da equidade e da valorização da diversidade, os direitos
humanos, a gestão democrática do ensino público, a garantia de padrão de qualidade, a
acessibilidade, a igualdade de condições para o acesso e permanência do educando na escola.

41
Competência 03

Pois bem, o Censo é o principal instrumento de coleta de informações da Educação Básica,


uma vez que abrange as suas diferentes etapas e modalidades: ensino regular (Educação Infantil e
Ensinos Fundamental e Médio), Educação Especial e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Com base em um amplo diagnóstico da educação nacional, através do Censo Educacional
e outros meios, torna-se possível a elaboração da proposta de Plano Nacional de Educação – PNE.
Reveja o vídeo sugerido anteriormente, se precisar. Para entender melhor sobre o PNE.
O Plano Nacional de Educação (PNE) determina diretrizes, metas e estratégias para a
política educacional dos próximos dez anos. O primeiro grupo são metas estruturantes para a garantia
do direito à educação básica com qualidade, e que, assim, promovam a garantia do acesso, à
universalização do ensino obrigatório, e à ampliação das oportunidades educacionais. Um segundo
grupo de metas diz respeito especificamente à redução das desigualdades e à valorização da
diversidade, caminhos imprescindíveis para a equidade. O terceiro bloco de metas trata da
valorização dos profissionais da educação, condição considerada estratégica para que as metas
anteriores sejam atingidas, e o quarto grupo de metas refere-se ao ensino superior.
A universalização da educação básica constitui uma das diretrizes do Plano Nacional de
Educação 2011-2020, consubstanciado no Projeto de Lei nº 8.035/2010, em tramitação no Congresso
Nacional. Nesse sentido, nos últimos anos, duas mudanças importantes foram introduzidas na
educação básica: a matrícula obrigatória no ensino fundamental a partir de 6 anos completos,
ampliando a duração do ensino fundamental para 9 anos; e a obrigatoriedade de matrícula e
frequência escolar dos 4 aos 17 anos de idade, introduzida pela Emenda Constitucional nº 59 de 2009,
que deverá estar implementada até 2016.
Existem diversas ações desenvolvidas pelo MEC com o objetivo de melhorar a qualidade
da educação, tais como: as que perpassam a aprendizagem do aluno, a valorização do profissional de
educação, a infraestrutura física e pedagógica da escola e o apoio aos estados e municípios federados.
Na última proposta do PNE foram fixadas vinte metas para até 2020, que estão em análise
no Congresso Nacional desde 2011. Algumas já em andamento.
 Meta 1 – 50% das crianças com até 3 anos na escola em 2020 e universalização do
atendimento dos 4 aos 17 anos até 2016;
 Meta 2 - Universalizar o ensino fundamental de 9 anos para a população de 6 a 14
anos;

42
Competência 03

 Meta 3 – Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para a população de 15 a 17


anos e elevar, até 2020, a taxa de matrícula no ensino médio para 85%;
 Meta 4 - Universalizar, para a população de quatro a 17 anos, o atendimento escolar
aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação na rede regular de ensino.
 Meta 5 - Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até os oito anos de idade, durante
os primeiros cinco anos de vigência do plano; no máximo, até os sete anos de idade, do sexto ao
nono ano de vigência do plano; e até o final dos seis anos de idade, a partir do décimo ano de
vigência do plano.
 Meta 6 - Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas
públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.
 Meta 7 - Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades,
com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais
para o Ideb :

IDEB 2015 2017 2019 2021

Anos iniciais do Ensino Fundamental 5,2 5,5 5,7 6

Anos finais do Ensino Fundamental 4,7 5 5,2 5,5

Ensino Médio 4,3 4,7 5 5,2

Vamos abrir um destaque aqui, para comentar sobre o bom desempenho do Estado de
Pernambuco no último IDEB. Em 2015, apesar de 18 estados brasileiros terem aumentado seu índice
em relação a 2013, apenas Amazonas e Pernambuco conseguiram alcançar a meta estabelecida pelo
MEC, pulando da 4ª colocação em 2014, com índice esperado de 3,6 para 1º colocado com 3,9 em
2015.

Veja a matéria do Jornal do Commercio de Comunicação, no


link : http://noticias.ne10.uol.com.br/educacao/ noticia/2016/
09/09/pernambuco-lidera-ideb-e-aposta-em-colegios-tecnicos-
e-integrais-636423.php

43
Competência 03

 Meta 8 - Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar


no mínimo 12 anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo,
da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre
negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE.).
 Meta 9 - Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5%
até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a
taxa de analfabetismo funcional.
 Meta 10 - Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos,
na forma integrada à educação profissional, nos ensinos fundamental e médio.
 Meta 11 - Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio,
assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% de gratuidade na expansão de vagas.
 Meta 12 - Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa
líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta.
 Meta 13 - Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres
e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para
75%, sendo, do total, no mínimo, 35% de doutores.
 Meta 14 - Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto
sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
 Meta 15 - Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito
Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência do PNE, política nacional de formação dos
profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do art. 61 da Lei nº 9.394/1996,
assegurando-lhes a devida formação inicial, nos termos da legislação, e formação continuada em nível
superior de graduação e pós-graduação, gratuita e na respectiva área de atuação.
 Meta 16 - Formar, até o último ano de vigência do PNE, 50% dos professores que atuam
na educação básica em curso de pós-graduação stricto ou lato sensu em sua área de atuação, e
garantir que os profissionais da educação básica tenham acesso à formação continuada,
considerando as necessidades e contextos dos vários sistemas de ensino.

44
Competência 03

 Meta 17 - Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação


básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade
equivalente, até o final do sexto ano de vigência do PNE.
 Meta 18 - Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os
profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de
carreira dos profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional
profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
 Meta 19 - Garantir, em leis específicas aprovadas no âmbito da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios, a efetivação da gestão democrática na educação básica e superior
pública, informada pela prevalência de decisões colegiadas nos órgãos dos sistemas de ensino e nas
instituições de educação, e forma de acesso às funções de direção que conjuguem mérito e
desempenho à participação das comunidades escolar e acadêmica, observada a autonomia
federativa e das universidades.
 Meta 20 - Ampliar o investimento público em educação de forma a atingir, no mínimo,
o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no quinto ano de vigência desta Lei e, no
mínimo, o equivalente a 10% do PIB no final do decênio.
Importante ressaltar que para a fixação destas metas foram considerados os indicadores
vivenciados e nos Censos realizados em vários anos e que estas metas não passam de
recomendações, sem caráter compulsório, uma vez que não existem sanções pelo descumprimento
das mesmas.
Observamos que elaborar um plano de educação no Brasil, hoje, implica assumir
compromissos com o esforço contínuo de eliminação de desigualdades que são históricas no País. Há
metas estruturantes para a garantia do direito à educação básica [gratuita] com qualidade, que dizem
respeito ao acesso à universalização da alfabetização e à ampliação da escolaridade e das
oportunidades educacionais; há também para a redução das desigualdades e à valorização da
diversidade, metas que tratam da valorização dos profissionais da educação e sobre o ensino
superior.
A partir da análise dos Dados do Censo Educacional, observa-se o crescimento expressivo
em relação às matrículas de alunos com deficiência na educação básica regular. Estatísticas indicam
que no ano de 2014, 698.768 estudantes especiais estavam matriculados em classes comuns. Em

45
Competência 03

1998, cerca de 200 mil pessoas estavam matriculadas na educação básica, sendo apenas 13% em
classes comuns. Em 2014, eram quase 900 mil matrículas e 79% delas em turmas comuns.
Os Dados revelam que também houve um aumento de 198% no número de professores
com formação em educação especial. Em 2003, eram 3.691 docentes com esse tipo de especialização.
Em 2014, esse número chegou a 97.459.
Os Censos também apontam desigualdades regionais e entre etapas de ensino. O total de
escolas públicas brasileiras com todos os itens de infraestrutura adequada previstos no Plano
Nacional de Educação (PNE) avançou pouco mais de um ponto percentual desde 2009 até 2013: de
3,06% para 4,2%. O item que mais cresceu, isoladamente, foi o da banda larga (14,6 %.), chegando a
40% dos estabelecimentos em 2013, cobertura maior que a rede de esgoto sanitário, presente em
35,78% das escolas.
As desigualdades de infraestrutura ainda são discrepantes entre as etapas do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio. De acordo com os dados apurados, 4,40% das 118.914 escolas de
Ensino Fundamental públicas contam com todos os itens de infraestrutura previstos no PNE. Já no
Ensino Médio esse percentual é de 22,4% de um total de 19.400 escolas. Em ambas, o item que mais
cresceu foi também a banda larga: 13,28 e 9,81 %, respectivamente.
Como você vê, ainda há muito o que mudar!
A seguir, vamos compreender o poder da informação e sua influência no sistema
educacional.
Boa semana de estudos!

46
Competência 04

4.Competência 04 | Compreender o Sistema de Informação da Educação

Muito antes do surgimento do computador, os sistemas de informações já se baseavam


em técnicas de registros, o qual os dados eram catalogados, organizados e arquivados com a
finalidade da recuperação de informações, atribuições estas designadas e encontradas na figura do
“arquivista”. Aparentemente simples; este método exigia um grande esforço humano para manter os
dados atualizados e organizados bem como para recuperá-los. Isso sem mencionar no grau de
dificuldade para efetuar o cruzamento de dados e análises das informações (BELLOTTO, 2004).
O advento da tecnologia propiciou que os esforços físicos fossem substituídos por
softwares específicos capazes de extrair dados, transformando-os em conhecimento e estes em
informações. A partir desta nova era do conhecimento, a informação começou a fluir com uma
velocidade muito superior aos controles físicos, derivando–se a novas formas de controlar, organizar,
armazenar e disponibilizar informações para a tomada de decisões.
Define-se, então, sistema de informação (S.I.) como todo recurso utilizado para prover
informações e processamentos de dados, destinados para qualquer que seja o uso feito dessa
informação, com a finalidade de atender a um dado objetivo no âmbito organizacional.
A finalidade principal de um sistema de informação é a de ajudar a organização a atingir
seus objetivos, proporcionando aos administradores uma visão de como controlar, organizar e
planejar com eficiência e eficácia monitorando o planejamento estratégico e consequentemente
melhorando os resultados.
De modo geral, as Informações compõem um dos maiores e mais valiosos ativos da
empresa ou instituição. Nesse sentido, Cassaro (2003) afirma que a empresa ou instituição que possui
um sistema de informação e que mantém o seu pessoal motivado a utilizar essas informações será
mais dinâmica, agressiva e atuante, uma vez que as decisões tomadas serão mais acertadas.
O uso adequado do sistema de informação proporciona uma combinação estruturada de
informações, recursos humanos, tecnologia de informação e práticas de trabalho organizadas de
forma a permitir o melhor atendimento dos objetivos da organização. As vantagens proporcionadas
pelo S.I. consistem na otimização das operações e em maior competitividade.
Assim, o propósito de um sistema de informação é coletar, armazenar e difundir
informações legitimadas do ambiente de operações, com a finalidade de apoiar funções

47
Competência 04

organizacionais proporcionando, integração, coordenação, controle, análise, acompanhamento,


comunicação e visualização do ambiente que os cercam, transformando dados crus em informações
úteis para a tomada de decisões, contribuindo para as empresas e instituições administrarem seu
patrimônio de conhecimento.
A adoção de sistema de informação a serviço da educação põe fim aos vários controles
paralelos na organização, que normalmente funcionam de forma isolada em vários programas
isolados, tipo “ilhas”. Nos dias atuais, argumenta-se que é impensável que uma organização funcione
sem uso de um bom software de gestão integrado.
Percebe-se ainda, que são adversas as opiniões frente à importância de um sistema de
gestão integrado nos processos de qualquer organização, independentemente da sua dimensão.
Porém há uma unanimidade em dizer que a informação de qualidade é o bem mais precioso dentro
do ambiente organizacional e que os softwares de gestão são imprescindíveis para obtenção das
mesmas. Porém, fica evidente que ambos, separados ou juntos não proporcionam à organização uma
adequada direção.
É de extrema importância que os administradores para terem sucesso nos seus
empreendimentos, vislumbrem que precisam, além dos elementos mencionados acima, de uma
equipe de colaboradores motivados, treinados e capacitados para utilizar a ferramenta de gestão,
inserindo dados no sistema, retirando informações concisas do software, transformando-as em
conhecimentos específicos, no tempo ideal para subsidiarem a tomada de decisões e atingir os
objetivos planejados.
Salientamos, mais uma vez de que não adianta termos o melhor sistema de informática,
se seus usuários não compreendem sua importância.
Vamos, agora, conhecer o Sistema de Informação da educação de Pernambuco e
entender sua funcionalidade.

4.1 Sistema de Informações da Educação de Pernambuco (SIEPE)

Vivemos num mundo que, desde a década de 1990, presencia uma grande revolução
tecnológica, em que as instituições se veem diante do desafio de integração ao mundo do
conhecimento e da informação, para que o trabalho seja facilitado por meio de dados precisos e que
permitam ações mais rápidas. Com isso, é cada vez mais intensa a inserção de sistemas de

48
Competência 04

informações nos ambientes de trabalho, com vistas a auxiliar na atividade de gestão. Esse fenômeno
não é diferente na área educacional, em que as Tecnologias de Informação e Comunicação assumiram
grande importância. Essa mudança possibilitou aos gestores condições de transformar inúmeros
arquivos de papel em um banco de dados no computador constituídos em tempo real, permitindo,
assim, um gerenciamento preciso, inovador, prático e eficaz, que permeia a organização e gestão das
áreas pedagógicas e administrativas dos estabelecimentos de ensino.
Em busca por essa inovação, a Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE-PE)
implantou, em 2009, um sistema próprio de informações da rede pública estadual de educação, o
Sistema de Informações da Educação de Pernambuco (SIEPE). Desenvolvido com a finalidade de
cadastrar, monitorar e avaliar em tempo real os dados, situações, indicadores e resultados gerenciais
e operacionais da educação em Pernambuco, o sistema oferece às Gerências Regionais (GREs) e
escolas o cadastro, a manutenção e a consulta aos dados da rede física, do sistema de ensino, dos
alunos e dos servidores da rede.
Dessa forma, o SIEPE disponibiliza informações em tempo real, constituindo-se como uma
ferramenta de gestão e aporte pedagógico. É disponibilizado via internet, integrando, em um único
portal, o ambiente de Gestão da Rede de Ensino e Pedagógico, reunindo, assim, funcionalidades
que subsidiam o trabalho pedagógico e administrativo em três âmbitos: Secretaria de Educação,
Gerências Regionais e Escolas.
O objetivo do sistema é democratizar o acesso aos dados administrativos e acadêmicos
das unidades escolares, propiciando uma maior interação entre a Secretaria de Educação, as
Gerências Regionais de Educação, as unidades escolares e a comunidade. Por meio desse desenho, o
sistema disponibiliza informações em tempo real, de maneira rápida, confiável e eficaz, tornando-se
um apoio ao trabalho da gestão escolar.
Em síntese, o Portal SIEPE procura “promover a participação, a interação e a colaboração
entre educadores, alunos e familiares com as diversas comunidades educacionais conectadas pela
Web” (SIEPE, 2013).
Na educação, o grande desafio é fazer com que os dados educacionais sejam convertidos
em informações úteis para se elaborar e implementar políticas públicas, além de produzir um
diagnóstico amplo e de maneira integrada sobre a qualidade e as necessidades da educação, tanto
em nível nacional, quanto das especificidades dos estados e municípios. O atual cenário da gestão

49
Competência 04

pública, além dos avanços tecnológicos, também está marcado pela necessidade da busca por meios
de gestão mais eficientes e eficazes, capazes de mostrar resultados aos cidadãos.
O SIEPE é disponibilizado em ambiente totalmente web, integrando, em um único espaço,
dois ambientes: Gestão da Rede de Ensino e Ambiente Pedagógico ou Portal Colaborativo. Reúne
funcionalidades que subsidiam o trabalho pedagógico e administrativo nos âmbitos da Secretaria de
Educação, das Gerências Regionais e das escolas. Além disso, utiliza a internet como ferramenta para
inserção de dados educacionais dos alunos e professores a cada final de bimestre, sendo esse
acompanhamento baseado em dados atualizados a partir de cada unidade escolar.
Oferece um ambiente pedagógico e possibilita vantagens de acompanhar o
comportamento de alguns indicadores educacionais como frequência dos alunos e professores, notas
bimestrais, conteúdos trabalhados, número de aulas dadas e previstas, quadros de horário de aulas
e detalhamento dos motivos de faltas dos professores. Para assegurar o cumprimento das metas
de melhoria da qualidade da educação estabelecidas pelo governo, no estado de Pernambuco, foi
instituído o Pacto Pela Educação, uma política pública educacional que tem como objetivo promover
uma educação voltada para equidade, em que a qualidade seja oferecida para todos, com foco na
qualificação profissional e na melhoria do ensino, da aprendizagem e dos ambientes pedagógicos.
O SIEPE foi implantado por meio da Portaria SE nº 4636, de 5 de julho de 2011, para
atender à necessidade de um sistema com acompanhamento da realidade das escolas em tempo real,
permitindo o acesso de todos os públicos às informações. Para isso, foi constituído um comitê,
responsável pela sua implantação e seu funcionamento. Composto por alguns servidores da SEE o
comitê foi responsável pelo planejamento, acompanhamento e deliberação das ações a serem
desenvolvidas; pela realização de reuniões semanais e compartilhamento das decisões tomadas; pela
execução imediata da implantação e alimentação contínua e gradativa. No início, algumas escolas
foram integradas ao sistema e, posteriormente, todas as escolas estaduais e Gerências Regionais de
Educação e a Secretaria de Educação foram conectadas e passaram a interagir no ambiente.
O SIEPE possibilita o acompanhamento de indicadores como rede física, equipamentos,
mobiliários, cumprimento do calendário letivo e do currículo escolar, boletim pedagógico e
rendimento das escolas. Dessa forma, visa permitir maior agilidade da SEE-PE, das Gerências
Regionais de Ensino (GREs) e da própria escola em atender às demandas e solucionar os problemas
detectados. Outra questão importante de ser exposta é com relação à matrícula do aluno: como o

50
Competência 04

sistema disponibiliza todos os documentos referentes à sua vida educacional, se, por algum motivo,
ele for transferido para outra escola da rede pública de Pernambuco, independentemente da
localidade, o cadastro de matrícula é fornecido pelo sistema, assim como, notas e frequência.
O SIEPE atualmente é o principal instrumento de coleta de dados do sistema educacional
de Pernambuco, e sua base de dados já se integra ao Censo Educacional Brasileiro, não precisando
que os gestores e informantes nas escolas tenham que inserir dados em ambas plataformas. A base
de dados do SIEPE, também “ alimenta” a base de dados do Grande Recife Consócio de Transporte,
empresa responsável por administrar o sistema de transportes públicos da capital pernambucana, e
da emissão da carteira estudantil e do Passe Livre.

Passe Livre
O Governo do Estado de Pernambuco concedeu aos estudantes
da Rede Pública Estadual de Ensino da Região Metropolitana do
Recife (RMR) e aos cotistas da Universidade de Pernambuco
(UPE), mais um benefício, o Passe Livre. O cartão garante
passagem gratuita aos alunos, que devem estar regularmente
matriculados e com frequência comprovada.

Para se compreender melhor o panorama da educação pública estadual de Pernambuco,


e o papel do SIEPE neste panorama, cabe ressaltar que, em 2005, o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB) do Estado apresentava resultados que apontavam para o mais baixo índice
de desempenho dentre os estados brasileiros, nos anos finais do Ensino Fundamental. A partir desse
diagnóstico, a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco definiu objetivos para a rede
estadual, tais como: visão estratégica, missão e valores atrelados aos objetivos e às metas prioritárias
para a educação.
Conforme os resultados do IDEB de 2005, apresentados pelo Ministério da Educação
(MEC) e pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco (SEEPE), no Ensino Fundamental nos
anos iniciais (3,1) e anos finais (2,4), apontaram os baixos índices em relação ao IDEB do Brasil (3,8) e
(3,5) respectivamente. No entanto, em relação ao Ensino Médio o resultado de Pernambuco
ultrapassou o índice nacional.
A SEEPE, diante desses resultados negativos para o Ensino Fundamental estabeleceu

51
Competência 04

metas elevadas para o Estado, propondo um grande desafio. Em relação às metas estabelecidas para
2021, o MEC definiu para Pernambuco nos anos iniciais do Ensino Fundamental o índice de 5,4 e anos
finais 4,5. Para o Ensino Médio foi definido o índice de 4,5. Porém, o Governo de Pernambuco
estabeleceu meta própria mais ambiciosa, de 6,0 para todos os níveis de ensino.
Diante desse quadro, houve a necessidade de serem tomadas algumas decisões, entre
elas a implantação de um programa de monitoramento pedagógico da rede estadual que
envolvesse os diversos segmentos: SEEPE, GREs e escolas. Para realizar essa ação, percebeu-se a
necessidade de uma tecnologia aplicada à educação que contribuísse com as novas demandas
educacionais, garantindo uma educação de qualidade, para o pleno exercício de cada cidadão, bem
como para o desenvolvimento do estudante.
Em atendimento às necessidades requeridas para implantação do sistema, foram
sancionadas algumas leis no âmbito do Sistema Estadual de Educação, como a Lei de
Responsabilidade Educacional do Estado de Pernambuco, Lei nº 13.273, sancionada em 5 de julho
2007 e Lei nº 15.362 de 2 de setembro de 2014, que introduz alterações na Lei nº 13.273, de 5 de
julho de 2007. O artigo 1º das referidas Leis estabelece que: “O Secretário de Educação apresentará
na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, relatório anual, contendo os indicadores
educacionais até 120 (cento e vinte dias) dias após o término de cada ano letivo” (LEGISPE, 2007). No
Artigo 2º, as Leis tratam dos Indicadores educacionais aos quais se refere o Artigo 1º, sendo eles: I
Alfabetização; II Matrícula e Evasão Escolar; III Taxa de distorção idade série; IV Docentes; V
Programas; VI Tempo de Estudo; VII Rendimento Escolar e VII Infraestrutura (LEGISPE, 2007).
A partir dos resultados do IDEB, que apontavam baixos índices para Pernambuco, o
Governo do Estado, por meio da SEEPE, seguindo o modelo do IDEB, criou o Índice de
Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (IDEPE). Com o IDEPE, metas por escola foram
estabelecidas em consonância com a realidade específica de cada uma. Foi instituído também o
Bônus de Desempenho Educacional (BDE), como um estímulo para as escolas alcançarem as metas
estabelecidas.
O SIEPE, desde de sua implantação já sofreu diversos ajustes e hoje, pode-se dizer que
falta muito para ser um sistema completo, porém já atende as principais necessidades de informação
às escolas, GREs e Secretaria de Educação.

52
Competência 04

4.2 Sistema Integrado de Gestão Educacional

Assim como o SIEPE para Pernambuco, existem vários outros sistemas adotados nos
diversos estados e municípios, que seriam somente mais um sistema, se não houver integração com
um sistema nacional, integrado.
Já falamos aqui, que a organização tradicional, hierárquica e fechada se encontra com
sérios problemas. Novos e complexos desafios são impostos pela sociedade e questionam as teorias
administrativas, fazendo com que elas adaptem ou modifiquem por completo suas abordagens para
continuarem úteis e aplicáveis. Nesse início de século XXI, devido à rapidez com que as inovações na
tecnologia e nos meios de comunicação têm sido introduzidas na sociedade, torna-se necessário que
as organizações, públicas ou privadas, estejam voltadas para a construção do conhecimento com base
na informação. O maior desafio será transformar informações em ações focadas diretamente nos
resultados, tanto para as instituições como para a sociedade.
As instituições de educação também passam por profundas mudanças. A utilização da
informática no âmbito educacional encontra-se, atualmente, em crescimento progressivo. A arte de
ensinar e de aprender, nos dias de hoje, não se limita mais ao trabalho realizado dentro da sala de
aula. Há um vasto leque de recursos que as tecnologias oferecem e que deve ser vivenciado pela
comunidade escolar. Ter acesso a informações, comunicar-se e trocar experiências a grandes
distâncias de forma rápida, pesquisar e buscar soluções cada vez mais atuais e eficientes para os
problemas, conhecer o mundo em que vivemos sem a necessidade de deslocamento físico e,
sobretudo, desenvolver novos níveis de convivência dento e fora da escola são alguns dos recursos
hoje disponíveis com o avanço da tecnologia da informação e da comunicação. A criação e a
propagação de novos conhecimentos nunca foram tão estimuladas. Para PENIN (2001), hoje o
conhecimento circula em complexas redes, sendo veiculado não apenas através dos meios
tradicionais de comunicação (televisão, rádio, revista, jornal etc.) como também pelo computador e,
sobretudo, pela Internet. Segundo ela, “pensar a escola e sua função social nesse novo contexto
significa pensar também sua relação com esses equipamentos e meios de comunicação”.
Os sistemas educacionais e as escolas, como unidades sociais, são organismos vivos e
dinâmicos, e como tais devem ser compreendidos. Assim, ao se caracterizarem por uma rede de
relações entre os elementos que nelas interferem, direta ou indiretamente, sua direção
demanda um novo modelo de organização, que busque estabelecer uma orientação transformadora,

53
Competência 04

sempre na direção da justiça social. E é essa necessidade que a gestão educacional tenta responder,
estabelecendo a importância de se dirigir à organização de ensino não impositivamente, mas a partir
dela mesma, em sua relação integrada com a comunidade ao seu entorno. Essa nova consciência
sobre gestão – resultado do movimento social, associado à democratização das organizações – requer
a participação ativa de todos que atuam na sociedade para a tomada de decisão, o planejamento
participativo e a capacidade de resposta urgente aos problemas da existência e da funcionalidade das
organizações. Quando se fala em gestão educacional não se trata apenas de controlar recursos,
coordenar funcionários e assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula. Trata-se de um novo
modelo de administração totalmente integrado à esfera pedagógica. Nesse sentido, todas as ações
administrativas devem objetivar o produto final: a educação de qualidade. “O principal é ter uma
visão mais global, preocupando-se com os recursos, os processos, as pessoas, o currículo, a
metodologia, a disciplina, tudo de maneira interligada”. (MOREIRA (2004) lembra, ainda, que os
estabelecimentos de ensino, assim como as outras organizações, possuem objetivos específicos.
A escola, de todos os níveis, produz serviços de ensino. Sua atividade-fim é o ensino-
aprendizagem. No entanto, para que a atividade-fim de qualquer organização possa ser realizada com
eficiência, é necessário o desenvolvimento das atividades de outra natureza, que prestam apoio e
suporte à efetivação do objetivo último da organização. Estas são chamadas atividades-meio ou
atividades administrativas da instituição. Assim como as demais organizações, o sistema de ensino,
bem como as escolas individualmente, precisa ter uma estrutura de suporte administrativo que sirva
de sustentação e de apoio para o desenvolvimento de suas atividades-fim: o ensino e a aprendizagem.
Para o perfeito funcionamento do sistema de ensino, é essencial desenvolver com eficiência as ações
administrativas relacionadas ao planejamento, organização, execução, coordenação e controle das
áreas de pessoal, de material, de finanças, de publicidade, de sistemas de informação e outras mais.
Nesse contexto, nasce então a necessidade de propor novos caminhos para os novos modelos de
gestão educacional.
A integração de tecnologias ao processo educacional, como o computador e a Internet,
pode promover mudanças bastante expressivas na organização e no dia a dia da escola, bem como
na maneira como o ensino e aprendizagem se processam, tudo isso tendo por fim a Educação para a
Cidadania.

54
Competência 04

Figura 7 - Imagem sobre o Ensino de Qualidade


Fonte: www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/ educacao/img/0292.jpg
Descrição: a figura é formada por três jovens puxando uma estrutura formada por parte das palavras qualid e ensi

A figura anterior representa a busca dos jovens por uma qualidade de ensino. O que pode
ser visto também nas manifestações no Brasil atual. Veja um dos exemplos no link a seguir.

Acesse:
www.sinprodf.org.br/estudantes-fazem-anifestacao-reivindi
cando-escola-publica-de-qualidade/

Nesse momento histórico do Brasil, a Educação tem procurado desenvolver, nos seus
objetivos básicos, a socialização do conhecimento e a formação do ser cidadão. Desta feita, toda
inovação educativa deve se perguntar sobre como estabelecer sua contribuição no horizonte
de uma educação compromissada com a construção de um conhecimento e a formação de cidadãos
aptos a contribuírem para uma transformação social, através da afirmação da democracia e da justiça
social na nossa sociedade. Para o real desenvolvimento de um estado democrático, o acesso à
informação é essencial. Uma sociedade jamais será desenvolvida e justa se o conhecimento se
conservar sob o domínio de uns poucos. Portanto, é fundamental para a sociedade brasileira que as
pessoas saibam utilizar as tecnologias da informação e que, através delas, possam se comunicar,
resolver problemas e produzir conhecimento. E o ambiente ideal para idealizar um processo dessa
natureza é a escola, porta de entrada para a grande maioria da população ter acesso ao mundo do
saber.

55
Competência 04

Segundo PRATA (2002), é preciso considerar, nos dias de hoje, que ter acesso ou não à
informação pode gerar um elemento de discriminação nessa sociedade tecnológica que se organiza
e que interfere no nosso cotidiano – o analfabetismo digital. No entanto, essa questão pode ser
superada pelo desenvolvimento de habilidades, de competências e da obtenção e utilização de
informações por meio da própria tecnologia. Assim sendo, é preciso entender como as Tecnologias
da Informação e Comunicação – TIC se aplicam no contexto das organizações de ensino, sobretudo
nas escolas.
Não por acaso, a busca por sistemas de qualidade tem sido uma preocupação constante
das empresas. Na área governamental, os déficits de orçamento estão levando os governos a adiar
ou eliminar programas essenciais, inclusive nas áreas educacionais, em um momento em que a nação
brasileira tanto precisa deles. Segundo CARR & LITTMAN (1998) as organizações públicas usam
programas de qualidade para:
• economizar receitas, ao mesmo tempo, melhorar os serviços existentes;
• conquistar a administração do público, impressionado com a qualidade dos serviços; e
• acrescentar novos serviços exigidos pelo público e necessários a eles. Em um mundo
desenvolvido, onde a economia se internacionalizou e a tecnologia vem transformando a
vida das pessoas, a concorrência entre as empresas torna-se cada vez mais acirrada.
Esse processo trouxe pressões sobre as empresas, exigindo um aprimoramento das
habilidades gerenciais, novas formas de desenvolver seus processos, preocupação contínua com a
qualidade e o resultado, e orientação permanente para o cliente. Na área educacional, o gestor tem
a missão de identificar e articular os diferentes talentos, encontrados na escola e na sociedade, para
que objetivos e metas sejam alcançados, bem como de conscientizar toda a comunidade escolar para
a importância da contribuição individual e coletiva na qualidade do todo.
Novas propostas e modelos de gestão têm surgido desde 1990. A relação entre a Gestão
e a Tecnologia da Informação deu origem a novas formas de conduzir os processos nas empresas. A
cidadania passou a ser um referencial a ser perseguido e alcançado. A própria reforma administrativa
no setor público, em pauta nas votações do Congresso Nacional, aponta a necessidade de uma
administração mais leve, flexível e direcionada ao cidadão. O Estado se vê compelido a se
reestruturar. Os serviços públicos, ainda caracterizados pela fragilidade e pela inoperância, sofrem
forte pressão para melhorar suas condições de produção de informação, sob argumentos de

56
Competência 04

incremento da sua eficiência e transparência. A sociedade em geral, mantenedora que é de toda essa
estrutura, vem exigindo, como nunca, a prestação de um serviço público de qualidade, a utilização
eficiente dos recursos e a sua participação na definição das políticas públicas.
Assim como no mundo empresarial, na educação os sistemas de informação precisam
estar integrados para que sejam eficazes na formulação das políticas públicas no sistema nacional de
educação.
Já citamos o SIED anteriormente, quando falamos da utilização do sistema de censo
educacional.
Vamos estudar agora com a perspectiva de um sistema integrador de informações.

4.3 Sistema Integrado de Informações Educacionais (SIED)

Na tarefa diária do formulador de políticas públicas, ter informação atualizada, confiável


e disponível em tempo real é condição básica para garantir eficiência, eficácia e efetividade dos
produtos deste processo, sejam eles, programas ou projetos. A informação é aliada essencial para o
monitoramento e a avaliação das políticas conduzidas que, por sua vez, voltam a subsidiar o processo.
Não se pode dizer que o MEC não dispusesse de um sistema gerencial de informações até 1994, mas
com certeza, o sistema existente não cumpria suficientemente seu papel de apoio ao monitoramento
e controle gerencial das funções organizacionais, dos recursos ou outros.
O sistema de informações vigente até 1994 era centralizado, e no nosso caso, o sistema
de coleta de informações (Censos Escolares) tinha um modelo de gestão que, hoje vemos, estava
ultrapassado: o Censo era feito pelo MEC, que também contratava serviços de terceiros para a
digitação dos relatórios e a alimentação dos bancos de dados. Sem falar no incômodo gerado pela
dificuldade de acomodar os funcionários temporários no ambiente de trabalho da equipe do
Departamento de Estatísticas Educacionais, ter que cuidar dos questionários que vinham de todo o
Brasil era imprudente, além de muito dispendioso. Além disso, as únicas formas que existiam para a
divulgação dos resultados eram relatórios que deveriam ser anuais, mas que, efetivamente,
normalmente levavam muito mais tempo que isso para estarem prontos e disponíveis.
Além de ser extremamente caro, o processo ainda tinha diversas dificuldades: a falta de
local adequado para a digitação e o estoque dos questionários facilitava o extravio de documentos e
a digitação errada de informações.

57
Competência 04

Após 1994, o Ministério fez um esforço considerável para melhorar o fluxo


intraorganizacional de informações, modernizando a plataforma tecnológica, refazendo a arquitetura
dos sistemas e, como efeito, tornando o sistema mais voltado para fora, para o cliente. Desde 1995,
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP – passou a ser responsável pelas
informações e avaliações do sistema educacional, garantindo, assim, confiáveis informações,
estatísticas e sondagens sistemáticas sobre a realidade do ensino. Essa base de dados constitui hoje
uma importante ferramenta para um processo de avaliação permanente, tendo em vista as principais
diretrizes do MEC como órgão formulador da política educacional e responsável pela melhoria
contínua da educação.
Dessa forma, é possível continuamente o monitoramento dos produtos de curto, médio
e longo prazos do sistema educacional, bem como os seus efeitos sociais. Com essas informações, o
modelo segue duas vias: a via do controle do processo, permitindo ajustes ainda na implementação
e a via da comparação e controle dos planos, ao nos permitir comparar a situação atual com o passado
e com experiências internacionais, gerando padrões, indicadores e metas que constarão dos planos
educacionais, “fechando”, por assim dizer, o ciclo da política. O esforço feito pelo INEP diz respeito à
renovação e aperfeiçoamento do Censo Escolar anual, que agora é realizado e publicado antes do
final do ano escolar, cobrindo todas as informações básicas sobre as escolas de educação infantil e
do ensino fundamental e médio. Essas informações constituem hoje a base para a distribuição de
recursos fiscais entre estados e municípios (ao definir o coeficiente de distribuição de recursos do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério –
FUNDEF – para as redes estaduais e municipais de ensino), bem como para a implementação dos
programas da Merenda Escolar, Dinheiro Direto para a Escola, Livro Didático e material escolar,
informatização das escolas e atuações do programa Comunidade Solidária na área educacional, para
os municípios com os mais baixos indicadores de desempenho interno do sistema educacional.
As estatísticas básicas são produzidas a partir do Censo Escolar, realizado em todo o país,
agora de forma descentralizada, com a parceria das Secretarias Estaduais de Educação e do Distrito
Federal. O Censo abrange aproximadamente 256 mil escolas públicas e privadas, 47 milhões de alunos
no ensino pré-escolar e básico, e o Censo do ensino superior, que abrange 1030 instituições de ensino
superior com 1,6 milhões de alunos (Censo 2015).
Para que o processo de coleta, processamento e disseminação de informações fosse

58
Competência 04

efetivamente racionalizado, desenvolveu-se o Sistema Integrado de Informações Educacionais - SIEd.


Este sistema integra diversos subsistemas, entre os quais o Censo Escolar, que fornece informações
básicas sobre o ensino pré-escolar, fundamental, médio e educação de jovens e adultos.
Como suporte ao SIEd, o MEC vem desenvolvendo esforços no sentido de dotar as
Secretarias Estaduais de Educação, suas regionais e escolas de uma infra-estrutura que inclui recursos
tecnológicos, sistemas de informação e rede de comunicação de dados, permitindo desta forma
uma comunicação rápida dos órgãos estaduais com o MEC, INEP, FNDE e outros órgãos do Ministério.
Um outro ponto importante a se destacar são as inúmeras ações de treinamento voltadas para os
recursos humanos existentes nas secretarias estaduais, em conjunto com todo o processo de
informatização e suporte técnico para as áreas de produção de informações estatísticas nos estados.
Esses esforços desenvolvidos pelo INEP e pela instância diretamente responsável pelo
SIEd, o SEEC (Diretoria de Informações e Estatísticas Educacionais) vem ao encontro da necessidade
de se encontrar formas mais eficientes de atuação e distribuição de recursos: verifica-se que as
ineficiências estão mais relacionadas às formas inadequadas de distribuição e utilização dos recursos
destinados à educação que propriamente à sua escassez. Em grande parte, esta inadequação decorre
da precariedade dos mecanismos de informação e avaliação, que, atualmente, não fornecem os
subsídios necessários a uma atuação capaz de garantir a eficiência e a eficácia do sistema educacional.

Figura 8 - Engrenagem Mostrando Integração


Fonte: www.ipvc.pt/sites/default/files/sistema_integrado_ gestao_ini_0.jpg
Descrição: a figura é formada por dois bonecos empurrando três peças de engrenagem, sendo que cada boneco se
encontra nas extremidades esquerdas e direta da engrenagem. As três peças da engrenagem são de tamanhos diferentes,
porém se encaixam.

Na figura anterior, podemos ver que as peças da engrenagem, sendo de tamanhos


diferentes, possivelmente podem se encaixar e gerar uma estrutura movimentada por pessoas. Assim

59
Competência 04

como num sistema de informação, onde cada sistema independente, alimentado por informações
locais, podem se integrar ao um sistema nacional e movimentar o sistema educacional como um
todo.
O SIEd e Censo Escolar possuem atualmente abrangência nacional, isto é, em seu
desenho, seus componentes estarão integrados e distribuídos por todo o território nacional,
coletando e tratando dados e gerando informações nas esferas federal, estadual, municipal, privada
e nas associações e entidades. O levantamento é feito junto a todos os estabelecimentos de ensino,
das redes pública e particular, mediante o preenchimento de questionário padronizado, de caráter
compulsório, fixado pelo Decreto nº 73.177, de 20 de novembro de 1973. Para a mobilização da
sociedade e, em especial, da comunidade escolar, foi instituído, em 1995, por Portaria
Interministerial, o Dia Nacional do Censo Escolar, celebrado anualmente na última quarta-feira de
maio de cada ano.
Essas informações são agora coletadas e digitadas pelas Secretarias Estaduais, cabendo
ao INEP a tarefa de coordenar e centralizar em uma base de dados única todas as informações
disponíveis. Para garantir a confiabilidade das informações coletadas, anualmente se faz o Controle
de Qualidade do Censo Escolar, por um auditor externo, e a Auditoria do Censo, pela equipe interna.
Os esforços desenvolvidos permitiram, nesta última gestão, a atualização das informações estatísticas
que inicialmente encontravam-se disponíveis somente até o ano de 1989, e hoje encontram-se já
disponíveis as informações para o ano de 1997, como, também, a geração de um único cadastro para
as instituições de ensino do país nos seus diversos níveis e modalidades, permitindo desta forma
informações mais precisas sobre quantas e onde estão estas instituições, eliminado a sobreposição
de inúmeros cadastros existentes.
Um outro ponto que o INEP coloca como meta importante e está atualmente em fase de
execução, é a informatização dos processos inerentes a atuação das escolas. Para tal foi desenvolvido
o Sistema de Administração Escolar (SAE/MEC), que informatiza todas as funções existentes na
escola. É um sistema aberto, que permite sua configuração a partir das necessidades da escola. Este
sistema possui uma interface que transfere os dados necessários às Secretarias Estaduais e MEC de
forma automática para o SIED, racionalizando, assim, o processo de coleta de informações. Da mesma
forma, está sendo desenvolvido o módulo do SIED - Censo Escolar, a ser implantado nas unidades
regionais das secretarias estaduais e municipais de educação, permitindo assim, maior capilaridade

60
Competência 04

do sistema, o que muito contribuirá para melhorar o desempenho de todos os processos de produção
de informações estatísticas e redução de custo de coleta.
Sabemos que um sistema isolado, gera mais trabalho e informações ineficientes. Quando
integrados retratam uma imagem geral de um sistema educacional de um país.
O que veremos a seguir, será exatamente a busca de integrar um sistema nacional de
informação.

4.4 Sistema de Administração Escolar do MEC (SAEMEC)

As atividades desenvolvidas em uma secretaria de escola são, de forma geral, bastante


repetitivas e trabalhosas. Em vários levantamentos feitos pela equipe do MEC, foi constatado que a
mesma informação é trabalhada em diferentes documentos, sendo que o profissional que lida com
essas informações geralmente precisa copiá-las de um documento para outro, mudando apenas
alguns detalhes, fazendo isso várias vezes ao dia.
O Sistema de Administração Escolar é um sistema desenvolvido para o MEC, com o
objetivo de contribuir com a melhoria do ambiente de trabalho e aprendizado nas escolas, através de
um gerenciamento mais eficiente. A flexibilidade e parametrização do sistema permitem que ele se
adeque às necessidades individuais de escolas primárias e/ou secundárias, de qualquer rede de
ensino federal, estadual ou municipal.
É utilizado para informatizar a administração de uma escola ou de um conjunto de
escolas. Esse sistema armazena e manipula as informações das turmas e de cada aluno
individualmente, operando as matrículas, os boletins dos alunos, os diários de classe, entre muitas
outras atividades da escola. Produz ainda automaticamente os dados para o censo escolar do MEC.
É configurável, de forma a possibilitar alterações das grades curriculares que venham a
ser introduzidas na regulamentação da LDB. Está integrado com o ambiente Microsoft Office, de
forma a utilizar todos os recursos disponíveis de automação de escritórios, como por exemplo,
padrões para produção de cartas e relatórios, agendamento de reuniões e envio de mala direta.
Possui também mecanismos de importação e exportação de dados de todos os seus Módulos de
exportação de relatórios gerenciais.
O SAEMEC é constituído por 8 módulos: cinco módulos principais: Acadêmico, Financeiro,
Patrimônio, Pessoal, Materiais e Gerencial; dois módulos de configurações: da Escola e do MEC; além

61
Competência 04

de um utilitário de exportação e importação de dados. Os módulos são:


1) Configurações do MEC: nesse módulo são informadas as variáveis do MEC, como
códigos, nomes e descrições de campos que serão preenchidos durante a utilização do sistema e que
servirão também para efetuar as tabulações necessárias ao Censo MEC. Esses dados deverão vir
preenchidos pelo MEC e o usuário não poderá alterá-los.
2) Configurações da Escola: nesse módulo o usuário irá informar os dados da escola, como
endereço, tipos de dependência, etc. É nele também, que o usuário irá cadastrar os Cursos, Disciplinas
e todas as outras variáveis educacionais do sistema.
3) Financeiro: esse módulo servirá para a escola controlar suas contas de receita e
despesa, garantindo maior agilidade na obtenção de resultados. É BOM lembrar que o SAEMEC foi
desenvolvido para escolas públicas, por isso o seu módulo financeiro não é tão eficaz, mas com a
ajuda do SIFINESC, que é um banco de dados do Access, ele dá um bom suporte nesta área.
4) Materiais: outro módulo muito importante, funciona como um controle de estoque
para a escola controlar desde itens como merenda até materiais de uso geral como lápis, canetas,
etc.
5) Patrimônio: esse módulo serve para a escola cadastrar e controlar todos os bens
patrimoniais existentes na mesma.
6) Pessoal: nesse módulo será possível que a escola controle a frequência dos
funcionários, seus dados pessoais e funcionais.
7) Acadêmico: esse é o principal módulo do sistema, onde a escola poderá controlar toda
a vida acadêmica dos alunos da escola, aplicando avaliações, controlando frequência, emitindo
boletins, históricos e relatórios referentes a esse item.
8) Gerencial: é o módulo responsável pelas informações estatísticas que agrupa dados
dos outros módulos. Esse módulo apoia o diretor da escola no controle de desempenho dos alunos,
professores. Apoia também as outras atividades administrativas da escola.
Vale salientar que o SAEMEC é um software gratuito e não é de uso obrigatório, portanto
pouco usado ultimamente, substituído por sistemas e software mais completos, em cada estado ou
unidade escolar, como é o caso do SIEPE em Pernambuco.

62
Competência 05

5.Competência 05 | Entender as Funcionalidades do Sistema de


Informação da Educação
Entendemos como funcionam os sistemas de nossos celulares ou computadores, ou os
usamos intuitivamente? Pode até ser que não precisemos saber os seus funcionamentos. Porém na
educação, conhecer os sistemas de informação é primordial para o sucesso dos resultados, pois
conhecer e compreender, faz com as informações fornecidas sejam verdadeiras.
É notório que todos os indivíduos usam informações no dia a dia tanto na vida pessoal
quanto profissional. Muitas vezes, não nos damos conta que é necessário administrar essas
informações para maximizar a sua utilidade, pois ao sermos bombardeados diariamente com novas
informações, não é incomum termos dificuldade em filtrá-las e retê-las para uso posterior.
Para um melhor aproveitamento destas informações podemos utilizar algum sistema de
informação como, por exemplo, uma agenda, uma lista de endereços, um sistema simples baseado
em computador etc.
Acontece que, muitas vezes, o grau de importância das informações é elevado,
principalmente, quando nos referimos ao nível organizacional, e o processo de classificá-las e
interpretá-las requer maior rigor. Nesse caso, temos que recorrer a sistemas de informação mais
complexos, formais e geralmente computadorizados, que coletam, organizam, recuperam e
comunicam a informação.
Assim, sabemos que o desenvolvimento de novas tecnologias da informação tem
provocado grande impacto na sociedade em que vivemos. Atualmente, podemos afirmar que as
novas tecnologias da informação estão presentes em todos os tipos de empreendimentos,
independentemente de seu tamanho, e que sem elas é quase impossível administrar uma empresa
de forma competitiva no mercado. Portanto, no mundo dos negócios, a informação constitui-se num
elemento essencial e indispensável para a sua existência, e na educação não poderia ser diferente.
A informação é tudo na Gestão!
Todos confirmam e concordam com essa afirmação. No entanto, é unânime também o
conjunto de características necessárias para que esse fundamental "instrumento de trabalho"
realmente atenda as necessidades dos gestores: agilidade – disponível no tempo certo e
confiabilidade – coesa, correta. E além, precisa ser "certeira", isto é, ágil, confiável e para quem ela

63
Competência 05

realmente será útil.


A computação corporativa tem uma linha evolutiva particular, tendo como uma de suas
principais metas, possibilitar que a informação tenha esse conjunto de características, criando novos
e melhores instrumentos de apoio à tomada de decisão. Uma prova disso é a tecnologia, que otimiza
o tráfego de dados dentro da empresa ou instituição, minimiza a manipulação e como consequência,
assegura uma maior confiabilidade para as informações.
Apesar de sua recente popularização, o conceito dos sistemas integrados não é novidade,
ele sempre existiu, mesmo quando a informatização era um sonho distante, afinal, os Sistemas de
Informação não dependem de informática ou tecnologia para serem elaborados; eles dependem de
conhecimentos administrativos e operacionais. Houve uma época em que a informática era um
privilégio para poucos, os equipamentos eram muito caros, havia pouca disponibilidade de mão-de-
obra e sua instalação exigia grandes investimentos em infraestrutura. Mas os Sistemas de Informação
sempre existiram, de uma maneira ou outra, os dados eram processados e transformados em
informações, ainda que de uma forma muito mais trabalhosa.
A principal vantagem proporcionada pela tecnologia aos Sistemas de Informação é a
capacidade de processar um gigantesco número de dados simultaneamente, tornando a
disponibilização das informações demandadas, praticamente on-line. Mas de pouco adianta esse
potencial se os sistemas (rotinas, processos, métodos) não estiverem muito bem coordenados e
analisados. Informatizar sistemas ruins traz novos problemas e nenhuma solução, além de nublar as
possíveis causas dessas falhas. Essa situação infelizmente é bastante comum nas empresas, pois
existe uma grande confusão sobre análise de sistemas operacionais, corporativos e programação
desses sistemas.
A atribuição do desenvolvimento dos sistemas de Informação e sua análise, é uma tarefa
que cabe aos administradores, cabendo à área técnica, apenas a automatização da informatização
dos sistemas apresentados.
O computador não pensa, apenas realiza as tarefas que lhe são "ensinadas". Os
desenvolvimentos dos Sistemas de Informação, bem como sua análise, devem ser feitos de maneira
independente. Uma vez desenvolvidos os processos, resta apenas transmiti-los à máquina. A
eficiência dos sistemas não é medida pela informatização, mas pela qualidade e eficiência dos
métodos, assegurando a informação desejada, confiável e no tempo certo.

64
Competência 05

O filme A.I. Inteligência artificial, retrata a complicada relação entre o homem e suas
máquinas, discutindo inteligência, consciência e, em meio a tanta tecnologia, o que significa ser
humano e o limite das máquinas. Veja um breve do trecho do filme no link a seguir.

www.youtube.com/watch?v=lZ00ytAhSGI

Como podemos observar, por mais que as máquinas evoluam. O ser humano é o sujeito
do estudo social, portanto as informações estão a serviço desta deste estudo.
O entendimento dessa diferença (desenvolvimento de Sistema de Informação versus
Programação), proporciona a criação de processos e rotinas mais adequados, mais segurança, maior
controle, além de possibilitar à empresa, uma análise clara dos benefícios (ou não) que a
informatização pode trazer.
Os Sistemas de Informação são peça fundamental para as empresas, não apenas na
elaboração de relatórios, mas fazem parte de todos os departamentos e atividades da companhia,
desde o simples controle até a confecção de planos estratégicos complexos. Tudo que acontece,
todos processos,são regidos por um sistema, que pode ou não ser informatizado. Mais uma vez, deve
ser considerada a importância do administrador nesse processo, que é nada menos que vital para a
intuição.
Os Sistemas de Informação, conjunto de todos os componentes físicos e lógicos que
servem de suporte ao manuseamento da informação, entraram definitivamente na ordem do dia
devido aos indiscutíveis avanços da tecnologia que lhes dá suporte.
Apesar de encarados como assunto do mundo empresarial, a escola pode e deve abordar
este assunto como pertencente à sua área de influência, pois se existe organização que vive e
sobrevive sustentada em informação, é a escola. Todos os processos inerentes ao normal
funcionamento da escola suportam-se, fundamentalmente, na análise da informação disponível.
Esta, pode existir em abundância, mas na prática não adianta se não for de qualidade. Só com
informação de qualidade e disponibilizada em tempo útil, é que se pode garantir a eficiência e eficácia

65
Competência 05

de uma organização.
Atualmente, o recurso à tecnologia adequada é indissociável da realidade escolar. É
reconhecível que para se conseguir dispor de informação com qualidade, é indispensável fazer uso
de suportes tecnológicos, também adequados que permitam o seu fácil manuseamento e
consequente confiabilidade.
Não fazemos uma diminuição da importância do uso da tecnologia, mas antes de forma
abrangente e de suporte à decisão. Esta é da exclusiva competência e atribuição do elemento
humano, que é quem controla a máquina. É o fator chave da função de uma organização e tem que
se nortear em informação de qualidade, isto é, sem ruído.
Em qualquer organização existem três componentes que se interligam e dependem
mutuamente entre si. O componente material, o imaterial e o elemento humano. Como todos
interagem de forma aleatória, têm que ser levados em consideração, de forma equivalente, na gestão
da organização. O elemento humano é o componente material por razões que todos reconhecem e
são alvo de atenção especial, por parte de quem decide. Resta-nos o componente imaterial, ou seja,
a informação.
Se a Informação serve de alimento ao todo organizativo, então precisamos geri-la
também. Ou seja, se todos reconhecemos que o componente imaterial (dados, informação,
conhecimento), é tão ou mais importante que os restantes, devemos procurar formas de resolver
esta dificuldade de gerenciamento.
Recorrendo à abordagem dos Sistemas de Informação, estaremos mais próximos de
resolver uma boa parte do problema. No entanto, não nos devemos esquecer que qualquer tipo de
nova abordagem que se possa efetuar, terá que se suportar em larga medida, numa base tecnológica
robusta e eficiente que nos auxilie nesta tarefa de melhoria do funcionamento da organização escola.
A base tecnológica não pode ser encarada como a solução para todos os males da
organização escolar, mas antes como um passo de gigante para que possa vir a ser a solução num
futuro próximo, é através da tecnologia, com o seu uso racional e devidamente planejado que todos
os processos indissociáveis da atividade educativa poderão conter uma maior eficiência, visto que,
sendo a tecnologia, parte integrante de uma rede de comunicação globalizada, mais rapidamente
poderemos obter melhorias na implementação dos processos recorrendo à troca de informação com
o meio ambiente e desta forma, incrementar a produção de conhecimento relevante para a

66
Competência 05

organização.
É na comunicação da informação através de redes tecnológicas que poderá estar a chave
mestra para a resolução do problema da eficácia dos processos educativos, pois se recorrermos ao
trabalho de equipe, que devido ao tipo de funcionamento das redes tecnológicas é fácil e pouco
oneroso, mais rapidamente obtemos resultados positivos condizentes com o pretendido. De
qualquer maneira, não podemos esquecer um planejamento com cuidado. Onde as mudanças de
direção na estratégia escolhida deverão estar consignadas como melhoria de todo o processo, pois
deverá haver uma visão contingencial do sistema.
É no aspecto da partilha de informação, que a organização Escolar tem demonstrado mais
dificuldades, pois a nossa formação cultural ainda não deu o salto qualitativo tão desejado nesse
ponto, pois como o passado nos demonstra, foi sempre com o recurso à pouca disponibilização de
informação que a maioria dos responsáveis do sistema educacional se formou e os quais ainda fazem
sentir a sua influência, no presente.
É derivado da complexidade atual, em que se movimentam as sociedades, que aquele
paradigma tem que ser abandonado, pois a disseminação das redes de informáticas, um pouco por
todo o mundo, fez com que a informação deixasse de ser propriedade exclusiva de alguns, passando
para o domínio público, circulando à velocidade da luz pelos quatro cantos do planeta.
O complexo processo de resistência à mudança, em que a Escola é particularmente
inserida, tem colocados entraves a uma evolução efetiva para o colocação da informação como
suporte tecnológico, ou seja, se queremos uma Escola dinâmica, atrativa e capaz de acompanhar as
profundas evoluções que a sociedade tem sofrido, especialmente no tocante à utilização de
tecnologias para manuseamento da informação, não podemos ignorar o que é evidente para todos e
devemos procurar novas formas de dinamizar a organização Escola.
Acreditamos que, com o correto recurso às tecnologias disponíveis já comprovadas,
constituindo-se Sistemas de Informação para a Educação de base tecnológica, criaremos mais espaço
para todos se dedicarem à difícil tarefa que é ensinar.
Os Sistemas de Informação de base tecnológica, devem constituir-se em rede de forma a
todo o Sistema Educativo estar em contato direto e permanente entre si. Assim, toda uma montanha
de documentação que atualmente circula em formato de papel, pode circular em formato digital.
Além de se reduzirem custos diretos, chega ao destino mais depressa, logo, evita-se o desfasamento

67
Competência 05

da informação com a realidade dos acontecimentos, pois pode-se transmitir informação em segundos
de forma segura, enquanto que em papel, mesmo através dos faxs ou outros meios manuais, tem
que passar por alguns filtros o que poderá conduzir à sua adulteração.
O suporte tecnológico, deverá fazer uso dos processos existentes na Escola em toda a sua
amplitude, desde os pedagógicos, passando pelos de gestão até aos administrativos. Aqueles
processos não deverão ser copiados tal como estão, mas antes serem adaptados à tecnologia.
A utilização das Tecnologias da Informação reveste-se da maior importância, pois a
simples automatização dos processos não tem dado os resultados pretendidos, os computadores
pouco mais vão além na sua utilização como máquinas de escrever ultramodernas.
Dirão os mais atentos que não é bem isto que acontece nas Escolas, pois já há muitos
processos que são executados em suporte tecnológico além dos ofícios e circulares, como sejam: as
avaliações de alunos; vencimentos de pessoal; inclusive com envio de e-mails para os Encarregados
de Educação.

5.1 Gestão escolar mais eficiente

Uma boa e eficiente gestão escolar - nos referimos a gestão escolar no modo
generalizado, seja ela Federal, Estadual ou Municipal, pública ou privada - reflete seus resultados na
aprendizagem dos alunos e na alta qualidade de ensino da instituição ou do sistema educacional.
Oferecer uma educação com excelência, com um diferencial, é o grande objetivo, mas os percalços
durante o caminho até chegar a essa meta atrapalham, ocupam tempo e pessoas. Por esse motivo é
essencial que exista uma boa gestão escolar, com processos integrados e com uma visão do todo.
Falar em gestão escolar, inicialmente, remete-nos à ideia de ter alguém que tome conta
da parte burocrática, administrativa e financeira, e não raro, isso acontece, e é o que acaba levando
muitas escolas a um estado crítico de queda na qualidade de ensino à perda acentuada de alunos. O
que se precisa saber é que gestão escolar é bem mais que isso, é um processo mais amplo e que visa
permitir uma melhora permanente nos resultados da escola.
A gestão escolar precisa de gestores que consigam integrar todas as áreas de atuação:
gestão pedagógica e de aprendizagem, administrativa, financeira, relacionamento interpessoal na
escola, resultados escolares, infraestrutura e relacionamento com a comunidade.
Parece complicado um gestor ter uma visão integrada de tudo, são muitos dados, papéis,

68
Competência 05

planilhas, relatórios e afins. Mas para o bem da escola e para que tudo ande certinho como deve ser,
uma forma para que isso aconteça deve ser encontrada – como uma gestão escolar eficiente.
Um trabalho de gestão bem feito, pensado, planejado e organizado, trará muitos
benefícios à escola, equipe, pais, alunos e comunidade. Mas o que envolve e como se alcança uma
gestão escolar eficiente?
Um gestor deve ser preocupado e ocupado em orientar ações para melhorias nos
resultados em todas as áreas da escola. Deve saber que seu papel é o de integrar além de ações,
pessoas, pois o processo de melhorias deve ser integrado entre os setores.
Implementar uma gestão tendo em mente que a escola é mais do que uma organização
burocrática. Atualmente os desafios são maiores e o gestor deve estar preparado para encará-los e
passar por eles. Nesse ângulo, espera-se um gestor que, além de identificar e resolver os problemas
da escola, tenha habilidade e capacidade para ir além disso e fazer a ligação entre escola, pais, alunos,
comunidade e estado.
Mediante a identificação de problemas, do que precisa ser solucionado, do que se espera
da escola e do que a gestão pretende, é preciso fazer um planejamento estratégico para chegar à
ações que possam ser direcionadas às soluções dos problemas levantados e à realização dos
encaminhamentos propostos. Esse planejamento deve ser a curto, médio e longo prazos e deve
envolver toda a equipe.
O gestor deve estar ligado às mudanças que acontecem diariamente, e isso não se
restringe apenas às tecnologias, mas também à sociedade e nos próprios processos – administrativos,
contábeis. O gestor deve estar atualizado e aberto às novidades, e disposto a implementá-las na
escola, atualizando métodos e processos e otimizando tempo.
Ressaltamos a necessidade de o Gestor dedicar menos tempo envolvido com processos
burocráticos ou tentando resolver problemas como preenchimento de cadernetas, o que significa ter
mais tempo para articular projetos de melhorias para a qualidade de ensino da instituição.
A melhoria na qualidade do ensino escolar é algo que os educadores debatem e buscam
ao longo dos tempos. Qualidade de ensino é resultado de uma engrenagem que envolve todos os
segmentos de uma escola (direção, coordenação, professores, pais, estudantes etc.), enfim, de toda
a comunidade escolar. E isso é função de um bom gestor no comando.
O gestor tem papel fundamental para que a escola exerça sua função e garanta assim um

69
Competência 05

aprendizado excelente, melhor qualidade de ensino e aplicação dos recursos disponíveis para a
escola. A qualidade do gerenciamento escolar está relacionada à eficácia do trabalho do gestor;
muitos transtornos poderão ser evitados ao sistema educacional se os gestores estiverem bem
preparados.
Hoje, no estado de Pernambuco, como exemplo, algumas políticas públicas foram feitas
para a melhoria desse gerenciamento. Os candidatos à direção das escolas públicas da rede estadual
passam por uma preparação (curso e prova específica). Sendo estes aprovados, finalmente se
candidatam à direção da escola e isso já é uma conquista recente no Estado.
Sabemos que essa preparação não terá valor satisfatório se o gestor não agregar esse
conhecimento a outras habilidades intrínsecas ao mesmo, tais como: compromisso, assistência,
receptividade, pontualidade, participação e liderança.
Com a nova LDB (Leis de Diretrizes e Bases), o diretor escolar tem oportunidade de
construir o perfil da escola, junto com a comunidade escolar, partindo da premissa “escola que temos,
para a escola que queremos”, com o intuito de melhorar a instituição no geral – da gestão ao
aprendizado eficaz.
Para isso, documentos importantes norteiam essa caminhada. O Projeto Político-
Pedagógico, o Regimento Escolar e outros que são desenvolvidos pela Instituição de Ensino devem
estar sempre atualizados e dando suporte a este processo para a conquista da excelência no resultado
do ensino e da aprendizagem.
Ao analisarmos o papel do gestor dentro da escola, podemos dizer ainda que o mesmo
deverá descentralizar os trabalhos, incentivar à participação da comunidade escolar nas ações da
mesma, respeitar as diversidades de opiniões, exercendo assim uma gestão democrática e
participativa.
A gestão escolar divide-se em gestão de recursos humanos, gestão pedagógica e gestão
administrativa. O gestor não pode se atentar meramente às questões administrativas, colocando em
segundo plano sua função pedagógica.
Observa-se um distanciamento relativo entre o gestor e o planejamento pedagógico, o
que não deveria ocorrer. O diretor deve ser um líder pedagógico, gerenciador e articulador, sendo
auxiliado pelos coordenadores pedagógicos. Sua função é animar as ações pedagógicas e
administrativas, ser mediador entre a escola e a comunidade nesse processo.

70
Competência 05

O sucesso na gestão escolar está intimamente ligado aos resultados alcançados pelos
estudantes, refletindo assim o bom direcionamento de toda a equipe escolar. No entanto, o diretor
é ponto integrador de novas ideias, de mudanças positivas dentro e fora da escola.
Nesse sentido, sabemos da necessidade de mudanças comportamentais no ambiente
escolar e que essa proposta poderá transformar o mesmo em um espaço efetivo de aprendizagem e
reconhecimento, ou seja, em uma escola eficaz e eficiente.

5.2 Demandas de uma gestão educacional

Atualmente, vivenciamos um período marcado por mudanças que podem ser observadas,
principalmente, no acentuado desenvolvimento social e tecnológico. Assim, a educação, um contexto
social que vivencia essas aceleradas transformações, passa a exigir de seus profissionais,
especialmente no âmbito da gestão escolar, a adoção de atitudes que favoreçam o desenvolvimento
de práticas interativas que envolvam a participação de todos no estabelecimento de alianças e
parcerias com a comunidade local. Dessa forma, novos padrões de qualidade têm sido adotados para
a melhoria da qualidade do ensino, da escola e da prática de sua gestão escolar com vistas ao
atendimento da constante demanda por melhorias. Buscando identificar e fortalecer as
competências necessárias para o desenvolvimento da função de gestor escolar.
Segundo Heloisa Luck (2008), "na escola, o diretor é o profissional a quem compete a
liderança e organização do trabalho de todos os que nela atuam", o que representa que esses
profissionais devem trabalhar de modo a orientar o restante da equipe "no desenvolvimento de um
ambiente educacional capaz de promover aprendizagem e formação dos alunos no nível mais elevado
possível, de modo que estejam capacitados a enfrentar os novos desafios que são apresentados".
Estas considerações reforçam que cabe ao gestor escolar ter clareza quanto aos desafios
que a sociedade enfrenta e buscar diariamente informações e novos conceitos que facilitem a
compreensão dos aspectos relacionados à educação e ao seu trabalho. Vale lembrar que a gestão
escolar é um meio e não um fim. Assim, para o exercício de sua função é necessário construir uma
trajetória que fortaleça sua liderança e conhecimento educacional, através da efetivação de políticas
educacionais ou dos desafios apresentados pela sociedade globalizada, tecnológica e do
conhecimento, da constituição federal e demais leis necessárias ao desenvolvimento pleno da
educação.

71
Competência 05

Conforme a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), "a educação
abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade
e nas manifestações culturais". O disposto na lei nacional evidencia que, para que a escola seja de
qualidade, é necessário o conhecimento e compreensão, bem como a efetivação dos conteúdos
previstos no currículo escolar.
Os pressupostos previstos na lei apontam que, enquanto organização social, cabe à escola
cultivar e transmitir valores e contribuir com a formação dos alunos, favorecendo o desenvolvimento
de aprendizagens significativas. Para tanto, deve contar com professores bem informados, capazes
de interagir com seus alunos de forma aberta, franca e dialógica, onde os alunos possam sentir-se
envolvidos em um ambiente de experiências educacionais estimulantes, motivadoras e de elevada
qualidade, em uma perspectiva pedagógica escolar centrada no aluno e em sua formação.
Neste sentido, para que a escola tenha êxito em sua missão de educar, é necessário que
todos os servidores que nela atuam sintam-se envolvidos diretamente na construção do ambiente
educacional, conhecendo e participando tanto da construção do projeto político pedagógico como
das demais ações desenvolvidas pela equipe gestora, numa perspectiva de atuação visando o sucesso
da organização e orienta ção de todas as dimensões contempladas pela escola.
Esta dinâmica interna da escola ressalta a importância do desempenho da equipe gestora,
com destaque para a função do diretor escolar, cuja atuação orienta a promoção de ações
educacionais e constitui-se em um meio para a realização dos objetivos educacionais. O trabalho da
equipe gestora visando uma ação norteada pelo princípio democrático envolve a participação de toda
a equipe docente e da comunidade escolar, visando a efetivação da gestão democrática e garantindo
a qualidade do ensino e aprendizagem a todos os alunos.
Nesta perspectiva, o planejamento da gestão escolar envolve áreas e dimensões de
organização diversas, tais como: o acompanhamento e a avaliação das ações realizadas.
O sucesso de qualquer ação educativa depende do planejamento sistematizado das ações
educacionais. Sem planejamento, as ações desenvolvidas são improvisadas e fadadas ao erro, o que
causa prejuízos à educação. O ato de se organizar através do planejamento é indispensável em todos
os setores e níveis da educação, demandando a criação de um método sistemático que facilite a
realização das tarefas de todos os envolvidos.

72
Competência 05

Neste sentido, pode-se afirmar que o Projeto Político Pedagógico - PPP é um instrumento
que necessita ser revisto e analisado continuamente, devendo ser adequado às necessidades da
escola. Isso ocorre porque o PPP é o instrumento que norteia e equilibra as ações educacionais de
todos os estabelecimentos de ensino, que têm a missão de elaborar, executar e organizar sua
proposta pedagógica (art. 12º da lei 9394/96), também referida no artigo art. 14º, inciso I da LDB
como projeto pedagógico escolar. Dessa forma, é reforçada a importância do PPP quando o foco de
sua ação é o aluno, a formação, a aprendizagem e a organização do processo pedagógico. Somados
a ele, "o PDE constitui-se um esforço disciplinado da escola para reproduzir decisões e ações
fundamentais que moldam e guia o que ela é, o que faz com vistas no futuro". (MEC/FUNDESCOLA,
2006 p. 20).
Verifica-se a necessidade de estabelecer processos de acompanhamento sistemático e
descritivo dos processos de elaboração de planos ou projetos de ação. Porém, verifica-se que o
monitoramento e avaliação em educação, embora sejam processos essenciais da gestão, não são
práticas comuns em escolas e apenas recentemente estão sendo adotadas nas gestões dos sistemas
de ensino.
O monitoramento e a avaliação trazem consigo conotações conceituais e estabelecem
diretrizes que apontam se a mesma será burocrática ou educacional. Na ausência de práticas
coerentes de avaliação, o que se tem são ações aleatórias, assistemáticas e desarticuladas, até porque
se sabe que a avaliação traz consigo todo um processo de medidas a serem alcançados durante a
realização de um plano ou projeto, demonstrando que o monitoramento e a avaliação, juntos,
permitem conhecer e orientar a efetividade em relação aos resultados obtidos e devem ser feitos a
partir de questionamentos ou problematização de várias obras.
Uma escola orientada por uma boa gestão possui um bom programa de monitoramento
e avaliação como proposta. Isso ocorre, em parte, porque durante a construção de um plano e projeto
a gestão escolar exerce a função de supervisora e coordenadora, para orientar e contribuir com o
ritmo e a realização das atividades.
Portanto, entendemos que cabe ao gestor estruturar de forma organizada e sistemática
as ações de monitoramento e avaliação, seguindo os princípios da pesquisa científica, considerando
que a análise, a interpretação e descrição dos resultados do monitoramento e avaliação têm por
objetivo comparar os dados, de modo a identificar necessidades de ação partindo da análise do plano

73
Competência 05

de desenvolvimento da escola e do seu projeto político pedagógico. Contudo, verifica-se que não há
ainda nas escolas uma visão ampla quanto ao monitoramento e avaliação
Os monitoramentos são imprescindíveis, considerando que a gestão de resultados
educacionais é realizada com o objetivo de estabelecer políticas de melhoria do ensino. O primeiro
passo é definir os indicadores de desempenho, um elemento mensurável, conforme Deponti et al
(2002), um instrumento que permite mensurar as modificações das características do sistema e
servem para apontar sucessos e expor as dificuldades e limitações existentes, como ainda orienta
para o reforço das ações bem sucedidas em relação aos resultados desejados.
Dentre as características dos indicadores verifica-se que há indicadores tanto para os
processos educacionais como para os resultados. Assim, temos o indicador de insumo, que mostra os
meios pelos quais o projeto ou plano é implementado. Já os indicadores de processos visam mostrar
como os insumos são utilizados em ações para transformar-se em resultados, enquanto os
indicadores de resultados mostram os resultados atingidos, ao passo que os indicadores de impacto
mostram os efeitos da ação ou projeto em longo prazo. Neste sentido, pode-se ainda citar a eficiência
interna que abrange os resultados internos da escola, e a externa, que busca medir o desempenho
escolar dos alunos em relação ao desempenho de alunos de outras escolas. Já os indicadores de
equidade e inclusão buscam a promoção das taxas de matrículas de diferentes grupos, seja de
pessoas com necessidades especiais ou outros. A lista de indicadores de qualidade na educação é
ampla, envolvendo os vários aspectos da escola.
A adoção de indicadores na escola prevê que a cada objetivo ou meta educacional deve
ser definido o indicador que permitirá verificar até que ponto o objetivo ou meta foi realizado,
atentando sempre para a dimensão existente entre objetivo e meta. A comparação de resultados é
um elemento fundamental quando se busca saber até que ponto a escola está crescendo, se isto está
ocorrendo tanto quanto deveria e se está sendo devidamente promovida a aprendizagem dos alunos.
Sendo assim, o programa Indicadores Educacionais da Ação Educativa (2008) acrescentou como um
dos pontos da qualidade da escola gestão democrática e "o acesso, compreensão e uso dos
indicadores oficiais da escola e das redes de ensino.
No âmbito nacional, o indicador de maior evidência é o IDEB, Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica, que busca identificar aspectos de reforço ao empenho desencadeado para a
melhoria desses resultados e para a identificação de notas dos alunos. No âmbito internacional, o

74
Competência 05

Brasil participa do PISA ? Programa Internacional para Avaliação de Alunos, uma avaliação que ocorre
desde 2000 e que se repete a cada três anos. O teste garante aos países participantes a comparação
internacional dos desempenhos. Já o SAEB foi aplicado pela primeira vez em 1990, com o objetivo de
possibilitar a comparação dos desempenhos escolares obtidos ao longo dos anos e fornecer dados
sobre a qualidade dos sistemas educacionais do Brasil. Através deste resultado, os gestores podem
ter uma representação do nível de qualidade e identificar áreas críticas na aprendizagem dos alunos.
Outro indicador de qualidade é o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio, programa que
visa possibilitar aos jovens uma referência para auto avaliação, a partir das competências e
habilidades que compõem a estrutura do exame, oferecido anualmente aos estudantes que já
concluíram ou estão concluindo o ensino médio.
A partir do que foi estudado até agora, podemos concluir que os gestores escolares
competentes são aqueles que promovem, em suas escolas, um contínuo processo de
acompanhamento, seja com os dados produzidos com referências externas ou dados internos.
Em relação à gestão democrática e participativa, cabe ao gestor, entre outras
competências, liderar e garantir a atuação democrática efetiva e participativa do conselho escolar ou
órgão colegiado semelhante, mantendo-se a par das questões da comunidade escolar, bem como
promover a articulação e integração entre escola e comunidade. A realização da gestão democrática
é um princípio definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (art. 3º inciso VIII), e na
Constituição Federal (art. 206, inciso VI).
Com base nisso, podemos entender que uma gestão democrática se assenta no
pressuposto de que a educação é um processo social colaborativo que demanda a participação de
toda a comunidade escolar e uma das condições básicas de sua articulação é sua construção com
base na articulação dos direitos e deveres - estes são dois conceitos construídos juntos, mediante a
participação qualificada pela cidadania e a construção do bem comum. Nesta perspectiva, a
participação se constitui em uma expressão de responsabilidade social inerente à expressão da
democracia, que deve ser orientada a favor do aluno, no desenvolvimento de competências e de uma
consciência crítica que lhe permita atuar de forma positiva na sociedade e usufruir de seus bens e
serviços.
Neste sentido, a formação do aluno e a sua aprendizagem constituem-se no objetivo
central da gestão democrática e os que participam desta gestão devem se preparar e organizar para

75
Competência 05

tal fim, visto que a mesma demanda preparação e envolve a capacidade de tomada de decisões de
forma compartilhada e comprometida, onde se destaca, em especial, a atuação de órgãos colegiados,
que são organizadores da participação dos membros da comunidade escolar nesta gestão. Essa
necessidade é ainda maior porque, embora seja reconhecida a contribuição destas entidades na
gestão escolar, percebe-se ainda a necessidade de promover avanços no seu processo participativo.
Agora que já conhecemos muito sobre sistema de informações gerenciais e educacionais,
nesta próxima semana, última de nossa disciplina, vamos conhecer o sistema nacional de informações
voltado para a educação profissionalizante.
Bons Estudos!

76
Competência 06

6.Competência 06| Conhecer o Sistema Nacional de Informações da


Educação Profissional e Tecnológica
Para quem quer entrar no mercado de trabalho, a educação técnica é o melhor
passaporte para conseguir o primeiro emprego. Para os que já estão no mercado de trabalho, em
tempos de crise, quando as empresas demitem, elas optam por eliminar aqueles menos produtivos,
então neste caso, quem tem uma formação técnica também tem um diferencial importante. Para
aqueles que saíram do mercado de trabalho e querem retornar, o melhor caminho é fazer um curso
técnico para agilizar este retorno.
Curso técnico, é voltado para o mercado de trabalho. O objetivo destes cursos é lançar de
forma mais rápida, mão de obra qualificada no mercado. O ensino é primordialmente vocacional, e
não acadêmico como nos cursos de graduação.
Os cursos técnicos fazem parte de uma categoria diferente no sistema de ensino
brasileiro. E ao contrário da graduação que oferece uma visão ampla de conhecimento focada na
formação de cientistas e pesquisadores, o curso técnico prioriza a formação de pessoas para trabalhar
em um determinado segmento do mercado. O currículo é muito mais focado na prática, do que nas
teorias propriamente ditas. Por focar na formação de mão de obra, o curso tem duração mais curta
do que nos cursos de graduação.
O mercado de trabalho cresce e vem sentindo a falta de trabalhadores qualificados. Hoje
são 200 mil postos de emprego que não são preenchidos por falta de um profissional qualificado para
o cargo, cerca de 60% dos jovens que concluem o ensino médio não ingressam no ensino superior. O
ensino técnico é o caminho mais curto para o mercado de trabalho com perspectivas de ingresso ao
ensino superior.
Além disso, como as tecnologias têm avançado, são transversais e as empresas estão
investindo cada vez mais em eficiência de gestão, várias profissões técnicas que têm um perfil
transversal e que, portanto, têm mais versatilidade estão em alta. Por exemplo, quem trabalha
em Montagem Industrial pode trabalhar em um estaleiro, em uma empresa de construção civil, em
uma montagem de site industrial, entre outros. Ou seja, há uma enorme flexibilidade de funções que
podem ser desempenhadas.
Hoje em dia, um técnico petroquímico não entende apenas da planta química e

77
Competência 06

petroquímica. Ele é capaz de desempenhar funções de suporte na parte elétrica, eletrônica e


mecânica, o que também dá essa enorme flexibilidade para desempenhar diversas funções no
mercado de trabalho.
Essa é uma tendência tecnológica e de padrão de gestão da indústria, o que dá a essas
pessoas que têm essa formação mais flexível, maior oportunidade de se manter ou entrar no mercado
de trabalho. Ou seja, em tempos de crise, uma formação técnica é um diferencial valioso, que abre
portas e permite que o profissional tenha um leque de oportunidades em diferentes ramos,
atendendo também às necessidades das empresas e do mercado brasileiro.
Quando falamos sobre educação profissionalizante, estamos tratando de cursos que,
além de formar profissionais com conhecimento técnico, devem estar preocupados também com a
formação da cidadania.
O papel da educação é de grande importância para a sociedade, não só pela formação
dos indivíduos que atuam nesta sociedade, mas também pela inclusão daqueles que estão fora do
processo produtivo do sistema social, ou seja, qualquer grupo de pessoas marginalizadas, como
desempregados e pessoas que não tem acesso a saúde, lazer e outros componentes da cidadania. A
educação deve ser um dos principais meios para a realização do que chamamos de inclusão social,
que é inserção dos indivíduos marginalizados no contexto social.
Vários órgãos governamentais têm se preocupado com o aumento das populações
marginalizadas, principalmente nos países subdesenvolvidos. Nesse sentido, a educação
profissionalizante se torna de extrema importância, pois os países em desenvolvimento necessitam
de pessoas preparadas para um mercado de trabalho em expansão num mundo globalizado.
O curso técnico profissionalizante é um poderoso vetor de promoção social, que
possibilita a cidadania do público jovem, recém-saído ou cursando o Ensino Médio, ampliando
possibilidades e criando condições de desenvolvimento econômico.
Um dos temas discutidos no congresso 'Todos pela Educação' 2013, foi a reformulação do
Ensino Médio, com mais espaço para a profissionalização. O coordenador do Grupo de Análise
Internacional da USP, Ricardo Sennes, mencionou que, “se você olhar modelos de educação de outros
países com uma intensidade tecnológica na sua economia, como Alemanha e França, a parcela de
profissionais com formação técnica e tecnológica, é significativa”.
O Novo Ensino Médio, que se encontra em discussão no Congresso Nacional, pretende

78
Competência 06

ofertar formação técnica profissional, com aulas teóricas e práticas. Essa qualificação técnica vai
ocorrer dentro do período normal, sem a necessidade de que o aluno esteja no ensino integral,
segundo o Projeto de Lei (PL) 6.840/2013, e reforçada Medida Provisória nº 746 publicada no dia 22
de setembro de 2016. Veja no portal do MEC, um pouco mais sobre o Novo Ensino Médio.

Acesse:
http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=3957
1
Podemos observar que segundo a proposta, aprofundar temas e conhecimentos que
permitam aos estudantes seguir carreira do curso técnico que escolher é uma das possibilidades
também previstas na reforma do ensino médio. Hoje, para concluir a formação técnica, o aluno
precisar cursar 2.400 horas do ensino médio mais 1.200 horas de ensino técnico.
“O que nós estamos dizendo agora é que, se o sistema de ensino tiver condições, puder
ofertar e observar a vocação, ouvido o aluno, ouvidos os professores, a região onde a escola está
inserida, esse ensino técnico pode ser [concluído] dentro das 2.400 horas do ensino médio”, explica
o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Rossieli Soares.
A Medida Provisória do Novo Ensino Médio vale por 120 dias, a partir da data de
publicação, mas ainda precisa ser votada pelo Congresso Nacional. O secretário de Educação Básica
do MEC ressalta que a implantação do Novo Ensino Médio não será imediata, mas acredita em
mudanças significativas já em 2018. Se a reforma não for feita agora, alerta o secretário, o País
perderá “outros milhões de jovens nesse meio do caminho”, que não terão nem concluído a formação
básica e nem ingressado no mercado de trabalho.
Atualmente, o jovem estudante pode fazer no Brasil o ensino técnico, mas antes disso
precisa encerrar todo o roteiro de disciplinas do ciclo médio. O resultado é desastroso: muita gente
desiste antes. Não à toa, menos de 10% dos brasileiros seguem esta rota, enquanto em países mais
desenvolvidos eles passam da metade.
Está mais do que provado que o curso técnico profissionalizante acelera a entrada no
mercado de trabalho. Estas modalidades educacionais de curta duração, além de oferecerem
oportunidade para milhões de brasileiros, suprem uma demanda de mercado cada vez mais crescente
por profissionais qualificados e especializados.

79
Competência 06

Também refletem de forma positiva na remuneração. De acordo com pesquisa divulgada


pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto ao Ibope, 82% dos entrevistados concordam que
os profissionais com certificado de qualificação técnica apresentam salários maiores do que aqueles
que não têm formação específica, (UOL Notícias, 2014).
Apesar de apresentar números crescentes de adesão – expansão de 110% nas matrículas
de 2011 a 2013 no ensino técnico federal, segundo o MEC (ministério da Educação), até pouco tempo,
a educação profissional não era vista como prioridade no Brasil.
Este cenário, porém, felizmente começa a mudar. Uma pesquisa realizada pelo MEC
mostra o crescimento na demanda por mão de obra técnica qualificada. Segundo o estudo,
aproximadamente 70% dos técnicos recém-formados são contratados para atuar em sua área em
menos de um ano após a conclusão de curso. A alta demanda é positiva para toda a cadeia de ensino
e trabalho, alavancando iniciativas que estimulam o ingresso de alunos em cursos profissionalizantes.
Um grande exemplo a ser citado é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o
PRONATEC.

PRONATEC
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, tem
como objetivo expandir, interiorizar e democratizar a oferta de
cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de
formação inicial e continuada para trabalhadores.

Sem dúvida, no atual momento de desenvolvimento do país, é fundamental gerar mão de


obra de nível técnico qualificada. As mudanças do cenário educacional brasileiro, que passou a olhar
com mais carinho para este segmento, mostram que algumas rotas foram corrigidas e que voltamos
a navegar na direção correta, algo que, em um futuro próximo, trará benefícios para o Brasil.
Para gerir um sistema de cursos profissionalizantes, o governo utiliza-se de um sistema
específico de informação, conhecido como SISTEC.

6.1 Conhecendo o SISTEC

O Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec),

80
Competência 06

instituído e implantado pelo Ministério da Educação (MEC), por intermédio da Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica (Setec), tem como finalidade promover mecanismos de registro e controle
dos dados da educação profissional e tecnológica no país.
O Sistec tem entre seus objetivos servir de instrumento de registro e divulgação da
validade dos diplomas dos cursos técnicos de nível médio, possibilitar o acompanhamento de
programas e de políticas públicas da educação profissional e tecnológica e disponibilizar para a
sociedade informações das ofertas de cursos técnicos de nível médio.
Portanto, todas as unidades de ensino credenciadas para oferta de cursos técnicos de
nível médio, independentemente de sua dependência administrativa (pública ou privada), sistema de
ensino (federal, estaduais e municipais) e nível de autonomia, devem se cadastrar no Sistec e registrar
seus cursos e alunos, conforme previsto na Resolução CNE n° 03 de 30/09/2009.
No âmbito do PRONATEC, o SISTEC é utilizado para pactuação de oferta de cursos entre
parceiros ofertantes e denominadas para tal, habilitação de escolas ofertantes, realização de pré-
matrículas, matrículas e inscrições on-line, além da confirmação de frequência pela instituição e pelo
próprio estudante.
O Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica – SISTEC é
pioneiro e, portanto, inovador no País por disponibilizar, mensalmente, informações sobre cursos
técnicos de nível médio, respectivas escolas e alunos desse nível de ensino. Caso a escola também
ofereça cursos de Formação inicial e continuada, o SISTEC apresentará ainda dados referentes aos
cursos e aos alunos dessa oferta de ensino. Contudo, é importante ressaltar que os cursos de
formação inicial e continuada só serão cadastrados se a escola ofertar ensino técnico de nível médio.
O SISTEC também é responsável de atestar a validade nacional dos diplomas emitidos
pelas escolas técnicas de nível médio, cadastradas e credenciadas no sistema.
O SISTEC é alimentado todos os meses com o objetivo de oferecer dados completos e
atualizados para estudantes, que pretendem cursar os ensinos médio e técnico, independentemente
de ser da esfera pública ou privada. Também não há diferenciação em relação ao sistema de ensino.
Segundo o MEC - 2015, O cadastramento de escolas no SISTEC já atingiu a marca de 6.556
escolas técnicas e mais de dez milhões de alunos cadastrados.
E por fim, veremos como funciona o SISTEC.

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Competência 06

6. 2 Funcionamento do SISTEC.
As instituições de ensino interessadas em inscrever seus cursos técnicos deverão entrar
em contato com o Fale Conosco, no Ministério da Educação e solicitar um código que dá acesso ao
sistema. No sistema, a instituição realizará um pré- cadastro. Após o pré-cadastro é só aguardar pela
visita da comissão técnica do Ministério da Educação.
As unidades de ensino interessadas em oferecer curso técnico profissionalizantes, sejam
entidades públicas ou privadas, se inscrevem no sistema. Os cursos oferecidos são em três
modalidades, sendo: Cursos técnicos para ex-alunos concluintes do ensino médio, Cursos técnicos
para quem ainda está matriculado no ensino médio, Curso de Formação Inicial e Continuada ou
Qualificação Profissional, oferecidos para estudantes do ensino médio, trabalhadores empregados ou
desempregados e pessoas que recebem algum benefício do governo. Os cursos técnicos, tanto para
quem estuda como para quem já concluiu os estudos, tem duração mínima de um ano. Os cursos de
Formação Inicial e Continuada têm duração mínima de dois meses.
Já os estudantes que quiserem se inscrever, devem procurar uma unidade de ensino que
ofereça cursos técnicos e se cadastrar. No período determinado pela instituição, o estudante deve
acessar o site específico do (http://sistec.mec.gov.br/login/login), para realizar a matricula. No ato da
inscrição, o estudante preencherá com seus dados pessoais. Automaticamente o site busca as
instituições de ensino vinculadas com o aluno.

No link a seguir, você terá acesso aos manuais de


preenchimento do SISTEC.http://sitesistec.mec.gov.br/index.
php?option=com_content&view= article&id=262&Itemid=200

Você se deparou com vários manuais, como os da Rede Federal, manuais da Unidade de
Ensino, estaduais ou municipais e os manuais dos órgãos responsáveis de regulamentação dos cursos
técnicos profissionalizantes.
Concluímos nosso curso de Sistema de Informações Gerenciais. Esperamos ter
contribuído para que o seu trabalho numa secretaria escolar, seja visto a partir de agora não como
uma mera tarefa burocrática, mas como um serviço destinado a contribuir com a qualidade do ensino
brasileiro.

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Referências
AZEVEDO, SÉRGIO DE. POLÍTICAS PÚBLICAS: DISCUTINDO MODELOS E ALGUNS PROBLEMAS DE

IMPLEMENTAÇÃO. IN: SANTOS JÚNIOR, ORLANDO A. DOS (ET. AL.). POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO LOCAL: PROGRAMA

INTERDISCIPLINAR DE CAPACITAÇÃO DE CONSELHEIROS MUNICIPAIS. RIO DE JANEIRO: FASE, 2003.

BELLOTTO, HELOISA LIBERALLI. ARQUIVOS PERMANENTES. TRATAMENTO DOCUMENTAL. SEGUNDA EDIÇÃO


REVISTA E AMPLIADA. RIO DE JANEIRO: FGV, 2004, 320PP. ISBN 85 - 225-0474-1. DISPONÍVEL EM

<WWW.REVISTAS.USP.BR/CPC/ARTICLE/VIEWFILE/76333/80048 -> ACESSO EM 16 DE NOVEMBRO DE 2016.


CASSARO, ANTONIO CARLOS. SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA TOMADA DE DECISÕES. SÃO PAULO:
PIONEIRA THOMSON LEARNING, 2003.
CRUZ, TADEU. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS: TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E AS ORGANIZAÇÕES
DO SÉCULO XXI & INTRODUÇÃO AO CMM-I/ TADEU CRUZ – 4. ED. – SÃO PAULO: ATLAS, 2014.

OLIVEIRA, DJALMA DE PINHO REBOUÇAS DE. SISTEMAS, ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS: UMA ABORDAGEM
GERENCIAL. 19. ED. SÃO PAULO: ATLAS, 2010.

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