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Gerenciais
Antonio Carlos Ferreira dos Santos
Professor Autor
Antonio Carlos Ferreira dos Santos
Design Educacional
Deyvid Souza Nascimento
Renata Marques de Otero
Diagramação
Izabela Cavalcanti
Coordenação
Antonio Silva
Coordenação Executiva
George Bento Catunda
Terezinha Mônica Sinício Beltrão
Coordenação Geral
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Outubro, 2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB
S237s
Santos, Antonio Carlos Ferreira dos.
Sistema de Informações Gerenciais: Curso Técnico em Secretaria Escolar: Educação a
distância / Antonio Carlos Ferreira dos Santos. – Recife: Secretaria Executiva de Educação
Profissional de Pernambuco, 2018.
84p.: il.
2.3 Indicadores educacionais: ENEM - ENADE – SAEB – PROVA BRASIL – IDEB e o PNE ............................... 24
Referências ........................................................................................................................................... 83
Introdução
Prezado cursista,
Seja bem-vindo à disciplina de Sistemas de Informações Gerenciais!
Você já se deparou, pelo menos uma vez na vida, com uma situação desta: “o sistema
está fora do ar” ou “ o sistema caiu”. É obvio que sistemas não caem e nem ficam fora de uma
realidade, nem que seja virtual. Para compreender o que estas expressões significam, precisamos
entender o que é, e como funciona um sistema.
Existem vários tipos de sistemas. Por exemplo, nosso corpo é composto de vários
sistemas: respiratório, digestivo, nervoso. Existem sistemas de navegação aérea ou marítima,
sistemas de controle de tráfego sistema acadêmico, sistema de gerenciamento de RH e muitos
outros. Alguns sistemas podem trabalhar em conjunto com outros sistemas ou independentes.
Porém, todos os sistemas possuem funções e objetivos específicos.
Nas próximas seis semanas, você irá vivenciar seis competências: entender o conceito e a
importância de Sistemas de Informações Gerenciais; entender a importância dos Censos Educacionais;
compreender a utilização do Sistema de Censo Educacional; compreender o Sistema de Informação
da Educação; entender as funcionalidades do Sistema de Informação da Educação e conhecer o
Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica.
Imagine agora gerar um relatório de todas as Unidades Escolares de um território,
município ou mesmo de um país. Como seria possível? Para isso, contamos com os Sistemas de
Informações Gerenciais, que será nosso tema de estudos a partir de agora.
Vamos lá?
Bons estudos!
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Competência 01
Sistemas de Informação Gerenciais, conhecidos pelas siglas SIG, não são novidades para
o ser humano. Desde os primórdios da civilização, as sociedades já registravam dados sobre plantios
e colheitas, as fases da lua, os dias e noites, desenvolveram técnicas de anotar aquilo que lhes
interessavam em busca do controle da natureza e da própria sobrevivência. Esses registros serviam
para que os seres humanos tomassem as decisões que melhor atendiam à sobrevivência da
sociedade, a partir das informações coletadas e registradas.
Podemos observar, na figura abaixo, que, a partir da observação do mundo real, podemos
coletar informações, manipular esses dados que, por sua vez, servirão para tomadas de decisões que
transformarão este mesmo mundo real. Dessa forma, os Sistema de Informações Gerenciais, são
instrumentos de transformação constante. Observe essa dinâmica na figura a seguir.
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Competência 01
Em seguida, vejamos uma área que muito tem contribuído para ajudar nessa questão.
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Competência 01
Após a visita ao site, tente responder esta pergunta antes de continuar os estudos: como
os sistemas operacionais, os softwares, facilitam seu trabalho diário?
Toda Tecnologia da Informação deve ser controlada efetivamente pelo usuário. Ela deve
ser simplificada, de modo que o usuário entenda seu funcionamento e compreenda sua finalidade.
Não adianta a aquisição de equipamentos e softwares de última geração, que geram informações
complexas, se o usuário não souber o que fazer com eles. Em muitas repartições de trabalho existe o
equipamento e também um amontados de papeis, o que comprova a desconfiança quanto à
eficiência da Tecnologia da Informação.
A Tecnologia da Informação, portanto, deve ser planejada a partir da necessidade de
resolver um problema, uma demanda. Imagine como seria uma missão impossível gerenciar, no
mundo atual, sem uso da Tecnologia da Informação, a Rede de Ensino do Estado de Pernambuco.,
composta de quase 1.050 escolas, cerca de 650 mil estudantes e 40 mil professores, (Fonte:
www.educacao.pe.gov.br/portal).
Na atualidade o mundo vive a era da informação, exigindo das organizações uma gestão
estratégica eficiente, a qual pode ser facilitada pela utilização de recursos inteligentes oferecidos pela
Tecnologia de Informação e sistemas de i nformações. Tudo utilizado para melhorar o desempenho
das atividades da Rede Estadual de Educação, e por consequência, apoiar os processos educacionais.
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Competência 01
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Competência 01
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Competência 01
Vamos agora, retornar ao primeiro tópico sobre Sistema de Informações. Antes de nos
referirmos à importância, vamos entender o que é um Sistema de Informações, e em que difere de
Tecnologia da Informação. Ambos estão sempre intimamente relacionados, porém são diferentes.
Comecemos por tecnologia da Informação que se refere aos meios utilizados - hardwares,
softwares e dados - para gerar uma informação.
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Competência 01
Você já se deparou com uma situação semelhante à mostrada na charge? Com certeza,
sim!
Ao falarmos em Sistema de Informações Gerenciais na educação, referimo-nos a sistemas
e processos que, a partir da captação de dados, fornecem informações necessárias para gerenciar
planejamentos e favorecer ações eficazes na melhoria do processo educacional.
Mas o que são dados? São elementos fornecidos para a elaboração das informações
como: nomes, endereços, números de documentos, escolaridade. Elementos esses, que por si só,
isoladamente, não fornecem uma informação, somente alimentam um sistema, que fará o
processamento, organizará os dados e só então, haverá uma informação significante. Exemplificando:
se pegarmos um nome: João; Rua Olinda, um número 5542XX, não significam nada, mas se
colocarmos assim: o estudante João, mora na Rua Olinda e tem um documento de identificação com
o número 5542XX, já temos uma informação com significado. Sabemos que estamos nos referindo a
um estudante, residente em uma rua e que tem um documento. A partir de informações mais
completas e da coleta de vários dados, podemos identificar a quantidade de estudantes que residem
próximo da unidade escolar, se precisam de transportes, qual a faixa etária que são atendidos, nível
de escolaridade e poder econômico. A partir dessas informações, fica mais fácil gerar um relatório
para ser apresentado a um gestor para que sejam tomadas a decisões mais eficientes.
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Competência 01
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Competência 01
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Competência 01
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Competência 02
Você sabe, com certeza, quantas pessoas formam o núcleo da sua família, nomes delas e
até o que elas gostam. Mas se lhe pedirem a idade de todos incluindo a família total, sobrinhos,
sobrinhas, tios, tias, primos e primas, a situação começa a complicar, não é mesmo? Para obter
informações mais precisas, para convidar a família para um almoço na sua casa, por exemplo, você
necessitará fazer umas anotações, uma espécie de Censo, para não se atrapalhar no almoço.
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Competência 02
referentes às escolas públicas e privadas, aos estudantes e profissionais da educação de todo o país.
Observe a charge a seguir e reflita.
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Competência 02
Acesse:
http://portal.inep.gov.br/basica-censo/formularios-e-
cadernos-de-instrucoes
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Competência 02
2.2 Educacenso
O Educacenso é uma ferramenta digital, em que todo levantamento de dados é feito pela
internet, para a coleta de dados individualizados de cada estudante, professor, turma e escola do
Brasil, tanto das redes públicas municipais, estaduais e federais, quando da rede privada.
Através dos dados levantados pelo Educacenso é possível fazer um cálculo do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que veremos com mais detalhes logo adiante. E
também, fazer um planejamento da distribuição de recursos financeiros, voltados para alimentação
e transporte escolar, livros didáticos e material de uso individual, bancas, mochilas, cadernos e
fardamento, e de material coletivo, quadros para salas de aulas, equipamentos eletrônicos,
implantação de bibliotecas, dentre outros.
O Educacenso é o principal instrumento de levantamento de dados do sistema
educacional brasileiro, os dados coletados vão desde a infraestrutura das escolas, matrículas e
funções dos docentes até o rendimento escolar, mostra uma “radiografia” do sistema educacional e
serve para indicar caminhos para as políticas públicas da educação. Portanto, é de suma importância
o preenchimento correto dos dados do Educacenso, por parte dos responsáveis que fornecem as
informações.
Após o preenchimento dos dados no Educacenso, o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (INEP) verifica a consistência dos dados, publica as informações no Diário
Oficial da União, abre o sistema para verificação e correção dos dados por trinta dias após a
publicação.
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Competência 02
Visite a página do INEP e conheça um pouco mais sobre Educacenso. Observe quem são
os responsáveis pelo sistema e como funciona.
Acesse:
http://sitio.educacenso.inep.gov.br/
Desde 2007, a coleta de dados do Educacenso vem sendo realizada através da internet, o
que possibilitou a precisão das informações, que deixaram de ser agrupadas por escola e passaram a
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Competência 02
ser individualizadas. Dessa forma, ao invés de ser só informada a quantidade de estudantes por
escola, passou-se a informar detalhes sobre cada estudante como nome completo, data de
nascimento, sexo, cor e raça, nome dos pais, local de nascimento, endereço residencial, necessidade
de atendimento escolar diferenciado, uso de transporte público, necessidade especial educacional e
rendimento escolar.
Da mesma forma, é possível coletar os dados sobre os docentes, em regência de classe
ou não, como também dados específicos sobre a escola: infraestrutura e modalidade de ensino.
Com a riqueza dos dados coletados é possível, aos governantes e ao público em geral, ter
um diagnóstico do sistema educacional brasileiro e por sua vez, estabelecer as políticas públicas
apropriadas e estudos para cada região do pais, município ou estado federado.
Para realizar um retrato mais fiel do Sistema Educacional, o governo utiliza, além do
Educacenso, os Indicadores Educacionais, que veremos com mais detalhes adiante.
2.3 Indicadores educacionais: ENEM - ENADE – SAEB – PROVA BRASIL – IDEB e o PNE
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Competência 02
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Competência 02
visando especificamente à melhoria do Ensino Médio no país. Para os estudantes, é um dos principais
instrumentos de acesso aos cursos superiores na maioria das Instituições do país.
2) ENADE - (EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES). O Enade tem como
objetivo avaliar o rendimento dos estudantes concluintes dos cursos de graduação, em relação aos
conteúdos programáticos, habilidades e competências adquiridas na sua formação profissional. Os
resultados do Enade são importantes para o cálculo dos indicadores de qualidade da educação
superior, que por sua vez são utilizados para determinar a qualidade dos cursos superiores e das
instituições de ensino superior no país.
3) SAEB - (SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA). Sistema de
avaliação da educação básica em nível nacional, foi aplicado pela primeira vez em 1990. Desde então,
é aplicado de dois em dois anos, avaliando uma amostra de rendimento escolar, através de testes de
matemática e de português dos estudantes matriculados nos 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e
dos 3º anos do Ensino Médio de escolas públicas e particulares, rurais e urbanas de todo o país. Além
dos dados obtidos através das avaliações, também são coletados dados socioeconômicos dos
estudantes, professores e diretores, e ainda, informações sobre as condições estruturais e recursos
financeiros das escolas consultadas. Por ser um instrumento realizado por amostra, não podem servir
de indicador por escola como acontece no Enade, visto anteriormente. O Saeb é composto por três
avaliações: Avaliação Nacional da Educação Básica – Aneb; Avaliação Nacional do Rendimento Escolar
– Anresc (mais conhecida por PROVA BRASIL) e Avaliação Nacional da Alfabetização – ANA. Esta
última, voltada para as unidades escolares e estudantes matriculados nos terceiros anos do Ensino
Fundamental, com o intuito de detectar como anda o processo de alfabetização.
4) PROVA BRASIL - (SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA). A Prova
Brasil, parte integrante do SAEB, foi criada em 2005, pelo Ministério da Educação. Recebe destaque
aqui, pois a Prova Brasil fornece as médias de desempenho por escola participante, município, estado
da federação e por região. Esses dados são fundamentais para os estudos do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB.
5) IDEB - (ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA). Criado em 2007, é um
indicador de qualidade educacional que combina as informações coletadas através do Saeb e Prova
Brasil com informações sobre rendimentos escolares coletadas no Educacenso, permitindo o
monitoramento do sistema de educação básica, possibilitando detectar escolas ou redes de ensino
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Competência 02
cujo estudantes apresentem baixos rendimentos escolar e monitora a evolução destes mesmos
estudantes. Através do IDEB, é possível desenvolver políticas públicas para diminuir a defasagem dos
estudantes fora da faixa idade/série, do abandono e repetência. É um indicador fundamental para as
diretrizes do Plano Nacional de Educação – PNE.
6) PNE - (PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO). Não é um instrumento de avaliação, mas é
um documento que determina metas e estratégias para as políticas públicas educacionais. É o plano
que estuda propostas para a educação básica de qualidade, prevendo implantação de políticas ao
longo de cada dez anos para o país.
Todos estes instrumentos que visam melhorar a qualidade do sistema educacional
brasileiro são organizados e protegidos por leis que regulamentam o processo de levantamento dos
dados coletados pelo Censo Educacional e respectivamente, dos seus resultados, que veremos agora.
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Competência 02
Você percebeu a diferença entre Leis, Decretos e Portarias? Explique como você
entendeu.
Já deu para perceber que Censo Educacional é um processo complexo de coletas de dados
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Competência 02
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Competência 02
tentativa de combater estes problemas. Outra informação importante coletada pelo Censo
educacional está relacionada à qualificação dos docentes brasileiros.
A partir da análise dos dados coletados é possível verificar também, se os recursos
oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação – Fundeb, estão sendo aplicados de forma eficaz. O Fundeb foi criado para
administrar os recursos provenientes, quase na sua totalidade, de impostos e transferências dos
estados, Distrito federal e municípios. Independente da origem, todo recurso gerado é redistribuído
para aplicação exclusiva na educação básica.
Atualmente, o Censo Educacional é o principal instrumento existente para a coleta de
informações sobre a educação no Brasil e é o fator preponderante e norteador para as decisões das
políticas públicas relacionadas a educação. Ou seja, apesar de não ser muito conhecido pela maioria
da população, o Censo Educacional é um instrumento de fundamental importância, por apresentar
uma “radiografia” da educação nacional, e acompanhar a evolução deste sistema educacional
anualmente.
Como podemos perceber, o Censo Educacional é muito importante para ser encarado
apenas como mais uma rotina burocrática da escola. Dele depende a correta orientação das políticas
educacionais dos três níveis de governo e, em última instância, a melhoria da qualidade do ensino
público.
Vamos recapitular um pouco!
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Competência 02
financeiros de forma mais igualitária entre os estados e municípios, podendo focar nas ações e
intervenções específicas de cada localidade.
O Censo Educacional ainda é pouco conhecido pela população no geral e até mesmo pelos
os que estão envolvidos no processo educacional, uma vez que os dados ainda estão restritos às
secretarias de educação e de seus gestores. Somente quando todos que estão envolvidos no processo
educacional conhecerem a realidade de suas unidades de ensino e a partir disso, passarem a articular
ações para que de fato as transformações aconteçam, somente assim será realmente possível saber
da importância do Censo Educacional como instrumento de transformação do sistema educacional
no qual estão inseridos.
O Censo Educacional ainda é visto por muitos, como instrumento de controle, por parte
dos governantes, meramente burocrático e fiscalizador. Não entendem a complexidade de um
recenciamento que abrange milhões de estudantes e docentes, milhares de unidade de ensino como:
creches, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, educação profissional e
modalidades de ensino como: Regular, Especial e Educação de Jovens e Adultos.
Recenciamento que busca identificar a população em idade escolar para educação básica,
e os jovens e adultos que a ela não tiveram acesso no período apropriado. Assim como, procura
identificar os avanços ou retrocessos do sistema educacional. E que a partir deste recenseamento é
possível estabelecer as estratégias de correção dos desequilíbrios regionais apresentados nos
resultados da educação nacional.
O acompanhamento dos resultados do Censo Educacional permite verificar se as
informações declaradas realmente representam a realidade do sistema educacional. A população
precisa entender e acompanhar a execução das políticas públicas, fazer parte das decisões e fiscalizar
a aplicação dos recursos, garantindo desta forma, que sejam realmente utilizados para os fins aos
quais são destinados.
É essencial que os envolvidos, gestores municipais, estaduais e federais, gestores de
unidades escolares, técnicos e conselhos escolares, acompanhem a realização do Censo Educacional,
se responsabilizando pelas informações declaradas e acompanhando os resultados obtidos.
Vamos refletir!
Para você. Qual a finalidade e importância de um Censo Educacional?
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Competência 03
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Competência 03
solidária. É preciso ainda desenvolver sua capacidade de resolver problemas, selecionar e processar
informações com autonomia e raciocínio crítico. É preciso dar-lhes condições de utilizar os
conhecimentos adquiridos, para que tenham novas oportunidades num mundo cada vez mais
complexo e competitivo.
Foi com este objetivo que, ao destacar a educação como uma das suas prioridades, que o
governo brasileiro tratou de implementar, no período de 1995 a 1998, um consistente sistema de
informações educacionais, abrangendo todos os níveis de escolaridade. Implantou um sistema de
informações quantitativas e qualitativas que vem permitindo subsidiar as ações dos diferentes níveis
de governo, bem como indicar tendências que sinalizem as mudanças em curso.
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Competência 03
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Competência 03
Municipais e Estaduais de Educação, aos educadores, aos responsáveis pela formulação de políticas
que influam no sistema educacional e consequentemente à sociedade em geral.
O Sied permite o cálculo de indicadores da situação educacional brasileira em seus
diversos aspectos, o que representa um inestimável apoio na formulação de políticas e na avaliação
de seus impactos. Através desses indicadores é possível aferir resultados do sistema de ensino nas
diversas regiões e estados brasileiros, compará-los e observar seu desenvolvimento.
A definição dos indicadores que serviriam para a coletas de informações apoiou-se em
questões apontadas por dirigentes, pesquisadores e formuladores de políticas educacionais, um
amplo leque de usuários e beneficiários dos produtos a serem obtidos com seu uso. Eis algumas
questões que nortearam a seleção dos indicadores:
Qual a população atendida pelo sistema educacional?
Como está o fluxo escolar dos alunos atendidos pelo sistema educacional:
Quais as condições oferecidas pelo sistema educacional aos estudantes?
O que esses estudantes aprendem?
Quanto custa e como é financiado o sistema educacional?
Em que contexto socioeconômico o sistema educacional está inserido?
Observe que oferecer respostas completas e precisas a essas perguntas não é fácil, pois
os indicadores, isolados, fornecem respostas parciais. O que se pode obter, por meio deles, são
tendências mais genéricas. A análise do conjunto de indicadores, entretanto, permite identificar os
principais gargalos dos sistemas de ensino e as disparidades regionais da educação brasileira,
facilitando a definição de políticas. As respostas expressas pelos indicadores variam tanto
geograficamente como ao longo do tempo. Essa dinâmica exige seu acompanhamento periódico, a
fim de que as variações geográficas e temporais sejam retratadas.
Convidamos você agora, a estudar um pouco sobre como o Censo Educacional contribui
para a formulação das políticas públicas na educação.
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Competência 03
www.youtube.com/watch?v=2ApylTle3Sw
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Competência 03
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Competência 03
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Competência 03
planejamento se na hora da coleta de dados houver algum tipo de distorção ou desinformação por
parte do informante. A parte da coleta de dados em uma pesquisa deve ser feita com rigor científico.
As pessoas que coletam e inserem as informações devem passar por um treinamento para se evitar
erros, que por sua vez irão interferir nos resultados. Quando o informante de uma pesquisa conhece
e compreende a importância da coleta de dados, sabendo quais são as metas da pesquisa, certamente
será mais criterioso no levantamento e inserção dos dados.
Toda pesquisa parte de uma necessidade, de um problema. No caso do Censo Escolar,
conhecer e organizar o sistema educacional brasileiro. E a coleta dos dados pode ser direta ou
indireta. A coleta é direta quando feita sobre elementos informativos de registro obrigatório
(nascimentos, casamentos e óbitos, importação e exportação de mercadorias), elementos
pertinentes aos prontuários dos alunos de uma escola ou, ainda, quando os dados são coletados pelo
próprio pesquisador através de inquéritos e questionários.
A coleta direta de dados pode ser classificada relativamente ao fator tempo em:
a) Contínua – quando feita continuamente, tal como a de nascimentos e óbitos e a de
frequência dos alunos às aulas.
b) Periódica – quando feita em intervalos constantes de tempo, como os censos e as
avaliações mensais dos alunos.
c) Ocasional – Quando feita extemporaneamente, a fim de atender a uma conjuntura ou
a uma emergência, como no caso de epidemias que assolam ou dizimam rebanhos inteiros.
A coleta se diz indireta quando é feita de deduções, a partir da coleta direta, realizada por
analogia, avaliações ou indícios, relacionados ao assunto em questão, quando é feita sobre elementos
já conhecidos. Podemos citar como exemplo: a questão da distorção idade e série.
O Censo Educacional é, portanto, uma pesquisa direta, contínua e periódica e utiliza-se
de formulários, pois esse é um método mais eficiente em pesquisa qualitativa, principalmente em
pesquisas de grande escala, como a que se propõem retratar a imagem da educação brasileira.
O formulário é um importante meio de comunicação, transmissão e registro de
informações, principalmente as baseadas em dados quantitativos. (OLIVEIRA, 2010, p. 307). A
necessidade dos formulários pode ser justificada em função de: Padronização nas comunicações;
armazenamento de dados e informações relativos ao histórico do sistema educacional; controle do
processo administrativo e exigências legais e governamentais, entre outros.
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Competência 03
Destacamos ainda, que o formulário deve ser tratado com muita atenção, pois os sistemas
são apoiados por documentos cuja eficiência e eficácia dependem da clareza, do formato e do
conteúdo que, por sua vez, contribuem de forma fundamental ao bom funcionamento dos sistemas
e métodos administrativos. A criação e utilidade de um formulário é necessária sempre que o uso das
informações ocorrer depois do momento em que elas se tornam disponíveis e haja necessidade de
armazená-las para que não se percam no desenvolvimento do processo administrativo e sejam
consultadas sempre que necessário.
Os formulários usados no Censo Educacional apresentam todas as informações que serão
coletadas e disponibilizadas para os usuários do sistema. As informações declaradas nos formulários
do Censo Educacional devem ter como referência documentos que garantam a confiabilidade das
informações prestadas, tais como ficha de matrícula do aluno, diário de classe, livro de frequência,
histórico escolar, regimento escolar, documentos de enturmação de professores, projeto político-
pedagógico (PPP), entre outros. Isso possibilita que, a qualquer momento, as informações declaradas
ao Censo possam ser confirmadas pelo MEC, pelo INEP, pelos órgãos de controle, de
acompanhamento e de fiscalização e pelo Ministério Público, respondendo a escola administrativa,
civil e penalmente pela inclusão de informação inadequada, se comprovada a omissão ou
irresponsabilidade, fraude ou culpa, nos termos da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe
sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional.
No link a seguir, você terá acesso ao caderno de instruções para preenchimento, online
do Educacenso 2016. Mas não se preocupe, é só para você conhecer!
Acesse:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/educacenso/matri
cula_inicial/2016/documentos/caderno_de_instrucoes_2016.pdf
Você deve ter percebido que são muitas informações solicitadas. Porém, não são nada
absurdas, são informações vivenciadas diariamente no trabalho de secretaria escolar. Concentradas
num mesmo banco de dados.
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Competência 03
O Decreto n° 6.425, de 4 de abril de 2008, que dispõe sobre a realização dos censos anuais
da educação, estabelece no art. 4º que o fornecimento das informações solicitadas no Censo Escolar
da educação básica é obrigatório para todas as escolas públicas e privadas.
Os diretores e dirigentes dos estabelecimentos de ensino são os responsáveis pelas
informações declaradas. A veracidade dessas informações é de responsabilidade solidária entre as
escolas e os gestores dos entes federados (estados e municípios), sendo estes últimos responsáveis
também pelo acompanhamento de todo o processo censitário no âmbito de sua esfera
administrativa.
Agora é o momento de compreendermos a funcionalidade dos Censos Educacionais.
Vamos lá?
Já sabemos que o Censo Educacional é uma pesquisa que tem como objetivo realizar um
amplo levantamento estatístico educacional no Brasil sobre as diferentes etapas e modalidades de
ensino da Educação Básica e da Educação Profissional. É uma ferramenta indispensável para que a
sociedade em geral e os diversos atores educacionais possam conhecer a situação da Educação do
país, dos estados, municípios e escolas.
O Censo Educacional é um levantamento de dados e informações da Educação Básica,
que são utilizados como referência para a formulação de políticas públicas e para a execução de
programas na área da Educação, incluindo os de transferência de recursos públicos, como merenda
e transporte escolar, distribuição de livros e uniformes, implantação de bibliotecas, instalação de
energia elétrica, Dinheiro Direto na Escola e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Entende-se como educação básica o que compreende a educação infantil, o ensino
fundamental e o ensino médio, e tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho
e em estudos posteriores, contribuindo para a redução das desigualdades sociais. Para tanto, é
fundamental que se considere os princípios da equidade e da valorização da diversidade, os direitos
humanos, a gestão democrática do ensino público, a garantia de padrão de qualidade, a
acessibilidade, a igualdade de condições para o acesso e permanência do educando na escola.
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Competência 03
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Competência 03
Vamos abrir um destaque aqui, para comentar sobre o bom desempenho do Estado de
Pernambuco no último IDEB. Em 2015, apesar de 18 estados brasileiros terem aumentado seu índice
em relação a 2013, apenas Amazonas e Pernambuco conseguiram alcançar a meta estabelecida pelo
MEC, pulando da 4ª colocação em 2014, com índice esperado de 3,6 para 1º colocado com 3,9 em
2015.
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Competência 03
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Competência 03
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Competência 03
1998, cerca de 200 mil pessoas estavam matriculadas na educação básica, sendo apenas 13% em
classes comuns. Em 2014, eram quase 900 mil matrículas e 79% delas em turmas comuns.
Os Dados revelam que também houve um aumento de 198% no número de professores
com formação em educação especial. Em 2003, eram 3.691 docentes com esse tipo de especialização.
Em 2014, esse número chegou a 97.459.
Os Censos também apontam desigualdades regionais e entre etapas de ensino. O total de
escolas públicas brasileiras com todos os itens de infraestrutura adequada previstos no Plano
Nacional de Educação (PNE) avançou pouco mais de um ponto percentual desde 2009 até 2013: de
3,06% para 4,2%. O item que mais cresceu, isoladamente, foi o da banda larga (14,6 %.), chegando a
40% dos estabelecimentos em 2013, cobertura maior que a rede de esgoto sanitário, presente em
35,78% das escolas.
As desigualdades de infraestrutura ainda são discrepantes entre as etapas do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio. De acordo com os dados apurados, 4,40% das 118.914 escolas de
Ensino Fundamental públicas contam com todos os itens de infraestrutura previstos no PNE. Já no
Ensino Médio esse percentual é de 22,4% de um total de 19.400 escolas. Em ambas, o item que mais
cresceu foi também a banda larga: 13,28 e 9,81 %, respectivamente.
Como você vê, ainda há muito o que mudar!
A seguir, vamos compreender o poder da informação e sua influência no sistema
educacional.
Boa semana de estudos!
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Competência 04
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Competência 04
Vivemos num mundo que, desde a década de 1990, presencia uma grande revolução
tecnológica, em que as instituições se veem diante do desafio de integração ao mundo do
conhecimento e da informação, para que o trabalho seja facilitado por meio de dados precisos e que
permitam ações mais rápidas. Com isso, é cada vez mais intensa a inserção de sistemas de
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Competência 04
informações nos ambientes de trabalho, com vistas a auxiliar na atividade de gestão. Esse fenômeno
não é diferente na área educacional, em que as Tecnologias de Informação e Comunicação assumiram
grande importância. Essa mudança possibilitou aos gestores condições de transformar inúmeros
arquivos de papel em um banco de dados no computador constituídos em tempo real, permitindo,
assim, um gerenciamento preciso, inovador, prático e eficaz, que permeia a organização e gestão das
áreas pedagógicas e administrativas dos estabelecimentos de ensino.
Em busca por essa inovação, a Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE-PE)
implantou, em 2009, um sistema próprio de informações da rede pública estadual de educação, o
Sistema de Informações da Educação de Pernambuco (SIEPE). Desenvolvido com a finalidade de
cadastrar, monitorar e avaliar em tempo real os dados, situações, indicadores e resultados gerenciais
e operacionais da educação em Pernambuco, o sistema oferece às Gerências Regionais (GREs) e
escolas o cadastro, a manutenção e a consulta aos dados da rede física, do sistema de ensino, dos
alunos e dos servidores da rede.
Dessa forma, o SIEPE disponibiliza informações em tempo real, constituindo-se como uma
ferramenta de gestão e aporte pedagógico. É disponibilizado via internet, integrando, em um único
portal, o ambiente de Gestão da Rede de Ensino e Pedagógico, reunindo, assim, funcionalidades
que subsidiam o trabalho pedagógico e administrativo em três âmbitos: Secretaria de Educação,
Gerências Regionais e Escolas.
O objetivo do sistema é democratizar o acesso aos dados administrativos e acadêmicos
das unidades escolares, propiciando uma maior interação entre a Secretaria de Educação, as
Gerências Regionais de Educação, as unidades escolares e a comunidade. Por meio desse desenho, o
sistema disponibiliza informações em tempo real, de maneira rápida, confiável e eficaz, tornando-se
um apoio ao trabalho da gestão escolar.
Em síntese, o Portal SIEPE procura “promover a participação, a interação e a colaboração
entre educadores, alunos e familiares com as diversas comunidades educacionais conectadas pela
Web” (SIEPE, 2013).
Na educação, o grande desafio é fazer com que os dados educacionais sejam convertidos
em informações úteis para se elaborar e implementar políticas públicas, além de produzir um
diagnóstico amplo e de maneira integrada sobre a qualidade e as necessidades da educação, tanto
em nível nacional, quanto das especificidades dos estados e municípios. O atual cenário da gestão
49
Competência 04
pública, além dos avanços tecnológicos, também está marcado pela necessidade da busca por meios
de gestão mais eficientes e eficazes, capazes de mostrar resultados aos cidadãos.
O SIEPE é disponibilizado em ambiente totalmente web, integrando, em um único espaço,
dois ambientes: Gestão da Rede de Ensino e Ambiente Pedagógico ou Portal Colaborativo. Reúne
funcionalidades que subsidiam o trabalho pedagógico e administrativo nos âmbitos da Secretaria de
Educação, das Gerências Regionais e das escolas. Além disso, utiliza a internet como ferramenta para
inserção de dados educacionais dos alunos e professores a cada final de bimestre, sendo esse
acompanhamento baseado em dados atualizados a partir de cada unidade escolar.
Oferece um ambiente pedagógico e possibilita vantagens de acompanhar o
comportamento de alguns indicadores educacionais como frequência dos alunos e professores, notas
bimestrais, conteúdos trabalhados, número de aulas dadas e previstas, quadros de horário de aulas
e detalhamento dos motivos de faltas dos professores. Para assegurar o cumprimento das metas
de melhoria da qualidade da educação estabelecidas pelo governo, no estado de Pernambuco, foi
instituído o Pacto Pela Educação, uma política pública educacional que tem como objetivo promover
uma educação voltada para equidade, em que a qualidade seja oferecida para todos, com foco na
qualificação profissional e na melhoria do ensino, da aprendizagem e dos ambientes pedagógicos.
O SIEPE foi implantado por meio da Portaria SE nº 4636, de 5 de julho de 2011, para
atender à necessidade de um sistema com acompanhamento da realidade das escolas em tempo real,
permitindo o acesso de todos os públicos às informações. Para isso, foi constituído um comitê,
responsável pela sua implantação e seu funcionamento. Composto por alguns servidores da SEE o
comitê foi responsável pelo planejamento, acompanhamento e deliberação das ações a serem
desenvolvidas; pela realização de reuniões semanais e compartilhamento das decisões tomadas; pela
execução imediata da implantação e alimentação contínua e gradativa. No início, algumas escolas
foram integradas ao sistema e, posteriormente, todas as escolas estaduais e Gerências Regionais de
Educação e a Secretaria de Educação foram conectadas e passaram a interagir no ambiente.
O SIEPE possibilita o acompanhamento de indicadores como rede física, equipamentos,
mobiliários, cumprimento do calendário letivo e do currículo escolar, boletim pedagógico e
rendimento das escolas. Dessa forma, visa permitir maior agilidade da SEE-PE, das Gerências
Regionais de Ensino (GREs) e da própria escola em atender às demandas e solucionar os problemas
detectados. Outra questão importante de ser exposta é com relação à matrícula do aluno: como o
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Competência 04
sistema disponibiliza todos os documentos referentes à sua vida educacional, se, por algum motivo,
ele for transferido para outra escola da rede pública de Pernambuco, independentemente da
localidade, o cadastro de matrícula é fornecido pelo sistema, assim como, notas e frequência.
O SIEPE atualmente é o principal instrumento de coleta de dados do sistema educacional
de Pernambuco, e sua base de dados já se integra ao Censo Educacional Brasileiro, não precisando
que os gestores e informantes nas escolas tenham que inserir dados em ambas plataformas. A base
de dados do SIEPE, também “ alimenta” a base de dados do Grande Recife Consócio de Transporte,
empresa responsável por administrar o sistema de transportes públicos da capital pernambucana, e
da emissão da carteira estudantil e do Passe Livre.
Passe Livre
O Governo do Estado de Pernambuco concedeu aos estudantes
da Rede Pública Estadual de Ensino da Região Metropolitana do
Recife (RMR) e aos cotistas da Universidade de Pernambuco
(UPE), mais um benefício, o Passe Livre. O cartão garante
passagem gratuita aos alunos, que devem estar regularmente
matriculados e com frequência comprovada.
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Competência 04
metas elevadas para o Estado, propondo um grande desafio. Em relação às metas estabelecidas para
2021, o MEC definiu para Pernambuco nos anos iniciais do Ensino Fundamental o índice de 5,4 e anos
finais 4,5. Para o Ensino Médio foi definido o índice de 4,5. Porém, o Governo de Pernambuco
estabeleceu meta própria mais ambiciosa, de 6,0 para todos os níveis de ensino.
Diante desse quadro, houve a necessidade de serem tomadas algumas decisões, entre
elas a implantação de um programa de monitoramento pedagógico da rede estadual que
envolvesse os diversos segmentos: SEEPE, GREs e escolas. Para realizar essa ação, percebeu-se a
necessidade de uma tecnologia aplicada à educação que contribuísse com as novas demandas
educacionais, garantindo uma educação de qualidade, para o pleno exercício de cada cidadão, bem
como para o desenvolvimento do estudante.
Em atendimento às necessidades requeridas para implantação do sistema, foram
sancionadas algumas leis no âmbito do Sistema Estadual de Educação, como a Lei de
Responsabilidade Educacional do Estado de Pernambuco, Lei nº 13.273, sancionada em 5 de julho
2007 e Lei nº 15.362 de 2 de setembro de 2014, que introduz alterações na Lei nº 13.273, de 5 de
julho de 2007. O artigo 1º das referidas Leis estabelece que: “O Secretário de Educação apresentará
na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, relatório anual, contendo os indicadores
educacionais até 120 (cento e vinte dias) dias após o término de cada ano letivo” (LEGISPE, 2007). No
Artigo 2º, as Leis tratam dos Indicadores educacionais aos quais se refere o Artigo 1º, sendo eles: I
Alfabetização; II Matrícula e Evasão Escolar; III Taxa de distorção idade série; IV Docentes; V
Programas; VI Tempo de Estudo; VII Rendimento Escolar e VII Infraestrutura (LEGISPE, 2007).
A partir dos resultados do IDEB, que apontavam baixos índices para Pernambuco, o
Governo do Estado, por meio da SEEPE, seguindo o modelo do IDEB, criou o Índice de
Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (IDEPE). Com o IDEPE, metas por escola foram
estabelecidas em consonância com a realidade específica de cada uma. Foi instituído também o
Bônus de Desempenho Educacional (BDE), como um estímulo para as escolas alcançarem as metas
estabelecidas.
O SIEPE, desde de sua implantação já sofreu diversos ajustes e hoje, pode-se dizer que
falta muito para ser um sistema completo, porém já atende as principais necessidades de informação
às escolas, GREs e Secretaria de Educação.
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Competência 04
Assim como o SIEPE para Pernambuco, existem vários outros sistemas adotados nos
diversos estados e municípios, que seriam somente mais um sistema, se não houver integração com
um sistema nacional, integrado.
Já falamos aqui, que a organização tradicional, hierárquica e fechada se encontra com
sérios problemas. Novos e complexos desafios são impostos pela sociedade e questionam as teorias
administrativas, fazendo com que elas adaptem ou modifiquem por completo suas abordagens para
continuarem úteis e aplicáveis. Nesse início de século XXI, devido à rapidez com que as inovações na
tecnologia e nos meios de comunicação têm sido introduzidas na sociedade, torna-se necessário que
as organizações, públicas ou privadas, estejam voltadas para a construção do conhecimento com base
na informação. O maior desafio será transformar informações em ações focadas diretamente nos
resultados, tanto para as instituições como para a sociedade.
As instituições de educação também passam por profundas mudanças. A utilização da
informática no âmbito educacional encontra-se, atualmente, em crescimento progressivo. A arte de
ensinar e de aprender, nos dias de hoje, não se limita mais ao trabalho realizado dentro da sala de
aula. Há um vasto leque de recursos que as tecnologias oferecem e que deve ser vivenciado pela
comunidade escolar. Ter acesso a informações, comunicar-se e trocar experiências a grandes
distâncias de forma rápida, pesquisar e buscar soluções cada vez mais atuais e eficientes para os
problemas, conhecer o mundo em que vivemos sem a necessidade de deslocamento físico e,
sobretudo, desenvolver novos níveis de convivência dento e fora da escola são alguns dos recursos
hoje disponíveis com o avanço da tecnologia da informação e da comunicação. A criação e a
propagação de novos conhecimentos nunca foram tão estimuladas. Para PENIN (2001), hoje o
conhecimento circula em complexas redes, sendo veiculado não apenas através dos meios
tradicionais de comunicação (televisão, rádio, revista, jornal etc.) como também pelo computador e,
sobretudo, pela Internet. Segundo ela, “pensar a escola e sua função social nesse novo contexto
significa pensar também sua relação com esses equipamentos e meios de comunicação”.
Os sistemas educacionais e as escolas, como unidades sociais, são organismos vivos e
dinâmicos, e como tais devem ser compreendidos. Assim, ao se caracterizarem por uma rede de
relações entre os elementos que nelas interferem, direta ou indiretamente, sua direção
demanda um novo modelo de organização, que busque estabelecer uma orientação transformadora,
53
Competência 04
sempre na direção da justiça social. E é essa necessidade que a gestão educacional tenta responder,
estabelecendo a importância de se dirigir à organização de ensino não impositivamente, mas a partir
dela mesma, em sua relação integrada com a comunidade ao seu entorno. Essa nova consciência
sobre gestão – resultado do movimento social, associado à democratização das organizações – requer
a participação ativa de todos que atuam na sociedade para a tomada de decisão, o planejamento
participativo e a capacidade de resposta urgente aos problemas da existência e da funcionalidade das
organizações. Quando se fala em gestão educacional não se trata apenas de controlar recursos,
coordenar funcionários e assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula. Trata-se de um novo
modelo de administração totalmente integrado à esfera pedagógica. Nesse sentido, todas as ações
administrativas devem objetivar o produto final: a educação de qualidade. “O principal é ter uma
visão mais global, preocupando-se com os recursos, os processos, as pessoas, o currículo, a
metodologia, a disciplina, tudo de maneira interligada”. (MOREIRA (2004) lembra, ainda, que os
estabelecimentos de ensino, assim como as outras organizações, possuem objetivos específicos.
A escola, de todos os níveis, produz serviços de ensino. Sua atividade-fim é o ensino-
aprendizagem. No entanto, para que a atividade-fim de qualquer organização possa ser realizada com
eficiência, é necessário o desenvolvimento das atividades de outra natureza, que prestam apoio e
suporte à efetivação do objetivo último da organização. Estas são chamadas atividades-meio ou
atividades administrativas da instituição. Assim como as demais organizações, o sistema de ensino,
bem como as escolas individualmente, precisa ter uma estrutura de suporte administrativo que sirva
de sustentação e de apoio para o desenvolvimento de suas atividades-fim: o ensino e a aprendizagem.
Para o perfeito funcionamento do sistema de ensino, é essencial desenvolver com eficiência as ações
administrativas relacionadas ao planejamento, organização, execução, coordenação e controle das
áreas de pessoal, de material, de finanças, de publicidade, de sistemas de informação e outras mais.
Nesse contexto, nasce então a necessidade de propor novos caminhos para os novos modelos de
gestão educacional.
A integração de tecnologias ao processo educacional, como o computador e a Internet,
pode promover mudanças bastante expressivas na organização e no dia a dia da escola, bem como
na maneira como o ensino e aprendizagem se processam, tudo isso tendo por fim a Educação para a
Cidadania.
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Competência 04
A figura anterior representa a busca dos jovens por uma qualidade de ensino. O que pode
ser visto também nas manifestações no Brasil atual. Veja um dos exemplos no link a seguir.
Acesse:
www.sinprodf.org.br/estudantes-fazem-anifestacao-reivindi
cando-escola-publica-de-qualidade/
Nesse momento histórico do Brasil, a Educação tem procurado desenvolver, nos seus
objetivos básicos, a socialização do conhecimento e a formação do ser cidadão. Desta feita, toda
inovação educativa deve se perguntar sobre como estabelecer sua contribuição no horizonte
de uma educação compromissada com a construção de um conhecimento e a formação de cidadãos
aptos a contribuírem para uma transformação social, através da afirmação da democracia e da justiça
social na nossa sociedade. Para o real desenvolvimento de um estado democrático, o acesso à
informação é essencial. Uma sociedade jamais será desenvolvida e justa se o conhecimento se
conservar sob o domínio de uns poucos. Portanto, é fundamental para a sociedade brasileira que as
pessoas saibam utilizar as tecnologias da informação e que, através delas, possam se comunicar,
resolver problemas e produzir conhecimento. E o ambiente ideal para idealizar um processo dessa
natureza é a escola, porta de entrada para a grande maioria da população ter acesso ao mundo do
saber.
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Competência 04
Segundo PRATA (2002), é preciso considerar, nos dias de hoje, que ter acesso ou não à
informação pode gerar um elemento de discriminação nessa sociedade tecnológica que se organiza
e que interfere no nosso cotidiano – o analfabetismo digital. No entanto, essa questão pode ser
superada pelo desenvolvimento de habilidades, de competências e da obtenção e utilização de
informações por meio da própria tecnologia. Assim sendo, é preciso entender como as Tecnologias
da Informação e Comunicação – TIC se aplicam no contexto das organizações de ensino, sobretudo
nas escolas.
Não por acaso, a busca por sistemas de qualidade tem sido uma preocupação constante
das empresas. Na área governamental, os déficits de orçamento estão levando os governos a adiar
ou eliminar programas essenciais, inclusive nas áreas educacionais, em um momento em que a nação
brasileira tanto precisa deles. Segundo CARR & LITTMAN (1998) as organizações públicas usam
programas de qualidade para:
• economizar receitas, ao mesmo tempo, melhorar os serviços existentes;
• conquistar a administração do público, impressionado com a qualidade dos serviços; e
• acrescentar novos serviços exigidos pelo público e necessários a eles. Em um mundo
desenvolvido, onde a economia se internacionalizou e a tecnologia vem transformando a
vida das pessoas, a concorrência entre as empresas torna-se cada vez mais acirrada.
Esse processo trouxe pressões sobre as empresas, exigindo um aprimoramento das
habilidades gerenciais, novas formas de desenvolver seus processos, preocupação contínua com a
qualidade e o resultado, e orientação permanente para o cliente. Na área educacional, o gestor tem
a missão de identificar e articular os diferentes talentos, encontrados na escola e na sociedade, para
que objetivos e metas sejam alcançados, bem como de conscientizar toda a comunidade escolar para
a importância da contribuição individual e coletiva na qualidade do todo.
Novas propostas e modelos de gestão têm surgido desde 1990. A relação entre a Gestão
e a Tecnologia da Informação deu origem a novas formas de conduzir os processos nas empresas. A
cidadania passou a ser um referencial a ser perseguido e alcançado. A própria reforma administrativa
no setor público, em pauta nas votações do Congresso Nacional, aponta a necessidade de uma
administração mais leve, flexível e direcionada ao cidadão. O Estado se vê compelido a se
reestruturar. Os serviços públicos, ainda caracterizados pela fragilidade e pela inoperância, sofrem
forte pressão para melhorar suas condições de produção de informação, sob argumentos de
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Competência 04
incremento da sua eficiência e transparência. A sociedade em geral, mantenedora que é de toda essa
estrutura, vem exigindo, como nunca, a prestação de um serviço público de qualidade, a utilização
eficiente dos recursos e a sua participação na definição das políticas públicas.
Assim como no mundo empresarial, na educação os sistemas de informação precisam
estar integrados para que sejam eficazes na formulação das políticas públicas no sistema nacional de
educação.
Já citamos o SIED anteriormente, quando falamos da utilização do sistema de censo
educacional.
Vamos estudar agora com a perspectiva de um sistema integrador de informações.
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Competência 04
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Competência 04
como num sistema de informação, onde cada sistema independente, alimentado por informações
locais, podem se integrar ao um sistema nacional e movimentar o sistema educacional como um
todo.
O SIEd e Censo Escolar possuem atualmente abrangência nacional, isto é, em seu
desenho, seus componentes estarão integrados e distribuídos por todo o território nacional,
coletando e tratando dados e gerando informações nas esferas federal, estadual, municipal, privada
e nas associações e entidades. O levantamento é feito junto a todos os estabelecimentos de ensino,
das redes pública e particular, mediante o preenchimento de questionário padronizado, de caráter
compulsório, fixado pelo Decreto nº 73.177, de 20 de novembro de 1973. Para a mobilização da
sociedade e, em especial, da comunidade escolar, foi instituído, em 1995, por Portaria
Interministerial, o Dia Nacional do Censo Escolar, celebrado anualmente na última quarta-feira de
maio de cada ano.
Essas informações são agora coletadas e digitadas pelas Secretarias Estaduais, cabendo
ao INEP a tarefa de coordenar e centralizar em uma base de dados única todas as informações
disponíveis. Para garantir a confiabilidade das informações coletadas, anualmente se faz o Controle
de Qualidade do Censo Escolar, por um auditor externo, e a Auditoria do Censo, pela equipe interna.
Os esforços desenvolvidos permitiram, nesta última gestão, a atualização das informações estatísticas
que inicialmente encontravam-se disponíveis somente até o ano de 1989, e hoje encontram-se já
disponíveis as informações para o ano de 1997, como, também, a geração de um único cadastro para
as instituições de ensino do país nos seus diversos níveis e modalidades, permitindo desta forma
informações mais precisas sobre quantas e onde estão estas instituições, eliminado a sobreposição
de inúmeros cadastros existentes.
Um outro ponto que o INEP coloca como meta importante e está atualmente em fase de
execução, é a informatização dos processos inerentes a atuação das escolas. Para tal foi desenvolvido
o Sistema de Administração Escolar (SAE/MEC), que informatiza todas as funções existentes na
escola. É um sistema aberto, que permite sua configuração a partir das necessidades da escola. Este
sistema possui uma interface que transfere os dados necessários às Secretarias Estaduais e MEC de
forma automática para o SIED, racionalizando, assim, o processo de coleta de informações. Da mesma
forma, está sendo desenvolvido o módulo do SIED - Censo Escolar, a ser implantado nas unidades
regionais das secretarias estaduais e municipais de educação, permitindo assim, maior capilaridade
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Competência 04
do sistema, o que muito contribuirá para melhorar o desempenho de todos os processos de produção
de informações estatísticas e redução de custo de coleta.
Sabemos que um sistema isolado, gera mais trabalho e informações ineficientes. Quando
integrados retratam uma imagem geral de um sistema educacional de um país.
O que veremos a seguir, será exatamente a busca de integrar um sistema nacional de
informação.
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Competência 04
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Competência 05
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Competência 05
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Competência 05
O filme A.I. Inteligência artificial, retrata a complicada relação entre o homem e suas
máquinas, discutindo inteligência, consciência e, em meio a tanta tecnologia, o que significa ser
humano e o limite das máquinas. Veja um breve do trecho do filme no link a seguir.
www.youtube.com/watch?v=lZ00ytAhSGI
Como podemos observar, por mais que as máquinas evoluam. O ser humano é o sujeito
do estudo social, portanto as informações estão a serviço desta deste estudo.
O entendimento dessa diferença (desenvolvimento de Sistema de Informação versus
Programação), proporciona a criação de processos e rotinas mais adequados, mais segurança, maior
controle, além de possibilitar à empresa, uma análise clara dos benefícios (ou não) que a
informatização pode trazer.
Os Sistemas de Informação são peça fundamental para as empresas, não apenas na
elaboração de relatórios, mas fazem parte de todos os departamentos e atividades da companhia,
desde o simples controle até a confecção de planos estratégicos complexos. Tudo que acontece,
todos processos,são regidos por um sistema, que pode ou não ser informatizado. Mais uma vez, deve
ser considerada a importância do administrador nesse processo, que é nada menos que vital para a
intuição.
Os Sistemas de Informação, conjunto de todos os componentes físicos e lógicos que
servem de suporte ao manuseamento da informação, entraram definitivamente na ordem do dia
devido aos indiscutíveis avanços da tecnologia que lhes dá suporte.
Apesar de encarados como assunto do mundo empresarial, a escola pode e deve abordar
este assunto como pertencente à sua área de influência, pois se existe organização que vive e
sobrevive sustentada em informação, é a escola. Todos os processos inerentes ao normal
funcionamento da escola suportam-se, fundamentalmente, na análise da informação disponível.
Esta, pode existir em abundância, mas na prática não adianta se não for de qualidade. Só com
informação de qualidade e disponibilizada em tempo útil, é que se pode garantir a eficiência e eficácia
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Competência 05
de uma organização.
Atualmente, o recurso à tecnologia adequada é indissociável da realidade escolar. É
reconhecível que para se conseguir dispor de informação com qualidade, é indispensável fazer uso
de suportes tecnológicos, também adequados que permitam o seu fácil manuseamento e
consequente confiabilidade.
Não fazemos uma diminuição da importância do uso da tecnologia, mas antes de forma
abrangente e de suporte à decisão. Esta é da exclusiva competência e atribuição do elemento
humano, que é quem controla a máquina. É o fator chave da função de uma organização e tem que
se nortear em informação de qualidade, isto é, sem ruído.
Em qualquer organização existem três componentes que se interligam e dependem
mutuamente entre si. O componente material, o imaterial e o elemento humano. Como todos
interagem de forma aleatória, têm que ser levados em consideração, de forma equivalente, na gestão
da organização. O elemento humano é o componente material por razões que todos reconhecem e
são alvo de atenção especial, por parte de quem decide. Resta-nos o componente imaterial, ou seja,
a informação.
Se a Informação serve de alimento ao todo organizativo, então precisamos geri-la
também. Ou seja, se todos reconhecemos que o componente imaterial (dados, informação,
conhecimento), é tão ou mais importante que os restantes, devemos procurar formas de resolver
esta dificuldade de gerenciamento.
Recorrendo à abordagem dos Sistemas de Informação, estaremos mais próximos de
resolver uma boa parte do problema. No entanto, não nos devemos esquecer que qualquer tipo de
nova abordagem que se possa efetuar, terá que se suportar em larga medida, numa base tecnológica
robusta e eficiente que nos auxilie nesta tarefa de melhoria do funcionamento da organização escola.
A base tecnológica não pode ser encarada como a solução para todos os males da
organização escolar, mas antes como um passo de gigante para que possa vir a ser a solução num
futuro próximo, é através da tecnologia, com o seu uso racional e devidamente planejado que todos
os processos indissociáveis da atividade educativa poderão conter uma maior eficiência, visto que,
sendo a tecnologia, parte integrante de uma rede de comunicação globalizada, mais rapidamente
poderemos obter melhorias na implementação dos processos recorrendo à troca de informação com
o meio ambiente e desta forma, incrementar a produção de conhecimento relevante para a
66
Competência 05
organização.
É na comunicação da informação através de redes tecnológicas que poderá estar a chave
mestra para a resolução do problema da eficácia dos processos educativos, pois se recorrermos ao
trabalho de equipe, que devido ao tipo de funcionamento das redes tecnológicas é fácil e pouco
oneroso, mais rapidamente obtemos resultados positivos condizentes com o pretendido. De
qualquer maneira, não podemos esquecer um planejamento com cuidado. Onde as mudanças de
direção na estratégia escolhida deverão estar consignadas como melhoria de todo o processo, pois
deverá haver uma visão contingencial do sistema.
É no aspecto da partilha de informação, que a organização Escolar tem demonstrado mais
dificuldades, pois a nossa formação cultural ainda não deu o salto qualitativo tão desejado nesse
ponto, pois como o passado nos demonstra, foi sempre com o recurso à pouca disponibilização de
informação que a maioria dos responsáveis do sistema educacional se formou e os quais ainda fazem
sentir a sua influência, no presente.
É derivado da complexidade atual, em que se movimentam as sociedades, que aquele
paradigma tem que ser abandonado, pois a disseminação das redes de informáticas, um pouco por
todo o mundo, fez com que a informação deixasse de ser propriedade exclusiva de alguns, passando
para o domínio público, circulando à velocidade da luz pelos quatro cantos do planeta.
O complexo processo de resistência à mudança, em que a Escola é particularmente
inserida, tem colocados entraves a uma evolução efetiva para o colocação da informação como
suporte tecnológico, ou seja, se queremos uma Escola dinâmica, atrativa e capaz de acompanhar as
profundas evoluções que a sociedade tem sofrido, especialmente no tocante à utilização de
tecnologias para manuseamento da informação, não podemos ignorar o que é evidente para todos e
devemos procurar novas formas de dinamizar a organização Escola.
Acreditamos que, com o correto recurso às tecnologias disponíveis já comprovadas,
constituindo-se Sistemas de Informação para a Educação de base tecnológica, criaremos mais espaço
para todos se dedicarem à difícil tarefa que é ensinar.
Os Sistemas de Informação de base tecnológica, devem constituir-se em rede de forma a
todo o Sistema Educativo estar em contato direto e permanente entre si. Assim, toda uma montanha
de documentação que atualmente circula em formato de papel, pode circular em formato digital.
Além de se reduzirem custos diretos, chega ao destino mais depressa, logo, evita-se o desfasamento
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Competência 05
da informação com a realidade dos acontecimentos, pois pode-se transmitir informação em segundos
de forma segura, enquanto que em papel, mesmo através dos faxs ou outros meios manuais, tem
que passar por alguns filtros o que poderá conduzir à sua adulteração.
O suporte tecnológico, deverá fazer uso dos processos existentes na Escola em toda a sua
amplitude, desde os pedagógicos, passando pelos de gestão até aos administrativos. Aqueles
processos não deverão ser copiados tal como estão, mas antes serem adaptados à tecnologia.
A utilização das Tecnologias da Informação reveste-se da maior importância, pois a
simples automatização dos processos não tem dado os resultados pretendidos, os computadores
pouco mais vão além na sua utilização como máquinas de escrever ultramodernas.
Dirão os mais atentos que não é bem isto que acontece nas Escolas, pois já há muitos
processos que são executados em suporte tecnológico além dos ofícios e circulares, como sejam: as
avaliações de alunos; vencimentos de pessoal; inclusive com envio de e-mails para os Encarregados
de Educação.
Uma boa e eficiente gestão escolar - nos referimos a gestão escolar no modo
generalizado, seja ela Federal, Estadual ou Municipal, pública ou privada - reflete seus resultados na
aprendizagem dos alunos e na alta qualidade de ensino da instituição ou do sistema educacional.
Oferecer uma educação com excelência, com um diferencial, é o grande objetivo, mas os percalços
durante o caminho até chegar a essa meta atrapalham, ocupam tempo e pessoas. Por esse motivo é
essencial que exista uma boa gestão escolar, com processos integrados e com uma visão do todo.
Falar em gestão escolar, inicialmente, remete-nos à ideia de ter alguém que tome conta
da parte burocrática, administrativa e financeira, e não raro, isso acontece, e é o que acaba levando
muitas escolas a um estado crítico de queda na qualidade de ensino à perda acentuada de alunos. O
que se precisa saber é que gestão escolar é bem mais que isso, é um processo mais amplo e que visa
permitir uma melhora permanente nos resultados da escola.
A gestão escolar precisa de gestores que consigam integrar todas as áreas de atuação:
gestão pedagógica e de aprendizagem, administrativa, financeira, relacionamento interpessoal na
escola, resultados escolares, infraestrutura e relacionamento com a comunidade.
Parece complicado um gestor ter uma visão integrada de tudo, são muitos dados, papéis,
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Competência 05
planilhas, relatórios e afins. Mas para o bem da escola e para que tudo ande certinho como deve ser,
uma forma para que isso aconteça deve ser encontrada – como uma gestão escolar eficiente.
Um trabalho de gestão bem feito, pensado, planejado e organizado, trará muitos
benefícios à escola, equipe, pais, alunos e comunidade. Mas o que envolve e como se alcança uma
gestão escolar eficiente?
Um gestor deve ser preocupado e ocupado em orientar ações para melhorias nos
resultados em todas as áreas da escola. Deve saber que seu papel é o de integrar além de ações,
pessoas, pois o processo de melhorias deve ser integrado entre os setores.
Implementar uma gestão tendo em mente que a escola é mais do que uma organização
burocrática. Atualmente os desafios são maiores e o gestor deve estar preparado para encará-los e
passar por eles. Nesse ângulo, espera-se um gestor que, além de identificar e resolver os problemas
da escola, tenha habilidade e capacidade para ir além disso e fazer a ligação entre escola, pais, alunos,
comunidade e estado.
Mediante a identificação de problemas, do que precisa ser solucionado, do que se espera
da escola e do que a gestão pretende, é preciso fazer um planejamento estratégico para chegar à
ações que possam ser direcionadas às soluções dos problemas levantados e à realização dos
encaminhamentos propostos. Esse planejamento deve ser a curto, médio e longo prazos e deve
envolver toda a equipe.
O gestor deve estar ligado às mudanças que acontecem diariamente, e isso não se
restringe apenas às tecnologias, mas também à sociedade e nos próprios processos – administrativos,
contábeis. O gestor deve estar atualizado e aberto às novidades, e disposto a implementá-las na
escola, atualizando métodos e processos e otimizando tempo.
Ressaltamos a necessidade de o Gestor dedicar menos tempo envolvido com processos
burocráticos ou tentando resolver problemas como preenchimento de cadernetas, o que significa ter
mais tempo para articular projetos de melhorias para a qualidade de ensino da instituição.
A melhoria na qualidade do ensino escolar é algo que os educadores debatem e buscam
ao longo dos tempos. Qualidade de ensino é resultado de uma engrenagem que envolve todos os
segmentos de uma escola (direção, coordenação, professores, pais, estudantes etc.), enfim, de toda
a comunidade escolar. E isso é função de um bom gestor no comando.
O gestor tem papel fundamental para que a escola exerça sua função e garanta assim um
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Competência 05
aprendizado excelente, melhor qualidade de ensino e aplicação dos recursos disponíveis para a
escola. A qualidade do gerenciamento escolar está relacionada à eficácia do trabalho do gestor;
muitos transtornos poderão ser evitados ao sistema educacional se os gestores estiverem bem
preparados.
Hoje, no estado de Pernambuco, como exemplo, algumas políticas públicas foram feitas
para a melhoria desse gerenciamento. Os candidatos à direção das escolas públicas da rede estadual
passam por uma preparação (curso e prova específica). Sendo estes aprovados, finalmente se
candidatam à direção da escola e isso já é uma conquista recente no Estado.
Sabemos que essa preparação não terá valor satisfatório se o gestor não agregar esse
conhecimento a outras habilidades intrínsecas ao mesmo, tais como: compromisso, assistência,
receptividade, pontualidade, participação e liderança.
Com a nova LDB (Leis de Diretrizes e Bases), o diretor escolar tem oportunidade de
construir o perfil da escola, junto com a comunidade escolar, partindo da premissa “escola que temos,
para a escola que queremos”, com o intuito de melhorar a instituição no geral – da gestão ao
aprendizado eficaz.
Para isso, documentos importantes norteiam essa caminhada. O Projeto Político-
Pedagógico, o Regimento Escolar e outros que são desenvolvidos pela Instituição de Ensino devem
estar sempre atualizados e dando suporte a este processo para a conquista da excelência no resultado
do ensino e da aprendizagem.
Ao analisarmos o papel do gestor dentro da escola, podemos dizer ainda que o mesmo
deverá descentralizar os trabalhos, incentivar à participação da comunidade escolar nas ações da
mesma, respeitar as diversidades de opiniões, exercendo assim uma gestão democrática e
participativa.
A gestão escolar divide-se em gestão de recursos humanos, gestão pedagógica e gestão
administrativa. O gestor não pode se atentar meramente às questões administrativas, colocando em
segundo plano sua função pedagógica.
Observa-se um distanciamento relativo entre o gestor e o planejamento pedagógico, o
que não deveria ocorrer. O diretor deve ser um líder pedagógico, gerenciador e articulador, sendo
auxiliado pelos coordenadores pedagógicos. Sua função é animar as ações pedagógicas e
administrativas, ser mediador entre a escola e a comunidade nesse processo.
70
Competência 05
O sucesso na gestão escolar está intimamente ligado aos resultados alcançados pelos
estudantes, refletindo assim o bom direcionamento de toda a equipe escolar. No entanto, o diretor
é ponto integrador de novas ideias, de mudanças positivas dentro e fora da escola.
Nesse sentido, sabemos da necessidade de mudanças comportamentais no ambiente
escolar e que essa proposta poderá transformar o mesmo em um espaço efetivo de aprendizagem e
reconhecimento, ou seja, em uma escola eficaz e eficiente.
Atualmente, vivenciamos um período marcado por mudanças que podem ser observadas,
principalmente, no acentuado desenvolvimento social e tecnológico. Assim, a educação, um contexto
social que vivencia essas aceleradas transformações, passa a exigir de seus profissionais,
especialmente no âmbito da gestão escolar, a adoção de atitudes que favoreçam o desenvolvimento
de práticas interativas que envolvam a participação de todos no estabelecimento de alianças e
parcerias com a comunidade local. Dessa forma, novos padrões de qualidade têm sido adotados para
a melhoria da qualidade do ensino, da escola e da prática de sua gestão escolar com vistas ao
atendimento da constante demanda por melhorias. Buscando identificar e fortalecer as
competências necessárias para o desenvolvimento da função de gestor escolar.
Segundo Heloisa Luck (2008), "na escola, o diretor é o profissional a quem compete a
liderança e organização do trabalho de todos os que nela atuam", o que representa que esses
profissionais devem trabalhar de modo a orientar o restante da equipe "no desenvolvimento de um
ambiente educacional capaz de promover aprendizagem e formação dos alunos no nível mais elevado
possível, de modo que estejam capacitados a enfrentar os novos desafios que são apresentados".
Estas considerações reforçam que cabe ao gestor escolar ter clareza quanto aos desafios
que a sociedade enfrenta e buscar diariamente informações e novos conceitos que facilitem a
compreensão dos aspectos relacionados à educação e ao seu trabalho. Vale lembrar que a gestão
escolar é um meio e não um fim. Assim, para o exercício de sua função é necessário construir uma
trajetória que fortaleça sua liderança e conhecimento educacional, através da efetivação de políticas
educacionais ou dos desafios apresentados pela sociedade globalizada, tecnológica e do
conhecimento, da constituição federal e demais leis necessárias ao desenvolvimento pleno da
educação.
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Competência 05
Conforme a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), "a educação
abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade
e nas manifestações culturais". O disposto na lei nacional evidencia que, para que a escola seja de
qualidade, é necessário o conhecimento e compreensão, bem como a efetivação dos conteúdos
previstos no currículo escolar.
Os pressupostos previstos na lei apontam que, enquanto organização social, cabe à escola
cultivar e transmitir valores e contribuir com a formação dos alunos, favorecendo o desenvolvimento
de aprendizagens significativas. Para tanto, deve contar com professores bem informados, capazes
de interagir com seus alunos de forma aberta, franca e dialógica, onde os alunos possam sentir-se
envolvidos em um ambiente de experiências educacionais estimulantes, motivadoras e de elevada
qualidade, em uma perspectiva pedagógica escolar centrada no aluno e em sua formação.
Neste sentido, para que a escola tenha êxito em sua missão de educar, é necessário que
todos os servidores que nela atuam sintam-se envolvidos diretamente na construção do ambiente
educacional, conhecendo e participando tanto da construção do projeto político pedagógico como
das demais ações desenvolvidas pela equipe gestora, numa perspectiva de atuação visando o sucesso
da organização e orienta ção de todas as dimensões contempladas pela escola.
Esta dinâmica interna da escola ressalta a importância do desempenho da equipe gestora,
com destaque para a função do diretor escolar, cuja atuação orienta a promoção de ações
educacionais e constitui-se em um meio para a realização dos objetivos educacionais. O trabalho da
equipe gestora visando uma ação norteada pelo princípio democrático envolve a participação de toda
a equipe docente e da comunidade escolar, visando a efetivação da gestão democrática e garantindo
a qualidade do ensino e aprendizagem a todos os alunos.
Nesta perspectiva, o planejamento da gestão escolar envolve áreas e dimensões de
organização diversas, tais como: o acompanhamento e a avaliação das ações realizadas.
O sucesso de qualquer ação educativa depende do planejamento sistematizado das ações
educacionais. Sem planejamento, as ações desenvolvidas são improvisadas e fadadas ao erro, o que
causa prejuízos à educação. O ato de se organizar através do planejamento é indispensável em todos
os setores e níveis da educação, demandando a criação de um método sistemático que facilite a
realização das tarefas de todos os envolvidos.
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Competência 05
Neste sentido, pode-se afirmar que o Projeto Político Pedagógico - PPP é um instrumento
que necessita ser revisto e analisado continuamente, devendo ser adequado às necessidades da
escola. Isso ocorre porque o PPP é o instrumento que norteia e equilibra as ações educacionais de
todos os estabelecimentos de ensino, que têm a missão de elaborar, executar e organizar sua
proposta pedagógica (art. 12º da lei 9394/96), também referida no artigo art. 14º, inciso I da LDB
como projeto pedagógico escolar. Dessa forma, é reforçada a importância do PPP quando o foco de
sua ação é o aluno, a formação, a aprendizagem e a organização do processo pedagógico. Somados
a ele, "o PDE constitui-se um esforço disciplinado da escola para reproduzir decisões e ações
fundamentais que moldam e guia o que ela é, o que faz com vistas no futuro". (MEC/FUNDESCOLA,
2006 p. 20).
Verifica-se a necessidade de estabelecer processos de acompanhamento sistemático e
descritivo dos processos de elaboração de planos ou projetos de ação. Porém, verifica-se que o
monitoramento e avaliação em educação, embora sejam processos essenciais da gestão, não são
práticas comuns em escolas e apenas recentemente estão sendo adotadas nas gestões dos sistemas
de ensino.
O monitoramento e a avaliação trazem consigo conotações conceituais e estabelecem
diretrizes que apontam se a mesma será burocrática ou educacional. Na ausência de práticas
coerentes de avaliação, o que se tem são ações aleatórias, assistemáticas e desarticuladas, até porque
se sabe que a avaliação traz consigo todo um processo de medidas a serem alcançados durante a
realização de um plano ou projeto, demonstrando que o monitoramento e a avaliação, juntos,
permitem conhecer e orientar a efetividade em relação aos resultados obtidos e devem ser feitos a
partir de questionamentos ou problematização de várias obras.
Uma escola orientada por uma boa gestão possui um bom programa de monitoramento
e avaliação como proposta. Isso ocorre, em parte, porque durante a construção de um plano e projeto
a gestão escolar exerce a função de supervisora e coordenadora, para orientar e contribuir com o
ritmo e a realização das atividades.
Portanto, entendemos que cabe ao gestor estruturar de forma organizada e sistemática
as ações de monitoramento e avaliação, seguindo os princípios da pesquisa científica, considerando
que a análise, a interpretação e descrição dos resultados do monitoramento e avaliação têm por
objetivo comparar os dados, de modo a identificar necessidades de ação partindo da análise do plano
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Competência 05
de desenvolvimento da escola e do seu projeto político pedagógico. Contudo, verifica-se que não há
ainda nas escolas uma visão ampla quanto ao monitoramento e avaliação
Os monitoramentos são imprescindíveis, considerando que a gestão de resultados
educacionais é realizada com o objetivo de estabelecer políticas de melhoria do ensino. O primeiro
passo é definir os indicadores de desempenho, um elemento mensurável, conforme Deponti et al
(2002), um instrumento que permite mensurar as modificações das características do sistema e
servem para apontar sucessos e expor as dificuldades e limitações existentes, como ainda orienta
para o reforço das ações bem sucedidas em relação aos resultados desejados.
Dentre as características dos indicadores verifica-se que há indicadores tanto para os
processos educacionais como para os resultados. Assim, temos o indicador de insumo, que mostra os
meios pelos quais o projeto ou plano é implementado. Já os indicadores de processos visam mostrar
como os insumos são utilizados em ações para transformar-se em resultados, enquanto os
indicadores de resultados mostram os resultados atingidos, ao passo que os indicadores de impacto
mostram os efeitos da ação ou projeto em longo prazo. Neste sentido, pode-se ainda citar a eficiência
interna que abrange os resultados internos da escola, e a externa, que busca medir o desempenho
escolar dos alunos em relação ao desempenho de alunos de outras escolas. Já os indicadores de
equidade e inclusão buscam a promoção das taxas de matrículas de diferentes grupos, seja de
pessoas com necessidades especiais ou outros. A lista de indicadores de qualidade na educação é
ampla, envolvendo os vários aspectos da escola.
A adoção de indicadores na escola prevê que a cada objetivo ou meta educacional deve
ser definido o indicador que permitirá verificar até que ponto o objetivo ou meta foi realizado,
atentando sempre para a dimensão existente entre objetivo e meta. A comparação de resultados é
um elemento fundamental quando se busca saber até que ponto a escola está crescendo, se isto está
ocorrendo tanto quanto deveria e se está sendo devidamente promovida a aprendizagem dos alunos.
Sendo assim, o programa Indicadores Educacionais da Ação Educativa (2008) acrescentou como um
dos pontos da qualidade da escola gestão democrática e "o acesso, compreensão e uso dos
indicadores oficiais da escola e das redes de ensino.
No âmbito nacional, o indicador de maior evidência é o IDEB, Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica, que busca identificar aspectos de reforço ao empenho desencadeado para a
melhoria desses resultados e para a identificação de notas dos alunos. No âmbito internacional, o
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Competência 05
Brasil participa do PISA ? Programa Internacional para Avaliação de Alunos, uma avaliação que ocorre
desde 2000 e que se repete a cada três anos. O teste garante aos países participantes a comparação
internacional dos desempenhos. Já o SAEB foi aplicado pela primeira vez em 1990, com o objetivo de
possibilitar a comparação dos desempenhos escolares obtidos ao longo dos anos e fornecer dados
sobre a qualidade dos sistemas educacionais do Brasil. Através deste resultado, os gestores podem
ter uma representação do nível de qualidade e identificar áreas críticas na aprendizagem dos alunos.
Outro indicador de qualidade é o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio, programa que
visa possibilitar aos jovens uma referência para auto avaliação, a partir das competências e
habilidades que compõem a estrutura do exame, oferecido anualmente aos estudantes que já
concluíram ou estão concluindo o ensino médio.
A partir do que foi estudado até agora, podemos concluir que os gestores escolares
competentes são aqueles que promovem, em suas escolas, um contínuo processo de
acompanhamento, seja com os dados produzidos com referências externas ou dados internos.
Em relação à gestão democrática e participativa, cabe ao gestor, entre outras
competências, liderar e garantir a atuação democrática efetiva e participativa do conselho escolar ou
órgão colegiado semelhante, mantendo-se a par das questões da comunidade escolar, bem como
promover a articulação e integração entre escola e comunidade. A realização da gestão democrática
é um princípio definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (art. 3º inciso VIII), e na
Constituição Federal (art. 206, inciso VI).
Com base nisso, podemos entender que uma gestão democrática se assenta no
pressuposto de que a educação é um processo social colaborativo que demanda a participação de
toda a comunidade escolar e uma das condições básicas de sua articulação é sua construção com
base na articulação dos direitos e deveres - estes são dois conceitos construídos juntos, mediante a
participação qualificada pela cidadania e a construção do bem comum. Nesta perspectiva, a
participação se constitui em uma expressão de responsabilidade social inerente à expressão da
democracia, que deve ser orientada a favor do aluno, no desenvolvimento de competências e de uma
consciência crítica que lhe permita atuar de forma positiva na sociedade e usufruir de seus bens e
serviços.
Neste sentido, a formação do aluno e a sua aprendizagem constituem-se no objetivo
central da gestão democrática e os que participam desta gestão devem se preparar e organizar para
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Competência 05
tal fim, visto que a mesma demanda preparação e envolve a capacidade de tomada de decisões de
forma compartilhada e comprometida, onde se destaca, em especial, a atuação de órgãos colegiados,
que são organizadores da participação dos membros da comunidade escolar nesta gestão. Essa
necessidade é ainda maior porque, embora seja reconhecida a contribuição destas entidades na
gestão escolar, percebe-se ainda a necessidade de promover avanços no seu processo participativo.
Agora que já conhecemos muito sobre sistema de informações gerenciais e educacionais,
nesta próxima semana, última de nossa disciplina, vamos conhecer o sistema nacional de informações
voltado para a educação profissionalizante.
Bons Estudos!
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Competência 06
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Competência 06
ofertar formação técnica profissional, com aulas teóricas e práticas. Essa qualificação técnica vai
ocorrer dentro do período normal, sem a necessidade de que o aluno esteja no ensino integral,
segundo o Projeto de Lei (PL) 6.840/2013, e reforçada Medida Provisória nº 746 publicada no dia 22
de setembro de 2016. Veja no portal do MEC, um pouco mais sobre o Novo Ensino Médio.
Acesse:
http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=3957
1
Podemos observar que segundo a proposta, aprofundar temas e conhecimentos que
permitam aos estudantes seguir carreira do curso técnico que escolher é uma das possibilidades
também previstas na reforma do ensino médio. Hoje, para concluir a formação técnica, o aluno
precisar cursar 2.400 horas do ensino médio mais 1.200 horas de ensino técnico.
“O que nós estamos dizendo agora é que, se o sistema de ensino tiver condições, puder
ofertar e observar a vocação, ouvido o aluno, ouvidos os professores, a região onde a escola está
inserida, esse ensino técnico pode ser [concluído] dentro das 2.400 horas do ensino médio”, explica
o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Rossieli Soares.
A Medida Provisória do Novo Ensino Médio vale por 120 dias, a partir da data de
publicação, mas ainda precisa ser votada pelo Congresso Nacional. O secretário de Educação Básica
do MEC ressalta que a implantação do Novo Ensino Médio não será imediata, mas acredita em
mudanças significativas já em 2018. Se a reforma não for feita agora, alerta o secretário, o País
perderá “outros milhões de jovens nesse meio do caminho”, que não terão nem concluído a formação
básica e nem ingressado no mercado de trabalho.
Atualmente, o jovem estudante pode fazer no Brasil o ensino técnico, mas antes disso
precisa encerrar todo o roteiro de disciplinas do ciclo médio. O resultado é desastroso: muita gente
desiste antes. Não à toa, menos de 10% dos brasileiros seguem esta rota, enquanto em países mais
desenvolvidos eles passam da metade.
Está mais do que provado que o curso técnico profissionalizante acelera a entrada no
mercado de trabalho. Estas modalidades educacionais de curta duração, além de oferecerem
oportunidade para milhões de brasileiros, suprem uma demanda de mercado cada vez mais crescente
por profissionais qualificados e especializados.
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PRONATEC
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, tem
como objetivo expandir, interiorizar e democratizar a oferta de
cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de
formação inicial e continuada para trabalhadores.
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Competência 06
instituído e implantado pelo Ministério da Educação (MEC), por intermédio da Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica (Setec), tem como finalidade promover mecanismos de registro e controle
dos dados da educação profissional e tecnológica no país.
O Sistec tem entre seus objetivos servir de instrumento de registro e divulgação da
validade dos diplomas dos cursos técnicos de nível médio, possibilitar o acompanhamento de
programas e de políticas públicas da educação profissional e tecnológica e disponibilizar para a
sociedade informações das ofertas de cursos técnicos de nível médio.
Portanto, todas as unidades de ensino credenciadas para oferta de cursos técnicos de
nível médio, independentemente de sua dependência administrativa (pública ou privada), sistema de
ensino (federal, estaduais e municipais) e nível de autonomia, devem se cadastrar no Sistec e registrar
seus cursos e alunos, conforme previsto na Resolução CNE n° 03 de 30/09/2009.
No âmbito do PRONATEC, o SISTEC é utilizado para pactuação de oferta de cursos entre
parceiros ofertantes e denominadas para tal, habilitação de escolas ofertantes, realização de pré-
matrículas, matrículas e inscrições on-line, além da confirmação de frequência pela instituição e pelo
próprio estudante.
O Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica – SISTEC é
pioneiro e, portanto, inovador no País por disponibilizar, mensalmente, informações sobre cursos
técnicos de nível médio, respectivas escolas e alunos desse nível de ensino. Caso a escola também
ofereça cursos de Formação inicial e continuada, o SISTEC apresentará ainda dados referentes aos
cursos e aos alunos dessa oferta de ensino. Contudo, é importante ressaltar que os cursos de
formação inicial e continuada só serão cadastrados se a escola ofertar ensino técnico de nível médio.
O SISTEC também é responsável de atestar a validade nacional dos diplomas emitidos
pelas escolas técnicas de nível médio, cadastradas e credenciadas no sistema.
O SISTEC é alimentado todos os meses com o objetivo de oferecer dados completos e
atualizados para estudantes, que pretendem cursar os ensinos médio e técnico, independentemente
de ser da esfera pública ou privada. Também não há diferenciação em relação ao sistema de ensino.
Segundo o MEC - 2015, O cadastramento de escolas no SISTEC já atingiu a marca de 6.556
escolas técnicas e mais de dez milhões de alunos cadastrados.
E por fim, veremos como funciona o SISTEC.
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6. 2 Funcionamento do SISTEC.
As instituições de ensino interessadas em inscrever seus cursos técnicos deverão entrar
em contato com o Fale Conosco, no Ministério da Educação e solicitar um código que dá acesso ao
sistema. No sistema, a instituição realizará um pré- cadastro. Após o pré-cadastro é só aguardar pela
visita da comissão técnica do Ministério da Educação.
As unidades de ensino interessadas em oferecer curso técnico profissionalizantes, sejam
entidades públicas ou privadas, se inscrevem no sistema. Os cursos oferecidos são em três
modalidades, sendo: Cursos técnicos para ex-alunos concluintes do ensino médio, Cursos técnicos
para quem ainda está matriculado no ensino médio, Curso de Formação Inicial e Continuada ou
Qualificação Profissional, oferecidos para estudantes do ensino médio, trabalhadores empregados ou
desempregados e pessoas que recebem algum benefício do governo. Os cursos técnicos, tanto para
quem estuda como para quem já concluiu os estudos, tem duração mínima de um ano. Os cursos de
Formação Inicial e Continuada têm duração mínima de dois meses.
Já os estudantes que quiserem se inscrever, devem procurar uma unidade de ensino que
ofereça cursos técnicos e se cadastrar. No período determinado pela instituição, o estudante deve
acessar o site específico do (http://sistec.mec.gov.br/login/login), para realizar a matricula. No ato da
inscrição, o estudante preencherá com seus dados pessoais. Automaticamente o site busca as
instituições de ensino vinculadas com o aluno.
Você se deparou com vários manuais, como os da Rede Federal, manuais da Unidade de
Ensino, estaduais ou municipais e os manuais dos órgãos responsáveis de regulamentação dos cursos
técnicos profissionalizantes.
Concluímos nosso curso de Sistema de Informações Gerenciais. Esperamos ter
contribuído para que o seu trabalho numa secretaria escolar, seja visto a partir de agora não como
uma mera tarefa burocrática, mas como um serviço destinado a contribuir com a qualidade do ensino
brasileiro.
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Referências
AZEVEDO, SÉRGIO DE. POLÍTICAS PÚBLICAS: DISCUTINDO MODELOS E ALGUNS PROBLEMAS DE
IMPLEMENTAÇÃO. IN: SANTOS JÚNIOR, ORLANDO A. DOS (ET. AL.). POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO LOCAL: PROGRAMA
OLIVEIRA, DJALMA DE PINHO REBOUÇAS DE. SISTEMAS, ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS: UMA ABORDAGEM
GERENCIAL. 19. ED. SÃO PAULO: ATLAS, 2010.
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