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ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E DA INFORMAÇÃO

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-


sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário
ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E DA INFORMAÇÃO ......................................... 1
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
2. GESTÃO DA INFORMAÇÃO ...................................................................... 5
2.1 Conceito e tipos de sistemas de informação ............................................ 7
2.2 Gestão escolar e softwares de gestão da informação .............................. 8
2.4 Gestão Educacional: sistemas informatizados na escola articulados com
políticas educacionais ..................................................................................... 9
2.4.1 FNDE ................................................................................................. 9
2.4.2 CENSO ESCOLAR ............................................................................ 9
2.4.3 FUNDEB .......................................................................................... 10
2.4.4 PDDE ............................................................................................... 11
2.4.5 PDE Escola/Interativo ...................................................................... 12
3. LINGUAGEM DIGITAL .............................................................................. 12
4. INCLUSÃO DIGITAL UM ADITIVO A FAVOR DO ENSINO-
APRENDIZAGEM............................................................................................. 13
5. ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: UM
DUPLO DESAFIO ............................................................................................ 16
6. PROINFO .................................................................................................. 19
6.1 Objetivos ................................................................................................. 20
6.2 Estratégias .............................................................................................. 22
6.3 Ações ...................................................................................................... 23
7. OS IMPACTOS DASTECNOLOGIAS NA PRÁTICA DOCENTE .............. 26
8. DA ESCOLA PRESENCIAL À ESCOLA VIRTUAL ...................................... 29
9.A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO E DO PAPEL DO FUNCIONÁRIO DA
EDUCAÇÃO ..................................................................................................... 30
CONCLUSÃO................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 35

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1. INTRODUÇÃO

Um dos pontos , julgamos nós, colocados à melhoria do funcionamento


das Escolas, tem sido a forma como a Gestão de Informação (GI) é efetuada e,
por conseguinte, a menos conseguida utilização dos Sistemas de Informação
(SI) para alcançar aquele desiderato.
Assim, propomos um referencial para a gestão de informação nas esco-
las, socorrendo-nos de uma base tecnológica, que procura definir um funciona-
mento em rede de organizações que perseguem um objetivo comum, a melhoria
de todo o processo de funcionamento das escolas, com especial incidência na
melhoria da qualidade da formação oferecida, tendo por base numa melhor ma-
nipulação da informação disponível. Sabendo da globalização existente na eco-
nomia, na ciência, e também na política, porque razão não tentar uma “globali-
zação local” da educação? Ou seja, se as diversas organizações com objetivos
comuns, nomeadamente as escolas oficiais, assumirem uma atuação conjunta,
concerteza mais perto estaremos de atingir os objetivos de todos, pois como se
sabe, o trabalho em equipe é muito mais rentável e eficaz do que o efetuado
individualmente. Ao longo dos próximos capítulos veremos a interface da educa-
ção com gestão da informação, formando um sistema completo, capaz de alcan-
çar inúmeros objetivos.

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2. GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Poderíamos mencionar que a gestão de informação possui as seguintes


etapas: identificação das fontes; captura de dados, classificação de dados, pro-
cessamento dos dados, transformando-os em informação, armazenamento da
informação, distribuição e uso da informação, retroalimentação.

Com as ferramentas disponíveis no mercado, conseguimos constante-


mente capturar e processar mais dados. Entretanto, em qual informação devo
prestar atenção? A Gestão de Informação estruturada possibilitará a você res-
ponder com maior exatidão, inclusive, com a retroalimentação de todo o pro-
cesso, ajudará a identificar quais são os erros na captura.

Quanto isso vale? A informação é intangível por natureza, mas poderá


ser a diferença entre a arrancada, a sobrevivência ou a falência de um negócio.
Isso nos leva ao último tipo de gestão: “uma informação só se torna um conhe-
cimento quanto o receptor realmente internaliza a mensagem transmitida”.

A informação poderá ser interpretada de diferentes maneiras, gerando


conhecimentos distintos. E o conhecimento é o elemento mais complexo de tudo
o que abordamos até aqui.

Para Pimenta (2008), o conhecimento pode ser compreendido como re-


sultado da interpretação da informação e de sua utilização para alguma finali-
dade. Capurro e Hjorland (2007) consideram que o termo informação costum ser
utilizado geralmente para designar uma ação, forma de moldar a mente ou o ato
de comunicar, transmitir conhecimento. A informação para uma organização
deve ser constituída como um conjunto de dados selecionados, analisados e
disponibilizados e com valor agregado. É o componente fundamental para a re-
alização de qualquer tipo de tarefa. O conhecimento pode ser visto como uma

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mistura fluida e experiência condensada, valores, informação contextuais e in-
sight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incor-
poração de novas experiências e informações.

A transformação de informação em conhecimento ocorre através de pro-

cessos humanos, como comparações e conversações.

Sob a ótica da tecnologia de informação um sistema de informação (SI)


é composto pelo conjunto de software, hardware, recursos humanos e respecti-
vos procedimentos que antecedem e sucedem o software. Um SI não toma de-
cisões. Entre os modelos de gestão tem-se a gestão participativa, através da
qual, discussões, decisões e ações são realizadas em conjunto, com todos os
envolvidos nos processos, fazendo com que os sistemas de informação sejam
abertos, transparentes e efetivos. (REZENDE e ABREU, 2000).

Os SI estão presentes em todas as organizações industriais, comerci-


ais, instituições de ensino superior, escolas, supermercados etc. O objeto da in-
vestigação deste material é a gestão da informação na atividade escolar.

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2.1 Conceito e tipos de sistemas de informação

São séries de elementos ou componentes inter-relacionados que cole-


tam (entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam (saída) os da-
dos e informações e fornecem mecanismo de feedback. É um tipo especializado
de sistema.

São classificados em:


Sistemas de processamento de transações (SPT): oferecem suporte
em atividades da rotina diária (venda, compra, recebimento e pagamento) que
ocorrem no curso normal dos negócios. Suas atividades básicas são: coleta, ma-
nipulação, armazenamento de dados e produção de documentos.
Sistemas de informações gerenciais (SIG): ajudam a organização a
atingir metas, fornecendo aos administradores uma visão das operações regula-
res da empresa, de modo a planejar, organizar e controlar mais, de forma eficaz.
As entradas para um SIG são, principalmente, de duas fontes: fontes internas
como SPT, sistemas manuais, a missão da empresa, etc; fontes externas como
clientes, fornecedores, acionistas, concorrentes, etc. cujos dados não são cole-
tados pelo SPT e geram diversas saídas para um SIG tais como relatórios pro-
gramados, relatórios sob solicitação e relatórios de exceção.

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2.2 Gestão escolar e softwares de gestão da informação

Existem diversos aspectos que são importantes para que a educação


aconteça da melhor maneira possível. Um dos melhores instrumentos de análise
e gestão é escolher bem o software de gestão escolar.
O conceito de gestão escolar nos remete ao gerenciamento e adminis-
tração de uma determinada instituição de maneira eficiente. Portanto, o objetivo
da gestão escolar é organizar todas as áreas, aspectos e determinantes para
que o processo fim (a educação) ocorra de maneira eficaz, garantindo seu obje-
tivo principal, que é a aprendizagem efetiva por parte dos alunos.
O escolar é na prática, um sistema que faz o controle de todos pro-
cessos da escola: financeiro, contábil, recebimento, retenção entre outras tare-
fas que são indispensáveis para a gestão escolar.

Benefícios dos softwares de gestão escolar


Os benefícios ligados à utilização desse tipo de ferramenta são diversos.
E para começar, citaremos:

• Aumento na captação de alunos;


• Diminuição da evasão escolar;

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• Diminuição dos níveis de inadimplência;
• Controle e gestão financeira eficiente;
• Aumento da produtividade das equipes envolvidas;
• O foco passa a ser o cliente e não os processos operacionais;
• Melhoria na tomada de decisão das áreas gerenciais;
• Fidelização de clientes (pais e responsáveis).

2.4 Gestão Educacional: sistemas informatizados na escola articulados


com políticas educacionais

Podemos perceber que estes existem muitos programas pensados para


atender as escolas públicas, programas informatizados que em sua maioria exi-
gem acompanhamento pelo site, cadastro, encaminhamento de projetos online.

2.4.1 FNDE

O fundo nacional de desenvolvimento da educação (FNDE) autonomia


federal, é responsável pela execução e políticas educacionais do Ministério da
Educação (MEC). O FNDE uma instituição de
referência na Educação Brasileira. Atuando
como compras governamentais administra, di-
versos projetos e programas em execução.
Alimentação escolar, livro didático, dinheiro di-
reto da escola, biblioteca da escola, transporte
escolar, caminho da escola, reestruturação e
aquisição de equipamentos para rede escolar pública de educação infantil.

2.4.2 CENSO ESCOLAR

O censo escolar é um levantamento de dados estatísticos educacionais


de âmbito nacional realizado todos os anos e coordenado pelo Inep.
Essas informações são utilizadas para traçar um panorama nacional da
educação básica e servem de referência para formulação e políticas públicas e

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execução de programas na área da educação, incluindo os de transferência de
recursos públicos.

Muitos programas se baseiam a partir das informações do Censo Esco-


lar. O Censo Escolar é um levantamento de dados estatísticos educacionais de
âmbito nacional realizado todos os anos e coordenado pelo Inep. Ele é feito com
a colaboração das secretarias estaduais e municipais de educação e com a par-
ticipação de todas as escolas públicas e privadas do país.

2.4.3 FUNDEB

Fundo de manutenção e desenvolvimento da educação básica e de va-


lorização dos profissionais a educação.

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Fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual, formando, na
quase totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências dos
estados, Distrito Federal e municípios, todo recurso gerado é redistribuído para
a aplicação exclusiva da educação básica.

2.4.4 PDDE

Criado em 1995, o programa dinheiro direto na escola (PDDE) tem por


finalidade prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas pú-
blicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal
e às escolas privadas de educação especial, mantida por entidades sem fins
lucrativos.
O PDDE consiste na assistência financeira às escolas públicas da edu-
cação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas
privadas de educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos. O
objetivo desses recursos é a melhoria da infraestrutura física e pedagógica, o
reforço da autogestão escolar e a elevação dos índices de desempenho da edu-
cação básica. Os recursos do programa são transferidos de acordo com o nú-
mero de alunos, de acordo com o censo escolar do ano anterior ao do repasse.

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2.4.5 PDE Escola/Interativo

Plano de desenvolvimento da escola é um programa de apoio à gestão


escolar baseado no planejamento participativo e seu objetivo é auxiliar as esco-
las a melhorar sua gestão. Em 2012 , a metodologia do PDE Escola foi disponi-
bilizada para todas as escolas através do PDE interativo. A partir de 2014, os
sistema foi denominado PDDE INTERATIVO para melhor identificação com os
programas que transferem recursos.

3. LINGUAGEM DIGITAL

Segundo Lévy (1993, p. 101), uma das formas de apropriação do conhe-


cimento dar-se-ia no espaço das novas tecnologias eletrônicas de comunicação
e de informação. Neste momento não podemos mais identificar todas as novas
tecnologias como orientadas para as mesmas finalidades e com os mesmos
graus de complexidade. Múltiplas são as tecnologias e diversas são suas finali-
dades e funções. A velocidade dos avanços tecnológicos pode ser verificada não
apenas nos desdobramentos e multiplicidades de tecnologias que foram apare-
cendo nos últimos anos. As possíveis tecnologias que, segundo as mais otimis-
tas previsões feitas ao final da década de 1990, estariam presentes no final do
milênio já estavam em uso cinco anos antes.

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Além disso, muitos outros usos de equipamentos digitais foram possíveis
com a articulação dos computadores em redes. Vê-se então que a amplitude das
novas tecnologias nos coloca diante de escolhas de possibilidades variadas de
ação e de comunicação. Por meio de todas as novas formas tecnológicas somos
permanentemente convidados a “ver mais, a ouvir mais, a sentir mais” – como
diz Stockhausen, citado por Kerckhove (1997) –, enfim, a viver muitas vidas em
uma só vida e a compreender que, ao contrário do que se afirma, “não é o mundo
que é global, somos nós” (apud Kerckhove op. cit., p. 282). Como diz Kerckhove
(op. cit., p. 237), “como nômades telemáticos, libertamo-nos dos constrangimen-
tos de uma coincidência histórica entre o espaço e o tempo e ganhamos o poder
de estar em todos os lugares sem sairmos do mesmo lugar”.
A tecnologia digital rompe com a narrativa contínua e sequenciada dos
textos escritos e se apresenta como um fenômeno descontínuo. Sua temporali-
dade e sua espacialidade, expressas em imagens e textos nas telas, estão dire-
tamente relacionadas ao momento de sua apresentação. Verticais, descontí-
nuos, móveis e imediatos, as imagens e os textos digitalizados a partir da con-
versão das informações em bytes têm seu próprio tempo e seu próprio espaço:
o tempo e o espaço fenomênicos da exposição. Eles representam, portanto, um
outro tempo, um outro momento, revolucionário, na maneira humana de pensar
e de compreender.

4. INCLUSÃO DIGITAL UM ADITIVO A FAVOR DO


ENSINO-APRENDIZAGEM

Houve a invenção dos computadores e foram desenvolvidos como pro-


postas ao uso científico, abrangendo um campo restrito, sendo este de acesso
a uma pequena minoria. Este período compreendeu até o final da década de 60,
sendo conhecido e difundido como informatização das áreas militar e cientifica.
Na década que se seguiu foram introduzidos novos conceitos e a busca do aper-
feiçoamento e eficiência nas áreas administrativas e de gerenciamento de em-
presas privadas e de setores públicos, surgindo a segunda geração de compu-
tadores que tinham uma capacidade de processamento muito reduzida e com
dimensões gigantescas. Os computadores de terceira geração marcam o inicio

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da utilização pessoal, onde possuíam maior capacidade de processamento e di-
minuição considerável de tamanho.
Depois deste período que se estabeleceu entre a década de 70 surgiram
os computadores de quarta geração, onde já era possível a utilização de softwa-
res aplicativos como processadores de texto, planilhas eletrônicas, gerenciado-
res de banco de dados, gráficos entre outros. Atualmente é visto um grande
avanço na tecnologia - supercomputadores, processamento cada vez mais veloz
e uma grande capacidade de armazenamento de informações, além, é claro dos
recursos computacionais estarem cada vez mais modernos e eficazes, os custos
mais acessíveis também colaboraram para estar presente em quase todos os
setores: educação, saúde, indústria, prestação de serviço entre outros, pelo fato
de proporcionarem confiabilidade, capacidade de armazenamento de informa-
ção e agilidade na execução de tarefas. Em muitas aplicações, o computador
possibilita maior produtividade, eficiência enquanto meio de comunicação, prati-
cidade na vida pessoal e profissional. Portanto, a tecnologia está cada vez mais
presente na vida do homem como forma de solucionar diversos problemas de
maneira rápida e cômoda, atendendo às necessidades específicas de seus usu-
ários e o seu uso está ligado ao cotidiano, desde um simples pagamento de
contas, compras, realização de pesquisas, conversas on-line – um meio intera-
tivo, entre outros.

Mesmo sendo utilizada por um grande público, ainda não atinge toda a
população, pois grande parte sofre com a injustiça social, o que gera problemas,
como a baixa qualidade de vida, desemprego, marginalidade, a falta de acesso
à educação, à saúde, à moradia e a exclusão digital. Na educação o computador
pode trazer muitos benefícios, podem aumentar o potencial criativo e garantir

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mais autonomia a professores e alunos. A escola não pode deixar de proporcio-
nar a seus alunos o acesso a tecnologia – a inclusão digital e posteriormente a
inclusão social. É papel da escola inserir o aluno no ambiente digital, fazer pen-
sar e ser capaz de adaptar as mudanças exigidas pela sociedade, por isso, faz-
se necessário um espaço relevante no cenário educacional.
O PCN denomina que a "revolução informática promove mudanças radi-
cais na área do conhecimento, que passa a ocupar um lugar central nos proces-
sos de desenvolvimento. É possível afirmar que, nas próximas décadas, a edu-
cação vá se transformar mais rapidamente do que em muitas outras, em função
de uma nova compreensão teórica sobre o papel da escola, estimulada pela in-
corporação das novas tecnologias”.
As vantagens vão além da informatização dos métodos tradicionais de
instrução que, do ponto de vista pedagógico, seria um paradigma instrucionista,
além disso, o computador pode enriquecer ambientes de aprendizagem dos
quais o aluno interagindo com os objetos deste ambiente, tem chance de cons-
truir seu próprio conhecimento. O uso do computador não diz em aprender sobre
ele, e sim como aprender por meio dele, é um recurso didático que se relaciona
com a capacidade de manipular e trocar informações em formato multimídia (áu-
dio, vídeo, imagem e animação), facilitando a aprendizagem de conceitos com-
plexos e a comunicação em rede, onde o aluno poderá aproveitar habilidades
adquiridas em outros contextos sociais, cada vez mais ocupados por diferentes
recursos e estímulos tecnológicos, aumentar a autoestima, proporcionando-lhes
melhor desempenho escolar e, como consequência, melhoria da perspectiva
profissional.
O computador torna-se um instrumento de mediação, desde que possi-
bilite estabelecer novas relações para a construção do conhecimento e novas
formas de atividade mental. É importante que todos os projetos envolvidos nesta
área, façam parte do projeto político pedagógico da escola. A informática não
deve ser vista apenas como mais uma área de estudo, mas sim como uma tec-
nologia que ofereça transformação pessoal, que favoreça a formação tecnoló-
gica necessária para o futuro profissional.

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5. ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E INFORMÁTICA
NA EDUCAÇÃO: UM DUPLO DESAFIO

Tanto a Constituição quanto a LDB, por sua natureza de instrumento


normativo geral, apenas determinam princípios e diretrizes de organização dos
sistemas e instituições de ensino. Pesquisas realizadas têm mostrado que o ca-
minho de construção institucional da gestão democrática tem produzido interes-
santes arranjos e resultados; mas, também, apesar de ser defendida atualmente
em praticamente todas as reformas educacionais, e em especial na escola, tem
sofrido constantes dificuldades ou resistências.

Dentre as dificuldades, essas pesquisas apontam, de um lado, a depen-


dência administrativa predominando sobre os princípios da autonomia, a incapa-
cidade de administrar os recursos descentralizados, a dificuldade em implemen-
tar um projeto político-pedagógico condizente com a realidade da escola, bem
como em administrar os recursos humanos com responsabilidade e estabelecer
relações com a comunidade. De outro lado, ainda impera uma resistência cultu-
ral alicerçada na história de autoridade centralizadora e na acomodação às prá-

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ticas não autonômicas. Isso envolve todas as ações da escola, sejam elas admi-
nistrativas, políticas ou pedagógicas. A implantação e uso das TIC também fa-
zem parte do cerne desta questão.
Esse é sem dúvida um grande desafio na educação brasileira, fazer com
que a tecnologia seja incorporada e utilizada dentro dos preceitos da gestão de-
mocrática, uma vez que esta possui dificuldades de toda a ordem à implementa-
ção das mudanças necessárias.

MEDEIROS (2004) considera que,

a tendência atual de descentralização das obrigações dos Estados na-


cionais, encarregando a sociedade das políticas sociais, se reflete na
educação através do repasse de responsabilidades para as comunida-
des locais. Esse processo pode significar mais autonomia para a es-
cola e para os sistemas estaduais e municipais, ou a desresponsabili-
zação do Estado nacional para com a educação, caso não haja a ga-
rantia de recursos públicos na manutenção das escolas. (Salto para o
Futuro).

A falta de garantia de recursos ou de recursos insuficientes para que as


escolas constituam sua autonomia surge como um limitador substancial no de-
senvolvimento de processos da gestão democrática.

[...} a precariedade de recursos faz com que a descentralização finan-


ceira transforme-se em administração da escassez, funcionando como
fator agravante o fato de que a escola tida pelo sistema como autô-
noma vê-se obrigada a decidir sobre a sua própria privação, isentando
o Estado desse desconfortável ônus. Não existindo infra-estrutura para
concretizar a descentralização, instala-se, na verdade, um quadro de
abandono no qual a escola é instada a diligenciar no sentido de superar
por si mesma suas penúrias materiais. (MENDONÇA, 2000, p.12)

É amplamente reconhecido que, além de escassos, os recursos envia-


dos às escolas não obedecem a um fluxo pré-determinado e adequado ao ano
letivo, e que muitas vezes possui rubricas específicas e prazos de execução in-
compatíveis com as necessidades escolares e os melhores critérios de gestão

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financeira. Assim, muitas vezes, a escola acaba privilegiando uma ação em de-
trimento de outra mais importante. Essa é uma situação que tem sido observada
principalmente no uso das TIC, nas avaliações realizadas pelo MEC em todo o
país: a falta de recursos para compra de insumos, manutenção dos equipamen-
tos, dispositivos de segurança, dentre outros.
Esse é um exemplo prático da falta de autonomia das escolas: a admi-
nistração de escassos recursos financeiros para atender as inúmeras deficiên-
cias estruturais e prazos apertados definidos para a sua execução. Há, ainda, e
apesar disso, também os casos de má administração por falta de competência
gerencial. A falta de autonomia não está presente apenas na execução finan-
ceira, mas também nos processos de organização e planejamento das escolas.
MENDONÇA (2000), afirma que,

o próprio Regimento Escolar, expressão jurídica por excelência da uni-


dade escolar, é um exemplo de sua falta de autonomia, na medida em
que, na maioria dos casos, tem forma única estabelecida pelas admi-
nistrações centrais e aprovadas pelos órgãos normativos dos sistemas,
em flagrante desrespeito às características pedagógicas e culturais es-
pecíficas de cada escola, na sua relação com as comunidades locais.
(p. 14).

De um lado, temos essa relação conflituosa entre as escolas e os demais


órgãos do sistema de ensino (com seus instrumentos regulatórios e de controle);
a burocratização dificultando o trabalho das escolas em todos os sentidos; a ca-
rência de suporte material e logístico prejudicando a conquista da autonomia
escolar; a dificuldade de comunicação e integração, muitas vezes, dentro da pró-
pria escola envolvendo os seus membros. Do outro lado, temos o distanciamento
das mesmas das comunidades que compõem o seu entorno. É notório que as
comunidades escolares sabem muito pouco sobre o que realmente acontece no
sistema educacional.

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6. PROINFO

Foi elaborado pelo MEC, através da Secretaria de Educação a Distância,


o Programa Nacional de Informática na Educação – ProInfo - Portaria MEC No
522, publicada em 0904/1997 -, inserindo no conjunto de ações voltadas ao for-
talecimento da ação pedagógica do professor na sala de aula e da gestão da
escola, maior envolvimento da sociedade na busca de soluções educacionais e
modernização com inovações tecnológicas introduzidas no processo ensino
aprendizagem, para promover o uso da tecnologia como ferramenta de enrique-
cimento pedagógico no ensino público fundamental e médio. O programa tem
fundamentos em disposições da LDB (Lei nº 9.394/96), especialmente no Art.
32, Inciso II, que objetiva para a formação básica do cidadão, no ensino funda-
mental, a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tec-
nologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; e no Art.
35, Inciso IV, a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos pro-
cessos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disci-
plina, no ensino médio.

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Para adquirir equipamentos do ProInfo, estados e municípios incluem o
pedido de aquisição na adesão ao Plano de Ações Articuladas (PAR). Após a
adesão e com a aprovação do PAR, o FNDE repassa recursos para os entes.
Para realizar a adesão a qualquer Ata de Registro de Preços do FNDE, é neces-
sário que o estado/município interessado realize um cadastro no Sistema Geral
de Ata de Registro de Preços - SIGARP. São os próprios entes beneficiados
que realizam a aquisição do equipamento diretamente com as empresas vence-
doras do pregão.

6.1 Objetivos

Melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem


Qualidade educacional pressupõe introdução de melhorias no processo
de construção do conhecimento, busca de estratégias mais adequadas à produ-
ção de conhecimento atualizado e desenvolvimento no educando da habilidade
de gerar conhecimento novo ao longo da vida. Implica diversificar espaços do
conhecimento, processos e metodologias. É uma qualidade comprometida com
a equidade, e, por isto, com a tentativa de – numa sociedade cada vez mais
tecnologicamente evoluída – oportunizar a todos:
• a igualdade de acesso a instrumentos tecnológicos disponibilizadores
e gerenciadores de informação;
• os benefícios decorrentes do uso da tecnologia para desenvolvimento
de atividades apropriadas de aprendizagem e para aperfeiçoamento dos mode-
los de gestão escolar construídos em nível local, partindo de cada realidade, de
cada contexto.

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Possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambien-
tes escolares mediante incorporação adequada das novas tecnologias da
informação pelas escolas

É preciso diminuir a lacuna existente entre a cultura escolar e o mundo


ao seu redor, aproximar a escola da vida, expandindo-a em direção à comuni-
dade e tornando-a facilitadora das interações entre os atores humanos, biológi-
cos e técnicos. Esse novo meio ecológico é composto pelas mentes humanas e
as redes técnicas de armazenamento, transformação, produção e transmissão
de informações. Para a criação dessa nova ecologia é importante que o profes-
sor encare os elementos do contexto em que vive o aluno e as incorpore no
cotidiano da escola, criando, assim, um novo ambiente semelhante à vida, ao
que o aprendiz encontrará nas atividades sociais, nos serviços e nas organiza-
ções. O desenvolvimento das estruturas mentais é influenciado pela cultura, pela
linguagem usada pela coletividade e pelas técnicas de produção, armazena-
mento e transmissão das representações da informação e do saber. Por isto, as
novas tecnologias da informação devem ser aproveitadas pela educação para
preparar o novo cidadão, aquele que deverá colaborar na criação de um novo
modelo de sociedade, em que os recursos tecnológicos sejam utilizados como
auxiliares no processo de evolução humana.

Propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico


e tecnológico
A capacidade de gestão e de processamento de informações na socie-
dade atual caracteriza a competição entre as diferentes realidades produtivas,
requerendo dos indivíduos intuição, criatividade, agilidade de raciocínio associ-
ada ao manejo da tecnologia e maior conhecimento técnico. A moderna educa-
ção, por isto, deve ser dirigida para o progresso e a expansão do conhecimento
e, a fim de permitir emancipação individual e coletiva, adequadamente articulada
com a ciência e a tecnologia.

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Educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologica-
mente desenvolvida
As modernas tecnologias de informação e comunicação tornam crescen-
tes as tendências de surgimento de uma sociedade planetária. Isto exige seres
sociais capazes de se comunicar, conviver e dialogar num mundo interativo e
interdependente. Seres que entendam a importância de subordinar o uso da tec-
nologia à dignificação da vida humana, frutos de uma educação voltada para a
democracia e amparada em valores, tais como tolerância, respeito, cooperação
e solidariedade.

6.2 Estratégias

Este programa será implantado em regime de estreita colaboração entre


o MEC, os governos estaduais representados por suas respectivas Secretarias
de Educação - SEE e a sociedade organizada. Suas principais diretrizes estra-
tégicas são:
• subordinar a introdução da in-
formática nas escolas a objetivos educa-
cionais estabelecidos pelos setores
competentes;
• condicionar a instalação de re-
cursos informatizados à capacidade das
escolas para utilizá-los (demonstrada
através da comprovação da existência
de infra-estrutura física e recursos humanos à altura das exigências do conjunto
hardware/software que será fornecido);
• promover o desenvolvimento de infra-estrutura de suporte técnico de
informática no sistema de ensino público;
• estimular a interligação de computadores nas escolas públicas, para
possibilitar a formação de uma ampla rede de comunicações vinculada à educa-
ção;

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• fomentar a mudança de cultura no sistema público de ensino de 1º e 2º
graus, de forma a torná-lo apto a preparar cidadãos capazes de interagir numa
sociedade cada vez mais tecnologicamente desenvolvida;
• incentivar a articulação entre os atores envolvidos no processo de in-
formatização da educação brasileira;
• institucionalizar um adequado sistema de acompanhamento e avalia-
ção do Programa em todos os seus níveis e instâncias.

6.3 Ações

Mobilização e adesão

A mobilização destina-se à sensibilização de instituições educacionais e


da sociedade civil organizada para compreensão da importância deste Pro-
grama, visando a alicerçar na co-participação a qualidade da adesão ao mesmo
e dos respectivos resultados.
A adesão representa um compromisso com os objetivos e estratégias do
Programa e seus resultados. Observará as etapas a seguir explicitadas. Elabo-
ração e aprovação dos projetos estaduais de informática na educação. Os esta-
dos elaborarão seus projetos de acordo com o seguinte roteiro aprovado pelo
CONSED:
1) criação pela SEE de uma comissão para elaboração do projeto;
2) especificação do projeto, incluindo a visão do estado em relação à
tecnologia educacional, respeitando as diretrizes nacionais do MEC, a descrição
do estágio de informatização das escolas (instalações físicas, plataformas tec-
nológicas, finalidades pedagógicas, equipes envolvidas), o estabelecimento de
objetivos e metas e o desenvolvimento do plano de implantação (estratégias,
recursos, participação do Estado no financiamento do projeto, prazos, equipa-
mentos, capacitação e sistemática de acompanhamento e avaliação);
3) encaminhamento ao MEC para análise e aprovação. Planejamento
de informatização das escolas. Paralelamente à elaboração de seu projeto de
informática na educação, o Estado estabelecerá as condições mediante as quais
as escolas públicas de 1º e 2º graus poderão ser informatizadas, seguindo as
orientações do projeto estadual. Basicamente, cada escola deverá estabelecer

23
seu planejamento tecnológico-educacional, com um horizonte de no mínimo 5
anos, indicando:

• objetivos educacionais;
• opções tecnológicas escolhidas em função das orientações do projeto
do Estado;
• proposta de capacitação de recursos humanos;
• outros aspectos específicos;
• identificação da contrapartida da escola, indicando possíveis fontes de
financiamento;
• cronograma de implantação. Aprovação dos projetos das escolas,
aprovado o projeto estadual e divulgadas as condições de adesão das escolas,
o Estado passará a receber os planos das escolas para análise e aprovação.
Para tal finalidade e visando a garantir a distribuição equitativa dos recursos tec-
nológicos, o Estado constituirá uma Comissão Julgadora, na qual estarão repre-
sentados no mínimo:
• as Secretarias Municipais de Educação da capital e dos municípios
mais populosos;
• a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME;
• as universidades;
• o MEC;
• a comunidade escolar (pais, pessoal docente, técnico e administrativo
e alunos).
Análise pelo MEC
Os projetos consolidados das escolas serão encaminhados ao MEC
para fins de análise, podendo haver, por parte deste último, solicitações de alte-
ração ou complemento de informação.
Os prazos do processo de adesão deverão ser compatibilizados com o
cronograma de instalação dos equipamentos de informática e a proposta de ca-
pacitação dos professores e técnicos de suporte.

24
Capacitação de recursos humanos

O sucesso deste Programa depende fundamentalmente da capacitação


dos recursos humanos envolvidos com sua operacionalização. Capacitar para o
trabalho com novas tecnologias de informática e telecomunicações não significa
apenas preparar o indivíduo para um novo trabalho docente. Significa, de fato,
prepará-lo para ingresso em uma nova cultura, apoiada em tecnologia que su-
porta e integra processos de interação e comunicação. A capacitação de profes-
sores para o uso das novas tecnologias de informação e comunicação implica
redimensionar o papel que o professor deverá desempenhar na formação do
cidadão do século XXI. É, de fato, um desafio à pedagogia tradicional, porque
significa introduzir mudanças no processo de ensino-aprendizagem e, ainda, nos
modos de estruturação e funcionamento da escola e de suas relações com a
comunidade. Está prevista a alocação de técnicos de suporte em informática
para as escolas (no mínimo um por escola). Estes técnicos, preferencialmente,
serão egressos de escolas profissionalizantes de 2° grau e terão sua formação
complementada por cursos específicos, cujos currículos, também, serão deta-
lhados por este Programa. O processo de capacitação de recursos humanos
para o Programa, em síntese, será desenvolvido da seguinte forma:
• seleção e capacitação de professores oriundos de instituições de en-
sino superior e técnico-profissionalizante, destinados a ministrar a formação dos
professores multiplicadores;
• seleção e formação de professores multiplicadores, oriundos da rede
pública de ensino de 1º e 2º graus e de instituições de ensino superior e técnico-
profissionalizante;
• seleção e formação de técnicos de suporte em informática e telecomu-
nicações;
• seleção e formação de professores da rede pública de ensino de 1º e
2º graus (que atuarão nas escolas, com os equipamentos e software fornecidos
pelo MEC). Os professores destinados à formação dos multiplicadores serão se-

25
lecionados em função de sua qualificação profissional em informática e educa-
ção. Os demais – multiplicadores e aqueles que atuarão em salas de aula – de-
verão ter um perfil que os leve a serem:
1) autônomos, cooperativos, criativos e críticos;
2) comprometidos com a aprendizagem permanente;
3) mais envolvidos com uma nova ecologia cognitiva do que com preo-
cupações de ordem meramente didática;
4) engajados no processo de formação do indivíduo para lidar com a
incerteza e a complexidade na tomada de decisões e a responsabilidade decor-
rente;
5) capazes de manter uma relação prazerosa com a prática da interco-
municação.

7. OS IMPACTOS DASTECNOLOGIAS NA PRÁTICA


DOCENTE

A apreensão do conhecimento na perspectiva das novas tecnologias ele-


trônicas de comunicação e informação, ao ser assumida como possibilidade di-
dática, exige que, em termos metodológicos, também se oriente a prática do-
cente com base em uma nova lógica. A solução real, diz Kerckhove (1997, p.
255), “está em mu-
darmos as nossas
percepções e não
apenas as nossas
teorias”. Compre-
ender esse novo
mundo com uma
nova lógica, uma
nova cultura, uma
nova sensibilidade,
uma nova percepção. Não mais apenas a perspectiva estrutural e linear de apre-
sentação e desenvolvimento metodológico do conteúdo a ser ensinado, nem
tampouco a exclusiva perspectiva dialética.

26
Uma outra lógica, baseada na exploração de novos tipos de raciocínios
nada excludentes, em que se enfatizem variadas possibilidades de encaminha-
mento das reflexões, em que se estimule a possibilidade de outras relações entre
áreas do conhecimento aparentemente distintas. A apropriação dos conheci-
mentos nesse novo sentido envolve aspectos em que a racionalidade se mistura
com a emocionalidade, em que as intuições e percepções sensoriais são utiliza-
das para a compreensão do objeto do conhecimento em questão. Nessa abor-
dagem alteram-se principalmente os procedimentos didáticos, independente-
mente de uso ou não das novas tecnologias em suas aulas. É preciso que o
professor, antes de tudo, posicione-se não mais como o detentor do monopólio
do saber, mas como um parceiro, um pedagogo, no sentido clássico do termo,
que encaminhe e oriente o aluno diante das múltiplas possibilidades e formas de
alcançar o conhecimento e de se relacionar com ele.
A dinâmica da sala de aula, em que alunos e professores se encontram
fisicamente presentes, também se altera. As atividades didáticas orientam-se
para privilegiar o trabalho em equipe, em que o professor passa a ser um dos
membros participantes. Nessas equipes, o tempo e o espaço são o da experi-
mentação e da ousadia em busca de caminhos e de alternativas possíveis, de
diálogos e trocas sobre os conhecimentos em pauta, de reciclagem permanente
de tudo e de todos. Laurillard (1995) apresenta os papéis do professor e do aluno
em quatro diferentes tipos de ensino que podem ser desenvolvidos por meio dos
diversos tipos de novas tecnologias de comunicação e informação. No primeiro
tipo, o professor se apresenta como o “contador de histórias” e pode ser substi-
tuído por um vídeo, um programa de rádio ou uma teleconferência, por exemplo.
No segundo tipo, o professor assume o papel de negociador e o ensino se dá
por meio da “discussão” do conteúdo aprendido em outros tipos de interações
fora da sala de aula (a leitura de um texto ou de um livro, a observação ou visita
a determinado lugar, assistir a um filme, por exemplo). Uma terceira possibili-
dade exclui inclusive a ação direta do professor. Nesse caso, é o aluno que as-
sume o papel de “pesquisador” e interage com o conhecimento por meio dos
mais diferenciados recursos multimidiáticos. O aluno aprende “por descoberta”

27
e ao professor cabe a interação final com o aluno, para “ordenar” os conheci-
mentos apreendidos pelos alunos nos outros espaços do saber. A quarta e última
modalidade de ensino é a que apresenta professores e alunos como “colabora-
dores”, utilizando os recursos multimidiáticos em conjunto para realizarem bus-
cas e trocas de informações, criando um novo espaço significativo de ensino-
aprendizagem em que ambos (professor e aluno) aprendem.
Espaço social por excelência, a sala de aula, nessa última perspectiva,
pode assumir para si a perspectiva de interação com o conhecimento e com os
atores do ato educativo. Assume também a função de ser o principal lugar em
que se desenvolva a inteligência coletiva, como é defendida por Lévy (1994), em
que ocorra “a negociação permanente da ordem das coisas”, da linguagem, do
papel de cada um, do recorte e da definição dos objetos, da reinterpretação da
memória social da comunidade.

Nessa nova sala de aula (e, obrigatoriamente, nova escola) nada é fixo,
mas não reinam a desordem nem o relativismo absoluto. Os atos são coordena-
dos e avaliados em tempo real, de acordo com um grande número de critérios,
constantemente reavaliados conforme o contexto. A ordem aqui não é pensada
no sentido positivista de adaptação às regras. Ao contrário, a ordem nesse caso
significa pulsação e funcionamento, um processo de reequilibração permanente
que parte das trocas intensas realizadas com o exterior, ou seja, com o ruído,
que lhe traz a cada momento mais informação, mais complexidade. A concepção
de ordem nesse caos informacional estaria, assim, mais próxima da adaptação

28
realizada pelo coração no corpo humano de acordo com as diferentes oscilações
e adversidades vindas do mundo exterior. Interagindo com diversas outras “co-
munidades” reais ou virtuais, os indivíduos que animam esse novo espaço do
saber, longe de serem “membros intercambiáveis de castas imutáveis”, como
previa Baudrillard (1994), são seres singulares, múltiplos, nômades, em meio à
metamorfose (ou à aprendizagem, que é o mesmo) permanente. A escola, por-
tanto, como uma das instituições de memória social, coloca-se como ponto de
recepção e de troca com as demais instituições culturais, visando promover a
“educação” em um sentido amplo. Garantir a necessária adesão social a um pro-
jeto de convivência integrada com os outros espaços sociais e as mais recentes
tecnologias essa é a necessidade educacional da nova era.

8. DA ESCOLA PRESENCIAL À ESCOLA VIRTUAL

A escola presencial é polifônica. Os sons se espalham pelos ambientes


e dão sentido ao espaço educativo. Vozes se mesclam nos corredores e nas
calçadas próximas. Ecos que provocam lembranças de imagens, cores e chei-
ros: uniformes, sorrisos, suor. Movimentos de corpos em um vaivém perma-
nente: concentração e dispersão. Músicas. As vozes ora cantam raps ora cantam
hinos cívicos. Misturam-se aos barulhos dos pés em marcha e aos gritos das
torcidas nos jogos e competições. Às brigas. Mobilidades entre palavras e pala-
vrões. Linguagens diferenciadas entre as gerações. Recuperações. Festas. For-
maturas e férias. A escola fechada ainda emana vozes e sons especiais. Lingua-
gens que permanecem impregnadas em todo o seu perímetro. Espaço educa-
tivo: um barraco, uma casa, um prédio inteiro, uma quadra, um campus. “O am-
biente influencia o processo de aprendizagem dos alunos... as instalações con-
dicionam a integração da comunidade acadêmica com sua produção e pesquisa”
(Costa 2000, p. 10), diz o professor. A aura da escola depende de seus espaços
e de seus atores. Professores e alunos parecem circular com suas presenças,
mesmo nas suas ausências. O espaço da escola é mágico. Nele se realiza o

29
milagre permanente do aprender e do abrir-se para o mundo. Múltiplas e dife-
renciadas são as linguagens da escola. Formas possíveis de, inclusive, recupe-
rar, em nossas histórias, as imagens e os movimentos que constituíram nossos
aprendizados. Transformar o pensamento racional em afeto e sentir saudades
das múltiplas escolas que nos ensinaram tantas linguagens.

9.A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO E DO PAPEL


DO FUNCIONÁRIO DA EDUCAÇÃO

O sucesso e a eficácia de um projeto educacional que utiliza a informá-


tica como mais um recurso, no processo pedagógico, exige capacitação e novas
atitudes dos profissionais da educação diante da realidade e do contexto educa-
cional. Conhecimento, visão crítica e consciência do educador em relação ao
seu papel são fundamentais. O(a) professor(a) deverá estar capacitado(a) para
fazer a integração da informática com sua proposta de ensino e da escola, de-
vendo estar aberto a mudanças e disposto a assumir um novo papel: o de facili-
tador(a) e coordenador(a) do processo de ensino aprendizagem. O(a) profes-
sor(a) deve assessorar o aluno diante de uma situação-problema para que, jun-
tos, possam encontrar a melhor solução, podendo testar e utilizar diferentes re-
cursos.
Para que os educadores tenham condições de criar ambientes de apren-
dizagem que possam garantir um movimento contínuo de construção e recons-
trução do conhecimento, é preciso reestruturar seu processo de formação para
assumir a característica de continuidade. Nesse sentido, professores e funcio-
nários da educação devem ser preparados para desenvolver competências tais
como :

o Estar aberto a aprender;


o Atuar a partir de temas emergentes no contexto de interesse dos
alunos
o Propiciar reflexão sobre o pensar
o Dominar recursos computacionais

30
o Identificar as potencialidades de aplicação desses recursos na prá-
tica pedagógica;
o Desenvolver um processo de reflexão na prática, reelaborando
continuamente teorias que orientem sua atitude de mediação.

É preciso aprender a lidar com as rápidas mudanças, ser dinâmico e


flexível. Nesse novo contexto educacional, no qual o professor não é mais o
único detentor do conhecimento, o educador deve estar preparado para a possi-
bilidade de encontrar alunos que saibam até mais que ele sobre determinado
assunto. Assim, o processo de capacitação dos profissionais de educação deve
englobar conhecimentos básicos de informática, conhecimentos pedagógicos,
integração das tecnologias com as propostas pedagógicas, formas de gerencia-
mento da sala de aula com os novos recursos tecnológicos, revisão das teorias
de aprendizagem, didática, projetos multi, inter e transdisciplinares. Com isso,
será obtida uma maior segurança para atuar com a informática na educação. A
partir do momento em que a escola disponibiliza computadores e softwares
como auxílio para as aulas, torna-se imprescindível saber avaliar os recursos
para utilizá-los de forma adequada às suas necessidades. É indispensável que
os professores e funcionários sejam capacitados para utilizar e avaliar o compu-
tador e os softwares disponíveis como instrumento pedagógico.

31
O professor precisa conhecer e aprender a lidar com os recursos dos
programas de computador que serão utilizados em suas aulas, e os funcionários,
além disso, terão condições de deixá-los plenamente prontos para a utilização
proposta pelo professor. Com a capacitação, o educador será capaz de incorpo-
rar a informática como recurso pedagógico, planejando com segurança aulas
mais criativas e dinâmicas, em que haja integração da tecnologia com a proposta
de ensino. Além disso, poderá utilizar os recursos do computador como apoio na
elaboração de provas, no controle das notas dos alunos, na elaboração de rela-
tórios e de outras atividades que fazem parte do cotidiano escolar. É natural que
professores e demais profissionais da escola que trabalhem ou estejam envolvi-
dos nas atividades em ambientes tecnológicos encontrem problemas e dificulda-
des. Por isso, o gerenciamento de situações comuns a ambientes de informática
é um aspecto que não pode faltar na capacitação dos educadores.
Com a prática, o funcionário saberá lidar com os imprevistos, como:
• O computador está travando frequentemente.
• O programa necessário para a aula não está funcionando em to-
dos os computadores.
• A tinta da impressora acabou antes da finalização da impressão
dos trabalhos.
• Não há computador suficiente para toda a turma.
• Algumas máquinas estão com vírus que prejudicam o funciona-
mento.
• Perdi o arquivo onde havia gravado os trabalhos dos alunos.
• Nem todos os computadores possuem recursos multimídia.
• A escola não possui um sistema de monitoramento adequado de
acesso à internet.
• A memória dos computadores e insuficiente para a instalação de
novos programas.
• O drive de disquete não está funcionando.

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Esses são apenas alguns exemplos de problemas que podem ser en-
contrados no ambiente de informática da escola. As dificuldades devem ser des-
critas em relatório e levadas à administração da escola para que sejam solucio-
nadas. Alguns problemas podem ser resolvidos pelos próprios funcionários, téc-
nicos em multimeios, a partir da elaboração de normas de utilização dos ambi-
entes de informática, como por exemplo:
• A escola deverá designar um profissional para ser o responsável
pela instalação, configuração e manutenção dos programas e
computadores.
• Numerar os computadores, teclados, mouses e componentes
para facilitar a identificação quando apresentar defeitos.
Dessa maneira, fica clara a necessidade de capacitação do funcionário
para trabalhar a informática como recurso pedagógico. É preciso haver uma
construção gradativa das competências específicas para o uso de recursos tec-
nológicos, lembrando, porém, que a construção dessas competências não deve
ser isolada do processo mais amplo de construção de sua competência profissi-
onal.

33
CONCLUSÃO

As alterações sociais decorrentes da banalização do uso e do acesso


das tecnologias eletrônicas de comunicação e informação atingem todas as ins-
tituições e todos os espaços sociais. Na era da informação, comportamentos,
práticas, informações e saberes se alteram com extrema velocidade. Um saber
ampliado e mutante caracteriza o atual estágio do conhecimento na atualidade.
Essas alterações refletem-se sobre as tradicionais formas de pensar e fazer edu-
cação. Abrir-se para novas educações – resultantes de mudanças estruturais
nas formas de ensinar e aprender possibilitadas pela atualidade tecnológica – é
o desafio a ser assumido pelo administrador escolar e por toda a sociedade.
A evolução tecnológica conduziu o desenvolvimento humano para usos
que vão da memória fluida dos relatos orais às interfaces com as memórias tec-
nológicas registradas nos equipamentos eletrônicos de última geração. A tecno-
logia moderna reestrutura ainda mais profundamente a consciência e a memória,
impondo uma nova ordem nos nossos modos de compreender e de agir sobre o
mundo. Nas escolas virtuais, as turmas são organizadas com alunos das mais
variadas origens, integrados em redes. As barreiras das condições físicas (alu-
nos hospitalizados ou impossibilitados de deslocamento) e da localização geo-
gráfica, por exemplo, não são consideradas. Todos são alunos virtuais, que in-
teragem entre si, independentemente da proximidade física.
As variadas possibilidades de acesso à informação e à interação propor-
cionadas pelas novas tecnologias viabilizam o aparecimento das escolas virtu-
ais, modalidade de ensino a distância para todos os níveis e todos os assuntos.

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REFERÊNCIAS

BACH, Santiago Olmedo. A Gestão dos Sistemas de Informação. Por-


tugal/2001.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO - MEC SECRETARIA
DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED- PROGRAMA NACIONAL DE INFOR-
MÁTICA NA EDUCAÇÃO- julho de 1997.
RATA, Carmem Lúcia Gestão democrática e tecnologias de informática
na educação pública: o ProInfo no Espírito Santo Porto Alegre: UFRGS/Car-
mem Lúcia Prata, 2005 Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do
Rio Grande do Sul/Faculdade de Educação, Programa de Pós Graduação,
Porto Alegre: Brasil, 2005.
http://moodle.educacao.rs.gov.br/mod/book/view.php?id=7294&chapte-
rid=1109 (acesso em 30/09/2020)
Informática aplicada à educação. / João Kerginaldo Firmino do Nasci-
mento. – Brasília : Universidade de Brasília, 2009. 84 p

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