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Gestão Escolar

Marcos Moraes

Curso Técnico em Secretaria Escolar


Educação a Distância
2018
EXPEDIENTE

Professor Autor
Marcos Moraes

Design Educacional
Deyvid Souza Nascimento
Renata Marques de Otero

Revisão de Língua Portuguesa


Eliane Azevedo

Diagramação
Fernanda Paiva Furtado da Silveira

Coordenação
Terezinha Mônica Sinício Beltrão

Coordenação Executiva
George Bento Catunda
Terezinha Mônica Sinício Beltrão

Coordenação Geral
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação


Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação
(Rede e-Tec Brasil).

Outubro, 2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB

M827g
Moraes, Marcos.
Gestão Escolar: Curso Técnico em Secretaria Escolar: Educação a distância / Marcos
Moraes. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2018.
69 p.: il.

Inclui referências bibliográficas.


Material produzido em outubro de 2016 em convênio com o Ministério da Educação
(Rede e-Tec Brasil).

1. Gestão da educação. 2. Escola pública. I. Moraes, Marcos. II. Título.


CDU – 37.014.2

Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129

Índice para catálogo sistemático:

1. Gestão da educação
Sumário
Introdução .............................................................................................................................................. 6

1.Competência 1| Adquirir uma Visão Global do Processo de Evolução de Administração para Gestão
Escolar .................................................................................................................................................... 7

1.1 Conceito ......................................................................................................................................................7

1.1.1 Gestão ......................................................................................................................................................7

1.1.2 Sistemas educacionais .............................................................................................................................8

1.1.3 Gestão educacional ..................................................................................................................................9

1.2 Histórico da Educação .............................................................................................................................. 10

1.3 O desenvolvimento da educação brasileira ............................................................................................. 10

1.4 A evolução no processo de administração da educação ......................................................................... 13

1.5 Limitações da administração.................................................................................................................... 14

2.Competência 2|Compreender a Estrutura da Escola e o Funcionamento dos Diversos Segmentos,


Considerando os Preceitos Legais ........................................................................................................ 16

2.1 Introdução ................................................................................................................................................ 16

2.2 Conselho escolar ...................................................................................................................................... 18

2.2.1 Conceito e funções ................................................................................................................................ 20

2.2.2 Atribuições ............................................................................................................................................ 21

2.3 Conselho de classe ................................................................................................................................... 22

2.3.1 Objetivo do conselho de classe ............................................................................................................. 23

2.3.2 Quem deve participar ........................................................................................................................... 24

2.3.3 Vantagens do conselho de classe para a escola ................................................................................... 24

2.4 Unidade executora ................................................................................................................................... 24

2.4.1 Histórico ................................................................................................................................................ 24

2.4.2 Conceito ................................................................................................................................................ 25

2.4.3 Atribuições ............................................................................................................................................ 25


2.4.4 Requisitos para constituição da unidade executora ............................................................................. 25

2.4.5 Legalização da unidade executora: ....................................................................................................... 26

2.5 Grêmio estudantil .................................................................................................................................... 26

2.6 Associação de pais ................................................................................................................................... 28

3.Competência 3|Identificar e Distinguir as Funções e Atribuições dos Profissionais da Instituição


Educacional........................................................................................................................................... 30

3.1 A estrutura organizacional de uma escola ............................................................................................... 31

3.1.1 Equipe gestora ...................................................................................................................................... 32

3.1.2 Gestão ................................................................................................................................................... 32

3.1.3 Coordenação pedagógica ...................................................................................................................... 33

3.1.4 Supervisão escolar ................................................................................................................................ 33

3.1.5 Orientação educacional ........................................................................................................................ 34

3.2. Órgãos de apoio da ação pedagógica ..................................................................................................... 34

3.2.1.Coordenação de turno .......................................................................................................................... 34

3.2.2. Coordenação de área ........................................................................................................................... 35

3.2.3. Coordenação de curso ......................................................................................................................... 35

3.2.4. Coordenação cultural ........................................................................................................................... 35

3.2.5. Biblioteca.............................................................................................................................................. 36

3.2.6. Técnico de laboratórios........................................................................................................................ 36

3.3 Corpo docente.......................................................................................................................................... 36

3.4 Corpo discente ......................................................................................................................................... 37

3.5 Pais/ responsáveis .................................................................................................................................... 38

3.6 Funcionários ............................................................................................................................................. 38

3.7. Órgãos de apoio administrativo .............................................................................................................. 39

3.7.1. Serviço de nutrição escolar .................................................................................................................. 39

7.2. Serviços de secretaria ............................................................................................................................. 39


3.8 Serviços gerais .......................................................................................................................................... 41

4.1 Introdução ................................................................................................................................................ 42

4.2 As dimensões de abrangência da gestão escolar..................................................................................... 45

4.2.1 Gestão por resultados ........................................................................................................................... 45

4.2.2 Gestão Pedagógica ................................................................................................................................ 47

4.2.3 Gestão participativa e estratégica ........................................................................................................ 48

4.2.4 Gestão de pessoas................................................................................................................................. 49

4.2.5 Gestão de serviços de apoio, recursos físicos e financeiros ................................................................. 49

4.2.6 Gestão de recursos físicos..................................................................................................................... 50

4.2.7 Gestão de recursos financeiros ............................................................................................................. 50

5. Competência 5 | Colaborar Com a Gestão Escolar nas Ações de Planejamento, Execução e


Acompanhamento de Projetos e Programas Educacionais. .......................................................................... 52

5.1 Construção do projeto da escola ............................................................................................................. 52

Considerações Finais ............................................................................................................................ 57

Referências ........................................................................................................................................... 58
Introdução
Olá, estudante!
Seja muito bem-vindo à disciplina de Gestão Escolar. Ao final desta disciplina você irá:
Adquirir uma visão global do processo de evolução de administração para gestão escolar;
Compreender a estrutura da escola e o funcionamento dos diversos segmentos, considerando os
preceitos legais; Identificar e distinguir as funções e atribuições dos profissionais da instituição
educacional; Identificar e caracterizar os diferentes estilos de gestão existentes na escola; e Colaborar
com a gestão escolar nas ações de planejamento, execução e acompanhamento de projetos e
programas educacionais.
Além disso, você notará o quanto o Secretário Escolar influencia efetivamente em todo o
processo administrativo dentro de uma Unidade de Ensino, desde seu contato pedagógico quanto
burocrático. Também aprenderá as leis e normas que norteiam sua função, assim como a
normatização de documentos da vida escolar.
Lembro que uma Escola só funciona perfeitamente se todos os segmentos trabalharem
unidos para o bem comum do estudante. E para isso é necessário conhecimento técnico e prático de
todas as suas competências.
Bons estudos!!!

6
Competência 01

1.Competência 1| Adquirir uma Visão Global do Processo de Evolução de


Administração para Gestão Escolar

Você já pensou o quanto a educação mudou nas últimas décadas? Será que a
administração de uma unidade de ensino acompanhou essa evolução?
Nesta semana, iremos entender o que a educação e sua administração passou
para chegarmos à atualidade e com isso aprendermos as bases legais que
norteiam a administração escolar.

1.1 Conceito

Caro estudante, antes de aprendermos a respeito dessa evolução da administração na


gestão escolar, devemos nos apropriar de alguns conceitos básicos que norteiam a educação.

1.1.1 Gestão

A gestão é caracterizada principalmente reconhecendo a importância da participação


consciente e esclarecida de todas as pessoas nas decisões. Isto quer dizer que todas as pessoas
envolvidas participam diretamente e plenamente de todo processo de criação e execução. Este
conceito está associado ao fortalecimento da democratização, como podemos ver na imagem abaixo,
à participação responsável de todos os envolvidos nas decisões necessárias e na sua efetivação,
mediante um compromisso coletivo com resultados cada vez mais efetivos e significativos.

7
Competência 01

AUTONOMIA

PARTICIPAÇÃO
DE TODOS GESTÃO TRANSPARÊNCIA

VALORIZAÇÃO
DOS SUJEITOS

Figura 01 – A Gestão e suas Características


Fonte: elaborada pelo autor
Descrição: organograma na forma de ciclo, colorido, onde no meio se encontra a GESTÂO e em sua volta estão as
características, como Autonomia, Transparência, Valorização dos Sujeitos e Participação de Todos

A seguir, você verá outro conceito importante: sistemas educacionais.

1.1.2 Sistemas educacionais

Estabelecimentos de ensino são como unidades sociais, são organismos vivos e


dinâmicos, e como tal devem ser entendidos. Assim, ao se caracterizarem por uma rede de relações
entre os elementos que nelas interferem, direta ou indiretamente, a sua direção demanda um novo
enfoque de organização, plena e competente.

8
Competência 01

1.1.3 Gestão educacional

A expressão “gestão educacional”, comumente utilizada para designar a ação dos


dirigentes, surge, em substituição ao termo "administração educacional", para representar não
apenas novas ideias, mas sim um novo desafio, que busca estabelecer na instituição uma orientação
transformadora, a partir da dinamização de rede de relações que ocorrem, dialeticamente, no seu
contexto interno e externo.

Figura 02- Gestão da Educação


Fonte: http://alunaspe3.blogspot.com.br/
Descrição: Imagem onde possui uma criança do sexo feminino com cabelos negros cacheados, de costas com uma blusa
de linha com listras coloridas, rosa, branca, verde, amarela, escrevendo num quadro de negro com giz a seguinte frase:
Gestão Democrática da Educação – Juntos é possível construir uma escola pública democrática e de qualidade. Abaixo da
frase possui desenhos de crianças de mãos dadas.

Depois de aprendermos alguns conceitos que envolvem a educação e sua administração,


vamos ver um breve histórico da evolução da educação e, consequentemente, a sua administração.

9
Competência 01

1.2 Histórico da Educação

Para nos apropriarmos e entendermos melhor nossa realidade, quando nos referimos a
educação e sua administração, precisamos obrigatoriamente fazer um passeio dentro da história do
Brasil, desde sua colonização, passando pela sua independência até os dias atuais.
A Constituição Brasileira é o marco histórico da educação no Brasil, foi promulgada em
1988 e é o resultado do processo de redemocratização do País que instituiu entre outras conquistas:
• A gratuidade e obrigatoriedade para o ensino fundamental, inclusive para os que a ele
não tiveram acesso na idade própria e a progressiva extensão para o ensino médio (art. 208, incisos I
e II).
• O regime de colaboração entre as esferas de governo – União, Distrito Federal, Estados,
Municípios – que terão responsabilidades específicas e se organizarão para coordenar e financiar os
diversos níveis e modalidades do ensino (art. 211, parágrafos 1º. e 2º).
• A gestão democrática do ensino público (art. 206, inciso VI).
• O financiamento da educação pela aplicação anual dos recursos arrecadados da receita
resultante de impostos, para serem gastos na manutenção e no desenvolvimento do ensino (art. 69
da LDB).

Saiba mais!
LDB: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
ECA: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069Compilado.htm
Constituição: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm

Para entendermos como chegamos à Constituição Brasileira, precisamos


obrigatoriamente retornarmos ao início, ao ponto de partida do desenvolvimento da educação, ou
seja, à colonização.
1.3 O desenvolvimento da educação brasileira

Para entendermos facilitar o aprendizado, nós podemos dividir a história da educação


brasileira em quatro períodos de desenvolvimento, que são:
I- Do descobrimento do Brasil até 1930;

10
Competência 01

II- Dos anos 1930 a 1964;


III- O período pós-64 até 1985;
IV- De 1985 até a atualidade. (GADOTTI, 2000).

I FASE
A primeira fase da história da educação foi marcada por novos movimentos educacionais
que buscavam melhorias nos níveis de escolaridade, porém a educação ainda não tinha tanta
importância para a sociedade sendo um recurso apenas para a classe alta.
- Educação tradicional, onde predomina a autoridade do professor;
- Educação jesuíta:
# 1808 - Família Real Portuguesa para o Brasil, prioriza a formação das elites governantes
e dos quadros militares;
# 1827, ainda priorizando a elite, foram construídas duas faculdades de direito (Recife e
São Paulo) para que os formandos assumissem os cargos principais de administração pública, na
política e também no jornalismo e na advocacia.
# 1889-1830, 1ª República, pensamentos liberais, contestação do modelo educacional
imperial. Várias escolas normais de formação de professoras foram criadas na tentativa de solucionar
o problema do analfabetismo que já era grande.

II FASE

Confronto entre o ensino público e o privado que, com o surgimento da escola nova,
influem as ideias liberais na educação, contrariando a educação tradicional. A tentativa de melhorar
o desenvolvimento educacional não é recente.
Marcos Históricos Após a Revolução de 1930:
- Criação do Ministério da Educação e a criação do capítulo da educação na Constituição
de 1934;
- Alteração da Constituição de 1937;
- 1º Projeto de Lei de 1948

11
Competência 01

- LDB 1961
- MOBRAL (Movimento Brasil de Alfabetização) em 1970.
Todas estas medidas foram elaboradas e modificadas para adequar o ensino ao padrão
de qualidade esperado, visando à diminuição do analfabetismo e a garantia da educação para todos.

III FASE
Esta fase da história da educação, demarcada pelo período pós-64, inicia-se por uma
extensa etapa de educação autoritária do período militar em que o tecnicismo educacional prevalece.
Sem muitas informações devido à grande censura imposta nesse período.

IV FASE
Saiba mais!
Decreto-lei nº 477 de 26 de fevereiro de 1969.

Após os anos de 1985, surge uma transição que permanece até a atualidade, definindo o
mau desenvolvimento do país no que se refere ao termo “educação para todos”. Chegamos em 1988,
onde foi criada a Constituição Federal, a qual declara a educação como um direito de todos, como
um dever do Estado e da família. Ela visa ao pleno desenvolvimento da pessoa, ao seu preparo para
o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. Nesse momento, a prioridade educacional
era a tentativa de solucionar o atraso referente à educação brasileira vinda desde os anos de 1960.
Depois da Constituição Federal, algumas tentativas ocorreram tentando solucionar esse
problema, porém, não obtiveram êxito. Dentre elas estão: o Programa Nacional de Alfabetização e
Cidadania (PNAC,) em 1990, e o Plano Nacional de Educação para todos, em 1994, a nova LDB que
complementava os princípios da Constituição de 1988, a criação do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de valorização do magistério (FUNDEF) e, mais
recentemente, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB). Tais tentativas que não resolveram os problemas de atraso
educacional no Brasil e foram elaboradas devido à evolução do processo educativo. E esta situação
perpassa até os dias atuais.

12
Competência 01

Todo esse processo de evolução da educação não acontece sozinho. Junto com ela, muda
o processo de atuação do governo no setor educacional e também dos profissionais da educação, ao
terem que mudar seu foco e método de trabalho no interior das instituições escolares visando
atender as exigências sociais.
Sendo assim, a administração da educação evoluiu concomitantemente junto com a
educação para acompanhar esse desenvolvimento, como veremos a seguir.

1.4 A evolução no processo de administração da educação

Assim como a educação teve todo um processo histórico, com a administração escolar
não foi diferente. Afinal, as instituições escolares dependiam dela para trabalhar de acordo com o
que a sociedade exigia em cada etapa de evolução. E os administradores, e atualmente gestores
educacionais, tiveram seus momentos de mudanças no trabalho dentro das unidades escolares de
forma que atendessem as expectativas da sociedade.
Cada período histórico houve uma forma de administração escolar e subdivide-os da
seguinte forma: O primeiro refere-se à administração no período colonial, a qual fora baseada no
direito romano. O segundo, Era Republicana, se divide em quatro fases. São elas: fase organizacional,
comportamental, desenvolvimentista e sociocultural. Cada uma correspondente a um modelo
específico de gestão da educação definido de acordo com cada época. Cabia, portanto, aos
educadores, se adaptarem aos períodos e gerirem as instituições escolares de forma que atendessem
às necessidades do momento.
Nas décadas de 70 e 80, o sistema escolar foi marcado pelo centralismo, autoritarismo e
estruturas burocráticas-padrões. A unidade escolar era organizada de “fora para dentro”. O poder de
decisão da equipe escolar, nesta época, era praticamente inexistente sobre seus objetivos e até sobre
a estrutura e organização pedagógica e de equipe escolar.
Após esta era republicana, é proposto um novo paradigma da educação: o paradigma
multidimensional. Este é repleto de características e tem o objetivo de atender as necessidades da
escola que, com as mudanças da sociedade, passa a evoluir gradativamente exigindo outros meios
do processo administrativo.

13
Competência 01

Os anos 90 são caracterizados por grandes mudanças na área educacional. Devido à


grande transformação do mercado com o capitalismo e a era da Globalização, a educação precisaria
acompanhar esta evolução de modo que se ajustasse ao desenvolvimento de mercado do país.
No final dos anos 90, começa um período repleto de transformações no setor
educacional. Como foco principal, a gestão educacional fora observada, na esperança de haver
transformações positivas especialmente no nível da educação básica quando adotadas as propostas
de uma gestão democrática.
Diante disso, a escola passa a ser vista como uma instituição complexa a qual os
problemas enfrentados não fazem parte apenas do sistema escolar como também são advindos de
uma sociedade diversificada e que atualmente não tem opiniões formadas sobre a educação
realmente necessária para os cidadãos. Sendo assim, a forma de gestão deve se adaptar aos
problemas cotidianos vindos da sociedade para as instituições escolares.
Daí a importância atual de ter um gestor em educação nas instituições de ensino como o
responsável pelo progresso da educação brasileira, devendo estar preparado para lidar com os
problemas atuais da educação escolar.
Porém todas essas transformações são acompanhadas de limitações ou desafios durante
todo o processo de administração de uma escola, como veremos no próximo tópico.

1.5 Limitações da administração

A administração é um processo racional de organização, de influência estabelecida de


fora para dentro das unidades de ação, bem como do emprego de pessoas e de recursos, de forma
racional e mecanicista, para que os objetivos organizacionais sejam realizados. O ato de administrar
corresponderia a comandar e controlar, mediante uma visão objetiva de quem atua sobre a maneira
distanciada e orientada por uma série de pressupostos, a saber:
a) o ambiente de trabalho e o comportamento humano são previsíveis, podendo ser,
controlados;
b) crise, ambiguidade e incerteza são encaradas como disfunção e como problemas a
serem evitados e não como oportunidades de crescimento e transformação;
c) o sucesso, uma vez alcançado, mantém-se por si mesmo e não demanda esforço de
manutenção e responsabilidade de maior desenvolvimento;

14
Competência 01

d) a responsabilidade maior do dirigente é a de obtenção e garantia de recursos


necessários para o funcionamento perfeito da unidade;
e) modelos de administração que deram certo não devem ser mudados;
f) a importação de modelos de ação que deram certo em outros contextos podem
funcionar, bastando para isso adaptações;
g) o participante cativo da organização, aceita qualquer coisa que seja imposta a ele;
h) o protecionismo a esses participantes é a contrapartida necessária a sua cooptação;
i) o participante da instituição deve estar disposto a aceitar os modelos estabelecidos e
agir de acordo com ele;
j) é o administrador quem estabelece as regras do jogo;
l) o importante é fazer o máximo, e não fazer melhor e o diferente;
m) a objetividade garante bons resultados, sendo a técnica o elemento fundamental para
a melhoria do trabalho.
Nesta semana, pudemos estudar um pouco sobre o processo histórico de evolução da
educação e consequentemente sua administração. Na próxima semana, abordaremos os segmentos
escolares dentro de uma Instituição de Ensino e sua participação direta no processo de gestão.

Sugestão de Filmes
1. Quando sinto que já sei: Custeado por meio de financiamento coletivo, o filme
registra práticas inovadoras na educação brasileira. Os diretores investigaram
iniciativas em oito cidades brasileiras e colheram depoimentos de pais, alunos,
educadores e profissionais.
2. A Educação Proibida: Gravado em oito países da América Latina, o documentário
problematiza a escola moderna e apresenta alternativas educacionais em mais de
90 entrevistas com educadores. O filme é independente e foi financiado de forma
coletiva.
3. Fazendo Escola – A história e os caminhos da Gestão Escolar

15
Competência 02

2.Competência 2|Compreender a Estrutura da Escola e o Funcionamento


dos Diversos Segmentos, Considerando os Preceitos Legais

Qual a diferença entre os segmentos de uma escola?


Será que todas as escolas possuem esses segmentos implantados em sua
unidade?
Qual a atuação de cada segmento dentro de uma escola?

Nessa semana iremos descobrir quais são os segmentos que são encontrados dentro de
uma escola, sua composição, criação, função e atuação direta. Contudo, quando pensamos em
estrutura da escola e seus segmentos, imaginamos logo que estamos falando de cada setor que
funciona dentro de uma escola. Mas, ao contrário do que pensamos, quando nos referimos a
segmentos, estamos falando dos grupos que contribuem junto com a escola para que ela funcione de
maneira mais democrática.

2.1 Introdução

Quando nos referimos à organização de uma escola, estamos falando do conjunto de


normas, diretrizes, estrutura organizacional, ações, procedimentos e condições concretas que
garantam o bom funcionamento da escola e da sala de aula, tendo em vista a aprendizagem e o
desenvolvimento do aluno. Por isso oferece meios mais seguros e eficazes para atender aos objetivos
e funções da escola.
A estrutura organizacional de escolas se diferencia conforme a legislação dos Estados e
Municípios e conforme as concepções de organização e gestão adotadas, mas pode-se apresentar a
estrutura básica das funções que expressam a organização do trabalho em uma escola.
Toda Unidade de Ensino possui objetivos que determina a função e responsabilidade
entre seus segmentos. Para garantir que a escola funcione efetivamente e de forma democrática, é
imprescindível organizar uma estrutura de ordem interna, no sentido de definir e dispor de funções
que assegurem o funcionamento da escola. Essa estrutura é, geralmente, representada graficamente
por um organograma.

16
Competência 02

CONSELHO ESCOLAR

GESTOR E EQUIPE
GESTORA

SETOR TÉCNICO- SETOR PEDAGÓGICO


ADMINISTRATIVO

PROFESSORES /
ALUNOS

PAIS E COMUNIDADE

Figura 03 – Organograma Básico da Escola


Fonte: elaborada pelo autor
Descrição: Organograma em forma de ciclo, onde se pode observar todos os segmentos escolares como o conselho
escolar, setor técnico e administrativo, pedagógico, pais e comunidade ao redor dos professores, alunos e gestão.

O organograma mostra as inter-relações entre os vários setores e funções de uma


organização ou serviço. Evidentemente, a forma do organograma reflete a concepção de organização
e gestão.
Não adianta elaborar um organograma e permitir que as escolas continuem
desenvolvendo suas atividades sem apresentar à comunidade sua proposta de trabalho. E também
não se pode aceitar que o projeto político pedagógico seja pensado e elaborado apenas por diretores,
pedagogos ou simplesmente encaminhado pelos sistemas de ensino, sem considerar o coletivo, as
especificidades, as realidades das comunidades escolares, e as expectativas que estas têm em relação
à qualidade da educação que será oferecida ao aluno.

17
Competência 02

É preciso compreender que a gestão não se resume em ações de ordem administrativa


no interior da escola. A mesma está diretamente ligada a outras instâncias, configurando assim uma
hierarquia de poderes.
Sendo assim, vamos agora identificar todos os segmentos encontrados numa escola que
contribuem para seu funcionamento enquanto instituição democrática.
São considerados segmentos da escola: pais, educandos, funcionários e professores.
Todos os segmentos têm assegurado o direito de organizarem-se livremente em associações,
entidades e agremiações, devendo a escola oportunizar condições para esta organização. Cabe aos
segmentos a elaboração dos regimentos internos de suas organizações.

2.2 Conselho escolar

É um colegiado formado por todos os segmentos que representam a comunidade escolar


(pais, alunos, professores, funcionários e direção).

Figura 04 –Conselho Escolar


Fonte: adaptado de http://sucesso.powerminas.com/wp-content /up loads/2010/ 04/Reuniao.jpg
Descrição: Imagem onde possui uma mesa ao centro e bonecos em roxo representando os representantes de um
conselho escolar reunidos para tomar decisões em conjunto.

18
Competência 02

A criação do conselho escolar, neste contexto toma-se fundamental, pois o processo de


discussão nas comunidades escolares pode possibilitar a implantação da ação conjunto com a
corresponsabilidade de todos no processo educativo, o que se constitui um mecanismo de ação
coletiva, que canaliza os esforços da comunidade escolar em direção a uma escola renovada.
O conselho escolar é, portanto, o acesso que a comunidade tem para atuar na gestão.
Este tipo de gestão colegiada foi adotado na década de 80 nas administrações públicas como o
objetivo de favorecer a democratização da gestão.
A participação coletiva é importante por que:
a) para a comunidade, significa mudar sua visão de direção da escola, passando a não
esperar decisões prontas a serem seguidas; significa, enfim, pensar a escola não como um organismo
governamental, portanto externo, alheio, e sim como um órgão público que deve ser não apenas
fiscalizado e controlado, mas dirigido pelos seus usuários;
b) a direção vê-se colocada diante das tarefas eminentemente políticas, pois assume o
papel de dirigente técnico e político. A abertura não acontece para um todo homogêneo e sim para
uma população dividida, socialmente estratificada e ideologicamente diferenciada; significa lidar com
inúmeras expectativas e projetos políticos diferenciados;
c) para os alunos, a principal mudança refere-se à sua relação com os professores e com
a direção: assumir sua parte de responsabilidade na direção da escola e do processo pedagógico,
deixando de esperar soluções acabadas e de esperar apenas a punição como saída; compreender que
transitar na difícil fronteira entre “liberdade e segurança” exige um compromisso com o projeto
educacional, com princípios e também com uma visão mais global, menos fragmentária da escola.

19
Competência 02

Figura 05 – Conselhos Escolares


Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ ce_cad1.pdf
Descrição: Imagem onde possui vários tipos de escolas interagindo entre si, formando os Conselhos Escolares.

2.2.1 Conceito e funções

A escola é um espaço fundamental para o desenvolvimento da democracia participativa,


onde ocorre a construção de uma cidadania emancipadora e, basicamente, da qualidade cognitiva e
operativa das aprendizagens. Dessa forma, para que haja uma gestão democrática na escola é
fundamental a existência de espaços propícios para que novas relações sociais entre os diversos
segmentos escolares possam acontecer.
Um dos instrumentos de construção desses espaços é o Conselho Escolar que tem como
foco principal, acompanhar o desenvolvimento da prática educativa do processo ensino-
aprendizagem. Portanto, a função do Conselho Escolar é político- pedagógica, definido como Órgão
Colegiado que representa a comunidade escolar, bem como gerir coletivamente a escola,
conhecendo e participando da realidade e indicando caminhos que levem a uma prática democrática
comprometida com a qualidade socialmente referenciada.

20
Competência 02

O poder e as responsabilidades são compartilhados. Nesta perspectiva, o Conselho


Escolar é um órgão colegiado que tem função consultiva e deliberativa com a característica de
parceiro em todas as atividades da escola.
Na sua função consultiva, em sintonia com a administração da escola, envolve-se nas
decisões coletivas relacionadas com as questões administrativas, financeiras e político pedagógicas.
Quanto à função deliberativa, propõe-se a tomada de decisões referentes às linhas gerais da escola,
incluindo o gerenciamento dos recursos públicos. Além disso, esse colegiado desempenha o papel de
mobilizar toda a comunidade em busca da melhoria da qualidade do ensino, do acesso, da
permanência e da aprendizagem dos estudantes, na intenção de assegurar o cumprimento da
legislação em vigor.

Lembre-se:Todas as ações da escola e os resultados obtidos serão


divulgados nas reuniões dos professores e pais / responsáveis de alunos e
nas entidades da comunidade

2.2.2 Atribuições

A gestão colegiada, no cumprimento de sua função socioeducativa, acompanha e avalia a


escola na observância dos seus propósitos, em obediência às políticas públicas do Estado e da
legislação em vigor. Dessa forma, o Conselho Escolar tem a competência de:
 Analisar o Plano de Trabalho Anual da escola;
 Participar ativamente das reuniões semestrais para construção de planejamento, avaliação e
replanejamento;
 Acompanhar e fiscalizar:
- Merenda escolar, livros e materiais didáticos;
- Serviço de reforma e ampliação do prédio escolar;
- Plano de aplicação e prestação de contas dos recursos financeiros;
 Participar ativamente dos eventos escolares e da divulgação da chamada da população;
 Acompanhar o desempenho dos alunos e propor medidas para superar as dificuldades
 Mobilizar as comunidades escolar e local na participação das ações escolares;

21
Competência 02

 Elaborar e encaminhar à SEE documentos que proponham alternativas de solução, visando a


melhoria dos trabalhos;
 Desenvolver atividades correlatas.
2.3 Conselho de classe

Lei nº 11.014 de 28 de dezembro de 1993


Lei nº 11.303, de 26 de dezembro de 1995
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996

Figura 06 – Conselho de Classe


Fonte: http://cardapiopedagogico.blogspot.com.br/2014/06/conse lho-de-classe-1-2014.html

22
Competência 02

Descrição: Tirinha de uma representação de um conselho de classe, onde os integrantes dessa reunião discutem a
respeito de um aluno e decidem transferi-lo para outra escola, como resolução do problema.

É no conselho de classe que pesa a responsabilidade como instância colegiada de agir


como burocratizado do fazer pedagógico ou ultrapassar as barreiras burocráticas e promover um
processo de avaliação que seja capaz de analisar as ações pedagógicas de forma que as mesmas
possam gerar conhecimento.
O conselho de classe guarda em si a possibilidade de articular diversos segmentos da
escola e tem como objeto de estudo o processo de ensino, que é o eixo central em torno do qual se
desenvolve o processo do trabalho escolar.
Dessa forma podemos dizer que o conselho de classe é um elemento que articula os vários
segmentos da escola, direcionando para um processo que vise à melhoria do ensino-aprendizagem.
O conselho não deixa de constituir um espaço de encontro de posições diversificadas
relativas ao desempenho do aluno, que não fica assim restrito à avaliação de apenas uma pessoa.
Entendemos, assim, que o conselho tem a função de dar conta de importantes problemas
didáticos – pedagógicas para que suas possibilidades educativas se ampliem, propiciando uma ação-
reflexão nos professores incentivando-os a ver este conselho como efetiva prática de relacionar
ensino com avaliação de aprendizagem de qualidade.

2.3.1 Objetivo do conselho de classe

Para cumprir seu papel, o Conselho de Classe exige que os professores tenham em mente
os alvos educacionais a serem desenvolvidos e avaliados no processo de aprendizagem dos alunos,
bem como estabeleçam princípios para a formação do caráter e da cidadania. Portanto, sua finalidade
dentro da escola é, de fato, compartilhar as dificuldades e os sucessos vividos, de modo que sejam
feitas as intervenções necessárias para garantir a fluidez do ensino-aprendizagem e a qualidade
educacional.

23
Competência 02

2.3.2 Quem deve participar

O Conselho de Classe constitui um espaço para avaliação numa perspectiva crítica, do


qual participam, efetivamente, professores, orientadores, supervisores e, em determinados casos,
alunos e diretor da escola.
2.3.3 Vantagens do conselho de classe para a escola

A avaliação parcial dos alunos acontece no momento da realização deste colegiado.


Assim, os participantes podem desconstruir e reconstruir sua prática face aos objetivos e critérios
estabelecidos permitindo:
 Viabilizar uma avaliação mais eficaz;
 Melhorar a compreensão dos fatos, decorrente da exposição de diversos pontos de vista;
 Analisar o currículo;
 Avaliar os resultados dos métodos utilizados;
 Favorecer a integração entre professores;
 Tomar decisões em grupo, visando à melhoria do ensino-aprendizagem.

2.4 Unidade executora

2.4.1 Histórico

Criado em 1995, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) tem por finalidade prestar
assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas da educação básica das redes
estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantidas por
entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) como
beneficentes de assistência social, ou outras similares de atendimento direto e gratuito ao público.
O programa engloba várias ações e objetiva a melhoria da infraestrutura física e
pedagógica das escolas e o reforço da autogestão escolar nos planos financeiro, administrativo e
didático, contribuindo para elevar os índices de desempenho da educação básica.
Os recursos são transferidos independentemente da celebração de convênio ou instrumento
congênere, de acordo com o número de alunos extraído do Censo Escolar do ano anterior ao do

24
Competência 02

repasse. Em Pernambuco, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), adotou a nomenclatura de


Unidade Executora (UEx), denominação genérica criada pelo Ministério da Educação (MEC) para
referir-se às diversas denominações encontradas em todo o território nacional que designa entidade
de direito privado, sem fins lucrativos, vinculada à escola.

2.4.2 Conceito

Associação civil com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
representativa das escolas públicas, integrada por membros da comunidade escolar: pais, alunos,
funcionários, professores e membros da comunidade local.

É importante salientar que qualquer membro da comunidade pode ser o


presidente da Unidade Executora, não havendo a obrigatoriedade de o cargo
ser exercido pelo(a) Diretor(a) da escola ou por servidor público.

2.4.3 Atribuições

 Administrar recursos financeiros transferidos para a manutenção e o desenvolvimento do


ensino;
 Gerir e controlar recursos provenientes de doações, campanhas e de outras fontes;
 Prestar contas dos recursos repassados, arrecadados e doados;
 Promover atividades pedagógicas, manutenção e conservação física de equipamentos e
aquisição de materiais.

2.4.4 Requisitos para constituição da unidade executora

 Motivação da comunidade;
 Convocação da Assembleia Geral;
 Registro da UEX;
 Inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);

25
Competência 02

 Abertura de conta bancária.

2.4.5 Legalização da unidade executora:

 Assembleia Geral:
 Fundar a UEx;
 Eleger e dar posse aos membros;
 Discutir e aprovar o Estatuto.
 Registro:
 Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas;
 Requerimento;
 Estatuto;
 Ata.
 Inscrição CNPJ:
 Ficha de inscrição;
 Ata;
 Registro do Cartório;
 CPF do Presidente.
 Abertura de Conta:
 Conta conjunta Presidente / Tesoureiro

2.5 Grêmio estudantil

Figura 07 – Grêmio Estudantil


Fonte: http://www.educacao.sp.gov.br/gremio-estudantil/build/img/image-header.jpg

26
Competência 02

Descrição: Imagem de várias mãos impostas para cima, cada mão em uma cor diferente e uma mão segurando uma placa
onde está escrito: A voz do aluno na escola, protagonismo juvenil. Comemoração de uma vitória na formação de um
grêmio estudantil.

O gestor democrático deve ser o grande incentivador da criação e/ou implementação dos
grêmios estudantis. Os educandos têm assegurado pela Lei Federal n°. 7.398 de 04/11/1985, o direito
de se organizar livremente através de agremiações estudantis, devendo a Unidade Escolar, garantir
o espaço e dar condições para essa organização.
O Grêmio Estudantil tem como objetivo reunir o corpo discente da escola, para discutir e
defender os interesses individuais e coletivos, incentivar a cultura literária, artística e desportiva,
promover palestras e debates sobre questões de interesse do ensino.
No sentido de preservar o aspecto da organização em sua criação, alguns passos deverão
ser seguidos:
1º passo

 Comunicar à direção da escola;


 Divulgar a proposta na escola;
 Convidar alunos e representantes de turma;
 Constituir COMISSÃO PRÓ-GRÊMIO;
 Elaborar proposta de Estatuto.
2º passo

 Convocar os alunos a participarem da Assembleia Geral para:


 Decidir nome do Grêmio;
 Aprovar o Estatuto que regerá o colegiado;
 Estabelecer período de campanha e data da eleição;
 Definir os membros da Comissão Eleitoral.
3º passo

 Formar as chapas que concorrerão à eleição;

 Promover debates entre os candidatos.

27
Competência 02

4º passo
 Organizar e realizar a eleição;
 Apurar os votos e registrar em Ata todas as ocorrências;
 Divulgar os resultados.
5º passo

 Enviar cópia da Ata de Eleição e do Estatuto para a direção da escola;


 Organizar e realizar a cerimônia de posse.

2.6 Associação de pais

Figura 08 – Reunião de Pais


Fonte: http://4.bp.blogspot.com/ 4Xkv0xRFmk4/VM6qK1N1lrI/AAA
AAAAAAEU/8y84T90hhn0/s1600/reuniaodepais022015.jpg
Descrição: Imagem onde possui várias mãos, segurando uma peça de quebra-cabeça, juntando-as, mostrando a
participação de todos na construção da escola.

É outro mecanismo de fortalecimento do processo democrático, considerado como


entidade civil com personalidade jurídica própria, sem caráter lucrativo, formado pelos pais dos
alunos regularmente matriculados na escola, tendo como objetivo o estabelecimento de vínculo
entre escola e família como contribuição necessária para o processo educativo. A entidade deverá
ser regida por estatuto ou regulamento próprio.
Nessa semana podemos nos apropriar dos vários segmentos que uma escola deve possuir
que contribuem para uma gestão que visa o bem comum de todos. Na próxima semana, vamos ver

28
Competência 02

os recursos humanos que atuam diretamente dentro da escola, identificando a função de cada um
dentro da escola.

Sugestão de Filme
1. Entre os muros da escola
François Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de
língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na
periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo
na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo
do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e
a falta de educação são grandes complicadores.
https://www.youtube.com/watch?v=XHuvaPK98Lg

29
Competência 04

3.Competência 3|Identificar e Distinguir as Funções e Atribuições dos


Profissionais da Instituição Educacional

O diretor é o líder dos processores e das ações da escola, e o coordenador pedagógico, o


formador dos professores, certo?
- Não, nem sempre.
A falta de clareza nas atribuições dos cargos faz com que as funções se confundam, se
invertam, e ou não existam.

Seja bem-vindo para mais uma competência. Nessa semana iremos descobrir as funções
que existem dentro de uma escola e as diferenças entre elas. Lembro que cada município ou estado
pode adotar uma forma diferente de organizar sua escola. Além disso, temos que deixar bem claro
que os cargos presentes dentro de cada realidade podem mudar, pode-se observar quadros
completos com também cargos acumulando mais de uma função na mesma escola.
Esse acúmulo de função é muito comum de ser encontrado em instituições de ensino das
redes públicas, sejam elas municipais, estaduais ou federais. Essa acumulação faz com que as vezes
o cargo perca sua identidade dentro da instituição e, consequentemente, sobrecarrega o funcionário.

Figura 09 - Funções Escolares


Fonte: http://www.trabalhosescolares.net/wp-content/uploa ds/2013/11/cargos_salarios_ trabalhos_escolares.jpg
Descrição: Imagem onde possui várias pessoas em cima de peças de quebra-cabeça representando as pessoas que
trabalham dentro de uma escola e que contribuem para toda a instituição.

Dentro da escola possuímos várias pessoas que trabalham em determinadas funções para
assegurar o pleno funcionamento da instituição, porém essas funções normalmente são definidas

30
Competência 04

pela Secretaria de Educação com o objetivo de ajudar, trabalhar melhor e elaborar com objetividade
os programas de formação. Já ao diretor cabe fazer a gestão pedagógica, fortalecer o vínculo com a
comunidade, lidar com os recursos financeiros e materiais e cuidar do relacionamento com a
Secretaria e do clima organizacional. O coordenador pedagógico tem como dever principal fazer a
formação continuada dos professores.

3.1 A estrutura organizacional de uma escola

Toda a instituição escolar necessita de uma estrutura de organização interna, geralmente


prevista no Regimento Escolar ou em legislação específica estadual ou municipal. O termo estrutura
tem aqui o sentido de ordenamento e disposição das funções que asseguram o funcionamento de
um todo, no caso a escola. Essa estrutura é comumente representada graficamente num
organograma um tipo de gráfico que mostra a inter-relações entre os vários setores e funções de uma
organização ou serviço. Evidentemente a forma do organograma reflete a concepção de organização
e gestão. A estrutura organizacional de escolas se diferencia conforme a legislação dos Estados e
Municípios e, obviamente, conforme as concepções de organização e gestão adotada, mas podemos
apresentar a estrutura básica com todas as unidades e funções típicas de uma escola. Organograma
Básico de Escolas:

Figura 10 –Organograma Escolar


Fonte:http://4.bp.blogspot.com/p5sVwxVmVLw/T7RMKJbCh5I/AAAAAAAAABk/trYALZtCXj0/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.j
pg
Descrição: organograma que identifica cada função dentro de uma unidade de ensino. No centro está o aluno ao redor
está a gestão, conselho escolar, equipe pedagógica, funcionários e corpo docente.

31
Competência 04

3.1.1 Equipe gestora

Órgão colegiado responsável pela direção e coordenação do trabalho pedagógico coletivo


e tem como funções articular, propor, problematizar, mediar, operacionalizar e acompanhar o
processo político-pedagógico da escola, a partir das deliberações e encaminhamentos do Conselho
Escolar. A Equipe gestora é responsável pela organização do cotidiano escolar buscando a superação
da dicotomia do administrativo/pedagógico. É composta pelo Diretor, Vice-Diretores, integrantes do
Serviço de Coordenação Pedagógica e da Coordenação Cultural.

3.1.2 Gestão

O Gestor e os vice-gestores são eleitos de acordo com a legislação vigente. O gestor deve
conhecer e dinamizar a estrutura organizacional da Escola tendo como atribuições, em especial as
abaixo descritas:
• em conjunto com o Conselho Escolar e demais componentes da Equipe gestora,
participar e coordenar as discussões e a elaboração da Proposta Político Pedagógica da Escola, bem
como acompanhar sua execução;
• em conjunto com o Conselho Escolar e demais componentes da Equipe gestora,
participar e coordenar as discussões e a elaboração do Plano Anual, responsabilizando-se pela sua
execução.
• cumprir e fazer cumprir as disposições legais, as determinações de órgãos superiores e
as constantes deste Regimento;
• responsabilizar-se pela organização e funcionamento da Escola, perante os órgãos do
poder público municipal e a comunidade, responsabilizando-se pelos atos administrativos, bem como
pela veracidade das informações prestadas pela Escola;
• assinar expedientes e documentos da Escola e, juntamente com o secretário da Escola,
assinar toda documentação relativa à vida escolar dos alunos.
Os vice-gestores, coparticipantes da Gestão, têm a seu encargo, especialmente a
supervisão de apoio e multimeios, a substituição eventual do Diretor, tendo como atribuições, em
especial as abaixo descritas:

32
Competência 04

• promover a articulação entre os setores e os recursos humanos em torno da finalidade


e objetivos da Escola;
• dinamizar o fluxo de informações.

3.1.3 Coordenação pedagógica

O Serviço de Coordenação Pedagógica tem a seu encargo a articulação dos vários


segmentos da comunidade escolar, da Gestão e Conselho Escolar, de forma a viabilizar o
desenvolvimento da Proposta Político-Pedagógica, através do desdobramento das ações previstas no
Plano Anual da Escola.

3.1.4 Supervisão escolar

A Supervisão Escolar é provida por profissional habilitado para tal e no caso de não haver
tal profissional na Escola a Equipe Diretiva, juntamente com o Conselho Escolar, definirão quem
ocupará tal função. A Supervisão Escolar tem como função coordenar a ação pedagógica de forma a
garantir o cumprimento da Proposta Político-Pedagógica, através do desenvolvimento do currículo
proposto. O supervisor escolar tem como principais atribuições:
• socializar o saber docente, estimulando a troca de experiências entre os segmentos da
comunidade escolar, a discussão e a sistematização da prática pedagógica, viabilizando o trânsito
teoria-prática, de forma a qualificar a prática docente;
• discutir permanentemente o aproveitamento escolar e a prática docente, buscando
coletivamente o conhecimento e a compreensão do processo ensino aprendizagem e suas
dificuldades, problematizando o cotidiano escolar e elaborando propostas de intervenção nessa
realidade;
• assessorar individual e coletivamente o corpo docente no trabalho pedagógico
interdisciplinar;
• coordenar e participar dos Conselhos de Classe, juntamente com o Superviso de
Orientação Educacional, tendo em vista a análise do aproveitamento da turma como um todo e do
aluno, levantando alternativas de trabalho e execução;

33
Competência 04

• proceder na análise de currículos escolares de alunos transferidos, indicando os


procedimentos necessários às adaptações curriculares; • assessorar o Conselho Escolar, Direção e
professores em assuntos pertinentes à supervisão escolar;

3.1.5 Orientação educacional

A Orientação Educacional é provida por profissional habilitado, indicado pela Gestão com
aval do Conselho Escolar. A Orientação Educacional tem como principal função investigar e analisar a
realidade vivencial do educando inserido em sua comunidade de forma a garantir que a prática
docente possa contribuir no processo do seu desenvolvimento global, redirecionando
permanentemente o currículo. O Orientador Educacional tem como principais atribuições:
• estimular e promover iniciativas de participação e democratização das relações na
escola, visando a aprendizagem do aluno, bem como a construção de sua identidade pessoal e grupal;
• contribuir para que a avaliação se desloque do aluno para o processo pedagógico como
um todo, visando o replanejamento;
• coordenar o Conselho de Classe, juntamente com o supervisor, garantindo que o
mesmo seja participativo no âmbito da proposta pedagógica da escola, participando de seu
planejamento, execução e desdobramentos;
• assessorar o Conselho Escolar, Direção e Professores em assuntos pertinentes à
orientação escolar.

3.2. Órgãos de apoio da ação pedagógica

3.2.1.Coordenação de turno

A coordenação de turno é exercida por um professor, eleito por seus pares a partir da
apresentação de projeto de trabalho com o aval da Direção e do Conselho Escolar. O coordenador de
turno tem como principais atribuições o acompanhamento, coordenação e controle do horário das
atividades docentes a partir das orientações da supervisão e da Direção, assegurando o pleno
funcionamento da Escola.

34
Competência 04

3.2.2. Coordenação de área

Compete às Coordenações de Áreas auxiliar no incentivo e implementação de um


trabalho pedagógico interdisciplinar entre os docentes dos vários componentes curriculares que
compõem as áreas do conhecimento. Os coordenadores de área são eleitos por seus pares a partir
das propostas de trabalho apresentadas e estão sob a coordenação do supervisor escolar, auxiliando-
o nas atividades de planejamento pedagógico das receptivas áreas.

3.2.3. Coordenação de curso

O coordenador de curso é um professor da respectiva área técnica do curso, eleito por


seus pares a partir da proposta de trabalho apresentada. Competências do Coordenador de Curso:
• promover a integração dos docentes na realização do planejamento interdisciplinar;
• garantir a manutenção dos recursos materiais e didáticos necessários ao
desenvolvimento dos cursos;
• viabilizar a constante interlocução escola empresa com o objetivo de garantir a
formação técnica necessária;
• auxiliar o supervisor pedagógico nas tarefas atinentes ao curso.

3.2.4. Coordenação cultural

A Coordenação Cultural é exercida por um professor, eleito por seus pares a partir da
apresentação de projeto de trabalho com o aval da Direção e do Conselho Escolar. Competências do
Coordenador Cultural:
• promover a articulação entre os segmentos escolares: professores, alunos, funcionários,
pais e demais instâncias da escola: Conselho Escolar, Equipe Diretiva, Grêmio Estudantil e entre
outros, no sentido de promover a cultura-educação priorizando as atividades e projetos a serem
desenvolvidos conforme decisões do coletivo da escola;
• promover a integração entre a Escola, a comunidade e as demais instituições, tais como
universidades, entidades não governamentais, grupos artísticos, pessoas físicas e jurídicas, entre
outras, formando com elas parcerias;

35
Competência 04

• promover e fomentar as diversas manifestações das artes e da cultura e suas relações


com a educação.

3.2.5. Biblioteca

Constitui-se no local para guarda, preparo técnico e circulação dos materiais


bibliográficos, da hemeroteca e videoteca dentro da comunidade escolar. As atividades da biblioteca
são exercidas por professores eleitos por seus pares, a partir da apresentação de projeto de trabalho
com o aval da Direção e do Conselho Escolar. A biblioteca é coordenada por um bibliotecário
nomeado para esta função e/ou educador. Competências do Coordenador da Biblioteca:
• planejar, organizar e agilizar o seu funcionamento, observando as normas específicas
para esta instituição.
• coordenar as funções dos demais membros da biblioteca.

3.2.6. Técnico de laboratórios

Constitui-se num ambiente de recursos e este espaço é usado de forma inteligente na


tentativa de provocar mudanças na abordagem pedagógica vigente. O Laboratório é coordenado por
um professor com conhecimento, auxiliado por estagiários da área.

3.3 Corpo docente

O corpo docente é constituído por educadores e especialistas, devidamente habilitados,


tendo as seguintes atribuições:
• planejar, executar, avaliar e registrar os objetivos e as atividades do processo educativo,
numa perspectiva coletiva e integradora, a partir da Proposta Político-Pedagógica, do Plano Anual da
Escola e de Cursos e Bases Curriculares vigentes;
• identificar, em conjunto com as pessoas envolvidas na ação pedagógica, educandos que
apresentem dificuldades no processo educativo e, a partir disso, planejar e executar estudos
contínuos de tal forma que sejam garantidas novas oportunidades de aprendizagem e maior tempo
de reflexão;

36
Competência 04

• participar de todo o processo avaliativo da Escola, respeitando o regimento escolar e


prazos estabelecidos em cronograma;
• participar dos momentos de formação que propiciem o aprimoramento de seu
desempenho profissional;
• participar das elaborações da Proposta Político Pedagógica, do Plano Anual, dos Planos
de Estudos e de cursos de acordo com o disposto na legislação vigente;
• participar dos processos de eleição desencadeados na Escola;
• responsabilizar-se pela conservação de todos os espaços físicos, bem como de materiais
existentes na escola e que são patrimônio de uso coletivo;
• elaborar seus Planos de Trabalho;
• conhecer e cumprir o disposto no presente Regimento;
• cumprir as demais funções inerentes ao cargo.

3.4 Corpo discente

O corpo discente é formado por todos os educandos matriculados nesta unidade de


ensino, tendo como atribuições:
• integrar o Conselho Escolar, agremiações e demais espaços organizados na Escola a fim
de participar efetivamente da construção do processo coletivo de elaboração e reelaboração da
proposta Político- Pedagógica da Escola e do Regimento Escolar;
• participar dos processos de eleição desencadeados na Escola;
• zelar pela conservação de todos os espaços físicos, bem como de materiais existentes
na Escola e que são patrimônio de uso coletivo;
• comprometer-se com seu processo de aprendizagem no que se refere ao
aprofundamento do conhecimento, assiduidade, realização de tarefas diárias e de utilização e
conservação de material de uso pessoal;
• conhecer e cumprir o disposto no presente Regimento.

37
Competência 04

3.5 Pais/ responsáveis

Este segmento é formado pelos pais/mães ou responsáveis de todos os educandos


matriculados nesta unidade de ensino, tendo como atribuições:
• integrar o Conselho Escolar, agremiações e demais espaços organizados na Escola a fim
de participar efetivamente da construção do processo coletivo de elaboração e reelaboração da
proposta Político- Pedagógica da Escola e do Regimento Escolar;
• participar dos processos de eleição desencadeados na Escola;
• zelar juntamente com seus filhos pela conservação de todos os espaços físicos, bem
como de materiais existentes na escola e que são patrimônio de uso coletivo;
• comprometer-se com o processo de aprendizagem e assiduidade de seu filho;
• participar do processo de eleição dos pais / mães ou responsáveis representantes por
turma, processo este disciplinado no Plano Anual da Escola;
• conhecer e cumprir o disposto no presente Regimento.

3.6 Funcionários

Este segmento é formado pelos funcionários da escola e tem como atribuições:


• integrar Conselho Escolar, agremiações e demais espaços organizados na Escola a fim
de participar efetivamente da construção do processo coletivo de elaboração e reelaboração da
Proposta Político Pedagógica da Escola e do Regimento Escolar;
• participar dos processos de eleição desencadeados na escola;
• responsabilizar-se pela conservação e limpeza de todos os espaços físicos, bem como
de materiais existentes na escola e que são patrimônio de uso coletivo;
• responsabilizar-se pela execução das tarefas atinentes ao serviço de nutrição, quando
for o caso;
• responsabilizar-se, sob a coordenação do Secretário, pela execução das tarefas
atinentes à secretaria, quando for o caso;
• conhecer e cumprir o disposto no presente Regimento.
• cumprir as demais funções inerentes ao cargo.

38
Competência 04

3.7. Órgãos de apoio administrativo

3.7.1. Serviço de nutrição escolar

O Serviço de nutrição será composto pelos seguintes cargos: Técnico de Nutrição,


Cozinheiro e Auxiliar de Cozinha.
a) Atribuições do Técnico em Nutrição:
• operacionalizar o cardápio elaborado pelo Serviço de Nutrição da SMED, adaptando-o
quando necessário;
• executar trabalhos relacionados com a nutrição;
• instruir o modo de preparo, distribuição e horário das refeições;
• realizar o controle das merendas, refeições e gêneros;
• cumprir as demais funções inerentes ao cargo.

b) Atribuições do Cozinheiro:
• preparar e cozinhar alimentos e responsabilizar-se pela cozinha;
• encarregar-se de todos os tipos de cozimento em larga escala, da guarda e conservação
dos alimentos;
• fazer os pedidos de suprimento de material necessário à cozinha ou a preparação de
alimentos;
• cumprir as demais funções inerentes ao cargo.

c) Atribuições do Auxiliar de Cozinha:


• preparar e servir a merenda;
• proceder a limpeza de utensílios, aparelhos e equipamentos da cozinha;
• cumprir as demais funções inerentes ao cargo.

7.2. Serviços de secretaria

O serviço de Secretaria é composto, preferencialmente, por funcionário lotado como


assistente administrativo.

39
Competência 04

a) Competências do Serviço de Secretaria:


• organizar e manter atualizada a escrituração escolar e o arquivo;
• conhecer e manter atualizada a coletânea de leis, decretos, pareceres, regulamentos,
instruções e circulares pertinentes à vida da escola e à educação;
• protocolar documentos, bem como receber e expedir documentos autênticos,
inequívocos e sem rasuras;
• realizar matrículas, rematrículas, bem como inscrições para a Educação Infantil e demais
cursos oferecidos pela Escola;
• incinerar documentos, obedecendo ao disposto na legislação vigente;
• providenciar na publicação de editais;
• revisar toda a escrituração escolar, bem como o expediente a ser submetido a despacho
e assinatura do diretor.

b) Atribuições do Secretário:
Atividades Atribuições
Atende os pais, alunos, professores, técnicos,
Realiza o atendimento servidores, representantes de órgãos públicos
e sociedade em geral.
Registra dados de escrituração escolar dos
alunos em documentos tais como: livro de
Conduz o expediente matrícula, fichas individuais, históricos
escolares, certificados de conclusão de curso,
transferência, censo escolar, entre outros.
Classifica e organiza no arquivo, estático ou
dinâmico, a escrituração escolar dos alunos, a
vida funcional dos servidores, informações
Organiza o arquivo
administrativas e financeiras, coletânea da
legislação educacional em vigor, bem como, a
correspondência recebida e expedida.
Redige, encaminha e arquiva memorandos,
ofícios, requerimentos, cartas, atas, circulares,
Prepara a documentação
portarias, relatórios, editais, ordens de serviço,
comunicações internas, etc.

40
Competência 04

Para prestar os serviços com qualidade, há de se capacitar os responsáveis


pelo setor, tornando-os capazes e corresponsáveis para realizar registros
na documentação geral da escola e do aluno, de forma legível, sem
rasuras, falsificações e incorreções, assegurando assim a confiabilidade dos
documentos.
Consideram-se rasuras: riscos ou raspagens sobre a escrita ou sobre os
dados de escrituração escolar.
Consideram-se incorreções: divergência entre nomes, datas e locais
lançados nos papéis escolares, abreviação de nomes e lançamento de
frequência e notas equivocadas.
Consideram-se falsificações: adulteração de dados escolares.

3.8 Serviços gerais

Os Serviços Gerais abrangem a conservação e limpeza.


O Serviço de Conservação e Limpeza tem as seguintes atribuições:
• zelar pela conservação e limpeza da Escola;
• solicitar, com a devida antecedência, o material necessário à manutenção da limpeza;
• executar a limpeza de todas as dependências, móveis, utensílios e equipamentos;
• responsabilizar-se pela conservação e uso adequado do material de limpeza;
• verificar, diariamente, as condições de ordem e higiene de todas as dependências,
móveis, utensílios e equipamentos da Escola, comunicando à Direção possíveis alterações.
Nessa semana podemos observar que dentro de uma escola podemos encontrar uma
grande quantidade de pessoas trabalhando e desempenhando as mais variadas funções possíveis,
com o objetivo de garantir uma educação de qualidade. Porém nem todas as escolas possuem esse
quadro completo de funcionários. Uma boa parte das escolas possui, principalmente, o Gestor, a
Coordenação Pedagógica, o Secretário e os Professores.
Na próxima semana iremos identificar os diferentes tipos de gestão que uma escola pode
possuir, porém com a evolução da educação e todos os olhos voltados para a excelência e
democracia, atualmente vamos identificar que esse tipo de gestão é a mais adotada pelas escolas,
seja qual for o local que essa instituição esteja inserida.

41
Competência 04

4.Competência 4 | Identificar e Caracterizar os Diferentes Estilos de


Gestão Existentes na Escola

Caro estudante, nessa semana iremos abordar os tipos de gestão que podem ser
observadas numa instituição educacional, algumas delas já estão ultrapassadas, pois não atendiam a
necessidade principal que era o aluno dentro da sociedade. Atualmente de forma meio que
padronizada, está se adotando um único tipo de gestão, pois ela, no momento, aparenta ser a mais
democrática quando se diz respeito à educação.

4.1 Introdução

Gestão (do latim gestio – Õnis) significa ato de gerir, gerência, administração.
Gestão é administração, é tomada de decisão, é organização, é direção. Relaciona-se com
a atividade de impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir sua função,
desempenhar seu papel.
A gestão da Educação é responsável por garantir a qualidade de uma mediação no seio
da prática social global, que se constitui no único mecanismo de formação humana de cidadãos, que
é pela educação. A gestão preza em cumprir – uma educação comprometida com a “sabedoria” de
viver junto respeitando as diferenças, com a construção de um mundo mais humano e justo para
todos que nele habitam, independentemente de raça, cor, credo ou opção de vida.

Figura 11 - Gestão Democrática


Fonte: http://mundorh.com/blog/wp-content/uploads/2015/10/Ges tor.png
Descrição: Organograma que identifica as características principais que um gestor deve possuir para gerir sua escola de
forma democrática, como inovação, motivação, engajamento, capacitando.

42
Competência 04

Uma gestão democrática requer a participação da comunidade escolar nos processos que
se evoluem em permanente formulação e em implementação coletiva de metas, objetivos,
estratégias e procedimentos da escola, quer sejam a respeito dos aspectos pedagógicos, quer sejam
relativos à gestão administrativa, dos recursos humanos e financeiros. Portanto, é necessário que a
gestão escolar seja compartilhada, coletiva, participativa, democrática e que todos juntos – diretor,
pais, comunidade, professores, alunos, funcionários – busquem caminhos, soluções para os entraves
e consigam realizar o sonho coletivo: “todos os alunos aprendendo”.
Neste sentido, a escola que se quer deve estar aberta ao diálogo, voltada para os anseios
da sociedade moderna e pautada nos preceitos democráticos – descentralização, participação e
transparência – onde a comunidade escolar possa construir propostas e alternativas que fortaleçam
a união em torno da gestão do ensino.
Garantir a eficácia escolar, isto é, possibilitar uma aprendizagem significativa aos alunos,
legitimando, dessa forma, o sistema escolar, tem sido o foco da gestão escolar, concretizado através
da construção do Projeto Político Pedagógico que elaborado coletivamente, pressupõe rupturas com
o autoritarismo.
A descentralização e a democratização da gestão ganharam força na década de 1980, por
meio das reformas legislativas, concentrando-se em três vertentes básicas da gestão escolar:
a) participação da comunidade escolar na seleção de diretores da escola;
b) criação de um colegiado / conselho escolar que tenha tanto autoridade deliberativa
quanto, poder decisório;
c) repasse de recursos financeiros às escolas e, consequentemente, aumento de sua
autonomia.
Assim é a gestão democrática. Foco de interesse de um ensino de qualidade, que
pressupõe participação coletiva e autonomia nas decisões, com o compromisso de tornar a escola
mais eficiente e eficaz, caracterizando um desafio na operacionalização das políticas públicas de
educação.
Órgãos Colegiados:
 Conselho Escolar
 Conselho de Classe
 Grêmio Estudantil

43
Competência 04

 Unidade Executora

Ferramentas de Gestão Democrática:

 Projeto Político Pedagógico


 Regimento Escolar
 Planejamento Estratégico

Base Legal:

 Constituição Federal de 1988;


 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
 Plano Nacional de Educação - substitutivo ao Projeto de Lei nº 8.035/10;
 Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007 - Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas
Compromisso Todos pela Educação;
 Portaria nº 2.896 de 16 de setembro de 2004 - Cria o Programa Nacional de Fortalecimento
dos Conselhos Escolares;
 Constituição do Estado de Pernambuco;
 Decreto nº 27.928, de 17 de maio de 2005 - Regulamenta o processo para provimento na
função de representação de diretor junto às escolas públicas estaduais, e dá outras
providências;
 Decreto nº 33.982, de 01 de outubro de 2009 - Prorroga o mandato dos atuais Diretores das
Escolas Públicas Estaduais, e dá providências correlatas;
 Decreto nº 35.957, de 30 de novembro de 2010 - Dispõe sobre a prorrogação de mandato dos
Diretores das Escolas Públicas Estaduais, sobre diretrizes para a eleição e para programa de
formação continuada de gestores escolares, e dá providências correlatas;
 Lei nº 7. 398, de 4 de novembro de 1985 - Dispõe sobre a organização de entidades
representativas dos estudantes de 1º e 2º graus e dá outras providências.

44
Competência 04

4.2 As dimensões de abrangência da gestão escolar

A gestão escolar, como qualquer outra, abrange diferentes áreas. A democratização e


descentralização delegaram à escola, pelo menos em tese, a responsabilidade de gerir todos os seus
recursos e atribuições pedagógicas e financeiras, incluindo recursos humanos, recursos físicos e
materiais. Assim, a escola democrática possui uma abrangência de atuação, que permeia no mínimo
cinco esferas: resultados, pedagógico, participação, pessoas, recursos físicos e financeiros.

4.2.1 Gestão por resultados

A teoria básica que fundamenta muitos sistemas de gestão está relacionada à ideia que
os dirigentes das organizações formulam planos, põem em prática estes planos, avaliam as
consequências das ações e, finalmente, usam este controle para ajustar seus planos, fazendo com
que o ciclo: planejamento-ação-controle repita-se continuamente.

Figura 12 –Gestão por Resulatdo


Fonte: http://www.viveresaber.com.br/vs/images/stories/plano_12345.png
Descrição: Organograma que a atuação do gestor dentro de uma escola, elaborando ações, analisando situações,
controlando resultados, executando os planos, determinando objetivos e metas.

45
Competência 04

A gestão para resultados é uma ferramenta administrativa que, através de sua


metodologia, alinha o planejamento, a ação e o controle, promovendo a eficiência e a eficácia da
organização, por meio de uma sequência de eventos necessários para uma gestão vinculada a
resultados: missão; diagnóstico de desempenho; objetivos estratégicos; indicadores, metas,
monitoramento de desempenho; e plano de ação.
A gestão por resultados “significa ter clareza com relação aos resultados que se quer
alcançar e, a partir daí, planejar e mobilizar esforços e recursos para concretizá-los”, além de realizar
auto avaliações sistemáticas e correções de rumo, quando necessárias à obtenção da excelência.
A avaliação compreende a etapa que analisa (determina, mede, evidencia) os resultados
obtidos, por meio de indicadores que fornecem dados e informações confiáveis. Entre os tipos de
avaliação, destacam-se:
 Avaliação institucional - avalia a escola como um todo: a qualidade da gestão, dos resultados
alcançados, incluindo o rendimento dos alunos, o nível de formação dos professores, a
qualidade das instalações, a participação dos pais nas atividades da escola e outros. Um
exemplo de instrumento de avaliação é o Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar;
 Avaliação Pedagógica - realizada com os alunos, escopa identificar a assimilação destes em
relação aos conteúdos trabalhados, o que determina a aprovação ou não. Geralmente, é
executada por meio de provas ou outros instrumentos de avaliação, utilizados pelo professor;
 Avaliação do rendimento escolar - tem por finalidade a comparação do desempenho dos
alunos com parâmetros estabelecidos previamente e não com os conteúdos ministrados pelo
professor. Exemplo: ENEM e o boletim da escola;
 Avaliação Interna - é realizada dentro da escola, visando medir os resultados de setores ou
pessoas. Exemplos: professores avaliam alunos; direção avalia professores etc.;
 Avaliação externa - é realizada por agentes alheios à escola;
 Autoavaliação - Avaliação realizada pelo agente sobre si próprio (em termos de resultados ou
processo).

46
Competência 04

4.2.2 Gestão Pedagógica

O paradigma resultante da democratização da educação, definida pela LDB, em


consonância com as orientações da UNESCO para as políticas educacionais do terceiro milênio,
mudam a ênfase do projeto educacional de “ensino” para “aprendizagem”, e desloca o eixo da
liberdade de ensino para direito de aprendizagem. Nessa perspectiva, muda também o paradigma do
conteúdo ensinado, que deixa de ser visto como algo acabado, concluso, para se tornar um veículo
para formar cidadãos sociáveis, criativos, ativos. O conhecimento, entretanto, continua figurando
com singular destaque de importância, pois sem este não existe, evidentemente, competência.
Entretanto, dentro deste novo paradigma educacional os conteúdos e metodologias de ensino devem
ser estabelecidos visando o desenvolvimento do aprendiz (aluno). Nesse contexto, autonomia
delegada à escola permite a busca por soluções coerentes e condizentes para concretizar esta nova
proposta de educação. A gestão pedagogia compreende a ação coletiva e integral focada no propósito
único de educar o aluno, na busca continuada para desenvolver no alunado competências para lidar
de forma produtiva com a realidade (interna e externa), além de provê-los, indistinguivelmente, com
oportunidades de melhores chances de êxito na vida.
Para que a ação coletiva aconteça em harmonia e atinja resultados positivos, é
imprescindível:
 ambiente escolar que reforce valores;
 confiabilidade e encorajamento por parte dos professores;
 unidade escolar disciplinada, com ordem, limpeza e respeito;
 percepção da capacidade do alunado em perceber o conteúdo ensinado;
 interdisciplinaridade de disciplinas;
 planejamento ou preparação de aulas condizentes com o nível de aprendizagem do alunado,
com acontecimentos e tendências do meio, e com conhecimentos e informações atualizadas;
 avaliações realizadas pela supervisão pedagógica, considerando a aprendizagem do aluno, e
que os resultados obtidos sejam compartilhados e discutidos entre supervisão pedagógica e
professores, além de socializados;
 planos, objetivos e metas construídos conjuntamente por professores e supervisão
pedagógica;

47
Competência 04

 sigilo quanto a falhas, erros, indisciplinas por parte de professores;


 proposta pedagógica direcionada à ação do professor;
 diálogo entre direção e professores acerca dos resultados da aprendizagem;
 ação constante, preventiva e tempestiva: o gestor deve estar constantemente informado
sobre alunos com desanimo e/ou dificuldades de aprendizagem;
 providências corretivas oportunas, enérgicas e competentes, frente a resultados negativos
demonstrados pela avaliação de aprendizagem. Vale acrescentar que a Proposta Pedagógica
ou Plano Político-Pedagógico compreende a principal e mais importante ferramenta da gestão
pedagógica, visto que dela emanam as diretrizes, orientações que possibilitam resultados
positivos, quando bem delineados. Seu maior valor é a articulação que, permanentemente,
promove entre intenções educativas, os conteúdos a ser em trabalhados e recursos
disponíveis;
 matriz curricular, o registro de classe e a transposição didática.

4.2.3 Gestão participativa e estratégica

A educação democrática, norteada pela LDB (art. 3º.), compreende um ensino ministrado
pelos princípios de:
I – Igualdade de condições de acesso e permanência na escola;
II – Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte
e o saber;
III – Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas;
IV – Respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII – Valorização do profissional da educação escolar;
VIII – Gestão democrática do ensino público, na forma da lei e da legislação dos sistemas
de ensino;
IX – Garantia de padrão de qualidade; valorização da experiência extraescolar;
X – Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (BRASIL, 1996).

48
Competência 04

A gestão participativa (ou compartilhada), como o próprio nome sugere, compreende


aquela em que todos os agentes envolvidos participam no processo decisório, partilhando méritos e
responsabilidades. Dentro do processo democrático e descentralizador a gestão participativa escolar
propicia igualdade de condições na participação e distribuição equitativa de poder, responsabilidades
e benefícios.

4.2.4 Gestão de pessoas

A Gestão de Pessoas concentra a aplicação das técnicas e instrumentos pertinentes a


administração, objetivando alcançar os resultados a partir das pessoas, e para as pessoas. Assim,
teoricamente, o termo “gestão de pessoas” significa “gestão de recursos humanos – RH”. Entretanto,
a gestão de RH possui atualmente uma “conotação mais relacionada às rotinas administrativas e
legais”, enquanto a gestão de pessoas é adotada para “definir uma visão mais ampla e estratégica da
questão”. Está relacionada, principalmente, às questões mais subjetivas, como o poder de fazer os
resultados acontecerem, através da motivação, confiança, encantamento, fatores relacionados às
relações interpessoais, que requerem conhecimento sobre a natureza humana. Uma exigência que
vai muito além que a gerência das questões relativas às relações de trabalho, tais como suprimento,
cargos e salários, férias e afastamento etc., que embora esses assuntos sejam importantes,
concentram apenas rotinas de RH, cujo funcionamento se dá em cumprimento a regulamentos
próprios, e sobre as quais a escola tem pouca autonomia.
Para tanto, se faz imprescindível, para a qualidade da gestão de pessoas, a comunicação
e o exemplo, pois a escola é um sistema que só atinge seu propósito quando existe uma liderança
capaz de inspirar as pessoas na busca de resultados cada vez melhores, cuja competência para a
liderança seja pautada no conhecimento teórico de experiências e, principalmente, nas atitudes; e as
atitudes determinem à confiança e a motivação das pessoas, aspectos fundamentais para a
excelência do desempenho tanto individual quanto coletivo.

4.2.5 Gestão de serviços de apoio, recursos físicos e financeiros

A gestão de serviços de apoio, recursos físicos e financeiros trata das questões ligadas a
organização dos registros escolares, utilização das instalações e equipamentos, preservação do

49
Competência 04

patrimônio, interação escola/comunidade, captação de recursos e gestão de recursos financeiros


(PRÊMIO NACIONAL DE REFERÊNCIA EM GESTÃO ESCOLAR, 2006). Seus objetivos se fundam na
manutenção do ambiente físico, para que este contribua para a educação e a formação dos alunos:
limpeza, organização, funcionalidade, beleza; na garantia do funcionamento eficaz e harmônico dos
diversos processos de apoio, tais como: documentação, contabilidade, compras, serviços gerais, etc.;
e no melhor uso possível dos recursos financeiros administrados pela escola.

4.2.6 Gestão de recursos físicos

Por recursos físicos, entende-se todos aqueles que dizem respeito às instalações e
equipamentos de uma escola: “sala de aula, laboratórios, quadras esportivas, cantina, cozinha,
banheiros, carteiras, armários, computadores e tudo mais que compõe o cenário físico, no qual as
atividades pedagógicas se desenvolvem”, cuja qualidade colabora para a melhoria dos resultados da
escola, ao propiciar melhores condições para a realização da Proposta Pedagógica da escola. “As
melhorias das instalações e dos equipamentos da escola devem ser um objetivo constante, mas
sempre bem ‘amarrado’ com o que ela se propõe a ser e a fazer”.
Daí a necessidade de se realizar o diagnóstico dos recursos físicos disponíveis, que
permita identificar os principais pontos a serem melhorados. O critério para a tal realização deve ser
a segurança e o bem-estar daqueles que frequentam a escola e a qualidade dos resultados
pedagógicos que se pretende alcançar. Deve constar de relatórios específicos.

4.2.7 Gestão de recursos financeiros

Na esfera do contexto escolar, gestão de recursos financeiros, geralmente, está


relacionada com a administração do dinheiro disponível para financiamento de atividades em uma
escola. No caso das escolas públicas, esses recursos são oriundos de três fontes: governo federal;
governo estadual; e recursos próprios, arrecadados pelas APMF, ou por outra forma de unidade
executora. Assim, a gestão dos recursos financeiros de uma escola deve observar as regras e critérios
pertinentes à captação dos recursos, a utilização dos mesmos e prestação de contas, as quais variam
de acordo com a fonte de onde provém o dinheiro. Assim sendo, as instruções de cada fonte devem
ser obedecidas para garantir uma administração financeira transparente e livre de problemas.

50
Competência 04

Nessa semana vimos que a gestão democrática é forma principal para gerir uma unidade
de ensino, pois ela preza a participação de toda a comunidade escolar nas decisões da escola. Valoriza
o estudante e seu desenvolvimento como cidadão.
Próxima semana vamos aprender a construir um projeto pedagógico para a escola, desde
suas idealização, criação e aplicação.

Sugestão de Filmes

Bagdá Café
(Alemanha e EUA, 1987, Paris Filmes)
O filme ajuda a entender a construção de grupos e a contribuição do olhar de
quem chega, sem invadir o espaço do outro.

Patch Adams, o Amor É Contagioso


(EUA, 1998, Universal Pictures)
A obra discute a importância da identidade e do acolhimento, bem como as
diferentes concepções e atuações dentro de uma equipe.

Ser e Ter
(França, 2002, Mais Filmes)
Sensível retrato da transição de alunos do universo familiar para um ambiente
em que o que conta é a individualidade. Bom ponto de partida para discutir a
importância da diversidade e ver como se estabelecem vínculos com o grupo.

Balzac e a Costureirinha Chinesa


(China e França, 2002, Art Films)
Mostra a leitura e o conhecimento como agentes humanizadores e libertadores
na vida das pessoas.

Escritores da Liberdade
(EUA, 2007, Paramount Picturesl)
Filme riquíssimo para refletir sobre a organização do trabalho num sistema de
ensino, o caráter humanizador da escrita, os rituais de acolhimento da
professora em relação aos alunos e o papel do diretor.

Nenhum a Menos
(China, 1999, Columbia Pictures)
Indicado para discutir a responsabilidade do educador por todos os alunos e a
constituição de um grupo em busca de um ideal comum.

51
Competência 05

5. Competência 5 | Colaborar Com a Gestão Escolar nas Ações de Planejamento,


Execução e Acompanhamento de Projetos e Programas Educacionais.

Nessa semana iremos nos apropriar de como podemos contribuir para as ações
planejadas dentro de uma escola, desde sua idealização até sua execução. Porém, para isso
precisamos entender como construir um projeto pedagógico, como planejar, como executar e
principalmente avaliar seus resultados.

5.1 Construção do projeto da escola

A construção/reelaboração/avaliação do Projeto Político-Pedagógico necessita de uma


ação conjunta e, para este fim, a direção escolar e a equipe pedagógica deverão prever momentos
coletivos. Geralmente, é durante o início do ano letivo, após as férias de julho e no encerramento do
ano letivo, que estes momentos são pensados e previstos pelas escolas. Porém, eles não são
suficientes, é necessário discuti-lo também nas horas-atividade dos professores, reuniões de pais,
conselhos de classe, reuniões pedagógicas, do Conselho Escolar e do Grêmio Estudantil. Cabe aqui
ressaltar a fundamental importância do pedagogo escolar na organização do trabalho pedagógico e
na viabilização destes momentos.
Como a construção do Projeto Político-Pedagógico é uma atribuição da escola e como não
há escolas idênticas, não há modelos a serem seguidos. Porém existe, por parte do sistema
educacional e dos seus órgãos executores (estaduais ou municipais), a incumbência de orientar os
estabelecimentos de ensino nessa tarefa.
Observando os referenciais legais, cabe ao Conselho Escolar das instituições aprovarem o
projeto. Esse documento necessita de constante avaliação por parte da própria escola, caso contrário,
será um documento de gaveta, apenas para cumprir formalidades burocráticas. É necessário
implementá-lo, pois nunca estará finalizado.

52
Competência 05

Figura 13 – Projeto Político Pedagógico


Fonte: http://image.slidesharecdn.com/blogcharge-100617175107-phpapp02/95/charge-2-7 28.jpg?cb=1276797109
Descrição: história em quadrinhos da turma da Mônica, com Chico Bento, Cebolinha e Bloguinho conversando sobre a
importância da participação dos pais no PPP.

Assim, cada escola implementa no seu ritmo e tempo próprios e na dimensão das
vontades dos coletivos nela atuantes. Construir um projeto pedagógico da escola é mantê-la em
constante estado de reflexão e elaboração, numa esclarecida recorrência às questões relevantes do
interesse comum e historicamente requeridas.
Embora não existam modelos a serem seguidos na construção do projeto escolar, a título
de sugestão, podemos citar algumas etapas que são comuns aos Projetos Político-Pedagógicos das
escolas públicas do Paraná:

 Apresentação;
 Identificação da Escola, mediante o diagnóstico da realidade;
 Objetivos;
 Fundamentação teórica ou conceitual;

53
Competência 05

 Operacionalização (da gestão democrática, proposta curricular, formação continuada e


qualificação dos espaços e equipamentos);
 Avaliação;
 Anexos (projetos desenvolvidos na escola e outros).

Ao construir o Projeto Político-Pedagógico, é necessário observar: se o texto não


apresenta incoerências teóricas, ausência dos princípios constitucionais da educação, especialmente
quanto a: obrigatoriedade, gratuidade, laicidade e qualidade do ensino; se contempla uma proposta
de gestão democrática; se existe uma proposta curricular articulada em seus termos; se existe
previsão para a formação continuada dos segmentos escolares e para a melhoria dos espaços e
equipamentos. Na sua elaboração, é preciso observar as bases legais que sustentam a educação.
A pergunta mais importante a ser respondida pela equipe escolar no momento da
elaboração do projeto-curricular é: o que se pode fazer, que medidas devem ser tomadas para que a
escola melhore, para que favoreça uma aprendizagem mais eficaz e duradoura dos alunos? É
indispensável que a discussão sobre o documento final seja concluída com a determinação das
tarefas, de prazos, de formas de acompanhamento e avaliação (o que se fará, quem fará, quais são
os critérios de avaliação).
Do nosso ponto de vista, o elemento mais importante do projeto é o currículo, o qual não
deve ser apenas um rol de disciplinas, mas o conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos (saberes,
competências, representações, tendências, valores) transmitidos (de modo explícito ou implícito) nas
práticas pedagógicas e nas instituições de escolarização, isto é, tudo aquilo a que poderíamos chamar
de dimensão cognitiva e cultural da educação escolar.
O currículo, portanto, define tudo o que se deve aprender, de modo formal ou informal.
Assim, a elaboração do Projeto Político-Pedagógico requer dos envolvidos uma definição dos
componentes curriculares, de modo a articular experiências concretas dos alunos, conhecimentos
científicos e realidade social. O que se espera é que a escola, em sua prática pedagógica, possibilite a
formação de cidadãos capazes, pelo instrumental adquirido, de compreenderem a sociedade em que
se inserem, de considerarem seus aspectos contraditórios e de atuarem nela de forma consciente,
lutando para superarem as relações atuais e, ao mesmo tempo, construírem modos de vida mais
igualitários, mais dignos e menos individualizados.

54
Competência 05

Trata-se, portanto, de um desafio ao mesmo tempo político e pedagógico, em que a


escola é desafiada a enfrentar suas próprias contradições, especialmente porque vivenciamos um
momento que tem privilegiado perspectivas relativistas, imediatistas e subjetivistas.
A Secretaria de Estado da Educação, elaborara, um documento norteador para análise e
parecer dos projetos das escolas, contemplando os seguintes itens:

 Identificação do Estabelecimento (localização, dependência administrativa, atos legais);


 Organização da Entidade Escolar (modalidade de ensino, número de turmas, turno de
funcionamento, ambientes pedagógicos, caracterização da comunidade, histórico da
instituição, proposta de formação continuada, organização da hora atividade, identificação de
necessidades educacionais especiais);
 Fundamentação Teórica e Organização Pedagógica da Escola/Colégio (filosofia, concepções,
princípios, objetivos, e diretrizes curriculares presentes no Projeto Político-Pedagógico;
organização do tempo escolar; organização curricular; disciplinas da parte diversificada; língua
estrangeira moderna; como são ofertados estudos sobre o Estado do Paraná, sobre inclusão
e cultura afro-brasileira; projetos integrados ao Projeto Político-Pedagógico; concepção de
avaliação; formas de registros avaliativos e periodicidade dos registros; intervenções
pedagógicas; proposta de recuperação de estudos; se oferece regime de progressão parcial);
 Proposta de Trabalho da Escola/Colégio para Articulação com a Família e Comunidade
(reuniões de acompanhamento, grupos de estudos para pais, palestras, festividades, outros);
 Instâncias Colegiadas (Grêmio Estudantil, Conselho de Classe, APMF, Conselho Escolar);
 Acompanhamento e Avaliação do Projeto Político-Pedagógico (periodicidade, instâncias
envolvidas);
 Anexos do Projeto Político-Pedagógico.
 Parecer do NRE quanto ao atendimento dos requisitos propostos na LDB nº 9394/96.

Por isso, procuramos chamar a atenção para o fato de que o Projeto Político-Pedagógico,
como algo construído e reconstruído coletivamente, é um dos elementos mais importantes para a
gestão democrática. Considerado como o eixo central da organização do trabalho na escola, o Projeto
Político-Pedagógico deve articular os aspectos administrativos (plano de ação do diretor/escola e

55
Competência 05

regimento escolar) aos aspectos pedagógicos (currículo, métodos, avaliação, formação continuada) e
ao objetivo, assegurando a unidade teórica e metodológica no trabalho didático e pedagógico, a
unidade na organização do trabalho escolar e a coerência entre o planejado e o executado nas
práticas escolares.

Sugestão de Filmes
Projeto Político Pedagógico:
https://www.youtube.com/watch?v=TANsgCttGWA
https://www.youtube.com/watch?v=-MsfrBYe8CM
https://www.youtube.com/watch?v=9hA26JiB29

56
Considerações Finais
Então para termos uma escola de sucesso, devemos trabalhar para uma gestão
democrática, onde todos os segmentos dentro de uma unidade de ensino trabalhem em comum
acordo na construção de um projeto político-pedagógico, onde contemple todas as dimensões dos
alunos. Para que valorize o estudante e o seu papel dentro da sociedade como ator principal de
mudança.
E com isso terminamos esse módulo, espero que tenham se apropriado de todas as
informações repassadas e que possam ser replicadas em qualquer instituição de ensino, seja ela
federal, estadual, municipal, pública ou privada.

57
Referências

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BRASIL, MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9394/1996.

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Duas Faces de Uma Mesma Moeda. Piracicaba, Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em
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DIAS, Gilmar. A Dimensão Política do Projeto Político-Pedagógico: Rumo à Autonomia Política e


Pedagógica da Escola Pública. Universidade Tuiuti do Paraná, 2003.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Gestão Educacional e Organização do Trabalho Pedagógico. Curitiba:
IESDE, 2003.

IESDE BRASIL S/A. Curso Normal. Curitiba: IESDE, 2003, módulo 4.

LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas,
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PARANÁ, CEE. Deliberação nº 014/99 - Indicação nº 004/99. 1999.

ROMÃO, José Eustáquio. Dialética da Diferença: O Projeto da Escola Cidadã Frente ao Projeto
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SAVIANI, Dermeval. Sentido da Pedagogia e Papel do Pedagogo. In: Revista da ANDE, São Paulo, nº 9,
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Disponível em: http://www.diaadiaeducacao .pr.gov.br/portals/portal/cadep/projeto.php. Acesso


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VEIGA, Ilma Passos. Projeto Político da Escola: uma construção coletiva. In: VEIGA Ilma A. Passos (org.)
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http://www.fnde.gov.br/index.php/ddne-legislacao

Síntese das Inovações Introduzidas no PDDE, referentes a Escolas Públicas pela Resolução nº 17, de
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http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=206:gestao-
democratica-descentralizando-as-acoes-via-projeto-politico-pedagogico&catid=12:artigos-de-
usuarios&Itemid=23.

59

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