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O Espírito agiu e fez com que ambos tivessem uma relação espiritual muito forte,
sendo quase que um reflexo do outro em seu tempo e contexto de vida.
E quase que encerrando a pequena introdução, o Reitor Mor nos deleita com o tema
e nos traz sua inspiração, uma carta enviada por São Francisco de Sales a sua filha espiritual,
Santa Joana Francisca Chantal6. “Mas se estás muito afeiçoada ás orações que indicaste
acima, não as mudes, por favor, e se parece que renuncias a algo que te proponho, não
tenhas escrúpulos, pois a regra de nossa obediência, que escrevo em letras maiúsculas, é:
FAZEI TUDO POR AMOR, NADA POR FORÇA; É MELHOR AMAR A OBEDIÊNCIA DO
QUE TEMER A DESOBEDIÊNCIA”
Mas ainda, antes de encerrar sua introdução, o Reitor nos traz o artigo 38, das nossas
constituições que fala de nosso sistema preventivo, mencionando sua base. “(….) Este
sistema baseia-se inteiramente na razão, na religião e na bondade. Não apela para pressões,
1
Reitor Mor Padre Ángel Fernández Artime S.D.B. (1960), 10° sucessor de Dom Bosco (2014 - ….)
2
Padre Francisco Ataíde dos Santos S.D.B. (1989), graduado em filosofia e teologia, coordenador do horto do
Padre Cícero, Juazeiro do Norte – CE; professor de Salesianidade II no pré-noviciado São João Bosco, 2022.
3
Liam Carlos Vieira Martins da Silva (2003), pré-noviço salesiano, técnico em assistência administrativa,
profissionalizado em informática.
4
São Francisco de Sales (1567-1622), Bispo e doutor da Igreja, patrono da congregação Salesiana, cofundador
da Ordem da Visitação de Santa Maria.
5
São João Bosco (1815-1888) santo, “Pai e Mestre da Juventude”, fundador da Congregação de São Francisco
de Sales (salesianos) e das Filhas de Maria Auxiliadora (salesianas)
6
Santa Joana Francisca Frémyot Chantal V.S.M. (1572-1641) santa, viúva, Fundadora da Ordem da Visitação de
Santa Maria, filha espiritual de São Francisco de Sales
mas para as fontes de inteligência, do coração e do desejo de Deus (….)”. Mostrando ainda
a unidade de pensamento de São Francisco de Sales e de Dom Bosco.
“[…..] o ser humano, o jovem, cada pessoa, nós todos, trazemos inscrito em nosso ser
a necessidade de Deus, o desejo de Deus, “a nostalgia de Deus”.
“[…] porque, quando o amor divino embeleza a nossa alma, toma o nome de graça,
tornando-nos agradáveis à sua divina Majestade; quando nos dá a força de fazer o bem,
chama-se caridade; mas quando chega a tal grau de perfeição, que não somente nos leva a
praticar o bem, mas até no-lo faz praticar com zelo, constância e prontidão, então chama-se
devoção.”
O ser humano está sempre buscando Deus, sempre buscando a completitude que só ele nos
traz, e assim buscamos uma vida em Deus. São Francisco de Sales, não via oposição entre
querer ser totalmente de Deus e viver plenamente no mundo; ele usa o termo “devoção” para
se referir a vida cristã em Deus; não precisamos nos tirar do mundo para viver essa devoção,
podemos vivê-la em nosso dia a dia, cada um de sua forma, a seu tempo louva a Deus.
“[…] seria por ventura louvável se um bispo fosse viver tão solitário como um cartuxo? Se
pessoas casadas pensassem tão pouco em ajuntar para si um pecúlio, como os
capuchinos? Se um operário frequentasse tanto a igreja como um religioso ou o coro? Se
um religioso se entregasse tanto as obras de caridade como um bispo? Não seria ridícula
uma tal devoção, extravagante e insuportável? Entretanto, é o que se nota muitas vezes; e o
mundo que não distingue nem quer distinguir a devoção verdadeira da imprudência
daqueles que a praticam desse modo excêntrico, censura e vitupera a devoção, sem
nenhuma razão justa e real”.
Deus não pede, nunca, que nos façamos escravos ou nos façamos mártir em seu
seguimento, ao contrário, ele compreende cada um; para Deus, devemos agir em nosso
tempo, nunca querer ser mais que os demais, cada um em seu lugar, cada um fazendo sua
parte na edificação do reino. A contribuição de cada um é necessária, agindo com a
humildade no coração e reta intenção, seremos sempre agraciados por Deus. Diante disso,
nos vemos na realidade vocacional, onde cada batizado é chamado a uma vocação, a um
serviço próprio pedindo que tenhamos ação na ajuda do discernimento dos irmãos e irmãs,
podendo faze-lo, por exemplo através da escuta.