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Courrol e Preto (2008), Os olhos humanos, assim como da maioria dos animais predadores,
estão localizados na parte frontal da cabeça. Os dois olhos, trabalhando em conjunto, fornecem
ao cérebro uma quantidade significativa de informações essenciais: ambos vêem um objecto
mais ou menos na mesma altura, mas a partir de dois pontos diferentes, em ângulos ligeiramente
distintos. Essas duas imagens separadas são enviadas ao cérebro, que as junta em uma só e
percebe o objecto em 3 dimensões.
Os dois olhos trabalhando em conjunto oferecem uma visão muito mais acurada do que um olho
trabalhando sozinho. A perda temporária da visão em um dos olhos leva à dificuldade para
avaliar a distância exacta dos objectos, porém, se a perda for permanente, o cérebro pode
adaptar-se após certo tempo e a visão tornar-se quase normal.
O olho humano pode ser considerado um instrumento óptico: forma imagens pelo fenómeno
físico da refracção, em que a luz sofre desvios ao mudar de meio.
A imagem que vemos é resultado do seguinte processo: o cristalino, uma lente biconvexa, forma
uma imagem real e invertida do objecto, a qual fica localizada exactamente sobre a retina. Feito
esse processo, essa imagem é enviada ao cérebro pelo nervo óptico. Após inúmeros processos
complicados, que a fazem ficar na posição correcta, enxergamos o objecto nitidamente.
Conseguimos enxergar os objectos de modo nítido porque a imagem deles forma-se sobre a
retina, no entanto, existem alguns casos em que ela não se forma exactamente sobre a retina,
originando o que chamamos de defeitos de visão. Esses defeitos ocorrem em razão de uma
possível deformação no globo ocular ou mesmo por uma defeituosa acomodação visual. Eles
podem ser corrigidos com a utilização de óculos, lentes de contacto ou por meio de cirurgia
a laser.
O olho humano tem forma aproximadamente esférica de 2,5 cm de diâmetro; daí seu nome:
globo ocular. É envolvido por uma camada de tecido fibroso, branco em sua quase totalidade: a
esclera. É ela que dá consistência ao globo ocular. Na parte dianteira central, a esclera torna-se
transparente, formando a córnea, uma calota saliente.
Estruturas externas
Córnea
A córnea é parte da camada externa do olho e equivale ao vidro de um relógio;
Apresenta as seguintes funções:
Transmissão e refracção da luz. Funciona como uma lente que, associada ao cristalino,
compõe o sistema óptico responsável por focalizar as imagens na retina;
Protecção da parte anterior do globo ocular.
Conjuntiva
A conjuntiva é uma membrana transparente e delgada que recobre a parte branca do
olho e internamente as pálpebras. Tem como função a defesa da superfície ocular contra
agentes externos e a manutenção da lubrificação ocular.
Íris
Além de dar cor aos olhos – castanho, verde ou azul -, a íris tem a grande função de
controlar a intensidade de luz que chega dentro do olho. Isto porque funciona como a
abertura de uma máquina fotográfica. A íris tem uma pequena abertura bem no seu centro
chamada de pupila, por onde passam os raios luminosos para o interior do globo ocular.
Tornando – se mais dilatada quando há pouca luz (para que mais luz chegue até a retina);
Estando mais contraída (fechada) quando há muita luz, para diminuir a intensidade de luz que
chega no interior do olho.
Esclerótica ou esclera
É a parte branca que delimita a porção colorida do olho. A esclerótica ou esclera é responsável
pela manutenção da forma do olho e pela protecção das estruturas oculares, já que tem uma
consistência mais rígida.
Cristalino
O cristalino tem a importante função de regular o foco dos objectos conforme a distância que
eles se situam do olho (como se faz com um binóculo), permitindo a visão precisa de objectos
próximos e distantes. Com o passar dos anos, o cristalino perde sua elasticidade e a capacidade
de mudar sua forma. Por isso, muitas pessoas a partir dos 40 ou 50 anos necessitam de óculos
para perto, especialmente para leitura, com o objectivo de compensar esta perda visual chamada,
tecnicamente, de presbiopia. A perda da transparência (opacificação) do cristalino, também
frequente em pessoas idosas, é chamada de catarata e frequentemente leva à cegueira.
Estruturas internas
Retina
A retina é um tecido fundamental para o funcionamento do olho e trabalha como o filme numa
máquina fotográfica: a imagem é focalizada directamente nela, que reveste os 2/3 posteriores na
parte interna do olho. Sua função é receber as imagens, formá-las e enviá-las para o cérebro. As
imagens se formam com maior nitidez na mácula, sendo mais precisas ainda na fóvea (região
central da mácula).
Nervo óptico
O nervo óptico é a continuação das células nervosas da retina. Sua função é levar as imagens
captadas na retina para o cérebro para formar a visão.
O filme lacrimal
O filme lacrimal, também conhecido como lágrima, é o mecanismo natural do organismo para
proteger a superfície ocular contra infecções e contra os efeitos corrosivos da sujeira, poeira e
outras partículas aéreas. Elas ajudam a criar uma superfície regular, de forma que a visão
permaneça clara e sem distorções, proporcionando uma sensação de conforto nos olhos. As
lágrimas fornecem uma superfície húmida e lubrificada, que se mantêm sobre o epitélio
corneano.
O olho humano pode ser analisado através de um modelo simples, que equivale opticamente
aos efeitos produzidos pela córnea, pelo cristalino e pelos humores aquoso e vítreo. Tal
sistema é designado por olho reduzido, sendo constituído basicamente por uma lente que
representa os diversos meios ópticos que formam o olho e um alvo que representa a retina.
Quando o objecto varia a sua distância em relação à lente, a imagem continua a formar-se sobre a
retina. Isso é possível devido à acção dos músculos ciliares, que alteram as curvaturas das faces
dos cristalinos. Este mecanismo de ajuste da imagem sobre a retina é designado por acomodação
visual. Graças à acomodação visual, as imagens dos objectos situados a diferentes distâncias
situam-se sempre sobre a retina. Quando o objecto se situa muito longe do olho (objecto no
infinito - ponto remoto PR), o foco – imagem da lente coincide com a retina. Esta situação
corresponde ao estado de repouso do olho, isto é, à ausência de tensão nos músculos ciliares;
portanto, o objecto é observado sem esforço visual.
O ponto remoto é o ponto mais afastado do olho que pode ser visto nitidamente. Para o olho
normal, o ponto remoto situa-se no infinito.
Se o objecto se aproximar mais e mais do olho, ele pode ser visto com nitidez, devido ao
mecanismo de acomodação, até chegar a uma distância em que parece desfocado. A distância
mínima, a partir da qual o olho não é capaz de focar nitidamente a imagem sobre a retina, é
designada por distância mínima de visão distinta e, nesse caso, a tensão dos músculos ciliares é
máxima na acomodação. O ponto mais próximo do olho que pode ser visto nitidamente é
designado por ponto próximo PP. O ponto próximo situa – se aproximadamente a 25 cm do olho,
para o olho normal (esta distância aumenta com a idade).
Adaptação no escuro
A transição da visão diurna - baseada nos cones - para a visão noturna - baseada nos bastonetes -
não é instantânea. Tal fenómeno é denominado adaptação no escuro e depende
de diversos factores, entre eles: dilatação das pupilas, regeneração da rodopsina e ajuste
funcional da retina, de forma que os bastonetes estejam mais disponíveis para as células
ganglionares, uma vez que os bastonetes não são encontrados na fóvea, mas apenas na
retina periférica
Até agora analisamos o princípio de funcionamento do olho humano como sistema óptico, para o
caso do olho normal ou emétrope, ou seja, o olho capaz de focar na retina feixes de raios
paralelos, sem necessidade de acomodação, isto é, o foco imagem encontra – se na retina.
Quando isto não acontece, o olho diz-se amétrope.
Miopia
A correcção da miopia é feita através do uso de óculos com lentes divergentes, ou seja, uma lente
divergente é colocada próxima do olho. Com o auxílio desse tipo de lente, o poder de refracção
do conjunto olho mais lente, diminui, permitindo que a imagem seja projectada sobre a retina.
Figura 7 – A correcção da miopia é feita com o uso de lentes divergentes.
Hipermetropia
Tipler e Mosca (2008) Um olho com hipermetropia focaliza os raios de um objecto próximo
em um ponto atrás da retina. Uma lente convergente corrige este defeito, As Figuras abaixo
ilustram o defeito e sua correcção, respectivamente.
A correcção da hipermetropia é feita por meio do uso de óculos com lentes convergentes, ou
seja, uma lente convergente é colocada próxima do olho. Com o auxílio desse tipo de lente, o
poder de refracção do conjunto olho mais lente, aumenta, permitindo que a imagem seja
projectada sobre a retina.
Presbiopia: problema na visão que surge com o envelhecimento. Ele está relacionado com o
aumento do cristalino e sua perda de elasticidade.
A presbiopia ocorre devido ao enrijecimento dos músculos ciliares com o passar da idade, o que
limita a acomodação visual. Esse defeito dificulta a visualização de objectos próximos e
longínquos. A correcção é feita mediante o uso de lentes bifocais, que tem uma região destinada
à visão de objectos longínquos e outra destinada à visão de objectos próximos. A figura abaixo
ilustrada um óculos com lentes bifocais.
Quem sofre de presbiopia tem dificuldades para enxergar objectos próximos do olho, como ler.
Assim como a hipermetropia, a correcção da presbiopia também é feita com o uso de lentes
convergentes.
Espelhos Ópticos
Espelhos Planos
Um espelho é uma superfície que reflecte luz de forma especular. Aqui estudaremos somente
os espelhos “perfeitos” – aqueles que não absorvem qualquer luz e que reflectem 100% da
luz incidente, independente da intensidade da luz incidente. Vimos que luz é um tipo de onda
electromagnética. A luz visível consiste em ondas electromagnéticas com comprimentos de
onda de aproximadamente 400 nm a 700 nm. Para um espelho ser considerado perfeito, ele
deve reflectir 100% da luz incidente pelo menos nesta faixa de comprimentos de onda. Não
se atinge perfeição em espelhos de forma fácil. Em um espelho plano, a luz parece vir de um
objecto situado do outro lado do espelho.
Buer, Westfall e Dias (2013), Uma imagem pode ser formada pela luz reflectida de um
espelho plano. Por exemplo, quando você para na frente de um espelho, vê a sua imagem que
parece estar atrás do espelho. Essa percepção ocorre porque o cérebro assume que os raios de
luz que alcançam os olhos viajaram em linhas rectas sem mudança de direcção. Assim, se os
raios de luz parecem se originar em um ponto (digamos, atrás do espelho), o olho (ou
câmara) vê uma fonte de luz naquele ponto, esteja ou não a fonte de luz lá. Esse tipo de
imagem, da qual a luz não emana, é denominado de imagem virtual. Pela sua natureza,
imagens virtuais não podem ser mostradas em uma tela. Em contraste, imagens reais são
formadas em um local no qual você pode fisicamente colocar um objecto, como uma tela ou
um dispositivo de carga acoplada (CCD) de uma câmara.
Espelhos esféricos
Considere uma esfera de raio R cortada por um plano longitudinal (fig. 12a). Dessa
forma você obtém uma calota esférica. Quando a superfície interna for a reflectora, tem-se
um espelho esférico côncavo de raio R (fig. 12b), e quando a superfície externa for a
reflectora, tem-se um espelho esférico convexo de raio R.
Figura 12- a) Obtenção da calota esférica; b) Espelho esférico côncavo; c) Espelho esférico
convexo
R
f=
2
4) Raio que incide sobre o vértice formando um ângulo ( θ ) , reflecte com o mesmo ângulo ( θ ) .
Figura 14: Construção de imagens; a) espelho esférico côncavo; b) espelho esférico convexo
Conclusão
Referencia Bibliográfica
Bauer, W., Westfall, G.D., Dias, H. (2013). Física para universitários [recurso eletrônico] :
óptica e física moderna. Porto Alegre : AMGH.
Bueno, André Buzatto Correa. (2012). Óptica e a visão humana. Rio Claro (SP).
Calçada, S., Sampaio, J. L. (2012). Física clássica, 2: termologia, óptica e ondas/Caio. 1. ed.
São Paulo: Atual.
Halliday & Resnick. (s.d). Fundamento de Física: óptica e física moderna. Volume 4. 9ª
Edição.
Jewett Jr, J. W. e Serway, R. A. (2012). Física para cientistas e engenheiros, Volume 4. Luz,
óptica e física moderna. 8ª Edição. São Paulo : Cengage Learning.
Serway, Raymond A. (2011). Física para cientistas e engenheiros, volume 2 : oscilações,
ondas e termodinâmica. São Paulo : Cengage Learning.