Você está na página 1de 16

1.

Riscos Naturais
1.1 - A diferença entre risco e catástrofe
● Risco Natural - Probabilidade de ocorrência de um evento natural,
que pode destruir vidas humanas e bens materiais;
● Catástrofe Natural - Um acontecimento súbito de origem natural
suscetível de provocar vítimas e danos avultados, afetando
gravemente a segurança de pessoas, as suas condições de vida, e
também o tecido socioeconómico de um país.

1.1.1 - As diferentes causa dos riscos naturais


Os riscos naturais podem classificar-se em dois grandes tipos, em função
das causas de cada um. Podem ser ou riscos naturais ou riscos mistos.
● Riscos Naturais - Estes riscos são designados de riscos naturais pois
as suas causas são climatológicas (furacões e tornados, secas, vagas
de frio e ondas calor), hidrológicas (cheias e inundações) e
geomorfológicas (movimento de vertente e avalanchas).
● Riscos Mistos - Estes riscos são designados de riscos mistos, pois as
causas dos mesmos são simultaneamente naturais e humanas, por
exemplo incêndios florestais, chuvas ácidas e degradação dos solos.

Um risco natural depende de dois fatores, a vulnerabilidade, e a


suscetibilidade. Estes fatores vão definir se há condições para se
considerar ou não a existência de uma catástrofe natural.
● Vulnerabilidade - É o grau de perda do conjunto de elementos
expostos, vulneráveis, em resultado da ocorrência de um processo
perigoso;
● Suscetibilidade - É a propensão de cada uma dada região para ser
afetada por um fenómeno extremo em tempo indeterminado.

1.2 - Os riscos climáticos: furacões e tornados


Os riscos climáticos são a probabilidade de ocorrência de fenómenos
extremos com origem climática, que podem ser precipitações excessivas,
ventos muito fortes e temperaturas muito baixas ou muito elevadas.
1.2.1 - Os furacões:
Os furacões são fenómenos meteorológicos que se formam sobre os
oceanos em águas tropicais, ou seja, mais quentes.
Estes fenómenos podem-se formar em vários locais distintos.
Se se formarem no Oceano Atlântico, designam-se de furacões; se se
formarem no Oceano Índico, designam-se de ciclones tropicais; se se
formarem no Pacífico Ocidental, designam-se de tufões.
1.2.2 - Os tornados:
Um tornado é um fenómeno meteorológico súbito formado por uma
violenta coluna de ar móvel e rotativa, cujo extremo inferior entra em
contacto com a superfície terrestre e o superior faz parte de uma nuvem
cúmulo-nimbo.
Os tornados desenvolvem-se em altitude até chegarem à superfície
terrestre, momento em que atingem a sua maturidade.
Estes, podem ainda apresentar-se sob várias formas ou tipos como:
● Tornado em funil;

● Tornado em forma de corda;

● Tornado descontínuo;

● Tornado múltiplo.

1.2.3 - As áreas afetadas por furacões e tornados


Furacões têm origem nas regiões oceânicas devido à elevada temperatura
das águas.
As regiões situadas na costa são as mais afetadas pelos efeitos de furacões
e fenómenos semelhantes.
Exemplo: A região do Golfo do México é uma das mais afetadas do mundo
pelos furacões.

Os ciclones extratropicais formam-se nas latitudes médias e médias altas,


nomeadamente no Pacífico Norte e Atlântico Norte ou Sul.
Os ciclones tropicais têm origem nas latitudes mais baixas e deslocam-se
para oeste ou noroeste no hemisfério norte e oeste ou sudoeste no
hemisfério sul.

Os tornados são observados em todos os continentes, exceto na Antártida


e têm origem no contraste térmico de massas de ar, ocorrendo com maior
frequência nos estados centrais dos EUA, numa região conhecida por
‘corredor dos tornados’.

Tromba de água - É quando um turbilhão de vento ocorre sobre o mar,


aspirando as partículas de água.

1.2.4 - Consequências e medidas de proteção da passagem


de furacões e de tornados
Medidas de proteção à passagem de furacões ou de tornados:
Antes:
● Desenvolver um plano de emergência, considerando várias situações
(em casa, no trabalho…) e prevendo os vários locais de abrigo
possíveis;
● Estarmos atentos à rádio e a televisão, de modo a nos mantermos
informados sobre as medidas de proteção.
Em caso de evacuação:
● Tapar as janelas com tábuas ou persianas resistentes;
● Abandonar as zonas de baixa altitude se possível, durante o dia;
● Certificarmo-nos de que a água, o gás e a eletricidade ficam
desligados e de que a casa fica convenientemente fechada;
● Não regressar a casa sem que as autoridades competentes
indiquem o fim do perigo.
Durante o furacão:
● Seguir todas as recomendações das autoridades competentes;
● Mantermo-nos em casa;
● Colocar tábuas ou persianas resistentes em janelas grandes;
● Armazenar alguma água para consumo, e para fins sanitários, em
banheiras, jarros, garrafas ou outros depósitos.
● Armazenar comida.

1.3 - Os riscos climáticos: as secas


As secas são provocadas ou agravadas por:
● Ausência de precipitação;
● Insuficientes infraestruturas de armazenamento de água
(barragens);
● Excesso de utilização dos recursos hídricos;
● Substituição das espécies vegetais primitivas;
● Desflorestação;
● Agricultura intensiva;
● Sobrepastoreio;
● Falta de ordenamento do território.

1.3.1 - Diferentes tipos de secas


Seca permanente - Característica das regiões de clima desértico, onde as
formações vegetais são xerófilas com adaptação à aridez (seca
meteorológica).
Seca sazonal - Característica de regiões com climas semiáridos, onde a
vegetação desenvolve sementes para garantir a renovação no ano
seguinte (seca meteorológica).
Seca irregular ou variável - Característica de regiões com clima húmido
que, devido a anomalias climáticas, apresentam valores menores de
precipitação durante um longo período (seca meteorológica).
Seca «invisível» - A precipitação não é interrompida, mas o índice de
evapotranspiração é muito elevado, reduzindo os valores da humidade do
solo e dos recursos hídricos (seca hidrológica).

A seca é um fenómeno que se pode traduzir pela ausência de


precipitação ou precipitação abaixo da média durante longos períodos
de tempo (pelo menos um ano).
Uma seca meteorológica é a falta de água induzida pelo desequilíbrio
entre a precipitação e a evaporação, a qual depende de outros elementos,
como a velocidade do vento, a temperatura e humidade do ar, e a
insolação
Uma seca hidrológica está relacionada com a redução dos níveis médios
de água nos reservatórios e com a depleção de água no solo.

1.3.2 - As áreas afetadas pelas secas


A seca pode-se considerar crónica
ou permanente, em algumas zonas
do Planeta Terra.

1.3.3 - A seca em Portugal Continental


As secas em Portugal são frequentes, mas a sua distribuição não é
uniforme. As regiões mais afetadas localizam-se no interior norte e centro
e no sul.
1.3.4 - Impactos diretos e indiretos das secas
● Falta de água para as populações;
● Quebra das colheitas e possibilidade de falta de alimentos;
● Falta de água para os animais beberem;
● Erosão dos solos;
● Contaminação do ar nas áreas urbanas (poluição);
● Florestas secas e favorecem incêndios;
● Seca dos cursos de água (impossibilidade de pesca).

1.3.5 - Medidas de prevenção e controlo das secas

1.4 - Os riscos climáticos: as vagas de frio e as ondas de calor


Vaga de frio - É considerada após 6 dias consecutivos com temperatura
máxima diária inferior em 5ºC, ou mais (baixas), ao valor normal para a
época.
Onda de calor - É considerada após 6 dias consecutivos com temperatura
máxima diária superior em 5ºC ao valor médio diário no período de
referência.

1.4.1 - As vagas de frio


Uma vaga de frio é provocada por uma massa de ar frio e seco com
origem polar ou ártica que origina uma descida acentuada da
temperatura.
Características de uma vaga de frio:
● Descida prolongada da temperatura para valores 5ºC abaixo da
média prevista;
● Céu limpo;
● Possibilidade de nevoeiros e neblinas;
● Queda de neve.

1.4.2 - As ondas de calor


Uma onda de calor tem um grande impacto na saúde humana e
contribui para a criação de condições propícias à propagação de
incêndios florestais.
Características de uma onda de calor:
● Subida prolongada da temperatura para valores 5ºC acima da média
prevista;
● Céu limpo e forte insolação;
● Possibilidade de incêndios florestais que podem criar nuvens de
fumo;
● Valores elevados de evaporação.

1.4.3 - Áreas afetadas pelas vagas de frio e ondas de calor


Estas vagas afetam todo o planeta e são agravadas por fenómenos
naturais.
Localização das vagas de frio: Têm origem nas regiões árticas e polares e
desenvolvem-se sobretudo nas áreas continentais do hemisfério norte.
Localização das ondas de calor: São mais comuns nas latitudes
intermédias do hemisfério norte. No hemisfério sul, o Leste da África do Sul
e o Leste da Austrália parecem ser as regiões mais vulneráveis a estes
fenómenos.
1.4.4 - Impactos das vagas de frio e das ondas de calor
Impactos das vagas de frio:
● No corpo humano: Hipotermia, em especial nos grupos mais
vulneráveis;
● Na agricultura: Destruição de produções (geadas);
● Nos transportes: Dificuldades na circulação (supressão de voos);
● Na economia: Aumento do consumo energético para aquecimento
global.
Impactos das ondas de calor:
● No corpo humano: Desidratação e agravamento de doenças do foro
respiratório e cardíaco;
● Na natureza: Aumento de incêndios florestais.

1.4.5 - Medidas de proteção para as vagas de frio e ondas de


calor

1.5 - Os riscos hidrológicos: as cheias e as inundações


As cheias e as inundações são consideradas riscos hidrológicos, que
podem ser causados por fenómenos naturais, como precipitação elevada
ou degelo, ou por acontecimentos com origem humana, como a rotura de
barragens, por exemplo.
Cheia - Subida do caudal de um rio, originando a inundação de terrenos
ribeirinhos (leito de cheia);
Inundação - Submersão de uma área habitualmente emersa;

Riscos hidrológicos - Impactos negativos que resultam de eventos


extremos com origem hidrológica, como as cheias e as inundações.
1.5.1 - Tipos de cheias e inundações
Cheia/inundação fluvial devido à
precipitação intensa, degelo e conjugação
dos efeitos da chuva e das marés.

Inundação de depressões e regiões de


baixa altitude devido à subida da toalha
freática e retenção de água da chuva
num solo pouco permeável.

Inundação costeira causada pela


conjugação dos efeitos da chuva e
das marés ou por tsunami.

Inundação urbana (cheia rápida) devido


a chuva intensa e sobrecarga dos
sistemas de drenagem artificiais; cheia.

1.5.2 - Causas das cheias e das inundações


Causas naturais:
● Precipitação elevada;
● Degelo;
● Subida da toalha freática;
● Conjugação da precipitação intensa com a subida da maré.
Causas humanas:
● Destruição da cobertura vegetal nas vertentes e margens,
aumentando a escorrência e a erosão dos solos;
● Aumento da superfície impermeabilizada;
● Diminuição da área da infiltração das águas nas cidades;
● Construção/ocupação das margens em leito da cheia, agravando o
perigo para as populações, os animais e as produções agrícolas;
● Estrangulamento dos leitos dos rios por várias construções;
● Descargas não controladas das barragens.

1.5.3 - Áreas afetadas pelas cheias e inundações


As regiões litorais, de baixa altitude e as planícies dos grandes rios são as
regiões mais vulneráveis a cheias e inundações.

1.5.4 - Consequências das cheias e inundações e formas de


minimizar os seus impactos
Consequências das cheias e das inundações:
● Vítimas humanas;
● Quebra no abastecimento de água e eletricidade;
● Evacuação de locais com retirada de populações;
● Contaminação dos recursos hídricos;
● Destruição de bens (habitações, veículos);
● Destruição de culturas;
● Possibilidade de doenças infecciosas.infeciosas.
Fatores influenciadores das cheias:
● As características da bacia hidrográfica;
● A densidade da rede hidrográfica;
● O número de barragens existentes na bacia;
● A proximidade do mar e a interferência das marés;
● A desflorestação e o grau de impermeabilização dos solos.

1.5.5 - Medidas de prevenção e controlo das cheias e das


inundações
As entidades responsáveis devem apostar na prevenção de cheias e
inundações, adotando medidas como:
● Proibição de construção em leito de cheia;
● Regularização do caudal;
● Construção de barragens;
● Preservação do coberto vegetal das áreas envolventes.

1.5.6 - Os riscos geomorfológicos: os movimentos de vertente


e as avalanchas
Os riscos geomorfológicos estão relacionados com os processos de
transformação e evolução do relevo e são considerados riscos naturais.

Deslizamentos - são movimentos de massa


que ocorrem maioritariamente em vertentes
com forte declive e constituídas por materiais
pouco consolidados. Ocorrem quando há
grande quantidade de água no solo na
sequência de forte precipitação.

Ravinamento - é o processo de evolução de


vertente resultante da ação das águas
superficiais, que escavam sulcos longitudinais
(ravinas) nas vertentes.

Desprendimento ou queda de blocos - ocorre


quando se verifica uma queda de blocos
individualizados que se depositam no sopé
da vertente. Ocorre maioritariamente em
vertentes de grande declive. A quantidade de
água é um fator a considerar no processo
erosivo e na perda de resistência dos materiais.

Avalanchas ou aluimentos - são movimentos


muito rápidos de vertente que juntam massas
de terra com blocos rochosos, quase sempre
associados a neve e gelo. Esta situação
verifica-se quando há uma quebra de resistência
dos materiais que formam a vertente.

1.5.7 - Causas dos movimentos de vertente


Fatores naturais:
● Natureza e estrutura da rocha . normalmente argilas e margas;
● Quantidade de água no solo (quanto maior a quantidade, maior o
risco de deslizamento);
● Permeabilidade da rocha;
● Nível de declive (acima de 30% aumenta o risco de deslizamento);
● Ocorrência de fenómenos naturais, como sismos e erupções
vulcânicas.
Fatores humanos:
● Incorreta ocupação do território;
● Desflorestação nas vertentes mais inclinadas;
● Cortes efetuados em algumas vertentes, que lhes retiram a base de
sustentação, aumentando a probabilidade de estas se
desmoronarem ou deslizarem.
1.5.8 - As áreas afetadas pelos movimentos de vertente e
pelas avalanchas
As regiões de maior precipitação, as regiões de montanha, as zonas
vulcânicas, as zonas sísmicas e o fundo dos vales são os locais onde
ocorrem mais movimentos de vertente.
1.5.9 - Movimentos de vertente em Portugal
Em Portugal continental, a precipitação, o grau de inclinação e o tipo de
rocha são os fatores que fazem aumentar o risco de movimentos de
vertente. Este fenómeno ocorre nas regiões de rocha sedimentar, e nas
regiões autónomas também, pela sua natureza vulcânica e pelo elevado
declive.

1.5.10 - As consequências dos movimentos de vertente e de


avalanchas no território
As consequências deste tipo de risco natural são de 4 tipos:
● Danos humanos - Óbitos, feridos, desalojados;
● Danos patrimoniais - Habitações, infraestruturas;
● Danos económicos - Destruição de campos agrícolas;
● Danos ambientais - Destruição de paisagem, alteração dos
ecossistemas, alteração dos cursos de água.

1.5.11 - Medidas de prevenção dos movimentos de vertente e


avalanchas
● Elaboração de cartas geológicas, de acordo com a probabilidade de
movimentos de vertente;
● Execução de de medidas de ordenamento que considerem as cartas
de risco geológico;
● Manutenção da cobertura vegetal das vertentes mais inclinadas para
suster os solos evitando a erosão;
● Proibição da construção de nas áreas de maior risco,
nomeadamente na base e ao longo das vertentes;
● Instalação de muros e taludes de sustentação das terras;
● Estabilização das vertentes quando se constroem estradas,
respeitando os necessários cuidados técnicos;
● Uso de materiais apropriados para suster possíveis desabamentos ou
quedas de blocos;
● Estabilização de vertentes para evitar deslizamentos;
● Estudo da ocorrência de fenómenos anteriores, de forma a
identificar os locais de risco de movimentos de vertente.

2. Riscos Mistos
2.1 - A atmosfera
A Terra está envolvida por uma camada gasosa - a atmosfera. Esta, possui
cerca de 1000 km de espessura e é um elemento vital para a vida no nosso
planeta, acompanhando-o nos seus movimentos de rotação e translação.
A atmosfera é constituída por azoto (78%), oxigénio (21%), e outros
componentes (1%).
Camadas da atmosfera (da mais próxima da terra para a mais
afastada)-Troposfera; Estratosfera; Mesosfera; Termosfera ou ionosfera;
Exosfera.
Funções da atmosfera:
● Filtra e absorve - Na estratosfera, a camada de ozono filtra grande
parte da radiação solar nociva;
● Protege - constitui uma barreira à entrada de corpos estranhos,
como os meteoritos, sendo, por isso, imprescindível. Estes, devido ao
atrito provocado pelo ar, incendeiam-se e acabam por se pulverizar,
não atingindo a superfície da Terra na sua total dimensão;
● Controla a temperatura - Absorve uma parte significativa da
radiação ultravioleta;
● É fonte de vida - a sua composição contém elementos fundamentais
à vida, nomeadamente o oxigénio, que permite aos seres vivos
respirarem.
2.2 - O balanço térmico
O planeta Terra está sempre a receber radiação solar, mas nem toda a
energia emitida pelo Sol e que atinge o limite superior da atmosfera chega
à superfície terrestre.
- Radiação solar - É a quantidade de energia emitida pelo Sol.

● Absorção: é feita pelos diferentes gases que constituem a atmosfera


e representa cerca de 21% da energia recebida;
● Reflexão: é realizada por várias componentes da atmosfera, entre as
quais o topo das nuvens e a superfície terrestre, que funcionam
como um enorme espelho que reflete uma parte dos raios solares;
● Difusão: resulta de inúmeras pequenas reflexões dos raios solares
nas moléculas dos gases e poeiras que se encontram em suspensão
na atmosfera.
A quantidade de energia solar refletida por um corpo em relação à
energia recebida pelo mesmo designa-se por albedo( este se exprime
através de percentagem. Varia em função da natureza e do estado físico
de um corpo).
Quando a superfície é escura, tem um albedo muito baixo, enquanto
que quando a superfície é clara, tem um albedo elevado.

Assim, a radiação solar que atinge a superfície terrestre e que é


absorvida é variável. Após ser absorvida, a mesma é transformada em
energia calorífica, voltando a ser reenviada para a atmosfera sob a forma
de radiação terrestre.
Radiação terrestre - radiação de longo comprimento de onda irradiada
pela Terra.
Desta forma, o nosso planeta mantém o equilíbrio térmico,
recebendo e emitindo energia.

2.3 - A poluição atmosférica


A poluição atmosférica é causada pelo lançamento, na atmosfera, de
substâncias ou energias que têm uma ação nociva, pondo em perigo a
saúde do homem, prejudicando também os recursos biológicos e os
ecossistemas. A atividade industrial e a circulação rodoviária ocupam o 1º
lugar na poluição atmosférica.
Outros gases responsáveis pela poluição atmosférica para além do CO2:
Dióxido de enxofre; Óxido de azoto; Ozono; CFC; Metano.

A poluição atmosférica é a causa de alguns problemas ambientais, dos


quais se destacam:
● o smog;
● as chuvas ácidas;
● o aumento do efeito de estufa;
● a destruição da camada de ozono.

2.3.1 - O smog
A poluição atmosférica, quando aparece associada a determinadas
situações meteorológicas, como nevoeiro e acentuado arrefecimento
noturno, pode provocar efeitos smog. O smog é um problema da
atmosfera resultante da combinação de fumos de diversas origens com
o nevoeiro.

As consequências do mesmo assumem particular gravidade quando


ocorrem fenómenos de inversão térmica, ou seja, quando a temperatura
junto ao solo é inferior à que se regista em altitude, já que o ar não sobe e
provoca maior concentração dos fumos e poluição à superfície.

Invasão térmica - Aumento da temperatura com a altitude em condições


de acentuado arrefecimento noturno.

2.3.2 - As chuvas ácidas


As chuvas ácidas são mais uma das consequências da poluição
atmosférica. Resultam da combinação do vapor de água existente na
atmosfera com o dióxido de enxofre e os óxidos de azoto libertados pela
queima de combustíveis fósseis, formam um ácido altamente poluidor
que, quando cai sob a forma de precipitação, tem consequências muito
graves, tais como:
● Destruição de florestas e cultivos agrícolas;
● Contaminação das águas;
● Acidificação, perda de fertilidade e erosão dos solos;
● Corrosão de estátuas e edifícios;
● Problemas respiratórios, alergias e problemas neurológicos.
As chuvas ácidas não ocorrem apenas nos países poluidores.
Antes, as chuvas ácidas tinham origem nos países industrializados
do hemisfério norte (América do Norte e Europa), devido à emissão de
dióxido de enxofre pelas indústrias e centrais térmicas, em resultado da
queima de petróleo e de carvão. Atualmente, as regiões de risco
encontram-se também noutras áreas do Planeta Terra, nomeadamente
nas grandes cidades muito poluídas.
Em Portugal encontramos apenas alguns casos deste tipo de chuvas
em locais onde existem centrais térmicas ou indústrias poluentes.

2.3.3 - Medidas de prevenção na formação do smog e das


chuvas ácidas
Algumas das fontes poluidoras do ambiente são:
● Agricultura e pecuária;
● Aerossóis;
● Incêndios florestais e vulcões;
● Circulação do automóvel;
● Fumo das indústrias.
Algumas das medidas de prevenção de problemas do ambiente são:
● Uso de tecnologias limpas;
● Agricultura biológica;
● Energias renováveis;
● Restrição à circulação automóvel;
● Punição para quem polui.

2.3.4 - O efeito de estufa


Efeito de estufa- aquecimento produzido pela retenção da radiação
terrestre junto à superfície terrestre. Isto garante o equilíbrio térmico do
Planeta Terra.

Mas, o efeito estufa tem vindo a aumentar recentemente, devido às


atividades humanas, através da emissão de gases poluentes. Isto é mau
pois os gases bloqueiam a saída da radiação terrestre, fazendo com que as
temperaturas do nosso planeta aumentem.
O aumento da quantidade de gases de estufa que são lançados para
a atmosfera provoca o desequilíbrio do efeito de estufa aquecendo, assim,
o nosso planeta.
Consequências do aumento de efeito estufa:
● Aquecimento global do Planeta;
● Subida do nível das águas dos oceanos devido à fusão do gelo nas
regiões polares e de montanha;
● Submersão de áreas litorais;
● Contaminação dos aquíferos e reservas de água doce;
● Alterações climáticas com profundas implicações na fauna e na flora;
● Aumento das migrações das populações devido ao avanço dos
desertos, às catástrofes naturais e à submersão de algumas regiões;
● Aceleração do processo de desertificação;
● Aumento da escassez de alimentos.

2.3.5 - As regiões que mais contribuem para o aumento dos


gases com efeito de estufa
A emissão de gases de estufa é a principal causa do aumento do
efeito de estufa e das alterações climáticas.
Os principais países emissores são a China, os EUA, a UE (União
Europeia), a Rússia e a Índia.
Nos países localizados em África e na América Central apresentam,
para já, um nível de baixas emissões de gases de estufa, e que
apresentam também um índice de baixo desenvolvimento.

2.3.6 - A destruição da camada de ozono


A camada de ozono, localizada na estratosfera, é uma proteção
natural que filtra grande parte dos raios solares nocivos, os raios
ultravioleta (UV).
A comunidade científica tem detetado, já há alguns anos, que têm
havido problemas nesta camada, mais como um adelgaçamento da
camada de ozono. Estes problemas são causados devido à ação humana,
na utilização de equipamentos emissores de clorofluorcarbonetos (CFC).
A redução da camada de ozono na atmosfera provoca graves
problemas aos seres vivos, pois chegam ao solo em quantidades muito
elevadas de radiação UV. Problemas que são causados:
● Queimaduras solares (podem levar ao cancro na pele);
● Lesões na visão;
● Aparecimento de cataratas;
● Debilitação do sistema imunológico;
● Atrofia e raquitismo, esterilidade;
● Redução do crescimento;
● Destruição das plantas e alterações genéticas no fitoplâncton.

Têm-se realizado campanhas pelas organizações ecologistas e pelos


governos preocupados com este problema, com o objetivo de promover a
substituição dos aerossóis e de outros agentes emissores de CFC por
produtos que provocam menores danos ambientais. Este tipo de
campanhas tem tido sucesso nos últimos anos, e possibilitou uma
recuperação dos índices do ozono estratosférico e, consequentemente,
a recuperação da camada em regiões como por exemplo a Antártida.

2.3.7 - A destruição da camada de ozono


Medidas que têm como objetivo reduzir a poluição atmosférica:
● Reduzir o uso de combustíveis fósseis;
● Utilizar filtros nas chaminés das fábricas;
● Ventilação natural dos edifícios;
● Redução do uso de aerossóis;
● Agricultura biológica;
● Reduzir o consumo;
● Aplicar o princípio do poluidor/pagador;
● Incentivos fiscais às empresas menos poluentes;
● Aumentar o uso de energias renováveis;
● Usar tecnologias limpas;
● Utilizar transportes públicos;
● Andar a pé ou de bicicleta.

Você também pode gostar