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28/07/2020

[primeiro arquivo de áudio]


PAULA: vai falando…
Gabriel: Parece…
Paula: Parece o quê? O que que ele parece?
Adulto: O quê?
Gabriel: Eu lembro de um negócio assim.. eu lembrei de Divertidamente, um filme
Paula: Ãh, o que que que te pareceu?
Gabriel: O amarelo é alegria
Paula: Ãh?..
Gabriel: o verde é a inveja e o azul é a tristeza,
(?): Olha tenho uma amiga verde…
Paula: E você me fez pensar outra coisa Gabriel, Porque eu vi um filme uma vez que
chama assim Um dia um gato E aí sabe qual era a história desse filme? Que o gato que via
a pessoa, ele enxergava a cor dela, como se foss e enxergar a alma. E aí…
Gabriel: Como se fosse enxergar né?
Paula: A alma
Gabriel: aaaa…. o sentimento que a pessoa mais sente, como isso
aula: isso exatamente daí era assim ó quem era amarelo Era ladrão Quem era vermelho
tava apaixonado Quem era Rosa era não sei o quê não me lembro mais mas cada um era
uma cor me lembro do ladrão e do apaixonado
Gabriel: então mas a cor
Paula: hã…
Gabriel: ela é juntada com muitos muitos muitos sentimentos é como se o vermelho fosse a
raiva e a paixão como isso só que tem um mais mais compostos…
Paula: Tem mais…
Lídia: Paula posso falar uma coisa?
Paula: Pode Lídia
Lidia: É a Lídia que está falando, pode falar?
Paula: Lógico, lógico, deve
Lídia: Eu tenho três livros aqui falta um para completar a coleção De uma que chama cores
das emoções
Paula: Ai que bacana
Lídia: e…um é.. um deles chama o verde de inveja, o outro vermelho de vergonha e o outro
é azul de medo, falta o amarelo de…ai eu não lembro que que é o amarelo. Eu preciso
pesquisar na Internet mas só falta o amarelo. Pra ver que…. são muito bons esses livros.
Paula: Que legal! Brigada. E combina com o que a gente tá falando, né? quer dizer…
Lídia: sim…
Paula: Quando a gente pensa as cores, a gente pensa em determinados sentimentos, né?
E, e, que será que isso tem a ver com a vida? Por que eu perguntei assim ó…Vocês
lembram que eu perguntei assim: Que o menininho falava qual era a cor perfeita para a
vida? Se a gente pensar que a cor são os sentimentos, que as cores são os sentimentos,
será que existe um sentimento perfeito pra vida da gente? Ah, eu quero viver sempre com
esse sentimento! O que vocês acham?
(pausa)
Paula: fala Lidia!
Lídia: eu acho que os sentimentos se alternam; e que as cores podem mudar também!
Paula: hummmmm… os sentimentos vão mudando. Se fosse..
Lídia: Eu acho que o verde não precisa ser sempre inveja, o verde pode ser esperança
também
Paula: Taah, então, nós temos duas coisas: que os sentimentos vão mudando e que eles
podem significar coisas diferentes? Porque eu me lembrei também o seguinte que todas as
cores do arco íris dão branco. Por isso que eu tinha perguntado pro Gabriel, né? Então ele
fez com as tintas, né? Então…
Gabiel: Não tia, mas eu não fiz com as tintas
Paula: Com o lápis, desculpa.
Gabriel: Ele não tem todas as cores, ele só tem algumas.
Paula: Só tem oito.
Gabriel: Só tem as cores de luz.
Paula: ééé… Então…
Gabriel: As outras cores podem… Se você juntar tipo mais o marrom mais o roxo vai formar
uma cor que se chama preto.
Paula: Sim. Então…
Gabriel: então, é.
Paula: Então, mas o que eu estava querendo dizer o seguinte…
Gabriel: que com o sentimento é muito difícil, porque se você juntar todos. Eu não
compreendo isso, porque eu nao consigo juntar todos os sentimentos
Paula: ahhhh
Gabriel: porque se eu não sei a resposta, eu não posso fazer, se eu não sei como montar…
é como uma conta de matemática…
Paula: Sim
Gabriel: Se você não consegue montar a conta, você não consegue fazer a conta
Paula: sim
Gabriel: então é como isso
Paula: nossa que pensamento bonito! E você fala: eu não sei como juntar tudo, como que
dá juntar tudo sem todos os sentimentos. Sabe o que me ocorreu? Me ocorreu assim, que
se a gente tiver com muito sentimento junto a gente ia tá muito desorientado.
(?): é ia ta todo mundo meio…
Paula: meio maluco. Ah tô alegre, tô triste, tô com raiva, tô feliz, tô …tô com ciúme… Meu
Deus do céu!!! Será que cabe tanto sentimento dentro da gente?
Outra pessoa: Cabe Biel? Cabe tanto sentimento?
Gabriel: Ahh, cabe né?
Paula: Cabe né? Não sabemos como que fica. O que você acha Alice? Ao mesmo tempo
Gabriel?
Natália: Ao mesmo tempo dá pra sentir tanto?
Gabriel: Dá!
Paula: Eu também acho que sim, mas assim… Isso que eu ia perguntar pra Lidia, né? Por
que a Lídia falou assim: eles vão mudando; uma hora é um, depois o outro. Mas é a mesma
pergunta que a Natália fez: e junto, dá? Será que eu posso estar feliz e triste ao mesmo
tempo? O que você acha Alice? Alice hoje tá quietinha. Júlia… Davi hoje tá quietinho. O que
vocês acham?
Alice: eu acho que não dá, porque se a gente estiver feliz a gente tá feliz. Você não
consegue, tipo, ficar feliz se estiver triste. Eu acho … [não inteligível - áudio ruim]
Paula: acha o quê? … Então, a Alice falou [tá meio ruinzinho o som], mas a Alice falou que
não, que não dá porque quando tiver só um né….Quando a gente tá feliz é feliz! Tá só um é
um. Não tem esse negócio de dois.
Gabriel: Eu não consigo raciocinar isso porque eu consigo fazer a conta entre a tristeza e a
felicidade.
Paula: Hã..
Gabriel: E ela se chama saudade.
Paula: !!!!!!!!. Meu Deus! Você gostou disso Alice? Que que cê achou? Eu fiquei pensando
assim: Nossa, então quando a gente pega mais que dois sentimentos, às vezes dá outro.
Então essa coisa que o Gabriel falou faz a gente pensar o seguinte: que às vezes a gente
tem um sentimento, que ele é dois, três. Vixe Maria, deu pra entender?
Natalia: tudo misturadinho?
Gabriel: é! Tudo misturadinho
Paula: Vamos supor. Se a gente falasse assim: Quantos sentimentos tem na saudade?...
Seria mais que um?
Gabriel: muitos sentimentos
Paula: muitos…hã…tudo junto? tudo junto?
Gabriel: Desculpa, tia, é que caiu aí a internet.
Paula: Então é assim ó, eu perguntei o seguinte, que então a gente chegou a uma
conclusão bem bacana: que a gente pensa que é um sentimento só, mas dentro dele tem
vários. [risada] Dentro dele tem vários.. Eu to vendo um passarinho aí, tô vendo uma coisa
estranha aqui [risadas] Ah que legal! Tem efeitos no grupo. Nossa Senhora, que medo! Olha
só…Então, então num sentimento a gente pode ter mais que um, como a cor.: do preto, que
você falou, que de todas que você fez uma. Agora deu pra entender cor e sentimento pode
ser muito?

[segundo arquivo de áudio]

(?): não é algo tão estruturado


Paula: ahhhh…
(?): é que a gente tá ali experimentando
Paula: ah, então isso é uma outra coisa
Gabriel: eu concordo
Paula: eu também concordo. Por que? Porque ela falou outra coisa muito importante; que:
então a gente tem sentimentos que a gente nem conhece. É isso, né?! Que eu tenho uma
coisa, to sentindo uma coisa, e eu não sei o que eu eu estou sentindo. às vezes eu não sei
dar o nome praquilo
(?): E como é que a gente resolve aquilo que a gente não conhece?
Paula: hum..
(?): como a gente resolve o que não conhece
Paula: e agora?
Gabriel: eu não sei, como a gente resolve o que conhece?
Paula: o que a gente não conhece. Se eu não sei, como eu vou fala… Minha mãe falou
assim: o que você está sentindo? Eu falo: num sei. Como eu possso resolver isso?
(?): como você descobre isso?
Vanessa: [não inteligível] um exemplo assim do que é… Amanda falou sobre contas, né? eu
acho que pras crianças entenderem um pouco, é justamente assim uma criança de primeiro
ano sabe fazer um tipo de conta e uma do quinto ano sabe fazer outros tipos de contas.
Então a gente pega a continha de quinto ano e dá lá praquela criança lá do primeiro ano.
ela não conhece. Acho que é isso, né Amanda, que você quis dizer.Tipo, ela está diante de
algo que ela não conhece ela não consegue resolver. É isso mesmo Amanda
Amanda: eu fiquei pensando, por exemplo, nas formas de fazer uma adição. Algumas
crianças já armam a conta, outras crianças utilizam bolinhas de gude, palitos, lápis...
Existem diferentes formas da gente lidar.
Paula: e como a gente lida? Diferentemente com a vida?
Gabriel: Com os sentimentos.
Paula: Com os sentimentos:
Gabriel: Eu acho [inaudível].
Paula: como querido? Fala
Gabriel: é, com os sentimentos que você conhece, que você
Paula: aiii, que bacana
Grabriel: que se não dá pra você fazer, que você não consegue, você pega outro
sentimento e tenta ligar essa conta e tenta fazer até funcionar porque um mais um mais um
[som falhado] mais um vai dar quatro também
Paula: aham eu gostei dessa ideia porque significa também o seguinte que as vezes
quando a gente tá diante do desconhecido a gente usa aquilo que a gente já conhece, não
é isso? Então, assim, eu não conheço o sentimento que eu tô mas o gabriel falou eu vou
indo para os outros sentimentos e vejo se acho ele.
Adulto: Paula
Paula: oi
Adulto: a Alice quer falar
Paula: quem? a Lidia ou a lia
Adulto: Alice
Adulto Alice quer falar. Alice meu amor fala querida
Adulto: Alice, não é? Ela está esperando há um tempão. Não?!!! Então tá bom, eu entendi
errado.
Paula: Mas bem que ela podia falar um pouquinho, né? Tudo o que a gente descobriu
agora, então é o seguinte vamos ver o que a gente descobriu. que a gente pode ter mais de
um sentimento, que a gente pode não saber como que é um sentimento mas que a gente
pode procurar com as coisas que a gente conhece saber aquilo que a gente não conhece,
por exemplo um sentimento que a gente não conhece. Aí eu tinha feito outra pergunta que
não deu pra gente responder ainda, que é: Será que quando eu tenho um sentimento
ruim…seria melhor a gente viver sem sentimento ruim? Por exemplo: tristeza, medo de
angústia.
Alice: às vezes você tem medo pra você apre… pra você… tipo.. como eu vo … pra você…
Vamos supor…
Gabriel: Eu tenho medo de trovão
Paula Sim:
Alice (incompreensível)
Paula: ô gente! Vocês acham que é melhor a gente tirar a câmera um pouquinho? Porque o
som não tá bom. Ou não? Vamos tentar. Mas a Alice estava dizendo assim, olha, as veses
você tem o medo pra te ajudar em alguma coisa. É isso? É isso ,Alice?
Alice: às vezes você tem o medo tipo pra você não se ferir com alguma coisa. Você tem
medo pra você não se machucar.
Paula: Pra você se proteger, por exemplo. Nossa então a gente descobriu alguma coisa.
Será que todo sentimento tem um propósito. Tem um… serve pra alguma coisa? Será que
isso que você pensou, Alice, dá pra pensar com outros sentimentos também?
Alice: eu acho que sim.
Paula: É? Mesmo assim, um que é assim… raiva, ódio vamos pensar um bem feio o ódio
será que serve pra alguma coisa? Agora eu fiz uma pergunta difícil né gente, eu sei
Gabriel: O ódio ele serve pra você… Tipo… O ódio vem da raiva, raiva vem a tristeza e a
tristeza vem da felicidade.
Paula: Uau! Por que a tristeza vem da felicidade? Eu acho que eu entendi, mas eu quero
ouvir você Gabriel.
Gabriel: A tristeza vem da felicidade porque se você juntar a felicidade cum, com né?, com
a, cum… como chama? É óbvio isso que eu falei. Esqueci.
Paula: A felicidade… Ó, você falou assim que o ódio…
Gabriel: A felicidade e o medo. Se você juntar eles. Se você tiver medo e felicidade nesse
medo você consegue a coragem.
Paula: Certo. Você está inventando dois com mais um dá… Você tá juntando dois pra dar
um, não é?
Adulto: Dois sentimentos inventando um outro, mas porque a tristeza vem…
Gabriel: Eu tô chegando lá! Calma aí! Se a coragem é o medo, porque o medo já existe,
né?
Adulto: Também.
Gabriel: Se eu juntar a coragem e o medo…
(muitos ruídos)
Paula: Peraí gente, que tem outra pessoa falando outra coisa. Volta Gabriel. Desculpa.
Gabriel: Se a coragem… Sabe a coragem e o medo? O que a coragem e o medo forma?
Paula: A coragem e o medo? Meu Deus, mas são duas coisas bem diferentes…Eu acho
que…
Gabriel: Não. Não são
Paula: Eu acho que é assim: a gente sente coragem… um pouco de coragem mesmo tendo
medo. É isso que você acha?
Gabriel: Gente, tá chiando, eu não consigo ouvir.
Paula: É tá chiando mesmo.
Gabriel: não entendo nada
Paula: Tá ruim a ligação hoje. O que que a gente faz? A gente tenta desligar o microfone, é
isso? E só ligar na hora de falar?
(ruídos)
Paula: Tá. Então vamos tentar. Bom é que… Oi Rô, tudo bom?
Rô: tudo bom.
Paula: Que bom. Cadê as crianças?
Rô: Tão brincando.Tá difícil hoje, eles estão brincando.
Paula: Então tá bom. A gente tá, então, tentando descobrir com o Gabriel porque o ódio…
Ele falou assim: que o ódio vira raiva, que a raiva… Não! Que o ódio vem da raiva, a raiva
vem da tristeza e a tristeza vem da felicidade. E a gente não está entendendo porque vem
da felicidade.
Gabriel: A coragem (muitos ruídos) A coragem e o medo (muitos ruídos e ecos) a coragem
e o medo e aí vai e vai e vai…
Paula: Sabe por que que eu pensei? Eu tô entendendo o que você está dizendo. Eu acho
que você está falando assim: De um sentimento você vai pro outro, né? Mas eu também
estou entendendo, Gabriel…quando você falou isso eu pensei que ele vinha, que a tristeza
vinha da alegria quando a alegria ia embora. Me ocorreu isso, sabe? Que quando a alegria
vai embora você fica com a tristeza, então voce vem de lá por causa disso. Nossa tá bem
ruim o som hoje né gente?!
Gabriel: Quando a alegria vai embora a tristeza vem.
adulto: você concorda com isso?
Gabriel: eu concordo!
Paula: concordo também
Gabriel: é isso, então! É isso!!!
Paula: é isso? Eu descobri?! Eu descobri?! Então tá bom
Gabriel: eu tava tentando chegar até lá, mas você descobriu já
Paula: eu já descobri antes, sou esperta. Então, outra coisa que eu queria falar é o
seguinte: a gente tava conversando com a Alice de que tem sentimento ruim que serve pra
alguma coisa dai depois eu perguntei E o ódio? daí o gabriel me respondeu isso, mas a
pergunta ainda tá, é de … Oi Gabriel, oi Angela. Tudo bom? Um beijo. Que bom que voces
estão aqui. a gente tá falando sobre sentimento, se os sentimentos ruins servem pra alguma
coisa também. Então a gente já descobriu que o medo serve as vezes pra proteger a gene.
O ódio, o Gabriel, o outro Gabriel tava falando assim que o odio pode vir ate…vai vindo de
sentimento em sentimento e pode vir até da falta de felicidade. né. então, é issso tambem e
um outro elemento importante porque as vezes a gente tem um sentimento porque faltou
outro. Ces concordam comigo? então ó eu estou com muita raiva de todo mundo porque eu
não estou feliz. Vocês acham que vale essa ideia? Vale?
Criança: Eu concordo
Gabriel: Não
Paula: Quem que não concordo deixa eu ver
Criança: eu concordo com essa ideia
Paula: Vai Gabriel fala pra mim porque você não concorda.
Gabriel: Como assim ter raiva de… quando você tá feliz
Paula: não não, quando não tá feliz
Adulto: quando a felicidade vai embora
Gabriel: é isso…pq eu ouvi errado, não ouvi direito
Paula: Ah! tá! Na verdade a gente começou falando de vida e cores, dai a gente tava
pensando, assim se tinha alguma coisa que fazia a vida perfeita. O sentimento…será que
poderia existir vida perfeita sem sentimentos ruins? Era o que a gente tava perguntadno.
Agora eu to perguntando assim: é possível viver feliz, não… ter uma vida perfeita só com
sentimentos bons? Diga gabriel
Gabriel: quando eu tiver medo…
Adulto: é o outro gabriel
Paula: é o Gabriel que chegou agora. Fala Gabriel!
Gabriel 2: quando eu to brincando eu sinto um pouquinho de raiva
Paula: por que? Conta pra mim.
Gabriel 2: ah
Paula: ce sabe porque?
Gabriel 2: eu nao sei
Paula: eu acho que eu ja tive isso também. eu acho que eu já senti raiva alguma vez que
eu estava brincando. mas quando brinca sozinho ou com outra pessoa?
Gabriel2: é pra dividir o brinquedo
Paula: ah! tá!!!! Tem raiva quando tem que dividir o brinquedo. as vezes é chato dividir, né?
Gabriel: Eu fico com raiva quando eu to brincando porque as vezes tipo eu perdo
Adulto: perco
Gabriel perco, ai fico com raiva, tipo….
Paula:ah perde de alguém?
Gabriel: isso
Paula: ai fica com raiva
Gabriel: ai não tem graça mais e eu fico com raiva. é isso. Então a raiva serve pra quando
a gente…a raiva serve pra gente gastar nossa energia só,
Paula: ah que legal
pra tirar nossa energia e a gente ficar batendo o pé
Paula: Certo. Pra tirar nossa energia. é isso mesmo. viu gabriel, irmão da angela, a gente
tava falando que tem hora que a gente nem sabe que sentimento a gente tem agora na sua
frase eu pensei outra coisa, você trouxe uma frase pra mim que me fez pensar assim: que
as vezes eu sinto alguma coisa mas eu não sei porque. Então eu sei qual é o sentimento,
mas eu não sei porque. Né? Então, assim...pode ser que um dia eu vou levantar triste e a
pessoa falar: “Por que você está triste?”, eu falo não sei, mas eu estou triste. Será que é
ruim quando a gente não sabe as coisas?
Gabriel 2: Não. É porque você tá aprendendo.
Paula: ah que coisa mais linda meu deus eu nao aguento isso. Essa frase é muito linda eu
acho que eu vou dormir com essa frase na cabeça. Como é que é então que é? Quando a
gente não sabe não é ruim porque a gente tá aprendendo. Né, Gabriel?! Isso mesmo.
Adorei isso. E também você acha assim, que tem que saber tudo? Vamos supor assim: se
eu to triste eu tenho que saber porque eu to triste ou eu posso só ficar triste.
Gabriel 2: Eu tenho que saber porque você tá triste.
Paula: Se acha que tem que sa be? Saber porque tá triste, saber porque sente alguma
coisa é uma coisa que ajuda a gente por que?
Gabriel 2: Se minha irmã vê que eu estou chorando ela vai lá ver o que está acontecendo e
ela vai me animar
Paula: ahhh muito bem então é bom que outras pessoas saibam o que a gente sente. Alice,
Alice
Alice: Eu acho que a gente deve saber ou poderia saber. Porque quando a gente sabe que
a outra pessoa tá se sentindo mal, você consegue ajudar ela a ficar feliz.
Paula: Sim. Então é importante… Vocês estão me dizendo outra coisa legal, que é
importante perceber a outra pessoa, né?
Natália: É eu estava lembrando de novo da matemática…
Paula: Quem está falando?
Natália: Natália. Quando a gente está assim, que a gente não sabe, tá com esse
sentimento e a outra pessoa vem conversar com a gente, a gente sabe o que está sentindo
ou não sabe muito bem o que é, a gente consegue dividir, né? Tirar um pouquinho de você
e entregar um pouquinho para outra pessoa, e vai distribuindo e vai conversando e vai
dividindo.
Paula: até o não saber?
Natália: até o não saber, pra tentar descobrir.
Paula: É… é isso que é legal, né; porque não é parecido com o que a gente tá fazendo
aqui? Por que a gente chegou aqui com alguma pergunta né, com algumas perguntas que
era… primeiro era porque a vida, porque a gente tinha dois temas vida e cores e o que tinha
a ver uma coisa com outra, depois a gente começou a fazer pergunta uma atrás da outra. e
são perguntas que a gente nem sabe direito né? A gente tá aqui pra pensar junto. Será que
se eu pensasse sozinha… se cada um aqui pensasse sozinho ia pensar a mesma coisa que
a gente pensou? Eu acho que não. Porque aqui
Amanda: Paula
Paula: Um ajuda o outro. Diga!
Amanda: Eu acho que com os sentimentos a gente extrapola a matemática
Paula: Humm
Amanda: porque quando a gente divide aquilo que a gente não sabe, quando a gente
divide os nossos sentimentos, a gente ganha, a gente aumenta com alguma coisa, e não
diminui não perde.
Paula: Ahhh Legal essa idéia! Você muda…
Amanda:É uma física quântica
Paula: Verdade
Amanda:Eu fiquei pensando naquela relação que o Gabriel falou que a tristeza vem da
alegria. Foge da lógica.
Paula:Foge da lógica
Amanda: Os sentimentos fogem da lógica
Paula: Isso. Esse é um outro ponto importante, Porque às vezes a gente tenta achar…
vocês entenderam isso que a Amanda falou de foge da lógica? Que não tem muita
explicação, alguma coisa que a gente pensa que tá indo…que é de um jeito e de repente é
de outro. Então o sentimento também tem isso, às vezes a gente pensa uma coisa e é
outra, né?
Amanda: Não tem muita explicação, né?
Paula: Não tem muita explicação, mas a gente fica o dia inteiro querendo explicar
sentimento. Por que a gente fica querendo?
(risos)
Paula: Hein?! Que que será?
(?): Paula…
Paula: Ãh
(?): Aquilo que o Gabriel falou de tirar a energia tem relação com o que a Amanda falou,
então quando a gente fica com raiva que tira nossa energia, quando a gente divide com o
outro a gente ganha uma energia nova.
Paula: Olha!!! Vocês concordam, gente? Alice, Gabriel,vocês concordam? Fala Gabriel
Gabriel 2: Quando eu divido meu sentimento com a mamãe a mamãe me ajuda a ficar feliz
Paula: Ah… e aí o que acontece? Aumenta ou diminui?
Gabriel 2: Aí, aí…
Mamãe do Gabriel: É, fala…
Gabriel 2: Aí, vai voltar a ficar feliz…
Mamãe do Gabriel: Fica mais leve ou não?
Gabriel 2: Fica, fica mais leve.
Paula: Fica mais leve…ah, então às vezes fica menos mas de mais gostoso, né? Não é
isso?? Menos de mais gostoso? Por que a gente quer tirar alguns sentimentos da gente?
Por que a gente não deixa os sentimentos ficarem dentro da gente?
Gabriel 2: Porque eu acho que tem alguns sentimentos ruins
Paula: É! E aí é melhor tirar de dentro da gente. É, né?!
Natalia: Acho que a gente não sabe o que fazer com eles, né? a gente não sabe muito bem
o que fazer
Paula: Quem está falando? A Vanessa?
Natália: Natália.
Paula: A Natália, lá em cima. Tá. Isso…é porque também a gente não sabe o que fazer
com eles. É legal isso, né? Tipo, é, não é só que é ruim; é porque como é ruim, você fica às
vezes paralisado, sem saber o que fazer, né?
(?): “oui”, é.
Paula: Sim. Alice, diga querida, quer falar? Não?!
Vanessa: A Ana tá aguardando primeiro, Paula.
Paula: Como?
Alice: Pode falar Lia, depois eu falo. A Lia tá aguardando Paula
Lia: Não, pode falar. Alice fala depois eu falo. Depois da Alice.
Paula: Gente é que eu não vejo todo mundo, sabe? Por isso que dá essa confusão. Eu não
tô vendo a Lia. Tá! Então vai, vocês ajudam a regular aí, tá bom? Então vai, quem vai falar
é a… É a Lia? ou a Alice? [silêncio] Sumiram as duas?
(?): Voltou
Paula: Voltou. Diz Alice… Então fala Alice.
Vanessa: Vocês estão ouvindo?
Paula: agora tamos.
Vanessa: Na verdade a Alice tava contando pra mim, eu que ia falar. É que a Paula falou
uma hora que às vezes nós não sabemos o que nós sentimos e aí me veio uma ideia: que
nós não percebemos às vezes os nossos sentimentos, assim como às vezes nós também
não percebemos as cores, já que a gente está falando das cores, como é… [muito ruido] Se
a gente pegar uma cor e der para pessoa diferente e perguntar: que cor é essa? Para essa
pessoa é um azul, para outra é um verde. Então às vezes a cor é percebida de forma
diferente, assim como os sentimentos
Paula: Sim, é isso mesmo; e aliás você me fez pensar mais uma coisa, porque na cor a
gente também fala assim: azul piscina, verde limão; a gente fica querendo falar mais, deixar
mais certinho, a cor. Porque às vezes a gente não sabe… azul: tem vários. Será que
saudade tem vários? Medo tem vários? Alegria tem vários?... Quem quer falar é a Lia?
Acho que a Lia num sei se tá aí.
Lia: é a Ana
Paula: Então vai Ana
(?): As duas Anas querem falar
Paula: Diga, Ana Paula querida.
Ana Paula: é que quando o Gabriel a colega começaram a falar da matemática…
Paula: Sim.
Ana Paula: a minha cabeça começou a ir na verdade lá na, na Arte. Quando ela falou que
dividir extrapola… aí estava pensando quando a gente estudava artes, quando eu estudei
lá no ensino médio e no ensino fundamental, como meus professores de Artes falavam
assim: olha, tem que dividir essas cores aqui, pra somar essas cores e a partir … dividia pra
somar e surgia uma outra coisa. Aí eu tô aqui pensando nessa ideia de dividir os
sentimentos
Paula: quando
Ana Paula: quando que pra somar, vai somando e surgindo uma outra coisa.
Paula: dividir com outras pessoas, né?
Ana Paula: é, pra ir misturando, não tem quando mistura pra formar…
Paula: Tem
Ana Paula: cores secundárias, cores terciárias aí vai…
Paula: Cês não acharam legal isso?
Ana Paula: pra somar. Entende? Vai dividindo pra somar e vai surgindo coisa nova.
Paula: Éééé
Ana Paula: Aí o sentimento, igual o Gabriel colocou que vai… o que surge do medo e da
coragem, em mim surge uma vontade
Paula: Vontade.
Ana Paula: Então que cor seria minha vontade, entendes?
Paula: Entendo
Ana Paula: Então vai surgindo coisa nova, vai dividindo pra somar e surgindo uma
novidade, uma coisa nova.
Paula: tem a ver com que a Amanda falou que às vezes dividir é ampliar, né?
Ana Paula: é, ampliar
Paula: que coisa né
Ana Paula: uma novidade, sempre vai surgindo um sentimento. E aí fico me perguntando
se nós teríamosia vida sem cor
Paula: é, eu também me perguntei isso. Acho que seria horroroso
Ana Paula: Horroroso, sim, muito.
Paula: Como a gente viveria gente. Daria pra viver sem cor
Ana Paula: é, é essa a pergunta: Daria pra viver sem cor… meu filho é daltônico, alguém
falou isso no último encontro
Paula: ahhh, e aí?
Ana Paula: meu filho é um daltonico, sou de uma família de sete tios, todos eles são
daltônicos, eu tenho um daltônico que é zerado, que enxerga preto e branco. O meu filho é
da escala de laranja
Paula: nossa! Eu não sabia que tinha zerado, nossa!!!
Ana Paula é, e aí pra ele ele fala assim: mãe é horrível ver a vida só de duas cores. O meu
tio fala que já acostumou a ver tudo preto e branco, os de escala de laranja consegue
decorar o que as pessoas dizem pra eles o que é a cor e vai vendo, cria algumas escolas
pra poder identificar. E ele falou pra mim que é muito ruim. então eu fico imaginando como
seria a vida sem cor. porque eu vejo isso dentro da minha família, como horrível pra eles,
como é horrível. Não pode tirar carteira de habilitação, meu tio não pode na época. hoje ja
tem outros meios. Meu filho pra jogar o free fire, esses joguinhos aí que o Gabriel deve
conhecer as meninas devem conhecer, ele tem que jogar no modo daltônico.
Paula: nossa!!!
Ana Paula: senão não tem jogo nenhum, senão não consegue. Então fico imaginando
assim: como seria a vida sem cor?
Paula: é, mas eu fiquei pensando assim também: e como seria a vida se só tivessem dois
sentimentos, que nem assim: duas cores. Porque eu acho, sabe o que eu acho gente? Que
quanto mais eu vivo mais sentimento encontro. Eu acho que quanto mais nova eu era eu
tinha menos sentimento. eu conhecia menos sentimento
é o que o Gabriel falou, que a gente vai aprendendo
Paula: mas não é porque eu era pequena, é porque eu era eu mesmo. porque pode ser que
uma criança conhece muito mais sentimento que um adulto. eu acho que eu conhecia
pouco. eu acho que eu conhecia pouco porque é, depende da vida que a pessoa tem. será
que não depende da vida que a pessoa tem? Por exemplo, eu tive, quando eu era criança,
eu tive coisa triste na minha vida. Então eu acho que tristeza ficou grande. Então tem o
jeito… eu acho que é o que a gente vive
(?): ficou marcado
Paula: ficou marcado. então assim eu acho que quanto mais sentimento a gente conhece
melhora pra gente não é?
[muito barulho]
Paula: Gente, ce acredita que já faz uma hora que a gente está aqui. eu acho que a gente
vai encerrar hoje, ver se alguém quer falar mais alguma coisa…cadê? quem? quem gente?
me ajuda. Lia?..... Alice e a Lia. Ana Rita, tá
Ana Rita: [muito barulho com outros microfones abertos] não é bem… enfim, eu
classificaria aquela situação enquanto ele se sentiu triste, ele se sentiu com raiva e daí no
desenho fala: ele se sentiu frustrado
Paula: Ah tá. Falou uma coisa e você achou outra.
é. eu falei. eu nao tinha pensado dessa forma, usar o sentimento frustrado nesse contexto.
então eu achei muito legal. Acho que é isso mesmo. cada um muitas vezes nomeia de uma
forma, vê de uma maneira. E nós vamos também aprendendo a nomear também de novas
maneira, isso que é bacana né

que nem sempre uma, um sentimento tem o mesmo nome, um mesmo sentimento tem o
mesmo nome pra cada um. E às vezes a a é o que é o o uma coisa parecida é que às
vezes eu tenho uma alegria que pra mim é alegria que pra pra outra pessoa alegria é outra
coisa completa.

ainda ontem eu vi que a Giovana Ewyuvenqe (não sei como que fala). ela postou um vídeo
do filho fazendo meditação. E ela falou assim: ah, ele tá meditando porque ele ficou bravo
porque ele não pode jogar videogame naquela hora. Dai a filhinha fala: não, ele nao ficou
bravo, ele ficou triste.

olha só corrigiu o tipo de sentimento

na mesma situação duas visoes diferentes

muito legal, muito legal. mesmo lugar um falou foi isso e outro falou foi aquilo. temos efeitos
especiais no grupo. vou filmar vou fotografar aqui

Alice quer falar

diga querida. Alice, tô louca pra ouvir você

Alice: falando que [ruídos] medo [ruídos] porque existe medo [ruídos] vamos supor, o medo
[ruídos]

Paula: tá ruim, tá ruim de ouvir

(?): Davi quer falar também

Pera um pouquinho. Dá pra repetir o que a Alice falou, gente? Alguém pode repetir o que a
Alice falou? [silêncio] Então vamos passar pro Davi, vai davi, fale, diga davi

e a raiva e a tristeza combinam um pouco. a raiva a tristeza e a coragem combinam com a


alegria

ah, tem sentimentos que combinam com outros. é isso?


Isso.

Legal essa ideia tambem de quem tem sentimentos que combinam com outras. nossa a
gente teve assim umas dez ideias aqui nao foi? Foi isso? foi um monte de ideia gente. eu
adorei. muito obrigada. e o que a gente vai falar na semana que vem?

[ruidos]

Medo? Beleza?

[ruidos]

Como querido?

Falar o que todo mundo gosta


[ruidos]

falar o que todo mundo gosta? o que cada um gosta?

Isso

tá bom, entendi

alice quer falar de novo


diga querida alice
a gente pode falar sobre o possível e o impossível?
ahhh meu deus eu quero eu quero isso que legal essa ideia
eu nao entendi
o possível e o impossível
perfeito
Vamos falar sobre isso? vamo votar nessa? o que você acha, Davi?
(?) Biel
Gabriel topou. E o Davi?
Fala sua opinião
O Davi não quer porque ele queria o que todo mundo gosta, né? Então eu já sei o que
fazer…
Paula, Paula
Paula: Oi
Paula
Diga
A gente pode descobrir se o que a gente gosta é possivel ou impossível também
Combinado Davi?
Pode ser, a gente pode descobrir
Paula: Eu pensei assim: que quando a gente chegar a gente fala do que gosta. cada um
fala do que gosta quando chegar, tá combinado? Beleza? Então tá bom.
Beleza
Quem quer falar gente? Tem alguém querendo falar
É a Lia
Oi Lia
Eu posso indicar pras mães um livro? que fala sobre os daltônicos?
Claro que pode
chama um guri daltonico acho que voces vao ver a imagem espelhada né? Mas ele mostra
aqui no livro como que um daltonico enxerga [ruídos]
Paula: Muito legal! Depois a gente podia fazer… se vocês quiserem me mandar daí eu
passo essas indicações pra todo mundo. Agora sabe o que eu to pensando, gente, hoje foi
muito dificil o som
Paula o Gabriel quer falar, ele está com os dois dedinhos levantados
Oi Gabriel, dois dedinhos pra falar, querido, diga
A próxima aula pode ser sobre o medo
Sobre o medo? podemos deixar pra daqui duas aulas? Pra gente fazer do possivel e do
impossivel a semana que vem?
Pode?
Pde né?
Eu vou tentar trazer umas alunas particulares pra aula, ta bom?
Otimo. Oh Gabriel daqui duas semanas é o medo, pode ser? Gabriel, pode? Então vamos
fazer o seguinte quem quiser desenhar sobre o medo ja pode. O que que vocês acham? Já
vai desenhando os medos que tem, tá bom? Oh gente deixa eu só falar uma coisa hoje o
som tava muito ruim, será que a gente passa pro googlemeet? Podemos passar pro
Google?
(?) Acho que é melhor
Todo mundo que tá aqui consegue ir pro Google meet?
sim
Sim? Tá. então na próxima semana eu pego um link e deixo no facebook. a maioria aqui já
está no grupo de estudos, né? Mas eu mando pra vocês também, pra quem não tá aqui.
Deixa só eu ver se eu consigo tirar uma foto de quem está aqui hoje, pera um pouquinho.
Porque hoje algumas pessoas tiveram problemas e não puderam vir, mas que elas vão vir.
Não tá aparecendo. Então tá bom, boa noite pra todo mundo. Muito obrigada, foi lindo como
sempre, por causa de vocês. Um beijo
[microfones abertos e todos se despedindo]

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