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VAR (Vídeo-árbitro) e os seus

problemas

Disciplina: Psicologia

Prof: Marta Pereira

Tomás Freitas 12º1


O vídeo-árbitro foi uma revolução tecnológica no
desporto pois permitiu oferecer ajuda aos árbitros presentes
em competições e jogos oficiais, observando e detetando
falhas que só os olhos do árbitro não o fariam. Apesar de ser
revolucionário, trouxe muitos problemas e controvérsias,
sendo que eu creio que o VAR prejudica o jogo e o problema é
cultural e não necessariamente tecnológico, como inicialmente
se acreditava.

O vídeo-árbitro não é nada mais do que um árbitro


assistente de futebol, que analisa as decisões tomadas pelo árbitro
principal com a utilização de imagens de vídeo e de uns
auscultadores para a comunicação. A utilização ao vivo do sistema
VAR começou em agosto de 2016 na United Soccer League,
quando num jogo entre duas equipas americanas o árbitro presente
assinalou duas faltas, sem cartão atribuído, mas depois de alguns
instantes, o VAR entrou em ação e o árbitro teve de analisar através
deste, atribuindo um cartão vermelho e um amarelo,
respetivamente. O VAR foi introduzido nas restantes ligas nos anos
seguintes.

O objetivo do VAR é melhorar o jogo, mas há quem diga que


devia ser: melhorar o jogo, não o prejudicando, sendo que este
já chegou a prejudicar jogos e eu acho que há várias razões
para isso, as quais mencionarei mais á frente. Esta tecnologia
não visa obter 100% de rigor e precisão em todas as decisões
dos árbitros por esses relvados fora (primeiro princípio que o
International Football Association Board (IFAB) pretendeu
assegurar), pois entende que destruiria o fluxo essencial de
emoções necessariamente vividas numa partida de futebol.
Existem quatro momentos específicos em que o VAR deve ser
utilizado: golos (se existiu irregularidade e se deve ser
atribuído), penálti (se deve ser atribuído e, em caso
afirmativo, se corretamente assinalado), expulsões (garantir
que os vermelhos foram corretos) e erro na identificação do
jogador a sancionar (assegurar qual o jogador que deve ser,
efetivamente, sancionado). Já é o caso de inúmeras situações
em que o VAR não é utilizado corretamente da forma que era
suposto ser. Essa forma correta seria aplicada com o árbitro
presente, de acordo com os princípios 5 e 7 do procedimento:
apenas o árbitro deve pedir a intervenção do VAR e a decisão
final cabe-lhe sempre. Parece que a intervenção do VAR é
intencionalmente limitada: apenas recomenda ao árbitro que
pare em determinada situação para poderem rever. Ora, isto
criará, a priori, um problema de interpretação: os árbitros não
podem nem devem analisar de forma idêntica no futebol. Em
Itália, por exemplo, o árbitro toma uma decisão e, em caso de
dúvida, manda parar o jogo para se deslocar a um monitor no
relvado para ele próprio retirar as suas conclusões. Ou seja, a
mesma pessoa toma e revê a sua decisão. Não seria mais
seguro desta forma?

Primeiramente, eu acho que é um problema cultural


porque já houve muitas situações que o VAR foi utilizado,
mas prejudicou o jogo, por motivos de insegurança ou de
desentendimento, entrando aí a parte da cultura dos
indivíduos responsáveis pela tecnologia e do árbitro presente
em campo (as opiniões diferentes devido a uma maior
preferência num clube ou jogador entre o grupo influencia as
decisões finais, podendo mudar o percurso do jogo). Ora
obviamente que essas situações não respeitam o objetivo do
vídeo-árbitro e aí entra depois as polémicas. Um exemplo
muito simples é a questão: “mão na bola ou bola na mão?”,
em que levanta muitas questões em relação ao que conta
como falta ou se conta como falta e aí temos que analisar o
que se passa não só com o jogador principal da ação, mas
também ao redor deste, se mais alguém interferiu na jogada
ou mesmo um fora-de-jogo não identificado mas presente
anteriormente.

Seguidamente, não acho correta a quantidade de tempo


perdido em cada jogo devido ao uso do VAR. Os que
defendem o processo recorrem a estudos que apontam para
uma média de dez, 11 segundos para uma decisão. À partida,
11 segundos não parece possível, tendo em conta que nenhum
momento duvidoso na atualidade no futebol demora assim
tanto pouco tempo e se nós normalmente precisamos de ver
três ou quatro repetições, às vezes mais, para chegarmos à
certeza do lance- e mesmo admitindo que os árbitros tenham
olhos mais bem treinados -a decisão demorará sempre bem
mais do que 11 segundos. Juntemos a isso a câmara lenta e o
puxar da imagem para trás e está feito o problema. Um bom
exemplo disso é o jogo que decorreu no mundial de 2022
entre o Japão e a Espanha, que garantiu a passagem do
Japão para os oitavos de final. Nesse jogo, o último golo foi
realizado pelo Japão e houve muitos problemas a cerca dele,
pois supostamente a bola parecia fora aos olhos de todas as
pessoas presentes, mas o VAR dizia o contrário, que o golo
era válido. A intervenção até foi boa, pois o árbitro disse que
estava fora e o VAR corrigiu-o positivamente, o problema é
que isso tudo demorou mais de 3 minutos e ainda se
adicionou mais um minuto devido às explicações feitas aos
jogadores em campo. As desvantagens que o VAR apresenta
têm um peso maior do que as vantagens para o futebol pois
este desporto, ao contrário do basquete, do futebol americano
e até mesmo do rugby (se quisermos um exemplo do
desporto europeu), deve ser um jogo contínuo com o mínimo
de pausas possíveis para garantir a dinâmica e a beleza do
jogo de futebol que cativa muitos espectadores.

Concluindo, apesar da introdução do vídeo-árbitro no futebol


ter sido revolucionária e de ter trazido vantagens, este prejudica
bastante o desporto e o problema que afeta o futebol é meramente
cultural e não tecnológico, trazendo desvantagens e polémicas
desnecessárias.
Web grafia

https://www.record.pt/opiniao/qual-e-o-problema/detalhe/
20171102_2330_video-arbitro

https://maisfutebol.iol.pt/desce/opiniao/ha-um-problema-que-o-video-arbitro-
nunca-resolvera

https://www.cmjornal.pt/desporto/futebol/detalhe/todas-as-perguntas-sobre-o-
video-arbitro

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