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O Circo Místico
Chico Buarque
“Não
Não sei se é um truque banal
Se um invisível cordão
Sustenta a vida real”
Ao que consta, já estava marcada uma “sessão itinerante” do pleno do STJD - Superior
Tribunal de Justiça Desportiva, na Escola Superior da Advocacia da OAB do Ceará, dentro
de um evento designado como Workshop Direto Desportivo - ENAJD, realizado pela
Escola Superior de Direito Desportivo.
Nessa partida o quarteto de arbitragem a Ponte Preta marcou um gol, a favor da Ponte
Preta, aos 44 minutos do segundo tempo, com TRÊS jogadores em posição de
impedimento, um gol visivelmente irregular. Após a omissão do assistente de
arbitragem responsável pela jogada o arbitro da partida validou o gol.
A pergunta que não quer calar é: o VAR nada mais é que uma INTERFERÊNCIA
EXTERNA??
O árbitro não errou (no caso, ele voltou atrás acertadamente, fazendo justiça, ao anular
um gol gritantemente ilegal), portanto ele teria errado caso tivesse validado a sua
primeira decisão. Ao voltar atrás ele acertou e fez justiça.
Ademais, se ele cometeu algum erro, a Aparecidense não pode ser penalizada. Para que
isso ocorresse, tecnicamente, haveria necessidade de constar nos autos provas pré-
constituídas, delimitando claramente qual a conduta e qual a infração cometida pela
Aparecidense.
O que pode estar prestes a ocorrer é que a Aparecidense, que venceu o jogo dentro de
campo, está sendo gravemente penalizada. Qual a infração que a Aparecidense
comprovadamente cometeu a não ser vencer o jogo, dentro das regras do futebol?
O Tribunal Pleno do STJD é composto por 09 (nove) Auditores que julgam os processos
através de seus votos. Regimentalmente o colegiado pode funcionar normalmente a
partir de sua maioria simples, ou seja, está apto a julgar desde que conte com pelo
menos 05 (cinco) Auditores presentes na sessão.
O Tribunal Pleno do STJD tem atribuições específicas e bem delimitadas, o que, por si
só, requer certo conhecimento específico e normas prévias autorizativas para exercer
esse tipo de jurisdição. Também há regras específicas para a escolhas de Auditores do
Pleno do STJD.
Um dos Auditores titulares, que havia participado de uma parte da sessão, saiu do
julgamento, restando oito Auditores durante a sessão, entre eles dois que foram
nomeados na hora entre os presentes, um deles suplente de CD.
Quando o colegiado atua com numero par de Auditores e houver empate nas votações,
regimentalmente, o voto do Presidente da sessão é contado em dobro. Foi o que
ocorreu. A votação ficou 4 X 4 (depois de estar 4 X 0 em favor da Aparecidense) e o voto
de minerva do Presidente da sessão funcionou desempatando o julgamento.
É claro que o voto dos dois Auditores improvisados foram determinantes para o
resultado perpetrado.
Assim, o tribunal precário resolveu PUNIR a Aparecidense, que nada mais fez que vencer
o jogo dentro de campo e dentro das regras do futebol.
É lamentável que decisões sobre resultado de partidas de futebol sejam alterados por
decisões de Tribunais (VERDADEIRA INTERFERÊNCIA EXTERNA), ainda mais através de
uma decisão esdrúxula e inédita, podendo abrir um precedente perigosíssimo para o
futuro do futebol brasileiro.
A PONTE PRETA, que é o time mais antigo do estado de São Paulo e o segundo
clube mais antigo do Brasil, PARTIU-SE e apequenou-se. Saber perder é uma
grande vitória!