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AO JUIZO DE DIREITO DO TERMO JUDICIÁRIO DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR

manifesta desinteresse na audiência de


conciliação, nos termos do art. 334, § 5º do
CPC

MARIA EUNICE ALVES MENDES, brasileira, solteira, portadora da cédula


de identidade nº 000098810998-0 e inscrito no CPF nº 861.377.353-20, residente e
domiciliada no Endereço, Rua do Campo, 0 Vila Diomedes – J.Camara, CEP: 65110-000, São
José de Ribamar-MA- MA, parte assistida pelo NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS DO
IESF, com escritório profissional situado na Avenida 14, quadra 02, nº18, Maiobão – Paço do
Lumiar/MA, CEP.: 65.130-000, e-mail: secretaria.npj@iesfma.com.br, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fundamentos no artigo 319 do Código de processo Civil, propor
a presente

AÇÃO DE REFATURAMENTE DE FATURA DE ÁGUA C/C DANOS MORAIS COM


PEDIDO LIMINAR

Em face da BRK AMBIENTAL-MARANHÃO S.A, pessoa jurídica, com CNPJ de


nº 21480265/0001-04, com sede na Endereço, Avenida 09, Qd-76, nº 15-Maiobão, Paço do Lumiar-
MA, CEP: 65137-000, pelas razões de fato e de direito a seguir apresentados.

1- DOS REQUERIMENTOS INICIAIS

a) Dos honorários por apreciação equitativa

Ab inito, em caso de procedência dos pedidos da inicial, se em sentença Vossa


Excelência não fixar os honorários advocatícios em 20% (vinte por cento) sobre o valor da
causa, mas sim sobre o valor da condenação e se por ventura este for irrisório, requer-se seja
fixado honorários de forma equitativa, observando a Tabela de Honorários da Seccional
OAB/MA.

Com a maestria que lhe é peculiar lesionar Theodoro Jr:

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF


NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA DO IESF (NPJ IESF)
Av. 14, Qd. 02, Lote 18, Prédio Anexo, Maiobão, em Paço do Lumiar – MA
CEP: 65.130-000 FONE: (98) 3274-3204 / 992120551

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“Deixarão de ser aplicados os limites em questão (máximos e mínimos)
quando a causa for de valor inestimável, muito baixo, ou quando for irrisório
o proveito econômico (art. 85, § 8º). Apenas nessas hipóteses, o juiz fixará os
honorários por apreciação equitativa, observando os critérios estabelecidos no
§ 2º do art. 85. Isso se dará para evitar o aviltamento da verba honorária.” (Jr.,
THEODORO, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Vol. I, 60ª
edição – Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 329)”

Cumpre destacar que, com a entrada em vigor da Lei 14.365/22 que alterou o CPC,
nos seguintes termos:

“Art. 85.

§ 6º-A. Quando o valor da condenação ou do proveito econômico obtido ou o


valor atualizado da causa for líquido ou liquidável, para fins de fixação dos
honorários advocatícios, nos termos dos §§ 2º e 3º, é proibida a apreciação
equitativa, salvo nas hipóteses expressamente previstas no § 8º deste
artigo.

8º-A. Na hipótese do § 8º deste artigo, para fins de fixação equitativa de


honorários sucumbenciais, o juiz deverá observar os valores
recomendados pelo Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do
Brasil a título de honorários advocatícios ou o limite mínimo de 10% (dez
por cento) estabelecido no § 2º deste artigo, aplicando-se o que for maior”.

Nesse sentido, acolhendo a alteração legislativa, a jurisprudência já vem


observando aos valores recomendados pelo Conselho Seccional da OAB:

“Na fixação dos honorários por apreciação equitativa, o juiz deve


observar os valores recomendados pelo Conselho Seccional da OAB
“3. De acordo com o art. 85, § 8ª-A, recentemente incluído pela Lei
14.365/2022, na fixação equitativa de honorários, o Juízo singular deve
observar os valores recomendados pelo Conselho Seccional da Ordem
dos Advogados do Brasil ou o limite mínimo de 10% (dez por cento)
estabelecido no § 2º deste artigo, aplicando-se o que for maior. 4. A

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tabela de honorários da OAB/DF prevê, como valor mínimo dos
honorários em ações de jurisdição contenciosa em geral, o montante
equivalente a 25 unidades referenciais de honorários (URH). 4.1. Na
data do proferimento da sentença apelada, em janeiro de 2023, o valor
da URH era de R$ 365,74 (trezentos e sessenta e cinco reais e setenta e
quatro centavos) que, multiplicado por 25 (vinte e cinco) alcança o
montante de R$ 9.143,50 (nove mil cento e quarenta e três reais e
cinquenta centavos).” Acórdão 1700058, 07252107120228070001,
Relator: ALVARO CIARLINI, 2ª Turma Cível, data de julgamento:
10/5/2023, publicado no DJE: 7/6/2023.”

In casu, a presente ação, trata-se de procedimento ordinário comum cível, cujo valor
mínimo a ser fixado é o valor de R$ 4.830,00 (quatro mil reais e oitocentos e trinta reais),
retirado da tabela de honorários da OAB da Seccional Maranhão:

https://www.oabma.org.br/servicos/tabela-de-honorarios

Dessa forma, requer-se que este nobre julgador, observe a alteração legislativa aqui
destacada, bem como o entendimento jurisprudência na fixação de honorários advocatícios
sucumbências.

b) Justiça gratuita

Inicialmente a parte autora declara ser pessoa pobre na forma da lei, e solicita nos
termos do art. 98 e seguintes do NCPC, a concessão do Benefício da Justiça Gratuita, pois não
tem condições de arcar com os custos de um processo judicial sem prejudicar seu próprio
sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência em anexo.

A propósito, o TJ/MA possui firme entendimento que Lei nº 1.060/1950 confere o


benefício da justiça gratuita mediante simples afirmação da parte de que não está em condições

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de arcar com as custas do processo e honorários de advogado, sem prejuízo da própria
manutenção ou de sua família.

Este mesmo Tribunal de Justiça, em outra oportunidade já julgou pelo deferimento


de justiça gratuita a desembargadora que compõe os quadros desta corte, cujo vencimentos
superam a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), mediante simples afirmação da parte de que não está
em condições de arcar com as custas do processo e honorários de advogado, sem prejuízo da
própria manutenção ou de sua família, in verbis:

PROCESSO CIVIL – APELAÇÃO CÍVEL – IMPUGNAÇÃO AO


PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA –
DECLARAÇÃO UNILATERAL DE POBREZA – MAGISTRADO –
POSSIBILIDADE. I- A Lei nº 1.060/1950 confere o benefício da justiça
gratuita mediante simples afirmação da parte de que não está em
condições de arcar com as custas do processo e honorários de advogado,
sem prejuízo da própria manutenção ou de sua família. II – Não se
revela fundadas razões para se indeferir o pedido de justiça gratuita sob
o fundamento de ser a parte magistrada na medida em que, ainda, sim,
obriga-la a arcar com as custas e despesas processuais poderia
prejudicar o seu sustento de sua própria família já que, conforme é
notório, não se pode simplesmente afirmar que o salário de magistrado
que percebe a apelada é suficiente para a manutenção da família sem
avaliar as reais condições em que vive. III – Apelo improvido. Maioria.
Alega o ora recorrente, nas razões do especial, que o aresto recorrido
violou o art. 4º, § 1º, da Lei n. 1.060/50, tendo em vista que a ora
recorrida ocupa o cargo de Desembargadora do Tribunal de Justiça do
Estado do Maranhão, circunstância que, por si só, é mais que suficiente
para afastar a presunção relativa de pobreza.

Destaca-se ainda que, contra o acórdão deste julgado o Estado do Maranhão


interpôs Resp em que a decisão foi mantida em sua integralidade pelo STJ:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA. MAGISTRADO. DECLARAÇÃO
UNILATERAL DE POBREZA. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO
PROBATÓRIA DOS AUTOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 7
DESTA CORTE SUPERIOR.
1. O Tribunal de origem entendeu por ser verdade que a presunção
de pobreza é relativa e admite prova em contrário. Contudo, asseverou
que a mera alegação de que a recorrida exerce o cargo de
Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão não é
motivo suficiente para descaracterizar a concessão do benefício da
assistência judiciária gratuita, porque o fato de os vencimentos do

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cargo

serem altos não significa que a parte tenha padrão de vida efetivo que
lhe autorize a suportar despesas processuais.

2. Alega o ora recorrente, nas razões do especial, o exercício do


referido cargo é mais do que suficiente para afastar a presunção relativa
de pobreza, devendo ser afastada o benefício da assistência judiciária
gratuita.

3. É ônus daquele que impugna a concessão do benefício da


assistência judiciária gratuita demonstrar – e não meramente alegar – a
suficiência financeira-econômica do beneficiário. Na espécie, o Estado-
membro não demonstrou o desacerto na concessão da AJG, tendo
apenas impugnado o deferimento com base no vencimento da parte
favorecida.

4. Acatar a alegação de que a recorrente possui recursos


financeiros para custear advogado próprio, ensejaria o reexame de
matéria fático-probatória, o que é vedado em sede de recurso especial,
em virtude do enunciado da Súmula n. 7/STJ.

5. Recurso especial não conhecido.

(STJ – REsp 1233077/MA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL


MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/05/2011, DJe
09/05/2011).

Reforçando do entendimento, no Agravo de Instrumento nº 0801241-


20.2023.8.10.0000, a Excelentíssima Relatora Desembargadora Nelma Celeste Souza Silva
Sarney Costa, reforçou o entendimento do TJ/MA, conforme decisão de 26/02/2023,
transcrita:

“O caso gira em torno do indeferimento de gratuidade de justiça


requerido pela Agravante na ação originária.

Urge inicialmente frisar que a Lei nº 1.060/1950 que dispõe sobre a


concessão do benefício da gratuidade de justiça, foi recepcionada pela
Constituição da República Federativa do Brasil vigente.

É cediço que existe presunção relativa militando a favor daquele que


pede a concessão do benefício de justiça gratuita. Ademais, é uníssono
o entendimento de que não é condição imprescindível para a concessão
do benefício em comento a situação de miserabilidade do requerente.

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Assim, o benefício da assistência judiciária gratuita será concedido aos
que preencham os requisitos legais, com fulcro no art. 5º, inciso LXXIV
da CF/88 e na Lei nº 1.060/50, Lei de Assistência Jurídica.

O STJ pacificou o posicionamento de que, nos termos do § 1º do artigo


4º da Lei nº 1.060/1950, o postulante da assistência judiciária gratuita,
por meio de simples declaração de hipossuficiência, faz jus, em tese, à
concessão do benefício, porquanto sua declaração possui presunção
juris tantum de veracidade:

AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE POBREZA.
PRESUNÇÃO RELATIVA. RENDA DO REQUERENTE.
PATAMAR DE DEZ SALÁRIOS MÍNIMOS. CRITÉRIO
SUBJETIVO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO QUE
DISPÕEM OS ARTS. 4º E 5º DA LEI N. 1.060/50. AFASTAMENTO
DA SÚMULA 7/STJ. RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM. 1. A
assistência judiciária gratuita pode ser requerida a qualquer tempo,
desde que o requerente afirme não possuir condições de arcar com as
despesas processuais sem que isso implique prejuízo de seu sustento ou
de sua família. 2. A declaração de pobreza, com o intuito de obter os
benefícios da justiça gratuita, goza de presunção relativa, admitindo
prova em contrário. 3. Na hipótese, o Tribunal de origem decidiu pela
concessão do benefício, com base no fundamento de que sua renda
mensal é inferior a 10 (dez) salários-mínimos, critério esse subjetivo e
que não encontra amparo nos artigos 2º, 4º e 5º da Lei nº 1.060/50, que,
dentre outros, regulam o referido benefício. 4. "Para o indeferimento da
gratuidade de justiça, conforme disposto no artigo 5º da Lei n. 1.060/50,
o magistrado, ao analisar o pedido, perquirirá sobre as reais condições
econômico-financeiras do requerente, podendo solicitar que comprove
nos autos que não pode arcar com as despesas processuais e com os
honorários de sucumbência. Isso porque, a fundamentação para a
desconstituição da presunção estabelecida pela lei de gratuidade de
justiça exige perquirir, in concreto, a atual situação financeira do
requerente" (REsp 1.196.941/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe
23/3/2011). 5.Agravo regimental não provido.(STJ. AgRg no AREsp
250239 / SC. Rel. Ministro CASTRO MEIRA T2 - SEGUNDA
TURMA DJe 26/04/2013)

Do contexto dos autos, verifica-se que a parte agravante, de acordo com


a disposição legal, declarou ser hipossuficiente, não tendo condições
financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo próprio e
de sua família.

Ademais, nos termos do art. 99, §§2º e 3º, do CPC vigente, a alegação
de hipossuficiência de pessoa física é presumida, só se justificando o
indeferimento de gratuidade da justiça diante de elementos de prova em
sentido contrário.

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Pelo exposto, diante da relevância da fundamentação e do risco de dano
ao agravante, concedo a liminar e defiro a gratuidade da justiça como
requerida.”

No mais, trata-se de parte assistida por este Núcleo de Práticas Jurídicas, o que
reforça a sua hipossuficiência financeiras, nos mesmo moldes da Defensoria Pública Estadual.

c) Desinteresse na audiência de conciliação

Nos termos do art. 334, § 5º, a parte autora manifesta seu desinteresse pela audiência
de conciliação, sem prejuízo que a qualquer momento do processo as partes podem celebrar
acordo, conferindo a homologação por este juízo.

Em remota hipótese de Vossa Excelência entender por designar audiência


conciliatória, requer a parte autora que, a requerida seja intimada para manifestar se
concorda ou não com a audiência, em caso negativo ou de inércia seja a eventual audiência
retirada da pauta, seguindo o processo com citação para que seja apresentada contestação
sob pena de revelia.

d) Das publicações/intimações

Nos termos do art. 272, § 5º do Código de Processo Civil, requer que todas as
publicações e intimações dos atos processuais sejam feitas com expressa indicação em nome
da advogada Dra. PATRÍCIA AZEVEDO SIMOES, OAB-MA 11.647, sob pena de nulidade.

e) Do prazo em Dobro
A propósito, a partir da entrada em vigor do art. 186, § 3º, do CPC/2015, a
prerrogativa de prazo em dobro para as manifestações processuais também se aplica aos
escritórios de prática jurídica de instituições privadas de ensino superior (Resp 1.986.064 – RS).

Por se tratar de Núcleo de Prática Jurídica do IESF, requer seja observado a


prerrogativa do prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, nos termos
do art. 186, § 3º, do Código de Processo Civil.

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2 – DOS FATOS

Inicialmente, cumpre enfatizar que, a Requerente, tem contrato de prestação de serviço


com a empresa Requerida, na qual a empresa se compromete a entregar os serviços de saneamento, e
a Requerente, com a contraprestação pecuniária.

Destaca-se que, em média, os valores referentes à prestação de serviços giravam em


torno de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais), levando em consideração
que o consumo da Requerente é moderado.

Ocorre, Exª., que por motivos injustificados, a empresa Requerida elevou o valor da
fatura do mês de julho/2023 aumentando significativamente, causando-lhe grandes danos no
orçamento financeiro da Demandante.

Ato contínuo, a consumidora buscou auxílio junto ao Programa de Proteção e Defesa do


Consumidor – PROCON, conforme protocolo de atendimento de nº 23.07.0171.006.00017-301 (Doc.
em anexo), pois, estava havendo abusividade na cobrança por parte da prestadora de serviços.

Para melhor esclarecimentos do que acima foi exposto, nada melhor do que apresar a
planilha de evolução de débitos. Vejamos a fatura do mês de dezembro/2022 e os últimos quatro
meses de 2023:

MÊS ANO VALOR


DEZEMBRO 2022 R$ 163,21
ABRIL 2023 R$ 106, 65
MAIO 2023 R$ 173,16
JUNHO 2023 R$ 347,26
JULHO 2023 R$ 1.239,46
TOTAL: R$ 1.923,09

Conforme se observa, Exª. a Requerida não tem um parâmetro para cobrança dos
serviços prestados, nota-se, portanto, uma clara desproporcionalidade e elevação dos valores,
trazendo transtornos e insegurança para a Requerente.

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Vale ressaltar que a assistida é boa pagadora e com reputação ilibada perante a
coletividade, informa ainda que, se sente lesada, recorreu a este Núcleo, com o fito de não perder o
objeto da reclamação e solicitando esclarecimentos acerca de seus direitos.
Portanto, diante de total desídia por parte da empresa Requerida, não tendo outra saída,
a Requerente, socorre-se a este Poder Judiciário em busca de amparos legais para solução desta lide.

III - DO DIREITO
A) DA RELAÇÃO DE CONSUMO

Após penetrar-se ao quadro fático, faz-se imperioso pontuar, nesta oportunidade, a razão
de se trazer à baila jurídica a mais que vistosa relação de consumo que se afigurara no desencadear
do objeto da demanda.

Ab initio, é cabal a certeza quanto à aplicabilidade das regras do Código de Defesa do


Consumidor, Lei 8.078/90, doravante alcunhada de CDC, aos fatos acima elencados, por envolverem,
indiscutivelmente, relações de consumo, conforme denotam expressamente os art. 2º e 3º da
legislação consumerista.

Por investir-se da roupagem de fornecedora de serviços, ofertando serviços de


saneamento à consumidora ora Requerente, não há dúvidas que a relação de consumo está,
indubitavelmente, provada, portanto, não óbice quanto à aplicação do CDC.

B) DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR

Em perfeita sintonia com o nosso cotidiano, o texto legal em apreço (CDC) imbrica
que o consumidor merece tratamento compatível com a sua condição de elo mais frágil nas relações
de consumo.

Na hipótese sub judice, o ditame ganha altíssima relevância, porquanto está a


cuidar de cobranças abusivas, praticado sem informações adequadas e contra consumidora
hipossuficiente.

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Com efeito, para assentarmos adequadamente o tema, nada melhor do que as
rememorar as palavras de Cláudia Lima Marques:
(...) no caso dos contratos, o problema é o desequilíbrio flagrante de forças dos
contratantes. Uma das partes é vulnerável (art. 4º, I), é o polo mais fraco da relação
contratual, pois não pode discutir o conteúdo do contrato: mesmo que saiba que
determinada cláusula é abusiva, só tem uma opção, ‘pegar ou largar’, isto é, aceitar
o contrato nas condições que lhe oferece o fornecedor ou não aceitar e procurar outro
fornecedor. Sua situação é estruturalmente e faticamente diferente da do profissional
que oferece o contrato. Este desequilíbrio de forças entre os contratantes é a
justificação para um tratamento desequilibrado e desigual dos co-contratantes,
protegendo o direito aquele que está na posição mais fraca, o vulnerável, o que é
desigual fática e juridicamente. (Contratos no Código de Defesa do Consumidor.
6 ed. São Paulo: RT, 2011, p. 321).

No caso em testilha, a Ré comente prática que atenta contra os princípios norteadores


da legislação consumerista, aplicando expediente que não forneceu informações claras e precisas a
consumidora Requerente.

Além disso, está realizando cobrança abusiva, aproveitando-se da ignorância da


consumidora, adotando prática que vai contra a boa-fé, princípio norteador nas relações de contratos.

IV - DA FLAGRANTE VILOALAÇÃO DA BOA-FÉ

De saída, anota-se que a boa-fé é abraçada como pedra fundamental do contratualismo


civil na codificação de 2002 (CC/2002, art. 422), já que é, no Direito do Consumidor, segundo
autorizada dicção de CLAUDIA LIMA MARQUES, “o princípio máximo orientador do CDC”.2

À evidência, não pode ser tomada por prática comercial de boa-fé aquela que,
ardilosamente marcada sob o título de firmar negócios jurídicos com consumidores hipossuficientes,
sufraga lhe informações insuficientes sobre quais serviços estão sendo cobrados.

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Assim atuando, as empresas atentam contra os princípios preconizados e
ambicionados pela legislação: a boa-fé, que, no CDC, é o princípio orientador das condutas
sociais, estreitamente ligado ao princípio da razoabilidade, deles se deduzindo o comportamento
em que as partes se devem pautar.

Nesta mesma senda, cumpre rememorar o entendimento da grande jurista Cláudia


Lima Marques que define Boa-Fé com:
Uma atuação “refletida”, uma atuação refletindo, pensando no outro, no parceiro
contratual, respeitando, respeitando seus interesses legítimos, seus direitos,
respeitando os fins do contrato, agindo com lealdade, sem abuso da posição
contratual, sem causar lesão ou desvantagem excessiva, com cuidado com a pessoa
e o patrimônio do parceiro contratual, cooperando para atingir o bom fim das
obrigações, isto é, o cumprimento do objetivo contratual e a realização dos interesses
legítimos de ambos os parceiros. Trata-se de uma boa-fé objetiva, um paradigma de
conduta leal, e não apenas da boa-fé subjetiva, conhecida regra de conduta subjetiva
do artigo 1444 do CCB. Boa-fé objetiva é um standard de comportamento leal, com
base na confiança, despertando na outra parte co-contratante, respeitando suas
expectativas legítimas e contribuindo para a segurança das relações negociais. p. 79.

Diante desse fato, a flagrante violação da confiança depositada ganha ainda mais
relevância, vez que configura ato abusivo ante a hipossuficiência alheia, ferindo o âmago da
legislação consumerista, especificamente o inciso IV, artigo 39°:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas
abusivas:
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua
idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou
serviços;

A conduta também é vedada por outro mandamento normativo:


Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar
informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de

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validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à
saúde e segurança dos consumidores.

Nesse sentido, cabe destacar que em nenhum momento a Requerida teve a


preocupação de informar o motivo pela qual o valor teria aumentado excessivamente, pelo contrário,
a todo tempo se manteve inerte quanto ao dever de informação.

Portanto, não resta dúvida quanto a abusividade da cobrança, uma vez que o valor foi
cobrado destoam da realidade de consumo da Requerente.

V - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O Código de Defesa do Consumidor trouxe diversos institutos que regulam as relações


de consumo. Estes institutos tornaram-se necessários devido ao grande desenvolvimento econômico
do país e os consequentes conflitos na relação de consumo atrelados ao mesmo.

Em seu Art. 6º, VIII o CDC traz um dispositivo legal e específico que facilita a defesa
do consumidor em juízo, o ônus da prova;

O ônus da prova visa à preservação do princípio da igualdade, garantindo equilíbrio


entre as relações de consumo, haja vista, o consumidor ser a parte hipossuficiente da mesma; sendo,
assim de grande relevância nos tempos atuais, de modo que, como visto, há muita divergência nas
relações consumeristas.

Assim sendo, de conhecimento geral que a questão das provas é fundamental em nosso
sistema processual, porque é ela quem vai confirmar a verdade dos fatos afirmados pelas partes,
servindo, também, como fundamento da pretensão jurídica.

Desse modo, nas relações jericas consumeristas, em decorrência na vulnerabilidade e


hipossuficiência do consumidor, frente à capacidade técnica e econômica do fornecedor, o ônus da
prova cabe ao réu, a fim de equilibrar essa modalidade de relação no plano jurídico.

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De encontro ao exposto, a inversão do ônus da prova ocorre com o desígnio de facilitar
a defesa dos direitos do consumidor e, por via reflexa, garantir a efetividade dos direitos do indivíduo
e da coletividade na forma dos artigos 5, inciso XXXII e 170, inciso IV, ambos da Lei Suprema de
1988.

VI - DA CONFIGURAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL

No caso em tela, já agasalhada pela certeza de que a relação existente entre as partes
tem cunho consumerista, de tal importe, sob a ótica objetiva, assim arraigada à luz do CDC, tal
demandada responde objetivamente pelos danos por si causados ao consumidor, em face da ausência
de cautela, pela incidência de suas condutas antijurídicas, pela prática abusiva na prestação do serviço,
mais conhecida como “cobrança abusiva”.

A Requerida, por ocasionar falha na prestação de seu serviço, deixando a consumidora


insatisfeita e se sentindo lesada por prática ilegal, compilando a Autora a pagar valor que destoam da
realidade, causando-lhe total transtorno.

Antes de esgotar o campo da responsabilidade objetiva e dos danos morais implicados,


o CDC, em seu valoroso artigo 6º, solta rajada para alavancar esses direitos básicos do consumidor,
in verbis:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
I - I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas
no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção
ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a

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alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;

Dito assim, reitere-se estamos diante da ausência de cautela caracterizadora de conduta


antijurídica por parte da Requerida, que viola os direitos da Requerente, causando-lhe grandes
transtornos na sua vida e organização financeira.

Ora, o sentimento de impotência gerado pela situação enseja, por si só, a necessária
reparação moral.

Ora, a cobrança indevida gera sentimento absolutamente contrário aos fins almejados
pela sociedade, maculando a credibilidade que o consumidor deposita nos prestadores de serviços.

Portanto, nesse sentido, entendendo que a reparação do dano moral não mais deve ser
questionada, o mestre Wilson Melo da Silva ensina, em sua obra "O Dano Moral e Sua Reparação",
pág. 406, que:
A mais moderna e mais perfeita doutrina estabelece como regra a reparação do dano
moral. Dois são os modos por que é possível obter-se a reparação civil: a restituição
das coisas ao estado anterior, e a reparação pecuniária quando o direito lesado seja
de natureza não-reintegrável. E a ofensa causada por um dano moral não é suscetível
de reparação no primeiro sentido, mas o é no de reparação pecuniária.

No que concerne à quantificação dos danos morais, Rizzato Nunes (in Curso de
direito do consumidor. 1a. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 314), adverte que deve ser levado em
consideração a capacidade econômica daquele que comete ato ilícito, conforme se vê da transcrição
abaixo:
a) A situação econômica do ofensor.
b) b) O ofensor: Evidente que quanto mais poder econômico tiver o ofensor, menos
ele sentirá o efeito da indenização que terá de pagar. E, claro, se for o contrário,
isto é, se o ofensor não tiver poder econômico algum, o quantum indenizatório
será até mesmo inexequível (o que não significa que não se deve fixá-lo). De
modo que é importante lançar um olhar sobre a capacidade econômica do

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responsável pelo dano. Quanto mais poderoso ele for, mais se justifica a elevação
da quantia a ser fixada. Sendo que o inverso é verdadeiro.

Ressalta, ainda, o doutrinador supracitado (ob. cit. p. 315) que os critérios de


fixação do quantum indenizatório do dano moral também devem ser ajustados na possibilidade de o
ofensor cometer novamente os mesmos injurídicos. Ou seja, a condenação pautada no aludido dano
possui caráter pedagógico e punitivo, com o intuito de os mesmos atos ilícitos não serem reiterados, in
verbis:
c) A capacidade e a possibilidade real e efetiva do ofensor voltar a ser
responsabilizado pelo mesmo fato danoso. Se o evento danoso for daqueles que
na relação com o produto e/ou serviço oferecido pelo responsável tiver boas
chances de voltar a ocorrer, isso deve ser motivo para o aumento do valor da
indenização. Daí importa saber se aquele mesmo produto ou serviço continuam
sendo oferecidos e se, em o sendo, o são nas mesmas condições que levaram ao
evento danoso, qual a quantidade efetiva da oferta etc. Assim, por exemplo, se
se trata de um profissional liberal que executa um único serviço de um modo que
não irá repetir-se, sua chance de voltar a causar dano será menor do que a daquele
prestador de serviço de massa que repete a operação milhares de vezes. A
potência é diferente não só pela quantidade da oferta, quando pelo número de
vítimas que cada um deles poderia gerar.

Ora, Ex.ª, diante de toda a narração fática, jurisprudencial e legal, a Requerente


pretende, nos termos do art. 292, V, do CPC, o valor total de R$10.000,00 (dez mil reais) como
reparação a título de danos morais.

VII - DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

O art. 300 do CPC assegura que: “A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.”.

Sob o pálio de uma cognição sumária, sorve-se firmemente o caso em tela, no qual
estão fincados os seguintes motivos.

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Há suporte jurídico para concessão do pleito embrionário, pois as provas
evidenciam a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, em
ordem que presentes nos documentos que instruem a inicial.

Sublinha-se que, pelos valores exorbitantes que estão sendo cobrados, a Requerente,
está em uma situação de dificuldade para cumprir com a obrigação, correndo o risco de ter o seu nome
inscrito nos cadastros de inadimplentes.

Como se vê, a notória desorganização da Requerente não pode servir de justificativa


para cobranças absurdas e ilegais, onerando-o excessivamente.

A probabilidade do direito salta aos olhos, analisados todos os relevantes argumentos


aqui expendidos – fáticos, legais, doutrinários e jurisprudenciais -, que conduzem à flagrante
abusividade da continuidade da cobrança.

No que cinge ao perigo de dano, configura-se pelo fato de que a Requerente está
correndo o risco de ter o seu nome inscrito nos cadastros de inadimples, vez que, por conta das
abusividades das cobranças, há uma grande dificuldade no cumprimento da obrigação.

De tal certeza, figura-se, in casu, os pressupostos exigidos pela lei civil para a
concessão da tutela de urgência.

Nesse sentido, há de ser deferida a tutela de urgência para suspender a cobrança


abusiva, e que o valor cobrado seja de acordo com a realidade de consumo da Requerente.

Não por outra razão, o Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 84, trata de forma
objetiva o tema ora em pauta:
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências
que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento.

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§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por
elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado
prático correspondente.

§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do
Código de Processo Civil).

§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de


ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, citado o réu. (destacamos).

Presentes, assim, os requisitos contidos no art. 300 do Código de Processo Civil


para a concessão da tutela de urgência antecipada, ladeado pelo imperativo do Art. 537 do CPC, a
pretensão deve ser concedida para medida reparatória de danos supervenientes à Requerente.

4 – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

a) os benefícios da gratuidade de justiça, com fulcro no art. 5º, LXXIV, da CF, bem
como o art.98 e ss, da Lei n. 13.105/2015 c/c a Lei n. 1.060/50;

b) concessão da tutela antecipada de urgência para que seja suspenso o débito de


R$ 1.239,46, referente a fatura de julho/2023, consequentemente, que a requerida se abstenha de
suspender o fornecimento de água em razão do mencionado débito;

c) citação da empresa requerida para se quiser apresentar defesa, sob pena de


revelia;

d) a inversão do ônus da prova, por se tratar de relação de consumo;

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e) condenação da empresa requerida ao pagamento de indenização por dano moral
no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) bem como realizar o refaturamento da fatura do mês
julho/2023 e condenada ao pagamento de honorários advocatícios no valor de 20% sobre o
valor da causa ou nos termos do art. 85, § 8-A do CPC, aplicando o que for maior;

j) todas as publicações e intimações dos atos processuais sejam feitas com


expressa indicação em nome da advogada Dra. PATRÍCIA AZEVEDO SIMÕES, OAB-MA
11.647, sob pena de nulidade;

m) por se tratar de Núcleo de Prática Jurídica do IESF, seja observado a


prerrogativa do prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, nos termos
do art. 186, § 3º, do Código de Processo Civil.

5 - PROVAS

Pretende provas os alegados por todos os meios de provas admitidas em direito,


bem como os documentos em anexo.

6 – VALOR DA CAUSA

Valor da causa de R$ 11.239,46 (onze mil e duzentos e trinta e nove reais e


quarenta e seis centavos)
Pede Deferimento

Paço do Lumiar, (data do sistema).

Drª Patricia Azevedo Simões


11.647 OAB/MA

Drº Gabriel Gomes Loila


24.749 OAB/MA

Drº Carlos Eduardo Pereira e Silva


16.926 OAB/MA

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Estagiária Layla Isabelle dos Santos Barros
RA 216388

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