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OBRAS DE TERRA
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AULA 02
Princípio do Controle de Fluxo
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Considerando o eixo de uma barragem, todo esforço deve ser concentrado no sentido de vedar ao
máximo a barragem e sua fundação a montante do eixo, introduzindo todos os sistemas
de vedação necessários; e por outro lado, todo o esforço deve ser concentrado em facilitar ao
máximo a saída da água a jusante do eixo, introduzindo todos os sistemas de drenagem na
barragem e na fundação que sejam necessários (CRUZ, 1996).
As soluções clássicas para uma barragem de terra incorporam os seguintes dispositivos
para a redução da vazão de percolação: construção de tapetes impermeabilizante a
montante (1); construção de revestimentos de proteção do talude de montante (2);
zoneamento do maciço, com núcleo constituído de material de baixa permeabilidade (3);
construção de trincheira de vedação (cut off) , escavada na fundação e preenchida com
material de baixa permeabilidade (4); construção de cortina de injeção (5).
Em termos de dispositivos de
drenagem, podem ser adotadas as
seguintes soluções: execução de filtros
verticais e inclinados (6); construção
de tapetes filtrantes (filtros
horizontais) (7); zoneamento do
maciço com material mais permeável
na zona de jusante (8); execução de
drenos verticais ou poços de alívio (9);
construção de enrocamento de pé (10).
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Qf
E 1
1
Qf0
0.8
0.6
Qf com trincheira
Qf0 vazão sem trincheira
E
0.4
0.2
0 E = eficiência
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 d = profundidade de penetração da
d/D trincheira
D = espessura do solo permeável
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Inconvenientes
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Cortina de Injeção Consiste em introduzir nos poros, fraturas e
descontinuidades do maciço terroso ou
rochoso de fundação de uma barragem
determinadas substâncias aglomerantes,
suscetíveis de endurecimento com o tempo,
normalmente com a finalidade de
impermeabilizar ou consolidar a zona injetada.
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A técnicas de injeção utiliza um equipamento rotativo
ou roto-percussivo, composto por um misturador, um
agitador, uma bomba e pelas tubulações para injeção a
diversas profundidades.
Para a injeção em rocha são realizados furos de
espaçados de 3 a 6 m, com diâmetro pequeno (35 a
75mm), injetados em comprimentos de 3 a 5m.
São utilizados dois métodos de injeção: durante a
perfuração do furo (na descendente) e após a
perfuração (na ascendente). O método durante a
perfuração é teoricamente melhor porque permite o
uso de pressões mais altas mas, na prática, o segundo é
mais usado por que evita a interrupção da perfuração
para a realização da injeção e vice-versa.
Nesta operação, busca-se dotar o maciço injetado de
coeficiente de permeabilidade médio inferior a 10-4
cm/s.
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No caso de injeções em solos são realizados furos espaçados de 1.5 a 2.5m, com diâmetro de 65 a
130mm. Nestes furos são colocados tubos soldados de PVC (1” a 1 ½”) com luvas de borracha para
evitar retorno, distanciadas de 33 a 50cm. A cavidade do furo/tubo é selada com suspensão de
bentonita e cimento injetada pela válvula de fundo. Durante a injeção as seções individuais são
isoladas com obturador duplo e as luvas de borracha se expandem sob pressão, permitindo a saída da
calda.
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Diafragmas plásticos e rígidos
Rígido = concreto
Os diafragmas plásticos apresentam vantagens de serem mais deformáveis que os diafragmas rígidos, que, por recalques
diferenciais, podem provocar fissuras ou trincas no contato aterro-topo da parede, pondo a perder a almejada
estanqueidade (é como se a parede rígida puncionasse a base do aterro). No entanto é possível dar um tratamento especial
ao aterro na região do contato, por exemplo, colocando argila mais plástica, compactada acima da umidade ótima para
evita os fissuramentos.
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A escavação do diafragma é feita com equipamento mecânico apropriado, até o substrato
impermeável, com uso de lama bentonítica, para manter a estabilidade das paredes da vala. A
ferramenta de escavação (Clam-Shell) é que dita as dimensões da vala, que é feitas em painéis.
http://revista.construcaomercado.com.br/guia/habitacao-financiamento-
imobiliario/131/artigo260059-1.asp
Fonte:
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É comum trabalhar com painéis de 80 cm de largura e 3 metros de comprimento alternadamente.
Tubos circulares removíveis delimitam um painel durante a execução. Pode-se também escavar os
painéis sequencialmente e instalar juntas de vedação entre os painéis.
B
Fonte:http://www.franki.com.br/parede_diafragma.html
D
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Tapetes “impermeáveis” de montante
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Princípio da Estabilidade
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As zonas externas ou espaldares da barragem devem ter características de resistência que garantam
a estabilidade dos taludes; e devem ser compatibilizadas com os materiais de fundação, para
garantir a estabilidade do conjunto barragem-fundação para as várias condições de carregamento
(CRUZ, 1996).
TALUDES PRELIMINARES
Tipo de Material Montante Jusante
2,5 (H) : 1,0 (V)
Solos Compactados 2,0 (H) : 1,0 (V)
3,0 (H) : 1,0 (V)
2,0 (H) : 1,0 (V) 2,0 (H) : 1,0 (V)
Solos Compactados Argilosos
3,0 (H) : 1,0 (V) 2,5 (H) : 1,0 (V)
Solos Compactados Siltosos 3,5 (H) : 1,0 (V) 3,0 (H) : 1,0 (V)
1,3 (H) : 1,0 (V) 1,3 (H) : 1,0 (V)
Enrocamentos
1,6 (H) : 1,0 (V) 1,6 (H) : 1,0 (V)
Taludes devem ter ângulos sempre menores que o ângulo de atrito do material!
Por exemplo: Enrocamentos -> φENR> 42º
Taludes:
1,4 : 1,0 -> 35º
1,5 : 1,0 -> 33º
1,6 : 1,0 -> 32º
1,7 : 1,0 -> 30º
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Taludes outras referências
(H) : (V)
Barragem de
enrocamento com 1,5:1 a 2:1
núcleo de terra
Barragem de
enrocamento com face 1,3:1 a 1,6:1
de concreto
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Espessura do Núcleo
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Espessura da Face de Concreto
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PROTEÇÃO DOS TALUDES
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Talude de Jusante - Drenagem Superficial
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Talude de Montante - Dimensionamento RIP-RAP
Altura Máxima da Diâmetro Médio - Espessura da
Onda (m) D50 (m) Camada (m)
0 – 0,6 0,25 0,3
0,6 – 1,2 0,3 0,46
1,2 – 1,8 0,38 0,61
1,8 – 2,4 0,46 0,76
2,4 – 3,0 0,53 0,91
D50: Diâmetro de 50% dos blocos de pedra do enrocamento
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Altura de Onda
Área da Hidrologia
Para estudos preliminares, pode-se estimar pela seguinte fórmula:
𝐹= flech (m)
𝑉10 = velocidade do vento a 10m de
altura sobre a água (m)
𝑔 = aceleração da gravidade (m/s2)
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Borda Livre
É a distancia entre o nível máximo do reservatório e o nível da crista.
Depende da altura das ondas (Hs) que podem chegar no talude de montante.
A altura da onda depende da direção e da velocidade dos ventos, e da extensão
do reservatório numa direção que faz um angulo a com a direção dos ventos
(fetch = 𝐹).
F
x cosa
i i
cosa i
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Folga Normal
Barragem de Terra: mínimo 3,0m
Barragem de Concreto: mínimo 1,5m
Folga Mínima
Barragem de Terra: mínimo 1,0m
Barragem de Concreto: mínimo 0,5m
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Princípio da Compatibilidade das Deformações
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A compressibilidade dos materiais das várias zonas da barragem e de sua fundação deve ser
compatibilizada ou transicionada por zonas adicionais de transição, a fim de reduzir os recalques
diferenciais e totais que venham a prejudicar o desempenho dos sistemas de drenagem e de
vedação, seja pela ocorrência de trincas (causadas por recalques diferenciais) que se tornem feições
de fluxo concentrado, seja pela inversão dos gradientes de fluxo nos sistemas de drenagem, devido
a recalque totais excessivos (CRUZ, 1996).
Caso Barragem Emborcação (GO/MG)
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Abertura de trinca a montante na região da estaca 9+50,0m (março/1982)
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Com o apoio de dados de instrumentação e análise de elementos finitos, demonstrou-se que
as redistribuições de tensões ocorreram dentro da barragem, levando a falhas localizadas e
deformações excessivas, que resultam em rachaduras abertas na transição da barragem perto
do topo.
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Fator de estabilidade para a inclinação a montante de reservatório cheio - superfície de
ruptura biplanar atravessando o núcleo.
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Alguns Aspectos Construtivos
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DESVIO DO RIO
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Para a construção de obras nos leitos dos rios, via de regra é necessário fazer o
desvio provisório do rio, no trecho de seu leito onde se pretende trabalhar, em
especial para a
O desvio tem a finalidade de realizar o manejo do rio, durante a construção do
aproveitamento, através de estruturas de controle, que devem ensecar, proteger
e garantir condições de trabalho na praça de construção da obra, de maneira
segura, dentro de riscos aceitáveis. construção de barragens.
As principais estruturas utilizadas no desvio de rios são: ensecadeiras; túneis;
canais; galerias; vertedouro com soleira rebaixada (etapas mais avançadas) e
circuito hidráulico de geração (mais comum em micro e pequenas
hidroelétricas)
Ensecadeiras
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São estruturas geralmente provisórias com a finalidade de fechar uma região do curso d’água, de forma a
deixar seca uma área onde serão executados os trabalhos no leito do rio.
Existem diversos tipos de ensecadeiras que podem ser utilizadas, variando com o tipo de material
utilizado, layout e método construtivo. Em geral são constituídas de material disponível no local da obra.
Alguns tipos são: enrocamento e terra (mais comuns); celulares; com cortina impermeável; ensecadeira
galgável; e ensecadeira incorporada.
Apesar das ensecadeiras terem basicamente a mesma função
de uma barragem, estas duas estruturas apresentam diferenças
entre elas, que podem ser explicadas pelo fato das ensecadeiras
terem uma vida útil menor, condições de construção e
operação das adversas. Apesar da função básica da ensecadeira
ser ensecar a praça de trabalho, um certo grau de infiltrações é
admissível e via de regra irá ocorrer. A água que infiltrar deve
ser bombeada para fora da praça de trabalho, sendo necessário
prever bombas para a execução desta tarefa.
Fonte:
https://www.oeco.org.br/
noticias/25619-belo-
monte-comecam-
primeiras-obras-de-
represamento/
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Fonte: https://pchbelavista.com.br/2020/06/16/rio-chopim-e-
desviado-para-finalizacao-de-barragem/
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https://www.sa
oludgero.sc.gov.
br/noticias/ver
/2017/04/const
rucao-da-
segunda-ponte-
entra-
oficialmente-
na-quarta-fase-
de-execucao
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Construção do Aterro
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Fonte: http://dynapac.blog/wp-content/uploads/2018/01/dynapac-2.png
ESCOLHA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO
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ESCAVAÇÃO, TRANSPORTE E ESPALHAMENTO
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COMPACTAÇÃO PROPRIAMENTE DITA
Equipamentos e parâmetros
adequados ao tipo de solo. Deve-se
fazer um número mínimo de passadas
com o equipamento de compactação
escolhido para produzir o valor
exigido de massa específica seca. Esse
número depende do tipo e da massa
do equipamento e da espessura da
camada de solo, normalmente, está
dentro do intervalo 3 a 12. Acima de
um determinado número de passadas,
não se obtém aumento significativo na
massa específica aparente seca. Em
geral, quanto mais espessa a camada
de solo, mais pesado é o equipamento
exigido para produzir o grau de
compactação adequado.
Fonte: MASSAD, 2003.
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Fonte: DE SOUZA RICARDO, Helio; CATALANI, Guilherme. Manual prático de escavação: terraplenagem e escavação de rocha. McGraw-Hill do Brasil, 1977.
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ESPECIFICAÇÕES DA COMPACTAÇÃO
∆𝑤 = 𝑤𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 − 𝑤𝑎𝑡
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Efeito da Compactação sobre as
Propriedades dos Solos Coesivos
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CONTROLE DA COMPACTAÇÃO
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BARRAGEM DE TERRA
UHE RONDON II
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UHE CHAPECÓ BARRAGEM ENROCAMENTO COM
NÚCLEO ASFÁLTICO
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PCH SANTA ROSA II BARRAGEM DE CONCRETO
COMPACTADO COM ROLO
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