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Da análise à prática em sala de aula: A representação feminina no livro

didático de história e a autonomia do professor

1 Introdução

A consolidação do campo dedicado ao estudo da história das mulheres é hoje


uma realidade palpável. E isso é fruto das conquistas acumuladas por meio do
ativismo feminino em sociedade. Que lutou contra um sistema que sempre impôs a
figura masculina como único protagonista na construção da história, enquanto a
mulher estava sempre a margem, inferiorizada, silenciada. Vivendo a partir de um
modelo que sua existência era pautada em tornar-se alguém digna de um bom
casamento. As escolas e universidades se tornariam um dos seus maiores campos
de resistência e produção de sua própria versão da história, já que, eram espaços
ocupados anteriormente majoritariamente por homens.

Atualmente, ainda podemos perceber que alguns desses estigmas que


marcaram a historiografia se fazem presentes quando se refere a maneira que a
figura feminina é vista/apontada ou representada em sociedade. E essa
representação equivocada e condicionada, pode alcançar mais gerações que irão
lidar com a realidade gritante das desigualdades, nesse caso a de gênero.

Dessa maneira, entendendo que a educação é o meio pelo qual se pode lutar
para a desconstrução desses estereótipos que contribuem para a manutenção da
desigualdade em sociedade seja uma realidade nas escolas também. Entendendo
que esse ambiente de ensino e aprendizagem proporciona para os jovens o acesso
direto as desigualdades que fazem parte do nosso meio social, já que, estarão
diariamente em contato com indivíduos que possuem uma bagagem de vivencias
diferentes uns dos outros, e uma delas é a de gênero.

Tornando perceptível que as discussões em torno dessa temática são de


extrema importância no que diz respeito a construção da consciência histórica dos
indivíduos que estão presentes em sala de aula. O que acaba ressaltando o papel
imprescindível também do professor em sala de aula enquanto mediador dessa
discussão. Esteja presente no livro didático ou não.
Sendo assim, o presente trabalho objetiva analisar como a mulher tem sido
representada no livro didático de história e a maneira como o professor lida com
essa questão em sala de aula. Avaliando as mudanças e permanências de
estereótipos da figura feminina em uma coleção de livros do autor Alfredo Boulos
Júnior, intitulada História Sociedade & Cidadania, destinada ao ensino médio. Tal
pesquisa será desenvolvida em uma unidade escolar pública voltada apenas para o
ensino médio, situada no alto Sertão alagoano na cidade de Delmiro Gouveia.

Pretende-se fazer com que esse trabalho inspire, tanto os jovens, a


conhecerem sobre uma história onde a mulher é também protagonista, e o tanto que
elas lutaram para que isso se tornasse uma realidade, quanto professores, a
introduzirem essas discussões que impulsionem o pensamento crítico em relação a
condição da mulher em sociedade.

2 O livro didático como instrumento de aprendizado


Legenda
Texto em grifado em amarelo: Procurar outra
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