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Universidade Federal do Espírito Santo

Centro Tecnológico
Departamento de Engenharia Elétrica
Prof. Hélio Marcos André Antunes

Unidade
i 3:Previsão
3 i de Carga
C e Divisão
i i das
Instalações Elétricas

Instalações Elétricas Prediais


Engenharia Civil

UFES - Instalações Elétricas Prediais 1


3.1- Previsão de Carga
• Cada equipamento elétrico (lâmpadas, aparelhos de aquecimento,
eletrodomésticos,, etc)) necessita ppara seu funcionamento,, de uma
determinada potência, a qual é solicitada da rede de energia
elétrica da concessionária.

• Mas como definir o numero mínimo de pontos de luz no teto e


tomadas em um projeto elétrico?

• Essa é a função da Previsão de Carga...


– Tem como objetivo determinar todos os pontos de utilização de
energia
i elétrica
lét i (pontos
( t ded consumo de
d carga)) que farão
f ã partet da
d
instalação.
– Está toda fundamentada na NBR 5410/2004.

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Iluminação (NBR 5410/2004)
• A quantidade mínima de pontos de luz deve atender à seguinte
condição:
– Prever pelo menos um ponto de luz fixo no teto, em cada
cômodo ou dependência de unidades residenciais, hotéis, motéis
e similares,
similares comandado por interruptor na parede.
parede
• As Potências mínimas disponíveis para Iluminação devem
atender as seguintes
g condições:
ç

Área Inferior Deve ser prevista uma carga mínima de


a 6 m2 100VA
100VA.

Deve ser prevista uma carga mínima de


Área Superior
100VA para os primeiros
i i 6m2, acrescida
6 id de
d
a 6 m2 60VA para cada aumento de 4m2 inteiros.

• Obs: Para um cômodo com área muito elevada é comum


estabelecer mais de um ponto de luz no teto.
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Iluminação (NBR 5410/2004)
• Observações:
– Em acomodações de hotéis,
hotéis motéis e similares,
similares pode
pode-se
se substituir o
ponto de luz no teto por tomada de corrente de 100VA, comandada
por interruptor de parede.
– O ponto de luz no teto pode ser substituído por ponto na parede em
espaços sob escada, despensas, lavabos e varandas, desde que de
pequenas dimensões e onde a colocação do ponto no teto seja de
difícil execução ou não conveniente.
– Arandelas de banheiro: A norma não faz nenhuma
referência a respeito. Recomenda-se a sua utilização,
desde que o interruptor e a arandela sejam instalados
a uma distância de 60cm do boxe.
– Área externa: A norma não faz nenhuma referência, ficando a
critério
i é i do
d projetista
j i usar o “bom
“b censo”.”
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Iluminação (NBR 5410/2004)
• Observações Importantes:
– As potências são relativas aos pontos e não às lâmpadas que
serão utilizadas!

• Os principais métodos para o cálculo Luminotécnico.


– Método dos Lúmens;
– Método Cavidades Zonais;
– Método do Ponto a Ponto.

• Tais métodos luminotécnicos permitirão definir o tipo de



lâmpada.
d
• Observação: Ao utilizar lâmpadas que utilizam reatores, a potência
total dos circuitos deve considerar as perdas e o fator de potência.

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Tomadas de uso geral (TUG) (NBR 5410:2004)
• O número de pontos de tomadas deve ser determinado em
função
ç do:
– Tipo de local;
– Tipo
p de equipamento
q p elétrico.

• A seguir serão apresentados os seguintes critérios para


definição do número de pontos de tomadas.

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Tomadas de uso geral (TUG) (NBR 5410:2004)

Pelo menos uma tomada junto ao lavatório,


Banheiros com uma distância mínima de 60cm do limite
do boxe.

Cozinha, copas, copas- No mínimo uma tomada para cada 3,5m ou


fração, de perímetro. Acima da bancada
cozinhas, área de serviço,
devem ser previstas duas tomadas de
lavanderias e locais corrente, no mesmo ponto ou distintos.
análogos
Pelo menos um ponto de tomada para cada
Sala e dormitórios 5m, ou fração, de perímetro, espaçados
uniformemente.
Deve ser previsto um ponto de tomada.
tomada
Varandas Admite-se que o ponto não seja instalado na
varanda, mas próximo ao acesso.

Um ponto de tomada, se a área do cômodo


Demais cômodos e ou dependência for igual ou inferior a 6 m2.
dependências da habitação Um ponto de tomada para cada 5m , ou
fração do perímetro, se a área do cômodo for
maior que 6 m2.
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Tomadas de uso geral (TUG) (NBR 5410:2004)
• TUG: Potências Mínimas

Atribuir no mínimo 600VA por


tomada, até 3 tomadas. Atribuir
Cozinhas copas,
Cozinhas, copas copas-cozinhas,
copas-cozinhas 100VA às excedentes.
excedentes
lavanderias, áreas de serviço,
banheiros e locais análogos Quando o número de tomadas
for superior a 6, admite-se 600
VA por tomada, até 2 pontos e
100 VA para os excedentes.

Demais cômodos ou dependências Atribuir no mínimo 100VA por


tomada.

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Tomadas de uso geral (TUG)(NBR 5410:2004)
• TUG: Potências Mínimas

– Em halls de serviço, salas de manutenção e equipamentos (como


salas de máquinas,
q barriletes e locais análogos),
g ) deve ser pprevisto
pelo menos um ponto TUG com potência mínima de 1000VA;

– O termo “tomada” se refere ao ponto disponível para conexão


elétrica e não significa, necessariamente, que o aparelho que irá
utilizá-la
utilizá la fará o uso de um plugue.
plugue Um bom exemplo disso é o
chuveiro elétrico.

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Previsão de Cargas (NBR 5410:2004)
• Tomadas de Uso Específico (TUE):

– São todas as Tomadas que alimentam aparelhos com Corrente


maior ou igual a 10A;
– A Potência prevista para estas tomadas corresponde à Potência
Nominal do equipamento a ser alimentado ou a soma dos
equipamentos a serem alimentados (Ex: sistema de ar
condicionado, hidromassagem, etc.);
– D
Deve ser posicionada
i i d a no máximo
á i 1 5 do
1,5m d aparelho
lh que a
utiliza;
– T
Toda
d tomada d TUE deve
d ser atendida
did por um circuito
i i dedicado,
d di d
exclusivo, com sua própria proteção.

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Potências Típicas de Aparelhos Eletrodomésticos
Aparelho Potência (W) Aparelho Potência (W)
Aquecedor de Água por Acumulação Ferro de Passar Roupa 1000 a 1250
30 e 50 litros 2000 Forno Elétrico 900 a 2400
80 lit
litros 2500
Forno de Microondas 700 a 1500
110 e 150 litros 3000
Geladeira 150 a 400
200 litros 4000
Freezer 300 a 500
300 litros 6000
500 litros 12000 Micro e Impressora 500 a 800
Aquecedor de Àgua em Passagem 6000 Televisor 70 a 300
Aspirador de Pó 750 a 1100 Torradeira 2500 a 3200
Chuveiro 4000 a 7500 Torneira Elétrica 4000 a 5400
Ar condicionado Lava-Louças 1200 a 2000
Lava-Roupas 500 a 1000
Secador de Cabelos 500 a 2000
C f t i
Cafeteira 600 a 1200
Ventilador Portátil 60 a 100
Hidromassagem 350 a 750

Fonte: ND 5.2 / Cemig


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Exemplo
Exemplo 3.1) A Figura abaixo representa a planta baixa de um pequeno
apartamento, com suas respectivas dimensões Aplicando os conceitos de previsão
de carga definidos na NBR 5410/2004, determinar o número mínimo de pontos de
utilização.

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3.2- Quadro de Distribuição
• Definição:
– É o local onde se concentra a distribuição de toda a instalação elétrica, ou
seja,
j onded se instalam
i l os dispositivos
di ii d proteção,
de ã manobra b e comando. d
– Recebe os condutores do ponto de entrada (ramal de alimentação) que
vem do medidor ou do centro de medição.
ç
– Deste também partem os circuitos terminais que alimentam diversas
cargas da instalação ( lâmpadas, tomadas, chuveiros, torneira elétrica, ar-
condicionador etc.)
condicionador, etc )

Fonte: Schneider-Electric
Fonte: Promatt Soluções em Engenharia

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Quadro de Distribuição

• Nele é que encontram-se os


Dispositivos de Proteção

• Dele é que partem os Circuitos


Terminais que vão alimentar
diretamente as lâmpadas,
p
tomadas e aparelhos elétricos

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Quadro de Distribuição
• Os dispositivos de proteção, manobra e comando devem ser
instalados e ligados
g segundo
g as instruções
ç dos fabricantes,,
respeitando as seguintes prescrições:
– Acessibilidade;
– Identificação dos componentes;
– Independência dos componentes;
– Componentes fixados na porta;
– Espaço reserva.

• Quantidade de Quadros de Distribuição


– Número de centros de carga;
– Aspecto econômico;
– Versatilidade desejada.
desejada

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Partes Componentes de um Quadro de Distribuição

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Localização do(s) Quadro(s) de Distribuição(QD’s)

• O quadro de distribuição deve ser instalado, observando os


seguintes
g critérios:
– Em local de fácil acesso, permitindo obter a maior
funcionalidade possível da instalação, e ainda ser provido de
identificação do lado externo, legível e não facilmente
removível;
– Proximidade geométrica das cargas,
cargas possibilitando uma simetria
entre as cargas da instalação;
– Os qquadros de distribuição
ç devem estar ppróximos ao centro de
carga da instalação (Centro de carga é definido como o ponto ou
região onde se verifica a maior concentração de potência);
– Deve ser feita
f i em local
l l seguro, não permitindo
i i d o acesso de
d
terceiros. Não devem ser submetidos a choques mecânicos.

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Localização do(s) Quadro(s) de Distribuição (QD’s)

• Observações:
– Em cômodos,
cômodos como cozinha e área de serviço,
serviço observar se a
instalação do QD não atrapalhe a colocação de armários;
– A instalação do QD pode ser feita atrás de portas, desde que não
seja de correr;
– Em caso de residência ou unidade familiar, o QD dever ser
l li d próximo
localizado ó i ao centro
t geométrico,
ét i em ambiente
bi t de d
serviço ou circulação e em local seguro, de fácil acesso e visível;
– O QD não deve ser instalado em locais onde existe a
possibilidade de, por determinados períodos, ficarem fechados
com chave ou, de alguma forma, não seja possível o acesso,
como, por exemplo: l quartos,
t sótãos,
ótã d ó it
depósitos, porões
õ e
banheiros.

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Quadro de Distribuição Monofásico

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Quadro de Distribuição Bifásico

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Quadro de Distribuição Trifásico

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3.3- Divisão da Instalação em Circuitos Terminais

• É de fundamental importância efetuar a divisão da instalação


elétrica em circuitos,, de acordo com as necessidades,, em
tantos circuitos quanto forem necessários, de forma a poder ser
seccionado sem risco de realimentação inadvertida através de
outro circuito
• A divisão da instalação em circuitos elétricos deve ser de
modo
d a atender:
t d
– A segurança;
– C
Conservação
ã de
d energia;
i
– Funcionais;
– A produção;
– Manutenção.
• Cada circuito terminal deve ter um dispositivo de proteção

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3.3.1- Circuito Elétrico
• Definição:
– É o conjunto de equipamentos e condutores,
condutores ligados a um
mesmo dispositivo de proteção;
– É constituído basicamente dos seguintes elementos: fonte,
condutores, proteção, dispositivos de comando (interruptores ou
tomadas) e carga.

• São divididos em:


– Circuito de distribuição ( atende a várias cargas);
– Circuitos terminais (atendem uma carga específica – ponto de
utilização).
ç )

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Detalhe de uma Entrada de Energia

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Circuitos Terminais
• Definição:
– Partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente
lâmpadas, tomadas de uso geral (TUG) e tomadas de uso
específico (TUE);

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Exemplo de Circuito TUE: 127V

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Exemplo de Circuito TUE: 220V

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3.3.2- Critérios para Divisão da Instalação em Circuitos
• Devem ser previstos circuitos terminais distintos para iluminação e
tomadas, para qualquer tipo de edificação.
• Devem ser previstos circuitos independentes para equipamentos com
corrente superior a 10 A ( Tomada de uso exclusivo).
• Devem ser previstos circuitos individuais para pontos de tomada de
cozinha, copas, copas-cozinha, área de serviço, lavanderia e locais
análogos.
• Devem
D ser previstos
i circuitos
i i i di id i para pontos de
individuais d tomadasd
nos demais cômodos ou dependências.
• Limitar os circuitos de iluminação
ç em:
– 1270 VA/127V e 2200/220V;
• Limitar os circuitos de tomada de uso geral (TUG) em:
– 2100VA/127V e 4000VA/220V;
• Nas instalações alimentadas por duas ou três fases, as cargas devem
ser distribuídas entre as fases de modo a obter
obter-se
se o maior equilíbrio
possível. A EDP Escelsa sugere o máximo desequilíbrio em 5%.
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Critérios para Divisão da Instalação em Circuitos
• A NBR 5410/2004 admite a união dos circuito de tomadas e
iluminação
ç somente em locais de habitação,
ç , desde qque sejam
j
atendidas simultaneamente as seguintes condições:
– A corrente de projeto do circuito de iluminação e tomada não
seja superior a 16A;
– Os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua
totalidade por um só circuito ( iluminação mais tomadas);
totalidade,
– Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas
de serviço, lavanderia e locais análogos devem ser atendidos por
circuitos exclusivamente destinados a alimentação destes locais.
• Mas fica a pergunta, o que se ganha unindo os circuitos de
iluminação e tomada?

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Exemplo
Exemplo 3.2) Realizada a previsão de carga no exemplo 3.1, faça:
a) A marcação dos pontos de luz, TUG e TUE na planta baixa, conforme o mínimo
previsto em norma.
b) Posicione o QDC e defina o caminho dos eletrodutos para condução dos fios.
c) Divida as cargas em circuitos, e faça o diagrama de ligação dos condutores apropriados
nos eletrodutos.

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Exemplo
Exemplo 3.3) Repita o exemplo 3.2, porém agora fazendo a união dos circuitos de
iluminação e tomada. Respeite todos critérios definidos pela NBR 540/2004 para
esta condição.
condição

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