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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

3° ANO ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL - REGIME LABORAL

Anibal Rafael Chiteve


Inácio João Muieva Júnior
Jacobe Paulino Cebola
Quisito Alberto Matona

Redes de Infraestruturas Urbanas


TEMA: PROJETO DE INSTALAÇÕES DE UMA REDE
ELÉTRICAS

Dondo

2023
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Anibal Rafael Chiteve

Inácio João Muieva Júnior

Jacobe Paulino Cebola

Quisito Alberto Matona

TEMA: PROJETO DE INSTALAÇÕES DE UMA REDE ELÉTRICAS

Este trabalho será apresentado


no departamento da Engenharia
civil, sob a orientação do docente
da cadeira de RIU.

Docente: Engr. Mansur Jovando Zeca

Dondo

2023
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Sumário
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1. Introdução

No mundo atual, a principal fonte de luz, calor e força é a eletricidade. Além de


auxiliar no dia-a-dia das pessoas, tem extrema importância para o setor comercial
e industrial, auxiliando assim, o desenvolvimento do país. A eletricidade chega
aos consumidores por meio de sistemas elétricos complexos, compostos de quatro
etapas: geração, transmissão, distribuição e consumo. A geração de energia
acontece de diversas maneiras, entre elas: usinas hidrelétricas, usinas termelétricas
e usinas nucleares. Atualmente em Moçambique, a forma mais utilizada para a
geração de eletricidade, é a energia provinda das hidrelétricas.

Uma instalação elétrica, consiste basicamente, em um conjunto de materiais e


componentes elétricos indispensáveis ao funcionamento de um circuito ou sistema
elétrico. Sendo o sistema elétrico físico o conjunto de componentes elétricos
associados e coordenados entre si, composto para um fim específico. Todas as
instalações elétricas devem seguir normas técnicas, com as quais se garante o seu
bom funcionamento e a segurança de pessoas e animais domésticos, bem como a
conservação dos bens. Neste projeto optamos em seguir a norma ABNT, sendo a
principal delas a norma NBR 5410 – instalações elétricas de baixa tensão, esta
norma abrange quase todos os tipos de instalações de baixa tensão. Neste trabalho
será apresentado o projeto de uma instalação elétrico residencial de uma casa
padrão de classe média, com todos os itens determinados e projetados de acordo
com a NBR-5410 (instalações elétricas).

1.1. Objectivo Geral

 Projetar, dimensionar instalação de uma rede elétrica.

1.2 Objectivo específico

 Calcular as correntes;
 Dimensionar os condutores;
 Sistematizar a proteção para as descargas atmosféricas.
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2. Projeto de instalação elétrica de uma residência


O presente projeto foi elaborado em uma casa com aproximadamente 40m², com os
seguintes cômodos: dois dormitórios, banheiro, sala de estar, cozinha, corredor, área
de serviço e varanda. A residência modelo para a elaboração do projeto elétrico pode
ser vista na figura abaixo:

Figura 1: Planta do projeto elétrico

3. Memorial Descritivo

3.1 . Pontos de Iluminação e Pontos de Tomadas


O levantamento das potências é feito mediante uma previsão das potências (cargas)
mínimas de iluminação e tomadas a serem instaladas, possibilitando, assim,
determinar a potência total prevista para a instalação elétrica residencial (Prysmian,
2006). Conforme Prysmian (2006), em projetos de instalação elétrica residencial os
cálculos efetuados são baseados na potência aparente, composta por potência ativa
(parcela transformada em potência mecânica, térmica ou luminosa) e pela potência
reativa (parcela transformada em campo magnético).
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A potência ativa é uma parcela da potência aparente, sendo assim ela representa uma
porcentagem de toda potência aparente que venha a ser transformada em potência
mecânica, térmica ou luminosa. Portanto para saber o quanto de potência aparente foi
transformado em potência ativa, devemos aplicar o fator de potência correspondente.
Nos pontos de iluminação o fator de potência utilizado é de 1,0. Já para os pontos de
tomadas o fator de potência que deve ser usado é de 0,80.

3.1.1. Iluminação
A NBR- 5410 estabelece que, em cada cômodo ou dependência de unidades
residenciais deve ser previsto um ponto de luz no teto, com potência mínima de 100
VA, comandada por interruptor na parede. Em cômodos ou dependências com área
igual ou inferior a 6m², deve ser prevista pelo menos uma carga de 100VA e com área
superior a 6 m² deve ser prevista uma carga mínima de 100VA para os primeiros 6m²,
acrescida de 60VA para cada aumento de 4m² inteiros. A norma NBR não estabelece
critérios para a iluminação de áreas externas da residência, sendo assim fica a caráter
do projetista e do cliente a instalação de pontos adicionais.

3.1.2. TUG’S
Segundo Prysmian (2006), ponto de tomada é o ponto onde a conexão do equipamento
à instalação elétrica é feita através de tomada corrente. Um ponto de tomada pode ter
uma ou mais tomadas de corrente. A NBR-5410 recomenda que para as unidades
residenciais, o número de tomadas de uso geral deve ser fixado de acordo com o
seguinte critério:
 Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m², estabelecer no
mínimo um ponto de tomada;
 Salas e dormitórios independente da área e cômodos ou dependência com mais
de 6m², estabelecer no mínimo um ponto de tomada para cada 5m ou fração de
perímetro, distribuídas de maneira coerente e uniforme;
 Em cozinhas, copas, áreas de serviço e lavanderias, fixar um ponto de tomada
para cada 3,5m ou fração de perímetro, independente da área do local. Acima
da pia da cozinha devem ser previstas, no mínimo, duas tomadas no mesmo
ponto ou em pontos separados;
 Em banheiros, cozinhas, áreas de serviços e locais análogos, no mínimo
600VA por tomada, até três tomadas, e 100VA por tomada, para os
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excedentes, considerando cada um desses ambientes separadamente. Nos


demais cômodos ou dependências, no mínimo 100VA por tomada;
 Em varandas, pelo menos um ponto de tomada.

Em diversas aplicações, é recomendável prever uma quantidade de pontos de tomadas maior


do que o mínimo calculado, evitando-se, assim, o emprego de extensões e benjamins (tês)
que, além de desperdiçarem energia, podem comprometer a segurança da instalação.

3.1.3. TUE’S
A quantidade de PTUE’S é estabelecida de acordo com o número de aparelhos de
utilização que sabidamente vão estar fixos em uma dada posição no ambiente. As
tomadas de uso específico devem ser atribuídas uma potência igual à potência nominal
do equipamento a ser alimentado. Quando não for conhecida a potência do
equipamento a ser alimentado, deve-se atribuir a tomada uma potência igual à potência
nominal do equipamento mais potente com possibilidade de ser ligado, ou potência
determinada a partir da corrente nominal da tomada e da tensão do respectivo circuito.
Os equipamentos que mais necessitam de TUE’S são os equipamentos fixos e
estacionários, tais como: chuveiros elétricos, máquinas de lavar roupas, ar
condicionados, torneiras elétricas e demais equipamentos com potência nominal
relativamente alta.

3.1.4. Divisão das Instalações


A instalação elétrica de uma residência, deve ser dividida em circuitos terminais, que
partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente lâmpadas, pontos de
tomadas de uso geral e pontos de tomadas de uso específico. O que facilitará a
manutenção e reduzirá a interferência. A NBR 5410 estabelece os seguintes critérios
para esta divisão:
 Prever circuitos de iluminação separados dos circuitos de pontos de tomadas de
uso geral (PTUG’S).
 Prever circuitos independentes, exclusivos para cada equipamento com
corrente nominal superior a 10A.
 Os pontos de tomadas de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviços,
lavanderias e locais semelhantes devem ser alimentados por circuitos
destinados unicamente a estes locais.
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A divisão das instalações deve ser feita em vários circuitos de modo a assegurar o melhor
equilíbrio de cargas entre as fases. Os circuitos independentes são previstos para os aparelhos
de potência igual ou superior a 1500VA, sendo permitida a alimentação de mais de um
aparelho do mesmo tipo através de um só circuito.

3.2. Tipos de Fornecimento de Tensão

O tipo de fornecimento é estabelecido através do cálculo da potência ativa total da


instalação. Este fornecimento pode ser monofásico feito a dois fios, fase e neutro, se a
potência ativa total for até 12000 W, bifásico feito a três fios, com duas fases e um
neutro, se a potência ativa total for acima de 12000 W e até 25000 W, ou trifásico feito
a quatro fios, com três fases e um neutro, se a potência ativa total for acima de 25000
W e até 75000 W. A tensão que irá alimentar a residência é definida de acordo com a
concessionária de energia elétrica local podendo ser 127 V ou 220/380V.

3.3. Cálculo das Correntes


Para dimensionar as seções nominais (bitolas) dos fios e cabos da instalação elétrica,
primeiramente é preciso calcular as correntes Ib (de projeto) e Ic (calculada) dos
circuitos terminais e do circuito de distribuição. O correto cálculo destas correntes é
importante pois, quando vários fios são agrupados em um mesmo eletroduto, eles se
aquecem, e o risco de um curto-circuito ou princípio de incêndio aumenta. Para que
isso não ocorra, é necessário utilizar fios ou cabos de maior seção, para diminuir os
efeitos desse aquecimento. A corrente Ic é corrigida através do fator de agrupamento
(f), resultando em uma corrente maior Ib, que é utilizada para determinar a bitola dos
condutores. As correntes podem ser calculadas de acordo com a equação 01 e 02,
respectivamente.
Pot ê nciaaparente do circuito
Ic=
Tens ã o Nominal

Ic
Ib
Factor de agrupamento
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3.4. Dimensionamento dos Condutores

O dimensionamento dos condutores elétricos, deverá ser efetuado pelos métodos da


máxima corrente admissível e pela máxima queda de tensão admissível, conforme
recomenda a NBR-5410. O método de dimensionamento dos condutores pela máxima
corrente admissível, consiste em calcularmos a corrente elétrica que circulará no
condutor a ser dimensionado, levando-se em conta o tipo da carga elétrica que
queremos alimentar, isto é, se a mesma é monofásica ou trifásica, se a instalação
possui tensão de fornecimento de 380/220V ou 220/127V e se na instalação haverá
motores ou elementos de iluminação e equipamentos eletroeletrônicos. A fórmula a ser
utilizada é:

kw ×1000
I=
U × μ× cosφ

Após a aplicação da fórmula acima, entramos com o resultado obtido em Ampères, na tabela a
seguir na coluna B1, escolhendo o valor imediatamente superior ao calculado, que indicará a
bitola do condutor a ser utilizado.
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Tabela 1- tabela de condução de correntes

O método da máxima queda de tensão admissível consiste em calcular a bitola do condutor


em questão, levando-se em consideração a máxima queda de tensão admissível para cada tipo
de uso, conforme recomenda a NBR – 5410. Para instalações alimentadas desde a rede de
Baixa Tensão da concessionária, temos:

Figura 2 - Instalações alimentadas desde a rede de Baixa Tensão da concessionária

Após termos definido quais as quedas máximas admissíveis, para aplicarmos o método da
máxima queda de tensão, aplicamos a seguinte equação:

2 ×[ ( P 1× L1 ) + ( P 2× L2 ) + …+ ( Pn× ln ) ]
S= 2
58 × e % × U

S = Seção do condutor calculada em mm²;

P1, P2, ... = Potência em cada ponto de utilização;

L1, L2, ... = Distância de cada ponto de utilização até o quadro de distribuição em metros

e% = Queda percentual máxima admissível;

U² = Tensão de linha ao quadrado.

O resultado obtido nesta fórmula, indicará diretamente a bitola do condutor a ser utilizado,
bastando apenas adequar com a bitola comercial imediatamente superior à calculada.

3.5.1. Condutores Utilizados


A NBR – 5410 estabelece que os condutores utilizados nas instalações elétricas
residenciais de baixa tensão poderão ser de cobre ou de alumínio, com isolamento de
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Cloreto de Polivinil (PVC) ou de outros materiais, como EPR ou XLPE. Todos os


condutores deste projeto serão com isolamento de PVC e deverão respeitar os padrões de
cores de acordo com as NBR.
 Condutor de fase: preto, branco ou vermelho;
 Condutor neutro: azul claro;
 Condutor de proteção (terra): verde ou verde e amarelo.

4.5.1. Seção mínima dos condutores utilizados

A NBR 5410 prescreve a orientação de que a seção mínima do condutor deve ser
conforme o tipo de instalação, o material utilizado e a utilização do circuito. Para os
circuitos de iluminação a seção mínima exigida pela norma é de 1,5 mm² e para os
circuitos considerados de força (pontos de tomada, circuitos independentes e
distribuição), a seção mínima exigida é de 2,5 mm². Cada seção nominal de um
condutor suporta um determinado valor de corrente, como mostra a tabela abaixo:

Secção do condutor (mm2 ¿ Corrente Nominal (A)

1,5 15,5

2,5 21,0

4 28,0

6 35,0

10 50,0

Tabela 2 - Capacidade de condução de corrente dos condutores

5.5.1. Dimensionamento dos Eletrodutos

Denominamos eletroduto, todo o elemento que por sua característica construtiva, permite a
passagem por seu interior de condutores elétricos.
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Os eletrodutos são caracterizados pelo diâmetro nominal ou diâmetro externo (em mm).
Quando queremos dimensionar um eletrodutos em que serão instalados condutores desiguais,
isto é, condutores com bitolas diferentes, precisam levar em consideração a taxa de ocupação
do eletrodutos, ou seja, para que possamos alocar os condutores neste eletroduto devemos ter
uma folga ou espaço suficiente no mesmo. Esta taxa de ocupação não deve ser maior que
40%, o que significa dizer que a soma das áreas totais dos condutores contidos no eletroduto
não pode ser superior à 40% da área útil do eletroduto. Para calcularmos esta ocupação,
aplicamos a seguinte fórmula:

Σ Á rea dos condutores


Á rea do eletroduto=
0,4

Na tabela abaixo, temos as áreas de cada bitola de condutores, onde foi considerado que todos
são circulares, e utilizados valores médios de diâmetro externo.

Tabela 3 – Dimensões de medidas dos condutores

Após calcularmos a área do eletroduto, calculamos seu raio conforme fórmula abaixo:

Raio eletroduto
√ Á reado eletroduto
π

Conhecendo o raio do eletroduto, temos o diâmetro interno do eletroduto, que é dado pela
fórmula: Diametro interno do eletroduto=Raio do eletroduto × 2

Com o resultado, obtemos na tabela abaixo, a referência de rosca do eletroduto, considerando


aquele que tiver diâmetro interno, imediatamente superior ao calculado.
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Tabela 4 - Eletrodutos PVC rígido tipo rosqueável

Com intuito de obtermos o máximo de economia no projeto, optou-se por seccionar a planta
em trechos e utilizar as bitolas apenas de acordo com o necessário. A baixo a figura ilustrativa
de forma que os quadrados azuis representam cada trecho analisado:

Figura 3 - Planta por trechos


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3.5. Dispositivos de Proteção dos Circuitos


A NBR - 5410 recomenda as seguintes prescrições fundamentais destinadas a garantir a
segurança de pessoas, animais e de bens materiais, contra os perigos e danos que possam
resultar da utilização das instalações elétricas:
 Proteção contra choques elétricos;
 Proteção contra sobre correntes;
 Proteção contra sobre tensões.

3.5.1. Disjuntores termomagnéticos (DTM) e Disjuntores diferenciais residuais


(DR)
Os disjuntores em geral são responsáveis por garantir o correto funcionamento das
instalações elétricas e seus sistemas. Disjuntores termomagnéticos são dispositivos que
oferecem proteção aos condutores do circuito, desligando-o automaticamente quando da
ocorrência de uma sobre corrente provocada por um curto-circuito ou sobrecarga.
Permitem manobra manual, operando-o como um interruptor, secciona somente o circuito
necessário numa eventual manutenção (Prysmian, 2006).
Disjuntor diferencial residual é um dispositivo constituído de um disjuntor
termomagnético acoplado a um outro dispositivo: o diferencias residual. Sendo assim, ele
conjuga as duas funções: a do disjuntor termomagnético (protege os condutores do
circuito contra sobrecarga e curto-circuito) e a do dispositivo diferencial residual (protege
as pessoas contrachoques elétricos provocados por contatos diretos e indiretos). A NBR –
5410 exige a utilização de proteção diferencial residual de alta sensibilidade em circuitos
terminais como os seguintes:
 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que contenham
chuveiro ou banheira;
 Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas externas à edificação.;
 Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas internas que possam vir a
alimentar equipamentos na área externa;
 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas,
lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas
normalmente molhadas ou sujeitas a lavagens.

É importante destacar que o dispositivo DR não dispensa o disjuntor. Os dois devem ser
ligados em série, pois cada um tem sua função.
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3.6. Sistema de proteção para Descargas Atmosféricas


O sistema indicado para a proteção contra descargas atmosféricas será o dispositivo de
proteção contra surtos (DPS). Este dispositivo estará instalado junto ao quadro do medidor
ligado diretamente ao aterramento da residência. O sistema de ligação deste equipamento
com a instalação pode ser visualizado nos anexos do projeto através do diagrama uni filar.

4. Memorial de Cálculo
4.1. Iluminação

Tabela 5 – Potencia de iluminação por cômodo

4.3. TUG’S

Tabela 6 – Potência TUG’S por cômodo


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4. TUE’S

Tabela 7 – Potencia TUE’S por cômodo

5. Cálculo para potência total

Os cálculos foram determinados pelos seguintes passos:

1. Calculou-se a potência ativa de iluminação e dos pontos de tomada a partir da potência


aparente, utilizando o fator de potência correspondente. Para os pontos de iluminação o
fator de potência adotado de acordo com a norma é de 1. Já para os pontos de tomada o
fator de potência correspondente é 0,8.

Potencia de Iluminacao=1000 W
Fator de Potencia Utilizada=1,00
Potencia ativa=1000 ×1,00=1000 W

'
Potencia dos TU G S=220 W
Fator de potencia utilizada=0,8
Potencia ativa=220 × 0,8=1760 W

2. Cálculo da potência ativa total. Somou-se os valores de potência ativa dos pontos de
tomada, pontos de iluminação e circuitos independentes.

Potencia ativa total de instalacao=1000+ 1760+14200


Potencia ativa total de instalacao=16960W

6. Cálculo das correntes do circuito


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A corrente do circuito de distribuição é aquela que sai do quadro do medidor e chega até o
quadro de distribuição no interior da residência. Foram estabelecidos os seguintes passos
para o cálculo:
1. Realizou-se a soma das potências ativas de iluminação e dos pontos de tomada. O
resultado é a potência instalada.

Potenciainstalada=1000 ( iluminacao ) +1760 ( TU G S )


'

Potenciainstalada=2760W

2. A potência instalada será consumida apenas se todos os circuitos funcionarem ao


mesmo tempo com a carga máxima para a qual foram projetados. A tabela 8
corresponde aos fatores de demanda para os pontos de iluminação e de tomada,
baseados na potência instalada da residência.

Tabela 8 - Fatores de demanda para os pontos de iluminação e de tomada

Como o valor da potência instalada é de 2760 W está na faixa entre 2001 W a 3000 W, de
forma que, o fator de demanda utilizado foi de 0,66. Sendo assim a demanda máxima dos
circuitos de iluminação e de tomada é de:

Demanda maxima= potencia instalada × fator da Demanda

Demanda maxima=2760 ×0,66=1821,6 W

3. Para os circuitos independentes o procedimento foi similar. Foram somados os valores


das potências instaladas para cada circuito de uso específico. O fator de demanda dos
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circuitos independentes é obtido em função do número de circuitos previstos no


projeto, de acordo com a tabela 9.

Tabela 9 - Fator de demanda para circuitos independentes

O número de circuitos independentes adotados para a residência foi de 4 circuitos, portanto o


fator de demanda utilizado na tabela 8 foi de 0,76.

Demanda maxima= potencia instalada × fator da Demanda

Demanda maxima=14200 ×0 , 76

Demanda maxima=10792 W

4. Logo após foram somados os valores das demandas máximas de iluminação, pontos de
tomada e circuitos independentes.

Demanda maxima=1821,6 ×10792


Demanda maxima=12613,6 W

5. O valor de 12613,6 W encontrado corresponde à potência ativa instalada no circuito


de distribuição. Para chegarmos ao valor da corrente de distribuição é preciso
transformar a potência ativa (W) em potência aparente (VA). Este procedimento foi
feito multiplicando pelo fator de potência de 0,95 que correspondente ao circuito de
distribuição.
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Demanda maxima= potencia ativa × fator d e potencia


Demanda maxima=12613,6 × 0 ,92
Demanda maxima=11604,51 VA

6. Logo após a obtenção da potência aparente do circuito de distribuição, foi calculada a


sua corrente calculada (Ic). Para calcular a corrente Ic do circuito de distribuição, é
necessária sempre a maior tensão que ele fornece. Neste projeto, como o circuito é
monofásico, utilize a tensão entre fase e fase (220 V).

11604,51
Ic=
220
Ic=52,74 A

7. Cálculo da corrente dos circuitos terminais e divisão dos circuitos


Para chegar ao valor das correntes de todos os circuitos terminais foi necessário
primeiramente realizar a divisão dos circuitos da residência. A tabela 10 mostra os
valores de Ic para cada circuito terminal.

Tabela 10 – Divisão de corrente por circuito

8. Agrupamento dos circuitos por eletrodutos


Com as correntes calculadas (Ic) de todos os circuitos, foi possível encontrar os fatores
de agrupamento para cada um deles. O fator de agrupamento de um circuito é
encontrado em função do maior número de circuitos que estão agrupados em um
mesmo eletroduto. A tabela 11 contém os fatores de agrupamento em função do
número de circuitos agrupados.

N° Circuito Fator de
20

Agrupado Agrupamento (f)

1 1,00

2 0,80

3 0,70

4 0,65

5 0,60

6 0,56

7 0,55

Tabela 11 – Fatores de agrupamentos

Na base da tabela acima referenciada, temos especificadamente a bitola do fio condutor por
circuito, área total dos condutores dentro dos eletrodutos e o diâmetro nominal dos
eletrodutos. Na base da formula abaixo, e possível obter a corrente do circuito deste projeto
em cada circuito terminal:

Ic
Ib=
Fator de agrupamento

9. Dimensionamento dos condutores


Para encontrar a bitola dos condutores em cada circuito foi utilizada a tabela de tipos
de linhas elétricas disponível na NBR-5410. Nesta tabela encontramos o método de
referência B1, para ambos os métodos de condução. Logo após entrando com o
método de referência na tabela de seções nominais levando em consideração a
quantidade de condutores carregados no circuito, gerou-se a tabela 12, já considerando
conforme a NBR-5410
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Tabela 12 - Capacidade de condução de corrente, em ampères, em relação aos métodos de referência


B1, B2 e D

Tabela 13 - Dimensionamento dos condutores de acordo com a norma

Para estabelecer a bitola do condutor real precisamos calcular a queda de potencial do circuito
seguindo a NBR-5410 que estabelece um máximo de 5%. Foi utilizada a tabela das somas das
potências em watts por distância em metros até o quadro de distribuição.
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10. Dispositivos de proteção dos circuitos


A corrente nominal do disjuntor deverá atender a necessidade de corrente do circuito
que estamos protegendo. Utilizamos para tal:
I circuito ≤ I disjuntor ou DR < I condutor

Tabela 14 – Dispositivo de Proteção


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11. Conclusão

Em jeito de conclusão do trabalho, na base dos seus cálculos é possível analisar

claramente os pontos onde há singularidades de cada circuito e esclarecer os pontos de

maior corrente para que seja possível o dimensionamento de seus componentes, desde

condutores até disjuntores. Sempre utilizando a norma NBR-5410 para que houvesse um

padrão de excelência na instalação. O projeto requer tanto do projetista como do cliente o

bom senso em realizar todas as recomendações mínimas exigidas pela NBR-5410, com

relação a todos os procedimentos existentes para a instalação elétrica residencial ou

predial com a máxima segurança. A correta divisão dos circuitos e o levantamento

minucioso e preciso de todas as cargas que possam conter na residência é indispensável

para o projeto. Sendo assim as instalações elétricas projetadas neste trabalho foram

dimensionadas na maioria dos casos para suportar cargas maiores que as instaladas, ou

seja, se o proprietário por determinado motivo resolver alterar ou modificar algum dos

fatores já projetados como, por exemplo, a troca do chuveiro elétrico existente por um

com maior potência nominal, tanto a bitola dos fios condutores como a dos eletrodutos

proporcionará esta substituição sem a preocupação de sobrecarregar o sistema.


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12. Referência Bibliográfica

COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações elétricas. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 2009.
PRIME, Schneider. Guia prático para instalações residenciais, 2015.
Manual de Instalações Prysmian, 2006.
Material disponibilizado em aula.

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