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24º Encontro Espírita sobre Mediunidade

Tema: “Sistemas”

24º

Tema: “Sistemas”

25 de junho de 2017

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24º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: “Sistemas”

1 — Temário

Tema Central: “Sistemas”

Tema 1 — Não adianta negar!

Tema 2 — Qual é a natureza dessa inteligência?

Tema 3 — A autoridade da hipótese espírita

2 — Informações Gerais

Data: 25/6/2017

Horário: 8h30min às 13h

Coordenação Geral: Márcia Cordeiro e Alexandre Lobato


Coordenação Imediata: Colegiado
Organização de Conteúdo: Equipe de Estudo do Encontro
Finalização: Setor Editorial

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24º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: “Sistemas”

Centros Espíritas Participantes e Internet:

Data Instituição Local


C. E. Antonio de Aquino Mallet
25/jun C. E. Irmão Clarêncio Vila da Penha
N. E. Antonio de Aquino Bangu
G. E. Fraternidade e Amor
1/jul Vila Aliança
(Sábado das 9h às 12h)
C. E. Abigail Santa Cruz
2/jul C. E. Ismael Mag. Bastos
N. E. Rabi da Galileia Santa Cruz
9/jul C. E. Maria de Nazaré Nilópolis
16/jul G. Est. Esp. Maria de Nazaré Madureira
Duque de
C. E. Bezerra de Menezes
Caxias
23/jul C. E. Léon Denis Cabo Frio
União Kardecista Nilópolis
30/jul C. E. Casa do Caminho Taquara
26/nov C. E. Leopoldo Machado Nilópolis

Gr. Div. Leopoldo Machado Locais


C. E. Inácio Bittencourt Unamar
9/jul
C. E. E. Francisco Cândido Xavier São Joaquim
20/ago G. E. Beneficente Dr. Hermann Campos
Agosto e
Vários Centros Espíritas Minas Gerais
novembro
Jan/18 Vários Centros Espíritas Rio G. do Sul

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Temas estudados até a presente data:

1994 – Mediunidade psicográfica


1995 – Mediunidade de incorporação
1996 – Influência moral do médium
1997 – Da natureza das comunicações
1998 – Da natureza da crença
1999 – Da influência do meio
2000 – Das evocações
2001 – Modos de se distinguirem os bons dos maus espíritos
2002 – Influência do exercício da mediunidade sobre a saúde
2003 – Da influência moral do médium (II)
2004 – Aplicação moral e frutos do Espiritismo: inibições dos médiuns
2005 – Educação e função dos médiuns
2006 – Reencarnação e mediunidade: a mediunidade no pensamento
de André Luiz
2007 – Reencarnação e mediunidade: os bons médiuns
2008 – Reencarnação e mediunidade: da formação do médium
2009 – As leis da comunicação espírita: a construção da Casa Espírita
2010 – A Casa Espírita e os médiuns
2011 – A Casa Espírita e o trabalho em equipe
2012 – A Casa Espírita, o corpo mediúnico e o trabalho assistencial
2013 – A Casa Espírita, o médium e a divulgação doutrinária
2014 – Existem espíritos?
2015 – O maravilhoso e o sobrenatural
2016 – Método
2017 – Sistemas

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Objetivo Geral:

• Apresentar a hipótese espírita para os fatos espíritas, revendo os


diversos sistemas formulados sobre eles.

Objetivos Específicos (para todos os temas):

• Apresentar os diversos sistemas sobre os fatos espíritas e suas


fundamentações.
• Reconhecer o materialismo como fundamento de alguns sistemas que
negam os fatos espíritas.
• Reconhecer o caráter inteligente dos fatos espíritas.
• Aplicar a argumentação de Kardec aos sistemas, até mesmo aos
atuais, sobre os fatos espíritas.
• Reconhecer que os sistemas são entraves à compreensão dos fatos
espíritas e à prática da mediunidade, segundo a Doutrina Espírita.
• Reconhecer que a autoridade da Doutrina Espírita provém dos fatos
espíritas.

Introdução:

Quando os estranhos fenômenos do Espiritismo começaram a se produzir,


ou, melhor dizendo, quando se renovaram, nestes últimos tempos, o primeiro
sentimento que despertaram foi o da dúvida, quanto à sua própria realidade
e, mais ainda, quanto à sua causa. Quando eles foram averiguados, através
dos testemunhos irrecusáveis e pelas experiências que cada qual pôde fazer,
aconteceu que cada um os interpretou à sua maneira, conforme suas ideias
pessoais, suas crenças, ou suas prevenções; daí, vários sistemas, que uma
observação mais atenta devia reduzir ao seu justo valor.
(O Livro dos Médiuns, cap. IV, item 36.)

Lembremos, primeiramente, em poucas palavras, a série progressiva dos


fenômenos que deram origem a esta Doutrina.
(O Livro dos Espíritos, Introdução III.)

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Na América, em 1847, a casa de um certo John Fox, residente em


Hydesville (...), foi perturbada por estranhas manifestações; ruídos inexplicá-
veis faziam-se ouvir com tal intensidade que essa família não pôde mais
repousar.
Apesar das numerosas pesquisas não se pôde encontrar o autor dessa
bulha insólita; logo, porém, se notou que a causa produtora parecia ser
inteligente. A mais jovem das filhas do Sr. Fox, chamada Kate, familiarizada
com o invisível batedor, disse: “Faça como eu”, e bateu com as suas
mãozinhas certo número de pancadas, as quais o agente misterioso repetiu.
A Sra. Fox disse-lhe: “Conte até dez”. O agente bateu dez vezes. “Que idade
tem a nossa filha?” A resposta foi correta. (...)
A esta pergunta: “sois um homem, vós que bateis?” Nenhuma resposta se
obteve; mas, a esta outra: “sois um Espírito?” Houve resposta com pancadas
rápidas e nítidas.
(O Fenômeno Espírita, cap. II, Gabriel Delanne.)

Tal foi a primeira conversa estabelecida nos tempos modernos e verificada


entre os seres deste e do outro mundo.
(O Espiritismo perante a Ciência, Terceira Parte, capítulo I –
“Provas da imortalidade da alma pela experiência – Histórico”,
Gabriel Delanne – Ed. FEB.)

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Tema 1: Não adianta negar!

“Onde está o argumentador deste século?


Deus não tornou louca a sabedoria deste século?
Com efeito, visto que o mundo por meio da sabedoria
não reconheceu a Deus, na sabedoria de Deus,
aprouve a Deus, pela loucura da pregação,
salvar àqueles que creem.”
a
(1 Epístola aos Coríntios, I: 21 e 22.)

Objetivos Específicos:

• Reconhecer que a crença nos espíritos está necessariamente baseada


na existência de um princípio inteligente fora da matéria.
• Reconhecer, nos fenômenos das manifestações espíritas, a prova pa-
tente da existência e da sobrevivência da alma.

A Doutrina Espírita, como qualquer coisa nova, tem seus adeptos e seus
contraditores. Vamos tentar responder a algumas das objeções destes últi-
mos, examinando o valor dos motivos sobre os quais eles se apoiam, sem
ter, entretanto, a pretensão de convencer a todos, pois há pessoas que
acreditam que a luz foi feita apenas para elas. Nós nos dirigimos às pessoas
de boa-fé, sem ideias preconcebidas ou mesmo inflexíveis, porém, sincera-
mente desejosas de se instruir e nós lhes demonstraremos que a maioria das
objeções que se opõe à doutrina provém de uma observação incompleta dos
fatos e de um julgamento emitido com muita leviandade e precipitação.
(O Livro dos Espíritos, Introdução III.)

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Apresentamos a seguir o resumo das ideias dos sistemas de negação


absoluta da existência da alma:

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Apresentamos a seguir o resumo das ideias dos sistemas de negação


absoluta da existência da alma:

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Ler: O que é o Espiritismo, Allan Kardec — “Falsas


explicações dos fenômenos; Loucura, suicídio,
obsessão; charlatanismo”.

Se uma ou outra dessas hipóteses é suficiente para explicar alguns


desses fenômenos, sempre restarão alguns que permanecerão inexplicáveis.
A fraude, a mentira, o exagero, as alucinações, sem dúvida, devem ter uma
grande parte nos fatos referidos; mas, feito o desconto, resta ainda um
volume tal que, para negar a realidade, seria preciso recusar toda fé na
autoridade dos sentidos e no testemunho humano.
(R.E., jan. 1858 — “Reconhecimento da Existência dos Espíritos”.)

Entre os fenômenos em questão, deixando de lado os que podem


razoavelmente ser atribuídos à impostura, às alucinações e aos exageros,
grande número ainda existe, cuja realidade não pode ser posta em dúvida
sem que se violem todas as leis de uma crítica sadia.
(R.E., jan. 1858 — “Reconhecimento da Existência dos Espíritos”.)

Recordemos, com auxílio de relatos da época, os episódios de


Hydesville:

Antecedentes — a casa é dada como mal assombrada e há relato


anterior de uma aparição:
“A casinha já gozava de má reputação. (...) Digna de registro é a decla-
ração feita por uma tal Mrs. Lape, de que em 1847 tinha visto uma aparição
naquela casa, e que era de um homem de estatura mediana, que usava
calças pardas e casaco e barrete pretos. Lucretia Pulver no depoimento
afirmou que o mascate em vida usava casaco preto e calças claras.”

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Fenomenologia — é espontânea e involuntária — não se esperava


aquele acontecimento.
Ouvimos passos na copa, e descendo a escada; não podíamos repousar,
então conclui que a casa deveria estar assombrada por um Espírito infeliz e
sem repouso. Muitas vezes tinha ouvido falar desses casos, mas nunca tinha
testemunhado qualquer coisa no gênero, que não levasse para o mesmo
terreno. Eis o depoimento de Mrs. Fox.

O fenômeno é percebido por todos que são convidados pela família


Fox a acompanhar a situação.
Meu marido foi chamar Mrs. Redfield, nossa vizinha mais próxima. (…)
Mrs. Redfield veio imediatamente, seria cerca de sete e meia; pensando que
faria rir às meninas. Mas quando as viu, pálidas de terror e quase sem fala,
admirou-se e pensou que havia algo mais sério do que esperava. Fiz
algumas perguntas por ela e as respostas foram como antes. Deram-lhe a
idade exata. Então ela chamou o marido e as mesmas perguntas foram feitas
e respondidas. Eis o depoimento de Mrs. Fox.

As pancadas e batidas respondem a movimentos sem ruído.


Kate Fox, silenciosamente, uniu o polegar ao indicador, tentando obter
uma resposta. Sim! Ele via, tanto quanto ouvia! Chamou a mãe.
“Olhe só, mamãe!” disse ela, unindo o polegar e o indicador, como antes.
E tantas vezes repetiu o movimento silencioso, quantas o ruído respondeu.

Não são encontradas causas naturais para os fenômenos.


Foram feitas todas as investigações possíveis: o marido esperava de um
lado da porta e a mulher do outro, mas os arranhões ainda continuavam.
Logo se espalhou que a luz do dia era inimiga dos fenômenos, o que
reforçou a ideia de fraude; mas toda solução possível foi experimentada e
falhou.

Além das respostas inteligentes às perguntas formuladas, obtém-se


um relato sobre fatos desconhecidos.
“Então eu disse: “Se foi um Espírito assassinado dê duas batidas”. Estas
foram dadas instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Perguntei:
“Foi assassinado nesta casa?” A resposta foi como a precedente. “A pessoa
que o assassinou ainda vive?” Resposta idêntica, por duas batidas. Pelo
mesmo processo verifiquei que fora um homem que o assassinara nesta
casa e os seus despojos enterrados na adega; que a sua família era
constituída de esposa e cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos vivos
ao tempo de sua morte, mas que depois a esposa morrera. Então perguntei:

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“Continuará a bater se chamar os vizinhos para que também escutem?” A


resposta afirmativa foi alta.”

E o relato da época continua:

“Conforme sua própria declaração, ele era um Espírito; tinha sido


assassinado naquela casa; indicou o nome do antigo inquilino que o matara;
tinha então — há cinco anos passados — 31anos; fora assassinado por
causa de dinheiro; tinha sido enterrado numa adega, a 10 pés de
profundidade.”

“Só 56 anos mais tarde foi feita uma descoberta que provou, acima de
qualquer dúvida, que alguém realmente havia sido enterrado na adega da
casa dos Fox.
Esta constatação aparece no Boston Journal — uma folha não espírita —
de 23 de novembro de 1904 (...)”

Ler: História do Espiritualismo, de Arthur Conan Doyle —


Capítulo “O episódio de Hydesville” — Editora FEB.

Sendo averiguada a realidade dos fenômenos, o primeiro pensamento que


naturalmente veio ao espírito daqueles que os reconheceram foi o de atribuir
os movimentos ao magnetismo, à eletricidade ou à ação de um fluido
qualquer; numa palavra, a uma causa física ou material.
(O Livro dos Médiuns, cap. IV, item 42.)

Ainda negando a existência de uma inteligência extracorpórea, mas


buscando explicação para os fenômenos em causas naturais, surgem os
sistemas das causas físicas, no século 19. Estes, até hoje, se fazem
presentes com teorias que se fundamentam no conhecimento científico de
nossa época.

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Estamos longe de conhecer todos os agentes ocultos na Natureza e todas


as propriedades daqueles que conhecemos; a eletricidade, aliás, multiplica,
diariamente, ao infinito, os recursos que proporciona ao homem e parece ir
clarear a Ciência com uma nova luz.
(...) A reunião de várias pessoas, aumentando o poder de ação, parecia
apoiar essa teoria, pois podia-se considerar esse conjunto como uma pilha
múltipla cuja potência estivesse na razão do número dos elementos.
(O Livro dos Espíritos, Introdução III.)

Entre os fatos em questão, certo número pode ser explicado pela teoria
mecânica ou mecânico-fisiológica; porém, há uma parte, muito mais
considerável, que não se presta de maneira alguma a uma explicação desse
gênero. A essa ordem de fatos se ligam todos os fenômenos nos quais,
dizem, os efeitos obtidos ultrapassam, evidentemente, a intensidade da força
motriz que os deveria produzir. (...) esses outros efeitos, que são de natureza
a manifestar, em quem os produz, uma inteligência e uma vontade distintas
das dos experimentadores.
(R.E., jan. 1858 — “Reconhecimento da Existência dos Espíritos”.)

(...) temos ainda a teoria do magnetismo; (...) jamais poderá essa teoria,
com o auxílio desses princípios, explicar completamente como uma mesa
magnetizada por um médium manifesta, em seus movimentos, uma
inteligência e uma vontade próprias, isto é, distintas das do médium e que,
por vezes, são contrárias e superiores à sua inteligência e vontade.
(R.E., jan. 1858 — “Reconhecimento da Existência dos Espíritos”.)

De cada alma, encarnada ou desencarnada, emana e irradia uma força,


produtora de fenômenos, a que nós chamamos de força psíquica.
A existência dessa força é estabelecida através de numerosas
experiências. Pode-se constatar seus efeitos pelos levantamentos de mesas,
os deslocamentos de objetos sem contato, os casos de levitação, etc.
(No Invisível, cap. I, Léon Denis.)

O movimento dos objetos é um fato incontestável; a questão é saber se,


nesse movimento, há ou não uma manifestação inteligente, e em caso
afirmativo, qual é a origem dessa manifestação.
(O Livro dos Espíritos, Introdução IX.)

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Tema 2: Qual é a natureza dessa inteligência?

“Meus bem-amados, não acrediteis em todo espírito;


vede primeiro se os espíritos são de Deus,
porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.”
a
(João, 1 Epístola, IV: 1.)

Objetivos Específicos:

• Distinguir, nos fatos espíritas, a possibilidade dos fenômenos anímicos


e mediúnicos.
• Reconhecer a impossibilidade de explicar todos os fatos espíritas pelos
sistemas apresentados.

Ficou já provado que esses fenômenos são governados por uma inteli-
gência. É muito importante conhecer a fonte dessa inteligência.
É do médium, de uma das pessoas presentes que estão no aposento, ou
antes, essa inteligência estará fora deles?
(Fatos Espíritas – Fenômeno de percussão e outros sons da mesma natureza,
William Crookes, Ed. FEB.)

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Fonte dessa inteligência:

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Sistemas que admitem a realidade de todos os fenômenos materiais


e inteligentes, mas excluem a intervenção dos Espíritos, ignoram o
papel do médium nas respostas e a parte que nelas pode tomar. A
observação da independência da causa em relação ao pensamento do
médium e assistentes é claramente mostrada:

Quando duas ou três pessoas se colocam, ao mesmo tempo junto à cesta,


seria preciso, haver entre elas uma concordância de movimentos verdadei-
ramente fenomenal; seria preciso, ainda, concordância de pensamentos para
que elas pudessem se entender sobre a resposta a dar a questão proposta.
Vem ainda aumentar a dificuldade, a mudança radical da escrita, conforme o
Espírito que se manifesta, e toda vez que o mesmo Espírito retorna, sua
escrita se reproduz.
(O Livro dos Espíritos, Introdução V.)

A própria natureza das respostas que estão, na maioria das vezes, sobre-
tudo quando se trata de questões abstratas ou científicas, notoriamente fora
dos conhecimentos e, algumas vezes, do alcance intelectual do médium (...)
Enfim, acontece com frequência que a cesta escreva espontaneamente, sem
pergunta preliminar, sobre um assunto qualquer e inteiramente inesperado.
(O Livro dos Espíritos, Introdução V.)

Fenômenos resultantes da existência e da independência da alma:

A ação de uma alma sobre a outra, a distância, é estabelecida através dos


fenômenos telepáticos e magnéticos, a transmissão do pensamento, a exte-
riorização dos sentidos e das faculdades (...)
Às vezes, a própria alma, durante o sono, deixa seu envoltório material e,
sob sua forma fluídica, aparece a distância...
a
(No Invisível, cap. I, 1 Parte, Léon Denis.)

A alma tem suas propriedades, como o olho tem as suas; é preciso julgá-
las em si mesmas e, não, por analogia. (...)
Através dos fenômenos do sonambulismo, quer natural, quer magnético, a
Providência nos dá a prova irrecusável da existência e da independência da
alma (...)
a
(O Livro dos Espíritos, 2 Parte, cap VIII, q. 455 —
“Resumo Teórico do Sonambulismo, do Êxtase e da Segunda Vista”.)

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Ler: O Livro dos Espíritos — Introdução XVI e


cap. VIII — 2a Parte.

Ainda uma vez, e aí está um ponto capital, sobre o qual não é demais
insistir bastante, a teoria sonambúlica e a que se poderia chamar reflexiva,
foram imaginadas por alguns homens; são opiniões individuais, criadas para
explicar um fato, enquanto que a doutrina dos espíritos não é, em absoluto,
de concepção humana; ela foi ditada pelas próprias inteligências que se
manifestaram quando ninguém disso cogitava e mesmo a opinião geral a
rejeitava. Ora, perguntamos, onde os médiuns foram haurir uma
doutrina que não existia no pensamento de ninguém na Terra?
Perguntamos, além disso, por que estranha coincidência milhares de
médiuns disseminados por todos os pontos do globo, que nunca se
viram, engajaram-se para dizer a mesma coisa.
(O Livro dos Espíritos, Introdução XVI.)

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A palavra demônio só implica a ideia de Espírito mau, na sua acepção


moderna, pois a palavra grega daïmon, da qual ela derivou, significa gênio,
inteligência e se referia aos seres incorpóreos bons ou maus, sem distinção.
(...)
Os homens fizeram com os demônios o mesmo que fizeram com os anjos;
assim como acreditaram em seres perfeitos desde toda a eternidade,
tomaram os Espíritos inferiores como seres perpetuamente maus.
(O Livro dos Espíritos, q. 131- Nota de Kardec.)

Ver O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. I — “Anjos e


Ler:
Demônios”.

Esses sistemas não se sustentaram ante a observação prolongada dos


fatos. A diversidade das ideias transmitidas demonstraram a diversidade de
comunicantes.

Suponhamos que um homem receba vinte cartas de pessoas que lhe são
desconhecidas; pelo estilo, pelos pensamentos, por uma porção de sinais,
enfim, ele julgará as pessoas(...) O mesmo acontece com os Espíritos; deve-
se considerá-los como correspondentes que nunca vimos.
(O Livro dos Médiuns, item 263.)

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Segundo esta opinião, a alma e o perispírito não seriam, portanto, duas


coisas distintas, ou, melhor dizendo, o perispírito seria a própria alma, depu-
rando-se, gradualmente, através das diversas transmigrações, como o álcool
se depura, através das diversas destilações, enquanto que a Doutrina
Espírita somente considera o perispírito como o envoltório fluídico da alma ou
do Espírito. Como o perispírito é matéria, embora muito etérea, a alma seria,
então, de uma natureza material mais ou menos essencial, conforme o grau
de sua depuração.
(O Livro dos Médiuns, cap. IV, item 50.)

(...) seria preciso admitir que esta matéria, que pode ser percebida pelos
sentidos é, ela própria, o princípio inteligente, o que não parece mais racional
do que confundir o corpo com a alma, ou a roupa com o corpo. Quanto à
natureza íntima da alma, ela nos é desconhecida. Quando se diz que ela é
imaterial, é preciso entendê-lo no sentido relativo e, não, absoluto, pois a
imaterialidade absoluta seria o nada; ora, a alma, ou o Espírito, é alguma
coisa; quer-se dizer que sua essência é tão superior, que nenhuma analogia
tem com o que chamamos de matéria e que, assim, para nós, ela é imaterial.
(O Livro dos Espíritos, q. 23 e 82.)
(O Livro dos Médiuns, cap. IV, item 50.)

O tempo, a observação prolongada dos fatos e as revelações que


coincidiam é que permitiram elaborar a teoria espírita.

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Tema 3: A autoridade da hipótese espírita

“Se me amais, observai os meus mandamentos;


e eu rogarei a meu Pai, e ele vos enviará um outro consolador,
para que fique eternamente convosco,
o Espírito de Verdade que o mundo não pode perceber,
porque não o vê e porque não o conhece.
Vós, porém, o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós.
Mas o consolador, que é o Santo Espírito,
que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas
e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito.”
(João, XIV: 15 a 17 e 26.)

Objetivos específicos:

• Destacar os fundamentos doutrinários presentes nas “Noções Prelimi-


nares”, de O Livro dos Médiuns.
• Reconhecer a validade da hipótese espírita para os fatos espíritas.
• Ressaltar a direção inteligente da invasão organizada.

Não somos apenas matéria. Há fenômenos que não podem, absolu-


tamente, ser explicados pela existência exclusiva da matéria.

A existência dos Espíritos não é, portanto, um sistema preconcebido, uma


hipótese imaginada para explicar os fatos; é um resultado de observações e
a consequência natural da existência da alma.
(O Livro dos Médiuns, cap. II, item 9.)

Nossa natureza é espiritual:


• Existíamos antes de nascermos e sobreviveremos ao fenômeno da
morte;
• A natureza espiritual sobrevivente permanece com todas as suas
possibilidades e recursos (menos a organização biológica).

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A comunicabilidade entre os seres viventes nos dois planos da vida é


plena de:
• demonstrações da ação de uma inteligência extracorpórea;
• exemplos de que, estes seres, que não habitam a esfera material,
têm vontade própria.

A existência de seres invisíveis, uma vez constatada sua ação sobre a


matéria resulta da natureza de seu envoltório fluídico: esta ação é inteligente,
porque, ao morrerem, perderam apenas seus corpos, mas conservaram a
inteligência que lhes constitui a própria essência (...) negar esta causa é
negar a alma e seus atributos.
(O Livro dos Médiuns, cap. II, item 9.)

A observação dos fatos mediúnicos, resguardadas as condições exigidas,


permite a aplicação de uma metodologia científica.

Não se pode fazer um curso de Espiritismo experimental como se faz um


curso de Física ou de Química, já que nunca se é senhor de produzir os
fenômenos por livre determinação, e porque as inteligências que são os
agentes desses fenômenos muitas vezes frustram todas as nossas
previsões.
(O que é o Espiritismo, cap. I — “Pequena Conferência Espírita,
Primeira Conversação — O Crítico”.)

(...) Os fenômenos espíritas diferem essencialmente dos que as nossas


ciências exatas apresentam: eles não se produzem à vontade. É preciso
compreendê-los no momento em que ocorrem; é observando-os muito, e por
muito tempo, que se descobre uma quantidade de provas que escapam à
primeira vista, principalmente quando a pessoa não está familiarizada com as
condições nas quais elas podem se encontrar, e ainda mais quando se
chega cheio de prevenção.
(O que é o Espiritismo, cap. I — “Pequena Conferência Espírita,
Primeira Conversação — O Crítico”.)

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Temos, como consequência, o combate à superstição, à ignorância e um


novo significado para o fato mediúnico, que deixa de ser considerado como
“sobrenatural” ou “maravilhoso” e passa a integrar as possibilidades naturais
do ser humano.

Ler: O Livro dos Médiuns, 1a Parte — Cap. II, item 14.

Nesse contexto, a fundamentação doutrinária constrói elementos mais


amplos de compreensão sobre o ser imortal. Ao ajustar as possibilidades
oriundas da condição espiritual, torna mais claro os limites da matéria, aqui
representados, nas possibilidades do organismo humano. Por extensão,
admite a coexistência dos fenômenos anímicos e mediúnicos.

A alma do homem exteriorizada pode, assim como a alma desencarnada,


influenciar médiuns, ditar comunicações, mensagens, seja através da escrita,
seja por meio das mesas, provocar deslocamentos de objetos materiais,
aparecer a grande distância de seu próprio corpo e influenciar placas foto-
gráficas.
a
(No Invisível, cap. XII, 2 Parte, Léon Denis.)

Os homens de Ciência, para explicar os fatos espíritas, empilharam


sistemas sobre sistemas e recorreram às hipóteses mais inverossímeis,
torturando os fenômenos para fazê-los entrar no leito de Procuste de suas
concepções...
Dir-se-ia que os representantes da Ciência oficial nada temem tanto,
quanto serem obrigados a reconhecer a sobrevivência e a intervenção dos
espíritos.
a
(No Invisível, cap.II, 1 Parte, Léon Denis.)

Para que pode servir o estudo do Espiritismo?


Ele serve para provar materialmente a existência do mundo espiritual, e,
com o mundo espiritual sendo formado pelas almas daqueles que viveram,
daí resulta a prova da existência da alma e da sua sobrevivência ao corpo.
(O que é o Espiritismo, item 100.)

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A constatação do mundo espiritual que nos cerca, e da sua ação sobre o


mundo corporal, é a revelação de uma das forças da Natureza e, por conse-
quência, a solução de numerosos fenômenos incompreendidos, tanto na
ordem física quanto na ordem moral.
(O que é o Espiritismo, item 100.)

Vamos supor que os espíritos sejam incapazes de nos dar algum ensi-
namento que nós já não tenhamos conhecimento dele, ou que não possamos
saber por nós mesmos, vê-se que a simples constatação da existência do
mundo espiritual conduz, forçosamente, a uma revolução das ideias; ora,
uma revolução nas ideias produz, forçosamente, uma revolução na ordem
das coisas. É essa revolução que o Espiritismo prepara.
(O que é o Espiritismo, item 101.)

As menores causas podem produzir os maiores efeitos, é assim que, de


uma pequena semente, pode surgir uma imensa árvore; que a queda de uma
maçã fez descobrir a lei que rege os mundos; que as rãs, saltando em um
prato, revelaram a potência galvânica; é assim também que, do simples
fenômeno das mesas girantes, saiu a constatação do mundo invisível, e
dessa constatação uma doutrina que, em alguns anos, percorreu o mundo e
pode regenerá-lo somente pela comprovação da realidade futura.
(O que é o Espiritismo, item 103.)

O Espiritismo ensina pouco, sob o ponto de vista de verdades


absolutamente novas, em virtude do axioma de que não há nada de novo
sob o Sol (...) As verdades ensinadas pelo Espiritismo são portanto, antes
consequências que descobertas (...)
O Espiritismo não descobriu nem inventou os espíritos, tampouco
descobriu o mundo espiritual no qual, em todas as épocas da humanidade,
se acreditou, mas somente ele o prova por fatos materiais e mostra sob sua
verdadeira luz, livrando-o dos preconceitos e das ideias supersticiosas que
dão origem à dúvida e à incredulidade.
(O que é o Espiritismo, item 104.)

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Tema: “Sistemas”

(...) Com base na própria observação dos cientistas e com uma análise
dos conhecimentos que estavam sendo trazidos pelos espíritos, o
codificador, Allan Kardec, pôde estruturar e organizar os fatos e os
fenômenos espíritas, delineando, assim, os princípios da ciência espírita.
Entretanto, há um diferencial que gostaríamos de ressaltar e que fora a
base e crescimento de todo o estudo que resultou não só na organização dos
fenômenos, mas de todas as conclusões filosóficas e morais que culminou
no advento do Espiritismo, a de que, acima de tudo, as manifestações pre-
sentes estavam sendo ditadas e direcionadas pelos espíritos superiores com
propósitos, objetivos e planejamentos espirituais elevados.
O Espiritismo se constituiu e se fortaleceu dentro de uma base material e
humana, mas demonstrou a realidade e a verdade espiritual que jamais a
Humanidade, quer pela ciência quer pela religião e filosofia houve imaginado
e chegado.
Nascido dos fenômenos simples e cotidianos, por vezes até triviais, migrou
para questionamentos mais profundos sobre a moralidade e a existência da
vida imortal, bem como da presença de Deus.
Portanto, não se pode apenas estudar esses fenômenos sem entender as
bases espirituais. (...)
Hoje, as Casas Espíritas lidam com esses fenômenos diariamente, seja
ainda os estudando, mas principalmente sendo um ponto de socorro, de
consolo e de orientações aos que estão na vida terrena.
Os fenômenos, enfim, se “materializaram” dentro dos objetivos de cresci-
mento e de formação moral ao espírito, em pleno processo de desenvolvi-
mento, como pontes de luz entre o homem e Deus. (...)
(Espírito Hermann, mensagem psicografada em 13/6/2015,
no CELD, RJ, pelo médium Luiz Carlos Dallarosa.
o
Publicada / Apostila 22 E.E. MEDIUNIDADE, 28/6/2015.)

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Tema: “Sistemas”

Anexo:

Texto 1

Queria, em suma, que se compreendesse que, quando se discutir sobre a


validade da hipótese espírita, não se deverá nunca esquecer que esta
validade não repousa unicamente sobre casos de informações pessoais
fornecidas pelos mortos que se comunicam. Ela está, inabalavelmente,
fundada num feixe de provas extraídas de um conjunto inteiro de manifes-
tações supranormais: anímicas e espíritas.
Repito que esta última verdade é indiscutível e teoricamente decisiva,
porém noto, ao mesmo tempo, que ela é sempre esquecida pelos
contraditores da hipótese espírita e muitas vezes mesmo por seus
defensores, que ficam, por vezes, embaraçados e perplexos em face de
objeções contrárias, justamente porque eles se esquecem, por sua vez, de
que a hipótese espírita está solidariamente assentada numa imensidade de
provas e não numa prova única, e que basta considerar, cumulativamente,
essas provas, para convencer-se alguém da impossibilidade lógica de
romper, mesmo levemente, o feixe delas.
As almas timoratas, que receiam a iminência de uma catástrofe para a
verdade que lhes é cara, podem, pois, ter dias tranquilos. Persuadam-se de
que não é, racionalmente, permitido ter dúvida, mesmo a mais leve, sobre a
estabilidade das bases nas quais repousa a hipótese espírita.
Se, apesar de tudo, a hipótese espírita ainda encontra opositores no meio
de pessoas competentes em metapsíquica, isto se deve, exclusivamente, ao
fato de ter a inteligência humana muito trabalho em submeter, ao critério da
razão, a um só tempo, todos os dados que constituem cada problema a re-
solver, o que determina a sucessão e a teimosia perpétuas de conclusões
erradas, porque são assentadas apenas numa análise muito parcial dos
fatos.
Reconheço, todavia, que este inconveniente, oriundo de uma imperfeição
inata na inteligência humana, reveste o valor de uma lei biológico-psíquica.
Nestas condições, só nos resta curvar-nos ante os decretos da Providência,
deduzindo que, em princípio, o fato de tatear-se no erro e avançar-se no
caminho da verdade, tropeçando a cada passo, sempre impelidos pelo agui-
lhão da dúvida filosófica, constitui um elemento indispensável da indivi-
dualização e elevação da personalidade humana.
(Literatura de Além-túmulo, Ernesto Bozzano, Editora Lachatre.)

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Tema: “Sistemas”

Texto 2

O Espiritismo sendo considerado como a “Terceira Revelação” propiciou


ao ambiente terreno uma nova era da vida espiritual da Terra; e como
consequência uma maior responsabilidade, aos que vivem neste planeta,
será exigida. Sob a égide de Jesus, uma plêiade de espíritos encarnados e
desencarnados foi diretamente por ele encaminhada com a finalidade de
conduzir a todos aqueles que estão atrelados a este ambiente, um plane-
jamento de elevação eminente do progresso espiritual. Embora possa haver
muitos óbices e percalços a serem enfrentados oriundos da natureza
espiritual heterogênea e inferiorizada dos que aqui vivem e comungam em
suas ideias e sentimentos e, diante de um planeta cuja imperfeição predo-
mina, na sua grande monta, a uma única certeza — a de que este caminho é
irreverssível.
A grande maioria dos espíritos está atrelada às circunstâncias reencarna-
tórias de baixo teor vibratório e, portanto, precisam retornar ao mesmo
ambiente por sentirem-se atraídos por ele. São espíritos que se permutam
em trocas reencarnatórias durante um longo e exaustivo tempo, sem perce-
berem e admitirem, de fato, a vida espiritual que os cerca. Nesta classe se
encontram aqueles que são considerados como materialistas, incrédulos,
oportunistas, indiferentes e tantos outros que fazem parte da vida terrena e
que vivem de forma estritamente inconsciente, atraídos pela gravidade
material e psíquica do mundo dos encarnados. Dessa atmosfera, em que se
veem envolvidos, se nutrem e se expandem sem perceber e ou vislumbrar
quaisquer sentimentos de elevação que, porventura, venham das lides
espirituais superiores.
Entretanto, há um bom número de espíritos que estão percebendo a vida
espiritual como uma constante e presente força de vida universal e, conse-
quentemente, se permitem vivenciar e aceitar, de modo mais seguro, a
imortalidade da vida. Neste grupo estão aqueles que são reconhecidos
espiritualistas das mais diversas ordens e características, dando início às
mais variadas crenças, filosofias e religiões, incluindo também as diversas
formas de sincretismo religioso e cultos aos espíritos dos antepassados ou
mesmo aos deuses que se elegeram como sendo responsáveis pelos seus
destinos.
A vida não é somente um simples “sopro” que surgiu do nada e nenhum
“vento” que flui sem direção. Ela “surgiu” pela vontade do nosso Criador e se
mantém incólume sendo impulsionada constantemente em busca da
sabedoria e do amor. A vida, sendo progresso em movimento, propicia a
presença de generosos espíritos, que lúcidos, renovados e crentes, irão
estimular e manter a presença dessa revelação divina no planeta com a

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Tema: “Sistemas”
finalidade de iluminar os caminhos da humanidade à sua ascenção aos
mundos superiores.
finalidade de iluminar os caminhos da humanidade à sua ascensão aos
mundos superiores.
A crença em Deus, a certeza absoluta do nosso Criador na condução de
nossos destinos, a presença generosa de Jesus Cristo supervisionando o
progresso do nosso planeta, a imortalidade da vida, a intervenção dos
espíritos na humanidade são portas que se abriram de forma irreverssível
com a “Terceira Revelação”, propiciando uma visão ampla e realista da
universalidade da criação e objetivando, nesta nova era, o ingresso de todos
os espíritos ao caminho do esclarecimento, da sabedoria, da união e da paz,
portanto, a vida que se iniciou simples e ignorante, se faz consciente, clara e
libertadora diante da própria evolução planetária. Hoje, ainda existem muitos
que não acreditam nos fatos revelados, que não creem no Criador ou mesmo
os que irão crer numa forma de religiosidade que priva o espírito de sua
plena liberdade e de se reconhecer e ser reconhecido como um espírito
imortal em plena evolução. Entretanto, pouco a pouco, quem sabe, até bem
perto do amanhã, as asas da sabedoria oportunamente irão gerar um voo
seguro e firme para novas vivências e experiências para uma nova vida
espiritual elevada, plena, iluminada, pacífica e feliz.
Nessa ocasião, não haverá mais prantos nem ranger de dentes, somente,
então, paz, bondade e felicidade, num mundo que será considerado de
elevação.
Do irmão, Cairbar Schutel.

(Mensagem psicográfica recebida pelo médium Luiz Carlos Dallarosa,


em 12/6/2016, no CELD-RJ.)

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24º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: “Sistemas”

Biografia de Ernesto Bozzano

Ernesto Bozzano nasceu em Gênova, em 9 de janeiro de 1862, quarto


filho de um total de cinco irmãos. Pouco se sabe a respeito de sua infância,
contudo, desde cedo demonstrou grande interesse pelo estudo.
Aos 15 anos, já se interessava por Filosofia, Psicologia, Parapsicologia,
Astronomia, Paleontologia e demais Ciências Naturais.
Em sua autobiografia, Bozzano relata como o positivismo de Spencer
exerceu influência em sua vida e como se converteu em um defensor das
ideias espiritualistas:
“Tornei-me um positivista-materialista convicto, a tal ponto que me
parecia incrível existissem pessoas de cultura intelectual, dotadas normal-
mente de senso comum, que pudessem crer na existência ou na sobrevi-
vência do espírito.
(...) Parecia-me escandaloso que certos representantes da ciência oficial
quisessem discutir seriamente a transmissão de pensamento de um conti-
nente a outro, as aparições de fantasmas telepáticos, como entidades reais,
e casos atuais de assombração. (...)
Quando ainda era esse o meu estado mental, apareceu na Revue
Philosophique um longo artigo (...) explicando os novos casos pelas hipó-
teses da ‘alucinação’, das ‘coincidências fortuitas’ e mais algumas de que
não me lembro. Tais refutações me pareceram tão deficientes e inábeis que
produziram efeito contrário ao que o autor pretendia e me repugnava a
mente. Convenci-me de que a questão era realmente de fatos”.
Após o estudo do livro Animismo e Espiritismo, de Aksakof, principiaram
realmente suas investigações metódicas no campo da “ciência da alma”.
Pesquisador profundo e meticuloso começou a participar das experiências
sobre mediunidade e a escrever artigos sobre suas conclusões, a partir de
1900. Produziu mais de 60 obras em toda a sua vida. E as principais são:
Animismo ou Espiritismo, Metapsíquica Humana, Enigmas da
Psicometria, Fenômenos Psíquicos.
A parte essencial da sua obra consiste na publicação ininterrupta de
monografias. Nelas reuniu os fatos mais importantes de cada categoria e
defendeu a teoria espírita como a mais simples e natural explicação de
fenômenos mediúnicos.
Realizou pesquisas sobre a mediunidade de Eusapia Palladino, uma das
mais importantes médiuns de efeitos físicos.
Ernesto Bozzano desencarnou em 24 de junho de 1943, em Savona,
Itália.
Adaptado do site: www.autoresespiritasclassicos.com

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