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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade

Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

26º

Tema:
Manifestações Físicas:
Mesas Girantes

23 de junho de 2019

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

I- Temário:

Tema Central: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Conceitos Gerais

Tema 1 – Ponto de partida: a simplicidade do fenômeno e suas causas

Tema 2 – Força ou poder medianímico

Tema 3 – A prática mediúnica na visão dos espíritos: uma proposta de trabalho

II- Informações Gerais:

Data: 23/06/2019

Horário: 8h30min às 13h

Coordenação Geral: Márcia Cordeiro e Alexandre Lobato


Coordenação Imediata: Colegiado
Organização de Conteúdo: Equipe de Estudo do Encontro
Finalização: Setor Editorial CELD

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Centros Espíritas Participantes e Internet:

Data Instituição Local


C.E. Abigail Lima Madureira
23/jun C. E. Antonio de Aquino Mallet
C. E. Irmão Clarêncio Vila da Penha
N. E. Antonio de Aquino Bangu
30/jun C. E. Maria de Nazaré Nilópolis
06/jul G. E. Fraternidade e Amor Vila Aliança
(Sábado 9h as 12h)
07/jul C. E. Abigail Santa Cruz
N. E. Rabi da Galileia Santa Cruz
21/jul União Kardecista Nilópolis
C. E. Léon Denis Cabo Frio
28/jul C. E. Bezerra de Menezes Duque de Caxias

C. E. Casa do Caminho Taquara


03/nov Caminhemos com Humildade Nilópolis
24/nov C.E. Leopoldo Machado Nilópolis

Gr. Div. Leopoldo Machado Várias


cidades
13 e 14/julho Norte
Fluminense e
Região dos Lagos
17 e 18/agosto Campos

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Temas estudados até a presente data:

1994 – Mediunidade psicográfica


1995 – Mediunidade de incorporação
1996 – Influência moral do médium
1997 – Da natureza das comunicações
1998 – Da natureza da crença
1999 – Da influência do meio
2000 – Das evocações
2001 – Modos de se distinguirem os bons dos maus espíritos
2002 – Influência do exercício da mediunidade sobre a saúde
2003 – Da influência moral do médium ( II )
2004 – Aplicação moral e frutos do Espiritismo: inibições dos médiuns
2005 – Educação e função dos médiuns
2006 – Reencarnação e mediunidade: a mediunidade no pensamento
de André Luiz
2007 – Reencarnação e mediunidade: os bons médiuns
2008 – Reencarnação e mediunidade: da formação do médium
2009 – As leis da comunicação espírita: a construção da Casa Espírita
2010 – A Casa Espírita e os médiuns
2011 – A Casa Espírita e o trabalho em equipe
2012 – A Casa Espírita, o corpo mediúnico e o trabalho assistencial
2013 – A Casa Espírita, o médium e a divulgação doutrinária
2014 – Existem espíritos?
2015 – O maravilhoso e o sobrenatural
2016 – Método
2017 – Sistemas
2018 – Ação dos Espíritos sobre a Matéria
2019 – Manifestações Físicas: mesas girantes

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Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Objetivo Geral:
• Compreender os elementos indispensáveis ao fenômeno mediúnico e o papel de cada
um: perispírito, médium e força medianímica.

Objetivos Específicos:
• Classificar os modos pelos quais os Espíritos comprovam sua existência.
• Identificar os elementos indispensáveis ao fenômeno mediúnico.
• Reconhecer que a existência da faculdade mediúnica é comprovada na
experimentação.

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Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Conceitos Gerais:

Allan Kardec, através de suas pesquisas, deu-nos a conhecer uma nova ciência, com
consequências morais: a Doutrina Espírita.

A Doutrina Espírita nos revelou a existência de um mundo invisível, que acotovela o


mundo corpóreo, habitado por seres incorpóreos. Esses seres são as almas dos homens
despojadas de seu envoltório corporal.

Como a noção espírita sobre os Espíritos pode nos ajudar a compreender o


fenômeno das mesas girantes?

I. Desde o momento em que se admita a existência da alma e sua individualidade após a


morte, é preciso admitir também: 1º) que ela é de uma natureza diferente da do corpo, já
que, uma vez separada deste, não mais possui suas propriedades; 2º) que ela goza da
consciência de si mesma, visto que a ela se atribuem a alegria ou o sofrimento (...)
(O Livro dos Médiuns, cap. I, item 2)

II. (...) o Espírito é o ser principal, já que é o ser que pensa e que sobrevive. O corpo é,
portanto, apenas um acessório do Espírito, um envoltório, uma veste que ele deixa, quando
está usada. (...) O Espírito não é, portanto, um ponto, uma abstração, mas um ser limitado e
circunscrito, ao qual só falta ser visível e palpável para se assemelhar aos seres humanos. Por
que, então, não agiria sobre a matéria?
(O Livro dos Médiuns, cap. I, item 3)

III. Esses seres incorpóreos ou Espíritos podem agir sobre a matéria inerte e também
sobre um ser animado, apesar da imaterialidade da alma.

Aos olhos daqueles que veem a matéria como a única potência da natureza, tudo o que
não pode ser explicado pela lei da matéria é maravilhoso ou sobrenatural.
(O Livro dos Médiuns, cap. II, item 10)

Mas existe matéria em estados mais sutis do que aqueles conhecidos pela Ciência:

22. Geralmente, define-se como matéria, o que tem extensão, o que pode impressionar
nossos sentidos, o que é impenetrável; estas definições são exatas?
“Do vosso ponto de vista isto é exato, porque não falais senão do que conheceis; mas
a matéria existe em estados que vos são desconhecidos; ela pode ser, por exemplo, tão
etérea e sutil, que nenhuma impressão cause nos vossos sentidos; entretanto, é sempre
matéria; mas para vós, não o seria.”

a) Que definição podeis dar da matéria?


“A matéria é o elo que acorrenta o espírito; é o instrumento que lhe serve e sobre o
qual, ao mesmo tempo, ele exerce sua ação.”
(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec)

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Como os Espíritos conseguem se manifestar, agir sobre a matéria?

IV. A “matéria que acorrenta o espírito” lhe permite agir sobre o mundo material.

O Espírito necessita, portanto, de matéria para agir sobre a matéria. Possui por
instrumento direto, seu perispírito, (....) tem, por agente intermediário, o fluido universal,
espécie de veículo sobre o qual ele age (...) Encarada desta maneira, facilmente se concebe
a ação do Espírito sobre a matéria.
(O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, 2ª parte, cap. 1, Item 58)

(...) o que há de estranho em admitir que o Espírito, com o auxílio de seu perispírito,
possa suspender uma mesa, principalmente, quando se sabe que este perispírito pode tornar-
se visível, tangível e comportar-se como um corpo sólido?
(O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, 2ª parte, Cap. I, Item 59)

Também a alma, através do perispírito, pode emancipar-se e agir sobre a matéria.

Os fantasmas dos vivos agem sobre a matéria, eles abrem e fecham portas, agitam
sinetas, fazem ouvir acordes em pianos fechados. Eles impressionam os animais domésticos,
deixam marcas de mãos e de dedos sobre a poeira dos móveis, e até, às vezes, comunicações
escritas que permanecem como uma prova irrecusável de sua passagem.
(No Invisível, Leon Denis, Cap. II)

Pensando ainda na alma, não esqueçamos que o perispírito permite as ações sobre o
organismo humano.

Minha vontade é uma força imaterial, todas as faculdades da minha alma são
imateriais, contudo, se quero levantar meu braço, minha vontade move a matéria. Como ela
age?
(Camille Flammarion, Forças Naturais Desconhecidas, cap.1, Observações
Preliminares, Editora Conhecimento)

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Tema1: Ponto de partida: a simplicidade do fenômeno e suas causas

Então lhe perguntaram:


Que sinal realizas, para que o vejamos
e creiamos em ti?
Que obra fazes?
(João, 6:30)

O fenômeno espírita ocorrido na América logo chegou à Europa. Enquanto que, na


América, o fenômeno atraia as multidões pelo caráter inusitado; com Kardec inicia-se a
investigação das causas dos fenômenos. Não pareciam obedecer às leis da mecânica que
estavam sendo estabelecidas, à época.

Por que Kardec iniciou a explicação dos fenômenos espíritas a partir do


fenômeno das mesas girantes?

Como quer que seja, as mesas girantes não deixam de ser o ponto de partida para a
Doutrina Espírita e, por esse motivo, nós lhes devemos algumas explicações, tanto mais que,
apresentando os fenômenos na sua maior simplicidade, o estudo das causas destes será mais
fácil e a teoria, uma vez estabelecida, dar-nos-á a chave dos efeitos mais complicados.
(O Livro dos Médiuns, 2ª Parte – Cap. II, item 60)

O movimento das mesas era um dos efeitos sensíveis observados; havia ruídos,
movimento e deslocamento de corpos sólidos que podiam ser vistos por toda a gente. Kardec
denomina estes efeitos de manifestações físicas.

Umas são espontâneas, isto é, independentes de qualquer vontade; outras podem ser
provocadas. Primeiramente, falaremos apenas destas últimas.
(O Livro dos Médiuns, cap. II, item 60)

Para maior compreensão dos fenômenos espirituais, vamos conhecer o modo como
Kardec classifica a ação dos Espíritos (Revista Espírita, janeiro de 1858).
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O fenômeno das mesas girantes se enquadra nas manifestações físicas provocadas.


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Acompanhemos a descrição do fenômeno:

(...), quando o efeito começa a se manifestar, ouve-se, um pequeno estalido na mesa;


sente-se como que uma vibração, que é o início do movimento; ela parece fazer esforços para
se libertar; depois, o movimento de rotação se acentua; ele se acelera ao ponto de adquirir
tamanha rapidez que os assistentes sentem todas as dificuldades do mundo para segui-lo.
Uma vez estabelecido o movimento, é possível até afastar-se da mesa, que continua a mover-
se em diversos sentidos, sem contato.
(O Livro dos Médiuns, cap. II, item 63)

Diante do fenômeno, que causas inicialmente Kardec atribuiu a ele?

Seria um fenômeno magnético?

“Sendo averiguada a realidade dos fenômenos, o primeiro pensamento que


naturalmente veio ao espírito daqueles que os reconheceram foi o de atribuir os
movimentos ao magnetismo, à eletricidade ou à ação de um fluido qualquer; numa
palavra, a uma causa física ou material. (grifo nosso)
(O Livro dos Médiuns, 1ª Parte – Capítulo IV, item 42)

No princípio das observações, os vários procedimentos da ciência magnética foram


testados, porém, a experiência comprovou que a forma da mesa, a substância de que ela é
feita, a presença dos metais, da seda nas roupas dos assistentes, os dias, as horas, a
obscuridade ou a luz etc., são tão indiferentes quanto a chuva ou o bom tempo.

Outras recomendações da prática magnética, tais como alternância dos sexos, contato
dos dedos mínimos das diferentes pessoas, de maneira a formar uma corrente ininterrupta,
também se mostraram inúteis.

O sistema das causas físicas não conseguiu explicar todas as peculiaridades dos
movimentos das mesas girantes.

Após invalidar as causas puramente físicas, que considerações Kardec nos fez,
após repetidas observações, do fenômeno das mesas girantes?

• Para a produção do fenômeno, é necessária a intervenção de uma ou


várias pessoas dotadas de uma aptidão especial (médiuns);

• O recolhimento, um silêncio absoluto e, principalmente, a paciência são


condições essenciais para o fenômeno acontecer;

• O fenômeno depende de uma força até então desconhecida.

Para saber mais: O Livro dos Médiuns, cap. II, item 42;
✓ O Livro dos Espíritos, Introdução III;
✓ O Que é o Espiritismo, Cap. I “Falsas Explicações dos Fenômenos;
✓ Apostila do 24º EEMED.

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Seriam forças desconhecidas no próprio homem?

Haveria uma força externa ao homem?

O que poderia produzir um fenômeno tão patente como aquele?

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Tema 2 – Força ou Poder medianímico

Tendo eles assim orado,


tremeu o lugar onde se achavam reunidos.
E todos ficaram repletos do Espírito Santo (...).
(Atos, 4:31)

Kardec, ao observar as mesas girantes, identificou a necessidade de indivíduos com


uma aptidão especial para produzir o fenômeno.

Há algum sinal com que se possa reconhecer esta aptidão especial?

Infelizmente, não há, até o presente, qualquer diagnóstico que possa indicar, ainda que
aproximadamente, que se possua esta faculdade; os sinais físicos nos quais algumas pessoas
acreditaram ver indícios, nada têm de correto. Encontramo-la em crianças e em velhos, em
homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de
desenvolvimento intelectual e moral. Só há um único meio de constatar-lhe a existência: é
experimentar.
(O Livro dos Médiuns - 2ª parte – Capítulo XVII – item 200)

Ele designou esses indivíduos de médiuns e concluiu:

Quando, numa reunião, se quer experimentar, deve-se, simplesmente, sentar em torno


de uma mesa e colocar as mãos espalmadas sobre ela, sem pressão, nem contenção
muscular. (...).
(O Livro dos Médiuns, cap. II, item 62)

Um grande estudioso da ciência magnética, o Barão de Reichenbach*, também


fazendo pesquisas sobre as mesas girantes, anotou minuciosamente as circunstâncias que
facilitavam ou dificultavam o movimento das mesas. Ele identificou pessoas reconhecidas como
“sensitivas”, que atuavam no fenômeno. Ao longo de aproximadamente 20 anos, concluiu, de
modo inegável, pela existência de uma força desconhecida que ele denominou od.

Ser sensitivo é, pois, uma das condições fundamentais para provocar a aparição do
fenômeno; é o estado particular no qual deve se encontrar o sistema nervoso do homem para
ser suscetível de provocar esses movimentos extraordinários.
(Os Eflúvios Ódicos, Barão de Reichenbach, Sexta Conferência: Mesas Girantes)

Ver em anexo: Resumo das observações e conclusões do Barão de


Reichenbach sobre as mesas girantes.

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Kardec identificou ainda outros aspectos relacionados ao fenômeno:

• O número de cooperadores é indiferente;

• A presença daqueles cuja mediunidade é nula pode ser mais nociva do que útil à
produção do fenômeno;

• Uma pessoa, sendo médium poderoso, produzirá, sozinha, muito mais do que vinte
outras reunidas;

Ver em anexo: Resumo da história de Eusapia Paladino

Mas, a variedade de efeitos vai revelando a diferença entre diversos médiuns: “a mesa
que se ergue e se sustenta ora sobre um único pé, ora sobre um outro; depois retorna a sua
posição natural. De outras vezes, ela se balança, imitando as oscilações de um navio. De
outras vezes, finalmente, mas para isso é necessário um poder medianímico considerável, ela
se destaca inteiramente do solo e se mantém em equilíbrio no espaço, sem ponto de apoio,
elevando-se, às vezes, até o teto, de forma que se possa passar por baixo dela; (...)
(O Livro dos Médiuns, cap. II, item 63)

Um outro fenômeno que se produz com muita frequência, conforme a natureza do


médium, é o das pancadas na própria textura da madeira, sem nenhum movimento da mesa;
essas batidas, algumas vezes muito fracas, outras vezes bastante fortes, fazem-se se ouvir,
(...) nos outros móveis do aposento, nas portas, nas paredes e no forro.
(O Livro dos Médiuns, cap. II, item 64)

O que é força mediúnica ou medianímica ou força psíquica?

Mediamínico = (Construção híbrida do latim medius, medianeiro, intermediário; e do


francês âme, alma) Qualidade da faculdade dos médiuns, faculdade mediamínica.
(Transe e Mediunidade, Palhano Jr., Lamartine, 2000, Cap. III, Ed. Lachâtre)

Com esta expressão médiaminique, utilizada na primeira edição de O Livro dos


Médiuns, Kardec demonstrou conhecer que a alma (em francês âme), isto é, o espírito
encarnado, quando em um grau qualquer de emancipação, pode realizar os mesmos
fenômenos que um espírito desencarnado pode provocar em um médium. Assim, considerando
que há fenômenos anímicos associados aos mediúnicos, o autor os reuniu nesta expressão.
(Transe e Mediunidade, Palhano Jr., Lamartine, 2000, Cap. III, Ed. Lachâtre)

Para saber mais: O Livro dos Espíritos, Capítulo Emancipação da Alma

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Por definição, os fenômenos espíritas são de duas naturezas: anímicos e mediúnicos.


Nos primeiros é o espírito encarnado, em estado de transe, que produz os fenômenos
espíritas; nos mediúnicos, há um intercâmbio espiritual, e os espíritos produzem os fenômenos
por meio dos médiuns, utilizando-se de suas energias psíquicas e possibilidades de transe.
Daí que muitas vezes Kardec generalizou todos os fenômenos espíritas dentro do conceito de
mediunidade, visto que o espírito emancipado pode se comunicar.
(Transe e Mediunidade, Palhano Jr., Lamartine, 2000, Cap. III, Ed. Lachâtre)

É preciso refletir com Kardec:

O que há, portanto, de surpreendente em que o fenômeno do movimento dos


objetos pelo fluido humano tenha, também, suas condições de ocorrer (grifo nosso) e
deixe de se produzir, quando o observador, colocando-se no seu próprio ponto de vista,
pretende fazê-lo ao sabor de seu capricho, ou sujeitá-lo às leis dos fenômenos conhecidos,
sem considerar que para fatos novos, pode e deve haver leis novas?
(O Livro dos Espíritos, Introdução III)

“A teoria da força psíquica nada mais é do que a simples verificação do fato quase
indiscutível atualmente: o de que, em certas condições, ainda imperfeitamente fixadas e a certa
distância ainda indeterminada, promana do corpo de certas pessoas, dotadas de uma
organização nervosa especial, uma força que, sem o contato dos músculos ou do que a eles se
ligue, exerce uma ação à distância, produz visivelmente o movimento de corpos sólidos e neles
faz vibrar sons. Como a presença de uma tal organização é necessária à produção dos
fenômenos, é razoável concluir que essa força procede desta organização por um meio ainda
desconhecido”
(Fatos Espíritas, William Crookes, Teorias expostas para explicarem os fenômenos
observados)

Qual seria a origem desta força?

Essa força é gerada pelo corpo fluídico. (grifo nosso) Ela tem sido designada,
alternadamente, sob os nomes de força ódica, magnética, nêurica, etérica; nós a chamaremos
de força psíquica, porque obedece à vontade que dela é o motor; os membros são os agentes
condutores; ela se desprende mais particularmente dos dedos e do cérebro.
Os médiuns de efeitos físicos exteriorizam essa força em grande abundância; mas nós
a possuímos, todos, em graus diversos. É por meio dessa força que se produzem os
levantamentos de mesas, o transporte dos objetos sem contato, o fenômeno dos aportes, a
escrita direta sobre ardósias. Sua ação é constante em todas as manifestações espíritas.
Ela foi estudada em sua natureza por Reichenbach que lhe deu o nome de od. William
Crookes foi o primeiro a medir-lhe a intensidade.
(Léon Denis, No Invisível, cap. XV, A Força Psíquica. Os Fluidos. O Magnetismo)

Se esta força está no perispírito, por que nem todo mundo pode produzir o
mesmo efeito?

Nem todos os médiuns têm o mesmo poder. Por quê?

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Isto depende da organização e da maior ou menor facilidade com a qual a combinação


dos fluidos pode operar-se;(...). Acontece com esta força o que se dá com a dos
magnetizadores, que não é a mesma para todos(...)

Nota: O magnetismo é, sem dúvida alguma, o princípio desses fenômenos, mas, não,
como geralmente o entendem; a prova é que há magnetizadores muito poderosos que não
conseguiriam fazer uma mesinha se mover, enquanto pessoas que não podem magnetizar,
crianças mesmo, a quem basta colocar os dedos sobre uma mesa pesada, para fazê-la agitar-
se; portanto, se o poder medianímico não é proporcional ao poder magnético, é que há uma
outra causa.
(O Livro dos Médiuns - 2ª parte – Capítulo IV – item 74, 19ª)

Portanto, a força medianímica é a força gerada pelo corpo fluídico, nos indivíduos com
aptidão especial, capazes de agir a distância, variando de intensidade conforme os indivíduos,
e que foi observada nos experimentos das mesas girantes. Tendo origem na alma, que dela é
o motor, difere das forças magnética, nêurica, etérica, elétrica ou qualquer outra.

Então como Espírito....

Como posso expandir, dirigir e preservar essas forças?

Como utilizo essas forças no exercício da mediunidade?

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Tema 3 – A prática mediúnica na visão dos espíritos: uma proposta de trabalho

[Jesus] “disse ao homem: ‘Estende a mão’.


E ele a estendeu,
e sua mão estava curada”.
(Marcos, 3:5)

Até aqui, identificamos os elementos indispensáveis ao fenômeno mediúnico e o papel


de cada um deles:
• Perispírito;
• Aptidão especial (Médium);
• Força medianímica.

Qual é a relação desse conhecimento com minha prática mediúnica?

A única prescrição rigorosamente obrigatória é o recolhimento, um silêncio absoluto e,


principalmente, a paciência, se o efeito se fizer esperar. Pode ser que se produza em alguns
minutos, como pode demorar meia ou uma hora; isto depende da potência medianímica dos
coparticipantes.
(O Livro dos Médiuns, cap. II, item 62)

A vontade sustentada pela fé é, portanto, a melhor força motriz para dirigir as forças
psíquicas do ser e projetá-las para um objetivo sublime.
(Espiritismo e as Forças Radiantes, Léon Denis)

(...) a verdadeira mediunidade é fruto da força psíquica em si mesma e é, igualmente,


fruto do enorme esforço de cada um no desempenho de uma tarefa eminentemente voltada
para o bem, quando o médium é cristão.
(Balthazar, mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 18/6/2003,
no CELD para o 10º EEMED – 3ª vibração)

Compreendo que minha postura diante da tarefa irá influenciar nos resultados
obtidos?

O que os Dirigentes Espirituais dizem sobre isso?

“O espírito obtém “forças e recursos”, da sua própria natureza íntima, para movimentar
as energias que existem fora e em torno de si, no intuito de obter os resultados esperados,
sejam os de se movimentar objetos, ou de se promover, ou auxiliar nos processos de cura.
Essas “forças e recursos”, na verdade, são provindas e sustentadas de uma origem muito
maior – DEUS – donde todos nós fomos criados e do qual fazemos parte integrante da
criação.”
(Dr. Hermann, psicografia do médium Luiz Dallarosa, no CELD, RJ em 14/6/2018)

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

A mediunidade assim, embora aparentemente neutra, não o é, porque ela é sempre o


resultado do próprio crescimento do indivíduo. Ora, há almas que são realmente frágeis e a
mediunidade que nelas ocorre, com processos fracos, às vezes fraudulentos, às vezes místicos
em demasia, em realidade são observados pelo Senhor da Vida como resultantes da própria
falta do crescimento do médium.
Assim, Deus não nos acusa pelos fracassos, embora reprima os erros, embora chame a
atenção para os problemas ocasionados pelo médium enfraquecido. Mas, repito, Deus não os
acusa. Apenas deplora. Deplora as criaturas que tentam ir além das próprias medidas
estabelecidas pelas suas próprias dificuldades. Deplora pela falta das criaturas em analisar a si
mesmas. Deplora o fato de as pessoas não terem crescido espiritualmente
(...) Assim, trabalhem esse Encontro mostrando aquilo que Kardec quis mostrar:
mediunidade a ser exercida superiormente, mediunidade com uma meta cristã, mediunidade
como um trabalho no bem.
(Balthazar, Mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 04/06/1997,
no CELD, para o 4º EEMED - 1ª vibração)

Como Kardec nos explica em A Gênese, capítulo XIV, itens 19 e 20, uma reunião
espírita é um foco de irradiação de pensamentos e de eflúvios fluídicos, cuja resultante
depende da natureza do conjunto, face à multiplicidade de suas correntes harmoniosas ou
discordantes.
Nas reuniões homogêneas e simpáticas, sabe-se que se pode haurir novas forças
morais e recuperar as perdas fluídicas.

Percebo a necessidade dessa orientação para harmonização do ambiente fluídico


do trabalho?

A força magnética obedece ao comando da mente daquele que a dirige. Médium


moralizado é reconhecido pela própria vibração magnética que possui: o melhor vibra bem; o
pior vibra mal; o indiferente não transmite coisa alguma.
(Balthazar, mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 08/06/2005,
no CELD, para o 12º EEMED - 1ª vibração)

(...) Aquele que age movimentando os mecanismos de seu corpo apenas por agir nunca
será um bom médium. Somente quando decidir trabalhar as suas ideias com Jesus é que
imediatamente se abrirão as possibilidades de progresso moral para ele.
(Balthazar, mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 16/6/04,
no CELD, para o 11º EEMED – 2ª Vibração)

Ou se exerce a mediunidade de modo cristão ou, em si mesma, ela não promoverá o


progresso do Espírito. (...) Ireis sentir com Jesus que, ou se age cristãmente ou a mediunidade
poderá se transformar num instrumento até mesmo de tumulto para aqueles que não a
souberam aproveitar adequadamente.
(Balthazar, mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 27.05.98,
no CELD para o 5º EEMED – 1ª Vibração)

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Como se vê, a mediunidade pode se transformar em instrumento de tumulto para o


médium, se refletindo consequentemente no ambiente. Se esse tumulto se torna permanente,
ocasionará desordens físicas. (A Gênese, cap. XIV, item 18)

Por qual mecanismo ocorre o desgaste da força medianímica?

Há no médium, uma força de origem nervosa que se desprende do organismo,


principalmente durante o ato mediúnico. O uso contínuo dessa energia produz no médium uma
espécie de fadiga ou cansaço, quando o exercício mediúnico é prolongado e sem o repouso
devido. (...)
Há casos em que o médium, por desavisado, se propõe a trabalhar como alimária de
espíritos notadamente voltados para o intercâmbio deseducado. Mesmo nessa ocasião, o
repouso e a transferência de energias alimentares provocam o equilíbrio das forças. No
entanto, o médium que esgota suas energias sem o devido respeito às forças da natureza, que
presidem a todos nós, ou mesmo o indivíduo que trabalhe mediunicamente, mas sem ser pela
égide de Jesus, este ficará exposto às sensações desgastantes. Nesse caso, poderá de tal
forma tomar o seu psiquismo descontrolado, que se verificarão as tristes ocorrências do
depauperismo1 das forças vitais com os chamados sinais de desequilíbrio nervoso, que é a
primeira fase para a perturbação das ideias, com o desgaste das forças que residem no
cérebro.”
(Inágio Bittencourt, mensagem psicográfica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro
em 10/01/2002)

(...) Todas as vezes que ouvirmos falar em médiuns com problemas de saúde
decorrentes do uso da mediunidade, iremos ver que o que ocorre, realmente, é o descontrole
do ser humano, do ser espiritual. (...).
A mediunidade não provoca doenças; o homem é que fica doente, por força da
mediunidade mal usada.
Observando os fatos por esse ângulo, exaltemos junto aos médiuns a busca da saúde,
da paz, do controle emocional. E essa busca de saúde e de paz será em função do próprio
desejo que o médium há de carregar em si de continuar trabalhando até o limite de suas
forças. (...)
(Balthazar, mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 5/6/2002,
no CELD, para o 9º EEMED – 1º Vibração)

Lembremo-nos dos valorosos médiuns, no passado, que adoeceram – Cayce, Piper,


D’Esperance – por doarem sua força medianímica em experimentações que propiciaram o
conhecimento das condições ideais do meio em que o médium exerce seu trabalho. Foram
mártires da mediunidade, expondo sua força mediúnica a descrentes, curiosos, fanáticos.
Allan Kardec e O Livro dos Médiuns são a salvaguarda do trabalho mediúnico seguro.

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Depauperismo ou pauperismo: Enfraquecimento, esgotamento, debilidade
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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

No exercício da minha função mediúnica, eu estou experimentando. Para isso preciso


observar os fatos.

Eu me observo como médium?

É possível o exercício mediúnico, sem uma base: o estudo e conhecimento de O


Livro dos Médiuns? Sem orientação segura?

É forçoso lembrar sempre de que o médium e a mediunidade estão presentes em toda a


natureza humana e, por estar presente nesta natureza humana, o homem, a criatura humana,
o encarnado e também o desencarnado, precisa se vigiar, mais atentamente, a ponto de
escutar, não só a sua própria consciência, nas diretrizes e nas decisões que precisa tomar,
mas se valer de uma direção segura, séria, capaz de fazer com que ele tenha um
direcionamento seguro para que a sua vida, íntima e de relação, seja uma vida equilibrada,
pacífica, orientada.
A mediunidade, como já foi estudado, sempre estudado e abordado, (ela) pode vir de
várias formas e de várias maneiras. (...)
Daí a necessidade de fazer com que essa mediunidade e aquele que a tem, o seu
portador - o médium - tenha a capacidade, a aferição, o conhecimento, o discernimento
para poder julgar, de maneira apropriada, o que deve fazer, o que pode fazer, como fazer,
quais são os seus limites e como ele pode realmente atuar (grifo nosso).
(Balthazar, mensagem psicofônica pelo médium Luís Dallarosa, em 20/06/2007,
no CELD, para o 14º EEMED)

A partir dos ensinos de Kardec, sobre as mesas girantes:

• Percebemos que tais recursos são expansíveis pela ação do sentimento e da


vontade?
• Que as tarefas mediúnicas de um Centro Espírita exigem a preservação desses
recursos?

Essas forças e recursos existentes em nós podem facilitar ou dificultar a tarefa na Casa
Espírita, conforme o direcionamento que lhes damos.

É razoável entender que todos os desdobramentos advindos desta criação, (...) sirvam
de instrumentos oferecidos pelo Criador para serem movimentados, no intuito de se conseguir
atingir algum tipo de ação no ambiente físico em que comumente se vive.
(Dr. Hermann, psicografia pelo médium Luiz Dallarosa, no CELD, RJ em 14/6/2018)

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Conclusão:

Independente da ação dos Amigos Espirituais, a mobilização consciente das nossas


forças participa ativamente da tarefa na Casa Espírita.
• Ambientes magnético-fluídico-mediúnico da Casa Espírita;
• Forças da alma – participação anímica/mediúnica do trabalhador.

O Livros dos Médiuns, no capítulo que apresenta as Manifestações Físicas


(Provocadas) Mesas Girantes, permitiu compreender que pessoas dotadas de aptidão especial
(médium) participam dos fenômenos desencadeados por sua própria vontade ou daqueles que
estão à sua volta, exteriorizando, através do períspirito, a força psíquica.

“Trabalhem assim, amigos com Jesus. Não esqueçam de que o Senhor um dia
depositou na mão de cada um, uma força bendita para sustentar, animar, conduzir,
amparar, erguer, O Senhor um dia teve confiança em todos vocês, entregando valores
para serem manipulados, promovendo o crescimento da criatura. O Senhor um dia teve
piedade de todos e deu um grande veículo para o serviço do bem, que é um corpo
mediúnico, para que navegando nesse veículo, o homem atingisse o final de sua estrada,
de seu caminho cheio de paz.” (grifo nosso)
(Dr. Hermann, psicofonia do médium Altivo Pamphiro, CELD, RJ em 03/7/1980)

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Anexo:

Texto 1: Resumo das observações e conclusões do Barão de Reichenbach sobre as


mesas girantes

A obra foi incluída por Allan Kardec no Catálogo Racional das Obras para se Fundar
uma Biblioteca Espírita (Paris, maio De 1869).

O Barão foi um reconhecido estudioso da ciência magnética. Kardec considera a


importância da obra, onde o autor descreve suas experiências com o fluido ódico, descoberto
por ele.
Relata Reichenbach que milhares de pessoas que tentavam fazer girar as mesas
queixavam-se de dores de cabeça, mal-estares, fraquezas, câimbras, que tais perturbações
eram as mesmas em toda parte. O meio de interromper esses desconfortos consistia em retirar
da corrente os indivíduos com queixas que estavam ao redor da mesa.
E conclui: “Aquilo que pode produzir efeitos materiais não tem, pois, como origem uma
causa material?”
Inicia a pesquisa da causa fixando uma bola de madeira sob cada um dos três pés de
uma mesa redonda de pinho, procurando minimizar dificuldades no movimento sobre assoalho
irregular.
Não permite tração manual da mesa, entregando aos sensitivos, homens e mulheres,
as extremidades de cordas velhas e frouxas que encaixou em ranhuras previamente
entalhadas na mesa. Informa que após quinze minutos, a mesa crepitando, moveu-se, a seguir
começou a girar, primeiro lentamente, depois com tal velocidade e violência que corria em
torno do quarto sem que qualquer força humana pudesse agir mecanicamente e interferir na
experiência.
Conclui que outro agente, que não um impulso arbitrário e premeditado, até então
desconhecido e não observado, era a causa do movimento.
Anotando as características das pessoas que tentavam fazer girar as mesas, verificou
que:
• reunidos rapazes e moças vigorosos, saudáveis, mas não sensitivos, a mesa
permanecia imóvel, mesmo que o grupo tentasse a experiência em diferentes
ocasiões;
• Formada uma corrente mista de não sensitivos e sensitivos, as mesas
demoravam a se mover e o faziam “preguiçosamente” quando isso ocorria. A
retirada dos não sensitivos da corrente permitia que, bruscamente e com
vivacidade, a mesa se manifestasse;
• Quando, na corrente de sensitivos, estavam indivíduos com alterações da
saúde, a mesa não se mexia.

Observando minuciosamente as condições que influenciavam o movimento, notou que


a fadiga física, assim como “desagradáveis predisposições morais” tais como a tristeza, os
aborrecimentos da vida conjugal, o mau humor, a angústia etc. eram obstáculos ao movimento.
A temperatura fria da mesa, ou uma fonte de calor moderado abaixo da mesa inibia ou
estimulava a ação do agente – od – sobre a mesa. O frio inibia o movimento. O calor moderado
era estímulo.
Quando os pés dos sensitivos estavam orientados para o pé da mesa, assim como os
membros, descruzados, o movimento ocorria com facilidade. Não aplicar dedos das mãos
horizontalmente sobre a mesa, mas recurvá-los, facilitava o movimento.

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Pessoas muito jovens, sobretudo crianças, não produziam propulsão suficientemente


ativa. Mas idosos sensitivos mostravam poder propulsivo considerável.
O uso de objetos de metal pelos sensitivos provocou enfraquecimento da ação, e, em
muitos casos, desnaturou-a completamente.
Ingestão de alimentos diversos, de café, por exemplo, dificultava a ação dos sensitivos.
O vinho é estimulante para eles.
Minuciosamente, o Barão de Reichenbach anotou as circunstâncias que facilitavam ou
dificultavam a ação das pessoas reconhecidas como “sensitivas”, necessárias ao movimento
das mesas e conclui, de modo inegável, pela existência de uma força desconhecida que ele
denominou od.
(Os Eflúvios Ódicos, Sexta Conferência: Mesas Girantes, Editora do Conhecimento)

Texto 2: Quadro comparativo Kardec X Reichenbach

Allan Kardec Barão de Reichenbach


Nasc. 1804 – Desenc. 1869 Nasc. 1788 – Desenc. 1869
Estudioso do Magnetismo Estudioso do Magnetismo
Estudaram o fenômeno das mesas girantes:
Inicia suas pesquisas em 1855, aos 51 anos. Inicia suas pesquisas em 1852, aos 64 anos.
Utilizou procedimentos do Magnetismo, mas Utilizou apenas os procedimentos do
percebeu a necessidade de outras Magnetismo.
prescrições.
Dos efeitos procurava remontar às causas. Para efeitos materiais, há uma causa material.
Aptidão especial (médium) e suas variedades --------
Aptidão especial é a causa primeira. Um fluido é a causa.
Médiuns (crianças, jovens, adultos, idosos) Sensitivos (jovens, adultos e idosos)
Força medianímica e suas gradações – causa Força ódica ou Od - 1856
imediata
Força gerada pelo perispírito Força gerada pelo corpo físico (sistema
nervoso)
Fenômeno de natureza espiritual (anímico ou Fenômeno de natureza material.
mediúnico).

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Texto 3: Resumo da história de Eusapia Palladino

Nascida em Murga, Nápoles, no dia 31/01/1854. Orfã de mãe poucos dias após o
nascimento, foi entregue, pelo pai, aos cuidados de um casal amigo.
Uma queda antes do primeiro ano de idade causou uma fenda craniana de onde saía
ligeiro sopro frio, quando a médium entrava em transe.
Aos oito anos de idade (1862), se tornou órfã de pai. Entregue a sua avó, foi
abandonada e, mais tarde recolhida, por pessoas da alta burguesia napolitana. Escorraçada
após alguns meses, recorreu à família amiga de seus pais que a acolheu por alguns dias,
enquanto se providenciava sua internação em convento da cidade.
Nessa casa, começaram experiências com as mesas girantes. Nenhum fenômeno
aconteceu até que Eusapia fosse colocada na corrente formada.
Para identificar o responsável pelos fenômenos, foram realizados testes eliminatórios.
Apenas a menina Eusapia, passando o dedo sobre a mesa, provocava os movimentos da
mesa assim como a levitação de objetos que se imobilizavam nas proximidades dela.
Desde a infância, Eusapia conviveu com as aparições, ouvindo as pancadas nos
móveis sobre os quais se apoiava, sentindo que lhe arrancavam as roupas assim como as
cobertas da cama.
Aos vinte e três anos, foi procurada pela esposa do Sr. Damiani, que seguiu a
orientação do espírito John King, recebida em uma sessão espírita.
O prof. Ercole Chiaia e o Sr. Damiani se dedicaram ao estudo dos fenômenos que
ocorriam junto a ela e, como a queriam à sua disposição, remuneravam-na, tornando-a
independente.
Em 1891, o Prof. Cesare Lombroso se juntou aos investigadores iniciais e, admitindo
publicamente a realidade dos fenômenos, atraiu muitos cientistas europeus e americanos
importantes à investigação dos fenômenos psíquicos, através de Eusapia.
Ao desencarnar em 1918, aos sessenta e quatro anos de idade, após quase meio
século de experimentações contínuas, sob as mais rigorosas exigências formuladas pelos
maiores sábios de sua época, envelhecida, enferma, diabética, Eusapia havia enfrentado 36
“Comissões” de experimentadores e demonstrado 44 modalidades de dons mediúnicos.
(Fonte: Eusapia, A Feiticeira. Lamartine Palhano JR. Edições CELD, RJ 1995)

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Texto 4: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, Capítulo II:


Manifestações Físicas
Mesas girantes

60. Dá-se o nome de manifestações físicas àquelas que se traduzem por efeitos
sensíveis, tais como os ruídos, o movimento e o deslocamento dos corpos sólidos. Umas são
espontâneas, isto é, independentes de qualquer vontade; outras podem ser provocadas.
Primeiramente, falaremos apenas destas últimas.
O efeito mais simples e um dos primeiros a serem observados, consiste no movimento
circular impresso a uma mesa. Este efeito se produz, igualmente, em todos os outros objetos;
mas, sendo a mesa aquele com o qual mais se tem exercitado, por ser o mais cômodo,
prevaleceu o nome de mesas girantes, para designar esta espécie de fenômeno.
Quando dizemos que este efeito foi um dos primeiros a serem observados, queremos
dizer — nestes últimos tempos — pois é bem certo que todos os gêneros de manifestações
eram conhecidos desde os tempos mais remotos, e não podia ser de outra forma; visto que são
efeitos naturais, produziram-se em todas as épocas. Tertuliano¹ aborda, em termos explícitos,
as mesas girantes e falantes.
Este fenômeno, durante algum tempo, alimentou a curiosidade dos salões; depois,
cansaram-se dele e passaram a outras distrações, porque o consideravam apenas como uma
distração. Duas causas contribuíram para o abandono das mesas girantes: a moda, para as
pessoas frívolas, que raramente consagram dois invernos ao mesmo divertimento e que (coisa
prodigiosa para elas!) consagraram três ou quatro a este. Para as pessoas ponderadas e
observadoras, dele saiu algo de sério que prevaleceu; se estas negligenciaram as mesas
girantes, é porque se ocuparam com as consequências, bem mais importantes nos seus
resultados; deixaram o alfabeto pela ciência, eis todo o segredo deste abandono aparente,
motivo de tanto alarido dos zombadores.
Como quer que seja, as mesas girantes não deixam de ser o ponto de partida para a
Doutrina Espírita e, por esse motivo, nós lhes devemos algumas explicações, tanto mais que,
apresentando os fenômenos na sua maior simplicidade, o estudo das causas destes será mais
fácil e a teoria, uma vez estabelecida, dar-nos-á a chave dos efeitos mais complicados.

¹ Tertuliano (155 - 220 – Cartago) — apologista cristão; adotou as ideias de Montanus* e combateu
os cristãos mornos.
* Montanus (Séc. II) — herético frígio; sua doutrina se fundamentava na iminência do retorno do
Cristo, no final dos tempos, em vista do cumprimento do juízo final. (Nota da tradutora.)

61. Para a produção do fenômeno, é necessária a intervenção de uma ou de várias


pessoas dotadas de uma aptidão especial, que designamos sob o nome de médiuns. O
número dos cooperadores é indiferente, embora, entre eles, possam encontrar-se alguns
médiuns ignorados. Quanto àqueles cuja mediunidade é nula, a presença deles nenhum
resultado produz e é até mais nociva do que útil, pela disposição de espírito com que,
frequentemente, comparecem.
Os médiuns gozam, a esse respeito, de um poder maior ou menor e produzem, por
conseguinte, efeitos mais ou menos pronunciados; muitas vezes, uma pessoa, sendo médium
poderoso, produzirá, sozinha, muito mais do que vinte outras reunidas; bastar-lhe-á colocar as
mãos sobre a mesa para que, no mesmo instante, ela se mova, se eleve, se revire, dê pulos,
ou gire violentamente.

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

62. Nenhum indício há da existência da faculdade mediúnica; só a experiência pode


fazê-la conhecida. Quando, numa reunião, se quer experimentar, deve-se, simplesmente,
sentar em torno de uma mesa e colocar as mãos espalmadas sobre ela, sem pressão, nem
contenção muscular. No princípio, como se ignoravam as causas do fenômeno, várias
precauções eram indicadas, que foram reconhecidas como absolutamente inúteis. Assim, por
exemplo, a alternância dos sexos; assim, também, o contato dos dedos mínimos das diferentes
pessoas, de maneira a formar uma corrente ininterrupta. Esta última precaução parecera
necessária, quando se acreditava na ação de uma espécie de corrente elétrica; depois, a
experiência demonstrou-lhe a inutilidade. A única prescrição rigorosamente obrigatória é o
recolhimento, um silêncio absoluto e, principalmente, a paciência, se o efeito se fizer esperar.
Pode ser que se produza em alguns minutos, como pode demorar meia ou uma hora; isto
depende da potência medianímica dos coparticipantes.

63. Acrescentemos ainda, que a forma da mesa, a substância de que ela é feita, a
presença dos metais, da seda nas roupas dos assistentes, os dias, as horas, a obscuridade ou
a luz, etc., são tão indiferentes quanto a chuva ou o bom tempo. Apenas o volume da mesa
tem alguma importância, mas somente quando a potência mediúnica for insuficiente para
vencer a resistência; em caso contrário, uma única pessoa, até uma criança, pode fazer
levantar-se uma mesa de cem quilos, enquanto que, em condições menos favoráveis, doze
pessoas não conseguiriam fazer uma mesinha mover-se.
Estando as coisas neste estado, quando o efeito começa a se manifestar, ouve-se,
geralmente, um pequeno estalido na mesa; sente-se como que uma vibração, que é o início do
movimento; ela parece fazer esforços para se libertar; depois, o movimento de rotação se
acentua; ele se acelera ao ponto de adquirir tamanha rapidez que os assistentes sentem todas
as dificuldades do mundo para segui-lo.
Uma vez estabelecido o movimento, é possível até afastar-se da mesa, que continua a
mover-se em diversos sentidos, sem contato.
Em outras circunstâncias, a mesa se ergue e se sustenta ora sobre um único pé, ora
sobre um outro; depois, retoma, suavemente, sua posição natural. De outras vezes, ela se
balança, imitando as oscilações de um navio. De outras vezes, finalmente, mas para isso é
necessário um poder medianímico considerável, ela se destaca inteiramente do solo e se
mantém em equilíbrio no espaço, sem ponto de apoio, elevando-se, às vezes, até o teto, de
forma que se possa passar por baixo dela; depois, desce lentamente, balançando-se,
como o faria uma folha de papel, ou, então, cai violentamente e se quebra, o que prova, de
maneira patente, que não se é vítima de uma ilusão de ótica.

64. Um outro fenômeno que se produz com muita frequência, conforme a natureza do
médium, é o das pancadas na própria textura da madeira, sem nenhum movimento da mesa;
essas batidas, algumas vezes muito fracas, outras vezes bastante fortes, fazem-se ouvir,
igualmente, nos outros móveis do aposento, nas portas, nas paredes e no forro. Voltaremos a
este assunto, dentro em pouco. Quando elas acontecem na mesa, aí produzem uma vibração
muito apreciável através dos dedos e, principalmente, muito distinta, quando nela se encosta o
ouvido.

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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes

Biografia de Ernesto Bozzano

"Afirmo, sem receio de erro, que, fora da hipótese espírita, não existe nenhuma outra
capaz de explicar os casos análogos ao que acabo de expor."
(Ernesto Bozzano, Metapsíquica Humana)

Ernesto Bozzano nasceu em Gênova, a 9 de janeiro de 1862, quarto filho de um total de


cinco irmãos. Desde os primeiros anos de vida, demonstrou grande interesse pelo estudo.
Apesar de sua vocação acadêmica, seu pai impediu-o de estudar. Sua tristeza foi imensa, mas
a sua determinação de conseguir uma grande cultura, tornou-se uma diretriz em sua vida.
Aos quinze anos, já se interessava vivamente por assuntos ligados à Filosofia, Psicologia,
Parapsicologia, Astronomia, Paleontologia e demais Ciências Naturais.
Por ser muito interessado em filosofia, tornou-se um positivista-materialista convicto a
ponto de considerar absurdo que pessoas de cultura intelectual pudessem crer na existência
ou na sobrevivência do espírito.
Nesta época, ele nada conhecia das investigações mediúnicas ou do Espiritismo, com
exceção de breves artigos que eu lia nos jornais.
Porém, no ano de 1891, tornou-se assinante de uma nova revista: Annales des Sciences
Psychiques. Era um periódico que se propunha principalmente a colher e investigar casos
curiosos de transmissão de pensamentos à distância, denominados de “fenômenos
telepáticos”. A leitura dos primeiros números produziu desastrosa impressão sobre o seu
‘criterium positivista’, que se encontrava inteiramente inacessível a tais fatos e ideias.
Quando ainda era esse o meu estado mental, apareceu na Revue Philosophique um
longo artigo do prof. Rosenbach, da Rússia, atacando com violência a “sacrílega intromissão
deste novo misticismo” nos recintos da Psicologia oficial e explicando os novos casos pelas
hipóteses da “alucinação”, das “coincidências fortuitas” e outras teorias. Tais refutações lhe
pareceram tão deficientes e inábeis que produziram efeito contrário ao que o autor pretendia.
Bozzano convenceu-se de que a questão era, realmente, de fatos.
Passou a catalogar cada obra que lia, anotando os respectivos assuntos por ordem
alfabética adequada, com a intenção de os utilizar para a classificação comparativa e a análise
dos fatos e casos.
Do ponto de vista da fenomenologia mediúnica e de efeitos físicos, as atas, redigidas pela
Sra. Speer, das sessões experimentais com William Stainton Moses foram as que produziram
maior efeito persuasivo sobre suas convicções. Resolveu confirmar seus conhecimentos
teóricos com investigações experimentais.
Leu diversas outras obras e dedicou-se com afinco e verdadeiro fervor aos fenômenos
espíritas, fazendo estudos das obras de Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Paul
Gibier, William Crookes, Alexander Aksakof, Eugène Nus, A. Russel Wallace, D. D. Home, Du
Prel e outros.
Após o estudo do livro Animismo e Espiritismo, de Aksakof, principiaram verdadeiramente
suas investigações metódicas no campo da “ciência da alma”. Sentiu a necessidade de
penetrá-la até as suas origens, na história dos povos civilizados e na dos povos selvagens e
proceder pessoalmente a experiências com numerosos médiuns.
A lógica irresistível dos fatos fez dele um dos defensores mais ardentes, mais
autorizados, mais prestigiosos da tese espírita.
Com alguns amigos, fundou em Gênova a primeira Sociedade de Estudos Psíquicos: o
Círculo Científico Minerva, onde fez experiências de 1891 a 1906. Esse Círculo promoveu,
durante quatro anos, magníficas pesquisas, nas quais os experimentadores registraram
manifestações de toda espécie: pancadas, movimento de objetos, transportes em plena luz
e, além disso, provas de identificação espírita.
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26º Encontro Espírita sobre Mediunidade
Tema: Manifestações Físicas: Mesas Girantes
Ele nunca negligenciou nada em suas pesquisas e se tornou um dos mais produtivos
cientistas dos fenômenos mediúnicos. Entre os seus trabalhos, encontram-se relatos
sobre inúmeras sessões realizadas com Eusapia Palladino, uma das maiores médiuns de
efeitos físicos que se tem notícias até os dias de hoje, nas quais se obtiveram materializações
completas de fantasmas em plena luz e estando a médium visível ao mesmo tempo.
Durante meio século de investigações severas, nada lhe pareceu indigno de uma análise
atenta. Como todo investigador de determinado ramo da ciência, Bozzano empregou o
processo de análise comparada, fazendo-se seguir imediatamente de uma síntese. Nunca se
aventurou a emitir conclusões de natureza geral relativamente à origem provável de certa
categoria de fatos, sem primeiro ter passado em revista, analisado, comparado, todos os casos
conhecidos e todas as hipóteses formuladas.
A parte essencial da sua obra consiste na publicação ininterrupta de monografias.
Produziu mais de sessenta obras em toda a sua vida que estão disponíveis em português, na
chamada "Obras Completas de Bozzano".
Nelas, reuniu os fatos mais importantes de cada categoria e defendeu a teoria espírita
como a mais simples e natural explicação de fenômenos mediúnicos.
Graças a seu imenso trabalho, Bozzano pronunciava-se com autoridade. Rebateu as
hipóteses dos seus contraditores em todos os domínios do pensamento: filosófico, científico e
teológico.
Ernesto Bozzano desencarnou em 24 de junho de 1943, em Savona, Itália.

Algumas de suas obras:


- Hipótese espírita e teoria científica
- Em defesa do Espiritismo
- Dos fenômenos de bilocação
- Animismo ou espiritismo?
- Povos primitivos e manifestações paranormais
- Dos fenômenos de telestesia
- Música transcendental
- A psique domina a matéria
- Pensamento e vontade
- Os fenômenos de transfiguração

Adaptado dos sites:


- www.autoresespiritasclassicos.com
- www.correioespirita.com
- www.feparana.com.br

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