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1 - Introdução
DeviceNet é um rede digital, multi-drop para conexão entre sensores,
atuadores e sistema de automação industrial em geral. Ela foi
desenvolvida para ter máxima flexibilidade entre equipamentos de
campo e interoperabilidade entre diferentes vendedores.
Figura 1.1: Cenários Tecnológicos - Fonte: ATAIDE, F.H. (2004)
A tecnologia DeviceNet é um padrão aberto de automação com objetivo de transportar 2 tipos principais de
informação:
A camada física e de acesso da rede DeviceNet é baseada na tecnologia CAN (Controller Area Network) e as
camadas superiores no protocolo CIP, que define uma arquitetura baseada em objetos e conexões entre eles.
O CAN originalmente foi desenvolvido pela BOSCH para o mercado de automóvel Europeu para substituir os
caros chicotes de cabo por um cabo em rede de baixo custo em automóveis. Como resultado, o CAN tem
resposta rápida e confiabilidade alta para aplicações principalmente nas áreas automobilística.
Uma rede DeviceNet pode conter até 64 dispositivos onde cada disposito ocupa um nó na rede, endereçados de
0 a 63. Qualquer um destes pode ser utilizado. Não há qualquer restrição, embora se deva evitar o 63, pois este
costuma ser utilizado para fins de comissionamento.
Topologia baseada em tronco principal com ramificações. O tronco principal deve ser feito com o cabo
DeviceNet grosso, e as ramificações com o cabo DeviceNet fino ou chato. Cabos similares podem ser
usados desde que suas características elétricas e mecânicas sejam compatíveis com as
especificações dos cabos padrão DeviceNet.
Permite o uso de repetidores, bridges, roteadores e gateways.
Suporta até 64 nós, incluindo o mestre, endereçados de 0 a 63 (MAC ID).
Cabo com 2 pares: um para alimentação de 24V e outro para comunicação.
Inserção e remoção à quente, sem perturbar a rede.
Suporte para equipamentos alimentados pela rede em 24V ou com fonte própria.
Uso de conectores abertos ou selados.
Proteção contra inversão de ligações e curto-circuito.
Alta capacidade de corrente na rede (até 16 A).
Uso de fontes de alimentação de prateleira.
Diversas fontes podem ser usadas na mesma rede atendendo às necessidades da aplicação em
termos de carga e comprimento dos cabos.
Taxa de comunicação selecionável :125,250 e 500 kbps.
Comunicação baseada em conexões de E/S e modelo de pergunta e resposta.
Diagnóstico de cada equipamento e da rede.
Transporte eficiente de dados de controle discretos e analógicos.
Detecção de endereço duplicado na rede.
Mecanismo de comunicação extremamente robusto a interferências eletromagnéticas.
Um nó DeviceNet é então modelado por um conjunto de objetos CIP, os quais encapsulam dados e serviços e
determinam assim seu comportamento.
O Modelo de Objeto
Um nó DeviceNet é modelado como uma coleção de objetos. Um objeto proporciona uma representação
abstrata de um componente particular dentro de um produto. Um exemplo de objeto e uma classe de objeto têm
atributos (dados), fornecem serviços (métodos ou procedimentos), e implementa comportamentos. Atributos,
exemplos, classe e endereço de nó (0-63) são endereçados por número.
Existem objetos obrigatórios (todo dispositivo deve conter) e objetos opcionais. Objetos opcionais são aqueles
que moldam o dispositivo conforme a categoria (chamado de perfil) a que pertencem, tais como: AC/DC Drive,
leitor de código de barras ou válvula pneumática. Por serem diferentes, cada um destes conterá um conjunto
também diferente de objetos.
Cyclic I/O: tipo de telegrama síncrono dedicado à movimentação de dados prioritários entre um
produtor e um ou mais consumidores. Dividem-se de acordo com o método de troca de dados. Os
principais são:
o Polled: método de comunicação em que o mestre envia um telegrama a cada um dos
escravos da sua lista (scan list). Assim que recebe a solicitação, o escravo responde
prontamente a solicitação do mestre. Este processo é repetido até que todos sejam
consultados, reiniciando o ciclo.
o Bit-strobe: método de comunicação onde o mestre envia para a rede um telegrama
contendo 8 bytes de dados. Cada bit destes 8 bytes representa um escravo que, se
endereçado, responde de acordo com o programado.
o Change of State: método de comunicação onde a troca de dados entre mestre e escravo
ocorre apenas quando houver mudanças nos valores monitorados/controlados, até um certo
limite de tempo. Quando este limite é atingido, a transmissão e recepção ocorrerão mesmo
que não tenha havido alterações. A configuração desta variável de tempo é feita no
programa de configuração da rede.
o Cyclic: outro método de comunicação muito semelhante ao anterior. A única diferença fica
por conta da produção e consumo de mensagens. Neste tipo, toda troca de dados ocorre em
intervalos regulares de tempo, independente de terem sido alterados ou não. Este período
também é ajustado no software de configuração de rede.
Explicit Message: tipo de telegrama de uso geral e não prioritário. Utilizado principalmente em tarefas
assíncronas tais como parametrização e configuração do equipamento.
1.3 - Camada Física e Meio de Transmissão
DeviceNet usa uma topologia de rede do tipo tronco/derivação que permite que tanto a fiação de sinal quanto de
alimentação estejam presentes no mesmo cabo. Esta alimentação, fornecida por uma fonte conectada
diretamente na rede, e possui as seguintes características:
24Vdc;
Saída DC isolada da entrada AC;
Capacidade de corrente compatível com os equipamentos instalados.
O tamanho total da rede varia de acordo com a taxa de transmissão (125,250, 500Kbps)
Consulte também o documento “DeviceNet Cable System - Planning and Installation Manual - www.odva.org”
para mais informações sobre instalação da rede DeviceNet.
A especificação também trata do sistema de aterramento, mix entre cabo grosso e fino (thick e thin), terminação,
e alimentação de energia.
A topologia básica tronco-derivação (“trunkline-dropline”) utiliza 1 cabo (2 pares torcido separados para
alimentação e sinal). Cabo grosso (thick) ou fino (thin) podem ser usados para trunklines ou droplines. A
distância entre extremos da rede varia com a taxa de dados e o tamanho do cabo
1.3.2 - Cabos
Há 4 tipos de cabos padronizados: o grosso, o médio, o fino e o chato. É mais comum o uso do cabo grosso
para o tronco e do cabo fino para as derivações.
Figura 3.66 - Anatomia dos cabos padrão DeviceNet
Os cabos DeviceNet mais usados (fino e grosso) possuem 5 condutores identificados e utilizados de acordo
com a tabela seguinte:
Cabo
Cor do fio Sinal Cabo chato
redondo
Pontos de alimentação (“Power Taps”) podem ser acrescentados em qualquer ponto da rede tornando possível
a redundância da alimentação na rede. A corrente no “Trunkline” é 8 amps (com cabo grosso “thick”). No cabo
tipo “thin” a corrente máxima é de 3 amps. Uma opção opto-isolado de projeto permite dispositivos energizados
externamente (por ex.: partidas de drivers AC e válvulas solenóides) compartilhar o mesmo cabo do bus. Outras
redes baseadas em CAN permitem somente uma única fonte de alimentação para a rede inteira.
Os dispositivos podem ser alimentados diretamente da rede e comunicam-se com o mesmo cabo. Nós podem
ser removido ou inseridos da rede sem desligar a rede.
1.3.3 - Conectores
Há três tipos básicos de conectores: o aberto, o selado mini e o selado micro. O uso de um ou de outro depende
da conveniência e das características do equipamento ou da conexão que deve ser feita. Veja nas figuras
seguintes a codificação dos fios em cada tipo.
Figura 3.67 - Conector aberto (open style)
Figura 3.68 - Conector selado mini Figura 3.69 - Conector selado micro
Não coloque o terminador dentro de um equipamento ou em conector que ao ser removido também
remova o terminador causando uma falha geral na rede. Deixe os terminadores sempre independentes
e isolados nas extremidades do tronco, de preferência dentro de caixas protetoras ou caixas de
passagem.
Para verificar se as terminações estão presentes na rede, meça a resistência entre os fios CAN_H e
CAN_L (branco e azul) com a rede desenergizada: a resistência medida deve estar entre 50 e 60
Ohms.
Figura 3.70 - Ligação dos resistores de terminação
1.3.5.2 - Derivação de dispositivo “Device-Port”
1.3.5.4 - Derivação de Alimentação “PowerTap”
1.3.6 - Leds Indicadores
Embora um produto DeviceNet não necessite ter indicadores, se este produto possuir indicadores, devem aderir
à Especificação de DeviceNet. É recomendado que ou um Led de Estado do Módulo “Module Status” e um Led
de Estado da Rede “Network Status”, ou uma combinação dos dois seja incluído.
O(s) indicador (s) consiste em um Led bicolor (verde/vermelho) que pode ter combinações de ligado, desliga e
piscando. O Led de Estado do Módulo “Module Status” indica se o dispositivo tem alimentação e está operando
adequadamente. O Led de Estado da Rede “Network Status” indica o estado do link de comunicação.