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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Electrotécnica
CURSO: Licenciatura em Engenharia Electrónica
DISCIPLINA: Controle e Supervisão de Sistemas Industriais

Conteúdo:
• Fundamentos de redes industriais
• Níveis de uma Rede Industrial
• Especificação de uma rede de comunicação industrial
Fundamentos de redes industriais

• Em todo o campo da moderna tecnologia de Automação Industrial, novos modos de


interconectar máquinas (eletronicamente) e plantas industriais estão sendo
desenvolvidos.
• A enorme competitividade e o custo são factores que pesam fortemente em todas as
áreas de produção e processos de engenharia, necessitando a exploração potencial
mais racional.
• Dentro desse ponto de vista a fiação paralela (convencional) de interconexão de
sensores e atuadores em uma máquina, passa a ser inviável com relação ao custo e
o factor tempo.
• Uma solução para este problema é a interconexão serial dos componentes, no
menor nível de hierarquia de automação, é por meio de sistemas de Redes de
Comunicação Industrial.
Redes Industriais

• Uma rede industrial consiste numa variedade notável de domínios (uma fábrica de
produção de produtos alimentares, supervisão de máquinas, etc).
• Tais domínios são potenciais utilizadores das redes de campo, sendo que para
alguns, as redes de campo estão infiltradas na configuração da produção.
• Dentro de uma planta industrial pode-se encontrar uma gama enorme de
equipamentos e dispositivos diferentes sendo utilizados em redes industriais.
• Uma rede industrial faz a comunicação entre um determinado número de
equipamentos (estações) de forma que possam trocar dados (informações) entre
sí.
• A rede industrial, entre outras coisas, transmite informações para o controle de um
processo. Uma rede é caracterizada pelo tipo de sistema que compõem o seu
backbone.
• Suas características são determinadas em função do gerenciamento do fluxo de
informação dentro do sistema.
Uso de Redes no Ambiente Industrial

• Redes são usadas para integrar os equipamentos presentes em um determinado


subsistema reponsável por parte do processo de produção.

• Cada subsistema adota o tipo de rede mais adequado para si levando em conta o
tipo de equipamento que utiliza e os requisitos da atividade que executa.

• Subsistemas devem estar interligados para que sejam feitos a coordenação das
actividades e a supervisão do processo produtivo como um todo.

• Resultado: não existe um tipo de rede que seja capaz de atender a todos os
requisitos dos diversos subsistemas existentes em um ambiente industrial.
Requisitos de Redes Industriais

• Os requisitos do ambiente industrial e seus processos de produção são


geralmente diferentes daqueles presentes em redes locais de computadores.
• Tipos de rede específicos para o ambiente industrial podem ser necessários.
• Exemplo de requisitos de redes industriais:
• Boa resistência mecânica;
• Resistência a chama, umidade e corrosão;
• Alta imunidade a ruídos;
• Taxa de erros baixa ou quase nula;
• Tempo de acesso e de propagação limitados
• Tempo entre falhas e tempo de reparo baixos;
• Boa modularidade e possibilidade de interconexão.
Níveis de uma Rede Industrial
• Numa rede industrial coexistem equipamentos e dispositivos de todo o tipo, os
quais podem ser agrupados hierarquicamente para estabelecer ligações mais
adequadas para cada área.
• Desta forma, são definidos quatro níveis dentro de uma rede industrial:
Níveis de uma Rede Industrial
• Nível de gestão:
• É o nível mais elevado, o qual é destinado a um computador central que processa o escalonamento da
produção da planta e permite operações de monitoramento estatístico da planta sendo implementado,
geralmente, por softwares gerenciais.
• O padrão Ethernet operando com o protocolo TCP/IP é o mais comumente utilizado neste nível.

• Nível de controle:
• É a rede central localizada na planta incorporando PLCs, e PCs.
• A informação deve trafegar neste nível em tempo real para garantir a actualização dos dados nos
softwares que realizam a supervisão da aplicação.

• Nível de gestão:
• É o nível mais elevado, o qual é destinado a um computador central que processa o escalonamento da
produção da planta e permite operações de monitoramento estatístico da planta sendo implementado,
geralmente, por softwares gerenciais.
• O padrão Ethernet operando com o protocolo TCP/IP é o mais comumente utilizado neste nível.

• Nível de controle:
• É a rede central localizada na planta incorporando PLCs, e PCs.
• A informação deve trafegar neste nível em tempo real para garantir a atualização dos dados nos
softwares que realizam a supervisão da aplicação.
Redes determinísticas X probabilísticas

• De todas as tecnologias associadas ao controlo industrial, as redes de


comunicação é a que sofreu maiores evoluções na última década, seguindo aliás a
tendência global de evolução das comunicações que se tem vindo a sentir,
practicamente em todos os ramos de actividade, desde as telecomunicações
móveis, à Internet, à comunicação sem fios (wireless), etc.
• A utilização das redes permite a comunicação rápida e fiável entre equipamentos e
o uso de mecanismos padronizados, que são hoje em dia, factores indispensáveis
no conceito de produtividade industrial.
• As redes de comunicação podem ser: determinísticas e probabilísticas
Redes determinísticas X probabilísticas

• Redes determinísticas:
• São aquelas cuja transmissão de dados ou de informações ocorre em instantes e
intervalos de tempo determinados.
• Redes desse tipo permitem que o tempo de resposta seja perfeitamente conhecido,
evitando problemas de inicialização e atrasos.

• Redes probabilísticas:
• Permitem apenas calcular a probabilidade da transferência de informações ocorrer em
um determinado intervalo de tempo.

• Exemplificando:
• Pode-se comparar redes determinísticas ao transporte aéreo, em que decolagens têm horário
marcado (aviões de passageiros), enquanto redes probabilísticas seriam equivalentes a
transportes aéreos em que aeronaves ou helicópteros aguardam passageiros durante um tempo
para então decolar.
Especificação de uma rede de comunicação industrial

• Taxa de Transmissão
• É a quantidade média de dados a serem transmitidos na rede em um período de tempo.
O termo utilizado para esta especificação é throughput.
• A taxa de transferência de dados é medida em kilobits por segundo (kbps).

• Topologia Física da Rede


• Está relacionada com a disposição construtiva na qual os dispositivos estão conectados
na rede.
• Exemplos de topologias físicas de rede são: ponto-a-ponto, anel, estrela e barramento.

• Meio Físico de Transmissão


• Os meios físicos de transmissão estão relacionados ao cabeamento utilizado para a
interconexão dos dispositivos.
• Existem muitos tipos de meios físicos de transmissão, e alguns exemplos são: par
trançado, cabo coaxial e fibra ótica.
Especificação de uma rede de comunicação industrial

• Tecnologia de Comunicação
• E a forma de gerenciamento entre os pontos de comunicação (nós) da rede no
tocante à comunicação de dados.
• As tecnologias típicas de comunicação são mestre/escravo e produtor/consumidor.

• Algoritmo de Acesso ao Barramento


• E o algoritmo utilizado pelos nós para acessar ou disponibilizar informações na rede.
• Algoritmos típicos de acesso ao barramento são processos de varredura ou cíclica,
CSMA/CD, token passing etc.
Topologia Física da Rede

A. PONTO A PONTO
• Redes ponto a ponto têm comunicação entre dois ou mais processadores, não
necessariamente conectados diretamente e que podem usar outros nós como
roteadores.

• Essa topologia é pouco utilizada, pois a adição de novos dispositivos ou a falha de


algum deles causa interrupção na comunicação.
• Uma aplicação comum dessa topologia é para comunicações temporárias
(provisórias), como, por exemplo, comunicação de notebooks com controladores
lógicos programáveis.
Topologia Física da Rede
B. BARRAMENTO
• Nesta topologia, o meio físico de comunicação é composto por um único segmento de
transmissão multiponto, compartilhado pelas diversas estações interconectadas.

• Vantagens:
• é fácil acrescentar novas estações de trabalho ou novos nós de comunicação;
• é a topologia que necessita da menor quantidade de cabos (suportes de transmissão);
• a falha de uma estação de trabalho ou nó de comunicação não paralisa a rede.

• Desvantagens:
• requere distância mínima entre os ramais das estações de trabalho para evitar a
interferência de sinais;
• existem dificuldades para a realização de diagnósticos da rede;
• a segurança da rede pode ser comprometida por um usuário não autorizado pois todas
as mensagens são enviadas ao longo de uma pista comum de dados.
Topologia Física da Rede
C. ANEL
• Trata--se de uma arquitetura ponto a ponto em que cada
processador é conectado a outro, fechando-se o último
segmento ao primeiro.
• O sinal circula no anel até chegar ao ponto de destino.
• Para a adição de outros nós a conexão deve ser
interrompida.

• Vantagens:
• permite uma redução considerável quanto ao custo e complexidade de instalação do
meio físico de transmissão.
• se a estação de monitoração falha, a rede permanece em operação

• Desvantagens:
• é relativamente mais difícil acrescentar novas estações de trabalho;
• o fato de cada nó de comunicação participar do processo de transmissão coloca a
confiabilidade da rede dependente da confiabilidade individual dos elementos
repetidores distribuídos pelos nós de comunicação.
Topologia Física da Rede

D. ESTRELA
• Consiste num nó de comunicação central que toma
todas as decisões de roteamento, e por estações ou
nós de comunicação secundários ligados fisicamente
ponto a ponto ao nó central.

• Vantagens:
• facilita o acréscimo de novas estações de trabalho;
• fornece análises detalhadas da rede (fácil realização de diagnósticos) pois todas as
mensagens passam pelo nó central.

• Desvantagens:
• uma falha no nó de comunicação central resulta em falha geral da rede;
• a complexidade do nó central aumenta com o número de nós que lhe são
interconectados, ou seja, o processador central tem que ser relativamente grande.
Tecnologia de comunicação

A. MESTRE-ESCRAVO
• Escravo (Slave)
• Um escravo é um periférico (dispositivos inteligentes de Entrada/Saída, Drivers, Interfaces
Homem-Máquina, Válvulas, Transdutores etc.), que recebe uma informação do processo e/ou
utiliza informações de saída do mestre para actuar na planta.
• Escravos são dispositivos passivos que somente respondem a requisições directas vindas do
mestre.

• Monomestre
• Há somente um mestre no barramento durante a operação.
• Geralmente a CPU do CLP é o componente de controle central.
• Os escravos são descentralizadamente acoplados no barramento através do meio de
transmissão de dados.

• Multimestre
• A imagem das entradas e saídas pode ser lida por todos os mestres, porém somente um mestre
pode controlar um dado escravo.
Tecnologia de comunicação

B. PONTO A PONTO (ORIGEM-DESTINO)

• Observa-se um desperdício na banda, visto que os dados devem ser enviados


várias vezes para cada destino especificamente.
• Além disso, a sincronização entre os nós é difícil, pois os dados chegam em
instantes diferentes.
• Essas últimas observações mostram como esse processo pode produzir
congestionamentos no fluxo de informação.
• NOTA: Não confundir esse conceito de comunicação com a de topologia física de
redes ponto a ponto.
Tecnologia de comunicação

C. PRODUTOR-CONSUMIDOR
• Neste modelo, os dados possuem um identificador único, origem ou destino. Todos
os nós podem ser sincronizados. Usando esse modelo, múltiplos nós (produtores)
podem transmitir dados para outros nós (consumidores).
• Também alguns nós podem assumir na rede os papéis de produtor e consumidor
Algoritmo de acesso ao barramento

• Os nós pertencentes ao sistema têm um procedimento (algoritmo) específico para


aceder as informações da rede (barramento).

• CSMA/CD
• Neste algoritmo CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access/Colision Detection) um
dispositivo começa a transmitir dados assim que detecta que o canal está disponível.
• Caso dois dispositivos tentem transmitir simultaneamente, haverá uma colisão.
• Quando um dispositivo detecta que sua transmissão colidiu com outra ele aborta sua
transmissão e, após um tempo randômico, tenta transmitir novamente.

• Token passing
• Nesta forma de algoritmo de acesso, a rede física tem a topologia em anel. Nesse anel
é indicada a direção onde circula o Token (ficha).
• Caso um dispositivo deseje transmitir, ele deve "capturar" o token, substituindo-o por
um frame (informações, dados).
Algoritmo de acesso ao barramento
• Cíclica ou Varredura ( Cyclic Polling)
• Os dispositivos produtores transmitem dados a uma taxa configurada pelo
usuário (entrada/saída).
• As características dessa forma de transferência cíclica são:
• os dados são transferidos numa taxa adequada ao dispositivo/aplicação;
• os recursos podem ser preservados para dispositivos com alta variação.

• Mudança de Estado ( CoS – Change of State)


• Dispositivos produzem dados apenas quando têm seu estado alterado.
• Em segundo plano, um sinal é transmitido ciclicamente para confirmar que o
dispositivo está operando normalmente.
Tipos de Rede industriais
• Rede AS-Interface
• Rede Profibus
• Rede Fildbus
• Rede DeviceNet
• Rede Profinet
• Rede Ethernet/IP
• Rede Modbus
• Rede CAN
• Rede DNP3 serial
• Rede DNP3 TCP/IP

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