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Engenharia Elétrica

Relatório de Redes Industrial – Laboratório 1

Medianeira, 04 de setembro de 2022


Sumário
1. Dicionário.................................................................................................... 3

2. Introdução .................................................................................................. 4

3. Quais as diferenças entre as redes industriais? ......................................... 5

4. Atividades desenvolvidas ........................................................................... 8

a. Simulação Protocolo ModBus ................................................................... 11

5. Perguntas .................................................................................................. 15

Referência......................................................................................................... 17

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1. Dicionário

Broadcast → Endereço zero, ou seja, pergunta para todos os escravos;


Caracter → Dado propriamente dito contido numa palavra de dados;
Controle de acesso ao meio → Perguntas e resposta/ Mestre e Escravo;
Colisão → São quando vem 2 respostas juntas e acaba perdendo as
informações;
Frame ou Quadro → É uma sequência de números (BITS) com significados
específicos em cada campo;
ENDEREÇO FUNÇÃO DADOS CHECAGEM

Framing → Conjunto de palavras de dados que compõem uma mensagem;


LSB → O bit menos significativo por primeiro, ou seja, o bit menos relevante na
ordem de envio das informações vai pôr primeiro;
MSB → O bit mais significativo por primeiro, ou seja, o bit mais relevante na
ordem de envio das informações vai por primeiro;
Interoperabilidade → É a característica de varias marcas trabalharem em
conjunto, ou seja, no mesmo protocolo de comunicação;
Pooling ou varredura → É a sequência que são obtidas as informações;
Registrador → É a interface que faz a comunicação estre os dois mundos (digital
e o real);
Unicast→ O mestre aborda um escravo individual;

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2. Introdução

Com a revolução industrial o trabalho manual foi substituído por máquinas


customizadas a uma determina tarefa visando cada vez mais produtividade e eficiência
com isso surgindo a necessidade de ter um controle centralizado, econômico, flexível,
confiável e que fosse automatizado.
Com o desenvolvimento da informática nos anos 80 e as tentativas de
substituição do padrão de corrente 420mA pela a implementação da comunicação serial
em larga escala mundial por sua constante redução dos custos de componentes
microcontrolados aplicados as redes de comunicação dos microcomputadores tornou-
se possível.
Nos anos 90 houve a tentativa de estabelecer vários protocolos de
comunicação digital no mercado da automatização industrial, e vários desses protocolos
estão em uso no sistema de controle industrial, porém também houve a tentativa de
normalizar em um único protocolo de comunicação, mas com essa tentativa várias
associações técnica estabeleceu protocolos de comunicação aberta, ou seja,
inoperabilidade visando independência ao seus usuários para trabalhar com vários
fabricantes de equipamento em uma linha de processo.

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3. Quais as diferenças entre as redes industriais?

As redes industriais são divididas em três grandes grupos: sensorbus, devicebus


e fieldbus.
• Sensorbus
A sua principal é função é conectar as redes de sensores digitais e atuadores, o
protocolo transmite dados de pequeno tamanho à rede, exigindo um processamento
mínimo por parte do sensor.
Eles não buscam cobrir longas distâncias: a preocupação aqui é manter os
custos de conexão os mais baixos possíveis. Por isso, os equipamentos necessários são
mais simples. Na prática, o sensorbus leva a informação dos sensores conectados aos
cartões de entradas e saídas até o Controlador Lógico Programável (CLP). As redes mais
utilizadas no ambiente industrial são as chamadas “rede Asi” e “rede Interbus”.
• Devicebus
A função desse protocolo é intermediar a transferência de dados entre o
Sensorbus e o Fieldbus. Seu objetivo é fazer com que os sinais analógicos – como
transmissores – e os digitais levem dados do chão de fábrica ao CLP.
Seu controle de malhas é sobre variáveis de processo, como pressão, nível,
vazão temperatura, etc. É capaz de cobrir distâncias de centenas de metros e faz rápidas
transferências de dados. Para indústrias, são recomendáveis as Modbus, Profibus DP e
Devicenet.
• Fieldbus
O Fieldbus é uma tecnologia de comando, que determina a performance da
comunicação. Sua finalidade é fazer com que os sinais dos transmissores, analisadores
e posicionadores alcancem o CLP, para que ele possa realizar a lógica de malhas dos
processos citados anteriormente. Esse sistema de comunicação permite a interligação
em rede de múltiplos instrumentos, realizando funções de controle e monitoração de
processos e estações de operação – IHM.
• Rede Ethernet
Ao final dos anos 90, o Fieldbus já era usado na maioria dos projetos de
automação industrial, porém as Redes Ethernet já haviam sido inventadas em 1973.

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Conforme o tempo passou, essa tecnologia desenvolveu-se e tornou-se o padrão mais
aceito no mundo para intercomunicação de dados em rede.
Isso é devido aos diversos benefícios garantidos em comparação às demais
redes:
➢ Rede de implementação simples;
➢ Custos reduzidos;
➢ Permite uso de diversos protocolos;
➢ Em constante evolução;
➢ Pode ser aplicada tanto em ambientes domésticos quanto industriais;
➢ Interoperável e escalável.
A rede Ethernet é um complexo composto de diversos dispositivos, incluindo
diferentes switches que controlam tráfego de dados, dispositivos de segurança – firewall
–, protocolos que convertem padrões – gateway – e um servidor que age como
intermediário entre servidores – proxy.
Essa tecnologia deu origem a diversas outras redes, que podem ou não ser
utilizadas, dependendo da finalidade da indústria. Confira quais são as principais:
• TCP/IP
O Protocolo de Controle de Transmissão (TCP) e o Protocolo de Internet (IP),
juntos, formam um aglomerado de protocolos para comunicação de computadores.
Suas vantagens marcantes são:
➢ Rede padronizada;
➢ Interconectividade;
➢ Permite roteamento;
➢ Conexão à internet;
➢ Robusto.
• Modbus/TCP
Seus dados são encapsulados em TCP e trabalha com CSMA/CD. Isso significa
que o protocolo gerencia o tráfego, garantindo o pleno funcionamento das redes
Ethernet. São algumas de suas utilidades:
➢ Consolidação dos protocolos;
➢ Fácil configuração;
➢ Frame simples;

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➢ Permite que padrões sejam facilmente convertidos.
• Profinet
Disponibiliza controle em tempo real, gerenciamento, segurança integrada,
padrões de conexão sem fio IEEE 802.11, integração com a internet e outras inúmeras
tecnologias da tecnologia e informação. Além disso, também traz os seguintes
benefícios:
➢ Protocolo aberto, ou seja, de fácil modificação
➢ Manutenção inteligente
➢ Plena disponibilidade e segurança
➢ Sincronia em tempo real dos dados
• Ethernet/IP
Construída sobre protocolos de TCP/IP, essa rede opera de modo transparente
com todos os dispositivos de padrão Ethernet disponíveis da atualidade. Suas vantagens
são:
➢ Abrange múltiplas tecnologias da Tecnologia da Informação – TI e Tecnologia da
Automação – TA
➢ Gerencia redes na TA
➢ Diagnóstico avançado
➢ Sincronia e segurança nos dados
Entender como funcionam e quais são as aplicabilidades das redes industriais é
fundamental para que elas sejam implementadas corretamente na indústria.

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4. Atividades desenvolvidas

O conteúdo trabalhado em sala de aula é o protocolo de comunicação ModBus


RTU, onde a comunicação é entre camadas de mestre-escravos, onde esse tipo de
sistema tem um dispositivo de maior hierarquia que é o mestre que emite comandos
explícitos para outros dispositivos que são os escravos, onde eles respondem, apenas o
mestre é ligado ao barramento e a quantidade de escravo pode variar entre 1 a 247, a
sua comunicação sempre inicia pelo mestre através de perguntas.
A comunicação feita entre ele é por frame, e nessa atividade vamos utilizar duas
funções principais de PDU (Protocol Data Unit):
➢ Escrita => 1 byte de função + n bytes de dados = até 253 bytes;
➢ Leitura => 1 byte de função + n bytes de dados = até 253 bytes.
Temos dois modos de transmissão que são RTU e ASCII, o modo RTU é
composto por 2 nybles, ou dois caracteres hexadecimais de 4 bits. A principal vantagem
deste modo é que a sua maior densidade de informação permite melhor taxa de
transferência de dados em relação ao modo ASCII para a mesma taxa de transmissão.
Os caracteres das mensagens devem ser transmitidos de forma contínua e o conteúdo
do pacote de dados RS 232 para o modo. Um frame pode ser entendido como um pacote
de dados a ser transmitido. Ele é composto pelos campos que sinalizam seu início e fim,
campo de endereço, campo do código da função e campo de verificação de erro.
Tabela 01 – Frame RTU
Start frame Endereço Função Dados CRC Check Fim
Silencio Silencio
>3.5 8 bits 8 bits N x 8 bits 16 bits >3.5
caracteres caracteres

No modo ASCII, uma mensagem é delimitada por caracteres específicos como


Start frame e End frame e não mais com silêncio na linha. Uma mensagem deve começar
com um 'start frame' caractere (:) codificando em ASC tem-se que o caractere é
representado pelo número hexadecimal 3A. Para terminar o frame utiliza um par de
caracteres da tabela ASC, o carriage return (CR) e o line feed (LF) em termos do número
hexadecimal que representa cada caractere temos CR=0D e LF=0A, onde o segundo

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caractere representa a “próxima linha”. Os caracteres permitidos transmitidos para
todos os outros campos são hexadecimais 0-9, A-F (código ASCII). Quando recebido o
caractere “:” entendesse como início do frame, logo o caractere “:” não pode ser
mandado como dado no meio do frame.
Tabela 02 – Frame ASCII
Start Endereço Função Dados LRC END
1 char 2 chars 2 chars Nx2 chars 2 chars 2 chars
: CR, LF

Como todos os dados são enviados no padrão ASCII, o framing apresentará


apenas valores de 30H à 39H e 41H à 46H, que correspondem respetivamente aos
números 0 à 9 e A à F no padrão hexadecimal, ou 0 à 9 e 10 à 15 no padrão decimal,
como mostra na tabela ASCII a seguir.
Tabela 03 – ASCII

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Para o código da função, que define o objetivo da mensagem. Existem 8
principais códigos, porem trabalhamos com dois desses códigos que foi o 01 e 03.
Códigos:
➢ 1: Leitura das saídas digitais.
➢ 2: Leitura das entradas digitais.
➢ 3: Leitura de registradores de saída analógica.
➢ 4: Leitura de registradores de entrada analógica.
➢ 5: Escrita de uma única saída digital.
➢ 6: Escrita de um único registrador de saída analógica.
➢ 15: Escrita de mais de uma saída digital.
➢ 16: Escrita de mais de um registrador de saída analógica.

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Cada código possuirá um formato diferente de mensagem.
O Cyclic Redundancy Check (CRC) ou Verificação Cíclica de Redundância é a
parte mais complexa de todo o Modbus RTU. Ele é um código gerado a partir da
mensagem enviada que serve para verificar erros.
O CRC é gerado pelo dispositivo que o envia junto à mensagem. O outro
dispositivo deve gerar novamente o CRC a partir da mesma mensagem recebida e
verificar se ele é igual ao CRC recebido. Se não for, o dispositivo que recebeu a
mensagem percebe o erro e envia uma mensagem indicando o problema.

a. Simulação Protocolo ModBus

Programas utilizados para fazer simulações:


➢ Virtual Serial Port Emulator (VSPE);
➢ Radzio! ModBus Master Simulator;
➢ RMMS;
➢ Terminal
Primeiramente, foram criadas duas portas seriais virtuais, COM1 e COM2, no
software VSPE, como ilustrado na Figura 01.
Figura 01 – Porta serial virtual no VSPE

Fonte: Autoria Própria (2022)

Após isso fez-se a comunicação direta entre os programas Radzio (mestre) e o


RMMS (escravo), como ilustrado na Figura 02, a qual denota o mestre com sua porta
serial virtual COM1. Na Figura 03, a porta serial virtual do escravo foi definida como
sendo COM2.
Figura 02 – Radzio

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Fonte: Autoria Propria (2022)

Figura 03 – RMMS

Fonte: Autoria Propria (2022)

Figura 04 – RMMS/ COMMS

Fonte: Autoria Propria (2022)

Na Figura 03 foi possível editar os valores das linhas, e constatar que o mestre
realmente fez a leitura dos dados.

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A Figura 04 é uma aba do programa RMMS onde mostra o frame que o mestre
enviou para o escravo.
A terceira prática foi fazer a comunicação do software terminal, como escravo,
e o software Modbus RTU, como mestre. Para isso, desabilitou-se a porta serial COM1,
usada no software Radzio! Modbus Master Simulator e a habilitou-se no software
terminal. Enquanto que a porta serial COM2 foi mantida no software Modbus RTU. Uma
vez feita a conexão entre mestre e escravo, dados foram enviados manualmente para o
mestre, os quais foram lidos com sucesso, como ilustrado nas Figura 05 e 06.
Figura 05 – Terminal como escravo

Fonte: Autoria Propria (2022)

Figura 06 – Mestre fazendo leitura dos dados enviados pelo escravo

Fonte: Autoria Propria (2022)

A quarta prática foi fazer a comunicação do software terminal, como mestre, e


o software Radzio! Modbus Master Simulator, como escravo. Para isso, desabilitou-se a

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porta serial COM1, usada no software terminal e a habilitou-se no software Radzio!
Modbus Master Simulator. Enquanto que a porta serial COM2 foi transferida para o
software terminal. Uma vez feita a conexão entre mestre e escravo, dados foram
enviados manualmente para o mestre, os quais foram lidos com sucesso, como ilustrado
nas Figura 07 e 08.
Figura 07 – Terminal como mestre

Fonte: Autoria Propria (2022)

Figura 08 – Set Macros

Fonte: Autoria Propria (2022)

A primeira Figura 06 ilustra os frames que o mestre enviava. A partir


disso, escreveram-se as perguntas que o mestre enviava como também as
respostas do escravo através da opção Set Macros.
A Figura 08 ilustra o procedimento de resposta, com o crc já
calculado através de website.

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5. Perguntas

1. O que significa o conceito de time-out no modbus?


Time-out é o tempo de espera da resposta do escravo, ou seja, a varredura, se
não chegar nenhuma resposta nesse tempo que é programado o mestre assume que
tem erro na comunicação.

2. Qual a importância do software terminal?


Para a atividade prática em questão, foi de extrema valia, pois foi possível
trabalhar com o mesmo tanto como mestre quanto como escravo. Vale ressaltar que,
no modo escravo, foi possível usar a função de escrita.

3. Mostre e explique cada campo do pacote Modbus RTU capturado pelo


terminal.

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4. Qual são as diferenças entre o Modbus RTU e o Modbus ASCII?
Enquanto o Modbus RTU não apresenta seu protocolo de forma legível porém
concentra uma maior quantidade de dados, por usar 8 bits, o Modbus ASCII torna legível
esse mesmo protocolo porém de forma mais ineficiente em questão de velocidade,
utilizando 7 bits.

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Referência

ALBUQUERQUE, Ana Claudia Medeiros Lins de. Redes Industriais: Fieldbus e DeviceNet.
Disponível em:
<https://www.dca.ufrn.br/~affonso/FTP/DCA447/trabalho2/trabalho2_8.pdf>. Acesso
em: 04 set. 2022.

CÉSAR, Aldo. MERCADO Redes industriais: o que são e para quê servem na Indústria
4.0. Disponível em: <https://transformacaodigital.com/mercado/redes-industriais-o-
que-sao-e-para-que-servem-na-industria-4-0/>. Acesso em: 04 set. 2022.

LUGLI, Alexandre Baratella; SANTOS, Max Mauro Dias. REDES INDUSTRIAIS PARA
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL: as-i, profibus e profinet. 2. ed. São Paulo: Érica, 2019.

PROTOCOLO de comunicação ModBus RTU/ASCII: Parâmetros de programação dos


indicadores ALFA Instrumentos. Rio Grande do Norte: Alfa Instrumentos, 2000. 42 p.
Disponível em:
<https://www.dca.ufrn.br/~affonso/FTP/DCA447/modbus/modbus_manual.pdf>.
Acesso em: 05 set. 2022.

SOUSA, Antônio Neto; KASPER, João Vitor G.; SANTOS, Kaique A.. ModBus. 2018.
Disponível em:
<https://moodle.utfpr.edu.br/pluginfile.php/2669556/mod_resource/content/1/MOD
BUS.pdf>. Acesso em: 04 set. 2022.

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