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Redes Industriais

PARTE II – REDES DE CAMPO


1 CONCEITOS GERAIS
1.1. SISTEMAS DISTRIBUÍDOS PARA AUTOMAÇÃO
Os Sistemas Distribuídos para Automação, entendidos como um conjunto
de protocolos de redes em tempo real, são compostos por uma série de
protocolos de comunicação de dados para redes de campo. Este conjunto é
extenso e diverso, embora típico, e depende do fornecedor da tecnologia de
automação que se está a empregar.
O propósito precípuo dos protocolos de redes de campo é a evolução de um
cenário em que cada elemento de campo tem seu próprio cabo de sinal, muitas
vezes de sinalização analógica, a uma estrutura em que os dados fluem de forma
digital através de uma rede de comunicação de dados. A Figura a seguir ilustra
esta idéia.

Figura 1 - Comparação entre cabeamento clássico e fieldbus


Fonte: Werner Training and Consultancy Ltd.

(a) Sistema Convencional (b) Rede de Campo - Fieldbus

Além de vários benefícios de ordem de segurança e desempenho, esta nova


estrutura também reduz de forma significativa a quantidade de cabos e de
conexões no sistema de automação.
A exploração dos protocolos de comunicação de redes de campo passa pela
compreensão anterior da pilha de protocolos ISO/OSI (International Standards
Organization / Open Systems Interconection).

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1.2 CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DISTRIBUÍDO
• Heterogeneidade: componentes heterogêneos precisam ser capazes de
interoperar (instrumentos e dispositivos de diversas naturezas);
• Sistemas Abertos: As interfaces devem ser públicas e estarem disponíveis
para facilitar a inserção de novos componentes;
• Segurança: O sistema somente deve ser utilizado da forma e para o fim que
foi projetado;
• Escalabilidade: O sistema deve operar satisfatoriamente com um número
crescente de dispositivos; O desempenho do sistema deve aumentar à
medida em que aumentem os seus recursos.
• Tolerância à falha: A falha em parte do sistema não deve levar a falha de
todo o sistema;
• Concorrência: Deve ser possível acesso compartilhado aos recursos
(políticas para permissão de acesso);
• Transparência: A distribuição deve ser o máximo possível transparente ao
usuário.

1.3 A PIRÂMIDE DA AUTOMAÇÃO E AS REDES DE CAMPO


Figura 2 – A Pirâmide da Automação

A pirâmide da Automação
Fonte: Moraes, C. C.; Castruci, P. L. Engenharia de Automação Industrial.

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A Figura a seguir mostra a pirâmide da automação, desta vez orientada às
topologias e tecnologias comerciais de redes de campo atuais.

Figura 3 – A pirâmide da automação e as redes de campo


Fonte: http://www.drillingcontractor.org/from-islands-to-clouds-the-data-evolution-10675.

1.4. CARACTERIZAÇÃO DAS REDES DE AUTOMAÇÃO

As redes industrias podem ser classificadas pelo tipo de equipamento


conectado a elas e pelo tipo de dados que trafega pela rede. Os dados podem ser
bits, bytes ou blocos.
• Redes de bits: Transmitem sinais discretos contendo condições simples
ON/OFF.
• Redes de bytes: Podem conter pacotes de informações discretas e/ou
analógicas.
• Redes de bloco: redes cujo protocolo é apresentado com dados em formato
de bloco. São capazes de transmitir pacotes de informação de tamanhos
variáveis.

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A) REDES SENSORBUS
A rede sensorbus conecta equipamentos simples e pequenos diretamente à rede.
Os equipamentos deste tipo de rede necessitam de comunicação rápida em níveis
discretos e são tipicamente sensores e atuadores de baixo custo.
Estas redes não almejam cobrir grandes distâncias, sua principal preocupação é
manter os custos de conexão tão baixos quanto for possível.

Exemplos típicos de rede sensorbus incluem AS- I e CAN

B) REDES DEVICEBUS
A rede devicebus preenche o espaço entre redes sensorbus e fieldbus e pode
cobrir distâncias de até 500 m.
Os equipamentos conectados a estas redes terão mais pontos discretos, alguns
dados analógicos ou uma mistura de ambos.
Além disso, algumas destas redes permitem a transferência de blocos em uma
menor prioridade comparado aos dados no formato de bytes.
Esta rede tem os mesmos requisitos de transferência rápida de dados da rede
sensorbus, mas consegue gerenciar mais equipamentos e dados.
Exemplos de redes deste tipo são DeviceNet, Smart Distributed System (SDS),
Profibus DP, LONWorks e INTERBUS- S.

C) REDES FIELDBUS
A rede fieldbus interliga os equipamentos de I/O mais inteligentes e pode cobrir
distâncias maiores.
Os equipamentos acoplados à rede possuem inteligência para desempenhar
funções específicas de controle tais como controle PID, controle de fluxo de
informações e processos.
Os tempos de transferência podem ser maiores quando comparados as redes
sensorbus, mas a rede deve ser capaz de comunicar com vários tipos de dados
(discreto, analógico, parâmetros, programas e informações do usuário).
Exemplos de redes fieldbus incluem Fieldbus Foundation H1 e Profibus PA.

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Figura 4 – Caracterização das redes de Automação


Fonte: ATAIDE, F.H. (2004)

(a) Distribuição teórica dos protocolos

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(b) Distribuição Prática – Não há correspondência total entre os modelos

OS NÍVEIS DAS REDES DE CAMPO

Nível 0 - SENSORBUS

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NÍVEL 0.5 – DEVICEBUS

NÍVEL 1 – FIELDBUS

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NÍVEL 2 – DATABUS

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1.5. Determinismo e Probabilismo
Um aspecto central dos protocolos de redes de automação é a questão da
validade temporal do dado. Diferentemente de sistemas convencionais, os
sistemas de automação necessitam da garantia de que a entrega do dado não
ultrapasse valores máximos de tempo.
Esta garantia denomina-se determinismo ou capacidade de conhecimento
do pior caso para uma transmissão em rede. Isto se dá devido ao fato desses
sistemas pertencerem à família dos sistemas de tempo real, isto é, sistemas
computacionais para os quais se exige uma reação a um estímulo do sistema
controlado, em um tempo menor que o de variação de estado daquele sistema
que se deseja controlar. Uma ação do sistema de controle que ocorra após este
limite rígido, faz com que o sistema de controle atue sobre o sistema controlado
com valores inválidos para aquele evento e o descaracterizam como sistema em
tempo real. Fica claro, portanto, que não há essencialmente nenhuma relação
entre tempo real e altas velocidades.
O que se espera de um sistema em tempo real é a sua reação sempre dentro
dos limites impostos pelo sistema controlado.
Desta feita, o determinismo passa a ser uma característica essencial aos
sistemas em tempo real, já que são as redes de transmissão de dados que farão
com que tanto os valores gerados nos sensores quanto aqueles que precisam
chegar aos atuadores, possam ser transportados dentro dos limites temporais do
sistema controlado.
As redes que não se enquadram nesta exigência temporal, denominam-se
redes probabilísticas. As redes de automação, como o Profibus e Fieldbus
Foundation, são especificações determinísticas. A Ethernet, em sua operação
convencional, é probabilística.

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1.6 Polling (Master-Slave ou Mestre-Escravo)
O Polling é uma técnica de acesso ao meio hierárquica, em que um
dispositivo mestre controla um mais dispositivos escravos em um mesmo
barramento, segundo um critério de autorização para envio de dados em que o
mestre permite a somente um escravo escrever no barramento por vez. O Polling
é, portanto, uma técnica determinística de controle do barramento que evita que
mais de um dispositivo possa ter acesso simultâneo ao barramento e, desta
forma, evita a possibilidade de colisão.

Figura 5 – Sistema Mestre-Escravo


Fonte: http://www.ece.cmu.edu/~koopman/protsrvy/protsrvy.html

1.7 Token Passing


O Token Passing é uma técnica de controle de acesso ao meio
determinística e não hierárquica, em que cada uma das estações de um
barramento possui sua vez para enviar os dados, de forma cíclica. Para que isto
seja possível, existe um quadro especial de controle que deve circular entre as
estações, denominado Token. Aquela estação que possuir o Token tem a
permissão para uso do barramento e, em seguida, deve passá-lo à diante, de
forma circular.

Figura 6 – token passing


Fonte: http://www.ece.cmu.edu/~koopman/protsrvy/protsrvy.html

(a) token ring (b) token bus


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1.8 CSMA/CD
O CSMA/CD – Carrier Sense Multiple Access / Collision Detection é a
técnica de controle de acesso MAC da camada de enlace do IEEE 802.3
(Ethernet). Esta é uma técnica probabilística de acesso ao meio em que uma
estação que queira transmitir um quadro, após a detecção da (ausência) da
portadora de sinal, resolve enviar seus dados ao barramento de acesso múltiplo.
Esta situação, no entanto, cria a condição de colisão no barramento uma vez que
o mesmo evento possa ter ocorrido em outras estações do barramento.
A detecção de colisão ocorre através da comparação entre o sinal enviado e
sinal recebido pela estação que transmite seus dados. Ao perceber uma colisão, a
estação pára imediatamente a transmissão e entra em um período de contenção
em que ela aguarda para proceder a uma nova tentativa de envio. Isto, no
entanto, não elimina a possibilidade de uma nova colisão no barramento.
Os barramentos de automação não admitem colisão e, portanto, não
implementam esta técnica de controle de acesso ao meio.

Figura 7 – CSMA/CD
Fonte: http://www.ece.cmu.edu/~koopman/protsrvy/protsrvy.html

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2. IEC 61158 - DIGITAL DATA COMMUNICATIONS FOR
MEASUREMENT AND CONTROL – FIELDBUS FOR USE IN
INDUSTRIAL CONTROL SYSTEMS

A IEC 61158 consiste das seguintes partes:

Part 1: Overview and guidance for the IEC 61158 series


Part 2: Physical Layer specification and service definition
Part 3: Data Link Service definition
Part 4: Data Link protocol specification
Part 5: Application Layer Service definition
Part 6: Application Layer protocol specification

FIELDBUS:
“Conceptually, a fieldbus is a digital, serial, multidrop, data bus for
communication with industrial control and instrumentation devices such as —
but not limited to — transducers, actuators and controllers.” IEC 61158-1, pg.6

Figura 8 – Rede fieldbus genérica


Fonte: IEC 61158-1

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Sendo assim, a IEC 61158 é a norma de comunicação de dados digital para
medição e Controle - Redes de Campo para uso em sistemas de controle
industrial. Ela definiu uma série de redes de campo que inclui oito protocolos:

(Type 1) - Fieldbus Foundation H1


(Type 2) - ControlNet
(Type 3) - PROFIBUS
(Type 4) - P-Net
(Type 5) - Fieldbus Foundation High-Speed Ethernet
(Type 6) - SwiftNet
(Type 7) - WorldFIP
(Type 8) - Interbus-S

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2. O Padrão IEEE 802
ü IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) definiu uma série de
padrões para LANs, coletivamente conhecido como IEEE 802;
ü IEEE 802 divide a camada de enlace em duas partes:
• A parte superior, 802.2 descreve o LLC (Logical Link Control) e é a
mesma para todas as LANs, sendo a interface com a camada de rede;
• A parte inferior define a sub-camada MAC e o meio físico e é diferente
para cada topologia distinta.

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IEEE 802.1 Bridging (networking) and Network Management


IEEE 802.2 Logical link control (upper part of data link layer)
IEEE 802.3 Ethernet (CSMA/CD)
IEEE 802.4 Token bus (disbanded)
IEEE 802.5 Defines the MAC layer for a Token Ring (inactive)
IEEE 802.6 Metropolitan Area Networks (disbanded)
IEEE 802.7 Broadband LAN using Coaxial Cable (disbanded)
IEEE 802.8 Fiber Optic TAG (disbanded)
IEEE 802.9 Integrated Services LAN (disbanded)
IEEE 802.10 Interoperable LAN Security (disbanded)
IEEE 802.11 Wireless LAN & Mesh (Wi-Fi certification)
IEEE 802.12 demand priority (disbanded)
IEEE 802.13 Not Used
IEEE 802.14 Cable modems (disbanded)
IEEE 802.15 Wireless PAN
IEEE 802.15.1 (Bluetooth certification)
IEEE 802.15.4 (ZigBee certification)
IEEE 802.16 Broadband Wireless Access (WiMAX certification)
IEEE 802.16e (Mobile) Broadband Wireless Access
IEEE 802.17 Resilient packet ring
IEEE 802.18 Radio Regulatory TAG
IEEE 802.19 Coexistence TAG
IEEE 802.20 Mobile Broadband Wireless Access
IEEE 802.21 Media Independent Handoff
IEEE 802.22 Wireless Regional Area Network

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2.1 IEEE 802.2 – LLC – Logical Link Layer

fonte: IEEE Std 802.2, 1998 Edition(R2003)

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2.2. Sub-nível de Acesso ao Meio - MAC (Medium Access Control)


ü Redes broadcast: Canais de múltiplo acesso;
ü Redes broadcast⇒competição pelo meio⇒necessidade de controle⇒MAC;
ü MAC presente em quase todas as LANs e em WANs via satélite;
ü O subnível MAC não garante entrega (ex. mesmo que não haja colisões, pode
não haver buffer);

2.2.1 O problema da alocação do canal


Alocação estática: Reserva de um canal para cada usuário (faixa de freqüência
em FDM ou slot de tempo em TDM).
ü Baixo aproveitamento do canal (transmissão ocorre em rajadas⇒maior parte
do tempo há silêncio no canal);
ü Grande probabilidade de se encontrar todos os canais cheios (mesmo que
silenciosos) se o número de usuários for grande.
Alocação dinâmica: Existe apenas um canal que deve ser compartilhado entre
todos os usuários. Quando há dados à transmitir, a estação deve tentar utilizar o
canal, se ele estiver disponível⇒necessita controle do uso do canal.
Considerações:
a. Modelo de estações: a rede é composta por N estações independentes e que
possuem a mesma probabilidade de geração de quadros a transmitir;

b. Canal único: transmissão e recepção em um único canal⇒ protocolo de


controle de acesso ao meio;

c. Existem colisões: Se dois quadros (ou parte deles) são transmitido ao mesmo
tempo eles irão colidir e provocar a perda de ambos (lixo). Se há colisão, os
quadros devem ser retransmitidos;

d. Tempo: Pode ser contínuo (os quadros podem ser transmitidos a qualquer
momento) ou em janelas –intervalos discretos de tempo (os quadros só poderão
ser transmitidos dentro de janelas de tempo);

e. Detecção da portadora: As estações podem detectar a presença de sinal no


canal antes de tentar transmitir ou só poderão saber se a transmissão foi bem
sucedida após terminarem a transmissão do quadro?

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2.2.2 Protocolos de acesso múltiplo

a ALOHA
ü Criado em 1970’s por Norman Abramson na Universidade do Hawaii;
ü Inicialmente utilizado para conexão de estações de rádio terrestres de difusão.

a.1. ALOHA puro


ü Deixa os usuários transmitirem sempre que quiserem⇒haverá colisões;
ü Todos os quadros têm o mesmo tamanho (maximizar o throughput);
ü Através da propriedade de retorno da difusão (broadcasting feedback⇒escutar
o canal durante toda a transmissão) o transmissor sabe se o quadro foi
destruído ou não;
ü Se o quadro foi destruído⇒esperar por um tempo aleatório e retransmitir;
ü Melhor aproveitamento do canal é de aproximadamente 18%.

a.2. slotted ALOHA


ü Divisão do tempo em intervalos discretos, do tamanho de um quadro;
ü Inserção de uma estação de sincronização que emite um sinal de início de
cada intervalo;
ü Os computadores devem esperar o início do próximo quadro para transmitir;
ü O período de vulnerabilidade é divido por dois. O desempenho dobra: 37%.

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2.2.3 Protocolos CSMA – Carrier Sense Multiple Access

Carrier sense: Detecção de portadora, Multiple Access: Acesso múltiplo;


São aqueles protocolos onde as estações detectam a presença de portadora
(transmissão) no canal e só então decidem se transmitem ou não;
Encontrados em LANs;

a. CSMA/CD Carrier Sense Multiple Access / Colision Detection

ü CSMA com detecção de colisões: caso haja uma colisão, ela é detectada e as
estações param imediatamente de transmitir;
ü Melhoria de desempenho;
ü A maioria das LANs broadcast utilizam este protocolo (ex. Ethernet IEEE
802.3);
ü A colisão é detectada pela comparação (de potência ou largura do pulso) entre
os sinais transmitidos e recebidos;

Contenção: período de tempo em que a estação aguarda após a detecção de uma


colisão;

Transmissão: estado em que a estação está transmitindo um quadro;

Disponível: estado em que a estação não tem dados a transmitir.

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2.3 IEE 802.3
a. Ethernet
ü Projetado em 1976 por Metcalfe e Boggs
ü É um padrão de LAN CSMA/CD;
ü Teve origem no sistema ALOHA, ao qual foi adicionado detecção de
portadora e implementado em uma rede de barramento, pela Xerox e
denominado Ethernet (100 estações a 2.94 Mbps, 1976);-
- Padrão de rede LAN em que os host estão ligados a um mesmo éter (meio
físico): O cabo;

Desenho original de Bob Metcalfe

- Sistema baseado em colisão: A máquina escuta o meio. Se estiver vazio, envia


um quadro;
- Se o quadro colidir, haverá ruído no barramento, que será percebido pela
máquina transmissora; Esta, então, para de transmitir e espera por um tempo
aleatório; Decorrido o tempo, ela escuta o barramento novamente para tentar
uma nova transmissão;
- Sistema baseado em colisão ⇒ probabilístico.

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ü Xerox, DEC e Intel escreveram um padrão Ethernet de 10 Mbps que foi a
base do 802.3;
ü padrão 802.3 difere do Ethernet por ser mais amplo, definindo uma família de
redes CSMA/CD de 1 a 10 Mbps e com modificações no cabeçalho;

b.Cabeamento
taxa de transmissão em Mbps sinalização tamanho máx. do segmento * 100

ü 10base5 ou thick Ethernet: Cabo coaxial 50 ohms grosso;


Conexões ao cabo por conector vampiro e à estação por transceivers;
ü 10base2 ou thin Ethernet: Cabo coaxial fino de 50 ohms;
Barramento de estações com conexão por “T”.
ü 10/100/1000base-T: Cabo de par trançado sem blindagem UTP (Unshielded
Twisted Pair). Esquema centralizado em hubs;
ü 10/100/1000base-T: Cabo de par trançado com blindagem STP (Shielded
Twisted Pair). Esquema centralizado em hubs;
ü 10/100/1000/10Gbase-F: Fibra ótica a até 10 Gbps

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c. Sub-nível MAC do 802.3

preamble: 7 bytes, cada um contendo o padrão 10101010, numa onda quadrada


de 10Mhz em 5.6 µs que permite ao receptor sincronizar com o transmissor.
start of frame: Início do quadro. 10101011 Indica o início do quadro
propriamente dito.
destination address: sequência de 2 ou 6 bytes (para 10 Mbps, sempre 6 bytes)
bit mais significativo: 0 para endereço único ou 1 para multicast. Para broadcast,
todos os bits deste campo devem estar em 1.
ü Existem dois esque0mas de endereçamento: Local e global.
Local: endereço que pode ser dado pelo gerente da rede e não tem significado
fora dela;
Global: endereço único, de 46 bits, dado a cada estação (7x1013 combinações)
length: comprimento dos dados do campo data de 0 a 1500. O padrão estabelece
que os quadros devam ter pelo menos 64 bytes, para tornar mais simples o
processo de detecção de quadros errados.
pad: campo de 0 a 46 bytes, para completar o tamanho de 64 bytes mínimo, no
caso de os dados terem menos de 46 bytes. Um tamanho mínimo de 64 bytes
garante que um quadro não tenha sido totalmente enviado pelo transmissor sem
que pelo menos os primeiros bits tenham alcançado o final do cabo.
checksum: detecção de erros por CRC.

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• τ: tempo de propagação de A para B (round-trip 2τ);


• Para uma rede de 10 Mbps e 2500 metros com 4 repetidores, o tempo mínimo
para transmissão de um quadro é 51,2 µs.
Bits = 10 Mbps x 51,2 µs = 512 bits = 64 bytes.

d. Algoritmo de tratamento de colisões: Binary Exponencial Backoff


ü Depois de uma colisão, o tempo é discretizado em slots;
ü Os slots têm o tamanho do pior caso de round-trip (2τ);
ü Após a primeira colisão, as estações esperam por 0 ou por 1 vezes o tempo do
slot antes de tentarem retransmitir;
ü Se houver nova colisão, elas esperam aleatoriamente por 0,1,2 ou 3 vezes o
tempo de slot;
ü Se houver nova colisão, esperam aleatoriamente por um intervalo entre 0 e 23-
1;
Genericamente, após i colisões, escolhe-se aleatoriamente um número entre 0 e
2i-1 e salta-se este número de slots de tempo antes de se tentar nova transmissão.
ü Após 10 colisões, o número de slots é fixado em 1023. Após 16 colisões,
gera-se uma mensagem de erro e cessam-se as tentativas.

Considerações:
• CSMA/CD não possui acknowlegment;
• Como a ausência de colisão não garante quadro ok, necessita-se checksum;
• receptor precisa enviar um ack para informar se o quadro está ok;
O ack é um novo quadro que compete com os demais⇒reservando-se o primeiro
slot após o envio de um quadro para o envio de um ack, obtém-se melhoria de
desempenho.
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2.4 IEEE 802.4 Token Bus

ü Robustez do 802.3 numa rede determinística


ü Indicado para redes de sistemas em tempo real para automação industrial

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2.5 IEEE 802.5 Token Ring
Padrão de rede determinística definido pela IBM e transformado na 802.5.

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2.5 IEEE 802.11 Wi-Fi

a. Problema Típicos de uma rede sem fio

c. Métodos de Acesso no IEEE 802.11

dois tipos de serviço (assíncrono e time-bounded) através de três métodos de


acesso:

DFWMAC-DCF básico utilizando CSMA/CA;


DFWMAC-DCF com extensão RTS/CTS;
DFWMAC-PCF com polling.
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3. REDE AS-I (ACTUATOR SENSOR-INTERFACE)

• É uma rede do tipo Sensor Bus (nível 0).


• Foi definida em 1990 pelo ASI Consortium.
• Trafega informação de natureza discreta
(sensores e atuadores discretos), embora
atualmente também possam trafegar dados
analógicos.
• Alimentação e dados sobre o mesmo par de condutores (24 VDC, 8A).

CABOS:

(a) cabo flat (b) cabo redondo


Tipos de Cabos ASI

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• Comprimento máximo do cabo é de 100 m sem repetidor, 300 m com
repetidor e 600m com extensor e repetidor

TOPOLOGIA: Topologia livre.

(a) Estrela (b) Barramento (c) Árvore

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VERSÕES:
• Três versões:
- Versão 1 – AS-I 2.0 – 5 ms para leitura/escrita com 31 nós;
- 4 entradas e 4 saidas por escravo;
- total de 124 entradas e 124 saídas.
- Versão 2 – AS-I 2.1 – 10 ms para leitura/escrita com 62 nós;
- 4 entradas e 3 saída por escravo;
- total de 248 entradas e 146 saídas discretas
- 124 pontos .
- Versão 3 – AS-I 3.0 – 20 ms para leitura/escrita com 62 nós;
- 8 entradas e 8 saídas por escravo;
- total de 248 entradas e 248 saídas discretas;
- Comunicação combinada, com dados mais
complexos e maiores.

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FORMATO DO FRAME 2.0

FORMATO DO FRAME 2.1

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4. PROFIBUS – PROcess FIeld BUS)

Padrão internacional de rede largamente aceito;


Suporta blocos de múltiplos sensores em cabo simples, válvulas pneumáticas,
dispositivos inteligentes complexos, sub-redes menores (como AS-i) e interfaces
homem-máquina;
Adere ao padrão ISO-OSI;
Baseado no padrão RS-485, com conector tipo-D de nove pinos com impedância
de terminação ou conectores de desconexão rápida de 12 mm, além de fibras
óticas;
Limitado a 127 nós e distância máxima de 24 km (com repetidores e fibra);
Velocidade varia de 9600 bps a 12 Mbps;
O tamanho máximo da mensagem é de 244 bytes de dados com 12 bytes de
cabeçalho (tamanho total de 256 bytes por mensagem);

O Profibus suporta dois tipos de dispositivos:


1. Mestre (Master): controlam o barramento e podem transferir mensagens
sem uma requisição remota. São denominados estações ativas.
2. Escravo (slave): são tipicamente dispositivos periféricos como sensores,
atuadores e transmissores. Eles podem apenas reconhecer mensagens
recebidas ou, à requisição de um master, transmitir mensagens para o
mestre. São denominados estações passivas.

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Há três versões do padrão - Profibus DP (master/slave), Profibus FMS (multi-
master/peer-to-peer) e Profibus PA (segurança intrínseca):
Profibus DP (Distributed Peripheral)
- Permite múltiplos dispositivos master com os dispositivos slave
associados a um mestre. Múltiplos mestres podem ler as entradas de um
dispositivo escravo mas somente o mestre associado pode escrever no
dispositivo.
- Até 126 nós num barramento.
- O DP é projetado para comunicação em alta velocidade no nível do
sensor/atuador (em oposição ao FMS que foca nos níveis superiores);
- Pensado como substituto para os cabeamentos de alto custo de 24 V e
sinais de medição de 4-20 mA;
- A troca de dados é normalmente de natureza cíclica;
- O controlador central, que atua como um master, lê e escreve nos
escravo;
- O tempo de ciclo do barramento é da ordem de 10 ms, muito menor que
o ciclo de programa de um controlador.
- Profibus DP se subdivide em:
o DPV0 – I/O remota simples
o DPV1 – Troca de dados assíncrona adicional
o DPV2 – Funções de alto desempenho como comunicação isócrona
e troca de dados em broadcast.
Profibus FMS (Fieldbus Message Specification)
- Permite a comunicação multi master, peer to peer.
- Até 126 nós, podendo todos serem masters.
- Mensagens FMS possuem maior overhead que mensagens DP.
Profibus PA (Process Automation)
- É o mesmo que o DP com a extensão de diagnóstico V1, exceto que os
níveis de tensão e corrente são reduzidos de acordo com os
requerimentos de segurança intrínseca para processos industriais (classe
I e Classe II).
- Desenvolvido para substituir a transmissão analógica de 4-20 mA.
- Muitos masters DP/FMS suportam Profibus PA.
- Para conexão direta com DP, é necessário um conversor/barreira DP/PA.
- Velocidade fixa de 31,25 kbps.
- Conexão em dois fios, levando dados e alimentação ao mesmo tempo.
- Equipamentos PA são utilizados em ambientes explosivos.
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Profibus DP e Profibus PA
Fonte: mecatronicaautal.com.br, 2013

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4.1 PILHA DE PROTOCOLOS PROFIBUS

Todas as variações do Profibus usam a mesma camada de enlace.


DP e PA usam a mesma camada física, RS-485, mas, no PA, com uma variação
para atender aos requisitos de segurança intrínseca (IEC 61158-2), denominada
Manchester.

Pilha de Protocolos Profibus

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4.1.1 MEIO FÍSICO DO PROFIBUS
a. Cabo metálico (wired):
a. DP: RS-485 / RS-485 IS (Intrinsically Safe)

b. PA: MBP (Manchester Bus Powered) / MBP – IS

Uma corrente 10 mA de alimentação e uma corrente modulada de 9mA de dados


Prof. Marco Aurélio de Souza Birchal 88
Redes Industriais
Fonte: mecatronicaautal.com.br, 2013
b. Fibra Ótica

c. Wireless

Prof. Marco Aurélio de Souza Birchal 89

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