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23/11/2022 19:29 Tecnologias em Redes Industriais

Tecnologias em

Redes Industriais
Prof. Raphael de Souza dos Santos

Descrição

Estudo da rede AS-I, amplamente utilizada em processos de automatização industrial; os conceitos de Profibus e Profinet e suas aplicações em
sistemas empregados aos processos produtivos; a rede definida por software e sua importância nos processos industriais modernos.

Propósito

As redes Profibus e Profinet são amplamente utilizadas no meio industrial, com grande relevância na implementação dos sistemas inteligentes e da
indústria 4.0. Por isso, compreender as tecnologias aplicadas às redes industriais é fundamental ao profissional atuante na respectiva área.

Objetivos

Módulo 1

As redes AS-I
Identificar as redes AS-I.

Módulo 2

As redes Profibus e Profinet

Distinguir as redes Profibus e Profinet.

Módulo 3

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Rede definida por software


Reconhecer o conceito de rede definida por software.

meeting_room
Introdução
Para começar nosso estudo, assista ao vídeo a seguir para compreender as tecnologias em redes industriais.

1 - As redes AS-I
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as redes AS-I.

video_library
Vamos começar!
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.

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A rede AS-I
A rede Interface Atuador-Sensor, também denominada de AS-I, vem representando uma solução para a automatização de sistemas simples. Ela é
fortemente indicada para o desenvolvimento de redes simples de sistemas de automação formados por conjuntos de sensores e atuadores digitais,
ou seja:

Sensores digitais
Capazes de fornecerem sinais estritamente lógicos (0 ou 1).

Atuadores digitais
Capazes de receberem sinais estritamente lógicos (0 ou 1).

Esse tipo de rede se popularizou rapidamente ao utilizar, de maneira eficiente, apenas um par de fios para controlar e energizar os dispositivos.
Dessa forma, é possível observar que a rede AS-I passou a representar uma excelente opção em aplicações mais simples envolvendo dispositivos
de pequeno porte.

Conceito de uma rede AS-I


A automatização dos processos produtivos foi acompanhada da utilização de sistemas computadorizados, sensores e atuadores. Na imagem a
seguir, é possível observar a comunicação entre elementos de um processo industrial.

A comunicação entre os dispositivos de um processo produtivo é fundamental para que a automatização seja bem-sucedida. Isso motivou o
desenvolvimento de uma rede de comunicação específica para sensores e atuadores: a rede AS-I.

A rede de interface entre o atuador e o sensor (AS-I) permite que essa ligação entre os elementos seja implementada a um baixo custo e de maneira
simples. Além disso, outro fator positivo na utilização dessa rede é a baixa susceptibilidade a interferências eletromagnéticas.

Topologia
Uma grande vantagem na utilização da topologia AS-I é a conexão com o controlador. Convencionalmente, em uma rede automatizada de um
processo produtivo, cada elemento que compõe o processo, entre sensores e atuadores, é conectado de maneira individual ao controlador, como
pode ser visto na próxima imagem.

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Na rede AS-I, utiliza-se apenas um par de fios para conectar diversos elementos que fazem parte do sistema. Esse tipo de ligação permite, por
exemplo, que sejam feitas distribuições por setores ou por outras subdivisões do processo produtivo, conforme demonstra a próxima imagem.

Na prática, os sistemas projetados para uso de uma rede AS-I podem ser montados nas instalações elétricas já existentes. Por causa da sua
robustez, essa rede não apresenta limitações em relação às topologias já encontradas. Vejamos que topologias são essas!

Linear expand_more

Nessa topologia, também conhecida como ponto a ponto, todos os equipamentos são ligados em um par de fios que os conecta ao
controlador.

Topologia linear para uma rede AS-I.

Estrela expand_more

Os dispositivos são conectados de maneira independente ao controlador.

Topologia linear para uma rede AS-I.

Barramento expand_more

Nessa topologia, um barramento de dados é utilizado para envio e recebimento de todas as informações do processo, permitindo a
intercomunicação entre os diversos elementos.
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Topologia barramento para uma rede AS-I.

Anel expand_more

Nessa topologia, os instrumentos são interligados ao controlador em um formato de anel. Essa topologia apresenta a vantagem de quase
todos os elementos terem dois vizinhos, tornando mais fácil e rápida a conexão entre eles.

Topologia estrela para uma rede AS-I.

Embora possa ser utilizada nas mais diversas topologias, a rede AS-I foi desenvolvida originalmente para utilização na configuração do tipo
barramento, permitindo uma conexão mais simples e rápida entre as máquinas de pequeno porte disponíveis no meio industrial. Ainda que não seja
uma restrição, as conexões na rede AS-I são usadas preferencialmente entre equipamentos que utilizam lógicas digitais, ou seja, apenas estados
lógicos em seu funcionamento (0 ou 1; aberto ou fechado; ligado ou desligado), pela facilidade.

Comunicação mestre-escravo
Na conexão dos equipamentos na rede AS-I, o mais comum é a utilização dos cabos chatos autorregenerativos de duas vias. Nesses cabos, a
conexão dos equipamentos é realizada por meio de conectores do tipo “vampiro”.

Em caso de remoção dos equipamentos, ocorre uma regeneração do revestimento e a permanência em condições operacionais. Dessa forma, os
elementos de entrada e saída podem ser facilmente conectados e desconectados, para remoção ou mudanças de local, garantindo uma grande
flexibilidade nas instalações.

Estrutura da mensagem
A estrutura de comunicação de uma rede AS-I entre os escravos e o mestre é denominada telegrama. A estrutura do telegrama e sua formação pode
ser vista a seguir:

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O ciclo de comunicação da rede AS-I leva um máximo de 5ms, mesmo nas situações em que a rede está completa (todos os endereços
preenchidos). Dessa maneira, os dispositivos ligados à rede (botoeiras, motores, válvulas, entre outros) apresentam uma boa velocidade de
comunicação dentro do processo produtivo.

Por exemplo, suponha que um telegrama entre mestre e 31 escravos em uma rede AS-I. Determine o ciclo de comunicação dessa rede com base
nas seguintes especificações:

Tempo de cada bit = 6µs/bit.

Pedido do mestre = 13 bits.

Pausa do mestre = 18µs.

Resposta do escravo = 7 bits.

Pausa do escravo = 12µs.

Dessa forma, o tempo de ciclo é definido como:

78μs + 18μs + 42μs + 12μs = 150μs por escravo.

Como são 31 escravos:

31 × 150μs = 4650μs

4650μs ≅ 4, 6ms ≅ 5ms

Estrutura do pedido mestre-escravo

A estrutura da mensagem no sentido mestre para o escravo é a seguinte:

Onde:

ST

Representa o bit de início (start bit) que inicia a transmissão. Esse bit sempre será 0.

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CB

Representa o bit de controle, podendo ser: 0 no caso de transferência de dados, parâmetros ou endereços; e 1 no caso de
transferência de comandos.

A4 ... A0

Representa os bits de endereçamento do escravo: como são 5bits (A4 A3 A2 A1 A0): endereços = 2bits = 32 endereços possíveis.
Sendo 31 escravos, 5 bits são suficientes para todos os endereços.

I4 ... I0

Representa os bits contendo as informações que se deseja transmitir. Quando CB = 0, são 4 bits de dados (I3 ao I0), pois I4 = 0.
Quando CB = 0, são 4 bits de parâmetros (I3 ao I0), pois I4 = 1. 1. Quando CB = 1, são 5 bits de comando (I4 ao I0).

PB

Representa o bit de paridade (check bit).

EB

Representa o bit final (end bit) que finaliza a transmissão. Esse bit sempre será 1.

Estrutura da resposta escravo-mestre


A estrutura da mensagem no sentido do escravo para o mestre é a seguinte:

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Onde:

ST

Representa o bit de início (start bit) que inicia a transmissão. Esse bit sempre será 0.

I3 ... I0

Representa os bits contendo as informações que se deseja transmitir.

PB

Representa o bit de paridade (check bit).

EB

Representa o bit final (end bit) que finaliza a transmissão. Esse bit sempre será 1.

Exemplos de comunicação
Alguns exemplos de comunicação em uma rede do tipo AS-I podem ser vistos abaixo:

Troca de dados
É a mensagem básica para leitura da resposta de um escravo e transferência de bits. Em negrito, estão os valores dos bits efetivamente enviados
(de A4 a A0 e PB – informação vinda do escravo).

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Escrita de parâmetros
Escreve um determinado dado para o escravo:

Endereçamento de um escravo
Consiste na definição de um novo endereço para um escravo. Em um primeiro momento, deve-se apagar o endereço do escravo. Isso é necessário,
pois um escravo deve possuir um endereço do tipo 0000 para poder receber um novo endereçamento.

Após apagar o endereço do escravo, envia-se o novo endereçamento:

Define-se assim o novo endereço (A40 a A00) do escravo.

Reset do escravo
É um comando do mestre para apagar as informações de um escravo selecionado:

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Leitura das configurações de entrada e saída


Permite a leitura das configurações de entrada e saída (I/O) de um escravo específico:

Leitura do código de identificação de um escravo


Permite a leitura do código ID de um escravo (ID code):

É interessante observar que, em caso de redes com extensões, os comandos serão específicos para as redes adicionais.

Primeira extensão

Segunda extensão

Leitura dos dados da memória


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Leitura dos dados da memória
Permite a leitura dos dados de comunicação da memória:

Leitura e reset dos dados da memória


Permite a leitura dos dados de comunicação da memória:

Leitura e reset dos dados da memória


Permite apagar os dados de toda a rede:

Expansão da rede
O comprimento máximo de uma rede AS-I é de 100 metros. Para que seja possível a sua expansão, é necessário o uso de repetidores. Com o uso
dos repetidores, uma rede de até 300 metros é possível.

Capacidade da rede
Na configuração mestre-escravo, a rede AS-I suporta uma quantidade razoável de equipamentos, por apresentar um “bom número de endereços de
rede”, dependendo das configurações do controlador e da rede. Por exemplo, pode-se classificar a rede AS-I em:

Rede AS-I 2.0 – capacidade de 31 endereços.

Rede AS-I 2.1 – capacidade 2 escravos por endereço (denominados de escravos A e escravos B), totalizando 62 escravos (31 endereços A + 31
endereços B)
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endereços B).

Rede AS-I 3.0 – capacidade de 62 endereços.

Comprimento do barramento
O comprimento de um barramento pode ser estimado de uma forma simples. Considera-se o comprimento do barramento e adiciona-se o somatório
dos cabos utilizados por todos os escravos multiplicado por 2 (margem de segurança). Assim, uma rede com 50 metros de barramento e 5
acessórios com 2 metros de cabo cada, dará uma rede de:

50 + 2 × 5 × 2 = 70 metros.

É importante destacar que, em caso de expansões sem escravos intermediários, basta a utilização de um extensor, como na imagem a seguir:

Expansão de uma rede com o uso de um extensor.

No caso de uso de escravos em todos os trechos, é necessário o uso de repetidores a cada 100 metros, conforme exemplifica a próxima imagem.

Expansão de uma rede com o uso de repetidores.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Entre as redes industriais, a rede AS-I é uma excelente configuração para a comunicação entre os dispositivos de um processo produtivo. Pode-
se considerar uma das grandes vantagens dessa rede

A a conexão individual de cada elemento ao controlador.

B a conexão de apenas um atuador e um sensor.

C o longo alcance sem o uso de extensores ou repetidores.

D a utilização de apenas um par de fios para conectar os diversos elementos.

E a utilização de uma rede de comunicação separada de uma rede de energização.

Parabéns! A alternativa D está correta.


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Questão 2

Em uma rede AS-I com 20 escravos e 1 mestre, determine o ciclo de comunicação dessa rede supondo as seguintes especificações:

• Tempo de cada bit = 5 µs/bit.

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• Pedido do mestre = 10 bits.

• Pausa do mestre = 20 µs.

• Resposta do escravo = 4 bits.

• Pausa do escravo = 10 µs.

A 2,0 ms

B 2000 μs

C 50 μs

D 2,0 μs

E 20 μs

Parabéns! A alternativa A está correta.


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2 - As redes Profibus e Profinet


Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir as redes Profibus e Profinet.

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Vamos começar!
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.

A rede Profibus DP
A troca de dados entre equipamentos e sistemas se tornou fundamental para o desenvolvimento dos processos produtivos nas mais diversas
plantas industriais e na automatização dos mais diferentes sistemas domésticos. É por meio dessa troca de dados que os equipamentos
conseguem compartilhar informações e realizar a integração dos mais diferentes processos produtivos.

Com o advento da indústria 4.0 e o desenvolvimento tecnológico associado aos sistemas inteligentes, as redes de comunicação foram colocadas
em evidência, sendo cada vez mais latente a necessidade de segurança e confiabilidade nesses diferentes meios de comunicação.

Dessa necessidade nasceu o padrão Profibus, um padrão de comunicação aberto (independente de fabricantes)
que possibilitou uma ampla integração entre os processos de manufatura e automatização industrial.

O Profibus é visto como um protocolo digital, amplamente utilizado em sistemas de controle, que possibilita a comunicação entre diversos
equipamentos dos mais diferentes fabricantes. Entre as vantagens da rede Profibus, é possível citar:

Facilidade de cabeamento com custo reduzido.

Operacionalidade simples.

Fácil centralização de comandos em uma sala de controle.

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Possibilidade de utilização em área classificadas.

Elevadas taxas de comunicação (especificamente no Profibus DP).

Fácil configuração, parametrização e gerenciamento.

Padrão aberto (possibilita um contínuo processo evolutivo).

Essas características tornam o Profibus preferido por alguns projetistas e operadores quando comparado com a tecnologia 4mA a 20mA das redes
analógicas convencionais.

Alguns parâmetros devem ser considerados quando projetada a arquitetura dos sistemas de controle de processo, tais como:

O número de estações host.

O número de controladores.

A hierarquia da comunicação.

A distribuição dos equipamentos.

Os métodos de conexão.

As condições de interferência.

Um exemplo genérico de uma arquitetura Profibus (DP e PA) pode ser visto na imagem a seguir.

Exemplo genérico de uma arquitetura Profibus.

O Profibus DP
O Profibus Periférico Descentralizado (Profibus DP) possui como uma de suas principais vantagens a velocidade de comunicação, podendo
alcançar uma taxa de transmissão e recebimento de 12Mb/s. O tempo de reação também é reduzido, na faixa de 1ms a 5ms, sendo ideal para
sistemas que demandam alta velocidade de comunicação.

Características como a interoperabilidade e a alta confiabilidade tornaram a rede Profibus DP altamente empregada no chão de fábrica dos mais
diversos processos produtivos. Na comunicação por meio do Profibus DP, podemos destacar os seguintes equipamentos:

Controladores lógicos programáveis (CLPs)

São utilizados como o cérebro de alguns sistemas, recebendo as informações dos sensores e encaminhando as instruções aos periféricos.

Interfaces homem-máquina (IHM)


São utilizadas para a relação entre o operador e o maquinário, por meio de uma interface que pode ser visual.

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Conversores analógico-digital e digital-analógico

São funcionais na conversão de sinais analógicos oriundos do campo para sinais digitais (para os controladores e dispositivos digitais). Também
atuam na conversão dos sinais digitais em analógicos.

Inversores de frequência

São componentes que permitem o controle de velocidade de: motores e bombas.

Sensores (específicos para conexão em sistemas Profibus DP)

São receptores das informações dos processos.

Atuadores (específicos para conexão em sistemas Profibus DP)

São componentes que permitem uma atuação sobre o processo produtivo.

Os dispositivos adequados para o padrão Profibus DP podem ser classificados conforme a seguir:

Mestre DP classe 1
Os mestres dessa classe são os controladores centralizados que trocam informações com os escravos dentro dos ciclos de mensagem, tais como
os CLPs e os controladores digitais.

Mestre DP Classe 2
Os mestres classe 2 são os programadores e dispositivos supervisórios. São empregados na supervisão, no monitoramento e na operação dos
processos produtivos.

Escravo DP
Os escravos DP atuam sobre o processo tendo como referência informações dos sensores ou entradas na rede.

Características do Profibus DP
A rede Profibus DP possui características importantes que o diferenciam das redes convencionais (Ethernet, 485, Hart etc.). Vejamos algumas delas!

Multimestre

O Profibus DP permite a operação no modo multimestre. Isso significa que é possível operar com diversos mestres conectados em um mesmo
barramento. Esses mestres podem ser classe 1 ou classe 2 e possuem seus próprios subsistemas.

É importante observar que os dados de todos os escravos de uma rede DP podem ser lidos por todos os mestres da rede Contudo somente um
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É importante observar que os dados de todos os escravos de uma rede DP podem ser lidos por todos os mestres da rede. Contudo, somente um
mestre pré-configurado pode enviar informações para seus respectivos escravos.

Exemplo genérico de uma arquitetura Profibus DP com múltiplos mestres.

Endereçamento
A rede Profibus DP suporta até 126 dispositivos (entre mestres e escravos), além de 246 bytes de entrada e 246 bytes de saída. O endereçamento de
cada periférico na rede Profibus DP é realizado nas configurações dos próprios equipamentos.

Protocolos Profibus DP
O protocolo de comunicação das redes Profibus DP possui diferentes funções complementares:

DP - V0

Permite definir as funções para troca de dados cíclicos entre mestres e escravos, como: Diagnósticos e Ferramentas de integração do
tipo GSD (descrição geral da estação, ferramenta que permite a maior parte das configurações de um dispositivo sejam feitas de
forma automática) – arquivos do tipo GSD possuem dados de configuração e que podem ser compartilhados na rede.

DP - V1

Permite definir as funções para troca de dados acíclicos entre mestres e escravos, tais como: alarmes, blocos funcionais,
comunicação com dispositivos de segurança (PROFIsafe - perfil de segurança da rede Profibus) e ferramentas de integração do tipo
EDD (descrição de dispositivo eletrônico) e FDT (ferramenta de dispositivos de campo) - possibilitam a integração com periféricos dos
mais diversos fabricantes.

DP - V2

Permite definir as funções avançadas de redundância e comunicação, tais como: Comunicação entre dispositivos Hart e dispositivos
Profibus DP, Redundância e Sincronismos de clock.

Meio físico de comunicação


Os dispositivos podem se comunicar em uma rede Profibus DP mediante padrões do tipo RS-485 ou fibras ópticas.

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RS-485 expand_more

O padrão RS-485 define que cada dispositivo da rede consiste em uma carga, permitindo uma rede limitada a 32 unidades. Uma vantagem do
barramento RS-485 é o fato de permitir adição e remoção de dispositivos sem a influência nos dispositivos em operação. É importante
destacar que, no padrão RS-485, o início e o fim do barramento devem ser conectados a terminadores de rede.

Barramento e terminadores de uma rede Profibus DP.

Os terminadores são importantes para promover o casamento de impedância de uma rede. Quanto maior o comprimento de uma rede, maior
é a distorção dos sinais. Essa distorção é atenuada pela utilização dos terminadores, que são compostos basicamente por dois
componentes: um resistor de aproximadamente 100ohms e um capacitor de cerca de 1µF conectados em série. Esses componentes da rede
Profibus têm essencialmente duas funções: desviar a corrente referente ao sinal de comunicação e proteger a rede contra reflexões de sinal.
Vale dizer que, em distâncias de até 1.200 metros, os dispositivos podem ser interligados sem o uso de repetidores.

Fibras ópticas expand_more

A utilização das fibras ópticas é capaz de garantir a imunidade em relação às interferências eletromagnéticas e outras fontes de ruídos.

Conexão de cabo de fibra óptica.

Redundância
A confiabilidade de uma rede Profibus DP pode ser aumentada por meio do uso de equipamentos com características semelhantes conectados em
paralelo, conforme exemplifica a imagem.

Redundância em uma rede Profibus DP.

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O Profibus PA
O Profibus específico para automação de processos (Profibus PA) foi projetado a fim de permitir o estabelecimento de uma rede de comunicação
para controle de processos industriais e instrumentação.

Uma das vantagens na utilização dessa rede interligando os dispositivos de instrumentação e controle é a não obrigatoriedade do uso de
controladores lógicos programáveis (CLPs). Por meio dessa rede, as funções de controle podem ser exercidas diretamente pelos equipamentos
ligados na rede.

O Profibus PA possui um protocolo de comunicação bidirecional e a comunicação é realizada, assim como ocorre no Profibus DP e no AS-I, pelos
cabos de alimentação dos próprios dispositivos. Essa característica reforça a simplicidade de conexão entre os elementos dessa rede. Cabe
destacar que, em casos específicos, fontes de alimentação alternativas são destinadas à energização dos equipamentos fora dos cabos de
comunicação.

Assim como ocorre com o Profibus DP, o Profibus PA possui algumas características específicas, tais como:

Capacidade de ser utilizado em áreas classificadas (zonas intrinsicamente seguras ou potencialmente explosivas).

Possibilidade de conexão e desconexão durante a operação da rede sem interferência.

Comunicação
A alimentação dos dispositivos adequados para instalação em redes Profibus PA é realizada por meio de tensões e correntes contínuas
(alimentação CC ou DC). Isso permite que os sinais de comunicação, alternados e com amplitudes que variam entre 750mV e 1.000mV, sejam
sobrepostos aos sinais de alimentação.

Essa superposição é possível mediante uma modulação do tipo shift-keying (chaveamento de frequência) que permite a formação de trens de
pulsos de valores máximos e mínimos de durações variáveis. No caso da comunicação entre dispositivos Profibus PA, essa modulação é do tipo
Manchester.

Para ser possível utilizar essa comunicação, os dispositivos devem ser conectados em paralelo no mesmo par de fios. Cada barramento comporta
até 32 equipamentos de diferentes fabricantes.

Atenção!
Uma rede Profibus PA possui um comprimento máximo de 1.900m sem a utilização de repetidores. Com a utilização de até 4 repetidores, pode-se
chegar a um alcance de quase 10km.

Exemplo de uma malha de controle com Profibus PA.

O Profinet

O padrão Profinet surgiu diante da necessidade de expansão dos processos industriais, com o aumento significativo do uso de novos recursos e
equipamentos, ampliando consideravelmente o volume de dados em redes de alta velocidade. Ele partiu da evolução da rede Ethernet,
representando uma modernização nos protocolos de comunicação. Sua grande vantagem e facilidade para sua popularização foi a utilização de
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recursos e funcionalidades existentes no padrão Ethernet.

O Profinet permite a comunicação entre controladores lógicos programáveis (CLPs) e dispositivos de entrada (sensores e telas de operação) e saída
(atuadores e outros componentes da rede) de dados. Ele utiliza como base o padrão já definido e amplamente utilizado na Ethernet, sendo
compatível com seus componentes e facilmente integrado aos sistemas de automatização que já utilizam esse padrão em seu funcionamento.

O padrão Profinet garante ao sistema a velocidade e a precisão necessárias na troca de dados entre os controladores e os instrumentos, tornando a
produção mais eficiente, segura e rápida. Além disso, oferece ao sistema as ferramentas para um bom desempenho em tempo real (real time) e as
funcionalidades de controle e gerenciamento inerentes ao padrão Ethernet. Assim como o Ethernet, o Profinet oferece a possibilidade de
comunicação sem fio através de redes wi-fi e bluetooth.

Características do padrão Profinet


Apesar das similaridades, o padrão Profinet possui algumas diferenças em relação aos padrões Profibus e Ethernet.

Assim como o Profibus, o Profinet foi desenvolvido pela Profibus e Profinet International, que consiste em uma entidade privada de associação
voluntária focada na disseminação de informações sobre os padrões Profibus, Profinet e AS-I.

Contudo, enquanto o Profibus se assemelha ao padrão serial clássico, apresentando um protocolo digital tradicional, o Profinet está mais próximo
da Ethernet Industrial, permitindo uma comunicação mais rápida e uma banda mais larga. Sendo assim, as próprias conexões são diferenciadas:

Rede Profibus

Utiliza o padrão clássico RS-485 com conectores DB9 ou M12.


close

Rede Profinet

Utiliza os cabos Ethernet (par trançado, por exemplo o CAT 5) e conectores RJ45.

Em relação às camadas do padrão de comunicação, camadas do modelo OSI (referência para os sistemas de comunicação), elas são reduzidas
para 4 no padrão Profinet, em vez das 7 do modelo original.

Isso ocorre porque o Profinet se baseia no padrão Ethernet, que já apresenta uma redução e não utiliza as camadas. Ele combina as camadas física
e de enlace, transformando-as em uma camada de acesso à rede ou padrão Ethernet, como pode ser visto na imagem:

Camadas do padrão Profinet.

Vejamos detalhadamente cada camada!

Camada padrão Ethernet


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Camada padrão Ethernet expand_more

É a camada física que recebe o sinal lógico e faz a adaptação para a transmissão para o meio de comunicação definido (par trançado, fibra
óptica, wi-fi, entre outros). O enlace cuida da proteção dos dados. Além disso, é nessa camada que os pacotes provenientes da camada de
rede são recebidos e convertidos em bits. Após essa conversão, eles são transmitidos pela camada física.

Como já falado, uma das maiores vantagens da Profinet é a velocidade de transmissão. Essas redes podem alcançar velocidades que variam
de 100Mbit/s a 1Gbit/s. Além disso, suas mensagens podem chegar a 1440 bytes. Isso faz com que as redes Profinet sejam mais rápidas e
tenham maior largura de banda que as Profibus, que apresentam velocidades que chegam a 12Mbit/s e podem chegar a 244 bytes.

Camada de rede expand_more

É responsável pelo envio, recebimento, endereçamento e roteamento dos dados entre a fonte e o destino. Essa camada utiliza o protocolo IP
(Internet Protocol) para definição do percurso que os dados farão entre a origem e o destino.

Camada de transporte expand_more

É a camada responsável pelo empacotamento dos dados e verificação da consistência da informação (se os dados transmitidos chegaram
corretamente ao destino).Embora utilize o protocolo TCP/IP, a rede Profinet pode "decidir" não executar essas instruções e passar
diretamente para a próxima camada. Isso é feito quando determinadas necessidades dos processos industriais precisam ser atendidas e
segue um desempenho determinístico. Essa ação pode ser importante em casos de ações urgentes e para evitar acidentes.

Camada de aplicação expand_more

É a camada do usuário e permite o acesso aos serviços de rede e uso de aplicativos. Entre os protocolos mais comuns estão HTTP, SNMP,
SMTP e o próprio Profinet.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A rede Profibus permitiu a conexão entre diversos dispositivos inteligentes fundamentais para o desenvolvimento da indústria 4.0. Entre as
classificações utilizadas no Profibus DP, aquela cujos mestres são controladores centralizados que trocam informações com os escravos é
denominada

A escravo DP classe 1.

B mestre DP classe 2.

C mestre DP classe 1.

D escravo DP.

E mestre e escravo classe 1.

Parabéns! A alternativa C está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20classifica%C3%A7%C3%A3o%20mestre%20DP%20classe%201%20%C3%A9%20aquela%20na%20qual%20os%20controladores%2

Questão 2

Os protocolos de comunicação são essenciais para a padronização da comunicação em uma dada rede ou entre camadas de um meio físico.
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Entre os protocolos da rede Profibus DP, aquele que permite a definição de funções e troca de dados cíclicos entre mestres e escravos é o

A DP-V1.

B DP-V0.

C DP-V2.

D DP-V3.

E DP-V4.

Parabéns! A alternativa B está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-paragraph'%3EO%20protocolo%20DP-
V0%20permite%20a%20troca%20de%20dados%20c%C3%ADclicos%20entre%20mestres%20e%20escravos%20como%20ferramentas%20de%20integr

3 - Rede definida por software


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o conceito de rede definida por software.

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Vamos começar!

Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.

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O que é SDN?
Uma rede definida por software (software defined networking - SDN) é uma variação das redes tradicionais que utiliza controladores baseados em
programas ou interfaces de programação de aplicativos (APIs) para estabelecer uma comunicação com a infraestrutura de hardware subjacente e
um direcionamento para o tráfego de informações em uma rede de dados.

Esse modelo é consideravelmente diferente das configurações de redes tradicionais que utilizam dispositivos periféricos (hardwares) dedicados
(roteadores e switches) para estabelecer o controle de tráfego de dados em uma rede. A SDN pode realizar esse controle de tráfego de duas
maneiras distintas:

Criando e controlando uma rede virtual.

Controlando um hardware tradicional via software.

A criação de uma rede virtual (denominada virtualização de redes) permite que as SDNs conectem diferentes redes virtuais em uma única rede
física ou fragmentem uma rede física em diferentes redes virtuais. De maneira similar, também permitem que diferentes dispositivos em diferentes
redes físicas sejam conectados para criarem uma única rede virtual. Assim, uma rede definida por software possibilita uma maneira diferente de
controlar o roteamento de pacotes de dados por meio de um servidor centralizado.

Ilustração de uma SDN.

Quais são as vantagens de uma SDN?


A rede definida por software representa um avanço tecnológico em relação às redes de comunicação de dados tradicionais. Entre as vantagens de
uma SDN, quando comparada com uma rede tradicional, pode-se destacar:

Flexibilidade

Nas redes definidas por programas, possibilitam a escolha de um único protocolo para comunicação com todos os periféricos,
independentemente do número, que estejam conectados a esse controlador central.

Maior controle e maior velocidade

Na rede SDN, não é necessário programar diretamente (manualmente) diversos dispositivos de hardware (periféricos) que podem ou não ser de
diferentes fornecedores. Na prática, os programadores podem controlar o fluxo de dados da rede virtual apenas programando um controlador
baseado em um programa aberto.
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Infraestrutura versátil

Nessa rede, como é garantida aos programadores e desenvolvedores a liberdade para configuração dos serviços de rede e alocação dos recursos
virtuais, eles podem alterar essas infraestruturas em tempo real por meio de um controlador centralizado. Assim, eles podem otimizar os fluxos
de dados, evitar conflitos e priorizar os aplicativos que demandem mais disponibilidade (prioritários).

Segurança

Nas redes definidas por software permitem que toda a rede seja visualizada o tempo todo (alta visibilidade), proporcionando uma visão mais
ampla de possíveis ameaças à segurança. Essa característica é particularmente interessante, pois, com o avanço da indústria 4.0 e das
tecnologias inteligentes, os dispositivos periféricos estão cada vez mais conectados ao mundo virtual e à rede de computadores (internet). Assim,
a SDN oferece vantagem de criar zonas de segurança específicas para os dispositivos mais sensíveis ou que necessitem de mais proteção.
Também possibilitam que dispositivos contaminados sejam colocados em isolamento (quarentena) de maneira imediata, de modo que não
comprometam os demais — não permitindo a infecção do restante da rede — sem afetar o funcionamento da rede de dados.

Muitos dos serviços e aplicações mais modernos, como a computação em nuvem, teriam grandes dificuldades de funcionamento sem as SDN.
Essas redes definidas por software possibilitam a movimentação dos dados mais facilmente entre os locais distribuídos, características essenciais
para a computação em nuvens. Além disso, a SDN comporta uma rápida movimentação de cargas de dados em uma rede.

Como funciona uma SDN?


Em uma SDN, o programa é desacoplado do periférico (hardware). Assim, em uma SDN, o plano de controle que define para onde enviar o tráfego de
dados é executado pelo programa, e não pelo hardware como em uma rede tradicional. O hardware fica limitado ao fluxo real de dados, ao caminho
a ser seguido.

Isso possibilita que os desenvolvedores e administradores de redes desenvolvam todo o programa e controlem todo o fluxo de dados, toda a rede de
dados, por meio de um único controlador e de maneira virtual, em vez de mediante um dispositivo físico.

Uma rede SDN possui uma arquitetura-padrão definida, basicamente, por três partes que podem estar localizadas em diferentes locais físicos. Veja
a seguir:

Aplicativos
São utilizados para a comunicação e solicitação de recursos e informações sobre a rede como um todo.

Controladores
São os periféricos que utilizam os programas ou as informações dos aplicativos para decidir como rotear um pacote de dados.

Dispositivos de rede
São os periféricos que recebem as informações do controlador sobre para onde os dados deverão ser movidos, qual caminho deverão seguir.

É interessante observar que os dispositivos da rede que existem fisicamente ou virtualmente promovem de forma efetiva a movimentação dos

dados por meio da rede.

Na imagem que segue, é possível visualizar que, embora existam as partes físicas da rede de dados, o controle é feito via programação.

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Integração entre software e hardware em uma SDN.

Em alguns casos, os switches virtuais ou físicos, já que podem ser incorporados ao software ou ao hardware, assumem a responsabilidade dos
switches físicos e consolidam as funções em um único switch inteligente. Esse switch verifica a integridade dos pacotes de dados e de seus
destinos e movimenta os pacotes necessários.

Outra característica das redes SDN que as torna vantajosas em relação às redes tradicionais é a capacidade de divisão de uma rede virtual em
diferentes seções. Essa técnica, denominada virtualização de funções de rede (network functions virtualization – NFV), permite que os provedores
de dados e comunicações movam o atendimento ao cliente para servidores mais acessíveis e baratos ou até mesmo para os próprios servidores
dos clientes.

Além disso, os provedores de serviços podem usar uma infraestrutura de rede virtual para a transferência de cargas de trabalho de infraestruturas
de nuvens privadas para nuvens públicas, conforme necessário, e disponibilizar novos serviços aos clientes de maneira instantânea.

A SDN também facilita a flexibilidade e o dimensionamento das redes de dados, pois permite que os administradores de rede adicionem ou
removam máquinas virtualmente, estejam elas de maneira local ou em uma nuvem.

Assim, por causa da velocidade e da flexibilidade desse tipo de rede, é possível suportar as diferentes evoluções pelas quais a tecnologia vem
passando e comportar as tecnologias emergentes, incluindo-se a computação em nuvem, a computação de borda e a internet das coisas, além de
comportarem as transferências de dados de maneira muito mais rápida e um fácil controle de locais considerados remotos.

Diferenças entre a SDN e as redes tradicionais


As principais diferenças entre uma SDN e as redes tradicionais é o fato de a SDN ser baseada em software e as redes tradicionais, em hardware.
Assim, como o controle é baseado em programas, a rede SDN é consideravelmente mais flexível do que as redes tradicionais. A SDN também
permite que os desenvolvedores e administradores:

controlem a rede;

alterem as configurações;

aloquem recursos;

aumentem ou diminuam a capacidade (velocidade, largura de banda ou ambas).

Todas essas mudanças são realizadas por meio de uma interface centralizada e apenas via programação. Outra grande diferença está no quesito
segurança de rede:

Segurança na SDN

A visibilidade garante o desenvolvimento de caminhos mais seguros para os dados.


close

Segurança na rede tradicional

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As redes tradicionais dependem das configurações individuais dos diferentes periféricos.

As redes tradicionais, em caso de contaminação, dependem das ações dos usuários sobre aqueles dispositivos distintos.

Como nas redes definidas por software um controlador centralizado é utilizado para gerenciamento de toda a rede, é essencial proteger esse
controlador para manter a rede segura.

Diferentes modelos de SDN


Embora a premissa seja o programa centralizado em um controlador para estabelecimento do fluxo de dados em uma rede por intermédio de
switches e roteadores, as redes do tipo SDN também possuem diferentes modelos, são eles:

SDN aberto expand_more

No SDN aberto, os administradores de rede usam um protocolo aberto, do topo OpenFlow (fluxo aberto), para controlar o comportamento
dos switches virtuais e físicos no nível de plano de dados.

SDN por aplicativo expand_more

No lugar de um protocolo do tipo aberto, a interface de programação baseada em aplicativos controla o fluxo dos dados que se movem pela
rede e por cada dispositivo.

SDN por sobreposição expand_more

Na rede virtual, é executada em cima de uma infraestrutura de hardware preexistente. Essa programação cria túneis dinâmicos para
diferentes hosts e centros de controle de dados (locais ou remotos). A rede virtual aloca uma largura de banda grande o suficiente em vários
canais e atribui dispositivos para cada uma delas. Dessa maneira, a rede física local fica inalterada.

SDN híbrida expand_more

Na rede SDN, combinam-se redes de programas (softwares) e redes físicas (hardwares). Essencialmente, essa rede combina redes definidas
por programa (SDN) com protocolos de redes tradicionais formando um ambiente capaz de fornecer diferentes funções de uma rede. O SDN
assume a responsabilidade por outro tráfego, o que possibilita aos administradores de rede que seja introduzido o SDN em etapas distintas.

As configurações com outras topologias de rede permitem o desenvolvimento de outros tipos. Vejamos quais são eles:

SD-Wan

Consiste em uma rede WAN adaptada para o gerenciamento virtual. Uma de suas maiores vantagens é a redução de custos de uma
WAN, usando linhas alugadas e mais acessíveis no mercado.

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SD-Lan

Consiste em uma rede local (LAN) construída em torno dos princípios da SDN. Embora possua características da SDN, ela consegue
desacoplar os módulos de gerenciamento de controle e os planos de arquitetura orientada (com ou sem fio) para o gerenciamento de
nuvens e conectividade sem fio. É importante destacar que o gerenciamento pode ser feito sem a ajuda de fios e sem a presença de
um controlador.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


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Questão 1

As redes tradicionais promoveram uma revolução nos meios de comunicação de dados dos processos produtivos. Entretanto, a evolução das
redes de comunicação, como a possibilidade de gerenciamento e direcionamento do tráfego por meio de programas, se mostrou um grande
avanço. Esse tipo de rede baseada na virtualização é denominado

A Profinet.

B Profibus DP.

C Profibus PA.

D SDN.

E Fieldbus.

Parabéns! A alternativa D está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAs%20redes%20SDN%20representaram%20um%20avan%C3%A7o%20significativo%20na%20comunica%C3%A7%C3%A3o%20dos%20p

Questão 2

As redes definidas por software possuem várias características que as diferenciam das redes tradicionais. Entre elas, pode-se destacar a alta
visibilidade, que permite que toda a rede seja visualizada o tempo todo, sendo definida como uma característica de

A segurança.

B flexibilidade.

C versatilidade.

D controle.

E velocidade.

Parabéns! A alternativa A está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20visualiza%C3%A7%C3%A3o%20de%20toda%20a%20rede%20permite%20uma%20vis%C3%A3o%20mais%20ampla%20de%20poss

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Considerações finais
Neste conteúdo, foram discutidas as principais redes aplicadas em processos industriais. Foi apresentada a rede AS-I (interface atuador-sensor),
que consiste em uma rede para conexões eletromecânicas de baixo custo. Ela é utilizada em sistemas de automação simples e é capaz de
transmitir a alimentação e os sinais de comunicação digital em um mesmo cabeamento a distâncias próximas de 100 metros. É indicada para
atuadores e sensores digitais, ou seja, com níveis lógicos (alto ou baixo, ligado ou desligado etc.).

Foram discutidas as redes do protocolo Profibus, reconhecidamente um dos padrões mais confiáveis e empregados nos meios industriais. Além
disso, buscou-se identificar as diferenças entre os padrões Profibus DP e Profibus PA e detalhar suas respectivas características. Também foi
apresentado o protocolo Profinet, considerado de excelência e grande eficiência na implementação do conceito da indústria 4.0.

Por fim, foi apresentada a SDN, uma abordagem de arquitetura que permite o controle da rede de forma inteligente, centralizada e programada. Essa
configuração possibilita a virtualização dos objetos, facilitando as configurações. Ainda, vimos que a SDN permite o desenvolvimento de uma rede
programável e centralizada em um controlador programado, funcionando como o cérebro de uma rede de comunicação de dados.

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Podcast
Agora, o especialista encerra falando sobre os principais tópicos abordados.

Referências
FORMIGA, D. A. Implementação de um laboratório remoto para um sistema supervisório utilizando as redes industriais AS-i e Profibus-DP.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2017.

HAESBAERT, R. Sobre as i-mobilidades do nosso tempo (e das nossas cidades). Mercator, v. 14, n. 4, p. 83-92, fev. 2016.

PINHEIRO, B. A. Uma abordagem SDN para virtualização de redes. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) – Instituto de Tecnologia, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2016.

Explore +
As diversas partes que compõem uma rede Profibus têm suas funções específicas e podem ser melhor conhecidas em sites de referência como o
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PI Brasil, que oferece artigos técnicos e notícias recentes sobre a evolução tecnológica nos dispositivos utilizados nessas redes de comunicação.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03652/index.html# 32/32

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